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Técnico em Agrimensura 1. CARTOGRAFIA 2. DESENHO TOPOGRÁFICO 3. TOPOGRAFIA I 4. GEOCIÊNCIA I 5. PARCELAMENTO DE SOLOS 6. CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO 7. GEODÉSIA 8. SENSORIAMENTO REMOTO 9. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS 10. REFERÊNCIAS Índice A cartogra�a é a ciência que se dedica à representação do espaço geográ�- co por meio do estudo, análise e confecção de cartas ou mapas. Os seus produtos, entretanto, não se limitam aos mapas: plantas, croquis e o globo terrestre são outros resultados diretos da aplicação dos conhecimentos cartográ�cos. Essa ciência utiliza-se de uma série de técnicas para que seja possível a reprodução do espaço, de parcelas do espaço ou, ainda, de alguns de seus aspectos em uma escala reduzida e da forma mais acurada possível. A cartogra�a é associada ainda à arte, emprestando dela algumas técnicas. A de�nição de cartogra�a que se tem hoje foi estabelecida, no ano de 1996, pela Associação Cartográ�ca Internacional (AIC), sendo a mais aceita e amplamente utilizada. Muitas utilidades podem ser atribuídas à cartogra�a e aos seus produtos. A primeira delas é a localização de um determinado referencial na superfí- cie terrestre, desde áreas das mais extensas, como continentes e países, até pontos especí�cos de um determinado lugar, como um bairro ou uma residência. Associado a isso, a cartogra�a serve ainda para a orientação no espaço e para auxiliar nos deslocamentos, o que é feito com a utilização de mapas e bússolas ou GPS. CARTOGRAFIA1 Por meio das técnicas cartográ�cas, cria-se uma série de produtos que nos auxiliam no estudo e compreensão de várias características do espaço físico, como: Relevo, hidrogra�a, climas, distribuição dos tipos de solo, localização e limites dos biomas etc. A cartogra�a permite também a espacialização de informações geográ�cas úteis para tomadas de decisões na esfera polícia, gestão e planejamento e para o desenvolvimento de estratégias de caráter político, social ou econômico. Para tal, são utilizados os mapas: Políticos, populacionais, de redes de transporte, econômicos, de uso da terra, e de uma variedade de outros temas. A cartogra�a pode ser dividida em duas grandes áreas: ramo da cartogra�a dedicado à repre- sentação das características físicas da superfície terrestre, e por essa razão é também chamada de cartogra�a topográ�ca. As informações representa- das são de caráter genérico e, por isso, duradouras no tempo, sendo cole- tadas e replicadas por meio de técnicas especí�cas. ramo da cartogra�a dedicado à produção de mapas com base em informações geográ�cas diversas, não se restringindo às dimensões físicas de uma área. Seus produtos indicam a ocorrência espacial de fenômenos especí�cos, como econômicos, sociais, demográ�- cos e mesmo naturais. Por essa razão, recebe o nome também de cartogra- �a geográ�ca. são valores numéricos que indicam a localização de um objeto ou ponto qualquer na superfície terrestre. São de�nidas com base nos valores de latitude e longitude, indicadas, respecti- vamente, pelos paralelos e meridianos. são representações da Terra em uma superfí- cie plana. Para isso, baseiam-se em uma rede composta por linhas imag- inárias horizontais e verticais (paralelos e meridianos) perpendiculares entre si. São classi�cadas quanto à superfície de projeção (cônica, cilíndri- ca, plana) e quanto às suas propriedades (conforme, equidistante, equiva- lente). é uma relação numérica (proporção) entre as dimensões de uma superfície, conforme são representadas no mapa, e suas dimensões reais, medidas de forma linear. Uma escala de 1:250.000 expressa em centímetros, por exemplo, indica que cada centímetro do mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5 km na superfície do terreno. Projeção Cilíndrica Projeção Cônica Projeção Plana (Azimutal) - Mapas: são representações grá�cas, em escala reduzida, da superfície