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Bíblia I - Introdução à Bíblia

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Junho/ 2019
Professor: Me. Enio Caldeira Pinto
Coordenadoria de Ensino a Distância: Dr. Marcos Orison Nunes de Almeida
Projeto Gráfico e Capa: Mauro S. R. Teixeira - D.D.I. - Departamento de 
Desenvolvimento Institucional
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por:
Rua: Martinho Lutero, 277 - Gleba Palhano - Londrina - PR
86055-670 Tel.: (43) 3371.0200
3Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
SUMÁRIO
Bíblia I - Introdução à Bíblia
Unidade I - Geografi a Bíblica
Área de Bíblia: Uma breve apresentação...............................................................04
1. O sentido da terra na Bíblia..............................................................................08
2. O crescente fértil.................................................................................................12
3. Os povos da Bíblia...............................................................................................17
4. Localizações geográfi cas...................................................................................24
Unidade II - Arqueologia Bíblica
Introdução...............................................................................................................51
1. A arqueologia é a revelação de culturas antigas............................................52
2. A relevância da arqueologia para o mundo cristão.......................................60
3. Os sítios arqueológicos bíblicos......................................................................70
Unidade III - Tribalismo
Introdução...............................................................................................................87
1. O nomadismo Hebreu.......................................................................................88
2. A estrutura e organização tribal em Israel..........................................................99
3. As doze tribos.....................................................................................................115
4. Os juízes..............................................................................................................121
Unidade IV - Monarquia
Introdução.............................................................................................................126
A função do rei e o modo de produção tributário..........................................127
2. O reino de judá e o reino de Israel...................................................................135
3. O império Assírio e o Império Babilônico.......................................................143
4. O império Persa, o império Grego e o Império Romano..................................155
Para assistir os vídeos, ouvir os podcasts e fazer os exercícios,
acesse o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)
Atenção! Lembre-se que faz parte de suas obrigações:
1 - Participação na disciplina por meio da realização dos exercícios;
2 - Exercício integrativo - Resumo da disciplina, 1500 palavras;
3 - 2 Provas objetivas (5 questões cada);
4- Leitura de textos complementares (100 páginas);
Consulte o “Programa de curso” e veja mais detalhes!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA4
ÁREA DE BÍBLIA: UMA BREVE APRESENTAÇÃO
Prezado(a) estudante, seja bem-vindo(a) à Área de Bíblia! 
A Resolução n° 4 de 16 de setembro de 2016 institui as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o curso de Graduação em Teologia, em cujo 
artigo 7°, parágrafo 2 diz: 
§ 2º O eixo de formação fundamental deverá contemplar conteúdos 
de formação básica que caracterizam o curso de graduação em 
Teologia, no qual deverão ser ministradas disciplinas relacionadas 
ao estudo: 
I - das narrativas e textos sagrados ou ofi ciais que podem ser tidos 
como fontes da Teologia, segundo a Tradição própria; 
II - das línguas das fontes da Teologia; 
III - das normas ou regras de interpretação das referidas fontes; 
IV - do desenvolvimento da Tradição; 
V - do método, dos temas e das correntes teológicas construídas ao 
longo da história e contemporaneamente; 
VI - da natureza da Tradição religiosa e de sua história, inclusive 
códigos legais ou assemelhados.
Baseando nestas diretrizes, a FTSA estruturou o Curso de Graduação em 
Teologia à Distância em quatro grandes eixos, nos quais as disciplinas 
são agrupadas conforme os conteúdos. É no Eixo Fundamental que se 
encontra a Área de Bíblia, que se refere ao conjunto de oito disciplinas 
que irão desenvolver as temáticas das unidades e respectivas aulas. 
A Área de Bíblia compreende 640 horas/aula e é a responsável por 
apresentar os conteúdos que foram subdivididos em oito disciplinas. O 
quadro abaixo apresenta esta estrutura e a respectiva carga horária de 
cada uma das disciplinas. 
5Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
1. Bíblia
Bíblia I
Introdução à Bíblia
Estudo histórico, arqueológico, 
geográfi co e sociológico dos povos 
do Antigo Oriente que formam as 
principais culturas presentes na 
Bíblia.
80
Bíblia II
Introdução ao Antigo 
Testamento
Estudo do contexto histórico 
e geográfi co do antigo oriente, 
análise literária dos livros do Antigo 
Testamento.
80
Bíblia III - Introdução ao Novo 
Testamento
Estudo do contexto histórico 
e geográfi co do mundo greco-
romano, análise literária dos livros 
do Novo Testamento.
80
Bíblia IV - Línguas Bíblicas Estudo instrumental do Hebraico e Grego bíblicos. 80
Bíblia V - Hermenêutica Bíblica
Estudo dos princípios e dos 
métodos de interpretação dos 
textos bíblicos.
80
Bíblia VI - Teologia Bíblica do 
Antigo Testamento
Estudo das principais ênfases 
teológicas do Antigo Testamento 
e sua relevância para a fé cristã na 
atualidade. 
80
Bíblia VII - Metodologia 
Exegética
Estudo dos métodos exegéticos 
e sua aplicação ao Antigo e Novo 
Testamentos. 
80
Bíblia VIII - Teologia Bíblica do 
Novo Testamento
Estudo das principais ênfases 
teológicas do Novo Testamento e 
sua relevância para a fé cristã na 
atualidade. 
80
CARGA HORÁRIA TOTAL DA ÁREA DE BÍBLIA 640
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA6
Especifi camente, a Área de Bíblia, ao longo dos três anos de curso, irá 
colocar o estudante de Teologia em contato com o conhecimento bíblico, 
a fi m de que ele obtenha uma visão panorâmica de três ênfases: histórica, 
teológica e literária. Para isto, as competências a serem desenvolvidas são: 
conhecer e dominar o conteúdo da área de Bíblia quantos às variedades do 
tempo e do espaço, do desenvolvimento religioso e da produção literária 
enquanto textos sagrados. E as habilidades serão: situar e interpretar 
temporalmente os grandes processos e desenvolvimentos históricos 
do povo de Deus descritos na Bíblia (Antigo e Novo Testamentos) e ser 
capaz de transmiti-los em benefício do ensino e da aprendizagem das 
comunidades cristãs. Estas competências e habilidades são melhores 
descritas quando o(a) estudante tiver acesso às disciplinas. Por ora, 
vale dizer aqui que será preciso obter um conhecimento panorâmico 
sobre a Bíblia. Afi nal, este conhecimento irá fortalecer a vida cristã e, 
potencialmente, o ministério do graduando em Teologia. 
A história irá revelar os conteúdos dos povos dos tempos bíblicos: Antigo 
Oriente Próximo (Egito, Palestina e Babilônia) e Ásia, África e Europa 
(Impérios Assírio, Babilônico, Persa, Grego e Romano) e, com mais 
ênfase, a História de Israel. O estudo histórico permitirá ao estudante 
situar os acontecimentos desde o tribalismo (cerca de 1200 a.C.) até o 
Império Romano na época de Jesus Cristo (30 d. C., mas lembrando que 
a queda do Império Romano se deu em 476 d.C.). 
A literatura irá proporcionar o reconhecimento das tipologias textuais 
(gênero literário, estrutura literária e recursos estilísticos), a composição 
dos escritos (autoria, data e lugar), as línguas bíblicas (hebraico, aramaico 
e grego) e panoramicamente a evolução dos manuscritos (processo de 
formação do cânon), as regras de interpretação (Hermenêutica) e os 
métodos exegéticos (extração do sentido e signifi cado do texto). Aliada 
à história, a literatura tambémenfatizará as questões culturais dos povos 
que contribuíram signifi cativamente para a formação da Bíblia. 
E a teologia irá apresentar aos estudantes os grandes temas bíblicos 
do Antigo e Novo Testamentos, enfatizando os princípios da revelação 
7Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
textual como paradigma do ensino divino ao seu povo. É neste momento 
que cada aluno irá concatenar os fundamentos da Palavra escrita, 
revelados em um contexto social cujo impacto proporcionou a mudança 
de comportamento do povo de Deus e serviu como hermenêutica em 
toda a história bíblica. Em termos mais comuns, o estudo da teologia 
bíblica refere-se à interpretação dos ensinos de Deus ao seu povo e sua 
relevância para os dias atuais. A teologia, acompanhada da história e da 
literatura, completará a tríade das competências e habilidades que o(a) 
estudante de Teologia precisará comprovar. 
Portanto, o conselho para cada estudante é que o processo da leitura seja 
atencioso e feito com ganho de conhecimento. É aconselhável a leitura 
bíblica como complemento das aulas, inclusive comparando as situações 
e momentos históricos. Gaste tempo em pesquisas com os assuntos 
bíblicos cujo interesse seja pessoal e também da comunidade cristã. 
Os docentes da FTSA enfatizam sempre o estudo das Escrituras. É 
uma das ações que mais transparece a identidade da instituição. Para 
os docentes, a Área de Bíblia tem como função ajudar o estudante 
de Teologia construir um panorama de conhecimentos históricos e 
geográfi cos, linguísticos e literários, sociológicos e teológicos, bem como 
proporcionar o domínio das competências e habilidades adequadas para 
interpretação das Escrituras e para o ensino e anúncio da Palavra de Deus 
com fi delidade e relevância para os dias atuais. Estes conhecimentos 
devem também infl uenciar no crescimento do estudante, para uma 
direção de uma espiritualidade cristocêntrica e solidária e da prática da 
missão integral da Igreja, a partir da motivação e capacitação inicial para 
o estudo sério das Escrituras, visando a uma teologia profundamente 
bíblica, evangélica e contextual. 
Veja a exposição sobre a área de Bíblia neste vídeo:
Agora acesse o AVA e assista o vídeo!
Vídeo de Apresentação à Área de Bíblia - Professor Ênio Caldeira
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA8
UNIDADE 1: GEOGRAFIA BÍBLICA
Introdução
Nesta unidade o conteúdo da geografi a bíblica será brevemente 
apresentado, a fi m de situar o estudante quanto à localização 
territorial (aspectos físicos), orografi a (relevos, principalmente montes 
e montanhas), hidrografi a (rios) e outros aspectos geográfi cos. É 
aconselhável sempre acompanhar a aula com o texto bíblico e com o 
uso de mapas da época bíblica. 
