Buscar

'Projeto de Ensino em Letras (TCC)' com você

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA 
LETRAS - HABILITAÇÃO: LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA 
E RESPECTIVAS LITERATURAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Claudinápolis 
2021 
 
 
 
VITÓRIA HELOÍSA MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE ENSINO EM 
LETRAS- HABILITAÇÃO: LICENCIATURA EM LÍNGUA 
PORTUGUESA E RESPECTIVAS LITERATURAS 
 
Claudinápolis 
2021 
 
 
 
Ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE ENSINO EM 
LETRAS- HABILITAÇÃO: LICENCIATURA EM LÍNGUA 
PORTUGUESA E RESPECTIVAS LITERATURAS 
 
Projeto de Ensino apresentado à universidade 
Pitágoras Unopar, como requisito parcial à 
conclusão do Curso de Letras- Habilitação: 
Licenciatura em Língua Portuguesa e Respectivas 
Literaturas. 
 
Docente supervisor: Profª. Drª Idelma Maria 
Nunes Porto 
 
VITÓRIA HELOÍSA MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 3 
1 TEMA ....................................................................................................................... 4 
2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 5 
3 PARTICIPANTES .................................................................................................... 6 
4 OBJETIVOS ............................................................................................................ 7 
5 PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................................ 8 
6 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 9 
7 METODOLOGIA.................................................................................................... 14 
8 CRONOGRAMA .................................................................................................... 16 
9 RECURSOS .......................................................................................................... 17 
10 AVALIAÇÃO .......................................................................................................... 18 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 19 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 20 
 
 3 
INTRODUÇÃO 
 
Por meio de pesquisas na web, visualização de vídeos e leitura de artigos 
postados na rede, o objetivo do estudo aqui abordado é trazer uma visão crítica e 
construtiva do quão importante é conhecer e utilizar a intertextualidade e suas 
vertentes para que haja êxito na construção da argumentação. Aspectos como a 
leitura literária e não literária, o repertório sociocultural (música, conhecimento 
audiovisual, etc), serão levados em consideração para fundamentar e complementar 
a proposta, visto que esse tipo de material contribui muito para a elaboração e 
capacidade argumentativa do indivíduo. 
Geraldi utiliza, desse modo, a palavra argumentação nos três sentidos 
apontados por Anscombre e Ducrot, transcrevendo-os: 
 
 argumentar poderia significar: 1) dizer A para que o 
destinatário pense C; 2) dizer A a fim de que o destinatário 
conclua c,. e 3) apresentar A como devendo conduzir o 
destinatário a concluir C. 
 
Nessa perspectiva, deve-se considerar, portanto, que mecanismos 
linguísticos são postos em ação pela argumentação, sendo importante detectar os 
elementos ou operadores que permitem tal estruturação. 
Ensinar crianças, jovens e adultos a ler e a escrever, mas, principal e 
fundamentalmente a usar isso para argumentar, nada mais é que um direito de todos 
e é, também, a garantia de que, assim, construir-se-á uma sociedade melhor e 
evoluída. A comunicação é a chave para o avanço humano e fazer com que todos 
sejam aptos a usá-la, de maneira clara e objetiva, é a certeza de que é possível, sim, 
alcançar a igualdade social. 
 
 
 
 
 4 
1 TEMA 
 
O tema escolhido para essa produção textual foi: Intertextualidade e 
Argumentação. A proposta principal é analisar, em especial, essa ligação e 
ocorrência no 3° ano do ensino médio, visto que, nesta fase, os estudantes 
produzem muitos textos escritos que exigem essa vertente até mesmo como aspecto 
avaliativo, o que ocorre, por exemplo, nas dissertações feitas no Exame Nacional do 
Ensino Médio (ENEM). 
Muitos linguistas têm se preocupado em estudar a função argumentativa da 
linguagem, destacando que o homem usa a língua não só para se comunicar com 
seus semelhantes, mas para atuar sobre eles de diversas maneiras, ou seja, para 
interagir através do discurso. Assim, a linguagem é vista como ação, ação que se 
estabelece sobre o outro e sobre o mundo. 
Ter conhecimento e saber utilizar-se da argumentação da maneira correta, 
garante um avanço significativo na exposição de ideias do indivíduo. O argumento é 
o que convence o leitor ou receptor de uma mensagem e não o próprio texto, que 
sem a referência argumentativa torna-se quase que sem valor, já que não há 
comprovação convicta do que está sendo mencionado. 
Atualmente, trabalhar essa noção de intertextualidade dentro do texto é bem 
tranquilo e, para o público jovem, ainda mais, pois vê-se referências viáveis e 
completamente aceitáveis em plataformas como a Netflix, Youtube, livros, revistas, 
telejornais e muitos outros que, em suma, possuem acesso rápido e descomplicado. 
O que precisa ser visto com cautela é a ligação entre o argumento escolhido e a 
temática a ser tratada e é, nessa ação, que a interação professor-aluno e a 
execução deste projeto se faz necessária e importante. 
O diálogo que se estabelece, através da intertextualidade, indica a presença 
de vozes, consoantes ou dissonantes, e permite que os locutores e enunciadores 
falem, façam-se ouvir, revelando pontos de vista acerca do mundo e posicionando-
se diante da realidade. 
 5 
2 JUSTIFICATIVA 
 
