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Indaial – 2021 Instrumento: InIcIação ao teclado Profª Morgana Tillmann 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Profª Morgana Tillmann Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: T577i Tillmann, Morgana Instrumento: Iniciação ao teclado. / Morgana Tillmann. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 183 p.; il. ISBN 978-65-5663-634-4 ISBN Digital 978-65-5663-633-7 1. Iniciação ao teclado. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 786.207 apresentação Acadêmico, bem-vindo ao livro Instrumento: Iniciação ao Teclado. Este livro está dividido em três unidades. Na Unidade 1, abordaremos os instrumentos de tecla ao longo da história e os mecanismos de produção sonora, os diferentes tipos de teclado e algumas funções e noções básicas do teclado. Em seguida, na Unidade 2, estudaremos as escalas e os campos harmônicos, a harmonização de melodias, o acompanhamento, o autoacompanhamento e o repertório. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos as noções elementares da música e a prática em teclado. Esperamos que o material seja de fáceis compreensão e assimilação dos conceitos aqui trabalhados. Bom estudo! Profª Morgana Tillmann Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumárIo UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES ................................................................ 1 TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA ............................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 O ÓRGÃO ............................................................................................................................................ 3 2.1 O ÓRGÃO HIDRÁULICO ............................................................................................................ 4 2.2 O ÓRGÃO PORTATIVO ................................................................................................................ 5 2.3 O ÓRGÃO POSITIVO ................................................................................................................... 6 2.4 O ÓRGÃO DE CÂMARA .............................................................................................................. 7 3 O CLAVICÓRDIO .............................................................................................................................. 8 4 O CRAVO ............................................................................................................................................. 9 5 O PIANO ............................................................................................................................................ 11 5.1 OS DIFERENTES TIPOS DE PIANO ......................................................................................... 13 5.1.1 Piano de cauda ..................................................................................................................... 13 5.1.2 Piano vertical ........................................................................................................................ 15 5.1.3 Piano digital .......................................................................................................................... 15 6 O ACORDEÃO ................................................................................................................................... 16 7 A ESCALETA ...................................................................................................................................... 17 8 TECLADO ........................................................................................................................................... 17 8.1 TELEGRAPH MUSICAL ............................................................................................................. 18 8.2 ONDAS MARTENOT .................................................................................................................. 18 8.3 O TECLADO: DO SURGIMENTO À ATUALIDADE ............................................................. 19 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 21 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 22 TÓPICO 2 — DIFERENTES TIPOS DE TECLADO ...................................................................... 25 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 25 2 OS DIFERENTES TIPOS DE TECLADO ...................................................................................... 25 2.1 TECLADOS ARRANJADORES .................................................................................................. 25 2.1.1 Funcionalidades do teclado musical arranjador ............................................................. 26 2.1.2 Funcionalidades essenciais em um teclado arranjador .................................................. 26 2.1.3 Teclado arranjador para iniciantes .................................................................................... 27 2.1.4 Teclado arranjador semiprofissional e profissional ........................................................ 27 2.2 TECLADOS CONTROLADORES .............................................................................................. 28 2.3 TECLADOS SINTETIZADORES ................................................................................................ 29 2.3.1 Teclados sintetizadores analógicos ...................................................................................29 2.3.2 Teclados sintetizadores híbridos ....................................................................................... 30 2.3.3 Teclados sintetizadores digitais ......................................................................................... 30 2.3.4 Os teclados sintetizadores no cinema ............................................................................... 31 2.4 TECLADOS WORKSTATIONS ................................................................................................... 33 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 34 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 35 TÓPICO 3 — FUNÇÕES E NOÇÕES BÁSICAS DO TECLADO ............................................... 37 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37 2 NOTAS MUSICAIS DO TECLADO ............................................................................................. 37 2.1 NOTAS NATURAIS NO TECLADO .......................................................................................... 37 2.2 NOTAS ALTERADAS NO TECLADO ...................................................................................... 37 2.3 NOTAS NO TECLADO E A RELAÇÃO COM A PARTITURA MUSICAL ......................... 38 3 COMPREENDENDO AS PARTITURAS PARA O TECLADO ................................................ 39 3.1 PARTITURA COM CLAVE DE SOL COM CIFRA .................................................................. 40 3.2 PARTITURAS COM CLAVE DE SOL E CLAVE DE FÁ ......................................................... 41 3.3 FUNÇÕES BÁSICAS DO TECLADO ....................................................................................... 43 3.3.1 Teclas sensitivas ................................................................................................................... 44 3.3.2 Dual Voice ............................................................................................................................. 45 3.3.3 Split ........................................................................................................................................ 45 3.3.4 Transpose .............................................................................................................................. 46 3.3.5 Octave .................................................................................................................................... 47 3.3.6 Metrônomo ........................................................................................................................... 47 3.3.7 Voice ...................................................................................................................................... 47 3.3.8 Style ........................................................................................................................................ 47 3.3.9 Tempo .................................................................................................................................... 48 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 49 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 55 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 56 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 58 UNIDADE 2 — A TÉCNICA DO INSTRUMENTO ...................................................................... 59 TÓPICO 1 — ESCALAS E CAMPOS HARMÔNICOS ................................................................. 61 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61 2 O QUE SÃO ESCALAS ..................................................................................................................... 61 2.1 UTILIZANDO OS DEDOS NA EXECUÇÃO DAS ESCALAS .............................................. 