O objetivo geral desta unidade é conhecer as três grandes regiões do 
Antigo Oriente Próximo (Palestina, Babilônia e Egito) como pano-de-
fundo para o conhecimento da história bíblica. E os objetivos específi cos 
podem ser defi nidos em três, a saber: (a) dominar a localização gráfi ca 
do Antigo Oriente Próximo, comumente chamada de Crescente Fértil, 
(b) situar o movimento de peregrinação do povo de Deus, desde o Egito 
até a Palestina; e (c) familiarizar-se com as narrativas bíblicas quanto à 
localização geográfi ca. 
Serão realizados três tipos de exercícios durante esta unidade, cuja 
intenção é reforçar o estudo durante a própria aula. Eles serão: (a) 
exercícios de fi xação, ou seja, de um reforço sobre conceitos, defi nições 
ou mesmo argumentos que precisam ser lembrados quanto à sua 
assimilação e aprendizagem; (b) exercícios de refl exão, a partir do qual 
você terá que ser capaz de emitir argumentos que se relacionam com 
o conteúdo, diante de uma questão dada; e (c) exercícios de aplicação, 
que se refere a um conceito, ou ideia, que você deverá tanto refl etir e/ou 
argumentar sobre a questão, salientando a sua aplicabilidade, ou seja, 
como o aprendizado de um item deve e pode ser aplicado tanto para a 
vida pessoal como comunitária. 
Esta unidade é importante porque introduzirá você a uma abordagem 
crítica sobre o conteúdo bíblico, mas também carregada com os olhos da 
fé. Ela será crítica, porque irá trabalhar chaves de leituras (hermenêuticas) 
9Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
para o Antigo e Novo Testamentos. E também será com os olhos da fé 
porque o ensino proposto pela FTSA é aquele que dá continuidade ao 
desenvolvimento da espiritualidade cristã, isto é, contar a história do 
povo de Deus. 
1. O SENTIDO DA TERRA NA BÍBLIA 
O mundo da Bíblia é estudado pela sua geografi a, literatura e movimentação 
histórica. A geografi a é o estudo do relevo, das dimensões territoriais 
e da hidrografi a de cada região. A Geografi a Bíblica corresponde à 
representação em mapas da Palestinologia, isto é, todas as possíveis 
localizações fornecidas pelos textos bíblicos. Através dos mapas, por 
exemplo, a distribuição das tribos de Israel é alinhada ao território, bem 
como a maquete do templo, a expansão do reino, a entrada dos invasores 
e as viagens missionárias. Enfi m, a geografi a está presente no estudo 
das Escrituras, e sua importância está na construção da localização 
espaço-temporal do mundo bíblico. 
Em todos os textos do Antigo Testamento, a terra possui uma importância 
teológica, tanto para os escritores como para os leitores. Para o povo de 
Deus, a terra é origem e fi nitude da vida humana, promessa, dom e bênção. 
É no texto de Gênesis, especifi camente os capítulos 1 e 2, que a narrativa 
sobre a criação do homem e da mulher tem uma explicação muito clara 
sobre a relevância da terra: a fi gura humana ‘Adam (homem, varão) foi tirado 
da ‘Adamar (terra). Em Gênesis 12:1-4, Deus faz uma grande promessa ao 
patriarca Abrão: “De ti farei uma grande nação”. E a Moisés, Deus disse que 
daria uma terra boa e larga (Ex 3:7-8), entre outros. Enfi m, a terra faz parte 
da promessa da aliança de Deus com o seu povo.
Comparando estes textos, percebe-se que a terra é um presente de Deus 
a ser possuído (ou conquistado) e que o cuidado desta terra implicava 
em mantê-la segura, livre das abominações e prospera. Eis os textos com 
destaques sobre a terra:
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA10
Gênesis 1: Gênesis 13:14-16 Êxodo 3:7-8
O Senhor Deus modelou 
o homem com o pó 
apanhado do solo. 
Ele insufl ou nas suas 
narinas o hálito da vida, 
e o homem se tornou 
um ser vivo. 
TRADUÇÃO ECUMÊNICA 
DA BÍBLIA
Então, depois que Ló 
foi embora, prometeu o 
SENHOR Deus a Abrão: 
“Ergue teus olhos e 
observa bem, do lugar 
em que estás, para o 
norte e para o sul, para o 
oriente e para o ocidente. 
Toda a terra que vês, 
Eu ta darei, a ti e à tua 
descendência, para 
sempre. Tornarei a tua 
posteridade como poeira 
da terra: quem tiver a 
capacidade de contar os 
grãos de poeira da terra 
poderá também contar 
o número dos teus 
descendentes!
BÍBLIA ALMEIDA 
REVISTA E ATUALIZADA
E disse o Senhor: 
Tenho visto 
atentamente a afl ição 
do meu povo, que 
está no Egito, e tenho 
ouvido o seu clamor 
por causa dos seus 
exatores, porque 
conheci as suas dores. 
Portanto, desci para 
livrá-lo da mão dos 
egípcios e para fazê-lo 
subir daquela terra a 
uma terra boa e larga, 
a uma terra que mana 
leite e mel; ao lugar do 
cananeu, e do heteu, 
e do amorreu, e do 
ferezeu, e do heveu, e 
do jebuseu.
BÍBLIA ALMEIDA 
REVISTA E CORRIGIDA
Salmo 146:3-4
Não confi eis em 
príncipes, nem com os 
homens incapazes de 
salvar: seu sopro partirá, 
eles voltarão ao seu pó, 
e naquele dia, é a ruína 
dos seus planos. 
TRADUAÇÃO 
ECUMÊNICADA BÍBLIA
É claro que Deus se preocupou em orientar o seu povo com respeito à terra 
que foi concedida. Tanto os profetas como os sacerdotes entenderam que 
a posse da terra não era a garantia da presença de Deus, mas enquanto 
o povo mantivesse os cuidados com esta terra, administrando-a com 
o direito (retidão, mishpat no hebraico) e a justiça (tsadiq e sedeq no 
hebraico), então Deus habitaria entre eles (1 Samuel 8). 
Por isto, há muitasrepresentações fi gurativas (metáforas) sobre a terra. 
São alusões poéticas feitas à presença do ser humano sobre a terra, 
comparando-o, inclusive, como uma árvore plantada junto à água (Salmo 
1:3), que sempre fl oresceria. Da mesma forma, a chuva e o orvalho sobre 
a terra são como a bênção do Senhor (Jl 2:23 e 3:18), ou ainda, a unção 
(Sl 133). E até a atividade pastoril seria representada como riqueza dada 
pela terra, pois produzia leite e mel. 
11Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Exercício de fi xação
Leia o texto do Salmo 67, a seguir. BÍBLIA NOVA VERSÃO INTERNACIONAL
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer 
o seu rosto sobre nós, Pausa
para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, a tua salvação 
entre todas as nações.
Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos.
Exultem e cantem de alegria as nações, pois governas os povos com 
justiça e guias as nações na terra. Pausa
Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos.
Que a terra dê a sua colheita, e Deus, o nosso Deus, nos abençoe!
Que Deus nos abençoe, e o temam todos os confi ns da terra.
Com base na leitura deste Salmo e observando o sentido que ele produz 
a respeito da terra, qual das alternativas abaixo afi rmar esta proposição: 
a) ( ) O salmista entende que o temor a Deus é o princípio do exercício 
da justiça sobre a terra, cujas ações deveriam ser praticadas pelos 
líderes, e, assim, o louvor poderia se estender aos povos vizinhos.
b) ( ) O salmista convida todos os povos ao conhecimento de Deus, 
pois a soberania dele se estende até os confi ns da terra. Por isto, seria 
necessário para Israel extrair da terra o sustento para as guarnições 
militares, com vistas ao domínio de territórios. 
c) ( ) O salmista diz que a terra de Israel é meio pelo qual todas as 
nações serão abençoadas. Por isto, todos os povos precisam vir à 
Jerusalém para louvar a Deus e receber a bênção. 
d) ( ) O salmista compara a bênção dada por Deus ao povo, mediante 
o conhecimento que cada um tem do Senhor e pela boa colheita 
realizada em cada safra.
e) ( ) O salmista faz um convite ao louvor de todos os povos, através 
do qual Deus abençoará aqueles que o temem e cuja liderança tem 
guiado o povo com justiça e retidão, tornando seu nome conhecido. E, 
neste sentido, a terra é o espaço desta bênção!
Acesse o AVA para fazer o exercício e ver a reação do professor!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA12
2. O CRESCENTE FÉRTIL 
Um dos recursos literários que ajuda a compreender o porquê da 
Geografi a ser importante no estudo das Escrituras é indicado em Gênesis 
2:4a, que diz: “Esta é a história das origens dos céus e da terra,...” (NVI). 
O termo para o substantivo “história” é toledot, ou seja, um vocábulo cuja 
tradução pressupõe vários sinônimos: relato, narrativa, lista, descrição, 
descendência, geração, fi lhos de, biografi as, etc., podendo ser traduzido 
tanto no singular como no plural. Na verdade, este termo pressupõe 
uma chave de leitura para 
todo o livro de Gênesis. São 
descritos dez toledots em 
todo o livro que se referem 
aos ciclos dos patriarcas. 
Ou seja, para cada patriarca 
é dedicado um conjunto 
de narrativas de sua vida e 
realizações.
Saiba mais
Há um excelente estudo sobre o livro de Gênesis disponível na 
internet que exemplifi ca a proposta de leitura a partir do signifi cado 
do toledot. Ao acessar, você perceberá que o autor foi produzindo 
uma aula sobre a vida do patriarca. 
Um guia de estudo do livro de Gênesis
http://www.pibjo.org.br/pibjo/wp-estudos/Um%20Guia%20de%20
Estudo%20do%20Livro%20de%20G%C3%AAnesis.pdf
Se atentar para a história de Abrão (dentro do sexto toledot), descrita 
em Gênesis 12, há a indicação de ele saiu de Ur, da região da Caldeia 
(Mesopotâmia) e foi para Padã-Arã, região bem distante de seu povo. 
Depois ele desceu até o Egito e, após um episódio com o faraó e sua 
13Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
esposa, retornou para a Padã-
Arã. É neste momento que 
a Geografi a começa a fazer 
sentido, porque o estudo da terra 
que foi percorrida pelo patriarca 
facilita a visualização de sua 
jornada. O mapa abaixo irá 
demonstrar três grandes regiões 
no formato de um chapéu 
nordestino, ou ainda, da fase 
lunar “crescente”, para referir-
se à localização de regiões de 
terra e água que caracterizam a 
riqueza fértil em meio a grandes 
regiões áridas e de escassez de 
alimentos. 
