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Bíblia I - Introdução à Bíblia

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Luiz Graciano

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Junho/ 2019
Professor: Me. Enio Caldeira Pinto
Coordenadoria de Ensino a Distância: Dr. Marcos Orison Nunes de Almeida
Projeto Gráfico e Capa: Mauro S. R. Teixeira - D.D.I. - Departamento de 
Desenvolvimento Institucional
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por:
Rua: Martinho Lutero, 277 - Gleba Palhano - Londrina - PR
86055-670 Tel.: (43) 3371.0200
3Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
SUMÁRIO
Bíblia I - Introdução à Bíblia
Unidade I - Geografi a Bíblica
Área de Bíblia: Uma breve apresentação...............................................................04
1. O sentido da terra na Bíblia..............................................................................08
2. O crescente fértil.................................................................................................12
3. Os povos da Bíblia...............................................................................................17
4. Localizações geográfi cas...................................................................................24
Unidade II - Arqueologia Bíblica
Introdução...............................................................................................................51
1. A arqueologia é a revelação de culturas antigas............................................52
2. A relevância da arqueologia para o mundo cristão.......................................60
3. Os sítios arqueológicos bíblicos......................................................................70
Unidade III - Tribalismo
Introdução...............................................................................................................87
1. O nomadismo Hebreu.......................................................................................88
2. A estrutura e organização tribal em Israel..........................................................99
3. As doze tribos.....................................................................................................115
4. Os juízes..............................................................................................................121
Unidade IV - Monarquia
Introdução.............................................................................................................126
A função do rei e o modo de produção tributário..........................................127
2. O reino de judá e o reino de Israel...................................................................135
3. O império Assírio e o Império Babilônico.......................................................143
4. O império Persa, o império Grego e o Império Romano..................................155
Para assistir os vídeos, ouvir os podcasts e fazer os exercícios,
acesse o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)
Atenção! Lembre-se que faz parte de suas obrigações:
1 - Participação na disciplina por meio da realização dos exercícios;
2 - Exercício integrativo - Resumo da disciplina, 1500 palavras;
3 - 2 Provas objetivas (5 questões cada);
4- Leitura de textos complementares (100 páginas);
Consulte o “Programa de curso” e veja mais detalhes!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA4
ÁREA DE BÍBLIA: UMA BREVE APRESENTAÇÃO
Prezado(a) estudante, seja bem-vindo(a) à Área de Bíblia! 
A Resolução n° 4 de 16 de setembro de 2016 institui as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o curso de Graduação em Teologia, em cujo 
artigo 7°, parágrafo 2 diz: 
§ 2º O eixo de formação fundamental deverá contemplar conteúdos 
de formação básica que caracterizam o curso de graduação em 
Teologia, no qual deverão ser ministradas disciplinas relacionadas 
ao estudo: 
I - das narrativas e textos sagrados ou ofi ciais que podem ser tidos 
como fontes da Teologia, segundo a Tradição própria; 
II - das línguas das fontes da Teologia; 
III - das normas ou regras de interpretação das referidas fontes; 
IV - do desenvolvimento da Tradição; 
V - do método, dos temas e das correntes teológicas construídas ao 
longo da história e contemporaneamente; 
VI - da natureza da Tradição religiosa e de sua história, inclusive 
códigos legais ou assemelhados.
Baseando nestas diretrizes, a FTSA estruturou o Curso de Graduação em 
Teologia à Distância em quatro grandes eixos, nos quais as disciplinas 
são agrupadas conforme os conteúdos. É no Eixo Fundamental que se 
encontra a Área de Bíblia, que se refere ao conjunto de oito disciplinas 
que irão desenvolver as temáticas das unidades e respectivas aulas. 
A Área de Bíblia compreende 640 horas/aula e é a responsável por 
apresentar os conteúdos que foram subdivididos em oito disciplinas. O 
quadro abaixo apresenta esta estrutura e a respectiva carga horária de 
cada uma das disciplinas. 
5Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
1. Bíblia
Bíblia I
Introdução à Bíblia
Estudo histórico, arqueológico, 
geográfi co e sociológico dos povos 
do Antigo Oriente que formam as 
principais culturas presentes na 
Bíblia.
80
Bíblia II
Introdução ao Antigo 
Testamento
Estudo do contexto histórico 
e geográfi co do antigo oriente, 
análise literária dos livros do Antigo 
Testamento.
80
Bíblia III - Introdução ao Novo 
Testamento
Estudo do contexto histórico 
e geográfi co do mundo greco-
romano, análise literária dos livros 
do Novo Testamento.
80
Bíblia IV - Línguas Bíblicas Estudo instrumental do Hebraico e Grego bíblicos. 80
Bíblia V - Hermenêutica Bíblica
Estudo dos princípios e dos 
métodos de interpretação dos 
textos bíblicos.
80
Bíblia VI - Teologia Bíblica do 
Antigo Testamento
Estudo das principais ênfases 
teológicas do Antigo Testamento 
e sua relevância para a fé cristã na 
atualidade. 
80
Bíblia VII - Metodologia 
Exegética
Estudo dos métodos exegéticos 
e sua aplicação ao Antigo e Novo 
Testamentos. 
80
Bíblia VIII - Teologia Bíblica do 
Novo Testamento
Estudo das principais ênfases 
teológicas do Novo Testamento e 
sua relevância para a fé cristã na 
atualidade. 
80
CARGA HORÁRIA TOTAL DA ÁREA DE BÍBLIA 640
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA6
Especifi camente, a Área de Bíblia, ao longo dos três anos de curso, irá 
colocar o estudante de Teologia em contato com o conhecimento bíblico, 
a fi m de que ele obtenha uma visão panorâmica de três ênfases: histórica, 
teológica e literária. Para isto, as competências a serem desenvolvidas são: 
conhecer e dominar o conteúdo da área de Bíblia quantos às variedades do 
tempo e do espaço, do desenvolvimento religioso e da produção literária 
enquanto textos sagrados. E as habilidades serão: situar e interpretar 
temporalmente os grandes processos e desenvolvimentos históricos 
do povo de Deus descritos na Bíblia (Antigo e Novo Testamentos) e ser 
capaz de transmiti-los em benefício do ensino e da aprendizagem das 
comunidades cristãs. Estas competências e habilidades são melhores 
descritas quando o(a) estudante tiver acesso às disciplinas. Por ora, 
vale dizer aqui que será preciso obter um conhecimento panorâmico 
sobre a Bíblia. Afi nal, este conhecimento irá fortalecer a vida cristã e, 
potencialmente, o ministério do graduando em Teologia. 
A história irá revelar os conteúdos dos povos dos tempos bíblicos: Antigo 
Oriente Próximo (Egito, Palestina e Babilônia) e Ásia, África e Europa 
(Impérios Assírio, Babilônico, Persa, Grego e Romano) e, com mais 
ênfase, a História de Israel. O estudo histórico permitirá ao estudante 
situar os acontecimentos desde o tribalismo (cerca de 1200 a.C.) até o 
Império Romano na época de Jesus Cristo (30 d. C., mas lembrando que 
a queda do Império Romano se deu em 476 d.C.). 
A literatura irá proporcionar o reconhecimento das tipologias textuais 
(gênero literário, estrutura literária e recursos estilísticos), a composição 
dos escritos (autoria, data e lugar), as línguas bíblicas (hebraico, aramaico 
e grego) e panoramicamente a evolução dos manuscritos (processo de 
formação do cânon), as regras de interpretação (Hermenêutica) e os 
métodos exegéticos (extração do sentido e signifi cado do texto). Aliada 
à história, a literatura tambémenfatizará as questões culturais dos povos 
que contribuíram signifi cativamente para a formação da Bíblia. 
E a teologia irá apresentar aos estudantes os grandes temas bíblicos 
do Antigo e Novo Testamentos, enfatizando os princípios da revelação 
7Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
textual como paradigma do ensino divino ao seu povo. É neste momento 
que cada aluno irá concatenar os fundamentos da Palavra escrita, 
revelados em um contexto social cujo impacto proporcionou a mudança 
de comportamento do povo de Deus e serviu como hermenêutica em 
toda a história bíblica. Em termos mais comuns, o estudo da teologia 
bíblica refere-se à interpretação dos ensinos de Deus ao seu povo e sua 
relevância para os dias atuais. A teologia, acompanhada da história e da 
literatura, completará a tríade das competências e habilidades que o(a) 
estudante de Teologia precisará comprovar. 
Portanto, o conselho para cada estudante é que o processo da leitura seja 
atencioso e feito com ganho de conhecimento. É aconselhável a leitura 
bíblica como complemento das aulas, inclusive comparando as situações 
e momentos históricos. Gaste tempo em pesquisas com os assuntos 
bíblicos cujo interesse seja pessoal e também da comunidade cristã. 
Os docentes da FTSA enfatizam sempre o estudo das Escrituras. É 
uma das ações que mais transparece a identidade da instituição. Para 
os docentes, a Área de Bíblia tem como função ajudar o estudante 
de Teologia construir um panorama de conhecimentos históricos e 
geográfi cos, linguísticos e literários, sociológicos e teológicos, bem como 
proporcionar o domínio das competências e habilidades adequadas para 
interpretação das Escrituras e para o ensino e anúncio da Palavra de Deus 
com fi delidade e relevância para os dias atuais. Estes conhecimentos 
devem também infl uenciar no crescimento do estudante, para uma 
direção de uma espiritualidade cristocêntrica e solidária e da prática da 
missão integral da Igreja, a partir da motivação e capacitação inicial para 
o estudo sério das Escrituras, visando a uma teologia profundamente 
bíblica, evangélica e contextual. 
Veja a exposição sobre a área de Bíblia neste vídeo:
Agora acesse o AVA e assista o vídeo!
Vídeo de Apresentação à Área de Bíblia - Professor Ênio Caldeira
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA8
UNIDADE 1: GEOGRAFIA BÍBLICA
Introdução
Nesta unidade o conteúdo da geografi a bíblica será brevemente 
apresentado, a fi m de situar o estudante quanto à localização 
territorial (aspectos físicos), orografi a (relevos, principalmente montes 
e montanhas), hidrografi a (rios) e outros aspectos geográfi cos. É 
aconselhável sempre acompanhar a aula com o texto bíblico e com o 
uso de mapas da época bíblica. 
O objetivo geral desta unidade é conhecer as três grandes regiões do 
Antigo Oriente Próximo (Palestina, Babilônia e Egito) como pano-de-
fundo para o conhecimento da história bíblica. E os objetivos específi cos 
podem ser defi nidos em três, a saber: (a) dominar a localização gráfi ca 
do Antigo Oriente Próximo, comumente chamada de Crescente Fértil, 
(b) situar o movimento de peregrinação do povo de Deus, desde o Egito 
até a Palestina; e (c) familiarizar-se com as narrativas bíblicas quanto à 
localização geográfi ca. 
Serão realizados três tipos de exercícios durante esta unidade, cuja 
intenção é reforçar o estudo durante a própria aula. Eles serão: (a) 
exercícios de fi xação, ou seja, de um reforço sobre conceitos, defi nições 
ou mesmo argumentos que precisam ser lembrados quanto à sua 
assimilação e aprendizagem; (b) exercícios de refl exão, a partir do qual 
você terá que ser capaz de emitir argumentos que se relacionam com 
o conteúdo, diante de uma questão dada; e (c) exercícios de aplicação, 
que se refere a um conceito, ou ideia, que você deverá tanto refl etir e/ou 
argumentar sobre a questão, salientando a sua aplicabilidade, ou seja, 
como o aprendizado de um item deve e pode ser aplicado tanto para a 
vida pessoal como comunitária. 
Esta unidade é importante porque introduzirá você a uma abordagem 
crítica sobre o conteúdo bíblico, mas também carregada com os olhos da 
fé. Ela será crítica, porque irá trabalhar chaves de leituras (hermenêuticas) 
9Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
para o Antigo e Novo Testamentos. E também será com os olhos da fé 
porque o ensino proposto pela FTSA é aquele que dá continuidade ao 
desenvolvimento da espiritualidade cristã, isto é, contar a história do 
povo de Deus. 
1. O SENTIDO DA TERRA NA BÍBLIA 
O mundo da Bíblia é estudado pela sua geografi a, literatura e movimentação 
histórica. A geografi a é o estudo do relevo, das dimensões territoriais 
e da hidrografi a de cada região. A Geografi a Bíblica corresponde à 
representação em mapas da Palestinologia, isto é, todas as possíveis 
localizações fornecidas pelos textos bíblicos. Através dos mapas, por 
exemplo, a distribuição das tribos de Israel é alinhada ao território, bem 
como a maquete do templo, a expansão do reino, a entrada dos invasores 
e as viagens missionárias. Enfi m, a geografi a está presente no estudo 
das Escrituras, e sua importância está na construção da localização 
espaço-temporal do mundo bíblico. 
Em todos os textos do Antigo Testamento, a terra possui uma importância 
teológica, tanto para os escritores como para os leitores. Para o povo de 
Deus, a terra é origem e fi nitude da vida humana, promessa, dom e bênção. 
É no texto de Gênesis, especifi camente os capítulos 1 e 2, que a narrativa 
sobre a criação do homem e da mulher tem uma explicação muito clara 
sobre a relevância da terra: a fi gura humana ‘Adam (homem, varão) foi tirado 
da ‘Adamar (terra). Em Gênesis 12:1-4, Deus faz uma grande promessa ao 
patriarca Abrão: “De ti farei uma grande nação”. E a Moisés, Deus disse que 
daria uma terra boa e larga (Ex 3:7-8), entre outros. Enfi m, a terra faz parte 
da promessa da aliança de Deus com o seu povo.
Comparando estes textos, percebe-se que a terra é um presente de Deus 
a ser possuído (ou conquistado) e que o cuidado desta terra implicava 
em mantê-la segura, livre das abominações e prospera. Eis os textos com 
destaques sobre a terra:
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA10
Gênesis 1: Gênesis 13:14-16 Êxodo 3:7-8
O Senhor Deus modelou 
o homem com o pó 
apanhado do solo. 
Ele insufl ou nas suas 
narinas o hálito da vida, 
e o homem se tornou 
um ser vivo. 
TRADUÇÃO ECUMÊNICA 
DA BÍBLIA
Então, depois que Ló 
foi embora, prometeu o 
SENHOR Deus a Abrão: 
“Ergue teus olhos e 
observa bem, do lugar 
em que estás, para o 
norte e para o sul, para o 
oriente e para o ocidente. 
Toda a terra que vês, 
Eu ta darei, a ti e à tua 
descendência, para 
sempre. Tornarei a tua 
posteridade como poeira 
da terra: quem tiver a 
capacidade de contar os 
grãos de poeira da terra 
poderá também contar 
o número dos teus 
descendentes!
BÍBLIA ALMEIDA 
REVISTA E ATUALIZADA
E disse o Senhor: 
Tenho visto 
atentamente a afl ição 
do meu povo, que 
está no Egito, e tenho 
ouvido o seu clamor 
por causa dos seus 
exatores, porque 
conheci as suas dores. 
Portanto, desci para 
livrá-lo da mão dos 
egípcios e para fazê-lo 
subir daquela terra a 
uma terra boa e larga, 
a uma terra que mana 
leite e mel; ao lugar do 
cananeu, e do heteu, 
e do amorreu, e do 
ferezeu, e do heveu, e 
do jebuseu.
BÍBLIA ALMEIDA 
REVISTA E CORRIGIDA
Salmo 146:3-4
Não confi eis em 
príncipes, nem com os 
homens incapazes de 
salvar: seu sopro partirá, 
eles voltarão ao seu pó, 
e naquele dia, é a ruína 
dos seus planos. 
TRADUAÇÃO 
ECUMÊNICADA BÍBLIA
É claro que Deus se preocupou em orientar o seu povo com respeito à terra 
que foi concedida. Tanto os profetas como os sacerdotes entenderam que 
a posse da terra não era a garantia da presença de Deus, mas enquanto 
o povo mantivesse os cuidados com esta terra, administrando-a com 
o direito (retidão, mishpat no hebraico) e a justiça (tsadiq e sedeq no 
hebraico), então Deus habitaria entre eles (1 Samuel 8). 
Por isto, há muitasrepresentações fi gurativas (metáforas) sobre a terra. 
São alusões poéticas feitas à presença do ser humano sobre a terra, 
comparando-o, inclusive, como uma árvore plantada junto à água (Salmo 
1:3), que sempre fl oresceria. Da mesma forma, a chuva e o orvalho sobre 
a terra são como a bênção do Senhor (Jl 2:23 e 3:18), ou ainda, a unção 
(Sl 133). E até a atividade pastoril seria representada como riqueza dada 
pela terra, pois produzia leite e mel. 
11Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Exercício de fi xação
Leia o texto do Salmo 67, a seguir. BÍBLIA NOVA VERSÃO INTERNACIONAL
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer 
o seu rosto sobre nós, Pausa
para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, a tua salvação 
entre todas as nações.
Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos.
Exultem e cantem de alegria as nações, pois governas os povos com 
justiça e guias as nações na terra. Pausa
Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te todos os povos.
Que a terra dê a sua colheita, e Deus, o nosso Deus, nos abençoe!
Que Deus nos abençoe, e o temam todos os confi ns da terra.
Com base na leitura deste Salmo e observando o sentido que ele produz 
a respeito da terra, qual das alternativas abaixo afi rmar esta proposição: 
a) ( ) O salmista entende que o temor a Deus é o princípio do exercício 
da justiça sobre a terra, cujas ações deveriam ser praticadas pelos 
líderes, e, assim, o louvor poderia se estender aos povos vizinhos.
b) ( ) O salmista convida todos os povos ao conhecimento de Deus, 
pois a soberania dele se estende até os confi ns da terra. Por isto, seria 
necessário para Israel extrair da terra o sustento para as guarnições 
militares, com vistas ao domínio de territórios. 
c) ( ) O salmista diz que a terra de Israel é meio pelo qual todas as 
nações serão abençoadas. Por isto, todos os povos precisam vir à 
Jerusalém para louvar a Deus e receber a bênção. 
d) ( ) O salmista compara a bênção dada por Deus ao povo, mediante 
o conhecimento que cada um tem do Senhor e pela boa colheita 
realizada em cada safra.
e) ( ) O salmista faz um convite ao louvor de todos os povos, através 
do qual Deus abençoará aqueles que o temem e cuja liderança tem 
guiado o povo com justiça e retidão, tornando seu nome conhecido. E, 
neste sentido, a terra é o espaço desta bênção!
Acesse o AVA para fazer o exercício e ver a reação do professor!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA12
2. O CRESCENTE FÉRTIL 
Um dos recursos literários que ajuda a compreender o porquê da 
Geografi a ser importante no estudo das Escrituras é indicado em Gênesis 
2:4a, que diz: “Esta é a história das origens dos céus e da terra,...” (NVI). 
O termo para o substantivo “história” é toledot, ou seja, um vocábulo cuja 
tradução pressupõe vários sinônimos: relato, narrativa, lista, descrição, 
descendência, geração, fi lhos de, biografi as, etc., podendo ser traduzido 
tanto no singular como no plural. Na verdade, este termo pressupõe 
uma chave de leitura para 
todo o livro de Gênesis. São 
descritos dez toledots em 
todo o livro que se referem 
aos ciclos dos patriarcas. 
Ou seja, para cada patriarca 
é dedicado um conjunto 
de narrativas de sua vida e 
realizações.
Saiba mais
Há um excelente estudo sobre o livro de Gênesis disponível na 
internet que exemplifi ca a proposta de leitura a partir do signifi cado 
do toledot. Ao acessar, você perceberá que o autor foi produzindo 
uma aula sobre a vida do patriarca. 
Um guia de estudo do livro de Gênesis
http://www.pibjo.org.br/pibjo/wp-estudos/Um%20Guia%20de%20
Estudo%20do%20Livro%20de%20G%C3%AAnesis.pdf
Se atentar para a história de Abrão (dentro do sexto toledot), descrita 
em Gênesis 12, há a indicação de ele saiu de Ur, da região da Caldeia 
(Mesopotâmia) e foi para Padã-Arã, região bem distante de seu povo. 
Depois ele desceu até o Egito e, após um episódio com o faraó e sua 
13Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
esposa, retornou para a Padã-
Arã. É neste momento que 
a Geografi a começa a fazer 
sentido, porque o estudo da terra 
que foi percorrida pelo patriarca 
facilita a visualização de sua 
jornada. O mapa abaixo irá 
demonstrar três grandes regiões 
no formato de um chapéu 
nordestino, ou ainda, da fase 
lunar “crescente”, para referir-
se à localização de regiões de 
terra e água que caracterizam a 
riqueza fértil em meio a grandes 
regiões áridas e de escassez de 
alimentos. 
Do ponto de vista bíblico, esta designação refere-se ao berço da 
civilização, quando menciona-se que o Jardim do Éden localizava-se entre 
os rios Tigres e Eufrates. Mas o “Crescente Fértil” é muito mais amplo 
que esses dois rios apenas. Os estudos paleontológicos, acompanhados 
da antropologia, datam cerca de 10.000 a.C. para afi rmar a respeito da 
origem da humanidade. Embora fala-se do Antigo Oriente Médio (ou 
Próximo), os achados confi rmam que a humanidade teve seus ancestrais 
originários da África. 
Seja como for, vale aqui o estudo desta “meia lua”. A primeira região a 
ser demonstrada é a Mesopotâmia (do grego meso, meio, metade; e de 
potamos, rio), que irrigada pelos rios Tigre e Eufrates, desenvolveu-se 
política e economicamente na região. E, no campo cultural, promoveu 
diferenças signifi cativas às civilizações vizinhas, através da escrita, 
literatura, arte e pintura. Muitas vezes, a região “mesopotâmica” também 
é sinônimo do Grande Império Assírio e do Grande Império Babilônico. 
Foi na Mesopotâmia que mencionou-se a existência e a localização do 
Jardim do Éden. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA14
Vídeo
Assista ao vídeo a seguir, que trata a respeito da narrativa do Jardim 
do Éden, um breve documentário sobre o Código de Hamurabi e o 
Zigurat, dentre outros.
Civilizações Perdidas – Mesopotâmia: Retorno ao Éden, disponível 
em: h� ps://youtu.be/ZTpEq1JqePU - Duração: 46:48
A segunda região é proveniente do norte da África, o Egito. Este país 
abrigava o grande Rio Nilo e o seu grande delta (bifurcações de vários 
pequenos afl uentes que se direcionam para o mesmo destino, ou seja, 
deságuam no Mar Mediterrâneo). Ele nasce no nordeste do continente 
africano, abaixo da linha do Equador e deságua ao norte no Mediterrâneo). 
É considerado o mais extenso (comprimento) do mundo, mas o Amazonas 
(no Brasil) é o maior em quantidade de água. Para o Egito, não haveria 
prosperidade sem a presença do Nilo. Heródoto, um historiador, diz que o 
Egito foi um grande presente dado pelo Nilo ao mundo. Pois, através dele, 
houve o desenvolvimento da agricultura e do comércio, tornando o país 
um império de cultura, civilização e armamento. 
Vídeo
Assista aos vídeos abaixo e entenda o processo de irrigação do rio Nilo. 
“A agricultura no Egito Antigo”, disponível em:
h� ps://youtu.be/0RaXqodVzAc - Duração: 3:54
“Uma dádiva do Nilo”, disponível em h� ps://youtu.be/doJGjkv1QsM
Duração: 3:02
E, por fi m, a região da Palestina, que, na época bíblica, compreendia a 
planície do Rio Jordão com vilarejos agrícolas e atividade pastoril. Esta 
região era praticamente a responsável pela produção de alimentos 
para todo o povo. O período tribal proporcionou a passagem do povo 
15Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
por esta região (Abraão, Moisés, etc) e, após a conquista por Josué, 
deu-se a fi xação do povo e a distribuição das terras. Canaã, como era 
designada na época, foi o ancestral de Cam, o fi lho amaldiçoado de Noé. 
Originariamente, Cam foi o ancestral do povo cananeu. 
A importância do Crescente Fértil se dá para explicar o fenômeno da 
mudança do “nomadismo” para a fi xação em terra, também denominado 
de “sedentarismo”. Uma vez que os constantes deslocamentos em busca 
de alimento e água, as regiões com água e terra fértil criaram condições 
de desenvolvimento da agricultura, produção de alimentos e, ao longo de 
um processo social, o desenvolvimento político, econômico e religioso. 
Tais aspectos foram dando condições de compreender a formação 
cultural das etnias do Antigo Oriente Médio. 
Portanto,com a residência fi xa da população, nas proximidades ao Nilo, ao 
Tigre e Eufrates e ao Jordão, surgiram as cidades, as relações de comércio, 
a produção artística e científi ca. Sobre a ciência, a história e a arqueologia 
afi rmam que os instrumentos utilizados por estas civilizações eram bem 
elaborados para condições de produção agrícola, pecuária, comercial e 
educação. Pelo olhar da sociologia, as funções sociais foram também 
resultados de especulação econômica e política. Cada região tornou-se um 
centro de desenvolvimento, a ponto de criar condições de sustentabilidade, 
provisão e proteção da população. A sedentarização deu origem aos 
aglomerados populacionais, pois as cheias dos rios condicionavam as 
terras com húmus fertilizante, tornando a associação “água e terra” como 
compreensão de que nestes espaços a vida humana estava garantida. 
Ainda sobre o Crescente Fértil vale a pena conhecer uma chave de leitura 
oferecida pela Sociologia. Trata-se da interpretação que se dá para uma 
sociedade primitiva, a partir da identifi cação do seu modo de produção. 
As sociedades antigas mantinham a sua organização política e social, 
sustentadas pela atividade que as mantinha enquanto grupo social. No 
período do nomadismo (o povo de Deus formado por tribos), a relação 
econômica era pelo sistema de trocas e relações familiares. No caso 
de Israel, o culto também contribuía para esta unidade patriarcal. Por isto, 
o modo de produção do período de Gênesis até Juízes é denominado 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA16
Tribalismo. E, após a instalação da monarquia, com o rei Saul, a fonte 
econômica determinada pela administração era da criação do exército 
permanente, sustentado pelos anciãos de Galaad. Neste sentido, os tributos 
pagos pelas tribos patrocinavam o empreendimento militar do rei. Logo, o 
período da monarquia será chamado de modo de produção Tributário. 
Vídeo 
Veja o vídeo que traz uma exposição bem detalhada sobre o 
Crescente Fértil, fazendo associação com os dois Modos de 
Produção, o Tribal e o Tributário:
Inserir o vídeo sobre o Crescente Fértil, gravado pelo professor Ênio
Após assistir o vídeo, o exercício a seguir irá proporcionar uma refl exão 
muito peculiar sobre alguns conceitos já estudados aqui e a sua opinião. 
Exercício de reflexão 
Veja a manchete, publicada no portal G1, do site globo.com, em 
cuja matéria divulga a migração dos paranaenses para o Estado de 
Mato Grosso. 
17Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Diante da mensagem divulgada, quais são as possíveis causas que dão 
aos paranaenses a maior taxa de participação migrante ao Estado de 
Mato Grosso? (máximo de 100 palavras) 
3. OS POVOS DA BÍBLIA 
Outro assunto ainda a ser tratado nesta primeira unidade é com respeito 
aos povos da Bíblia. Na verdade, não há como tratar todos os povos 
mencionados nesta unidade, mas há sim como situar o estudante 
de Teologia a respeito de uma hermenêutica, isto é, uma proposta de 
leitura sobre os povos. Do ponto de vista exegético, que corresponde à 
análise de um texto bíblico (perícope), cujo objetivo é extrair o sentido 
e signifi cado do contexto em que foi escrito, ressaltando-se o público 
alvo (grupo social) que recebeu a mensagem e o impacto produzido. 
Em outras, palavras, destina-se a relevância de um método exegético 
aplicado em um texto, a fi m de reproduzir os seus resultados para o 
mundo contemporâneo. 
Por isto, muitas perguntas surgem quando se fala sobre os povos da 
Bíblia. Seria como pesquisar a origem do brasileiro antes da conquista 
do Brasil pelos portugueses. Talvez, algum pesquisador iria dizer sobre 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA18
os tamoios, outros afi rmariam ser os jês-tapuias, outros ainda, os tupi-
guaranis, e até os kaing-gangs. A verdade é que a menção dos povos é 
vista também como uma chave de leitura aos textos bíblicos. Do ponto 
de vista literário, ou seja, da própria fonte escriturística das Escrituras, os 
vários povos formaram-se a partir dos três fi lhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. 
A fi gura abaixo ilustra a genealogia dos fi lhos de Noé. São ricas informações 
que ilustram o progresso que cada linhagem teve na descrição bíblica. Os 
fi lhos de Noé, com suas respectivas esposas, participaram do evento do 
dilúvio (Gênesis, capítulos 6 a 10). Eles participaram tanto do processo 
de construção, como também o de captura dos animais, recepção 
deles e acomodação nos compartimentos da arca. Ao total, foram oito 
pessoas que adentraram à arca, quando começou o dilúvio. É salutar 
dizer que, após a cessão das águas, percebeu-se que somente esses três 
fi lhos e respectivas esposas fi caram sobre a terra com a fi nalidade de 
povoá-la. Neste sentido, Sem, Cam e Jafé tiveram muitos fi lhos e os seus 
descendentes continuaram o processo de povoamento, ou seja, esses 
três fi lhos seriam os fundadores de vários outros povos. 
19Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Há um episódio em Gênesis no qual é narrada a maldição que Noé faz 
a Cam, seu fi lho. Trata-se do relato no qual diz que Noé havia plantado 
uma vinha e, em comemoração à colheita, embebedou-se com o próprio 
vinho. Em meio às festividades, acabou fi cando nú em sua tenda. Cam vê 
seu pai nú e quis aproveitar-se do pai e vai ainda contar aos seus irmãos. 
Diante disto, os irmãos cobrem o pai e conta-lhe o que havia ocorrido. 
Então, Noé amaldiçoou a Cam e abençoou Sem e Jafé. Vale a pena 
observar esta narrativa, descrita em Gênesis 9:20-27. 
Para o escritor bíblico, os descendentes destes patriarcas deram origem 
a vários outros povos e se espalharam pela Terra. Os comentários 
bíblicos afi rmam que os descendentes de Jafé decidiram ir para o norte, 
distanciando-se de seus irmãos camitas (ou canaanitas). A literatura diz 
que este povo foi em direção à Europa e à Ásia. Já os descendentes de 
Cam, os que haviam sido amaldiçoados por Noé, se espalharam pelo sul 
da Palestina e norte da África. E, por fi m, os descendentes de Sem se 
estabeleceram na região do Oriente Médio, precisamente da região do 
deserto da Arábia até os limites dalém da Mesopotâmia. Como já dito, 
em perspectiva da leitura literária, tais povos foram os que povoaram o 
mundo após o dilúvio. E, neste sentido, o escritor bíblico procurou manter 
esta mesma linha de construção de signifi cado a respeito dos povos que 
foram se originando, após o dilúvio (Gn 10). 
A teoria sobre a formação das nações após o dilúvio é cheia de 
controvérsias, polêmicas e ainda debaixo de investigação arqueológica 
e histórica. Até aqui, adota-se esta teoria para exemplifi car o conteúdo 
bíblico com o surgimento das demais nações e suas localizações no 
mundo antigo. Portanto, são referências cuja cosmovisão refl ete a teoria 
bíblica sobre as nações do mundo. As fi guras seguintes mostram como 
o conteúdo bíblico pode ser vislumbrado sobre a extensão territorial dos 
povos que habitaram a terra. Cada autor vai aumentando seu campo de 
compreensão para explicar o alcance que cada povo teve.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA20
21Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Um comentário mais específi co precisa ser feito sobre a teoria dos povos, 
bem como o ensino teológico que os acompanha. Por exemplo, “sair 
por aí dizendo que os africanos são ‘negros’ porque é a maldição de Noé 
sobre Cam e, por isto, a África é amaldiçoada”. Este tipo de interpretação 
é um erro gravíssimo, tanto do ponto de vista teológico como exegético. 
Pois, na mesma linha de pensamento, os camitas (também chamados de 
canaanitas) habitavam Canaã, a região que mana leite e mel e que fora 
prometida por Deus. Então, como é uma terra próspera, boa e produtora de 
vida se fora bem antes amaldiçoada pelo próprio Deus? E se você tomar, por 
exemplo, a linha teológica que o povo de Deus veio dos fi lhos de “Sem”, os 
semitas, então terá problemas, pois Abrão saiu dentre os semitas e foi até o 
Egito, em cuja ocasião sua própria esposa havia dormido com o faraó. Logo, 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia| FTSA22
o grande patriarca da fé teve mais mancha em sua trajetória genealógica do 
que o próprio Cam. Seja como for, esta é apenas uma tentativa de explicar a 
distribuição dos povos e a localização delas no mundo bíblico. 
Os povos na Bíblia, principalmente os descritos no Antigo Testamento, 
servem como indicadores da atuação de Deus através do seu povo 
escolhido. Esta eleição tinha o propósito missionário de trazer todos os 
demais povos à redenção divina. Neste sentido, os povos mencionados 
devem ser vistos como alvo da missão de Deus. 
UM BREVE RESUMO!
