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Ética Geral e Profissional - UNIDADE 1

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FACULDADE VIDAL 
Diretoria Geral 
Débora Vidal Freitas Leitão 
Diretoria Administrativa – Financeira 
Leonardo Vidal Freitas 
Diretoria Acadêmica 
Priscila Gomes de Araújo Vidal Freitas 
Secretaria Geral 
Maria Nilda Moura Lima 
Bibliotecária 
Mônica Heyla Amorim Chaves 
 
FICHA TÉCNICA 
Autoria 
Prof. Leonardo José Peixoto Leal 
Coordenadoria do Núcleo de Educação à Distância - NEAD 
Prof. Me. Marcos Wender Santiago Marinho 
Revisão Textual 
José de Assis Reges Júnior
Projeto Gráfico e Diagramação 
Bruno de Castro e Silva Borges
Capa e Ilustração
Bruno de Castro e Silva Borges
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Bibliotecária: Mônica Heyla Amorim Chaves – CRB 3/978 
 
L435e Leal, Leonardo José Peixoto 
Ética geral e profissional : unidade I / Leonardo 
José Peixoto Leal. – 1. ed. – Limoeiro do Norte: 
Faculdade Vidal, 2023. 
13p. 
 
 
1. Ética. 2. Moral. 3. Faculdade Vidal. I. Título. 
 
CDD 174 
 
APRESENTAÇÃO UNIDADE 1 
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL
A unidade I tratará da ética no mundo contemporâneo, dando 
destaque à liberdade, consciência e responsabilidade da conduta 
dos operadores do direito no exercício profissional. 
A ética traduz a ideia de comportamento ideal, código de 
conduta, conjunto de princípios que regem as atitudes entre 
homens (GARCIA, 2022), essencial para convivência harmônica 
da vida em sociedade. 
Professora: Graciela Braz
SUMÁRIO
1. Ética Geral e Profissional --------------------------- 4
1. Introdução --------------------------------------- 4
2. A História da Ética ------------------------------- 4
3. A Ética no Mundo Conteporâneo ------------------- 5
4. Conceito de Ética ------------------------------- 7
4.1 Aspectos sobre a “Ética” e a “Moral” --------------- 9
5. Liberdade, Consciência e Responsabilidade
da Conduta Ética ---------------------------------- 11
6. Referêcias -------- ----------------------------- 13
4UNIDADE 1 - ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL
1. Introdução
A ética é pensada segundo os padrões da lei. Como faz a lei, a ética esforça-se 
para definir as ações adequadas e inadequadas nos casos concretos em que se aplicam. 
“Age como pressuposto de que em cada situação de vida pode-se e deve-se decretar uma 
escolha como boa em oposições a numerosas outras, e assim agir em todas as situações 
pode ser racional, visto que os agentes são racionais como devem ser”. (BAUMAN, 1997) 
2. A História da Ética
Ao longo da história, os filósofos elaboraram diversos modelos éticos em 
razão disso, a palavra ética é usada para se referir a esses modelos. Logo, fala-se em ética 
dos antigos, ética socrática, ética aristotélica, ética estoica, ética cristã, ética utilitária, 
ética kantiana, ética protestante, etc. A ética como disciplina estuda os paradigmas ou 
modelos elaborados ao longo da história e ainda não foram superados. (GARCIA, 2022)
A Grécia foi o berço de todo pensamento lógico afeto a civilização humana 
ocidental. Atenas foi cenário de noções preliminares da ética e de formas de vida em uma 
sociedade mais racional, humana e comprometida com o seu semelhante. Sucedeu-se 
uma construção de valores quanto a forma de agir e tomar decisões em sociedade, a fim 
de resolver conflitos e manter a ordem social e a dignidade do comportamento humano. 