Do ponto de vista bíblico, esta designação refere-se ao berço da 
civilização, quando menciona-se que o Jardim do Éden localizava-se entre 
os rios Tigres e Eufrates. Mas o “Crescente Fértil” é muito mais amplo 
que esses dois rios apenas. Os estudos paleontológicos, acompanhados 
da antropologia, datam cerca de 10.000 a.C. para afi rmar a respeito da 
origem da humanidade. Embora fala-se do Antigo Oriente Médio (ou 
Próximo), os achados confi rmam que a humanidade teve seus ancestrais 
originários da África. 
Seja como for, vale aqui o estudo desta “meia lua”. A primeira região a 
ser demonstrada é a Mesopotâmia (do grego meso, meio, metade; e de 
potamos, rio), que irrigada pelos rios Tigre e Eufrates, desenvolveu-se 
política e economicamente na região. E, no campo cultural, promoveu 
diferenças signifi cativas às civilizações vizinhas, através da escrita, 
literatura, arte e pintura. Muitas vezes, a região “mesopotâmica” também 
é sinônimo do Grande Império Assírio e do Grande Império Babilônico. 
Foi na Mesopotâmia que mencionou-se a existência e a localização do 
Jardim do Éden. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA14
Vídeo
Assista ao vídeo a seguir, que trata a respeito da narrativa do Jardim 
do Éden, um breve documentário sobre o Código de Hamurabi e o 
Zigurat, dentre outros.
Civilizações Perdidas – Mesopotâmia: Retorno ao Éden, disponível 
em: h� ps://youtu.be/ZTpEq1JqePU - Duração: 46:48
A segunda região é proveniente do norte da África, o Egito. Este país 
abrigava o grande Rio Nilo e o seu grande delta (bifurcações de vários 
pequenos afl uentes que se direcionam para o mesmo destino, ou seja, 
deságuam no Mar Mediterrâneo). Ele nasce no nordeste do continente 
africano, abaixo da linha do Equador e deságua ao norte no Mediterrâneo). 
É considerado o mais extenso (comprimento) do mundo, mas o Amazonas 
(no Brasil) é o maior em quantidade de água. Para o Egito, não haveria 
prosperidade sem a presença do Nilo. Heródoto, um historiador, diz que o 
Egito foi um grande presente dado pelo Nilo ao mundo. Pois, através dele, 
houve o desenvolvimento da agricultura e do comércio, tornando o país 
um império de cultura, civilização e armamento. 
Vídeo
Assista aos vídeos abaixo e entenda o processo de irrigação do rio Nilo. 
“A agricultura no Egito Antigo”, disponível em:
h� ps://youtu.be/0RaXqodVzAc - Duração: 3:54
“Uma dádiva do Nilo”, disponível em h� ps://youtu.be/doJGjkv1QsM
Duração: 3:02
E, por fi m, a região da Palestina, que, na época bíblica, compreendia a 
planície do Rio Jordão com vilarejos agrícolas e atividade pastoril. Esta 
região era praticamente a responsável pela produção de alimentos 
para todo o povo. O período tribal proporcionou a passagem do povo 
15Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
por esta região (Abraão, Moisés, etc) e, após a conquista por Josué, 
deu-se a fi xação do povo e a distribuição das terras. Canaã, como era 
designada na época, foi o ancestral de Cam, o fi lho amaldiçoado de Noé. 
Originariamente, Cam foi o ancestral do povo cananeu. 
A importância do Crescente Fértil se dá para explicar o fenômeno da 
mudança do “nomadismo” para a fi xação em terra, também denominado 
de “sedentarismo”. Uma vez que os constantes deslocamentos em busca 
de alimento e água, as regiões com água e terra fértil criaram condições 
de desenvolvimento da agricultura, produção de alimentos e, ao longo de 
um processo social, o desenvolvimento político, econômico e religioso. 
Tais aspectos foram dando condições de compreender a formação 
cultural das etnias do Antigo Oriente Médio. 
Portanto,com a residência fi xa da população, nas proximidades ao Nilo, ao 
Tigre e Eufrates e ao Jordão, surgiram as cidades, as relações de comércio, 
a produção artística e científi ca. Sobre a ciência, a história e a arqueologia 
afi rmam que os instrumentos utilizados por estas civilizações eram bem 
elaborados para condições de produção agrícola, pecuária, comercial e 
educação. Pelo olhar da sociologia, as funções sociais foram também 
resultados de especulação econômica e política. Cada região tornou-se um 
centro de desenvolvimento, a ponto de criar condições de sustentabilidade, 
provisão e proteção da população. A sedentarização deu origem aos 
aglomerados populacionais, pois as cheias dos rios condicionavam as 
terras com húmus fertilizante, tornando a associação “água e terra” como 
compreensão de que nestes espaços a vida humana estava garantida. 
Ainda sobre o Crescente Fértil vale a pena conhecer uma chave de leitura 
oferecida pela Sociologia. Trata-se da interpretação que se dá para uma 
sociedade primitiva, a partir da identifi cação do seu modo de produção. 
As sociedades antigas mantinham a sua organização política e social, 
sustentadas pela atividade que as mantinha enquanto grupo social. No 
período do nomadismo (o povo de Deus formado por tribos), a relação 
econômica era pelo sistema de trocas e relações familiares. No caso 
de Israel, o culto também contribuía para esta unidade patriarcal. Por isto, 
o modo de produção do período de Gênesis até Juízes é denominado 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA16
Tribalismo. E, após a instalação da monarquia, com o rei Saul, a fonte 
econômica determinada pela administração era da criação do exército 
permanente, sustentado pelos anciãos de Galaad. Neste sentido, os tributos 
pagos pelas tribos patrocinavam o empreendimento militar do rei. Logo, o 
período da monarquia será chamado de modo de produção Tributário. 
Vídeo 
Veja o vídeo que traz uma exposição bem detalhada sobre o 
Crescente Fértil, fazendo associação com os dois Modos de 
Produção, o Tribal e o Tributário:
Inserir o vídeo sobre o Crescente Fértil, gravado pelo professor Ênio
Após assistir o vídeo, o exercício a seguir irá proporcionar uma refl exão 
muito peculiar sobre alguns conceitos já estudados aqui e a sua opinião. 
Exercício de reflexão 
Veja a manchete, publicada no portal G1, do site globo.com, em 
cuja matéria divulga a migração dos paranaenses para o Estado de 
Mato Grosso. 
17Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Diante da mensagem divulgada, quais são as possíveis causas que dão 
aos paranaenses a maior taxa de participação migrante ao Estado de 
Mato Grosso? (máximo de 100 palavras) 
3. OS POVOS DA BÍBLIA 
Outro assunto ainda a ser tratado nesta primeira unidade é com respeito 
aos povos da Bíblia. Na verdade, não há como tratar todos os povos 
mencionados nesta unidade, mas há sim como situar o estudante 
de Teologia a respeito de uma hermenêutica, isto é, uma proposta de 
leitura sobre os povos. Do ponto de vista exegético, que corresponde à 
análise de um texto bíblico (perícope), cujo objetivo é extrair o sentido 
e signifi cado do contexto em que foi escrito, ressaltando-se o público 
alvo (grupo social) que recebeu a mensagem e o impacto produzido. 
Em outras, palavras, destina-se a relevância de um método exegético 
aplicado em um texto, a fi m de reproduzir os seus resultados para o 
mundo contemporâneo. 
Por isto, muitas perguntas surgem quando se fala sobre os povos da 
Bíblia. Seria como pesquisar a origem do brasileiro antes da conquista 
do Brasil pelos portugueses. Talvez, algum pesquisador iria dizer sobre 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA18
os tamoios, outros afi rmariam ser os jês-tapuias, outros ainda, os tupi-
guaranis, e até os kaing-gangs. A verdade é que a menção dos povos é 
vista também como uma chave de leitura aos textos bíblicos. Do ponto 
de vista literário, ou seja, da própria fonte escriturística das Escrituras, os 
vários povos formaram-se a partir dos três fi lhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. 
A fi gura abaixo ilustra a genealogia dos fi lhos de Noé. São ricas informações 
que ilustram o progresso que cada linhagem teve na descrição bíblica. Os 
fi lhos de Noé, com suas respectivas esposas, participaram do evento do 
dilúvio (Gênesis, capítulos 6 a 10). Eles participaram tanto do processo 
de construção, como também o de captura dos animais, recepção 
deles e acomodação nos compartimentos da arca. Ao total, foram oito 
pessoas que adentraram à arca, quando começou o dilúvio. É salutar 
dizer que, após a cessão das águas, percebeu-se que somente esses três 
fi lhos e respectivas esposas fi caram sobre a terra com a fi nalidade de 
povoá-la. Neste sentido, Sem, Cam e Jafé tiveram muitos fi lhos e os seus 
descendentes continuaram o processo de povoamento, ou seja, esses 
três fi lhos seriam os fundadores de vários outros povos. 
19Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Há um episódio em Gênesis no qual é narrada a maldição que Noé faz 
a Cam, seu fi lho. Trata-se do relato no qual diz que Noé havia plantado 
uma vinha e, em comemoração à colheita, embebedou-se com o próprio 
vinho. Em meio às festividades, acabou fi cando nú em sua tenda. Cam vê 
seu pai nú e quis aproveitar-se do pai e vai ainda contar aos seus irmãos. 
Diante disto, os irmãos cobrem o pai e conta-lhe o que havia ocorrido. 
Então, Noé amaldiçoou a Cam e abençoou Sem e Jafé. Vale a pena 
observar esta narrativa, descrita em Gênesis 9:20-27. 
Para o escritor bíblico, os descendentes destes patriarcas deram origem 
a vários outros povos e se espalharam pela Terra. Os comentários 
bíblicos afi rmam que os descendentes de Jafé decidiram ir para o norte, 
distanciando-se de seus irmãos camitas (ou canaanitas). A literatura diz 
que este povo foi em direção à Europa e à Ásia. Já os descendentes de 
Cam, os que haviam sido amaldiçoados por Noé, se espalharam pelo sul 
da Palestina e norte da África. E, por fi m, os descendentes de Sem se 
estabeleceram na região do Oriente Médio, precisamente da região do 
deserto da Arábia até os limites dalém da Mesopotâmia. Como já dito, 
em perspectiva da leitura literária, tais povos foram os que povoaram o 
mundo após o dilúvio. E, neste sentido, o escritor bíblico procurou manter 
esta mesma linha de construção de signifi cado a respeito dos povos que 
foram se originando, após o dilúvio (Gn 10). 