61 2.1.1 Numeração dos dedos ....................................................................................................... 61 2.1.2 Dedos nas escalas: sequência ............................................................................................. 62 2.1.3 O cruzamento de dedos na realização das escalas ......................................................... 63 2.2 ESCALAS MAIORES .................................................................................................................... 64 2.2.1 Escala de Dó Maior .............................................................................................................. 66 2.2.2 Escala de Ré Maior .............................................................................................................. 67 2.2.3 Escala de Mi Maior .............................................................................................................. 67 2.2.4 Escala de Fá Maior ............................................................................................................... 67 2.2.5 Escala de Sol Maior .............................................................................................................. 68 2.2.6 Escala de Lá Maior ............................................................................................................... 68 2.2.7 Escala de Si Maior ................................................................................................................ 68 2.3 ESCALAS MENORES .................................................................................................................. 69 2.3.1 Escala menor natural ........................................................................................................... 69 2.3.2 Escala menor harmônica ..................................................................................................... 69 2.3.3 Escala menor melódica ....................................................................................................... 70 2.3.4 Escalas de Lá menor (escala relativa: Dó Maior) ............................................................ 71 2.3.5 Escalas de Si menor (escala relativa: Ré Maior) ............................................................. 71 2.3.6 Escalas de Dó# menor (escala relativa: Mi Maior) ......................................................... 71 2.3.7 Escalas de Ré menor (escala relativa: Fá Maior) ............................................................ 72 2.3.8 Escalas de Mi menor (escala relativa: Sol Maior) ........................................................... 72 2.3.9 Escalas de Fá# menor (escala relativa: Lá Maior) .......................................................... 73 2.3.10 Escalas de Sol# menor (escala relativa: Si Maior) ........................................................ 73 3 CAMPO HARMÔNICO ................................................................................................................... 74 3.1 CAMPO HARMÔNICO DE DÓ MAIOR (SIMPLES) ............................................................. 74 3.2 CAMPO HARMÔNICO DE RÉ MAIOR (SIMPLES) .............................................................. 75 3.3 CAMPO HARMÔNICO DE MI MAIOR (SIMPLES) .............................................................. 75 3.4 CAMPO HARMÔNICO DE FÁ MAIOR (SIMPLES) .............................................................. 76 3.5 CAMPO HARMÔNICO DE SOL MAIOR (SIMPLES) ............................................................ 76 3.6 CAMPO HARMÔNICO DE LÁ MAIOR (SIMPLES).............................................................. 77 3.7 CAMPO HARMÔNICO DE SI MAIOR (SIMPLES) ................................................................ 78 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 79 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 80 TÓPICO 2 — HARMONIZAÇÃO DE MELODIAS ...................................................................... 81 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 81 2 FORMAÇÂO DE ACORDES ........................................................................................................... 81 2.1 ACORDE PERFEITO MAIOR ..................................................................................................... 82 2.2 ACORDE PERFEITO MENOR .................................................................................................... 83 2.3 ACORDE MAIOR COM SÉTIMA MENOR .............................................................................. 85 2.4 INVERSÃO DOS ACORDES DE 5ª (TRÍADES: ACORDES DE TRÊS NOTAS) .................. 87 2.4.1 Acorde no seu estado fundamental................................................................................... 88 2.4.2 Acorde na 1ª inversão .......................................................................................................... 88 2.4.3 Acorde na 2ª inversão .......................................................................................................... 89 3 FUNÇÕES HARMÔNICAS DO MODO MAIOR ...................................................................... 89 3.1 FUNÇÕES PRINCIPAIS ............................................................................................................... 89 3.1.1 Cadência perfeita ................................................................................................................. 90 3.1.2 Cadência plagal .................................................................................................................... 90 3.1.3 Semicadência (cadência à dominante) .............................................................................. 91 3.2 FUNÇÕES SECUNDÁRIAS ........................................................................................................ 91 3.2.1 O Grupo de subdominante ................................................................................................. 95 3.2.2 O grupo de dominante ........................................................................................................ 96 3.2.3 O grupo de tônica ................................................................................................................ 97 3.2.4 Acordes de transição ........................................................................................................... 97 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 98 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 99 TÓPICO 3 — ACOMPANHAMENTO E AUTOACOMPANHAMENTO ............................... 101 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 101 2 COMO TRABALHAR COM O ACOMPANHAMENTO AUTOMÁTICO DO TECLADO ................................................................................................................................. 101 2.1 ACORDES INVERTIDOS NO ACOMPANHAMENTO AUTOMÁTICO .......................... 102 2.2 PREPARANDO O TECLADO PARA TOCAR COM ACOMPANHAMENTO AUTOMÁTICO ........................................................................................................................... 103 3 ACOMPANHAMENTO NO TECLADO .................................................................................... 103 3.1 PADRÕES RÍTMICO-MELÓDICOS EM 2/4 .......................................................................... 104 3.1.1 Padrão rítmico-melódico em 2/4 nº1 .............................................................................. 104 3.1.2 Padrão rítmico-melódico em 2/4 nº2 .............................................................................. 105 3.1.3 Padrão rítmico-melódico em 2/4 nº3 ............................................................................... 105 3.1.4 Padrão rítmico-melódico em 2/4 nº4 .............................................................................. 106 3.1.5 Padrão rítmico-melódico em 2/4 nº5 ............................................................................... 106 3.1.6 Padrão rítmico-melódico em 2/4 nº6 ............................................................................... 106 3.2 PADRÕES RÍTMICO-MELÓDICOS EM 3/4 .......................................................................... 107 3.2.1 Padrão rítmico-melódico em 3/4 nº1 ............................................................................... 107 3.2.2 Padrão rítmico-melódico em 3/4 nº2 ............................................................................... 107 3.2.3 Padrão rítmico-melódico em 3/4 nº3 ............................................................................... 107 3.2.4 Padrão rítmico-melódico em 3/4 nº4 ............................................................................... 108 3.3 PADRÕES RÍTMICO-MELÓDICOS EM 4/4 ........................................................................... 108 3.3.1 Padrão rítmico-melódico em 4/4 nº1 ............................................................................... 108 3.3.2 Padrão rítmico-melódico em 4/4 nº2 ............................................................................... 108 3.3.3 Padrão rítmico-melódico em 4/4 nº3 ............................................................................... 