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Projeto-PedagAgico-do-Curso-de-Biomedicina

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
FACULDADE DE FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE 
BIOMEDICINA DA UFMG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
OUTUBRO 2018
 
 
ii 
 
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE BIOMEDICINA DA UFMG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equipe responsável pela revisão do Projeto: 
 
Profa. Cristiane Alves Silva Menezes (coordenadora gestão 2017-2019) 
Profa. Ana Paula Lucas Mota (subcoordenadora gestão 2017-2019) 
Profa. Maria Gabrielle de Lima Rocha (membro NDE 2016-2020) 
Profa. Vanessa de Fátima Bernardes (membro NDE 2016-2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
O Curso de Biomedicina da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal 
de Minas Gerais (UFMG) foi instituído em 2010, atendendo às demandas do 
Programa de Reestruturação das Universidades Federais (REUNI), dentro do Plano 
de Aceleração do Crescimento para a Educação previsto pelo Governo Federal. 
A idealização do Curso de Biomedicina partiu da iniciativa do Departamento 
de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia, que em 2007 
designou uma Comissão para elaborar uma proposta de criação, aprovada neste 
mesmo ano pela Congregação da Faculdade de Farmácia e pelo Conselho 
Universitário. 
Em 2008, iniciou-se a elaboração da primeira versão do Projeto Pedagógico 
do Curso, buscando definir as competências e conteúdos necessários para a 
formação do profissional Biomédico e planejar a operacionalização das atividades 
didáticas. Estes esforços culminaram na implantação do Curso em 2010. 
O Projeto Pedagógico aqui apresentado inclui as atualizações de corpo 
docente e das resoluções do Colegiado, da Universidade e do Ministério da 
Educação, incluindo a implantação do Núcleo Docente Estruturante (NDE) em 
19/04/2012. Este documento mantém parte de sua concepção original elaborada e 
desenvolvida pela Comissão de Criação do Curso, inclui elementos da atuação das 
coordenações da gestão 2012-2014 e atualizações promovidas pelas gestões 2015-
2017 e 2017-2019, com a inclusão de disciplinas optativas visando incrementar a 
estrutura curricular. 
Dessa forma, no entendimento de que os currículos não são objetos estáticos 
e recebem, em sua concepção, intervenções de múltiplos agentes, a seguir são 
listados os professores que participaram direta e indiretamente da construção do 
currículo do Curso de Biomedicina, por meio de sua participação no Colegiado e 
NDE. 
 
 
iv 
 
 
 
 
Comissão de Criação do Curso de Biomedicina (2007-2009): 
Prof. Lauro Mello Vieira (FAFAR-UFMG) 
Profa. Ana Paula Salles Moura Fernandes (FAFAR-UFMG) 
Prof. Rômulo Teixeira de Mello (FAFAR-UFMG) 
Prof. Paulo Pimenta de Figueiredo Filho (Faculdade de Medicina-UFMG) 
 
Colegiado de Biomedicina Gestão 2010-2012: 
Profa. Leiliane Coelho André Amorim 
Profa. Ana Paula Salles Moura Fernandes 
Prof. Vicente de Paulo Coelho Peixoto de Toledo 
Profa. Marinez de Oliveira Souza 
Profa. Zenilda de Lourdes Cardeal 
Prof. Ricardo Toshio Fujiwara 
 
Colegiado de Biomedicina 2012-2014: 
Profa. Adriana Oliveira Costa 
Profa. Karina Braga Gomes Borges 
Profa. Lirlândia Pires de Sousa 
Profa. Prof. Vicente de Paulo Coelho Peixoto de Toledo 
Profa. Zenilda de Lourdes Cardeal 
Prof. Remo de Castro Russo 
 
Colegiado de Biomedicina Gestão 2015-2017: 
Profa. Cristiane Alves da Silva Menezes 
Profa. Ana Paula Lucas Mota 
Profa. Adriana Oliveira Costa 
Profa. Iêda de Fátima Oliveira Silva 
Prof. Liu Wen Yu 
Prof. Ênio Ferreira 
 
Colegiado de Biomedicina Gestão 2017-2019: 
Profa. Cristiane Alves da Silva Menezes 
Profa. Ana Paula Lucas Mota 
Profa. Maria Gabrielle de Lima Rocha (Titular) 
Profa. Adriana Oliveira Costa (Suplente) 
Profa. Iêda de Fátima Oliveira Silva (Titular) 
Profa. Maria José Nunes de Paiva (Suplente) 
Prof. Rodinei Augusti (Titular) 
Profa. Cláudia Carvalhinho Windmoller (Suplente) 
 
Representantes discentes: 
Marcos Jordan dos Santos Nunes (Titular) 
 
 
v 
 
Clara Tolentino Machado (Suplente) 
 
 
 
Membros do NDE do Curso de Biomedicina: 
Profa. Cristiane Alves da Silva Menezes (2017-2019) 
Profa. Ana Paula Lucas Mota (2018-2022) 
Profa. Vanessa de Fátima Bernardes (2016-2020) 
Profa. Maria Gabrielle de Lima Rocha (2016-2020) 
Professora Iêda de Fátima Oliveira Silva (2018-2022) 
Professor Alexander Birbrair (2018-2022) 
Professor Luis Henrique Franco (2018-2022) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
1 Contextualização da Instituição...............................................................................................5 
1.1 Identificação..........................................................................................................................5 
1.2 Perfil Institucional ................................................................................................................6 
1.3. Breve Histórico....................................................................................................................8 
2 Contextualização do Curso ...................................................................................................11 
2.1 Identificação da unidade e do curso....................................................................................11 
2.2. Coordenação de Curso e Núcleo Docente Estruturante.....................................................12 
2.2.1. Coordenadora do Curso..................................................................................................12 
2.2.2. Subcoordenadora do Curso.............................................................................................12 
2.2.3. Núcleo Docente Estruturante..........................................................................................12 
2.3. Breve histórico da Unidade, do Curso e de sua criação na UFMG...................................13 
2.3.1. Faculdade de Farmácia da UFMG .................................................................................13 
2.3.2. O Curso de Biomedicina.................................................................................................15 
2.3.3. A criação do Curso de Biomedicina na UFMG..............................................................18 
3 Documentos Referentes às Bases Legais……………………………...………................…21 
4 Requisitos de acesso ..............................................................................................................22 
5. Objetivos...............................................................................................................................24 
5.1. Objetivo geral.....................................................................................................................24 
5.2. Objetivos específicos ........................................................................................................24 
6 Perfil do egresso.....................................................................................................................24 
7 Princípios teóricos e metodológicos......................................................................................27 
8. Organização Curricular ........................................................................................................33 
8.1. Percursos Curriculares.......................................................................................................37 
8.2. Representação do currículo................................................................................................42 
8.3. Instrumentos Metodológicos..............................................................................................44 
8.4. Estágios supervisionados...................................................................................................45 
8.5 Atividades Complementares………….........…………………………………………......46 
8.6 - Monografia de Conclusão de Curso ……...........…………………………………….....478.7 Ementário............................................................................................................................48 
9. Avaliação da aprendizagem .................................................................................................56 
10 Políticas e programas de pesquisa e extensão......................................................................58 
11. Disciplinas Semipresenciais................................................................................................60 
12. Instalações, laboratórios e Equipamentos...........................................................................61 
13 Biblioteca ............................................................................................................................63 
14 Gestão do Curso ...............................................................................................................65 
14.1 Colegiado…………......………………………………………....………………………65 
14.2 Corpo Docente..................................................................................................................66 
14.3 Funcionários Técnico-administrativos ............................................................................67 
14.4. Núcleo Docente Estruturante ..........................................................................................67 
14.5 Registros Acadêmicos ......................................................................................................68 
15. Avaliação do Curso.............................................................................................................69 
Referências ...............................................................................................................................71 
Anexo A – Componentes curriculares obrigatórias .................................................................73 
Anexo B – Componentes curriculares optativas ....................................................................121 
Anexo C – Relação de Docente .............................................................................................155 
 
 
vii 
 
Anexo D – Relação de Servidores Técnico-Administrativos da Fac. Farmácia ....................157 
Anexo E – Ofício de Solicitação de Ajuste Curricular 2018…………………......................162 
Anexo F – Matriz Curricular Proposta Após Ajuste 2018......................................................166
5 
 
1 Contextualização da Instituição 
1.1 Identificação 
Denominação: Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG 
Mantenedora: Ministério da Educação 
Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de Direito Público Federal 
CNPJ: 00.394.445/0188-17 
Endereço: Av. Presidente Antônio Carlos, 6627, Campus Pampulha, Belo 
Horizonte, MG, CEP: 31270-901 
Telefone geral: +55 (31) 3409-5000 
Email: reitor@ufmg.br 
Sítio eletrônico: http://www.ufmg.br. 
Ato Regulatório de Credenciamento: Lei Estadual No 956 de 07/09/1927. 
Validade vinculada aos ciclos avaliativos. 
Ato Regulatório de Recredenciamento: Lei Federal No 971 de 19/12/1949. 
Validade vinculada aos ciclos avaliativos. 
IC (Conceito Institucional) em 2009: 4 
IGC (Índice Geral de Cursos) em 2009: 5 
IGC Contínuo: 4,17 
ENADE: 5 
Reitora: Sandra Goulart Almeida, Gestão 2018-2022 
 
 
mailto:reitor@ufmg.br
http://www.ufmg.br/
 
 
6 
 
1.2 Perfil Institucional 1 
A missão assumida pela UFMG é a geração e difusão de conhecimentos 
científicos, tecnológicos e culturais, destacando-se como Instituição de 
referência nacional na formação de indivíduos críticos e éticos, dotados de 
sólida base científica e humanística e comprometidos com intervenções 
transformadoras na sociedade e com o desenvolvimento sustentável. Estas 
prerrogativas visam ao cumprimento das finalidades estatutárias e do seu 
compromisso social. 
O Estatuto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aprovado em 5 
de julho de 1999 pelo Conselho Universitário, descreve como finalidades 
precípuas da Instituição a geração, o desenvolvimento, a transmissão e a 
aplicação de conhecimentos, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, 
de forma indissociada e integrados na educação e na formação técnico-
profissional dos cidadãos, bem como na difusão da cultura e na criação 
filosófica, artística e tecnológica. No cumprimento dos seus objetivos, a UFMG 
mantém cooperação acadêmica, científica, tecnológica e cultural com 
instituições nacionais e internacionais e constitui-se, também, em veículo de 
desenvolvimento regional, nacional e internacional. 
As Unidades Acadêmicas de Ensino Superior da UFMG são responsáveis por 
cursos de Graduação presenciais e na modalidade à distância, além de cursos 
de Pós-Graduação. Em 2010, a graduação disponibilizava 6610 vagas 
distribuídas em 75 cursos presenciais e 400 vagas em 5 cursos à distância. 
Os cursos de Pós-Graduação contabilizavam, neste ano, 58 de Doutorado, 68 
de Mestrado, 81 de Especialização e 40 de Residência Médica, totalizando 
14.838 vagas. 
No campo da pesquisa, atuam na UFMG 804 grupos formalmente cadastrados 
no Diretório Nacional de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com atuação de mais de 
 