terrestre ou de parte dela sobre um plano. Podem ainda representar espa- cialmente determinadas informações geográ�cas, compondo, assim, os mapas temáticos. O Desenho Topográ�co consiste na representação �el do terreno em planta, com seus acidentes naturais, hidrogra�a, uso do solo, benfeitorias, bem como todos os elementos relevantes para atender a �nalidade do levantamento. A NBR 13.133 trás os diferentes conceitos e métodos de levantamento topográ�co, a mesma trás o seguinte conceito para desenho topográ�co �nal (ou desenho �nal): DESENHO TOPOGRÁFICO2 “Peça grá�ca realizada, a partir do original topográ�co, sobre base transpar- ente, dimensionalmente estável (poliéster ou similar), quadriculada previa- mente, em formato de�nido nas NBR 8196, NBR 8402, NBR 8403, NBR 10068, NBR 10126, NBR 10582 e NBR 10647, com área útil adequada à rep- resentação do levantamento topográ�co, comportando, ainda, moldura e identi�cadores segundo modelo de�nido pela destinação do levantamen- to. ” No caso, as NBRs mencionadas são as diferentes NBRS de desenho técnico, sendo que toda planta topográ�ca deve levar as mesmas em consideração. Um desenho topográ�co nada mais é do que uma representação �el do terreno em uma planta topográ�ca. Sendo que o desenho topográ�co deve possuir: Os acidentes naturais, a hidrogra�a, os usos do solo, as benfeitorias, bem como todo e qualquer elemento relevante para atender a �nalidade do levantamento. Na realidade, o tipo de levantamento topográ�co que está sendo realizado é que dirá quais elementos que a planta topográ�ca deve ter. 130 130 120 120 110 110 100 100 Existem 6 diferentes tipos de levantamentos topográ�cos, o método de levantamento topográ�co adotado de�nirá quais elementos naturais ou arti�ciais a planta deve ter. No caso, a NBR 13.133 traz o seguinte conceito para levantamento topográ�co: “Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográ�cas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à sua exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equi- distância também predeterminada e/ou pontos cotados. ” Ou seja, todo levantamento topográ�co deve possuir 2 etapas: Implantação e materialização de pontos de apoio no terreno e levantamen- to dos dados propriamente ditos. Sendo que posteriormente será produzida a planta, a qual terá o desenho topográ�co. Seguem os 6 diferentes métodos de levantamento de dados a campo existentes. Levantamento topográ�co expedito: A NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o mesmo: “Levantamento exploratório do terreno com a �nalidade especí�ca de seu reconhecimento, sem prevalecerem os critérios de exatidão. “ O levantamento topográ�co expedito possui como objetivo apenas o reconhecimento do terreno, sendo que no mesmo não se faz o levanta- mento de dados e consequentemente não se produz desenho topográ�co. O levantamento topográ�co planimétrico também é con- hecido como levantamento planimétrico ou levantamento perimétrico, sendo que a NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o mesmo: “Levantamento dos limites e confrontações de uma propriedade, pela determinação do seu perímetro, incluindo, quando houver, o alinhamento da via ou logradouro com o qual faça frente, bem como a sua orientação e a sua amarração a pontos materializados no terreno de uma rede de referência cadastral, ou, no caso de sua inexistência, a pontos notáveis e estáveis nas suas imediações. Quando este levantamento se destinar à identi�cação dominial do imóvel, são necessários outros elementos com- plementares, tais como: perícia técnico-judicial, memorial descritivo, etc. “ O levantamento topográ�co altimétrico também é conhecido como nivelamento, sendo que a NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o mesmo: Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a uma superfície de referência dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhes, pressupondo-se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando