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E-BOOK TÉCNICO EM AGRIMENSURA

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Técnico em
Agrimensura
 1. CARTOGRAFIA
 2. DESENHO TOPOGRÁFICO
 3. TOPOGRAFIA I
 4. GEOCIÊNCIA I
 
 5. PARCELAMENTO DE SOLOS
 6. CADASTRO TÉCNICO 
 MULTIFINALITÁRIO
 7. GEODÉSIA
 8. SENSORIAMENTO REMOTO
 9. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 
 GEOGRÁFICAS
 10. REFERÊNCIAS
 
Índice
A cartogra�a é a ciência que se dedica à representação do espaço geográ�-
co por meio do estudo, análise e confecção de cartas ou mapas. Os seus 
produtos, entretanto, não se limitam aos mapas: plantas, croquis e o globo 
terrestre são outros resultados diretos da aplicação dos conhecimentos 
cartográ�cos.
Essa ciência utiliza-se de uma série de técnicas para que seja possível a 
reprodução do espaço, de parcelas do espaço ou, ainda, de alguns de seus 
aspectos em uma escala reduzida e da forma mais acurada possível. A 
cartogra�a é associada ainda à arte, emprestando dela algumas técnicas. 
A de�nição de cartogra�a que se tem hoje foi estabelecida, no ano de 
1996, pela Associação Cartográ�ca Internacional (AIC), sendo a mais aceita 
e amplamente utilizada.
Muitas utilidades podem ser atribuídas à cartogra�a e aos seus produtos.
A primeira delas é a localização de um determinado referencial na superfí-
cie terrestre, desde áreas das mais extensas, como continentes e países, até 
pontos especí�cos de um determinado lugar, como um bairro ou uma 
residência. Associado a isso, a cartogra�a serve ainda para a orientação no 
espaço e para auxiliar nos deslocamentos, o que é feito com a utilização de 
mapas e bússolas ou GPS.
CARTOGRAFIA1
Por meio das técnicas cartográ�cas, cria-se uma série de produtos que nos 
auxiliam no estudo e compreensão de várias características do espaço 
físico, como:
Relevo, hidrogra�a, climas, distribuição dos tipos de solo, localização e 
limites dos biomas etc.
A cartogra�a permite também a espacialização de informações geográ�cas 
úteis para tomadas de decisões na esfera polícia, gestão e planejamento e 
para o desenvolvimento de estratégias de caráter político, social ou 
econômico. Para tal, são utilizados os mapas:
Políticos, populacionais, de redes de transporte, econômicos, de uso da 
terra, e de uma variedade de outros temas.
A cartogra�a pode ser dividida em duas grandes áreas:
 ramo da cartogra�a dedicado à repre-
sentação das características físicas da superfície terrestre, e por essa razão 
é também chamada de cartogra�a topográ�ca. As informações representa-
das são de caráter genérico e, por isso, duradouras no tempo, sendo cole-
tadas e replicadas por meio de técnicas especí�cas.
 ramo da cartogra�a dedicado à produção de 
mapas com base em informações geográ�cas diversas, não se restringindo 
às dimensões físicas de uma área. Seus produtos indicam a ocorrência 
espacial de fenômenos especí�cos, como econômicos, sociais, demográ�-
cos e mesmo naturais. Por essa razão, recebe o nome também de cartogra-
�a geográ�ca. 
 são valores numéricos que indicam a 
localização de um objeto ou ponto qualquer na superfície terrestre. São 
de�nidas com base nos valores de latitude e longitude, indicadas, respecti-
vamente, pelos paralelos e meridianos.
são representações da Terra em uma superfí-
cie plana. Para isso, baseiam-se em uma rede composta por linhas imag-
inárias horizontais e verticais (paralelos e meridianos) perpendiculares 
entre si. São classi�cadas quanto à superfície de projeção (cônica, cilíndri-
ca, plana) e quanto às suas propriedades (conforme, equidistante, equiva-
lente).
 é uma relação numérica (proporção) entre as 
dimensões de uma superfície, conforme são representadas no mapa, e 
suas dimensões reais, medidas de forma linear. Uma escala de 1:250.000 
expressa em centímetros, por exemplo, indica que cada centímetro do 
mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5 km na superfície do terreno.