1 Adaptado a partir de: 
MINAS GERAIS. Universidade Federal. Conheça a UFMG – UFMG em números . Disponível em: 
<https://www.ufmg.br/conheca /nu_index.shtml>. Acesso em: 03 dez. 2012. 
MINAS GERAIS. Universidade Federal. Conheça a UFMG – Plano de Desenvolvimento Institucional 
2008-2012. Disponível em https://www.ufmg.br/conheca/pdi_ufmg.pdf. Acesso em 07 dez. 2012. 
https://www.ufmg.br/conheca/pdi_ufmg.pdf
 
 
7 
 
3600 docentes pesquisadores. Ainda no ano de 2010 a produção científica tipo 
1 - representada por livro, capítulo de livro, trabalho completo em evento, artigo 
em periódico, edição ou organização de livro - totalizou 7690. Outras 
produções de destaque neste ano foram as patentes nacionais (369), Patentes 
internacionais (108) e tecnologias licenciadas (46). Pesquisa feita na Web of 
Science, considerando as Instituições Universitárias brasileiras que mais 
publicam artigos científicos de impacto, indica que a produção científica da 
UFMG ocupa a quinta posição, com média de citação por artigo de 2,61. 
Na vertente Extensão, a UFMG oferta Cursos de extensão, Programas e 
Projetos, além de inúmeros eventos e prestações de serviços, beneficiando, 
anualmente, um público que atinge mais de dois milhões e meio de pessoas. 
No ano base 2010, foram registrados 116 Programas, 607 Projetos, 361 
Cursos, 367 eventos e 462 prestações de serviço. 
A inserção local, regional e nacional da UFMG tem sido operacionalizada por 
meio de projetos de cooperação com outras universidades do Estado e do 
País, oferta de ensino a distância e projetos de extensão universitária, ou de 
ação cultural, dentre os quais podem ser exemplificados o Projeto Veredas, no 
qual se insere a educação à distância, o Programa Polo de Integração da 
UFMG no Vale do Jequitinhonha, visando articular iniciativas para reduzir a 
pobreza e promover o reconhecimento da cultura local e o Projeto Manuelzão, 
com iniciativas para promover melhorias nas condições ambientais e qualidade 
de vida da população residente na bacia do Rio das Velhas. Destacam-se 
ainda as atividades realizadas no Hospital das Clínicas, unidade hospitalar de 
referência nacional integrante do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferece 
assistência ambulatorial, clínica e cirúrgica à população em geral, além dos 
programas de Internato Rural e Saúde da Família, todos eles com grande 
impacto social. 
Além da atuação comprometida com o desenvolvimento científico, tecnológico, 
cultural, econômico e social do Estado, da Região e do País, a UFMG busca a 
cooperação acadêmica e científica internacional, por meio da participação em 
redes e consórcios envolvendo instituiçõesde países da América do Sul e 
Europa, programas de intercâmbio discente tanto na Graduação e Pós-
graduação e parcerias com Centros de Pesquisa e Universidades de 
 
 
8 
 
excelência internacional. Os convênios com instituições estrangeiras 
contabilizaram 268 no ano de 2010, com 264 estudantes de graduação e pós-
graduação enviados para intercâmbio e 108 recebidos nas unidades da UFMG. 
Em 2016, estudantes do curso de Biomedicina da UFMG tiveram sua primeira 
participação no ENADE e o resultado foi recebido com grande orgulho pela 
comunidade acadêmica, sendo obtido o melhor desempenho entre as 
Universidades Federais brasileiras (conceito: 4,6285). 
 
1.3. Breve Histórico2 
A criação da UFMG teve seus primórdios na fundação da Universidade de 
Minas Gerais (UMG), pela Lei Estadual nº. 956, de 7 de setembro de 1927 
após mobilização intelectual e política com participação essencial do então 
Presidente do Estado, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada. A UMG, que teve 
como primeiro reitor Francisco Mendes Pimentel, Diretor da Faculdade de 
Direito, reuniu à época quatro instituições de ensino superior existentes em 
Belo Horizonte, compreendidas pela Faculdade de Direito, Faculdade de 
Medicina, Escola de Engenharia e Escola de Odontologia e Farmácia, criadas 
respectivamente em 1892, 1911, 1907 e 1911. 
A partir da criação da UMG, o governo estadual planejou a construção de um 
complexo universitário, na região de Lourdes e Santo Agostinho. Devido aos 
questionamentos sobre a limitação da área em termos de expansão futura da 
Instituição, outra área nas proximidades do Parque Municipal foi destinada a 
este complexo. No entanto, na conjuntura política da época, interessava ao 
Governo do Estado Novo manter as universidades longe das áreas centrais. 
Neste contexto, foi destinada à nova sede universitária uma fazenda 
desapropriada em 1942, situada em área suburbana na região da Pampulha, a 
Fazenda Dalva. 
 
2
 MINAS GERAIS. Universidade Federal. Conheça a UFMG – História da UFMG . Disponível em: 
<https://www.ufmg.br/conheca /hi_index.shtml>. Acesso em: 03 dez. 2012. 
MINAS GERAIS. Universidade Federal. Conheça a UFMG – Plano de Desenvolvimento Institucional 
2008-2012. Disponível em <https://www.ufmg.br/conheca/pdi_ufmg.pdf>. Acesso em 07 dez. 2012. 
 
 
https://www.ufmg.br/conheca/pdi_ufmg.pdf
 
 
9 
 
A Universidade permaneceu como Instituição Estadual até 17 de dezembro de 
1949, quando foi federalizada pela Lei No 971. A adoção do nome Universidade 
Federal de Minas Gerais ocorreu em 1965, por determinação do Governo 
Federal. 
Ao final de década de 1950, concluiu-se o Plano Diretor para a Cidade 
Universitária e tiveram início as obras de infraestrutura e apoio. Os prédios da 
Reitoria, do Estádio Universitário (atual “Mineirão”, na época a ser construído 
pelo Estado), do Instituto de Pesquisas Radioativas (atualmente sob a 
administração do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN), 
dos Institutos de Mecânica e Eletrotécnica (atual Colégio Técnico) e de uma 
Unidade Residencial (hoje, Unidade Administrativa II), foram projetados e 
construídos. 
Em 1968 ocorreu a Reforma Universitária, que desencadeou uma modificação 
considerável na estrutura de ensino da UFMG. A antiga Faculdade de Filosofia 
foi desmembrada em Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Instituto de 
Ciências Biológicas, Instituto de Ciências Exatas, Instituto de Geociências, 
Faculdade de Educação e Faculdade de Letras. 
Desde a idealização do complexo universitário, passando por sua efetiva 
implantação, ocorreu a integração de diversas unidades no Campus, como a 
Escola de Arquitetura (1944), a Faculdade de Ciências Econômicas e 
Faculdade de Filosofia (1948), Escola de Enfermagem (1950), Escola de 
Veterinária (1961), Conservatório Mineiro de Música (1962), Escola de Belas 
Artes, Escola de Biblioteconomia (1963) que atualmente é a Escola de Ciência 
da Informação e Escola de Educação Física (1969), hoje denominada Escola 
de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. 
Em 1998, foi instituído o projeto Campus 2000, que previa a transferência de 
unidades acadêmicas da região central de Belo Horizonte para o Campus 
Pampulha. A Faculdade de Odontologia foi transferida em 2001 e em 2004, foi 
transferida a Faculdade de Farmácia. O projeto Campus 2000 previa também a 
ampliação, reforma e modernização de algumas unidades acadêmicas, 
resultando na transferência, para um novo prédio, da Faculdade de Ciências 
Econômicas (2008) e da Escola de Engenharia (2010). 
 
