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Clima e Microclima

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CONFORTO 
AMBIENTAL 
Fabiana Galves 
Mahlmann
Clima e microclima
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir clima e microclima.
  Identificar os tipos de climas e microclimas.
  Descrever, por meio de exemplos, a influência do clima e do micro-
clima nos projetos arquitetônicos.
Introdução
Atualmente, muito se fala em alterações climáticas e nas suas conse-
quências, como as mudanças nas temperaturas e as oscilações bruscas 
de tempo. Para entender essas alterações, primeiro devemos conhecer 
os conceitos de clima e de microclima, pois, muitas vezes, esses fatores 
influenciam diretamente os projetos de arquitetura e a construção das 
edificações.
Ao projetar, o arquiteto deve realizar o estudo da região, do clima, 
das incidências solares e dos ventos, para ter o melhor aproveitamento 
do espaço projetado e prevenir situações que podem ocorrer em fun-
ção desses fatores. A sustentabilidade e o melhor aproveitamento dos 
recursos nos projetos arquitetônicos também são aspectos de grande 
relevância nos projetos de arquitetura, exigindo amplo conhecimento 
do profissional acerca do tema para que sejam apresentadas as melhores 
soluções para cada caso.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos e os tipos de clima e 
microclima e vai verificar a influência deles nos projetos arquitetônicos.
Clima e microclima
Na arquitetura, existem diversos fatores que infl uenciam os projetos e as 
construções, como climas e microclimas. As construções são executadas basi-
camente de acordo com a região, o clima e os hábitos e costumes dos usuários. 
Clima
A palavra clima vem do termo grego para “inclinação” e refere-se ao ângulo 
formado pelo eixo de rotação da Terra e o seu plano de translação, conforme 
leciona Ayoade (1996). O clima é a média de fatores meteorológicos — tempe-
ratura, precipitação, vento, umidade e pressão do ar — que caracterizam o meio 
ambiente atmosférico de uma região por um espaço de tempo meteorológico. 
Pode ainda ser descrito como um estado, incluindo as descrições estatísticas 
do sistema global, ainda de acordo com Ayoade (1996).
As variações climáticas estão ocorrendo de forma rápida em menores 
espaços de tempo, alterando regiões e populações e influenciando diretamente 
no ritmo de vida das pessoas (GEOGRAFIA..., [2018]).
Nos estudos de clima é feita a análise das regiões, observando-se a vegetação 
e o solo, bem como os fatores climáticos e os elementos naturais e humanos 
que influenciam direta ou indiretamente nos dados climáticos. Os fatores 
climáticos são os seguintes, de acordo com Barbirato, Souza e Torres (2007): 
Latitude — É a distância em graus do local de análise até a Linha do Equador; 
quanto maior a latitude, mais frio será, e quanto menor, mais quente será. 
Altitude — É a distância em metros entre uma cidade localizada em um 
determinado ponto do relevo até o nível do mar; quanto maior a altitude, 
mais frio será, e quanto menor a altitude, mais quente será. A altitude é muito 
importante para determinar a temperatura, pois mesmo em áreas de baixa 
latitude é possível encontrar montanhas com neve permanente em qualquer 
época do ano. 
Pressão atmosférica — É a força que o ar exerce sobre uma determinada 
região em função das pressões do planeta e da gravidade. A pressão atmosférica 
infl uencia o clima tanto nas temperaturas quanto na movimentação dos ventos 
e na formação de chuvas.
Órbita — Mudanças cronológicas nas posições das órbitas terrestres, em 
graus, minutos, segundos, décimos, centésimos e milésimos de segundos, 
ocasionam maiores ou menores graus de insolação. Quando a órbita se torna 
quase circular, a Terra receberá a mesma quantidade de calor do Sol durante 
todo o ano; quando a órbita está mais deformada, haverá mais estações ao 
longo do ano e, consequentemente, menos calor.
Clima e microclima2
Maritimidade — É a proximidade de um local com relação ao mar; quanto 
mais próximo do oceano, maior será a umidade do ar e menor será a variação 
de temperatura diária. 
Massa de ar — É uma parte da atmosfera que possui as mesmas características 
físicas de temperatura, pressão, umidade e direção, derivadas do tempo em 
que fi cou sobre uma determinada área da superfície terrestre; se uma massa 
de ar possui as mesmas características, ela é responsável pelo clima da região. 
Dependendo da estação do ano, as massas avançam ou recuam. 
