Buscar

Gabriela-Damaris-Ribeiro-Nogueira

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
CRIANÇAS COM TRANSTORNOS DE LINGUAGEM EM ATENDIMENTO
AMBULATORIAL: ANÁLISE DE ATIVIDADES E PARTICIPAÇÃO
Autoras: Gabriela Damaris Ribeiro Nogueira
Denise Brandão de Oliveira e Britto (orientadora)
Stela Maris de Aguiar Lemos (coorientadora)
Belo Horizonte
2021
RESUMO EXPANDIDO
Introdução: A linguagem é um sistema de comunicação fundamental para a
funcionalidade humana e encontra-se associada ao desenvolvimento psicossocial e
cognitivo. Dessa forma, a avaliação da linguagem infantil e o planejamento das
estratégias terapêuticas não devem se restringir aos aspectos orgânicos, mas
integrar a influência dos aspectos ambientais, psicossociais e cognitivos. A
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), propõe
a descrição da saúde e seus estados por meio da classificação da funcionalidade e
incapacidade, assim como dos fatores contextuais associados às condições de
saúde. A CIF permite a identificação dos impactos que o comprometimento de
linguagem pode representar ao desenvolvimento da criança e a projeção de
intervenções para a superação das barreiras nos diferentes contextos da vida.
Objetivos: Identificar as principais categorias, referentes ao componente Atividades
e Participação da CIF, bem como os possíveis qualificadores de Capacidade e
Desempenho, e verificar associação com idade, sexo, escolaridade e diagnóstico
fonoaudiológico global em crianças atendidas em um ambulatório de linguagem oral.
Métodos: Trata-se de estudo observacional analítico e transversal, com base na
análise de dados secundários, coletados em prontuários de pacientes atendidos no
período de agosto de 2018 a março de 2021, com faixa etária entre 12 meses e 9
anos e que apresentam transtorno de linguagem oral infantil. Foram coletados os
dados nos relatórios de avaliação referentes ao sexo, data de nascimento,
escolaridade e diagnóstico fonoaudiológico e realizada a classificação das principais
manifestações e diagnósticos fonoaudiológicos segundo o componente Atividades e
1
Participação da CIF. Foram pré-selecionados cinco capítulos e 24 categorias deste
componente e realizada a codificação dos achados dos relatórios, utilizando os
qualificadores de Desempenho e Capacidade. Foi realizada análise descritiva por
meio de distribuição de frequência das variáveis categóricas, e de síntese numérica
das variáveis contínuas. Para a análise bivariada foi utilizado o teste Exato de Fisher
e considerado o nível de significância de 5%. Resultados: A amostra final foi
composta por 32 prontuários. Foi verificada a prevalência de indivíduos do sexo
masculino, média de idade de 41,03 meses, em ensino infantil e com diagnóstico de
transtorno de linguagem associado a outras condições. Dentre as 24 categorias
selecionadas, 12 contemplaram conjuntamente os qualificadores de Desempenho e
Capacidade. Observou-se a prevalência da descrição de dificuldade nos capítulos
de aprendizagem e aplicação de conhecimento e comunicação e nas categorias:
aquisição de linguagem – desempenho e capacidade; aprender por meio de ações
com objetos – capacidade; fala – desempenho e capacidade e conversação –
capacidade. Foi verificada associação com significância estatística entre três
categorias com os dados sociodemográficos e diagnósticos fonoaudiológicos.
Conclusão: Foram identificadas 24 categorias do componente Atividades e
Participação, o que evidencia os impactos dos transtornos de linguagem oral na
realização das atividades e participação social de crianças atendidas em um serviço
fonoaudiológico ambulatorial. Foi possível verificar por meio do estudo associação
com significância estatística entre os dados sociodemográficos e diagnósticos
fonoaudiológicos com as categorias do componente Atividades e Participação da
CIF, o que favorece uma compreensão integral do comprometimento de linguagem,
que considera suas repercussões nas atividades e participação da criança.
2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Souza RPF, Cunha DA, Silva HJ. Fonoaudiologia: a inserção da área de
Linguagem no Sistema Único de Saúde (SUS). Revista CEFAC. 2005;7(4):426-432.
2. Ostroschi DT, Zanolli ML, Chun RYS. Percepção de familiares de crianças e
adolescentes com alteração de linguagem utilizando a Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF-CJ). CoDAS. 2017;29(3):e20160096.
3. Dempsey L, Skarakis-Doyle E. Developmental language impairment through the
lens of the ICF: an integrated account of children’s functioning. J Commun Disord.
2010;43(5):424-437.
4. Santana MTM, Chun RYS. Linguagem e funcionalidade de adultos pós-Acidente
Vascular Encefálico (AVE): avaliação baseada na Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). CoDAS. 2017; 29(1):e20150284.
5. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.
Organização Mundial de Saúde. São Paulo: EDUSP, 2020.
6. American Speech-Language-Hearing Association (2016). Scope of Practice in
Speech-Language Pathology [Scope of Practice]. Available from