Projeção Cilíndrica Projeção Cônica
Projeção Plana
(Azimutal)
 - Mapas: são representações grá�cas, em escala reduzida, da superfície 
terrestre ou de parte dela sobre um plano. Podem ainda representar espa-
cialmente determinadas informações geográ�cas, compondo, assim, os 
mapas temáticos.
O Desenho Topográ�co consiste na representação �el do terreno em 
planta, com seus acidentes naturais, hidrogra�a, uso do solo, benfeitorias, 
bem como todos os elementos relevantes para atender a �nalidade do 
levantamento.
A NBR 13.133 trás os diferentes conceitos e métodos de levantamento 
topográ�co, a mesma trás o seguinte conceito para desenho topográ�co 
�nal (ou desenho �nal):
DESENHO TOPOGRÁFICO2
“Peça grá�ca realizada, a partir do original topográ�co, sobre base transpar-
ente, dimensionalmente estável (poliéster ou similar), quadriculada previa-
mente, em formato de�nido nas NBR 8196, NBR 8402, NBR 8403, NBR 
10068, NBR 10126, NBR 10582 e NBR 10647, com área útil adequada à rep-
resentação do levantamento topográ�co, comportando, ainda, moldura e 
identi�cadores segundo modelo de�nido pela destinação do levantamen-
to. ”
No caso, as NBRs mencionadas são as diferentes NBRS de desenho técnico, 
sendo que toda planta topográ�ca deve levar as mesmas em consideração.
Um desenho topográ�co nada mais é do que uma representação �el do 
terreno em uma planta topográ�ca. Sendo que o desenho topográ�co 
deve possuir:
Os acidentes naturais, a hidrogra�a, os usos do solo, as benfeitorias, bem 
como todo e qualquer elemento relevante para atender a �nalidade do 
levantamento.
Na realidade, o tipo de levantamento topográ�co que está sendo realizado 
é que dirá quais elementos que a planta topográ�ca deve ter.
130
130
120
120
110
110
100
100
Existem 6 diferentes tipos de levantamentos topográ�cos, o método de 
levantamento topográ�co adotado de�nirá quais elementos naturais ou 
arti�ciais a planta deve ter.
No caso, a NBR 13.133 traz o seguinte conceito para levantamento 
topográ�co:
“Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos 
horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com 
instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta 
e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas 
topográ�cas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à 
sua exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua 
representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equi-
distância também predeterminada e/ou pontos cotados. ”
Ou seja, todo levantamento topográ�co deve possuir 2 etapas:
Implantação e materialização de pontos de apoio no terreno e levantamen-
to dos dados propriamente ditos.
Sendo que posteriormente será produzida a planta, a qual terá o desenho 
topográ�co. Seguem os 6 diferentes métodos de levantamento de dados a 
campo existentes.
Levantamento topográ�co expedito: A NBR 13.133 traz o seguinte conceito 
para o mesmo:
“Levantamento exploratório do terreno com a �nalidade especí�ca de seu 
reconhecimento, sem prevalecerem os critérios de exatidão. “
O levantamento topográ�co expedito possui como objetivo apenas o 
reconhecimento do terreno, sendo que no mesmo não se faz o levanta-
mento de dados e consequentemente não se produz desenho topográ�co.
 O levantamento topográ�co planimétrico também é con-
hecido como levantamento planimétrico ou levantamento perimétrico, 
sendo que a NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o mesmo:
“Levantamento dos limites e confrontações de uma propriedade, pela 
determinação do seu perímetro, incluindo, quando houver, o alinhamento 
da via ou logradouro com o qual faça frente, bem como a sua orientação e 
a sua amarração a pontos materializados no terreno de uma rede de 
referência cadastral, ou, no caso de sua inexistência, a pontos notáveis e 
estáveis nas suas imediações. Quando este levantamento se destinar à 
identi�cação dominial do imóvel, são necessários outros elementos com-
plementares, tais como: perícia técnico-judicial, memorial descritivo, etc. “
O levantamento 
topográ�co altimétrico também é conhecido como nivelamento, sendo 
que a NBR
13.133 traz o seguinte conceito para o mesmo:
Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas 
relativas a uma superfície de referência dos pontos de apoio e/ou dos 
pontos de detalhes, pressupondo-se o conhecimento de suas posições 
planimétricas, visando à representação altimétrica da superfície levantada.