A teoria sobre a formação das nações após o dilúvio é cheia de 
controvérsias, polêmicas e ainda debaixo de investigação arqueológica 
e histórica. Até aqui, adota-se esta teoria para exemplifi car o conteúdo 
bíblico com o surgimento das demais nações e suas localizações no 
mundo antigo. Portanto, são referências cuja cosmovisão refl ete a teoria 
bíblica sobre as nações do mundo. As fi guras seguintes mostram como 
o conteúdo bíblico pode ser vislumbrado sobre a extensão territorial dos 
povos que habitaram a terra. Cada autor vai aumentando seu campo de 
compreensão para explicar o alcance que cada povo teve.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA20
21Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Um comentário mais específi co precisa ser feito sobre a teoria dos povos, 
bem como o ensino teológico que os acompanha. Por exemplo, “sair 
por aí dizendo que os africanos são ‘negros’ porque é a maldição de Noé 
sobre Cam e, por isto, a África é amaldiçoada”. Este tipo de interpretação 
é um erro gravíssimo, tanto do ponto de vista teológico como exegético. 
Pois, na mesma linha de pensamento, os camitas (também chamados de 
canaanitas) habitavam Canaã, a região que mana leite e mel e que fora 
prometida por Deus. Então, como é uma terra próspera, boa e produtora de 
vida se fora bem antes amaldiçoada pelo próprio Deus? E se você tomar, por 
exemplo, a linha teológica que o povo de Deus veio dos fi lhos de “Sem”, os 
semitas, então terá problemas, pois Abrão saiu dentre os semitas e foi até o 
Egito, em cuja ocasião sua própria esposa havia dormido com o faraó. Logo, 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia| FTSA22
o grande patriarca da fé teve mais mancha em sua trajetória genealógica do 
que o próprio Cam. Seja como for, esta é apenas uma tentativa de explicar a 
distribuição dos povos e a localização delas no mundo bíblico. 
Os povos na Bíblia, principalmente os descritos no Antigo Testamento, 
servem como indicadores da atuação de Deus através do seu povo 
escolhido. Esta eleição tinha o propósito missionário de trazer todos os 
demais povos à redenção divina. Neste sentido, os povos mencionados 
devem ser vistos como alvo da missão de Deus. 
UM BREVE RESUMO!
As genealogias dos fi lhos de Noé estão em Gênesis 10 e Gênesis 11.
Canaã, fi lho de Cam (fi lho de Noé) é, de acordo com a Bíblia, o 
ancestral dos cananeus. Apesar disso, os israelitas são cananeus 
teoricamente e segundo a arqueologia. 
Os fi lhos de Noé foram Sem, Cam (ou Cam/Cã) e Jafé, e os fi lhos 
de Cam foram Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
Canaã teve dois fi lhos, Sidom e Hete, e foi o ancestral dos jebuseus, 
amoritas, girgaseus, heveus, arqueus, sineus, arvadeus, zemareus 
e hamateus.
Canaã foi amaldiçoado por Noé porque Cam, seu pai, viu Noé nu, 
após Noé ter se embriagado e debochou de acordo com a maldição, 
Canaã seria servo de Sem e de Jafé.
Exercício de aplicação 
O texto a seguir é de Gênesis 12:2-4, a partir do qual constata-se a 
promessa de Deus feita a Abrão sobre o projeto divino para todas 
as nações. Leia-o:
“Eu farei de ti uma grande nação e te abençoarei. Tornarei 
grande o teu nome. Tu sejas uma bênção. Eu abençoarei os que 
te abençoarem, e quem te injuriar, eu o amaldiçoarei: em ti serão 
abençoadadas todas as famílias da terra”. BÍBLIA TEB, 1994, p. 39.
23Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Ao cruzar informações com os descendentes dos fi lhos de Noé, 
percebe-se que esta bênção foi se direcionando tradicionalmente 
por intermédio de uma única linhagem, a do povo semita. E, ao 
chegar em Abraão, seus descendendes foram perpetuando-se até à 
chegada do Filho de Deus, narrada pelo evangelista Mateus 1:1-17. 
Todavia, foi o apóstolo Paulo quem sentenciou a máxima da bênção 
à confi guração de um único povo, assinada por ele em Romanos 
1:16,17, ao dizer:
Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus 
para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também 
do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé 
em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. BÍBLIA A. R. A.
Diante disto, é possível concluir que o povo de Deus é formado por 
aqueles que aceitam pela fé Jesus Cristo como Senhor e Salvador. 
Sendo assim, assinale abaixo a alternativa que explicaria a inclusão 
do povo brasileiro no processo de salvação de Deus?
a. ( ) Devido aos dados do último censo de 2010, que confi rmou 
o crescente número dos “sem religião”, é possível dizer que esta 
lacuna abriu espaço para a salvação do povo brasileiro.
b. ( ) O povo brasileiro não está incluído, pois seus descendentes 
não são da linhagem dos fi lhos de Noé.
c. ( ) Somente os descendentes dos judeus e dos gregos, da 
época de Jesus Cristo, foram os últimos povos a serem incluídos. 
Nem mesmo os romanos foram incorporados no processo da 
salvação.
d. ( ) A representatividade do povo brasileiro se confi gura a partir 
da aceitação da mensagem de que Cristo é Salvador.
e. ( ) O povo brasileiro foi incluído porque Portugal localiza-se na 
Europa e, segundo a tradição dos Jefi tas, os portugueses foram 
incluídos.
Acesse o AVA para fazer os exercícios e ver a reação!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA24
4. LOCALIZAÇÕES GEOGRÁFICAS 
Doravante, serão oferecidas algumas passadas sobre relatos bíblicos 
cuja compreensão se dá também pela localização geográfi ca. São eles: 
o Jardim do Éden, a Viagem de Abraão, a Peregrinação no Deserto e o 
Monte Sinai. Em certo sentido, será uma panorâmica sobre os livros de 
Gênesis e Êxodo.
4.1. O Jardim do Éden 
Em Gênesis, 2:8-15 encontram-se as seguintes informações: 
8 E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na 
direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia 
formado. 9 Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte 
de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e 
também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore 
do conhecimento do bem e do mal. 10 E saía um rio do 
Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se 
em quatro braços. 11 O primeiro chama-se Pisom; é o 
que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. 12 O ouro 
dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio 
e a pedra de ônix. 13 O segundo rio chama-se Giom; é o 
que circunda a terra de Cuxe. 14 O nome do terceiro rio é 
Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é 
o Eufrates. 15 Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e 
o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.
Este jardim é uma referência ao sentido de um oásis, isto é, uma pequena 
região com água e plantações diversas, em meio aos terrenos áridos e 
desérticos. Há sim mananciais de água e plantas no deserto! São raros 
e surgem como confi guração da natureza para dar prosseguimento 
à sobrevivência de seres humanos e animais. Desde a presença de 
grama, árvores, fl ores, frutos (fl ora) como de insetos, répteis, mamíferos, 
ovíparos, herbívoros, etc (fauna). É a provisão divina sendo doada a toda 
25Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
a criação, é Deus concedendo à sua criação os elementos necessários 
para a sobrevivência, cuidado e manutenção de todos os seres. 
As possíveis traduções para a palavra hebraica ´Eden são jardim, paraíso, 
oásis, prazer, planície, estepe, etc. Na língua hebraica, há possibilidades 
dos termos serem próximos entre si, pois depende-se da intenção da 
mensagem a ser pronunciada (anunciada). Neste sentido, em Gênesis 
2:8 há a junção do termo jardim e ́ eden, isto é, gan ́ eden, que literalmente 
signifi ca o Jardim do Éden. Há muita especulação sobre a localização 
exata deste jardim. O que pode-se dizer é que, pelas informações do 
próprio texto bíblico, trata-se de uma ilhota no início da bifurcação dos 
rios Tigre, Eufrates, Pisom e Giom. 
No texto abaixo, há uma excelente explicação sobre a possível localização 
deste jardim. Do lado esquerdo, há três mapas que fornecem informações 
topográfi cas em três dimensões de distâncias que colaboram para 
entender o porquê do jardim ser uma especulação literária, histórica 
e teológica. E, no lado direito, encontram-se os argumentos sobre a 
localização do jardim. São fotos tiradas via satélite pelo GoogleEarth, nas 
quais concentram-se a demarcação provável do Jardim do Éden. Trata-
se de uma pequena faixa de terra, ampliada, a fi m de ilustrar o espaço de 
terra habitado pela família de Adão.
Saiba mais
A PROVAVÉL LOCALIZAÇÃO DO JARDIM DO ÉDEN
Disponível em:
h� ps://sites.google.com/site/estudosbiblicosrevelados/home
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA26
Ora, plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, ao oriente, e pôs ali 
o homem que tinha formado ( Gênesis 2:8).
Vemos neste versículo que Deus plantou um jardim em um lugar 
chamado Éden, ao oriente do Éden, e este jardim foi plantado 
geografi camente em um lugar identifi cado por um rio principal com 
quatro braços. E saía um rio do Éden para regar o Jardim; e dali se 
dividia e se tornava em quatro braços (Gênesis 2: 10). 
Nota-se que saía um rio do Éden para regar este jardim que estava na 
parte oriental da região chamada de Éden naquele tempo. O jardim não 
chama Éden, a região onde o jardim estava plantado é que chamava 
Éden, na verdade o jardim não tinha um nome próprio. O jardim era 
regado só por um rio, quando passava o jardim se dividia em quatro 
braços indo para outras terras fora da região chamada de Éden.
27Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
O nome do primeiro (braço) é Pisom: este é o que rodeia toda terra 
Havilá, onde há ouro; o nome do segundo (braço) rio é Giom; este é 
o que rodeia toda terra de Cuche. O nome do terceiro (braço) rio é 
Tigre: Este é o que corre pelo oriente da Assíria. E quarto (braço)rio é 
o Eufrates (Gênesis 2:11, 13, 14).
1 - rio Pisom - terra de Havilá, / 2 - rio Giom - terra de Cuche, 
3 - rio Tigre - região da Assíria, / 4 - rio Eufrates
Estes quatro braços deste rio que saía do Éden não regava o jardim 
mas o rio que saia do Éden é o que regava o jardim que DEUS plantou, 
e dali do Jardim onde era regado pelo rio, é que se dividia e se tornava 
em quatro braços, nisto, notamos que estes braços já entravam em 
terras diferentes da região do Éden, como por exemplo dos versos 
acima escritos.