Corrente marítima — Grande massa de água que apresenta as mesmas 
características físicas de temperatura, salinidade, cor, direção e densidade e 
pode infl uenciar as massas de ar que se sobrepõem.
Relevo e vegetação — A presença e as interferências de montanhas e depres-
sões nos movimentos das massas de ar compõem a topografi a de uma região; 
as montanhas difi cultam o deslocamento das massas de ar, aumentando a 
umidade da região. Em uma cidade localizada entre montanhas, pode fazer 
mais calor do que em outra bem próxima, mas que não esteja entre montanhas. 
Isso ocorre porque o vento não circula da mesma maneira, pois as montanhas 
funcionam como barreiras. Florestas possuem a capacidade de impedir a 
incidência dos raios solares no solo, o que acaba provocando a retenção de 
umidade em índices maiores. 
Microclima
É defi nido como o conjunto de condições climáticas — temperatura, umidade, 
sensação térmica e chuvas — de uma determinada área dentro de uma ci-
dade. Entre os principais fatores que infl uenciam na criação dos microclimas, 
podemos destacar, segundo Barbirato, Souza e Torres (2007):
  Topografia dos diferentes pontos das cidades, onde encontramos morros, 
vales e áreas planas — regiões com morros fazem com que os ventos 
passem por cima da região, deixando a mesma extremamente abafada, 
sem circulação de ventos.
  Áreas totalmente ocupadas ou áreas rurais com grandes campos abertos 
— as áreas ocupadas criam barreiras para os ventos e as temperaturas, 
ao contrário de grandes áreas abertas.
3Clima e microclima
  Vegetações e arborizações das regiões — quando muito densas, podem 
criar barreiras, alterando as temperaturas e os ventos de cada região.
  Poluição — por vezes, pode estar concentrada onde não há vazão dos 
ventos, por exemplo.
  Tipo de piso da cidade, seja asfalto, pedra ou grama, por exemplo — 
também altera o clima, pois torna a região permeável ou não.
Um projeto arquitetônico que observa o clima, a orientação solar e os ventos 
pode obter vantagens utilizando a energia solar para aquecimento e iluminação, 
reduzindo as necessidades energéticas da habitação. Existem muitos fatores 
que favorecem ou não cada posição solar, mas cabe ao profissional verificar 
o que o cliente busca e deseja, para que possa planejar um imóvel de acordo 
com a real necessidade do cliente.
Tipos de climas e microclimas
Como vimos, o clima pode ser defi nido como o conjunto de fatores meteoro-
lógicos que caracterizam o meio ambiente atmosférico de uma região por um 
espaço de tempo. Os principais tipos de climas são:
Clima tropical — A sua principal característica é a defi nição de duas estações 
no ano, o inverno — seco — e o verão — chuvoso —; dentro desse tipo, ainda 
encontramos o clima tropical seco ou o clima tropical chuvoso, dependendo da 
região. O clima tropical é encontrado na África, na Ásia, no norte da Austrália, 
na parte mais central da América do Sul e nas regiões Sudeste e Centro-Oeste 
do Brasil. É dividido em:
  clima tropical de monções — encontrado nas regiões costeiras da África 
Ocidental, no nordeste da América do Sul e na costa ocidental da Índia;
  clima tropical úmido ou de savana — encontrado em regiões de altas 
pressões subtropicais e baixas pressões equatoriais; apresenta estações 
alternadas secas e úmidas; a vegetação típica é a savana;
  clima tropical de altitude — encontrado em regiões serranas ou de altas 
altitudes; caracteriza-se por chuvas intensas no verão;
  clima tropical árido e semiárido — encontrado nas regiões com altas 
pressões subtropicais,com temperaturas elevadas e grandes amplitudes 
térmicas; não sofre influência das massas de ar marítimas.
Clima e microclima4
Clima equatorial — É um clima quente e úmido. Tem pouca variação tér-
mica durante o ano e muita concentração de chuvas ao longo de todo o ano. 
Ocorre nas regiões próximas à Linha do Equador e é também chamado de 
clima tropical equatorial.
Clima temperado — Tem as quatro estações bem defi nidas e é registrado nas 
regiões localizadas no meio dos Trópicos e dos Círculos Polares dos hemisférios 
Sul e Norte. Subdivide-se, ainda, em três tipos, que ocorrem nas regiões cos-
teiras: temperado mediterrâneo, temperado continental e temperado oceânico. 