 
10 
 
Com a efetiva implantação do Campus Pampulha, outras unidades foram 
incorporadas à sua estrutura: a Escola de Educação Básica e Profissional, que 
abrange o Centro Pedagógico, o Colégio Técnico e o Teatro Universitário, os 
prédios da Administração Central da UFMG; a Praça de Serviços; a Biblioteca 
Universitária; a Imprensa Universitária; o Centro de Microscopia Eletrônica; os 
Restaurantes Universitários Setorial I e II; e a Estação Ecológica e o Centro de 
Desenvolvimento da Criança, administrada pela Prefeitura de Belo Horizonte a 
partir de 2007. Neste ano iniciaram-se os cursos de licenciatura na modalidade 
à distância, com oferta de um total de 500 vagas. 
Atualmente, fora do Campus Pampulha, a UFMG conta com o Campus Saúde 
na região central de Belo Horizonte, composto pela Faculdade de Medicina, a 
Escola de Enfermagem e o Hospital das Clínicas, considerado centro de 
referência e excelência regional e nacional em medicina de alta complexidade. 
A Faculdade de Direito e o Centro Cultural e do Museu de História Natural e 
Jardim Botânico também constituem unidades externas ao Campus Pampulha 
na capital. Fora desta, há o Núcleo de Ciências Agrárias, situado no Campus 
Regional de Montes Claros, e duas fazendas – uma experimental, em Igarapé, 
e outra modelo, em Pedro Leopoldo, ambas vinculadas à Escola de Veterinária. 
Em Diamantina está instalado o Instituto Casa da Glória (antigo Centro de 
Geologia Eschwege), órgão complementar e a Casa Silvério Lessa do Instituto 
de Geociências; e em Tiradentes, situa-se o complexo histórico-cultural dirigido 
pela Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, que compreende o Museu 
Casa Padre Toledo e os prédios do Fórum, da Cadeia e do Centro de Estudos. 
Com previsão para transferência para o Campus Pampulha, ainda constam a 
Faculdade de Direito e Escola de Arquitetura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
2 Contextualização do Curso 
2.1 Identificação da unidade e do curso 
Curso: Biomedicina 
Unidade Sede: Faculdade de Farmácia 
Diretor da Unidade: Leiliane Coelho André - Gestão 2016-2020 
Endereço: Av. Presidente Antônio Carlos, 6627, Campus Pampulha, Belo 
Horizonte, MG, CEP: 31270-901 
Telefone: +55 (31) 3409-7451 
Email: biomedicina@farmacia.ufmg.br 
Sítio eletrônico: www2.ufmg.br/biomedicina 
Ato legal autorizativo do Curso: Parecer 276/2009 de 19 de junho de 2009, 
Câmara de Graduação, Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal de 
Minas Gerais 
Portaria de Reconhecimento: Portaria N° 47 de 23 de janeiro de 2015 
Número de vagas: 40 
Turno de funcionamento: Noturno 
Carga horária total: 3210 horas 
Tempo de integralização mínimo: 9 semestres 
Tempo de integralização padrão: 11 semestres 
Tempo de integralização máximo: 18 semestres 
Modalidade: Presencial 
Formações Complementares: pré-estabelecidas em Gestão e Administração 
e em Saúde e Meio Ambiente e Formação Complementar Aberta. 
 
 
 
 
 
12 
 
 
2.2. Coordenação de Curso e Núcleo Docente Estruturante 
2.2.1. Coordenadora do Curso: 
Nome: Cristiane Alves da Silva Menezes 
Gestão: 31/03/2017 a 30/03/2019 
Formação acadêmica: Bacharel em Ciências Biológicas - Universidade 
Federal de Minas Gerais. 2001 
Titulação: Doutorado em Biologia Celular - UFMG. 2006 
Regime de trabalho: Dedicação ExclusivaTempo de Exercício em IES: 8 anos (desde julho de 2010) 
Tempo de Exercício na UFMG: 5 anos (desde dezembro de 2013) 
 
2.2.2. Subcoordenadora do Curso: 
Nome: Ana Paula Lucas Mota 
Gestão: 31/03/2017 a 30/03/2019 Formação acadêmica: Farmácia com 
habilitação em Análises Clínicas e Toxicológicas - Universidade Federal de 
Minas Gerais. 2002. 
Titulação: Doutorado em Ciências Farmacêuticas, Programa de Pós-
Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Minas 
Gerais. 2012. 
Regime de trabalho: Dedicação Exclusiva 
Tempo de Exercício em IES: 13 anos (desde agosto de 2005) 
Tempo de Exercício na UFMG: 5 anos (desde dezembro de 2013) 
 
2.2.3. Núcleo Docente Estruturante 
- Maria Gabrielle de Lima Rocha, Doutora em Ciências Farmacêuticas, Regime 
de Dedicação Exclusiva, membro desde 22/03/2016 e presidente do NDE 
desde 5 de outubro de 2018. 
- Cristiane Alves da Silva Menezes, Doutora em Biologia Celular, membro nato 
(coordenadora). 
 
 
13 
 
- Vanessa de Fátima Bernardes, Doutora em Patologia Geral, Regime de 
Dedicação Exclusiva, membro desde 22/03/2016. 
- Ana Paula Lucas Mota, Doutora em Ciências Farmacêuticas, membro desde 
20/09/2018. 
- Professora Iêda de Fátima Oliveira Silva, Doutora em Patologia, Regime de 
Dedicação Exclusiva, membro desde 20/09/2018. 
- Professor Alexander Birbrair, Doutor em Neurociência, membro desde 
20/09/2018. 
- Professor Luis Henrique Franco, Doutor em Imunologia Básica e Aplicada, 
membro desde 20/09/2018. 
 
2.3. Breve histórico da Unidade, do Curso e de sua criação na UFMG 
2.2.1. Faculdade de Farmácia da UFMG3 
A criação da Faculdade de Farmácia, sede do Curso de Biomedicina, é anterior 
à existência da própria Universidade como instituição federal. Em 27 de agosto 
de 1911, o Prof. J. J. Gama Cerqueira apresentou o projeto de criação do 
Curso de Farmácia à Congregação da Escola Livre de Odontologia de Belo 
Horizonte, que passou então à denominação de Escola Livre de Odontologia e 
Farmácia. Por meio da Lei No 956 de 07 de setembro de 1927, a Escola Livre 
de Odontologia e Farmácia foi incorporada à Universidade de Minas Gerais 
(UMG), que incluiu também a Escola de Engenharia e as Faculdades de 
Medicina e de Direito. A partir desta data ela passou a se chamar Faculdade de 
Odontologia e Farmácia da UMG. 
Em 1960 iniciam-se os entendimentos visando à separação dos dois cursos, 
Farmácia e Odontologia. Nesta época, foram iniciadas as fundações do antigo 
prédio da Faculdade de Farmácia na Av. Olegário Maciel, 2360. Os dois 
Cursos foram separados em 9 de fevereiro de 1963, pela Lei No 4.208, criando-
se a Faculdade de Farmácia e a Faculdade de Odontologia. A Unidade ainda 
 
3
 Adaptado a partir de: 
FACULDADE DE FARMÁCIA. História da Faculdade de Farmácia da UFMG. Disponível em < 
http://www.farmacia.ufmg.br/institucional1/historia.htm > Acesso em 07 dez 2012. 
http://www.farmacia.ufmg.br/institucional1/historia.htm
 
 
14 
 
passou por uma modificação de denominação em 1964, para Faculdade de 
Farmácia e Bioquímica e em 1968 para Faculdade de Farmácia da UFMG. 
Em janeiro de 1984, a Faculdade de Farmácia passou por profundas reformas 
estruturais, levando à modificação de seus departamentos para a estrutura 
atual, composta pelos Departamentos de Farmácia Social, Produtos 
Farmacêuticos, Alimentos e Análises Clínicas e Toxicológicas. A esta época já 
funcionava o Curso de Pós-Graduação em Ciências de Alimentos (CPGCA), 
iniciado em 1974, primeiro vinculado à Diretoria e depois ao Departamento de 
Alimentos. Na década de 1990 foram criados o Curso de Especialização em 
Saúde Pública, com área de concentração em Medicamentos e o Programa de 
Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF). As atividades de 
pesquisa realizadas na Faculdade de Farmácia são intimamente vinculadas 
aos projetos desenvolvidos nos Cursos de Pós-Graduação. 
Na extensão universitária, a Faculdade de Farmácia vem, há vários anos, 
contribuindo para a sociedade na prestação de serviços. O Laboratório de 
Análises Clínicas realizou, durante seu funcionamento, exames laboratoriais 
em todas as áreas das análises clínicas para a comunidade universitária, 
particulares, empresas e associações conveniadas, a partir da sua inauguração 
em 1964. No final desta década, o Laboratório de Controle de Qualidade 
também iniciou atividades atendendo às demandas de análises do Ministério 
da Saúde. Outros laboratórios como o de Tecnologia Farmacêutica, Toxicologia 
Ambiental Ocupacional, Radiofármacos e Análise Microbiológica da Água 
também prestam ou prestaram serviços à comunidade externa à Unidade, 
dentro de suas especificidades de atuação ao longo destes anos. As 
atividades do Centro de Estudos de Medicamentos-CEMED também merecem 
destaque, pois desde sua criação em 1992, este centro fornece informações 
sobre medicamentos, através de consulta individualizada a profissionais, 
instituições de saúde e comunidade geral. As atividades de extensão 
influenciam as atividades de pesquisa na medida em que exigem o 
desenvolvimento de novas tecnologias e atualização de serviços, além de 
contribuir com o ensino, já que permite à comunidade acadêmica um contato 
 
 
15 
 
direto com as demandas do mercado de trabalho e a integração docente e 
discente com as necessidades da comunidade externa. 
Com a crescente ampliação de atividades na Faculdade de Farmácia, a 
estrutura física do prédio na área central de Belo Horizonte já não mais atendia 
aos requisitos para o funcionamento adequado do Curso e demais atividades 
da Unidade. Esta demanda foi incluída no Projeto Campus 2000, que visava à 
transferência de unidades da área central para o Campus Pampulha. A 
mudança tão almejada pela comunidade acadêmica foi concretizada em 2004, 
passando a Faculdade de Farmácia a funcionar em uma edificação planejada e 
estruturada para atender os quesitos de acessibilidade, e de segurança, dentre 
outros adequados ao ensino, à extensão e à pesquisa de qualidade. 
Neste contexto renovado e com forte estímulo do Governo Federal e da UFMG 
advindo do Projeto REUNI, surgiu a idéia de criação do Curso de Biomedicina 
na Faculdade de Farmácia. Em 06/09/2007, a Comissão designada pela 
Portaria ACT 004/2007, de 04/09/2007, constituída pelos professores: Lauro 
Mello Vieira, Rômulo Teixeira de Mello, Ana Paula Salles Moura Fernandes e 
Jane Maciel Almeida Baptista (suplente), apresentou ao Departamento de 
Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Farmácia, a sua proposta 
de criação do Curso Noturno de Biomedicina para apreciação da Câmara 
Departamental e posterior aprovação pela Congregação da Faculdade de 
Farmácia da UFMG. 
 
2.2.2. O Curso de Biomedicina4 
O surgimento de uma nova profissão é um processo complexo e devem ser 
conhecidos os aspectos de natureza histórica, técnica e social envolvidos. 
 
