Buscar

Estudo de Caso - Cidades Educadoras

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESTUDO DE CASO
	REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES 
	Objetivos Desenvolvimento Sustentável (ODS) 10 
	Metas da Agenda 2030 
	Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles 
10.2 Até 2030, empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra. 
	FATO – CASO 
	Renata é diretora de uma escola pública e preocupada com a questão da permanência e da qualidade da educação da escola na qual trabalha convocou os professores para uma reunião na qual refletiriam sobre os impactos da desigualdade social e as consequências da pandemia de Covid-19, para a educação, a fim de que pensassem em estratégias para minimizar os dados advindos desse contexto social. 
Um dos professores presentes na reunião ressaltou que um dos problemas mais sérios que assola nosso mundo é sem dúvida a desigualdade social. Há concentração de renda no poder de poucos, enquanto muitos passam fome e não tem o mínimo de dignidade de vida. Esse é um problema que perpassa todo o mundo, mas existem países em que a discrepância dessa desigualdade se destaca, infelizmente o nosso país é um deles. Segundo dados do IBGE, o Brasil é o nono país mais desigual do mundo. 
O professor em questão comentou que em um estudo divulgado pela BBC News (2021) os 10% com mais riqueza no país “ganham quase 59% da renda nacional total”. E essa disparidade se desdobra na falta de alimento, moradia, educação e saúde de qualidade, acesso a serviços de infraestrutura e a bens de consumo. 
A diretora Renata concordou e destacou que a situação exposta por ele se agravou ainda mais com a pandemia de COVID- 19 que escancarou essa triste realidade. Segundo dados do Ministério da Cidadania, o país tinha cerca de 14 milhões de famílias em extrema pobreza no registro do Cadastro Único no final de 2020, pessoas que vivem com cerca de R$89,00 per capita/mês. E entre as consequências oriundas do fechamento das escolas, viu-se crescer a desistência dos estudantes, muitos sem acompanhamento familiar, sem recursos tecnológicos mínimos para realizar as propostas da escola, sem alimentação adequada como a que recebiam nas instituições escolares. Segundo dados divulgados pelo UNICEF, 5 milhões de estudantes estavam sem acesso à educação no final de 2020 e com a pandemia houve um aumento da evasão de 5% no Ensino Fundamental e de 10% no Ensino Médio. 
Dessa forma, os professores concluíram que ainda não é possível mensurar o tamanho do impacto de todo esse quadro, pois muitas crianças e adolescentes foram prejudicados em seus processos de alfabetização e outras aprendizagens fundamentais para o seu desenvolvimento escolar. 
Ao final a diretora Renata apontou que, entre as questões que ficam, encontra-se por parte das escolas a preocupação em como acolher esses estudantes com o retorno das atividades nas instituições. Qual trabalho pedagógico deve ser realizado por toda a equipe escolar para que esses estudantes não desistam de sua jornada de aprendizagem? Para que sejam instigados a continuar e aprender da melhor forma possível? E por parte de todos os cidadãos: como superar essa desigualdade também na educação? Como cobrar do poder público a garantia de acesso a internet e equipamentos para todos (algo que prejudicou muito os estudantes mais vulneráveis), bem como implantar políticas públicas efetivas e sérias de acesso, permanência e qualidade na educação básica (um direito fundamental que não pode ser negado à população)? São questões fundamentais que permanecem. 
Dessa maneira, conhecer, pensar e refletir sobre essas questões são os primeiros passos para todos os brasileiros, e no que compete aos envolvidos com à Educação encontrar formas de minimizar esses prejuízos não só é importante como se faz necessário. 
Professora Me. Vanessa Queiros Alves
	FUNDAMENTOS – REFERENCIAL TEÓRICO 
	BARROS, Ricardo P; HENRIQUES, Ricardo; MENDONÇA, Rosane. Desigualdade e pobreza no Brasil: retrato de uma estabilidade inaceitável. Rev. bras. Ci. Soc. 15 (42) • Fev 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/WMrPqbymgm4VjGwZcJjvFkx/?lang=pt Acesso em 07 de novembro de 2021. 