108 3.3.4 Padrão rítmico-melódico em 4/4 nº4 ............................................................................... 109 3.4 PADRÕES RÍTMICO-MELÓDICOS EM 6/8 ........................................................................... 109 3.4.1 Padrão rítmico-melódico em 6/8 nº1 ............................................................................... 109 3.4.2 Padrão rítmico-melódico em 6/8 nº2 ............................................................................... 109 3.4.3 Padrão rítmico-melódico em 6/8 nº3 ............................................................................... 109 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 110 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 115 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 116 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 119 UNIDADE 3 — A METODOLOGIA PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE TECLADO ..................................................................... 121 TÓPICO 1 — NOÇÕES ELEMENTARES DA MÚSICA ............................................................. 123 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 123 2 PAUTA ................................................................................................................................................ 123 2.1 NOTAS NAS LINHAS E NOS ESPAÇOS ............................................................................... 124 2.2 LINHAS SUPLEMENTARES ....................................................................................................124 2.3 NOTAS NO PENTAGRAMA .................................................................................................... 125 3 VALORES .......................................................................................................................................... 125 3.1 VALORES POSITIVOS ............................................................................................................... 126 3.2 VALORES NEGATIVOS ........................................................................................................... 126 3.3 DURAÇÃO DOS VALORES ...................................................................................................... 127 4 COMPASSO ...................................................................................................................................... 128 4.1 FÓRMULA DE COMPASSO ..................................................................................................... 128 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 131 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 132 TÓPICO 2 — PRÁTICA EM TECLADO: PRIMEIRO PASSO ................................................... 133 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 133 2 POSTURA E NOMENCLATURA DAS MÃOS ........................................................................ 133 2.1 POSTURA ................................................................................................................................... 133 2.2 NOMENCLATURA DAS MÃOS.............................................................................................. 134 3 EXERCÍCIOS DE LEITURA E PRÁTICA: CLAVE DE SOL (MÃO DIREITA) .................... 135 3.1 EXERCÍCIOS CLAVE DE SOL: COMPASSO QUATRO POR QUATRO ............................ 135 3.2 EXERCÍCIOS CLAVE DE SOL: COMPASSO TRÊS POR QUATRO ................................... 136 3.3 EXERCÍCIOS CLAVE DE SOL: COMPASSO DOIS POR QUATRO ................................... 137 4 ACORDES UTILIZADOS NAS MÚSICAS DO TÓPICO 2 DA UNIDADE 3 .................... 139 5 PRIMEIRAS MÚSICAS .................................................................................................................. 139 5.1 CAMPTOWN RACES ................................................................................................................. 139 5.2 MERRILY WE ROLL ALONG .................................................................................................... 140 5.3 MAY SONG .................................................................................................................................. 141 5.4 VIENE SUL MAR ......................................................................................................................... 142 5.5 CAN CAN .................................................................................................................................... 143 5.6 ODE À ALEGRIA ......................................................................................................................... 144 5.7 ASA BRANCA .............................................................................................................................. 146 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 147 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 148 TÓPICO 3 — PRÁTICA EM TECLADO: SEGUNDO PASSO .................................................. 151 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 151 2 SUBSTITUINDO O AUTOACOMPANHAMENTO DO TECLADO PELO ACOMPANHAMENTO MANUAL ............................................................................................ 151 3 EXERCÍCIOS DE LEITURA E PRÁTICA: CLAVE DE FÁ (MÃO ESQUERDA) ................ 151 3.1 EXERCÍCIOS CLAVE DE FÁ: COMPASSO QUATRO POR QUATRO .............................. 152 3.2 EXERCÍCIOS CLAVE DE FÁ: COMPASSO TRÊS POR QUATRO ...................................... 153 3.3 EXERCÍCIOS CLAVE DE FÁ: COMPASSO DOIS POR QUATRO ...................................... 154 4 MÚSICAS TOCADAS COM AS DUAS MÃOS ........................................................................ 155 4.1 CAMPTOWN RACES ................................................................................................................. 156 4.1.1 Camptown Races: variação 1 .............................................................................................. 156 4.1.2 Camptown Races: variação 2 .............................................................................................. 156 4.1.3 Camptown Races: variação 3 .............................................................................................. 157 4.2 MERRILY WE ROLL ALONG .................................................................................................... 158 4.2.1 Merrily We Roll Along: variação 1 ..................................................................................... 158 4.2.2 Merrily We Roll Along: variação 2 ..................................................................................... 159 4.3 MAY SONG ................................................................................................................................. 160 4.3.1 May Song: variação 1 .......................................................................................................... 161 4.3.2 May Song: variação 2 .......................................................................................................... 161 4.3.3 May Song: variação 3 .......................................................................................................... 162 4.4 VIENE SUL MAR ........................................................................................................................ 163 4.4.1 Viene Sul Mar: variação 1 ................................................................................................... 164 4.4.2 Viene Sul Mar: variação 2 ................................................................................................... 165 4.5 CAN CAN .................................................................................................................................... 166 4.5.1 Can Can: variação 1 ............................................................................................................ 166 4.5.2 Can Can: variação 2 ............................................................................................................ 167 4.5.3 Can Can: variação 3 ............................................................................................................ 168 4.6 ODE À ALEGRIA ......................................................................................................................... 169 4.6.1 Ode à Alegria: variação 1 .................................................................................................... 169 4.6.2 Ode à Alegria: variação 2 .................................................................................................... 170 4.7 ASA BRANCA ............................................................................................................................. 171 4.7.1 Asa Branca: variação 1 ........................................................................................................ 171 4.7.2 Asa Branca: variação 2 ........................................................................................................ 