4
 Contextualizado a partir de: 
CAMPOS, D.A.E.L; LOUREIRO, E.C.B.; CECCHI, J.; ABRAHÃO, M.A. Trajetória dos Cursos 
de Graduação na área da Saúde 1991-2004 - Biomedicina. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=39500 > Acesso em 
07 dez 2012. 
 
 
 
16 
 
O Curso de Ciências Biomédicas- Modalidade Médica ou Biomedicina como é 
mais conhecido, foi pioneiramente implantado na Escola Paulista de Medicina 
em 1966, baseando-se nos conteúdos e duração dos cursos de bacharelado 
em Ciências Biológicas - Modalidade Médica, definidos no Parecer no. 571/66 
do Conselho Federal de Educação. O Curso foi criado com objetivo de 
capacitar futuros docentes e pesquisadores nas áreas de biologia e medicina”. 
Posteriormente, outras instituições de ensino no país, passaram a oferecer a 
formação na área biomédica como a Universidade Estadual do Rio de Janeiro-
UERJ (1967), a Universidade Estadual Paulista deBotucatu-UNESP (1967), a 
Universidade de São Paulo/USP-Ribeirão Preto (1967), Universidade Federal 
de Pernambuco-UFPE (1968), Centro Universitário Barão de Mauá-Ribeirão 
Preto (1970) e outras que se sucederam. Os egressos destas Instituições 
foram rapidamente absorvidos nas disciplinas básicas de suas próprias 
faculdades ou de outras escolas médicas públicas e privadas no país. Com o 
passar do tempo, porém, a necessidade de regulamentação profissional e 
definição de novas áreas de atividade profissional tornou-se imperativa. 
O reconhecimento legal da profissão se iniciou através da promulgação da Lei 
nº 6.684 de 03/09/1979, que regulamentava em conjunto as profissões de 
Biólogo e Biomédico e pela promulgação da Lei nº 6.686, de 11/09/1979, que 
dispunha sobre o exercício das análises clínico-laboratoriais pelo Biomédico. 
Esta, em seu Artigo 1º. diz: 
“Art. 1º - Os atuais portadores de diploma de Ciências Biológicas Modalidade Médica, 
e os que venham a concluir o curso até julho de 1983 poderão realizar análises 
clínico-laboratoriais, assinando os respectivos laudos, desde que comprovem a 
realização de disciplinas indispensáveis ao exercício desta atividade". 
Em 30/08/1982, a Lei nº 7.017 desmembrou as categorias de Biólogos e 
Biomédicos autorizando a criação dos Conselhos Federais e Regionais 
respectivos a cada profissão. Posteriormente, o Decreto nº 88.439 de 
28/06/1983, veio regulamentar a profissão de biomédico. Este Decreto, no 
Capítulo das Disposições Transitórias, enunciava os limites impostos ao 
exercício das análises clínico laboratoriais, referida pela Lei nº 6.686, de 
11/09/1979. Em 26/10/1983, a Lei no. 7135, buscou sanar estas restrições 
legais enunciando em seu Artigo 1º: 
 
 
17 
 
"Art. 1º. - Os atuais portadores de diploma de Ciências Biológicas Modalidade 
Médica, bem como os diplomados que ingressarem nesse curso em vestibular 
realizado até julho de 1983, poderão realizar análises clínico-laboratoriais, assinando 
os respectivos laudos, desde que comprovem ter cursado as disciplinas 
indispensáveis ao exercício dessas atividades". 
As restrições legais, ainda impostas pela referida lei, foram motivo de 
questionamento de inconstitucionalidade das mesmas perante o Supremo 
Tribunal Federal que através da Representação 1256-5 DF, de 20/11/1985, 
lavrou a seguinte ementa: 
"Decisão: Julgou-se procedente a Representação e declarou-se a 
inconstitucionalidade: I) da expressão "atuais" e das expressões "bem como os 
diplomados que ingressarem nesse curso em vestibular até julho de 1983", todas 
contidas no art. 1º. da Lei 6686 de 11 de setembro de 1979, na redação que lhe deu 
o art. 1º. da Lei 7135 de 26 de outubro de 1983; II) do artigo 2º. da Lei 7135 de 26 de 
outubro de 1983. Decisão unânime. Votou o Presidente. Plenário, 20/11/85". 
Em 24/07/1986 o Senado Federal promulgou a Resolução no. 86, com a 
seguinte redação em seu artigo único: 
"Artigo Único - E suspensa, por inconstitucionalidade, nos termos do artigo 42, inciso 
VII, da Constituição Federal e, em face da decisão definitiva do Supremo Tribunal 
Federal, proferida em sessão plenária de 20 de novembro de 1985, nos autos da 
Representação nº 1256-5, do Direito Federal, a execução da expressão atuais e das 
expressões bem como os diplomados que ingressarem nesse curso em vestibular 
realizado até julho de 1983, todas contidas no artigo 1º. da Lei nº 6686, de 11 de 
setembro de 1979, da redação que lhe deu o artigo 1º. da Lei nº 7135, de 26 de 
outubro de 1983 e a execução do artigo 2º. desta última Lei". 
Estava assim, assegurado definitivamente, o direito do Biomédico de exercer 
as análises clínico-laboratoriais tanto almejadas pela categoria. 
Nos termos do art. 5º do Decreto Lei n.º 88439 de 28/06/83, o Conselho 
Federal de Biomedicina e os Conselhos Regionais de Biomedicina, foram 
criados, constituindo-se como Autarquias Federais, com Personalidade de 
Direito Público. Posteriormente, com o advento da Lei nº 9.649, de 27/05/1998, 
o Conselho Federal de Biomedicina - CFBM e os Conselhos Regionais de 
Biomedicina - CRBM's passaram a ter a natureza jurídica de pessoas jurídicas 
de Direito Privado, por delegação do Poder Público, continuando com a 
incumbência de fiscalizar o exercício da profissão de biomédico. 
 
 
18 
 
As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em 
Biomedicina foram aprovadas em 13/03/2002 pelo Conselho Nacional de 
Educação/Câmara de Educação Superior (Parecer CNE/CES 0104/2002) e 
homologado pelo Senhor Ministro da Educação em 09/04/2002 (DOU 
11/04/2002). 
 
As Diretrizes Curriculares dos Cursos de Biomedicina têm o mesmo objeto e 
objetivos estabelecidos para os Cursos de Graduação da Saúde: 
 
“Objeto das Diretrizes Curriculares: permitir que os currículos propostos possam 
construir perfil acadêmico e profissional com competências, habilidades e conteúdos, 
dentro de perspectivas e abordagens contemporâneas de formação pertinentes e 
compatíveis com referências nacionais e internacionais, capazes de atuar com 
qualidade, eficiência e resolutividade, no Sistema Único de Saúde (SUS), 
considerando o processo da Reforma Sanitária Brasileira. 
 
Objetivo das Diretrizes Curriculares: levar os alunos dos cursos de graduação em 
saúde a aprender a aprender que engloba aprender a ser, aprender a fazer, 
aprender a viver juntos e aprender a conhecer, garantindo a capacitação de 
profissionais com autonomia e discernimento para assegurar a integralidade da 
atenção e a qualidade e humanização do atendimento prestado aos indivíduos, 
famílias e comunidades”. 
 
Quanto ao perfil do Profissional Biomédico, as Diretrizes Curriculares assim o 
definem: 
 
“Biomédico, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em 
todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. 
Capacitado ao exercício de atividades referentes às análises clínicas, citologia 
oncótica, análises hematológicas, análises moleculares, produção e análise de 
bioderivados, análises bromatológicas, análises ambientais, bioengenharia e análise 
por imagem, pautado em princípios éticos e na compreensão da realidade social, 
cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da 
realidade em benefício da sociedade” (Resolução CNE/CES 104/2002). 
2.2.3. A criação do Curso de Biomedicina na UFMG 
No início de 2008, a comissão designada pela Portaria ACT 003/2008, 
constituída pelos professores Lauro Mello Vieira, Ana Paula Salles Moura 
Fernandes, Rômulo Teixeira de Mello e Paulo Pimenta de Figueiredo Filho, sob 
 
 
19 
 
a presidência do primeiro, elaborou a primeira versão do projeto pedagógico do 
curso. 
Durante a elaboração da proposta foram levados em conta vários fatores 
relevantes, de ordem social, estrutural e institucional, os quais se 
complementaram para estimular a proposição e implantação do Curso. 
Em primeiro lugar, a consolidação da Biomedicina como profissão no Brasil, 
contando com profissionais em cargos relevantes de ensino, de pesquisa e de 
variadas atividades relativas às análises clínico-laboratoriais. 
Além disto, o constante aumento da população e expectativa de vida nas 
últimas décadas vem sendo acompanhado por demanda crescente por 
serviços de saúde, o que tem ampliado a necessidade de profissionais que 
possam atuar em atividades de desenvolvimento da saúde humana e 
saneamento do ambiente, de forma integrada a outros profissionais da área. 
Outro fator importante na idealização do Curso foi o fato de a Faculdade de 
Farmácia e outras unidades participantes do Curso na UFMG contarem com 
capacidade física já instalada e vocação do corpo docente para o ensino, 
pesquisa e extensão em áreas de interesse à formação do Biomédico. 
Inclusive, a reestruturação dos cursos de Farmácia a partir da Resolução 
CNE/CES 02/2002 estabeleceu o perfil generalista para o farmacêutico,com 
foco no estudo do medicamento, em detrimento à formação específica no 
campo das análises clínicas. Com isso, ampliou-se o interesse do mercado 
pelo profissional biomédico que tem formação específica nesta área. 
Destaca-se ainda que na região metropolitana de Belo Horizonte eram 
ofertados 6 cursos de Biomedicina em instituições particulares, sendo o curso 
da UFMG o primeiro a ser oferecido em Instituição de Ensino Superior pública, 
promovendo maiores chances de acesso à formação superior gratuita, inclusive 
a alunos trabalhadores, uma vez que o Curso é noturno. 
A implantação do Curso buscou também integrar-se às expectativas de 
ampliação de oferta de novos cursos na UFMG, oportunizada pelo Programa 
 