à representação altimétrica da superfície levantada. A NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o levantamento topográ�co planialtimétrico: “Levantamento topográ�co planimétrico acrescido da determinação altimétrica do relevo do terreno e da drenagem natural. “ Uma planta topográ�ca planialtimétrica é uma planta cujo desenho topográ�co, além dos elementos planimétricos, também possui os elemen- tos altimétricos. A NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o levantamento topográ�co planimétrico cadastral: “Levantamento planimétrico acrescido da determinação planimétrica da posição de certos detalhes visíveis ao nível e acima do solo e de interesse à sua �nalidade, tais como: limites de vegetação ou de culturas, cercas inter- nas, edi�cações, benfeitorias, posteamentos, barrancos, árvores isoladas, valos, valas, drenagem natural e arti�cial, etc. Estes detalhes devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e instru- mentos legais entre as partes interessadas na sua execução. “ Ou seja, uma planta topográ�ca planimétrica cadastral, além das distâncias e mudanças de ângulo do imóvel, também possui a representação dos diferentes elementos naturais e/ou arti�ciais de interesse. A NBR 13.133 traz o seguinte conceito para o levantamento topográ�co planial- timétrico cadastral: “Levantamento topográ�co planialtimétrico acrescido dos elementos planimétricos inerentes ao levantamento planimétrico cadastral, que devem ser discriminados e relacionados nos editais de licitação, propostas e instrumentos legais entre as partes interessadas na sua execução. “ Ou seja, uma planta planialtimétrica cadastral, possui os elementos planimétricos, os elementos altimétricos e, também, os diferentes elemen- tos naturais e/ou arti�ciais de interesse. Topogra�a é a descrição minuciosa de um trecho da Terra contendo infor- mações de todos os detalhes existentes como estradas, casas, montes, vales, rios, etc. A palavra Topogra�a é de origem grega. TOPOS signi�ca lugar e GRAFIA signi�ca descrição. TOPOGRAFIA I3 As aplicações da topogra�a podem ser várias, em diferentes seguimentos como: Construção civil (edifícios, pontes, viadutos, túneis, etc), urbanismo (loteamento, parcelamento do solo, etc), geologia, oceanogra�a, mapea- mento topográ�co e cartográ�co, medição de propriedades rurais e urbanos, entre outras. O levantamento topográ�co deve representar as características da superfície de um terreno bem como as dimensões dos lotes fornecendo dados con�áveis para que, depois de interpretados e manipulados, possam contribuir nos projetos arquitetônico e de implantação. Os levantamentos topográ�cos geral- mente são apresentados através de desenhos de curvas de nível e de per�s. Os levantamentos topográ�cos podem ser divididos em: Levantamentos planimétricos e levantamentos altimétricos. Planimetria ou Placometria é a deter- minação das projeções horizontais dos pontos do terreno. São determina- das as medidas corretas do terreno pois nem sempre as medidas indicadas na escritura conferem com as medidas reais. Altimetria ou Hipsometria é a determi- nação das alturas no relevo do solo. Estuda os procedimentos, métodos e instrumentos de distâncias verticais ou diferenças de nível e ângulos vertic- ais (nivelamento). Topologia: Estuda as formas do relevo. Representa, através de curvas de nível e pontos cotados, o relevo do terreno em planta. Um conceito muito importante a se destacar sobre a topogra�a é o concei- to de escala, uma planta topográ�ca nunca é feita em verdadeira grandeza. Imagine um desenho topográ�co de uma cidade sendo feito em folhas no tamanho real. Gastaríamos milhões de folhas. Portanto, é adotada uma redução grá�ca que chamamos de escala. A escala é a relação entre a representação grá�ca de um objeto e sua dimensão no terreno, dada na forma de fração. E = d/D Onde: D: Dimensão real Quanto maior o denominador, ou seja, quanto maior a dimensão real, menor será a escala