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Conceitos Básicos de Direito Empresarial - Sociedades regulamentadas no Código Civil

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Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
Elementos básicos do Direito Empresarial e os modelos de sociedades previstos no Código Civil.
PROPÓSITO
Conhecer o Direito Empresarial é fundamental para o melhor desempenho da gestão da atividade
econômica, pois permite compreender a estrutura em que serão desempenhadas as funções da
empresa.
PREPARAÇÃO
Tenha em mãos o Código Civil, de modo a permitir uma consulta rápida aos artigos na ordem sequencial
em que são exibidos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a atividade empresarial e as características do empresário
MÓDULO 2
Distinguir os tipos societários
MÓDULO 3
Identificar as regras de funcionamento das sociedades
INTRODUÇÃO
Neste tema, você encontrará informações sobre o Direito Empresarial no Brasil, os modelos societários
existentes e as regras para o funcionamento das sociedades empresariais.
A ideia é transmitir um conteúdo relevante para o gestor empresarial, por meio de uma leitura leve e
agradável. Todas as normas que serão trabalhadas aqui estão previstas no Código Civil Brasileiro e são
obrigatórias para empresários e sociedades empresárias em funcionamento no Brasil. Discutiremos a
importância das sociedades empresariais para a geração de riquezas e para o desenvolvimento
econômico e social do país.
MÓDULO 1
 Reconhecer a atividade empresarial e as características do empresário
LIGANDO OS PONTOS
É possível haver atividade econômica, mas não haver empresa?
A base dogmática do direito empresarial desde a entrada em vigor do Código Civil (11 de janeiro de
2003) é a teoria de empresa, substituindo a antiga teoria dos atos do comércio. Com isso, o conceito de
empresário deixa de estar associado ao exercício profissional dos atos de comércio ou mercancia e
passa a estar relacionado ao exercício profissional da empresa (art. 966, caput, do Código Civil).
Embora o Código não tenha conceituado o termo “empresa”, sua noção pode ser extraída do seu perfil
subjetivo, ou seja, o empresário. Desse modo, empresa é a atividade econômica organizada com a
finalidade de produção ou intermediação de bens ou de serviços.
Verifica-se que nem toda atividade econômica pode ser considerada empresa, pois o legislador exige
dela o atributo da “organização”. Desse modo, é preciso que o empresário, pessoa física ou jurídica,
reúna elementos de empresa e os organize para seu exercício. Sem esta organização pode haver
atividade econômica, mas não será empresa. Assim, as atividades não organizadas, de subsistência ou
artesanais, mesmo que tenham um fim lucrativo para quem as explora, não caracteriza a pessoa como
empresário. Também não é empresário aquele que exercer atividade profissional intelectual de natureza
literária, artística ou científica, mesmo com a ajuda de colaboradores, salvo se tal atividade reunir
elemento de empresa (art. 966, parágrafo único, do Código Civil).
Além do exercício profissional de empresa, o empresário pessoa física deve estar em pleno gozo de sua
capacidade civil e não ter impedimento legal (art. 973). Sem embargo, é permitido ao incapaz,
representado ou assistido, prosseguir empresa nos casos do art. 974 desde que obtenha autorização
judicial.
Vamos analisar uma situação concreta sobre o exercício de uma atividade econômica e os
requisitos para a configuração de empresa:
Na área rural do município de Matilde, a atividade preponderante exercida pelos habitantes é o cultivo
de milho. Numa micropropriedade, Elias e Celina plantam milho com a ajuda dos tios e sobrinhos. Não
há maquinário para a plantação e a cultura é de subsistência, sendo o excedente, quando existente,
vendido para uma indústria de beneficiamento. Os poucos animais que os produtores possuem servem
para o fornecimento de leite e ao arado da terra.
Há, também, na área rural de Matilde, uma indústria de beneficiamento de milho e produção de óleo,
com mais de cento e vinte empregados, máquinas, amplas construções e contínuo treinamento dos
colaboradores. A forma jurídica para a exploração da atividade é de sociedade limitada, sendo o
comendador Venâncio o titular de 63% (sessenta e três por cento) do capital social.
Após a leitura do texto, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1) UM DOS PONTOS QUE VOCÊ LEU NO TEXTO DE APRESENTAÇÃO É QUE O
INCAPAZ PODERÁ, EM DETERMINADAS SITUAÇÕES, PROSSEGUIR EMPRESA.
ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE APRESENTA CORRETAMENTE AS
SITUAÇÕES EM QUE ISSO PODE OCORRER.
A) Quando houver incapacidade superveniente do próprio empresário; quando continuar a empresa de
seus pais ou continuar a empresa do autor de herança.
B) Quando ele tiver completado pelo menos 12 anos; houver incapacidade superveniente do próprio
empresário ou continuar a empresa do autor de herança.
C) Quando tiver economia própria para se sustentar; continuar a empresa de seus pais ou houver
incapacidade superveniente do próprio empresário.
D) Quando houver formado um estabelecimento empresarial; tiver economia própria para se sustentar
ou continuar a empresa de seus pais.
E) Quando continuar a empresa de seus pais; tiver completado pelo menos 12 anos ou continuar a
empresa do autor de herança.
2) JOÃO É TRADUTOR E INTÉRPRETE PÚBLICO DE LÍNGUA ESPANHOLA,
PRESTANDO SEUS SERVIÇOS NUM ESTABELECIMENTO PRÓPRIO COM A
COLABORAÇÃO DE TRÊS EMPREGADOS. À LUZ DAS DISPOSIÇÕES DO
CÓDIGO CIVIL, É POSSÍVEL AFIRMAR QUE JOÃO:
A) é empresário, pois exerce atividade econômica em nome próprio.
B) não é empresário, pois exerce profissão intelectual e seu exercício não constitui elemento de
empresa.
C) é empresário, pois exerce atividade própria de empresário em nome individual.
D) não é empresário, pois não exerce atividade lucrativa, sendo de mera subsistência.
E) é empresário, pois tem capacidade civil plena e exerce profissão intelectual.
GABARITO
1) Um dos pontos que você leu no texto de apresentação é que o incapaz poderá, em
determinadas situações, prosseguir empresa. Assinale a única alternativa que apresenta
corretamente as situações em que isso pode ocorrer.
A alternativa "A " está correta.
A única alternativa correta quanto as situações em que o incapaz pode ser autorizado a prosseguir
empresa é a letra A. Com fundamento no art. 974 do Código Civil, poderá o incapaz, por meio de
representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz,
por seus pais ou pelo autor de herança.
2) João é tradutor e intérprete público de língua espanhola, prestando seus serviços num
estabelecimento próprio com a colaboração de três empregados. À luz das disposições do
Código Civil, é possível afirmar que João:
A alternativa "B " está correta.
A única alternativa correta é a letra B. De acordo com o enunciado, verifica-se que João exerce atividade
profissional de natureza intelectual. Com base no art. 966, parágrafo único, do Código Civil, não se
considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa, o que não ocorre na profissão de João.
3) A PARTIR DA SUA ANÁLISE SOBRE O TEXTO, RESPONDA
AOS SEGUINTES QUESTIONAMENTOS:
A) A ATIVIDADE REALIZADA POR ELIAS E CELINA PODE
SER CONSIDERADA UMA EMPRESA?
B) O COMENDADOR VENÂNCIO É CONSIDERADO
EMPRESÁRIO?
C) CASO ELIAS E CELINA CONSTITUAM UMA SOCIEDADE,
ELA SERÁ SIMPLES OU EMPRESÁRIA?
RESPOSTA
As respostas deverão conter, no mínimo, as informações abaixo.
javascript:void(0)
A) Não. A atividade narrada no texto é de subsistência e não reúne elemento de empresa para ser
considerada organizada; ademais não é exercida em caráter profissional.
B) Não. O comendador Venâncio não exerce empresa, sendo apenas o sócio majoritário da sociedade
limitada. A empresa é exercida pela sociedade e não pelo sócio.
C) Se Elias e Celina constituírem sociedade, ela será simples, pois a atividade que eles exercem não é
organizada, não sendo própria de empresário segundo a regra de classificaçãodas sociedades quanto a seu
objeto, prevista no art. 892, caput, do Código Civil.
CONCEITOS
DO CAIXEIRO VIAJANTE AO EMPRESÁRIO: UMA
PARTE DO DIREITO COMERCIAL
O Direito é um conjunto de normas destinadas a regular a atuação dos indivíduos em sociedade e, com
suas leis, normas e seus códigos, são estabelecidos comportamentos esperados por parte das pessoas.
O Direito estipula as regras de como as atividades produtivas devem ser desenvolvidas.
Considerando que a estrutura do sistema jurídico brasileiro está formatada para o modelo do sistema
capitalista de produção, existem normas dentro que promovem e incentivam o desenvolvimento das
atividades econômicas.
Essas normas buscam, de um modo equilibrado, proteger, ao mesmo tempo, as atividades econômicas,
as sociedades empresárias, os trabalhadores e consumidores, que estão envolvidos no processo de
geração de riqueza.
AS NORMAS DE DIREITO EMPRESARIAL TRATAM EXATAMENTE
SOBRE COMO DEVEM SE ORGANIZAR OS ENTES QUE
DESENVOLVEM ATIVIDADE ECONÔMICA. ESSA ORGANIZAÇÃO É
NECESSÁRIA, UMA VEZ QUE O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE
EMPRESARIAL CONJUGA UMA SÉRIE DE FATORES E ELEMENTOS
PRODUTIVOS QUE DEPENDE DESSA COORDENAÇÃO.
 Mercado romano (A Roman Market) por Johannes Lingelbach. Fonte: Wikimedia
Você certamente deve ter lido ou estudado sobre o Império Romano, certo? Um dos motivos que
levaram à expansão do Império Romano foi a busca pela ampliação de mercados que permitissem
realizar a troca de excedentes produzidos.
 Cerco holandês em Olinda por John Ogilby. Fonte: Wikimedia
Lembra-se da Companhia das Índias Ocidentais, que resultou na invasão holandesa ao Brasil? Alguns
autores chegam a configurá-la como uma sociedade anônima, em razão de sua organização.
Inúmeros eventos históricos se relacionam com o exercício da atividade comercial pelo homem:
mercantilismo, Revolução Industrial, globalização. Todos foram motivados pelo exercício de práticas
comerciais e, para poder realizá-las com segurança, foi necessária a criação de regras específicas para
esse ramo de atividades.