A intertextualidade sempre fez parte do cotidiano da sociedade e esteve 
presente, também, em todas as esferas sociais, sempre presente nas modalidades 
tanto oral como escrita, pois já se fazia uso deste mecanismo, principalmente na 
área literária. O termo intertextualidade foi introduzido por Júlia Kristeva em 1960 
com o título em português de “Introdução à semi-análise” editado pela perspectiva 
em 1974. 
 “Segundo J. Kristeva, a criadora do termo, todo texto é um mosaico de 
citações, de outros dizeres que o antecedem e lhe deram origem”. (KOCH & ELIAS, 
2006 p. 86). 
Faz-se importante e relevante levar o tema em questão porque representa 
uma ação utilizada por todos, a todo instante, mesmo que de maneira involuntária. A 
intertextualidade está presente, por exemplo, na repercussão dos famosos memes 
atuais, que são figuras, vídeos, imagens, etc dos quais, para que haja compreensão, 
é necessário exercitar o exercício intertextual, estar ciente do que se trata devida 
expressão ou mídia e isso é uma prova bem fundamentada da referência 
intertextual. Um indivíduo só compreenderá a mensagem do outro se estiver apto a 
desmistificar a referência intertextual a qual a pessoa se propõe a transmitir no 
memento da mensagem. 
O objetivo principal é levar o leitor e/ ou produtor textual a e entender que sem 
o fenômeno da intertextualidade nem um texto consegue se construir ou manter-se 
vivo. É necessário ter a presença desse fenômeno dentro da produção textual para 
que haja fundamentação, completude, objetividade e o devido entendimento. Aos 
alunos do 3° ano do ensino médio, é importante usar esse artefato para dar 
credibilidade à argumentação. Quando se usa, na redação, por exemplo, uma 
citação, um dado estatístico, uma alusão histórica, uma referência midiática, etc, 
tem-se a presença extrema da intertextualidade.Vale ressaltar que esse é um fator avaliativo em diversos exames e de 
extrema relevância tanto para essa quanto para outras etapas da vida do estudante, 
pois é através desse uso que o corretor saberá o nível de conhecimento de mundo 
que tal participante possui. Saber usar isso da forma correta é um diferencial que 
precisa existir e ser feito de maneira assertiva. 
 
 6 
3 PARTICIPANTES 
 
O projeto apresentado tem o objetivo de realizar ações que trarão 
conhecimento e aprimoramento do uso da intertextualidade em textos, 
principalmente escritos, aos alunos do 3° ano do ensino médio. Procura-se trazer 
dicas e demonstrações de como a argumentação pode ser mais forte e viável se 
aliada ao uso correto dos recursos intertextuais. 
Outras turmas também poderão fazer parte do trabalho, já que o material 
fornecido será on-line e gratuito, pois, disponibilizar-se-á um e-book explicativo, 
aulas em slide e a devida consultoria para que os discentes aprendam a argumentar 
de forma assertiva na redação dissertativa-argumentativa exigida pelo Enem e isso 
lhes dará base para a produção de outros tipos de textos também. Por isso, é 
importante que haja envolvimento tanto do corpo discente quanto docente e gestão 
atual da instituição qual for aplicado o projeto. 
 
 
 7 
4 OBJETIVOS 
 
 Objetivo geral: 
 
• Aprender a usar a intertextualidade a favor da argumentação 
em produções textuais escritas e/ou orais. 
 