Esta região neste mapa está 
localizada na Turquia no começo 
do braço do Rio Eufrates e 
também o braço do Rio Tigre e um 
rio principal onde se divide estes 
famosos rios onde provavelmente 
foi plantado o Jardim que Adão e 
Eva habitaram antes do pecado 
no Éden. Quero colocar um 
esclarecimento para leitor que o 
jardim do Éden foi plantado antes 
do Dilúvio, e tinha querubins e uma espada fl amejante para guardar o 
caminho da árvore da vida. Gênesis 3:24
Não sei ao certo, falar abertamente, mais há uma pergunta que nós 
os cristãos fazemos para nós mesmos: será que o jardim no Éden 
sobreviveu o Dilúvio e passou junto com Noé para época das gerações 
de seus três fi lhos e existem hoje guardados pelos querubins como 
antes? porque até a topografi a geográfi ca da terra em muitos lugares 
mudou por causa das águas do Dilúvio.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA28
Há ainda que considerar a interpretação do Jardim do Éden mais 
como uma referência mitológica, ou seja, uma narrativa que procura 
descrever o surgimento dos elementos presentes na natureza. Neste 
sentido, há vários textos (gêneros literários) que se tornam referências 
“universais” para o entendimento acerca destas narrativas. Por exemplo, 
as cosmogonias são os relatos de como surgiu o universo. As culturas 
primitivas são fontes cujos conteúdos indicam as linhas de interpretação 
da própria cultura. Por isto, cada cultura indica o seu mito a respeito da 
criação: os hindus, os mesopotâmicos, os hebreus, os aborígenes, etc. 
Já as teodiceias referem-se às várias tentativas de interpretar o 
surgimento do bem e do mal nas culturas primitivas. São os primeiros 
traços do sentido axiomático (valores éticos e morais) que o grupo social 
dita para o entendimento acerca da vida e da morte, do desenvolvimento 
e dos limites, da sabedoria e da ignorância, entre outros. O episódio 
descrito em Gênesis 3, denominado A Queda, exemplifi ca como o “erro” 
do comportamento de Adão e Eva foram essenciais para interpretar o 
pecado como “essência da soberba e da desobediência” que passou a 
toda a criação. E também em Gênesis encontra-se o relato da história 
entre dois irmãos, Caim e Abel. O propósito deste episódio é confi gurar a 
interpretação acerca do mal que afeta a relação das pessoas humanas: a 
inveja em contextos religiosos.
E, em maior quantidade, há os mitos, isto é, os relatos que dão sentido aos 
elementos da natureza e das experiências dos grupos sociais. Os mitos 
sempre vêm recheados com símbolos, descritos em linguagem religiosa 
e, essencialmente, reforçadas por memórias afetivas, celebrativas e 
ritualísticas. Dentre os muitos mitos existentes nas religiões, o da criação 
é o mais concorrido no estudo literário, fi losófi co e teológico. 
Por questão de orientação, mito não signifi ca “aquilo que não é real, ou 
que não existe”. Ele é um termo usado literariamente para designar como 
são explicados os conceitos de temas abstratos (criação, pecado, morte, 
felicidade, etc). E, devido à sua peculiaridade literária, os mitos utilizam 
elementos simbólicos para fazer os argumentos. 
29Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
E, associado com os mitos, há as epopeias, ou seja, conjunto de 
narrativas e/ou poemas que tratam de um herói que explica, participa 
ativamente de competições e guerras para ganhar territórios, sobreviver 
em catástrofes, salvar e/ou ser salvo milagrosamente de situações 
impossíveis e direcionar o seu povo à continuação da vida, entre outras 
notáveis realizações. Foi justamente o que aconteceu com Noé, no relato 
do dilúvio. E é comum, nos dias atuais, fazer a comparação dos relatos 
de dilúvio das grandes culturas primitivas. 
Saiba mais:
O QUE É A EPOPEIA DE GILGAMESH?
SILVA, Daniel Neves. “O que é a Epopeia de Gilgamesh?”, Brasil 
Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-epopeia-
gilgamesh.htm>. Acesso em 25 de maio de 2019.
Sobre “O que é a Epopeia de Gilgamesh?”, podemos dizer que essa 
obra a respeito das aventuras do rei de Uruk é um poema épico da 
literatura suméria de 2000 a.C.
A Epopeia de Gilgamesh narra os feitos de Gilgamesh, rei de Uruk, em 
sua procura pela imortalidade. Ela é considerada a obra de literatura 
mais antiga da humanidade. Como parâmetro disso, basta lembrar que 
os famosos poemas 
homéricos surgiram 
cerca de 1500 anos 
depois dessa epopeia 
suméria.
A Epopeia de Gilgamesh 
foi localizada por 
arqueólogos em doze 
tábuas de argila, cada 
qual contendo cerca 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA30
de 300 versos. No entanto, historiadores consideram apenas as 11 
primeiras tábuas, uma vez que a 12ª possui uma versão sintética da 
história que contradiz as outras inscrições.
Essas tábuas foram encontradas em uma escavação que ocorreu no 
século XIX, na região onde fi cava a antiga cidade assíria de Nínive. 
Essas escavações eram conduzidas pelo arqueólogo britânico Austen 
Harry Layard, que, em 1849, localizou uma série de itens pertencentes 
à Biblioteca de Nínive, dos quais as tábuas da Epopeia de Gilgamesh 
faziam parte.
O trabalho de tradução da obra foi realizado por Henry Rawlinson e 
George Smith na segunda metade do século XIX. A tradução desse 
poema épico somente foi possível graças à Inscrição de Dario, 
que transcrevia caracteres cuneiformes para três idiomas: persa, 
babilônio e elamita. Esse trabalho foi ampliado quando novos trechos 
da história foram encontrados posteriormente.
A obra encontrada nessa época foi escrita pelos sumérios e recebeu 
o nome de Sha-naqba-imru (Aquele que viu a profundeza) ou Shutur-
eli-sham (Aquele que se eleva sobre todos os reis). Tempos depois, 
o original dela em sumério foi transcrito a mando do rei assírio 
Assurbanípal (668 a.C. - 627 a.C.) e foi armazenado na Biblioteca de 
Nínive.
A Epopeia de Gilgamesh parece ter sido bastante conhecida na região, 
pois pesquisas localizaram diversas traduções e adaptações feitas a 
partir dela, em idiomas como o hitita e hurrita e em diferentes locais 
como Nippur, Uruk e na antiga capital hitita, que se chamava Hattusa|1|.
Narrativa da Epopeia de Gilgamesh
A narrativa da Epopeia de Gilgamesh conta os eventos de Gilgamesh, 
rei de Uruk. De acordo com a Lista Real Sumeriana (lista de todos 
31Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
os reis sumérios), ele foi o quinto rei dessa cidade. Segundo ainda 
essa lista, o reinado de Gilgamesh sobre Uruk foi de 126 anos, e ele 
aparece no épico como fi lho da deusa Ninsuna. Esse rei sumério 
existiu, provavelmente, no período entre 2800 a.C. e 2500 a.C.
Na história narrada pelo poema, Gilgamesh é apresentado como um 
rei despótico, arrogante e que oprimia o povo da cidade de Uruk. Os 
deuses, então, criaram Enkidu do barro e enviaram-lhe ao encontro de 
Gilgamesh com a missão de torná-lo mais humilde. Os dois tornaram-
se amigos e iniciaram uma trajetória marcada por muitas aventuras, 
e, em uma dessas aventuras, ambos desrespeitaram a deusa Inana. 
Os deuses resolveram matar Enkidu como punição pelo desrespeito a 
essa deusa, e, Gilgamesh, entristecido, iniciou uma outra jornada em 
busca da imortalidade.
Nessa jornada pela imortalidade, Gilgamesh foi ao encontro de 
Utnapishtim, um herói conhecido por ter alcançado a imortalidade 
após sobreviver a um grande dilúvio. Durante esse grande dilúvio, 
Utnapishtim teria construído uma grande arca a mando dos deuses e 
abrigado sua família e um grande número de animais nela. Esse herói 
prometeua imortalidade para Gilgamesh, desde que ele cumprisse 
algumas missões. Entretanto, o rei falhou nessas missões e retornou 
para Uruk.
A menção ao dilúvio é uma parte da narrativa que chama a atenção 
por causa da semelhança com a narrativa bíblica sobre o dilúvio e a 
trajetória de Noé. Os historiadores acreditam que a história suméria 
tenha servido de infl uência para a formulação da narrativa hebraica 
sobre o dilúvio. Esses especialistas sugerem ainda que, além desse, 
existam outros aspectos da cultura hebraica que também foram 
herdados da cultura suméria.
|1| CARREIRA, José Nunes. Gilgamesh em veste hitita, p. 37.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA32
Exercício de fi xação
Leia atentamente abaixo as descrições bíblicas e depois faça o que 
se pede. 
I - Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 
pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, 
as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer 
principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele 
(Colossenses 1:15,16).
II - Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no 
mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a 
todos os homens, porque todos pecaram (Romanos 5:12).
III - Como caíste do céu, ó estrela da manhã, fi lho da alva! Como foste 
lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: 
Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e 
no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; 
subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo 
(Isaías 14:12-14).
A partir do conteúdo descrito em I, II e III é possível afi rmar que: 
Em I, o hino de Colossenses refere-se ao Deus Filho, Jesus Cristo, que, 
na elaboração da teologia cristã, ele também é criador. 
Em II, a ênfase hermenêutica de Paulo aos Romanos é sobre o efeito 
que o pecado de Adão causou a todos os integrantes da criação. 
Em III, a descrição é sobre Lúcifer para explicar que a origem de sua 
queda foi a de querer ser e estar acima de Deus.
Portanto, assinale a alternativa correta.
a. ( ) I e II são epopeias porque consideram Jesus Cristo o herói que 
vence o pecado.
b. ( ) O relato da queda e a parênese de Paulo em II são argumentos 
acerca dos símbolos do mito do pecado. 
c. ( ) Satanás é um anjo caído, por isto não foi detalhado nos relatos de 
cosmogonias. 
d. ( ) O conteúdo de III é um relato sobre a criação dos seres angelicais. 
e. ( ) Paulo é apóstolo. Sendo assim, ele não é referência para os relatos 
de mito. 
33Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
4.2. A viagem de Abraão
É muito familiar para o estudante do Antigo Testamento a menção do 
patriarca Abraão como referência para a origem do povo de Deus. Do 
ponto de vista da Geografi a Bíblica, é relevante perceber que sua jornada 
(literalmente, seu deslocamento de uma região para outra) é interpretada 
a partir de uma linha teológica, isto é, a chamada dele feita por Deus 
(Gn 12). No entanto, esta jornada precisa ser compreendida também 
pela ilustração dos mapas, pois caracteriza um entendimento acerca do 
nomadismo. 