 A NBR 13.133 traz 
o seguinte conceito para o levantamento topográ�co planialtimétrico:
“Levantamento topográ�co planimétrico acrescido da determinação 
altimétrica do relevo do terreno e da drenagem natural. “
Uma planta topográ�ca planialtimétrica é uma planta cujo desenho 
topográ�co, além dos elementos planimétricos, também possui os elemen-
tos altimétricos.
A NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o 
levantamento topográ�co planimétrico cadastral:
“Levantamento planimétrico acrescido da determinação planimétrica da 
posição de certos detalhes visíveis ao nível e acima do solo e de interesse à 
sua �nalidade, tais como: limites de vegetação ou de culturas, cercas inter-
nas, edi�cações, benfeitorias, posteamentos, barrancos, árvores isoladas, 
valos, valas, drenagem natural e arti�cial, etc. Estes detalhes devem ser 
discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e instru-
mentos legais entre as partes interessadas na sua execução. “
Ou seja, uma planta topográ�ca planimétrica cadastral, além das distâncias 
e mudanças de ângulo do imóvel, também possui a representação dos 
diferentes elementos naturais e/ou arti�ciais de interesse.
A NBR 
13.133 traz o seguinte conceito para o levantamento topográ�co planial-
timétrico cadastral:
“Levantamento topográ�co planialtimétrico acrescido dos elementos 
planimétricos inerentes ao levantamento planimétrico cadastral, que 
devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas 
e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução. “
Ou seja, uma planta planialtimétrica cadastral, possui os elementos 
planimétricos, os elementos altimétricos e, também, os diferentes elemen-
tos naturais e/ou arti�ciais de interesse.
Topogra�a é a descrição minuciosa de um trecho da Terra contendo infor-
mações de todos os detalhes existentes como estradas, casas, montes, 
vales, rios, etc. A palavra Topogra�a é de origem grega. TOPOS signi�ca 
lugar e GRAFIA signi�ca descrição.
TOPOGRAFIA I3
As aplicações da topogra�a podem ser várias, em diferentes seguimentos 
como: Construção civil (edifícios, pontes, viadutos, túneis, etc), urbanismo 
(loteamento, parcelamento do solo, etc), geologia, oceanogra�a, mapea-
mento topográ�co e cartográ�co, medição de propriedades rurais e 
urbanos, entre outras.
 O levantamento 
topográ�co deve representar as características da superfície de um terreno 
bem como as dimensões dos lotes fornecendo dados con�áveis para que, 
depois de interpretados e manipulados, possam contribuir nos projetos 
arquitetônico e de implantação. Os levantamentos topográ�cos geral-
mente são apresentados através de desenhos de curvas de nível e de per�s. 
Os levantamentos topográ�cos podem ser divididos em: Levantamentos 
planimétricos e levantamentos altimétricos.
Planimetria ou Placometria é a deter-
minação das projeções horizontais dos pontos do terreno. São determina-
das as medidas corretas do terreno pois nem sempre as medidas indicadas 
na escritura conferem com as medidas reais.
Altimetria ou Hipsometria é a determi-
nação das alturas no relevo do solo. Estuda os procedimentos, métodos e 
instrumentos de distâncias verticais ou diferenças de nível e ângulos vertic-
ais (nivelamento).
Topologia: Estuda as formas do relevo. Representa, através de curvas de 
nível e pontos cotados, o relevo do terreno em planta.
Um conceito muito importante a se destacar sobre a topogra�a é o concei-
to de escala, uma planta topográ�ca nunca é feita em verdadeira grandeza. 
Imagine um desenho topográ�co de uma cidade sendo feito em folhas no 
tamanho real. Gastaríamos milhões de folhas. Portanto, é adotada uma 
redução grá�ca que chamamos de escala.
A escala é a relação entre a representação grá�ca de um objeto e sua 
dimensão no terreno, dada na forma de fração.
E = d/D
Onde: 
D: Dimensão real
Quanto maior o denominador, ou seja, quanto maior a dimensão real, 
menor será a escala e o desenho consequentemente será menor. Portanto, 
o número de detalhes no desenho será menor.
