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TEORIA DO CRIME 3

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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO	
TEORIA DO CRIME ............................................................................................................................................. 2 
NEXO CAUSAL ................................................................................................................................................ 2 
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES (CONDITIO SINE QUA NON) ......................................... 2 
MÉTODO DA ELIMINAÇÃO ........................................................................................................................ 3 
ELEMENTO SUBJETIVO .............................................................................................................................. 3 
CONCAUSAS .................................................................................................................................................. 3 
CONCEITO .................................................................................................................................................. 3 
CONCAUSAS DEPENDENTES ...................................................................................................................... 3 
CONCAUSAS INDEPENDENTES ................................................................................................................... 3 
CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE ........................................................................................ 4 
CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE .............................................................................................. 4 
CONCEITO .................................................................................................................................................. 4 
CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE SUPERVENIENTE QUE POR SI SÓ PRODUZIU O 
RESULTADO ............................................................................................................................................... 5 
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA ...................................................................................................... 6 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 7 
GABARITO ...................................................................................................................................................... 7	
 
 
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TEORIA DO CRIME 
NEXO CAUSAL 
Nexo	causal,	ou	causa,	é	o	vínculo	formado	entre	a	conduta	praticada	por	seu	autor	e	o	
resultado	por	ele	produzido.	
O	art.	13	do	Código	Penal	traz	o	conceito	legal	de	causa:	
Art.	13	-	O	resultado,	de	que	depende	a	existência	do	crime,	somente	
é	imputável	a	quem	lhe	deu	causa.	Considera-se	causa	a	ação	ou	
omissão	sem	a	qual	o	resultado	não	teria	ocorrido.	
Assim,	apresenta-se	o	esquema	abaixo:	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Por	exemplo,	a	conduta	de	atirar	contra	a	vítima	levará	ao	resultado	morte,	em	razão	
dos	disparos	(nexo	causal).	
TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES (CONDITIO SINE QUA 
NON) 
O	Código	Penal	brasileiro	adotou	a	teoria	da	equivalência	dos	antecedentes	(sine	qua	non)	
para	definir	o	conceito	de	causa	(nexo	causal).	
Art.	13	-	O	resultado,	de	que	depende	a	existência	do	crime,	somente	
é	imputável	a	quem	lhe	deu	causa.	Considera-se	causa	a	ação	ou	
omissão	sem	a	qual	o	resultado	não	teria	ocorrido.	
Nesse	sentido,	causa	é	toda	a	ação/omissão	que	leva	ao	resultado,	independente	do	grau	
de	sua	contribuição,	ou	seja,	há	equivalência	dos	antecedentes.	
	
