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aula 1 - Financiamento Longo prazo

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AULA 1 
FONTES DE FINANCIAMENTO 
DE LONGO PRAZO 
Prof. Edson Miguel Zedebski 
 
 
2 
TEMA 1 – OPÇÕES POR FONTES PARA FINANCIAMENTOS EMPRESARIAIS 
 As complexidades e as condições impostas para obter financiamentos de 
longo prazo para o setor privado no Brasil fazem parte de um cenário amplamente 
conhecido nos meios empresariais e representam um significativo obstáculo à 
obtenção de um volume de investimentos necessários para a geração de maior 
produtividade e competitividade. 
A ampliação da oferta de recursos financeiros para o setor produtivo a um 
custo de capital e com condições de financiamento no longo prazo que se 
mostrem compatíveis com as disponíveis para concorrentes globais é de 
fundamental importância para a retomada do crescimento da economia brasileira. 
No Brasil, o crédito corporativo de longo prazo foi historicamente suprido pelo 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com a utilização de 
recursos públicos que financiou grande parte dos investimentos feitos pelas 
empresas de infraestrutura como forma de buscar expansão e modernização. 
Um bom planejamento estratégico quanto às finanças empresariais deve 
contemplar as metas a atingir em curto, médio e longo prazos e estar alicerçado 
em ações eficientes e eficazes para o estabelecimento de soluções que 
considerem as variáveis adequadas a cada propósito, inclusive para a 
implantação de projetos que visem o crescimento e a expansão dos negócios. 
Um planejamento financeiro recomendável é aquele que permite o 
gerenciamento equilibrado de fontes de curto e de longo prazos oferecendo uma 
combinação otimizada entre os capitais próprios e os capitais de terceiros, ou seja, 
uma ideal estrutura de capital. 
O Financiamento de Longo Prazo é, em geral, realizado por meio do 
mercado de capitais, com emissão de títulos junto aos investidores institucionais. 
Os bancos refletem os baixos níveis de renda e poupança e são os 
principais agentes, tanto da intermediação financeira como da oferta de crédito 
para as empresas que buscam financiamento em um país no qual a estrutura em 
que os intermediários privados atuam quase essencialmente no curto prazo e em 
que a poupança doméstica é relativamente pequena. 
 
 
 
3 
1.1 Considerações gerais sobre financiamento de longo prazo no Brasil 
Os Financiamentos de Longo Prazo usualmente são captados para 
investimentos em ativos imobilizados que geram custos financeiros, os quais não 
são necessariamente apenas quantias em dinheiro. 
Uma das fontes de capital de terceiros que merece destaque diz respeito 
aos fornecedores de bens e serviços que, juntamente com as Despesas a Pagar, 
são conceituados como fontes espontâneas de Financiamento de Curto Prazo, 
para os quais não é oferecido nenhum tipo de garantia. 
Os bancos comerciais são importantes na captação de recursos como 
fonte não espontânea, pois, quando as empresas solicitam créditos de acordo 
com suas necessidades, se estes forem negados, podem levar à perda de 
oportunidades de crescimento ou competitividade. 
Na sua grande maioria, as empresas brasileiras consideradas de grande 
porte são as estatais e as multinacionais, e, ato contínuo, as grandes empresas 
nacionais são, também na sua grande maioria, de origem familiar e demonstram 
grande capacidade de autofinanciamento, característica que denota o predomínio 
das ações preferenciais na estrutura de capital priorizando a participação nos 
lucros. 
As fontes de financiamento de longo prazo disponíveis no Brasil 
apresentam peculiaridades quando comparadas com as do mercado 
internacional. Assaf Neto e Lima (2014) destacam três: altos encargos financeiros, 
escassez de oferta interna de crédito de longo prazo e restrições à oferta de novas 
ações e debêntures, devido à baixa maturidade do mercado de capitais nacional. 
Para obter financiamentos no mercado financeiro, as empresas necessitam 
apresentar um relacionamento estreito com instituições financeiras, investidores 
e potenciais investidores, bem como com agências governamentais. 
Para obter sucesso em seus intentos de obtenção de recursos para o 
financiamento de suas atividades, os gestores da empresa devem ter 
conhecimentos e habilidades para evidenciar a situação econômica, financeira e 
patrimonial para seja possível efetuar análises e avaliações quanto a sua 
capacidade de pagamento e riscos. Para quem está do outro lado, considerando 
a possibilidade de fornecer capital, trata-se de uma transação de investimento que 
corresponde a uma relação risco-retorno e que pode vislumbrar retornos em 
 
