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O DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E AS FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO PREVISTAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

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O DIREITO FUNDAMENTAL À SAÚDE E AS FORMAS DE IMPLEMENTAÇÃO 
PREVISTAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. 
 
 
GUILHERME MORAIS 
CAMARGO¹ IGOR KIEL OLIVO² 
 
¹Graduando do Curso de Bacharel em Direito do Centro de Ensino 
Superior dos Campos Gerais – CESCAGE 
²Docente do Curso de Bacharelado em Direito do Centro de Ensino 
Superior dos Campos Gerais – CESCAGE 
 
 
RESUMO: Que o direito a saúde é uma garantia fundamental todos sabemos, porém 
existem diversos fatores que prejudicam o exercício desses direitos, fazendo com que 
algumas pessoas não tenham acesso ou muito menos saibam que ele existe, sendo 
assim esse direito que deveria recair á todas as parcelas da população, ficam de certa 
forma restrito a quem tem condições de bancar um valor muito alto. Considerado um 
direito fundamental e inerente a todos, o direto a saúde é algo que deve ser garantido 
pelo estado e na falta dele pela iniciativa privada, diante disso, surge nesse tema 
inúmeros problemas e dificuldades no acesso desse direito, fazendo assim, com quem 
esse “para todos” seja relativizado. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Saúde, Proteção, garantias, dever. 
 
ABSTRACT: We all know that the right to health is a fundamental guarantee, but 
there are several factors that hinder the exercise of these rights, causing some 
people to not have access or even less to know that it exists. of the population, are 
somehow restricted to those who are able to afford a very high amount. Considered a 
fundamental and inherent right for everyone, the right to health is something that 
must be guaranteed by the state and in the absence of it by the private sector. “for all” 
is relativized. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Constituição brasileira de 1988 contemplou os chamados Direitos Sociais, 
entendidos estes como um direito cabível à toda sociedade brasileira, 
independentemente de qualquer distinção. Dentro deles, resta expressamente 
garantido o direto a saúde, o qual o constituinte originário destacou nos artigos 6° e 
196° da Constituição da República Federativa do Brasil: 
 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. (BRASIL, 1988, sem página). 
 
 
Portanto, insere-se a proteção à saúde dentre os chamados Direitos 
Fundamentais, cabendo ao Estado assegurar sua efetivação diante do caso concreto. 
Uma vez assegurados esses direitos pela Carta Magna, a União deve garantir o 
cumprimento de seu mandamento constitucional, cobrando de todas as esferas de 
governo que se atue da melhor maneira possível dentro das circunstancias presentes 
em cada época e proporcional a cada fato. 
 
Em seu artigo 197, a Constituição Federal brasileira deixa positivada essa 
afirmação, dando ao Poder Público a incumbência de garantir tal direito à toda 
população através de prestações positivas e, ainda diante de eventual falta de recursos, 
substabelece a obrigação a terceiros e à entes particulares: 
 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, 
cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução 
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por 
pessoa física ou jurídica de direito privado. (BRASIL, 1988, sem 
página). 
 
Pautando-se pela Lei n° 8.080/1990, o Direito à saúde deve ser executado 
através de serviços públicos de forma isolada ou conjunta, em caráter permanente ou 
eventual, e de Políticas Públicas econômicas e sociais que assegurem acesso universal 
e igualitário à todos, tendo por finalidade a promoção, proteção e recuperação de riscos 
provocados por doenças e outros agravos. 
Para que seja reforçada a importância desses programas de promoção 
relacionados à saúde, o artigo 198 da Constituição aborda a maneira de como serão 
administradas em diferentes esferas do país, a fim de que a distribuição orçamentaria 
seja regular e o mais justa possível. 
 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma 
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema 
único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades 
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 
195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras 
fontes. 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde 
recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais 
calculados sobre: 
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei 
complementar prevista no § 3º; 
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo 
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por 
cento); 
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da 
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos 
recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e 
inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos 
respectivos Municípios; 
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da 
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos 
recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 
3º. 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada 
cinco anos, estabelecerá: 
I - os percentuais de que trata o § 2º; 
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; 
 
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde 
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e 
dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, 
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; 
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas 
com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; 
IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União; 
IV - (revogado) 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir 
agentes comunitários de saúde e agentes de combate às 
endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com 
a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos 
específicos para sua atuação. 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a 
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e 
agente de combate às endemias (Vide Medida provisória nº 297. 
de 2006) 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial 
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a 
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e 
agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos 
da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do 
referido piso salarial. 
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do 
art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções 
equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de 
combate às endemias poderá perder o cargo em caso de 
descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o 
seu exercício. (BRASIL, 1988, sem página). 
 
A Constituição Federal trata, também, da implementação do Direito à Saúde 
através da iniciativa privada, devendo esta ser executada através de contratação direta 
ou celebração de convênios com o Poder Público. Vale lembrar que a rede privada de 
serviços à saúde surge como possibilidade subsidiária e complementar à própria 
atuação estatal, na forma disposta pelo artigo 199: 
 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1º As instituições privadaspoderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes 
deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo 
preferência às entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou 
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. 
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou 
capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos 
casos previstos em lei. 
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem 
a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins 
de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, 
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo 
vedado todo tipo de comercialização. (BRASIL, 1988, sem 
página). 
 
 Sendo assim, em se tratando da prestação de serviços à saúde, temos que tanto 
a Constituição Federal de 1988 quanto a Lei 8.080/90 preveem para sua implementação, 
 
a participação conjunta por parte de instituições públicas federais, estaduais e 
municipais (Administração Pública Direta e Indireta), sem prejuízo da participação 
complementar pela iniciativa privada. 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 No presente trabalho foram utilizados os métodos de pesquisa dedutivo e 
histórico, pois trata da evolução da saúde no tempo, bem como trata possíveis diretrizes 
para a organização futuras referentes ao tema exposto. 
 O presente trabalho tem como base a leitura em livros que tratem do tema, além 
da consulta à legislação vigente, abrindo espaço também a pesquisas na internet, 
observando sempre a confiabilidade dos mesmos. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 A presente pesquisa torna-se algo de suma relevância pública, tanto para as 
redes estatais como para os particulares que desfrutam dos serviços prestados, fazendo 
com que haja uma conscientização geral e um pensamento diferente sobre o tema e 
como exerce-lo na prática. 
 
CONCLUSÃO 
 Diante do acima exposto, cabe dizer que, quanto maior a preocupação do Estado 
e da comunidade em geral (participação de entes públicos e privados) com Políticas 
Públicas e iniciativas que garantam a implementação do direito fundamental à saúde, 
maiores serão seus resultados. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BITTENCOOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Curso de Direito Constitucional. Belo 
Horizonte: Fórum, 2007. 294 p. 
 
MORAES, Guilherme Peña. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2014. 
MENDES, Gilmar Ferreira. Diretos Fundamentais e controle de Constitucionalidade: 
Estudos de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: 
Saraiva, 2003. DANTAS, Paulo Roberto de Figueiredo. Curso de Direito Constitucional. 
São Paulo: Atlas, 2014. 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. SUS: a saúde do Brasil. Brasília: Editora do Ministério da 
Saúde, 2011. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_saude_brasil_3ed.pdf>. 
 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2003. 
 
CONSTITUIÇÃO (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

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