As genealogias dos fi lhos de Noé estão em Gênesis 10 e Gênesis 11.
Canaã, fi lho de Cam (fi lho de Noé) é, de acordo com a Bíblia, o 
ancestral dos cananeus. Apesar disso, os israelitas são cananeus 
teoricamente e segundo a arqueologia. 
Os fi lhos de Noé foram Sem, Cam (ou Cam/Cã) e Jafé, e os fi lhos 
de Cam foram Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
Canaã teve dois fi lhos, Sidom e Hete, e foi o ancestral dos jebuseus, 
amoritas, girgaseus, heveus, arqueus, sineus, arvadeus, zemareus 
e hamateus.
Canaã foi amaldiçoado por Noé porque Cam, seu pai, viu Noé nu, 
após Noé ter se embriagado e debochou de acordo com a maldição, 
Canaã seria servo de Sem e de Jafé.
Exercício de aplicação 
O texto a seguir é de Gênesis 12:2-4, a partir do qual constata-se a 
promessa de Deus feita a Abrão sobre o projeto divino para todas 
as nações. Leia-o:
“Eu farei de ti uma grande nação e te abençoarei. Tornarei 
grande o teu nome. Tu sejas uma bênção. Eu abençoarei os que 
te abençoarem, e quem te injuriar, eu o amaldiçoarei: em ti serão 
abençoadadas todas as famílias da terra”. BÍBLIA TEB, 1994, p. 39.
23Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Ao cruzar informações com os descendentes dos fi lhos de Noé, 
percebe-se que esta bênção foi se direcionando tradicionalmente 
por intermédio de uma única linhagem, a do povo semita. E, ao 
chegar em Abraão, seus descendendes foram perpetuando-se até à 
chegada do Filho de Deus, narrada pelo evangelista Mateus 1:1-17. 
Todavia, foi o apóstolo Paulo quem sentenciou a máxima da bênção 
à confi guração de um único povo, assinada por ele em Romanos 
1:16,17, ao dizer:
Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus 
para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também 
do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé 
em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. BÍBLIA A. R. A.
Diante disto, é possível concluir que o povo de Deus é formado por 
aqueles que aceitam pela fé Jesus Cristo como Senhor e Salvador. 
Sendo assim, assinale abaixo a alternativa que explicaria a inclusão 
do povo brasileiro no processo de salvação de Deus?
a. ( ) Devido aos dados do último censo de 2010, que confi rmou 
o crescente número dos “sem religião”, é possível dizer que esta 
lacuna abriu espaço para a salvação do povo brasileiro.
b. ( ) O povo brasileiro não está incluído, pois seus descendentes 
não são da linhagem dos fi lhos de Noé.
c. ( ) Somente os descendentes dos judeus e dos gregos, da 
época de Jesus Cristo, foram os últimos povos a serem incluídos. 
Nem mesmo os romanos foram incorporados no processo da 
salvação.
d. ( ) A representatividade do povo brasileiro se confi gura a partir 
da aceitação da mensagem de que Cristo é Salvador.
e. ( ) O povo brasileiro foi incluído porque Portugal localiza-se na 
Europa e, segundo a tradição dos Jefi tas, os portugueses foram 
incluídos.
Acesse o AVA para fazer os exercícios e ver a reação!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA24
4. LOCALIZAÇÕES GEOGRÁFICAS 
Doravante, serão oferecidas algumas passadas sobre relatos bíblicos 
cuja compreensão se dá também pela localização geográfi ca. São eles: 
o Jardim do Éden, a Viagem de Abraão, a Peregrinação no Deserto e o 
Monte Sinai. Em certo sentido, será uma panorâmica sobre os livros de 
Gênesis e Êxodo.
4.1. O Jardim do Éden 
Em Gênesis, 2:8-15 encontram-se as seguintes informações: 
8 E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na 
direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia 
formado. 9 Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte 
de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e 
também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore 
do conhecimento do bem e do mal. 10 E saía um rio do 
Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se 
em quatro braços. 11 O primeiro chama-se Pisom; é o 
que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. 12 O ouro 
dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio 
e a pedra de ônix. 13 O segundo rio chama-se Giom; é o 
que circunda a terra de Cuxe. 14 O nome do terceiro rio é 
Tigre; é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é 
o Eufrates. 15 Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e 
o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.
Este jardim é uma referência ao sentido de um oásis, isto é, uma pequena 
região com água e plantações diversas, em meio aos terrenos áridos e 
desérticos. Há sim mananciais de água e plantas no deserto! São raros 
e surgem como confi guração da natureza para dar prosseguimento 
à sobrevivência de seres humanos e animais. Desde a presença de 
grama, árvores, fl ores, frutos (fl ora) como de insetos, répteis, mamíferos, 
ovíparos, herbívoros, etc (fauna). É a provisão divina sendo doada a toda 
25Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
a criação, é Deus concedendo à sua criação os elementos necessários 
para a sobrevivência, cuidado e manutenção de todos os seres. 
As possíveis traduções para a palavra hebraica ´Eden são jardim, paraíso, 
oásis, prazer, planície, estepe, etc. Na língua hebraica, há possibilidades 
dos termos serem próximos entre si, pois depende-se da intenção da 
mensagem a ser pronunciada (anunciada). Neste sentido, em Gênesis 
2:8 há a junção do termo jardim e ́ eden, isto é, gan ́ eden, que literalmente 
signifi ca o Jardim do Éden. Há muita especulação sobre a localização 
exata deste jardim. O que pode-se dizer é que, pelas informações do 
próprio texto bíblico, trata-se de uma ilhota no início da bifurcação dos 
rios Tigre, Eufrates, Pisom e Giom. 
No texto abaixo, há uma excelente explicação sobre a possível localização 
deste jardim. Do lado esquerdo, há três mapas que fornecem informações 
topográfi cas em três dimensões de distâncias que colaboram para 
entender o porquê do jardim ser uma especulação literária, histórica 
e teológica. E, no lado direito, encontram-se os argumentos sobre a 
localização do jardim. São fotos tiradas via satélite pelo GoogleEarth, nas 
quais concentram-se a demarcação provável do Jardim do Éden. Trata-
se de uma pequena faixa de terra, ampliada, a fi m de ilustrar o espaço de 
terra habitado pela família de Adão.
Saiba mais
A PROVAVÉL LOCALIZAÇÃO DO JARDIM DO ÉDEN
Disponível em:
h� ps://sites.google.com/site/estudosbiblicosrevelados/home
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA26
Ora, plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, ao oriente, e pôs ali 
o homem que tinha formado ( Gênesis 2:8).
Vemos neste versículo que Deus plantou um jardim em um lugar 
chamado Éden, ao oriente do Éden, e este jardim foi plantado 
geografi camente em um lugar identifi cado por um rio principal com 
quatro braços. E saía um rio do Éden para regar o Jardim; e dali se 
dividia e se tornava em quatro braços (Gênesis 2: 10). 
Nota-se que saía um rio do Éden para regar este jardim que estava na 
parte oriental da região chamada de Éden naquele tempo. O jardim não 
chama Éden, a região onde o jardim estava plantado é que chamava 
Éden, na verdade o jardim não tinha um nome próprio. O jardim era 
regado só por um rio, quando passava o jardim se dividia em quatro 
braços indo para outras terras fora da região chamada de Éden.
27Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
O nome do primeiro (braço) é Pisom: este é o que rodeia toda terra 
Havilá, onde há ouro; o nome do segundo (braço) rio é Giom; este é 
o que rodeia toda terra de Cuche. O nome do terceiro (braço) rio é 
Tigre: Este é o que corre pelo oriente da Assíria. E quarto (braço)rio é 
o Eufrates (Gênesis 2:11, 13, 14).
1 - rio Pisom - terra de Havilá, / 2 - rio Giom - terra de Cuche, 
3 - rio Tigre - região da Assíria, / 4 - rio Eufrates
Estes quatro braços deste rio que saía do Éden não regava o jardim 
mas o rio que saia do Éden é o que regava o jardim que DEUS plantou, 
e dali do Jardim onde era regado pelo rio, é que se dividia e se tornava 
em quatro braços, nisto, notamos que estes braços já entravam em 
terras diferentes da região do Éden, como por exemplo dos versos 
acima escritos.
Esta região neste mapa está 
localizada na Turquia no começo 
do braço do Rio Eufrates e 
também o braço do Rio Tigre e um 
rio principal onde se divide estes 
famosos rios onde provavelmente 
foi plantado o Jardim que Adão e 
Eva habitaram antes do pecado 
no Éden. Quero colocar um 
esclarecimento para leitor que o 
jardim do Éden foi plantado antes 
do Dilúvio, e tinha querubins e uma espada fl amejante para guardar o 
caminho da árvore da vida. Gênesis 3:24
Não sei ao certo, falar abertamente, mais há uma pergunta que nós 
os cristãos fazemos para nós mesmos: será que o jardim no Éden 
sobreviveu o Dilúvio e passou junto com Noé para época das gerações 
de seus três fi lhos e existem hoje guardados pelos querubins como 
antes? porque até a topografi a geográfi ca da terra em muitos lugares 
mudou por causa das águas do Dilúvio.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA28
Há ainda que considerar a interpretação do Jardim do Éden mais 
como uma referência mitológica, ou seja, uma narrativa que procura 
descrever o surgimento dos elementos presentes na natureza. Neste 
sentido, há vários textos (gêneros literários) que se tornam referências 
“universais” para o entendimento acerca destas narrativas. Por exemplo, 
as cosmogonias são os relatos de como surgiu o universo. As culturas 
primitivas são fontes cujos conteúdos indicam as linhas de interpretação 
da própria cultura. Por isto, cada cultura indica o seu mito a respeito da 
criação: os hindus, os mesopotâmicos, os hebreus, os aborígenes, etc. 
Já as teodiceias referem-se às várias tentativas de interpretar o 
surgimento do bem e do mal nas culturas primitivas. São os primeiros 
traços do sentido axiomático (valores éticos e morais) que o grupo social 
dita para o entendimento acerca da vida e da morte, do desenvolvimento 
e dos limites, da sabedoria e da ignorância, entre outros. O episódio 
descrito em Gênesis 3, denominado A Queda, exemplifi ca como o “erro” 
do comportamento de Adão e Eva foram essenciais para interpretar o 
pecado como “essência da soberba e da desobediência” que passou a 
toda a criação. E também em Gênesis encontra-se o relato da história 
entre dois irmãos, Caim e Abel. O propósito deste episódio é confi gurar a 
interpretação acerca do mal que afeta a relação das pessoas humanas: a 
inveja em contextos religiosos.
E, em maior quantidade, há os mitos, isto é, os relatos que dão sentido aos 
elementos da natureza e das experiências dos grupos sociais. Os mitos 
sempre vêm recheados com símbolos, descritos em linguagem religiosa 
e, essencialmente, reforçadas por memórias afetivas, celebrativas e 
ritualísticas. Dentre os muitos mitos existentes nas religiões, o da criação 
é o mais concorrido no estudo literário, fi losófi co e teológico. 
Por questão de orientação, mito não signifi ca “aquilo que não é real, ou 
que não existe”. Ele é um termo usado literariamente para designar como 
são explicados os conceitos de temas abstratos (criação, pecado, morte, 
felicidade, etc). E, devido à sua peculiaridade literária, os mitos utilizam 
elementos simbólicos para fazer os argumentos. 
29Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
E, associado com os mitos, há as epopeias, ou seja, conjunto de 
narrativas e/ou poemas que tratam de um herói que explica, participa 
ativamente de competições e guerras para ganhar territórios, sobreviver 
em catástrofes, salvar e/ou ser salvo milagrosamente de situações 
impossíveis e direcionar o seu povo à continuação da vida, entre outras 
notáveis realizações. Foi justamente o que aconteceu com Noé, no relato 
do dilúvio. E é comum, nos dias atuais, fazer a comparação dos relatos 
de dilúvio das grandes culturas primitivas. 
Saiba mais:
O QUE É A EPOPEIA DE GILGAMESH?
SILVA, Daniel Neves. “O que é a Epopeia de Gilgamesh?”, Brasil 
Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-epopeia-
gilgamesh.htm>. Acesso em 25 de maio de 2019.
Sobre “O que é a Epopeia de Gilgamesh?”, podemos dizer que essa 
obra a respeito das aventuras do rei de Uruk é um poema épico da 
literatura suméria de 2000 a.C.
A Epopeia de Gilgamesh narra os feitos de Gilgamesh, rei de Uruk, em 
sua procura pela imortalidade. Ela é considerada a obra de literatura 
mais antiga da humanidade. Como parâmetro disso, basta lembrar que 
os famosos poemas 
homéricos surgiram 
cerca de 1500 anos 
depois dessa epopeia 
suméria.
A Epopeia de Gilgamesh 
foi localizada por 
arqueólogos em doze 
tábuas de argila, cada 
qual contendo cerca 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA30
de 300 versos. No entanto, historiadores consideram apenas as 11 
primeiras tábuas, uma vez que a 12ª possui uma versão sintética da 
história que contradiz as outras inscrições.
Essas tábuas foram encontradas em uma escavação que ocorreu no 
século XIX, na região onde fi cava a antiga cidade assíria de Nínive. 
Essas escavações eram conduzidas pelo arqueólogo britânico Austen 
Harry Layard, que, em 1849, localizou uma série de itens pertencentes 
à Biblioteca de Nínive, dos quais as tábuas da Epopeia de Gilgamesh 
faziam parte.
O trabalho de tradução da obra foi realizado por Henry Rawlinson e 
George Smith na segunda metade do século XIX. A tradução desse 
poema épico somente foi possível graças à Inscrição de Dario, 
que transcrevia caracteres cuneiformes para três idiomas: persa, 
babilônio e elamita. Esse trabalho foi ampliado quando novos trechos 
da história foram encontrados posteriormente.
A obra encontrada nessa época foi escrita pelos sumérios e recebeu 
o nome de Sha-naqba-imru (Aquele que viu a profundeza) ou Shutur-
eli-sham (Aquele que se eleva sobre todos os reis). Tempos depois, 
o original dela em sumério foi transcrito a mando do rei assírio 
Assurbanípal (668 a.C. - 627 a.C.) e foi armazenado na Biblioteca de 
Nínive.
A Epopeia de Gilgamesh parece ter sido bastante conhecida na região, 
pois pesquisas localizaram diversas traduções e adaptações feitas a 
partir dela, em idiomas como o hitita e hurrita e em diferentes locais 
como Nippur, Uruk e na antiga capital hitita, que se chamava Hattusa|1|.
Narrativa da Epopeia de Gilgamesh
A narrativa da Epopeia de Gilgamesh conta os eventos de Gilgamesh, 
rei de Uruk. De acordo com a Lista Real Sumeriana (lista de todos 
31Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
os reis sumérios), ele foi o quinto rei dessa cidade. Segundo ainda 
essa lista, o reinado de Gilgamesh sobre Uruk foi de 126 anos, e ele 
aparece no épico como fi lho da deusa Ninsuna. Esse rei sumério 
existiu, provavelmente, no período entre 2800 a.C. e 2500 a.C.
Na história narrada pelo poema, Gilgamesh é apresentado como um 
rei despótico, arrogante e que oprimia o povo da cidade de Uruk. Os 
deuses, então, criaram Enkidu do barro e enviaram-lhe ao encontro de 
Gilgamesh com a missão de torná-lo mais humilde. Os dois tornaram-
se amigos e iniciaram uma trajetória marcada por muitas aventuras, 
e, em uma dessas aventuras, ambos desrespeitaram a deusa Inana. 
Os deuses resolveram matar Enkidu como punição pelo desrespeito a 
essa deusa, e, Gilgamesh, entristecido, iniciou uma outra jornada em 
busca da imortalidade.
Nessa jornada pela imortalidade, Gilgamesh foi ao encontro de 
Utnapishtim, um herói conhecido por ter alcançado a imortalidade 
após sobreviver a um grande dilúvio. Durante esse grande dilúvio, 
Utnapishtim teria construído uma grande arca a mando dos deuses e 
abrigado sua família e um grande número de animais nela. Esse herói 
prometeua imortalidade para Gilgamesh, desde que ele cumprisse 
algumas missões. Entretanto, o rei falhou nessas missões e retornou 
para Uruk.
A menção ao dilúvio é uma parte da narrativa que chama a atenção 
por causa da semelhança com a narrativa bíblica sobre o dilúvio e a 
trajetória de Noé. Os historiadores acreditam que a história suméria 
tenha servido de infl uência para a formulação da narrativa hebraica 
sobre o dilúvio. Esses especialistas sugerem ainda que, além desse, 
existam outros aspectos da cultura hebraica que também foram 
herdados da cultura suméria.
|1| CARREIRA, José Nunes. Gilgamesh em veste hitita, p. 37.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA32
Exercício de fi xação
Leia atentamente abaixo as descrições bíblicas e depois faça o que 
se pede. 
I - Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 
pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, 
as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer 
principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele 
(Colossenses 1:15,16).
II - Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no 
mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a 
todos os homens, porque todos pecaram (Romanos 5:12).
III - Como caíste do céu, ó estrela da manhã, fi lho da alva! Como foste 
lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: 
Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e 
no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; 
subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo 
(Isaías 14:12-14).
A partir do conteúdo descrito em I, II e III é possível afi rmar que: 
Em I, o hino de Colossenses refere-se ao Deus Filho, Jesus Cristo, que, 
na elaboração da teologia cristã, ele também é criador. 
Em II, a ênfase hermenêutica de Paulo aos Romanos é sobre o efeito 
que o pecado de Adão causou a todos os integrantes da criação. 
Em III, a descrição é sobre Lúcifer para explicar que a origem de sua 
queda foi a de querer ser e estar acima de Deus.
Portanto, assinale a alternativa correta.
a. ( ) I e II são epopeias porque consideram Jesus Cristo o herói que 
vence o pecado.
b. ( ) O relato da queda e a parênese de Paulo em II são argumentos 
acerca dos símbolos do mito do pecado. 
c. ( ) Satanás é um anjo caído, por isto não foi detalhado nos relatos de 
cosmogonias. 
d. ( ) O conteúdo de III é um relato sobre a criação dos seres angelicais. 
e. ( ) Paulo é apóstolo. Sendo assim, ele não é referência para os relatos 
de mito. 
33Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
4.2. A viagem de Abraão
É muito familiar para o estudante do Antigo Testamento a menção do 
patriarca Abraão como referência para a origem do povo de Deus. Do 
ponto de vista da Geografi a Bíblica, é relevante perceber que sua jornada 
(literalmente, seu deslocamento de uma região para outra) é interpretada 
a partir de uma linha teológica, isto é, a chamada dele feita por Deus 
(Gn 12). No entanto, esta jornada precisa ser compreendida também 
pela ilustração dos mapas, pois caracteriza um entendimento acerca do 
nomadismo. 
Em Gênesis 12:1-9 encontram-se as instruções dadas por Deus a Abrão. 
Diz o texto bíblico que o patriarca saiu de Ur dos Caldeus (ou Caldeia) 
e dirigiu-se para a região de Harã. A cidade de Ur tinha um porto com 
grande proeminência comercial para além das demais grandes cidades 
em direção à Palestina e Egito. Devido à sua localização, ou seja, 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA34
encontrava-se no meio da rota para leste e oeste, havia herdado as 
condições econômicas dos centros da Mesopotâmia, Nínive, Babilônia e 
outras cidades ao longo dos rios Tigre e Eufrates. 
No mapa ao lado, veja que Ur está localizada ao sul da Mesopotâmia, 
indicando a saída de Abraão até à região do Egito. 
Pode se dizer que a viagem do patriarca Abraão está dividida em quatro fases. 
A primeira é a saída dele e de sua família de Ur, que pertencia à região da 
Mesopotâmia, sob a liderança dos Caldeus (pois eram da Caldeia) e era um 
aglomerado de outros clãs (aldeias). Este relato está em Gênesis 11:31.
Seguindo os rios Eufrates e Tigre, há uma outra região, Padã-Harã, 
quando inicia-se a segunda fase. Nesta época, esta região pertencia 
à grande potência Assíria, próxima à capital Nínive. Em Harã, houve o 
chamado específi co de Deus para Abraão (Gn 12:1-5). É possível que 
esta região tenha sido fortemente habitada pelos chefes de famílias 
(também patriarcas), mas debaixo de uma liderança maior, a de Abrão, 
pois em tempos futuros, Eleazar (o servo de Abrão) volta à esta região 
para buscar uma noiva para Isaque. Em Canaã, mais precisamente a 
região de Siquém e Jerusalém, Abrão faz acampamento com sua família 
e permanece bom tempo ali. Quando sai de Canaã para o Egito, ele passa 
por Betel e Ai. 
A terceira fase associa-se com informações históricas para exemplifi car 
a rota que Abrão e sua família tomam para dirigir-se até o Egito. Devido 
a uma situação de fome e escassez de alimentos, o patriarca teve que 
descer até o grande Império Egípcio e ali abrigar-se por um bom tempo 
como estrangeiro. Ocorre alí também o episódio do Faraó com Sara. É 
interessante observar as questões culturais neste relato. A jornada de 
Abraão para o Egito é descrita em Gênesis 12:10.
Por fi m, a quarta fase é a volta de Abraão e família para a região do 
Negueb, descrita em Gênesis 13:1. 
35Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Saiba mais:
Breve explicação sobre o episódio de Sara e o Faraó
Quando ele chegou perto do Egito, ele disse a Sarai, sua esposa: 
“Veja agora, eu sei que você é uma mulher bonita; e quando os 
egípcios virem você, dirão: ‘Esta é sua mulher’; e eles me matarão, 
mas te deixarão viver. “Por favor, diga que você é minha irmã para 
que ele possa ir bem comigo por sua causa e que eu viva por sua 
causa” (Gênesis 12:11 - 13).
O plano de Abraão funciona, mas causa muitos problemas para 
os egípcios. Primeiro, não apenas sua vida é poupada, ele é bem 
tratado e recebe doações do faraó do Egito (Amenemhat II) quando 
o governante leva Sarah para sua casa. Deus, no entanto, traz pragas 
a Faraó e sua casa por causa de Sara. O governante enfurecido 
logo confronta Abraão sobre sua mentira.
Então o rei (Faraó do Egito) mandou chamar Abrão e perguntou-lhe: 
‘O que você fez comigo? Por que você não me disse que ela era sua 
esposa? Por que você disse que ela era sua irmã e me deixou tomá-
la como minha esposa? . . . ‘(Gênesis 12:18-19)
Em questões culturais, o egípcio podia tomar uma segunda esposa 
desde que ela não tivesse já sido prometida ou em compromisso 
com alguém. Neste caso, a mentira de Abraão havia colocado o 
Faraó em situação de vexame, uma vez que ele havia estado com 
uma mulher já casada.
Veja, a seguir, um resumo das viagens de Abraão com cenas antigas e 
atuais dos episódios e com narração em português.
Assista o vídeo: Livro 1 – Gênesis: Viagens de Abraão 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7ewOfYMJW1g
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA36
4.3 A peregrinação das tribos de Israel
Na Unidade II será estudada a divisão das doze tribos, a partir de 
informações do Pentateuco. Neste momento aqui, será feita uma pequena 
exposição sobre o período de peregrinação do povo de Deus no deserto. 
Pode-se dizer que a peregrinação 
é também uma chave de leitura 
para o entendimento acerca do 
chamado do povo de Deus. O 
ponto de partida é um pouco 
antes da saída do povo de Deus 
do Egito, ou seja, do momento 
em que Moisés havia fugido do 
Egito e ido até à região de Midiã. 
Nesta terra, encontrou-se com um 
patriarca e sacerdote, Jetro (segundo a tradição linguística, é possível 
também ser chamado de Ragüel e de Jobab). Enamorou-se de Zípora, 
a fi lha mais velha de Jetro, e casou-se com ela. Por não possuir bens 
materiais, Moisés teve que ajudar na criação de ovinos (Ex 2:11-22; 3:1). 
É, pois, neste período que Jetro ouve acerca da opressão que oFaraó 
do Egito exercia sobre os fi lhos de Israel. E é também neste momento 
que Moisés teve seu chamado, junto à sarça ardente, tradicionalmente 
no Monte Sinai, no qual Deus o vocaciona para ser o Libertador do povo 
hebreu. Consciente do seu chamado, Moisés então vai até o Faraó e 
discursa sobre a exigência que Javé faz, a fi m de libertar o povo. É certo 
que a estrutura egípcia confronta os dizeres de Moisés e não admite 
libertar o povo. Após nove tentativas de conscientização, denominadas 
pragas, chega-se à última delas, conhecida como morte dos primogênitos. 
E, após este evento, o Faraó decidiu sair o povo. Todavia, logo em seguida, 
arrepende-se e vai atrás do povo, a fi m de exterminá-lo, uma vez que o 
povo encontrava-se diante do Mar Vermelho. O relato comenta sobre o fi m 
desta perseguição, quando milagrosamente Deus abre o Mar Vermelho e 
deixa o povo passar. Em seguida, os egípcios fazem perseguição, mas as 
águas voltam ao curso normal e muitos morrem afogados. 
37Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
A partir de então, o povo passa a 
vaguear pelo deserto em busca de 
direção divina para prosseguir em 
busca de uma terra a ser mostrada 
por Deus. A peregrinação pelo 
deserto é compreendida como 
uma luta muito dura para o povo, 
pois signifi cava morrer à mingua 
do deserto. Para muitos, foi como 
se não tivesse caixões sufi cientes 
para todo o povo. Defi nitivamente, existem aqueles que preferem 
a escravidão do Egito. É claro que a residência fi xa dava ao povo a 
conotação de que “habitava” uma terra diferente – daí o nome o povo da 
terra, pois cuidava de animais da terra (no hebraico ‘apiru). E, no deserto, 
por não ter uma terra, o povo sentia-se peregrino. 
Como peregrinos, o povo enxerga nos acontecimentos a ação de Deus: 
durante o dia são guiados por uma nuvem, e durante à noite são guiados 
por uma coluna de fogo. Os hebreus do Egito e os sinaítas dão início a 
uma série de acampamentos durante o processo de peregrinação. Na 
verdade foram 42 sessões de parada e levantamentos de destacamentos 
para o povo de Deus. Levaria-se entre 11 a 30 dias de caminhada até 
Canaã, todavia a peregrinação perdurou por 40 anos. 
Durante a peregrinação no deserto, houve a construção da tenda e havia 
duas disposições sobre como o acampamento deveria ser formado. A 
primeira delas se referia à disposição dos participantes da tribo de Levi, 
que fi caram responsáveis pelo trabalho de preparação, celebração e 
demais serviços da liturgia e do culto perante o Tabernáculo. Como o 
Tabernáculo representava a “habitação de Deus entre o seu povo”, então 
os levitas foram dispostos em formação de contorno, compreendendo os 
quatro pontos cardeais do Tabernáculo. Na fi gura abaixo, há a indicação 
desta disposição, bem como os dados do censo realizado e descrito no 
Livro de Números. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA38
Nesta disposição, entende-se que a centralidade é o tabernáculo 
do acampamento. E a divisão foi feita segundo os fi lhos de Moisés e 
Arão. De certa maneira, os quatro lados da Tenda eram contemplados 
pela disposição dos levitas. Neste sentido, a divisão de trabalhos e 
participação contínua dava sentido de ‘serviço ao Senhor’, isto é, servir 
ao Senhor signifi cava cumprir com os trabalhos do tabernáculo. 
Já na segunda fi gura, estima-se a disposição de todos os demais 
participantes do povo, ou seja, as tribos. Cada conjunto de três tribos 
fi xaram-se ao redor do tabernáculo, logo após a disposição dos levitas. 
Neste esquema, as tribos 
guardavam os levitas, que, 
por sua vez, guardavam o 
tarbernáculo.
Veja, a seguir, a descrição 
dada pelos editores do Manual 
Bíblico (páginas 201 e 202) 
sobre as possíveis rotas e 
acampamentos do povo de 
Deus no Deserto. As Rotas do 
Êxodo, do Manual Bíblico, 
39Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA40
4.4 O estudo dos montes bíblicos 
Há dois termos técnicos que se preocupam com o estudo dos diferentes 
relevos do mundo da Bíblia. Um deles é a orografi a, que diz respeito ao 
estudo dos montes, montanhas, cordilheiras, elevações de terras, vales, 
planícies, depressões e alguns aspectos do território físico (dimensões 
territoriais). O outro é a toponomia, que diz respeito às regras, normas e 
convenções técnicas de confi gurações do estudo dos relevos. 
No caso da Bíblia, há vários montes mencionados e que se tornam 
também chaves de leitura para a compreensão das passagens bíblicas. 
Neste momento, você terá acesso a uma lista dos montes, com o nome 
descrito e a referência do acontecimento. Alguns deles ainda permanecem 
muito próximos da época bíblica, mas outros já foram urbanizados e 
transformados em cidades e povoamento. 
Esta é a lista dos montes mencionados na Bíblia:
NOME EVENTOS
Monte 
Ararate Gênesis 8:4 
O Monte Ararate foi onde a arca de Noé 
repousou após as águas do dilúvio 
diminuírem o seu nível. O Monte Ararate 
fi ca na atual Turquia e possui dois cumes, 
cujo maior supera cinco mil metros de 
altitude.
Monte Moriá
G ê n e s i s 
22:2
2 Crônicas 
3:1
O Monte Moriá fi ca na região para o 
qual Abraão partiu com seu fi lho Isaque 
para oferecê-lo em sacrifício a Deus. 
Posteriormente o Templo de Salomão foi 
construído no Monte Moriá. Isso signifi ca 
que sua localização está na cidade de 
Jerusalém.
41Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Monte Seir Gênesis 36:8
O Monte Seir fi ca ao sul do Mar Morto. As 
montanhas de Seir fi caram conhecidas na 
Bíblia por ter sido o local para onde Esaú 
foi após a morte de seu pai, Isaque.
Monte Sinai
(Monte 
Horebe)
Êxodo 19:2-
25
O Monte Sinai sem dúvida é um dos 
montes mais emblemáticos da Bíblia. 
Nem todos sabem, mas o Monte Sinai é 
o mesmo Monte Horebe citado em outras 
partes da Bíblia. No Monte Sinai a Lei 
foi dada a Moisés. Mais tarde o profeta 
Elias também esteve no Monte Sinai, 
mas na ocasião chamado de Horebe. 
Sua localização exata é debatida, mas 
acredita-se que fi ca próximo do Egito.
Monte Ebal
No Monte Ebal foi ordenado que os 
israelitas construíssem um altar após 
entrarem na Terra Prometida. O Monte 
Ebal fi cava próximo do Monte Gerizim.
Monte Nebo 
(Monte 
Pisga)
O Monte Nebo é mais outro monte que 
é mencionado na Bíblia por dois nomes 
diferentes. O Monte Nebo, ou Monte 
Pisga, foi o local de onde Moisés avistou 
a Terra Prometida.
Monte 
Hermom
Josué 
11:3,17 
O Monte Hermom é citado no livro de 
Josué como sendo uma cadeia de 
montanhas que fi cava no limite norte do 
território conquistado de Canaã.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA42
Monte Tabor Juízes 4:6
O Monte Tabor fi cou conhecido 
principalmente pela batalha em que 
Baraque atacou Sísera, o general do 
exército do rei cananeu Jabim. Monte 
Tabor, que fi ca a poucos quilômetros a 
leste de Nazaré (cerca de 10 quilômetros) 
também servia de fronteira natural entre 
os territórios de Issacar e Zebulom.
Monte Gilboa 1 Crônicas 10:1,8
O Monte Gilboa foi o local onde muitos 
israelitas foram mortos, incluindo o rei 
Saul e seus fi lhos, após uma batalha 
desastrosa contra os fi listeus.
Monte Sião Samuel 5:7
O Monte Sião é outro monte que possui 
um signifi cado bíblico muito grande. 
O monte em si originalmente refere-
se à área sudoeste de Jerusalém. Mas 
posteriormente passou a ser usado para 
designar toda Jerusalém e de forma a 
incluir até mesmo o Monte Moriá onde o 
Templo foi edifi cado. Além disso, o Monte 
Sião também é citado várias vezes de 
forma simbólica.
Monte Líbano 1Reis 5:14,18
A região montanhosa do Líbano aparece 
na Bíblia como sendo o local de onde 
veio o cedro e as pedras usadas pelo rei 
Salomão na construção do Templo em 
Jerusalém.
43Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Monte 
Carmelo
1 Reis 
18:19
O Monte Carmelo sempre é lembrado 
na Bíblia por ter sido o local onde fogo 
desceu do céu e consumiu o holocausto. 
Foi ali que Elias desafi ou e derrotou os 
profetas de Baal.
Monte 
Gerizim João 4:20
No Monte Gerizim ocorreu o encontroentre Jesus e a mulher samaritana 
junto a um poço. Nos tempos do Antigo 
Testamento foi ali que os samaritanos 
construíram um templo.
Monte das 
Oliveiras
Marcos 
13:3,4
Sem dúvida o Monte das Oliveiras é um 
dos montes da Bíblia mais conhecidos. 
Várias ocasiões importantes do 
ministério ocorreram nesse monte ou nas 
proximidades dele. O sermão escatológico 
de Jesus, por exemplo, foi feito no Monte 
das Oliveiras.