 Objetivos específicos: 
 
• Desenvolver habilidades de escrita; 
 
• Ampliar a capacidade argumentativa; 
 
• Redigir textos que possuam referências intertextuais com 
autonomia; 
 
• Aumentar e evoluir o repertório intertextual. 
 
 8 
5 PROBLEMATIZAÇÃO 
 
De maneira geral, não é preciso pesquisar e aprofundar muito para perceber 
que a capacidade argumentativa dos estudantes não atinge o índice mínimo 
proposto para a realização de tal ação. Uma comprovação disso é a média anual da 
nota da redação do Enem por exemplo. Segundo o site do Brasil Escola, no Enem 
2020, apenas 28 participantes conseguiram nota 1.000 na redação e 87.567 
zeraram, em um total de 2.723.583 redações corrigidas. A média dos participantes 
na redação dessa edição foi de 588,74 pontos. 
Percebe-se, através disso, que há a necessidade de se trabalhar a escrita e a 
argumentação dos escritores para que haja uma melhoria nessa estimativa. O 
número de notas baixas é assustador em relação ao esperado. Vale ressaltar que o 
que mais contribui para que esse resultado se efetive é a falha na argumentação 
plausível e ausência de intertextualidade dentro da produção textual, além, é claro, 
de desvios gramaticais e fuga do tema. 
Como o objetivo principal do projeto é demonstrar que juntas a 
intertextualidade e a argumentação são capazes de transformar qualquer produção 
textual em um texto completo, faz-se relevante e necessário aplicá-lo para reverter 
essa situação. A capacidade de selecionar, organizar, relacionar e expor argumentos 
é um critério avaliativo no exame mencionado e, por isso, o projeto pode auxiliar na 
melhoria do desempenho dos estudantes, pois sua função é justamente essa: 
ensinar os participantes a fazerem, por meio das referências intertextuais, uma 
argumentação forte e inquestionável. 
 
 
 9 
6 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Para início de conversa, é válido começar a transposição de ideia através do 
conceito dos termos que serão trabalhados, já que só é possível ter propriedade de 
determinado objeto de aprendizagem após integrar-se dele. Por isso, começar-se-á 
com a definição geral e a fundamentação necessária, conforme autores e artigos, de 
Intertextualidade e argumentação. 
 
A Intertextualidade 
 
A intertextualidade configura-se como um fenômeno traduzível em termos de 
diálogo de textos, sendo evidente na literatura e estando presente também em 
outros tipos de texto. O trabalho intertextual pode referir-se a um gênero, a uma 
breve alusão, a uma paródia, a um signo ou conjunto de signos, pois todo texto faz 
parte de uma história de textos, é a continuação de textos anteriores. 
Por meio dessa relação entre diferentes textos, a intertextualidade permite 
uma ampliação do sentido, na medida em que cria novas possibilidades e desloca 
sentidos. Desse modo, ela pode ser utilizada para melhorar uma explicação, 
apresentar uma crítica, propor uma nova perspectiva, produzir humor etc. 
Os processos pelos quais ocorrem intertextualidade são: 
Alusão- (aproveitamento de um dado de um determinado texto, sem maiores 
explicitações. A alusão não indica a fonte, é um dado mais vago, portanto, o 
conhecimento do interlocutor é fundamental para percebê-la). 
Referência- (lembrança de uma passagem ou de um personagem de um 
texto). 
Epígrafe- (texto curto transcrito no início de outro texto, para indicar que o 
pensamento desenvolvido neste último tem a ver com o outro, justifica-se a partir do 
outro. 
Citação- (apresenta um trecho, um dado da obra. O segundo texto procura 
deixar claro o texto original. Usada sempre que se quer comprovar ou reprovar 
determinada ideia) 
Pastiche- (aproveita ou os recursos, o clima ou determinados recursos de 
outra obra. São exemplos de pastiche o humor-pastelão de “Os Trapalhões”, “Os 
Três Patetas” e “O Gordo e o Magro, que são comédias de ação e riso fácil) 
 10 
Paródia- (neste processo, o texto original perde sua ideia básica, seu fio 
condutor. A narrativa é invertida ou subvertida. Frequentemente, a paródia é crítica e 
questionadora) 
Paráfrase- (retomada de um texto sem mudar o seu fio condutor, a sua lógica. 
A ideia original é conservada). 
Saber usar todos os tipos de intertextualidade em favor da produção textual é 
um ponto positivo pra todo e qualquer escritor, porque trazer referências que 
comprovem sua ideia é fundamental para o convencimento do leitor e, junto a isso, 
dá mais credibilidade e veracidade à informação, pois, fundamentando-se nos 
estudos de Bakhtin, Kristeva designou o fenômeno do dialogismo textual com o 
termo intertextualidade, afirmando que todo texto se constrói como mosaico de 
citações, todo texto é absorção ou transformação de um outro texto. 
 