Quais as mudanças realizadas para o exercício de práticas comerciais no Brasil?
Antes de 2002
Existia no Brasil o Código Comercial, elaborado em 1950, que trazia a regulamentação do chamado
“Direito Comercial” e era dividido em três partes: 1) Do Comércio em Geral; 2) Do Comércio Marítimo; e
3) Das Quebras.

Após 2002
O Código Comercial foi substituído, em sua primeira parte, pelo Código Civil de 2002, que alterou o
Código Civil e incorporou toda a parte sobre o comércio em geral. Os processos que regulam a falência
e a recuperação judicial agora se encontram na Lei n° 11.101, de 2005.
O ANTIGO CÓDIGO COMERCIAL FOI TODO RECORTADO E APENAS
A PARTE RELACIONADA AO COMÉRCIO MARÍTIMO AINDA
PERMANECE EM VIGOR. ASSIM, QUANDO ESTUDAMOS OS TEMAS
REFERENTES AO DIREITO EMPRESARIAL, PRECISAMOS TER EM
MENTE QUE ESSE CONTEÚDO SE ENCONTRA NO CÓDIGO CIVIL,
NÃO MAIS NO CÓDIGO COMERCIAL – QUE CONTINUA VALENDO
APENAS PARA REGULAR AS TRANSAÇÕES ECONÔMICAS QUE
ENVOLVEM O MAR COMO TRANSPORTE.
A mudança não foi apenas normativa: existiu toda uma reformulação teórica que acompanhou a
alteração dos conteúdos de Direito Empresarial para o Código Civil. O fundamento do antigo Direito
Comercial estava centralizado na figura do comerciante.
A razão do destaque para o elemento que executava os atos de comércio, ou seja, as trocas comerciais,
é muito simples: durante todo o desenvolvimento histórico da atividade comercial, quem respondia pelas
obrigações assumidas sempre foi a figura do comerciante.
COMERCIANTE
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Os comerciantes eram mascates, feirantes, integrantes das Corporações de Ofício, os
mercadores. Você deve conhecer o livro O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, que
retrata, sob o aspecto literário, as trocas e negociações de uma época que já não encontra
parâmetros com os dias atuais.
A antiga teoria dos atos de comércio servia para proteger o comerciante, ou seja, aquele que realizava e
praticava atos de comércios reconhecidos como tais. A mudança nesse raciocínio veio com a construção
da teoria da empresa, em oposição à teoria dos atos de comércio, que identificava a empresa, não mais
o comerciante, como fundamento do Direito Comercial.
 RESUMINDO
A figura jurídica da empresa foi o elemento central a ser protegido e fomentado por meio do conjunto de
normas jurídicas, que passou a ser reconhecido como Direito Empresarial, não mais Direito Comercial.
ELEMENTOS DO DIREITO EMPRESARIAL E A TEORIA
DA EMPRESA
Quando falamos de Direito Empresarial, estamos nos referindo não apenas à teoria da empresa, mas,
também, a normas que foram incorporadas pelo Código Civil e estão alinhadas com o estudo
contemporâneo de Direito Empresarial no mundo.
Os comercialistas não gostaram da mudança, porque consideram que o Direito Comercial foi
descaracterizado, em sua essência, em prol do destaque dado ao seu aspecto obrigacional. Atualmente,
existem projetos de leis tramitando no Congresso, com o objetivo de reativar e atualizar o Código
Comercial, e extrair o conteúdo do Direito Empresarial de dentro do Código Civil.
DIREITO EMPRESARIAL
Esse é o termo correto e atualizado que passaremos a usar ao longo deste tema.
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 SAIBA MAIS
Curiosamente, tanto a teoria dos atos de comércio quanto a teoria da empresa nunca definiram de modo
claro e preciso quem deveria ser identificado como “comerciante” ou como “empresário”. A razão é bem
simples: o ato de comerciar ou empresariar não é taxativo. As mudanças sujeitas aos mercados, a
economia e a vida contemporânea não permitem realizar uma categorização específica, sob pena de
deixar de fora inovações que possam ocorrer.
Para não incorrer nesse risco, as normas tomam um caminho indireto: elas indicam quais são as
atividades empresariais e as que não são empresariais. Portanto, os empresários são os que
desenvolvem as atividades empresariais.
A PARTIR DA EDIÇÃO DO CÓDIGO CIVIL, DE 2002, COM A
INCORPORAÇÃO DA TEORIA DA EMPRESA, PRECISAMOS TER EM
MENTE ALGUMAS DEFINIÇÕES TÉCNICAS EM RELAÇÃO AOS
TERMOS “EMPRESA”, “EMPRESÁRIO” E “SOCIEDADE”.
ATIVIDADES EMPRESARIAIS
Na doutrina, a expressão “empresa” deixou de ser utilizada para designar a entidade organizada para
exploração de fins econômicos e se tornou reconhecida como “atividade econômica”. Ou seja, a
empresa se tornou a ação, o processo e o ato. Empresa é a atividade econômica organizada pelo
empresário para a circulação de bens e serviços, visando à obtenção de lucro.
A entidade organizada por essa atividade passou a ser reconhecida como “sociedade empresária”, ou
seja, aquela que realiza os atos de empresa. Empresário é o que organiza os elementos de produção
para efetivar o negócio.
Considerando a Lei nº 10.406/02 (Código Civil), podemos distinguir:
EMPRESÁRIO
No artigo 966, empresário é “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.”
NÃO EMPRESÁRIO
No parágrafo único do artigo 966, temos que “não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.” Pela definição legal,
os indivíduos que exercem profissionalmente atividades intelectuais não podem ser considerados
empresários.
Assim, se você é um escritor muito famoso, criador de uma grande saga, vende seus livros “feito água”,
comercializa seus direitos autorais e o filme vira um blockbuster, você não é considerado empresário. Do
mesmo modo, o grande cantor da música popular brasileira, com uma sólida carreira artística, que
emplacou músicas em aberturas de novelas, filmes e seriados, e ficou milionário com a sua própria
produção, não é considerado empresário.
Determinadas atividades profissionais que são desenvolvidas por meio do elemento “intelectual” são
excluídas do ato de empresariar. Qual a razão para isso?O regime jurídico empresarial possui
características específicas que não devem submeter os profissionais que percorreram outros processos
para alcançar suas atividades.
Os meios de atuação de um empresário e de um profissional liberal são muito distintos, a começar pelo
seu acesso: a criação de uma sociedade empresária é livre (ou seja, para você abrir um CNPJ, você não
precisa de um diploma de curso superior); para se tornar um profissional liberal é necessário o ingresso
em uma faculdade e a conclusão do curso, com a expedição de um diploma. O profissional liberal pode
exercer individualmente sua profissão, enquanto a sociedade empresária depende de uma série
encadeada de processos de produção em massa para ser reconhecida como tal.
A ATIVIDADE EMPRESÁRIA
Voltemos ao exemplo do famoso escritor, utilizado anteriormente:
Se o escritor, por meio de seus atributos intelectuais, conseguiu desenvolver uma grande obra literária e
obteve lucro por meio dela, não pode ser considerado empresário. Mas, se em vez de vender seus
direitos autorais para uma editora, ele mesmo criar uma editora, articular o processo produtivo editorial
(com contratos de distribuição do livro para livrarias, de produção com gráficas, de distribuição online da
obra) e organizar esses fatores produtivos, então, ele poderá ser considerado empresário. Não pela
atividade de criação de uma obra literária (atividade intelectual), mas, pelo exercício dos atos
empresariais de gestão, desempenhados como empresário.
Contadores, advogados, médicos, dentistas, veterinários, fisioterapeutas, economistas, matemáticos,
físicos, farmacêuticos, químicos, botânicos, arquitetos, engenheiros e todos os demais artistas e
profissionais autônomos, ao realizarem suas profissões, não exercem atividades empresárias.
Consequentemente, as regras relativas às empresas não se aplicam a esses profissionais – como, por
exemplo, a falência.
Isso não significa que esses profissionais não possam criar uma sociedade empresária para explorar
atividades econômicas com o intuito de obter lucros, como é o caso, por exemplo, de um engenheiro
que cria uma sociedade empresária no ramo da construção civil. Todavia, são atividades diversas: as
atividades de engenheiro precisam ser desempenhadas por quem possui diploma e registro (no caso, o
CREA). Para abrir uma sociedade empresária que ofereça serviços de engenharia não é necessário ser
engenheiro – pode ser economista, contador, administrador –, nem ter curso superior, porque a gestão
dos atos empresariais não pressupõe o elemento “intelectual” para ser desempenhada.
DIFERENÇAS ENTRE ATIVIDADE EMPRESÁRIA E
ATIVIDADE NÃO EMPRESÁRIA
Para distinguir uma atividade empresária de uma atividade não empresária, além do elemento intelectual
que se exclui da primeira, é necessário observar:
Se a atividade está sendo desenvolvida de modo organizado, demonstrando uma lógica nas
etapas de produção.
Se a atividade está sendo desenvolvida com profissionalidade e habitualidade, não sendo algo
esporádico.
Se existe o objetivo de lucro, de gerar renda por meio do desempenho daquela atividade.
AS ATIVIDADES RELACIONADAS À AGROPECUÁRIA
Outro setor que é responsável por grande parte das trocas comerciais internacionais do Brasil e pela
própria balança comercial, não é reputada como atividade empresária: falamos das atividades
relacionadas à agropecuária. Trata-se de uma compreensão atrasada e talvez bastante burguesa de que
o trabalho desenvolvido no campo não se reveste dos elementos mercantis essenciais para caracterizar
uma atividade como empresária.
Pode ser que há muito tempo, essa realidade ainda estivesse presente, mas, nos dias atuais, em que
existe uma ampla gama de produtos, serviços e tecnologia de ponta presentes na produção
agropecuária do país, é difícil acreditar que, para um empresário rural ser considerado “empresário”, ele
precise de registro específico.
O produtor rural só é considerado empresário caso realize o registro da sua atividade no Registro
Público de Empresas Mercantis. Sendo assim, um produtor rural não é um empresário enquanto não
realizar o registro. Isso é possível em função da facultatividade da escolha do local do registro dos atos
constitutivos da empresa.