Quanto menor o denominador, maior será a escala, ocasionando em um 
maior detalhamento dos elementos na planta topográ�ca.
GEOCIÊNCIA I4
Área que abrange disciplinas cientí�cas sobre o estudo da Terra, as GEO-
CIÊNCIAS analisam rochas, atmosferas, placas tectônicas, oceanos, entre 
outras composições do planeta. Por isso, pro�ssionais do ramo têm conhec-
imentos de Geologia, Oceanogra�a, Topogra�a ou Mineralogia, de acordo 
com a especialização escolhida. No currículo, matemática, física, química e 
geogra�a se destacam no início do curso, que também pode ter disciplinas 
mais especí�cas como paleontologia (ciência que estuda os fósseis e o 
passado da vida na terra), petrologia (trata da origem e história das rochas), 
ou até mesmo hidrogeoquímica, o estudo das diferentes composições da 
água no ambiente.
Quando não estão analisando amostras em laboratórios, pro�ssionais de 
GEOCIÊNCIAS partem para campo. Realizam estudos tanto em desertos ou 
�orestas quanto em áreas urbanas, auxiliando especialmente grandes 
obras. De acordo com a especialização escolhida, geocientistas realizam 
pesquisas sobre erosão do solo, análise topográ�ca de terrenos, terremotos 
e vulcões. Eles também estudam as rochas, suas composições, exploram a 
analisam jazidas minerais, carvão, gás natural e petróleo, além de analisar-
em o clima para compreenderem como todos os elementos e característi-
cas do planeta interagem entre si.
Tão intrigantes para o homem quanto outras disciplinas cientí�cas, as GEO-
CIÊNCIAS surgiram com as primeiras civilizações da antiguidade, especial-
mente gregos e egípcios. Os �lósofos gregos, por exemplo, foram os 
primeiros a questionavam sobre a origem e composição de rochas, carac-
terísticas da terra, do mar e da atmosfera que os cercavam. Ao longo dos 
séculos, o aparecimento de fósseis e tentativas de desvendar a ocorrência 
de terremotos, estimulou ainda mais os estudos na área – muitas vezes 
contestados pelos dogmas da Igreja Católica.
Diversos cientistas elaboraram estudos nas áreas de GEOCIÊNCIAS, e entre 
eles se destacou o trabalho do escocês Charles Lyell, que em 1830 escreveu 
a obra “Princípios da Geologia”, em que não só citava aspectos físicos, mas 
também químicos e biológicos da composição de elementos terrestres, 
como rochas e fósseis. No século XX, o surgimento de diversas tecnologias 
permitiu a datação da idade das rochas e com essa análise, cientistas pud-
eram determinar características importantes da vida na Terra.
Ao sugerir que há 200 milhões de anos os continentes estavam juntos em 
uma única massa continental, o geofísico alemão Alfred Wegener se tornou 
mundialmente famoso e marcou para sempre os estudos na área de GEO-
CIÊNCIAS. Em 1915 ele publicou seu livro “A Origem dos Continentes e dos 
Oceanos”. Entre outras ideias, ele defendia Teoria da Tectônica das Placas 
para descrever os deslocamentos dos continentes ao longo dos anos.
O parcelamento do solo ocorre tanto em áreas rurais como em áreas urba-
nas. O mesmo nada mais é do que a divisão da terra em unidades juridica-
mente independentes.
Pode se exempli�car através de uma situação hipotética em que:
Digamos que o seu João possua uma área de 100 Ha e queira vender a 
metade da mesma.
Seu Pedro, que é amigo dele, ao �car sabendo a respeito, decide comprar as 
50 Ha do seu João.
Perceba que, com isso, será necessário fazer a medição e o desmembra-
mento desta nova área de terras que irá receber matricula própria, ou seja, 
a área que era do seu João foi parcelada.
Na realidade, este é um exemplo clássico de fracionamento do solo. Porém, 
é preciso saber que o mesmo é somente um dos diferentes
tipos de 
parcelamentos do solo existentes. Isso porque existem outros 2 tipos de 
parcelamentos do sol, são eles: desmembramento e loteamento.
O conceito teórico que melhor descreve o desmembramento é: tirar uma 
área de dentro de uma área maior.
