Buscar

UNICESUMAR - CLIMATOLOGIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 189 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 189 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 189 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS 
DA CLIMATOLOGIA
Professor Dr. José Tadeu Garcia Tommaselli
Professor Dr. Leandro Marcos Herreiro Braido
Professora Dra. Cíntia Minaki
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; BRAIDO, Leandro Marcos Herreiro; TOMMASELLI, 
José Tadeu Garcia; MINAKI, Cíntia.
 
 Fundamentos da Climatologia. Leandro Marcos Herreiro 
Braido; José Tadeu Garcia Tommaselli; Cíntia Minaki.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. Reimpresso em 2018.
 189 p.
“Graduação - EaD”.
 1. Fundamentos. 2. Climatologia. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0246-1
ISBN 978-85-459-0233-1
 CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Priscilla Campiolo Manesco Paixão
Designer Educacional
Thayla Daiany Guimarães Cripaldi
Projeto Gráico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Robson Yuiti Saito
Matheus Davi
Qualidade Textual
Viviane Favaro Notari
Yara Martins Dias
Keren Pardini
Ilustração
André Luís Onishi
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e proissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando proissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
proissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desaios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação proissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e proissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
T
O
R
E
S
Professor Dr. Leandro Marcos Herreiro Braido
Graduado com Licenciatura e Bacharelado em Geograia pela Universidade 
Estadual de Maringá-PR - UEM. Mestre em Geograia pela Universidade 
Estadual Paulista - UNESP de Presidente Prudente-SP. Doutor na área da 
Climatologia, Pedologia e Agricultura, pela mesma universidade. Pesquisador 
do GAIA (Grupo de Pesquisa, Interações na Superfície, Água e Atmosfera). 
Tem experiência na área de Geociências.
Professora Dra. Cíntia Minaki
Possui graduação, mestrado e doutorado em Geograia pela Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 
campus de Presidente Prudente-SP. Graduada em Direito pelo Centro 
Universitário de Araçatuba-SP - Unitoledo. Atualmente, é professora adjunta 
da Universidade Estadual de Maringá.
Professor Dr. José Tadeu Garcia Tommaselli
Engenheiro Cartógrafo formado pela Universidade Estadual Paulista, campus 
de Presidente Prudente-SP. Mestre em Agronomia, área de concentração 
Agrometeorologia pela ESALQ/USP, Piracicaba-SP. Doutor em Ciências, área 
de concentração Energia Nuclear na Agricultura pelo CENA/USP, Piracicaba-SP. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), é com grande satisfação que lhes apresentamos a disciplina Funda-
mentos da Climatologia. Como um dos elementos na natureza, o clima, disciplina fun-
damental para o entendimento da dinâmica do meio ambiente, é indispensável para as 
atividades do homem.
Podemos deinir o clima como um conjunto de variações, ao longo de muitos anos, de 
elementos atmosféricos (temperatura, vento, umidade, pressão, precipitação, umidade, 
nebulosidade etc.). O clima também tem, em sua composição, a inluência de fatores 
geográicos, tais como a latitude, a altitude, o relevo, a distância do mar, a cobertura do 
solo dentre outros. Assim, elementos meteorológicos e geográicos determinam o clima 
de uma região.
Pode ser que você tenha, inicialmente, pensado em climatologia quando acompanhou, 
nos noticiários, matérias sobre grandes inundações, sobre secas prolongadas que preju-
dicaram a agricultura, ou ainda, quando uma onda de muito calor ou frio afetou a vida 
da população de onde você mora. Uma primeira pergunta a considerar é: existe dife-
rença entre os termos clima e tempo? Já notou que, geralmente, utilizamos a expressão 
“previsão do tempo” e não “previsão do clima”? qual o motivo disso? Tenha em mente 
que o entendimento maior da dinâmica climática é fundamental para o planejamento 
de ações que contrabalancem os impactos das alterações climáticas sentidas pela so-
ciedade.De fato, segundo o relatório de impactos e vulnerabilidades do IPCC (Painel 
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), órgão ligado a ONU (Organização das 
Nações Unidas), os efeitos da mudança climática já são sentidos em todos os continen-
tes. Outra constatação, segundo o mesmo relatório, é que, agora, se tem certeza que o 
homem é o responsável pelas alterações climáticas registradas no último século, não 
sendo esse processo o resultado de um ciclo dinâmico natural. 
Pesquisadores que demonstram a alteração da temperatura média, ou a mudança do 
padrão de chuvas e de outros fatores relativos aos estudos climáticos, se empenham 
em descobrir a gênese do processo. Poderia ser resultado da alteração global do clima? 
A mudança do uso da terra na região explica o fato? Ainda, as alterações veriicadas, 
são consequências decorrentes da poluição do ar, inluenciada pela concentração de 
indústrias de uma determinada localidade? Quando identiicado o ponto de origem do 
problema constatado, ica mais fácil criar princípios de ações que orientem as ativida-
des da sociedade para não intensiicar os impactos negativos oriundos das mudanças 
climáticas.
Assim, este livro foi preparado para que você, caro(a) aluno(a), tenha uma compreensão 
mais aprofundada dos fundamentos da climatologia. Para atingir esse objetivo, foram divi-
didos em cinco relevantes unidades importantes temas abordados nos estudos de clima.
APRESENTAÇÃO
FUNDAMENTOS DA CLIMATOLOGIA
Vamos iniciar explanando sobre os estudos que foram importantes para o desenvol-
vimento da climatologia no Brasil. Além disso, abordaremos os principais conceitos 
das variáveis climáticas e considerar as chamadas escalas de estudos climáticos. 
Na segunda unidade, estudaremos o clima como um dos componentes do meio 
ambiente. Vamos analisar um dos principais mecanismos responsáveis pelo movi-
mento da água sob a superfície e pela atmosfera, o ciclo da água. O homem não 
consegue controlar o movimento das massas de ar, em que as precipitações plu-
viométricas e as temperaturas se espacializam sobre os territórios, mas a previsão 
do tempo é um elemento importante que dá à sociedade a agilidade necessária ao 
desenvolver suas atividades. De fato, o homem tem realizado um exaustivo esforço 
para entender cada vez mais os elementos atmosféricos com o im de melhorar a ca-
pacidade de previsão do tempo. Além disso, encontramos muitas potencialidades 
nos elementos climáticos que podem ser empregados principalmente na geração 
de energia, como a produção de energia hidroelétrica, eólica e solar que são cada 
vez mais utilizadas, sendo esse um setor fundamental para o bom andamento da 
economia do país. A questão que se coloca é: pode o homem modiicar o clima de 
modo intencional, visando utilizar alguns de seus elementos (precipitação pluvio-
métrica e temperatura) para ins produtivos? 
Na terceira unidade, vamos considerar os efeitos das variáveis climáticas sobre o 
meio urbano. É fácil de veriicar como a poluição está presente no ar dos grandes 
centros, além de grande cobertura de concreto da superfície, signiicando que o 
acúmulo de calor será maior, então, quais são os efeitos dessas variáveis para o clima 
urbano? Para citar exemplos de sua aplicação, pesquisas sobre a qualidade do ar, 
dispersão de doenças (especialmente as de características tropicais), de conforto e 
amplitude térmica de uma cidade, de delimitação de áreas de risco de inundações 
e deslizamentos de terras são importantes ferramentas de gestão para os governos 
municipais.
Na quarta unidade, a consideração estará pautada nos estudos das regiões climáti-
cas brasileiras e seus potenciais agrícolas. Informações sobre a precipitação pluvio-
métrica, a temperatura e a radiação solar são vitais para o êxito das safras agrícolas e, 
em alguns casos, os principais responsáveis pela distribuição das culturas. Com esse 
princípio em mente, vamos estudar um tipo de zoneamento agroclimático com o 
im de orientar em quais áreas preferencialmente as culturas podem ser alocadas. 
Por im, em nossa última unidade, trataremos das alterações climáticas. Algumas 
dessas variações já são esperadas dentro de uma periodicidade, como o caso do 
El Niño e La Niña, mas outras são resultado de fenômenos menos frequentes. Por 
exemplo, é possível que ocorra uma distribuição muito irregular das chuvas durante 
o ano, além disso, pode, também, ocorrer estiagens prolongadas. Os eventos fora 
da normalidade climática devem ser analisados com o objetivo de criar estratégias 
para diminuir a perda econômica.
APRESENTAÇÃO
Esperamos, sinceramente, que as informações apresentadas sobre a climatologia 
neste livro lhe dê o suporte necessário para sua futura atividade docente. Nosso de-
sejo é que este livro lhe sirva de guia de trabalho quando ministrar aulas que tratam 
do assunto e que esta disciplina seja mais um bloco de uma construção sólida, de 
um bom proissional do curso de Geograia. 