Clima mediterrâneo — Apresenta invernos curtos e de temperaturas baixas, 
entre 0°C e 15°C. Já o verão é longo, registrando temperaturas entre 18°C e 
25°C. No inverno há muita chuva, e o verão é extremamente seco. É o clima 
predominante no sul da Europa, no Golfo do México e no sudeste da China.
Clima desértico — As chuvas são escassas, quase insignifi cantes, havendo 
épocas em que não ocorrem por longos períodos. A umidade do ar é baixa; as 
altas temperaturas ocorrem durante o dia, mas podem ser negativas durante 
a noite. As estações do ano são diferenciadas pela variação de temperatura. 
Ocorre em áreas tropicais e em áreas temperadas: norte da África, Oriente Mé-
dio, oeste dos Estados Unidos, norte do México, litoral do Chile e do Peru, Aus-
trália, sudoeste da África e noroeste da Índia.
Clima semiárido — As principais características desse clima são chuvas irre-
gulares e escassas, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. As chuvas 
são escassas, irregulares e mal distribuídas. Ocorre na Europa, Ásia, América 
do Norte, América do Sul e África. 
Clima continental árido — Esse tipo de clima apresenta baixa umidade 
relativa do ar, é extremamente seco e tem grande variação de temperatura 
entre o verão (17°C) e o inverno (20°C negativos). Presente na Ásia Central (no 
Cazaquistão, no interior da China e na Mongólia), na Patagônia e no planalto 
oeste das Montanhas Rochosas (Estados Unidos). 
Clima de altitude — Também conhecido como clima da montanha, apresenta 
temperaturas muito baixas ao longo de todo o ano. Em média, os termômetros 
registram 0°C durante o ano, mas, no inverno, é esperada queda de temperatura 
para índices negativos. Ocorre, por exemplo, na Cordilheira dos Andes, no Chile.
5Clima e microclima
Clima polar — Temperaturas extremamente negativas, com termômetros sempre 
abaixo de 0°C e com média de 30°C negativos, que podem cair a 50°C negativos 
no inverno. A umidade do ar é sempre bem elevada e sempre há neve cobrindo 
essas regiões. Por exemplo, o Alasca, no Polo Norte, e a Antártida, no Polo Sul.
Por outro lado, como vimos, as diferenças climáticas que ocorrem entre 
os diferentes bairros de uma cidade, percebidas ao se percorrer apenas al-
guns quilômetros de distância, são chamadas microclimas. Os microclimas 
se dividem em dois tipos bem definidos, ocorrendo em pequenas regiões e 
diferenciando-se na maneira como se formam e atuam; são eles: microclima 
urbano e microclima florestal (SHINZATO; DUARTE, 2018). 
  Microclima urbano — Esse tipo de microclima se desenvolve nas 
grandes metrópoles (Figura 1), em áreas totalmente ocupadas, e ocorre 
devido à falta de arborizações, à poluição presente e concentrada pela 
falta de ventos — devido às grandes barreiras construídas — e ao tipo 
de piso — como as grandes áreas com asfalto, que não permitem uma 
boa drenagem do solo —, contribuindo para a concentração de calor e, 
consequentemente, a alteração do clima (SHINZATO; DUARTE, 2018).
Figura 1. O microclima urbano se desenvolve nas cidades com muitos prédios e barreiras.
Fonte: pexels.com/Burst.
Clima e microclima6
  Microclima florestal — Esse tipo de clima ocorre nas grandes áreas 
abertas, em morros, nas áreas verdes e nas áreas rurais com muita 
vegetação (Figura 2), onde a drenagem do piso mantém as umidades 
do ar e da terra. As temperaturas nessas regiões são mais agradáveis, 
pois há uma grande circulação de ventos, já que não há barreiras, como 
as criadas nos grandes centros urbanos (COMO..., 2012).
Figura 2. Microclima florestal em área rural.
Fonte: Jose Luis Stephens/Shutterstock.com.
Os microclimas são extremamente importantes para o desenvolvimento 
das regiões; por meio deles, podemos perceber que espécies típicas de cada 
lugar conseguem sobreviver nos dias de hoje, quando tudo muda muito rápido 
e, muitas vezes, sem o cuidado do homem (COMO..., 2012).