PARCELAMENTO DE SOLOS5
Imagine a seguinte situação: seu Paulo, que possuía uma área de 150 ha 
morreu.
Diante disso, os bens e deveres que o mesmo possuía passaram a fazer 
parte do espólio e deverão ser inventariados pela esposa (dona Maria) e 
pelos seus 2 �lhos.
Ao fazer-se o inventário, dona Maria �cou com metade da área (75 ha) e 
cada um dos �lhos com 1/3 da área (37,5 ha). Acontece que as novas áreas 
não foram medidas, o que impossibilitou a geração de novas matriculas.
Com isso, as 3 novas originadas do fracionamento do imóvel original não 
receberam novas matriculas, recebendo registros na matricula original, ou 
seja, formou-se algo parecido com um condomínio onde que “teorica-
mente” todas as áreas aparecem como estando dentro de uma área maior.
Passados 8 anos do inventário, dona Maria decidiu ajeitar a situação cadas-
tral de sua área, sendo que para isso, precisará tirar a mesma de dentro da 
área maior. Ou seja, desmembrar a área.
É exatamente isso que é desmembrar uma área, dividir uma área existente 
em duas ou mais áreas menores.
A diferença do loteamento de área para o desmembramento é que no 
loteamento pega-se uma área grande e divide-se a mesma em enésimas 
parcelas ou lotes.
Com isso, se faz necessária a construção dos diferentes equipamentos 
urbanos necessários.
Perceba que o desmembramento é mais simples do que o loteamento. No 
mesmo existe o aproveitamento do sistema viário. Não sendo necessária a 
abertura de novas vias públicas, nem o prolongamento, modi�cação ou 
ampli�cação dos logradouros existentes.
O tipo mais comum de loteamento rural é o realizado pelo INCRA, quando 
o mesmo desapropria áreas de terras que não estão cumprindo sua função 
social.
Quanto aos loteamentos urbanos, a lei do parcelamento do solo de�niu 
que os mesmos devem possuir áreas verdes e, além disso, uma série de 
equipamentos urbanos, sendo que a aprovação dos mesmos só acontece 
mediante o obedecimento da legislação.
Além disso, a lei do parcelamento do solo de�niu que o tamanho mínimo 
de um lote é de 125 m². Ou seja, é impossível fazer-se um parcelamento do 
solo urbano com lotes de tamanho inferior a 125 m². O cartório não irá 
registrar porque os lotes estão burlando a lei do parcelamento do solo.
Além disso, cada município deve ter lei própria que de�na aonde que os 
diferentes usos do solo urbano são possíveis. Desta maneira, antes de 
lotear uma área para a construção de moradias, deve-se consultar a lei 
municipal. Isso porque, do contrário, a prefeitura se negará a licenciar o 
loteamento.
Quando se fala em parcelamento do solo, existem estes 2 termos que cos-
tumam causar desentendimento dos pro�ssionais.
Se analisarmos a lei 6.766, a mesma traz as seguintes de�nições:
Lote: Porção de terra dotada dos melhoramentos necessários para a 
utilização.
Gleba: Origina lote.
Estas de�nições trazidas pela lei do parcelamento do solo são um pouco 
subjetivas, porém, em linhas gerais, podemos dizer que um lote é uma área 
de terra urbana que possui a menor área de terra possível.
Isso porque é impossível parcelar o mesmo de certa forma que a área 
resultante obedeça a lei do parcelamento do solo. Ou seja, esteja com uma 
área maior do que 125 m².
A gleba, por outro lado é uma área de terra que ainda possibilita parcela-
mento.
O Cadastro Técnico Multi�nalitário pode ser entendido como um sistema 
de registro dos elementos espaciais que representam a estrutura urbana, 
constituído por uma componente geométrica e outra descritiva que lhe 
conferem agilidade e diversidade no fornecimento de dados para atender 
diferentes funções, inclusive a de planejamento urbano (BLACHUT et al, 
1974).