 
4 
outras aplicações de capital, pois tratam-se de bancos, agências de fomento e 
acionistas que vão observar suas exigências legais e remuneratórias. 
Os empréstimos por parte do BNDES, diretos ou por meio de agentes 
financeiros, respondem pela maior parte dos financiamentos corporativos de 
prazo mais longo. Entretanto, o crédito do mercado de capitais, assim como o dos 
bancos, sempre teve um papel menor e opera de forma complementar ao banco 
de desenvolvimento. 
Os financiamentos do BNDES, em sua grande maioria, destinam-se a 
investimentos em Ativos Imobilizados e fontes advindas de empréstimos de longo 
prazo e debêntures e por sua vez são usados, quase que exclusivamente, no 
alongamento de dívidas e no reforço do Capital de Giro. 
Haja vista os títulos da dívida pública atrelados à taxa básica de juros da 
economia, a Selic, a grande maioria dos agentes financeiros demonstra uma 
tendência de curto prazo em suas decisões, priorizando aplicações com 
remuneração referenciada à taxa de juros do mercado interbancário, iniciativa que 
dificulta o surgimento de um mercado de financiamento de longo prazo. 
 Tanto o mercado privado de crédito bancário como o mercado de capitais 
são fontes muito tímidas para financiamento de projetos de longa vida econômica. 
Por um lado, por não haver captação doméstica de longo prazo, os bancos só 
concedem financiamento de longo prazo como repassadores do BNDES. Por 
outro lado, como o mercado doméstico de títulos privados é pouco desenvolvido 
e sem liquidez, os bancos e as empresas enfrentam dificuldades para captar 
recursos mediante emissão de títulos de dívida com prazos de vencimento mais 
longos, com nível de remuneração compatível ao retorno dos seus negócios. 
Existem também as fontes de financiamento via Patrimônio Líquido, ou 
seja, recursos dos próprios sócios da empresa e que não implicam pagamentos 
fixos e, portanto, apresentam maior risco para os credores. Em contrapartida, 
espera-se que haja um retorno maior e, diante disso, apresentam elevado custo, 
sendo suas origens mais comuns o aporte direto de recursos do proprietário e a 
emissão de ações, que é, em última análise, uma busca pelo mercado de capitais. 
TEMA 2 – ESTRUTURA DE CAPITAL 
Uma situação entendida como ideal é aquela em que os valores investidos 
nos itens circulantes (curto prazo), representados por Contas a Receber e 
Estoques, entre outros, venham a ser suportados por financiamentos circulantes 
 