CAMPELLO, T. Faces da desigualdade no Brasil: um olhar sobre os que ficam para trás. Brasília, DF: Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais; Conselho Latino-Americana de Ciências Sociais; 
2017. 
CENÁRIO DA EXCLUSÃO ESCOLAR NO BRASIL: Um alerta sobre os impactos da pandemia da Covid-19 na Educação. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/relatorios/cenario-da-exclusao-escolar-no-brasil. Acesso em 10 de novembro de 2021. 
EDUCAÇÃO NA PANDEMIA: O RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS FRENTE À COVID-19. Disponível em: https://todospelaeducacao.org.br/noticias/educacao-na-pandemia-o-retorno-as-aulas-presenciais-frente-a-covid-19/ . Acesso em 10 de dezembro de 2021. 
Mais de 14 milhões de famílias vivem na extrema pobreza, maior número desde 2014. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/01/06/mais-de-14-milhoes-de-familias-vivem-na-extrema-pobreza-maior-numero-desde-2014.ghtml . Acesso em 05 de dezembro de 2021. 
OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Disponível em: https://odsbrasil.gov.br/home/agenda Acesso em: 25 de setembro de 2021. 
	4 dados que mostram por que Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, segundo relatório. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59557761 Acesso em 05 de dezembro de 2021. 
	APRE-NDIZADO – QUESTÕES ORIENTADORAS 
	Considerando o contexto mencionado acima e os referenciais teóricos fornecidos, elabore uma resposta-texto argumentativa (contendo de 3.000 a 5.000 caracteres com espaço), contemplando os seguintes aspectos: 
ELABORE SUA RESOLUÇÃO CONSIDERANDO OBRIGATORIAMENTE TODOS OS ITENS ABAIXO: 
(A norma culta corresponde 0,5 da nota de 4,0 pontos) 
1. Tendo em vista a situação da desigualdade social, exposta no item Fato – Caso, e principalmente em relação à educação, pesquise uma iniciativa que tenha sido bem-sucedida em outros países, na promoção da igualdade de acesso e permanência dos estudantes na escola. Descreva o país na qual ocorreu, e pontue as principais estratégias utilizadas. Lembre-se de referenciar a origem dos dados encontrados, buscando sempre pesquisar em fontes oficiais (como dados governamentais e instituições de pesquisa). (0,5) 
2. Conforme o objetivo 10.2 do desenvolvimento sustentável, o Brasil almeja empoderar e promover a inclusão social nos mais diferentes aspectos. E entre eles podemos citar a educação. Nesse sentido, pesquise uma política pública de nível nacional que tenha sido desenvolvida ou proposta nos últimos anos para uma educação mais democrática e inclusiva no país, descreva seus principais objetivos. (10) 
3. Pensando na realidade do estado no qual você reside, pesquise por projetos ou iniciativas governamentais ou não-governamentais que tenham sido desenvolvidas no combate à desigualdade por meio do acesso à educação e que tenha promovido como estratégia a inclusão digital nas escolas. Após a leitura sobre os projetos pesquisados, escolha uma delas e, de forma breve (com suas palavras), registre como ele foi desenvolvido. (10) 
4. Levando em consideração o caso exposto e o contexto da sua cidade ou região, descreva com as suas palavras como percebe a desigualdade social, principalmente, no acesso à educação e proponha uma estratégia que poderia ser desenvolvida no combate à evasão escolar com o retorno dos estudantes às instituições escolares após a crise da pandemia de Covid – 19. (Não esqueça de citar qual é a sua região ou cidade) (10) 
De acordo com os dados da UNICEF, o número de exclusão escolar desde o início da pandemia (COVID-19), novembro de 2020 no Brasil, foi semelhante ao início dos anos 2000, mais de 5 milhões de crianças sem acesso à educação, principalmente entre as crianças de 6 a 10 anos, gerando um impacto no processo de alfabetização (<https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/nesta-volta-as-aulas-e-urgente-ir-atras-de-quem-deixou-escola-ou-nao-conseguiu-aprender-na-pandemia>).No relatório intitulado: “ONDE ESTAMOS NA RECUPERAÇÃO DA EDUCAÇÃO?” (2022), a UNICEF apresenta diversos dados a respeito de como os países estão lidando com a promoção da igualdade de acesso e permanência dos estudantes na escola. Porém, menos da metade dos países está implementando estratégias para a recuperação da aprendizagem pós-pandemia. Em relação ao investimento/financiamento da educação continua sendo insuficiente, com uma média de 3%, entretanto nos países de baixa e média-renda o investimento é inferior a 1%. O relatório apresenta a importância e o progresso alcançado nas cinco ações-chave para a recuperação da educação encapsuladas pelo RAPID – Alcançar todas as crianças e mantê-las na escola; Avaliar os níveis atuais de aprendizagem; Priorizar os fundamentos; Aumentar o aprendizado de recuperação e; Desenvolver a saúde e o bem-estar psicossocial (<https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/menos-da-metade-dos-paises-esta-implementando-estrategias-em-escala-para-que-criancas-possam-recuperar-aprendizagem-perdida-na-pandemia>).