NEXO CAUSAL
Teoria da 
equivalência dos 
antecedentes
Causa é toda 
ação/omissão sem a 
qual o resultado não 
teria acontecido
CONDUTA RESULTADO 
NEXO 
CAUSAL 
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OBS.:	Percebe-se	que	a	intenção	do	legislador	foi	criar	um	conceito	abrangente	de	causa,	
de	forma	a	gerar	responsabilização	ampla	dos	envolvidos.	
MÉTODO DA ELIMINAÇÃO 
A	teoria	da	equivalência	dos	antecedentes	utiliza	o	método	da	eliminação	para	delimitar	
o	que	seria	causa	de	um	crime.	
Para	tal	método,	se	a	eliminação	hipotética	de	determinado	fato	levar	à	inexistência	do	
resultado,	esse	fato	será	causa	do	crime.	
Da	mesma	forma,	caso	o	resultado	permaneça	com	a	eliminação	hipotética,	o	fato	não	será	
causa	do	crime.	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	 João,	 antes	 de	 deitar	 e	 com	 a	 intenção	 de	 se	matar,	 ingeriu	
veneno.	Na	mesma	noite,	José	entrou	na	residência	de	João	e	disparou	diversos	tiros	contra	a	
vítima.	 Posteriormente,	 o	 exame	 cadavérico	 comprovou	 que	 a	 morte	 ocorreu	 por	
envenenamento.	
No	exemplo	acima,	ao	se	eliminar,	hipoteticamente,	a	conduta	de	José	(tiro),	o	resultado	
(morte)	ainda	teria	acontecido,	o	que	leva	a	conclusão	de	que	sua	conduta	não	é	causa	do	crime.	
ELEMENTO SUBJETIVO 
A	aplicação	do	método	da	eliminação	leva	ao	inconveniente	retrocesso	ao	infinito.	
Por	exemplo,	para	o	método	da	eliminação,	a	mãe	do	assaltante,	ao	dar	à	luz,	também	foi	
causa	do	crime,	já	que	se	eliminado	hipoteticamente	o	seu	nascimento,	não	haveria	o	assalto.	
Aliás,	se	tal	raciocínio	for	aplicado	sucessivamente,	Adão	e	Eva	seriam	responsáveis	por	
todos	os	crimes	já	praticados	sob	a	face	da	Terra.	
Para	 evitar	 a	 teratologia	 no	 método	 da	 eliminação,	 a	 teoria	 da	 equivalência	 dos	
antecedentes	exige	que	a	conduta	tenha	como	elemento	subjetivo	dolo	ou	culpa.	
Com	isso,	no	exemplo	acima,	ainda	que	o	nascimento	do	assaltante	seja	“causa”	do	assalto,	
sua	 mãe	 não	 seria	 responsabilizada	 penalmente,	 já	 que	 não	 agiu	 com	 dolo	 ou	 culpa	 na	
concepção.	
CONCAUSAS 
CONCEITO 
A	concausa	pode	ser	definida	como	um	acontecimento/fato	paralelo	à	conduta	do	agente	
e	que	contribui	para	o	resultado.	
CONCAUSAS DEPENDENTES 
A	concausa	dependente	é	aquela	que	decorre	da	conduta	do	agente,	inserindo-se	no	curso	
normal	do	desenvolvimento	dos	fatos.	
	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	“A”	acerta	uma	facada	em	“B”.	Por	conta	da	facada,	“B”	sofre	
uma	hemorragia	interna	e	morre.	
	
Do	exemplo	acima,	é	possível	afirmar	que	a	hemorragia	é	uma	concausa	dependente	da	
facada	e	que	contribuiu	para	o	resultado	(morte).	
CONCAUSAS INDEPENDENTES 
A	 concausa	 independente	 é	 aquela	 que	 foge	 da	 linha	 normal	 de	 desdobramento	 da	
conduta,	ou	seja,	é	algo	imprevisível,	mas	que	corrobora	para	o	resultado.	
As	concausas	independentes	são	classificadas	em:	ABSOLUTAS	e	RELATIVAS.	
	
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CONCAUSA ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE 
A	concausa	absolutamente	independente	tem	a	característica	de	romper	o	nexo	causal,	
tornando-se,	portanto,	a	única	responsável	pelo	resultado.	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	“A”,	desejando	a	morte	de	“B”,	coloca	veneno	em	sua	refeição.	
Contudo,	 antes	 do	 efeito	 do	 veneno,	 “B”	 sai	 com	 o	 carro	 e	 morre	 em	 um	 acidente	
automobilístico.	
No	 exemplo	 acima,	 percebe-se	 que	 o	 acidente	 automobilístico	 é	 uma	 concausa	
absolutamente	 independente	ao	veneno	ministrado	por	 “A”,	pois	é	apto,	 sozinho,	a	 levar	ao	
resultado	(morte).	
CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE 
CONCEITO 
A	concausa	relativamente	independente,	apesar	de	externa,	origina-se	da	própria	conduta	
do	agente.	
Em	regra,	por	manter	um	vínculo	 com	a	 conduta	do	agente,	 a	 concausa	 relativamente	
independente	 não	 tem	 a	 aptidão	 para	 romper	 o	 nexo	 causal,	 como	 ocorre	 na	 hipótese	 de	
concausa	absolutamente	independente.	
Dessa	forma,	o	agente	continua	a	responder	pelo	resultado	do	crime.	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	“A”	é	alvejado	por	disparo	de	arma	de	fogo	em	região	do	corpo	
não	letal,	contudo,	vem	a	falecer	de	hemorragia	em	razão	de	ser	portador	de	hemofilia.	
No	exemplo	apresentado,	foi	o	fato	de	ser	hemofílico	que	levou	à	morte	de	“A”,	já	que	não	
suportou	a	perda	de	sangue	decorrente	da	hemorragia.	
Porém,	a	hemorragia	(causa	da	morte)	só	ocorreu	porque	“A”	sofreu	um	tiro,ou	seja,	a	
hemofilia	 foi	uma	concausa	 relativamente	 independente,	pois	 está	 associada	à	 lesão	 sofrida	
com	o	disparo	da	arma	de	fogo.	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	 “A”,	ao	ter	uma	arma	apontada	contra	si,	corre	em	direção	a	
uma	avenida	muito	movimentada,	vindo	a	falecer	ao	ser	atropelado	por	um	veículo.	
Nesse	caso,	a	morte	foi	consequência	do	atropelamento,	mas	o	acidente	só	ocorreu	porque	
a	 vítima	 se	 assustou,	 ou	 seja,	 há	 relação	 direta	 entre	 o	 resultado	 e	 a	 conduta	 do	 agente	 de	
apontar	a	arma	de	fogo,	sendo,	portanto,	uma	concausa	relativamente	independente.		
 