 
5 
(curto prazo). Ao gerir o patrimônio empresarial, é fortemente recomendável 
buscar não financiar operações de longo prazo com capital de curto prazo. 
O desenvolvimento de políticas criteriosas quanto a prazos a serem 
praticados tanto para pagamentos como para recebimentos de valores contribui 
sobremaneira para o estabelecimento de ciclos operacionais e financeiros 
equilibrados. 
Em que Ativos a empresa deve investir? Essa questão é pertinente ao lado 
esquerdo do Balanço Patrimonial. 
Quadro 1 – Balanço Patrimonial 
Balanço Patrimonial 
Ativos Passivos 
Bens da empresa Como estão financiados 
O fator determinante é a natureza da atividade da empresa. 
 As empresas dispõem de fontes internas e fontes externas de recursos 
financeiros para o financiamento de suas atividades, e, conforme a evolução dos 
seus negócios, pode haver lucros retidosno decorrer dos períodos. 
De que modo a empresa levanta dinheiro para custear os dispêndios de 
capital necessários? O financiamento pode ser obtido de duas fontes: Passivo 
Não Circulante e Patrimônio Líquido. Essa é uma questão que diz respeito ao lado 
direito do Balanço Patrimonial e envolve a estrutura de capital da empresa, que 
indica a proporção de capital próprio e capital de terceiros de curto e longo prazos. 
Estrutura de capital diz respeito à proporção na qual as empresas recorrem aos 
capitais próprios e capitais de terceiros para financiar os investimentos 
necessários para atingir os objetivos e os retornos almejados. 
Os capitais de terceiros são fontes externas que oferecem recursos a 
serem pagos em até um ano (curto prazo) ou em prazos superiores (longo prazo) 
representados pelos financiamentos obtidos por meio de dívidas contraídas junto 
às fontes de financiamento: obtenção de recursos de fornecedores, empréstimos 
bancários, debêntures, commercial papers e outros (fundos especiais de 
instituições públicas, recursos captados no exterior etc.), os quais apresentam um 
custo para as empresas. 
No Passivo Não Circulante, os recursos de terceiros mais importantes são 
debêntures e empréstimos bancários. Os empréstimos bancários são adquiridos 
 
 
6 
no mercado de crédito, enquanto as debêntures são títulos emitidos no mercado 
de valores e títulos mobiliários. 
O custo do financiamento a longo prazo é, geralmente, maior do que o custo 
do financiamento a curto prazo. 
Os capitais próprios são representados pelos recursos investidos pelos 
sócios, proprietários ou acionistas destacados no Patrimônio Líquido (Capital 
Social e seus resultados) e que igualmente apresentam um custo para as 
empresas. 
 Como devem ser geridos os recursos de curto e longo prazo? 
Quadro 2 – Recursos de curto e de longo prazo 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 ATIVO PASSIVO 
 
 
 
 
DI 
 Ativo Circulante 
 
 
 
 Ativo Não Circulante 
Passivo Circulante 
 
Passivo Não Circulante 
(Dívidas de Longo Prazo) 
 
 
 
 
DF 
 
 Patrimônio Líquido: Sócios 
 
 Total ATIVO Total PASSIVO + PAT LIQ. 
 
Por convenção ou padrão técnico, figuram ao lado esquerdo os 
investimentos (Decisões de Investimento = DI), e, ao lado direito, como foram 
financiados (Decisões de Financiamento = DF) esses investimentos. 
As fontes externas propriamente ditas compreendem recursos próprios e 
recursos de terceiros. A título de noções introdutórias e com vistas a melhorar a 
compreensão de como são observados, de um ponto de vista contábil, os 
investimentos e os financiamentos das atividades operacionais básicas de uma 
empresa, é apresentado a seguir, de forma simplificada, um exemplo do 
demonstrativo chamado Balanço Patrimonial de uma empresa qualquer. 
Quadro 3 – Balanço Patrimonial 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Circulante 
 
Circulante 
 
 
 
7 
 Caixa e Bancos 10.000 Fornecedores 20.000 
 Clientes 20.000 Empréstimos Curto Prazo 10.000 
 Estoques 30.000 Não Circulante 30.000 
Não Circulante 
 