(CRISÓSTOMO, 2018)
Foi na Idade Antiga que surgiu a fundamentação teórica com o objetivo de 
melhorar a convivência das pessoas e do modo de vida. Pensadores gregos passaram 
a questionar a relação do homem com o mundo, a concretude da linguagem e o 
pensamento ocidental. Dentre os filósofos que fizeram parte deste estudo estão: Sócrates, 
Platão, Aristóteles. (CRISÓSTOMO, 2018) 
No período helenista o grego entendia que o conceito de felicidade era ser 
livre. Com a noção de autarcia (autárkheia = capacidade de bastar-se a si mesmo, de não 
depender dos outros) o grego desfrutava de liberdade de escolhas do âmbito político, 
religioso e cosmopolita, aquele que se deslocava para qualquer parte do mundo. Nesse 
período, foram criadas quatro visões diferentes sobre a forma de viver o mundo grego: 
o cinismo, o ceticismo, epicurismo, estoicismo. Surgiram diversas teorias helenistas 
e rodas chegaram a conclusão de que a felicidade dependia da tranquilidade interior. 
(CRISÓSTOMO, 2018)
Na Idade Média, a partir do século IV, iniciou a expansão do Império Romano, 
o ceticismo perde espeço e se inicia um processo de institucionalização do cristianismo 
como religião oficial do Estado. A partir de então, a pólis (Aristóteles) ou universo (estoicos 
e epicuristas) deixam de ser protagonistas da referência moral e são substituídos pelos 
valores morais do cristianismo. (CRISÓSTOMO, 2018)
Entre séculos XVI e XVIII instala-se a ética moderna que marca a ruptura da Igreja 
Católica e retomada da autonomia moral do indivíduo, enfraquecido pelo movimento 
protestante e a Reforma com Lutero. Surgem novas relações capitalistas de produção, a 
ciência vai se desenvolvendo com grandes descobertas por cientistas como Copérnico, 
5Galileu e Isaac Newton. A busca da felicidade coletiva é ressignificada, novamente retoma 
o conceito grego de realização pessoal e plena do cidadão, retorno da teoria da ética e 
com a universalização e discursão de princípios de convivência em sociedade. Dentre os 
filósofos que fizeram parte deste estudo estão: Descartes, David Hume, Baruch, Thomas 
Hobbes, Immanuel Kant. (CRISÓSTOMO, 2018) 
3. A Ética no Mundo Contemporâneo 
Alessandro Crisóstomo suscita questionamentos acerca da ética na atualidade, 
se ela, de fato, existe ou apenas resiste às intempéries da história. O centro do estudo 
dos pensadores contemporâneos passou a ser a “crise do homem contemporâneo” 
baseada em contextos e acontecimentos da sociedade. Aconteceram revoluções na área 
das ciências biológicas como a origem das espécies de Darwin, física com Copérnico 
ou Einstein e sua teoria da relatividade, psicanalítica com a fundação da psicanálise de 
Sigmund Freud e nas contradições desses tempos modernos. (CRISÓSTOMO, 2018)
Em meados do século XIX, os pensadores começaram um processo criativo 
de inovação de teorias sobre a razão humana, indo de encontro a Kant que apregoava a 
moral formalista do dever e concentrando na universalização, num sujeito transcendental. 
Logo, indo na direção contrária dos gregos e da Idade Média que acreditavam que havia 
“um senso moral inato que geraria uma decisão de foro íntimo e espiritual”. Solidificou-
se uma crença de que a formação do caráter e personalidade dependeriam de suas 
tendências culturais, logo, aspectos socioculturais seriam a pedra fundamental para 
construção das relações humanas. (CRISÓSTOMO, 2018) 
Em meados do século XX, o entusiasmo dos pensadores, que estavam 
encantados com as ciências e descobertas, em crer que o saber científico e a tecnologia 
poderiam controlar a sociedade, foi mitigado pela sucessivas ocorrências de guerras, 
desastres e desumanidades. 
El Aouar apud Crisóstomo retrata essa situação em sai obra Aspectos da 
Filosofia Contemporânea:
As duas guerras mundiais, o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki, os campos de 
concentração nazistas, as guerras da Coréia, Vietnã, Oriente Médio, do Afeganistão, 
as invasões comunistas da Hungria e da Tchecoslováquia, as ditaduras sangrentas 
da América Latina, a devastação dos mares, florestas e terras, a poluição do ar, 
os perigos cancerígenos de alimentos e remédios, o aumento de distúrbios e 
sofrimentos mentais, entre outros acontecimentos.
Com a sequência de calamidades que ocorreram na ética contemporânea, os 
filósofos iniciaram um processo de repensar o comportamento humano em sociedade. 