Gólgota Mateus 27:33,34
Além desses montes, há também o 
Calvário ou Gólgota, que por alguns 
também é chamado de Monte Caveira. 
Mitos não o consideram exatamente um 
monte, até pela discussão que há sobre a 
localização correta desse lugar. O que se 
sabe é que era um lugar que fi cava fora 
de Jerusalém e provavelmente era uma 
pequena colina.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA44
Há muitos outros montes citados na Bíblia. Uma lista completa, você 
poderá encontrar na seção da Leitura Complementar. Trata-se de um 
estudo feito pelo professor Francisco de Abreu Neto. Todavia, para ajudá-
lo a estudar e conhecer os montes da Bíblia, faz-se uma sugestão de 
como tais montes devem ser estudados. Primeiro, anota-se o nome do 
monte mencionado na Bíblia e a respectiva referência. Segundo, realiza-
se uma breve pesquisa a respeito das características do relevo (altura, 
dimensões, localização, etc). Terceiro, ao fi nalizar a pesquisa, sugere-se 
também, quando possível, adicionar a seleção de uma ou mais fotos, a 
fi m de ilustrar o monte. Esta pesquisa poderá ser feita através da internet 
e ou por meio de atlas bíblicos. Por exemplo: 
PESQUISA SOBRE O MONTE SINAI
Do grego, o Monte Sinai (também conhecido em hebraico como 
Monte Horeb, ou em árabe como Jebel Musa, que signifi ca “Monte 
de Moisés”) está situado no sul da península do Sinai, no Egito. 
Esta região é considerada sagrada por três religiões: judaísmo, 
cristianismo e islamismo.
É um pico de granito com uma altitude de 2285 metros onde, 
segundo a Bíblia e a tradição judaica, Moisés recebeu as Tábuas 
da Lei. Ao longo dos séculos foram sendo construídos sobre o 
monte e à sua volta vários locais de culto e acumulados tesouros 
da cultura religiosa.
45Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
No pico do monte encontra-se a pequena Capela da Santíssima 
Trindade, construída em 1934 sobre as ruínas de uma igreja do século 
XVI, onde se pensa que existiria a sarça ardente – no entanto, o Mosteiro 
de Santa Catarina, no sopé do monte, clama a mesma localização. 
Entre a base e o pico, existe uma escadaria escavada na rocha com 
cerca de 4000 degraus (leva 3 horas a subir), chamada “Sikket Saydna 
Musa”, que signifi ca, em árabe, “O Caminho de Moisés”.
A 750 degraus abaixo do pico, existe uma plataforma onde Aarão 
e os 70 sábios esperaram, enquanto Moisés recebia as Tábuas da 
Lei (Êxodo 24:14) e uma caverna, chamada “Retiro de Elias”, local 
onde Deus falou com Elias após 40 
dias de caminhada pelo deserto (1 
Reis 19:8-9). A noroeste deste ponto, 
encontra-se o monte Safsaafa, 
onde viveram eremitas bizantinos, 
como São Gregório e, logo abaixo 
deste pico, encontra-se a planície 
de ar-Raaha, onde os israelitas 
acamparam enquanto Moisés subia 
à montanha e onde, depois ergueu o primeiro tabernáculo.
Esta ligação do Monte Sinai com a Bíblia atraiu muitos peregrinos 
ao longo dos séculos e uma das mais famosas foi a Imperatriz 
Helena de Bizâncio, no século IV que fez ali construir uma igreja, 
a Capela da Sarça Ardente, no local onde ainda se encontra vivo 
um arbusto de Rubus sanctus, que os monges acreditam ser a 
sarça ardente original. Imediatamente se estabeleceu ali uma 
comunidade monástica e, para proteger a igreja e os monges dos 
ataques de beduínos, o imperador Justiniano I mandou construir 
uma muralha à volta da igreja, no ano 542 e os edifícios que são 
hoje o Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina.
Retirado de: h� ps://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Sinai, acessado 
em 27/05/2019 e comparado com: DOWLEY, Tim. Pequeno atlas 
bíblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA46
Exercício de aplicação
Na Bíblia, os montes foram importantes referências naturais para 
exemplifi car o relacionamento de Deus com o povo. Foi, pois, no 
Monte Sinai que Deus concedeu a Moisés a escrita das Dez Tábuas 
(o Decálogo). O monte, assim como os rios, as planícies, o clima, 
é sempre uma marcação física que dá orientação às pessoas 
e animais, bem como serve como ponto de localização para 
demarcação de outros referenciais. 
47Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Além disto, há algumas localidades que também podem 
fi gurativamente receber um segundo nome, por causa das 
interpretações religiosas. Por exemplo, Jerusalém é uma cidade 
que, por sua vez, se encontra no Monte Sião. Todavia, em algumas 
situações os dois nomes são intercambiáveis, isto é, tanto se refere 
à cidade como ao Monte. 
Considerando as informações acima, leia a notícia ao lado (O 
GLOBO). Nela comenta-se a prática dos adoradores, provenientes 
de comunidades religiosas na cidade do Rio de Janeiro. 
A partir do entendimento acerca de elementos da natureza como 
indicadores (ou referências) dos acontecimentos de Deus com o 
seu povo, é correto afi rmar que: 
a. ( ) A topografi a dos montes evidencia a prática da oração, 
facilitando o acesso entre Deus e a humanidade. 
b. ( ) Uma excelente forma de atualizar a leitura dos textos 
bíblicos é encontrar os pontos naturalmente altos da cidade e 
torná-los espaços sagrados. 
c. ( ) A oração só pode ser feita no monte que foi pesquisado 
academicamente por um especialista em religião.
d. ( ) Os montes atraem as pessoas religiosas porque são 
excelentes espaços de refl exão, caracterizando proximidade com 
Deus, com a natureza e com os demais religiosos. 
e. ( ) Os montes de uma região tornam-se espaços sagrados 
quando os religiosos sobem nele e fazem suas orações.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA48
Conclusão
Nesta primeira unidade, você estudou sobre a relevância da 
Geografi a para o contexto do conteúdo bíblico. Esta ciência tem 
como primazia o estudo da terra e de suas características (físicas, 
topográfi cas, hidrográfi cas, climáticas e de ocupações humanas) 
que favorecem a presença dos seres da natureza. Diante disto, 
percebeu-se que o Crescente Fértil constituiu-se em uma faixa de 
terra, que ia desde a antiga Mesopotâmia, passando pela Palestina 
e chegando até o Egito, cujos rios garantiam a atividade agrícola 
e pastoril e promoviam a sobrevivência das culturas babilônicas, 
cananeias e egípcias. 
Além do sentido da terra para os povos do Antigo Oriente enquanto 
bênção, promessa e dom, destacou-se também o estudo da 
origem dos povos da Bíblia, a partir de uma informação literária, 
ou seja, os três fi lhos de Noé habitaram o mundo, após o dilúvio: 
Sem foi responsável para gerar descendentes que povoassem a 
Mesopotâmia; Cam iria situar-se ao sul de Canaã e chegar até o 
norte da África; e, por fi m, os fi lhos de Jafé que iriam habitar o norte 
de Canaã e as regiões da Europa e Ásia. 
Acentuando-se as localizações geográfi cas, primeiro foi pontuada 
a possível localização do Jardim do Éden, enquanto referência 
que ilustra o surgimento da humanidade. Segundo, apresentou-se 
as quatro fases das viagens do patriarca Abraão, demonstrando 
o processo de chamada, peregrinação e construção do sentido 
do pai da fé a habitar a terra que mana leite e mel. Terceiro, foi 
ilustrado os 40 anos de peregrinação do povo de Deus no deserto, 
logo após a saída do Egito e a aproximação à Cades Barneia. E, por 
fi m, exemplifi cou-se o como a orografi a (estudo dos montes) deve 
ser feito pelo(a) estudante de Teologia. 
49Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Le itura Complementar 
CERESKO, Anthony R. Introdução ao Antigo Testamento numa 
perspectiva libertadora. São Paulo: Paulus, 1996, p. 33-46
Capítulo 3: O contexto histórico do Antigo Oriente Médio. O crescente 
Fértil e o Nascimento da Civilização.
Para facilitaro aprendizado do(a) estudante, é oferecido um roteiro de 
leitura. É um formulário que ajudará no processo de assimilação da leitura. 
Não é uma atividade obrigatória, mas ela colabora para o aprendizado. 
Fique à vontade para adotá-lo para esta disciplina. 
E, para você compreender como funciona, veja o modelo abaixo, baseado 
na leitura de:
SCHLAEPFER, Carlos; OROFINO, Francisco Rodrigues; MAZZAROLO, 
Isidoro. A Bíblia: introdução historiográfi ca e literária. Petrópolis: Vozes, 
2004, p. 11-25. 
Parágrafo 
introdutório 
O mundo da Bíblia é estudado pela sua geografi a, literatura e 
movimentação histórica. É o estudo do relevo, das dimensões 
territoriais e culturais de cada região. 
Objetivo do 
autor
No primeiro capítulo, os autores introduzem o leitor ao 
conhecimento da Palestinologia, cuja preocupação é estudar 
os mapas que compõem o Crescente Fértil. No segundo 
capítulo, o objetivo é problematizar a respeito da legitimidade 
da terra de Canaã sob os domínios da tradição patriarcal.
Estrutura 
(sumário)
Os autores eboçam os dois capítulos da seguinte maneira: 1. 
Introdução à geografi a bíblica; 1.1. A meia lua ou crescente 
fértil; 1.2. As três grandes linhas da humanidade; 2. A Palestina; 
2.1. De quem é esta terra?
Metodologia
Os autores baseiam-se na topografi a (lugares) e cartografi a 
(mapas) para indicar a situação e a localização histórica e 
literária de Israel.
Conclusão
A importância do estudo da geografi a se dá na construção da 
localização espaço-temporal do mundo bíblico. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA50
Fique à vontade para melhorar a estrutura de seu resumo. A anotação 
torna-se um hábito de registro de informação. Você é quem irá escrever 
mais ou menos em seu resumo. 
Referências
ABREU NETO, Francisco de. Geografi a bíblica sistematizada. Uma 
abordagem histórico-geográfi ca da Terra Santa. Curitiba: AD Santos, 
2015.
ANDRADE, Claudionor de. Geografi a bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. 
BÍBLIA. Português. Bíblia de Referência Thompson. Tradução de João 
Ferreira de Almeida. Edição revista e corrigida. Compilado e redigido por 
Frank Charles Thompson. São Paulo: Vida, 1992.
BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução 
de João Ferreira de Almeida. Edição revista e atualizada no Brasil. Brasília: 
Sociedade Bíblia do Brasil, 1969.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudos NVI. São Paulo: Vida, 2016.
HERÓDOTO (484-485 a.C.). História. Traduzido por Pierre Henri Larcher. 
Texto acessado em 15/05/2019 e disponível na internet em h� p://www.
ebooksbrasil.org/adobeebook/historiaherodoto.pdf
TRADUÇÃO ECUMÊNICA DA BÍBLIA. São Paulo: Loyola, 1994.
51Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
UNIDADE 2: ARQUEOLOGIA BÍBLICA
Introdução 
Nesta unidade o conteúdo a ser estudado será o da Arqueologia Bíblica. 
Geralmente, nos cursos de Graduação em Teologia, esta matéria é sempre 
esquecida, ou deixada em segundo plano. No entanto, aqui na FTSA, ela 
tem sua importância no currículo: trata-se de uma visão panorâmica 
sobre os principais sítios arqueológicos dos achados bíblicos, cuja 
intenção principal é situar o(a) estudioso(a) dos textos bíblicos quanto à 
atualização dos dados, à comprovação de alguns fatos e à confi rmação 
de grupos sociais mencionados na Bíblia. 
Por um lado, a arqueologia bíblica tem sido hoje mais estudada com 
vistas aos achados de manuscritos, pois há muita especulação sobre as 
origens e os conteúdos dos textos bíblicos. Neste sentido, a arqueologia 
tem contribuído muito para o estudo do aparato crítico que se encontra 
tanto nas versões do Antigo como do Novo Testamentos. E, por outro 
lado, as recentes escavações ainda realizadas na Palestina vêm contribuir 
para ratifi car os vários textos sobre os fatos da História de Israel e os 
seus desdobramentos, tais como: as inúmeras invasões de grandes 
impérios, a infl uência grega na cultura judaica e, com mais ênfase ainda, 
o processo de misturas culturais com a língua, cultura e política romana. 
O objetivo geral desta unidade é fazer com que o(a) estudante tenha 
um contato com o estudo da arqueologia bíblica, com a fi nalidade de 
“conhecer sobre o passado da história bíblica” (RICHELLE, 2017, p. 15). 
Neste sentido, a arqueologia é um convite para uma viagem no tempo. 
Uma viagem e um trabalho: a retirada de grandes quantidades de areia, 
alguns fragmentos de pedra e até mesmo algumas edifi cações para 
descobrir o que se encontra “embaixo de entulhos”. 
Será uma unidade interessante porque os exercícios irão promover uma 
leitura de estudo de conteúdo bíblico com bases arqueológicas, cuja 
relevância é aprender a história e as várias outras ciências que ajudam 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA52
a construir o sentido dela, tais como: arqueologia, geografi a, linguística, 
antropologia, numismática, heráldica, paleontologia, etc. Afi nal, os 
estudos arqueológicos são propostas de leitura dos textos bíblicos que, 
com segurança, fornecem dados culturais que complementam o sentido 
e o signifi cado da mensagem bíblica. 
Nesta unidade, você irá perceber como a fé deixa de ser um conceito 
amplamente abstrato e passa a obter consistência em argumentação 
e persuasão. Na verdade, o(a) estudante começa a reformular seus 
argumentos diante de vários textos bíblicos, porque tem contato com 
conhecimento atualizado acerca de regiões, aspectos culturais e achados 
documentais. E, mesmo havendo controvérsias, a confi guração da fé 
vai sendo aperfeiçoada e “reformada” ao passo que se tornando clara, 
inteligível e pertencente à história cristã. 
1. ARQUEOLOGIA É A REVELAÇÃO DE CULTURAS 
ANTIGAS
Dentre as muitas ciências que se conectam com o estudo das culturas 
antigas, a Arqueologia é a que se destaca pelo excelente trabalho de 
evidenciar a existência de diferentes grupos sociais, através da utilização 
técnica de vários restos de materiais. O objetivo é procurar vestígios 
desses materiais em lugares que as pessoas costumavam viver. No 
mundo todo, a presença de arqueólogos é relevante porque recupera os 
traços da existência de culturas passadas, exemplifi cando os processos 
históricos da sociedade. 
Para a Arqueologia Bíblica, a referência de estudo é sempre sobre as 
regiões mencionadas na Bíblia e/ou espaços da presença direta e indireta 
de cristão próximas à época bíblica. Uma execlente defi nição encontra-
se no Manual Bíblico, que diz: 
Arqueologia bíblíca é o estudo sistemático de restos 
materiais/físicos de pessoas da antiguidade nas terras em 
que a história bíblica transcorreu. Essas terras abrangem 
a Palestina (o Israel de hoje), a Transjordânia (a Jordânia 
53Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
de hoje), Egito, Síria, Líbano, Turquia (a antiga Ásia Menor), 
Grécia e Itália. Um arqueólogo bíblico procura relacionar 
descobertas arqueológicas com narrativas bíblicas. 
(MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA, 2001, p. 94).
É interessante observar que as regiões mencionadas compreendem tanto 
a presença do Antigo como do Novo Testamento. No caso do Antigo 
Testamento, as descobertas realizadas no Iraque também contribuem ao 
estudo arquoeológico da Bíblia, caso tenham relação com o mundo dos 
impérios assírio, medopersa, babilônico, persa, e outros mais. Enfi m, qualquer 
região que esteja direta e/ou indiretamente relacionada com informações 
dos textos bíblicos torna-se investigação do campo da Arqueologia. 
Para a Arqueologia, todo e qualquer material encontrado é uma grande 
fonte de informação. O termo chave que dá sentido e signifi cado para 
o entendimento da arqueologia é “restos”. Sim, pequenos indícios de 
materiais que restaram da presença humana em um determinado lugar. 
As classifi cações dos restos podem se assim defi nidas: 
Restos de culturas antigas 
Montes (chamados de tells), cavernas, 
túmulos e sepulturas feitas pelos homens
Restos de esqueletos Pessoas e animais, 
Restos de artefatos 
variados
pedaços de cerâmica e outros artefatos 
de metal pedra e vidro
Restos de Inscrições
Pedras com texto,pergaminhos, papiro, 
barro cozido, 
Restos de moedas
Moedas em variados materiais de 
cunhagem (ferro, prata, ouro, etc)
Restos de construções
Prédios, casas, colunas, altares, estatuetas, 
artigos religiosos e legais, objetos de culto, 
estruturas comerciais (estradas, pontes, etc) 
Restos de vestimentas Roupas, armaduras, coletes, etc
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA54
Portanto, desde o simples tecido como também um pedaço de cerâmica, 
além de esqueletos, armaduras, móveis, objetos metálicos, entre outros, 
serviam como material de análise dos padrões de comportamento (vida 
e trabalho) do ser humano. Considerando, então, os tipos de material 
arqueológico a serem encontrados, a própria Arqueologia indica os 
‘lugares’ a serem escavados. E, quando há o ‘acidente’ de alguma 
descoberta vir à tona por si, ela irá ser convocada a fazer linha de frente 
para sitiar o espaço e torná-lo pesquisável. Dentre estes muitos materiais, 
os três mais signifi cativos são: 
Restos, esqueletos 
e fósseis de seres 
humanos e animais 
(domésticos), pois 
dizem muito a respeito 
do comportamento 
humano. 
Objetos variados como 
metais, cerâmicas, 
pedras com alguma 
informação (desenho 
e/ou escritas) e até 
mesmo manuscritos. 
Textos, manuscritos 
(papiro, couro 
e pedra), enfi m 
qualquer material 
que contenha 
informação ou 
sistema gráfi co. 
É bom ressaltar também que o estudo arqueológico se complementa a 
partir de outras metodologias, ou seja, de aspectos técnicos de pesquisa 
e investigação dadas pelas outras ciências. A que mais contribui para 
a arqueologia é a História. E, no caso aqui selecionado, a História da 
Igreja Cristã. Define-se como história cristã por causa da contribuição de 
estudiosos que tiveram seu ponto de partida e motivação a história bíblica. 
E também porque a Arqueologia foi historicamente se desenvolvendo ao 
longo do conteúdo de achados cristãos. 
Para uma compreensão histórica de como a Arqueologia veio contribuindo 
55Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
para o estudo da Bíblia, há, pelo menos, seis grandes momentos: (1) 
a peregrinação e as constantes viagens às terras santas, cujo início 
deu-se para conhecer o túmulo que Jesus morreu; (2) as explorações 
realizadas na Transjordânia, quando descobriu-se a Cesareia de Filipe e 
outros sítios; (3) as escavações realizadas na Palestina no século XIX, 
iniciando-se assim a topografi a dos sítios arqueológicos bíblicos; (4) o 
estudo da cerâmica como parâmetro de datação dos períodos e fatos 
bíblicos; (5) os registros estratigráfi cos, ou seja, desenhar e identifi car as 
diferentes camadas de terra e outros detalhes de uma cultura; e (6) as 
tarefas multidisciplinares, isto é, a contribuição da arquitetua, fotografi a, 
geologia, geografi a, osteologia (ossos), linguística, entre outros. 
Neste sentido, há algumas organizações estreitamente interessadas 
sobre o estudo das escavações, sítios arqueológicos, pesquisas, 
cursos, palestras e qualquer fomento na área da Arqueologia Bíblica. 
Na foto ao lado, apresenta-se várias organizações que têm projetos e 
programas arqueológicos, tanto para a formação, pesquisa e trabalho 
em Arqueologia Bíblica como também para os interessados em estudos 
bíblicos. O endereço para contato na internet é:
Disponível em: h� p://www.tandyins� tute.org/bible-archaeology/coming-soon/
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA56
Todavia, a instituição mais proeminente é a Biblical Archaeology 
Society (Sociedade Arqueológica Bíblica), que costumeiramente publica 
os achados dos pesquisadores, tanto os artefatos e objetos como os 
artigos relacionados aos textos bíblicos (O endereço é h� ps://www.
biblicalarchaeology.org/)
UM LEMBRETE: O QUE É UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO
Defi ne-se sítio arqueológico o local e suas extensões onde tem sido 
possível encontrar evidências da presença humana. Geralmente, 
nesses lugares há os registros da atividade de pessoas, tais como: 
as pinturas rústicas com imagens que retratam aparências das 
atividades naturais; as construções feitas por mãos humanas, 
desde moradias e até pequenas elevações antigas, além dos 
jazigos e outras formas de armazenagem de corpos e/ou objetos; 
os artefatos para o trabalho do dia a dia, que, além de servir como 
símbolos e representações, também eram a marca de algum tipo 
de tecnologia empregada. 
Exercício de fi xação 
Dentre as várias defi nições sobre a Arqueologia formuladas 
pelos profi ssionais da área, uma maneira mais direcionada de 
compreendê-la é pela ideia que se tem de “algo antigo e escondido”, 
ou seja, não revelado ainda. Por isto, a Arqueologia realiza uma 
importante tarefa para trazer à luz o que está escondido e é antigo. 
Sendo assim, dentre as defi nições apresentadas a seguir, assinale 
a alternativa que melhor defi ne o estudo das coisas antigas:
a. ( ) ciência teológica que estuda a formação da terra, pois o ser 
humano foi formado do barro. Ao encontrar-se um esqueleto antigo, 
faz-se a análise da camada de terra que envolveu os ossos. 
b. ( ) ciência que, utilizando processos como coleta e escavação, 
57Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
estuda os costumes e culturas dos povos antigos através do 
material (fósseis, artefatos, monumentos etc.) que restou da vida 
desses povos.
c. ( ) ciência que procura encontrar esculturas antigas, 
principalmente as de pedra e metal, pois tais elementos perduram 
mais tempo na natureza e protegem as informações do período 
arqueológico.
d. ( ) ciência que utiliza-se da Sociologia e da Antropologia para 
determinar os vestígios de grupos sociais descritos em culturas 
primitivas, tais como os citados na Bíblia. 
e. ( ) ciência que mensura a idade dos objetos encontrados 
(fósseis, árvores e metais), utilizando-se de técnicas científicas 
exclusivamente para os materiais orgânicos. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
Para fi nalizar esta seção, considera-se ainda uma abordagem sobre a 
Arqueologia Geral. Trata-se de uma percepção como a comparação entre 
os artefatos são interdependentes para a interpretação convencional e 
a interpretação específi ca de uma cultura antiga. Eis o que diz uma das 
provas de seleção da Universidade Federal de Juiz de Fora, do Estado das 
Minas Gerais: 
Na arqueologia o que importa não é mais saber simplesmente 
como os homens lascavam seus artefatos, mas sim procurar 
construir os aspectos culturais e sociais que se encontram por trás 
desta atividade. Os vestígios arqueológicos permitem construir 
um sistema de oposições (fogueiras com restos alimentares em 
contraposição a fogueiras sem restos alimentares, cerâmica 
decorada em contraposição à cerâmica simples, por exemplo), que 
não têm, contudo, signifi cados sociais absolutos. Desta forma, a 
questão é como passar das propriedades perceptíveis dos objetos 
(ou restos) à identifi cação de suas características sociais. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA58
Isto quer dizer que, ainda que existam tais distinções entre os materiais, 
há ainda outros elementos não materiais (por exemplo, a linguagem) 
que também contêm informações sociais. O fato é que, no processo das 
explorações e escavações, todos os materiais encontrados (estrutura, 
objetos e vestígios) consitutuem-se como conjunto de informações com 
propriedades defi nidas que indicarão a interpretação da cultura antiga. 
E, neste caso, a função do arqueólogo será a de desempenhar o apapel 
de decifrar tais informações e torná-las legíveis de serem estudadas, 
interpretadas e contextualizadas. 
No vídeo, a seguir, você irá observar como é conceituado a arqueologia, 
literalmente do grego archaios, que signifi ca “antigo”. E, observando o 
efeito que a arqueologia dá à sua tarefa de encontrar os vestígios do 
passado, então o desterramento produz o sentido para esta ciência. 
Vídeo: Arqueologia Bíblica (favor, inserir o vídeo gravado pelo 
professor Ênio) Acesse o AVA para assistir a videoaula!
Exercício de fi xação
Após o vídeo, você irá fi xar o conceito e a defi niçãode Arqueologia. 
Para isto, leia o seguinte texto: 
O signifi cado da palavra arqueologia tem sua base nas duas 
palavras gregas que a formam: arkhaios (antigo) e logos (discurso). 
Arqueologia poderia portanto ser defi nida como a ciência da 
antiguidade. Ela tem como objetivo reconstruir civilizações antigas 
através da escavação e do estudo dos objetos provenientes dessas 
escavações.
Arqueologia Bíblica é um setor particular dentro da ciência da 
arqueologia. Esse setor estuda os elementos da Palestina e dos 
países próximos, que têm alguma referência aos tempos e aos 
escritos da Bíblia. O interesse científi co recai sobre os restos de 
59Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
construções, monumentos artísticos, inscrições e outros objetos 
que contribuem à compreensão da história, da vida e dos hábitos 
dos hebreus e dos povos que entraram em contato com eles e 
tiveram infl uência sobre eles.
Os limites da arqueologia bíblica nascem do fato que a linha 
temporal que a Bíblia compreende é muito grande e do mesmo modo 
é vasto o território onde se desenvolveram as narrativas bíblicas. A 
conservação de restos também é muito precária. Raramente são 
encontrados objetos de madeira, de couro ou tecido.
(Retirado de “Uma Janela para o Mundo Bíblico: Arqueologia 
Bíblica” Disponível em h� p://www.abiblia.org/ver.php?id=1185&id_
autor=2&id_utente=&caso=ar� gos e acessado em 28/05/2019.) 
Diante disto, é correto afi rmar que: 
a. ( ) A Arqueologia Bíblica é o estudo da origem da humanidade, 
no sentido de encontrar os artefatos que provam a existência de 
culturas antigas, tais como: a latina, a grega e a romana.
b. ( ) A Arqueologia Bíblica, através de processos de exploração 
e escavação, associa-se a outras ciências e busca em diversos 
restos a evidências de culturas antigas em lugares que eles 
costumavam habitar.
c. ( ) A Arqueologia Bíblica é aquela que fornece as localizações 
dos grupos sociais do período tribal e monárquico de Israel e de 
Judá. 
d. ( ) A Arqueologia Bíblica busca evidências físicas e reais 
de todos os pontos de referências citados na Bíblia, tais como: 
montes, cavernas, poços, plantas, estatutetas e pedaços de 
madeira. 
e. ( ) A Arqueologia Bíblica tem a fi nalidade de provar o relato 
bíblico diante das especulações científi cas. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA60
2. A RELEVÂNCIA DA ARQUEOLOGIA PARA O MUNDO 
CRISTÃO
Para os estudiosos da Bíblia (e leitores também), as recentes descobertas 
arqueológicas têm dado excelente contribuição à interpretação (tanto 
Exegese como Hermenêutica) dos textos bíblicos. De fato, existe uma 
relação saudável entre os exegetas e os arqueólogos, pois juntos têm 
promovido a efetividade da produção de sentido e signifi cado para certas 
passagens bíblicas. 
A primeira importância que a Arqueologia teve (e continua tendo) para 
o mundo cristão diz respeito aos achados dos manuscritos, tanto do 
Antigo como do Novo Testamento. Em 1947, por exemplo, houve um 
grande achado próximo ao Mar Morto. Assim que foram encontrados os 
manuscritos, os arqueólogos tornaram a sua atividade mais acentuada: 
foram eles que determinaram a localização, origem e desenvolvimento 
do material encontrado. Até hoje, na atualização das versões da Bíblia 
Hebraica Stuttgartensia (BHS), responsável pelo texto do Antigo 
Testamento), e o Novum Testamentum Graece (NTG) e o The Greek 
New Testament (GNT), indicadores das versões editadas por Nestlé 
Aland e Kurt Aland, respectivamente, do texto do Novo Testamento, há 
a contribuição do arqueólogo, devido ao achado dos manuscritos, rolos, 
couro papiros e até pergaminhos (palimpsesto). 
61Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
A segunda relevância da Arqueologia Bíblica para o mundo cristão é 
que ela conecta-se com a Linguística. Há várias expressões que foram 
construídas para exemplifi car o episódio bíblico, como por exemplo o 
diálogo entre Deus e Jacó (Gênesis 32). Neste episódio Jacó luta com 
Deus e dá o nome ao lugar de Peniel (literalmente “vi o Senhor face a 
face”). A ação de dar nome sagrado às situações é muito comum no 
mundo religioso antigo, principalmente nas culturas semitas. E, segundo 
o relato bíblico, Jacó chegou a erigir um altar com pedras, um tipo de 
referência geográfi ca. Todavia, a localização deste nome não é exata, 
mas aproximada, pois as “pedras” mencionadas pelo texto não foram 
encontradas. Na foto ao lado, percebe-se os vários momentos em que 
a peregrinação de Jacó (ou Israel) se dá em vários outras localidades 
também. Isto não quer dizer que a localização de cada lugar foi motivada 
por construção das palavras. Contudo, cada uma delas, em sua língua 
original, contribui com o trabalho da Arqueologia. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA62
A terceira relevância tem contribuição tripla, pois ajuda na interpretação da 
Palavra de Deus. Esta ajuda se dá a partir de dados geográfi cos, cronológicos 
e culturais acerca de textos, lugares, povos e, principalmente, avanços nas 
lacunas culturais existentes em vários povos mencionados na Bíblia. No 
tópico seguinte, explica-se como a Arqueologia Bíblica também utiliza-se de 
metodologias científi cas adotadas em interpretação de textos bíblicos. 
A quarta e última relevância é bastante controversa. Sim, é controversa 
porque refere-se às comprovações de datações e situações menciondas 
nas Escrituras, mas que não se sustentatm diante dos achados 
arqueológicos. Trata-se da relação da Arqueologia com a História. A este 
respeito, o projeto “Uma Janela para o Mundo Bíblico” diz:
Com relação à história bíblica a arqueologia é menos útil. 
As opiniões nesse campo são sempre circunstanciais e 
às vezes parecem negativas. As excavações revelaram, 
por exemplo, que certos lugares presentes nos relatos 
da conquista, na verdade, não eram habitados no fi m do 
segundo milênio a.C. De qualquer forma os resultados 
arqueológicos servem para questionar as convicções 
acerca da composição e natureza do texto bíblico. 
(Retirado de “Uma Janela para o Mundo Bíblico: 
Arqueologia Bíblica” Disponível em h� p://www.
a b i b l i a . o r g / v e r. p h p ? i d = 1 1 8 5 & i d _ a u t o r = 2 & i d _
utente=&caso=ar� gos e acessado em 28/05/2019.) 
Seja como for o ambiente bíblico é campo fértil para investigações. 
Afi nal, a Bíblia não descreve com detalhes exatos os ambientes de seus 
personagens. Ela fornece indicativos de como a história da salvação 
estava se ‘processando’ aos olhos do escritor. E, neste caso, a Arqueologia, 
se encarrega de trazer mais informação para o entendimento acerca dos 
relatos, tais como: estilo de vida do personagem, seu comportamento, 
suas ideias, seus pertences, etc. A Arqueologia não é a prova da confi ança 
(ou fé) que o leitor tem no texto bíblico, ela é a evidência das pessoas que 
63Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
viveram naquele espaço e tempo mencionado pelo texto bíblico – e estas 
informações são geradas por causa dos materiais encontrados. Isto se 
torna mais claro, nas seguintes palavras de Andrew S. Kulikovsky: 
Ao estudar a Bíblia, essa informação pode ser de grande 
valor. Cria um ambiente para os eventos descritos, 
permitindo ao estudante apreciar plenamente o 
signifi cado do que um personagem da Bíblia disse 
e fez. O aluno pode entender melhor o que o evento 
signifi cou para as pessoas daquele tempo e o impacto 
que ele teve sobre elas. A arqueologia também pode 
adicionar realidade ao evento. Por exemplo, Cristo foi 
até a piscina de Bethesda, onde um homem estava 
esperando ali para ser curado por 38 anos. Cristo disse 
a ele que se levantasse, pegasse sua esteira e andasse. 
O homem fez isso e andou (João 5: 1-9). A localização 
do Poço de Bethesda foi identifi cada e o Poço foi 
escavado. Ser capaz de ver este lugar, permite que o 
estudante da Bíblia construa uma imagem melhor e 
mais completa do evento (KULIKOVSKY, 1994)
Concluindo este tópico, a relevância da Arqueologia se dá como 
testificadora do conteúdo bíblico já apresentado, pois confi rma o 
fundo histórico mencionado pelos textos. Ela associa-se, portanto, 
à Literatura e à História narradas na Bíblia, seja para confi rmar e/ou 
alterar os dados. O fato é que a grande contribuição da Arqueologia para 
a Bíblia é que ela colabora para o processo de construção do sentido e 
signifi cado do texto, inclusive salientando os hábitos, comportamentos 
e costumes dos povos antigos. 
