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EMISSÕES ALFA E BETA E O TEMPO DE MEIA VIDA. RAIOS ALFA, BETA E GAMA Em 1900, o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) realizou um experimento no qual ele colocou uma amostra de polônio em um bloco de chumbo com apenas uma cavidade. O polônio é um material radioativo, assim, as suas radiações foram dirigidas por meio de duas placas carregadas eletricamente rumo a uma placa recoberta com sulfeto de zinco (ZnS), que é fluorescente e emite luminosidade quando atingido por radiações. Ele observou o que é mostrado na figura abaixo, três emissões radioativas diferentes. Ele denominou de alfa (α) as emissões que eram positivas, pois se desviaram no sentido da placa negativa. As emissões negativas foram chamadas de beta (β), pois se desviaram no sentido da placa positiva. Além disso, o desvio da radiação beta era maior que o da radiação alfa. Enquanto isso, a terceira radiação, denominada de gama (γ), não sofreu desvio nenhum. Esquema do experimento de Rutherford Vejamos a constituição de cada uma dessas emissões radioativas naturais e, dessa forma, entenderemos porque Rutherford observou esse comportamento. Os raios Alfa, Beta e Gama são invisíveis aos olhos humanos, mas existem na forma de radiações. Entende-se por radioatividade a capacidade que alguns elementos fisicamente instáveis possuem de emitir energia sob forma de partículas ou radiação eletromagnética. Acompanhe cada radiação em particular e confira do que se trata cada uma delas: Raios alfa (α) A radiação alfa possui carga positiva, ela é constituída por 2 prótons e 2 nêutrons, as partículas alfa são facilmente barradas por uma folha de papel alumínio, apesar de serem bastante energéticas. A radiação alfa possui massa e carga elétrica relativamente maior que as demais radiações. Emissões alfa (α): Essa radiação é constituída de dois prótons e dois nêutrons, exatamente como o núcleo de um átomo de hélio. Visto que cada próton possui carga elétrica +1 e cada nêutron não possui carga, mas ambos possuem massa de 1 u, uma partícula beta possui carga +2 e massa 4 u. A emissão alfa é constituída de dois prótons e dois nêutrons É por isso que essa emissão sofreu desvio no sentido da placa negativa, isto é, porque ela é carregada positivamente e possui massa. A simbologia usada para qualquer átomo ou partícula subatômica é: Simbologia usada em representação de átomos e partículas subatômicas Desse modo, as partículas alfa podem ser representadas da seguinte forma: Representação de partícula alfa Os elementos radioativos possuem um núcleo instável, assim, quando eles emitem uma partícula alfa, eles se transmutam em outro elemento com massa menor 4 unidades e número atômico menor 2 unidades. Veja um exemplo abaixo: 92 235U → 90 231Th + 2 4α Raios beta (β) A radiação beta possui carga negativa, se assemelha aos elétrons. As partículas beta são mais penetrantes e menos energéticas que as partículas alfa, conseguem atravessar o papel alumínio, mas são barradas por madeira. É válido lembrar que apenas os raios alfa e beta possuem carga positiva e negativa respectivamente, e os raios gama que veremos a seguir são ausentes de carga elétrica. Emissão beta (β): Essa radiação é constituída de partículas leves com carga elétrica negativa, semelhante a elétrons (carga igual a +1). Visto que a massa de um elétron é muito menor que a massa do próton ou a massa do nêutron, considera-se que a massa da partícula beta é desprezível. É por isso que o seu desvio é maior que o das partículas alfa. As partículas betas podem ser representadas por: Representação de partícula beta Os núcleos instáveis tendem a se rearranjar para adquirir estabilidade, dessa forma, um ou mais de seus nêutrons sofrem uma transformação em 1 próton, 1 neutrino e 1 elétron. O próton permanece no núcleo, o neutrino e o elétron (partícula beta) são emitidos pelo núcleo. Emissão beta e de neutrino pelo núcleo Assim, quando um elemento radioativo emite uma partícula beta, ele se transforma em um isóbaro, isto é, elemento com mesmo número de massa (pois ele perdeu um nêutron, mas ganhou um próton) e com número atômico (número de prótons) maior 1 unidade. Exemplo: 6 14C → 7 14N + -1 0β Raios gama (γ) Os Raios gama não são tão energéticos, mas são extremamente penetrantes, podendo atravessar o corpo humano, são detidos somente por uma parede grossa de concreto ou por algum tipo de metal. Por estas características esta radiação é nociva à saúde humana, ela pode causar má formação nas células.  