172 LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................175 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 181 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 182 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 183 1 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • reconhecer alguns instrumentos de teclas e compreender o mecanismo de produção sonora; • compreender as particularidades dos diferentes tipos de teclados e as funções básicas; • conhecer as escalas e os campos harmônicos; • compreender os processos básicos da harmonização de melodias; • tocar algumas peças musicais. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA TÓPICO 2 – DIFERENTES TIPOS DE TECLADO TÓPICO 3 – FUNÇÕES E NOÇÕES BÁSICAS DO TECLADO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 1, faremos um breve estudo da história de alguns instrumentos musicais de teclas. Todo o instrumento musical que utiliza um conjunto de teclas para ser tocado é denominado de instrumento de tecla. Os instrumentos de teclas estão presentes na humanidade desde o século II a.C. Por terem as formas de produção sonora variadas, apresentam diferentes estruturas de funcionamento, que veremos ao longo deste tópico. Para conhecer um pouco mais a respeito dos instrumentos de tecla ao longo da história, falaremos de alguns deles. FIGURA 1 – CONJUNTO DE TECLAS (TECLADO) FONTE: <https://www.klipartz.com/en/sticker-png-tcsyg>. Acesso em: 15 set. 2020. 2 O ÓRGÃO O órgão é um instrumento musical da família dos aerofones e é considerado o instrumento musical de tecla mais antigo da humanidade. Os órgãos variam de tamanho, indo de uma pequena média até monumentais estruturas que são do tamanho de casas de cinco andares. Atualmente, podem ser encontrados em espaços religiosos, teatros, salas de concerto, escolas de música e casas particulares. A seguir, você verá alguns tipos de órgão produzidos ao longo da história. Em se tratando de instrumentos musicais, o termo teclado se refere ao nome dado ao conjunto de alavancas chamadas de teclas, que são dispostas de forma ordenada NOTA UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 4 2.1 O ÓRGÃO HIDRÁULICO De acordo com descrições de engenheiros greco-romanos, a criação do órgão se deu por volta do século III a.C. Por depender da água para produzir e empurrar o ar comprimido para dentro dos tubos, foi chamado de órgão hidráulico. FIGURA 2 – ÓRGÃO HIDRÁULICO EM MOSAICO, DA VILA ROMANA DE NENNIG, ALEMANHA FONTE: <https://greciantiga.org/img.asp?num=0345>. Acesso em: 15 set. 2020. Na figura do mosaico da vila romana de Nennig, podemos observar dois músicos: o músico da esquerda está tocando um órgão hidráulico de 27 tubos. O pódio no qual ele se encontra serve de depósito de água e, ao lado, há duas bombas de ar cilíndricas. Com base na classificação utilizada por C. Sachs e E. M. von Horbostel, publicada em Zeitschrift für Ethnologic, 1914, um instrumento musical aerofone é qualquer instrumento no qual o som é, principalmente, produzido pela vibração do ar, sem a necessidade de membranas ou de cordas, e sem que a própria vibração do corpo do instrumento influencie, significativamente, no som produzido. NOTA Os executantes de órgão se chamam organistas. Os construtores de órgãos se chamam organeiros. NOTA TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 5 A seguir, veremos o mecanismo de funcionamento do órgão hidráulico. FIGURA 3 – MECANISMO DE FUNCIONAMENTO DO ÓRGÃO HIDRÁULICO FONTE: <https://bit.ly/2RsaaxE>. Acesso em: 15 maio 2020. No século IV, o mecanismo de água foi substituído pelo pneumático, assim, o fornecimento de ar se dava pelo manuseio de foles. No século X, os órgãos de tubos foram introduzidos nas igrejas ocidentais, sendo fabricados em tamanhos diversos. Ao longo dos anos, diferentes tipos de órgãos passaram a ser fabricados, como o órgão portativo, o órgão positivo e o órgão de câmara. Embora sejam apresentados, aqui, apenas esses órgãos, devemos compreender que existem outros tipos de órgãos que não serão abordados no atual estudo, para que o conteúdo não se estenda. 2.2 O ÓRGÃO PORTATIVO O órgão portativo (ou portátil) foi muito utilizado no século XIV. Por ser pequeno e leve, era um órgão de fácil transporte, em especial, nas procissões. Era segurado pelo próprio músico, que tocava as teclas com a mão direita e acionava o fole com a mão esquerda. De acordo com Rodrigues (2017, p. 48), essas “características de execução faziam, dele, apenas um instrumento melódico, e não de acompanhamento”. UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 6 FIGURA 4 – ÓRGÃO PORTATIVO EM AFRESCO DA CATEDRAL DE VALÊNCIA, NA ESPANHA FONTE: <https://www.pinterest.at/pin/557390891376703369/>. Acesso em: 15 maio 2020. 2.3 O ÓRGÃO POSITIVO O órgão positivo (do termo pousar) dispõe de poucos registros sonoros e, normalmente, não possui pedaleira. Servia para o acompanhamento do cantochão e como instrumento de baixo contínuo em pequenos conjuntos musicais, na época barroca. O órgão positivo também podia ser transportado, mas tinha que ser pousado (positum) em uma mesa para ser tocado e requeria um auxiliar para acionar o fole. Acesse o link a seguir para assistir a um vídeo com a execução de uma música realizada no órgão portativo, por Catalina Vicens: https://www.youtube.com/ watch?v=Uk4iVold0eU. DICAS TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 7 FIGURA 5 – ORGÃO POSITIVO FONTE: <https://musicabrasilis.org.br/instrumentos/orgao-positivo>. Acesso em: 3 fev. 2021. 2.4 O ÓRGÃO DE CÂMARA É um pequeno órgão de tubos derivado do órgão positivo. Tornou-se popular em salas de concerto e em ambientes privados. Observe um órgão de câmara fabricado pelo suíço Josef Looser: FIGURA 6 – ÓRGÃO DE CÂMARA FONTE: Kindersley (2014, p. 99) UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 8 3 O CLAVICÓRDIO O clavicórdio é um instrumento musical da família dos cordofones. Produz som a partir de um mecanismo acionado por teclas que movimentam pequenas lâminas de metal, chamadas de tangentes, que percutem as cordas, produzindo a vibração. Foi utilizado na Europa a partir do fim da Idade Média até o Período Clássico (passando pelo Renascimento e pelo Barroco). Por não possuir um som com volume adequado a grandes espaços, o clavicórdio se destinava ao auxílio nos estudos e nas composições. FIGURA 7 – CLAVICÓRDIO FONTE: <https://www.gratispng.com/png-iizpw1/>. Acesso em: 15 jun. 2020. Desde que foi inventado (no século III a.C.), o órgão permaneceu como o único instrumento de teclas até o século XIV. NOTA Cordofone é uma classificação de instrumentos musicais, utilizada por C. Sachs e E. M. von Horbostel, publicado em Zeitschrift für Ethnologic, 1914, para designar um instrumento musical que produz som através de uma corda esticada de um ponto a outro. NOTA TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 9 4 O CRAVO O cravo pertence ao grupo das cordas pinçadas (que gera som, tangendo ou beliscando uma corda), diferentemente do clavicórdio ou do piano, que tem o som produzido por meio da percussão das cordas. Os registros mais antigos do usodo cravo datam do fim do século XIV. No período Barroco (aproximadamente, entre 1600 e 1750), o cravo foi mais utilizado. Um exemplo da popularidade é o extenso acervo de música composto por Johann Sebastian Bach para o cravo. Atualmente, o cravo pode ser encontrado como instrumento na ópera, na música de câmara, em composições contemporâneas e, em especial, quando há a performance de músicas do período Barroco. FIGURA 8 – CRAVO FONTE: <https://www.filarmonica.art.br/educacional/sem-misterio/cravo/>. Acesso em: 15 maio 2020. O clavicórdio é o único teclado com cordas que pode ser tocado com vibrato. Vibrato é a ligeira oscilação na altura de uma determinada nota. NOTA Acesse o link a seguir, para ouvir o som do vibrato realizado no clavicórdio: https://www.youtube.com/watch?v=7oCGNwDokT0. DICAS UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 10 Acesse o link a seguir para ouvir a música Jesus Alegria dos Homens, composta por Johann Sebastian Bach (BWV 147), executada por Antonio Carlos de Magalhães: https://www.youtube.com/watch?v=Mle5PgITx2Y. DICAS Pelo fato de o cravo ter sido utilizado por três séculos, há uma diversidade de instrumentos que faz parte da sua família. Dentre as variações mais comuns, podemos encontrar o virginal e a espineta, que apresentam diferenças em tamanho, formato, extensão e inclinação das cordas. FIGURA 9 – VIRGINAL FONTE: <https://www.britannica.com/art/virginal>. Acesso em: 15 maio 2020. FIGURA 10 – ESPINETA FONTE: <http://www.todosinstrumentosmusicais.com.br/conheca-o-instrumento-espineta.html>. Acesso em: 15 maio 2020. TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 11 5 O PIANO O piano é um instrumento musical que produz som através das cordas percutidas. Diferentemente do clavicórdio, o mecanismo que percute a corda do piano não permanece com ela, fazendo com que a corda vibre livremente, o que possibilita uma maior duração do som. Foi inventado no início do século XVI, por Bartolomeo Cristofori, e passou por alguns aperfeiçoamentos até chegar ao piano atual. O objetivo maior da nova invenção era ampliar a capacidade de dinâmica e, especialmente, a intensidade do som no instrumento (algo difícil no cravo e muito limitado no clavicórdio), daí o nome pianoforte (que vai do pianíssimo ao fortíssimo), mais tarde, reduzido a piano. De acordo com Bennett (1986, p. 47): No começo, o piano custou muito a ganhar terreno, certamente, devido à precariedade dos primeiros modelos. Contudo, por volta de 1760, C.P.E. Bach, cujas composições para instrumentos de teclado causaram profunda impressão em Haydn, aceitou o piano em pé de igualdade com o cravo e o clavicórdio. Mais ou menos na mesma época, Johann Christian Bach, cuja música exerceu grande influência sobre o jovem Mozart, fez, em Londres, as primeiras apresentações, em público, da música de piano. Durante muito tempo, a música para teclado continuou sendo impressa, com a indicação “para piano forte ou cravo”, mas, no fim do século XVIII, o cravo já havia caído em desuso, amplamente substituído pelo piano. No período romântico, virtuoses, como Liszt, conferiram um novo papel ao piano, como instrumento solista no concerto. Ao longo do tempo, a popularidade do piano fez com que chegasse às casas, projetando, assim, a fama internacional de compositores, como Chopin, Schumann e Grieg. Em meados do século XX, o piano já estava sendo utilizado no ragtime e no jazz. Além disso, alguns compositores utilizavam-no para novas criações musicais, como o caso de Bartók, Schoenberg e Busoni. O termo virtuose é designado para se referir a um executante de nível excepcional, em especial, no que se refere ao domínio técnico. NOTA UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 12 A partir de 1940, compositores, como John Cage, compuseram obras para piano, utilizando diferentes materiais, como borracha e metal entre as cordas. As composições que usam essa técnica são conhecidas por obras para “piano preparado”. FIGURA 11 – JOHN CAGE E O PIANO PREPARADO FONTE: <https://twitter.com/metaux/status/1271845773966221313>. Acesso em: 24 maio 2020. Ragtime é considerado o primeiro gênero musical autêntico norte-americano (originário de comunidades musicais afro-americanas), e teve o pico de popularidade entre os anos 1897 e 1918, no entanto, ainda hoje, são produzidas composições. Para ouvir a música Black and White, composta por George Botsford, em 1908, acesse https://www. youtube.com/watch?v=tQqBdezXKuI. DICAS No Brasil, há um grupo musical que se chama PianOrquestra. Esse grupo realiza atividades musicais com base em um longo estudo das técnicas de piano preparado e de piano expandido, que foram popularizadas por John Cage. Para ouvir a música Ponta de Areia, composição de Milton Nascimento e Fernando Brandt, interpretada pelo grupo PianOrquesta, acesse https://www.youtube.com/watch?v=6__dchZIP7Q. DICAS TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 13 5.1 OS DIFERENTES TIPOS DE PIANO Há três diferentes tipos de piano: o piano de cauda, o piano vertical e o piano digital. 5.1.1 Piano de cauda O piano de cauda tem as cordas dispostas horizontalmente. Existem diversos modelos e tamanhos de pianos de cauda, e variam de 1,8 a 3m. FIGURA 12 – PIANO DE CAUDA FONTE: <https://www.intermezzo.com.br/piano-yamaha-c7x-3-4-cauda/p>. Acesso em: 15 maio 2020. Os primeiros pianos de cauda tinham reforço de metal, o que aumentava a tensão das cordas. No entanto, para os padrões modernos, o som ainda era muito fraco e diminuía drasticamente. Veja, a seguir, as partes de um piano inglês de 1828. UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 14 FIGURA 13 – PARTES DE UM PIANO STODART, 1828 FONTE: Kindersley (2014, p. 143) FIGURA 14 – O FUNCIONAMENTO DO PIANO INGLÊS FONTE: Kindersley (2014, p. 142) Há duas escolas conceituadas na fabricação de pianos: a escola vienense e a escola inglesa. De acordo com Persone, é possível notar “a imensa distância conceitual entre o piano vienense e o piano inglês. Poderíamos, mesmo, arriscar a dizer que a escola vienense buscou um clavicórdio mais sonoro e, a inglesa, um cravo mais expressivo” (2008, p. 47). Veremos, a seguir, uma figura que apresentará o funcionamento do piano inglês. NOTA TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 15 5.1.2 Piano vertical O piano vertical, também conhecido como piano de armário, possui as cordas dispostas verticalmente. Pelo tamanho reduzido, não amplifica o som, como o piano de cauda, e é mais comum em espaços pequenos, como casas e escolas de música. FIGURA 15 – PIANO VERTICAL FONTE: <https://www.tendinfo.com.br/piano-vertical-kawai-fd115-preto>. Acesso em: 15 maio 2020. 5.1.3 Piano digital Há, ainda, o piano digital, no qual são armazenados, em uma memória eletrônica, diferentes timbres (piano, cravo, órgão etc.) para a reprodução. Os pianos digitais diferem dos teclados digitais por apresentarem teclas pesadas (como nos pianos acústicos) e pela extensão sonora. Com o piano digital, é possível realizar a alteração do volume, além do uso de fones de ouvido. Ainda, há a facilidade no transporte e não há a necessidade da manutenção da afinação. Para saber mais a respeito dos pianos digitais, acesse pianodigital.com.br. Neste site, você encontrará alguns artigos que ajudarão a compreender as diferenças entres as diferentes marcas de pianos digitais, além de outras curiosidades. DICAS UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 16 FIGURA 16 – PIANO DIGITAL FONTE: <https://www.plander.com.br/piano-digital-yamaha-dgx660b-com-fonte-original>. Acesso em: 15 maio 2020. 6 O ACORDEÃO O acordeão, ou acordeon, é um instrumento musical aerofone, de tecla, composto por um fole, palhetas livres e duas caixas harmônicas de madeira. No Brasil, o acordeão também é popularmente chamado de sanfona ou gaita.De acordo com Kleber (2018, p. 954): O acordeão foi desenvolvido por Cyril Demian, em meados de 1829, na cidade de Viena, a partir do aprimoramento de um instrumento de sopro chinês denominado de Cheng que também possuía um sistema de palhetas. Devido a uma dessas significantes transformações, Demian batizou a invenção de akkordeon, palavra derivada do verbo accordare, que, em italiano, significa “harmonizar”. A palavra harmonizar implica que seria possível tocar notas simultâneas ou acordes. A produção sonora ocorre quando o ar, que está no fole, é direcionado até as palhetas de metal, que vibram, gerando o som. Quanto maior a palheta, mais grave é o som. Quanto mais forte o ar passar pela palheta, mais intenso é o som. No acordeão, o movimento do fole é realizado pelo braço esquerdo. A mão direita toca as teclas e, a mão esquerda, os botões, chamados de baixos. TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 17 FIGURA 17 – ACORDEÃO FONTE: <http://www.tonsemelodias.com/produto/acordeao-dino-baffetti-profissional-1-a/>. Acesso em: 15 maio 2020. 7 A ESCALETA A escaleta, também conhecida como melódica, é um instrumento musical de palhetas livres e tem o funcionamento semelhante ao acordeão e à gaita de boca. Possui um teclado similar ao do piano, no entanto, menor. A escaleta é frequentemente usada para fins educativos, como aulas de musicalização infantil. Para produzir som na escaleta, é preciso soprar a boquilha, que se encontra na extremidade do lado esquerdo, além de tocar as teclas com a mão direita. FIGURA 18 – ESCALETA FONTE: <http://www.studiosomjoao.com.br/produto/escaleta-yamaha-p37d-37-teclas/115619>. Acesso em: 15 maio 2020. 8 TECLADO O teclado é um instrumento musical temperado no qual podem ser executadas melodia e harmonia. É composto por um conjunto de teclas adjacentes brancas e pretas, que, quando pressionadas, produzem som. O teclado foi criado nos anos 1960, no entanto, antes disso, alguns instrumentos próximos à ideia do teclado já estavam sendo criados, como Telegraph Musical e Ondas Martenot. UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 18 8.1 TELEGRAPH MUSICAL Em 1874, Elisha Grey criou o Telegraph Musical, o primeiro protótipo de um conceito de sons formados por impulsos elétricos, que gerava sons por meio de fios telegráficos. FIGURA 19 – TELEGRAPH MUSICAL FONTE: <https://daelectronicmusic.wordpress.com/history/musical-telegraph/>. Acesso em: 15 maio 2020. 8.2 ONDAS MARTENOT No início do século XX, mais precisamente, em 1928, foi inventado, por Maurice Martenot, o Ondas Martenot. Esse instrumento musical eletrônico é dos primeiros a ser produzido. O som é ondulante, similar ao tererim. O Sistema Temperado é o sistema de afinação responsável pela divisão do intervalo de uma oitava em doze semitons. Assim como o teclado, muitos outros instrumentos musicais são temperados, como piano, harpa, violão etc. NOTA TÓPICO 1 — INSTRUMENTOS DE TECLA AO LONGO DA HISTÓRIA 19 FIGURA 20 – ONDAS MARTENOT FONTE: <https://proyectoidis.org/ondas-martenot/>. Acesso em: 11 maio 2020. 