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ciclo básico cursinho da poli usp Sumário Biologia........................................................................................................................................... 3 Ecologia ....................................................................................................................................................5 Citologia e Genética................................................................................................................................35 Evolução e Zoologia................................................................................................................................75 Física............................................................................................................................................. 97 Cinemática..............................................................................................................................................99 Dinâmica...............................................................................................................................................119 Eletricidade ...........................................................................................................................................129 Termologia............................................................................................................................................157 Geografia .................................................................................................................................... 189 Geografia do Brasil ...............................................................................................................................191 Geografia Geral ....................................................................................................................................212 História........................................................................................................................................ 237 História Antiga.......................................................................................................................................239 História Contemporânea .......................................................................................................................255 História do Brasil ...................................................................................................................................275 Matemática ................................................................................................................................. 293 Aritmética I ............................................................................................................................................295 Aritmética II ...........................................................................................................................................307 Álgebra I ...............................................................................................................................................325 Álgebra II ..............................................................................................................................................335 Geometria .............................................................................................................................................355 Português ................................................................................................................................... 367 Literatura...............................................................................................................................................369 Gramática .............................................................................................................................................375 Interpretação de Texto ..........................................................................................................................403 Práticas de Escrita ................................................................................................................................415 Química....................................................................................................................................... 431 Química Estrutural ................................................................................................................................433 Química Qualitativa...............................................................................................................................453 Química Quantitativa.............................................................................................................................501 o Professor Victor Keller . 6 CAPITULO 1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM ECOLOGIA A ciência da Ecologia O termo Ecologia deriva de duas palavras gregas: oikos (casa, ambiente) e logos (estudo). Sendo as- sim, temos que a Ecologia é o campo da Biologia que se ocupa do estudo das condições de existên- cia dos seres vivos e das interações entre tais se- res e com o meio ambiente no qual vivem. Neste capítulo, iremos nos familiarizar com alguns conceitos fundamentais da ecologia que dão su- porte aos demais conceitos dos capítulos seguin- tes. Níveis de organização Os átomos são a menor parte da matéria. Eles compõem tudo o que nos cerca, inclusive nós mes- mos e os demais seres vivos. Quando tomamos um conjunto de átomos, formamos moléculas, cujas propriedades passam a ser diferentes das que seus átomos isolados tinham. Nos seres vivos, exemplos de moléculas são as proteínas, carboi- dratos, lipídeos e ácidos nucleicos. Essas biomolé- culas, quando arranjadas de maneira específica, formam as organelas, as quais em conjunto consti- tuem uma célula. Um organismo formado por mais de uma célula, dito pluricelular, tem suas células agrupadas for- mando os tecidos, que desempenham determina- das funções. Vários tecidos, por sua vez, formam um órgão, que, associado a outros órgãos, formam um sistema. Um conjunto de sistemas forma um or- ganismo. Ainda é possível agrupar esses organismos a partir das semelhanças entre eles, num determi- nado tempo e num determinado espaço. É a esses níveis de organização mais abrangentes que a Ecologia dedica seu estudo, preocupando-se com as relações entre os organismos e entre os orga- nismos e o ambiente em que vivem. Os níveis or- ganizacionais seguintes aos organismos são: População: Grupo de organismos da mesma espé- cie que vivem em determinada área no mesmo in- tervalo de tempo. Comunidade: Conjunto de populações de determi- nada área no mesmo intervalo de tempo. Ecossistema: Constitui-se pelas comunidades e o meio ambiente em que elas estão. Biosfera: Conjunto de todos os ecossistemas do planeta. Níveis de organização. Ecossistemas, as unidades ecológicas Ecossistemas são as unidades formadoras da biosfera, a qual diz respeito à parte do planeta que abriga vida. Ou seja, a biosfera é constituída de muitos ecossistemas. Eles podem ser pequenos, como uma lagoa, ou muito grandes, como uma flo- resta tropical. Independente de seu tamanho, sem- pre há troca de matéria e de energia, seja dentro deles ou até entre eles. É possível dividir um ecossistema em dois com- ponentes estruturais básicos: Componentes abióticos. Referem-se ao ambiente no qual os seres vivos são encontrados, podendo ser geológicos 7 Ecologia Capítulo 1 (solo), físicos (temperatura, luminosi- dade, umidade) ou químicos (quais nu- trientes estão presentes na água e no solo); Componentes bióticos. Referem-se a todos os seres vivos contidos no ecos- sistema. Habitat e nicho Dentro de um ecossistema, os orga- nismos ocupam espa- ços limitados e defini- dos. Por exemplo, ao pensar num ecossis- tema de uma lagoa, po- demos ter caramujos que habitam o fundo de lama, podemos ter musgos quehabitam uma pedra às margens da lagoa, podemos ter peixes que na- dam próximos à superfície ou aqueles que nadam por toda a lagoa. Esses espaços definidos em que uma população vive são chamados de habitats. Esses organismos que habitam o ecossis- tema apresentam uma série de características comportamentais que definem seus hábitos, seus papeis ecológicos, suas relações com os outros or- ganismos e com o meio em que se encontram. Es- ses fatores que definem o perfil de cada organismo recebe o nome de nicho ecológico. Dentro desse come, quando ele come, em que quantidade, quem são seus predadores, qual é a época do ano em que se reproduz, qual é a temperatura adequada para isso, se tem hábitos diurnos ou noturnos, quanto tempo vive, etc. Ou seja, o nicho engloba todas as condições físicas, químicas e biológicas necessárias para a sobrevivência, crescimento e reprodução de uma população. Duas ou mais espécies podem ter o mesmo habitat, mas não exatamente o mesmo nicho. Jus- tamente a diferenciação entre os nichos é que per- mite que espécies coexistam em um mesmo ambi- ente. Caso os nichos de duas espécies sejam muito semelhantes, quando colocadas num mesmo habitat, essas espécies irão competir pelos recur- sos daquele ambiente, fazendo com que uma delas desapareça. Essa ideia é a base do princípio de Gause, que foi um biólogo russo. Ele cultivava pro- tozoários de duas espécies, Parameciumaurelia e Parameciumcaudatum, e, em um de seus experi- mentos, colocou as populações dessas duas espé- cies para viverem juntas num mesmo recipiente. Ele observou que o crescimento das populações juntas era diferente de quando elas estavam em re- cipientes separados, e representou isso grafica- mente, obtendo o seguinte resultado. Comparando-se as duas populações vi- vendo separadamente, observa-se que P. aurelia cresce mais rapidamente que P. caudatum, indi- cando melhor utilização do alimento. Quando as espécies são colocadas juntas, devido à sobrepo- sição de nichos, ocorre competição pelo alimento, que era limitado. Rapidamente, P. aurelia se so- bressai em relação à P. caudatum, cuja população entra em declínio e deixa de existir. LISTA DE EXERCÍCIOS 1 1. (Enem) O menor tamanduá do mundo é solitá- rio e tem hábitos noturnos, passa o dia repou- sando, geralmente em um emaranhado de ci- pós, com o corpo curvado de tal maneira que forma uma bola. Quando em atividade, se lo- comove vagarosamente e emite som seme- lhante a um assobio. A cada gestação, gera um único filhote. A cria é deixada em uma ár- vore a noite e é amamentada pela mãe até que tenha idade para procurar alimento. As fêmeas adultas têm territórios grandes e o terri- tório de um macho inclui o de várias fêmeas, o que significa que ele tem sempre diversas pre- tendentes à disposição para namorar! Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n.174, Nov. 2006. Adaptado. Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito ao seu a) Hábitat b) Biótopo c) Nível trófico d) Nicho ecológico e) Potencial biótico 2. (Enem) Numa região, originalmente ocupada por Mata Atlântica, havia, no passado, cinco espécies de pássaros de um mesmo gênero. Nos dias atuais, essa região se reduz a uma reserva de floresta degradada, onde só se en- contram duas das cinco espécies. O desaparecimento das três espécies nas regiões degradadas pode ser explicado pelo fato de que, nessas regiões, ocorreu a) Aumento do volume e da frequência das chu- vas. b) Diminuição do número e da diversidade de há- bitats. c) Diminuição da temperatura média anual. d) Aumento dos níveis de gás carbônico e de oxi- gênio na atmosfera. e) Aumento do grau de isolamento reprodutivo in- terespecífico. 3. (Fuvest) Em um lago, estão presentes di- versas espécies de animais, plantas, algas, protozoários, fungos e bactérias. O conjunto desses seres vivos constitui a) Uma cadeia alimentar b) Uma comunidade biológica c) Um ecossistema d) Uma população e) Uma sucessão ecológica 4. (Cesgranrio) O girino do sapo vive na água e, após metamorfose, passa a viver em terra firme; quando adulto, oculta-se, durante o dia, em lugares sombrios e úmidos para proteger- se dos predadores e evitar a dessecação. Ao entardecer, abandona seu refúgio à procura de alimento. Como o acasalamento se realiza na água, vive próximo a rios e lagoas. Essa descrição do modo de vida do sapo representa o seu: a) hábitat. b) ecossistema. c) nicho ecológico. d) ecótono. e) bioma. 5. (Unifesp) Uma certa espécie de anfíbio con- segue sobreviver em locais entre 18 °C e 30 °C de temperatura ambiente (1). A tempera- tura média variando entre 20 °C e 30 °C pre- sente em algumas matas litorâneas do Su- deste brasileiro torna o ambiente ideal para essa espécie viver (2). Esse anfíbio alimenta- se de pequenos invertebrados, principal- mente insetos, que se reproduzem nas pe- quenas lagoas e poças de água abundantes no interior dessas matas (3). No texto, as informações 1, 2 e 3, referentes a essa espécie, relacionam-se, respectiva- mente, a: a) Habitat, habitat, nicho ecológico. b) Hábitat, nicho ecológico, nicho ecoló- gico. c) Habitat, nicho ecológico, hábitat. d) Nicho ecológico, habitat, habitat. e) Nicho ecológico, habitat, nicho ecoló- gico. 6. (Fuvest) A cobra-coral Erythrolamprusaescu- lapiitem hábito diurno, alimenta-se de outras cobras e é terrícola, ou seja, caça e se abriga no chão. A jararaca Bothrops jararaca tem há- bito noturno, alimenta-se de mamíferos e é 9 Ecologia Capítulo 1 terrícola. Ambas ocorrem, no Brasil, na flo- resta pluvial costeira. Essas serpentes: a) disputam o mesmo nicho ecológico. b) constituem uma população. c) compartilham o mesmo hábitat. d) realizam competição intraespecífica. e) são comensais. 10 CAPÍTULO 2 - A ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS Cadeias alimentares As cadeias alimentares, ou cadeias tróficas, representam a maneira mais simples de descrever as relações alimentares nos ecossistemas. Para representar essas relações utilizamos setas, que sempre vão no sentido do organismo que serve de alimento para aquele que se alimenta. Três exemplos de cadeias alimentares. As relações alimentares em um ecossistema não são tão simples quanto a figura acima na qual vimos três cadeias alimentares independentes umas das outras. Na realidade, existem várias ca- deias alimentares concomitantes que se interligam, formando uma complexa rede. A isso damos o nome de redes ou teias alimentares. Exemplo de teia alimentar. Níveis tróficos Os componentes bióticos, ou seja, os seres vi- vos dos ecossistemas, podem ser agrupados de acordo com suas posições na cadeia alimentar. São definidas três categorias dentro de uma cadeia alimentar: Produtores Os produtores ocupam o primeiro nível trófico em qualquer ecossistema. São organismos autó- trofos, que são aqueles capazes de sintetizar ma- téria orgânica a partir de matéria inorgânica. A maior parte dos autótrofos é fotossintetizante, os quais produzem matéria orgânica a partir da luz (como as plantas e algas), mas há ainda os autó- trofos quimiossintetizantes, que produzem matéria orgânica a partir de substâncias químicas encon- tradas no ambiente (como algumas bactérias). Consumidores Os consumidores ocupam os níveis tróficos seguintes aos produtores. São ditos como organis- mos heterótrofos, pois produzem matéria orgâ- nica a partir da ingestão ou absorção de matérias orgânicas. Todos os animais são heterótrofos. De acordo com a posição na cadeia alimentar, os con- sumidores podem ser consumidores primários, que são aqueles que se alimentam diretamente dos produtores, consumidores secundários, que são os que se alimentam de consumidores primários, con- sumidores terciários, que por sua vez se alimentam dos secundários. Em uma teia alimentar, um con- sumidor que se alimenta tanto de plantas quanto de animais é um consumidor primárioe também um consumidor secundário, a depender do cami- nho das setas que se esteja tomando. Decompositores Os decompositores são heterótrofos que se ali- mentam a partir de matéria orgânica morta, degra- dando-a. Eles sempre são a parte final de uma ca- deia alimentar, mas podem entrar em seguida de qualquer nível trófico, pois decompõem todos os seres vivos, e, por isso, não são representados num esquema de cadeia ou teia alimentar. Ao de- gradar os compostos orgânicos, devolvem ao am- biente sais minerais e outros nutrientes, que podem ser utilizados novamente pelos produtores. São 11 Ecologia Capítulo 2 exemplos de decompositores algumas bactérias e os fungos. Bioacumulação A bioacumulação, ou amplificação bioló- gica, é um fenômeno que ocorre nas cadeias ali- mentares quando há introdução de substâncias tó- xicas no ecossistema, como o DDT (inseticida). To- dos os níveis tróficos serão atingidos, sendo que quanto mais elevado for o nível trófico, maior a con- centração de DDT que se acumulará nos tecidos dos organismos. O esquema mostra que, quanto mais alto o nível trófico, maior a concentração de DDT no organismo. Observe o esquema acima. O peixe carní- voro come durante sua vida centenas de peixes herbívoros e incorpora o DDT que está no corpo de todas as suas presas. Como os organismos só con- seguem excretar o DDT em quantidade muito pe- quena, essa substância se concentra mais nos seus tecidos. A ave que se alimenta do peixe car- nívoro acumula concentrações ainda maiores, e assim por diante. Fluxo de energia e circulação de mate- riais Os animais obtêm a energia e os nutrientes ne- cessários para seu crescimento, reprodução e desempenho de atividades alimentando-se direta ou indiretamente de plantas. A entrada de energia em um ecossistema se dá por meio da luz solar captada pelas plantas e algas durante a fotossín- tese, sendo tal energia acumulada como energia química na forma de moléculas orgânicas (glicose). Ao comer plantas e algas, os animais quebram as moléculas de glicose e utilizam a energia ali contida para o desempenho de suas atividades. Conforme as leis da termodinâmica, não é pos- sível criar ou destruir energia, mas sim apenas mo- dificá-la de uma forma a outra (como vemos na fo- tossíntese, em que energia luminosa é transfor- mada em energia química). Ainda, em todo pro- cesso de transferência de energia ocorre uma perda de energia útil, que é liberada em uma forma não aproveitável pelos seres vivos. Como conse- quência prática dessas leis, nenhuma transferência de energia em um sistema biológico é totalmente eficiente, sempre havendo alguma perda em cada transferência. Dessa forma temos um fluxo unidi- recional de energia. A quantidade de energia disponível para um dado ecossistema é estabelecida pela atividade de fotossíntese das plantas, não havendo nenhum ou- tro ponto de entrada de energia no ecossistema. Ainda, devemos considerar que grande parte da energia química armazenada em organismos de ní- vel trófico inferior é perdida para o ambiente, não sendo utilizável pelos organismos que ocupam ní- veis tróficos superiores. Sendo assim, os organis- mos que ocupam níveis tróficos inferiores têm mais energia à disposição do que aqueles que ocupam níveis tróficos superiores. É justamente a disponi- bilidade de energia para o nível trófico seguinte que limita o número de níveis tróficos em uma cadeia. Diferentemente do exposto acima no tocante à energia, os materiais não são perdidos nos ecos- sistemas, mas sim transferidos: os elementos quí- micos são retirados do ambiente, utilizados pelos organismos e novamente devolvidos ao ambiente, o que ocorre mediante a ação dos decompositores sobre os materiais eliminados por excreção ou con- tidos