CONFORME PÔDE SER OBSERVADO, NÃO HÁ IMPEDIMENTOS
PARA A CRIAÇÃO DE UMA SOCIEDADE EMPRESÁRIA E PARA SE
TORNAR EMPRESÁRIO, CORRETO? ERRADO! EXISTEM SITUAÇÕES
ESPECÍFICAS QUE NÃO PERMITEM A ATUAÇÃO COMO
EMPRESÁRIO, NEM A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE
EMPRESÁRIA. SÃO AQUELES CASOS DE INDIVÍDUOS IMPEDIDOS
DE EMPRESARIAR POR DETERMINAÇÃO LEGAL.
No vídeo a seguir, o professor, mestre em direito, Cláudio Miranda, aborda o tema das atividades
empresariais e explica como identificá-las.
IMPEDIMENTOS LEGAIS
Essa determinação está prevista no artigo 972 do Código Civil que diz que:

PODEM EXERCER A ATIVIDADE DE EMPRESÁRIO OS QUE
ESTIVEREM EM PLENO GOZO DA CAPACIDADE CIVIL E
NÃO FOREM LEGALMENTE IMPEDIDOS.
A restrição relacionada à capacidade civil deve-se ao fato de que menores não podem ser empresários.
Isso significa dizer que eles não podem ser sócios? Não!
 ATENÇÃO
Os menores incapazes ou relativamente capazes podem figurar como sócios em sociedades
empresárias, representados pelos pais ou assistidos por eles, sendo impedidos, todavia, de exercer a
administração delas pela falta de capacidade civil.
A regra sobre a capacidade civil vale para todos. Há ainda algumas regras específicas que proíbem o
exercício da atividade empresarial por parte de alguns profissionais. Tal proibição se reveste de uma
preocupação de não causar prejuízo à sociedade, aos consumidores, ou ainda, à livre concorrência.
PROIBIÇÕES ESPECÍFICAS
Os militares da ativa, integrantes das Forças Militares nacionais.
Os servidores públicos civis, de todas as esferas da administração (Federal, Estadual e Nacional).
Os juízes, em razão da incompatibilidade ética com o desempenho de suas atribuições e funções.
Os médicos, em relação às farmácias, drogarias, óticas ou laboratórios de análises clínicas, por
uma questão de concorrência desleal.
Os corretores e os leiloeiros, em razão de vedação legal.
Os empresários que já faliram e ainda não foram reabilitados.
Os estrangeiros que não tenham residência no Brasil, sendo, ainda, vedados: o exercício da
atividade empresarial dedicada à pesquisa e à lavra de recursos minerais e ao aproveitamento do
potencial de energia hidráulica (por determinação constitucional, em razão da natureza estratégica
de tais mercados); o estrangeiro não naturalizado e o naturalizado há menos de dez anos, para
explorar empresa jornalística, de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
Agentes políticos: existe uma limitação em razão de não poderem participar de sociedades que
tenham negócios com o Estado, por uma questão de conflito de interesses.
TIPOS DE EMPRESÁRIOS
Para todos os demais que podem atuar como empresários existem dois caminhos para seguir: o
individual e o coletivo. Entre as atuais possibilidades, temos os seguintes tipos de empresários
individuais:
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Quem exerce atividades de empresa organizando insumos, matéria-prima, fatores de produção, de
modo profissional e com habitualidade, com objetivo de promover a circulação de riqueza com bens ou
serviços economicamente valoráveis. Esse empresário individual responde com todos os seus bens
perante as obrigações assumidas em decorrência de suas atividades empresariais.
MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI)
Pode ser reputado como um tipo de empresário, com uma limitação em razão das atividades
autorizadas para exploração. Essas atividades estão descritas no Portal do Empreendedor, site
governamental que orienta a criação dos MEI. Além disso, existe uma limitação de faturamento anual de
81 mil reais por exercício fiscal. Vale fazer uma observação de que muitos desses MEI “escondem uma
pejotização” disfarçada; isso ocorre quando o empregador, para não assumir as obrigações
trabalhistas, obriga o empregadoa constituir CNPJ para reduzir os gastos indiretos com o trabalhador.
EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
(EIRELI)
A partir da Lei n° 12.441/2011, é possível a criação de uma empresa individual constituída por cotas,
cuja responsabilidade fica restrita ao valor do capital social integralizado de, no mínimo, cem vezes o
salário mínimo vigente no país.
SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL (SLU)
Para essa modalidade, também chamada de LTDA Unipessoal, não há exigência de capital social
mínimo. A partir da edição da Lei de Liberdade Econômica (LLE, Lei nº 13.874/19), foi oficializada, no
Brasil, a existência de uma “sociedade de um”. Isso significa que não é mais necessário para o
empresário buscar um sócio pro forma, apenas no papel, para abrir uma sociedade. Ele pode, a partir da
edição dessa lei, criar uma sociedade limitada ao capital social que for indicado e atuar por meio dela,
sem precisar de terceiros.
A exploração de atividade empresarial por meio coletivo corresponde à constituição das sociedades e
suas distintas categorias, conforme estudaremos no próximo módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO SISTEMA JURÍDICO NACIONAL, NÃO EXISTE UMA CONCEITUAÇÃO
DIRETA PARA A IDENTIFICAÇÃO DA FIGURA DO EMPRESÁRIO. ESSA
CONCEITUAÇÃO É FEITA POR MEIO DAS ATIVIDADES QUE ELE PRATICA.
NESSE SENTIDO, PODEMOS DIZER QUE EMPRESÁRIO É AQUELE QUE OBTÉM
LUCRO COM O DESENVOLVIMENTO DE SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL?
A) Sim, porque o que diferencia a atuação do empresário é a obtenção de lucros, em oposição às
atividades sem fins lucrativos, que não são empresárias.
B) Não, porque existem atividades profissionais que também geram lucro, mas que não podem ser
consideradas como atividades empresárias, por determinação legal.
C) Sim, porque a geração do lucro é o elemento central na definição de sociedade empresária.
D) Não, porque é necessário o elemento habitualidade no desempenho da atividade profissional para
que se caracterize como atividade empresária.
2. A FAMÍLIA DOREMI PASSOU OS ÚLTIMOS DOIS ANOS COM PROBLEMAS
FINANCEIROS, EM DECORRÊNCIA DA DEMISSÃO DO MARIDO E DA CHEGADA
DE MAIS UM IRMÃO PARA OS TRÊS FILHOS QUE JÁ TINHAM EM CASA.
PENSANDO EM ALTERNATIVAS PARA SAIR DA CRISE, A MÃE COMEÇOU A
FABRICAR BOLOS E DOCES PARA VENDER NA VIZINHANÇA E NA FEIRA QUE
ERA REALIZADA TODO DOMINGO. SEUS DOCES COMEÇARAM A FAZER MUITO
SUCESSO E SE TORNARAM A PRINCIPAL FONTE DE RENDA DA FAMÍLIA. A
SRA. DOREMI DECIDIU FORMALIZAR A SUA ATIVIDADE PARA EMITIR NOTA
FISCAL E VENDER SEUS PRODUTOS PARA RESTAURANTES. MARQUE A
OPÇÃO CORRETA:
A) A sra. Doremi não pode abrir uma sociedade porque cozinhar não é uma atividade empresária, já que
requer conhecimentos técnicos específicos, no sentido de conhecer boas receitas e saber fazer comidas
deliciosas.
B) A sra. Doremi pode oferecer os seus serviços de doceira na esquina, no Restaurante “Di Casa”, que
já existe há cerca de cinco anos e não possui doces no seu cardápio e, com isso, poderá emitir notas
fiscais próprias.
C) A sra. Doremi pode abrir uma sociedade limitada unipessoal para vender seus produtos, uma vez que
ela exerce com habitualidade, organiza as etapas de sua produção e possuiu o objetivo de lucro.
D) A sra. Doremi só pode abrir um MEI para emitir as suas notas fiscais, visto que a atividade de
confeiteira independente está listada como uma das atividades permitidas para a criação de um CNPJ
de microempresário individual.
GABARITO
1. No sistema jurídico nacional, não existe uma conceituação direta para a identificação da figura
do empresário. Essa conceituação é feita por meio das atividades que ele pratica. Nesse sentido,
podemos dizer que empresário é aquele que obtém lucro com o desenvolvimento de sua
atividade profissional?
A alternativa "B " está correta.
Existem atividades que não são consideradas empresárias pela legislação brasileira e, com isso, não
podemos reputar como empresários os indivíduos que exploram economicamente a atividade intelectual.
2. A família Doremi passou os últimos dois anos com problemas financeiros, em decorrência da
demissão do marido e da chegada de mais um irmão para os três filhos que já tinham em casa.
Pensando em alternativas para sair da crise, a mãe começou a fabricar bolos e doces para vender
na vizinhança e na feira que era realizada todo domingo. Seus doces começaram a fazer muito
sucesso e se tornaram a principal fonte de renda da família. A sra. Doremi decidiu formalizar a
sua atividade para emitir nota fiscal e vender seus produtos para restaurantes. Marque a opção
correta:
A alternativa "C " está correta.
A atividade de confeiteira pode ser uma atividade empresária, dependendo do modo como o empresário
organize o seu funcionamento. E de acordo com a sua estratégia, existem diversas opções de modelos
que ele pode utilizar para explorar o seu negócio: sociedade limitada unipessoal, MEI, EIRELI,
empresário individual e até mesmo uma sociedade empresária.
MÓDULO 2
 Distinguir os tipos societários
LIGANDO OS PONTOS
Uma sociedade empresária sempre assume a mesma forma jurídica?
As sociedades podem ser classificadas de acordo com vários critérios, como a nacionalidade, a
estrutura organizacional, a personificação, forma e divisão do capital, responsabilidade dos sócios ou
objeto. Para o nosso estudo importa a classificação das sociedades quanto ao objeto, isto é, a atividade
econômica (organizada ou não) que o(s) sócio(s) pretende explorar por meio da pessoa jurídica. Os
tipos societários e sua adoção pelas sociedades estão diretamente ligados a essa classificação.
De acordo com o caput do art. 982 do Código Civil, as sociedades podem ser, quanto ao objeto que
executam, simples ou empresária. A lei não esclarece qual é o objeto das sociedades simples, sendo ele
extraído, por dedução, do objeto não reservado às sociedades empresárias. Estas são assim
qualificadas por exercerem atividade econômica própria de empresário sujeito a registro obrigatório (art.
967). Independentemente do objeto, são empresárias as sociedades cujo capital é dividido em ações e
simples as sociedades cooperativas (art. 982, parágrafo único, do Código Civil).
