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FOCUSCONCURSOS.COM.BR Direito Constitucional | Material Complementar Professor Luciano Franco. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES As constituições podem ser classificadas de acordo com os mais variados critérios. Sem dispensar a necessidade de estudo dos demais critérios existentes, merecem especial atenção as seguintes tipologias: 1. Quanto ao conteúdo: a) Constituição material: é aquela que traz as normas fundamentais e estruturantes do Estado, como a divisão dos poderes e das competências dos entes, bem como, dos princípios e dos direitos fundamentais. Enfim, só matéria essencialmente constitucional possui tal status, as demais, mesmo que integrem o corpo da constituição, não são tidas como constitucionais (ex.: Constituição Imperial de 1824). b) Constituição formal: é aquela que elege como principal critério de existência de suas normas o processo de sua formação, e não o seu conteúdo. Aqui todo o texto constitucional é de fato constitucional (ex.: Constituição Federal de 1988). 2. Quanto à forma: a) Constituição instrumental ou escrita: é aquela codificada e sistematizada em um texto único, ou seja, posta em documento solene e uniforme, o qual possui as normas fundamentais do Estado (ex.: Constituição Federal de 1988). * Obs.: Dada a aplicação de Art. 5º, §3ª da CF/88 a doutrina já trabalha a ideia de uma Constituição LEGAL (escrita, mas esparsa ou fragmentada em textos). b) Constituição costumeira ou não escrita: é aquela cujas normas constitucionais não constam em um documento único e solene, baseando-se nos costumes, na jurisprudência e convenções. A mutação se dá de acordo com a evolução da sociedade e do seu ordenamento jurídico (ex.: Constituição Inglesa). * Obs.: Atualmente inexistem constituições totalmente costumeiras! Até mesmo a inglesa possui princípios constitucionais em textos escritos. 3. Quanto à elaboração: a) Constituição sistemáticas ou dogmática: Sempre escrita, é aquela elaborada por um órgão constituinte e que sistematiza os dogmas ou idéias fundamentais da teoria política e do Direito dominante naquele momento. Partem de teorias preconcebidas, sistemas prévios e dogmas políticos. Feitas em prazos certos e determinados (ex.: Constituição Federal de 1988). b) Constituição histórica ou costumeira: Não escrita, é aquela resultante de lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado (ex.: Constituição Inglesa). 4. Quanto à ORIGEM: a) Constituição votada, popular, democrática ou promulgada: São aquelas que derivam do trabalho de um órgão constituinte composto de representantes eleitos pelo povo para esse fim, a chamada Assembléia Nacional Constituinte (ex.: Constituições Brasileiras de 1891, 1934,1946 e 1988). b) Constituição imposta ou outorgada: São aquelas impostas pelos governantes, sem a participação do povo e independente do sistema ou forma de governo. Alguns doutrinadores as chamam de CARTAS CONSTITUCIONAIS! (ex.: Constituições Brasileiras de 1824 e 1937). * E a CF/67 !?! 4. Quanto à ORIGEM: 1 FOCUSCONCURSOS.COM.BR Direito Constitucional | Material Complementar Professor Luciano Franco. c) Constituição bonapartista ou cesarista: são aquelas elaboradas por um Imperador ou Ditador e submetida a plebiscito ou a referendo popular para mera ratificação da vontade do detentor do poder. (ex.: plebiscitos Napoleônicos e o plebiscito de Pinochet no Chile). d) Constituição dualista ou pactuada: origina-se de um compromisso entre duas classes políticas antagônicas, logo, o poder constituinte originário se encontra nas mãos de mais de um titular. O equilíbrio é precário ou camuflado. (ex.: Magna Carta de 1215 e a Constituição Francesa de 1791). 5. Quanto à ESTABILIDADE: a) Constituição rígida: É aquela que, para sua alteração, exige um procedimento especial, solene e mais rigoroso que os de formação das leis ordinárias ou complementares (ex.: Constituição Federal de 1988). b) Constituição flexível: É aquela que pode ser modificada pelo legislador segundo o mesmo procedimento utilizado para as leis ordinárias ou complementares (ex.: Itália/1848). c) Constituição semi-rígida: É aquela que contém uma parte rígida e outra flexível (ex.: Constituição do Império de 1824). d) Constituição super-rígida: É aquela que além de rígida, possui cláusulas que não podem ser alteradas – as denominadas cláusulas pétreas. 6. Quanto à FINALIDADE: a) Constituição garantia ou clássica: É aquela que busca garantir a liberdade e os direitos pessoais, delimitando o Poder Estatal (ex.: Constituição Norte-americana). b) Constituição balanço: É aquela que se limita a demonstrar a ordem existente. A cada novo patamar social, faz-se um balanço e se adota uma nova Constituição. Há uma análise do presente, é a constituição “do ser” (ex.: Constituições URSS de 1924, 1936 e 1977). c) Constituição dirigente: É aquela que não se limita a organizar o poder, mas, ainda, determina a atuação do governo, impondo verdadeiras diretrizes políticas permanentes. É a constituição “do dever ser” (ex.: Constituição Federal de 1988). 7. Quanto à EXTENSÃO: a) Constituição concisa ou sintética: É aquela que possui texto enxuto, curto, tratando apenas de regras básicas de organização do sistema político-jurídico do Estado, deixando para a legislação infraconstitucional as demais matérias (ex.: Constituição Norte-americana). b) Constituição prolixa ou analítica: É aquela com conteúdo extenso, minucioso e que contempla regras programáticas e normas formalmente constitucionais (ex.: Constituição Federal de 1988). 8. Quanto à ONTOLOGIA: a) Normativa: aquela que está integrada na sociedade e todos a cumprem lealmente, inclusive os agentes de poder. Há uma correspondência com a realidade (ex.: Constituição Federal de 1988). b) Nominalista: são meramente educativas, insuficiente concretização constitucional, não se alcança a verdadeira normatização do processo real do poder (ex.: Constituição Imperial de 1824 e as Constituições Federais de 1891, 1934 e 1946). c) Semântica: aquela que apesar de aplicada, revela, tão somente, o interesse exclusivo dos detentores do poder, buscando legitima-los (ex.: Constituições Federais de 1937 e 1967). 2 FOCUSCONCURSOS.COM.BR Direito Constitucional | Material Complementar Professor Luciano Franco. 3
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