Emissão gama: Ao contrário das anteriores, a radiação gama não se trata de uma partícula, mas sim de uma radiação eletromagnética semelhante aos raios X. Você pode ver essa radiação no espectro eletromagnético abaixo: Espectro eletromagnético com radiação gama em destaque Visto que se trata de uma onda eletromagnética, e não de uma partícula, a radiação gama não possui carga nem massa e, por isso, não sofreu desvio no experimento de Rutherford. Sua representação é dada simplesmente por: γ. A emissão gama é uma onda eletromagnética Dentre essas três emissões radioativas naturais, a radiação gama é a mais perigosa. Como não é uma partícula, ela não sofre interferência dos elétrons e prótons dos átomos do material e, por isso, tem um alto poder de penetração. O poder de penetração das partículas α é pequeno, não atravessando sequer uma folha de papel, e, no corpo humano, elas são detidas pela camada de células mortas da pele. As partículas β têm um médio poder de penetração, atravessando uma folha, mas sendo detidas por 1 cm de uma chapa de alumínio. No ser humano, ela penetra até 2 cm e pode causar danos sérios. Já as partículas gama atravessam 15 cm de aço e são detidas por placas de chumbo de 5 cm ou mais. Podem atravessar totalmente o corpo humano, causando danos irreparáveis. EXERCÍCIOS: I - O elemento netúnio (93 237Np), após a emissão de sete partículas alfa e quatro partículas beta, transforma-se em qual elemento químico? a. 92 238U b. 90 232Th c. 88 226Ra d. 85 210At e. 83 209Bi II- O radioisótopo 222 do 86Rn, por uma série de desintegrações, transforma-se no isótopo 206 do 82Pb. Determine o número de partículas alfa e o número de partículas beta envolvidas nessas transformações. a. 2 partículas alfa e 2 partículas beta b. 2 partículas alfa e 4 partículas beta c. 4 partículas alfa e 3 partículas beta d. 4 partículas alfa e 4 partículas beta e. 3 partículas alfa e 3 partículas beta III- Escolha a alternativa que completa corretamente as equações nucleares abaixo:  ///// → 82 207Pb + 2 4α  94 239Pu → 92 235U + /////  92 238U → ///// + 2 4α  89 227Ac → ///// + 2 4α a. 84 211Po, 2 4α, 90 234Th, 87 223Fr b. 92 238U, 2 4α, 2 207Pb, 92 235U c. 89 227Ac, -1 0β, 90 234Th, 87 223Fr d. 80 203Hg, 2 4α, 90 242Th, 91 231Pa e. 82 207Pb, 1 0β, 90 242Th, 91 231Pa IV - Na sequência radioativa: 84 216A → 82 212B → 83 212C → 84 212D → 82 208E temos, sucessivamente, emissões: a. -1 0β -1 0β -1 0β 2 4α b. 2 4α -1 0β -1 0β 2 4α c. 2 4α -1 0β 2 4α -1 0β d. 2 4α 2 4α -1 0β -1 0β e. -1 0β 2 4α 2 4α -1 0β V - O núcleo atômico de alguns elementos é bastante instável e sofre processos radioativos para remover sua instabilidade. Sobre os três tipos de radiação α, β e γ, podemos dizer que: 0. Ao emitir radiação α, um núcleo tem seu número de massa aumentado. 1. Ao emitir radiação β, um núcleo tem seu número de massa inalterado. 2. A radiação α é constituída por núcleos de átomos de hélio. 3. Ao emitir radiação γ, um núcleo não sofre alteração em sua massa. 4. Ao emitir radiação β, um núcleo tem seu número atômico aumentado em uma unidade. VI - O que acontece como número de massa e com o número atômico de um núcleo instável se ele emite uma partícula beta? Número de massa Número atômico a. Sem alteração Aumenta em 1 unidade b. Sem alteração Diminui em 1 unidade c. Diminui em 1 unidade Sem alteração d. Aumenta em 1 unidade Sem alteração e. Diminui em 1 unidade Aumenta em 1 unidade Questão 1 Alternativa “e”. Quando o elemento emite uma partícula alfa, ele perde dois prótons e dois nêutrons, isso significa que ele se transforma em um elemento com o número de massa (A = P + N) menor 4 unidades e o número atômico (Z = P ) menor duas unidades. Quando o elemento emite uma partícula beta, ele perde um elétron. Assim, temos: 93 237Np → 7 2 4α +4 -1 0β + Z AX A: 237 = 7 . 