As sociedades empresárias devem adotar um dos tipos enumerados no caput do art. 981 do Código
Civil: em nome coletivo, em comandita simples, limitada, sociedade anônima ou comandita por ações.
Em relação aos três primeiros, podem ser adotados pelas sociedades simples. Nesse caso, a sociedade
ficará sujeita ao regime das sociedades não empresárias. Porém, se a sociedade se constituir sob os
tipos companhia ou comandita por ações, ela será sempre empresária.
As sociedades cujo objeto for simples (atividade não empresarial) podem adotar qualquer dos tipos
empresariais ou tipo próprio, regulado nos arts. 997 a 1038 do Código Civil. A sociedade cooperativa
também segue o regime simples, porém pode desenvolver empresa, mas, ainda assim, não será
reputada sociedade empresária, pois a forma societária prevalece sobre o objeto.
Vamos analisar, então, um caso concreto no qual uma sociedade pretende alterar o tipo
societário:
A sociedade simples Andrade, Elias, Baltazar e Olinda, Médicos Associados pretende alterar seu tipo
societário, de simples para sociedade anônima. De acordo com o contrato, os sócios respondem
subsidiariamente pelas obrigações sociais, sem solidariedade entre si. O capital social está
integralizado, sendo dividido em 40 (quarenta) quotas no valor unitário de R$ 40.000,00 (quarenta mil
reais). O objeto social consiste em atividade não empresarial, na forma do art. 966, parágrafo único, do
Código Civil – prestação de serviços médicos, atividade intelectual de natureza científica decorrente da
atividade profissional dos sócios, não reunindo elemento de empresa.
Após a leitura do texto, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1) TRÊS PESSOAS NATURAIS DECIDIRAM CONSTITUIR SOCIEDADE
EMPRESÁRIA AJUSTANDO ENTRE SI QUE TODOS TERÃO RESPONSABILIDADE
ILIMITADA E SOLIDÁRIA PELAS OBRIGAÇÕES SOCIAIS;QUE A
ADMINISTRAÇÃO COMPETIRÁ APENAS A SÓCIO E O NOME EMPRESARIAL
SERÁ DA ESPÉCIE FIRMA.
DE ACORDO COM O QUE VOCÊ APRENDEU ATÉ AQUI, E À LUZ DESSAS
INFORMAÇÕES, É CORRETO AFIRMAR QUE O TIPO DE SOCIEDADE QUE SERÁ
CONSTITUÍDO É
A) limitada.
B) em nome coletivo.
C) em comandita simples.
D) companhia ou sociedade anônima.
E) em comandita por ações.
2) DUAS PESSOAS FÍSICAS E UMA PESSOA JURÍDICA DECIDIRAM CONSTITUIR
SOCIEDADE QUE TERÁ COMO OBJETO EXPLORAR DE MODO PREDOMINANTE
EMPRESA RURAL. A SOCIEDADE ADOTARÁ O TIPO LIMITADA. AO PRESTAR
SEUS SERVIÇOS DE CONSULTORIA JURÍDICA, PARA MAIS ESCLARECIMENTOS
QUANTO AO REGIME DA FUTURA SOCIEDADE, SE SIMPLES OU EMPRESÁRIA,
A RESPOSTA CORRETA SERIA A SEGUINTE:
A) A sociedade limitada cujo objeto predominante ou exclusivo for empresa rural deverá realizar a
inscrição de seu ato constitutivo no Registro Empresarial, porque seu regime é o das sociedades
empresárias.
B) A sociedade limitada cujo objeto predominante ou exclusivo for empresa rural deverá realizar a
inscrição de seu ato constitutivo no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, porque o regime das atividades
econômicas rurais é o das sociedades simples.
C) A sociedade limitada cujo objeto predominante ou exclusivo for empresa rural poderá realizar a
inscrição de seu ato constitutivo no Registro Empresarial ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Caso opte pelo primeiro, seja considerada para todos os fins legais como sociedade empresária; caso
faça a inscrição no segundo, será uma sociedade simples.
D) A sociedade limitada cujo objeto predominante ou exclusivo for empresa rural deverá realizar a
inscrição de seu ato constitutivo no Registro Empresarial, pois a adoção do tipo limitada confere
natureza empresarial à sociedade qualquer que seja seu objeto.
E) A sociedade limitada cujo objeto predominante ou exclusivo for empresa rural poderá realizar a
inscrição de seu ato constitutivo no Registro Empresarial ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
porém é vedada a transformação em outro tipo de sociedade, exceto o tipo simples.
GABARITO
1) Três pessoas naturais decidiram constituir sociedade empresária ajustando entre si que todos
terão responsabilidade ilimitada e solidária pelas obrigações sociais; que a administração
competirá apenas a sócio e o nome empresarial será da espécie firma.
De acordo com o que você aprendeu até aqui, e à luz dessas informações, é correto afirmar que o
tipo de sociedade que será constituído é
A alternativa "B " está correta.
A única alternativa correta é a letra B. A sociedade que os sócios pretendem constituir é do tipo em
nome coletivo, que se caracteriza, entre outros aspectos, pela presença exclusiva de pessoas naturais,
responsabilidade ilimitada e solidária dos sócios pelas obrigações sociais, administração privativa de
sócio e uso da firma como espécie de nome empresarial (cf. arts. 1.039, 1.041 e 1.042 do Código Civil).
2) Duas pessoas físicas e uma pessoa jurídica decidiram constituir sociedade que terá como
objeto explorar de modo predominante empresa rural. A sociedade adotará o tipo limitada. Ao
prestar seus serviços de consultoria jurídica, para mais esclarecimentos quanto ao regime da
futura sociedade, se simples ou empresária, a resposta correta seria a seguinte:
A alternativa "C " está correta.
A única resposta correta é a letra C, com fundamento legal no art. 984 do Código Civil. Por explorar
empresa rural, a sociedade poderá realizar a inscrição de seu ato constitutivo no Registro Empresarial
ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Caso opte pelo primeiro, seja considerada para todos os fins
legais como sociedade empresária; caso faça a inscrição no segundo, será uma sociedade simples.
3) CONSIDERANDO O CASO DA SOCIEDADE SIMPLES
ANDRADE, ELIAS, BALTAZAR E OLINDA, MÉDICOS
ASSOCIADOS DESCRITO NO TEXTO PARA ANÁLISE,
ELABORE UM TEXTO DISCURSIVO, DE ORIENTAÇÃO AOS
SÓCIOS CONTENDO AS RESPOSTAS PARA AS SEGUINTES
INDAGAÇÕES:
A) QUAL O NOME DA OPERAÇÃO QUE A SOCIEDADE
PRETENDE REALIZAR?
B) CONSIDERANDO O NOVO TIPO SOCIETÁRIO
PRETENDIDO, A SOCIEDADE PODERÁ MANTER SUA
CONDIÇÃO DE SOCIEDADE SIMPLES?
C) O OBJETO SOCIAL ATUAL – SERVIÇOS MÉDICOS –
PODERÁ SER MANTIDO PELA SOCIEDADE SOB O TIPO
ANÔNIMA?
D) A RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS PODE SER
MANTIDA DA FORMA COMO ESTÁ DISPOSTA NO
CONTRATO?
E) É NECESSÁRIA ALGUMA PROVIDÊNCIA EM RELAÇÃO
AO CAPITAL SOCIAL? AS RESPOSTAS DEVEM ESTAR
FUNDAMENTADAS.
RESPOSTA
Quanto ao nome da operação, trata-se de transformação do tipo simples para o tipo companhia, consoante
definição do termo contida no art. 1.113 do Código Civil, até porque a sociedade não pretende se dissolver.
Em relação à manutenção da condição de sociedade simples não será possível, pois a sociedade anônima é
um dos tipos de sociedades por ações e seu regime é o das sociedades empresárias qualquer que seja seu
objeto (art. 982, parágrafo único, do Código Civil). No que tange ao objeto social, é perfeitamente possível a
manutenção de sua exploração no novo tipo, haja vista que a sociedade simples pode se constituir por
qualquer dos tipos de sociedade empresária, sendo tal faculdade aplicada à transformação diante da
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ausência de vedação legal (art. 981, caput, do Código Civil). Em relação à responsabilidade dos sócios, terá
que ser alterada, pois na sociedade anônima a responsabilidade dos sócios é limitada, como prevê o art.
1.088 do Código Civil. Por fim, quanto ao capital social, as quotas precisarão ser convertidas em ações, pois
essa é a forma de divisão do capital nas sociedades anônimas (art. 1.088 do Código Civil).
TIPOS SOCIETÁRIOS
AS DIFERENTES ESPÉCIES SOCIETÁRIAS E SUAS
CARACTERÍSTICAS
De acordo com o artigo 981, do Código Civil, a sociedade é constituída por pessoas (físicas ou
jurídicas), que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de
atividade econômica e a partilhar entre si os resultados, sendo reconhecida como sujeito de direitos e
obrigações pelo nosso ordenamento jurídico.
Vejamos as características, levando em consideração as diferentes espécies societárias:
A COMPOSIÇÃO
OS RISCOS
OS SÓCIOS
A ORDEM JURÍDICA
A PERSONALIDADE JURÍDICA
A COMPOSIÇÃO
As sociedades são entidades criadas para a exploração de uma atividade econômica com mais de um
empresário em sua composição. No caso do empresário individual ou da própria EIRELI, todo o risco do
negócio está centralizado apenas em um indivíduo, que responderá, conforme for o caso, com a
integralidade de seu patrimônio ou parte dele.
OS RISCOS
A ideia da sociedade consiste em repartir esses riscos com terceiros. Mas, não com quaisquer terceiros:
com um sócio (que integra uma sociedade limitada) ou acionista (que integra uma sociedade anônima).
Existem alguns requisitos para a constituição dessa parceria comercial. Um deles é a chamada affectio
societatis, ou seja, o desejo, a intenção de se manter associado, de manter o vínculo constitutivo da
sociedade.
OS SÓCIOS
A característica mais importante, que motiva a criação e a existência da sociedade, é orientada pelo
comportamento dos sócios, com o intuito de conjugar esforços para que juntos possam atingir seu
objetivo e o fim social previsto, dispondo-se a enfrentar riscos que possam surgir, e a assumir os
resultados do desempenho da atividade, sendo eles positivos ou negativos.