As questões geográfi cas são as que mais elucidam casos de famílias, 
como por exemplo a divisão dos pastores de Abraão e Ló (Gn 13), da 
mesma forma que entre Jacó com os de Labão (Gênesis, capítulos 29 
a 31). Nas questões cronológicas, a Arqueologia periodiza o estudo da 
Palestina Bíblica em vários períodos arqueológicos. No quadro abaixo, 
verifi ca-se a tabela construída pelo Manual Bíblico Vida Nova intitulada 
“Períodos Arqueológicos da Palestina” (2001, p. 66-68).
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA64
Saiba mais!!! Períodos Arqueológicos na Palestina Bíblica 
65Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
 Norman K. Gottwald situa o início da história bíblica no período do Bronze 
Antigo (BA, por volta de 2600 a 2300 a.C.) com a referência ao Período 
dos Patriarcas e fi naliza-se no período Islamítico (por volta de 636 d.C.). 
Todos esses períodos são das regiões da Palestina Bíblica. E, sendo 
assim, a Arqueologia Bíblica vem sempre trazer contribuição para as 
demais disciplinas que trabalham com a interpretação (Hermenêutica 
e Exegese) dos textos bíblicos e, principalmente, as que ajudam no 
cumprimento da missão e ministério de ensino, formação de líderes e 
evangelização. 
Vale a pena ler um pouco mais sobre a 
Arqueologia da Palestina com os olhos do 
estudioso bíblico Gottwald. Este estudo 
realizado sobre a visão socioliterária à 
Bíblia Hebraica demorou cerca de dez 
anos. A seguir, compartilha-se um breve 
resumo: 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA66
67Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
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69Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Exercício de aplicação
No decorrer do tópico 2, foram indicados vários argumentos para 
demonstrar a relevância da Arqueologia para o mundo cristão. Em 
algum momento destacou-se a seguinte afi rmação:
A Arqueologia não é a prova da confi ança (ou fé) que o leitor 
tem no texto bíblico, ela é a evidência das pessoas que viveram 
naquele espaço e tempo mencionado pelo texto bíblico – e estas 
informações são geradas por causa dos materiais encontrados.
Entretanto, o próprio apóstolo Paulo afi rmou que a fé é construída 
pelo ouvir da Palavra de Deus (Rm 10:17). Diante disto, uma 
excelente pastoral para a comunidade cristã é aquela que ressalta 
tanto a importância do estudo arqueológico para a interpretação de 
textos bíblicos quanto para o desenvolvimento da fé (entenda-se 
condução à maturidade) do(a) indivíduo cristão. Sendo assim, qual 
das pastorais abaixo deve ser tomada como a que traz coerência à 
vida do(a) indivíduo e da comunidade:
a. ( ) A fé é um dom (Ef 2:8-9) e, desta forma, não existe contribuição 
fora desta realidade. Portanto, a Arqueologia não dá sentido à fé 
e não contribui para o seu entendimento. Afi nal, qualquer ciência, 
ainda que tenha boas intenções mas que chega a contradizer 
alguma passagem bíblica, é anti-reino e não merece crédito de 
validade da verdade. 
b. ( ) A fé deve ser compreendida à luz da ação do Espírito Santo 
sobre a pessoa, direcionando-a para a construção da Verdade, que 
é tanto Jesus Cristo como a Palavra. Neste caso, as ciências devem 
ser avaliadas pelo critério da fé, ou seja, pela ação do Espírito Santo. 
c. ( ) Há uma dimensão da fé que exige a compreensão acerca dos 
mistérios de Deus. Foi exatamente o que Anselmo de Cantuária 
fez no século XII e outros reformadores recuperaram-na depois 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA70
(século XVI), ou seja, a fi des quaerens intellectum – a fé em busca 
de entendimento. Neste caso, os achados arqueológicos podem 
trazer signifi cado para certas passagens bíblicas envoltas em 
costumes culturais.
d. ( ) A fé é sufi ciente para resolver as questões de interpretação 
bíblica. O(a) indivíduo, ao utilizar-se de argumentos extra-bíblicos 
e eclesiásticos, faz com que a fé deixa de ser a convicção em 
princípios divinos e passa a ser argumentos humanos. 
e. ( ) A fé é como um grão de mostarda, logo a ciência é como uma 
biblioteca. Nesta comparação, a Arqueologia é descartada porque 
não há como inserir no local da biblioteca todos os materiais de 
consulta arqueológica. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
3. OS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS BÍBLICOS
Há atualmente muitos sítios arqueológicos em constantes trabalhos 
de descobertas, escavações e catalogação referente às descrições, 
localizações e aglomerações da presença dos povos (cidades, vilas, 
montes, impérios, etc) mencionados na Bíblia. Todos estes sítios são 
fontes de investigação e de metodologias científi cas, cuja fi nalidade 
é dar provas da evidência do comportamento humano em convívios 
sociais antigos. Diz-se científi co porque a tarefa do arqueólogo é bem 
complexa durante o processo de certifi cação, tanto do sítio como dos 
procedimentos envolvidos na análise dos objetos encontrados. 
Para ajudá-lo(la) a compreender esta metodologia arqueológica, é 
conveniente ressaltar que qualquer área do conhecimento (disciplina e/
ou ciência) utilizada para certifi car a verdade bíblica é muito bem vinda. 
Todavia, o resultado desta investigação é sempre confrontada com a 
construção hermenêutica já feita ao longo da história do povo de Deus. Isto 
71Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
não quer dizer que a interpretação de um texto bíblica possa diferenciar-
se com as novas descobertas, mas sim de que ele será tecnicamente 
relido (ou atualizado). Por isto, recomenda-se ao(à) aluno(a) interessado 
em estudos bíblicos que considere os procedimentos e metodologias 
científi cas da Arqueologia como algo sério, cauteloso e altamente 
responsável. 
A Metodologia Arqueologia engloba dois procedimentos quanto ao 
sítio localizado: (a) Procedimentos Preliminares e os (b) Procedimentos 
no Sítio. Os Procedimentos Preliminares referem-se à identifi cação do 
espaço e/ou área que será escavada (trabalhada) pelos arqueólogos e 
assistentes. Trata-se da demarcação e defi nição da área (topográfi ca), 
podendo ser de áreas já defi nidas e que vão ter a continuidade das 
escavações, como também de novas áreas ainda não escavadas. 
Nestes procedimentos estão envolvidos o levantamento de fundos que 
irão apoiar e sustentar os empreendimentos de escavação, os recursos 
humanos e as possíveis instituições interessadas. Na Inglaterra, por 
exemplo, há instituições que fazem seleções de voluntários para o 
trabalho arqueológico em épocas de recesso e/ou viagens a sítios 
arqueológicos de referência bíblica, em sua maioria no atual Estado de 
Israel. Os estudantes são convidados a participarem do empreendimento 
como atividades de estágio supervisionado e/ou atividades específi cas 
de arqueologia. Este esquema de aprendizado é custeado pelos próprios 
alunos e demais instituições. Além deste serviço de escavação, há 
também a pesquisa de campo, que inclui a coleta de restos antigos, tais 
como: vidro, cerâmica e metal. 
Já os Procedimentos no Sítio são atividades estritamente técnicas, 
supervisionadas pelo profissional de Arqueologia. O espaço definido 
pelos procedimentos preliminares é agora subdividido em quadrículos de 
5 x 5 metros cada. Neste momento, o arqueólogo utilizada uma picareta 
e uma colher de pedreiro para perfurar o chão e colher os fragmentos. O 
material é colocado em um balde e catalogado. Após este procedimento, 
envia-se todo o material para análise, em cujos momentos constatam-se 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA72
a identificação de colunas, argilas, cor, textura etc. Cada procedimento 
desta quadrícula é fotografada, filmada e, atualmente,escaneada 
digitalmente para posterior arquivamento. Os materiais encontrados e 
considerados evidência de presença humana são direcionados para a 
análise técnica e para os procedimentos analíticos especializados. 
Após estes dois procedimentos realizados, a equipe de coordenação 
dos estudos no sítio arqueológico precisa direcionar os avanços dos 
materiais coletados de acordo com seis tipos de análises que pertencem 
à assim chamada Análise Técnica da Metodologia Arqueológica. A 
seguir, serão apresentadas os tipos de análises e, quando possível, 
algumas atualizações de webpages para pesquisa e também de assuntos 
relacionados à análise em língua portuguesa e contexto brasileiro. De 
acordo com o Manual Bíblico Vida Nova (2001, p. 97) as análises são:
1. Análise Numismática 
A presença de moedas no lugar 
pode ajudar a datar as camadas 
em que são encontradas. A 
camada ou estrato não pode 
ser atribuída a datas mais 
antigas do que as das moedas 
ali encontradas. As moedas 
começaram a ser usadas na Ásia 
Menor pelos lídios por volta de 
650 a.C. 
Didracma de Tiro de 332 a 275 
a.C.
Acesse este site para compreender acerca do uso de moedas na época 
bíblica - h� ps://collectgram.com/blog/moedas-dos-tempos-de-jesus/
73Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
2. Análise Osteológica
Todos os restos de esqueletos 
humanos encontrados nos 
túmulos do sítio ou em 
residências são escavados, 
conservados, identifi cados 
e analisados em termos de 
idade, sexo, alimentação e 
anormalidades patológicas. Esse 
é o trabalho de um antropólogo, de preferência com mestrado. Algumas 
escavações também contratam zoólogos para fazer a mesma análise 
dos restos de animais. 
O site abaixo te indicará um excelente estudo multidisciplinar (Arqueologia 
e Antropologia). https://www.riportico.com/Servicos/info.php?id=23 
3. Análise Etnoarqueológica
As pessoas que atualmente vivem 
em torno do lugar são estudadas, 
e se fazem comparações entre 
os resultados desse estudo e a 
informação cultural obtida das 
antigas camadas e/ou estratos 
do sítio. 
O link a seguir te direcionará 
ao exemplo de um estudo 
etnográfi co, realizado por um pesquisador da USP. É apenas para dar 
uma ideia sobre a relevância deste tipo de análise. 
Esta dissertação apresenta o estudo arqueológico e etnoarqueológico 
dos conjuntos cerâmicos provenientes de sítios arqueológicos históricos 
- Tacaimbó 1 e Tacaimbó 2 - e dos conjuntos cerâmicos etnográfi cos 
produzidos em comunidades locais, ambos do Agreste Central 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA74
Pernambucano. Adotando uma abordagem etnoarqueológica para 
a análise de sítios arqueológicos históricos, através de perspectivas 
descolonizadas e multivocais, discutimos o papel do arqueólogo 
na valorização dos conhecimentos tradicionais. Esta valorização é 
fundamental para a construção das identidades locais e para a elaboração 
de narrativas históricas alternativas que incluam estas populações 
historicamente marginalizadas. Concluindo, a partir da análise tecnológica 
dos conjuntos cerâmicos arqueológicos e etnográfi cos elaboramos uma 
matriz de correlatos para artefatos cerâmicos de produção local/regional, 
contribuindo para a caracterização dos mesmos e para as discussões 
arqueológicas sobre variabilidade artefatual.
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-15012013-
171253/pt-br.php
4. Análise do Solo
Amostras sistemáticas da 
terra de áreas onde se vivia 
e do cemitério do lugar são 
analisadas para ajudar a 
determinar a concentração 
de pessoas e animais no sítio 
e para identifi car o tipo de 
comida consumida por eles. A 
terra é peneirada para separar 
sementes carbonizadas e 
outras partículas, e às vezes tratada quimicamente para determinar o teor 
alcalino e ácido do solo, o que também fornece pistas sobre a concentração 
de pessoas e animais. 
O link abaixo te direciona para o Instituto de Arqueologia Brasileira cujos 
trabalhos são grandiosos sobre o estudo do solo brasileiro. 
http://www.arqueologia-iab.com.br/page/arqueologia
75Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
5. Análise da Cerâmica
Depois que a cerâmica é deixada de 
molho, lavada e secada ao sol, ela é 
“lida” (isto é, fazem-se julgamentos 
críticos quanto ao período cronológico 
em que o vaso foi feito e esteve em 
uso). Todos os utensílios inteiros ou 
em bom estado são guardados,bem 
como aqueles cujos pedaços (“cacos”) 
têm bordas, bases, alãs, textura da 
argila, decoração de superfície ou pinturas características diferentes. Essas 
peças são registradas, desenhadas e fotografadas para estudos posteriores. 
O link abaixo é do Instituto Chico Mendes em cuja pesquisa comenta-se 
a respeito do valor arqueológico de jericoacoara
http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/8926-
pesquisa-realca-valor-arqueologico-de-jericoacoara
Procedimentos Analíticos
Especializados
Relacionados com o estudo de objetos, 
ossos, carvão e pedras. São eles: 
Dendrocronologia: datação baseada no 
crescimento dos anéis na madeira das 
árvores. 
Radiocarbono (carbono 14): datação 
baseada no nível de resíduo de carbono 
14 na peça, hoje conhecida como 
radiocronometria.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA76
Postássio-argônio: datação de um 
mineral baseado no nível de redução 
do potássio original.
Termoluminescência: datação de 
cerâmica baseado na energia radioativa 
acumulada na cerâmica desde o dia 
em que foi queimada no forno. 
Busca de fi ssuras: datação com um 
microscópio de elétrons para registrar 
a concentração de fi ssuras fósseis 
no vidro natural e no vidro feito pelo 
homem e em outros materiais. 
A r q u e o m a g n e s t i s m o : d a t a ç ã o 
medindo a intensidade do campo 
magnético da terra contida nos objetos 
de argila na época em que esfriaram 
depois de queimadas ao forno.
Flourine: datação relativa de ossos em 
que se mede o fl ourine absorvido da 
terra pelo osso, comparando-se esse 
nível com o encontrado em outros 
ossos na mesma área (não usado para 
datação absoluta).
77Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Teste radiométrico: datação relativa 
de ossos ou de outros objetos baseada 
na quantidade de urânio presente (não 
usado para datação absoluta). 
Conteúdo de colágeno: datação relativa 
de ossos pela quantidade de colágeno 
presente (isso envolve a mediação do 
conteúdo de nitrogênio do osso). 
Análise de pólen (palinologia): análise 
de grãos de pólen em relação ao solo 
e ao ambiente do qual foram extraídos 
(nível de acidez do solo, arizdez do 
clima, etc.). 
Dependendo do custo e da aplicabilidade, podem-se empregar outras 
técnicas como análise termal de nêutrons de metais, análise de ativação 
de nêutrons e espectroscopia de fl uorescência com raios-X. 
Atualmente, os grandes sítios arqueológicos continuam sendo locais de 
intensas pesquisas e, em alguns casos, de ampliações dos quadrantes do 
sítio. As recentes descobertas têm promovido a atualização dos atuais 
sítios e inserido as relações dos achados em arquivos arqueológicos que 
tratam exclusivamente de interesse e estudo da Bíblia. Há, pelo menos, 20 
grandes sítios dentro do Estado de Israel, 4 no território da Transjordânia 
e 6 sítios de referências na antiga Ásia Menor e Grécia. Os sítios em 
Israel subdividem-se em vários outros menores, chegando ao número de 
acima de 200 lugares de escavações. Muitos deles, inclusive, localizados 
nas montanhas. Os sítios da Transjordânia são os mencionados na Bíblia 
da região de Decápolis (Mc 7:31), Gerasa (Galileia), Pela (lado oriental do 
rio Jordão) e Petra (sul da Transjordânia). E os sítios fora da Palestina e 
Transjordânia referem-se às cidades de Éfeso, Pérgamo, Sardes, Filipos, 
Atenas e Corinto. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA78
Assista ao vídeo: A Cidade Oculta de Petra
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=UVrcQi51SSQ
Duração: 45m57s
Este vídeo é narrado em língua portuguesa com o sotaque de Portugal. 
Excelente documentário.
Exercício de aplicação
Você assistiuao vídeo A cidade oculta de Petra e, uma vez 
considerado o documentário sobre esta descoberta, pode-se 
afi rmar categoricamente que a cidade de Petra é:
a. ( ) um achado arqueológico de uma cidade com vários monumentos 
esculpidos em pedra.
b. ( ) um amontoado de ruínas que, após a identifi cação das partes, os 
arqueólogos remontaram a cidade em sua formação original. 
c. ( ) uma construção feita em rocha e pintadas ao estilo egípcio
d. ( ) um sítio arqueológico escavado pelos soldados romanos, por 
causa do imperador Adriano. 
e. ( ) uma cidade cristã construída como refúgio por causa do império 
grego. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
Dentre os sítios de arqueologia bíblica mais conhecidos, destacam-se: 
Ebla, tell Mardic, no norte da Síria. “Em 1970, os escavadores encontraram 
entre quinze placas e fragmentos da seção dos arquivos reais da antiga 
Ebla (2600 a 2300 a.C.). Não é mencionada na Bíblia, mas teve importância 
internacional no terceiro milênio a.C.” (2001, p. 96). 
Tell/Daba, no leste do delta do Nilo. As escavações ali são importantes 
para relacionar a cronologia egípcia com a antiga cronologia israelita. Tal 
achado refere-se a Ramessés da Bíblia (Ex 1:11). 
79Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Jericó, Ai, Hesbom. Os resultados das escavações têm relação com o 
problema da data da conquista de Canaã por Israel, e as respectivas 
cidades. 
Arade. Cidade localizada a oeste do Mar Morto, que na escavação entre 
1960 e 1970 confi rmou-se uma das cidades conquistadas por Josué. (Jz 
12:14; Nm 21:1,33,40). 
Berseba. Fica à margem norte do Neguebe. Ali foram encontrados objetos 
calcolíticos que confi rmaram práticas religiosas israelitas. 
Dã. Localizada no norte da Galileia, também chamada por Laís (Jz 18:29). 
Nela foi encontrada a pedra que menciona o culto ao “deus de Dã” (Am 
8:14)
Deir Alla, Sucote, vale do Jordão. Foi habitada por humanos, pois foram 
encontrados objetos fundidos de ferro e bronze. 
Gezer. Cidade que revela vestígios de habitação israelita até o período do 
Império Romano. Foram encontrados o ‘portão sul’, datado de 1600 a.C., 
uma grande torre, calendário agrícola com letras hebraicas antigas. 
Hazor. Neste sítio foram encontrados templos cananeus do período do 
Bronze Tardio, e um sistema de água subterrâneo. 
Laquis. Esta cidade foi fortifi cada por Roboão. Nas escavações, 
encontraram camadas que datam cerca de 8000 a.C., quando as pessoas 
moravam em cavernas. Já no período da História de Israel, foram 
encontrados selos hebraicos, pesos, alças de vasos, além de dezoito 
óstracas (cerâmicas com informações escritas em hebraico). 
Megido. Fica no sopé do Monte Carmelo, onde foi encontrada uma placa 
em escrita cuneiforme que continha o poema da Epopeia de Gilgamesh e 
vários outros objetos. Em Megido exisita o aqueduto (transporte natural 
de água). Muitas cerâmicas foram encontradas caracterizando Megido 
como uma cidade dominada pelos assírios. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA80
Sarepta. Cidade fenícia pertencente a Sidom. Sítio que ainda encontra-se em 
escavações mais profundas. Mencionada na Bíblia em 1 Reis 17:8-28 quando 
Elias encontrou-se com a viúva, e também em Obadias 20 e em Lucas 4:26. 
Jerusalém. Vários túneis e ruínas de terraços de pedra e casas foram 
escavadas, revelando vários períodos históricos. No Antigo Testamento, 
a fonte mais eloquente é o próprio monte em que a cidade foi construída, 
projetando-se mais a construção do Templo e do Palácio. E na época do 
Novo Testamento, o palácio de Herodes, as escadarias e as modernas 
escavações de Betesda, os mosaicos de Medeba, os túmulos do vale de 
Cedrom, as modernas igrejas (Santo Sepulcro, Nova, tanque de Siloé e 
Mãe de todas as Igrejas). 
Qumram. É um importante sítio arqueológico na margem noroeste do Mar 
Morto. Abrigava os essênios (veja mais informações sobre este grupo 
social, na seção Saiba Mais), que retornaram à região por volta do século 4 
a.C. e fi caram até 68 d.C., quando esconderam seus escritos nas cavernas. 
Assista ao vídeo: Os Essênios e os Escritos do Mar Morto
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=uK-14Bx2Sss
Duração: 4m47s
Belém. Há um aqueduto nesta cidade, mas sua relevância arqueológica 
deu-se por causa das construções ordenadas pelo imperador romano 
Justiniano (século 6), inclusive a famosa Igreja da natividade, construída 
sobre a caverna em que Jesus nasceu, e próximo dali menciona-se o 
túmulo de Raquel. 
Bete-Seã/Citópolis. Sítio localizado na extremidade oriental do vale de 
Jezreel, perto do rio Jordão. As escavações revelaram ruínas do império 
grego e romano, tanto de estilos romanos como bizantinos. Também 
foram identifi cadas colunas de teatro, anfi teatro, casas de banho, 
calcadas com motivos bizantinos, fontes de água e sinagogas. 
Cesareia Marítima. Diferente da Cesareia de Filipe, localizada-se próxima 
81Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
ao Mar Mediterrâneo, cerca de 20 quilômetros do Monte Carmelo. Com 
as escavações, revelaram-se um teatro romano, uma série de depósitos e 
restos do porto de Herodes, um aqueduto elevado e uma pedra que fazia 
referência a Pilatos. 
Cafarnaum. Nesta cidade encontrou-se as ruínas de uma sinagoga, feita 
de pedra calcária branca, galerias superiores, com três portas, além de 
salões e colunas. 
Genesaré. Referência ao grande lago no qual encontrou-se um restos de 
um pequeno barco com a popa arredondada, datando do século 1. 
Saiba mais!!!
QUEM ERAM OS ESSÊNIOS
Acesso em 25/05/2019 e disponível em: 
h� ps://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-eram-os-essenios/
Eram adeptos de uma seita judaica que existiu na Palestina, no 
Oriente Médio, entre os séculos 2 a.C. e 1 d.C. Os essênios viviam 
afastados da sociedade, no deserto, concentrados em estudar 
o Torá – escrituras sagradas para os judeus e que formam os 
primeiros cinco livros do Antigo Testamento -, jejuar, rezar e realizar 
rituais de purifi cação, numa espécie de comunismo primitivo, 
no qual todos os bens eram de propriedade coletiva. Em suas 
sociedades, que em geral excluíam mulheres, eles observavam 
rigorosamente os mandamentos de Moisés e obedeciam a uma 
estrita regra de disciplina, codifi cada em manuscritos, que regulava 
todos os detalhes da vida diária.
O surgimento da seita ocorreu numa época em que a classe alta 
de Jerusalém, na Palestina, estava sob forte infl uência da cultura 
grega – racional e pagã. Uma das conseqüências da infl uência foi o 
afastamento entre o governo judeu local e alguns grupos religiosos, 
que pregavam a defesa de costumes mais tradicionais desse povo.
“Após 142 a.C., cresceu a tendência de separação entre os judeus. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA82
Os essênios, então, retiraram-se para o deserto ou áreas onde 
pudessem observar rigidamente os mandamentos de Moisés”, diz 
o teólogo Rafael Rodrigues da Silva, da PUC-SP. As semelhanças 
entre certos rituais dos essênios e rituais dos primeiros cristãos, 
como batismo e comunhão, há muito tempo geram um grande 
debate entre os historiadores. Alguns acreditam que João Batista 
foi um essênio e há até quem suponha que Jesus Cristo teve 
contato com o grupo.
Quem defende essas teorias lembra que as palavras essenoi, em grego, 
e esseni, em latim, são traduzidas como “aqueles que curam”, o que 
seria uma referência a atividades parecidas aos milagres atribuídos 
a Jesus. No fi nal da década de 1940, a descoberta de centenas de 
manuscritos atribuídos aos essênios, em cavernas na região do mar 
Morto, despertou a esperança de que o material pudesse confi rmar 
fi nalmente a ligação entre a seita e os primeiros cristãos.
Após décadas de trabalho e controvérsias, a tradução integral dos 
manuscritos do mar Morto foi completada em 2002, mas não havia 
nenhuma referência direta a Jesus, João Batista ou aos primeiros 
cristãos. Os essênios provavelmente foram exterminados pelos 
romanos, ou obrigados a deixar suas comunidades e fugir para 
salvar suas vidas, por volta doano 68 d.C.
Parque Nacional da Serra da Capivara — São Raimundo Nonato (Piauí)
O Parque Nacional da Serra da Capivara 
é a área de maior concentração de sítios 
arqueológicos do continente americano, 
além de conter a maior quantidade 
de pinturas rupestres do mundo. 
Os artefatos encontrados no local 
apresentam vestígios de ter mais de 50 
mil anos de idade.
83Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Parque Nacional do Catimbau — Buíque, Tupanatinga e Ibimirim 
(Pernambuco) 
O Parque Nacional do Catimbau abriga 
30 sítios arqueológicos, sendo o segundo 
maior parque arqueológico do Brasil. 
Contém diversas pinturas rupestres, com 
diferentes técnicas e estilos de pintura.
Parque Arqueológico do Solstício — Calçoene (Amapá)
Além de pinturas rupestres, o Parque 
Arqueológico do Solstício abriga um 
curioso círculo megalítico constituído por 
127 rochas dispostas em formato circular, 
no topo de uma colina. Estima-se que esse 
círculo tenha entre 500 e 2 mil anos.
Sítio Arqueológico Pedra Pintada — Pacaraima (Roraima)
Contém diversos itens da pré-história 
brasileira, como pinturas rupestres, 
pedaços de cerâmica, ferramentas e 
outros artefatos. Abriga, ainda, diversas 
cavernas funerárias. Nas paredes 
externas do monólito de granito, existem 
pinturas rupestres vermelhas que até 
hoje são consideradas um enigma para 
os cientistas.
Sítio Arqueológico São João Batista — Entre-Ijuís (Rio Grande do Sul)
Guarda ruínas remanescentes da época 
das missões jesuítas, abrigando restos 
da estrutura de um cemitério, igreja e 
colégio, além de estradas e barragens 
históricas.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA84
Sítio Arqueológico do Lajedo de Soledade — Apodi (Rio Grande do Norte)
Quase todos os trabalhos 
realizados neste sítio arqueológico 
são direcionados para estudo de 
pinturas rupestres dos povos que 
viviam nesta região.
Exercício de aplicação
O texto a seguir refere-se aos principais sítios arqueológicos 
do Brasil. Há muitos outros, todavia os seis abaixo dão uma 
noção quão importante o estudo arqueológico revela sobre nossos 
antepassados. 
PRINCIPAIS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DO BRASIL
Acessado em 25/05/2019 e disponível em:
https://www.adventureclub.com.br/blog/curiosidades/quais-sao-os-
principais-si� os-arqueologicos-do-brasil/
Por muitos anos, em solo brasileiro, as igrejas cristãs protestantes 
faziam o lançamento da “pedra fundamental”, ou seja, realizavam 
um culto em cujo momento assentava-se um simples tijolo e/
ou fazia-se a concretagem dos alicerces de fundação. E, neste 
ambiente litúrgico e ritualístico, costumava-se enterrar junto com 
o concreto dos alicerces e/ou com o contrapiso uma pequena 
caixa de madeira com uma Bíblia e a Ata que continha a decisão 
em ‘construir a igreja’ com o nome dos presentes e respectivas 
assinaturas. Muitas igrejas entendiam este rito como sendo o 
símbolo de que a igreja era construída sob a Palavra de Deus e com 
o compromisso com a Igreja. Neste sentido, muitas construções 
de igrejas contêm informações de como os cristãos evidenciaram 
antecipadamente o entendimento acerca do comportamento 
humano de suas épocas. Há, inclusive, comentários em sites, 
blogues e redes sociais sobre esta prática cristã. 
85Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Do ponto de vista arqueológico, pode-se presumir que, em caso de 
destruição do templo de uma dessas igrejas e imediata escavação, 
a Ata e a Bíblia encontradas revelariam:
a. ( ) um grupo de pessoas preocupado com as celebrações 
e decisões políticas, sociais, econômicas e religiosas da 
comunidade. 
b. ( ) um grupo de pessoas formalmente graduadas em 
arquitetura, jornalismo, história e arqueologia.
c. ( ) um grupo de pessoas esteticamente voltada às construções 
civis e paisagistas. 
d. ( ) um grupo de pessoas cujo comportamento é o de esconder 
as decisões e, ao mesmo tempo, proteger os segredos religiosos.
e. ( ) um grupo de pessoas doutrinadas a interpretar as 
passagens bíblicas após quinhentos anos de existência. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
 Assista ao vídeo: Profi ssões: Arqueólogo
Disponível: h� ps://www.youtube.com/watch?v=jZhdBygroBc
Duração: 7m16s
Exercício de reflexão
A partir da exposição de Richelle, elabore uma pastoral cujo texto 
argumentativo conduza a comunidade para o desenvolvimento 
da fé, integrando as informações bíblicas com os achados 
arqueológicos? 
Matthieu Richelle, professor de Antigo Testamento, em seu livro 
A Bíblia e a Arqueologia (Vida Nova, 2017, p. 170) orienta-nos sobre 
a tomada de uma posição aberta, equilibrada e esclarecida sobre a 
relação entre Bíblia e Arqueologia: 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA86
De maneira geral, existem dois riscos para os 
crentes apegados à veracidade da Bíblia: por um 
lado, em um desastrado esforço apologético, 
buscar a todo preço provar o valor dela graças 
a descobertas (a Bíblia não precisa disso!); por 
outro lado, temer as descobertas e cair num 
obscurantismo que rejeita as difi culdades. Pode-
se acolher com gratidão, mas prudência, os 
achados que parecem corroborar o discurso 
bíblico e tomar conhecimento com serenidade 
das tensões apresentadas por outros. De maneira 
geral, a confrontação entre a Bíblia e a Arqueologia 
resulta em grande parte positiva para a primeira. 
Acesse o AVA para fazer o exercício (elaborar sua pastoral)!
Referências
ABREU NETO, Francisco de. Geografi a bíblica sistematizada. Uma 
abordagem histórico-geográfi ca da Terra Santa. Curitiba: AD Santos, 2015.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Referência Thompson. Tradução de João 
Ferreira de Almeida. Edição revista e corrigida. Compilado e redigido por 
Frank Charles Thompson. São Paulo: Vida, 1992.
DOCKERY, David S. (ed.). Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida 
Nova, 2001.
GOTTWALD, Norman K. Introdução socioliterária à Bíblia Hebraica. São 
Paulo: Paulinas, 1998. 
RICHELLE, Matthieu. A Bíblia e a Arqueologia. São Paulo: Vida Nova, 2017, 
p. 44-57; 101-127.
TRADUÇÃO ECUMÊNICA DA BÍBLIA. São Paulo: Loyola, 1994.
87Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
UNIDADE 3: TRIBALISMO
Introdução
A terceira unidade apresentará o primeiro estágio da história do povo de 
Deus. Refere-se amplamente ao período dos chefes de famílias, também 
denominado patriarcas. Trata-se das narrativas que vão desde o livro 
de Gênesis até o livro de Juízes, situados no Antigo Testamento. Esta 
unidade terá a preocupação de fornecer um guia de leitura sociológica aos 
estudantes, ou seja, perceber como este formato social (os patriarcas) 
serviu de liderança familiar, administrativa e religiosa. Acompanhando 
esta leitura sociológica, você também irá entender que o patriarca se 
torna um tipo de referência tribal, isto é, uma liderança cujo imaginário 
reúne debaixo de si vários patriarcas (ou simplesmente clãs). 
Assume-se aqui que o tribalismo é uma hermenêutica para o estudo dos 
livros do Pentateuco, Josué e Juízes, visto que os agrupamentos tribais 
descritos neles ganhavam a conotação de Confederação das Ligas 
Tribais (ou Unidade Patriarcal), cujo objetivo era manter viva a obediência 
à promessa abraâmica (Gn 12:1-4), ao ensino da identidade de povo de 
Deus (Ex 20:1-17), às prescrições de separação e do culto javista (Lv 16-
30); à observância à lei como instrução à plenitude de vida (Dt 1:5), à 
conquista da terra prometida (Js 1-12) e às lideranças do povo (Jz 2:16-
19). É relevante dizer que o hexateuco (livros do Pentateuco e de Josué) e 
o livro de Juízes não desistiram do estilo tribal de administração política, 
econômica e social, haja vista o sentido do sistema teocrático continuar 
sendo o imperativo para o povo de Deus. 
Nesta unidade, portanto a história a ser estudada será sobre as tribos de 
Israel. Por isto, recomenda-se que o(a) estudante leia os textos bíblicos 
que vão sendo recomendados durante as aulas. É uma maneira mais 
didática para obter uma visão panorâmica sobre o tribalismo. No entanto, 
o(a) estudante que não domina este conhecimento, não precisa se 
desesperar. Aos poucosesta lacuna será preenchida com as disciplinas 
de Bíblia II e Bíblia III, que irão comentar sobre a literatura do Antigo e 
Novo Testamentos. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA88
Por fi m, esta unidade irá reforçar o entendimento acerca da habitação de 
Deus no meio do povo. A princípio, o Tabernáculo será a morada de Deus 
que, através de seu Espírito, fará metaforicamente habitação através de 
uma coluna de fogo e uma nuvem. Neste sentido, vale afi rmar aqui que 
o Tribalismo ajudará o(a) estudante a compreender que o Deus revelado 
neste período se comunica muito através dos fenômenos naturais (as 
teofanias), bem como a relação entre a humanidade e Deus é uma 
manifestação dialógica (as epifanias). 