Segundo Blachut et al (1980), o cadastro urbano possui três funções bási-
cas:
- Função �scal, que se refere à identi�cação dos bens imóveis e de seus 
proprietários com a �nalidade de regulamentar o recolhimento de impos-
tos;
- Função jurídica, que se refere à determinação dos direitos de proprie-
dade;
- Função de planejamento que, segundo os autores, “está deslocando-se 
rapidamente para o ponto central das operações cadastrais, e como 
resultado disso o cadastro está adquirindo uma certa característica multi�-
nalitária” (BLACHUT et al, 1980).
Em outras palavras, o CTM é uma base cartográ�ca e alfanumérica que 
descreve o sistema urbano (e rural) através das suas unidades imobiliárias, 
especialmente as parcelas e edi�cações, mas também com os eixos de 
logradouros.
CADASTRO TÉCNICO 
MULTIFINALITÁRIO6
Dessa forma, o CTM torna-se uma base sobre a qual podem ser construídas 
diversas bases temáticas, tais como o cadastro tributário, a base de dados 
do sistema de saúde, o cadastro de áreas verdes e públicas, e assim por 
diante.
Loch (2005) cita uma série de objetivos do cadastro multi�nalitário, que 
podem ser sintetizados da seguinte maneira:
- Coletar e armazenar informações descritivas do espaço urbano, manten-
do-as atualizadas;
- Implementar e manter atualizado o sistema cartográ�co;
- Fornecer informações aos processos de tomada de decisões inerentes ao 
planejamento e à gestão urbana;
- Tornar mais con�áveis as transações imobiliárias através de uma de�nição 
precisa da propriedade imobiliária; 
- Disponibilizar essas informações para os órgãos públicos e para a socie-
dade em geral.
No que diz respeito mais especi�camente ao planejamento urbano, o CTM 
pode ser considerado um modelo descritivo do espaço urbano. Modelos 
descritivos, como o próprio nome diz, são representações simpli�cadas de 
uma determinada realidade com vistas a descrevê-la para que seja possível 
manipulá-la. Eles são necessários, por exemplo, para a construção de mod-
elos explanatórios (ou teorias) sobre os sistemas urbanos.
Portanto, o CTM, se bem estruturado, pode ser uma base fundamental para 
o planejamento urbano.
O Cadastro é composto por várias camadas de informações, representadas 
de forma cartográ�ca, associadas a tabelas de dados alfanuméricos que 
possuem vinculação aos dados espaciais, essas tabelas podem ter os mais 
variados atributos para os elementos grá�cos, tais como proprietário, uso 
do solo, número de pavimentos, área construída, zoneamento no qual está 
inserido, presença de áreas alagáveis, e assim por diante. Cada linha de 
uma tabela é chamada de registro, e refere-se a um elemento espacial na 
base cartográ�ca. Esse conjunto de dados de naturezas diversas é geren-
ciado por um Sistema de Informações Geográ�cas, ou SIG.
Nos últimos anos houve o desenvolvimento de um conjunto de disciplinas 
denominadas ciências geodésicas, as quais permitem medir, representar e 
analisar o espaço geográ�co com alta precisão. Estas ciências são a Car-
togra�a (a mais antiga), a Topogra�a, a Astronomia de Posição, a Fotogra-
metria, o Sensoriamento Remoto e a Geodesia. O termo geodesia foi 
utilizado pela primeira vez na Grécia Antiga, por Aristóteles, e signi�ca 
divisões geográ�cas da terra, ou ato de dividir a terra.
GEODÉSIA7
A geodesia é a ciência que analisa a determinação da forma, das 
dimensões e do campo de gravidade da Terra. As atividades geodésicas 
proporcionaram uma revolução na cartogra�a com a implantação do Siste-
ma de Posicionamento Global (GPS).
Através da utilização desse sistema é possível obter informações mais pre-
cisas da determinação de posições, estáticas ou cinemáticas, aliando rapi-
dez e precisão muito superiores aos métodos clássicos.
No Brasil, o órgão responsável pelas atividades referentes à geodesia é o 
Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE), que desenvolveu o 
Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), formado pelo conjunto de estações, 
materializadas no terreno, cuja posição serve como referência precisa a 
diversos projetos de engenharia (construção de estradas, pontes, barra-
gens, etc.), além de mapeamento, geofísica e pesquisas cientí�cas. A 
geodesia é considerada ao mesmo tempo um ramo da Engenharia e das 
Geociências, que trata do levantamento e da representação da forma e da 
superfície terrestre. A matemática e a física também estudam a geodesia, 
como forma de determinar a medição de superfícies curvas, usando méto-
dos semelhantes aos utilizados na superfície curva da Terra.