nos organismos mortos. A ação dos decom- positores transformará os compostos orgânicos em substâncias mais simples, as quais serão nova- mente aproveitadas por plantas e animais. Logo, temos um fluxo cíclico dos materiais, em con- traste com o fluxo unidirecional de energia. Produtividade de ecossistemas Utilizamos o termo produtividade para refe- rir-nos à energia captada por cada nível trófico de uma cadeia. A produtividade primária bruta de um ecossistema corresponde à quantidade total de energia luminosa que os produtores conseguiram transformar em energia química. A produtividade primária líquida (PPL), por sua vez, corresponde à quantidade de energia disponível para o próximo nível trófico, descontada a energia perdida para o ambiente e aquela utilizada na manutenção das funções vitais dos produtores. A PPL, então, representa a energia disponível aos herbívoros na forma de matéria orgânica incor- porada ao corpo dos produtores. Os herbívoros não comem toda a biomassa de produtores (situa- ção na qual todas as plantas seriam eliminadas) e, ainda, grande parte do que foi ingerido não é apro- veitado (eliminação na forma de fezes) ou é per- dido para o ambiente na forma de calor. Daquilo que foi assimilado pelos herbívoros, parte é elimi- nada por meio da urina, outra parte é utilizada para a manutenção das funções vitais dos animais e, fi- nalmente, parte é incorporada aos tecidos do orga- nismo dos herbívoros. A energia incorporada aos tecidos dos herbívo- ros na forma de matéria orgânica é a que estará disponível para os consumidores secundários, que constituem o nível trófico seguinte. Ocorre com os referidos consumidores secundários processo se- melhante ao descrito acima para os consumidores primários. Damos o nome de produtividade se- cundária líquidaà quantidade de matéria orgânica acumulada pelos heterótrofos e disponibilizada ao nível trófico seguinte. O esquema abaixo representa um modelo de fluxo de energia, ilustrando a explicação acima. Fonte: CÉSAR DA SILVA JÚNIOR & SEZAR SASSON. Biolo- gia - Volume Único 4ª Edição. Editora: Saraiva. 2007. Pirâmides ecológicas Podemos representar graficamente, na forma de pirâmides, as relações entre os diferentes níveis tróficos de um ecossistema, referentes ao número de indivíduos, biomassa e energia. Nelas, cada ní- vel trófico é representado por um retângulo cuja di- mensão horizontal é proporcional ao número de in- divíduos, à biomassa ou à produtividade (energia). Não há variação na dimensão vertical dos retângu- los. Um inconveniente das pirâmides ecológicas é o fato de os decompositores não estarem represen- tados nelas, apesar de serem componentes impor- tantes dos ecossistemas. Pirâmide de número Indicam a quantidade de organismos em uma cadeia alimentar. A quantidade de barras formando a pirâmide representa quantos níveis tróficos há na cadeia, enquanto o comprimento de cada barra re- presenta o número de indivíduos em cada um des- ses níveis. Dessa forma, pirâmides de número po- dem ter bases largas e topos estreitos, ou podem ser invertidas, com bases estreitas e topos largos. 13 Ecologia Capítulo 2 Pirâmide de número com base larga e topo estreito. Exemplos de pirâmides de número invertidas. Pirâmide de biomassa A biomassa corresponde à massa total de ma- téria orgânica contida em indivíduos, populações, níveis tróficos ou mesmo ecossistemas. Geral- mente é descrita por valores de massa em relação a uma certa área (ou volume) no qual tal massa está presente.A quantidade de massa pode ser es- timada de diferentes formas, como a massa total úmida (material fresco) e a massa seca (material resultante do material fresco que foi colocado em estufa para perder água). As pirâmides de biomassa apenas representam a massa biológica em um dado instante, e não demonstram a velocidade com que a matéria orgâ- nica é produzida. Quase sempre a massa de pro- dutores é maior do que a de consumidores. Às ve- zes, no entanto, uma pirâmide de biomassa pode aparecer invertida, justamente por representar ape- nas um dado instante doecossistema em questão. Exemplo disso é a pirâmide de massa de um ambi- ente aquático, em que, no momento da medição, a biomassa de fitoplâncton é bem menor do que a de zooplâncton, pois a taxa de reprodução do fito- plâncton é muito mais elevada que a de zooplânc- ton, e a velocidade de consumo de fitoplâncton pelo zooplâncton é muito alta. Dessa forma, quando colocados numa pirâmide de massa, uma pequena biomassa de produtores aparentemente sustenta uma grande biomassa de consumidores primários. Exemplo de pirâmide de biomassa com base larga e topo estreito. Exemplo de pirâmide de biomassa com base es- treita. Pirâmide de energia Cada nível trófico representado em uma pirâ- mide de energia indica a quantidade de energia acumulada por unidade de tempo e por unidade de superfície ou volume. Tal quantidade independe do tamanho dos organismos, uma vez que alguns organismos podem ter biomassa pequena, mas a energia que têm disponível para o nível trófico seguinte pode ser muito maior do que a de um or- ganismo com biomassa grande (como no caso de organismos que gastam muita energia para a ma- nutenção de suas funções vitais, deixando pouca energia disponível para o nível trófico seguinte). Essas pirâmides nunca são invertidas, pois re- presentam o princípio da perda de energia que ocorre a cada nível trófico de uma cadeia, como já mencionado anteriormente. Sua base sempre é larga (produtores possuem muita energia acumu- lada) e seu topo sempre é estreito (níveis tróficos altos possuem pouca energia acumulada). Pirâmide de energia. LISTA DE EXERCÍCIOS 2 1. (Fuvest-SP) O cogumelo shitake é cultivado em troncos, onde suas hifas nutrem-se das moléculas orgânicas componentes da madeira. Uma pessoa, ao comer cogumelo shitake, está se comportando como: a) Produtor. b) Consumidor primário. c) Consumidor secundário. d) Consumidor terciário. e) Decompositor. 2. (Uerj/Uenf) O gráfico a seguir é uma pirâmide ecológica e demonstra as relações tróficas em uma comunidade. A alternativa que indica, respectiva- mente, o tipo de pirâmide e o aumento que ela re- presenta, é: a) de biomassa - do peso seco em função do tamanho dos organismos. b) de energia - do teor de calorias, pela maior velocidade de ciclagem. c) de energia - das populações de consumido- res primários e secundários de números - da quantidade de organismos, sem considerar a biomassa. 3. (Fuvest-SP) As bactérias diferem quanto à fonte primária de energia para seus processos metabóli- cos. Por exemplo: I. Chlorobium sp. utiliza energia luminosa. II. Beggiatoa sp. utiliza energia gerada pela oxidação de compostos inorgânicos. III. Mycobacterium sp. utiliza energia gerada pela degradação de compostos orgânicos com- ponentes do organismo hospedeiro. Com base nessas informações, indique a alterna- tiva que relaciona corretamente essas bactérias com seu papel nas cadeias alimentares de que par- ticipam. Chlorobium sp. Beggiatoa sp. Mycobacte- rium sp. a) consumidor produtor consumidor b) consumidor decompositor consumidor c) produtor consumidor decompositor d) produtor decompositor consumidor e) produtor produtor consumidor 15 Ecologia Capítulo 2 4. (UFSC) Observe bem a figura abaixo e assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S): 01. A figura representa uma cadeia alimentar com três níveis tróficos. 02. Fungos e bactérias são representantes dos se- res decompositores. 04. O fluxo de energia é cíclico, sendo renovado pelos organismos decompositores. 08. A onça e o gavião representam os produtores. 16. O mocho, o lagarto e a cobra são classificados, nessa figura, como consumidores terciá- rios ou de 3a ordem. decréscimo energético entre os níveis tróficos. 64. Uma grande parte da energia obtida pelo coe- lho, ao comer a verdura, é gasta em seu processo de respiração celular. 5. (FGV-SP) As figuras apresentam pirâmides eco- lógicas que expressam, graficamente, a estrutura dos níveis tróficos de uma cadeia alimentar em ter- mos de energia, biomassa ou número de indiví- duos. A base das pirâmides representa os produto- res, no primeiro nível trófico. Das quatro figuras apresentadas, pode-se dizer corretamente que: a) As figuras 1 e 4 podem representar pirâmides de energia. b) A figura 1 é a única que pode representar uma pirâmide de biomassa. c) A figura 2 pode representar uma pirâmide de bi- omassa na cadeia alimentar fitoplâncton zoo- plâncton. d) A figura 3 é característica de uma pirâ- mide macacos piolhos. e) A figura 4 pode representar uma pirâmide de energia na cadeia alimentar capim ratos co- bras. 6. (PUC MG 2008) Os conceitos de cadeias ali- mentares e pirâmides ecológicas foram criados e descritos pela primeira vez em 1923 por Charles Elton durante suas observações da constituição e comportamento alimentar de toda uma comuni- dade animal em uma ilha do Ártico durante o verão. Com as pirâmides ele pode elaborar explica- ções para o fato observável de que animais grandes são raros enquanto animais pequenos, co- muns. râmide de energia com a) Cada organismo na natureza tem seu próprio ba- lanço energético, que é o resultado entre energia obtida e energia retida na sua massa corporal. b) Espera-se que o desaparecimento do último ní- c) Parte da energia perdida por um consumidor pode ser decorrente da não-digestão completa dos alimentos ingeridos. d) É esperado que os roedores retenham um per- centual menor da energia adquirida na alimentação do que as cobras quando a temperatura ambiente é baixa. 