Começaram a identificar as consequências negativas decorrentes das descobertas das 
ciências e das técnicas, uma vez que se encaminhava para sua própria destruição. Como 
representantes desse período têm-se: 
6Friedich Hegel: Herrero (2004) relata que o filósofoalemão, em plena Revolução 
Francesa, explana sobre a realização política e a liberdade plena do homem; ele 
traz o conceito universal de que o homem tem direitos políticos e de liberdade 
simplesmente pelo fato de ser humano, sem a necessidade de criar rótulos ou 
classificação (vale pelo que é e não por onde veio ou a que etnia pertence, traz 
o conceito de economia política). Ele aprofunda a relação homem – cultura – 
história, trazendo a ética para o centro das relações sociais. Ele acreditava que 
a harmonia entre os povos dependia da vontade subjetiva individual e objetiva 
cultural, sempre a coletividade como reprodutora do conceito, ou seja, o homem 
sendo um sujeito histórico e social não poderia ser analisado individualmente, 
tendo à frente sua vontade política (“uma ação eticamente boa é politicamente 
boa”), o que contribuiria para o aumento da justiça social. O ideal ético dele estava 
em viver num estado livre no qual a consciência moral e as leis do direito não 
estivessem separadas ou em contradição (SANTOS;TEIXEIRA;SOUZA,2017).
Nietzsche: filósofo formado pela Universidade de Bohn, na Alemanha, foi 
enorme influenciador da filosofia ocidental e da história intelectual. Ensaísta e 
crítico cultural, escrevia sobre moral, linguagem, estética, história, niilismo, poder, 
consciência e o real significado do homem na existência. Wilkerson escreve que 
para ser um humano exemplar é preciso elaborar a sua própria identidade por 
meio de autorrealização sem depender de algo transcendental como deus ou 
outra forma de crença que não a si mesmo. Ele apresenta quatro conceitos em 
suas afirmações de vida: a) revalorização de valores ou niilismo (‘a morte de Deus’, 
ou a crença em si mesmo, o nada existencial além de si); b) o exemplar humano 
(o Übermensch, que em inglês é traduzido como Superman: aquele indivíduo de 
espírito livre, filósofo do futuro, autocongratulatório de Nietzsche); c) vontade 
de potência (Willezur Macht, os sentimentos de poder a uma cosmologia) e d) 
recorrente eterna ou retorno eterno (solução para o enigma da temporalidade 
sem propósito). Para alguns, Nietzsche pode parecer extremamente depressivo, 
mas em suas teorias, como vontade e poder, ele aborda a expressão da vida, a 
exaltação da vida sem moral ou qualquer princípio organizador. Diferentemente, 
de outras, ele fala de si mesmo, de sua postura de super-homem que ama sabendo 
que é finito, pois só p tempo é infinito, e depois volta ao que era sem nenhuma lei 
que o comande, a não ser ele mesmo. (WILKERSON,2018).
Karl Marx: nascido ma antiga Prússia, hoje Alemanha, o filósofo Karl Marx é uma 
das mais importantes figuras do cenário contemporâneo. Ele começou a criticar 
a teoria de Hegel por não concordar com os movimentos dialéticos da sociedade, 
por discordar que as ideias seriam as responsáveis por desenvolver o homem. 
A teoria era de que as condições materiais do humano interfeririam no modo 
de agir da sociedade. Para Marx, “a raiz do homem é o próprio homem em sua 
condição material, e não em sua condição ideal”, ou seja, o homem pode criar 
sua religião, sua constituição, o que ele quiser ser ou fazer, unir a teoria à prática 
da vida. Ele acredita que o homem religioso é um alienado pois ele acredita em 
algo que não a condição material dele mesmo. Ele coloca o trabalho libertário, 
uma forma de transformar a natureza e sua subsistência. O trabalho é algo natural 
e inerente ao homem e é um dos instrumentos que ele utiliza para transformar 
a natureza. O trabalho nos diferencia dos outros animais. Mas o próprio homem, 
desvirtuou essa função do trabalho, fazendo dele um instrumento de exploração 
do homem pelo homem. O trabalho tornou-se forma de subsistência da maioria 
dos trabalhadores explorados. Com a exploração, o resultado do trabalho é 
extorquido do trabalhador e o operário se torna também mercadoria. A isso, Marx 
7chama de alienação do trabalho, o trabalho torna-se externo ao trabalhador. Após 
muito estudo sobre o desenvolvimento do capital, chega à conclusão de que o 
valor da mercadoria não está no objeto em si, mas na quantidade de trabalho 
humano necessário para produzir esse produto. Concebe então o conceito de 
mais-valia no qual a balança entre o trabalhador e o capitalista não é positiva 
para o trabalhador, podendo chegar, inevitavelmente, a uma desintegração da 
sociedade capitalista como a conhecemos (MARCONATTO,2018).