 Empréstimos Longo Prazo 
 
 Imobilizado 40.000 Patrimônio Líquido 40.000 
Total 100.000 Total 100.000 
Buscando uma breve interpretação do Balanço Patrimonial ora 
apresentado como modelo, é possível constatar que a empresa do exemplo 
possui 60% de seus investimentos em ativos denominados circulantes ou de curto 
prazo (Caixa e Bancos R$ 10.000 + Clientes R$ 20.000 + Estoques R$ 30.000 = 
R$ 60.000 ou 60% do ativo total). Os 40% restantes estão investidos em ativos 
denominados não circulantes (Imobilizado R$ 40.000 ou 40% do ativo total). 
Também é possível constatar que a empresa financia 30% das operações com 
recursos provenientes de passivos chamados circulantes ou de curto prazo 
(Fornecedores R$ 20.000 + Empréstimos Curto Prazo R$ 10.000) e os 70% 
restantes com vencimentos de longo prazo (Empréstimos Longo Prazo R$ 30.000 
+ R$ 40.000 de capital próprio ou patrimônio líquido). 
Entendendo que uma vez que os Estoques são adquiridos dos 
Fornecedores e que ambos estão representados no balanço por seus valores de 
“custo”, é possível perceber que dos R$ 30.000 em estoque, apenas R$ 20.000 
estão financiados pelos Fornecedores na data do balanço e os outros R$ 10.000 
precisam ser financiados por Capital de Giro da empresa. 
Complementando as observações, à medida que os estoques são vendidos 
aos clientes, e estes efetuam o pagamento, os recursos (dinheiro) ingressam no 
Caixa e são utilizados (aplicados), entre outras destinações, para pagamento dos 
fornecedores. 
Como recursos próprios que poderão ser carreados para o 
empreendimento, destacam-se ampliação do capital social do negócio mediante 
aporte de capital ou negociação de novas ações no mercado primário de capitais, 
conforme se verá um pouco mais à frente. 
Uma das características muito relevantes a destacar quanto à gestão das 
fontes de financiamento está diretamente associada ao binômio risco/retorno, pois 
em linhas gerais os investidores tendem a realizar investimentos que 
proporcionem maiores retornos e apresentem grau de risco baixo ou moderado. 
O risco elevado dos projetos de investimento de longo prazo afasta os investidores 
 
 
8 
e bancos privados, que encontram melhor opção nos títulos públicos, ativos com 
rentabilidade e liquidez elevadas. 
TEMA 3 – RECURSOS DE TERCEIROS PARA FINANCIAMENTO DE LONGO 
PRAZO 
3.1 Fundos especiais de instituições públicas 
Para se obter recursos com perfil de longo prazo, há modalidades de 
financiamento ofertadas pelos bancos de desenvolvimento, tais como Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, 
Caixa Econômica Federal, bancos regionais e estaduais e ainda alguns bancos 
comerciais que contam com linhas de crédito para compra de ativos fixos e, 
eventualmente, para capital de giro. 
Para o acesso a linhas de crédito existentes, é habitual a intermediação de 
alguma instituição financeira que a empresa tomadora utiliza regularmente para 
sua movimentação de disponibilidades, à qual se atribuem os procedimentos de 
análise de crédito e disponibilização de garantias, entre outros detalhes. As taxas 
de juros e os demais custos dessas linhas de crédito costumam ser 
significativamente baixas em relação ao que se pratica no mercado, e a prioridade 
é para aquisição de máquinas e equipamentos novos e também para ampliação 
da capacidade produtiva da empresa tomadora, que pode pertencer a qualquer 
setor, desde que legalmente estabelecida no país. Há também a possibilidade de 
captação de recursos no exterior na forma de empréstimos em moeda e 
financiamento de importações. 
3.2 Debêntures 
As debêntures representam títulos de crédito de médio e longo prazos 
emitidos privativamente por sociedades anônimas e prioritariamente de capital 
aberto, que são negociadas em mercado primário e secundário, geralmente 
envolvendo valores elevados para captar recursos para financiar projetos de 
investimentos ou saldar dívidas do emitente. 
No caso de operações efetuadas por companhias de capital fechado, 
caracterizam-se como operações de balcão, ou, em outras palavras, um mercado 
 