 
20 
 
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI)5. Dentre 
os princípios desta proposta, contemplados na concepção do Curso de 
Biomedicina, podem ser destacados: 
“- Estímulo à implantação de currículos arrojados, consistentes e enxutos, 
incorporando atividades acadêmicas de cunho multidisciplinar, que permitam a 
aproximação de alunos vinculados a áreas e cursos distintos. Postula-se, assim, um 
modelo de flexibilização curricular racional no uso dos recursos humanos disponíveis, 
capaz de possibilitar um atendimento academicamente sempre mais qualificado e 
quantitativamente mais extensivo. 
 - Criação de um grupo novo de cursos, voltados para a inovação, que associe a 
competência instalada a trajetórias formativas inéditas, visando a graduar 
profissionais que só recentemente passaram a ser demandados pela sociedade e 
mesmo profissionais cuja demanda é esperada para os próximos anos. 
 - Expansão de vagas prioritariamente dirigida ao turno noturno, em atendimento a 
resolução do Conselho Universitário, datada de 2003." 
Aprovada em 2009, a primeira versão do Projeto Pedagógico previa o início do 
Curso em 2010, em período noturno, tendo a Faculdade de Farmácia como 
unidade sede. Outras unidades da UFMG como o Instituto de Ciências 
Biológicas, o Instituto de Ciências Exatas, a Faculdade de Ciências 
Econômicas e a Escola de Engenharia seriam participantes. 
Em 2013 o Curso de Biomedicina recebeu representantes do MEC para visita 
in loco para avaliação e reconhecimento. O processo resultou em uma 
avaliação com conceito 4 - Muito bom, sendo o curso reconhecido pela Portaria 
N° 47 de 23 de janeiro de 2015. 
O processo de avaliação catalisou as amplas discussões realizadas no NDE, 
visando o aprimoramento do currículo, especialmente na questão de oferta de 
disciplinas optativas, tão importantes para fortalecer o caráter flexível da 
proposta curricular. 
 
5
 MINAS GERAIS, Universidade Federal . Programa De Apoio A Planos De Expansão E Reestruturação 
Das Universidades – REUNI. Disponível em < https://www.ufmg.br/reuni/wp-content/uploads/2007/11/ 
reuni-proposta-da-ufmg.pdf> Acesso em 07 dez 2012. 
 
 
https://www.ufmg.br/reuni/wp-content/uploads/2007/11/reuni-proposta-da-ufmg.pdf
https://www.ufmg.br/reuni/wp-content/uploads/2007/11/reuni-proposta-da-ufmg.pdf
 
 
21 
 
No ano seguinte, os trâmites para inclusão de uma série de disciplinas 
optativas e para outras alterações nas atividades complementares foram 
providenciados, culminando na proposta de Ajuste Curricular a ser implantado 
até 2016. 
Além de um incremento no rol de optativas disponíveis para integralização das 
Formações Complementares em Gestão e Administração e em Saúde e Meio 
Ambiente, o Ajuste inclui alterações de créditos em atividades complementares, 
como Iniciação à Pesquisa, à Docência e à Extensão. A participação dos 
alunos do Curso na Iniciação à Pesquisa merece destaque. 
 
3 Documentos de referência e bases legais 
 
3.1 – Documentos do Conselho Nacional de Educação / Câmara de 
Educação Superior (CNE/CES), Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Anísio Teixeira (INEP) e da Comissão Nacional de 
Ensino Superior (CONAES): 
a) Parecer CNE/CES 104/2002, que aprova as Diretrizes Curriculares para 
os cursos de Biomedicina (BRASIL, 2002). 
b) Resolução CNE/CES n°2, de 18 de fevereiro de 2003. Institui as 
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em 
Biomedicina. 
c) Parecer CNE/CES nº 08/2007 (BRASIL, 2007a; 2007b), que dispõem 
sobre carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e 
duração dos cursos de graduação, bacharelados, na modalidade 
presencial. 
d) Resolução CNE/CES nº 02/2007 (BRASIL, 2007). Dispõe sobre carga 
horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos 
cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial. 
e) Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação do INEP (BRASIL, 
2008a). 
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces022003.pdf
 
 
22 
 
f) Resolução CONAES n°. 01, de 17 de junho de 2010, que normatiza o 
Núcleo Docente Estruturante (NDE) e dá outras providências (BRASIL, 
2010b). 
g) Resolução CNE/CP nº 1, de 30 de maio de 2012 - Estabelece Diretrizes 
Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. 
h) Resolução CNE/CP nº 2, de 15 de junho de 2012 - Estabelece as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. 
i) Resolução CNE/CP n° 01 de 22 de junho de 2004, que institui Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e 
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. 
 
3.2 – Outros documentos: 
a) Projeto de Criação do Curso de Biomedicina pelo Departamento de 
Análises Clínicas e Toxicológicas em 2009 (VIEIRA, FERNANDES, 
MELLO E FIGUEIREDO-FILHO, 2009). 
b) Plano de Desenvolvimento Institucional da UFMG para o período 2008-
2012 (MINAS GERAIS, 2008). 
c) Projeto pedagógico institucional (PPI) da UFMG para o período 2008-
2012 
d) Resolução nº. 01/2010, de 23 de fevereiro de 2010, do Conselho de 
Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que estabelece a composição do 
Colegiado do curso de Biomedicina (MINAS GERAIS, 2010). 
e) Resolução CEPE/UFMG nº. 15/2011, que cria o NDE dos Cursos de 
Graduação da UFMG (MINAS GERAIS, 2011). 
 
4 Requisitos de acesso 
 
A admissão dos alunos no Curso de Biomedicina da UFMG segue as normas 
do Regimento Geral da UFMG, estabelecidas pelo Conselho de Ensino, 
Pesquisa e Extensão (CEPE). A seleção dos candidatos às vagas para o curso 
de Biomedicina será efetuada, exclusivamente, com base nos resultados 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=10889&Itemid=
 
 
23 
 
obtidos pelo candidato no ENEM, por meio do SISU, cujo cronograma deverá 
ser publicado em edital do MEC. 
Outra opção de ingresso no Curso consiste no preenchimento de vagas 
remanescentes, pelas modalidades Reopção e a Rematrícula, regulamentada 
pela Resolução 03/2011 do Colegiado do Curso de Biomedicina, a 
Transferência e a Obtenção de Novo Título, regulamentadas pela Resolução 
05/2007 do CEPE/UFMG. 
A Reopção pode ser requerida por alunos regulares de outros Cursos da 
UFMG que desejem transferência para o curso de Biomedicina, sem a 
necessidade de prestar Vestibular novamente. Como exigência, é necessário 
ter integralizado entre 35 e 75% dos créditos do curso de origem. A reopção é 
concedida apenas uma vez. 
A Rematrícula consiste na possibilidade de retorno do estudante excluído da 
Universidade desde que tenha integralizado, no mínimo, 50% dos créditos do 
currículo pleno de seu curso vigente. 
A Transferência é a modalidade na qual alunos oriundos de outras instituições 
de ensino superior podem ser admitidos no Curso de Biomedicina da UFMG, 
desde que haja afinidade do curso original. Como requisito para esta 
modalidade o candidato deverá ter integralizado 450 horas em sua instituição 
de origem e ter ainda a cursar no curso da UFMG um número mínimo de horas. 
Há ainda a Transferência Especial, que pode ser concedida aos servidores 
públicos federais e seus dependentes diretos,estudantes de instituições 
públicas, que tenham sido transferidos por exigência do serviço, conforme 
legislação federal. 
A Obtenção de Novo Título é a oportunidade oferecida aos diplomados em 
curso superior reconhecido, independentemente de concurso vestibular, de se 
matricularem no curso de Biomedicina com aproveitamento dos créditos já 
obtidos. 
De acordo com a Resolução no. 03/2004 do Conselho de Ensino, Pesquisa e 
Extensão (CEPE-UFMG), será permitido o ingresso de refugiados políticos na 
UFMG, como alunos dos Cursos de Graduação. No caso do curso de 
 
 
24 
 
Graduação em Biomedicina, há disponibilidade de uma vaga, que deve ser 
preenchida de acordo com o disposto na referida resolução. 
 
 
25 
 
 
5. Objetivos 
 
5.1. Objetivo geral 
Objetivo Geral: Formar biomédicos capacitados para compreender e intervir no 
processo saúde-doença e com competência técnica para exercer atividades 
inerentes à profissão de forma ética, cientificamente embasada, articulada com 
outras áreas da saúde e direcionada à melhoria da qualidade de vida das 
pessoas e comunidades. 
 
5.2. Objetivos específicos 
Objetivos Específicos: 
a) Propiciar a aquisição e compreensão de conhecimentos sólidos de ciências 
básicas e aplicadas à área biomédica; 
b) Promover atividades pedagógicas que permitam o desenvolvimento de 
competências e habilidades específicas necessárias ao desempenho da 
profissão de Biomédico; 
c) Garantir a capacitação técnica e científica dos egressos para atuar em prol 
do desenvolvimento da saúde humana seja no diagnóstico, prognóstico ou 
acompanhamento do paciente. 
d) Promover o conhecimento para atuação no saneamento e conservação 
do meio ambiente; 
e) Incentivar o senso crítico, a autonomia e a corresponsabilidade dos 
estudantes pela qualidade de sua formação. 
 