Atenciosamente,
Prof. Dr. Leandro Marcos Herreiro Braido
Prof. Dr. José Tadeu Gracia Tommaselli
Prof.ª Dra. Cíntia Minaki
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
UNIDADE I
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
15 Introdução
16 O Desenvolvimento da Climatologia 
21 Principais Elementos Considerados nos Estudos Sobre a Atmosfera, 
Meteorologia e Climatologia 
29 As Escalas dos Estudos Climáticos 
31 Considerações Finais 
UNIDADE II
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
39 Introdução
40 O Ciclo da Água 
42 A Previsão do Tempo 
46 A Dinâmica das Massas de Ar 
50 Classiicação Climática 
54 Potencial Energético dos Elementos Climáticos 
57 A Desertiicação, Processo em Expansão 
60 Métodos Básicos de Desenvolvimento de Pesquisas em Climatologia 
68 Considerações Finais 
SUMÁRIO
11
UNIDADE III
A CLIMATOLOGIA E O MEIO URBANO
75 Introdução
76 Breve História da Climatologia Urbana 
80 O Clima Urbano 
100 A Precipitação no Espaço Urbano 
107 Considerações Finais 
UNIDADE IV
A CLIMATOLOGIA E A PRODUÇÃO AGRÍCOLA
115 Introdução
116 Regiões Climáticas e Seus Potenciais Agrícolas 
130 Elementos Climáticos, Fundamentais e Prejudiciais à Produção Agrícola 
133 Zoneamento Agroclimático, Ferramenta de Planejamento Rural 
144 Considerações Finais 
SUMÁRIO
UNIDADE V
MUDANÇA CLIMÁTICA E SEUS IMPACTOS SOBRE A NATUREZA E A 
SOCIEDADE
151 Introdução
152 O Papel da Camada de Ozônio na Dinâmica Climática 
156 O Efeito Estufa 
158 Mudança Climática - El Niño e La Niña 
161 Mudança Climática e a Produção Agrícola 
163 Mudança Climática: Aquecimento ou Resfriamento 
167 Mudança Climática: Desaios e Perspectivas para a Sociedade 
172 Considerações Finais 
177 CONCLUSÃO
179 REFERÊNCIAS
185 GABARITO
12
U
N
ID
A
D
E I
Professor Dr. Leandro Marcos Herreiro Braido
Professor Dr. José Tadeu Garcia Tommaselli
CONCEITOS BÁSICOS DE 
CLIMATOLOGIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Tratar dos principais conceitos contidos em Climatologia.
 ■ Entender o histórico da climatologia no Brasil.
 ■ Considerar a importância das escalas de análise em climatologia. 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ O desenvolvimento da climatologia
 ■ Principais elementos considerados nos estudos sobre atmosfera, 
meteorologia e climatologia
 ■ As escalas dos estudos climáticos
INTRODUÇÃO
A atmosfera é elemento essencial nos processos ambientais. Ela é responsável 
pelo desenvolvimento vegetativo das plantas, faz parte do desenvolvimento da 
vida animal, além de afetar signiicativamente as atividades da humanidade.
O homem tem realizado contínuo esforço em entender o que pode afetar de 
modo negativo a sua produtividade, por isso, ao entender que existe uma inter-
dependência de elementos naturais que relete sobre o clima, o homem passou 
a produzir e registrar dados e estudos sobre a natureza. Assim, compreender a 
atuação dos elementos atmosféricos seria um modo de planejar-se frente às limi-
tações estabelecidas.
Os ramos da ciência que se prestama estudar as interações dos elementos 
da atmosfera no ambiente são a meteorologia e a climatologia. Podemos dizer 
que, enquanto o primeiro estuda o tempo, o segundo tem como seu objeto de 
investigação o clima.
Logo de início, você, aluno do curso de geograia, percebe que, para estu-
dar o clima, é necessário ter clareza de conceitos fundamentais que formam sua 
compreensão sobre as realidades ambientais. Assim, note a deinição de tempo 
e clima a seguir. 
Segundo Ayoade (2006), o tempo é o estado médio da atmosfera numa dada 
porção de tempo e em determinado lugar. Já o clima, refere-se às mesmas carac-
terísticas da atmosfera monitoradas e medidas por um longo período de tempo. 
Uma regra geral da climatologia é utilizar dados de aferição de variáveis atmos-
féricas em uma série ou intervalo de 30 a 35 anos.
É por isso que, entre as notícias de um jornal, há a previsão do tempo e não 
do clima, porque as pessoas se preocupam com o que irá acontecer no seu pre-
sente, daqui a dois ou três dias, ou ainda, no máximo uma semana. Por outro 
lado, se alguma instituição tenta explicar que houve alteração do padrão de chu-
vas, por exemplo, de certa região, a pesquisa terá de estar pautada em uma longa 
série de dados de precipitação pluviométrica, de, no mínimo, 30 anos, para a 
identiicação dessa tendência.
Introdução
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
15
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E16
Assim, em adição ao que mencionamos até o momento, este livro foi prepa-
rado para que você compreenda a climatologia de maneira mais aprofundada. 
Por ora, iniciaremos a discussão tratando do histórico da climatologia.
O DESENVOLVIMENTO DA CLIMATOLOGIA
As civilizações antigas achavam que todos os fenômenos da natureza eram con-
trolados pelos deuses, dentre eles também os elementos atmosféricos. “Por 
milhares de anos, o raio, o trovão, a chuva torrencial, a intensa seca etc., foram 
reverenciados como entidades mitológicas ou a elas ligados” (MENDONÇA; 
DANNI-OLIVEIRA, 2007, p. 11). O conhecimento sobre ciência, de modo geral, 
era muito pequeno.
No entanto alguns dos povos do passado passaram a estudar mais detalha-
damente os componentes meteorológicos. Os egípcios realizaram estudos sobre 
elementos responsáveis pela umidade em sua região que inluenciavam nas cheias 
e vazantes do Rio Nilo. Para eles, isso era de real valia, pois toda a produção de 
alimentos estava atrelada a esse importante recurso hídrico. Os gregos avança-
ram ainda mais nos estudos dos componentes meteorológicos. Podemos citar 
exemplos de estudiosos como Hipócrates de 400 a.C. (antes de Cristo), que publi-
cou a obra “Ares, Águas e Lugares”, e Aristóteles, outro importante ilósofo do 
quinto século a.C., autor da obra intitulada “Meteorologia”.
Na sucessão dos Impérios mundiais, o Romano, teve efeito recessivo no 
avanço do conhecimento como um todo. Esse Império estava mais ligado em 
expandir domínios, em vez de incentivar estudos para melhor compreensão da 
natureza. Seu sistema religioso também reprimiu a ciência em um processo de 
estagnação milenar.
Com a queda do Império Romano e com o surgimento de novas nações no 
continente europeu, era natural que novas formas de ver o mundo surgissem. O 
Renascimento, ocorrido entre ins do século XIV e início do século XVII, foi um 
período descrito como “a descoberta do mundo pelo homem”. Essa época icou 
O Desenvolvimento da Climatologia
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
17
conhecida pela transição do feudalismo para o sistema capitalista na economia, 
além de outras transformações na área da cultura, da sociedade e, sobretudo, da 
política e da religião. A ciência passa a ter novo ímpeto, sem as restrições ante-
riores. O estudo da dinâmica atmosférica poderia prosseguir.
Com liberdade para desenvolver as pesquisas, com relação aos elementos 
meteorológicos, Galileu Galilei, em 1593, inventou o termômetro, para a medi-
ção da temperatura. Em 1643, Torricelli inventou o Barômetro, para a medição 
da pressão. O conhecimento da dinâmica atmosférica era cada vez mais neces-
sário, uma vez que:
No momento em que produtos comercializáveis nos mercados ou ali-
mentadores das indústrias eram originários, sobretudo do campo, o 
conhecimento do clima fazia-se necessário para garantir maior produ-
tividade e a melhoria da circulação das mercadorias em geral. O apri-
moramento desse conhecimento foi mais marcante durante as guerras 
mundiais, no século XX, pois era fundamental o monitoramento da 
dinâmica atmosférica para a preparação de ataque e defesa das tropas 
em outro lugar (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007, p. 12).
Com o maior conhecimento sobre os elementos atmosféricos, naturalmente, 
novos conceitos sobre o que seria o clima surgiram. Na década de 1980, Ayoade 
(apud MENDONÇA; DANNI-OLIVEIR, 2007, p. 15) dizia que o clima é “a sín-
tese do tempo num determinado lugar durante um período de 30-35 anos”. Max 
Sorre (apud MENDONÇA; DANNI-OLIVEIR, 2007, p. 15), tratava o clima como 
“a série dos estados atmosféricos acima de um lugar em sua sucessão habitual”. 
Uma interpretação mais atual sobre o tema classiica a climatologia da seguinte 
maneira: “a climatologia constitui o estudo cientíico do clima. Ela trata dos 
padrões de comportamento da atmosfera em suas interações com as atividades 
humanas e com a superfície do Planeta durante um longo período de tempo” 
(MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007, p. 15).
Foi destacada na última deinição de clima apresentada a relação existente 
entre os elementos climáticos com os fatores geográicos. Faz parte do clima a 
temperatura, a umidade e a pressão atmosférica. No entanto esses climas sucedem-
-se sob a superfície terrestre em decorrência da inluência de fatores geográicos 
tais como a altitude, a latitude, a distância do continente ao oceano (maritimi-
dade e continentalidade), a vegetação e as atividades humanas.