 
9 
em que as negociações são realizadas transacionando ações de empresas não 
listadas em bolsas de valores e que resultam em taxas de juros mais elevadas. 
Levando em conta suas características operacionais, as debêntures podem 
ser lançadas no mercado com descontos (abaixo do valor nominal) ou com prêmio 
(acima do valor nominal). Os investidores que as adquirem recebem uma 
remuneração de juros periódicos, prêmio e outros rendimentos fixos ou variáveis 
sobre o valor emprestado, além de dividendos e reembolso específico do principal 
– o valor nominal da debênture – na data do seu vencimento, com todas as 
características da operaçãoestabelecidas em escritura. Elas podem ser 
oferecidas de forma direta ou por oferta pública. 
Uma colocação de debênture em um mercado de forma direta é feita 
diretamente a um comprador ou grupo de compradores, formado geralmente por 
instituições financeiras ou fundos de pensão. 
Tipos de debêntures quanto às garantias: com garantia real (penhor, 
hipoteca ou anticrese), com garantia flutuante (o ativo total da sociedade), sem 
garantia e subordinadas. 
Tipos de debêntures quanto aos direitos: podem ser simples e conversíveis 
em ações, em épocas e condições predeterminadas, possibilitando ao seu titular 
uma participação direta no capital da empresa lançadora da debênture. 
3.3 Commercial papers 
Trata-se de nota promissória emitida no mercado externo, ou seja, em um 
mercado distinto da sede do investimento para captar recursos, o que configura 
uma dívida de curto prazo para atender necessidades financeiras específicas de 
uma empresa, tais como expansão, aquisição de novas máquinas e/ou 
equipamentos, modernização do parque fabril, entre outros. 
Os títulos permanecem sob a custódia do banco emissor e em nome de 
seus titulares com prazo de emissão entre 30 e 180 dias, em se tratando de 
companhias fechadas, e entre 30 e 360 dias, no caso de companhias abertas. 
3.4 Leasing ou arrendamento mercantil 
Modalidade amplamente empregada para utilização de veículos, 
maquinários e equipamentos de informática. A parte que tem a necessidade de 
um bem e que o escolheu livremente no mercado é chamada de arrendatária. Por 
 
 
10 
sua vez, as arrendadoras são sociedades de arrendamento mercantil e carteiras 
de arrendamento mercantil de bancos múltiplos, devidamente autorizadas a 
operar e sob fiscalização direta do Banco Central do Brasil. 
A função da arrendadora é adquirir o bem, livremente escolhido pela 
arrendatária, junto ao fornecedor indicado por ela. Uma vez entregue o bem, a 
arrendatária deve cumprir com todas as obrigações relativas ao pagamento das 
parcelas correspondentes às contraprestações e também os valores contratados 
para pagamento de valor residual garantido, impostos e demais obrigações 
relativas ao bem objeto do contrato. 
Ao final do período, a arrendatária pode, se assim desejar, comprar o bem 
pelo valor e pelas formas estabelecidos no contrato. Os bens arrendados são 
normalmente cobertos por seguro com apólice específica contra incêndio, roubo, 
acidentes ou outras ocorrências previstas. 
3.4.1 Leasing operacional ou locação 
Uma vez que não representa operação sujeita à regulamentação do Banco 
Central, é possível ser realizada por qualquer empresa que tenha adquirido um 
bem e queira cedê-lo a uma terceira por parte do período estabelecido em um 
contrato de locação. A manutenção do bem geralmente é de total 
responsabilidade da empresa locadora, e ao final do contrato, ou a qualquer 
tempo, observadas as cláusulas contratuais específicas, o bem deverá ser 
devolvido à locadora. O contrato pode estipular cláusula de opção de compra a 
ser oferecida ao locatário, com determinadas características contratuais. 
3.4.2 Lease back 
Trata-se de operação de venda, para uma sociedade de arrendamento 
mercantil, de um determinado ativo fixo já pertencente a uma empresa. A empresa 
de arrendamento mercantil compra o bem e o arrenda ao próprio vendedor do 
ativo. 
O ativo permanece no mesmo local em que se encontra e continua sendo 
normalmente utilizado pela empresa que o vendeu, a qual poderá, ao final do 
contrato de arrendamento, exercer a opção pela compra do bem com base no 
valor residual garantido. 
 