Como uma forma de inclusão ao ensino superior, as políticas públicas de ações afirmativas vêm sendo cada vez mais adotadas pelas Instituições de Ensino Superior no Brasil, cabe destacar que ações afirmativas não se limitam às cotas, mas há diferentes programas que fazem parte de políticas públicas de ações afirmativas, a saber: Programa de Cotas, PROUNI (Programa universidade para todos), FIES (Fundo de financiamento ao estudante do ensino superior) e Programa de bolsa permanência fazem parte do conjunto de políticas de ações afirmativas. Ao observar a implementação dos 15 anos das cotas étnico raciais na UFSC, temos os seguintes dados: desde 2008, um total de 23.885 pessoas ingressaram na UFSC em vagas reservadas. Após a Lei de Cotas, em 2012, 18.806 pessoas foram matriculadas em vagas reservadas para estudantes de escolas públicas. Destas, 4.544 entraram em cursos de graduação por meio de vagas destinadas a pretos, pardos e indígenas e 194 pessoas com deficiência. Democratizar para além do ensino, a permanência, é chave para o sucesso integral das Políticas (<https://noticias.ufsc.br/2022/08/so-com-a-educacao-a-gente-sabe-que-consegue-ter-melhores-chances-na-vida-os-15-anos-das-cotas-etnico-raciais-na-ufsc/>). 
Em relação as estratégias de inclusão digital nas escolas, o trabalho de Marcon et. al. Investigou as relações teórico-práticas dos processos de inclusão digital em espaços educativos escolares da Rede Municipal de Ensino (RME) de Florianópolis, Santa Catarina. Foi possível identificar uma variedade de recursos utilizados pelos docentes, como: sites educativos, editores de texto, plataformas de ensino, softwares de mapas, entre outros. Os autores compreendem os espaços da sala de aula informatizadas como um papel político e democratizador, pois tem o potencial de ampliar o repertório dos estudantes, oportunizam a fluência tecnológica, contribuem para o desenvolvimento de uma atuação crítica, autoral e cidadã.
Ainda há diferentes tipos de desigualdades sociais, desde o acesso até a permanência, contudo a pandemia desvelou outros tipos de desigualdades que estão relacionados a inclusão digital e o acesso à internet. Como pode ser visto no documentário “Desconectados” (<https://youtu.be/jivm9PjQ2R0>), mostra os efeitos e as consequências da pandemia no cenário educacional no Brasil (<https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2022/08/pandemia-faz-disparar-desigualdade-na-permanencia-de-alunos-na-escola.shtml>). As ações pensadas para evitar a evasão e dirimir as desigualdades, entre elas é pensar como um direito necessário o acesso à internet de forma universal e gratuito, realizar acompanhamentos contínuos, manter um contato direto com os estudantes e responsáveis.
Referência:
MARCON, Karina; MACHADO, Juliana Brandão; SCHMITZ, J. V.; ROSSI, L. J. Práticas Pedagógicas no contexto da Cultura Digital: um estudo de caso. REVISTA E-CURRICULUM (PUCSP), v. 19, p. 34-56, 2021. DOI: https://doi.org/10.23925/1809-3876.2021v19i1p34-56

Continue navegando