A Argumentação 
 
Argumentar é a capacidade de relacionar fatos, teses, estudos, opiniões, 
problemas e possíveis soluções a fim de embasar determinado pensamento ou 
ideia. Um texto argumentativo sempre é feito visando um destinatário. O objetivo 
desse tipo de texto é convencer, persuadir, levar o leitor a seguir uma linha de 
raciocínio e a concordar com ela. 
Para que a argumentação seja convincente é necessário levar o leitor a um 
“beco sem saída”, onde ele seja obrigado a concordar com os argumentos expostos. 
E é aí que o fenômeno da intertextualidade faz toda diferença, porque é ela quem 
vai dar o subsídio necessário para que ocorra o concordar entre escritor e leitor. A 
argumentação não trabalha com fatos claros e evidentes, mas sim investiga fatos 
que geram opiniões diversas, sempre em busca de encontrar fundamentos para 
localizar a opinião mais coerente. 
 
A intertextualidade como recurso de argumentação 
 
A intertextualidade revela-se como recurso de argumentação sempre que a 
utilização da palavra do outro servir de argumento a uma tese que está sendo 
defendida. Uma citação, uma alusão, um efeito de polifonia, uma paráfrase, uma 
paródia, uma apropriação são, entre outros, elementos capazes de se revelar 
argumentativos, auxiliando a determinar a orientação a ser dada na leitura ou na 
 11 
produção de textos. 
Maingueneau considera que o intertexto é um componente decisivo das 
condições de produção, afirmando que um discurso constrói-se através de um já-dito 
em relação ao qual toma posição13.A argumentação por autoridade já apontada por 
Aristóteles, no sentido da influência do caráter do orador4, assim como as palavras, 
os atos e os julgamentos do outro, usados como meio de prova em favor de uma 
tese,estudados por Perelman15, justificam a relação entre intertextualidade e 
argumentação. 
As pesquisas de Ducrot voltadas para a argumentação ampliam ainda mais 
essa constatação, quando ele afirma que a argumentação está inscrita na língua, 
sendo, portanto, a autoridade polifônica e o raciocínio por autoridade reconhecidos 
como recursos de argumentação. A incorporação de vozes que o locutor faz ao seu 
discurso permite que, a partir dessas vozes, sejam tiradas consequências de 
asserções cuja responsabilidade não assume diretamente. 
Para Ducrot, como também para Vogp6, a polifonia é um fato constante no 
discurso, ressaltando os autores que, através da leitura polifônica, vários fenômenos 
discursivos, como a pressuposição, a negação, o uso da forma verbal do futuro do 
pretérito, o emprego de certos operadores argumentativos, poderiam ser melhor 
estudados, uma vez que apontam a presença de outras vozes no discurso, que 
podem servir como argumentos favoráveis ou contrários às teses que estão sendo 
expostas. 
A intertextualidade não se resume à simples presença do outro no texto, pois 
a escolha do intertexto já representa uma postura ideológica. Relacionando 
intertextualidade e argumentação, Koch afirma que a intertextualidade constitui um 
dos poderosos fatores de textualidade, estando subjacente a ela, em maior ou 
menor grau, a argumentação. Na relação entre intertextualidade e argumentação, é 
preciso lembrar que, dependendo da intenção, o locutor recorrerá, explícita ou 
implicitamente, a outros textos conhecidos, a fim de encaminhar o sentido, a direção, 
as conclusões, o futuro discursivo do texto, enfim, o objetivo para o qual aponta. 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
Intertextualidade na redação do Enem 
 