CONCAUSA 
INDEPENDENTE
Absoluta
Relativa
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CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE SUPERVENIENTE QUE 
POR SI SÓ PRODUZIU O RESULTADO 
O	art.	13,	§1º,	do	CP	apresenta	a	seguinte	redação:	
Art.	 13,	 §	 1º,	 do	 CP	–	 “A	 superveniência	 de	 causa	 relativamente	
independente	 exclui	 a	 imputação	 quando,	 por	 si	 só,	 produziu	 o	
resultado;	 os	 fatos	 anteriores,	 entretanto,	 imputam-se	 a	 quem	 os	
praticou”.	
Como	dito	anteriormente,	nas	concausas	relativamente	independentes,	pela	aplicação	da	
teoria	 da	 equivalência	 dos	 antecedentes,	 o	 agente	 responde	 pelo	 resultado,	 já	 que	 não	 há	
rompimento	do	nexo	causal.	
Contudo,	o	dispositivo	legal	acima	apresenta	uma	exceção	à	teoria	da	equivalência	dos	
antecedentes.	
A	 redação	 do	 art.	 13,	 §1º,	 do	 CP,	 é	 de	 difícil	 compreensão,	 portanto,	 para	 facilitar	 o	
aprendizado,	é	necessário	analisar	cada	um	de	seus	elementos:	
	
	
	
A	concausa	relativamente	independente	já	foi	objeto	do	tópico	antecedente.	
Por	outro	lado,	entende-se	por	superveniente	a	concausa	que	se	origina	após	a	conduta	
do	agente.	
SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	“A”	atira	em	“B”,	contudo,	esse	é	socorrido	por	uma	ambulância.	
No	trajeto	até	o	hospital,	a	ambulância	se	envolve	em	um	acidente	e	“B”	morre	em	decorrência	
da	batida.	
No	 exemplo	 acima,	 o	 acidente	 automobilístico	 é	 posterior,	 ou	 seja,	 superveniente	 à	
conduta	de	“A”	(tiro).	
Por	 fim,	 a	 expressão	 “por	 si	 só	 produz	 o	 resultado”	 está	 relacionada	 à	 eficiência	 da	
concausa	relativamente	independente	superveniente	de	produzir	o	resultado	esperado	pelo	o	
agente.	
Nesse	 sentido,	 no	 exemplo	 acima,	 o	 acidente	 de	 trânsito	 causou	 a	 morte	 da	 vítima,	
independentemente,	do	tiro,	ou	seja,	produziu,	sozinho,	o	resultado	(morte).	
Assim,	 na	 situação	hipotética,	 “A”	 não	 responderá	pela	morte	de	 “B”	 (resultado),	mas,	
apenas,	pelos	atos	praticados,	ou	seja,	tentativa	de	homicídio.	
Para	não	restar	dúvidas,	vamos	para	um	outro	exemplo.	
	