Em Gênesis 12:1-9 encontram-se as instruções dadas por Deus a Abrão. 
Diz o texto bíblico que o patriarca saiu de Ur dos Caldeus (ou Caldeia) 
e dirigiu-se para a região de Harã. A cidade de Ur tinha um porto com 
grande proeminência comercial para além das demais grandes cidades 
em direção à Palestina e Egito. Devido à sua localização, ou seja, 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA34
encontrava-se no meio da rota para leste e oeste, havia herdado as 
condições econômicas dos centros da Mesopotâmia, Nínive, Babilônia e 
outras cidades ao longo dos rios Tigre e Eufrates. 
No mapa ao lado, veja que Ur está localizada ao sul da Mesopotâmia, 
indicando a saída de Abraão até à região do Egito. 
Pode se dizer que a viagem do patriarca Abraão está dividida em quatro fases. 
A primeira é a saída dele e de sua família de Ur, que pertencia à região da 
Mesopotâmia, sob a liderança dos Caldeus (pois eram da Caldeia) e era um 
aglomerado de outros clãs (aldeias). Este relato está em Gênesis 11:31.
Seguindo os rios Eufrates e Tigre, há uma outra região, Padã-Harã, 
quando inicia-se a segunda fase. Nesta época, esta região pertencia 
à grande potência Assíria, próxima à capital Nínive. Em Harã, houve o 
chamado específi co de Deus para Abraão (Gn 12:1-5). É possível que 
esta região tenha sido fortemente habitada pelos chefes de famílias 
(também patriarcas), mas debaixo de uma liderança maior, a de Abrão, 
pois em tempos futuros, Eleazar (o servo de Abrão) volta à esta região 
para buscar uma noiva para Isaque. Em Canaã, mais precisamente a 
região de Siquém e Jerusalém, Abrão faz acampamento com sua família 
e permanece bom tempo ali. Quando sai de Canaã para o Egito, ele passa 
por Betel e Ai. 
A terceira fase associa-se com informações históricas para exemplifi car 
a rota que Abrão e sua família tomam para dirigir-se até o Egito. Devido 
a uma situação de fome e escassez de alimentos, o patriarca teve que 
descer até o grande Império Egípcio e ali abrigar-se por um bom tempo 
como estrangeiro. Ocorre alí também o episódio do Faraó com Sara. É 
interessante observar as questões culturais neste relato. A jornada de 
Abraão para o Egito é descrita em Gênesis 12:10.
Por fi m, a quarta fase é a volta de Abraão e família para a região do 
Negueb, descrita em Gênesis 13:1. 
35Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Saiba mais:
Breve explicação sobre o episódio de Sara e o Faraó
Quando ele chegou perto do Egito, ele disse a Sarai, sua esposa: 
“Veja agora, eu sei que você é uma mulher bonita; e quando os 
egípcios virem você, dirão: ‘Esta é sua mulher’; e eles me matarão, 
mas te deixarão viver. “Por favor, diga que você é minha irmã para 
que ele possa ir bem comigo por sua causa e que eu viva por sua 
causa” (Gênesis 12:11 - 13).
O plano de Abraão funciona, mas causa muitos problemas para 
os egípcios. Primeiro, não apenas sua vida é poupada, ele é bem 
tratado e recebe doações do faraó do Egito (Amenemhat II) quando 
o governante leva Sarah para sua casa. Deus, no entanto, traz pragas 
a Faraó e sua casa por causa de Sara. O governante enfurecido 
logo confronta Abraão sobre sua mentira.
Então o rei (Faraó do Egito) mandou chamar Abrão e perguntou-lhe: 
‘O que você fez comigo? Por que você não me disse que ela era sua 
esposa? Por que você disse que ela era sua irmã e me deixou tomá-
la como minha esposa? . . . ‘(Gênesis 12:18-19)
Em questões culturais, o egípcio podia tomar uma segunda esposa 
desde que ela não tivesse já sido prometida ou em compromisso 
com alguém. Neste caso, a mentira de Abraão havia colocado o 
Faraó em situação de vexame, uma vez que ele havia estado com 
uma mulher já casada.
Veja, a seguir, um resumo das viagens de Abraão com cenas antigas e 
atuais dos episódios e com narração em português.
Assista o vídeo: Livro 1 – Gênesis: Viagens de Abraão 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7ewOfYMJW1g
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA36
4.3 A peregrinação das tribos de Israel
Na Unidade II será estudada a divisão das doze tribos, a partir de 
informações do Pentateuco. Neste momento aqui, será feita uma pequena 
exposição sobre o período de peregrinação do povo de Deus no deserto. 
Pode-se dizer que a peregrinação 
é também uma chave de leitura 
para o entendimento acerca do 
chamado do povo de Deus. O 
ponto de partida é um pouco 
antes da saída do povo de Deus 
do Egito, ou seja, do momento 
em que Moisés havia fugido do 
Egito e ido até à região de Midiã. 
Nesta terra, encontrou-se com um 
patriarca e sacerdote, Jetro (segundo a tradição linguística, é possível 
também ser chamado de Ragüel e de Jobab). Enamorou-se de Zípora, 
a fi lha mais velha de Jetro, e casou-se com ela. Por não possuir bens 
materiais, Moisés teve que ajudar na criação de ovinos (Ex 2:11-22; 3:1). 
É, pois, neste período que Jetro ouve acerca da opressão que oFaraó 
do Egito exercia sobre os fi lhos de Israel. E é também neste momento 
que Moisés teve seu chamado, junto à sarça ardente, tradicionalmente 
no Monte Sinai, no qual Deus o vocaciona para ser o Libertador do povo 
hebreu. Consciente do seu chamado, Moisés então vai até o Faraó e 
discursa sobre a exigência que Javé faz, a fi m de libertar o povo. É certo 
que a estrutura egípcia confronta os dizeres de Moisés e não admite 
libertar o povo. Após nove tentativas de conscientização, denominadas 
pragas, chega-se à última delas, conhecida como morte dos primogênitos. 
E, após este evento, o Faraó decidiu sair o povo. Todavia, logo em seguida, 
arrepende-se e vai atrás do povo, a fi m de exterminá-lo, uma vez que o 
povo encontrava-se diante do Mar Vermelho. O relato comenta sobre o fi m 
desta perseguição, quando milagrosamente Deus abre o Mar Vermelho e 
deixa o povo passar. Em seguida, os egípcios fazem perseguição, mas as 
águas voltam ao curso normal e muitos morrem afogados. 
37Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
A partir de então, o povo passa a 
vaguear pelo deserto em busca de 
direção divina para prosseguir em 
busca de uma terra a ser mostrada 
por Deus. A peregrinação pelo 
deserto é compreendida como 
uma luta muito dura para o povo, 
pois signifi cava morrer à mingua 
do deserto. Para muitos, foi como 
se não tivesse caixões sufi cientes 
para todo o povo. Defi nitivamente, existem aqueles que preferem 
a escravidão do Egito. É claro que a residência fi xa dava ao povo a 
conotação de que “habitava” uma terra diferente – daí o nome o povo da 
terra, pois cuidava de animais da terra (no hebraico ‘apiru). E, no deserto, 
por não ter uma terra, o povo sentia-se peregrino. 
Como peregrinos, o povo enxerga nos acontecimentos a ação de Deus: 
durante o dia são guiados por uma nuvem, e durante à noite são guiados 
por uma coluna de fogo. Os hebreus do Egito e os sinaítas dão início a 
uma série de acampamentos durante o processo de peregrinação. Na 
verdade foram 42 sessões de parada e levantamentos de destacamentos 
para o povo de Deus. Levaria-se entre 11 a 30 dias de caminhada até 
Canaã, todavia a peregrinação perdurou por 40 anos. 
Durante a peregrinação no deserto, houve a construção da tenda e havia 
duas disposições sobre como o acampamento deveria ser formado. A 
primeira delas se referia à disposição dos participantes da tribo de Levi, 
que fi caram responsáveis pelo trabalho de preparação, celebração e 
demais serviços da liturgia e do culto perante o Tabernáculo. Como o 
Tabernáculo representava a “habitação de Deus entre o seu povo”, então 
os levitas foram dispostos em formação de contorno, compreendendo os 
quatro pontos cardeais do Tabernáculo. Na fi gura abaixo, há a indicação 
desta disposição, bem como os dados do censo realizado e descrito no 
Livro de Números. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA38
Nesta disposição, entende-se que a centralidade é o tabernáculo 
do acampamento. E a divisão foi feita segundo os fi lhos de Moisés e 
Arão. De certa maneira, os quatro lados da Tenda eram contemplados 
pela disposição dos levitas. Neste sentido, a divisão de trabalhos e 
participação contínua dava sentido de ‘serviço ao Senhor’, isto é, servir 
ao Senhor signifi cava cumprir com os trabalhos do tabernáculo. 
Já na segunda fi gura, estima-se a disposição de todos os demais 
participantes do povo, ou seja, as tribos. Cada conjunto de três tribos 
fi xaram-se ao redor do tabernáculo, logo após a disposição dos levitas. 
Neste esquema, as tribos 
guardavam os levitas, que, 
por sua vez, guardavam o 
tarbernáculo.
Veja, a seguir, a descrição 
dada pelos editores do Manual 
Bíblico (páginas 201 e 202) 
sobre as possíveis rotas e 
acampamentos do povo de 
Deus no Deserto. As Rotas do 
Êxodo, do Manual Bíblico, 
39Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA40
4.4 O estudo dos montes bíblicos 
Há dois termos técnicos que se preocupam com o estudo dos diferentes 
relevos do mundo da Bíblia. Um deles é a orografi a, que diz respeito ao 
estudo dos montes, montanhas, cordilheiras, elevações de terras, vales, 
planícies, depressões e alguns aspectos do território físico (dimensões 
territoriais). O outro é a toponomia, que diz respeito às regras, normas e 
convenções técnicas de confi gurações do estudo dos relevos. 
No caso da Bíblia, há vários montes mencionados e que se tornam 
também chaves de leitura para a compreensão das passagens bíblicas. 
Neste momento, você terá acesso a uma lista dos montes, com o nome 
descrito e a referência do acontecimento. Alguns deles ainda permanecem 
muito próximos da época bíblica, mas outros já foram urbanizados e 
transformados em cidades e povoamento. 