Figura 1: Paisagem típica da região tropical do mundo
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E18
O DESENVOLVIMENTO DOS ESTUDOS DE CLIMATOLOGIA NO BRASIL
Os estudos de climatologia se desenvolveram inicialmente no continente euro-
peu e, de modo tardio, no continente sul-americano. Enquanto que, no primeiro, 
o clima predominante é do tipo temperado, no segundo, a tropicalidade é sua 
principal característica, ou seja, climas totalmente diferentes que, no caso do 
clima tropical, necessitava de maior entendimento. Com o tempo, os estudos 
voltaram-se à identiicação da inluência do clima tropical nas atividades pro-
dutivas, principalmente na agricultura.
Temos acima uma imagem característica de um clima tropical que pode 
corretamente se encaixar ao caso brasileiro, haja vista que os seus elementos 
envolvem a alta insolação, elevadas temperaturas e alta pluviosidade, como 
ocorre em nosso país.
Visto que a realidade do clima tropical difere da temperada, estudos desen-
volvidos em nosso território seriam fundamentais para a produtividade nacional. 
No século XIX, foram instaladas as primeiras estações meteorológicas no Brasil. 
Porém foi somente no século XX que uma rede de estações se espacializaram 
sobre o território, devido à criação do Departamento Nacional de Meteorologia 
(DNMET), que depois se tornou o atual Instituto Nacional de Meteorologia 
(INMET). É desse período os primeiros trabalhos mais aprofundados sobre o 
clima, época em que a cafeicultura era a principal atividade econômica do país. 
Também foi importante para os estudosde clima no espaço nacional, a criação 
do Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística (IBGE) em 1934.
O Desenvolvimento da Climatologia
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
19
Entretanto foi na década de 1960 que a climatologia brasileira dedicou-se a estu-
dos de escala regional e local. Os estudos passaram a priorizar a interação do 
clima, que se relaciona com a natureza, com as atividades humanas, ligados a 
sociedade, como auxílio no planejamento urbano, agrícola, regional e ambiental. 
O contínuo desenvolvimento da climatologia foi abordado por Ayoade 
(2006, p. 5) que diz:
[...] No ano de 1832 foi inventado o telégrafo e os dados de tempo pu-
deram desta maneira, ser reunidos a partir de um grande número de 
postos localizados espaçadamente, em questão de minutos, após as ob-
servações serem feitas. Desde então, maiores desenvolvimentos técni-
cos na instrumentação das observações do tempo e na transmissão e 
análise dos dados meteorológicos têm desempenhado papéis vitais no 
desenvolvimento da meteorologia e climatologia modernas.
De fato, as novas tecnologias empregadas como imagens de satélite e radar 
utilizadas trouxe considerável avanço nos estudos sobre o clima. A moderna 
climatologia procura explicar os elementos atmosféricos além de descrê-los. A 
atmosfera é dinâmica e quem faz esforço para tentar compreender seus proces-
sos e interações tem uma tarefa árdua.
A âmbito mundial, em 1973, foi fundada a Organização Meteorológica 
Mundial (OMI), anteriormente conhecida como Organização Meteorológica 
Mundial, criada em 1950 e, em 1951, reconhecida e tornada parte integran-
te da ONU (Organização das Nações Unidas).
O papel dessa instituição internacional é:
1 - Facilitar a cooperação de âmbito mundial no estabelecimento de redes 
de estações meteorológicas;
2 - Promover o desenvolvimento de centros para serviços meteorológicos;
3 - Promover o rápido intercâmbio das informações meteorológicas e a pa-
dronização e publicação das observações meteorológicas.
Fonte: Ayoade (2006, p. 12). 
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E20
Os atuais desaios impostos à sociedade referentes à climatologia é que neces-
sitamos de melhorias na coleta e análise de dados. Visto que o homem é afetado 
pelo tempo e pelo clima, assim como nossos antepassados eram, o desenvolvi-
mento cientíico permite a ele ter perspectiva de manejar e planejar o controle das 
condições meteorológicas, no entanto não sabemos o quanto isso será possível.
São sentidos os efeitos do clima especialmente sobre a agricultura e aviação, 
mas também em outras atividades, tais como o comércio e indústria.
O desenvolvimento das observações meteorológicas percorreu um 
longo caminho desde os primitivos cataventos e medidas da chuva, no 
quinto século antes de Cristo. Tais observações atualmente são cole-
tadas por estações meteorológicas de várias ordens na superfície ter-
restre, por balões, helicópteros e aeronaves - até foguetes e satélites. 
Houve aperfeiçoamento muito expressivo no tipo e na precisão dos 
instrumentos meteorológicos.(AYOADE, 1983, p. 5).
Atualmente, contamos com a atuação de satélites meteorológicos, desenvolvi-
dos desde a década de 1960, que desempenham um importante papel. Dentre 
seus principais objetivos estão:
a) Observar os sistemas terrestres e sua atmosfera.
b) Coletar dados.
c) Interligar as estações muito distantes.
Os satélites são importantes porque melhoraram a cobertura de dados neces-
sários aos estudos climáticos. Além de disponibilizar dados das mais distantes 
áreas da terra, eles também 
são mais homogêneos. 
Entretanto devemos utilizar 
os dados de satélite como um 
complemento às pesquisas, 
pois eles não substituem os 
pontos de coletas em super-
fície, que estão em contato 
direto com a atmosfera.
Falamos, até o momento, 
sobre coisas relacionadas 
ao clima que talvez sejam 
Figura 2: Satélites são importantes, também, para o monitoramento climático
Figura 3: O dióxido de carbono é expelido para atmosfera em 
grande parte pelos veículos
Principais Elementos Considerados nos Estudos Sobre a Atmosfera, Meteorologia e Climatologia 
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
21
novidade para você como aluno do curso de Geograia. Vamos abordar, então, 
de agora em diante, alguns dos importantes conceitos geralmente utilizados em 
climatologia com o objetivo de que, quando tratarmos do assunto mais adiante, 
esse não seja algo totalmente desconhecido.
PRINCIPAIS ELEMENTOS CONSIDERADOS NOS 
ESTUDOS SOBRE A ATMOSFERA, METEOROLOGIA E 
CLIMATOLOGIA 
Atmosfera: é o conjunto de gases que atuam para proteger o planeta e promover 
a vida. Ela abriga a terra de bombardeios dos meteoros. A maioria dos meteoros 
jamais atinge a terra (solo), porque eles se queimam em sua descida por meio 
da atmosfera, parecendo estrelas cadentes.
Um dos gases componentes da atmosfera é dióxido de carbono (CO2), pre-
sente na proporção de 0,03 em volume e em relação a outros gases. Tal quantidade 
é responsável pelo fornecimento de 
todo o carbono que é utilizado no 
crescimento vegetal. O carbono é 
absorvido pelas plantas por meio 
da respiração que entra em forma 
de açúcares, amidos e proteínas 
devido à fotossíntese e de outros 
processos biológicos. É esse gás 
que as plantas precisam inalar e 
liberar em troca o oxigênio. Os 
humanos e animais inalam o oxi-
gênio e liberam em troca o dióxido 
de carbono, que também é liberado 
em decorrência de muitas das ati-
vidades produtivas da sociedade.
Figura 4 : Nitrogênio e oxigênio combinam-se e são transportados para os solos durante as tempestades
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E22
Outro gás atmosférico é o oxigênio, que compõe 21% do ar que respiramos. Sem 
ele, os animais e os humanos morreriam em questão de minutos. Porém oxigê-
nio demais poria em risco a nossa existência.
Destacamos, também, o nitrogênio, que compõe 78% do total dos gases 
atmosféricos e é mais que um simples diluente. Nas trovoadas, milhões de relâm-
pagos se sucedem em toda a terra, a cada dia, esse fenômeno faz com que certa 
dosagem de nitrogênio se combine com o oxigênio, que são transportados para 
a terra pela chuva, e as plantas o utilizam como fertilizante.
Na atmosfera encontramos, também, gases considerados nobres, como o 
Argônio, Hélio, Criptônio, Neônio e Xenônio. Outros (não nobres) como o 
Ozônio e o Vapor de Água também apresentam grande importância para a huma-
nidade.. Por exemplo, o Argônio é utilizado em lâmpadas elétricas e em tubos 
luorescentes. Agora do ponto de vista natural, o Ozônio é a camada que tem o 
poder de absorção de radiações de pequeno comprimento de onda da região do 
ultravioleta ou menor. Sem sua proteção as pessoas sofreriam queimaduras 50 
vezes mais intensas do que as causadas no verão. Sobre o Vapor de Água, esta é 
uma das fases do ciclo hidrológico que ajuda a armazenar calor na atmosfera e 
a transportá-lo. 
Principais Elementos Considerados nos Estudos Sobre a Atmosfera, Meteorologia e Climatologia 
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
23
A atmosfera está verticalmente estruturada nas seguintes camadas: tropos-
fera, estratosfera e ionosfera. Ela também possui regiões de transição conhecidas 
como: Tropopausa e Estratopausa.