A cartogra�a está dentro do conjunto de ciências geodésicas, sendo con-
siderada uma das mais antigas, responsáveis em analisar e medir as 
dimensões da Terra.
O cartógrafo tem a responsabilidade de reproduzir as características e 
complexidades de uma rede geográ�ca esférica (as dimensões, longitudes, 
latitudes e demais medidas terrestres) para uma superfície plana: uma 
carta ou mapa.
Em resumo, a cartogra�a é a ciência que estuda e produz mapas e demais 
referenciadores de localização geográ�ca.
Geodésia e topogra�a
A Geodésia e a topogra�a são muitas vezes confundidas entre si, pelo fato 
de utilizarem os mesmos equipamentos e métodos para mapear a superfí-
cie terrestre.
No entanto, a principal diferença é que a topogra�a se limita em estudar 
pequenas porções de uma superfície (até 30 km) e a Geodésia mapeia 
grandes porções de terra.
O sensoriamento remoto é o conjunto de técnicas e procedimentos tec-
nológicos que visa à representação e coleta de dados da superfície terrestre 
sem a necessidade de um contato direto. Assim sendo, toda a informação é 
obtida por meio de sensores e instrumentos em geral. Tal processo vincu-
la-se ao tratamento, armazenamento e análise de tais dados para que se 
conheça melhor os fenômenos que se apresentam na superfície.
A utilização desse tipo de técnica é de fundamental importância no contex-
to atual das sociedades, pois ela é capaz de revelar muitos dados geográ�-
cos e até históricos concernentes aos espaços naturais e também sociais, 
como a distribuição das áreas �orestais, o avanço do desmatamento, o 
crescimento das áreas urbanas, etc.
Pode-se dizer que o sensoriamento remoto surgiu logo após a invenção da 
máquina fotográ�ca, quando se tornou possível o registro de imagens a 
partir do céu. Inicialmente, utilizavam-se pombos ou balões a �m de captar 
imagens da superfície vistas de cima, geralmente para o reconhecimento 
de lugares ou produção de mapas. 
Em tempos de guerra, essa foi também uma importante estratégia para o 
reconhecimento do território inimigo, o que auxiliava na elaboração de 
planos de ataque e contra-ataque.
SENSORIAMENTO REMOTO8
E por falar em guerra, foi durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) 
que esse sistema começou a aperfeiçoar-se por meio da utilização de 
aviões então recentemente inventados. O conjunto de técnicas de registro 
da superfície por meio da fotogra�a foi chamado de aerofotogrametria, 
que, além do registro da imagem, consistia também no tratamento dessa e 
de suas adaptações para a produção de visualizações de áreas inteiras. Esse 
procedimento é até hoje amplamente realizado.
Além da aerofotogrametria, outro recurso de sensoriamento remoto 
bastante utilizado são os satélites. Com eles, tornou-se possível o registro 
de imagens em pequena escala, ou seja, de amplas áreas; ou, até mesmo, 
de mapas com escalas variadas e �exíveis, possibilitando o manejo para 
diferentes mapas de localização e temáticos.
Entre os satélites mais importantes e utilizados por nós para a observação e 
registro de informações da superfície estão o Landsat e o CBERS (Satélite 
Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres).
O primeiro foi pela primeira vez lançado pela Agência Espacial Norte-Amer-
icana (NASA) em 1972, tendo outras versões mais modernas construídas 
posteriormente, de modo que a mais recente é a Landsat 9. Já o CBERS é 
resultado de uma parceria entre o Brasil e a China, cujo primeiro lançamen-
to ocorreu em 1999, enquanto o mais recente, o CBERS 3, foi lançado em 
2011.
Graças aos satélites, são possíveis as confecções de mapas temáticos com 
as mais variadas escalas de abrangência, conforme já mencionamos. Assim, 
é possível obter informações e registrar cartogramas sobre formas de 
relevo, topogra�a, ocupação humana, entre outros. Há também a funcion-
alidade meteorológica, em que a movimentação das massas de ar é capta-
da de modo a auxiliar na previsão do tempo, que também conta com 
outros muitos instrumentos.