O dialogismo de Mikhail Bakhtin está diretamente relacionado a essa questão 
de intertextualidade. Dialogismo consiste em uma interação de textos, ou seja, um 
texto não é visto de forma isolada, mas sim relacionado a outras produções textuais 
semelhantes. 
Nesse sentido, na redação do ENEM, é impossível adquirir nota máxima com 
a ausência de outras referências textuais, ainda mais na competência cinco, que 
exige do candidato detalhamento na proposta de intervenção do problema abordado. 
Fiorin (2006, p.19), explica melhor esse conceito de dialogismo ao afirmar que 
“[…] o enunciador, para constituir um discurso, leva em conta o discurso de outrém, 
que está presente no seu. Por isso, todo discurso é inevitavelmente ocupado, 
atravessado pelo discurso alheio.” Nesse viés, relacionado à produção textual, o 
dialogismo é referente à intertextualidade, ou seja, para produzir um texto 
dissertativo-argumentativo de fato consistente, o candidato deve fazer correlação 
entre seu texto e o texto de outros autores. 
Foi a francesa Julia Kristeva que, a partir do dialogismo bakhitiniano, criou o 
conceito de intertextualidade. Segundo Kristeva (1966), se um leitor reconhecer 
outro autor no texto que está lendo, ocorrerá a intertextualidade, visto que haverá, 
então, relação entre os dois textos. 
Regina Frasson em “A intertextualidade como recurso de argumentação” 
(1992, p.89) escreveu que “[...] Cada obra surge como uma nova voz (ou um novo 
conjunto de vozes), que fará soar diferentemente as vozes anteriores, arrancando-
lhe novas entonações”. Nesse sentido, o fato de escolher um argumento de 
autoridade já demonstra a opinião de quem está escrevendo o texto, ou seja, 
intertextualidade vai além de apenas um texto dentro do outro, pois também significa 
posicionamento. 
O gênero textual exigido na prova de redação do Enem (Exame Nacional do 
Ensino Médio) é a dissertação–argumentativa, na qual não basta, apenas, dissertar, 
expor, apresentar fatos, ideias, exemplos, citações, dados etc.; o fundamental é 
opinar acerca das questões expostas, embasado em argumentos consistentes, 
fortes, que não são rebatidos facilmente e que tenham como objetivo tentar (e se 
conseguir melhor ainda) convencer o leitor em relação ao que foi posto. 
 
 13 
Argumentação na redação do Enem 
 
Os argumentos servem para fundamentar a tese, trazendo opinião e 
explicações, com o objetivo de convencer o corretor de que a ideia defendida faz 
sentido. 
Eles funcionam como as justificativas do seu posicionamento, como se você 
olhasse para a tese e se perguntasse: POR QUÊ? Para desenvolver esses 
argumentos, usamos recursos que sirvam de comprovação, como: 
Exemplos: 
-Dados estatísticos; 
-Pesquisas; 
-Fatos atuais; 
-Alusões históricas; 
-Citações de pensadores ou especialistas; 
-Comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares diferentes. 
Existem muitas estratégias para argumentar de forma eficiente. A mais prática 
delas é trazer, nos parágrafos do desenvolvimento, uma parte de opinião e outra de 
provas do que será defendido. 
Percebe-se, então, que a prova torna o argumento inquestionável. É como se 
o uso dessa atualidade blindasse a opinião, contornando a fragilidade de uma ideia 
que poderia ser considerada um “achismo”. 
Na redação do ENEM e de outros vestibulares, é fundamental que os 
raciocínios expressos sejam completos, com começo, meio e fim, de forma que o 
leitor seja capaz de acompanhar a linha argumentativa sem dificuldade. 
Entende-se, portanto, que trabalhar e dar recursos de conhecimento quanto à 
capacidade argumentativa e ao uso assertivo da intertextualidade a favor da 
produção textual, garantirá um desempenho notório e significativo em relação à 
problemática mencionada anteriormente que diz respeito ao baixo índice de notas 
máximas na redação exigida pelo Enem. Vê-se, então, a relevância do projeto 
apresentado, em especial às turmas do 3° ano do ensino médio, visto que lhes 
ajudará a escrever, argumentar e se expressar melhor e isso lhes proporcionará um 
caminho cheio de possibilidades, pois o indivíduo que sabe usar esses artefatos a 
seu favor tem maior capacidade de ascender social e profissionalmente. 
 