Jürgen Habermas: autor do que ele denomina de “filosofia do assunto”, em que 
a comunicação é parte central do estudo, a linguística como instrumento da 
filosofia, o que foi chamado de “racionalidade comunicativa” na busca de alcance 
de entendimentos mútuos em vez de sucesso ou autenticidade na sociedade 
atual. (CRISÓSTOMO, 2018).
Assim, a ética contemporânea representa a tentativa de encontrar respostas 
em meio a um momento de crise do projeto filosófico existente marcado por um 
racionalismo sempre presente. 
4. Conceito de Ética
Em sentido amplo a ética tem sido entendida como ciência da conduta humana 
perante o ser e seus semelhantes. Trata-se dos estudos de aprovação ou desaprovação 
da ação dos homens tendo como régua o valor. A virtude é considerada como prática 
do bem que culmina na materialização da felicidade e avalia os desempenhos humanos 
com relação às respectivas normas comportamentais. (Sá, 2019)
Como móvel da conduta humana a ética tem uma concepção de objeto 
da vontade ou das regras que a direcionam. Nessa perspectiva, o bem não se trata de 
perfeição, mas matéria no domínio da vontade ética. “A conduta do ser é sua resposta 
a um estímulo mental, ou seja, é uma ação que se segue ao comando do cérebro e 
que, manifestando-se variável, também pode ser observada e avaliada”. A conduta 
diferencia-se do comportamento, que também é uma resposta a um estímulo cerebral, 
não obstante, este é constante, ocorre da mesma forma, em contrapartida, a conduta 
sujeita-se à variabilidade de efeitos. (Sá, 2019)
“A ética corresponde ao exercício social de reciprocidade, respeito e 
responsabilidade. A ética, enquanto exercício da humanidade, nos confirma em nossa 
condição de seres produtores de valores. Compreender e dispor-se à intersubjetividade, 
parece ser este um traço fundamental da ética. Nesses tempos degradados e empobrecidos, 
ressente-se a experiência relacional com o outro. Não é à toa que a ética, ainda que muito 
invocada, está ausente da concretude diária das relações humanas. Uma palavra em 
desuso como esta – ética -, apesar de seu valor, tem sido considerada simplesmente um 
obstáculo a mais a atravancar o andamento das facilidades do pragmatismo consumista 
e comercial”. (BITTAR, 2014) 
Na balança ética são pesadas as diferenças de comportamentos a fim de 
medir-lhes a utilidade, finalidade, o direcionamento, as consequências, os mecanismos, 
os frutos. A ação humana é o ponto central de discussão da ética ou ponto de equilíbrio 
dos comportamentos. (BITTAR, 2014)
8A ciência que estuda a conduta humana é a Deontologia. O termo deontologia 
é derivado do grego deon (particípio neutro do impessoal dei) significando obrigatório, 
o justo, o adequado e logos significando tratado, ciência. O termo foi empregado por 
Jeremias Bentham, como a “ciência que estuda os deveres que se devem cumprir a fim 
de alcançar o ideal utilitário do maior número possível de indivíduos “. (BITTAR, 2014)
O objeto material da Deontologia não é o direito adjetivo nem a técnica forense, 
mas a conduta do homem, que tem por profissão lidar com o Direito, seja advogado, 
magistrado, promotor de Justiça, serventuário da justiça ou notário. O objeto formal 
da Deontologia, além de conhecer o Direito que dever ser ou se pode exigir, oferece 
princípios e noções suficientes a indicar a conduta moralmente boa, digna e perfeita do 
profissional do Direito. (BITTAR, 2014)
“O estudo dos paradigmas éticos permite ao estudioso fundamentar suas 
opiniões ou valores da forma mais convicta e persuasiva. Nesse sentido, ao proferir 
discursos sobre temaspolêmicos (eutanásia, pena de morte, pena alternativa, abandono 
clínico de criança portadoras de deficiências, casamentos de homossexuais, exploração 