e o desenho consequentemente será menor. Portanto, o número de detalhes no desenho será menor. Quanto menor o denominador, maior será a escala, ocasionando em um maior detalhamento dos elementos na planta topográ�ca. GEOCIÊNCIA I4 Área que abrange disciplinas cientí�cas sobre o estudo da Terra, as GEO- CIÊNCIAS analisam rochas, atmosferas, placas tectônicas, oceanos, entre outras composições do planeta. Por isso, pro�ssionais do ramo têm conhec- imentos de Geologia, Oceanogra�a, Topogra�a ou Mineralogia, de acordo com a especialização escolhida. No currículo, matemática, física, química e geogra�a se destacam no início do curso, que também pode ter disciplinas mais especí�cas como paleontologia (ciência que estuda os fósseis e o passado da vida na terra), petrologia (trata da origem e história das rochas), ou até mesmo hidrogeoquímica, o estudo das diferentes composições da água no ambiente. Quando não estão analisando amostras em laboratórios, pro�ssionais de GEOCIÊNCIAS partem para campo. Realizam estudos tanto em desertos ou �orestas quanto em áreas urbanas, auxiliando especialmente grandes obras. De acordo com a especialização escolhida, geocientistas realizam pesquisas sobre erosão do solo, análise topográ�ca de terrenos, terremotos e vulcões. Eles também estudam as rochas, suas composições, exploram a analisam jazidas minerais, carvão, gás natural e petróleo, além de analisar- em o clima para compreenderem como todos os elementos e característi- cas do planeta interagem entre si. Tão intrigantes para o homem quanto outras disciplinas cientí�cas, as GEO- CIÊNCIAS surgiram com as primeiras civilizações da antiguidade, especial- mente gregos e egípcios. Os �lósofos gregos, por exemplo, foram os primeiros a questionavam sobre a origem e composição de rochas, carac- terísticas da terra, do mar e da atmosfera que os cercavam. Ao longo dos séculos, o aparecimento de fósseis e tentativas de desvendar a ocorrência de terremotos, estimulou ainda mais os estudos na área – muitas vezes contestados pelos dogmas da Igreja Católica. Diversos cientistas elaboraram estudos nas áreas de GEOCIÊNCIAS, e entre eles se destacou o trabalho do escocês Charles Lyell, que em 1830 escreveu a obra “Princípios da Geologia”, em que não só citava aspectos físicos, mas também químicos e biológicos da composição de elementos terrestres, como rochas e fósseis. No século XX, o surgimento de diversas tecnologias permitiu a datação da idade das rochas e com essa análise, cientistas pud- eram determinar características importantes da vida na Terra. Ao sugerir que há 200 milhões de anos os continentes estavam juntos em uma única massa continental, o geofísico alemão Alfred Wegener se tornou mundialmente famoso e marcou para sempre os estudos na área de GEO- CIÊNCIAS. Em 1915 ele publicou seu livro “A Origem dos Continentes e dos Oceanos”. Entre outras ideias, ele defendia Teoria da Tectônica das Placas para descrever os deslocamentos dos continentes ao longo dos anos. O parcelamento do solo ocorre tanto em áreas rurais como em áreas urba- nas. O mesmo nada mais é do que a divisão da terra em unidades juridica- mente independentes. Pode se exempli�car através de uma situação hipotética em que: Digamos que o seu João possua uma área de 100 Ha e queira vender a metade da mesma. Seu Pedro, que é amigo dele, ao �car sabendo a respeito, decide comprar as 50 Ha do seu João. Perceba que, com isso, será necessário fazer a medição e o desmembra- mento desta nova área de terras que irá receber matricula própria, ou seja, a área que era do seu João foi parcelada. Na realidade, este é um exemplo clássico de fracionamento do solo. Porém, é preciso saber que o mesmo é somente um dos diferentes tipos de parcelamentos do solo existentes. Isso porque existem outros 2 tipos de parcelamentos do sol, são eles: desmembramento e loteamento. O conceito teórico que melhor descreve o desmembramento é: tirar uma área de dentro de uma área