 14 
7 METODOLOGIA 
 
Para se realizar o projeto, que consiste em melhorar a argumentação, 
utilizando-se da intertextualidade em produções textuais como a redação do Enem, 
os alunos serão expostos a um período de aprendizagem teórica e prática que se 
dividirá em cinco aulas, as quais terão abordagens diferentes, com material 
diversificado, visando instruí-los e auxiliá-los na elaboração de textos dissertativos-
argumentativos potentes e inquestionáveis em relação às referências intertextuais. 
Num primeiro momento, os discentes serão apresentados ao e-book 
elaborado e fornecido pelo professor cujo link segue abaixo: 
https://drive.google.com/file/d/1Bs6p9cWHik-lfiwkiP7w1K4VP3Of3B9p/view 
Nele, haverá uma discussão realizada em tópicos, conforme o disposto no 
próprio e-book -1 seção para cada aula-, onde serão sanadas dúvidas quanto à 
temática de cada capítulo. Assuntos como coesão e coerência textual, elaboração 
da tese e da argumentação, demonstração das competências avaliativas, conceitos 
gerais e exemplos, serão vistos para fortificar e dar êxito ao que se propõe no 
projeto. 
Num segundo momento, os alunos terão acesso a uma aula expositiva-
explicativa, através do uso de slide cujo foco principal é expô-los a exemplos prontos 
e repertórios coringas para serem usados durante a produção textual. É válido 
mencionar que os exemplos são apenas expositivos e tem a função de abrir a mente 
dos estudantes quanto à prática da escrita e não fazê-los copiar ou decorar o 
conteúdo visto, pois o que se pretende é demonstrar a estrutura básica da 
montagem dos aspectos já mencionados. 
Num terceiro e último momento, os discentes assistirão a um vídeo na 
plataforma do Youtube que tem como objetivo instruir de forma geral a montagem e 
análise de temas para a produção textual exigida pelo Enem. Segue abaixo o link do 
vídeo que será utilizado: 
https://www.youtube.com/watch?v=6wWBHVLsens&t=6s 
Em todas as aulas, os estudantes precisarão elaboraruma redação com tema 
a ser escolhido conforme turma, situação e conteúdo analisado. Vale ressaltar que a 
complexidade da avalição se dará conforme o nível de conhecimento de cada aula 
apresentada. Isso quer dizer que, na quinta e última aula, essa será bem mais 
exigente que a primeira, pois, de modo geral e objetivo, os alunos já terão 
https://drive.google.com/file/d/1Bs6p9cWHik-lfiwkiP7w1K4VP3Of3B9p/view
https://www.youtube.com/watch?v=6wWBHVLsens&t=6s
 15 
conhecimentos prévios e necessários para a elaboração de um texto perfeito. 
O projeto tem como objetivo primordial auxiliar estudantes da 3° série do 
ensino médio a se sobressaírem na produção escrita do Enem. Logo, pretende-se, 
neste percurso apresentado, ligar teoria e prática e acompanhar o desenvolvimento 
da cada aluno de modo subjetivo, analisando dificuldades e superficialidades 
apresentadas por cada um. Crê-se que, desta forma, os alunos aprenderão tanto a 
estrutura exigida pelo exame quanto o uso da argumentação dada por meio da 
intertextualidade em todas as suas vertentes para construírem textos satisfatórios e 
irrevogáveis em relação à referência e sustentação intertextual-argumentativa. 
 
 
 
 
 16 
8 CRONOGRAMA 
 
Etapas do Projeto Descrição das Atividades Período de realização 
 
 
 
 
1. Planejamento 
O planejamento do projeto foi feito 
antes da aplicação das atividades 
propostas: criação do e-book, 
montagem do slide, preparo para a 
produção das redações, etc. O 
objetivo é seguir à risca cada uma 
das etapas já mencionadas. Serão 
cinco aulas, sendo que cada uma 
terá cinquenta minutos. 
Um mês antes da 
execução do projeto. 
 
 
 
 
 
2. Execução 
O projeto será executado de forma 
participativa e colaborativa tanto 
dos alunos quanto do professor, 
com aulas expositivas, vídeos e 
rodas de conversa para tirar 
dúvidas e fixar o conteúdo. Vale 
ressaltar que cada aula 
corresponderá a um tópico do e-
book e a uma produção textual 
individual. 
Cinco aulas de 
cinquenta minutos que 
serão distribuídas no 
decorrer de uma 
semana. 
 