1. O nomadismo Hebreu
O ser humano é essencialmente sociável. Isto signifi ca dizer que ele precisa 
compreender-se dentro de um grupo de indivíduos semelhantes a si. A 
vida sociável é também um estilo de vida. Em tempos antigos, o convívio 
familiar e a relação entre os demais membros da família designavam 
as referências de comportamento, de hábito e de comunicação. As 
confi gurações desses itens indicavam os primeiros traços culturais dos 
povos antigos. 
No estudo bíblico, o Israel Antigo, isto é, o período tribal da formação 
étnica do povo de Deus, as relações dos grupos familiares deram-se pela 
fi gura do patriarca (do hebraico ‘abh [leia-se ‘av], que signifi ca pai). Neste 
sentido, os personagens Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, José, os Juízes 
são descritos como líderes familiares porque se tornaram chefes de 
aglomerados de outros líderes (clãs e tribos). Todos eles viveram uma 
vida em constante movimento geográfi co, permeada por viagens, busca 
de alimentos, água, pastagens e convivência com outros grupos sociais. 
Há, pelo menos, seis itens que caracterizaram o estilo de vida nômade do 
Israel Antigo. A primeira deles é o sentido da família para o próprio grupo. 
Gottwald (1986), em seu estudo sobre As Tribos de Iahweh pontuou ser 
necessário cerca de 25 a 50 pessoas para compor um grupo nômade, 
ou uma família). Abaixo de 25 pessoas, o grupo poderia ser aniquilado 
por outro grupo maior, ou até mesmo desaparecer naturalmente por 
causa das inserções em novos grupos. E um grupo acima de 50 pessoas 
89Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
poderia ter difi culdades para alimentar e provisionar o cuidado de todos. 
E era por questões culturais que o mais velho do grupo se tornava o chefe 
(ou líder) da tribo. Veja na sessão SAIBA MAIS uma pequena defi nição do 
substantivo hebraico rosh’, que quer dizer cabeça, líder, chefe, primeiro, 
topo, entre outros. 
Saiba mais!!!
O SENTIDO DE ROSH’ EM HEBRAICO
Há apenas uma tradução dos principais signifi cados deste termo, 
sem os termos em hebraico. O texto na íntegra pode ser acessado 
em: h� ps://www.academia.edu/19538951/A_Word_Study_on_the_
Hebrew_word_ROSH_
Estes são alguns dos signifi cados ilustrados:
1. (a) cabeça do ser humano; do ídolo; (b) cabeça de animais – 
especialmente animais para sacrifício (fi gurativo de dignidade 
relativa, poder e infl uência; em Deuteronômio 28:13 “E o Senhor 
fará de ti a cabeça, e não a cauda” – Bíblia KJV) 
2. (a) topo: de montanha; Colina; de pedras, penhascos; torre, 
fortaleza, escada, árvore, galho, mastro; de espigas de trigo, de 
pedra, cama, trono, tabernáculo ou seu muro; pilar; ponta ou fi m, 
de bastões, de cetro. (b) altura das estrelas;
3. (a) chefe (homem); b) chefe (cidade); (c) chefe (nação); (d) 
chefe (lugar, posição); (e) sacerdote principal; (f) chefe de família;
4. (a) frente, o lugar do líder; (b) do tempo, começo, da vigília 
noturna, desde o começo, primeiro de meses, em primeiro lugar; 
(c) das coisas, cabeças de rio.
5. chefe, melhor, melhor das especiarias; “ser o mais escolhido 
das alegrias”;
6. divisão do exército, empresa, banda. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA90
Obviamente os demais participantes da tribo, sob a liderança do patriarca, 
consistiam de membros também da própria família, desde tios, primos, 
netos, sobrinhos, fi lhos, esposas e concubinas. As designações de 
parentescos caracterizavam a unidade do clã (família). E, neste sentido, 
os chefes de clãs (famílias) tinham suas regras porque eram estritamente 
baseadas no convívio familiar. Cada unidade familiar era independente 
para a organização da própria convivência e subsistência da família, 
desde uma simples regra de alimentação e disciplina como também de 
tarefas braçais e de cuidado das criações e da terra. 
Basicamente, a diferença entre clã e tribo é simples. Uma família possui 
seu líder, o ‘abh (pai, patriarca). E, sendo uma única família, então há um 
clã (chefe de família), composto de aproximadamente 25 a 50 pessoas. 
Se, por razões culturais e lógicas, alguma família precisava se separar, tal 
como a família tornou-se tão grande que fi cou difícil de sustentar todos 
os membros, então fazia-se uma divisão. Quando dois irmãos (homens), 
por exemplo, decidiam-se casar com duas mulheres da mesma família, 
os dois poderiam unir-se para formar um novo clã. Todavia, o atual 
clã e o novo clã continuavam debaixo da liderança do primeiro clã. E, 
neste momento, então surgia o conceito de tribo. Ou seja, a tribo é o 
agrupamento de vários clãs formados sob a liderança de um patriarca. 
É interessante ainda dizer que, devido à riqueza semântica do estilo tribal 
do Israel Antigo, há várias palavras hebraicas que denotam a mudança da 
formação de grupos, tais como: 
a) Shēvet = pequena aldeia, com pouca força de austeridade. 
b) Maţţeh = tribo com ênfase na formação dos relacionamentos 
familiares 
c) Mishpahah = Tribo com formação gnômica (matriarcal) e concubinas 
d) ‘Eleph = Tribo com armamento para guerras e proteção
e) Beth Abh = Tribo em que o patriarca-mor habita
f) Bayith = Clã com famílias ampliadas
91Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
g) ‘Ammim = Tribos com membros de outros povos, miscigenadas 
h) Pellagoth = Subdivisão de uma grande tribo
i) Shevatim = A confederação das ligas tribais
Todavia, em todas elas, a ênfase na convivência familiar está presente. 
Neste sentido, um estudo acerca da estrutura familiar do Israel Antigo 
ajuda a compreender as questões sociais, econômicas, políticas e 
religiosas. 
Apenas para deleite, leia o Salmo 128, denominado uma família 
abençoada.
Temor de Deus e felicidade no lar
Cântico de romagem
1 Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor
e anda nos seus caminhos!
2 Do trabalho de tuas mãos comerás,
feliz serás, e tudo te irá bem.
3 Tua esposa, no interior de tua casa,
será como a videira frutífera;
teus fi lhos, como rebentos da oliveira,
à roda da tua mesa.
4 Eis como será abençoado o homem
que teme ao Senhor!
5 O Senhor te abençoe desde Sião,
para que vejas a prosperidade de Jerusalém
durante os dias de tua vida,
6 vejas os fi lhos de teus fi lhos. 
Paz sobre Israel!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA92
Exercício de fi xação 
Lendo o Salmo 128, conclui-se que o conteúdo é sobre a família 
do povo de Deus. A bênção sobre a unidade social é o modelo que 
resultará em prosperidade para toda a nação. Diante disto, das 
opções abaixo, a melhor que sintetiza a relevância da família no 
período tribal é: 
a. ( ) A família é o agrupamento social que caracterizou a 
estabilidade econômica e política do Israel Antigo. 
b. ( ) Os patriarcas abençoados que formaram o período tribal de 
Israel são: Abrão, Isaque e Jacó. 
c. ( ) Todo e qualquer cuidado dispensado à família prefi gura a 
prosperidade concedida a toda a nação. 
d. ( ) As famílias abençoadas são as que pertencem à família do 
Pai (beth abh), e não as que se subdividiram.
e. ( ) A bênção é para a cidade de Jerusalém, onde estava o 
palácio do rei, e não se refere às casas do povo de Deus. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
Veja agora um vídeo através do qual compreende-se a plantação de grãos 
como um dos elementos que explica a transição do nomadismo para a 
sedentarização. 
Assista ao vídeo: Do nomadismo à sedentarizaçãoDisponível em h� ps://www.youtube.com/watch?v=WrdS-JXToQI
Duração: 3m35s. 
O segundo item que caracteriza o estilo de vida nômade do Israel Antigo 
refere-se às posses ou pertences. Os patriarcas tinham uma vida muito 
simples, sem muitas estruturas elaboradas. Não possuíam casas, mas 
93Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
tendas; não tinham caminhões, mas burros; não congelavam carnes, mas 
salgavam-nas; enfi m, utilizavam-se dos produtos naturais, desde das 
frutas, raízes, grãos produzidos pela terra, como também dos animais, 
tanto para alimento como para vestimenta. Em épocas de deslocamentos 
(viagens) não podiam carregar equipamentos pesados. 
O material que mais tinha importância para o grupo nômade era a tenda, 
geralmente feita de pelos de cabra. Tinham ainda que carregar as traves 
de apoio, as estacas, as cordas e as cortinas. Ao fazer acampamento, 
a tenda era subdivida em alas menores com cortinas para agrupar o 
espaço dos homens e o das mulheres, além de dar um pouco de conforto, 
ou seja, a presença de um tapete de lã de carneiro, entre outros. Neste 
sentido, o material contido dentro da tenda, bem como a própria tenda, 
identifi cava a riqueza de um patriarca. Eis porque a tenda não podia ser 
escondida, pois ela já determinava a importância que o patriarca tinha 
sobre os demais clãs. 
Uma atividade que está bem ligada à permanência de pessoas no espaço 
da tenda é que ali se agrupavam todos os materiais e suprimentos de 
manutenção da vida do clã/tribo. Além do espaço de convivência familiar 
e de decisões, a tenda também era o depósito dos pertences valiosos, 
tais como: mantimentos, roupas, lãs, peles de animais, arco, fl echa, leite, 
óleo, fogo, vasilhas para reserva de outros alimentos, etc. E, no espaço do 
campo de pastoreio, homens e mulheres guardavam os rebanhos, pois o 
tamanho deste rebanho representava a provisão da tribo. Quanto maior o 
rebanho, maior a extensão da vigilância e proteção de animais. Além do 
leite, o rebanho fornecia carne, cornetas (chifres) ossos e lã, etc. 
A vida nômade baseava-se em trabalhos nos ambientes da tenda (cozinha 
e depósito), na terra (colheita de sementes, frutas, raízes, etc), no pasto 
(animais) e nos rios (pesca). Desta feita, em todos estes espaços, havia 
a produção e utilização de ferramentas apropriadas, tais como: colheres, 
facas, tigelas, moinhos, sacos, fl echas, lanças, armas, picaretas, bastões, 
pedras de corte, foices, enxadas, entre outros. Mais uma vez, a arqueologia 
bíblica é recheada com utensílios e artefatos deste período, indicando-
nos as variações de instrumentos tribais.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA94
Assista ao vídeo a seguir. Nele, você perceberá que o proponente tenta 
potencialmente utilizar-se de materiais primitivos, desde o utensílio 
cortante de madeiras até o perfurador do chão. É um vídeo que demonstra 
todos os processos de um plantio, colheita e cozimento. 
Assista ao vídeo: Primitive Technoogy: 
Sweet potato patch (Tecnologia primitive: canteiro de batata doce) 
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=TTcXhYHmOx8
Duração: 6m25s
O terceiro item diz respeito às atividades sociais do povo de Deus no período 
tribal. Na convivência tribal, tais atividades são totalmente comunitárias. 
Em algumas delas, os papéis femininos e masculinos são muito bem 
defi nidos. Os homens, geralmente, costumavam reunir-se para discussões 
mais importantes, desde para fazer relações com os ensinamentos 
dos antepassados como também decidir sobre acampar e/ou levantar 
acampamento em regiões geográfi cas mais estratégicas. Em alguns casos, 
montavam-se as tendas em regiões próximas às fontes de água e/ou campo 
de pastoreio, encostas de montanhas e próximas às árvores. 
As mulheres fi cavam com a responsabilidade de preparar os alimentos 
para alimentação de toda a tribo, além também de confeccionar as 
vestimentas para os membros do clã, cuidar e manter organizada a tenda 
e os pertences e outros afazeres domésticos. Uma vez que elas eram 
as fontes de perpetuação da tribo, a função primordial da mulher era 
procriar: dar à luz aos fi lhos (fertilidade) era condição importante para 
pertencimento ao grupo tribal, à perenidade do clã e à manutenção da 
representatividade dentro do grupo. Neste sentido, além de procriadora, a 
mulher era responsável também pela educação dos fi lhos até próximo aos 
doze anos deles, em cuja ocasião os meninos costumavam acompanhar 
os mais velhos ao trabalho no campo ou na terra, enquanto as meninas 
fi cavam sob vigilância das mães e demais mulheres idosas do clã. 
95Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Além disso, as tribos promoviam festas e convivências sociais com as 
demais tribos vizinhas. A hospitalidade era um critério de pacifi cação e 
política de diplomacia. Em alguns casos, a rivalidade entre as tribos tinha 
que ser contida, ou seja, um inimigo podia até ser preso por uma tribo, 
mas o nível de hospitalidade poderia por fi m à esta rivalidade, bem como 
resultar em relações duradouras de convívio pacífi co e harmonioso. Uma 
excelente passagem bíblica que registra esta situação é o retorno de 
Jacó para a planície do Jordão, em cuja ocasião ele deverá encontrar-
se com seu irmão Esaú (Gênesis 32-33). Neste episódio é visível uma 
comitiva sendo organizada como estratégia de guerra e genocídio tribal. 
Veja o vídeo, a seguir. 
No vídeo, você verá um desenho animado que demonstra claramente o 
embate entre dois clãs (Esaú e Jacó, irmãos e fi lhos de Isaque). Observe 
o roteiro do reencontro. 
Assista ao vídeo: Jacó e Esaú
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=ixopza0oufw
Duração: 4m21s
O quarto item responsável pelo período tribal do Antigo Israel comenta 
sobre os estilos de alimentação e o uso de recursos medicinais para a 
saúde dos membros da tribo. Basicamente, a dieta dos nômades era por 
meio de pão (trigo e cevada), frutas silvestres, leite e derivados (queijo 
e coalhada), peixe e carne. A panifi cação era rústica, isto é, a partir da 
trituração do trigo, obtinha-se a farinha, que era misturada com água 
e cozida em fogo. Há comentários que tal preparado em consistência 
semilíquida despejada em rochas aquecidas, produziam bolachões 
(pães fi nos) que, por sua vez, ajudava no apanhado de outros preparos 
alimentícios. 
Já as frutas eram colhidas segundo as estações de amadurecimento. Em 
regiões mais férteis, encontravam-se uvas cujo teor de açúcar contribuía 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA96
para a fermentação de sucos e bebidas. Acompanhada às frutas, havia 
as romãs e as tâmaras. As romãs eram bem utilizadas em produção de 
chás, condimentos e recursos terapêuticos. Na época, certamente o povo 
não conhecia os benefícios científi cos (fruta riquíssima em vitamina 
C, K, proteínas, ácido fólico, potássio e fi bras, além de possuir ação 
antioxidante e anti-infl amatória), mas sob orientação divina, utilizou-se 
dela para o consumo e dieta. Veja seção SAIBA MAIS sobre o signifi cado 
e símbolo da romã em contextos do mundo bíblico. 
Saiba mais: Romã
O texto na íntegra encontra-se disponível no link a seguir. Aqui, há 
somente o signifi cado para o judaísmo e cristianismo. 
Disponível em: h� ps://www.dicionariodesimbolos.com.br/roma/
Judaísmo
Note que a romã possui 613 sementes, tal qual os 613 mandamentos 
ou provérbios judaicos chamados de “Mitzvots”, presentes no livro 
sagrado, a Torá.
Dessa forma, na tradição judaica, no feriado chamado “Rosh 
Hashanah”, dia em que começa o ano judaico, é comum consumir 
romãs, símbolo de renovação, fertilidade e prosperidade.
Cristianismo
No Cristianismo, a romã simboliza a perfeição divina, o amor cristão 
e a virgindade de Maria, mãe de Jesus.
Fruto divino, na Bíblia, as romãs surgem em algumas passagens 
e estavam esculpidas no Templo de Salomão, em Jerusalém. Na 
tradição católica, a romã é consumida no Dia de Reis, 6 de janeiro.
As tâmaras eram comidas em natura e contribuía também para a dieta 
alimentar. Em secagem ao sol, eramisturada em farinha para produção 
97Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
de bolos e pães doces. De certa maneira, o fruto da oliveira, a azeitona, era 
rico em produção de óleo (azeite) com propriedades fenólicas. O azeite 
era usado como unguento antisséptico para as feridas, e, em natura, 
podia ser bebido para alívio de problemas intestinais e estomacais. Um 
excelente exemplo para demonstrar o processo de extração do óleo de 
azeite é a passagem de Mateus 26 e Marcos 14 nas quais confi gura-se o 
Jardim das Oliveiras, também chamado de Getsemani (prensa de olivas), 
para exemplifi car o período em que Jesus sentiu o ‘peso’ do pecado de 
toda a humanidade. Além das olivas, outros alimentos também faziam 
parte da dieta do povo primitivo, como o leite das ovelhas e cabras. 
O ambiente do deserto pode ser considerado o quinto elemento que 
faz parte do estilo de vida nômade do Israel Primitivo (ou Antigo). No 
tribalismo, o povo de Deus habitava diferentes espaços (ou regiões). 
E um deles era o deserto, em muitas vezes, árido, seco e sem muitas 
opções de produção de vida. Por isto, em sentido bíblico, uma extensão 
desértica com a existência de água potável, terras férteis, irrigáveis, de 
pastagens e presença de animais signifi cou o éden (paraíso, oásis). 
Neste sentido, os patriarcas entenderam esta terra (árida e desértica) 
como um dos espaços geográfi cos que eles também teriam que passar. 
As viagens ocasionais em terras desérticas são exemplos do povo de 
Deus em movimento, pois indicam as experiências de obediência a Deus, 
de confl itos e confrontos humanos, de punição e castigo, de privação e 
sobrevivência e de promessa. 
Considerando a região do Crescente Fértil (Mesopotâmia, Palestina e Egito), 
as projeções para além do traçado, são desérticas. Entre a Mesopotâmia 
e a Palestina, há o deserto da Arábia; e entre a Palestina e o Egito, há o 
deserto do Sinai. Entretanto, elas são recompensadas pelos rios férteis e 
de planícies cultiváveis. O povo de Deus era nômade porque conhecia as 
estações do período de abundância e estiagem em ambiente desértico – 
por isto explica-se o movimento de peregrinações (nomadismo). 
Na literatura sobre a vida no deserto, encontra-se o sábio nômade que 
literalmente interpreta os elementos que compõem o deserto como 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA98
fonte de vida. A chuva é uma delas. Para o estilo de vida tribal em 
peregrinação no deserto, a chuva é bênção que cai do céu para a sua 
família, seu rebanho, demais membros do clã, pois é símbolo (ou sinal) de 
sobrevivência. As viagens e peregrinações no deserto sempre estavam 
debaixo do comando de um patriarca, profundamente conhecedor das 
épocas de bênção no deserto.
Assista ao vídeo: Como conseguir água:
Regiões desérticas – Alambique Solar
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=VZDJT5CbBsI
Duração: 10m55s 
Por último, temos o item sobre a religião de um povo nômade. Para o povo 
de Israel Primitivo, a religião tribal é compreendida a partir do culto descrito 
nas passagens bíblicas. Em alguns momentos, o ajuntamento de algumas 
pedras e a construção de um pequeno altar exemplifi cava as práticas de 
sacrifício, culto e ofertas. No quadro, a seguir, há as representações de três 
tipos de culto (em pinturas clássicas e de animação) do período tribal de 
Israel. No primeiro quadro, Caim e Abel são representações de culto através 
de sacrifícios com elementos da natureza (animais e produtos agrícolas), 
contextualmente a oferta sendo oferecida como culto. Na segunda 
representação, o sacrifício de Isaque é em local sagrado, determinado por 
Deus: “em uma montanha nas terras de Moriá” (Gn 22:1), para exemplifi car 
que o culto a Deus não é feito com morte de humanos (já vimos isto na 
primeira unidade) . E, no último quadro, há a pintura do altar de sacrifícios 
na época do Tabernáculo, que representava a morada de Deus junto com o 
seu povo (um tipo de culto comunitário). 
99Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
 
 
Caim e Abel Abrão e o sacrifício de Isaque
O altar de sacrífi cos 
no tabernáculo
A princípio, a religião do Israel Tribal é permeada pela presença da natureza 
e a preservação da vida humana: alimentação, abrigo, trabalho, água, etc. 
Tais elementos encontrados na natureza produziam os imaginários da 
atuação de Deus sobre o povo: justiça, poder, amor, misericórdia, aliança, 
promessa, etc. Portanto, o povo tribal iniciou a compreensão acerca de 
um Deus Criador e Provedor, um ser que ama o seu povo e que caminha 
com ele em todas as direções e situações. 
2. A ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO TRIBAL EM ISRAEL 
O vídeo a seguir é sobre o Modo de Produção Tribal que, na teoria 
sociológica, o modo de produção refere-se à identifi cação das fontes de 
produção de um grupo social. No caso da História Primitiva de Israel, 
que vai de Gênesis a Juízes, diz-se respeito ao período do nomadismo e 
dos agrupamentos familiares e consequente divisão em tribos. No vídeo, 
há os elementos da produção e extração da natureza, comercialização 
entre as tribos pelo sistema de trocas de produtos e alinhamento com as 
relações familiares (casamentos, punições, diplomacias, etc). 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA100
Vídeo: Modo de Produção Tribal
Vídeo gravado pelo prof. Ênio Caldeira
Exercício de fi xação 
Leia, a seguir, o texto de Gênesis 29:15-28 cujo conteúdo é sobre o 
casamento de Jacó com Raquel. Observe como é feita a tratativa 
em uma sociedade tribal. 
O Casamento de Jacó
15 Já fazia um mês que Jacó estava na casa de Labão, 15 quando 
este lhe disse: “Só por ser meu parente você vai trabalhar de graça? 
Diga-me qual deve ser o seu salário”.
16 Ora, Labão tinha duas fi lhas; o nome da mais velha era Lia, e o 
da mais nova, Raquel. 17 Lia tinha olhos meigos[c], mas Raquel era 
bonita e atraente. 18 Como Jacó gostava muito de Raquel, disse: 
“Trabalharei sete anos em troca de Raquel, sua fi lha mais nova”.
19 Labão respondeu: “Será melhor dá-la a você do que a algum 
outro homem. Fique aqui comigo”. 20 Então Jacó trabalhou sete 
anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, pelo tanto que a 
amava.
21 Então disse Jacó a Labão: “Entregue-me a minha mulher. Cumpri 
o prazo previsto e quero deitar-me com ela”.
22 Então Labão reuniu todo o povo daquele lugar e deu uma festa. 
23 Mas quando a noite chegou, deu sua fi lha Lia a Jacó, e Jacó 
deitou-se com ela. 24 Labão também entregou sua serva Zilpa à 
sua fi lha, para que fi casse a serviço dela.
25 Quando chegou a manhã, lá estava Lia. Então Jacó disse a 
Labão: “Que foi que você me fez? Eu não trabalhei por Raquel? Por 
que você me enganou?”
101Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
26 Labão respondeu: “Aqui não é costume entregar em casamento 
a fi lha mais nova antes da mais velha. 27 Deixe passar esta semana 
de núpcias e lhe daremos também a mais nova, em troca de mais 
sete anos de trabalho”.
28 Jacó concordou. Passou aquela semana de núpcias com Lia, e 
Labão lhe deu sua fi lha Raquel por mulher. 29 Labão deu a Raquel 
sua serva Bila, para que fi casse a serviço dela. 30 Jacó deitou-se 
também com Raquel, que era a sua preferida. E trabalhou para 
Labão outros sete anos.
BÍBLIA NVI
Basicamente, esta sociedade adota estrategicamente o casamento 
como um acordo entre as famílias, um tipo de alinhamento a partir 
do qual decorrem-se os provimentos, os deveres, os direitos, a 
responsabilidade social comunitária (clã, tribo) e, principalmente, 
a função marido e mulher como elementos de uma nova unidade 
social: a família. O modelo é, portanto, de um sistema tribal, no qual 
o casamento é: 
a. ( ) uma relação socioeconômica entre familiares, com obrigações 
de pagamento por meio do trabalho.
b. ( ) uma condição social para a nova família, cujo consentimento 
para contrair núpcias é mediante o acordo feito entre o chefe do clã 
e o jovem noivo.
c. ( ) a união entre um homem e uma mulher, desde que respeitada 
a ordem das mulheres solteiras da família danoiva. 
d. ( ) a relação entre o chefe do clã e o novo membro agregado, 
pois o sustento da nova família é responsabilidade do pai da noiva. 
e. ( ) um símbolo religioso de perfeição, pois a união entre homem 
e mulher por sete anos representa a vontade de Deus. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA102
Saiba mais!!!
O Alambamento nos direitos africanos
O texto a seguir contém alguns trechos que sinalizam a diferença entre 
alambamento e dote, uma prática evidente em sociedades tribais. 
Veja o texto na íntegra, clicando aqui: h� p://www.fd.ulisboa.pt/wp-
content/uploads/2014/12/Moises-Mbambi-O-ALAMBAMENTO-NOS-
DIREITOS-AFRICANOS.pdf
Uma Portaria do então Governo-Geral da Colónia de Angola, de 22 
de Dezembro de 1948, caracteriza o alambamento como a prova do 
casamento (2)...
Note-se que os hebreus _ um povo prodigioso, cujas normas 
religiosas abalaram o mundo, e que manteve contactos notórios 
com o seu Deus, que é espiritual _ praticaram o alambamento desde 
tempos imemoriais (pois já era conhecido no tempo de Abraão), sob 
a designação de mahar que os hermeneutas europeus erradamente 
traduziram por dote, quando, na verdade, o dote signifi ca algo bem 
diverso do mahar...
Qual é a diferença existente entre os dois institutos? O mahar, ou 
o alambamento é o dinheiro dado pelo pretendente de noiva aos 
pais desta. Entre os hebreus, cifrava-se em 50 siclos de prata; entre 
os angolanos é variável, conforme a região, mas o valor médio do 
alambamento cifra-se em 100 dólares norte-americanos.
O dote dos ocidentais são os bens económicos que os pais da 
noiva lhe dão para a ajudar a ter alguma sufi ciência económica no 
seu novo lar. 
Por isso, os exegetas europeus, que traduziram a Bíblia Sagrada do 
hebraico para as línguas ocidentais, deverão retirar da sua Bíblia a 
palavra dote e substituí-la pela mesma palavra hebraica mahar, ou, 
então, imitar os angolanos, que chamam ao mahar alambamento...
103Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
No mahar dos hebreus, ou no alambamento dos africanos, 
não existe esta ideia da compra da mulher! A ideia que o mahar
(alambamento) contém é de uma prenda, um reconhecimento e 
gratidão, ou, e bem melhor, um prémio à noiva e seus pais, pelo seu 
bom comportamento e virtudes familiares. Não há, pois, nenhuma 
ideia mercantilista da compra da noiva. 
Há outras características de uma sociedade tribal, tais como a divisão 
de tarefas, a organização do trabalho produtivo e o fl uxo da produção 
e consumo de alimentos. O texto a seguir traz excelente colaboração 
para o entendimento acerca do sistema tribal, pois levemente há 
comparações com o sistema moderno (ou contemporâneo) de 
organização social do trabalho. É interessante também reforçar 
aqui que o conceito sobre trabalho, enfaticamente no Pentateuco, 
é compreendido como bênção de Deus, ou seja, a sociedade tribal 
enxerga a natureza como a provisão de Deus para suprir a criação. 
O trabalho na sociedade tribal
Para se analisar o trabalho dentro do âmbito da sociedade tribal é 
preciso que se deixe de lado todos os conceitos preestabelecidos 
em relação ao mesmo dentro da sociedade moderna, uma vez que 
essas duas sociedades não têm semelhanças em comum. Pois 
é perceptível que na sociedade tribal não existe uma hierarquia 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA104
ou separação do trabalho por classes sociais, mas apenas uma 
simples divisão de tarefas por sexo e idade, onde as mulheres 
fi cam responsáveis por cuidar dos fi lhos e da casa; as crianças 
pela colheita e plantio; e os homens pelo serviço mais “pesado” 
como a caça, pesca, guerra.
É de total relevância saber que a ideia do trabalho como algo 
separado das outras atividades da tribo não têm nenhum 
fundamento nessa sociedade, uma vez que todas as atividades 
produtivas não funcionam de forma isolada, mas está sempre 
ligada aos ritos, mitos, ao sistema de parentesco, às festas, às 
artes, enfi m, a toda a vida social, econômica, política e religiosa da 
mesma, pois para essa sociedade o trabalho separado de toda a 
sua cultura não têm nenhum valor ou importância.
Embora não haja uma divisão do trabalho isso não quer dizer 
que ela seja desorganizada ou que não tenha suas necessidades 
essenciais satisfeitas, muito pelo contrário, pois se dispõem não 
apenas de uma boa qualidade de vida (isto é, quando não se 
mantinha contato com o “mundo civilizado”), como uma pequena 
carga horária de trabalho que em média é 3 horas por dia, fazendo 
assim que ela seja caracterizada como “sociedades do lazer”, ou as 
primeiras “sociedades de abundância”.
Mas a explicação para o fato de os membros dessa sociedade 
trabalharem menos, está ligado a forma com que eles se relacionam 
com a natureza, pois através da observação eles conseguem 
defi nir o tempo correto do plantio, da colheita, além de conhecerem 
os animais e a forma como se reproduzem, podendo assim ser 
chamada de uma sociedade sustentável, pois consomem os 
recursos da natureza respeitando a sua ordem, e seu tempo e 
proporcionalmente a sua necessidade.
“Mas o que mais importa para essa sociedade é o sentido de 
unidade em todos os seus aspectos”
Disponível em: h� p://sociologia-ifma.blogspot.com/2012/04/o-
trabalho-na-sociedade-tribal.html
105Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Exercício de aplicação
Relendo o texto anterior, da Sessão SAIBA MAIS “O trabalho na 
sociedade tribal”, extraiu-se o seguinte parágrafo: 
É de total relevância saber que a ideia do trabalho como algo 
separado das outras atividades da tribo não têm nenhum 
fundamento nessa sociedade, uma vez que todas as atividades 
produtivas não funcionam de forma isolada, mas está sempre 
ligada aos ritos, mitos, ao sistema de parentesco, às festas, às 
artes, enfi m, a toda a vida social, econômica, política e religiosa 
da mesma, pois para essa sociedade o trabalho separado de 
toda a sua cultura não têm nenhum valor ou importância.
Seguindo esta diretriz sobre o trabalho comunitário, uma aplicação 
para o grupo social é melhor defi nida no seguinte texto bíblico: 
a. ( ) “Purifi ca-me com hissopo, e fi carei limpo; lava-me, e fi carei 
mais alvo do que a neve” (Sl 51:7, Bíblia ARA).
b. ( ) “Depois Arão virá à tenda da congregação, e despirá as 
vestes de linho, que havia vestido quando entrara no santuário, e 
ali as deixará” (Lv 16:23, Bíblia ACF).
c. ( ) “Se uma família for pequena demais para um animal inteiro, 
deve dividi-lo com seu vizinho mais próximo, conforme o número 
de pessoas e conforme o que cada um puder comer” (Ex 12:4, 
Bíblia NVI).
d. ( ) “Edifi cou ali um altar, e chamou ao lugar El-Betel; porque ali 
Deus se lhe tinha manifestado quando fugia da face de seu irmão” 
(Gn 35:7,Bíblia ARA)
e. ( ) “E a mulher de Ló olhou para trás e fi cou convertida numa 
estátua de sal” (Gn 19:26, Bíblia ARC).
Acesse o AVA para fazer o exercício!
O ano é provavelmente entre 1250 e 1200 a.C. e, seguindo as informações 
da literatura bíblica (Gn 12), Deus chama Abrão e lhe faz a promessa de 
daria uma terra abençoada. Como Abrão e demais membros da família 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA106
são nômades, tem-se a noção de que ele é um chefe de família, portanto 
um patriarca. A propósito, ‘Abh (leia-se ‘Av) signifi ca pai em hebraico; e 
‘Am é povo. Logo, ‘Abraham” signifi ca “o pai de muitos povos, nações”. 
Seguindo esta informação, os estudiosos do Antigo Testamento 
costumam afi rmar que “o período tribal durou aproximadamente 200 
anos, indo de 1250 a 1050 a.C.” 
Pela narrativa bíblica, que compreende os capítulos de Gênesis 12 a 50, 
o povo de Deus formado pelos fi lhos de Jacó desce para o Egito, a fi m 
de comprar alimentos. Devido às estratégias de dar uma lição aos seus 
irmãos, José, que havia sido vendido pelos próprios irmãos e se tornara 
também regente no Egito, revela-se para os seus irmãos e manda buscar 
seu pai e demais familiares da Palestina. No início da narrativa do livro 
Êxodo, reconhece-se que o povode Deus havia aumentado em número a 
ponto de se tornar uma ameaça para o governo egípcio. Mas, afi nal, qual 
é mesmo a origem do povo de Deus?