7. (Unesp) Um pesquisador coletou folhas secas do solo de uma mata e as colocou em 50 sacos de tela de náilon, iguais entre si quanto ao tamanho e diâ- metro da malha. Cada saco recebeu 100g de fo- lhas. Em seguida, distribuiu 25 desses sacos na su- perfície do solo em uma área de mata tratada ex- perimentalmente com inseticidas e fungicidas. Os outros 25 sacos foram distribuídos em outra área da mata, não tratada com fungicidas ou inseticidas, e se constituíram no grupo controle. A cada se- mana, por cinco semanas consecutivas, o pesqui- sador recolhia cinco sacos de cada área, secava e pesava os fragmentos de folhas que restavam den- tro dos mesmos. Na figura, as curvas representam as mudanças ob- servadas no peso seco do material remanescente nos sacos de náilon ao longo do experimento. a) Que processo ecológico está relacionado à su- cessiva fragmentação e à perda de peso do ma- terial vegetal colocado nos sacos de náilon ob- servada durante o experimento? b) Que curva deve representar a variação de peso nos restos vegetais do grupo controle? Justifi- que sua resposta. 8.(Fuvest) Tendo em vista o conceito de cadeia ali- mentar, em qual dos casos haverá menor perda da energia armazenada na soja: quando uma popula- ção humana come soja, ou quando ela come carne de porco alimentado com soja? Explique. 9. (Fuvest) A tabela a seguir mostra medidas, em massa seca por metro quadrado (g/m2), dos com- ponentes de diversos níveis tróficos em um dado ecossistema. a) Por que se usa a massa seca por unidade de rea (g/m2), e n o a massa fresca, para com- parar os organismos encontrados nos diversos n veis tr ficos? b) Explique por que a massa seca diminui pro- gressivamente em cada n vel tr fico. Nesse ecossistema, identifique os n veis tr fi- cos ocupados por cobras, gafanhotos, musgos e sapos. 17 Ecologia Capítulo 2 (Fuvest) Recentemente, pesquisadores desco- briram, no Brasil, uma larva de mosca que se ali- menta das presas capturadas por uma planta car- nívora chamada drósera. Essa planta, além do ni- trogênio do solo, aproveita o nitrogênio proveniente das presas para a síntese proteica; já a síntese de carboidratos ocorre como nas demais plantas. As larvas da mosca, por sua vez, alimentam-se des- sas mesmas presas para obtenção da energia ne- cessária a seus processos vitais. Com basenessas informações, é correto afirmar que a drósera a) e a larva da mosca são heterotróficas; a larva da mosca é um decompositor. b) e a larva da mosca são autotróficas; a drósera é um produtor. c) é heterotrófica e a larva da mosca é autotrófica; a larva da mosca é um consumidor. d) é autotrófica e a larva da mosca é heterotrófica; a drósera é um decompositor. e) é autotrófica e a larva da mosca é heterotrófica; a drósera é um produtor. 11. (PUC) Em 1953, foi evidenciada, no Japão, que as pessoas afetadas apresentavam distúrbios de visão, audição e coordenação. Resíduos como mercúrio foram despejados nas águas da baía de Minamata. O mercúrio foi absor- vido pelo plâncton que servia de alimento para mo- luscos e para certos peixes. Por sua vez, os molus- cos eram predados por outros grupos de peixes, e os peixes representavam a dieta básica das pes- soas da região. Sabendo-se que o mercúrio tem efeito cumulativo, espera-se encontrar: a) Maior concentração dessa substância no ho- mem e menor concentração no plâncton. b) Maior concentração dessa substância no plâncton e menor concentração no homem. c) Maior concentração dessa substância no plâncton e menor concentração nos peixes e nos moluscos. d) A mesma concentração dessa substância no plâncton, nos moluscos e nos peixes e uma maior concentração no homem. e) A mesma concentração dessa substância em todos os elos da teia alimentar descrita. 12.(UFSCar) O esquema mostra as relações trófi- cas entre as espécies A, B, C e D de um ecossis- tema aquático. a) Identifique as espécies de decompositores, de herbívoros, de carnívoros e de produtores. b) Se a espécie representada pela letra C for total- mente dizimada, quais serão as consequências imediatas para as populações A e D, respectiva- mente? CAPÍTULO 3 - CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Ciclos da matéria Em nosso planeta, pode-se considerar que a matéria existente obedece a um sistema fechado: pode sofrer rearranjos, mas a sua quantidade total pois situações como a conversão de matéria em energia nas reações nucleares, a queda de matéria vinda do espaço e a perda para o espaço de maté- ria sob a forma de foguetes e satélites, por exem- plo, são exceções a essa regra. Ainda assim, ao observarmos os ecossistemas, notamos que a ma- téria forma ciclos. Isso significa que átomos como de carbono, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio não são criados, destruídos e nem transformados uns nos outros, mas sim constantemente reciclados. Chamamos de ciclos biogeoquímicos os ciclos que envolvem retirada de compostos quími- cos do ambiente por seres vivos, os quais irão uti- lizar esses compostos em seu metabolismo e de- volvê-los ao ambiente. Os responsáveis por fazer o retorno direto da matéria contida nos organismos e nos compostos orgânicos para o ambiente são os decompositores, como vimos no Capítulo 1. Iremos estudar os seguintes ciclos biogeoquímicos neste capítulo: ciclo da água, ciclo do carbono e ciclo do nitrogênio. Ciclo da água A maior parte da água do planeta fica nos ocea- nos, ou seja, é salgada. Uma pequena parte se en- contra nos rios, lagos, lagoas e lençóis freáticos na forma de água doce. O sol aquece a água desses locais e a faz evaporar constantemente. O vapor forma de nuvem e volta a superfície na forma de chuva, neve ou granizo, recompondo o volume hí- A água é fundamental a todos os seres vivos. Ela pode ser absorvida pelas plantas e utilizada nos processos fotossintetizantes, sendo devolvida à atmosfera por meio da transpiração e da respira- ção. Os animais, por sua vez, retiram água do meio e devolvem-na ao ambiente na forma de vapor (respiração e transpiração) e também na forma lí- quida, pelas fezes e urina. Damos o nome de grande ciclo da água ao ciclo que envolve se- res vivos. Quando animais ou vegetais não tomam parte no ciclo, damos a ele o nome de pequeno ci- clo da água. http://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/ima- gens/re_falta_agua_1.jpg Ciclo da água. Ciclo do carbono O carbono constitui todas as macromolécu- las dos seres vivos. O principal reservatório de car- bono é o gás carbônico (CO2) da atmosfera. Ele é absorvido pelas plantas, que fazem fotossíntese, e produzem compostos orgânicos para a obtenção de sua energia. Por meio das cadeias alimentares, o carbono percorre os níveis tróficos, indo dos pro- dutores aos consumidores e aos decompositores. Todos esses seres vivos ao respirar devolvem CO2 à atmosfera. No caso de ecossistemas aquáticos, esse CO2 é retirado da água, passa pelos níveis tróficos das cadeias alimentares, e retorna à água. Além disso, a queima de combustíveis tam- bém libera gás carbônico para o ambiente. Exem- plo disso é o petró- leo, que NH3 + O2 2 + H2O + Energia (amônia) (nitrito) 19 Ecologia Capítulo 3 é um combustível fóssil, cujas moléculas de car- bono estavam soterradas por milhões de anos e são liberadas à atmosfera a partir de sua queima. http://www.fiec.org.br/portalv2/sites/revista/files/images/ci- clo_carbono.jpg Ciclo do carbono. Ciclo do nitrogênio O nitrogênio é um elemento essencial à vida, pois constitui os aminoácidos (unidades formado- ras de proteínas) e as bases nitrogenadas (compo- nentes do DNA e RNA). Cerca de 79% do ar atmos- férico é composto por nitrogênio na forma molecu- lar N2, o que faz da atmosfera um enorme reserva- tório desse gás. Apesar disso, ele não é aprovei- tado diretamente pela maior parte dos seres vivos, pois apenas alguns microrganismos têm a capaci- dade de fixar o nitrogênio do ar. Mas então como os demais seres vivos obtém nitrogênio necessário para as suas funções vitais? A resposta para essa pergunta está no ciclo do nitrogênio, que envolve associações entre esses microrganismos e outros seres vivos. O ciclo do nitrogênio se divide nas seguintes etapas: Fixação: A fixação de nitrogênio envolve a retirada do N2 gasoso da atmosfera e sua incorporação ao solo em forma de amônia, NH3. Os seres capazes de realizar esse processo são as bactérias fixado- ras de vida livre no solo, as cianobactérias, de vida aquática, e as bactérias fixadoras do gênero Rhizo- bium, que vivem no interior dos nódulos das raízes de plantas leguminosas (como o feijão e a soja). Essas bactérias que vivem nos nódulos das leguminosas, ao transformar o N2 em amônia, per- mitem que a planta utilize o nitrogênio para a sín- tese de suas moléculas orgânicas nitrogenadas, como mencionado anteriormente. Por sua vez, as bactérias utilizam parte da matéria orgânica produ- zida pela planta, estabelecendo-se assim uma re- lação proveitosa para ambas as espécies. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAwkIAI/ciclo-nitroge- nio-na-natureza Raiz de leguminosa com nódulos que abrigam bactérias fixadoras. Nitrificação: A amônia do solo é produzida tanto pela fi- xação, realizada pelas bactérias fixadoras, quanto pela decomposição de matéria orgânica e pela ex- creção animal. No solo, as bactérias nitrificantes transformam a amônia (NH3) em nitritos (NO2 posteriormente, em nitratos (NO3 ni- tratos no solo também são absorvidos pelas plan- tas. Ao se alimentar das plantas, os consumidores de primeira ordem obtém o nitrogênio necessário para as suas funções vitais, e o mesmo ocorre aos demais níveis tróficos, conforme se segue a cadeia alimentar. Essa transformação de amônia em nitrito é feita pelas bactérias do gênero Nitrosomonas, e pode ser descrita pela reação: Em seguida, o nitrito é transformado em ni- trato pelas bactérias do gênero Nitrobacter, e pode ser descrita pela reação: Desnitrificação: Nesta etapa do ciclo do nitrogênio, bacté- rias desnitrificantes extraem o nitrogênio do ni- trito (NO2 nitrato (NO3 mosfera sob a forma gasosa N2, fechando o ciclo. Exemplos de bactérias que realizam esse processo são do gênero Pseudomonas. Ciclo do nitrogênio. O nitrogênioé um dos nutrientes mais necessá- rios à vida das plantas. No entanto, o solo nem sempre é capaz de suprir toda a demanda de nitro- gênio das plantas ali presentes, razão pela qual tal NO2 2 3 (nitrito) (nitrato) 21 Ecologia Capítulo 3 nutriente integra a composição da grande maioria dos adubos vendidos no mercado. Segue no qua- dro abaixo um texto acerca da adubação química e da adubação verde, que não utiliza adubos indus- triais. ADUBAÇÃO VERDE E ADUBAÇÃO QUÍMICA Visando melhorar a produção de suas lavouras, os agricultores podem utilizar duas formas de adu- bação para aumentar no solo a taxa de nitrogênio assimilável pelas plantas: a adubação verde e a química. Na adubação verde plantam-se leguminosas, pois elas têm em suas raízes as bactérias fixadoras de nitrogênio. Isso aumenta o teor de nitrogênio no solo, constituindo uma forma natural de adubação. O plantio de leguminosas para este fim pode ser feito basicamente de duas maneiras: Em períodos alternados com outras cultu- ras de plantas não leguminosas, como o mi- lho, o que é chamado rotação de culturas; Concomitantemente, realizando plantações de leguminosas juntamente com plantas não leguminosas, o que recebe o nome de plantação consorciada. Na adubação química, adicionam-se ao solo adubos sintéticos que contêm nitrogênio fixado por meios industriais e transformado em nitrato. Nos adubos químicos, além de nitratos, geralmente es- tão presentes outros produtos, como o fósforo. Com a adubação verde e especialmente a quí- mica, o ser humano está interferindo de modo sig- nificativo no ciclo do nitrogênio, aumentando a taxa de aproveitamento desse elemento pelos seres vi- vos. Entretanto, o uso de fertilizantes químicos ricos em nitrato precisa ser feito com critério, pois, se aplicados em excesso, esses fertilizantes são transportados pelas chuvas, atingindo rios, mares e o lençol freático, que alimenta muitos poços cons- truídos para abastecimento de água. Alguns tipos de verdura, quando cultivados em solos com ex- cesso de nitrato, absorvem e concentram essa substância. A ingestão de água ou verduras com excesso de nitrato pode causar uma doença chamada metaemoglobinemia, uma forma grave de anemia, decorrente da união do nitrogênio com a hemoglobina. Fonte: LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Biolo- gia: volume 1. São Paulo; Saraiva, 2010. LISTA DE EXERCÍCIOS 3 1. (ENEM) Os ingredientes que compõem uma gotí- cula de nuvem são o vapor de água e um núcleo de condensação de nuvens (NCN). Em torno desse nú- cleo, que consiste em uma minúscula partícula em suspensão no ar, o vapor de água se condensa, for- mando uma gotícula microscópica, que, devido a uma série de processos físicos, cresce até precipi- tar-se como chuva. Na floresta Amazônica, a principal fonte natural de NCN é a própria vegetação. As chuvas de nuvens baixas, na estação chuvosa, devolvem os NCNs, aerossóis, à superfície, praticamente no mesmo lu- gar em que foram gerados pela floresta. As nuvens altas são carregadas por ventos mais intensos, de altitude, e viajam centenas de quilômetros de seu lo- cal de origem, exportando as partículas contidas no interior das gotas de chuva. Na Amazônia, cuja taxa de precipitação é uma das mais altas do mundo, o ciclo de evaporação e preci- pitação natural é altamente eficiente. Com a chegada, em larga escala, dos seres huma- nos à Amazônia, ao longo dos últimos 30 anos, parte dos ciclos naturais está sendo alterada. As emissões de poluentes atmosféricos pelas queima- das, na época da seca, modificam as características físicas e químicas da atmosfera amazônica, provo- cando o seu aquecimento, com modificação do perfil natural da variação da temperatura com a altura, o que torna mais difícil a formação de nuvens. Paulo Artaxo et al. O mecanismo da floresta para fazer chover. In: Scientific American Brasil, ano 1, n.º 11, abr./2003, p. 38-45 (com adaptações). Na Amazônia, o ciclo hidrológico depende funda- mentalmente: a) da produção de CO2 oriundo da respiração das árvores. b) da evaporação, da transpiração e da liberação de aerossóis que atuam como NCNs. c) das queimadas, que produzem gotículas micros- cópicas de água, as quais crescem até se precipita- rem como chuva. d) das nuvens de maior altitude, que trazem para a floresta NCNs produzidos a centenas de quilôme- tros de seu local de origem. e) da intervenção humana, mediante ações que mo- dificam as características físicas e químicas da at- mosfera da região. 2. (ENEM) Na região semiárida do Nordeste brasi- leiro, mesmo nos anos mais secos, chove pelo me- nos 200 mil metros por ano. Durante a seca, muitas pessoas, em geral as mães de família, têm de cami- nhar várias horas em busca de água, utilizando açu- des compartilhados com animais e frequentemente contaminados. Sem tratamento, essa água é fonte de diarreias, parasitas intestinais, e uma das respon- sáveis pela elevada mortalidade infantil da região. Os açudes secam com frequência, tornando neces- sário o abastecimento das populações por carros- pipa, uma alternativa cara e que não traz solução definitiva ao abastecimento de água. OSAVA, M. Chuva de beber Cisternas para 50 mil famílias. Revista Eco21 n. 96 novembro 2004 (adaptado). Considerando o texto, a proposta mais eficaz para reduzir os impactos da falta de água na região seria a) subsidiar a venda de água mineral nos estabele- cimentos comerciais. b) distribuir gratuitamente remédios contra parasi- tas e outras moléstias intestinais. c) desenvolver carros-pipa maiores e mais econô- micos, de forma a baratear o custo da água trans- portada. d) captar água da chuva em cisternas, permitindo seu adequado tratamento e armazenamento para consumo. e) promover a migração das famílias mais necessi- tadas para as regiões Sudeste e Sul, onde as chu- vas são abundantes. 3. (UEA) Observe o esquema. Sobre o esquema, foram feitas as seguintes afirma- ções: 23 Ecologia Capítulo 3 I. O material orgânico presente nos tecidos vegetais é proveniente da atmosfera. II. O processo indicado em 1 ocorre preferen- cialmente durante a noite, e corresponde à respira- ção. III. O processo indicado em 2 corresponde à li- beração de energia dissipada na respiração dos animais. IV. O processo indicado em 3 é realizado por bactérias e fungos, logo, são imprescindíveis para a reciclagem da matéria. V. A principal contribuição dos países desen- volvidos para a intensificação do efeito estufa está indicado no processo 4. Está correto o contido em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e IV, apenas. d) I, IV e V, apenas. e) I, II, III, IV e V. 4. (PUC) Em 1953, foi evidenciada no Japão, uma doença denominada "Mal de Minamata", em que as pessoas afetadas apresentavam distúrbios de vi- são, audição e coordenação. Resíduos com mercúrio foram despejados nas águas da baia de Minamata. O mercúrio foi absor- vido pelo plâncton que servia de alimento para mo- luscos e para certos peixes. Por sua vez, os molus- cos eram predados por outros grupos de peixes e os peixes representavam a dieta básica das pes- soas da região. Sabendo-se que o mercúrio tem efeito cumulativo, espera-se encontrar a) maior concentração dessa substância no ho- mem e menor concentração no plâncton. b) maior concentração dessa substância no plânc- ton e menor concentração no homem. c) maior concentração dessa substância no plânc- ton e menor concentração nos peixes e nos molus- cos. d) a mesma concentração dessa substância no plâncton, nos moluscos e nos peixes e uma maior concentração no homem. e) a mesma concentração dessa substância em to- dos os elos da teia alimentar descrita. 5. (FGV) A afirmação correta é: a) Ecossistemas saudáveis são aqueles onde os humanos têm intervindo para assegurar que sejam aceitáveis à maioria. b) A introdução de espécies vegetais não-nativasé benéfica à saúde do ecossistema. c) As espécies no topo da cadeia alimentar fre- quentemente contêm concentrações mais altas de substâncias tóxicas do que aquelas na base dessa cadeia. d) Bioconcentração e biomagnificação são sinôni- mos. e) Uma vez destruído, um ecossistema não pode ser recuperado. 6. lhas mortas, casca de frutas, restos de alimentos quando queimados liberam gases poluentes. [...] Use este material para fazer um fertilizante natural. Consiga um latão, perfure-o nas laterais e vá inter- terra. Coloque em local arejado e mantenha sem- pre úmido, mas não demais. Em poucos meses, o material ficará uniforme, escuro, com cheiro de boa (informação na Internet: www.meioambi- ente.org.br/conversa.htm; Jornal Urtiga, Associa- ção Ituana de Proteção Ambiental, Itu.) a) Que pro- cesso transforma o lixo em adubo? Explique em que consiste esse processo, indicando os organis- mos envolvidos. b) Cite dois produtos desse processo presentes no fertilizante, que são utilizados como fonte de ma- cronutrientes pelas plantas. 7. (Fuvest- SP) Após alguns meses de monitora- mento de uma região de floresta temperada (de ju- lho a dezembro de 1965), a vegetação de uma área foi derrubada e impediu-se o crescimento de novas plantas.Tanto a área de floresta intacta quanto a área desmatada continuaram a ser monitoradas durante os dois anos e meio seguintes (de janeiro de 1966 a junho de 1968). O gráfico a seguir mos- tra as concentrações de nitratos presentes nas águas de chuva drenadas das duas áreas para cór- regos próximos. a) Se, em 1968, a vegetação da área intacta ti- vesse sido removida e ambas as áreas tivessem sido imediatamente usadas para cultivo de cereais, era de se esperar que houvesse maior produtivi- dade de grãos em uma delas? Por quê? b) Qual elemento químico do nitrato é fundamental para a manutenção de um ecossistema? Por quê? 8. (Fuvest) O esquema representa o ciclo do ele- mento nitrogênio. a) Explique de que maneira os animais obtêm ni- trogênio para a fabricação de suas substâncias or- gânicas. b) Em quais dos processos indicados por letras (A, B, C, D e E) participam bactérias? c) Qual a importância do processo E para a conti- nuidade da vida? 9. (Fuvest )A figura abaixo mostra alguns dos inte- grantes do ciclo do carbono e suas relações. a) Complete a figura acima, indicando com setas os sentidos das linhas numeradas, de modo a re- presentar a transferência de carbono entre os inte- grantes do ciclo. b) Indique o(s) número(s) da(s) linha(s) cuja(s) seta(s) representa(m) a transferência de carbono na forma de molécula orgânica. 