maior. PARCELAMENTO DE SOLOS5 Imagine a seguinte situação: seu Paulo, que possuía uma área de 150 ha morreu. Diante disso, os bens e deveres que o mesmo possuía passaram a fazer parte do espólio e deverão ser inventariados pela esposa (dona Maria) e pelos seus 2 �lhos. Ao fazer-se o inventário, dona Maria �cou com metade da área (75 ha) e cada um dos �lhos com 1/3 da área (37,5 ha). Acontece que as novas áreas não foram medidas, o que impossibilitou a geração de novas matriculas. Com isso, as 3 novas originadas do fracionamento do imóvel original não receberam novas matriculas, recebendo registros na matricula original, ou seja, formou-se algo parecido com um condomínio onde que “teorica- mente” todas as áreas aparecem como estando dentro de uma área maior. Passados 8 anos do inventário, dona Maria decidiu ajeitar a situação cadas- tral de sua área, sendo que para isso, precisará tirar a mesma de dentro da área maior. Ou seja, desmembrar a área. É exatamente isso que é desmembrar uma área, dividir uma área existente em duas ou mais áreas menores. A diferença do loteamento de área para o desmembramento é que no loteamento pega-se uma área grande e divide-se a mesma em enésimas parcelas ou lotes. Com isso, se faz necessária a construção dos diferentes equipamentos urbanos necessários. Perceba que o desmembramento é mais simples do que o loteamento. No mesmo existe o aproveitamento do sistema viário. Não sendo necessária a abertura de novas vias públicas, nem o prolongamento, modi�cação ou ampli�cação dos logradouros existentes. O tipo mais comum de loteamento rural é o realizado pelo INCRA, quando o mesmo desapropria áreas de terras que não estão cumprindo sua função social. Quanto aos loteamentos urbanos, a lei do parcelamento do solo de�niu que os mesmos devem possuir áreas verdes e, além disso, uma série de equipamentos urbanos, sendo que a aprovação dos mesmos só acontece mediante o obedecimento da legislação. Além disso, a lei do parcelamento do solo de�niu que o tamanho mínimo de um lote é de 125 m². Ou seja, é impossível fazer-se um parcelamento do solo urbano com lotes de tamanho inferior a 125 m². O cartório não irá registrar porque os lotes estão burlando a lei do parcelamento do solo. Além disso, cada município deve ter lei própria que de�na aonde que os diferentes usos do solo urbano são possíveis. Desta maneira, antes de lotear uma área para a construção de moradias, deve-se consultar a lei municipal. Isso porque, do contrário, a prefeitura se negará a licenciar o loteamento. Quando se fala em parcelamento do solo, existem estes 2 termos que cos- tumam causar desentendimento dos pro�ssionais. Se analisarmos a lei 6.766, a mesma traz as seguintes de�nições: Lote: Porção de terra dotada dos melhoramentos necessários para a utilização. Gleba: Origina lote. Estas de�nições trazidas pela lei do parcelamento do solo são um pouco subjetivas, porém, em linhas gerais, podemos dizer que um lote é uma área de terra urbana que possui a menor área de terra possível. Isso porque é impossível parcelar o mesmo de certa forma que a área resultante obedeça a lei do parcelamento do solo. Ou seja, esteja com uma área maior do que 125 m². A gleba, por outro lado é uma área de terra que ainda possibilita parcela- mento. O Cadastro Técnico Multi�nalitário pode ser entendido como um sistema de registro dos elementos espaciais que representam a estrutura urbana, constituído por uma componente geométrica e outra descritiva que lhe conferem agilidade e diversidade no fornecimento de dados para atender diferentes funções, inclusive a de planejamento urbano (BLACHUT et al, 1974). Segundo Blachut et al (1980), o cadastro urbano possui três funções bási- cas: - Função �scal, que se refere à identi�cação dos bens imóveis e de seus proprietários com a �nalidade de regulamentar o recolhimento de impos- tos; - Função jurídica, que se refere à determinação dos direitos de proprie- dade; - Função de planejamento que, segundo