As alterações climáticas e os projetos 
arquitetônicos
As novas tecnologias surgem com o crescimento dos grandes centros urbanos, 
mas não podemos esquecer que, assim como temos populações com alto 
desenvolvimento tecnológico, existem lugares onde esses conceitos ainda 
7Clima e microclima
não existem e estão bem distantes da realidade cotidiana dos que lá habitam, 
conforme leciona Ayoade (1996).
A arquitetura sempre teve um papel muito importante no desenvolvimento 
da sociedade. As civilizações sempre buscaram por abrigo e proteção, e as 
construções foram evoluindo com o passar do tempo com base nesses requi-
sitos. Por meio de estudos e análises do clima e das regiões, os profissionais 
podem desenvolver técnicas construtivas necessárias para o crescimento das 
cidades e a evolução das civilizações, conforme afirmam Barbirato, Souza 
e Torres (2007). 
Um projeto arquitetônico visa a proporcionar um ambiente agradável aos 
seus futuros usuários, buscando o melhor aproveitamento do espaço a ser 
edificado, de maneira a proporcionar qualidade de vida, conforto térmico e 
bem-estar. Para isso, devem ser analisados alguns pontos importantes antes da 
criação de um projeto, como o local, as temperaturas, os ventos, a orientação 
solar, as tecnologias disponíveis e as técnicas construtivas da região. Nesse 
sentido, podemos perceber que a arquitetura se desenvolve de modo regional, 
pois cada região apresenta característica próprias que visam às melhores 
soluções, à sustentabilidade e ao melhor uso do espaço urbano. Essa arquite-
tura regional recebe o nome de arquitetura vernácula, em que as técnicas e 
materiais utilizados são locais, isto é, típicos da região.
Percebe-se que o aumento das temperaturas tem modificado diretamente 
a maneira como as pessoas vivem, porque o clima já não é mais o mesmo e é 
preciso adaptar-se a ele. Assim, os profissionais da construção precisam estar 
atualizados em relação às novidades do mercado, pois, com os fenômenos 
e as mudanças climáticas, os clientes passam a buscar novas tecnologias e 
demandar o conhecimento dos profissionais para atender às suas solicitações, 
ainda de acordo com Barbirato, Souza e Torres (2007). 
Atualmente, existe uma preocupação maior com o meio ambiente, e as 
novas construções são planejadas visando à otimização dos processos de 
construção, à redução dos resíduos resultantes e à diminuição dos consumos 
energéticos do edifício. Têm ainda como objetivo atingir níveis de conforto 
térmico e de qualidade do ar adequados, reduzindo, assim, a necessidade de 
utilização de sistemas de ventilação ou aquecimento artificiais. A consideração 
das condições climáticas, da hidrografia e dos ecossistemas do entorno em 
que os edifícios são construídos é essencial para se obter o melhor resultado 
e o máximo desempenho com o menor impacto. Técnicas já tradicionais da 
arquitetura sustentável, aproveitando as condições climáticas, são o uso 
da ventilação cruzada para o resfriamento das edificações, o aquecimento 
solar da água e a geração de energia elétrica por painéis solares fotovoltaicos.
Clima e microclima8
A ventilação natural é um dos princípios da arquitetura sustentável, pois o 
vento é um recurso natural, gratuito e renovável. Esse artifício é obtido a partir 
de aberturas em lados opostos ou adjacentes no mesmo ambiente. A utilização 
desse tipo de ventilação de maneira correta traz muitas vantagens para todos, 
pois proporcionaa qualidade interna do ar devido à troca constante, gerando 
uma economia nos gastos energéticos, principalmente por meio da redução do 
uso de ar-condicionado, que é um dos principais consumidores de energia nas 
edificações. É importante salientar que, anteriormente ao projeto desse tipo de 
ventilação, deve-se realizar um estudo identificando os ventos predominantes 
da região, pois a ventilação natural pode causar desconforto e resfriamento 
indesejado caso não seja bem empregada. Para que esse sistema funcione, é 
necessária a entrada do ar frio (ar renovado) por um ponto do ambiente, de 
maneira que ele empurre o ar quente para a outra abertura, produzindo, assim, 
a ventilação, conforme mostra a Figura 3.
Figura 3. Ventilação cruzada.
Fonte: Ventilação... ([2018]).