Podemos dizer, portanto, que o sensoriamento remoto é um dos maiores 
Satélite Landsat 9
Satélite CBERS 3
avanços já produzidos pela ciência e tecnologia no que se refere ao estudo 
da superfície terrestre e, por que não dizer, de todos os elementos que 
compõem a biosfera. Assim, conseguiu-se avanço no monitoramento de 
fenômenos naturais e também antrópicos, tais como o monitoramento do 
avanço do desmatamento e outros. Um bom exemplo também de sensoria-
mento remoto é o Google Earth, que integra uma combinação de imagens 
de satélite, aerofotogrametrias e até imagens registradas nas ruas a �m de 
nos auxiliar na localização e no deslocamento pelos diferentes lugares.
O Sistema de Informações Geográ�cas – SIG é um conjunto de sistemas de 
softwares e hardwares capazes de produzir, armazenar, processar, analisar e 
representar inúmeras informações sobre o espaço geográ�co, tendo como 
produto �nal mapas temáticos, imagens de satélites, cartas topográ�cas, 
grá�cos e tabelas. Esses produtos são importantes para a análise de 
evoluções espaciais e temporais de um fenômeno geográ�co e as 
inter-relações entre diferentes fenômenos espaciais.
Uma das principais aplicações do SIG é no planejamento e ordenamento 
territorial, como o planejamento urbano de uma cidade, o planejamento 
ambiental, citando como exemplo o controle e o monitoramento do des-
matamento na Amazônia.
COMPONENTES DE UM SISTEMA DE
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Peopleware
Dataware
Hardware
Software
Métodos e Técnicas
SIG
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 
GEOGRÁFICAS9
O SIG é uma ferramenta que vem sendo utilizada cada vez mais pelos 
órgãos públicos e privados, pois permitem a maximização de informações 
coletadas. O último Censo, de 2010, realizado pelo IBGE utilizou-se do SIG 
para a coleta, armazenamento e tratamento dos dados colhidos.
Exemplos de SIG são: Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto e o GPS. 
Cada uma dessas três ferramentas tem uma função especí�ca.
O Sensoriamento Remoto é um conjunto de técnicas utilizado para a cap-
tação de imagens por meio de sensores de satélites, acoplados de equipa-
mentos fotográ�cos e scanners. É uma técnica que permite obter infor-
mações de um determinado objeto sem entrar em contato físico com ele.
O GPS é o Sistema de Posicionamento Global (sigla derivada do inglês 
Global Positioning System), um instrumento que permite a localização de 
uma pessoa ou um objeto espacial a partir de suas coordenadas geográ�-
cas, latitude e longitude. Atualmente, vem sendo utilizado em diversos 
setores econômicos, como na agricultura e no rastreamento de carga de 
veículos. Com os problemas de trânsito enfrentados nas grandes cidades, 
vem se tornando um item indispensável para navegação e orientação aos 
motoristas de carro.
O Geoprocessamento é a técnica de coleta e processamento de dados 
espaciais. Esse processo envolve informações coletadas tanto pelo Sensori-
amento Remoto quanto pelo GPS.
REFERÊNCIAS
https://mundoeducacao.uol.com.br/geogra�a/cartogra�a.ht-
m#:~:text=A%20cartogra�a%20%C3%A9%20a%20ci%C3%AAncia,da%20a
plica%C3%A7%C3%A3o%20dos%20conhecimentos%20cartogr%C3%A1�c
os.
https://adenilsongiovanini.com.br/blog/desenho-topogra�-
co-o-que-e-e-quais-os-tipos-existentes/
https://www.escolaengenharia.com.br/nocoes-basicas-de-topogra�a/
http://www.juventudect.�ocruz.br/geociencias
https://adenilsongiovanini.com.br/blog/parcelamento-do-solo/
https://urbanidades.arq.br/2010/10/15/cadastro-tecnico-multi�nalitario/
https://mundoeducacao.uol.com.br/geogra�a/geodesia.htm
https://www.signi�cados.com.br/geodesia/
https://brasilescola.uol.com.br/geogra�a/sensoriamento-remoto.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geogra�a/sistema-informa-
coes-geogra�cas-sig.htm

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