ART. 13, 
§1º, DO CP
Concausa 
relativamente 
independente
Superveniente
Por si só produz 
o resultado
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SITUAÇÃO	HIPOTÉTICA:	“A”	atira	em	“B”,	contudo,	este	é	socorrido	por	uma	ambulância	
e	levado	para	o	hospital.	Contudo,	em	razão	de	uma	infecção	hospitalar,	“B”	vem	a	falecer.	
Da	mesma	forma	do	exemplo	anterior,	temos	uma	concausa	relativamente	independente	
e	superveniente.	
Contudo,	 nesse	 caso,	 a	 concausa	 não	 “produziu	 por	 si	 só	 o	 resultado”,	 pois	 a	 infecção	
hospitalar	 não	 era	 capaz	 de	 causar	 a	 morte,	 mas	 isso	 aconteceu	 porque	 a	 vítima	 estava	
debilitada	em	razão	do	tiro.	
Assim,	“A”	responderá	pelo	resultado	morte,	ou	seja,	por	homicídio	consumado.	
MACETE: Para identificar se a concausa “produziu por si só o resultado”, 
imagine, na situação concreta, um terceiro. 
Assim, no caso concreto, se a vítima e o terceiro sofreram o resultado esperado 
pelo agente, a concausa produziu por si só o resultado. 
Por exemplo, no caso do acidente com a ambulância, a morte não foi apenas 
da vítima, mas de todos os ocupantes do veículo (ou, pelo menos, poderiam morrer), 
assim, tal fato “produziu por si só o resultado”. 
Por outro lado, no caso da infecção hospitalar, a morte atingiu apenas a vítima, 
já que um terceiro, saudável (por não ter tomado um tiro), não teria morrido da 
doença. 
Nesse caso, a infecção hospitalar (concausa relativamente independente 
superveniente), por si só, não produziu o resultado. 
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA 
Como	dito	anteriormente,	o	Código	Penal	adota,	em	regra,	a	teoria	da	equivalência	dos	
antecedentes.	
Contudo,	no	caso	do	art.	13,	§1º,	do	CP,	foi	adotada,	excepcionalmente,	a	chamada	teoria	
da	causalidade	adequada,	pois	permite	que	o	agente	responda	apenas	pela	conduta	praticada,	
ao	invés	do	resultado	efetivo.	
	
	
 
NEXO 
CAUSAL
Regra: Teoria da 
equivalência dos 
antecedentes
Exceção: Teoria 
da causalidade 
adequada
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EXERCÍCIOS 
1. (CESPE/2019	–	TJ-DFT	–	Titular	de	Serviços	de	Notas)	-	Considerando	a	relação	causal	
entre	 conduta	 e	 resultado	 típico,	 assinale	 a	 opção	 correta.	 A	 causa	 superveniente	
relativamente	independente	não	exclui	a	imputação	do	fato	ao	agente,	ainda	que	tenha	
produzido	o	resultado	por	si	só.	
Certo	(			)	Errado	(			)	
2. (VUNESP/2014	–	TJ-SP	–	Juiz)	-	A	superveniência	de	causa	relativamente	independente,	
que,	por	si	só,	produz	o	resultado,	exclui	a	imputação	original,	mas	os	fatos	anteriores	são	
imputados	a	quem	os	praticou.	
Certo	(			)	Errado	(			)	
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: A questão está errada. 
 
Segundo o art. 13, §1º, do CP, a causa superveniente relativamente 
independente, quando, por si só, produz o resultado, afasta a sua imputação, 
devendo o autor responder apenas pelos atos já praticados. 
Art. 13, § 1º, do CP – “A superveniência de causa relativamente independente 
exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, 
entretanto, imputam-se a quem os praticou”. 
	
COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: A questão está certa. 
Os fundamentos são idênticos da questão anterior. 
	
GABARITO 
1. Errado	
2. Certo

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