10. (ENEM) A aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados na agricultura pode acarretar altera- ções no solo e na água pelo acúmulo de compostos nitrogenados, principalmente a forma mais oxi- dada, favorecendo a proliferação de algas e plan- tas aquáticas e alterando o ciclo do nitrogênio, re- presentado no esquema. A espécie nitrogenada mais oxidada tem sua quantidade controlada por ação de microrganismos que promovem a reação de redução dessa espécie, no processo denomi- nado desnitrificação. O processo citado está representado na etapa: a) I. b) II. c) III. d) IV. e) V. 25 Ecologia Capítulo 3 11. (ENEM) Os seres vivos mantêm constantes tro- cas de matéria com o ambiente mediante proces- sos conhecidos como ciclos biogeoquímicos. O es- quema representa um dos ciclos que ocorrem nos ecossistemas. O esquema apresentado corresponde ao ciclo bio- geoquímico do(a) A) água. B) fósforo. C) enxofre. D) carbono. E) nitrogênio. 12. Ao percorrer o trajeto de uma cadeia alimentar, o carbono, elemento essencial e majori- tário da matéria orgânica que compõe os indiví- duos, ora se encontra em sua forma inorgânica, ora se encontra em sua forma orgânica. Em uma ca- deia alimentar composta por fitoplâncton, zoo- plâncton, moluscos, crustáceos e peixes ocorre a transição desse elemento da forma inorgânica para a orgânica. Em qual grupo de organismos ocorre essa transi- ção? a) Fitoplâncton. b) Zooplâncton. c) Moluscos. d) Crustáceos. e) Peixes. CAPÍTULO 4 - INTERAÇÕES ECOLÓGICAS Interações entre os seres vivos Os seres vivos de um ecossistema intera- gem entre si, e, para podermos estudar essas inte- rações, iremos agrupá-las conforme alguns crité- rios. Podemos classificar as interações de acordo com os indivíduos que as compõem, verificando se eles são da mesma espécie ou não, ou ainda po- demos classificar de acordo com a vantagem ou o prejuízo que a interação traz aos indivíduos envol- vidos. Interações que ocorrem entre indivíduos de uma mesma população, ou seja, entre indivíduos da mesma espécie, recebem o nome de intraes- pecífica. Já interações que ocorrem entre indiví- duos de populações distintas, ou seja, de espécies diferentes, recebem o nome de interespecífica. Se uma interação não trouxer prejuízo aos envolvidos e trouxer vantagem ao menos a um de- les, chamamos de uma interação harmônica, ou positiva. No caso da interação trazer prejuízo ao menos a um dos indivíduos envolvidos, chamamos de uma interação desarmônica, ou negativa. Utili- zamos o sinal de (+) para relações harmônicas e o sinal de (-) para as relações desarmônicas. Vejamos quais são essas relações e em quais categorias elas se enquadram. Mutualismo O mutualismo é uma associação em que am- bos os indivíduos se beneficiam. Essa associação pode ser obrigatória para a sobrevivência dos indi- víduos ou não, e nesse último caso pode receber o nome de protocooperação. Exemplos dessa interação são os liquens, que se constituem de uma associação entre algas e fungos. A partir da fotossíntese, a alga produz ma- téria orgânica, que serve de alimento ao fungo. Por sua vez, o fungo retêm umidade e sais e fornece à alga certa proteção. Isso permite que os liquens ha- bitem locais em que nem as algas e nem os fungos, isoladamente, sobreviveriam. Vimos uma relação de mutualismo quando es- tudamos o ciclo do nitrogênio, entre as bactérias fi- xadoras de nitrogênio e as raízes de leguminosas. As bactérias fixam o nitrogênio atmosférico, permi- tindo que a planta o utilize na síntese de suas bio- moléculas, enquanto a planta fornece alimento e abrigo às bactérias. Outro exemplo de mutualismo é o do caran- guejo paguro e anêmona. O paguro vive dentro de conchas de moluscos vazias, que ele carrega ao se locomover, e, frequentemente, anêmonas se fixam do lado externo dessas conchas, sendo carregadas também. Devido à anêmona produzir substâncias urticantes, confere certa proteção ao paguro afu- gentando predadores, enquanto é beneficiada por aumentar sua área de alimentação enquanto é transportada pelo paguro. Essa associação não é obrigatória, como as duas anteriores, mas traz be- nefícios a ambos. Líquem no tronco de uma árvore. Caranguejo paguro com anêmona. Comensalismo Nessa interação, um dos participantes é bene- ficiado enquanto o outro é neutro, sem obter vanta- gem ou prejuízo. Um exemplo de comensalismo é o caso das rêmoras, que são peixes que se fixam à superfície ventral de tubarões por uma ventosa que têm na cabeça. Elas obtêm transporte e se ali- mentam de restos de alimentos do tubarão, en- quanto os tubarões às toleram. Um tipo de comensalismo entre plantas que re- cebe um nome específico é o epifitismo 27 Ecologia Capítulo 4 seja, são plantas que vivem uma sobre a outra. As epífitas usam as árvores apenas como suporte, sem causar prejuízo, pois não são parasitas, po- dendo receber raios de sol que não receberiam se estivessem mais baixas. Exemplos de epífitas são as bromélias e as orquídeas. Orquídea, uma planta epífita, sobre um tronco. Rêmoras presas a um tubarão. Colônias São associações entre indivíduos de uma mesma espécie, que permanecem ligados en- tre si, podendo ou não apresentar uma divisão de trabalhos. São exemplosdisso as caravelas, colônias de cnidários (águas vivas). Cada cara- vela é uma colônia com indivíduos reproduto- res, alimentadores e protetores. Os protetores são os tentáculos da colônia, cotendo células que produzem substância urticante. O flutuador (bolsa que fica acima do nível da água) é tam- bém um indivíduo cheio de gás que arrasta os outros indivíduos. Caravela com um peixe preso a seus tentáculos ur- ticantes. Sociedades Uma sociedade é um grupo de indivíduos da mesma espécie, não ligados, que se organizam de modo cooperativo, com divisão de trabalho, e que trocam estímulos sensíveis. São exemplos uma so- ciedade de formigas ou uma sociedade de cupins. Competição Em uma competição, indivíduos competem por um mesmo recurso que está em escassez no ecos- sistema em que vivem. Se o recurso for abundante, não faz sentido pensar em competição, uma vez que todos os indivíduos podem obtê-lo. Um recurso pode ser abiótico (comida, espaço físico) ou biótico (fêmeas para acasalamento). A competição pode ser entre indivíduos de uma mesma espécie, intraespecífica, ou entre indiví- duos de espécies diferentes. Qualquer tipo de com- petição serve como um regulador do tamanho das populações. Predação A predação estabelece relação entre um indiví- duo que é a presa, o qual tem prejuízo, e outro que é o predador, o qual tem vantagem. O predador mata a presa para se alimentar. É possível representar graficamente uma rela- ção de predação, como é mostrado a seguir. Note que as curvas mostrando o número de lebres, que é a presa, são sempre maiores do que as curvas mostrando o número de linces, que é o predador. Isso faz sentido, pois a lebre ocupa um nível trófico mais baixo do que o lince, e, como vimos nas pirâ- mides ecológicas, níveis tróficos mais baixos ten- dem a ter mais biomassa e ser mais numerosos. Outro dado interessante é que a curva dos linces sempre tem um pico mais tardio do que as curvas das lebres, uma vez que o aumento do número de predadores depende do aumento de número de presas. Por sua vez, o aumento do número de lin- ces, os predadores, faz decair o número de lebres, as presas. Dessa forma, as populações sofrem flu- tuação e são reguladas por essa interação. Gráfico de flutuação da população de linces (predador) e lebres (presas). Parasitismo Ao contrário do que ocorre na predação, geral- mente no parasitismo o parasita não mata o hospe- deiro, apesar de se alimentar dele. Os parasitas costumam ser específicos aos seus hospedeiros e também ocorre regulação entre as populações en- volvidas. Podem ser ectoparasitas, os quais ata- cam órgãos externos dos seus hospedeiros, como os piolhos, ou endoparasitas, os quais vivem no in- terior dos hospedeiros, como as lombrigas. Amensalismo Nessa interação, uma espécie inibi- dora impede o crescimento de outra, cha- mada amensal. Um exemplo é o caso da penicilina (utilizada como antibiótico) produ- zida por fungos e que inibe o crescimento de bactérias. Placa de Petri com fungos (círculo) inibindo o cresci- mento de colônia de bactérias (zigue-zague). 29 Ecologia Capítulo 4 Fonte: CÉSAR DA SILVA JÚNIOR, SEZAR SASSON & NEL- SON CALDINI JÚNIOR. Biologia - Volume Único. 5ª Edição. Editora: Saraiva. 