Troposfera: é a camada na qual vivemos, chegando a uma altitude de 18 Km, 
é onde elementos, como achuva, ventos e nuvens, têm sua gênese. Esse termo 
vem do grego que signiica “região de mistura”. A temperatura do ar na tropos-
fera decresce à medida que nos elevamos. Quase todas as formações nebulosas 
se encontram dentro dos seus limites.
Tropopausa: é uma zona de transição que não apresenta uma altura cons-
tante, variando em relação à localização e ao período. Este termo signiica “região 
onde cessam os movimentos”, pois apresenta inversão rápida de temperatura (iso-
termia) que restringe as atividades do tempo atmosférico. 
Estratosfera: é um termo grego que signiica “região de estratiicação”. Ela 
tem seu regime notado entre 19 a 50 Km. Seu estado térmico depende de três 
constituintes: vapor de água, ozônio e CO2. Sua temperatura aumenta à medida 
que aumenta sua altura de -50 °C a 10°C. Muitos aviões a jato circulam na estra-
tosfera porque ela é muito estável. É nessa camada que começa a difusão da luz 
solar, o que origina o azul do céu.
Estratopausa: (região de transição) - ica entre a estratosfera e a mesosfera. 
É nessa região em que a temperatura para de aumentar conforme a elevação da 
altitude.
Mesosfera: nessa camada a temperatura diminui com a altitude, chegando 
até -90 °C em seu topo, com altitude entre 50 a 85 Km. É nessa faixa que se dá a 
combustão dos meteoroides.
Mesopausa: (região de transição) - é nessa região da atmosfera onde se 
determina o limite de uma massa molecular com outra onde predomina a difu-
são molecular.
Termosfera: sua espessura varia entre 80 a 800 Km de altitude. Nessa camada, 
a temperatura aumenta com a altitude, sendo nessa camada que ocorrem as auro-
ras e que orbita o ônibus espacial. 
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E24
Termopausa: (região de transição) - camada encontrada entre a termosfera e a 
exosfera, na qual os fenômenos que ocorrem ali são praticamente não percebidos.
Exosfera: esta é a camada mais externa da terra. Essa camada é composta 
principalmente de hidrogênio e hélio. Calcula-se que a exosfera chegue aos 
11.000 km de altitude, à medida que vai subindo o ar ica cada vez mais rarefeito.
Ozonosfera: essa camada está contida dentro da estratosfera. É onde está 
contida grande parte da conhecida camada de ozônio, que tem função impor-
tante em proteger a vida humana. Ela pode chegar até 35 km de altitude.
Ionosfera: é onde ocorrem as ondas de rádio. Ela engloba a termosfera e a 
exosfera. Esse nome tem origem na existência de íons e elétrons nessa região da 
atmosfera. Ela é uma camada condutora com importante papel nas transmis-
sões eletromagnéticas. É nessa camada que pode ocorrer a chamada cintilação 
ionosférica, que são irregularidades na distribuição de elétrons na ionosfera 
provocadas por explosões na superfície solar. São eventos ocasionais que rele-
tem na interferência de sinal principalmente dos equipamentos GPS (Sistema 
de Posicionamento Global).
Homosfera/Heterosfera: essa nomenclatura deve-se ao fato de que os gases 
atmosféricos estão ou não bem misturados. Estão, aqui, englobadas a troposfera, 
a estratosfera e a mesosfera.
Montamos, para sua melhor compreensão, caro aluno, um esquema na qual 
é encontrada cada camada da atmosfera com os eventos que, geralmente, ocor-
rem nessas porções. Observe a igura abaixo e tente dimensionar mentalmente o 
quanto somos pequenos em comparação com nosso planeta, uma vez que, para 
sair da atmosfera da Terra, precisamos viajar 11.000 km verticalmente em rela-
ção a superfície terrestre, algo realmente espantoso!
Principais Elementos Considerados nos Estudos Sobre a Atmosfera, Meteorologia e Climatologia 
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
25
Exosfera - 11.000 Km
Termosfera - 690 Km
Mesosfera - 85 Km
Estratosfera - 50 Km
Troposfera - 20 Km
Io
n
o
sf
er
a
Termopausa
Ônibus
Espacial
Satélite
Aurora
Boreal
Meteoritos
Balões
Meteorológicos
Avião
Tropopausa
Mesopausa
Estratopausa
Monte
Everest
H
et
er
o
sf
er
a
H
o
m
o
sf
er
a
O
zo
n
o
sf
er
a
Figura 5: Camadas da atmosfera 
Fonte: os autores.
Você já parou para pensar e entender qual relação e fuções existentes entre 
a temperatura e a água, para nosso planeta? A Terra, nosso planeta, é muito 
aquoso, não conhecemos nenhum outro com a mesma particularidade em 
nosso sistema solar.
Fonte : os autores. 
Figura 6: A temperatura é um importante indicativo dos estudos climáticos
©
sh
u
tt
er
st
o
ck
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E26
Temperatura: mede a ener-
gia média das moléculas 
individualmente, diferente 
do calor que mede a energia 
molecular total. A transferên-
cia de calor se dá por meio da 
condução que é a atividade 
da molécula aumentada de 
tal forma que se comunica 
transferindo calor para as 
moléculas vizinhas.
Pressão Atmosférica: foi descoberta por Torricelli, em 1643, que notou que o ar 
atmosférico podia ser pesado. Muitos cientistas repetiram a mesma experiência e 
também descobriram que a pressão atmosférica diminuía com o aumento da altitude.
É importante entender este elemento (pressão atmosférica), porque a Terra 
está envolvida por uma camada de ar. Como tudo mais, o ar pesa, sendo assim, 
qualquer ponto dentro da atmosfera está sujeito a uma pressão correspondente 
do peso da coluna de ar que lhe ica sobreposta. Por exemplo, o ar quente tem 
pressão atmosférica menor, por isso tende a se movimentar, dando lugar ao ar 
frio que tem pressão atmosférica maior. Cria-se, assim, um jogo de movimento 
do ar, de modo que podemos perceber que a pressão atmosférica está intima-
mente relacionada aos diferentes estados de tempo.
A insolação pode causar males às pessoas, muitas vezes dias ensolarados 
prejudicam a saúde dos mais debilitados. No entanto, o posicionamento da 
residência ou prédio em relação ao sol pode provocar transtornos aos mo-
radores, sofrendo com o calor armazenado durante um dia inteiro de inso-
lação nas paredes de sua residência. Para uma consideração de estudo que 
considere o conforto térmico das residências veja o artigo a seguir:
Fonte: Araújo et al. (2010).
Principais Elementos Considerados nos Estudos Sobre a Atmosfera, Meteorologia e Climatologia 
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
27
Umidade Relativa do Ar: para tratar desse assunto, vamos utilizar novamente 
a água. Ela está disposta na atmosfera sob três estados básicos: sólido, líquido 
e gasoso. O estado gasoso ou vapor de água atmosférico é deinido como umi-
dade, por isso, podemos dizer que o vapor de água apresenta-se na atmosfera 
em proporções variáveis e em mistura com o ar seco. Visto que atmosfera muda 
suas condições rapidamente, conhecer cada momento a quantidade de umidade 
existente no ar se torna um dado importante para a meteorologia.
Vento: o vento é o ar em movimento que se processa no sentido vertical e 
horizontal. É comum existir interferências que mudem a direção dos ventos. 
Essas mudanças ou turbulências são causadas por rápidas e irregulares diferen-
ças da velocidade e direção dos ventos próximos à superfície. Rajadas de ventos 
são lutuações independentes que ocorrem em pequenos intervalos de tempo.
Evapotranspiração: é a transpiração das plantas e a evaporação das super-
fícies. Refere-se às medidas de evaporação e transpiração necessárias para 
determinar o total de água disponível para as zonas rurais e urbanas. A eva-
potranspiração é afetada pela diferença das características das plantas, além de 
fatores como os meteorológicos e de tipos de solos.Insolação: é a maior exposição em que a superfície pode icar aos raios 
solares livre de quaisquer nuvens capazes de interrompê-la. É um elemento 
de grande importância para a agricultura, já que pode provocar sérios danos à 
lavoura, quando em excesso. Quando em déicit de isolação, o desenvolvimento 
das plantas também ica prejudicado.
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E28
Radiação: é deinida como energia recebida pela Terra, na forma de ondas ele-
tromagnéticas provenientes do sol. A radiação solar, ao atravessar a atmosfera 
terrestre, é atenuada por três processos. O primeiro é o espelhamento das par-
tículas da atmosfera, tais como as moléculas dos gases, cristais e impurezas. É 
esse fenômeno que causa a coloração azul do céu. O segundo processo de ate-
nuação é a absorção seletiva de certos constituintes atmosféricos para certos 
comprimentos de ondas. O oxigênio, ozônio, gás carbônico e vapor de água são 
os principais absorvedores. O terceiro é a relexão e absorção realizadas pelas 
nuvens. A relexão pelas nuvens depende principalmente da sua espessura, estru-
tura e constituição, já a absorção por elas é pequena.