os autores, “está deslocando-se rapidamente para o ponto central das operações cadastrais, e como resultado disso o cadastro está adquirindo uma certa característica multi�- nalitária” (BLACHUT et al, 1980). Em outras palavras, o CTM é uma base cartográ�ca e alfanumérica que descreve o sistema urbano (e rural) através das suas unidades imobiliárias, especialmente as parcelas e edi�cações, mas também com os eixos de logradouros. CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO6 Dessa forma, o CTM torna-se uma base sobre a qual podem ser construídas diversas bases temáticas, tais como o cadastro tributário, a base de dados do sistema de saúde, o cadastro de áreas verdes e públicas, e assim por diante. Loch (2005) cita uma série de objetivos do cadastro multi�nalitário, que podem ser sintetizados da seguinte maneira: - Coletar e armazenar informações descritivas do espaço urbano, manten- do-as atualizadas; - Implementar e manter atualizado o sistema cartográ�co; - Fornecer informações aos processos de tomada de decisões inerentes ao planejamento e à gestão urbana; - Tornar mais con�áveis as transações imobiliárias através de uma de�nição precisa da propriedade imobiliária; - Disponibilizar essas informações para os órgãos públicos e para a socie- dade em geral. No que diz respeito mais especi�camente ao planejamento urbano, o CTM pode ser considerado um modelo descritivo do espaço urbano. Modelos descritivos, como o próprio nome diz, são representações simpli�cadas de uma determinada realidade com vistas a descrevê-la para que seja possível manipulá-la. Eles são necessários, por exemplo, para a construção de mod- elos explanatórios (ou teorias) sobre os sistemas urbanos. Portanto, o CTM, se bem estruturado, pode ser uma base fundamental para o planejamento urbano. O Cadastro é composto por várias camadas de informações, representadas de forma cartográ�ca, associadas a tabelas de dados alfanuméricos que possuem vinculação aos dados espaciais, essas tabelas podem ter os mais variados atributos para os elementos grá�cos, tais como proprietário, uso do solo, número de pavimentos, área construída, zoneamento no qual está inserido, presença de áreas alagáveis, e assim por diante. Cada linha de uma tabela é chamada de registro, e refere-se a um elemento espacial na base cartográ�ca. Esse conjunto de dados de naturezas diversas é geren- ciado por um Sistema de Informações Geográ�cas, ou SIG. Nos últimos anos houve o desenvolvimento de um conjunto de disciplinas denominadas ciências geodésicas, as quais permitem medir, representar e analisar o espaço geográ�co com alta precisão. Estas ciências são a Car- togra�a (a mais antiga), a Topogra�a, a Astronomia de Posição, a Fotogra- metria, o Sensoriamento Remoto e a Geodesia. O termo geodesia foi utilizado pela primeira vez na Grécia Antiga, por Aristóteles, e signi�ca divisões geográ�cas da terra, ou ato de dividir a terra. GEODÉSIA7 A geodesia é a ciência que analisa a determinação da forma, das dimensões e do campo de gravidade da Terra. As atividades geodésicas proporcionaram uma revolução na cartogra�a com a implantação do Siste- ma de Posicionamento Global (GPS). Através da utilização desse sistema é possível obter informações mais pre- cisas da determinação de posições, estáticas ou cinemáticas, aliando rapi- dez e precisão muito superiores aos métodos clássicos. No Brasil, o órgão responsável pelas atividades referentes à geodesia é o Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE), que desenvolveu o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), formado pelo conjunto de estações, materializadas no terreno, cuja posição serve como referência precisa a diversos projetos de engenharia (construção de estradas, pontes, barra- gens, etc.), além de mapeamento, geofísica e pesquisas cientí�cas. A geodesia é considerada ao mesmo tempo um ramo da Engenharia e das Geociências, que trata do levantamento e da representação da forma e da