Esta é a lista dos montes mencionados na Bíblia:
NOME EVENTOS
Monte 
Ararate Gênesis 8:4 
O Monte Ararate foi onde a arca de Noé 
repousou após as águas do dilúvio 
diminuírem o seu nível. O Monte Ararate 
fi ca na atual Turquia e possui dois cumes, 
cujo maior supera cinco mil metros de 
altitude.
Monte Moriá
G ê n e s i s 
22:2
2 Crônicas 
3:1
O Monte Moriá fi ca na região para o 
qual Abraão partiu com seu fi lho Isaque 
para oferecê-lo em sacrifício a Deus. 
Posteriormente o Templo de Salomão foi 
construído no Monte Moriá. Isso signifi ca 
que sua localização está na cidade de 
Jerusalém.
41Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Monte Seir Gênesis 36:8
O Monte Seir fi ca ao sul do Mar Morto. As 
montanhas de Seir fi caram conhecidas na 
Bíblia por ter sido o local para onde Esaú 
foi após a morte de seu pai, Isaque.
Monte Sinai
(Monte 
Horebe)
Êxodo 19:2-
25
O Monte Sinai sem dúvida é um dos 
montes mais emblemáticos da Bíblia. 
Nem todos sabem, mas o Monte Sinai é 
o mesmo Monte Horebe citado em outras 
partes da Bíblia. No Monte Sinai a Lei 
foi dada a Moisés. Mais tarde o profeta 
Elias também esteve no Monte Sinai, 
mas na ocasião chamado de Horebe. 
Sua localização exata é debatida, mas 
acredita-se que fi ca próximo do Egito.
Monte Ebal
No Monte Ebal foi ordenado que os 
israelitas construíssem um altar após 
entrarem na Terra Prometida. O Monte 
Ebal fi cava próximo do Monte Gerizim.
Monte Nebo 
(Monte 
Pisga)
O Monte Nebo é mais outro monte que 
é mencionado na Bíblia por dois nomes 
diferentes. O Monte Nebo, ou Monte 
Pisga, foi o local de onde Moisés avistou 
a Terra Prometida.
Monte 
Hermom
Josué 
11:3,17 
O Monte Hermom é citado no livro de 
Josué como sendo uma cadeia de 
montanhas que fi cava no limite norte do 
território conquistado de Canaã.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA42
Monte Tabor Juízes 4:6
O Monte Tabor fi cou conhecido 
principalmente pela batalha em que 
Baraque atacou Sísera, o general do 
exército do rei cananeu Jabim. Monte 
Tabor, que fi ca a poucos quilômetros a 
leste de Nazaré (cerca de 10 quilômetros) 
também servia de fronteira natural entre 
os territórios de Issacar e Zebulom.
Monte Gilboa 1 Crônicas 10:1,8
O Monte Gilboa foi o local onde muitos 
israelitas foram mortos, incluindo o rei 
Saul e seus fi lhos, após uma batalha 
desastrosa contra os fi listeus.
Monte Sião Samuel 5:7
O Monte Sião é outro monte que possui 
um signifi cado bíblico muito grande. 
O monte em si originalmente refere-
se à área sudoeste de Jerusalém. Mas 
posteriormente passou a ser usado para 
designar toda Jerusalém e de forma a 
incluir até mesmo o Monte Moriá onde o 
Templo foi edifi cado. Além disso, o Monte 
Sião também é citado várias vezes de 
forma simbólica.
Monte Líbano 1Reis 5:14,18
A região montanhosa do Líbano aparece 
na Bíblia como sendo o local de onde 
veio o cedro e as pedras usadas pelo rei 
Salomão na construção do Templo em 
Jerusalém.
43Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Monte 
Carmelo
1 Reis 
18:19
O Monte Carmelo sempre é lembrado 
na Bíblia por ter sido o local onde fogo 
desceu do céu e consumiu o holocausto. 
Foi ali que Elias desafi ou e derrotou os 
profetas de Baal.
Monte 
Gerizim João 4:20
No Monte Gerizim ocorreu o encontroentre Jesus e a mulher samaritana 
junto a um poço. Nos tempos do Antigo 
Testamento foi ali que os samaritanos 
construíram um templo.
Monte das 
Oliveiras
Marcos 
13:3,4
Sem dúvida o Monte das Oliveiras é um 
dos montes da Bíblia mais conhecidos. 
Várias ocasiões importantes do 
ministério ocorreram nesse monte ou nas 
proximidades dele. O sermão escatológico 
de Jesus, por exemplo, foi feito no Monte 
das Oliveiras.
Gólgota Mateus 27:33,34
Além desses montes, há também o 
Calvário ou Gólgota, que por alguns 
também é chamado de Monte Caveira. 
Mitos não o consideram exatamente um 
monte, até pela discussão que há sobre a 
localização correta desse lugar. O que se 
sabe é que era um lugar que fi cava fora 
de Jerusalém e provavelmente era uma 
pequena colina.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA44
Há muitos outros montes citados na Bíblia. Uma lista completa, você 
poderá encontrar na seção da Leitura Complementar. Trata-se de um 
estudo feito pelo professor Francisco de Abreu Neto. Todavia, para ajudá-
lo a estudar e conhecer os montes da Bíblia, faz-se uma sugestão de 
como tais montes devem ser estudados. Primeiro, anota-se o nome do 
monte mencionado na Bíblia e a respectiva referência. Segundo, realiza-
se uma breve pesquisa a respeito das características do relevo (altura, 
dimensões, localização, etc). Terceiro, ao fi nalizar a pesquisa, sugere-se 
também, quando possível, adicionar a seleção de uma ou mais fotos, a 
fi m de ilustrar o monte. Esta pesquisa poderá ser feita através da internet 
e ou por meio de atlas bíblicos. Por exemplo: 
PESQUISA SOBRE O MONTE SINAI
Do grego, o Monte Sinai (também conhecido em hebraico como 
Monte Horeb, ou em árabe como Jebel Musa, que signifi ca “Monte 
de Moisés”) está situado no sul da península do Sinai, no Egito. 
Esta região é considerada sagrada por três religiões: judaísmo, 
cristianismo e islamismo.
É um pico de granito com uma altitude de 2285 metros onde, 
segundo a Bíblia e a tradição judaica, Moisés recebeu as Tábuas 
da Lei. Ao longo dos séculos foram sendo construídos sobre o 
monte e à sua volta vários locais de culto e acumulados tesouros 
da cultura religiosa.
45Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
No pico do monte encontra-se a pequena Capela da Santíssima 
Trindade, construída em 1934 sobre as ruínas de uma igreja do século 
XVI, onde se pensa que existiria a sarça ardente – no entanto, o Mosteiro 
de Santa Catarina, no sopé do monte, clama a mesma localização. 
Entre a base e o pico, existe uma escadaria escavada na rocha com 
cerca de 4000 degraus (leva 3 horas a subir), chamada “Sikket Saydna 
Musa”, que signifi ca, em árabe, “O Caminho de Moisés”.
A 750 degraus abaixo do pico, existe uma plataforma onde Aarão 
e os 70 sábios esperaram, enquanto Moisés recebia as Tábuas da 
Lei (Êxodo 24:14) e uma caverna, chamada “Retiro de Elias”, local 
onde Deus falou com Elias após 40 
dias de caminhada pelo deserto (1 
Reis 19:8-9). A noroeste deste ponto, 
encontra-se o monte Safsaafa, 
onde viveram eremitas bizantinos, 
como São Gregório e, logo abaixo 
deste pico, encontra-se a planície 
de ar-Raaha, onde os israelitas 
acamparam enquanto Moisés subia 
à montanha e onde, depois ergueu o primeiro tabernáculo.
Esta ligação do Monte Sinai com a Bíblia atraiu muitos peregrinos 
ao longo dos séculos e uma das mais famosas foi a Imperatriz 
Helena de Bizâncio, no século IV que fez ali construir uma igreja, 
a Capela da Sarça Ardente, no local onde ainda se encontra vivo 
um arbusto de Rubus sanctus, que os monges acreditam ser a 
sarça ardente original. Imediatamente se estabeleceu ali uma 
comunidade monástica e, para proteger a igreja e os monges dos 
ataques de beduínos, o imperador Justiniano I mandou construir 
uma muralha à volta da igreja, no ano 542 e os edifícios que são 
hoje o Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina.
Retirado de: h� ps://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Sinai, acessado 
em 27/05/2019 e comparado com: DOWLEY, Tim. Pequeno atlas 
bíblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA46
Exercício de aplicação
Na Bíblia, os montes foram importantes referências naturais para 
exemplifi car o relacionamento de Deus com o povo. Foi, pois, no 
Monte Sinai que Deus concedeu a Moisés a escrita das Dez Tábuas 
(o Decálogo). O monte, assim como os rios, as planícies, o clima, 
é sempre uma marcação física que dá orientação às pessoas 
e animais, bem como serve como ponto de localização para 
demarcação de outros referenciais. 
47Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Além disto, há algumas localidades que também podem 
fi gurativamente receber um segundo nome, por causa das 
interpretações religiosas. Por exemplo, Jerusalém é uma cidade 
que, por sua vez, se encontra no Monte Sião. Todavia, em algumas 
situações os dois nomes são intercambiáveis, isto é, tanto se refere 
à cidade como ao Monte. 
Considerando as informações acima, leia a notícia ao lado (O 
GLOBO). Nela comenta-se a prática dos adoradores, provenientes 
de comunidades religiosas na cidade do Rio de Janeiro. 
A partir do entendimento acerca de elementos da natureza como 
indicadores (ou referências) dos acontecimentos de Deus com o 
seu povo, é correto afi rmar que: 
a. ( ) A topografi a dos montes evidencia a prática da oração, 
facilitando o acesso entre Deus e a humanidade. 
b. ( ) Uma excelente forma de atualizar a leitura dos textos 
bíblicos é encontrar os pontos naturalmente altos da cidade e 
torná-los espaços sagrados. 
c. ( ) A oração só pode ser feita no monte que foi pesquisado 
academicamente por um especialista em religião.
d. ( ) Os montes atraem as pessoas religiosas porque são 
excelentes espaços de refl exão, caracterizando proximidade com 
Deus, com a natureza e com os demais religiosos. 
e. ( ) Os montes de uma região tornam-se espaços sagrados 
quando os religiosos sobem nele e fazem suas orações.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA48
Conclusão
Nesta primeira unidade, você estudou sobre a relevância da 
Geografi a para o contexto do conteúdo bíblico. Esta ciência tem 
como primazia o estudo da terra e de suas características (físicas, 
topográfi cas, hidrográfi cas, climáticas e de ocupações humanas) 
que favorecem a presença dos seres da natureza. Diante disto, 
percebeu-se que o Crescente Fértil constituiu-se em uma faixa de 
terra, que ia desde a antiga Mesopotâmia, passando pela Palestina 
e chegando até o Egito, cujos rios garantiam a atividade agrícola 
e pastoril e promoviam a sobrevivência das culturas babilônicas, 
cananeias e egípcias. 