A ORDEM JURÍDICA
Diz-se que as sociedades são uma “criação jurídica”, uma vez que sua existência ocorre por meio de um
reconhecimento da ordem jurídica. Isso porque, a partir do registro na Junta Comercial, a sociedade
torna-se uma “pessoa jurídica” distinta das demais pessoas que a constituíram.
A PERSONALIDADE JURÍDICA
O ordenamento jurídico atribui à sociedade uma “personalidade jurídica”, que passa a existir no mundo
das obrigações, com nome empresarial, objeto social a ser desenvolvido, patrimônio próprio (distinto do
patrimônio dos sócios) e obrigações específicas.
CLASSIFICAÇÕES DE SOCIEDADES
A Lei nº 10.406/02 (Código Civil)adota a Teoria da Empresa, ao mesmo tempo em que alarga a
abrangência do Direito Comercial, fazendo com que seu estudo não se restrinja às sociedades
empresárias, ou seja, àquelas que exercem atividade própria de empresário, mas, também, abarcando o
estudo das sociedades não empresárias, conhecidas como sociedades simples.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE SOCIEDADES EMPRESÁRIAS E
NÃO EMPRESÁRIAS?
O que diferencia uma da outra é o fato de o sistema jurídico reconhecer a possibilidade de reunião
ou agrupamento de indivíduos para a exploração de atividade econômica que não seja
caracterizada como atividade “empresária”. Isso significa dizer, por exemplo, que um grupo de
advogados pode se reunir e abrir uma sociedade para desenvolver sua atividade profissional, com
habitualidade, economicidade e com o objetivo de lucro, sem que essa sociedade seja
reconhecida como empresária. No caso, aqueles que desenvolvem atividade econômica não
empresária não estão impedidos de se associar, mas tão somente de empresariar.
Nesses casos, a sociedade recebe a classificação de uma sociedade simples, em oposição às
sociedades empresárias. As sociedades empresárias são aquelas que são formadas por meio de
um contrato firmado entre duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas, que organizarão os fatores
produtivos para a exploração de atividade econômica com objetivo de produzir lucro.
É POSSÍVEL FORMAR UMA SOCIEDADE
EMPRESÁRIA A PARTIR DE OUTRA SOCIEDADE
EMPRESÁRIA?
SIM NÃO
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PARABÉNS, VOCÊ ACERTOU!
As sociedades podem ser compostas por indivíduos ou por outras sociedades empresárias e essa
situação é extremamente comum. Os grupos que são formados por outras empresas também são
chamados de grupos empresariais.
OPA! ALGO NÃO DEU CERTO.
A resposta correta é sim. As sociedades podem ser compostas por indivíduos ou por outras
sociedades empresárias e essa situação é extremamente comum. Os grupos que são formados
por outras empresas são também chamados de grupos empresariais.
Voltando ao estudo da sociedade, dizemos que ela é uma pessoa jurídica de direito privado para
diferenciá-la das pessoas naturais (ou pessoas físicas) e das pessoas jurídicas de direito público (que
seria o caso das pessoas estatais, isto é, União, Estados, Municípios e Distrito Federal).
De acordo com o nosso Código Civil, as sociedades podem ser divididas, em razão de seu registro, do
seguinte modo:
No vídeo a seguir, o professor, mestre em direito, Cláudio Miranda, aborda as espécies de sociedades
empresárias e como identificá-las.
SOCIEDADES PERSONIFICADAS
Dizer que uma sociedade é personificada significa dizer que ela possui personalidade jurídica, ou seja,
que está inscrita no Registro Público das Empresas Mercantis ou no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas.
SOCIEDADES SIMPLES
São as sociedades organizadas para o desenvolvimento de atividades econômicas que não são
reconhecidas por lei como atividades empresárias. Entre os exemplos mais recorrentes temos os
escritórios de advocacia, os consultórios médicos e dentistas, e outros que exercem atividades
intelectuais de modo organizado, mas que não são considerados empresários.
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
As sociedades empresárias são as que praticam atos de empresa, ou seja, possuem como finalidade a
exploração de atividades empresárias. As sociedades empresárias também podem assumir formas
distintas, conforme a classificação a seguir:
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
Sociedade limitada
Sociedade anônima
Sociedade em comandita por ações
Existe ainda uma nova modalidade de sociedade que foi incluída pela recente Lei de Liberdade
Econômica (Lei nº 13.874/19), que instituiu oficialmente no Brasil a possibilidade de sociedade limitada
unipessoal (SLU), conforme apresentado no item sobre o exercício da função de empresário.
ANTES DA LEI DE
LIBERDADE ECONÔMICA
Não era possível formar uma sociedade com menos de dois participantes, o que criava uma anomalia
porque, para exercer uma atividade empresarial, as sociedades precisavam de, no mínimo, duas
pessoas. Na prática, existia um percentual elevado de sociedades com sócios que possuíam entre 1 e
0,1% do capital social – ou seja, um papel totalmente irrelevante.

APÓS A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI DE LIBERDADE ECONÔMICA
Foi legalmente instituída a opção de criação de uma sociedade empresária de responsabilidade limitada
com apenas um sócio e, o que é o seu diferencial, sem o patrimônio mínimo (que é uma exigência e um
entrave que surgiu com a criação da EIRELI).
Os demais modelos de sociedade praticamente não funcionam mais, atualmente, porque os
empresários optam pelo modelo que garante mais proteção patrimonial (sociedade limitada) ou mais
acesso ao financiamento do negócio (sociedade anônima). Analisaremos cada uma delas, após
mencionarmos as sociedades não personalizadas.
SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
São aquelas que não possuem uma personalidade jurídica constituída. Ou seja, não possuem
patrimônio jurídico próprio, nem nome, mas são reconhecidas pelo Direito em razão de suas obrigações
e seus deveres constituídos por meio de um contrato. Isso significa que elas são válidas entre os
contratantes, mas não produzem efeitos perante terceiros.
AS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS EM COMUM
São aquelas que exercem atividade econômica empresária, mas que, por alguma razão, não foram
regularmente inscritas no registro de empresas mercantis. Também podem ser chamadas de sociedade
de fato ou sociedade irregular. A grande questão que esse tipo societário traz é a de que não é o registro
que torna a sociedade presente no mundo, uma vez que, mesmo sem o registro, a sociedade pode ser
juridicamente considerada uma sociedade.
Isso significa que compromissos e responsabilidades assumidos perante terceiros deverão ser
respeitados mesmo que aquela sociedade seja uma sociedade irregular. A consequência dessa situação
é que, em decorrência de sua ilegalidade, a responsabilidade dos sócios torna-se ilimitada, podendo
alcançar todos os seus bens.
É uma forma de a legislação punir aquele que não está adequado às formas regulares existentes. É
também um caminho para não deixar que terceiros de boa-fé sejam prejudicados por problemas alheios
ao seu conhecimento.
AS SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS EM CONTA DE
PARTICIPAÇÃO
São totalmente diferentes das sociedades não personificadas comuns. Isso porque existe uma escolha,
uma manifestação de vontade entre os sócios de não as registrar. Esse tipo de sociedade também é
chamado de sociedade oculta e só tem valor entre as partes.
Muitas vezes, essa sociedade é firmada quando uma das partes busca investimento com a outra parte e
não há interesse em divulgar ao mercado nem a parceria nem o produto. Existem alguns casos de
startups que recebem seus financiamentos por meio de sociedade em conta de participação.
Com esse modelo, é possível garantir direitos e prever deveres entre os participantes. Nele, duas ou
mais pessoas físicas ou jurídicas se associam, sem a criação de um nome empresarial e sem a
constituição de um CNPJ, mas com o objetivo de compartilhar o lucro.
A atuação da sociedade em conta de participação pode se restringir a uma operação ou atividade parcial
ou integral; os acordos ali previstos só valem entre os sócios. Apesar de não ter registro, ela não é uma
sociedade irregular. O seu contrato pode ser registrado em cartório de títulos e documentos.
Além da classificação entre sociedades personificadas e não personificadas, existem outras formas
possíveis de classificação entre as sociedades, como, por exemplo, em razão da responsabilidade dos
sócios, da nacionalidade da sociedade, da sociedade de pessoas e da sociedade de capital, mas que
são mais relacionadas a aspectos teóricos acerca da constituição e do funcionamento das sociedades.
Em função do critério de objetividade deste tema, serão enfocadas as modalidades de sociedades que
são mais utilizadas: a sociedade de responsabilidadelimitada por cotas e a sociedade anônima.
SOCIEDADE LIMITADA
A sociedade limitada é composta por apenas uma categoria de sócios, denominados de cotistas. O
capital social desse tipo de sociedade é constituído com a soma dos valores das cotas sociais, ou seja,
é formado pelo aporte que cada sócio faz, retirando de seu patrimônio pessoal para integrar o patrimônio
social. Pode ser em dinheiro ou em bens, conferindo direitos e deveres a cada um, especialmente de
participar de seu resultado, sendo positivo ou negativo.
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Uma das maiores características dessa sociedade, que se tornou o modelo mais utilizado no país, é a
limitação da responsabilidade de cada sócio ao que cada um tenha de cotas na sociedade, ainda que
todos respondam solidariamente pela integralização do capital social ‒ por isso, também é chamada de
sociedade por cotas de responsabilidade limitada.
 SAIBA MAIS
A integralização das cotas é uma etapa muito relevante no processo de construção da sociedade
porque, caso as cotas não sejam integralizadas, os sócios respondem pela integralização.
O sócio poderá deixar a sociedade, cedendo ou vendendo suas cotas a quem queira, sendo sócio ou
não, mesmo sem a anuência dos demais sócios, caso o contrato social seja omisso quanto a essa
possibilidade ou não disponha o contrário; isso pode não ocorrer caso os titulares (mais de um quarto do
capital social) se oponham formalmente.
ADMINISTRAÇÃO
A administração da sociedade limitada poderá ser feita por mais de uma pessoa, sócios ou terceiros,
não necessariamente designadas no contrato social, podendo ser por ato separado. O terceiro que for
nomeado administrador só poderá ser investido como tal após a lavratura do termo de posse no livro de
atas da administração.
O contrato social poderá estipular que todos os sócios exercerão a administração da sociedade, mas, no
caso da entrada de um novo sócio, essa atribuição não será automática, devendo constar formalmente
no instrumento de alteração do quadro societário, sob pena do novo sócio não poder exercer a
administração da sociedade.