Condensação e Precipitação: o vapor de água na atmosfera vem da evapo-
ração irregular da água dos rios, dos lagos, dos mares e do solo que, devido a sua 
menor densidade, tende a subir para a atmosfera. Se temos uma superfície com 
excesso de umidade, exposta ao ar livre, vamos notar a troca de moléculas entre 
as fases de vapor e líquido que envolve fenômenos de condensação e evapora-
ção. Uma das formas de condensação é a precipitação pluviométrica em que o 
vapor de água cai na superfície no formato de gotas de chuva. 
Outra forma de condensação é o nevoeiro que é uma cobertura de stratus 
(um tipo de nuvem), que se forma próximo ao solo afetando seriamente a visi-
bilidade na superfície. Ainda, outro tipo de condensação é o orvalho, que são 
gotículas de água formadas pelo vapor de água existente no ar. Quando as gotí-
culas de chuva atingem as regiões mais altas, congelam formando o granizo que 
se encontram nas cumulonimbus (outro tipo de nuvem). 
Figura 7: A precipitação pluviométrica ou, como mais conhecida, a chuva, é parte importante do ciclo hidrológico
©
sh
u
ttersto
ck
Figura 8: O macroclima atinge todas as partes do planeta
As Escalas dos Estudos Climáticos
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
29
AS ESCALAS DOS ESTUDOS CLIMÁTICOS
As escalas da climatologia delimitam ou tornam restritos a porção da superfí-
cie terrestre analisada e tempo que se pretende considerar, portanto, elas dizem 
respeito à dimensão. Por exemplo, existem mecanismos que têm inluência pla-
netária, como a forte insolação delagrada pelo Sol por todo o mundo, mas as 
ilhas de calor urbanas, o que consideraremos mais adiante, fazem parte de uma 
dinâmica localizada, com mecanismos oriundos dos luxos sociais.
Além disso, podemos elencar o clima dentro das seguintes escalas espaciais: 
macroclima, mesoclima e microclima. E nas escalas temporais: geológica, his-
tórica e contemporânea.
Macroclima: esta é a maior das unidades climáticas. Ela envolve o clima 
global, mas também abrange o clima zonal ou de faixas do território mundial, 
ou ainda pode abranger o 
clima regional de extensas 
áreas. A dimensão espa-
cial dessa escala de análise 
ultrapassa os milhões de 
km2. As porções de nosso 
planeta delimitadas como 
tropical, temperada e polar 
são exemplos de áreas 
com características de um 
macroclima.
Figura 9: Quando estudamos o clima predominante de um grande deserto, 
referimo-nos a um mesoclima
Figura 10: O conforto térmico está na lista de quem procura qualidade de vida
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E30
Mesoclima: esse modo 
de estudar o clima considera 
o clima de grandes lorestas e 
grandes desertos. Trata-se de 
uma unidade intermediária, 
geralmente ligada ao clima 
do interior dos continen-
tes. Também são analisados 
nessa modalidade o clima das 
cidades, de um litoral, de uma área agrícola, de uma loresta etc. Quando encon-
trarmos a expressão topoclima, é importante entender que se trata da relação 
estabelecida entre os elementos atmosféricos com o relevo.
Microclima ou clima local: é a menor escala climática, que engloba algumas 
centenas ou dezenas de m2. Os fatores que deinem essa unidade se referem ao 
movimento do ar na superfície, abrangendo obstáculos à circulação, bem como 
a ocupação do solo, com extensão espacial pequena. Considera-se, nesses estu-
dos, o clima de construções, de uma rua, de uma sala de aula etc.
O conforto térmico tem relação com a satisfação com o ambiente térmico 
circundante. Ter conforto 
térmico signiica que uma 
pessoa usando uma quan-
tidade normal de roupas 
não sente nem calor nem 
frio demais, de modo que 
o ambiente construído e 
sua posição em relação à 
insolação, quantidade de 
vento inluencia na tem-
peratura corporal dos 
moradores.
Considerações Finais
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
31
Com respeito à escala temporal do clima, temos as seguintes escalas:
Escala geológica: ela estuda os climas do passado a partir de indicadores bio-
lógicos, como os fósseis e polens de árvores. Também por meio de Indicadores 
litológicos, como os sedimentos depositados e os depósitos de sal e indicadores 
morfológicos, como as dunas e formas residuais do relevo são importantes pro-
vas da atuação do clima sob as formas geológicas do passado.
Escala histórica: refere-se ao esforço realizado para estudar o clima do pas-
sado, ou pela história registrada pelo homem. Para isso, podemos contar com 
desenhos na parede de civilizações antigas, bem como dos registros dos elemen-
tos atmosféricos dos primeiros instrumentos meteorológicos.
Escala contemporânea: trata-se dos estudos climáticos da atualidade. A 
sua realização depende de séries histórias de dados climáticos coniáveis de, no 
mínimo, 30 anos de coletas, o que, a partir da década de 1950, passou a ser pro-
duzida de modo contínuo. Segundo Mendonça e Danni-Oliveira (2007), de onde 
retiramos essa forma de análise em escalas do clima, a análise dos tipos de tem-
pos, a variabilidade climática, as tendências climáticas e o estabelecimento de 
médias são abordagens da climatologia contemporânea. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na primeira unidade deste livro, veriicamos a diferença existente entre dois dos 
principais pilares que compõe o entendimento dos fenômenos atmosféricos. 
Mencionamos que, enquanto a meteorologia estuda o tempo, a climatologia se 
aprofunda na compreensão do clima.
Assim, ica evidente que, quando analisamos o tempo, tratamos das condi-
ções atmosféricas do presente, de um curto prazo, dentro de alguns dias. Já para 
o estudo do clima, exige-se uma longa série de dados que abranja de 30 a 35 anos 
para uma caracterização climática que corresponda com a realidade do ambiente.
CONCEITOS BÁSICOS DE CLIMATOLOGIA
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IU N I D A D E32
Também destacamos que, no esforço de entender a dinâmica atmosférica, 
muitas civilizações do passado se empenharam em criar mecanismos de medi-
ção dos elementos meteorológicos. Vimos que o Império Grego teve um bom 
desenvolvimento dos conhecimentos teóricos sobre a atmosfera, mas que somente 
com o decorrer do tempo e o desenvolvimento de equipamentos apropriados foi 
que as condições meteorológicas passarama ser monitoradas.
A partir da década de 1950 até os dias atuais, o desenvolvimento tecnoló-
gico propiciou realizar estudos mais coniáveis e soisticados que impactou de 
maneira positiva a qualidade dos dados. As imagens de satélite e as informações 
que essas máquinas coletam são exemplos desse processo.
Portanto, como estudante do curso de geograia, ao considerar questões 
ambientais, a dinâmica atmosférica sempre estará presente nas pesquisas e nas 
pautas das aulas que tratam de meio ambiente. Nas próximas unidades, vamos 
tratar de outros fundamentos da climatologia, para que você, caro(a) aluno(a), 
possa utilizar em sua atividade proissional no futuro, um material que contem-
ple os principais conceitos relativos aos eventos atmosféricos. 
33 
1. Em ciência, a clareza dos conceitos é essencial. Assim, em climatologia, entender 
a que nos referimos quando estudamos o tempo e o clima, é um auxílio valioso 
na compreensão das mais diversas questões relacionadas ao tema. Por exemplo, 
pode ser o que determina ou não o entendimento por parte do aluno, da disci-
plina de geograia, o enunciado de provas ou trabalhos requisitados por seus 
professores. Baseado nisso, descreva a diferença existente entre a concep-
ção de tempo e clima.
2. Os elementos atmosféricos fazem parte de processos naturais que ocorrem na 
atmosfera próximos à superfície terrestre. Eles são essenciais para uma grande 
variedade de atividades, mas talvez seja para a produção de alimentos que sua 
inluência é mais ativa. Com a frase acima em mente, escolha três elementos 
atmosféricos utilizados nos estudos meteorológicos ou climáticos e os des-
creva.
3. Tanto em geologia quanto em climatologia, existe uma ordem hierárquica de 
grandezas. Essas grandezas podem se referir à quantidade de tempo ou ao es-
paço de atuação dos fenômenos ligados a essas disciplinas. Referente ao clima, a 
dimensão dos estudos pode ser dividida em escalas espaciais e temporais. Iden-
tiique cada uma delas.
4. A atmosfera é a camada de gases e vapores que envolve a terra. Sua existência 
é extremamente importante para a manutenção da vida. Ela está estrutura em 
camadas com extensões diversas. Sobre a atmosfera e suas camadas marque 
a opção correta:
a. ( ) Apesar de encontrarmos, na atmosfera, gases considerados nobres, não há 
condições desses gases serem utilizados em nenhuma atividade econômica.
b. ( ) O ozônio, um dos gases encontrados na atmosfera, desempenha um papel 
importante em iltrar a radiação solar prejudicial aos seres vivos, principalmente 
os humanos.
c. ( ) A atmosfera encontra-se verticalmente estruturada. Suas principais camadas 
são a troposfera e a exosfera apenas. 
d. ( ) A ionosfera, uma das camadas da atmosfera, é importante condutora de 
transmissões eletromagnéticas. Dessa camada, são captados sinais do sistema 
GPS. Felizmente, não há possibilidade de interferência desse sinal, o que torna 
esse sistema infalível.
e. ( ) A ozonosfera, contida na estratosfera, se torna conhecida em grande parte 
por conter a camada de ozônio. No entanto a humanidade não tem condições de 
afetar essa camada devido a sua grande altitude.