Há, pelo menos, duas fontes bíblicas (textuais) que devem ser tratadas. 
A primeira é a da chamada de Abraão e sua esposa Sara (Gênesis 12), 
dos quais nasce o jovem Isaque (Gn 21:1-7). Após a puberdade, Isaque 
casa-se com Rebeca e dá a luz aos gêmeos Esaú e Jacó (Gn 25:19-
27). E, a partir de Jacó, suas duas esposas (Lia e Raquel) e suas duas 
concubinas (Bila e Zilpa) doze fi lhos e uma fi lha foram gerados. Esta 
fonte é considerada a história da origem patriarcal do povo de Deus e, 
exemplarmente, quando o próprio Deus muda o nome de Jacó para Israel 
(do hebraico ‘Ish, que signifi ca homem e/ou príncipe, e ‘El, que signifi ca 
Deus), descrita em Gênesis 35:9 “Seu nome é Jacó, mas você não se 
chamará mais Jacó: seu nome será Israel”. 
Acesse o AVA e assista ao vídeo gravado pelo professor Ênio 
sobre Cultura
 A segunda fonte, também literária (textual), se encontra a partir do Livro de 
Êxodo, especifi camente sobre três grupos sociais. A seguir, cada um desses 
grupos sociais é apresentado, inclusive com a localização dos mapas. 
107Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
O primeiro grupo social refere-se 
aos pastores que habitavam a 
região de Gósen (ou Gessen). Há 
comentários que consideram esses 
habitantes como sendo o ‘povo da 
terra’ (os hapirus, que vieram mais 
tarde ser denominados hebreus), 
porque cuidavam de animais com 
pastos. Euclides M. Balancin diz 
que por volta de 1290-1224 a.C., o 
Faraó Ramsés II resolveu construir 
uma cidade e vários armazéns 
nesta região. E, para realizar tal 
obra, obrigou os hebreus a trabalhar 
com condições severas. 
É, pois, neste momento que a narrativa de Êxodo insere a história de 
Moisés para explicar a como o clamor do povo hebreu chegou até os 
ouvidos do Deus Eu Sou. 
Moisés, sendo um hebreu de nascimento, foi salvo das águas do Nilo
como determinado pelo decreto do Faraó para exterminar os hebreus do 
sexo masculino recém-nascidos. Sendo criado nos costumes egípcios, 
percorreu um tempo de formação e educação cultural e militar, através 
da qual tornou-o célebre, sábio e com autoridade sobre os demais 
egípcios. Ao ser descoberto como hebreu e acusado de ter assassinado 
um egípcio, fugiu para o deserto. Em terras estrangeiras, refaz a vida 
trabalhando e servindo a casa de Jetro, que mais tarde virá a ser o seu 
sogro. É em serviço de pastoreio que, atento à visão de uma sarça no 
cume de um monte, tem a experiência de encontrar-se com Deus e ser 
comissionado acerca do sofrimento do povo no Egito. 
Consciente desta missão, não suportou a opressão causada aos seus 
patriotas, então obteve a adesão de seu irmão e irmã (Arão e Miriã) 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA108
e outros líderes do povo hebreu e foram até à presença do Faraó para 
convencê-lo da libertação do povo. O argumento de Moisés era para que o 
Faraó deixasse o povo prestar culto a Deus. Sabe-se que o Egito tinha seus 
deuses e objetos de adoração, mas o Deus dos hebreus (Ex 3:16-20) era sem 
forma e sem imagem, que motivava o povo ao ideal da liberdade prometida 
aos patriarcas Abrão, Isaque e Jacó. As experiências deste povo com o 
processo de audiências de Moisés com o Faraó vieram a ser conhecidas 
como as Dez Pragas. Em cada uma delas, o coração do Faraó endurecia 
ainda mais! Até que uma última, resultou na libertação dos hebreus. 
Exercício de aplicação
Leia o excerto abaixo: 
Hebreus
Os hebreus são conhecidos como israelitas ou judeus. Antepassados 
do povo judeu, os hebreus têm uma história marcada por migrações 
e pelo monoteísmo.
Muitas informações sobre a história dos hebreus baseiam-se na 
interpretação de textos do Antigo Testamento, a primeira parte da 
Bíblia. O Antigo testamento foi escrito com base na tradição oral dos 
hebreus. Consta dele, por exemplo, a interpretação feita por esse 
povo da origem do mundo e de muitas das normas éticas e morais 
de sua sociedade. Convém ressaltar, entretanto, que esses textos 
são repletos de símbolos e sua interpretação é bastante difícil.
Vestígios da sociedade hebraica continuam sendo encontrados. 
Eles contribuem para lançar novas luzes sobre a história dos 
hebreus.
Segundo a tradição, Abraão, o patriarca fundador da nação hebraica, 
recebeu de Deus a missão de migrar para Canaã, terra 
109Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
dos cananeus, depois chamada de Palestina, onde se localiza hoje 
o Estado de Israel.
Após passarem um período na terra dos cananeus, os hebreus 
foram para o Egito, onde viveram cerca de 300 a 400 anos, e 
acabaram transformados em escravos. Sua história começa a 
ganhar destaque a partir do momento em que resolvem sair do 
Egito e, sob a liderança de Moisés, voltar a Canaã. Na história 
judaica, esse retorno é chamado de êxodo e aconteceu entre 1300 
e 1250 a.C.
Disponível em: h� ps://www.sohistoria.com.br/ef2/hebreus/
Considerando as informações dadas acima, é correto afi rmar que a 
organização do povo hebreu se deu: 
a. ( ) Pela Proclamação do Estado de Israel, ocorrida em 1250 a.C. 
b. ( ) Pela revelação de que Deus é o Criador de todas as coisas, 
por isso ele elegeu o povo hebreu. 
c. ( ) Pela missão de ir ao Egito, fazer-se escravo e rebelar-se 
contra o Faraó, a fi m de que os povos futuros reconhecessem o 
Deus Libertador. 
d. ( ) Pela educação do povo sobre o culto, a circuncisão e a 
peregrinação no deserto. 
e. ( ) Pela compreensão que Abraão teve sobre a promessa 
de uma terra dada por Deus e a imediata obediência dele e dos 
demais membros de sua família.
Acesse o AVA para fazer o exercício!
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA110
O segundo grupo que irá formar o povo 
de Israel refere-se a um ajuntamento 
de pessoas que habitavam a Península 
do Sinai, ou simplesmente, os sinaítas, 
ou ainda, o povo do deserto. A 
caminhada dos hebreus pelo deserto 
(peregrinação) é uma representação de 
vida dura, castigo e nomadismo. 
E mesmo caminhando com o ideal da 
liberdade, havia alguns participantes 
que gostavam do estilo de escravidão 
e idolatria do Egito. Mas na Península 
do Sinai, o povo compreendeu que o 
Deus dos hebreus era o Deus Todo 
Poderoso!
Neste aspecto, o encontro destes dois grupos fortaleceu o sentido 
da liberdade porque integrou os temas da provisão de Deus (maná, 
codornizes) e os constantes momentos de celebração, liturgias e 
educação aos fi lhos (Dt 26:4-10). Em consonância ao culto a Deus, os 
livros de Êxodo, Levíticos e Deuteronômio descrevem os procedimentos 
de sacrifício, sacerdócio, expurgação e convivência social para o povo. 
A construção do Tabernáculo (Tenda) é apresentada como sendo o 
Deus que habita em meio ao seu povo. E, mesmo o Deus do Sinai, agora 
também se desloca junto com o povo. 
Subindo para as terras de Canaã, o povo de Gósen e o povo do deserto 
encontram-se agora com o povo da montanha. São o terceiro grupo que vão 
111Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
dar origem à formação do povo de Deus, também chamados de canaanitas. 
O povo de Canaã era, em sua maioria, agricultores inconformados com 
o sistema que as cidades-Estado impunham sobre eles (veja, à frente), a 
explicações sobre cidade-Estado e Tribo). 
Balancin (1989, p. 21) diz que os agricultores eram “obrigados a trabalhar 
no campo para sustentar gente da cidade, necessitavam ceder quase 
toda a produção para poder pagar os pesados impostos exigidos pelo rei 
e pelo Faraó.
O grupo de Canaã vai juntar-se com os demais e promover um levante contra 
o sistema vigente na região da Palestina. Mais uma vez, Balancin comenta: 
“Muitos camponeses se refugiam na região montanhosa, onde as cidades 
não têm controle, pois a maioria delas fi cava nas planícies. Habitando 
nas montanhas, esses camponeses conseguem se livrar da vigilância 
e perseguição, principalmente dos carros de guerra. Aí começam a 
derrubar matas, fazer o plantio para sobreviver e também se organizamsocialmente” (1989, p. 22). 
A partir da leitura do Êxodo, consegue perceber que a existência destes 
três grupos é predominante para criar uma “nova” sociedade. Afi nal, a 
promessa dada aos patriarcas, que o povo de Deus habitaria uma terra 
que mana leite e mel, juntamente com a revelação de Deus em três 
momentos subsequentes, quais sejam: o livramento do Egito, a entrega 
das doze tábuas e a condução do povo à entrada em Canaã, deram 
condições favoráveis à possibilidade de cultuar livremente Deus. Sendo 
assim, deu-se a unidade desses grupos com a fusão da ideia de tribo 
iniciada com os fi lhos de Jacó. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA112
Saiba mais: O que era uma cidade-estado e o que é tribo?
113Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA114
Exercício de reflexão
Apresenta-se a seguir um breve trecho da exposição feita por Tiago 
Rosas no site Gospel Prime: 
Tabernáculo – um lugar da habitação de Deus
“Ora, Moisés costumava pegar a tenda e armá-la para si, fora, bem 
longe do arraial. Ele a chamava de ‘tenda do encontro’. Todo aquele 
que buscava o SENHOR saía à tenda do encontro, que estava fora 
do arraial” (Êx 33.7, NAA)
A tenda do encontro de Moisés fi cava fora e bem longe do arraial. 
Certamente Moisés tomara a iniciativa de construir essa tenda 
incipiente porque precisava estar em comunhão com Deus num 
espaço reservado, onde pudesse receber dEle suas orientações 
para comunica-las ao povo; e construí-la fora e distante do arraial 
certamente foi uma decisão motivada pela profunda reverência 
para com a santidade de Deus. Onde Deus se manifesta, “é terra 
santa” (Êx 3. 5).
Entretanto, Deus parecia não estar satisfeito revelando-se a Moisés 
fora e bem longe do arraial, então lhe diz:
“Diga aos fi lhos de Israel que me tragam uma oferta. De todo homem 
cujo coração o mover para isso… E farão para mim um santuário, 
para que eu possa habitar no meio deles” (Êx 25.8)
Disponível em: h� ps://www.gospelprime.com.br/tabernaculo-um-
lugar-da-habitacao-de-deus/
Após a leitura, além dos argumentos apresentados sobre a 
habitação de Deus, ou seja, da tenda do encontro e do tabernáculo, 
apresente outros dois argumentos de como Deus faz habitação 
hoje no meio do seu povo.
Acesse o AVA para fazer o exercício!
115Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
3. AS DOZE TRIBOS 
No tema anterior, discorreu-se sobre a estrutura e a organização do 
sistema tribal em uma sociedade do Antigo Oriente, mais especifi camente 
sobre o conteúdo encontrado no Pentateuco, Josué e Juízes com vistas 
à formulação da teoria literária para a origem do povo de Deus. Neste 
atual tópico, a atenção será para a formação das doze tribos de Israel, 
desde a organização até o seu desenvolvimento durante a peregrinação 
e a conquista de Canaã. 
O mapa abaixo indica as três campanhas militares da Conquista de Canaã. 
Com o objetivo de dar 
posse da terra ao povo, 
Deus escolheu Josué 
para que fosse um 
tipo de general e que 
comandasse o povo.
Em Êxodo 17:8-13, Josué 
já havia demonstrado 
brilhantismo de 
comando ao derrotar 
os amalequitas. 
Basicamente, seu 
planejamento estratégico 
era estabelecer um ponto 
de comando no meio de 
Canaã e depois seguir 
com o povo para invadir 
e expulsar os canaanitas, 
tanto os do sul como os 
do norte. 
Mapa “A Conquista de 
Canaã” – Manual Bíblico 
Vida Nova, p. 232
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA116
Ao ler o trecho de Josué, do capítulo 5:13 ao capítulo 10:28, entende-
se perfeitamente o estratagema de Josué: invadir e conquistar a parte 
central de Canaã. Diz o texto bíblico que foi Deus quem entregou a terra 
de Jericó nas mãos de Josué. Na época, Jericó era uma importante 
cidade e indicou a porta de entrada para a Terra Prometida. A segunda 
cidade conquistada foi Ai; e na sequência a região de Gibeão e Maquedá. 
Os empreendimentos militares para o sul estão descritos a partir de 
Josué 10:29-43. O primeiro alvo foi Libna. E, devido ao sucesso, desceram 
até Laquis (10:31-32), conquistando-a também. Uma vez fortalecidos 
e confi antes, o povo de Deus atacou Eglom e Hebrom e, por último, a 
cidade de Debir. 
E para o norte, a invasão dos israelitas aconteceu na região das águas de 
Merom (Js 11:1-15), com o resultado de vitória sobre a cidade de Hazor. 
Depois de várias tentativas, os israelitas acabaram conquistando mais 31 
cidades, sendo os reis dessas terras expulsos e derrotados (Js 12:7-24). 
Pela tradição bíblica (Manual Bíblico Vida Nova), sabe-se que os fi lhos de 
Jacó originaram as doze tribos de Israel. Na verdade, são os dez fi lhos de 
Jacó e mais dois de José. De acordo com o texto de Josué, dos capítulos 
6 a 24, é traçada a teoria da conquista da terra de Canaã pela fé. A seguir, 
consta um resumo dos episódios que antecederam a distribuição das 
terras para as respectivas tribos: 
1. Josué 6:1-27 “Jericó é derrubada por gritos e trombetas”
2. Josué 7:1-26 “Desobediência e derrota em Ai”
3. Josué 8:1-35 “Obediência e vitória em Ai”
4. Josué 9:1-27 “A fraude dos gibeonitas”
5. Josué 10:1-43 “Deus luta por Israel”
6. Josué 11:1-15 “A destruição de Hazor”
7. Josué 11:16-12:24 “A contagem dos reis”
8. Josué 13:1-7 “As terras não distribuídas”
9. Josué 13:8-33 “As terras na Transjordânia”
117Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Nas palavras de Balancin (1989, p. 22-23), o povo que havia saído das 
terras em Gósen (Egito) e se encontrado com o povo do deserto (Sinai), 
ambos têm agora o povo da montanha (Canaã) como aliados para unirem-
se e fazer a “força tribal” como potência a criar uma nova sociedade. 
Todos esses três agrupamentos tinham a experiência de convivência 
tribal e de tratamento com a terra. Neste momento, decidiram unir-se e 
fi rmar-se na confi ança de que a conquista da terra é um dom de Deus. E 
é Yahweh quem concede esta terra ao povo, pela obediência e fi delidade 
do povo. O texto de Deuterônomio é enfático sobre esta direção, uma 
espécie de estatuto que justifi ca:
15 Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal;
16 se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o 
SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus 
mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás 
e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à 
qual passas para possuí-la.
17 Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e 
fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires,
18 então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não 
permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, 
para a possuíres.
19 Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te 
propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a 
vida, para que vivas, tu e a tua descendência,
20 amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e 
apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; 
para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu 
dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
Dando continuidade às informações literárias sobre a divisão da terra 
para os fi lhos de Jacó e José, do capítulo 14 a 21 de Deuteronômio, 
fi caram assim divididas as porções de terra: 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA118
1) Josué: 14:1-5 “A terra a oeste do Jordão”
As demais tribos, com exceção de Levi (cf 21:142), receberam de Josué 
a posse do lado ocidental do Jordão. Cada território foi determinado pelo 
lançamento de sortes (cf. Nm 26:55).
2) Josué 14:6-15 “A coragem de Calebe”
Calebe foi o primeiro de Judá a reivindicar sua terra. Ele lembrou como, 
quarenta e cinco anos antes, levara um relato favorável em Cades-Barneia, 
quando instou Israel a tomar posse de Canaã. O testemunho de Calebe 
ampliou a fi delidade de Deus. Mesmo em idade avançada, Calebe tinha 
coragem e vigor para seguir o Senhor. 
3) Josué 15:1-63 “O território de Judá”
Judá foi a primeira tribo a receber sua herança. Ela era a maior tribo e 
a mais prestigiada (cf. Gn 49:8-12).A parte de Calebe fi cava em Judá. 
Ele tomou posse de Hebrom expulsando os anaquins. Otniel capturou 
Debir em nome de Calebe, cuja fi lha, Acsa, recebeu em casamento. Acsa, 
a exemplo do pai, era zelosa pelas promessas de Deus (Js 15:13-19). 
Jerusalém fi cava no território de Judá, mas os israelitas não conseguiram 
expulsar os jebuseus (15:63). 
Mapa “As Doze Tribos” – Manual Bíblico Vida Nova, p. 238
4) Josué 16:1-17:18 “Os territórios de Efraim e Manassés
As terras pertencentes aos dois fi lhos de José, Efraim e Manassés, 
estavam na região montanhosa central. Efraim recebeu sua parte antes 
de Manassés porque possuía bêncão maior de Jacó (Gn 48:17-20). Efraim 
não conseguiu expulsar os cananeus de Gezer, apesar de Josué ter matado 
o rei do local (Js 12:12). Efraim optou por usá-los no trabalho forçado 
(16:10). A cidade tornou-se possessão real sob Salomão (1Rs 9:16). 
Josué distribuiu a terra às famílias de Manassés ao oeste do Jordão. Ele 
honrou todas as promessas de Deus (Js 17:3-4), conforme mostra o fato 
de ter dado terra às fi lhas de Zelofeade (Nm 27:1-7). A exemplo de Efraim, 
Manassés também optou por coexistir com cidades cananeias (17:11-
119Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
12). Mais tarde, essas regiões foram subjugadas por Israel (17:13, cf. 1Rs 9:15-
22). Quando Efraim reclamou que sua porção era pequena demais, Josué o 
desafi ou a aumentar o território, expulsando os cananeus (Js 17:14-18). 
5) Josué 18:1-10 “A distribuição da terra de Siló”
O povo erigiu o tabernáculo em Siló, mostrando que Israel havia obtido 
o controle da terra. Entretanto, sete tribos não haviam tomado posse, e 
Josué as censurou pela relutância em fazê-lo. 
6) Josué 18:18-19:48 “As últimas tribos”
A terra foi distribuída a Benjamin, Simeão, Zebulom, Issacar, Aser, Naftali 
e Dã. A herança de Benjamin era pequena, mas estratégica (18:11-28); era 
uma região neutra entre os estados (tribos) poderosos de Judá e Efraim. 
Suas cidades de Betel e Jerusalém eram as mais infl uentes no culto de 
Israel. O rei Saul e o apóstolo Paulo eram de Benjamin. 
A herança de Simeão (19:1-9) foi absorvida pela tribo de Judá de acordo 
com a bênção de Jacó (Gn 49:7). Simeão pode ter perdido a bênção 
porque ele e Levi mataram Siquém (Gn 34:25).
A última parte coube aos danitas (Js 19:40-48). Seu território era bem 
pequeno, e os amorreus, em número excessivo para eles (cf Js 1:34). 
Assim mesmo, eles conseguiram obter um território, tomando posse de 
Lesém, a quem deram o nome de Dã (cf. Jz 18). 
7) Josué 19:49-51 “Josué, o construtor”
O corajoso líder Josué foi o último a receber terras. O povo lhe deu 
triunfantemente uma área em Efraim. Josué não foi apenas defensor da 
terra, mas também construtor. 
8) Josué 20:1-9 “As cidades de refúgio”
As cidades de refúgio ilustram a graça contínua de Deus para com Israel 
enquanto o povo vivia na terra. De acordo com a instrução de Moisés, seis 
cidades foram separadas como lugares para homicidas que tivessem 
matado involuntariamente (20:3; cf Nm 35:9-34; Dt 4:41-43; 19:1-14).
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA120
Quando o homicida apelava pedindo refúgio em uma das cidades 
designadas, os anciãos o protegiam do parente do falecido, que seria 
seu vingador. Se os anciãos o considerassem inocente, ele permanecia 
na cidade até a morte do sumo sacerdote (Js 20:6; cf Nm 35:25-28). 
Entretanto, se o homicida fosse considerado culpado, o povo da cidade o 
executava (cf Ex 21:12-14; Nm 35:29-34). 
9) Josué 20:1-42 “A parte dos levitas”
Em vez de receber um pedaço de terra, o serviço do Senhor era a parte 
especial dos levitas (Dt 10:8-9). Eles receberam quarenta e oito cidades 
espalhadas por todo o Israel (Js 21:41-42) de acordo com a promessa de 
Deus (Nm 35:1-5). Essa distribuição geográfi ca lhes permitia infl uenciar 
todas as tribos mediante o ensino dos preceitos de Deus (Dt 33:10).
Algumas palavras fi nais sobre o sistema tribal precisam ser ditas. As 
Doze Tribos eram unidas em si por causa do culto a Yahweh. Neste 
sentido, os Dez Mandamentos serviam como base do monoteísmo – 
afi nal, na história da salvação o tema da idolatria sempre foi um grande 
desafi o a ser vencido. Este estatuto se tornou-se, na verdade, uma 
Constituição (lei magna do javismo), ou ainda, uma Confi ssão de Fé. É 
um tipo de lei que defendia o respeito à vida (“Não matarás”) e aberta 
para os relacionamentos sociais. Neste sentido, o povo hebreu aprendeu 
ao longo da sua jornada com Deus sobre os demais códigos e/ou 
constituições, tais como o Código da Aliança e o Código da Lei. O Código 
da Aliança (Ex 20:1-26) é o decorrente do evento do Sinai, e refere-se aos 
Dez Mandamentos, em cujo momento Deus pede que o altar seja feito 
em terra – uma possível referência aos cultos sem luxo, suntuosos e de 
reis pagãos. Já o Código da Lei (Dt 5:1-22) é uma atualização do Código 
da Aliança, descrevendo os pormenores e os procedimentos acerca de 
cada um dos mandamentos. 
Quando o povo dominou a cidade de Siquém, decidiu-se que dali se 
tomariam as decisões sobre as questões políticas, econômicas e sociais, 
seguidas sempre com base na direção à fi delidade a Deus, os princípios 
do direito (retidão) e justiça. Afi nal, o povo de Deus era o povo da justiça. 
121Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
4. OS JUÍZES 
Após a conquista de Canaã e a respectiva divisão da terra, Israel entra 
em um novo período de liderança e governabilidade. Refere-se à época 
em que líderes dotados pelo Espírito, escolhidos por Deus para tarefas 
específi cas (Jz 3:9-10; 6:11,29; 13:25). São os juízes, e recebem este 
nome porque possuíam habilidades e competências civis e militares 
para livrar Israel dos inimigos. É interessante, pois, observar que o livro 
de Juízes apresenta Deus como sendo o Senhor da História. O ensino 
deste livro é demonstrar que Deus aplica um teste em seu povo para 
provar sobre a lealdade. O povo então é ensinado a combater a idolatria 
(o pecado e o sofrimento), cujo resultado é a salvação. 
Neste sentido, o livro de Juízes apresenta 13 juízes (ou líderes militares), 
sendo que o último, Samuel, é ao mesmo tempo compreendido como juiz 
e profeta. A seguir observa-se a lista dos juízes com respectiva referência 
bíblica e a durabilidade do mandato. Os juízes atendiam ao chamado 
de Deus para salvar o povo. A salvação é o alvo para a qual os juízes 
entendiam Deus como sendo o Senhor da História. 
“Os juízes do Antigo Testamento” – Manual Bíblico Vida Nova, p. 248
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA122
Saiba mais!!!
O valor ético e teológico do Livro de Juízes
Como Senhor da história, Deus era livre para escolher qualquer 
pessoa e atuar como libertador. Do ponto de vista humano, as 
escolhas divinas são surpreendentes: um assassino (Eúde), uma 
mulher (Débora), um covarde proveniente de família insignifi cante 
(Gideão), o temerário fi lho de uma prostitua (Jefté) e um mulherengo 
(Sansão). Muitos desses libertadores escolhidos possuíam 
defi ciências morais nítidas. Ainda assim, Deus os usou para 
salvar seu povo. É verdade que os cristãos são chamados a fazer 
o máximo para serem santos (Hb 12:14). Mas Deus é soberano 
e livre para usar qualquer pessoa que escolha para cumprir seus 
propósitos salvadores.
O pecado humano precisa de governos que imponham a 
moralidade. Nos dias dos juízes, quando não havia rei, “cada um 
fazia o que achava mais reto” (21:25). Os governos recebem de 
Deus a responsabilidade de punir o erro (cf Rm 13:3-5). A história 
posterior de Israel revela, porém, que o simples fato de ter um rei 
não era a solução para o fracasso moral de Israel. Aliás, os reis 
de Israel e Judá levaram muitas vezes o povo de Deus a atos de 
desobediência ainda maiores. O mais necessário não era a aliança 
de Deus imposta de fora, mas escrita no coração de seu povo (cf 
Jr 31:31-34). 
Em uma sociedade tribal, os princípios de participação, fraternidade, 
justiça, liberdade, e compartilhar são fortemente identifi cados nas 
relações sociais. Destafeita, o modo de produção tribal representada 
o ideal e a realidade do povo de Deus. O povo havia entendido que a 
idolatria era o principal fator de enfraquecimento das tribos. Por isso, 
aceitavam Javé como Deus único e libertador. 
123Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Conclusão 
Chega-se ao fi m desta unidade, cujo conteúdo versou sobre o Nomadismo 
Hebreu caracterizando um período de formação do povo (hebreu, sinaita 
e canaanita) e peregrinação no deserto. Neste sentido, as características 
da formação tribal foram: a família, os pertences, a alimentação e o uso 
de recursos medicinais, as atividades sociais, o ambiente do deserto e a 
religião. E a construção do tabernáculo representou a presença de Deus 
no meio do povo, dando sentido ao culto de adoração, de sacrifícios e de 
louvor. Por cerca de 40 anos, o povo entendeu a dinâmica da fi delidade a 
Deus e o monoteísmo como fundamento da fé javista. 
Para o estudioso do Antigo Testamento, a tribo e suas variantes (família, 
clã, contingente militar, depósito, etc) exemplifi cam as modalidades 
de convívio comunitário, celebrativo e cúltico do Israel Primitivo. Neste 
sentido, três grupos nômades deram origem ao povo de Deus: (1) 
o povo da terra, também chamados de ‘apirus, hebreus e pastores da 
Terra de Gósen; (2) o povo do deserto, que habitavam a Península do 
Sinai e que cultuavam ‘El (Deus semita, cuja terminação era a mesma 
do povo hebreu); e o povo da montanha, os canaanitas, que estavam 
decepcionados com o sistema das cidades-Estado, modelo caldeu de 
economia com pagamento de altos impostos. Esses grupos se uniram e 
se tornaram ‘IshRaEl, literalmente o povo de Deus. 
E, após a acirrada organização da guarnição militar, Josué lidera o povo de 
Deus contra a terra de Canaã, estabelecendo a execução do planejamento 
em três estratégias. A primeira, de forma central, contra a cidade de 
Jericó, dominando-a; e o mesmo aconteceu com Ai, Gibeão e Maquedá. 
Em seguida, o levante para o sul, alcançando as cidades de Libna, Láquis, 
Eglom, Hebrom e Debir. E, ao norte, estabeleceu a guerra nas águas de 
Merom, obtendo vitória sobre as cidades de Hazor e mais 31 cidades.
Em sequência a Josué, o Livro de Juízes refere-se ao período em que Deus 
escolhe treze governantes para o seu povo. São líderes com capacidade 
e habilidade civil e militar, a fi m de estabelecer a fi delidade a Deus, manter 
os territórios conquistados e avançar sobre os inimigos. Registrou-se o 
entendimento teológico acerca do livro de Juízes, caracterizando Deus 
como o Senhor da História, que traz salvação e libertação ao seu povo. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA124
Parágrafo 
introdutório 
A história da origem de Israel é um assunto que 
demanda muita leitura, afi nal não se sabe se a 
descrição de Josué 1-12, Juízes 1-21 e Rute são 
verossímeis ou apenas retratam como um “povo 
preserva a história do seu jeito” (Balancin, 1996, 
p. 7). Enfi m, Israel é formado pela doze tribos ou é 
decorrente de uma invasão ou de uma conquista? 
Objetivo do 
autor
Ceresko tem o objetivo de esclarecer sobre os 
possíveis caminhos que explicam o processo de 
formação de Israel. 
Estrutura 
(sumário)
Com a fi nalidade de demonstrar o processo de 
conquista de Canaã, Ceresko articula o capítulo 9 
em três momentos, quais sejam: na Introdução é 
apresentada a problematização sobre duas possíveis 
origens de Israel: a de Abraão e Sara e a do Êxodo do 
Egito; logo em seguida são apresentadas a Conquista 
ou Instalação Gradual, tratando de duas teorias: a de 
Martin Noth, que acredita numa invasão pelas tribos do 
Êxodo do Egito e a permanência no deserto; e, por fi m, há 
a teoria de um Terceiro caminho: uma revolução social 
ou retribalização, pautada e apresentada por George 
Mendenhall e Norman K. Gottwald; de forma didática, o 
autor ainda apresenta nove perguntas para revisão. 
Metodologia
Ceresko baseia-se nos resultados das pesquisas 
feitas por Martin Noth (3/8/1902 a 30/5/10968), 
cuja abordagem aos estudos bíblicos é de tradição 
histórica; por William f. Albright (24/5/1891 a 19 ou 
20/09/1971) que se assemelha mais à abordagem 
arqueológica; e por Noram K. Gottwald que optou pelo 
método sociológico e antropológico.
Conclusão
Das três teorias apresentadas, Ceresko transparece 
sua simpatia pela exposição de Gottwald devido 
à forte função e importância do confl ito social na 
História de Israel. Pois, “a ‘verdade’ nessa parte da 
Bíblia que vai do Gênesis até Juízes não deve ser 
buscada mediante alguma tentativa de reconstruir ‘o 
que realmente aconteceu’ (p. 99). 
125Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Fique à vontade para melhorar a estrutura de seu resumo. A anotação torna-
se um hábito de registro de informação. Você é quem irá escrever mais ou 
menos em seu resumo. Faça o mesmo com a próxima indicação de leitura. 
GOTTWALD, Norman K. As tribos de Iahweh. Uma sociologia da religião 
de Israel liberto 1250-1050 a.C. São Paulo: Paulinas, 1986, p. 366- 383.
Cap. 32: Explanação alternativa do “sistema das doze tribos”
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA126
UNIDADE 4: MONARQUIA 
Introdução 
Chegamos à ultima unidade, e ela será encarregada de situar o(a) 
estudante acerca do período de instalação da monarquia, a divisão dos 
reinos e as consequências ocorridas através dos impérios estrangeiros. 
Esta unidade fornecerá uma panorâmica sobre a história de Israel vista 
no Antigo Testamento (da instalação da monarquia, cerca de 900 a.C) e 
no NT (até o século I, do Império Romano). 
Como o conteúdo é muito amplo, esta unidade irá agrupar os principais 
acontecimentos dos dois reinos: Israel, também chamado Reino do Norte, 
cuja capital é Samaria e tem o “boi” (touro) como animal que representa 
o governo; e Judá, denominado Reino do Sul, cuja capital é Jerusalém 
e o “leão” é o animal representativo da administração política. Em cada 
um deles, os reis e estratégias de atuação política e administrativa serão 
fornecidas, a fi m de a leitura sobre o período monárquico seja assimilada. 
Fica evidente que a monarquia é um modelo de administração que, a 
princípio, colocou a nação de Israel entre as principais da época. Foi o 
rei Salomão, fi lho de Davi, quem estruturou o sistema tributário em sua 
administração. No entanto, a médio prazo, este modelo demonstrou 
que, devido à exploração da produção agrícola à revelia, ocasionou 
o empobrecimento do campesinato, a ponto deste sistema tornar-se 
altamente prejudicial. É neste momento que os profetas surgem como a 
classe social que irá estabelecer o sentido da justiça e do direito (retidão). 
Os exercícios para esta unidade servirão como subsídios de leituras 
sobre o conteúdo a ser assimilado, ao mesmo tempo que irá estabelecer 
diretrizes para a avaliação fi nal. Em cada um deles, será destacado o 
conteúdo que abrange um período da monarquia. Leia com atenção o 
enunciado, a fi m de que você adentre ao problema da questão. Lembre-se 
de que a monarquia é um modelo que foi copiado de outras nações, mas 
com a distinção dada pelo próprio Deus, ou seja, ao rei “cabia administrar 
127Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
o direito e a justiça”. Neste sentido, a história de Israel vista a partir 
desta perspectiva irá direcionar para o entendimento acerca da ideia do 
Messias, isto é, o Ungido de Deus que trará salvação a todo o Israel. 
