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Divórcio e guarda dos filhos (1)

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Divórcio e guarda dos filhos, guarda compartilhada, alienação parental e peritos e assistentes técnicos.
O instituto da guarda adveio de um tempo ainda patriarcal no qual o homem era provedor do sustento da família e a mulher era dona de casa e provedora dos cuidados da prole, as modificações da sociedade e das famílias trouxeram o advento do divórcio e ficou a questão da guarda dos filhos de pais separados que dentro do contexto da época era, preferencialmente, concedido às mães, já os pais tinham, apenas, o direito de visitas.
O Código Civil atento as modificações sociais das famílias modernas, retirou a culpa como fator de estabelecimento da guarda dos filhos menores e disciplinou a guarda dos filhos menores a quem melhor tiver condições de exercer, observando-se os princípios do melhor interesse da criança e do adolescente.  Fica evidente que a intenção é atender os interesses dos menores e não dos genitores deles, que na maioria das vezes os usam como instrumento de disputa no momento de dissolução conjugal.
Cabe salientar que a criança/adolescetente podem e devem conviver com o pai e com a mãe, mesmo que estes não formem um casal, todas tem o direito de ser cuidado e educado pelos mesmos, independente do fato de não residirem mais juntos, pois a obrigação decorem do vínculo da filiação e não do casamento. 
Nesse diapasão surge a modalidade de guarda que não só a unilateral, sendo ela a compartilhada, possibilitando, assim, que ambos os cônjuges tenham igualdade de condições na convivência com seus filhos. A Lei nº 13.058 de 2014, a fim de disciplinar sobre a expressão guarda compartilhada e estabelecer sobre sua aplicação, bem como dispor sobre o exercício do poder familiar, deixando claro agora que a guarda compartilhada deve ser regra e guarda unilateral exceção, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.
Cabe ressaltar cerca da Alienação Parental, um transtorno psicológico que se caracteriza por um conjunto de sintomas pelos quais um genitor, denominado cônjuge alienador, transforma a consciência de seus filhos, mediante diferentes formas e estratégias de atuação, com objetivo de impedir, obstaculizar ou destruir seus vínculos com o outro genitor, denominado cônjuge alienado, sem que existam motivos reais que justifiquem essa condição. Em outras palavras, consiste num processo de programar uma criança para que odeie um de seus genitores sem justificativa, de modo que a própria criança ingressa na trajetória de desmoralização desse mesmo genitor. 
Nessa perspectiva cabe salientar o papel do assistente técnico e segundo Amendola (2006):
 O assistente técnico é psicólogo autônomo contratado pela parte, cujo conhecimento específico sobre a matéria deve ser empregado com a função de complementar ou argumentar acerca do estudo psicológico desenvolvido pelo perito no processo judicial. É, portanto, um assessor da parte, devendo estar habilitado para orientar e esclarecer sobre as questões psicológicas que dizem respeito ao conflito.
Diante todo exposto, cabe destacar a TCC utilizada dentro da psicologia jurídica, onde os principais objetivos da terapia cognitivo-comportamental, no tratamento de casais em conflito, são a reestruturação de cognições inadequadas, o manejo das emoções, a modificação de padrões de comunicação disfuncionais e o desenvolvimento de estratégias para solução de problemas rotineiros mais efetivos. Um instrumento comumente utilizado é a entrevista, pois através dela consegue-se obter informações relevantes sobre a história de vida do indivíduo e esses dados são importantes no entendimento das motivações que o leva à prática de determinado ato. 
Fontes:
AMENDOLA, Márcia Ferreira. Laudos, Pareceres Psicológicos e a Participação do Assistente Técnico. In:TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, ENCONTRO DE PSICÓLOGOS JURÍDICOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 7., 2006, Rio de Janeiro. Anais… Serviço de Apoio aos Psicólogos da Corregedoria Geral de Justiça.

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