34 
O artigo a seguir trata da proposição de uma Geograia do Clima. Para tanto, voltando 
no tempo e analisando o início da história dos estudos do clima no Brasil, as bases e 
principais conceitos utilizados pela climatologia e incorporados à Geograia são o eixo 
por onde decorre o pensamento do autor. Os principais autores que inluenciaram a 
evolução dessa pesquisa são Max Sorre e Carlos Augusto Figueiredo Monteiro. Quando 
este último pesquisador concebe a noção de ritmo climático, um novo paradigma para 
a análise geográica do clima surge. O autor se propõe a readequar os conceitos, pois 
argumenta o entendimento do tema deve abranger o processo de globalização e mun-
dialização, além de assumir conceitos de apropriação da natureza por uma sociedade 
estabelecida em classes sociais. Por im, propõe-se uma discussão que considere uma 
nova razão para um novo conhecimento do fenômeno climático numa perspectiva so-
cial e da valoração dos recursos naturais.
Visto que os estudos dos fenômenos atmosféricos contidos em disciplinas como Me-
teorologia e Climatologia são fundamentais para o desenvolvimento das atividades 
humanas, a consideração detalhada desses elementos ganha importância. A geograia 
é hoje a ciência que mais se presta em construir pesquisas sobre o tema.
No entanto, após as guerras mundiais, o nível técnico das atividades humanas exige 
uma compreensão mais aprofundada da dinâmica climática. Com a introdução de sois-
ticados computadores, aliado aos conhecimentos introduzidos pelas observações rea-
lizadas pelos satélites e o sensoriamento remoto, pela primeira vez na história houve a 
possibilidade de se obter uma visão da Terra em escala planetária. Por isso, os elementos 
climáticos poderiam ser entendidos em uma escala global.
Neste contexto, à medida que o capitalismo ganhou espaço na conquista e na ocupação 
do território, principalmente através da produção agrícola e criação de rebanhos, que 
mais tarde propiciaram o surgimento da industrialização, novas áreas de ocupação, ou 
cidades, foram surgindo, expandindo o comércio, extraindo recursos naturais e insta-
lando indústrias, ou seja, o homem se tornou o principal agente produtor do ambiente. 
Considerar esse importante artigo nos ajudará a compreender como o ambiente res-
ponde a essas alterações impostas pelo atual sistema.
Fonte: Sant’anna Neto (2001).
U
N
ID
A
D
E II
Professor Dr. Leandro Marcos Herreiro Braido
Professor Dr. José Tadeu Garcia Tommaselli
O CLIMA E O MEIO 
AMBIENTE
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Entender as principais características da dinâmica atmosférica.
 ■ Compreender quais são os critérios escolhidos em uma classiicação 
climática.
 ■ Conhecer algumas técnicas básicas para o manuseio de dados 
climáticos. 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ O ciclo da água
 ■ A previsão do tempo
 ■ A dinâmica das massas de ar
 ■ Classiicação climática
 ■ Potencial energético dos elementos climáticos
 ■ A desertiicação, processo em expansão
 ■ Métodos básicos de desenvolvimento de pesquisas em climatologia
INTRODUÇÃO
O meio ambiente inspira cuidados. Desde o im da Segunda Guerra Mundial, 
a preocupação com a conservação da natureza aumenta a cada ano. No que se 
refere ao clima da Terra, compreender como fenômenos acontecem, tais como 
a ocorrência de secas, inundações e elevação da temperatura, pode garantir a 
manutenção da vida de milhares de pessoas.
O primeiro fator a ser reconhecido é que a ocorrência de desastres naturais 
envolvendo os elementos atmosféricos pode ter a inluência da ação antrópica. 
Por isso, compreender cada vez melhor o funcionamento de fatores climáticos 
tende a tornar os cidadãos em indivíduos cada vez mais esclarecidos.
É sempre recorrente nos noticiários dizer que chuvas causam problemas em 
grandes centros urbanos. Isso pode acontecer porque, em algumas situações, o 
que era esperado de chuva para uma ou mais semanas pode cair em questão de 
poucas horas.
Em países em que é comum a ocorrência de nevascas, muitas pessoas per-
dem suas vidas em casos extremos de queda da temperatura. 
A estiagem é outro problema que pode afetar muitas regiões do planeta. A 
seca pode comprometer as safras agrícolas afetando a oferta de alimentos, o que 
prejudica o desempenho da economia. 
Quando a temperatura está muito elevada, o calor sempre é assunto entre as 
pessoas, o dia mais quente do ano é noticiado com ênfase. Existe, também, uma 
probabilidade maior de ocorrências de incêndios nas matas, o que pode destruir 
lora e fauna de muitas áreas.
As névoas e nevoeiros também podem afetar negativamente as atividades 
humanas, paralisando operações nos aeroportos ou impedindo o luxo normal 
das rodovias. 
No entanto é possível, felizmente, aproveitar as potencialidadesdos ele-
mentos atmosféricos. No decorrer desta unidade, vamos entender melhor sobre 
algumas características do clima sobre o meio ambiente e entender como algu-
mas delas podem ser de benefício para a sociedade. 
Introdução
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
39
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E40
O CICLO DA ÁGUA
Em nosso planeta, existe uma grande quantidade de água. Ela está localizada em 
parte nos rios, oceanos e nos aquíferos, mas também é encontrada em grande 
quantidade na atmosfera na forma de vapor d’água.
Podemos também dizer que a água é o mais importante recurso mineral 
disponível no ambiente. Por incrível que pareça, o elemento mais abundante 
da superfície terrestre é o mais disputado pelo ser humano. Existe razão para 
isso? 
No planeta, a água está distribuída da seguinte forma:
Figura 11: Distribuição da água no planeta
Fonte: Pena (online, 2015).
A Terra, quando observada do espaço, é reconhecidamente chamada de pla-
neta azul, pela imensidão dos oceanos. Conforme observado na igura anterior, 
a grande quantidade de água disponível no planeta é salgada (97%) e a menor 
parte é de água doce (3%). Ainda, essa fatia menor, que compõe a água essen-
cial para a sobrevivência dos seres, distribui-se assim:
O Ciclo da Água
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
41
Figura 12: Distribuição da água doce do planeta
Fonte: Pena (online, 2015).
A grande massa líquida de água do planeta, contida principalmente nos oceanos, 
sofre efeitos da radiação solar. Quando a temperatura da água aumenta, propicia 
o que conhecemos como evaporação. O vapor d’água decorrente desse processo 
eleva-se na atmosfera e volta à superfície quando esse mesmo vapor passa nova-
mente para o estado líquido, em um processo nomeado condensação, caindo na 
forma de chuva. A chuva que cai nos continentes escoa para os rios que, por sua 
vez, encaminham a água novamente para os oceanos. Essa dinâmica é conhe-
cida como ciclo hidrológico.
É fator componente do ciclo hidrológico o estado físico em que a água é 
encontrada no ambiente. Lembra-se quais são eles? São os estados sólido 
(geleiras), líquido (cursos d’água e oceanos) e gasoso (vapor d’água). 
Para maiores informações sobre esse mecanismo da natureza, veja o vídeo 
disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mTDoKjldlqQ>.
 Fonte: os autores.
Figura 13: O estado físico da água (gelo, chuva e vapor), é fundamental para o ciclo hidrológico
Caro(a) aluno(a), por que utilizamos a expressão ‘previsão do tempo’ e não 
‘previsão do clima’? Isso tem haver com a própria deinição dos termos. De 
acordo com Conti (1998), tempo é o estado momentâneo da atmosfera, en-
quanto que clima refere à sucessão habitual dos tipos de tempo. 
Fonte: adaptado de Conti (1998). 
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E42
A PREVISÃO DO TEMPO
Todos nós, em algum momento, já izemos consulta das previsões do tempo para 
saber se vamos prosseguir ou não com nossos planos. Talvez uma viagem de tra-
balho ou uma viagem de férias com destino ao litoral do país, ou simplesmente 
uma consulta meteorológica para organizar melhor as atividades de seu dia.
Não só no campo pessoal, a previsão do tempo tem importância econômica. 
Quem trabalha em grandes empresas agroindustriais consulta diariamente a pre-
visão do tempo para saber se as operações dos maquinários agrícolas no campo, 
como plantio, colheita, aplicação de insumos, preparo e correção da área, pode-
rão ocorrer normalmente. Grandes empreiteiras da construção civil também 
utilizam as previsões para saber se conseguirão atingir metas dentro dos cro-
nogramas exigidos. 
Mas como é possível realizar a previsão do tempo? Uma instituição chamada 
A Previsão do Tempo
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
43
Organização Meteorológica Mundial (OMM) mantém uma rede mundial de esta-
ções que coletam as informações atmosféricas por todo o globo. As informações 
coletadas seguem uma rota hierárquica, pois os dados das estações seguem para 
escritórios regionais, que, por sua vez, seguem para escritórios distritais, para 
uma base nacional, que, por im, remete a informação à OMM.