econômica e meio ambiente, aborto, pesquisas com célula tronco, clonagem, etc.) o 
estudioso faz uso de um ou vários modelos éticos no sentido de persuadir o auditório ao 
qual se dirige em relação à tese que defende. O auditório pode ser um juiz, uma turma de 
desembargadores, uma plateia de estudantes, de advogados, de médicos, etc”. (GARCIA 
W. , 2022)
A ética regula o comportamento humano, apontando os direitos e deveres de 
um padrão razoável de conduta para a pacificação nas relações sociais. Sobre os “fins” da 
ética Eduardo Bittar (2014, p. 51-52) ensina:
Todas as éticas, sejam quais forem suas orientações, premissas, engajamentos 
e preocupações, sempre elegem “o melhor” como sendo a finalidade do 
comportamento humano. Toda postura ética assume uma espécie do que seja “o 
melhor” para o direcionamento da ação humana, e, uma vez eleita, segue a trilha 
e a orientação traçadas para sua realização, assumindo os riscos do caminho e 
das consequências. Isso quer dizer, num primeiro momento, que existe plena 
liberdade de opção ética. A essa liberdade de opção segue a responsabilidade na 
admi-nistração dos riscos e na assunção dos resultados. E, num segundo momen-
to, que a noção do que seja “o melhor” é a força centrípeta de toda investi-gação 
ética; é em torno desse problema que circulam as investigações éticas. As éticas 
hedonistas elegem no prazer “o melhor” do agir humano; as éticas eudemônicas 
fazem residir na felicidade a busca ética; as éticas inte-lectualistas fazem residir 
no gozo contemplativo a finalidade da ação hu-mana; as éticas espiritualistas 
apregoam que a orientação do que seja “o melhor” deve provir de forças e intuições 
religiosas para encaminhar a ação humana com vistas a um porvir além-túmulo 
prenhe de graças e abundância; as éticas do dever fazem residir no ato moral, em 
si e por si, independente-mente de qualquer outro resultado ou finalidade, como 
imanência intelec-tual, a força e a razão de ser da ética da ação humana... Até 
mesmo o asce-tismo, quando elege a dor e a ausência de prazeres como fins, 
realiza uma opção ética que entende ser pelo “melhor”; o asceta está em busca de 
uma redenção espiritual, e vislumbra no presente uma forma de maceração car-
nal para o alcance de gozos espirituais muito mais duradouros. Inclusive as éticas 
que apregoam no suicídio uma forma de liberação entendem ser esse o meio para 
9pôr fim a tormentas existenciais ou materiais, ou seja, para reduzir ou exterminar 
uma quota de dor com vistas “ao melhor”. Em todas as correntes e orientações 
éticas reside uma preocupação estável, constante e perene, qual seja: orientar a 
conduta humana para “o melhor”. Mas o que seja “o melhor”, isto é controverso, 
de modo que as dou-trinas éticas divergem não quanto ao que seja a busca ética, 
mas sim quan-to ao que seja o conteúdo da busca ética. Em outras palavras, se 
o que é “o melhor” varia de acordo com inúmeras valorações e tendências, não 
há de existir uma forma única e homogênea de se pautar a conduta ética. A ex-
pressão “o melhor” (áriston, para o grego) é semanticamente aberta, de modo a 
determinar entendimentos diversos quanto ao que seja realmente “o melhor”.
4.1. Aspectos sobre a “ética” e a “moral”
A ética responde aos questionamentos que fazemos a nós mesmos quando 
ficamos na dúvida moral de saber se um ato a é certo ou errado perante a sociedade. 
A palavra “moral” vem do latim “moralis” e quer dizer “costumes” ou “relativo ao 
comportamento”.
A moral regula o comportamento humano, agindo no cotidiano e interação 
entre os indivíduos, fazendo com que sejam criadas novas normas e regras de convivência.
Os valores humanos são primordiais para o surgimento das normas que regem 
a sociedade.
A moral é o conjunto de normas que determinam a conduta do indivíduo em 
sociedade ou um grupo. 