www.asha.org/policy.
7. 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, 2015, Goiânia. Oficina: A
incorporação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde/CIF-OMS no sistema de informação em saúde. Associação Brasileira de
Saúde Coletiva, 2015.
3
8. Dallaqua GB. Avaliação das necessidades de fala e linguagem em sujeitos pós
AVC: instrumento clínico baseado na CIF. Campinas, São Paulo. 2014.
9. Biz MCP, Chun RYS. Operacionalização da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, CIF, em um Centro Especializado em
Reabilitação. CoDAS. 2020;32(2):e20190046.
10. Zorzi JL, Hage SRV. PROC – Protocolo de observação comportamental:
avaliação de linguagem e aspectos cognitivos infantis. São José dos Campos: Pulso
Editorial; 2004.
11. Menezes, MLN. ADL: Avaliação do Desenvolvimento da Linguagem. São Paulo:
Pró-Fono; 2004.
12. Chiari BM, Basilio CS, Nakagawa EA, Cormedi MA, Silva NSM, Cardoso RM, et
al. Proposta de sistematização de dados da avaliação fonoaudiológica através da
observação de comportamentos de criança de 0 a 6 anos. Pró-fono.
1991;3(2):29-36.
13. Andrade CRF, Béfi-lopes DM, Fernandes FDM, Wertzner WH. ABFW: Teste de
linguagem infantil nas áreas de Fonologia, Vocabulário, Fluência e Pragmática.
Carapicuiba: Pró–Fono, 2004.
14. Capovilla FC (Org.). Teste de Vocabulário por Figuras USP TVfusp. São Paulo:
Memnon; 2011.
15. Capovilla FC, Negrão VB, Damazio M. Teste de Vocabulário Auditivo e Teste de
Vocabulário Expressivo. São Paulo: Memnon; 2011.
16. Gomes HB, Schrer JF, Ardenghi LG. Caracterização de perfil e evolução de
crianças em terapia fonoaudiológica no Sistema Único de Saúde (SUS). Braz. J. of
Develop. 2020;10(6):82564-82573.
4
17. Bittencourt AM, Rockenbach SP. Perfil dos pacientes de fonoaudiologia
atendidos em uma unidade básica de saúde. Revista de Iniciação Científica da
ULBRA 2018;16:78-87.
18. Longo IA, Tupinelli GG, Hermógenes C, Ferreira LV, Molini-Avejonas DR.
Prevalence of speech and language disorders in children in the western region of
São Paulo. CoDAS. 2017;29(6):e20160036.
19. Mandrá PP, Diniz MV. Caracterização do perfil diagnóstico e fluxo de um
ambulatório de Fonoaudiologia hospitalar na área de Linguagem infantil. Rev Soc
Bras Fonoaudiol. 2011;16(2):121-125.
20. Farias IKMS, Araúdo ANB, Nascimento CMB, Xavier IALN, Vilela MBR.
Caracterização dos atendimentos realizados numa Clínica Escola de Fonoaudiologia
conveniada à rede Sistema Único de Saúde – SUS. Rev. CEFAC.
2020;22(1):e10119.
21. Sideri KP, Botega MBS, Chun RYS. Perfil populacional de Grupo de Avaliação e
Prevenção de Alterações de Linguagem (GAPAL). Audiol Commun Res.
2015;20(3):269-73.
22. Borges MGS, Medeiros AM, Lemos SMA. Caracterização de aspectos
fonoaudiológicos segundo as categorias da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde para Criançase Jovens (CIF-CJ). CoDAS
2018;30(4):e20170184.
23. Thomas-Stonell N, Oddson B, Robertson B, Rosenbaum P. Predicted and
observed outcomes in preschool children following speech and language treatment:
parent and clinician perspectives. J Commun Disord. 2009;42(1):29-42.
5
24. Pinto FCA, Schiefer AM, Perissinoto J. A Anamnese Fonoaudiológica segundo
os preceitos da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF). Distúrb Comun 2018;30(2):252-265.
25. Zerbeto AB, Chun RYS, Zanolli ML. Contribuições da CIF para uma abordagem
integral na atenção à Saúde de Crianças e Adolescentes. CoDAS
2020;32(3):e20180320.
26. Rodrigues MC, Dias JP, Freitas MFRL. Resolução de problemas interpessoais:
promovendo o desenvolvimento sociocognitivo na escola. Psicologia em Estudo
2010;15(4):831-839.
27. Mazzarotto IHEK, Berberian AP, Massi G, Cunha JT, Tonocchi R, Barbosa APB.
School referrals of children with writing difficulties: an analysis of the position adopted
by their family. Rev. CEFAC. 2016;18(2):408-16.
28. Borges MGS, Medeiros AM, Lemos SMA. Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde para Crianças e Jovens (CIF-CJ) e
Fonoaudiologia: associação com fatores sociodemográficos e clínico-assistenciais.
CoDAS 2020;32(3):e20190058.
29. Williams EMO, Denucci MAM, Ribeiro JM, Carvalho TM, Rodrigues ALC.
Linguagem escrita: o trabalho da fonoaudiologia na educação infantil com as
habilidades preditoras da alfabetização. Brazilian Journal of Development
2021;7(6):55212-55227.
30. Alba de la TC, Pérez-Pereira M. Habilidades pragmáticas en niños con TEA,
TDAH, síndrome de Down y desarrollo típico según la versión gallega del CCC-2.
Rev. logop. foniatr. audiol. 2019;39(3):105-114.
6
http://portal.revistas.bvs.br/transf.php?xsl=xsl/titles.xsl&xml=http://catserver.bireme.br/cgi-bin/wxis1660.exe/?IsisScript=../cgi-bin/catrevistas/catrevistas.xis%7Cdatabase_name=TITLES%7Clist_type=title%7Ccat_name=ALL%7Cfrom=1%7Ccount=50&lang=pt&comefrom=home&home=false&task=show_magazines&request_made_adv_search=false&lang=pt&show_adv_search=false&help_file=/help_pt.htm&connector=ET&search_exp=Rev.%20logop.%20foniatr.%20audiol.%20(Ed.%20impr.)
7

Continue navegando