 
6 Perfil do egresso 
 
 
 
26 
 
A Biomedicina é definida como a ciência que conduz estudos e pesquisas no 
campo de interface entre medicina e biologia, voltada para a pesquisa das 
doenças humanas, seus fatores ambientais e eco-epidemiológicos, com intuito 
de encontrar suas causas, prevenções, diagnósticos e tratamentos. 
As Diretrizes Curriculares definem o Perfil do Profissional Biomédico como: 
 
“Biomédico, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em 
todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. 
Capacitado ao exercício de atividades referentes às análises clínicas, citologia 
oncótica, análises hematológicas, análises moleculares, produção e análise de 
bioderivados, análises bromatológicas, análises ambientais, bioengenharia e análise 
por imagem, pautado em princípios éticos e na compreensão da realidade social, 
cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da 
realidade em benefício da sociedade” (Resolução CNE/CES 104/2002)." 
O profissional Biomédico deve estar apto a realizar estudos e pesquisas 
clínicas, envolvendo as análises clínicas, genéticas e moleculares de fluidos e 
tecidos humanos. Os egressos dos Cursos de Biomedicina podem se dedicar 
à área de análises em laboratórios clínicos, atuar em pesquisas clínicas e 
experimentais em Universidades e Centros de Pesquisas, na docência em 
magistério superior e em atividades de biotecnologia, principalmente em 
indústrias de produção de insumos biológicos e de reagentes para diagnóstico 
laboratorial. O profissional Biomédico também pode participar de estudos de 
saneamento do meio ambiente, principalmente voltados à qualidade da água e 
do ar, bem como, a análise de dejetos de risco para a saúde humana e para o 
meio ambiente. 
Tendo como eixo norteador as Diretrizes Curriculares Nacionais (Resolução 
CNE/CES 104/2002), as competências e habilidades dos graduados em 
Biomedicina são definidas em caráter geral, inerente à area de saúde como um 
todo e em caráter específico, contemplando as atribuições do profissional 
Biomédico: 
 
a) Competências e habilidades gerais 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=An%C3%A1lises_cl%C3%ADnicas&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gen%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Molecular&action=edit
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluidos
 
 
27 
 
- Aptidão para ações de atenção à saúde, por meio da prevenção, promoção, 
proteção e reabilitação da mesma tanto em nível individual quanto coletivo, de 
forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde, 
com capacidade crítica e iniciativa para solução de problemas. 
- Capacidade de tomar decisões adequadas para garantir uso apropriado, 
eficácia e custo efetividade, da força de trabalho, de medicamentos, de 
equipamentos, de procedimentos e de práticas. 
- Habilidade de comunicação com outros profissionais de saúde e o público em 
geral e ciência da confidencialidade de informações em determinadas 
circunstâncias. 
- Aptidão para exercer liderança em equipe multiprofissional. 
- Aptidão para o gerenciamento dos recursos humanos, materiais e estruturais 
em equipes de saúde. 
- Capacidade de aprendizado contínuo e responsabilidade para a educação 
das futuras gerações. 
 
b) Competências e habilidades específicas 
- Respeito aos princípios éticos do exercício profissional. 
- Atuação nos diferentes níveis de atenção à saúde, de forma integrada com 
outros profissionais para assegurar bem-estar e qualidade de vida das 
pessoas, famílias e comunidades. 
- Reconhecimento da saúde como direito do cidadão e atuação no sentido de 
garantir a integralidade da assistência nos níveis preventivos e curativos, 
individuais e coletivos. 
- Capacidade de contribuir para a manutenção da saúde em qualquer contexto 
ético, político, social, econômico, ambiental e biológico. 
- Articulação do exercício da profissão com o contexto social, entendendo-a 
como uma forma de participação e contribuição social. 
- Emissão de laudos, pareceres, atestados e relatórios. 
- Conhecimento de métodos e técnicas de investigação e elaboração de 
trabalhos acadêmicos e científicos 
 
 
28 
 
- Realização, interpretação, emissão de laudos e pareceres e responsabilidade 
técnica por análises clínico-laboratoriais, incluindo os exames hematológicos, 
citológicos, citopatológicos e histoquímicos, biologia molecular, bem como 
análises toxicológicas, dentro dos padrões de qualidade e normas de 
segurança. 
- Realização de procedimentos relacionados à coleta de material para fins de 
análises laboratoriais e toxicológicas. 
- Atuação na pesquisa e desenvolvimento, seleção, produção e controle de 
qualidade de produtos obtidos por biotecnologia. 
- Realização de análises fisico-químicas e microbiológicas de interesse para o 
saneamento do meio ambiente, incluídas as análises de água, ar e esgoto. 
- Atuação na pesquisa e desenvolvimento, seleção, produção e controle de 
qualidade de hemocomponentes e hemoderivados, incluindo realização, 
interpretação de exames e responsabilidade técnica de serviços de 
hemoterapia. 
- Atenção individual e coletiva na área das análises clínicas e toxicológicas. 
- Gerenciamento de laboratórios de análises clínicas e toxicológicas. 
- Atuação na seleção, desenvolvimento e controle de qualidade de 
metodologias, de reativos, reagentes e equipamentos. 
- Assimilação das constantes mudanças conceituais e evolução tecnológica 
apresentadas no contexto mundial. 
- Avaliação e reação, com senso crítico, às informações que estão sendo 
oferecidas durante a graduação e no exercício profissional. 
- Formação de um raciocínio dinâmico, rápido e preciso na solução de 
problemas dentro de cada uma de suas habilitações específicas. 
- Adoção de espírito crítico e responsabilidade que permitam uma atuação 
profissional consciente, dirigida para a melhoria da qualidade de vida dapopulação humana. 
- Exercício do papel de educador, gerando e transmitindo novos conhecimentos 
para a formação de novos profissionais e para a sociedade como um todo. 
 
 
7 Princípios teóricos e metodológicos 
 
 
 
29 
 
A integralização do Curso de Biomedicina da UFMG demanda um total de 3210 
horas de atividades, com estágios obrigatórios supervisionados de 645h, 
correspondendo a 20% da carga horária total. Essa estrutura contempla as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Biomedicina (Resolução 
CNE/CES n°2, de 18 de fevereiro de 2003). 
Em consonância com a Resolução CNE/CP 01/2004 várias disciplinas do 
Curso de Biomedicina abordam questões étnico-raciais e da cultura afro-
brasileira ao longo do currículo. Na disciplina Introdução à Biomedicina, do 
primeiro período, são apresentados documentos referentes a essas temáticas, 
com discussão da importância histórica da marginalização de grupos 
específicos no Brasil e suas consequências na sociedade, em particular na 
saúde. Na disciplina de Genética, do terceiro período, são abordados aspectos 
biológicos das diferenças e semelhanças étnicas, discutindo-se o conceito 
biológico de raça, relacionando-o com genótipos prevalentes em determinadas 
populações. Também são promovidas discussões sobre questões éticas, 
permeando o histórico das ideias eugênicas e das lutas e conquistas das 
diversas etnias e populações mundiais. Na disciplina de Políticas de Saúde, 
do quinto período, é abordado o histórico das ações e serviços de saúde, 
considerando-se o acesso aos grupos menos privilegiados da população e 
suas consequências atuais. A equidade é abordada como diretriz do Sistema 
Único de Saúde e são discutidos Programas de Saúde para grupos 
específicos, voltados para a população indígena, idosos, população ribeirinha, 
dentre outros. Outra disciplina em que a temática étnico-racial é discutida é a 
de Ética e Legislação Biomédica, que inclui em seu conteúdo a legislação na 
pesquisa clínica sobre direitos de grupos específicos, como quilombolas e 
indígenas. Na disciplina de Hematologia Clínica são abordados conteúdos 
relacionados às principais doenças hematológicas que afetam grupos étnico-
raciais distintos. Na disciplina optativa Desenvolvimento embrionário e 
Exames laboratoriais relacionadossão incluídos conteúdos que abordam as 
anomalias congênitas e susceptibilidade de desenvolvimento das mesmas por 
grupos étnico-raciais distintos. No primeiro semestre de 2018, foi criada a 
disciplina de Saúde, Gênero e Sexualidade onde temas relacionados à saúde 
em vários determinantes populacionais como a população LGBT, mulher negra 
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces022003.pdf
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces022003.pdf
 
 
30 
 
e quilombola, população indígena, mulher em situação de vulnerabilidade e 
população em situação de rua foram abordados. 
Em relação à Resolução CNE/CP 2/2012, que estabelece Diretrizes 
Curriculares Nacionais para Educação Ambiental, a relação da Biomedicina 
com a preocupação ambiental é abordada já no primeiro período, na disciplina 
de Introdução à Biomedicina, uma vez que as atividades do Biomédico 
envolvem geração de resíduos químicos e biológicos que podem impactar o 
ambiente e a saúde. Essa temática também é abordada na disciplina de 
Química Geral, no mesmo período. Posteriormente, na Microbiologia Básica 
Biomedicina no 3° período, aspectos biológicos e ecológicos de 
microrganismos de interesse clínico e ambiental são discutidos no conteúdo 
programático. Na Parasitologia Humana, do 4° período, aspectos 
epidemiológicos das parasitoses humanas são discutidos, destacando-se 
algumas parasitoses em que as alterações ambientais resultam em aumento 
de incidência. A partir do 5° período, todas as disciplinas de conhecimento 
aplicado (Imunologia, Citologia, Bacteriologia, Bioquímica, Micologia, 
Parasitologia e Hematologia Clínicas, Biologia Molecular Aplicada, 
Radioisótopos e Gestão da Qualidade do Laboratório Clínico) abordam, 
em seus conteúdos, questões de biossegurança e descarte correto de resíduos 
em serviços de saúde, visando preservar o ambiente. Além disso, diversas 
disciplinas optativas também apresentam em seus conteúdos a temática de 
educação ambiental (Toxicologia Ambiental, Introdução à Ciência do 
Ambiente, Qualidade da Água e Saúde Ambiental e Gerenciamento de 
Resíduos de Saúde). Dessa forma, a educação ambiental é amplamente 
abordada de forma transversal no currículo do curso de Biomedicina. 
O currículo do Curso de Biomedicina da UFMG também têm inseridos, em sua 
estrutura, conteúdos relacionados aos Direitos Humanos, conforme preconiza 
a Resolução CNE/CP 01/2012. Na disciplina de Introdução à Biomedicina, no 
primeiro período, essa temática é pontuada, considerando a relação do futuro 
profissional com o paciente. Ainda no primeiro período, na disciplina de 
Anatomia Humana Básica, são pontuadas questões gerais de humanização, 
conduta ética, respeito ao cadáver e direitos humanos. Na disciplina de 
Políticas de Saúde e também na disciplina de Saúde, Gênero e Sexualidade, 
 