superfície terrestre. A matemática e a física também estudam a geodesia, como forma de determinar a medição de superfícies curvas, usando méto- dos semelhantes aos utilizados na superfície curva da Terra. A cartogra�a está dentro do conjunto de ciências geodésicas, sendo con- siderada uma das mais antigas, responsáveis em analisar e medir as dimensões da Terra. O cartógrafo tem a responsabilidade de reproduzir as características e complexidades de uma rede geográ�ca esférica (as dimensões, longitudes, latitudes e demais medidas terrestres) para uma superfície plana: uma carta ou mapa. Em resumo, a cartogra�a é a ciência que estuda e produz mapas e demais referenciadores de localização geográ�ca. Geodésia e topogra�a A Geodésia e a topogra�a são muitas vezes confundidas entre si, pelo fato de utilizarem os mesmos equipamentos e métodos para mapear a superfí- cie terrestre. No entanto, a principal diferença é que a topogra�a se limita em estudar pequenas porções de uma superfície (até 30 km) e a Geodésia mapeia grandes porções de terra. O sensoriamento remoto é o conjunto de técnicas e procedimentos tec- nológicos que visa à representação e coleta de dados da superfície terrestre sem a necessidade de um contato direto. Assim sendo, toda a informação é obtida por meio de sensores e instrumentos em geral. Tal processo vincu- la-se ao tratamento, armazenamento e análise de tais dados para que se conheça melhor os fenômenos que se apresentam na superfície. A utilização desse tipo de técnica é de fundamental importância no contex- to atual das sociedades, pois ela é capaz de revelar muitos dados geográ�- cos e até históricos concernentes aos espaços naturais e também sociais, como a distribuição das áreas �orestais, o avanço do desmatamento, o crescimento das áreas urbanas, etc. Pode-se dizer que o sensoriamento remoto surgiu logo após a invenção da máquina fotográ�ca, quando se tornou possível o registro de imagens a partir do céu. Inicialmente, utilizavam-se pombos ou balões a �m de captar imagens da superfície vistas de cima, geralmente para o reconhecimento de lugares ou produção de mapas. Em tempos de guerra, essa foi também uma importante estratégia para o reconhecimento do território inimigo, o que auxiliava na elaboração de planos de ataque e contra-ataque. SENSORIAMENTO REMOTO8 E por falar em guerra, foi durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que esse sistema começou a aperfeiçoar-se por meio da utilização de aviões então recentemente inventados. O conjunto de técnicas de registro da superfície por meio da fotogra�a foi chamado de aerofotogrametria, que, além do registro da imagem, consistia também no tratamento dessa e de suas adaptações para a produção de visualizações de áreas inteiras. Esse procedimento é até hoje amplamente realizado. Além da aerofotogrametria, outro recurso de sensoriamento remoto bastante utilizado são os satélites. Com eles, tornou-se possível o registro de imagens em pequena escala, ou seja, de amplas áreas; ou, até mesmo, de mapas com escalas variadas e �exíveis, possibilitando o manejo para diferentes mapas de localização e temáticos. Entre os satélites mais importantes e utilizados por nós para a observação e registro de informações da superfície estão o Landsat e o CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). O primeiro foi pela primeira vez lançado pela Agência Espacial Norte-Amer- icana (NASA) em 1972, tendo outras versões mais modernas construídas posteriormente, de modo que a mais recente é a Landsat 9. Já o CBERS é resultado de uma parceria entre o Brasil e a China, cujo primeiro lançamen- to ocorreu em 1999, enquanto o mais recente, o CBERS 3, foi lançado em 2011. Graças aos satélites, são possíveis as confecções de mapas temáticos com as mais variadas escalas de abrangência, conforme já mencionamos. Assim, é possível obter informações e registrar cartogramas sobre formas de relevo, topogra�a, ocupação humana, entre outros. Há