Tais normas são originadas da cultura, costumes, tradição, e cotidiano de uma 
sociedade; muito embora essas influências, são princípios pessoais criados e sustentados 
pelos próprios indivíduos. Costuma-se afirmar que a ética seria uma “racionalização 
da moral”, ou seja, ela tenta explicar as regras morais de uma forma racional, que faça 
sentido.
Observemos o seguinte exemplo para facilitar o entendimento: ao passo que a 
ética procura encontrar o significado sobre “o que é o bem?” e “o que é o mal?”, a moral 
questiona “será que essa é uma atitude boa?” ou “será que essa é uma atitude ruim?”.
Mesmo com a diferença, ambas possuem a finalidade de delimitar os valores 
que orientarão o modo de agir do indivíduo na sociedade.
Segundo Eduardo Bittar (2014, p. 30), a ética demanda do indivíduo:
1. Conduta livre e autônoma: a origem do ato ou da conduta parte da livre consciência do 
agente.
2. Conduta dirigida pela convicção pessoal: o autoconvencimento é o exercício que 
transforma ideias, ideologias, raciocínios e pensamentos em princípios da ação, sob a única e 
exclusiva propulsão dos interesses do indivíduo. 
3. Conduta insuscetível de coerção: a falta de sanção mais grave, dependendo da consciência 
e dos valores sociais, peculiariza a preocupação ética (exclusão do grupo, vergonha, dor na 
consciência, arrependimento...).
10Vejamos algumas observações sobre a relação entre a “ética” e a “moral: 
A ética é a reunião de regras, costumes, comportamento, hábitos, ca-ráter, índole 
e modo de ser de uma sociedade, definidos pelo estudo do comportamento 
humano. É comumente confundida com a moral, como se ambas tivessem o 
mesmo significado. A moral é o padrão individual de comportamento, a partir 
da convicção íntima do indivíduo, determinando o que é certo ou errado, bom 
ou mau, enquanto inserido na convivência social. Dessa forma, podemos dizer 
que ética é a conduta oriunda de um sistema social, enquanto moral vem da 
ordem individual do ser como um indivíduo. Neste capítulo, você vai ler sobre o 
conceito geral de ética e enten-der que, em um contexto filosófico, ética e moral 
possuem significados diferentes. Ainda, vai identificar o objeto e a natureza da 
ética. Comumente, a ética e a moral são confundidas e consideradas a mesma 
coisa em razão da grande relação que entre elas. Contudo, a ética envolve estudo, 
análise e compreensão dos sistemas morais presentes em uma sociedade, ou 
seja, é o conjunto de regras de um grupo. Mas, então, o que é a moral? De forma 
bem objetiva, podemos dizer que moral é o agrupamento de normas e regras 
que regem a conduta do indivíduo em sociedade e em um grupo. As regras são 
adquiridas por meio de cultura, costumes, tradição, educação e até mesmo do 
cotidiano; apesar de todas essas influências, são princípios pessoais criados e 
sustentados pelos próprios indivíduos. [...] O que é uma conduta amoral? Nela, 
o indivíduo se encontra fora do contexto no qual as regras de convivência foram 
criadas, por não as conhecer, ignorá-las ou não ter senso moral. Um exemplo é 
o indivíduo absolutamente incapaz. Além disso, devemos lembrar que existem 
diversas culturas com dife-rentes sistemas morais para a organização da vida 
em sociedade, devido à diferença, em linhas gerais, entre a cultura brasileira e a 
de outros países. Por exemplo, existe a cultura da mutilação do genital feminina 
em países africanos, no Iémen, no Curdistão Iraquiano, em lugares da Ásia, entre 
outras localidades do mundo. O que é uma conduta imoral? É a praticada pelo 
indivíduo que conhece as regras de convívio estabelecidas pela sociedade em 
que vive, mas sua conduta é contrária aos princípios morais. Por exemplo, o 
desonesto ou libertino é o indivíduo que tem por hábito furar a fila do banco, 
a fila do ônibus, jogar lixo no chão, colar na prova, fazer fofoca, entre outros 
comportamentos.De forma prática, para não haver confusão entre ética e moral, 
basta ter em mente que a moral ordena e a ética aconselha. A moral vai responder 
ao seguinte questionamento:o que devo fazer? Por sua vez, a ética responderá 
à seguinte questão: como devo viver? (RODRIGUES, William et al., 2018, p.11-13)
Para Eduardo Bittar (2014, p. 41-42), temos os seguintes conceitos de ética e 
moral:
É neste sentido que se pode falar em duas esferas distintas, e, clara e nitidamente 