 
31 
 
os Direitos Humanos, em particular o direito à saúde, é amplamente abordado 
dentro dos princípios doutrinários e organizativos do Sistema Único de Saúde. 
Na disciplina de Ética e Legislação Biomédica, no sexto período, essa 
questão é explorada em conteúdos referentes aos princípios da dignidade 
humana, relação entre direitos humanos e ética, legislação sobre pesquisa 
científica utilizando seres humanos e papel do Biomédico na Saúde Pública. Na 
disciplina Desenvolvimento embrionário e Exames laboratoriais 
relacionados são abordadas questões relacionadas ao aborto e aos direitos 
humanos. Ainda como forma de efetivação da Educação em Direitos 
Humanos e reconhecimento e valorização das diferenças e diversidades da 
pessoa humana, o Curso conta com a disciplina optativa de Fundamentos de 
Libras. 
Além de contemplar as Diretrizes Curriculares Nacionais e Legislações 
vigentes, o Curso de Biomedicina busca adotar, em suas práticas pedagógicas, 
os princípios institucionais propostos pela UFMG, conforme, aprovado pelo 
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão desta Instituição em 29 de março de 
2007. 
Dentre estes princípios, a flexibilidade curricular está inserida no modelo 
organizacional do currículo do Curso, baseado na premissa de que o aluno tem 
a autonomia para propor o percurso de acordo com as alternativas de trajetória 
disponíveis. 
Ainda conforme o Projeto Pedagógico Institucional6, os currículos devem estar 
pautados em: 
- consistência e qualidade dos projetos acadêmicos, propiciando aos alunos liberdade 
de acesso ao conhecimento, autonomia intelectual, capacidade de aprendizagem 
continuada, atuação ética e formação em sintonia com as necessidades regionais e 
nacionais 
- inserção internacional de alunos de graduação em programas de mobilidade 
discente 
- a revitalização permanente com base em avanços conceituais e metodológicos 
 
6
 Contextualizado a partir de: 
MINAS GERAIS. Universidade Federal. Plano de Desenvolvimento Institucional: 2013-2017. Belo 
Horizonte, 2013. Disponível em: <http://www.ufmg.br/conheca/pdi_ufmg.pdf>. Acesso em: ago 2015. 
http://www.ufmg.br/conheca/pdi_ufmg.pdf
 
 
32 
 
- estímulo ao desenvolvimento de projetos e programas inter, multi e 
transdisciplinares 
- integração permanente e efetiva entre os níveis e modalidades de ensino, pesquisa 
e extensão. 
 
No contexto destas diretrizes, a estrutura curricular do Curso de Biomedicina 
favorece a oferta/integralização de atividades acadêmicas em projetos de 
ensino, pesquisa e extensão, incentivada por meio de programas institucionais 
que oferecem bolsas acadêmicas de Monitoria, de Iniciação Científica e de 
Extensão, mediante seleção e regras pré-estabelecidas. Os estudantes contamainda com a possibilidade de participação no Programa de Educação Tutorial 
(PET), que oferece bolsas na linha temática Saúde e Ambiente, em projeto que 
integra vários cursos da área da saúde. 
Desta forma, a participação dos estudantes nestas atividades oferece um 
diferencial na sua formação, em consonância com as diretrizes institucionais: a 
monitoria estimula a fixação de conteúdos, o senso crítico e aprendizagem 
continuada, com a possibilidade de contribuir no processo de ensino-
aprendizagem; a Iniciação Científica desenvolve a autonomia e permite a 
experiência na produção do saber científico; a Extensão e a participação no 
grupo PET viabilizam a associação do conhecimento acadêmico às demandas 
da comunidade, além de estimular a integração inter, multi e transdisciplinares 
de saberes. 
O estudante do Curso pode ainda se candidatar a programas acadêmicos 
internacionais, dentre os quais merece destaque o Minas Mundi e o Programa 
Ciência Sem Fronteiras, que oferecem a oportunidade de formação pessoal, 
acadêmica e profissional em instituições estrangeiras, contemplando assim as 
metas de inserção internacional da UFMG, conforme proposta do PDI 2013-
2017 da UFMG. Em consonância com essas metas, o Curso prevê o 
aproveitamento das atividades realizadas no intercâmbio acadêmico, na forma 
de disciplinas de conteúdo variável, mediante apresentação da documentação 
de intercâmbio e análise/parecer do Colegiado. 
Aliada à política institucional de programas acadêmicos que contribui para 
operacionalizar um currículo flexível e integrativo, o curso prevê também a 
 
 
33 
 
possibilidade de o aluno cursar disciplinas optativas oferecidas na Faculdade 
de Farmácia ou outras unidades para complementar a sua formação. Desta 
forma, o estudante pode ampliar seu entendimento sobre a relação de sua área 
de formação com outras áreas de conhecimento, uma vez que alguns 
conhecimentos vão além das áreas específicas de formação. 
 
Em suma, a estrutura curricular do Curso de Biomedicina visa à formação 
crítica e reflexiva do egresso, contemplando não somente a aquisição de 
conteúdos como também o desenvolvimento de atitudes formativas que o 
preparem para atuar em um mercado de trabalho em constante diversificação. 
 
8. Organização Curricular 
 
O currículo, entendido como o conjunto de atividades acadêmicas que 
possibilitam a integralização do Curso de Biomedicina, foi estruturado de 
maneira flexível, com diversidade de conhecimentos que se integram no 
sentido de proporcionar os meios capazes de possibilitar ao egresso a inserção 
no meio profissional. O curso é organizado em períodos semestrais que 
totalizam a carga horária de 3210 horas, propiciando a formação do bacharel 
em Biomedicina. Os períodos possuem aulas de 50 minutos durante 18 
semanas para que cada crédito de disciplina corresponda a 15 horas, conforme 
padrão estabelecido pela UFMG. Algumas disciplinas apresentam turmas 
compartilhadas com o curso de Farmácia Noturno. As unidades curriculares se 
inserem nas seguintes grandes áreas: 
Ciências Exatas - incluem-se os processos, os métodos e as abordagens 
físicos, químicos, matemáticos e estatísticos como suporte à biomedicina. 
Ciências Biológicas e da Saúde – incluem-se os conteúdos (teóricos e 
práticos) de bases moleculares e celulares dos processos normais e alterados, 
da estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, bem como 
processos bioquímicos, microbiológicos, imunológicos e genética molecular, 
em todo desenvolvimento do processo saúde-doença, inerentes à biomedicina. 
 
 
34 
 
Ciências Humanas e Sociais – incluem-se os conteúdos referentes às 
diversas dimensões da relação indivíduo/sociedade, contribuindo para a 
compreensão dos determinantes sociais, culturais, comportamentais, 
psicológicos, ecológicos, éticos e legais e conteúdos envolvendo a 
comunicação, a informática, a economia e gestão administrativa em nível 
individual e coletivo. 
Ciências da Biomedicina – incluem-se os conteúdos teóricos e práticos 
relacionados com a saúde, doença e meio ambiente, com ênfase nas áreas de 
citopatologia, genética, biologia molecular, eco-epidemiologia das condições de 
saúde e dos fatores predisponentes à doença e serviços complementares de 
diagnóstico laboratorial em todas as áreas da biomedicina. 
A organização das disciplinas é de responsabilidade da Faculdade de Farmácia 
e das outras unidades da UFMG, constituídas pelo Instituto de Ciências 
Biológicas (ICB), Instituto de Ciências Exatas (ICEX), Escola de Engenharia 
(EE-DESA) e Faculdade de Ciências Econômicas (FACE). 
As atividades acadêmicas do curso podem ser categorizadas de modo a 
estabelecer um Núcleo de Formação Específica Comum, constituído de 
disciplinas de conhecimento básico e daquelas de conhecimento diretamente 
aplicado à área de atuação do biomédico e um Núcleo de Formação 
Complementar, que inclui disciplinas para incrementar a Formação Específica 
Comum, mediante a trajetória/percurso escolhido pelo aluno (Tabela 1). 
Tabela 1 – Distribuição das disciplinas obrigatórias e optativas do Curso de 
Biomedicina da UFMG por período acadêmico* 
 
Período Código Atividade Acadêmica Natureza Créditos 
Carga 
Horária 
1
o 
UNI030 Introdução à Biomedicina OB 2 30h 
MOF034 Citologia e Histologia F OB 5 75h 
QUI203 Química Geral F OB 4 60h 
QUI204 Química Geral Experimental F OB 2 30h 
MOF009 Anatomia Humana Básica OB 3 45h 
2
o 
BIG028 Genética F OB 3 45h 
EST083 Bioestatística Básica F OB 2 30h 
BIQ050 Bioquímica Celular F OB 5 75h 
FIB034 Biofísica B OB 2 30h 
QUI205 Química Inorgânica F OB 2 30h 
OP Carga Optativa OP 6 90 
 
 
35 
 
3
o
 
QUI207 Química Orgânica F OB 4 60h 
FIB035 Fisiologia F OB 6 90h 
QUI208 Química Analítica F OB 7 105h 
BIQ602 Imunologia Básica OB 3 45h 
4
o
 
MIC120 Microbiologia Básica OB 4 60h 
PAR015 Parasitologia Humana F OB 3 45h 
BIQ058 Biologia Molecular F OB 2 30h 
PAG011 Patologia Geral F OB 6 90h 
FAR024 Farmacologia F OB 4 60h 
OP Carga Optativa OP 1 15h 
5
o
 
ACT613 Bioquímica Clínica I OB 6 90h 
ACT602 Citologia Clínica OB 4 60h 
ACT017 Biologia Molecular Aplicada OB 3 45h 
ACT605 Imunologia Clínica OB 4 60h 
OP Carga Optativa OP 3 45h 
6
o
 
ACT010 Bacteriologia Clínica OB 6 90h 
ACT081 Toxicologia Ambiental OB 4 60h 
ACT601 Bioquímica Clínica II OB 6 90h 
OP Carga Optativa OP 4 60h 
7
o
 
ACT606 Parasitologia Clínica OB 5 75h 
ACT616 Radioisótopos em Diagnóstico OB 3 45h 
ACT072 Micologia Clínica OB 4 60h 
ACT045 Hematologia Clínica OB 8 120h 
8
o 
 
FAS012 Políticas de Saúde OB 2 30h 
ACT026 Ética e Legislação Biomédica OB 2 30h 
ALM027 Bromatologia OB 5 75h 
FAS028 Epidemiologia OB 3 45h 
ACT047 Atividade Integradora OB 2 30h 
OP Carga Optativa OP 6 90h 
9
o 
 
ACT018 
Gestão da Qualidade no Laboratório 
Clínico OB 2 30h 
 Estágio em Ciências Biomédicas I OB 15 225h 
OP Carga Optativa OP 1 15h 
FL Carga de Formação Livre FL 2 30h 
10
o 
 Estágio em Ciências Biomédicas II OB 14 210h 
 OP Carga Optativa OP 4 60h 
 FL Carga de Formação Livre FL 2 30h 
11
0 Estágio em Ciências Biomédicas III OB 14 210h 
 Monogradia de Conclusão de Curso OB 2 30h 
 OP Carga Optativa OP 2 30h 
 
* Linhas em destaque (fundo cinza) representam as unidades curriculares do 
Núcleo de Formação Complementar, as demais, do Núcleo de Formação 
Específica Comum. 
 