1. A função do rei e o Modo de Produção Tributário 
Como dito na Unidade 3, Samuel foi o último juiz que governou o povo de 
Israel. Além de juiz, ele também é considerado profeta e sacerdote. Como 
profeta, entendeu a fi delidade a YHWH como o ingrediente que promovia 
a ascensão da nação – uma vez que o próprio Senhor mantinha-se fi el 
à Aliança com seu povo. E, como sacerdote, ele cumpriu a função de 
orientar e ensinar o povo sobre os preceitos de Deus, bem como ungiu os 
dois primeiros reis de Israel: Saul e Davi. 
Há uma certa difi culdade em estabelecer uma cronologia para o período 
dos Juízes de Israel, entre os estudiososdo Antigo Testamento. Os autores 
são imprecisos sobre determinar o período que aconteceu a conquista 
de Canaã sob o comando de Josué, bem como os desdobramentos da 
invasão pela parte central, pelo norte e pelo sul. O que pode se afi rmar é 
que alguns juízes governaram concomitante a outros, talvez por regiões 
e/ou sob períodos não determinados – por isto não se soma todos os 
anos de governo dos juízes para precisar a duração, mas têm-se uma 
ideia que trata-se de governança para a libertação de Israel. Todavia, os 
autores (GOTTWALD, 1988, p. 67) arriscam estimar o tempo dos juízes 
entre os anos de 1300 a 1100 a.C., com poucas variações. 
No vídeo a seguir, em formato de desenho animado, há um breve resumo 
sobre o Ciclo dos Juízes, iniciado logo após a morte de Josué. 
Assista ao vídeo: O Livro dos Juízes
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=-qjum3zVBp8
Duração: 22m34s 
Com base nas informações do próprio Livro dos Juízes, por volta de 1298 
a.C., o juiz Eúde promoveu a libertação do povo, que estava sob domínio 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA128
dos moabitas por dezoito anos (Jz 3:14-15). Foram Débora (juíza) e 
Baraque (comandante) que lideraram um exército e obtiveram vitória 
sobre as tropas de Sísera, libertando o povo que estivera por 20 anos sob 
os domínios do rei Jabim. Diz o texto que Débora e Baraque governaram 
por mais 40 anos na região norte de Israel. 
Em seguida, aparece Gideão (provavelmente por volta de 1211 a.C., 
conforme Juízes 6:1-9), que lidera um empreendimento militar sobre os 
midianitas, libertando o povo e governando por cerca de 40 anos. Vale 
ressaltar que Gideão foi um excelente juiz, mas seu fi lho, Abimeleque, 
iniciou uma liderança fora dos caminhos da Aliança (Jz 9:22). 
Tola e Jair foram os dois próximos juízes, após Gideão. Ambos governaram 
cerca de 23 e 22 respectivamente (Jz 10:1-3). Após a cessação de suas 
lideranças, Israel sofreu opressão e infl uência dos amonitas por cerca 
de 18 anos. Vale também ressaltar que a opressão não era somente 
territorial, mas a infl uência com práticas religiosas que ocasionavam a 
idolatria em meio ao povo. Mas foi Jefté quem promoveu a libertação do 
povo (Jz 10:8-11,33). 
Ibsa, Elom e Abdom foram os juízes que governaram com menor tempo 
(Jz 12:7-14). Ibsa liderou por 7 anos; Elom por 10 anos e Abdom por 8 
anos. Foi um período que todos procuraram reforçar os princípios da Lei 
da Aliança para o povo. Por fi m, Aparece Sansão, cuja narrativa diz que 
ele governou por 20 anos (Jz 13-16), matou cerca de 1000 fi listeus com 
uma queixada de jumento; foi enganado por Dalila e ainda destruiu um 
templo fi listeu – ocasionando sua morte. 
Especifi camente falando sobre os fi listeus, chama-se a atenção deste 
povo como sendo o principal inimigo de Israel na época dos juízes. Na 
seção SAIBA MAIS, descreve-se sobre os fi listeus, cuja ressalva é sobre 
o sistema de organização política que eles tinham. Vale a pena ler o texto 
na íntegra, clicando no link. 
129Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Saiba mais!!!
“QUEM ERAM OS FILISTEUS?” 
Tiago Abdalla T. Neto
ORIGEM
Os fi listeus são, provavelmente, parte de uma confederação de 
grupos de povos, originária da região do Mar Egeu e de Creta (Caftor 
- Am 9.7; Jr 47.4).1 Chegaram na Palestina e se estabeleceram ali 
por volta dos séculos XIII e XII a.C., depois de trabalharem como 
mercenários para governantes hititas, cananeus e egípcios,2 e 
serem derrotados pelos últimos. Os “Povos do Mar”, como eram 
conhecidos, já vinham atacando o Egito desde a época de Ramsés 
II, quando este os derrotou e os obrigou a guerrearem na batalha de 
Cades contra os heteus (1275 a.C.).3 Todavia, Merneptá e Ramsés 
III são os que descrevem mais detalhadamente suas lutas contra 
eles, em que os Povos do Mar se aproximam tanto pelo mar (via 
ilha de Creta), como por terra (via costa da Síria e Canaã). Após a 
derrota, um grupo desta confederação, conhecido como peleset,4 
ou fi listeus,5 instala-se na costa de Canaã.
Portanto, a referência do livro de Gênesis quanto à origem dos 
fi listeus relacionada a Mizraim (Egito), deve ser entendida como 
geográfi ca/política, não étnica (Gn 10.13-14).6
Leia o texto na íntegra, clicando aqui:
h� p://www.monergismo.com/textos/historia/quem-fi listeus_� ago-abdalla.pdf
Israel observou que as grandes milícias estrangeiras (muitas dessas 
eram inimigos declarados) possuíam exército fortifi cado e hegemonia 
estatal. Ao comparar os modelos de governo, “o povo” concluiu que os 
estrangeiros tinham um sistema baseado na liderança totalitária de um 
governante, o rei. Diante da pressão e da ameaça iminente dos fi listeus, 
das demais nações vizinhas, dos sistemas mais elaborados tais como o 
egípcio e babilônico (faraônico e cidade-Estado) e das crises teológicas 
que o próprio povo de Deus sofria (os constantes atos de corrupção e 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA130
de práticas de idolatria), os chefes das tribos sentiram-se incomodados. 
Decidiram ir até o líder Samuel (juiz, sacerdote e profeta), a fi m de 
compartilhar sobre a necessidade de fosse proclamado um rei sobre eles! 
(1 Sm 8:1-9). Em outras palavras, queriam adotar o sistema monárquico 
como modelo de administração, liderança e governo. 
No vídeo, a seguir, você irá assistir uma explanação sobre a função do rei. 
Observe como é dada a ênfase sobre os temas 
Assista ao vídeo: “A função do rei” gravado pelo prof. Ênio 
Na Seção SAIBA MAIS, apresenta-se uma defi nição sobre O que é Monarquia?, 
compartilhada por Euclides Martins Balancin. Neste trecho, vale ressaltar a 
estrutura que compõe a monarquia: rei, palácio, corte, dinastia. 
Saiba mais!!!
O QUE É MONARQUIA? 
A palavra monarquia quer dizer “governo de uma só pessoa”, isto 
é, do rei. Ele possui toda a autoridade em suas mãos. É ele quem 
faz as leis que devem ser observadas e, ao mesmo tempo, é o juiz 
que decide e dá a sentença. O rei é chamado de “pai da nação” 
e, é considerado como o representante de Deus na terra. As suas 
decisões são as decisões do próprio Deus.
Quando um rei morre, ele é substituído no poder por um de seus 
fi lhos. Essa sucessão de pai para fi lho no trono chama-se dinastia. 
Assim, uma só família se perpetua no governo do país, a não ser que 
haja revolta; e então começa a governar outra família ou dinastia. A 
dinastia de Davi foi a que mais durou em Israel. 
A cidade na qual o rei mora se torna a capital do país. Aí fi ca o palácio 
real, a corte, isto é, a família real e os administradores, ministros, ofi ciais. 
É também nessa cidade que é construído o templo principal ou único, 
para indicar que Deus está sempre perto do rei, que é seu representante. 
BALANCIN, Euclides Martins. História do povo de Deus. São Paulo: 
Paulinas, 1989, p. 31
131Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Portanto, o sistema monárquico que impunha a governança a partir de um rei 
não signifi cou apenas direitos, mas sim deveres em relação ao cuidado com 
o povo. Segundo o livro de 1 Samuel, Deus estabelece um tipo de contrato 
com o povo, ou seja, a escolha de um rei signifi cava que “este governante” 
teria a obrigação de defender a nação dos opressores, dos inimigos e dos 
malfeitores, além de “administrar o direito e a justiça”. Obviamente, este tipo 
de administração precisaria ser “sustentado” pelo povo, pois havia palácio, 
exército e templo. Em outras palavras, o modelo do Modo de Produção Tribal
(Unidade 3) não seria adequado para a implantação da monarquia. 
Exercício de fi xação
O rei é aquele que governa sobre o povo: estabelece seu plano de 
governo, elabora as leis que irão proteger a nação contra as invasões 
inimigas, manter a ordem entre as questões tribais e cuidar do bem-
estar de toda o povo. Para isto, admitiu-se tanto no vídeo “A função 
do rei” como na leitura de 1 Samuel 8, que o próprio Deus orientou o 
profeta Samuel sobre o dever do rei. Das alternativas a seguir, qual 
delas sintetiza a obrigação do rei para com o povo: 
a. ( ) Pela adoçãoda monarquia, o rei era o monarca absoluto sobre 
todos. O limite de sua liderança e administração era a submissão aos 
profetas, ao exército e aos sacerdotes. 
b. ( ) Primordialmente, a função do rei era administrar o direito e a justiça 
– princípios estes que foram postulados proféticos sobre os oráculos de 
condenação e de salvação. 
c. ( ) Como acordo fi rmado, as tribos tinham o dever de sustentar o 
aparelho burocrático administrativo da monarquia e, neste caso, o rei era 
isento de culpa se caso as tribos não pagassem o tributo adequadamente. 
d. ( ) Os administradores, os ofi ciais do culto e do exército e a família real 
deveriam ser sustentados pelo povo; neste caso, a função do rei é administrar 
os tributos pagos para o sustento deste modelo de reinado/governança. 
e. ( ) Os camponeses, os artesãos e os demais trabalhadores são a fonte 
produtiva da nação e, neste sentido, o dever do rei é dar-lhes proteção pelo 
pagamento realizado. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA132
Sendo assim, um novo modo é instalado: o Modo de Produção Tributário. 
Este modelo basicamente signifi cou a implantação de cobrança de 
tributos (impostos, taxas, valores e serviços). Neste sistema, a sociedade 
divide-se em dois grupos: os que economicamente produzem – e por isto 
são os que também pagam os tributos; e os que economicamente não 
produzem e vivem às custas do que produzem – e por isto são os que 
gastam. Este modelo, uma vez mantendo o equilíbrio no cumprimento dos 
deveres, consegue defender os interesses do povo e manter a hegemonia 
estatal. É notória esta discussão em 1 Samuel 8:10-22, pois admite-se 
que a adoção da monarquia implicava na mudança e adoção do modo 
de produção tributário e que, na visão de muitos profetas, signifi caria o 
empobrecimento da nação. 
Para esclarecer este conceito, o vídeo a seguir demonstra o Modo de 
Produção Tributário. Orienta-se para atentar sobre o modelo construído 
pela monarquia israelita. 
Assista ao vídeo: “O Modo de Produção Tributário” gravado 
pelo prof. Ênio (Acesse o AVA para assistir)
Mais uma palavra precisa ser dita sobre este “novo” episódio que estava 
iniciando com o povo de Deus. Trata-se da interpretação que se tem sobre 
a adoção do modelo e/ou sistema de administração e liderança. Na leitura 
da Bíblia, especifi camente sobre o trecho que dizem respeito a monarquia 
(Josué, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas), é preciso compreender 
que a intenção de Deus é sempre revelar seus desígnios para o povo, 
afi nal YHWH é o Deus que concede vida, protege e caminha com o seu 
povo. Neste sentido, quando Deus é o centro da governabilidade, então 
qualquer sistema é coerente. Por isto, Deus não impõe e nem determina 
o método e o sistema econômico que irão servir ao povo. Em 1 Samuel 
8:22 é o próprio Deus quem orienta Samuel a comunicar ao povo: “Se é 
isso que querem, estabeleça um rei para eles” (Bíblia Edição Pastoral). 
133Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
O intento de Deus é sempre conduzir o seu povo em justiça (retidão), 
liberdade e amor. Ele admite e deixa o povo escolher a liderança, todavia tal 
escolha é segundo os padrões de sua Aliança – foi isto que ele estabeleceu 
para Israel. Talvez, a responsabilidade dos líderes deva ser a de ‘converter’ o 
sistema econômico ao desejo de Deus. O sistema das doze tribos conduziu 
o povo durante a peregrinação no deserto e também fortifi cou-se a ponto 
de conquistar Canaã. No período tribal, a participação, confraternização e 
celebração cúltica, foram as que mais evidenciaram o entendimento acerca 
do sistema de liderança e administração. Todavia, ao cobiçar o modelo 
monárquico de outros povos, contraíram lacunas para o desenvolvimento da 
corrupção e da idolatria. Entretanto, houve sim alguns reis que entenderam o 
plano de Deus para o seu povo através da monarquia.
Exercício de fi xação
Ciro Flamarion Cardoso, estudioso das sociedades antigas do 
Oriente, defi niu assim o verbete tributo:
No antigo Oriente Próximo, até a conquista persa, os tributos foram 
cobrados em produtos. Juntamente com a corvéia, confi guravam 
a forma usual da exploração social imposta pelo Estado às 
comunidades aldeãs e em geral à imensa maioria das pessoas, 
salvo uns poucos privilegiados.
CARDOSO, Ciro Flamarion. Sociedades do Antigo Oriente Próximo.
São Paulo: Ática, 1995, p. 85. 
E, comparando os trechos bíblicos de 1 Reis 4:7; 21-26 (ou 5:1-5), 
encontra-se a seguinte informação: 
Tinha Salomão doze intendentes sobre todo o Israel, que forneciam 
mantimento ao rei e à sua casa; cada um tinha de fornecer durante 
um mês do ano...
Dominava Salomão sobre todos os reinos desde o Eufrates até 
à terra dos fi listeus e até à fronteira do Egito; os quais pagavam 
tributo e serviram a Salomão todos os dias da sua vida. Era, pois, 
o provimento diário de Salomão trinta coros de fl or de farinha e 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA134
sessenta coros de farinha; dez bois cevados, vinte bois de pasto 
e cem carneiros, afora os veados, as gazelas, os corços e aves 
cevadas. Porque dominava sobre toda a região e sobre todos os 
reis aquém do Eufrates, desde Tifsa até Gaza, e tinha paz por todo 
o derredor. Judá e Israel habitavam confi ados, cada um debaixo da 
sua videira e debaixo da sua fi gueira, desde Dã até Berseba, todos 
os dias de Salomão. 
(BÍBLIA ALMEIDA REVISTA E ATUALIZADA)
Diante de ambos os textos, das alternativas abaixo assinale a 
síntese que melhor analisa o modo de produção tributário no 
reinado de Salomão: 
a. ( ) O texto refl ete sobre a monarquia salomônica com ênfase 
em sua sabedoria, pois ele havia sido educado pelos sacerdotes 
do palácio real, em cuja ocasião escreveu Cantares e Provérbios. 
b. ( ) O texto enfatiza a fama do rei Salomão como administrador, 
pois ele era escolhido de Deus por pertencer à dinastia davídica. 
Sua estratégia diplomática em abrir o Estado para as nações 
vizinhas deu-lhe prestígio de ser grande e promover Israel 
economicamente. 
c. ( ) O texto trata de uma previsão orçamentária sobre a 
construção do Templo, a fi m de que a nação de Israel, sob a 
liderança de Salomão, pudesse adorar YHWH e, devido à grande 
peregrinação em Jerusalém, o custo diário precisava ser suprido. 
d. ( ) O texto dá um a ideia do peso que a máquina do Estado 
representa para o povo. Os tributos, em geral, eram pagos em 
víveres, e se destinavam a sustentar não só a família real e 
frequentadores da corte, mas também os ofi ciais, funcionários e 
exército. Resta uma pergunta é o rei que está a serviço do povo, 
ou é o povo que serve ao rei.
e. ( ) O texto é uma conclusão sobre YHWH como provedor de 
todas as necessidades do reino de Salomão, isto é, Deus provando 
mais uma vez sua fi delidade à dinastia davídica. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
135Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
2. O reino de Judá e o reino de Israel
Antes propriamente de falar sobre a instalação da monarquia em Israel, 
é preciso esclarecer o uso do termo Israel e dos termos Povo de Israel e 
Nação de Israel. Ou seja, até o início da monarquia com o rei Saul e até 
o reinado de Salomão, tanto a região central, como a do Norte e a do Sul 
constituíam-se em uma única nação: o povo de Israel. Todo o território 
conquistado era um só país. 
O capítulo 9 de 1 Samuel descreve as situações nas quais Deus revela o 
rei de Israel para o profeta Samuel. O jovem Saul, da tribo de Benjamim, 
juntamente com um servo, procurava as jumentas que haviam se perdido. 
Diz o texto que este servo foi até o profeta Samuel para consultar sobre 
onde procurar as jumentas perdidas do pai de Saul (Quis, 1 Sm 9:1-14). 
Em referência paralela a Deuteronômio 17:15, diz-se que Deus é quem 
escolheria o primeiro rei de Israel (Veja informações extras sobre a escolha 
do rei). Saul fi cou um dia com Samuel para participar de uma festa. Na 
ocasião, revela-se que Deus escolhera Saul para ser rei sobre Israel. 
Saiba mais!!!
 “Saul é rei: três histórias”
Três histórias daBíblia contam como Saul, da tribo de Benjamin, foi 
escolhido para ser o seu chefe. 
1. A primeira, bastante pitoresca (leia 1Sm 9:1-10:8), fala de escolha 
por unção: “Então Samuel pegou uma vasilha de óleo, e o derramou 
sobre a cabeça de Saul. Depois o beijou e disse: ‘Javé ungiu você 
para ser chefe sobre Israel, o povo dele. Você governará o povo 
e o libertará dos inimigos vizinhos’” (1Sm 10:1). Essa atribuição 
sagrada à autoridade é ambígua, ou seja, pode levar a caminhos 
diferentes: ou a autoridade se compromete e é fi el ao projeto de 
sociedade justa e fraterna, ou ela atribui para si poderes divinos e 
aproveita disso para oprimir o povo em vista de seus interesses. 
Essa ambiguidade está bem expressa na Bíblia, quando Javé não 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA136
se compromete com a escolha: “Se é isso que querem, estabeleça 
um rei para eles” (1Sm 8:22). 
2. A segunda história (leia 1Sm 10:9-27) narra a escolha de Saul por 
sorteio: “Samuel convocou todas as tribos de Israel, e foi sorteada a 
tribo de Benjamin... E Saul, fi lho de Quis, foi apontado no sorteio... E 
todo o povo começou a aclamar, gritando: ‘Viva o rei!’” (1Sm 10:20-
24). Para nós, é estranha essa forma de escolher o governante no 
par ou ímpar. Entretanto, a sorte tirada através de um ritual sagrado 
era para eles a expressão da vontade de Deus a respeito de um 
assunto que não podia ser resolvido por decisões humanas. Essa 
história tende a aceitar a realeza como vontade de Deus. Talvez 
tenha sido escrita por aqueles que queriam um rei. 
3. A terceira história (leia 1Sm 11:1-15) é considerada a mais antiga 
e, com muita probabilidade, a mais real. Aí a escolha é feita por 
aclamação: “Todo o povo se reuniu em Guilgal, e aí mesmo, diante 
de Javé, proclamaram Saul como rei...” (1Sm 11:15). Essa decisão 
espontânea e unânime de escolher Saul como chefe é explicada 
pela capacidade guerreira que ele demonstrou pouco antes na 
vitória contra os amonitas. É difícil dizer qual o povo que o aclamou 
chefe. Certamente não todas as tribos, mas o pessoal da tribo de 
Benjamin e outros adeptos da realeza. 
BALANCIN, Euclides Martins. História do povo de Deus. São Paulo: 
Paulinas, 1989, p. 34-36
Na verdade, Saul foi proeminente a ser rei devido à sua formação guerreira. 
Seu primeiro ato foi o de organizar um exército permanente, através do 
qual realizou várias conquistas. Também porque escolheu Abner como 
seu comandante. Gottwald (1988) considera as habilidades militares e 
algumas atividades cúlticas como as de maior repercussão do rei Saul. 
Ele rechaçou os fi listeus da região central das montanhas, venceu os 
amonitas, os edomitas, os moabitas, os amalequita e os arameus (1Sm 
14:47-48). Seu reinado foi o vale médio do rio Jordão, abarcando Galad, a 
montanha de Efraim e a tribo de Benjamin, centrada na região de Babaá, 
137Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
de onde expulsa os fi listeus (1Sm 10:5) e aí estabelece sua capital 
(BALANCIN, 1987, p. 14-17). 
No mapa a seguir, encontra-se em destaque o reino de Saul. Segundo a 
tradição da história deuteronomista (Dt 17:15), Samuel o ungiu rei a mando 
de Deus. Após a posse de Saul, Samuel sentiu-se que havia fi nalizado 
seu ministério como juiz de Israel. Em seu sermão (12:1-25), faz algumas 
exortações ao povo para que nada temesse se todos permanecessem 
fi éis ao Senhor, mas se desobedecessem, então o rei e o povo seriam 
rejeitados. Saul, provavelmente, foi ungido rei em aproximadamente 1030 
a.C., cujo reinado durou apenas vinte anos. 
Mapa “O Reino de Saul” (Manual Bíblico Vida Nova, p. 262.) 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA138
Foi em Guilgal (ou Gilgal) que Saul cometeu insensatez. Saul esperou 
Samuel chegar até Gilgal, a fi m de abençoá-lo para a guerra. O seu 
fi lho, Jônatas, já havia saído em peleja contra os fi listeus (1 Sm 13:1-
4). Por sete dias, esperou Saul por Samuel. Não tendo respostas, ele 
mesmo realizou holocaustos. Com a chegada de Samuel, sofreu duras 
sanções e recebeu a profecia de que perderia o reinado. Este confl ito 
ocasionou a rejeição por parte do profeta em apoiar o rei, e o crescimento 
do orgulho e independência do rei Saul. Foi a partir deste orgulho que 
ele perdeu prestígio do seu próprio exército (1Sm 14:24-34). E, mesmo 
sendo desobediente, Deus ainda abençoou Saul, dando-lhe vitórias sobre 
os inimigos de Israel. Houve um confl ito da tribo de Judá com Saul, 
pretendendo a todo custo obter o controle sobre a liderança de Saul, a fi m 
de mudança no sistema econômico e político vigente. De certa maneira, 
este confl ito desviou a atenção do rei sobre um jovem que estava 
despontando sobre o povo: Davi. Sua fama começa a aparecer e, após a 
morte de Saul, abriu-se caminha para subir ao poder. 
Davi é o segundo rei escolhido e ungido por Samuel, a mando de Deus. 
Todavia, antes de morrer, o rei Saul perseguiu Davi. Este teve que buscar 
certa proteção de um rei fi listeu de Gate (1Sm 21:11-16), em Aquis. Então, 
Davi reuniu todos os opositores a Saul (1Sm 22:1-2) e formou uma milícia 
pequena, porém bem fortifi cada. Com esta guarnição militar, Davi acabou 
ganhando prestigio de algumas cidades devido à proteção oferecida. E 
o objetivo primeiro havia sido cumprido: conseguiu apoio da tribo de 
Judá. Em Hebrom, os judaítas foram avisados sobre a morte do rei Saul. 
E, sendo assim, o aclamam rei. (2 Sm 2:1-4). A estratégia de Davi foi 
preservar as tradições tribais, conquistou poucas cidades, e fortaleceu 
a sua simpatia com as tribos do Norte. De acordo com 2 Samuel 5:6-10, 
Davi resolveu estabelecer a capital em Jerusalém que, na época, era um 
território jebuseu. 
O modelo de sistema econômico e político do reino davídico foi 
totalmente inspirado no modelo egípcio, isto é, nomeou Josafá como 
chefe do reino, Aquitofel como seu conselheiro particular, Ozias como 
139Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
seu secretário, Joabe como chefe do exército e Banaías como chefe 
da guarda pessoal do rei. Continuou com o sistema de tributos, pois as 
tribos entenderam que suas estratégias eram benéfi cas para o povo. Sua 
fama espalhou-se como sendo o rei justo (segundo o coração de Deus), 
protetor, administrador do povo e que tinha vida de culto prestado a Deus. 
Davi reinou por cerca de 39-40 anos em todo o Israel (norte e sul, cerca de 
1010 a 971 a.C.), quando foi substituído pelo seu fi lho, Salomão. 
Assista ao vídeo: O rei Davi
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=6heziMb_2Y4
Duração: 25m20s
Em meio ao crescimento do império construído por Davi é que o jovem 
Salomão vai acompanhando o crescimento do pai. A princípio, na própria 
família do rei Davi houve concorrência pela sucessão, cujos confl itos 
geraram morte, desavenças e exortações proféticas. Foi em meio a essas 
competições e intrigas familiares que Salomão chegou ao poder em 971 
a.C. Ele herdou do pai um país já consolidado pelas conquistas e estrutura 
básica muito bem elaborada. Sendo assim, dedicou-se à administração, 
criando um conselho mais burocrático, bem estruturado, com a intenção 
de manter a unidade da nação. Seu grande empreendimento foi a 
construção do Templo, que causou já indignação de alguns por causa 
dos altos tributos. Além do templo, construiu o palácio real e, depois, 
mais palácios ainda para suas mulheres. Esses casamentos diplomáticos 
foram estratégicos para abrir a relação comercial entre as demais nações. 
Devido às grandes inovações de administração, Salomão determinou o 
seu modelo de reinado: tornar Israel grande. Para isto, tornou cada tribo 
do reino (chamada de distritos) participante do processo tributário com 
provisões diárias durante um mês. De certa maneira, a estruturação 
econômica implicou em produção agrícola e produtos artesanais como 
fontes de renda para o reino. E, por conseguinte, elaborou a formação 
de homens experientes para as relações comerciais exteriores, através 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA140
do investimento na Escola Sapiencial –uma espécie de universidade de 
estudo e produção cultural de Israel. Foi graças a essa produção literária 
que a fama tornou-se célebre em muitas partes do mundo. 
A provável e mais aceita teoria dos estudiosos do Antigo Testamento sobre 
o declínio e fi m do reinado salomônico foi que, a curto prazo, a estrutura 
de sustentação econômica de altos tributos causou o empobrecimento 
do camponês, isto é, um tipo de estrutura insustentável. Na linguagem 
dos profetas, a nação de Israel tornou-se a “casa da escravidão”. E, após 
morte, o reino divide-se. Um complemento à esta teoria, encontram-se 
eruditos que consideram o projeto de Salomão um tipo de “paganização”, 
ou seja, divulgar a nação entre as demais nações e, para isto, ele teve que 
contrair acordos com outras culturas, outras religiões. Salomão reinou 
igualmente a seu pai, Davi, por quarenta anos, de 971 a 931 a.C. 
Assistir ao vídeo: O reinado de Salomão
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=AaVME05DFZE
Duração: 23m35s
Assim que Salomão descansou, começaram as intrigas familiares e o 
descontentamento das tribos, principalmente na região norte. Jeroboão 
era um funcionário de Salomão que havia fugido para o Egito (1Rs 12), e que 
depois retornou para o norte e liderou dez tribos para que se separassem 
da governança da liderança do norte. E, no sul, reinava Roboão, fi lho de 
Salomão, com duas tribos, Judá e parte de Benjamim. Ambos, agora 
enfraquecidos, tornam-se vulneráveis e cobiçados por outras nações mais 
fortes. Foi o caso de Judá que tornou-se vassalo do império egípcio, cuja 
liderança do faraó Sheshonq I (também conhecido por Sisac) havia matado 
muitos homens do povo de Deus, tanto do norte como do sul. 
Inserir aqui o Mapa: “O reino de Davi e Salomão”, do Manual Bíblico Vida 
Nova, p. 270. 
141Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Sendo assim, começa aqui o estudo dos reinos: do Sul, cuja capital foi 
Jerusalém, chamado Reino de Judá; e do Norte, com a capital em Samaria, 
chamado Reino de Israel. Ambos reinos vão de ter seus reis por cerca de 90 
anos, com administrações próprias e tentando manter-se economicamente 
viável e sustentável. Todavia, sempre vivendo com o perigo iminente 
de invasão de nações inimigas. Para se livrar do sul, Jeroboão adotou 
medidas provisórias: Siquém foi a primeira capital, depois mudou-se para 
Tersa, cancelou os pagamentos de tributos a Jerusalém, instalou um 
novo calendário para evitar que as datas das festas caíssem no mesmo 
período que a ida ao Templo, em Jerusalém. E, para consumar os inúmeros 
sacrifícios e ofertas designou Betel e Dã como santuários sagrados. E, em 
Judá, Roboão preferiu dar continuidade à dinastia davídica (iniciada com 
Davi). Ele não conseguiu resolver os confl itos com as tribos do norte (1Rs 
12:1-25), mas manteve o sistema tributário. 
Sendo assim, as tabelas abaixo, vão demonstrar a cronologia os reis do 
Reino do Sul (Judá) e do Reino do Norte (Israel), a partir de 931. 
REIS DE ISRAEL (NORTE)
931-910 a.C. Jeroboão I (1Rs 13:1-20)
910-909 a.C. Nadab (1Rs 15:25-31)
909-886 a.C. Baasa (1Rs 15:33-16:7)
886-885 a.C. Ela (1Rs 16:8-14)
885 a.C.
(reinou somente sete dias)
Zambri (1Rs 16:15-20)
885-874 a.C.
Amri (1Rs 16:21-28)
880 a.C. Amri funda Samaria e a torna capital (1Rs 
16:29-22:40)
874-853 a.C. Acab (1Rs 16:29-22:40)Atividade do profeta Elias (1Rs 17:1-2; 2 Rs 2:12)
853-852 a.C. Ocozias (1Rs 22:52-54)
852-841 a.C. Jorão (2Rs 3:1-26)Atividade do profeta Eliseu (2Rs 2:1-8,15)
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA142
Assista ao vídeo: “A Divisão do Reino”
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=DOInEKruRs0
Duração: 12m02s
REIS DO SUL (JUDÁ)
931-914 a.C. Roboão (1Rs 14:21-31
914-912 a.C. Abiam (1Rs 15:1-8)
912-871 a.C.
Asa (1Rs 15:9-24)
873-872 a.C. Josafá co-regente com Asa, seu pai.
871-848 a.C. Josafá (1Rs 22:41-51)
848-841 a.C. Jorão (2Rs 8:16-24)
Exercício de aplicação
O reino de Saul foi identifi cado mais parecido com o modelo 
mesopotâmico, enquanto o reino de Davi foi peculiarmente distinto, 
mantendo-se mais ligado ao modelo egípcio. Esta distinção é 
marcadamente perceptível porque: 
a. ( ) Saul expulsou os fi listeus porque tinha habilidades militares, 
enquanto Davi precisou ser treinado por Samuel em Jerusalém. 
b. ( ) Saul organizou e estruturou um exército permanente, com um 
chefe militar, enquanto Davi ampliou o aparato estatal com chefe de 
guarda pessoal, comandante do exército, conselheiro, secretário pessoal 
e secretário de estado. 
c. ( ) Saul é proveniente da tribo de Benjamin, por isto foi eleito rei. Davi 
é da tribo de Judá e foi ungido rei em Siquém. 
d. ( ) A monarquia foi instalada por Saul na região central da Palestina, 
enquanto Davi ampliou o território para o Sul até Jerusalém. 
e. ( ) Saul era militar e não construtor; Davi preferiu construir uma 
cidade ao modelo do tempo de escravidão no Egito. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
143Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
3. O Império Assírio e o Império Babilônico
Neste tópico, dois grandes impérios serão mencionados: o Império 
Assírio e o Império Babilônico. Ambos são da região do Oriente Médio, 
cujos territórios são próximos entre si, mas distantes temporalmente. 
Baseando-se em Samuel J. Schultz (1995), as informações aqui 
colocadas serão sobre os impérios decorrentes dos domínios sobre os 
reinos de Judá e de Israel. O primeiro deles será sobre o Império Assírio, 
cuja localização primária é assim descrita: 
No canto noroeste do Crescente Fértil, estendendo-
se por uns 563 km ao longo do rio Tigre, e com uma 
largura aproximada de 322 km, se encontrava o país 
da Assíria. O nome provavelmente se deve ao deus 
nacional, Assur, e uma de suas cidades foi assim 
chamada. A importância da Assíria durante o período 
do reino dividido fi ca imediatamente aparente pelo fato 
de que no topo de seu poderio absorveu os reinos da 
Síria, Israel e Judá, e inclusive o Egito, até Tebas. Por 
aproximadamente dois séculos e médio exerceu uma 
tremenda influência sobre os acontecimentos da terra 
de Canaã, e daqui que com tanta frequência apareça 
nos registros bíblicos. 
Embora alguns eruditos traçam os começos da Assíria 
a princípio do terceiro milênio, se conhece pouco da 
época anterior ao século XIX, quando os agressivos 
estabelecimentos comerciais desta zona estenderam 
seus interesses comerciais na Ásia Menor (SCHULTZ, 
1995, p. 160).