DELIBERAÇÕES
De acordo com o art. 1.010 do Código Civil, a regra é que as deliberações da sociedade aconteçam por
maioria de votos, consoante o valor das cotas de cada sócio; a maioria absoluta é o equivalente a mais
da metade do capital e, nos casos de empate, prevalecerá a decisão do maior número de sócios; se o
empate persistir, a decisão ficará a cargo do juiz.
As deliberações são tomadas em reunião ou assembleia, convocada pelos administradores nos casos
previstos em lei ou contrato (art. 1.172 CC).
Será por meio de assembleia sempre e obrigatoriamente quando o número de sócios for superior a dez,
mas as formalidades de convocação poderão ser dispensadas, se todos os sócios comparecerem
diretamente ou declararem, com antecedência e formalmente, conhecerem local, data, hora e ordem do
dia. Quando todos os sócios decidirem por escrito a matéria objeto, tanto a reunião quanto a assembleia
poderão ser dispensadas.
Em algumas situações, a assembleia deve ser realizada pelo menos uma vez por ano, para aprovar o
balanço patrimonial, para a designação de administradores e em casos de prestação de contas pelos
administradores, devendo acontecer nos primeiros quatro meses após o término do exercício social
estipulado no contrato social.
SOCIEDADE ANÔNIMA
A sociedade anônima (SA) é aquela pessoa jurídica de direito privado de natureza mercantil que possui
o seu patrimônio dividido em ações, limitando a responsabilidade dos acionistas ao preço de emissão de
ações subscritas ou adquiridas. A SA está regulamentada pela Lei nº 6.404/76.
São possíveis duas espécies de sociedades anônimas:
AÇÕES SUBSCRITAS
Subscrição de ações é o compromisso firmado pelo interessado na compra da ação. Trata-se de
um processo preliminar à aquisição de ações que é efetivamente a compra de ações, por terceiro
interessado.
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ABERTAS
São aquelas que registram seus valores mobiliários na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e os
negociam no mercado de valores mobiliários.
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FECHADAS
Não possuem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e os valores mobiliários são
negociados diretamente por seus fundadores na constituição, e pelos diretores após a constituição.
A respeito da sociedade anônima, é importante saber:
VALORES MOBILIÁRIOS
A Lei nº 6.385/76 disciplina o mercado de valores mobiliários e apresenta um rol em seu art. 2º do que
considera como valores mobiliários, trazendo, entre outros, as ações, as partes beneficiárias, os
debêntures e os bônus de subscrição, que são os títulos que podem ser emitidos e negociados pelas
sociedades anônimas, com o objetivo de captar recurso financeiro no mercado.
A ação, diferentemente dos demais valores mobiliários, confere ao seu possuidor a qualidade de sócio,
podendo participar da vida da sociedade e, dependendo da espécie de ação que possua, ter privilégios
e vantagens em relação aos demais.
Outros modelos de valores mobiliários correspondem a investimentos financeiros que estão atrelados a
mecanismos específicos de remuneração.
ADMINISTRAÇÃO
A Lei nº. 6.404/76 determina que a administração da sociedade anônima deve ser organizada no sentido
da distribuição entre as entidades que a compõem, como a assembleia geral, o conselho de
administração, a diretoria e o conselho fiscal.
Apesar do compartilhamento de decisões, um elemento de grande valor na SA é o acionista controlador.
De acordo com o artigo 116 da Lei das SA, o acionista controlador é a pessoa, física ou jurídica, ou o
grupo de pessoas que possui a titularidade de direitos que assegurem a maioria dos votos nas reuniões
da assembleia geral e, com isso, detém o poder de eleger os administradores da companhia. Além
disso, o acionista controlador também pode utilizar o controle que detém para dirigir as atividades da
sociedade e orientar o funcionamento de seus órgãos.
O parágrafo único do referido artigo destaca, no entanto, que todo o desempenho do acionista
controlador deve ser pautado com a finalidade de cumprir o objeto social da companhia, respeitar a sua
função social e observar os deveres e as responsabilidades para com os demais acionistas da empresa,
os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua.
SOCIEDADE SIMPLES
São sociedades que desenvolvem atividades não empresariais formadas por duas ou mais pessoas,
visando ao lucro, mas sem a existência do elemento empresa, isto é, a atividade econômica organizada,
pois cada um dos sócios participa diretamente com seu intelecto, de natureza científica, literária ou
artística, para que os resultados possam aparecer, como as sociedades de médicos, odontólogos,
contadores etc.
Além das sociedades não empresárias, também as cooperativas devem ser criadas como sociedades
simples. O Código Civil, a partir do seu artigo 997, confere todas as características da sociedade simples
que servem subsidiariamente a todas as demais sociedades, no que não lhes houver determinado
particularidades.
RESSALTAMOS QUE A SOCIEDADE SIMPLES DEVE SE LIMITAR À
ATIVIDADE ESPECÍFICA PARA A QUAL FOI CRIADA, OU SEJA, À
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS VINCULADOS À HABILIDADE TÉCNICA E
INTELECTUAL DOS SÓCIOS, NÃO DEVENDO CONTER OUTROS
SERVIÇOS ESTRANHOS, CASO EM QUE PODERÁ CONFIGURAR O
ELEMENTO DE EMPRESA QUE, NESSE CONTEXTO, SE
TRANSFORMARÁ EM UMA SOCIEDADE EMPRESÁRIA.
Diante de tantas possibilidades e de tantas opções, poderíamos indagar: qual o melhor modelo de
sociedade? E a resposta será: Depende! (Como a maioria das respostas jurídicas é).
Depende do quê? Do modelo de negócios que o criador da empresa tenha em mente. Depende do
objetivo que se pretende alcançar com a criação daquela sociedade. A finalidade, a ideia do comércio e
a oportunidade vêm antes de se definir qual o tipo de sociedade deve ser escolhido.
Agora, complete as frasescom as palavras do quadro, relacionando os modelos de sociedade e
respectivas finalidades às situações apresentadas.
alavancar
investimentos
arrecadar valores
responsabilidade
limitada.
sociedade anônima
sociedade de cotas
Caso queira desenvolver um
produto a ser comercializado em
massa, como, por exemplo, uma
vacina que terá distribuição mundial,
a ---------- pode ser uma boa
opção, pois permitirá ----------
e ---------- nos produtos que
se pretende desenvolver.
Se a opção for mais modesta, como,
por exemplo, a criação de uma linha
de acessórios infantis, ou de uma
marca de roupas homewear do tipo
“pijamas chiques”, com distribuição
e mercado regionais, ou ainda para
participar de feiras, pode ser que a
melhor opção seja uma
---------- por ----------
RESPOSTA
A sequência correta é:
Caso queira desenvolver um produto a ser comercializado em massa, como, por exemplo, uma vacina
que terá distribuição mundial, a sociedade anônima pode ser uma boa opção, pois permitirá arrecadar
valores e alavancar investimentos nos produtos que se pretende desenvolver.
Se a opção for mais modesta, como, por exemplo, a criação de uma linha de acessórios infantis, ou de
uma marca de roupas homewear do tipo “pijamas chiques”, com distribuição e mercado regionais, ou
ainda para participar de feiras, pode ser que a melhor opção seja uma sociedade de cotas por
responsabilidade limitada.
A grande aposta da Lei de Liberdade Econômica, com a criação da sociedade unipessoal de
responsabilidade limitada, é a de que a sociedade limitada unipessoal (SLU) será o modelo de
sociedade mais utilizado futuramente por causa de suas facilidades.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. EXISTEM DIVERSOS TIPOS SOCIETÁRIOS PREVISTOS EM NOSSA
LEGISLAÇÃO. SOBRE ESSE ASSUNTO, CLASSIFIQUE EM VERDADEIRAS (V) OU
FALSAS (F) AS ASSERTIVAS ABAIXO E, DEPOIS, MARQUE A ALTERNATIVA
CERTA.
( ) AS SOCIEDADES SIMPLES EXERCEM ATIVIDADE EMPRESÁRIA.
( ) NÃO É ADMISSÍVEL A SOCIEDADE LIMITADA COMPOSTA POR APENAS UM
SÓCIO.
( ) SOCIEDADES EMPRESÁRIAS EM COMUM EXERCEM ATIVIDADE
ECONÔMICA EMPRESARIAL, MAS NÃO ESTÃO REGULARMENTE INSCRITAS
JUNTO AO REGISTRO DE SOCIEDADES MERCANTIS.
( ) AS SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO SÃO UMA DAS ESPÉCIES
DE SOCIEDADES PERSONIFICADAS.
A) V – V – F - V
B) F – F – V - F
C) F – V – F - V
D) F – F – V - V
2. ANTÔNIO E PEDRO FORMARAM-SE NO CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA E,
AO LONGO DO ESTÁGIO QUE REALIZARAM JUNTOS, DESCOBRIRAM UMA
FÓRMULA QUE PERMITIA TRANSFORMAR A COR DO CAFÉ, SEM ALTERAR O
SEU SABOR. DEPOIS DE TEREM PATENTEADO A INVENÇÃO, ESTRUTURARAM
UM PLANO DE NEGÓCIOS PARA VIABILIZAR A COMERCIALIZAÇÃO DE SEU
PRODUTO. ENTRE AS OPÇÕES POSSÍVEIS PARA A FORMALIZAÇÃO DO PLANO
DE NEGÓCIOS DOS AMIGOS, ASSINALE AS ASSERTIVAS VERDADEIRAS E
FALSAS E, DEPOIS, MARQUE A ALTERNATIVA CERTA.
( ) COMO A ATIVIDADE EMPRESÁRIA SERÁ DESEMPENHADA PELOS DOIS
AMIGOS, E O PLANO DE NEGÓCIOS DELES PREVÊ A COMERCIALIZAÇÃO DO
PRODUTO, NÃO SERÁ POSSÍVEL OPTAR PELA SOCIEDADE EM COMANDITA.
( ) COMO O PRODUTO FOI DESCOBERTO PELOS DOIS, EM PARCERIA, E ELES
INTEGRARÃO A SOCIEDADE PARA LEVAR O PRODUTO À COMERCIALIZAÇÃO,
NÃO PODE SER FEITO POR MEIO DE UMA SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL.
( ) ELES PODERÃO ABRIR UM MEI, UMA VEZ QUE A ATIVIDADE ESTÁ LISTADA
COMO PERMITIDA PARA A ATUAÇÃO EMPRESÁRIA.