Também podemos utilizar a torre de vento, que é um sistema muito seme-
lhante. As torres de vento são uma ótima solução para a troca de ar do ambiente 
interno. Esse método também funciona quando não há brisa, pois a temperatura 
de dentro da torre é diferente do ar externo. É um método muito utilizado em 
regiões extremamente quentes. Como pode-se observar na Figura 4, o vento entra 
por um lado da torre e sai pelo outro, sugando o ar quente interno do ambiente e 
fazendo com que o ar renovado entre pelas aberturas localizadas na parte inferior 
das edificações, produzindo um efeito também chamado de efeito chaminé.
9Clima e microclima
Figura 4. Torre de vento.
Fonte: Torres... ([2018]).
Como sabemos, o ar quente sobe, pois é mais leve que o ar frio, que desce; 
então, precisamos criar maneiras de inverter essa situação para resfriar os 
ambientes. A partir desse conhecimento, podemos desenvolver sistemas de 
indução térmica, que são entradas de ventilação próximas ao piso, permitindo 
a entrada do ar refrigerado, que empurra o ar quente para cima e faz com que 
este saia pelas aberturas, criadas com essa finalidade, nas partes mais altas das 
paredes ou nos tetos. Esse também é o mecanismo das antecâmaras das saídas de 
emergências para retirar as fumaças dos ambientes, permitindo a renovação do ar.
Uma outra técnica de climatização natural utilizada é o resfriamento 
evaporativo. Essa técnica pode ser associada a espaços sombreados ou fontes 
de umidade, e a evaporação ocorre com a passagem do vento em locais úmidos 
e molhados, realizando o resfriamento do ar. Essa técnica é muito utilizada 
em locais de clima quente e seco.
As normas de conforto ambiental na construção entraram em vigor em 2005, quando foi 
publicada a primeira legislação sobre conforto térmico e iluminação natural. A ABNT NBR 
15220-3:2005 é a norma que trata sobre as taxas de renovação do ar nas construções.
Em 2013 entrou em vigor ABNT NBR 15575:2013, estabelecendo critérios de qualidade e 
durabilidade das construções habitacionais, como conforto ambiental e impacto ambiental.
Clima e microclima10
A energia solar é outro recurso muito aproveitado em regiões com o 
clima propício ao uso desse recurso, que é natural e gratuito. Essa energia é 
utilizada para elevar a temperatura da água de uma edificação ou para trans-
formar energia solar em energia elétrica, conforme leciona Ayoade (1996). Os 
aquecedores solares podem ser utilizados para aquecer a água das piscinas 
e dos chuveiros. Esse sistema é muito eficiente e a sua tecnologia é bastante 
simples, antiga e já totalmente dominada por diversos fabricantes. No entanto, 
esses sistemas ainda têm um custo elevado em algumas regiões, por isso, nem 
todos têm acesso a esse recurso (COMO..., 2011).
Já o painel solar fotovoltaico produz energia elétrica em corrente contínua. 
A energia elétrica produzida pelas células fotovoltaicas nos painéis e transfor-
mada pelo inversor é conduzida ao quadro de luz (quadro de distribuição); desse 
modo, os equipamentos conectados às tomadas poderão usar a energia solar 
gerada. O sistema de energia solar fotovoltaica funciona conforme a Figura 5.
Figura 5. Funcionamento de painéis fotovoltaicos em uma residência: 1) o painel solar gera a 
energia fotovoltaica; 2) o inversor solar converte a energia solar em energia elétrica; 3) a energia 
solar é distribuída para sua casa ou empresa; 4) a energia solar é usada por utensílios e equi-
pamentos elétricos; 5) o excesso de energia vai para a rede da distribuidora, gerando créditos.
Fonte: Sistema... ([2018]).
Os painéis fotovoltaicos são formados por células solares, ou células fotovoltai-
cas, que têm a propriedade de absorver energia solar e permitir que a energia elétrica 
circule entre duas camadas com cargas opostas. Com esses painéis, podemos 
utilizar o sol para acender as lâmpadas de uma residência ou energizar as tomadas. 
11Clima e microclima
Existem outras técnicas construtivas que favorecem o conforto térmico de 
uma edificação. As fachadas de uma edificação devem ser protegidas contra a 
radiação solar intensa. O uso de beirais e o isolamento térmico também devem 
ser recursos utilizados para auxiliar a proporcionar um conforto térmico na 
concepção de um projeto. A orientação adequada e os ventos predominantes 
naturais são os melhores recursos para o aproveitamento do clima.