Todos os alunos matriculados no Curso de Biomedicina, independentemente 
do percurso adotado dentro das opções de formação disponíveis, devem 
obrigatoriamente passar pelas atividades acadêmicas do Núcleo de Formação 
 
 
36 
 
Específica Comum. Neste núcleo, portanto, estão inseridas as disciplinas 
obrigatórias, estando entre elas, àquelas relativas ao estágio supervisionado - 
denominado Treinamento Profissional - que contabilizam 645 h ou 20% da 
carga horária total do Curso, e o Trabalho de Conclusão do Curso, denominadoTrabalho Integralizador Multidisciplinar. Duas disciplinas destinadas a 
consolidar a integração dos saberes, denominadas Atividade Integradora A e 
Atividade Integradora B, também estão contemplados neste Núcleo Comum. 
No Núcleo de Formação Complementar é contemplado um elenco de 
disciplinas disponíveis para escolha do estudante, fechando a carga horária 
que lhe permitirá integralizar os créditos, seguindo uma trajetória definida de 
acordo com seu interesse pessoal de formação. A carga horária do Núcleo de 
Formação Complementar é dividida entre disciplinas de diferentes naturezas, 
definidas a seguir: 
 a) Disciplinas optativas (OP): grupo de disciplinas listado na matriz 
curricular do curso que tratam de conteúdos que visam complementar os temas 
abordados nas disciplinas obrigatórias. O aluno pode, portanto, escolher quais 
as disciplinas que deseja cursar. Todavia, há uma carga horária mínima, 
definida para cada percurso preestabelecido (ver item seguinte), que deve ser 
cumprida para a integralização do curso. Assim, alunos que optam pelo 
percurso Saúde e Ambiente devem cursar 240h (16 créditos) de disciplinas 
definidas dentro do grupo G1 (disciplinas optativas específicas da formação 
complementar pré-estabelecida em Saúde e Meio Ambiente); se optarem por 
formação pré-estabelecida em Gestão e Administração, devem cumprir 240 h 
do grupo G2 (disciplinas optativas específicas da formação complementar pré-
estabelecida em Gestão e Administração). As disciplinas optativas gerais do 
curso de Biomedicina são definidas dentro do grupo G9. 
 b) Disciplinas de Formação Complementar Aberta (FCA): são disciplinas 
que não estão presentes no elenco de Optativas do Curso, ministradas em 
outras Unidades da UFMG e pertencentes a áreas afins à Biomedicina. As 
disciplinas desta modalidade são propostas pelo aluno de acordo com seu 
interesse pessoal, mas devem ser aprovadas pelo Colegiado, devendo somar 
240h (16 créditos). 
 
 
37 
 
 c) Disciplinas de Formação Livre (FL): são disciplinas que não constam 
da matriz curricular do curso e que são escolhidas livremente pelo aluno, ou 
seja, sem a necessidade de aprovação pelo Colegiado. Estas disciplinas geram 
a oportunidade do aluno complementar a sua formação, em qualquer campo do 
conhecimento, com base estritamente em seu interesse individual, sendo 
objeto de aproveitamento de créditos. Dentro desta modalidade o aluno poderá 
cumprir carga horária de 60 horas (4 créditos) em atividades acadêmicas 
curriculares de quaisquer cursos já existentes na UFMG, independentemente 
da conexão conceitual com a linha básica de atuação do curso. As atividades 
livres propiciam maior versatilidade na formação e podem ser úteis na definição 
do perfil do aluno, tanto para responder a um anseio de fundamentação 
acadêmica, como para atender demandas da sociedade. 
É importante destacar que o Núcleo de Formação Complementar viabiliza a 
operacionalização da flexibilidade curricular proposta pelas diretrizes 
institucionais, mantendo, ao mesmo tempo, a identidade da formação do 
Biomédico dentro de suas competências e habilidades. Neste sentido, a 
estrutura do Curso é organizada na forma de Percursos curriculares, conforme 
descrito e detalhado no item seguinte. 
 
8.1. Percursos Curriculares 
 Ao ingressar no curso, todos os alunos do Curso de Biomedicina estão 
vinculados à opção de percurso denominada Bacharelado com Formação 
Livre. A partir do 5o período, eles devem definir sua trajetória realizando a 
opção pelo Percurso Curricular. Independentemente do percurso escolhido, 
todos os alunos cursam todas as disciplinas obrigatórias e precisam cumprir 
uma carga horária de 60 horas em Formação Livre e também uma carga 
horária de 405 horas em disciplinas optativas. As disciplinas optativas estão 
classificadas em grupos para atender às diferentes opções de formação 
complementar, que são descritas abaixo: 
1o - Bacharelado com Formação Livre: Este percurso provê uma formação 
padrão de Biomédico, destinada aos alunos que pretendem uma certificação 
sem desejar complementá-la com formações complementares. O aluno que 
 
 
38 
 
optar por se manter neste percurso cursa as disciplinas do Núcleo de 
Formação Específica Comum e cursa também disciplinas optativas para 
integralizar a carga horária total do curso. Ele as escolhe livremente dentre as 
oferecidas na grade curricular do Curso para integralizar um total de 405 horas. 
 2o- Bacharelado com Formação Complementar Aberta: Este percurso é 
voltado para o desenvolvimento da formação em áreas de atuação profissional 
não contempladas nas opções de formação complementar pré-estabelecidas 
do curso. Ele dá ao aluno a liberdade de complementar sua formação com uma 
carga horária de 240 horas em área relacionada à Biomedicina. O aluno, com o 
auxílio de um professor-orientador propõe um percurso de Formação 
Complementar Aberta composto por disciplinas da UFMG que não façam parte 
da matriz curricular do curso. Para garantir que a escolha do aluno mantenha 
afinidade com o Curso de Biomedicina, a proposta deve ser aprovada pelo 
Colegiado. Em síntese, o aluno que adota este percurso atende às disciplinas 
do Núcleo de Formação Específica Comum e escolhe 60 horas em disciplinas 
de Formação Livre, 165 horas dentre as disciplinas optativas G9 listadas na 
matriz curricular e também 240 horas em disciplinas de Formação 
Complementar Aberta. 
3o- Bacharelado com Formação Complementar em Saúde e Meio 
Ambiente: Constitui uma das opções de formação complementar pré-
estabelecida que pretende fornecer ao Biomédico o estudo aprofundado das 
questões relativas à interação entre seres vivos e meio ambiente e do papel 
desta interação na preservação das condições de saúde do ser humano. Em 
síntese, o aluno que opta por este percurso realiza as disciplinas do Núcleo de 
Formação Específica Comum, escolhe 60 horas em disciplinas de Formação 
Livre e 405 horas dentre as disciplinas optativas listadas na matriz curricular. 
Porém, destas ele deve, obrigatoriamente, cursar uma carga horária de 240 
horas dentre as que pertencem ao grupo G1, Saúde e Meio Ambiente. 
4o- Bacharelado com Formação Complementar em Gestão e 
Administração: Constitui outra proposta de formação complementar pré-
estabelecida. Esta formação é oferecida no sentido de formar Biomédicos para 
ocuparem cargos de gestores a frente de laboratórios, indústrias e empresas 
ligadas às atividades biomédicas, incluindo Laboratórios de Análises Clínicas, 
 
 
39 
 
Toxicológicas, de Alimentos, Indústrias Alimentícias, Insumos Biológicos, 
Indústrias de Reagentes para diagnóstico laboratorial, Centros de Hemoterapia, 
etc. Da mesma forma que os demais percursos, demanda a realização de 
disciplinas do Núcleo de Formação Específica Comum, de 60 horas de 
disciplinas de Formação Livre e 405 horas de disciplinas optativas. Porém, no 
elenco de optativas oferecidas dentro da grade curricular do Curso, deve-se 
obrigatoriamente cursar uma carga horária definida (240h) dentro daquelas que 
pertencem ao grupo G2, Gestão e Administração. 
Em quaisquer dos percursos, o aluno deve cumprir 3210 horas, sendo, 2745 
horas do Núcleo de Formação Específica Comum e 465h do Núcleo de 
Formação Complementar. 
A distribuição da carga horária em relação ao Núcleo de Formação, natureza 
de disciplinas e tipo de percurso está organizada conforme Tabela 2. 
 
Tabela 2 – Distribuição de carga horária no Curso de Biomedicina da UFMG, de acordo 
com o Percurso formativo e modalidade de disciplinas 
 
Percursos 
Núcleo 
Form. 
Espec. 
Comum 
Núcleo Formação Complementar TOTAL 
OB OP FCA FL 
CH C CH C CH C CH C CH C 
1-Livre 2745h 183 405h 27 - - 60h 2 3210h 214 
2- Aberta 2745h 183 165h 11 240h
a
 16 60h 2 3210h 214 
3- Saúde e M. 
Ambiente 
2745h 183 405h
b 
27 - - 60h 2 3210h 214 
4- Gestão e 
Administração 
2745h 183 405h
c 
27 - - 60h 2

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