8.3 O TECLADO: DO SURGIMENTO À ATUALIDADE Por meio do trabalho de Robert Moog, fundador do Moog Music Inc., que, na década de 60, precisamente, em 1964, o primeiro teclado surgiu. No início, os teclados eram, comercialmente, inacessíveis e de grande extensão (mediam quase a dimensão de uma parede). Além disso, possuíam inúmeros cabos e eram muito ruins em relação à afinação, como é o caso do sintetizador Moog. FIGURA 21 – SINTETIZADOR MOOG FONTE: <https://en.wikipedia.org/wiki/Moog_synthesizer>. Acesso em: 15 maio 2020. O teremim é um dos primeiros instrumentos musicais completamente eletrônicos, controlado sem qualquer contato físico pelo músico. Para ouvir o som do teremim, acesse https://www.youtube.com/watch?v=K6KbEnGnymk. DICAS UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 20 FIGURA 22 – GEORGE HARRISON (GUITARRISTA DOS BEATLES) TOCANDO UM SINTETIZADOR MOOG FONTE: <http://obaudoedu.blogspot.com/2012/05/os-beatles-e-o-sintetizador-moog.html>. Acesso em: 24 maio 2020. Quase 60 anos se passaram e, hoje, os teclados possuem inúmeros recursos, como visor de LCD, uma gama enorme de sons e de efeitos, além da possibilidade de poderem ser conectados aos computadores, aspecto que amplia a utilização e a versatilidade. Atualmente, há quatro diferentes tipos de teclado: arranjadores, controladores, sintetizadores e workstations. A respeito disso, aprofundar-nos-emos no próximo tópico. Alguns grupos de rock, do fim da década de 60, como Doors, Rolling Stones, Byrds e Monkees, gravaram músicas com o Moog. Na música Because, do último álbum dos Beatles, intitulado de Abbey Road, também é possível notar a presença do Moog. NOTA 21 Neste tópico, você aprendeu que: • Os instrumentos musicais de teclas possuem variadas formas de produção sonora. • O órgão foi o primeiro instrumento musical de tecla. • Os instrumentos de teclas que produzem som por meio de cordas se diferem no mecanismo de geração sonora, refletindo nas diferenças dos sons extraídos. • O piano foi criado com o objetivo maior de possibilitar diferentes intensidades de som. • O teclado é um instrumento musical relativamente recente, tendo diferentes tipos. RESUMO DO TÓPICO 1 22 1 O primeiro instrumento musical produzido com teclas foi o órgão. De acordo com descrições de engenheiros greco-romanos, a criação do órgão se deu por volta do século III a.C. Os primeiros órgãos foram chamados de hidráulicos. Qual das alternativas a seguir apresenta o mecanismo de produção sonora/execução musical que corresponde ao órgão hidráulico? a) ( ) O fole é acionado pela mão esquerda, enquanto o músico toca as notas do teclado com a mão direita. b) ( ) Para produzir som, é preciso soprar a boquilha, que se encontra na extremidade do lado esquerdo, e tocar as teclas com a mão direita. c) ( ) O movimento do fole é realizado com o braço esquerdo, enquanto a mão direita toca as teclas. d) ( ) Para produzir som, uma estrutura à água empurra o ar, e este é direcionado para dentro dos tubos. 2 O clavicórdio, o cravo e o piano são instrumentos de tecla pertencentes à família das cordas. Embora apresentem algumas similaridades, possuem estruturas diferentes em relação à forma da produção sonora. Relacione o instrumento que está sendo referido em cada frase a seguir e assinale a alternativa que corresponde à sequência CORRETA: I- Pertence ao grupo das cordas pinçadas (gera som, tangendo ou beliscando uma corda). II- Quando a tecla é pressionada, o martelo se levanta, e, ao mesmo tempo, o abafador é liberado, dessa forma, quando o martelo bate na corda, ela vibra livremente. III- O som é produzido pela percussão das cordas. Ao acionar as teclas, pequenas lâminas de metal, chamadas de tangentes, percutem as cordas, produzindo vibração. a) ( ) Piano, cravo e clavicórdio. b) ( ) Cravo, piano e clavicódio. c) ( ) Clavicódio, piano e cravo. d) ( ) Cravo, clavicódio e piano. 3 O piano é um instrumento musical que foi inventado no início do século XVI, por Bartolomeo Cristofori, e passou por alguns aperfeiçoamentos até chegar ao piano atual. O objetivo maior da nova invenção era possibilitar diferentes intensidades de som, daí o nome pianoforte (que vai do pianíssimo ao fortíssimo), mais tarde, reduzido a piano. Atualmente, é possível encontrar três tipos de piano. Observe os expostos a seguir e os relacione ao tipo de piano referido. Em seguida, assinale a alternativa que corresponde à sequência CORRETA: AUTOATIVIDADE 23 I- Este tipo de piano tem as cordas dispostas verticalmente. II- Este tipo de piano não possui cordas. III- Este tipo de piano tem as cordas dispostas horizontalmente. a) ( ) Piano de cauda, piano elétrico e piano vertical. b) ( ) Piano elétrico, piano de cauda e piano de armário. c) ( ) Piano vertical, piano elétrico e pianode cauda. d) ( ) Piano de armário, piano de cauda e piano elétrico. 4 A escaleta, também conhecida como melódica, é um instrumento musical de palhetas livres e tem funcionamento semelhante ao acordeão e à gaita de boca. Qual ação que deve ser realizada para produzir som na escaleta? 5 O teclado é um instrumento musical temperado no qual podem ser executadas melodia e harmonia. É composto por um conjunto de teclas adjacentes brancas e pretas, que, quando pressionadas, produzem som. Atualmente, há quatro tipos de teclados. Quais são? 24 25 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 DIFERENTES TIPOS DE TECLADO 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os diferentes tipos de teclados, além de apresentarmos as principais características e funções. 2 OS DIFERENTES TIPOS DE TECLADO Atualmente, há quatro tipos diferentes de teclados: arranjadores, controladores, sintetizadores e workstations. 2.1 TECLADOS ARRANJADORES O teclado arranjador oferece a função de acompanhamento automático. Nesse tipo de teclado, você toca um acorde na mão esquerda, reconhecido pelo teclado, assim, ele monta uma linha de baixo, guitarra, metais, cordas, bateria etc. O teclado arranjador tem, como objetivo, criar um arranjo completo para a música, dessa forma, torna-se ideal para aquelas pessoas que querem tocar sozinhas. Na sua grande maioria, os teclados arranjadores não possuem o foco na qualidade dos timbres, pois o objetivo é a execução do acompanhamento. Atualmente, os modelos mais comuns de teclados arranjadores são: linha PSR, da Yamaha; linha E, da Roland; e linha PA, da Korg. FIGURA 23 – TECLADO ARRANJADOR, YAMAHA PSR-E463 FONTE: <https://www.lookmusic.com.br/teclado-arranjador-yamaha-psr-e463>. Acesso em: 24 maio 2020. 26 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES 2.1.1 Funcionalidades do teclado musical arranjador Como já mencionado, o teclado musical arranjador é um instrumento ideal para o músico que toca sozinho, pois, com apenas um instrumento, pode simular um grupo musical. Observaremos, agora, algumas funcionalidades do teclado musical arranjador: • Os teclados arranjadores são teclados com grande extensão sonora, possuindo, na grande maioria, cinco oitavas. • Em geral, possuem alto falante interno de boa potência, trazendo comodidade no momento de transporte ou uso. • Apresentam uma grande variedade de acompanhamentos de estilos musicais na memória interna. • Nos teclados arranjadores de maior custo, é possível editar, além de criar os próprios acompanhamentos. • Grande parte dos teclados arranjadores possui entrada para microfone, permitindo que o músico cante sem a necessidade de uma caixa de som. 2.1.2 Funcionalidades essenciais em um teclado arranjador Há uma diversidade de teclados arranjadores que atende a diferentes necessidades. A gama de funções varia, de acordo com o custo do equipamento. Embora um teclado arranjador com inúmeros recursos seja, certamente, o mais ideal, possui um valor bem elevado, o que dificulta no momento da aquisição. Há, no entanto, funções essenciais indispensáveis para um teclado arranjador, que são cruciais no momento da execução musical e que devem ser levadas em consideração na hora de comprar um teclado arranjador: • Tecla de sensibilidade ao toque: Um teclado arranjador, sem a função de sensibilidade ao toque (função touch), não oferece a possibilidade de expressão musical em relação à intensidade, fato que acaba prejudicando, consideravelmente, uma execução instrumental. • Entrada para pedal sustain: Esse recurso permite simular a sustentação das notas, como ocorre no piano acústico. Caso você seja iniciante no estudo do teclado, não deve utilizar o pedal de sustentação no momento. No entanto, é importante que o seu teclado tenha esse recurso para que, futuramente, você possa utilizá-lo. TÓPICO 2 — DIFERENTES TIPOS DE TECLADO 27 FIGURA 24 – PEDAL SUSTAIN PARA TECLADO FONTE: <https://bit.ly/3nTL0nR>. Acesso em: 24 maio 2020. 2.1.3 Teclado arranjador para iniciantes Normalmente, os teclados arranjadores de nível iniciante possuem variados ritmos e timbres, mas não possuem a opção para unidade de memória interna, impossibilitando a ampliação e a diversificação sonoras e rítmicas do equipamento. Um exemplo disso é o teclado arranjador Yamaha PSR E363, que possui cinco oitavas, teclas sensitivas, 574 vozes, 165 estilos de acompanhamento e 150 diferentes tipos de arpejo. Falaremos mais desse teclado no Tópico 3. FIGURA 25 – TECLADO ARRANJADOR YAMAHA PSR E363 FONTE: <https://yamaha.io/3nWn3ML>. Acesso em: 6 out. 2020. 2.1.4 Teclado arranjador semiprofissional e profissional Os teclados arranjadores de níveis semiprofissional e profissional possuem unidade de memória externa, como entrada para pen drive, e opções para criação de timbres e acompanhamentos, como é o caso do teclado Korg PA 100 BR Arranjador. Esse teclado traz timbres e ritmos genuinamente brasileiros, além dos usualmente encontrados nos arranjadores. São mais de 1750 timbres e 430 ritmos. Além disso, esse teclado possui uma memória interna de 600MB e slot para cartão microSD, possibilitando o armazenamento de uma infinidade de outros dados, como timbres e ritmos diversos. 