Sabemos que, assim como o calor, o frio também deve ser levado em con-
sideração em um projeto arquitetônico. É preciso o uso de técnicas para que o 
calor interno dos ambientes permaneça, mantendo o conforto térmico de quem 
ocupa esses espaços. O isolamento térmico, por exemplo, é fundamental em 
regiões muito frias. Sua principal função é manter o ambiente aquecido e fazer 
com que o calor não seja transmitido para o exterior. Os telhados das residências 
também precisam de alguns cuidados na hora de serem executados: em locais 
onde possa existir neve, eles devem ter uma inclinação maior, para evitar o 
acúmulo quando ocorrer esse fenômeno e, desse modo, captar mais calor.
Os obstáculos naturais fazem com que constantemente sejam buscadas 
novas tecnologias para proporcionar as melhores soluções para o dia a dia das 
pessoas. Desse modo, os povos podem habitar qualquer região, independente-
mente do clima, pois sempre haverá uma solução para cada projeto (O QUE..., 
[2018]). Por fim, podemos concluir que a conscientização em mantermos as 
fontes naturais de subsistência está ganhando mais espaço no dia a dia, fazendo 
com que os arquitetos busquem soluções e pratiquem ações que preservam o 
ambiente em que vivemos, pois há a conscientização de que os recursos que 
extraímos da natureza são limitados e podem acabar. 
Clima e microclima12
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: desempenho térmico 
de edificações. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/patri-
cialopes9480/nbr-15220>. Acesso em: 9 out. 2018.
AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 
1996.
BARBIRATO, G. M.; SOUZA, L. C. L.; TORRES, S. C. Clima e cidade: a abordagem climática 
como subsídio para estudos urbanos. 1. ed. Maceió: EDUFAL, 2007. v. 1.
COMO acontece o microclima. CulturaMix, 2012. Disponível em: <http://meioambiente.
culturamix.com/natureza/como-acontece-o-microclima>. Acesso em: 9 out. 2018.
COMO funciona o sistema de aquecimento solar. UOL Estilo, 4 mar. 2011. Disponível 
em: <http://casaeimoveis.uol.com.br/tire-suas-duvidas/arquitetura/como-funciona-
-o-sistema-de-aquecimento-solar.jhtm>. Acesso em: 9 out. 2018.
GEOGRAFIA: clima. Filosoblog, [2018]. Disponível em: <https://filosoblogdomal.blogspot.
com/p/geografia_62.html>. Acesso em: 9 out. 2018.
O QUE é energia solar? Portal Solar, [2018]. Disponível em: <https://www.portalsolar.
com.br/o-que-e-energia-solar-.html>. Acesso em: 9 out. 2018.
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conforto térmico em espaços abertos em função das interações solo-vegetação-
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scielo.br/scielo.php?pid=S1678-86212018000200197&script=sci_abstract&tlng=pt>. 
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Acesso em: 9 out. 2018.
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TORRES de vento. Projeteee, [2018]. Disponível em: <http://projeteee.mma.gov.br/
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VENTILAÇÃO cruzada: plantas abertas. Projeteee, [2018] Disponível em: <http://pro-
jeteee.mma.gov.br/implementacao/ventilacao-cruzada-plantas-abertas/?cod=vn>. 
Acesso em: 9 out. 2018.
13Clima e microclima
Leituras recomendadas
AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL. Glossário. Porto Alegre, [2018]. Disponível em: 
<http://www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/profissionais-da-aviacao-civil/
meteorologia-aeronautica/veja-mais/glossario>. Acesso em: 9 out. 2018.
ALVES, R. R. Administração verde: o caminho sem volta da sustentabilidade ambiental 
nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
BORGES, A. C.; MONTEFUSO, E.; LEITE, J. Prática das pequenas construções. São Paulo: 
Edgard Blucher, 1996.
CHING, F. D. K.; ECKLER, J. F. Introduç ã o à arquitetura [recurso eletrô nico]. Porto Alegre: 
Bookman, 2014.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional 
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DF, 17 jun. 2002. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arqui-
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CONTINENTALIDADE e maritimidade: definição, influência sobre o clima, fatores cli-
máticos, resumo, continentalidade e maritimidade no Brasil. Sua Pesquisa.com, [2018]. 
Disponível em: <https://www.suapesquisa.com/clima/continentalidade_maritimidade.
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CORNETET, B. C.; PIRES. D. G. M. (Org.). Arquitetura [recurso eletrô nico]. Porto Alegre: 
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ZYLBERSZTAJN, D.; LINS, C. Sustentabilidade e geração de valor: a transição para o século 
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Clima e microclima14
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