distintas entre si (apesar se tratar de praxe de linguagem o uso indiscriminado dos 
termos ética e moral como sinônimos, inclusive ao longo desta obra), que tocam 
à discussão da temática, e que resultam da reflexão da linguagem moral: uma que 
se pode chamar de ética e outra que se pode chamar de moral. Define-se ética, 
neste passo, como sendo a capacidade de resistência que o indivíduo tem em face 
das externas pressões advindas do meio. De-fine-se moral como o conjunto das 
sutis e, por vezes até mesmo não explí-citas, manifestações de poder axiológico, 
capazes de constituir instâncias de sobredeterminação das esferas de decisão 
individual e coletiva. Trata-se da tensão bipolar indivíduo/sociedade expressa 
na relação entre Sittlichkeit e Moralität, advinda dos debates do eixo filosófico 
Kant-Hegel23, também incorporada na reflexão de Jürgen Habermas24, tão 
11determinante na defini-ção dos níveis de consciência moral. É certo que não 
há indivíduo sem sociedade, e vice-versa, de modo que comportamento ético 
e exigência moral social acabam se intercambian-do o tempo todo. Mas o que 
precisa ficar claro é que nem tudo o que é moralmente aceito (por um grupo, 
por uma maioria, ou pela hegemonia coletiva) pode ser chamado de eticamente 
aceitável. Os alemães do período entreguerras não somente votaram no partido 
social-nacionalista, que veio a conduzir Hitler ao poder, como aplaudiram seu 
expansionismo e seu di-namismo disciplinado que devolveu dignidade ao povo 
alemão e ascendeu a nação alemã ao ápice do poder europeu; não teriam sido 
cúmplices do extermínio sistemático de judeus, ciganos, poloneses e deficientes? 
Seria lícito neste período ser contra o antissemitismo reinante? A questão que 
se põe define bem a diferença entre as práticas sociais majoritárias, os valores 
consagrados pelo consenso de meio-termo social, e a marca da contribuição do 
in-divíduo (aquele que não se divide) para o mundo, da personalidade que não 
se esgota em reproduzir a moralidade alheia, mas criativamente se faz sujeito 
por decidir com autoesclarecimen-to. Ser resistente, no sentido foucaultiano, 
é ser capaz de exercitar a sua autonomia, a sua personalidade, ante mesmo a 
conjuntura que força à pas-teurização e à homogeneização dos comportamentos 
em unidades servis a ideologias reinantes. Em poucas palavras, é não se deixar 
assujeitar, na medida em que isto é possível, nos diversos contextos em que é 
possível resistir às inflexões do poder. 
5. Liberdade, Consciência e Responsabilidade da Conduta Ética
“A palavra ética possui conexões com as palavras gregas ethos e araté. Éthos 
significa costume, uso, hábito, mas também significa caráter, temperamento, índole, 
maneira de ser de uma pessoa. O éthos é tratado pela ética (tá ethiká), que estuda as 
ações e as paixões humanas segundo o caráter ou a índole natural dos seres humanos. 
Na filosofia latina (Cícero) a palavra éthos foi traduzida por moral (moralem). Por esse 
motivo, as palavras moral e ética aparecem muitas vezes como sinônimas.” (GARCIA, 
2022)
“Areté significa mérito ou qualidade no qual alguém é o mais excelente: 
excelência do corpo, da alma, da inteligência. Areté foi traduzida para o latim por virtus 
(virtude). Inicialmente, as palavras areté e virtus significaram força e coragem, só depois 
passaram a significar excelência e mérito moral e intelectual. Areté indica, portanto, um 
conjunto de virtudes ou valores (éticos, físicos, morais, psíquicos, políticos, intelectuais) 
que forma um ideal de excelência e de valor humano para os membros da sociedade, 
orientando o modo como as pessoas devem ser educadas e indicando as instituições 
sociais nas quais esses valores se realizam. Assim a ética se constitui uma disciplina que 
auxilia na formação do caráter da pessoa conforme certa aspiração social.” (CHAUÍ, 1998) 
apud (GARCIA, 2022)
A consciência ético-profissional do operador do direito deve estar em 
conformidade na realidade do seu contexto social. Independente carreira jurídica que 
esteja atuando (juiz, promotor, advogado, pesquisador, professor de direito, delegado, 
procurador de justiça), não podem estar preocupados apenas com o aspecto formal, 
estrutural (caráter formular das normas jurídicas), mas os desdobramentos práticos 
de suas prescrições (efeitos sociais, culturais, políticos, econômicos, ambientais, etc). 