Além do sentido da terra para os povos do Antigo Oriente enquanto 
bênção, promessa e dom, destacou-se também o estudo da 
origem dos povos da Bíblia, a partir de uma informação literária, 
ou seja, os três fi lhos de Noé habitaram o mundo, após o dilúvio: 
Sem foi responsável para gerar descendentes que povoassem a 
Mesopotâmia; Cam iria situar-se ao sul de Canaã e chegar até o 
norte da África; e, por fi m, os fi lhos de Jafé que iriam habitar o norte 
de Canaã e as regiões da Europa e Ásia. 
Acentuando-se as localizações geográfi cas, primeiro foi pontuada 
a possível localização do Jardim do Éden, enquanto referência 
que ilustra o surgimento da humanidade. Segundo, apresentou-se 
as quatro fases das viagens do patriarca Abraão, demonstrando 
o processo de chamada, peregrinação e construção do sentido 
do pai da fé a habitar a terra que mana leite e mel. Terceiro, foi 
ilustrado os 40 anos de peregrinação do povo de Deus no deserto, 
logo após a saída do Egito e a aproximação à Cades Barneia. E, por 
fi m, exemplifi cou-se o como a orografi a (estudo dos montes) deve 
ser feito pelo(a) estudante de Teologia. 
49Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Le itura Complementar 
CERESKO, Anthony R. Introdução ao Antigo Testamento numa 
perspectiva libertadora. São Paulo: Paulus, 1996, p. 33-46
Capítulo 3: O contexto histórico do Antigo Oriente Médio. O crescente 
Fértil e o Nascimento da Civilização.
Para facilitaro aprendizado do(a) estudante, é oferecido um roteiro de 
leitura. É um formulário que ajudará no processo de assimilação da leitura. 
Não é uma atividade obrigatória, mas ela colabora para o aprendizado. 
Fique à vontade para adotá-lo para esta disciplina. 
E, para você compreender como funciona, veja o modelo abaixo, baseado 
na leitura de:
SCHLAEPFER, Carlos; OROFINO, Francisco Rodrigues; MAZZAROLO, 
Isidoro. A Bíblia: introdução historiográfi ca e literária. Petrópolis: Vozes, 
2004, p. 11-25. 
Parágrafo 
introdutório 
O mundo da Bíblia é estudado pela sua geografi a, literatura e 
movimentação histórica. É o estudo do relevo, das dimensões 
territoriais e culturais de cada região. 
Objetivo do 
autor
No primeiro capítulo, os autores introduzem o leitor ao 
conhecimento da Palestinologia, cuja preocupação é estudar 
os mapas que compõem o Crescente Fértil. No segundo 
capítulo, o objetivo é problematizar a respeito da legitimidade 
da terra de Canaã sob os domínios da tradição patriarcal.
Estrutura 
(sumário)
Os autores eboçam os dois capítulos da seguinte maneira: 1. 
Introdução à geografi a bíblica; 1.1. A meia lua ou crescente 
fértil; 1.2. As três grandes linhas da humanidade; 2. A Palestina; 
2.1. De quem é esta terra?
Metodologia
Os autores baseiam-se na topografi a (lugares) e cartografi a 
(mapas) para indicar a situação e a localização histórica e 
literária de Israel.
Conclusão
A importância do estudo da geografi a se dá na construção da 
localização espaço-temporal do mundo bíblico. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA50
Fique à vontade para melhorar a estrutura de seu resumo. A anotação 
torna-se um hábito de registro de informação. Você é quem irá escrever 
mais ou menos em seu resumo. 
Referências
ABREU NETO, Francisco de. Geografi a bíblica sistematizada. Uma 
abordagem histórico-geográfi ca da Terra Santa. Curitiba: AD Santos, 
2015.
ANDRADE, Claudionor de. Geografi a bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. 
BÍBLIA. Português. Bíblia de Referência Thompson. Tradução de João 
Ferreira de Almeida. Edição revista e corrigida. Compilado e redigido por 
Frank Charles Thompson. São Paulo: Vida, 1992.
BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução 
de João Ferreira de Almeida. Edição revista e atualizada no Brasil. Brasília: 
Sociedade Bíblia do Brasil, 1969.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos NVI. São Paulo: Vida, 2016.
HERÓDOTO (484-485 a.C.). História. Traduzido por Pierre Henri Larcher. 
Texto acessado em 15/05/2019 e disponível na internet em h� p://www.
ebooksbrasil.org/adobeebook/historiaherodoto.pdf
TRADUÇÃO ECUMÊNICA DA BÍBLIA. São Paulo: Loyola, 1994.
51Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
UNIDADE 2: ARQUEOLOGIA BÍBLICA
Introdução 
Nesta unidade o conteúdo a ser estudado será o da Arqueologia Bíblica. 
Geralmente, nos cursos de Graduação em Teologia, esta matéria é sempre 
esquecida, ou deixada em segundo plano. No entanto, aqui na FTSA, ela 
tem sua importância no currículo: trata-se de uma visão panorâmica 
sobre os principais sítios arqueológicos dos achados bíblicos, cuja 
intenção principal é situar o(a) estudioso(a) dos textos bíblicos quanto à 
atualização dos dados, à comprovação de alguns fatos e à confi rmação 
de grupos sociais mencionados na Bíblia. 
Por um lado, a arqueologia bíblica tem sido hoje mais estudada com 
vistas aos achados de manuscritos, pois há muita especulação sobre as 
origens e os conteúdos dos textos bíblicos. Neste sentido, a arqueologia 
tem contribuído muito para o estudo do aparato crítico que se encontra 
tanto nas versões do Antigo como do Novo Testamentos. E, por outro 
lado, as recentes escavações ainda realizadas na Palestina vêm contribuir 
para ratifi car os vários textos sobre os fatos da História de Israel e os 
seus desdobramentos, tais como: as inúmeras invasões de grandes 
impérios, a infl uência grega na cultura judaica e, com mais ênfase ainda, 
o processo de misturas culturais com a língua, cultura e política romana. 
O objetivo geral desta unidade é fazer com que o(a) estudante tenha 
um contato com o estudo da arqueologia bíblica, com a fi nalidade de 
“conhecer sobre o passado da história bíblica” (RICHELLE, 2017, p. 15). 
Neste sentido, a arqueologia é um convite para uma viagem no tempo. 
Uma viagem e um trabalho: a retirada de grandes quantidades de areia, 
alguns fragmentos de pedra e até mesmo algumas edifi cações para 
descobrir o que se encontra “embaixo de entulhos”. 
Será uma unidade interessante porque os exercícios irão promover uma 
leitura de estudo de conteúdo bíblico com bases arqueológicas, cuja 
relevância é aprender a história e as várias outras ciências que ajudam 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA52
a construir o sentido dela, tais como: arqueologia, geografi a, linguística, 
antropologia, numismática, heráldica, paleontologia, etc. Afi nal, os 
estudos arqueológicos são propostas de leitura dos textos bíblicos que, 
com segurança, fornecem dados culturais que complementam o sentido 
e o signifi cado da mensagem bíblica. 
Nesta unidade, você irá perceber como a fé deixa de ser um conceito 
amplamente abstrato e passa a obter consistência em argumentação 
e persuasão. Na verdade, o(a) estudante começa a reformular seus 
argumentos diante de vários textos bíblicos, porque tem contato com 
conhecimento atualizado acerca de regiões, aspectos culturais e achados 
documentais. E, mesmo havendo controvérsias, a confi guração da fé 
vai sendo aperfeiçoada e “reformada” ao passo que se tornando clara, 
inteligível e pertencente à história cristã. 
1. ARQUEOLOGIA É A REVELAÇÃO DE CULTURAS 
ANTIGAS
Dentre as muitas ciências que se conectam com o estudo das culturas 
antigas, a Arqueologia é a que se destaca pelo excelente trabalho de 
evidenciar a existência de diferentes grupos sociais, através da utilização 
técnica de vários restos de materiais. O objetivo é procurar vestígios 
desses materiais em lugares que as pessoas costumavam viver. No 
mundo todo, a presença de arqueólogos é relevante porque recupera os 
traços da existência de culturas passadas, exemplifi cando os processos 
históricos da sociedade. 
Para a Arqueologia Bíblica, a referência de estudo é sempre sobre as 
regiões mencionadas na Bíblia e/ou espaços da presença direta e indireta 
de cristão próximas à época bíblica. Uma execlente defi nição encontra-
se no Manual Bíblico, que diz: 
Arqueologia bíblíca é o estudo sistemático de restos 
materiais/físicos de pessoas da antiguidade nas terras em 
que a história bíblica transcorreu. Essas terras abrangem 
a Palestina (o Israel de hoje), a Transjordânia (a Jordânia 
53Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
de hoje), Egito, Síria, Líbano, Turquia (a antiga Ásia Menor), 
Grécia e Itália. Um arqueólogo bíblico procura relacionar 
descobertas arqueológicas com narrativas bíblicas. 
(MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA, 2001, p. 94).
É interessante observar que as regiões mencionadas compreendem tanto 
a presença do Antigo como do Novo Testamento. No caso do Antigo 
Testamento, as descobertas realizadas no Iraque também contribuem ao 
estudo arquoeológico da Bíblia, caso tenham relação com o mundo dos 
impérios assírio, medopersa, babilônico, persa, e outros mais. Enfi m, qualquer 
região que esteja direta e/ou indiretamente relacionada com informações 
dos textos bíblicos torna-se investigação do campo da Arqueologia. 
Para a Arqueologia, todo e qualquer material encontrado é uma grande 
fonte de informação. O termo chave que dá sentido e signifi cado para 
o entendimento da arqueologia é “restos”. Sim, pequenos indícios de 
materiais que restaram da presença humana em um determinado lugar. 
As classifi cações dos restos podem se assim defi nidas: 
Restos de culturas antigas 
Montes (chamados de tells), cavernas, 
túmulos e sepulturas feitas pelos homens
Restos de esqueletos Pessoas e animais, 
Restos de artefatos 
variados
pedaços de cerâmica e outros artefatos 
de metal pedra e vidro
Restos de Inscrições
Pedras com texto,

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