A história da Assíria tem seus começos aproximadamente no ano 1100 
a.C., com o reinado de Tiglate-Pileser I (1114-1076 a.C.). De acordo 
com os anais próprios, estendeu o poder de sua nação para o oeste no 
mar Mediterrâneo, dominando as nações menores e fracas existentes 
naquela zona. Não obstante, durante os seguintes dois séculos o poderio 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA144
assírio retrocede, enquanto que Israel, sob Davi e Salomão, surge como 
um poder dominante no Crescente Fértil. Começando com o século IX, 
Assíria emerge como um poder crescente. As listas eponímicas assírias 
(relatos heroicos) desde aproximadamente o 892 a.C. ao 648 a.C. 
fazem possível correlação e integração com a história da Assíria com o 
desenvolvimento de Israel, como se registra no relato bíblico.
No mapa, a seguir, mostra-se a expansão do império assírio sob vários 
comandos e lideranças. No vídeo, a seguir, há um resumo sobre este império. 
Atente para os comentários sobre as estratégias de invasão deste império. 
Assista ao vídeo: O Império Assírio
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=2AcoAjs9NwY
Duração: 5m30s
No vídeo acima mencionado, o prof. André mencionou sobre o surgimento 
dos samaritanos. Sobre este episódio, Euclides Balancin informa o seguinte: 
145Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Saiba mais!!!
SAMARITANOS
No Novo Testamento, os samaritanos constitutem, um grupo que vivia 
na região da Samaria, e quer a desprezada pelos judeus (cf. Jo 4:9). 
A origem dos samaritanos remonta à época em que o Reino de Israel 
foi conquistado pelos assírios. Estes,quando invadiram o país e o 
transformaram em colônia, instalaram aí estrangeiros de muitas 
outras regiões. Com o tempo, eles foram se misturando com os 
israelitas que aí permaneceram, formando uma raça considerada 
impura pelos judeus. 
Os samaritanos, porém, sempre observaram escrupulosamente as 
prescrições da Lei ou Pentateuco. Não aceitavam os outros escritos 
do Antigo Testamento e não frequentavam o Templo de Jerusalém. 
O único lugar de culto deles era o monte Garizim, que fi cava no 
Norte. Acreditavam na vinda do Messias, que chamavam de Taeb
(= Aquele que volta). Este messias, porém, não seria descendente 
de Davi, como pensavam os judeus, mas sim um novo Moisés. 
Dois textos dos Evangelhos falam especifi camente dos 
samaritanos: o capítulo 4 do Evangelho de São João e a parábola 
do Bom Samaritano, que está em Lucas (10:25,37). 
Ainda hoje existe um grupo de samaritanos, que conserva seus 
costumes e crenças.
(BALANCIN, 1989, p. 85). 
O Reino do Norte (Israel), de 841 a 722 a.C. sofreu muito com a invasão 
assíria. Há quatro momentos da história de Israel que sintetizam o 
domínio. A tabela abaixo, exemplifi ca isto: 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA146
O REINO DO NORTE (ISRAEL) SOB O DOMÍNIO ASSÍRIO
SITUAÇÕES E 
PERSONAGENS AÇÕES
Jeú assume o poder 
apoiado pelo profeta 
Eliseu.
A insatisfação popular com a dinastia de Amri cresceu 
cada vez mais. Aproveitando disso, Jeú, que era o general, 
extermina a família real, pondo fi m à dinastia de Amri. Segue-
se uma reviravolta política e religiosa do culto javista. Neste 
período, Salmanasar III exige que Jeú lhe pague tributos. 
Para manter-se no poder, Jeú usa de extrema violência 
e rompe os acordos com Tiro e Judá, ocasionando mais 
problemas religiosos e econômicos. 
Jeroboão II faz Israel 
obter uma breve 
prosperidade
No tempo do rei Joacaz, o reinado foi muito difícil. Embora 
tentasse manter boas relações comerciais com o rei de 
Damasco, decidiu promover uma guerra contra Judá e 
saquear Jerusalém. Foi graças a essa invasão em Judá que 
Israel estabilizou as economias. 
Coalização
siro-efraimita
Após a morte de Jeroboão II, Israel teve três reis, de curta 
duração: Zacarias (6 meses) foi assassinado por Selum, que 
depois foi também morto por Manaém. Foi Manaém quem 
retomou o pagamento de tributos para a Assíria para não ser 
invadido. Seu fi lho Faceias é morto por um dos seus ofi ciais 
(Faceia). Decidiu romper o pagamento de tributos para a 
Assíria. Então tentou coalização com alguns territórios de 
Judá e Damasco. Mas como não conseguiu apoio, tentou 
invadir Judá. Neste momento, Judá pede apoio à Assíria, 
que, por sua vez, invadiu e tomou Israel. Oseias veio após 
Faceia e se submeteu ao jugo da Assíria. 
A Queda de Samaria
Oseias decidiu não pagar mais tributos à Assíria e pediu 
auxílio ao Egito. Não obteve ajuda egípcia, então os assírios 
chegaram e tomou a capital. Foi nesta época, no comando 
de Salmanasar V (722 a.C.) que a capital Samaria foi tomada. 
No mesmo ano, Sargon II deportou milhares de cidadãos 
israelitas e instalou estrangeiros no antigo território de 
Israel. Estes se misturaram com a população nativa que aí 
fi cou, e os seus descendentes serão os samaritanos. O reino 
de Israel deixa de existir e passa a ser território assírio. 
147Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
 A seguir, veja um vídeo curto (apenas uma cena separada do fi lme) no 
qual demonstra-se a passagem de 2 Crônicas 32 
Assista ao vídeo: Deus destrói Senaqueribe 
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=NQ3plvctNxI
Duração: 10m23s
E, igualmente ao Reino do Norte, o Reino do Sul (Judá) também apresenta 
quatro situações através das quais exemplifi cam-se o domínio assírio. 
Este período vai de 841 a 612 a.C., visto através das seguintes sínteses: 
O REINO DO SUL (JUDÁ) SOB O DOMÍNIO ASSÍRIO
SITUAÇÕES E 
PERSONAGENS
AÇÕES
Uma lenta 
desintegração do 
reinado
Jorão fi cou doente e impossibilitado de reinar. Ao falecer, seu 
fi lho Ocozias subiu ao trono e deu continuidade à dinastia 
de Amri. Mas foi assassinato pela revolta de Jeú, do Reino 
do Norte. Atalia, fi lha de Amri e mulher de Jorão, assumiu o 
poder do Sul por cinco anos. Por não pertencer à dinastia de 
Davi, ela massacrou todos os descendentes de Davi, menos 
Joás, que havia sido salvo pela ti e escondido no Templo. 
Ao completar sete anos, o sacerdote Joiada o coroou rei 
e Atalia foi executada. Devido à fraqueza de seu reinado, 
também foi assassinado. Seu Filho Amasias também teve 
o mesmo destino. Depois, Judá passou por mais dois reis: 
Ozias e Acaz. Acaz fez com que Judá tornasse vassalo da 
Assíria, isto é, teve que pagar altos tributos. 
Luta pela independência
Ezequias, fi lho de Acaz, buscou apoio nos modelos dos 
reinados de Davi e de Salomão. Fez várias reformas 
religiosas e econômicas, mas não obteve muito êxito, devido 
ao crescimento dos assírios, deixou Judá tornar-se vassalo 
da Assíria mais uma vez. 
Total dependência
Os dois próximos reis Manassés e Amon fi caram totalmente 
dependentes da liderança da Assíria. Esta, por sua vez, 
sempre exigia mais tributos, e o reinado de Judá exigia mais 
ainda do povo. Foi um período de muita corrupção interna, 
fragmentando ainda mais o reinado. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA148
Novas esperanças
A Assíria começa a cair, devido às guerras internas, pressão 
dos babilônicos e tribos dizimadas. Josias sobe ao trono 
e decidi retomar as reformas de Ezequias. Sua tentativa 
foi reunir os habitantes do norte com os do sul, numa 
restauração do Templo. É nesta época que eles encontram 
o livro do Deuteronômio. E, sob esta nova esperança, decide 
levar o reino a completar a reforma. No entanto, morre em 
uma batalha com o Faraó Necao, em Meguido, em 609 a.C. 
Veja abaixo a relação completa dos governantes assírios: 
Página 320 do Manual Bíblico Vida Nova. 
149Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
E, como previsto, a Babilônia começa sua ascensão sob os domínios 
dos assírios. De 626 a 539 a. C. comenta-se muito sobre a hegemonia 
babilônica. Desde os seus primórdios sob a dominação assíria, 
Babilônia tinha sido uma província muito importante. Embora se fi zeram 
repetidos intentos por parte dos governantes babilônicos para declarar 
sua independência, não o conseguiram até a morte de Assurbanipal, 
por volta de 633 a.C. Samasumukim chegou a ser o governador da 
Babilônia de acordo com um tratado feito por Esar-Hadom. Após um 
governo de dezesseis anos, Samasumukim se rebelou contra seu irmão 
Assurbanipal e pereceu no assédio e incêndio da Babilônia (648 a.C.). 
O sucessor nomeado por Assurbanipal foi Kandalanu, cujo governo 
terminou muito provavelmente numa fracassada rebelião (627 a.C.). A 
rebelião continuou na Babilônia sob a incerteza do governo assírio após 
a morte de Assurbanipal. Nabopolassar surgiu como o líder político que 
continuou como campeão da causa da independência da Babilônia. 
Como já visto, ao voltar da incursão contra a Assíria, o Faraó Necao 
depõe o rei Joacaz e coloca em seu lugar Eliaquim, mudando-lhe o nome 
para Joaquim. Neste sentido, o reino de Judá agora se torna vassalo 
do Egito, ao mesmo tempo que teria para si, o reino de Judá como um 
aliado contra os invasores. Mas em 605 a.C., Nabucodonosor derrotou 
o exército egípcio e exigiu que o rei Joaquim pagasse tributo a ele. 
Todavia, Judá preferiu manter-se aliado aos egípcios e, mais uma vez, 
os babilônicos derrotaram os egípcios e, desta vez, mataram o rei de 
Judá, Joaquim. Então, foi colocado no trono por três meses, seu fi lho 
Jeoaquim (ou Joaquin). Todavia, os babilônicos destronam Jeoaquim e 
em seu lugar colocam Matanias (que depois veio chamar-se Sedecias). 
Foi nesta época que ocorre a primeira deportação de Judá.
Foi em 587 a. C. que Nabucodonosor faz um cerco em Jerusalém por 
um ano, ocasionando uma fome desesperadora. Em 586 a.C., Jerusalém 
é invadida e prendeu Sedecias, torturando-o e depois enviando-o para a 
Babilônia. Tanto a cidade de Jerusalémcomo o templo são totalmente 
incendiados. E agora uma segunda deportação ocorre com a população. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA150
Na Jerusalém devastada e destruída fi cam somente os camponeses que 
precisavam fornecer os produtos agrícolas aos babilônicos. 
O vídeo, a seguir, é um documentário sobre a Antiga Babilônia, realizado pela 
Discovery Civilization. É um vídeo longo, mas vale a pena assisti-lo na íntegra. 
Assista ao vídeo: Nabucodonosor: o Mistério Babilônico
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=TX-rGSfrXOU
Duração: 41m42
A queda da Babilônia pode ser deduzida a partir da liderança do rei 
Nabônides. Ele quis substituir o principal deus dos babilônicos Marduque 
por um outro deus, a Lua. Devido ao descontentamento do povo babilônico, 
foi viver na Arábia, deixando seu fi lho no poder, Baltazar. Por essa época, 
535 a.C., um novo reino começa a surgir no Golfo Pérsico. Ciro consegue 
unir os reinos da Pérsia e da Média e começa a avançar para o ocidente. É, 
pois, em Isaías 40-55 que o profeta transparece a alegria de ver possível a 
libertação dos israelitas exilados. Em 539 a. C. Ciro entra na Babilônia e é 
aclamado rei da Babilônia e rei dos países, em cuja ocasião entendeu-se 
que o domínio babilônico chegara ao fi m. 
Veja abaixo a lista dos governantes babilônicos durante todo o domínio 
do império. Manual Bílbico Vida Nova, p. 321. 
151Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Durante o período do Império Babilônico, os reis de Judá foram os 
seguintes: 
O REINO DO SUL (JUDÁ) SOB O DOMÍNIO BABILÔNICO
ANO/PERÍODO AÇÕES
609 a.C. 
Joacaz (2 Rs 23,31-35)
O faraó Necao depõe Joacaz, levando-o 
prisioneiro para o Egito. No lugar de Joacaz, 
Necao coloca Eliaquim, mudando-lhe o nome 
para Joaquim. 
609-598/7 a.C.
Joaquim (2Rs 23:36 – 24:7)
Joaquim paga tributo ao Egito. Em 605 a.C., 
Nabucodonosor vence o Egito em Carquemis. 
Em 604 a.C., conquista Ascalon e o rei Joaquim 
se submete à Babilônia. Em 600 a.C. Joaquim 
tenta se livrar do jugo da Babilônia. 
598 a.C.
Jeoaquim (também escrito como Jeconias ou 
Conias), fi lho de Joaquimm (2Rs 24:8-17)
Em 597 a. C., Nabucodonosor prende Jeoaquim e 
o envia à Babilônia. Em seu lugar, fi cou Matanias 
(Sedecias) 
597-586 a.C. 
Sedecias (2Rs 24:18 – 25:7) 
Em 593 a.C. começa o cerco de Jerusalém, 
sendo conquistada em 586. Sedecias é preso e 
levado para a Babilônia. Em 547 a.C., Ciro, rei da 
Pérsia, conquista a lídia. E em 539 a.C., conquista 
a Babilônia. É o fi m do Império Babilônico. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA152
Para fi nalizar este tópico, há mais um vídeo cujo produção é de desenho 
animado. Nele, é demonstrado como Ciro, rei persa, chega à Babilônia e 
torna-se rei dela. 
Assista ao vídeo: Derrota da Babilônia
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=KhT_gTFmE6c
Duração: 22m35s
Saiba mais!!!
O EXÍLIO 
Página 303 do livro Manual Bíblico Vida Nova
153Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Exercício de aplicação
Na página da internet da Livraria Paulus, Nilo Luza traz um excelente 
resumo sobre o exílio na Babilônia. Abaixo, há a reprodução deste texto: 
7. O exílio na Babilônia
Como vimos no artigo anterior, o reino do norte (Israel) terminou 
em 722 com a tomada da Samaria pelos assírios e em 587, quando 
Jerusalém foi saqueada e o templo destruído pelos babilônios, grande 
parte da população foi deportada para a Babilônia, terminando, 
praticamente, também o reino do sul (Judá). Com isso, chega ao fi m 
a monarquia em Israel.
Boa parte do povo se encontra no exílio, onde, sem templo, sem 
rei e sem terra, tenta se adaptar a novas formas de vida e de 
compromisso com seu Deus.
No exílio babilônico, fl oresce uma literatura que retrata certa 
desolação, mostra a saudade pela terra que fi cou distante, mas 
também tira, dessa experiência, certas lições de vida e incentiva o 
povo a não desanimar. Refaz a compreensão de Deus e reconstrói 
sua imagem a partir dessa experiência de vida. Há grande refl exão 
em torno desses fatos trágicos e o porquê disso.
Desde a destruição de Jerusalém em 587 AC, por Nabucodonosor, 
até 70 DC, quando acontece nova destruição, agora pelos romanos, 
esse período é chamado de “período do segundo templo”. São seis 
séculos de incertezas e decisivos para o “futuro da religião e da 
sociedade judaica”.
“O exílio representou o trágico fi m da independência nacional com 
a queda da dinastia davídica no reino de Judá. O exílio não só abriu 
um novo capítulo na história da formação da Bíblia, como também 
na história do povo judeu após a volta do exílio” (Scardelai).
Os deportados começaram a reorganizar sua vida comunitária 
e particular da forma que acharam melhor. Tentaram reviver da 
melhor forma a vida e as tradições da sua terra. Dedicaram-se à 
agricultura e ao comércio de onde tiravam a sobrevivência. Mesmo 
longe do templo, tentaram manter viva a fé em Javé, apesar de 
estar ameaçada pelo sincretismo religioso.
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA154
Na realidade do exílio, surge uma instituição de grande valia: o 
sacerdócio.
Os sacerdotes não tendo mais preocupações com o templo dedicam-
se à escrita, ampliando o material que já existia e reinterpretam 
a história, segundo a visão sacerdotal. Recolhem material já 
existente e acrescentam outros escritos, assim surge nova tradição 
organizada, que é a literatura sacerdotal (representada pela letra 
P). Essa literatura foi preparada por exilados e para exilados. Os 
sacerdotes, portanto, exercem um papel importante, apesar de 
suas limitações, e, longe do templo, procuram unir o povo em torno 
da palavra de Deus. Com isso, surge a “importância do livro”, nova 
mentalidade que mudará os rumos de Israel.
A partir da leitura, das alternativas abaixo a melhor que explica o 
exílio do povo de Deus é:
a. ( ) O exílio é a forma cruel de expatriação, um tipo de cativeiro, 
que aconteceu com o povo de Deus. E, como peregrinos em terra 
estranha, a educação dos exilados foi a estratégia de sobrevivência, 
produzindo literatura e mecanismos de culto e liturgia. 
b. ( ) O exílio é a forma pela qual Deus YHWH puniu o seu povo: 
aos israelitas (do Reino do Norte) pela invasão à Judá, e aos 
judaítas (do Reino do Sul) pelo acordo com os egípcios. Ambos 
não confi aram em Deus, mas nos deuses dos pagãos inimigos. 
c. ( ) O exílio é o período pelo qual é explicado a adoração do 
povo de Deus fora do Templo de Jerusalém, pois nesta época os 
habitantes do Norte não tinham mais sacrifícios e somente os do 
Sul praticavam sacrifícios. 
d. ( ) O exílio é uma representação da purifi cação do povo de Deus. 
Pois, em terras estrangeiras, o culto correto foi o dos samaritanos 
que acreditavam na vinda do Messias. Já o culto dos judaítas era 
rejeitado porque não conseguiram manter a dinastia de Davi. 
e. ( ) O exílio signifi cou a expulsão do povo de Deus, quando os 
babilônicos fez o povo sair de seu próprio país. É uma espécie de 
Êxodo, fazendo menção de quando foram libertos do Egito. 
Acesse o AVA para fazer o exercício!
155Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
4. O Império Persa, o Império Grego e o Império Romano
Nesta unidade, serão demonstrados os três últimos impérios que 
percorreram o conteúdo bíblico, a saber: o persa, o grego e o romano. 
Cada um deles teve sua importância e infl uência na história do povo de 
Deus (Antigo e Novo Testamento). 
Aproximadamente em 550 a.C., Ciro tornou-se o líder supremo do império 
medo-persa. Ele estendeu seu território desde a fronteira com a Índia 
(Oriente) até a Grécia (Ocidente). Ao tomar a capital do Império Babilônico, 
Babilônia, em 539 a.C., Ciro deparou-se com os judeus exilados. E, nas 
palavras do profeta Isaias (40-55), o tema do retorno ganhou projeção 
de esperança e libertação. Ao mesmo tempo que uma leitura teológica 
é feita, a leitura política também está presente. Diferente dos assírios e 
dos babilônicos, os persas não obrigam os dominados a praticarem a 
mesma religião que a deles. De acordo com Esdras 1:2-11e 6:3-5, um 
édito persa dava permissão aos judeus (ou judaítas, ou ainda, israelitas) 
a retornarem para a região da Judeia (antigo reino de Judá). No entanto, 
nesta época, a Judeia estava sendo governada pela região da Samaria. 
Tabela dos reis persas da página 328 do Manual Bíblico Vida Nova. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA156
Sobre o império persa, comenta-se que os tributos não eram pagos 
somente com produtos agrícolas, mas sobretudo com a preta (para os 
persas, um metal muito valioso). Desta maneira, muitos povos dominados 
tinham que primeiro trocar os seus produtos por prata e, depois, pagar o 
tributo aos persas com a prata obtida. Este tipo de “transformação do 
tributo” permitia aos dominados exercer relações comerciais, religiosas 
e cúlticas, mas jamais políticas. 
Em 537 a. C., acontece a primeira campanha de retorno à terra do povo 
de Deus. Liderados por Sassabassar, os exilados chegam à Jerusalém e 
logo decidem reconstruir o Templo (Esdras capítulos 2 e 3) em Jerusalém. 
Mas o governo de Samaria contrapõe-se a este empreendimento por 
entender que Judá estava se organizando politicamente. Mas foi em 520 
a.C., que defi nitivamente Dario I concede a continuidade da reconstrução. 
E em 428, o sacerdote Esdras retorna à Jerusalém com mais exilados. 
Nesta volta, um grande grupo de levitas o assessora para dirimir sobre a 
prática e vida da nova comunidade judaica. Nascia, então, o judaísmo – 
uma designação de movimento do povo que retorna à Jerusalém. Neste 
sentido, aumentou-se ainda mais a rivalidade étnica e religiosa entre 
os samaritanos e os judeus. Os samaritanos, sentindo-se excluídos, 
resolveram então também construir o seu templo no Monte Garizim 
(provavelmente entre os anos 420 e 400 a.C.). 
157Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Expansão do Império Persa: Página 342 do Manual Bíblico Vida Nova. Nesta 
época, os persas fi caram preocupados com a ascensão do Egito e algumas 
revoltas em todo o império. E eis que um novo inimigo se aproximava do 
Ocidente, os gregos. Em 332 a.C., Alexandre Magno conquista a Palestina e o 
Egito. E, no ano seguinte, chega à Arbela e derrota os persas completamente. 
Abaixo, um breve resumo das datas mais importantes: 
ANO HISTÓRIA DO POVO DE DEUS SOB O IMPÉRIO PERSA
538 a.C. Edito de Ciro. Fim do exílio na Babilônia (Esdras 1:1-11)
537 a.C. Primeira leva de judeus que retornaram à Judeia (Esdras 
1:1-11)
520 a.C. Início da reconstrução do Templo (Esdras 4:24 – 6:18
515 a.C. Consagração do novo Templo (Esdras 6:19-22)
448 a.C. Nova leva de judeus que retornam à Judeia (Esdras 7:1-
8,36)
445 a.C. Neemias vai para Jerusalém em 433 a.C. (Neemias 3-6). 
Em 332, Alexandre Magno conquista a Palestina.
331 a.C. Alexandre Magno vence os persas. Fim do Império persa. 
O vídeo a seguir é sobre o Império Persa. Trata-se de um documentário 
produzido pela History Channel. No início faz menção de quando o impé-
rio grego chegou à capital, mas no decorrer do vídeo, reconta-se o grande 
império antigo. 
Assista vídeo: O Império Persa
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=cb6QPIGe2S0
Duração: 43m58s
O segundo império, já mencionado, refere-se ao Império Grego. Este 
império vai de 331 a.C. 64 a. C., cujas informações são obtidas através 
da comparação de outras literaturas (1 e 2 Macabeus, por exemplo). Para 
muitos eruditos, a literatura bíblica é um período de silêncio, chamado de 
Período Interbíblico, cerca de 400 anos. Contudo, houve sim produção 
literária, mas não alinhada no processo de canonização. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA158
Assista o vídeo: O período interbíblico (Império Grego)
Disponível em: h� ps://www.youtube.com/watch?v=c9lmDgWHfds
Duração: 47m57s
Depois da guerra com os persas na região de Arbela, Alexandre Magno 
consagrou-se vitorioso e manteve sua campanha até chegar à Índia, 
pois seu empreendimento era comercial. Após conquistar praticamente 
todo o Oriente Médio ainda não sentiu-se “realizado”. Contudo, ainda 
na Babilônia, adoeceu por ter contraído malária. Acabou falecendo aos 
trinta e três anos. E, devido à sua morte, todo o império foi dividido entre 
os diádocos (sucessores). São eles: Ptolomeu fi cou com o Egito, Selêuco
com a Babilônia e as demais regiões orientais, Antígono fi cou com a 
Prígia Maior, Lísimaco foi o governador da Trácia, Cassandro fi cou com a 
Macedônia. Para a história do povo de Deus, Ptolomeu e Seleuco são os 
que vão ser estudados aqui. 
Mapa da página 544 do Manual Bíblico Vida Nova, O Império de 
Alexandre Magno. 
159Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Há três períodos históricos que precisam ser destacados na história do 
povo de Deus sob a infl uência do império grego. Nesta época, a Palestina 
estava dividida em regiões (veja o mapa). Especifi camente sobre a 
Judeia, três grandes domínios precisam ser destacados: os Lágidas, os 
Selêucidas e os Asmoneus. 
O pai de Ptolomeu foi Lagos, daí vem a palavra seguidores de Lagos, os 
Lágidas. Logo, os descendentes de Ptlomeu iriam dominar a região do 
Egito, mas ele percebeu que a Palestina precisava também fazer parte 
de seu reino, pois inimigos poderiam descer até o Egito. Os comentários 
dizem que tal região foi muito disputada pelos gregos (Ptolomeu, 
Selêucida e Antígono). Em 301, Ptolomeu conquista a Palestina e 
percebe que ali já havia uma organização religiosa e política de anciãos 
judeus (mais tarde, os romanos deram o nome de Sinédrio). A Judeia 
permaneceu sob a liderança dos Lágidas de 301 a 197 a.C.
Balancin resume a infl uência política dos Lágidas na Judeia: 
Os Lágidas não impuseram a cultura helenística, mas 
propiciaram que ela fosse, pouco a pouco, mudando 
a mentalidade e os costumes dos judeus. Dentro do 
sistema, o sumo sacerdote judeu gozava de pleno 
poder, bem como algumas famílias, entre as quais a dos 
Tobíadas. Formam-se, nesse tempo, grandes contrastes 
sociais: de um lado, a alta sociedade, a cúpula dirigente 
e os altos funcionários, que se enriqueciam graças aos 
trâmites do sistema tributário e à agiotagem; de outro 
lado, os agricultores e pequenos comerciantes, que se 
tornavam cada vez mais pobres. 
(BALANCIN, 1987, p. 24). 
O segundo grupo de domínio na Judeia é o dos Selêucidas, que vai de 
197 a 142 a.C. Foi Antíoco I que conseguiu tomar dos Lágidas a Palestina 
e a Fenícia, fazendo com o que os judeus doravante fi cassem sob seu 
domínio. Ele não impôs aos judeus a adesão à cultura e práticas gregas, 
contudo, em 175 a. C., Antíoco IV Epífanes fez tal imposição e ordenando 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA160
que todos os judeus aderissem às práticas, cultura, costumes e política 
gregas. Então o povo de Deus fi cou dividido: os que concordavam com 
a infl uência grega e os que se opuseram a ela. Neste sentido, surge a 
família do sacerdote Matatias (Macabeus). 
O terceiro grupo de domínio na Judeia é formado pelos Asmoneus (veja 
a tabela desta dinastia). A origem Asmoneu vem do pai de Matatias, 
Ashmon. Refere-se aos descendentes dos Macabeus (ou matatianos). 
Esta família dizia-se descendentes verdadeiros (e reais) dos sacerdotes. 
Eles governaram a Palestina de 142 a 63 a.C., em acordo com o governo 
dos selêucidas. Os macabeus começaram a ter intrigas familiares e 
perdem o poder, por causa de invasões romanas e acordos que os 
próprios descendentes deles fi zeram com o apoio do novo império. 
Tabela da Dinastia dos Asmoneus da página 547 do Manual Bíblico Vida Nova. 
Agora chegou-se ao grande Império Romano. Desde há muito, os 
romanos tinham em mente ocupar todo os territórios conquistados 
pelos gregos. Em 63 a.C., eles chegam à Palestina e a torna um território 
romano. E, segundo os critérios da Pax Romana, os judeus devem ser 
161Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
fi éis e submissos às ordens de Roma. É, pois, nesta perspectiva, que os 
romanos decidem em 37 a.C. nomear um estrangeiro para governar os 
judeus: Herodes. Este era um idumeu (região Idumeia). 
Quando Jesus nasceu, a Palestina toda erauma província romana. 
Herodes regia desde a Judeia até a Galileia. Em 4 a.C., Herodes o Grande 
morreu e, por ordem romana, os seus fi lhos fi caram com os territórios 
da Palestina na seguinte ordem: Arquelau fi cou com a Idumeia, Judeia 
e Samaria; Herodes Antipas com a Galileia e a Pereia; e Filipe com a 
Traconítide. Esta divisão fi cou conhecida como Tetarca. 
Veja o mapa das regiões da Palestina na época de Jesus. Nele, as regiões 
estão identifi cadas conforme a divisão. 
No entanto, os próprios romanos não gostaram da governança de 
Arquelau e o destituíram. Para esta região, os romanos indicaram um 
procurador romano.
Apenas para justifi car, não é dada muita ênfase nesta disciplina sobre o 
Império Romano, pois o conteúdo do mesmo será revisado em História 
do Cristianismo e na Introdução ao Novo Testamento. E, do ponto de vista 
literário, compartilha-se duas listas a seguir, apenas para comentar sobre 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA162
a produção de textos que não estão presentes na Bíblia (Protestante), 
mas que são academicamente estudados. Na primeira lista, há os livros 
apócrifos e, na segunda, os livros apócrifos do Novo Testamento.
Tabela dos Livros Apócrifos, da página 564 do Manual Bíblico Vida Nova.
163Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
Tabela dos Livros Apócrifos do Novo Testamento, da página 576, do 
Manual Bíblico Vida Nova. 
| Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA164
Exercício de reflexão
Em muitos textos bíblicos, em sua maioria no Antigo Testamento, 
destaca-se a presença dos profetas que proclamam oráculos acerca 
do perigo iminente do inimigo chegar, invadir e destruir. Estes são os 
oráculos de condenação (juízo, julgamento), que geralmente trazem 
acusações sobre o pecado dos líderes e do povo. Vejamos, por exemplo, 
o oráculo de condenação feito por Miqueias 3:1-4, quando diz:
Disse eu: Ouvi, agora, vós, cabeças de Jacó, e vós, chefes da casa 
de Israel: Não é a vós outros que pertence saber o juízo? Os que 
aborreceis o bem e amais o mal; e deles arrancais a pele e a carne 
de cima dos seus ossos; que comeis a carne do meu povo, e lhes 
arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para 
a panela e como carne no meio do caldeirão? Então, chamarão ao 
SENHOR, mas não os ouvirá; antes, esconderá deles a sua face, 
naquele tempo, visto que eles fi zeram mal nas suas obras.
BÍBLIA ARA
E em outras situações, há os oráculos de salvação (absolvição, 
perdão), que apontam soluções e oportunidades de mudança 
social. É o caso de Miqueias 7:14-20, que diz: 
Apascenta o teu povo com o teu bordão, o rebanho da tua herança, 
que mora a sós no bosque, no meio da terra fértil; apascentem-
se em Basã e Gileade, como nos dias de outrora. Eu lhe mostrarei 
maravilhas, como nos dias da tua saída da terra do Egito. As 
nações verão isso e se envergonharão de todo o seu poder; porão 
a mão sobre a boca, e os seus ouvidos fi carão surdos. Lamberão 
o pó como serpentes; como répteis da terra, tremendo, sairão dos 
seus esconderijos e, tremendo, virão ao SENHOR, nosso Deus; e 
terão medo de ti. Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas 
a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua 
herança? O SENHOR não retém a sua ira para sempre, porque tem 
prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos 
pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas 
165Bíblia I - Introdução à Bíblia | FTSA | 
profundezas do mar. Mostrarás a Jacó a fi delidade e a Abraão, a 
misericórdia, as quais juraste a nossos pais, desde os dias antigos.
BÍBLIA ARA
Em destaque, apontou-se duas ações que estão relacionadas à 
tarefa pastoral, quais sejam, a liderança e o cuidado de pessoas. 
Sabendo que tais ações são relevantes para a transformação 
do atual contexto brasileiro, cite dois motivos que têm levado a 
sociedade brasileira ao pecado e que pertencem à liderança cristã; 
e, da mesma forma, em um breve texto, cite dois motivos que 
demostrem a conversão do povo cristão como consequência do 
cuidado de pessoas.
Acesse o AVA para fazer o exercício!
Referências 
BALANCIN, Euclides Martins. Guia de leitura aos mapas da Bíblia. São 
Paulo: Paulus, 1987, p. 14-16). 
BALANCIN, Euclides Martins. História do povo de Deus. São Paulo: 
Paulinas, 1989. 
BÍBLIA EDIÇÃO PASTORAL. São Paulo: Paulus, 1995.
GOTTWALD, Norman K. As tribos de Iahweh: uma Sociologia da Religião 
de israel liberto 1250-1050 a.C. São Paulo: Paulinas, 1986.
GOTTWALD, Norman K. Introdução socioliterária à Bíblia Hebraica. São 
Paulo: Paulus, 1988.
MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA. São Paulo: Vida Nova, 2001.
SCHULTZ, Samuel. A História de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: 
Vida Nova, 1995.
Rua: Martinho Lutero, 277 - Gleba Palhano - Londrina - PR
86055-670 Tel.: (43) 3371.0200

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