(BITTAR, 2014)
O jurista deve ter a consciência de que os exercícios de suas atribuições 
podem, de alguma forma, restringir a liberdade, alterar fatores econômicos, prejudicar 
populações, dentre outros direitos inerentes à dignidade da pessoa humana. (BITTAR, 
2014)
O Direito deve ser reino de liberdade que mediante aplicação da lei materializa 
as condições de exercício da liberdade. Muitas vezes, o Direito não é um direito justo, nem 
promove liberdade. E acaso isso aconteça, não estamos diante do verdadeiro Direito, mas 
mera legislação ou outra fonte de direito, contudo, contaminada. “O Direito só mana da 
fonte castálica da mais pura da fonte da mais pura juricidade, que tem um componente 
de eticidade fundamental, sem se confundir, contudo, com uma ‘moral’ armada, o que 
seria a sua própria negação, enquanto entidade autónoma, e em que a autonomia é um 
elemento de valor, marante e substancial“. (CUNHA, 2008)
O abuso da liberdade ética pode gerar responsabilidade. “Responsabilidade 
quer dizer que uma pessoa deve ser capaz de prestar contas por suas ações por 
consequências que delas decorrem. Sendo assim, só pode responder por suas ações 
e pelas consequências que delas decorrem. Sendo assim, só pode responder por suas 
ações o indivíduo capaz de possuir a liberdade de escolha. Para que se possa falar em 
responsabilidade moral é necessário que se entenda o livre arbítrio”. (CRISÓSTOMO, 
2018)
Falar de ética e responsabilidade moral é relacionar os dois conceitos, diga-
se, relacionar as ações humanas e suas consequências nas relações sociais. Trata-se do 
dano causado ao indivíduo, a um grupo ou a sociedade inteira decorrente de suas ações 
ou omissões de outro indivíduo ou grupo. 
Assim, “a responsabilidade moral é um segmento das obrigações éticas, 
circunscrito pela intersecção das esferas que os separam, em um plano o direito e em 
outro plano a responsabilidade privada. Ser moralmente responsável é cuidar para que 
as relações não sejam negativas. Ela esgota-se na prevenção dos males que possam 
causar e na reparação daqueles que vieram a causar, sem ter a intenção de fazê-lo. 
Tem se observado que um dos índices que manifesta o progresso moral das relações 
é a elevação da responsabilidade dos indivíduos desses grupos no seu comportamento 
moral”. (CRISÓSTOMO, 2018).
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BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
ADEODATO, João Maurício. Ética e retórica. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
E-book.
BITTAR, Eduardo C.B. Curso de ética jurídica: ética geral e profissional. 10ª 
Ed. Ed. Saraiva: Rio de Janeiro, 2014, e-book.
COSTA, Elcias Ferreira da. Deontologia jurídica: ética das profissões 
jurídicas. 4 Ed. Gen. Rio de Janeiro: Forense, 2013. E-book.
MATERIAL COMPLEMENTAR
BAUMAN, Zygmunt. Ética Pós-moderna. Tradução: João Rezende Costa. 2ª 
Ed. São Paulo. Ed. Paulus, 1997, e-book.
CRISOSTOMO, Alessandro Lombardi. Ética. Porto Alegre. Ed. Sagah, 2018, 
e-book.
GARCIA, Wander...[et al.] Super revisão OAB: doutrina completa. 12ª Ed. 
Indaiatuba/SP. Ed. Foco, 2022, e-book.
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 10ª Ed. São Paulo: Ed. Atlas, 2019, 
e-book. (SÁ, 2019)
ARTIGOS
CUNHA, Paulo Ferreira da. Liberdade, ética e direito. Revista Nomos, v.28, 
n.2,Fortaleza, jul/dez 2008/2.
RODRIGUES, William Gustavo et al. Ética geral e jurídica. Porto Alegre: Sagah, 
2018. E-book.
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