 
 
11 
TEMA 4 – RECURSOS PRÓPRIOS PARA FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO 
4.1 Mercado de capitais 
4.1.1 Ações 
Quando acontece a abertura do capital pelo lançamento de ações ao 
público (I.P.O. – initial public offering), com autorização da Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), e sua negociação em bolsas de valores, a empresa passa a 
ter uma forma permanente de obtenção de recursos, e quem adquire as ações 
passa a ser um dos donos da empresa. 
As ações representam a menor fração do capital de uma empresa e um 
investimento de prazo indeterminado de renda variável, sendo um título de 
propriedade, lastreado por um certificado de propriedade emitido por uma 
sociedade anônima, que garante a quem as possui o direito de receber dividendos 
periodicamente e também o direito de fiscalizar os negócios e participar das 
deliberações da sociedade por meio de voto proporcional ao seu quinhão de 
capital. 
Operações no mercado de capitais podem ocorrer no mercado primário e 
no mercado secundário. Quando um título é vendido pela primeira vez, ou seja, 
quando é posto em circulação no mercado financeiro, entende-se que tal 
operação ocorreu no mercado primário, no qual as empresas visam complementar 
os recursos de que necessitam e o financiamento de seus projetos. 
Quando o primeiro comprador revende um título a uma terceira pessoa, e 
esta revende para outra pessoa, esta operação se concretiza no mercado 
secundário, e o valor transacionado neste mercado não é direcionado para a 
empresa ou para o banco que emitiu o título, mas sim para um investidor que 
comprou o papel de um outro investidor. 
A função do mercado secundário é dar liquidez aos papéis que são 
negociados no mercado primário, revestindo-se, portanto, de um mercado 
importante para o funcionamento do mercado primário, pois os títulos não 
encontrariam colocação se não contassem com um mercado secundário bem 
organizado e em condições de dar liquidez a eles. 
As ações podem ser ordinárias ou preferenciais. As ordinárias 
proporcionam ao seu detentor o poder de voto nas assembleias deliberativas da 
empresa. As preferenciais não dão direito a voto ou o restringem, porém 
 
 
12 
concedem a quem as possui a prioridade para receber dividendos, bem como a 
restituição do valor investido no caso de extinção da empresa. 
Pelo fato de ocorrer a distribuição dos rendimentos aos acionistas na forma 
de dividendos e bonificações, às ações é conferida a característica de títulos de 
renda variável, até porque seu próprio valor não permanece previamente 
determinado. 
Para determinar a rentabilidade das ações em determinados períodos, são 
considerados a variação do preço mais os respectivos rendimentos ou proventos. 
O preço de compra e venda, ou seja, a fixação do valor de uma ação é 
determinada pelo mercado, e sua variabilidade ocorre de forma diretamente 
proporcional ao desempenho financeiro e de gestão da empresa emitente, 
observando a conjuntura econômica local e global. 
Já a distribuição de dividendos diz respeito a uma parcela dos lucros 
distribuídos aos acionistas, e seu valor é proporcional à quantidade de ações que 
cada um detém ao final de cada período social, sendo que deverá ocorrer 
distribuição de, pelo menos, vinte e cinco por cento do lucro líquido já 
contabilmente ajustado – no caso de a empresa apresentar prejuízos, esta não é 
obrigada a distribuir dividendos. 
A política de dividendos de uma empresa determina o valor dos dividendos 
pagos aos acionistas e a frequência com que os dividendos são pagos. A empresa 
poderá optar pela bonificação, característica que se refere a ações distribuídas 
aos acionistas gratuitamente, que geralmente ocorre além de um dividendo em 
dinheiro, não em vez dele. 
Saiba mais 
Para ampliar a compreensão do conteúdo deste tópico, sugerimos que 
assista aos vídeos: 
WEBINARS PPGE 2021 #10 - Norberto Montani Martins - Crédito 
Corporativo de Longo Prazo no Brasil. Canal IE, 30 jul. 2021. Disponível em: 
<https://youtu.be/Z7gu3B2xHhc>. Acesso em: 8 nov. 2021. 
O Papel do BNDES no financiamento de longo prazo. ANBIMA, 22 fev. 
2021. Disponível em: <https://youtu.be/Cao1hR9fOzI>. Acesso em: 8 nov. 2021. 
Resultados do BNDES em 2020. BNDES. Disponível em: 
<https://youtu.be/J2D2y_icr4Q>. Acesso em: 8 nov. 2021. 
 