também a funcion- alidade meteorológica, em que a movimentação das massas de ar é capta- da de modo a auxiliar na previsão do tempo, que também conta com outros muitos instrumentos. Podemos dizer, portanto, que o sensoriamento remoto é um dos maiores Satélite Landsat 9 Satélite CBERS 3 avanços já produzidos pela ciência e tecnologia no que se refere ao estudo da superfície terrestre e, por que não dizer, de todos os elementos que compõem a biosfera. Assim, conseguiu-se avanço no monitoramento de fenômenos naturais e também antrópicos, tais como o monitoramento do avanço do desmatamento e outros. Um bom exemplo também de sensoria- mento remoto é o Google Earth, que integra uma combinação de imagens de satélite, aerofotogrametrias e até imagens registradas nas ruas a �m de nos auxiliar na localização e no deslocamento pelos diferentes lugares. O Sistema de Informações Geográ�cas – SIG é um conjunto de sistemas de softwares e hardwares capazes de produzir, armazenar, processar, analisar e representar inúmeras informações sobre o espaço geográ�co, tendo como produto �nal mapas temáticos, imagens de satélites, cartas topográ�cas, grá�cos e tabelas. Esses produtos são importantes para a análise de evoluções espaciais e temporais de um fenômeno geográ�co e as inter-relações entre diferentes fenômenos espaciais. Uma das principais aplicações do SIG é no planejamento e ordenamento territorial, como o planejamento urbano de uma cidade, o planejamento ambiental, citando como exemplo o controle e o monitoramento do des- matamento na Amazônia. COMPONENTES DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA Peopleware Dataware Hardware Software Métodos e Técnicas SIG SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS9 O SIG é uma ferramenta que vem sendo utilizada cada vez mais pelos órgãos públicos e privados, pois permitem a maximização de informações coletadas. O último Censo, de 2010, realizado pelo IBGE utilizou-se do SIG para a coleta, armazenamento e tratamento dos dados colhidos. Exemplos de SIG são: Geoprocessamento, Sensoriamento Remoto e o GPS. Cada uma dessas três ferramentas tem uma função especí�ca. O Sensoriamento Remoto é um conjunto de técnicas utilizado para a cap- tação de imagens por meio de sensores de satélites, acoplados de equipa- mentos fotográ�cos e scanners. É uma técnica que permite obter infor- mações de um determinado objeto sem entrar em contato físico com ele. O GPS é o Sistema de Posicionamento Global (sigla derivada do inglês Global Positioning System), um instrumento que permite a localização de uma pessoa ou um objeto espacial a partir de suas coordenadas geográ�- cas, latitude e longitude. Atualmente, vem sendo utilizado em diversos setores econômicos, como na agricultura e no rastreamento de carga de veículos. Com os problemas de trânsito enfrentados nas grandes cidades, vem se tornando um item indispensável para navegação e orientação aos motoristas de carro. O Geoprocessamento é a técnica de coleta e processamento de dados espaciais. Esse processo envolve informações coletadas tanto pelo Sensori- amento Remoto quanto pelo GPS. REFERÊNCIAS https://mundoeducacao.uol.com.br/geogra�a/cartogra�a.ht- m#:~:text=A%20cartogra�a%20%C3%A9%20a%20ci%C3%AAncia,da%20a plica%C3%A7%C3%A3o%20dos%20conhecimentos%20cartogr%C3%A1�c os. https://adenilsongiovanini.com.br/blog/desenho-topogra�- co-o-que-e-e-quais-os-tipos-existentes/ https://www.escolaengenharia.com.br/nocoes-basicas-de-topogra�a/ http://www.juventudect.�ocruz.br/geociencias https://adenilsongiovanini.com.br/blog/parcelamento-do-solo/ https://urbanidades.arq.br/2010/10/15/cadastro-tecnico-multi�nalitario/ https://mundoeducacao.uol.com.br/geogra�a/geodesia.htm https://www.signi�cados.com.br/geodesia/ https://brasilescola.uol.com.br/geogra�a/sensoriamento-remoto.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geogra�a/sistema-informa- coes-geogra�cas-sig.htm
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