2011. Tabela com os tipos de interações e suas classificações. LISTA DE EXERCÍCIOS 4 1. (Unifesp) Os cupins que se alimentam da ma- deira das casas, na verdade, não são capazes de digerir a celulose. Para isso, contam com a ação de protozoários que vivem em seu aparelho digestó- rio, que também se alimentam do material ingerido pelos cupins. Considerando a relação existente en- tre ambos e seu nível trófico, podemos afirmar que: 2. (UFPR) Bromélias, orquídeas e ervas-de-passa- rinho são plantas que habitam as árvores. As pri- meiras (bromélias e orquídeas) são plantas que de fato apenas habitam as árvores, não retirando do hospedeiro recurso algum, tais como água e nutri- entes minerais ou orgânicos. As últimas (ervas-de- passarinho), no entanto, são plantas que fazem fo- tossíntese, mas retiram, através de suas raízes, água e nutrientes minerais do seu hospedeiro. So- bre esses dois exemplos de relações entre organis- mos, é correto afirmar: (01) Ambos os casos tratam de relações ecológicas inter-específicas, já que as partes envolvidas per- tencem a espécies diferentes. (02) Duas espécies de plantas não são capazes de estabelecer uma relação ecológica, tendo em vista que plantas não se deslocam e, portanto, não inte- ragem. Relações ecológicas ocorrem sempre en- tre animais ou entre animais e plantas. (04) As bromélias e as orquídeas são plantas epífi- tas e utilizam o hospedeiro apenas como suporte. Dessa forma, elas não causam dano ao hospe- deiro, à exceção de possíveis quebras devido ao seu peso, quando presentes em grande quanti- dade. (08) As ervas-de-passarinho são plantas parasitas, explorando recursos retirados do hospedeiro. Dessa forma, elas causam dano ao hospedeiro, já que este perderá recursos importantes que pode- riam ser utilizados para o seu crescimento ou re- produção. (16) A relação das bromélias e orquídeas com seu hospedeiro é do tipo "mutualismo", visto que am- bas as partes (epífitas e hospedeiro) beneficiam-se dessa relação. (32) As relações ecológicas têm uma importância muito grande na manutenção da biodiversidade. Ambientes com representantes que interagem atra- vés de relações ecológicas complexas têm mais ni- chos a serem explorados e, portanto, maior riqueza de espécies. 3. (ENEM) O controle biológico, técnica empregada no combate a espécies que causam danos e preju- ízos aos seres humanos, é utilizado no combate à lagarta que se alimenta de folhas de algodoeiro. Al- gumas espécies de borboleta depositam seus ovos nessa cultura. A microvespa Trichogramma sp. in- troduz seus ovos nos ovos de outros insetos, inclu- indo os das borboletas em questão. Os embriões da vespa se alimentam do conteúdo desses ovos e impedem que as larvas de borboleta se desenvol- vam. Assim, é possível reduzir a densidade popu- lacional das borboletas até níveis que não prejudi- quem a cultura. A técnica de controle biológico realizado pela mi- crovespa Trichogramma sp. consiste na: a) introdução de um parasita no ambiente da espécie que se deseja combater. b) introdução de um gene letal nas borboletas, a fim de diminuir o número de indivíduos. c) competição entre a borboleta e a micro- vespa para a obtenção de recursos. d) modificação do ambiente para selecionar in- divíduos melhor adaptados. e) aplicação de inseticidas a fim de diminuir o número de indivíduos que se deseja combater. 31 Ecologia Capítulo 4 4. (Fuvest) Que tipo de interação biológica pode ser representada pelo gráfico? a) Predação b) Protocooperação c) Inquilinismo d) Mutualismo 5. (FUVEST) O gráfico a seguir representa o cres- cimento de uma população de herbívoros e da po- pulação de seus predadores: a) Pela análise do gráfico, como se explica o ele- vado número de predadores nos pontos I, II e III? Justifique sua resposta. b) Se, a partir de 1935, os predadores tivessem sido retirados da região, o que se esperaria que acontecesse com a população de herbívoros? Jus- tifique sua resposta. 6. (Fuvest) As mariposas da espécie Diataea sac- charalis colocam seus ovos na parte inferior de fo- lhas de cana-de-açúcar. Esses ovos desenvolvem- se em larvas que penetram no caule e se alimen- tam do parênquima ali presente. As galerias feitas por essas larvas servem de porta de entrada para fungos da espécie Colleotrichum falcatum. Esses fungos alimentam-se da sacarose armazenada no caule. As usinas de açúcar e álcool combatem as mariposas, liberando pequenas ves- pas (Cofesia flavipes), cujos ovos são depositados sobre as larvas das mariposas. Quando os ovos eclodem, as larvas da vespa passam a se alimentar das larvas da mariposa.a) Com base nas informações contidas no texto acima, indique os organismos que ocupam os se- guintes níveis tróficos: a1) produtor; a2) consumidor primário; a3) consumidor secundário. b) Dentre as interações descritas nesse texto, indique uma que você classificaria como parasi- tismo, justificando sua resposta. 7. (Unicamp) A distribuição de uma espécie em uma determinada área pode ser limitada por dife- rentes fatores bióticos e abióticos. Para testar a in- fluência de interações bióticas na distribuição de uma espécie de alga, um pesquisador observou a área ocupada por ela na presença e na ausência de mexilhões e/ou ouriços-do-mar. Os resultados do experimento estão representados no gráfico abaixo: a) Que tipo de interação biótica ocorreu no ex- perimento? Que conclusão pode ser extraída do gráfico quando se analisam as curvas B e C? b) Cite outros dois fatores bióticos que podem ser considerados como limitadores para a distribui- ção de espécies. 8. (UFRJ) Na China, os pulgões da espécie Toxop Toxoptera aurantii causam grandes prejuízos às plantações de Chá Preto (Camellia sinensis). O gráfico a seguir mostra os resultados de duas ex- periências, feitas em laboratório, nas quais foi me- dida a capacidade de as folhas de chá danificadas por pulgões e as folhas íntegras atraírem insetos carnívoros predadores; na experiência 1, os preda- dores usados foram joaninhas (Coccinella septem- punctata) e, na experiência 2, neurópteros (Chrysopa sinica) Explique como o fenômeno evidenciado pelas ex- periências contribui para a sobrevivência das plan- tas de chá. 9. (Vunesp) As curvas da figura representam, uma, a relação existente entre a probabilidade de encon- tro de uma planta jovem em diferentes distâncias a partir da árvore-mãe e, outra, a probabilidade de sobrevivência dessas plantas jovens. a) Que curva deve representar a probabilidade de sobrevivência das plantas jovens em relação à dis- tância da árvore-mãe? Cite duas relações interes- pecíficas que podem ser responsáveis pela tendên- cia observada nessa curva. b) Cite um exemplo de mutualismo entre a árvore- mãe e animais que pode contribuir para o estabe- lecimento de plantas jovens em pontos distantes dessa árvore. 33 Ecologia Capítulo 4 10. (UERJ) Os gráficos adiante apresentam as dis- tribuições de freqüência percentual dos indivíduos de duas espécies de moluscos fitófagos, em rela- ção ao comprimento de suas conchas, nas condi- ções de alopatria e de simpatria. Na simpatria, ao contrário da alopatria, as espécies ocupam o mesmo espaço geográfico. a) Identifique o tipo de interação existente entre as espécies que explica as diferenças observadas nos gráficos. Justifique sua resposta. b) Cite dois fatores relacionados ao nicho ecológico que permitem, às duas espécies mencionadas, permanecer em simpatria. 11.(Fuvest) Num determinado lago, a quantidade dos organismos do fitoplâncton é controlada por um crustáceo do gênero Artemia, presente no zoo- plâncton. Graças a esse equilíbrio, a água perma- nece transparente. Depois de um ano muito chu- voso, a salinidade do lago diminuiu, o que permitiu o crescimento do número de insetos do gênero Tri- chocorixa, predadores de Artemia. A transparência da água do lago diminuiu. Considere as afirma- ções: I. A predação provocou o aumento da população dos produtores. II. A predação provocou a diminuição da população dos consumidores secundários. III. A predação provocou a diminuição da popula- ção dos consumidores primários. Está correto o que se afirma apenas em a) I. b) II. c) III. d) I e III. e) II e III. Existem bactérias que inibem o cresci- mento de um fungo causador de doenças no toma- teiro, por consumirem o ferro disponível no meio. As bactérias também fazem fixação de nitrogênio, disponibilizam cálcio e auxinas, substâncias que estimulam diretamente o crescimento do tomateiro. PELZER, G. Q. et al. Mecanismos de controle da murcha-de-esclerócio e promoção de crescimento em tomateiro mediados por rizobactérias. Tropical PlantPathology, v. 36, n. 2, mar.-abr. 2011 (adap- tado). Qual dos processos biológicos mencionados indica uma relação ecológica de competição? a) Fixação de nitrogênio para o tomateiro. b) Disponibilização de cálcio para o tomateiro c) Diminuição da quantidade de ferro disponível para o fungo. d) Liberação de substâncias que inibem o cresci- mento do fungo. e) Liberação de auxinas que estimulam o cresci- mento do tomateiro. 34 Citologia e Genética Capítulo 1 Professora Beatriz Folchini 36 CAPITULO 1 CITOLOGIA COMPARADA: PROCARIONTES X EUCARIONTES A vida é um fenômeno celular O biofísico norte-americano Harold Mo- rowitz (1927 - 2016) enfatizou que, no meio aquoso em que surgiu a vida, era necessária uma barreira não-aquosa para separar a vida da não vida (figura 1). Era necessária uma entidade mínima contida em uma membrana que a separava do meio ex- terno, formando uma individualidade interna que poderia vir a ser chamada de vida. A célula é então formada e delimitada por uma membrana celular comum a todos os seres vivos autopoéticos, e é necessária que esteja intacta nos mesmos seres. É uma precondição de metabolismo, que discutire- mos inteiramente no capítulo. Figura 1 Primeiras barreiras delimitadoras dos possíveis primeiros seres vivos Seres autopoéticos são aqueles que se repro- duzem e formam novos seres vivos por conta própria, ou seja, são seres que geram novas vi- das a partir deles, que também são seres vivos. Metabolismo são todos os processos de cons- trução e destruição de moléculas com o intuito de fornecer energia e matérias para a manuten- ção, crescimento e proliferação celular e, em úl- tima instância, dos seres vivos. O que é uma célula De modo mais direto, podemos definir as descobertas a partir do surgimento de aparelhos capazes de ampliar imagens de pequenos objetos centenas de vezes: os microscópios. Acredita-se que o microscópio tenha sido inventado em 1591 por Hans Janssen e seu filho Zacharias, dois ho- landeses fabricantes de óculos. Tudo indica, po- rém, que o primeiro a fazer uso do mesmo, de modo sistemático com materiais biológicos, foi ou- tro holandês, Antonie van Leeuwenhoek (1632 1723) Leeuwenhoek, a partir dos microscópios, pôde observar embriões de plantas, glóbulos ver- melhos de sangue e espermatozóides de sêmem de animais. Além disso pode observar microorga- nismos. Influenciado por ele, o inglês Robert Hooke (1635 1703) aprimorou a tecnologia microscópica e observou fatias finas de cortiça, que nada mais são do que pedaços finos da casca de árvores (fi- gura 2). Constatou que essas fatias eram constitu- ídas de caixinhas microscópicas vazias, as quais ele chamou de , termo em inglês que significa cela ou cavidade, dando origem, mais tarde, ao termo célula. A partir daí, observou-se outros tecidos da planta, constatando-se que existiam as mesmas caixinhas, só que agora preenchidas por líquidos que se movimentavam (figura 3). Posteriormente, descobriu-se que as células da cortiça são mortas, e portanto vazias de conteúdo, enquanto que as células mais internas são vivas, e portanto preen- chidas por líquidos e outros componentes. 