 
 
13 
TEMA5 – ESTUDO DE CASO 
 Com o objetivo de melhor estruturar o raciocínio necessário ao bom 
andamento dos conteúdos disponibilizados, nesta e também nas próximas aulas, 
vamos identificar e apontar com base nas demonstrações a seguir apresentadas 
a composição das fontes de financiamentos com capitais de terceiros no curto e 
longo prazo (nomenclaturas e respectivos valores) e das fontes de financiamentos 
com capitais próprios (nomenclaturas e respectivos valores) em cada um dos 
anos. 
Quadro 4 – Demonstrações contábeis 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
BALANÇO ENCERRADO EM 31/12/ANO 1 31/12/ANO 2 31/12/ANO 3 
A T I V O R$ R$ R$ 
CIRCULANTE 1.239.553 1.481.082 1.842.230 
Financeiro 384.154 373.255 191.022 
Caixa e Bancos 38.215 47.421 51.076 
Aplicações Financeiras 345.939 325.834 139.946 
Operacional 855.399 1.107.827 1.651.208 
Duplicatas a Receber 309.764 425.504 658.298 
Impostos a Recuperar 20.932 7.195 7.750 
Estoques 418.382 603.988 851.620 
Outros Valores a Receber 106.321 71.140 133.540 
NÃO CIRCULANTE 270.534 300.115 323.244 
Valores a Receber 270.534 300.115 323.244 
PERMANENTE (NÃO CIRC) 937.503 948.735 954.167 
Investimentos 211.540 163.850 76.478 
Imobilizado 701.957 764.817 823.762 
Intangível 24.006 20.068 53.927 
TOTAL DO ATIVO 2.447.590 2.729.932 3.119.641 
 
BALANÇO ENCERRADO EM 31/12/ANO 1 31/12/ANO 2 31/12/ANO 3 
P A S S I V O R$ R$ R$ 
CIRCULANTE 566.055 889.423 1.192.903 
Financeiro 229.068 444.553 598.279 
Empréstimos e Financiamentos 137.454 225.875 317.606 
Duplicatas Descontadas 91.614 218.678 280.673 
Operacional 336.987 444.870 594.624 
Fornecedores 201.402 244.150 332.338 
Salários e Encargos a Pagar 72.539 89.286 106.018 
Obrigações Fiscais 46.966 100.344 147.802 
Outras Contas a Pagar 16.080 11.090 8.466 
NÃO CIRCULANTE 561.129 431.948 389.280 
Financiamentos Bancários 561.129 431.948 389.280 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.320.406 1.408.561 1.537.458 
Capital Social 1.201.017 1.196.017 1.156.017 
Reservas para Contingências 168.372 173.372 213.372 
Lucros (Prejuízos)"Acumulados" -48.983 39.172 168.069 
TOTAL DO PASSIVO 2.447.590 2.729.932 3.119.641 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/ANO 1 31/12/ANO 2 31/12/ANO 3 
 R$ R$ R$ 
RECEITA BRUTA DE VENDAS 1.819.717 2.313.729 2.845.866 
 
 
14 
(-)Devoluções e Abatimentos -27.364 -30.948 -53.995 
(-)Impostos s/Vendas -445.400 -540.565 -658.232 
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 1.346.953 1.742.216 2.133.639 
(-)Custo Mercadorias Vendidas -854.906 -1.046.315 -1.387.141 
LUCRO BRUTO 492.047 695.901 746.498 
(-)Despesas Operacionais: -528.784 -594.585 -578.791 
Com Vendas -180.436 -201.719 -194.334 
Gerais e Administrativas -329.394 -358.569 -335.809 
Financeiras -18.954 -34.297 -48.648 
LUCRO OPERACIONAL -36.737 101.316 167.707 
Resultado não operacional -3.567 4.653 6.822 
LUCRO ANTES DO IR e CS -40.304 105.969 174.529 
Provisão para IR e CS 0 -26.493 -45.632 
LUCRO LÍQUIDO EXERCÍCIO -40.304 79.476 128.897 
 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
ASSAF NETO, A.; LIMA, F.G. Curso de administração financeira. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2014.

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