 17 
9 RECURSOS 
 
Para que a realização do projeto se dê com sucesso e de forma exitosa, o 
professor utilizará o e-book que poderá ser digital ou impresso. O importante é que 
cada aluno tenha o seu, já que as produções textuais serão feitas individualmente. 
Utilizar-se-á, também, o Data-show e o notebook da instituição para que seja 
feita a apresentação da aula em slide e do vídeo explicativo. A lousa será importante 
no momento de tirar as dúvidas, pois exemplos e esquemas prontos poderão ser 
colocados lá durante a interação. Serão necessárias folhas de redação para que os 
alunos possam entregá-las e as devidas correções possam ser feitas. 
 18 
10 AVALIAÇÃO 
 
A avaliação será feita de maneira somatória (atrelada as atividades já 
rotineiras) e terá como foco observar o desenvolvimento pessoal dos alunos no 
decorrer de cada aula. Conforme conteúdo visto, ela será mais exigente e criteriosa. 
Isso quer dizer que cada produção terá um modo de avalição diferente. Quanto mais 
aulas forem apresentadas, mais elevado será o nível da avaliação, pois, a princípio, 
o projeto destina-se a ensinar de maneira gradativa como deve ser a produção da 
redação para o Enem mesmo que o aluno seja iniciante. 
 
 19 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Através das considerações expostas, é possível concluir que, no processo de 
montagem do material, evidenciou-se que é de extrema importância profissional 
buscar caminhos e maneiras diversificadas no que se refere à elaboração de aulas 
construtivas e atrativas para o público contemporâneo, mesmo quando o conteúdo 
tem como foco dar ao estudante a possibilidade de construir argumentos por meio 
da intertextualidade e ser destemido em produções escritas. 
Pôde-se perceber que além de simplesmente ler, os alunos, quando 
instigados a fazê-lo, aumentam seu acervo literário e constroem, por conta própria, 
um uso adequado da língua e são capazes de fundamentar e sustentar diálogos por 
meio da argumentação que se dá devido à intertextualidade usada na comprovação. 
Desta forma, fundamentou-se que o uso da intertextualidade para o ensino e 
aprimoramento da argumentação na redação é primordial, relevante e cumpre o 
proposto para os exames que a exigem e para a vida do educando. 
 20 
REFERÊNCIAS 
 
ROHERS, Clarice. A argumentação e a intertextualidade. Disponível em: 
<https://claricerohers.blogspot.com/2009/11/argumentacao-e-intertextualidade.html> 
Acesso em: 29 de Setembro de 2021. 
 
FRASSON, Regina. A intertextualidade com recurso de argumentação. 
Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11440/pdf> Acesso em: 
26 de Setembro de 2021. 
 
MATOS, Taliandre. Intertextualidade. Disponível em: 
<https://brasilescola.uol.com.br/redacao/intertextualidade-.htm> Acesso em: 29 de 
Setembro de 2021. 
 
ARAÚJO, Ana Paula. Argumentação. Disponível em: 
<https://www.infoescola.com/redacao/argumentacao/> 
Acesso em: 27 de Setembro de 2021. 
 
SOUZA, Samarah. Intertextualidade na redação do Enem: Uma reflexão sobre a 
competência cinco. Disponível em: 
<https://bdm.unb.br/bitstream/10483/17204/1/2017_SamarahRegiaDeSouza_tcc.pdf
Acesso em: 28 de Setembro de 2021. 
 
CALIL, Lygia. Como argumentar na redação do Enem? Disponível em: 
<https://1000naredacao.com.br/2017/06/21/como-argumentar-na-redacao-do-
enem/> Acesso em: 29 de Setembro de 2021. 
 
https://claricerohers.blogspot.com/2009/11/argumentacao-e-intertextualidade.html
https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11440/pdf
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/intertextualidade-.htm
https://www.infoescola.com/redacao/argumentacao/
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/17204/1/2017_SamarahRegiaDeSouza_tcc.pdf
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/17204/1/2017_SamarahRegiaDeSouza_tcc.pdf
https://1000naredacao.com.br/2017/06/21/como-argumentar-na-redacao-do-enem/
https://1000naredacao.com.br/2017/06/21/como-argumentar-na-redacao-do-enem/
	SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO
	1 TEMA
	2 JUSTIFICATIVA
	3 PARTICIPANTES
	4 OBJETIVOS
	5 PROBLEMATIZAÇÃO
	6 REFERENCIAL TEÓRICO
	7 METODOLOGIA
	8 CRONOGRAMA
	9 RECURSOS
	10 AVALIAÇÃO
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS

Outros materiais