Veja, por exemplo, o caso da Estação Climatológica Principal de Maringá, 
localizada no Estado do Paraná. As informações coletadas ali são enviadas para 
o escritório regional do Estado sediado na capital Curitiba, que envia os dados 
para o 8° Distrito de Meteorologia de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do 
Sul, que repassa as informações coletadas para o setor administrativo do INEMT 
(Instituto Nacional de Meteorologia), sediado em Brasília - DF, que, por im, 
repassa as informações para a OMM.
Existem três centros meteorológicos mundiais que recebem as informações 
do mundo todo. Um deles ica em Washington D. C. (EUA), outro em Moscou 
(Rússia), ambos no hemisfério norte, e um, no hemisfério sul, localizado em 
Melbourne (Austrália) (CONTI, 1998).
O trabalho realizado nesses centros, que recebem as informações atmos-
féricas coletadas do mundo todo, envolve processar em computadores de alto 
desempenho os dados para elaborar mapas conhecidos como cartas sinóticas 
que ajudam a determinar o tempo nas próximas 24 ou 48 horas. 
Cartas sinóticas são uma representação espacial das condições da atmos-
fera. Conforme Forsdyke (1978), no mapa sinótico, a posição de cada estação é 
assinalada com um pequeno círculo. As informações referentes às estações são 
marcadas no entorno de cada uma delas. Elementos como temperatura e pres-
são também são marcados. Ainda, outros elementos como chuva, nuvem, neve 
e nevoeiro são indicados por símbolos convencionados internacionalmente.
A seguir, é apresentado um exemplo de carta sinótica utilizada para a pre-
visão do tempo utilizada por um dos principais sites especializado no assunto. 
Esse mapa apresenta informações referentes ao dia 30 de setembro de 2015.
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E44
Figura 14: Exemplo de carta sinótica da América do Sul
Fonte: Climatempo (online, 2015).
A interpretação de mapas, como o apresentado logo acima, é explicada da seguinte 
forma:
As linhas curvas são as isóbaras. Elas unem pontos de igual pressão (no 
caso, também chamadas de anticiclones, assinaladas pela letra A) ou de 
baixa pressão (no caso, também designadas de ciclones, mostrados pela 
letra B). As altas pressões quase sempre coincidem com áreas de tempo 
bom, ocorrendo o contrário nas de baixa pressão.
As frentes (frias ou quentes) aparecem frequentemente associadas a 
baixas pressões.
A Previsão do Tempo
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
45
Entre duas altas pressões situa-se, via de regra, uma linha de instabi-
lidade, indicando a ocorrência de trovoadas e turbulências (CONTI, 
1998, p. 16).
Com as novas tecnologias, hoje, as imagens de satélite permitem que o trabalho 
de previsão do tempo seja realizado com maior coniabilidade. Por exemplo, no 
Brasil, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em seus centros de pes-
quisa, utiliza imagens orbitais e o sensoriamento remoto para auxiliar as pesquisas 
atmosféricas. Logo abaixo, observamos uma imagem do satélite apresentandoem quais áreas do país a chuva se concentra na data de 30 de setembro de 2015.
Figura 15: Ocorrência de chuvas identiicadas em imagem de satélite 
Fonte: Cepetec /Inpe (online, 2015).
Figura 16: A inclinação do eixo do planeta propicia a 
existência das diferentes estações do ano (verão, outono, 
inverno e primavera)
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E46
A DINÂMICA DAS MASSAS DE AR
O planeta Terra possui um grau de inclinação de algo em torno de 23°. Inclusive 
o termo original da palavra clima vem do grego que, traduzido para o portu-
guês, signiica inclinação. Então, a inclinação do eixo da terra, no decorrer do 
seu trajeto em torno sol, um movimento conhecido como translação, faz com 
que o calor se distribua de maneira desigual nos hemisférios.
Isso signiica que, enquanto, no hemisfério Sul, o mês de dezembro é bem 
iluminado e aquecido, o contrário se dá no hemisfério Norte. Portanto, pode-
mos dizer que a variação climática em nosso planeta está diretamente vinculada 
à localização de cada região nas diversas latitudes. Ainda, a inclinação do eixo da 
Terra também propiciou o surgimento das diferentes estações do ano: inverno, 
primavera, verão e outono.
Unidos à questão das latitudes, outros fatores geográicos, como 
o relevo e a distribuição de terras e águas, criam uma variação 
de temperaturas das superfícies tanto de terra como dos oce-
anos. A pressão atmosférica entra em cena 
fazendo com que o ar se movimente 
de áreas mais quentes para as mais 
frias e vice-versa. Quando e onde 
as condições naturais permitem 
a formação de grandes volu-
mes de ar com características 
homogêneas, temos as chama-
das massas de ar.
As massas de ar podem ser 
quentes ou frias, secas ou úmidas, 
se movimentando nas mais diversas 
direções. De acordo com Conti (1998), 
entre duas massas de ar, geralmente, se loca-
liza o que chamamos de frente, associadas 
a alterações das condições atmosféricas.
A Dinâmica das Massas de Ar
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
47
A formação das massas de ar fria se dá nas regiões próximas aos polos. Já 
as massas de ar com características quentes formam-se nas regiões equatoriais 
e subtropicais. Conforme Ayoade (2006), as características naturais das regiões 
formadoras das massas de ar precisam ser homogêneas. São fontes produtoras 
de massas de ar:
1. as planícies árticas, cobertas de neve, da América do Norte, Europa 
e Ásia.
2. os oceanos subtropicais e tropicais.
3. o deserto do Saara na África.
4. os interiores continentais da Ásia, Europa e América do Norte (AYO-
ADE, 2006, p. 100). 
As massas de ar sofrem alterações à medida que se deslocam pelas superfícies 
em que as condições atmosféricas são diferentes das encontradas na sua região 
de origem. Para icar mais fácil entender, podemos citar o seguinte exemplo:
A massa de ar polar atlântica (MPA), […] é fria e seca na Patagônia, 
sua região de origem; porém, ao atingir o litoral brasileiro, encontra-se 
bem mais aquecida e torna-se úmida. Ao mesmo tempo em que pro-
voca queda nas temperaturas, no Brasil, ela se aquece devido à maior 
radiação das baixas latitudes e adquire considerável umidade ao deslo-
car-se sobre as águas mais aquecidas do Atlântico subtropical e tropical 
(MENDONÇA E DANNI-OLIVEIRA, 2007, p. 100). 
 O território do nosso país sofre a inluência de 5 massas de ar. Quem são elas e 
quais as suas características, estão expressas a seguir:
1. Massa Equatorial Atlântica (Ea)
Característica: quente e com elevada umidade.
Origem: oceano Atlântico, na região da linha do Equador.
Onde atua: principalmente nos Estados do nordeste brasileiro.
2. Massa Equatorial Continental (Ec)
Característica: quente e úmida.
Origem: Amazônia, região central do Estado do Amazonas.
Onde atua: no inverno, atua, principalmente, nos Estados do Amazonas, 
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E48
Acre e Roraima. Já no verão, atua em uma área maior, atingindo, também, 
os Estados da região Centro-Oeste do Brasil, podendo também atingir 
as áreas Oeste dos Estados de São Paulo e Minas Gerais.
3. Massa Tropical Atlântica (Ta)
Característica: quente e úmida.
Origem: Atlântico Sul.
Onde atua: no verão, atua mais nos Estados das regiões Sudeste e Sul. Já 
no inverno, pode atingir também as regiões Nordeste e Centro-Oeste.
4. Massa Tropical Continental (Tc)
Característica: quente e com baixos índices de umidade.
Origem: região nordeste da Argentina.
Onde atua: tem baixa intensidade, atinge somente os Estados que fazem 
fronteira com o Paraguai e Argentina.
5. Massa Polar Atlântica (Pa)
Característica: fria e úmida.
Origem: Antártida.
Onde atua: no inverno, sua ação é intensa. Atua, principalmente, nos 
Estados do Sul e Sudeste do Brasil. É responsável pelo frio e pelas baixas 
temperaturas no inverno nessas regiões. Essa massa de ar pode, também, 
no inverno, atingir o litoral Nordestino, reduzindo as temperaturas e pro-
vocando chuvas. Pode atuar, também, no inverno, na região da Amazônia.
A seguir, podemos observar uma igura com a atuação das principais 
massas de ar no Brasil.
A Dinâmica das Massas de Ar
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
49
Figura 17: Principais massas de ar atuantes no Brasil
Fonte: Hansen (online, 2015).
Conforme a época do ano, a atuação de uma massa de ar pode se intensiicar. Por 
exemplo, no inverno, a massa de ar Polar Atlântica (Pa) e a Tropical Continental 
(Tc) ganham força, baixando as temperaturas no Sul país, por inluência, prin-
cipalmente, da Pa. 
No verão, a massa Equatorial Continental predomina encaminhando muita 
umidade da região amazônica para o sudeste brasileiro. O que facilita esse pro-
cesso é a chamada zona de convergência, que é a região em que massas de ar se 
encontram e interagem. Existe, por exemplo, a Zona de Convergência Intertropical 
(ZCIT), que é um sistema de baixa pressão atmosférica que rodeia toda a terra, 
seguindo em paralelo a linha do Equador, encaminhando umidade para essa 
região. Há, também, a chamada Zona de Convergência do Pacíico Sul (ZCAS) 
que pode ocorrer no Brasil principalmente no verão, funcionando como um 
corredor de umidade da região amazônica para o oceano Atlântico Sul, con-
forme Berezuk (2006).