28 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES FIGURA 26 – TECLADO KORG PA 100 BR ARRANJADOR FONTE: <http://www.korg.com.br/produto/10270476-teclado-arranjador-korg-pa1000>. Acesso em: 6 out. 2020. 2.2 TECLADOS CONTROLADORES Os teclados controladores possuem diferentes números de teclas e, na sua grande maioria, não possuem timbres. Além disso, os teclados controladores não possuem autofalante, nem saída de som. A finalidade é controlar outros instrumentos digitais, através de MIDI (Musical Instrument Digital Interface). Para que isso ocorra, devem ser conectados a módulos MIDI, computadores, notebooks, tablets ou celulares. FIGURA 27 – TECLADO CONTROLADOR AKAI (25 TECLAS) FONTE: <https://www.bhguitar.com.br/controlador-akai-midi-mpk-mini-mk2-25-teclas-usb-p1500>. Acesso em: 24 maio 2020. FIGURA 28 – TECLADO CONTROLADOR AKAI (49 TECLAS) FONTE: <https://bit.ly/3nORsws>. Acesso em: 24 maio 2020. TÓPICO 2 — DIFERENTES TIPOS DE TECLADO 29 Por meio dos teclados controladores, você pode controlar timbres, efeitos, equalizações, programações, canais MIDI etc. Com um teclado controlador, você tem acesso aos mais variados timbres, com excelente qualidade, por um preço baixo em comparação a um teclado sintetizador, por exemplo, e pode realizar os mais diversos arranjos, primando pela qualidade sonora. 2.3 TECLADOS SINTETIZADORES Enquanto o teclado arranjador é especialista em ritmos e em arranjos, os teclados sintetizadores são teclados musicais desenvolvidos para produzir sons gerados artificialmente. Um teclado sintetizador é ideal para músicos que tocam em bandas. Você pode relembrar, na história dos instrumentos com teclas, abordada no Tópico 1 desta unidade, que o primeiro sintetizador foi produzido pelo Dr. Robert Moog, na década de 60. Após quase 60 anos da primeira criação, encontramos uma grande variedade de teclados sintetizadores que podem ser classificados de diversas formas. No estudo atual, utilizaremos a classificação, de acordo com a tecnologia empregada: os modelos analógicos, os híbridos e os digitais. 2.3.1 Teclados sintetizadores analógicos Os teclados sintetizadores analógicos funcionam por meio da variação de tensão, popularmente conhecidos como “controles de voltagem”, como é o caso do Minimoog: MIDI é um conjunto de códigos padronizados que representam parâmetros musicais, como tom, dinâmica, andamento e muito mais. MIDI não é áudio, são dados. MIDI é uma linguagem de computador que aciona sons. NOTA 30 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES FIGURA 29 – MINIMOOG FONTE: <https://en.audiofanzine.com/analog-synth/moog-music/minimoog/>. Acesso em: 6 out. 2020. 2.3.2 Teclados sintetizadoreshíbridos Os teclados sintetizadores híbridos podem apresentar algumas unidades analógicas e outras digitais, como será possível observar no Roland Juno-106: FIGURA 30 – ROLAND JUNO-106 FONTE: <https://www.roland.com/br/products/rc_juno-106/>. Acesso em: 6 out. 2020. 2.3.3 Teclados sintetizadores digitais Os sintetizadores digitais são os mais atuais, e a produção do som ocorre por meio do processamento de sinais. FIGURA 31 – TECLADO SINTETIZADOR MX88 YAMAHA FONTE: <https://br.yamaha.com/pt/products/music_production/synthesizers/mx88/index.html>. Acesso em: 6 out. 2020. TÓPICO 2 — DIFERENTES TIPOS DE TECLADO 31 2.3.4 Os teclados sintetizadores no cinema Na década de 70, com o sucesso da trilha sonora do filme Laranja Mecânica, executada por Wendy Carlos, o sintetizador ganhou o status de “instrumento de composição de temas para o cinema”, e passou a servir de fonte sonora para um grande número de compositores. FIGURA 32 – STOCKHAUSEN E OS PRIMEIROS SINTETIZADORES DIGITAIS UTILIZADOS EM TRILHAS SONORAS PARA O CINEMA. FONTE: <http://www.ufrgs.br/mvs/Linha_base.html>. Acesso em: 24 maio 2020. Filmes nos quais foram utilizados sintetizadores nas trilhas sonoras Existem muitos filmes nos quais os compositores utilizaram sintetizadores para compor a trilha sonora. Segue uma lista, elencando alguns mais significativos: • Runaway: Fora Do Controle (Runaway), trilha sonora composta por Jerry Goldsmith. Para ouvir um trecho, clique em https://www.youtube.com/ watch?v=qD2Y2bWB2Ks. • Inimigo Meu (Enemy Mine), trilha sonora composta por Maurice Jarre. Para ouvir essa trilha sonora completa, clique em https://www.youtube.com/ watch?v=9XpajrIZtqw&t=8s. • Marte Ataca (Mars Attacks!), trilha sonora composta por Danny Elfman. Para ouvir a trilha sonora completa, clique em https://www.youtube.com/ watch?v=587547idRBI&t=18s. • Robocop (Robocop), trilha sonora composta por Basil Poledouris. Para ouvir completa, clique em https://www.youtube.com/watch?v=SkAxTunI8jE. • Blade Runner (Blade Runner), trilha sonora composta por Vangelis. Para ouvir um trecho, clique em https://www.youtube.com/watch?v=EV95Yu6gZSY&t=29s. • Contatos Imediatos de Terceiro Grau (Close Encounters of the Third Kind), trilha sonora composta por Jonh Willians. Para ouvir um trecho, clique em https:// www.youtube.com/watch?v=qDDThITaAhw. 32 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES • Tron – O Legado (Tron), trilha sonora composta por Wendy Carlos. Para ouvir um trecho, clique em https://www.youtube.com/watch?v=WY1GpedhVwQ. FIGURA 33 – POSTER DO FILME CARRUAGENS DE FOGO FONTE: <https://www.microsoft.com/em-ca/p/chariots-of-fire/8d6kgwzl5qsh>. Acesso em: 24 maio 2020. 2.4 TECLADOS WORKSTATIONS Por possuírem as funções das demais categorias de teclados, já mencionadas anteriormente, os teclados workstation são os teclados mais completos. Esses teclados são destinados a músicos profissionais e a estúdios de gravação. Alguns modelos mais atuais de teclados workstation possuem a função sampler, como é o caso do Roland FA-08 Workstation. No filme Carruagens de Fogo, Vangelis utilizou sintetizadores e outros instrumentos, como piano, e instrumentos de percussão, para compor a trilha sonora através da qual, em 1983, recebeu o Oscar. Para ouvir um trecho da trilha sonora, acesse https:// www.youtube.com/watch?v=debSsUTllR4&t=90s. DICAS TÓPICO 2 — DIFERENTES TIPOS DE TECLADO 33 FIGURA 34 – TECLADO ROLAND FA-08 WORKSTATION FONTE: <https://www.roland.com/br/products/fa-08/>. Acesso em: 6 out. 2020. FIGURA 35 – SEQUENCIADOR SAMPLER AKAI MPC2000 FONTE: <http://www.electrospectivemusic.com/sampler-electronic-musical-instrument-1969/>. Acesso em: 6 out. 2020. Sampler é um equipamento que permite armazenar amostras de sons para reproduzi-las posteriormente, alternadamente ou simultaneamente. É um equipamento utilizado, na sua grande maioria, em estúdio, podendo ser integrado a uma banda ou compondo toda uma obra musical. NOTA 34 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Os teclados arranjadores têm, como objetivo, reproduzir um acompanhamento completo para a música. Dependendo do modelo, você mesmo pode criar o seu arranjo. • Os teclados sintetizadores são desenvolvidos para produzir sons gerados artificialmente, com qualidade. • Os teclados controladores têm, como finalidade, controlar outros instrumentos digitais. Para que isso ocorra, devem ser conectados a módulos MIDI, computadores, notebooks, tablets ou celulares, pois, sozinhos, não produzem sons. • Os teclados workstations são os teclados mais completos e se destinam a músicos profissionais ou a estúdios de gravação. 35 1 Por meio do trabalho de Robert Moog, fundador do Moog Music Inc., que, na década de 60, precisamente, em 1964, o primeiro teclado surgiu. Quase 60 anos se passaram desde a fabricação dos primeiros teclados, e, atualmente, podemos encontrar quatro tipos de teclado. De acordo com o estudo realizado, qual dos quatro tipos pode ser considerado o mais completo, possuindo todas as características dos demais teclados? a) ( ) Teclados arranjadores. b) ( ) Teclados controladores. c) ( ) Teclados sintetizadores. d) ( ) Teclados workstations. 2 Existem, atualmente, quatro tipos diferentes de teclado: os teclados arranjadores, os teclados controladores, os teclados sintetizadores e os teclados workstations. Cada tipo de teclado traz características diferentes. Observe as funções a seguir e assinale a alternativa CORRETA, a respeito do teclado que está sendo abordado: I- Oferece a função de acompanhamento automático. II- Atualmente, os modelos mais comuns são: linha PSR, da Yamaha; linha E, da Roland; e linha PA, da Korg III- É um instrumento ideal para o músico que toca sozinho, pois, com apenas um instrumento, ele pode simular um grupo musical. a) ( ) Teclado arranjador. b) ( ) Teclado controlador. c) ( ) Teclado sintetizador. d) ( ) Teclado workstation. 3 Desde o tempo do cinema mudo, a música caminha lado a lado com a sétima arte. Após a criação dos primeiros teclados, foram precisos, apenas, alguns anos para que eles já estivessem fazendo parte dos instrumentos utilizados para auxiliar na sonoplastia e compor trilhas sonoras. Qual dos tipos de teclado a seguir foi muito utilizado na década de 70, para sonorizar sons de alienígenas, espaçonaves etc.? a) ( ) Teclado controlador. b) ( ) Teclado sintetizador. c) ( ) Teclado arranjador. d) ( ) Teclado workstation. AUTOATIVIDADE 36 4 A compra de um instrumento musical é algo que deve ser feito com responsabilidade. Para realizar uma compra bem-sucedida, com um bom custo-benefício, faz-se necessária a pesquisa. Além de pesquisar por preços, é importante que você tenha em mente as funções que pretende ter no seu teclado, para que, futuramente, não venha a se arrepender da sua compra. Suponha que você esteja iniciando o estudo de teclado e decida comprar um teclado arranjador, no entanto, não possui recursos necessários para comprar um que possua todas as funções desejadas. Quais são as funções mínimas que você precisa levar em consideração para que possa vir a ter uma prática satisfatória no futuro? 