A) F – F – V
B) V – F - V
C) F- V – F
D) V – V – F
GABARITO
1. Existem diversos tipos societários previstos em nossa legislação. Sobre esse assunto,
classifique em verdadeiras (V) ou falsas (F) as assertivas abaixo e, depois, marque a alternativa
certa.
( ) As sociedades simples exercem atividade empresária.
( ) Não é admissível a sociedade limitada composta por apenas um sócio.
( ) Sociedades empresárias em comum exercem atividade econômica empresarial, mas não
estão regularmente inscritas junto ao registro de sociedades mercantis.
( ) As sociedades em conta de participação são uma das espécies de sociedades
personificadas.
A alternativa "B " está correta.
As sociedades simples são sociedades que não exercem atividade econômica empresária, configurando
sociedades civis. Quanto à segunda assertiva, cabe lembrar que é admitida a sociedade limitada
unipessoal. A terceira afirmativa é verdadeira, pois as sociedades empresárias em comum não se
encontram devidamente registradas. Finalmente, as sociedades em conta de participação não são
personificadas, configurando um acordo entre as partes.
2. Antônio e Pedro formaram-se no curso de Engenharia Química e, ao longo do estágio que
realizaram juntos, descobriram uma fórmula que permitia transformar a cor do café, sem alterar o
seu sabor. Depois de terem patenteado a invenção, estruturaram um plano de negócios para
viabilizar a comercialização de seu produto. Entre as opções possíveis para a formalização do
plano de negócios dos amigos, assinale as assertivas verdadeiras e falsas e, depois, marque a
alternativa certa.
( ) Como a atividade empresária será desempenhada pelos dois amigos, e o plano de negócios
deles prevê a comercialização do produto, não será possível optar pela sociedade em comandita.
( ) Como o produto foi descoberto pelos dois, em parceria, e eles integrarão a sociedade para
levar o produto à comercialização, não pode ser feito por meio de uma sociedade limitada
unipessoal.
( ) Eles poderão abrir um MEI, uma vez que a atividade está listada como permitida para a
atuação empresária.
A alternativa "D " está correta.
De acordo com o caso apresentado, a única hipótese incorreta é a terceira, uma vez que o pressuposto
do MEI é que seja apenas um indivíduo e não uma dupla. O MEI não pode ser formado por mais de uma
pessoa.
MÓDULO 3
 Identificar as regras de funcionamento das sociedades
LIGANDO OS PONTOS
Você sabe como as sociedades são constituídas?
As sociedades não nascem pessoas jurídicas. É preciso que seu documento de constituição seja
arquivado no registro próprio (Junta Comercial ou Registro Civil, art. 1.150 do Código Civil) e com
observância das formalidades legais. Adquirindo personalidade jurídica, as sociedades passam a ser
dotadas de existência distinta de seus integrantes e gozar de autonomia patrimonial, atributos
destacados pelo art. 49-A do Código Civil. Assim, seu funcionamento envolve a celebração de negócios
com terceiros e com os sócios. Os sócios assumem obrigações perante a sociedade, como a
integralização de suas quotas ou ações, mas também possuem direitos, como a participação nos lucros,
um dos mais importantes. Nas relações da sociedade com terceiros, destaca-se a figura do
administrador. Será ele, sozinho ou em concurso com outros administradores, que atuará pela pessoa
jurídica. A sociedade adquire direitos, assume obrigações e atua em juízo por meio de seu(s)
administrador(es), seja com poderes gerais ou com poderes especiais.
Em relação a terceiros, as sociedades sempre se obrigam ilimitadamente, qualquer que seja o tipo
societário adotado. Já em relação aos sócios, a responsabilidade pelas obrigações sociais pode ser
limitada ou ilimitada, mas isso varia de acordo com o tipo de sociedade, podendo ser disposta no
contrato social (tipos simples e cooperativas) ou imposta por lei (demais tipos).
Além da atuação dos administradores na condução dos negócios sociais e representação da pessoa
jurídica, destaca-se a assembleia ou reunião de sócios onde estes decidem questões do interesse
comum que não podem ser decididas ou executadas pelos administradores por extrapolar seus poderes,
como a alteração do contrato social.
Vamos analisar um caso concreto sobre ingresso de sócio em uma sociedade e suas
consequências:
Lourdes pretende ingressar como sócia numa sociedade mediante subscrição de quotas do capital
social. A sociedade foi constituída em 1993 e conta, atualmente, com quatro sócios. Antes de formalizar
sua admissão, Lourdes tem várias dúvidas sobre sua futura condição de sócia e, para dissipá-las, leu o
contrato social, mas ainda persistemalgumas dúvidas. No contrato social consta que a participação dos
sócios nos lucros não é proporcional ao valor das quotas no capital, e sim à quantidade de quotas. Com
isso, Lourdes terá participação de 5% nos lucros, embora pretenda subscrever quotas representativas
de 25% do capital. Também há no contrato cláusula fixando o exame de livros sociais e documentos
apenas duas vezes ao ano, uma a cada semestre. Por fim, Lourdes não sabe se poderá vir a responder
pelas obrigações atuais da sociedade após seu ingresso ou se responderá apenas para obrigações a
partir de sua admissão.
Após a leitura do texto, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
1) VOCÊ APRENDEU QUE O ADMINISTRADOR É A PESSOA QUE ATUA PELA
PESSOA JURÍDICA DA SOCIEDADE. ELE DEVE SER NOMEADO NO CONTRATO,
MAS SUA SUBSTITUIÇÃO OU NOMEAÇÃO APÓS A CONSTITUIÇÃO DA
SOCIEDADE PODE OCORRER POR INSTRUMENTO SEPARADO.
CONSIDERANDO ESTA ÚLTIMA HIPÓTESE, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA
CORRETA.
A) O administrador nomeado em ato separado está dispensado de dar publicidade a sua designação,
pois já está investido por lei nos poderes de representação da pessoa jurídica.
B) O administrador nomeado em ato separado deve dar publicidade a sua designação e, enquanto não
o fizer, não poderá ser empossado nem exercer qualquer ato.
C) O administrador nomeado em ato separado deve dar publicidade a sua designação perante o registro
da sociedade, e, pelos atos que praticar antes de requerer esta providência, responde pessoal e
solidariamente com a sociedade.
D) O administrador nomeado em ato separado está dispensado de dar publicidade a sua designação,
haja vista que os sócios não são obrigados a revelar a terceiros quem exerce a administração da
sociedade.
E) O administrador nomeado em ato separado deve dar publicidade a sua designação perante a Receita
Federal do Brasil, e, pelos atos que praticar antes de requerer esta providência, responde limitadamente
até o valor de sua participação no capital social.
2) O ADMINISTRADOR DE UMA SOCIEDADE APLICOU CRÉDITOS DELA EM
PROVEITO PRÓPRIO (DESVIOU RECURSOS DO CAIXA E FEZ APLICAÇÕES
FINANCEIRAS EM SEU NOME E BENEFÍCIO). ALÉM DISSO, O MESMO
ADMINISTRADOR, TENDO INTERESSE CONTRÁRIO AO DA SOCIEDADE, TOMOU
PARTE NA CORRESPONDENTE DELIBERAÇÃO. COM BASE NESTA DESCRIÇÃO
E NO SEU CONHECIMENTO SOBRE O TEMA, VERIFICA-SE QUE O
ADMINISTRADOR PRATICOU ATOS ILÍCITOS E, POR CONSEGUINTE,
A) o administrador responderá perante a sociedade e os sócios, por culpa no desempenho de suas
funções.
B) o administrador responderá apenas perante os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de
suas funções.
C) a administrador responderá apenas perante a sociedade, pois os atos que ele praticou causaram
prejuízo somente a ela.
D) o administrador responderá perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no
desempenho de suas funções.
E) o administrador responderá apenas perante os sócios, jamais perante a sociedade, pois os atos que
ele praticou causaram prejuízo somente a eles.
GABARITO
1) Você aprendeu que o administrador é a pessoa que atua pela pessoa jurídica da sociedade. Ele
deve ser nomeado no contrato, mas sua substituição ou nomeação após a constituição da
sociedade pode ocorrer por instrumento separado. Considerando esta última hipótese, assinale a
única alternativa correta.
A alternativa "C " está correta.
A única alternativa correta é a letra C, com base no art. 1.012 do Código Civil. De acordo com este
dispositivo, o administrador, nomeado por instrumento em separado, deve averbá-lo à margem da
inscrição da sociedade, e, pelos atos que praticar, antes de requerer a averbação, responde pessoal e
solidariamente com a sociedade. Portanto, todas as demais alternativas estão erradas por conterem
redação diversa da do dispositivo legal.
2) O administrador de uma sociedade aplicou créditos dela em proveito próprio (desviou
recursos do caixa e fez aplicações financeiras em seu nome e benefício). Além disso, o mesmo
administrador, tendo interesse contrário ao da sociedade, tomou parte na correspondente
deliberação. Com base nesta descrição e no seu conhecimento sobre o tema, verifica-se que o
administrador praticou atos ilícitos e, por conseguinte,
A alternativa "D " está correta.
A única alternativa correta é a letra D, pois os administradores respondem solidariamente perante a
sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções, de acordo com a
disposição do art. 1016 do Código Civil. As demais alternativas estão erradas porque excluem da
responsabilidade do administrador ou a sociedade, ou o sócio ou o terceiro prejudicado.
3) NO TEXTO PARA ANÁLISE VOCÊ EXTRAIU DADOS
SOBRE A SOCIEDADE E SEU CONTRATO. AGORA, DEVE
ELABORAR UMA RESPOSTA PARA A SÓCIA LOURDES. NA
RESPOSTA VOCÊ DEVE ANALISAR:
A) A POSSIBILIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS
DESPROPORCIONAL À PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL;
B) A FIXAÇÃO DE ÉPOCA DETERMINADA PARA O EXAME
DOS LIVROS E DOCUMENTOS;
C) A RESPONSABILIDADE DE SÓCIO QUE INGRESSA APÓS
A CONSTITUIÇÃO PELAS DÍVIDAS SOCIAIS ANTERIORES.