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E50
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA
A classiicação climática consiste em separar por grupos atmosféricos um conjunto 
de elementos analisados por meio de parâmetros estabelecidos por leis físicas. 
Dessa forma, muitos meteorologistas desenvolveram métodos de estudos com a 
intenção de criar uma chamada classiicação climática. Dentre numerosos mode-
los, consideraremos o modelo de Köppen, de 1918, e o de hornthwaite, de 1955.
No primeiro caso, na classiicação de Köppen, são considerados, de modo 
simultâneo, a precipitação e temperatura e os tipos de vegetação. São veriica-
dos, nesse modelo, 5 grandes grupos climáticos junto com suas subdivisões, 
conforme observado na tabela e na igura a seguir:
A Climas Tropicais Chuvosos
Af Clima tropical chuvoso de loresta
Aw Clima de Savana
Am Clima tropical de monção
B Climas Secos
BSh Clima quente de estepe
BSk Clima frio de estepe
BWh Clima quente de deserto
BWK Clima frio de deserto
C Climas Temperados Chuvosos e Moderadamente Quentes
Cfa Úmido em todas as estações, verão quente
Cfb Úmido em todas as estações, verão moderadamente quenteCfc Úmido em todas as estações, verão moderadamente frio e curto
Cwa Chuva de verão, verão quente
Cwb Chuva de verão, verão moderadamente quente
Csa Chuva de inverno, verão quente
Csb Chuva de inverno, verão moderadamente quente
D Climas Frios com Neve-Floresta
Dfa Úmido em todas as estações, verão quente
Classiicação Climática
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
51
Dfb Úmido em todas as estações, verão frio
Dfc Úmido em todas as estações, verão moderadamente frio e curto
Dfd Úmido em todas as estações, inverno intenso
Dwa Chuva de verão, verão quente
Dwb Chuva de verão, verão moderadamente quente
Dwc Chuva de verão, verão moderadamente frio
Dwd Chuva de verão, inverno intenso
E Climas Polares
ET Tundra
EF Neve e gelo perpétuos
Tabela 1: Características estabelecidas da classiicação climática de Köppen
Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007). 
Figura 18: O clima do Brasil segundo a classiicação de Köppen 
Fonte: Geo-Conceição (online, 2015).
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E52
Outro tipo de classiicação climática é a Strahler, de 1969, que usou como os prin-
cipais critérios para sua classiicação climática as características das massas de ar 
dominantes juntamente com os valores de precipitação nas diferentes latitudes. 
Os elementos contidos nessa classiicação são demonstrados na tabela a seguir:
I - Climas de latitudes baixas - controladas pelas massas de ar equatoriais e tropi-
cais
a) Equatorial úmido.
b) Litorâneo com ventos alísios.
c) Desértico tropical e de estepe.
d) Desértico da costa ocidental.
e) Tropical seco-úmido.
II - Climas das latitudes médias - controladas pelas massas de ar tropicais e pelas 
massas de ar polares
a) Subtropical úmido.
b) Marítimo da costa ocidental.
c) Mediterrâneo.
d) Desértico e de estepe de latitude média.
e) Continental úmido.
III - Clima de latitudes altas - controladas pelas massas de ar polar e ártica
a) Continental subártico.
b) Marítimo subártico.
c) Tundra.
d) Calota de Gelo.
e) Clima de terras altas - as principais áreas de terras altas do mundo, em que a 
altitude é o controlador dominante do clima.
Tabela 2: Características estabelecidas da classiicação climática de Strahler
Fonte: Ayoade (2006).
Classiicação Climática
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
53
Existem outras classiicações climáticas produzidas por muitos autores, no entanto 
iremos utilizar as duas apresentadas por um simples motivo: são as mais disse-
minadas no Brasil. Observe que as iguras com as representações climáticas para 
essas áreas são também as mais mencionadas em trabalhos no qual se menciona 
as características climáticas do território brasileiro. Veja, na igura a seguir, a 
representação da classiicação climática de Strahler para o Brasil.
Figura 19: O clima do Brasil segundo a classiicação de Strahler
Fonte: Geo-Conceição (online, 2015).
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E54
POTENCIAL ENERGÉTICO DOS ELEMENTOS 
CLIMÁTICOS
Os recursos naturais podem ser utilizados pela sociedade para o seu benefício 
e o clima apresenta-se como um dos mais importantes deles. Por exemplo, o 
clima participa em determinar a distribuição dos animais e da cobertura vege-
tal no planeta. A água doce, também tem, no clima, um dos principais fatores 
de distribuição e estocagem. Para a produção agrícola, o clima é fundamen-
tal, pois por meio de sua inluência se determina qual cultura é adequada para 
todas as regiões do mundo, além de ser fator chave para o sucesso ou frustra-
ção das safras agrícolas.
Conseguimos perceber, então, que existem potencialidades nas condições 
atmosféricas que podem interferir na situação econômica das nações mundiais. 
A airmação de Conti (1998, p. 27) concorda com isso e diz onde esse potencial 
pode ser utilizado: “é no aproveitamento das características climáticas, porém, 
que o homem encontra seu maior benefício […] as principais formas de energia 
geradoras de eletricidade […] dependem essencialmente de fatores climáticos.”.
De fato, a geração de energia é fundamental para a economia do país. Grande 
parte da eletricidade que temos disponível vem de usinas hidrelétricas, mas esse 
bem depende essencialmente de um luxo hídrico regular e da ocorrência de 
precipitação anual expressiva para que o processo de geração de energia a par-
tir dessa matiz tenha continuidade.
No Brasil, onde as médias anuais de chuvas são superiores a 1.250 mm 
em 90% do território e relevo é predominantemente de planalto, as 
possibilidades de aproveitamento dos rios para a produção de eletrici-
dade são enormes (CONTI, 1998, p. 27). 
A preocupação com o meio ambiente também é fator importante, haja vista que 
o que o mundo precisa não é um maior investimento em usinas a carvão e nucle-
ares, mas sim de alternativas limpas de produção de energia.
No caso da energia hidrelétrica, o luxo natural da água é convertido em ele-
tricidade. A energia é gerada pela queda da água nas pás de turbinas que ligam 
um gerador que converte a energia mecânica em energia elétrica. A quantidade 
de eletricidade que uma usina pode produzir depende da quantidade de água 
Figura 20: Barragem de uma usina hidrelétrica
Potencial Energético dos Elementos Climáticos
R
ep
ro
d
u
çã
o
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
ir
o
 d
e 
19
98
.
55
que passa pela turbina. 
Há diferentes tipos e tamanhos de usinas hidrelétricas, variando de usi-
nas pequenas a grandes. Uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo é a 
de Itaipu. Ela é binacional, ou seja, pertence parte ao Brasil e parte ao Paraguai. 
Isso se dá porque ela se localiza no rio Paraná na fronteira entre os dois países. 
No lado brasileiro ela está dentro do território do Estado do Paraná, no muni-
cípio de Foz do Iguaçu. 
A usina de Itaipu ainda é líder mundial na produção de energia limpa e 
renovável, isso até que a usina hidrelétrica de Três Gargantas, na China passe 
a funcionar plenamente, pois ela tem uma potência 60% maior do que a usina 
de Itaipu. 
Em outro formato de aproveitamento do recurso climático, está a produção 
de eletricidade por meio da energia eólica. 
O vento, desde há muito tempo, é utilizado 
com im energético, por exemplo, para movi-
mentar as embarcações nos mares durante os 
séculos de expedições marítimas. Mas encon-
tra-se, no vento, uma valiosa possibilidade 
de produção de energia elétrica por meio 
de usinas eólicas. No Brasil, são encontradas 
condições favoráveis para a sua implantação.
A energia eólica pode ser entendida e 
considerada uma forma de energia solar, pois 
o calor do sol faz com que o vento circule na 
superfície da Terra. O vento é utilizado para 
produzir energia elétrica quando ele movi-
menta pás de uma turbina eólica que, por 
sua vez, movimenta um gerador de ener-
gia elétrica.
A energia eólica é uma fonte renovável que produz energia limpa, sem emis-
são de poluentes na natureza. Quando existe um agrupamento de turbinas que 
colhem a força do vento com o im de gerar energia elétrica, temos um parque 
eólico.
Figura 21: Energia proveniente dos ventos - parque eólico
©
sh
u
tt
er
st
o
ck
Figura 22: Energia produzia através de painéis solares
©
sh
u
tt
er
st
o
ck
O CLIMA E O MEIO AMBIENTE
R
ep
ro
d
u
ção
 p
ro
ib
id
a. A
rt. 184 d
o
 C
ó
d
ig
o
 Pen
al e Lei 9.610 d
e 19 d
e fevereiro
 d
e 1998.
IIU N I D A D E56
Ainda, outro potencial encontrado no recurso climático para

Outros materiais