5 Sampler é um equipamento que permite armazenar amostras de sons para reproduzi-las posteriormente, alternadamente ou simultaneamente. É um equipamento utilizado, na sua grande maioria, em estúdio, podendo ser integrado a uma banda ou compondo toda uma obra musical. Qual dos tipos de teclados que, atualmente, dependendo do modelo, já possui a função de sampler? 37 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 FUNÇÕES E NOÇÕES BÁSICAS DO TECLADO 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 3, abordaremos as noções básicas do teclado, como as principais funções e a localização das notas musicais. 2 NOTAS MUSICAIS DO TECLADO No teclado, assim como em todos os instrumentos de teclas, os sons musicais são produzidos com o toque das teclas. Por se tratar de um instrumentoque utiliza o sistema afinação temperado, possui uma sequência de 12 semitons, que se repetem ao longo instrumento, indo do grave para o agudo. 2.1 NOTAS NATURAIS NO TECLADO No teclado, as notas naturais se encontram nas teclas brancas. Observe: FIGURA 36 – NOTAS NATURAIS NO TECLADO FONTE: <https://www.descomplicandoamusica.com/notas-de-teclado-e-piano/>. Acesso em: 4 out. 2020. 2.2 NOTAS ALTERADAS NO TECLADO Além das notas naturais, há as notas alteradas, que, na partitura, permanecem na mesma posição, sendo acrescidas de símbolos que alteram as notas naturais, deixando-as mais graves ou mais agudas. Os principais sinais de alteração são: 38 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES • Sustenido (#): Altera qualquer nota natural, aumentando um semitom. • Bemol (b): Altera qualquer nota natural, diminuindo um semitom. No teclado, as notas alteradas se localizam nas teclas pretas, e, assim como as notas naturais, repetem-se ao longo do instrumento, indo da mais grave para a mais aguda. FIGURA 37 – NOTAS ALTERADAS NO TECLADO FONTE: <https://www.descomplicandoamusica.com/notas-de-teclado-e-piano/>. Acesso em: 4 out. 2020. 2.3 NOTAS NO TECLADO E A RELAÇÃO COM A PARTITURA MUSICAL A realização da execução instrumental no teclado pode ser feita a partir da leitura da partitura na Clave de Sol e das cifras ou da leitura da Clave de Sol e da Clave de Fá. FIGURA 38 – CLAVE DE SOL FONTE: <https://avancandonamusica.com.br/clave-de-sol-como-ler-e-aprender/>. Acesso em: 4 out. 2020. FIGURA 39 – CLAVE DE FÁ FONTE: <https://avancandonamusica.com.br/como-ler-partitura/>. Acesso em: 4 out. 2020. TÓPICO 3 — FUNÇÕES E NOÇÕES BÁSICAS DO TECLADO 39 Todas as notas do teclado são representadas, na partitura musical, por meio da Clave de Sol e da Clave de Fá. Observe essa relação: FIGURA 40 – NOTAS DO TECLADO NA PARTITURA FONTE: <https://bit.ly/3ioTliE>. Acesso em: 4 out. 2020. Geralmente, a Clave de Fá se destina a apresentar as notas a serem tocadas na mão esquerda, enquanto a Clave de Sol se refere às notas a serem tocadas com a mão direta. 3 COMPREENDENDO AS PARTITURAS PARA O TECLADO A partitura é uma escrita musical padronizada mundialmente, ou seja, pode ser compreendida em qualquer lugar no mundo por aqueles que estudam esse sistema. Essa condição permite que um grupo de pessoas de diferentes culturas, falando diferentes línguas, toque junto, apenas lendo a partitura. Embora, na figura anterior, não estejam sendo representadas as teclas que aparecem em branco, no teclado, também são representadas por meio da escrita musical. NOTA 40 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES Embora a partitura tenha aspectos destinados aos mais diferentes instrumentos musicais, há outros, no entanto, que se destinam apenas àquele tipo de instrumento. Agora, observaremos alguns aspectos da partitura musical, uns compreendidos de maneira universal e outros destinados, exclusivamente, aos tecladistas ou instrumentos de teclas. 3.1 PARTITURA COM CLAVE DE SOL COM CIFRA Grande parte das partituras destinadas ao estudo e à prática do teclado apresenta uma linha melódica (geralmente, escrita na Clave de Sol), com indicações de acordes, por meio de cifras, a serem realizados com a mão esquerda. Observe a partitura a seguir, da música Asa Branca, de Luiz Gonzaga: FIGURA 41 – PARTITURA DA MÚSICA ASA BRANCA FONTE: A autora Agora, observe o que cada número elencado na partitura anterior representa: 1. Título da Música. 2. Compositores. 3. Sugestão de ritmo (no teclado, a função Style). TÓPICO 3 — FUNÇÕES E NOÇÕES BÁSICAS DO TECLADO 41 4. Sugestão de timbre (no teclado, a função Voice). 5. Sugestão de tempo (no teclado, a função Tempo). 6. Indicação da Clave (Clave de Sol). 7. Fórmula de Compasso (2/4 – dois tempos em cada compasso, sendo, a semínima, a Unidade de Tempo). 8. Notas musicais (para serem executadas com a mão direita). 9. Cifras (para serem executadas com a mão esquerda). 10. Barra de divisão de compasso. 11. Barra final. QUADRO 1 – CIFRAS FONTE: <http://optiemusic.blogspot.com/2014/07/cifras.html>. Acesso em: 4 out. 2020. 3.2 PARTITURAS COM CLAVE DE SOL E CLAVE DE FÁ Algumas partituras são escritas, utilizando as duas claves: a Clave de Sol e a Clave de Fá. Em algumas, você também deve encontrar Clave de Sol, Clave de Fá e cifras. Observe a partitura a seguir, de um trecho da música Luar do Sertão, de Catullo da Paixão Cearense: As cifras são um sistema de identificação dos acordes por meio de letras, números e sinais. Simplificam e otimizam a leitura musical. Na próxima unidade, aprofundaremos o estudo das cifras. Por hora, observe o exposto a seguir, com a base das cifras. NOTA 42 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES FIGURA 42 – PARTITURA COM TRECHO DA MÚSICA LUAR DO SERTÃO FONTE: A autora Agora, observe o que cada número elencado na partitura anterior representa: 1. Título da música. 2. Compositores. 3. Tempo sugerido. 4. Indicação da clave (Clave de Sol). 5. Indicação da clave (Clave de Fá). 6. Acidentes musicais (Fá #). 7. Fórmula de Compasso (2/4 – dois tempos em cada compasso, sendo, a semínima, a Unidade de Tempo). 8. Notas musicais da Clave de Sol (para serem executadas com a mão direita). 9. Notas musicais da Clave de Fá (para serem executadas com a mão esquerda). 10. Barra de divisão de compasso. 11. Barra dupla (simbolizando o fim de um trecho musical). TÓPICO 3 — FUNÇÕES E NOÇÕES BÁSICAS DO TECLADO 43 12. Barra final. 13. Indicação dos dedos. FIGURA 43 – NUMERAÇÃO DAS MÃOS FONTE: <https://aprendateclado.com/a-posicao-dos-dedos-no-teclado/>. Acesso em: 4 out. 2020. 3.3 FUNÇÕES BÁSICAS DO TECLADO Para falar das funções básicas do teclado, faremos um breve estudo acerca do teclado arranjador da Yamaha PSR E-363. Aqui, abordaremos as funções básicas, as utilidades e como aplicá-las nesse teclado. Em algumas partituras musicais, você deve perceber a sinalização para a posição dos dedos. Tal fato se deve à organização da movimentação das mãos para uma melhor performance no momento da execução musical. Na Unidade 2 deste livro, aprofundar-nos-emos nas técnicas de movimentação das mãos, por hora, aprenderemos a numeração dos dedos. ESTUDOS FU TUROS 44 UNIDADE 1 — O TECLADO: CONHECENDO O INSTRUMENTO, A HISTÓRIA E AS POSSIBILIDADES FIGURA 44 – DESENHO DO TECLADO ARRANJADOR YAMAHA PSR E-363, COM DESTAQUE PARA OS PAINÉIS DE CONTROLE FONTE: A autora 3.3.1 Teclas sensitivas Com a função das teclas sensitivas, é possível reproduzir a intensidade desejada do som. Quando você aperta a tecla do teclado com força, o volume produzido é forte, de maior intensidade. Quanto mais fraco você apertar as teclas do teclado, mais fraco deve ser o volume produzido. No teclado Yamaha PSR E363, para você acessar a função das teclas sensitivas, deve pressionar, por alguns segundos, o botão [FUNCTION]. Em seguida, digitar os números 008 para acessar a função Touch Response (resposta ao toque). Dentro dessa função, você pode escolher uma determinada configuração de resposta ao toque, entre 1 e 4. TÓPICO 3 — FUNÇÕES E NOÇÕES BÁSICAS DO TECLADO 45 O número 1, referente à configuração suave, produz um volume relativamente alto, mesmo quando você toca as teclas com mais suavidade. O número 2, referente à configuração média, produz uma resposta precisa, referente à intensidade com que você toca as teclas e o volume de som produzido. No número 3, referente à configuração forte, as teclas devem ser tocadas com muita força, para que seja produzido um som com volume alto. Por fim, no número 4, referente à configuração fixa, o volume do som não está associado à intensidade empregada no momento da execução. O volume sonoro permanece o mesmo, independentemente da execução realizada. 3.3.2 Dual Voice Essa função permite que você una dois timbres. Um exemplo muito comum é o uso do timbre
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