RESPOSTA
Em relação ao 1º questionamento, é possível que o contrato estabeleça uma participação nos lucros não
proporcional à participação no capital, desde que todo sócio seja aquinhoado com lucro. Tal possibilidade
está prevista no art. 1007 do Código Civil, que estabelece regra dispositiva sobre o tema; logo, o contrato
pode regular a distribuição de lucros. Quanto ao 2º questionamento, é possível que o contrato determine
época própria para o exame de livros e documentos da sociedade, não podendo o sócio invocar sua
condição para ter acesso a eles a qualquer momento. A base legal para a resposta é o art. 1021 do Código
Civil. Por fim, no que tange ao 3º questionamento, o sócio admitido em sociedade já constituída, como é o
caso de Levy, não se exime das dívidas sociais anteriores à admissão, de acordo com o disposto no art. 1025
do Código Civil.
ATOS CONSTITUTIVOS E ELEMENTOS DOS
CONTRATOS
Quais são os documentos que efetivamente criam as sociedades? Todos nós, como pessoas naturais
(ou pessoas físicas), temos a nossa certidão de nascimento, certo? Nela, constam os nossos principais
dados: nome, filiação, características físicas e, até mesmo, a nossa nacionalidade.
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As sociedades, como pessoas jurídicas que são, possuem um documento similar chamado de “contrato
social” (no caso das sociedades empresárias limitadas por cotas) ou o “estatuto social” (no caso das
sociedades anônimas). Esse documento traz elementos constitutivos fundamentais sobre as
características de cada sociedade, e é a partir dele que inferimos questões relacionadas ao tipo de
sociedade a que cada uma delas pertence.
Fonte:Shutterstock
 Fonte: Viktoria Kurpas | Shutterstock
Existem alguns elementos padrões nos contratos ou estatutos, ou seja, que aparecem em todos eles.
São elementos que definem minimamente a sociedade. Vamos conhecê-los:
QUALIFICAÇÃO DOS SÓCIOS
É fundamental para a identificação daqueles que são os responsáveis pela atuação da sociedade, sejam
eles pessoas físicas ou jurídicas. Devem constar, nesta parte, nome completo, CPF ou CNPJ,
residência, nacionalidade e todos os demais elementos que individualizem seus integrantes.
DENOMINAÇÃO SOCIAL
É o nome pelo qual será inscrita a sociedade nos registros competentes. Não precisa exprimir nenhuma
ideia, pode ser os sobrenomes dos sócios ou a abreviação de seus nomes. A exigência é que não tenha
sido registrado nenhum nome igual, anteriormente.
A denominação social é diferente do nome fantasia, que, em geral, é o nome pelo qual é popularmente
conhecida a sociedade. O nome fantasia é, por exemplo, o nome constante no letreiro da loja ou do
ponto empresarial. A expressão nome fantasia decorre do fato de que, usualmente, o nome empresarial
não é o mesmo que consta como título do estabelecimento.
Você, provavelmente, já deve ter feito compras no cartão de crédito e ficado em dúvida quanto ao valorgasto em determinada loja por não conseguir fazer uma conexão entre o nome constante no registro de
pagamento e o nome do estabelecimento, certo? O nome que aparece na fatura do cartão de crédito é a
denominação social da sociedade.
OBJETO SOCIAL
O objeto social é a descrição das atividades que serão desenvolvidas pela sociedade empresária. As
atividades desenvolvidas por uma sociedade empresária podem ser variadas, com atuação em diversos
setores, mas é necessário estar descrito em seu objeto social quais são tais atividades.
Em algumas situações, como, por exemplo, para participar de certas licitações, é exigido, a fim de
qualificar a sociedade para tal, que ela desenvolva determinado tipo de atividade.
Vejamos um exemplo:
Para participar de uma licitação para concessão de um bloco petrolífero ou gasífero, precisa constar no
objeto social da empresa que ela é uma empresa produtora de petróleo e gás natural. Não adianta uma
empresa que tenha como objeto social o fornecimento de serviços de enfermagem concorrer. Essa
sociedade empresária do setor de enfermagem poderá concorrer à licitação desde que promova uma
alteração em seu objeto social e seja, a partir de então, uma sociedade empresária do setor de
enfermagem e produtora de petróleo.
O Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), realizado pelo IBGE, é uma boa fonte de
consulta de quais são os objetos sociais que as sociedades podem desenvolver.
FORMAS DE INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL
A integralização de cada parte subscrita pelo sócio pode ser de uma só vez e de imediato, como pode
ser em parcelas, desde que aceita pela sociedade. Como a responsabilidade dos sócios em relação à
integralização do capital é solidária, nos casos em que o sócio deixar de adimplir com essa obrigação, a
sociedade poderá tomar algumas medidas em relação a ele: pode denominá-lo sócio remisso, e tomá-la
para si ou transferi-la a terceiros, excluindo-o da sociedade e restituindo-lhe aquilo que ele já tenha
pagado.
Todas essas possibilidades devem estar descritas no contrato social: tanto a descrição mais geral como
a mais específica.
SEDE DA SOCIEDADE
O local de desenvolvimento de suas atividades. A sociedade pode ter mais de uma sede, mas elas
precisam estar descritas no contrato social. É o modo de localização geográfica da sociedade, mesmo
que desenvolva serviços virtualmente.
Não vale a indicação de site na internet como sede da sociedade empresária de provedor de serviços!
Mesmo a Amazon e o Facebook têm uma sede física específica e mais ainda: para funcionar no Brasil,
também é preciso indicar uma sede. No caso do Facebook, pelo seu cadastro do CNPJ, a sede fica em
São Paulo, na Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 700, 5º Andar, no bairro Itaim Bibi.
RESPONSABILIDADES DOS SÓCIOS
Este item do contrato social vai depender da modalidade de sociedade adotada. Cerca de 90% das
companhias abertas no Brasil adotam o modelo das sociedades por cotas de responsabilidade limitada,
por isso, podemos utilizá-lo como exemplo. Aqui será identificada a responsabilidade de cada sócio.
ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE
Deve constar no contrato social qual sócio irá responder judicial e extrajudicialmente pela administração
da sociedade, ou seja, aquele que efetivamente atuará em nome da sociedade. Essa função intitulada
de “administrador” pode ser desempenhada por um dos sócios, desde que não haja impedimentos para
tanto, e poderá também constar no documento o valor do pró-labore a ser recebido por ele.
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DE CADA UM DOS SÓCIOS
Podem ser descritos também neste documento o que se espera no desempenho da atividade de cada
sócio e o que estará impedido de ser realizado. Um exemplo pode ser a cláusula de não concorrência,
ou a cláusula de não competitividade, que impede que um sócio de determinada sociedade seja também
sócio em outra concorrente.
CLÁUSULA DE ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO SOCIAL
O exercício social é o calendário da sociedade. Ele marca quando balanço patrimonial, inventário e
resultados econômicos precisam apresentados, podendo corresponder ou não ao ano fiscal.
CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO CONTRATUAL
Por meio desta cláusula será indicado qual o local onde serão resolvidas as disputas decorrentes do
contrato. Em geral, o foro é o mesmo local em que a sociedade possui a sede ou onde desenvolve suas
atividades. Também é possível aqui optar pelo recurso à arbitragem comercial, indicando qual seria o
tribunal arbitral e as regras aplicáveis às disputas envolvendo o contrato social.
No caso das arbitragens comerciais, não é incomum que o tribunal escolhido pelas partes seja um
tribunal estrangeiro, uma vez que, para determinados temas e setores, existem tribunais e câmaras
internacionais arbitrais altamente especializados. Se for o caso da opção pela arbitragem, também é o
momento de indicar como serão repartidas as custas do procedimento arbitral, visto que são bem mais
caras que as custas judiciais, por exemplo.
 ATENÇÃO
Não basta a elaboração de um excelente contrato social se este não for devidamente registrado na
Junta Comercial! Enquanto os atos constitutivos não forem registrados, a sociedade será regida pelas
regras de uma sociedade comum, ou seja, os sócios responderão integralmente com seus respectivos
patrimônios pelas dívidas da sociedade.
RESTRIÇÃO DA CONSTITUIÇÃO SOCIETÁRIA
Apesar de toda a liberdade existente para a constituição de uma sociedade, existem certas restrições de
constituição societária, em razão da qualidade de um dos sócios ou por causa de setores específicos da
economia que possuem certos requisitos para estabelecer um empreendimento.
RELAÇÃO MARITAL, COM REGIME DE COMUNHÃO
UNIVERSAL DE BENS
Nesses casos, prevalece a proteção do patrimônio da família. No entanto, essa restrição ocorreu após a
edição do Código Civil, que é de 2002, sendo possível existirem ainda sociedades com esse tipo de
configuração.
SOCIEDADES ESTRANGEIRAS
Sua atuação depende da autorização por parte do Poder Executivo. O Departamento de Registro
Empresarial e Integração (DREI) é responsável pela tramitação. Elas devem acrescentar ao nome a
expressão “do Brasil” ou “Brasileira”. Com a sua abertura, elas se sujeitam às leis nacionais e também
poderão se naturalizar, mas devem trazer a sua sede para o Brasil.
 ATENÇÃO
Em relação aos requisitos e às exigências para a criação de sociedades em determinados setores, tem-
se que estes possuem algum elemento ou característica que os distinguem dos demais e, por isso,
necessitam de mais atenção do Estado, por parte do próprio Poder Executivo ou por meio de suas
agências reguladoras, que estabelecem certos critérios e restrições a serem seguidos.
Setores que possuem interesse estratégico, relacionados ao abastecimento e à segurança nacional,
usualmente, são potenciais candidatos a apresentar requisitos específicos para a constituição de
sociedades, pois eles se distinguem em grau de importância no desenvolvimento econômico e nacional
de outros mercados, como, por exemplo, a comercialização de produtos alimentícios, de vestuários,
entre outros bens que não são considerados estratégicos.
Vejamos alguns desses setores:
SOCIEDADES OU INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
SOCIEDADES QUE COMERCIALIZEM SEGURO
SOCIEDADE OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE
SOCIEDADES OU INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Em razão da Lei n. 4.728/65, todas as sociedades que atuem no mercado financeiro, comercializem
títulos financeiros, sejam corretoras, administrem fundos de títulos ou valores mobiliários devem receber
autorização específica do Banco Central do Brasil para funcionar.
SOCIEDADES QUE COMERCIALIZEM SEGURO
As sociedades que comercializam resseguro, capitalização e previdência, de igual forma, necessitam de
autorização para funcionamento, nos termos do Decreto-lei n° 73/66.
SOCIEDADE OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE
Por força da Lei n° 9.656/96, necessitam de autorização especial para funcionar.
AQUISIÇÃO DE PERSONALIDADE JURÍDICA
A personalidade jurídica é um atributo

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