37 Citologia e Genética Capítulo 1 FIGURA 2 mortas e, portanto, ocas FIGURA 3 Células vegetais vivas e preenchidas com líquido Novos estudos mostraram que outros gru- pos de seres vivos, como animais, fungos e algas, também eram constituídos por tipos celulares, só que com algumas pequenas diferenças que foram sendo traçadas ao longo do tempo, principalmente com o aprimoramento contínuo dos microscópios. Em 1833, o botânico escocês Robert Brown (1773 1858) descobriu que a maioria das células, tanto animais quanto vegetais, apresentavam uma estrutura ovóide ou esférica em seu interior, a qual ele deu o nome de núcleo.Outras observações de- ram conta da existência de uma fina película deli- mitando as células, a qual é hoje denominada como membrana plasmática (a mesma estrutura imaginada por Morowitz). No caso mais específicos das células vegetais, há ainda uma parede celular, que é um envoltório externo a membrana plasmá- tica e confere mais rigidez a células de plantas. Com o tempo, novas pequenas estruturas intracelulares (no interior das células) foram desco- bertas e estudadas: as organelas. Mitocôndias, clo- roplastos, centríolos, retículos endoplasmáticos ru- gosos e lisos, complexos de golgi, ribossomos, en- tre outros, permitiram concluir que cada células apresenta seu próprio aparato interno para a reali- zação de tarefas específicas, como respiração, di- visão celular, síntese, transporte e armazenamento de substância. A Teoria Celular O botânico alemão Mathias Schleiden (1804 1881) e o zoólogo também alemão Theo- dor Schwann (1810 1882) solidificaram ainda mais a ideia de que todos os seres vivos são constituídos por células, Essa teoria pode ser planificada de modo sucinto em três premissas: A Todos os seres vivos são formados por células e por estruturas que elas produzem; as células são, portanto, as unidades morfológicas (relacionadas a forma) dos seres vivos B As atividades essenciais que caracterizam a vida ocorrem no interior das células; estas são, por- tanto, as unidades funcionais ou fisiológicas dos seres vivos. C Novas células formam-se apenas pela repro- dução de células preexistentes, por meio de um processo denominado de divisão celular. O grande divisor celular Considerando que o primeiro ser vivo deve- ria ter características semelhantes as bactérias atu- ais. Entre outras características, uma delas bem evidenciada é a existência de um material genético disperso no interior celular sem uma proteção ex- tra. Ou seja, o DNA bacteriano é disperso no líquido intracelular, que denominados de citoplasma (ou hialoplasma, para ser mais preciso). Se imagina- mos que TODAS as informações necessárias para o funcionamento de um ser vivo e sua reprodução estão presentes nessa molécula, vemos de forma 38 clara sua importância. Assim, dependendo do grau, qualquer estrutura danificada no organismos pode ser regenerada pelo fato de que a informação para sua regeneração está contida no DNA celular. Con- sequentemente, quanto maior a proteção desse DNA, melhor, o que nos dá a entender a fragilidade do DNA bacteriano, relativamente exposto (embora esses seres apresentem também uma parede ce- lular específica ao redor da mesma membrana plasmática). Essa proteção extra e interna a célula do material genético foi outro evento evolutivo im- portante que ocorreu no curso da história. Teorias dão conta de que, há cerca de dois bilhões de anos, um novo tipo celular apareceu a partir de interações bacterianas. A alimentação bacteriana (e de muitos seres atuais, como amebas figura 4) se dá, também, através do engloba- mento de partículas através da membrana plasmá- tica, processo denominado como fagocitose. Nesse processo, a estrutura englobada é digerida (quebrada) no interior celular, formando pedaços minúsculos que a bactéria utiliza para a formação de novas estruturas para ela própria ou para a pro- dução de energia, necessária para a efetuação dos processos vitais do ser unicelular. Figura 4 Processo de fagocitose amebiano No entanto, no momento citado há dois bi- lhões de anos, provavelmente alguma coisa deu er- rado. Uma fagocitose de uma bactérias sobre ou- tra, que deveria ser finalizada tragicamente para a bactérias menor que seria digerida, não ocorreu. No meio do processo, depois de ter sido englo- bada, por algum erro, algum acaso, tal bactéria não foi digerida. Permaneceu viva simbioticamente no interior o do seu, até então, algoz. um mútuo b A simbiose nada mais é do que um processo de interação muito próxima entre dois ou mais se- res vivos na qual há um mútuo benefício para ambos. Essa interação, ao longo do tempo, resultou em células nucleadas, nas quais o material gené- tico (DNA) está contido no interior de uma segunda membrana protetora, conferindo um benefício evo- lutivo a seus portadores. Ou seja, por mais inacreditável que possa parecer, uma explicação muito plausível para o sur- gimento do núcleo é uma digestão não completada que beneficiou ambos os seres, que ganharam pro- teção mútua. Como o astrofísico, cientista e divul- gador científico norte americano Carl Sagan (1934- mente extraordinários para termos que buscar ex- Esse tipo de vida celular, com a presença do núcleo, formou um grupo de seres denominados protoctistas (no qual atualmente classificamos as algas e os protozoários) os quais, ao longo da evo- lução, deram origem a nós humanos e nossas cé- lulas, bem como as células vegetais e de fungos. ivos denominados Os 5 reinos de seres vivos denominados atual- mente: bactérias (Reino Monera); protozoários e algas (Reino Protoctista); fungos (Reino Fungi); plantas (Reino Plantae) e animais (Reino Animallia). Essa divisão quanto a organização celular fez com que dois grupos fossem criados, aqueles com núcleo celular, no qual há uma membrana in- terna na célula envolvendo o DNA (portanto, mais seguro), e aquele sem a membrana interna, no qual o DNA se encontra disperso no meio intratracelular (portanto, menos seguro). A membrana nuclear de- nominada carioteca foi responsável pelos nomes provenientes daí: seres procariontes e seres euca- riontes (figura 5). 39 Citologia e Genética Capítulo 1 Procariontes, originado do latim pro primi- tivo e carionte carioteca, são os seres desprovi- dos do envoltório nuclear, portanto, as bactérias. Eucariontes, também do latim eu bom/perfeito e carionte carioteca, é composto pelos seres que apresentam a membrana nuclear envolvendo o DNA, portanto, os animais, plantas, fungos, algas e protozoários (lembrando que protozoários e algas constituem um único grupo, os protoctistas) Conclusão Vimos então como se descobriu e se definiu as unidades básicas da vida, utilizando-se de tecnologias de lentes que viriam a dar origem aos primeiros microscópios. Passamos rapidamente por cima sobre como uma célula é constituída internamente e tam- bém delimitada. Tais estrutuas serão bem estuda- das nos capítulos 2 e 3, quando falaremos sobre membrana plasmática e organelas citoplasmáticas. Por fim, vimos a importância de um evento simbiótico quase mágico e inimaginável, a endos- simbiose (simbiose interna) entre duas células bac- terianas como a explicação para o surgimento do núcleo, estrutura presente em eucariontes delimi- tadora do DNA celular nesse grupo via carioteca (em contraposição aos procariontes bactérias sem carioteca). Figura 5 Célula procariótica (sem núcleo definido) x célula eucariótica (com núcleo definido) 40 Exercícios 1. Qual a importância de se separar o meio interno celular do meio externo? 2. Qual a explicação para o fato de que as células mais externas das plantas (cortiça) são vazias em conteúdo, mas as células mais internas são preen- chidas? 3. Quais as bases da teoria celular? 4. Como podemos diferenciar os dois grandes gru- pos de seres vivos a partir do núcleo? 5. (Vunesp) Os procariontes diferenciam-se dos eucariontes porque os primeiros, entre outras características: a) não possuem material genético. b) possuem material genético como os eucariontes, mas são anucleados. c) possuem núcleo, mas o material genético encontra-se disperso no citoplasma. d) possuem material genético disperso no núcleo, mas não em estruturas organizadas denominadas cromossomos. e) possuem núcleo e material genético organizado nos cromossomos. 6. (Unifor) A Teoria celular, proposta por Schleiden e Schwann, afirmava que a) toda célula provém de uma célula pré-existente. b) todas
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