4 + 4 . 0 + A A = 237 – 28 A = 209 Z: 93 = 7 . 2 + 4 . (-1) + Z Z = 93 – 10 Z = 83 Assim, o elemento obtido é o 83 209Bi. Voltar a uestão http://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-quimica/exercicios-sobre-as-emissoes-alfa-beta-gama.htm#resp-1 Questão 2 Alternativa “d”. 86 222 Rn → 82 206 Pb O número de massa diminui 16 unidades. Como cada radiação alfa significa uma diminuição no número de massa em 4 unidades, temos que foram emitidas 4 partículas alfa, pois 4 . 4 = 16. Nesse momento, significou que ele perdeu também 2 unidades no número atômico para cada partícula alfa, dando um total de 8 e ficando com o número atômico igual a 78 (86 – 8). Para cada partícula beta emitida, o elemento ganha 1 unidade no número atômico. Como ele está com 78 e precisa atingir o número atômico igual a 82, ele emitiu 4 partículas beta. Questão 3 Alternativa “a”.  89 227 Ac → 87 223 Fr + 2 4 α  84 211 Po → 82 207 Pb + 2 4 α  94 239 Pu → 92 235 U + 2 4 α  92 238 U → 90 234 Th + 2 4 α Voltar a questão Questão 4 Alternativa “b” 84 216 A → 2 4 α → 82 212 B → -1 0 β → 83 212 C → -1 0 β → 84 212 D → 2 4 α → 82 208 E Voltar a questão http://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-quimica/exercicios-sobre-as-emissoes-alfa-beta-gama.htm#resp-3 http://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-quimica/exercicios-sobre-as-emissoes-alfa-beta-gama.htm#resp-4 O TEMPO DE MEIA VIDA As radiações alfa, beta e gama são perigosas, mas quando são devidamente empregadas podem ser úteis em diversas áreas de trabalho: na saúde é usada no tratamento de tumores cancerígenos, na indústria a radioatividade é utilizada para obter energia nuclear e na ciência tem a finalidade de promover o estudo da organização atômica e molecular de outros elementos. Quando um radionuclídeo emite partículas alfa ou beta, ele se transforma, como sabemos, em outro nuclídeo diferente. Assim, à medida que o tempo passa, a quantidade de radionuclídeo vai diminuindo. Tempo de meia-vida ou período de semidesintegração (representado por t1/2 ou P) é o tempo necessário para que metade da quantidade de um radionuclídeo presente em uma amostra sofra decaimento radioativo. Quando a massa de um radioisótopo se reduz à metade, também se reduzem à metade o número de átomos, a quantidade em mols e a atividade radioativa (desintegrações por segundo) desse radioisótopo. O tempo de meia-vida é uma característica de cada radionuclídeo e não depende da quantidade inicial do radionuclídeo nem de fatores como pressão, temperatura e composição química do material (lembre-se de que radioatividade é um fenômeno nuclear, e não químico). Graficamente, podemos representar o processo de decaimento radioativo através da chamada curva exponencial de decaimento: Aplicação da radioatividade Método da datação com carbono-14 Na natureza existem três isótopos do carbono: o C12, com abundância de 98,9%, o C13, com abundância de 1,1%, e o C14, com abundância de 0,000001%. O menos abundante deles, o carbono-14, é radioativo; ele emite partículas beta. Dizer que o teor de carbono-14 é 0,000001% equivale a dizer que em cada bilhão (IO9) de átomos de carbono, dez são de carbono-14. Isso é o mesmo que dizer que há 10 ppb (ou seja, 10 partes por bilhão) de carbono-14. Esse isótopo forma-se na alta atmosfera, onde continuamente está ocorrendo uma transmutação nuclear causada pela colisão de nêutrons cósmicos (vindos do espaço) com átomos de nitrogênio do ar: O carbono-14 formado incorpora-se à atmosfera na forma de CO2. Por meio da fotossíntese, processo que utiliza CO2 da atmosfera, esses átomos de carbono-14 passam a fazer parte dos seres vivos fotossintetizantes e, através das cadeias alimentares, também dos demais seres vivos. Os cientistas descobriram que, com a mesma velocidade com que o carbono-14 se forma na alta atmosfera, ele se desintegra por meio de decaimento beta: Desse modo, como ele se forma e se desintegra com a mesma velocidade, sua porcentagem no planeta permanece constante, sendo exatamente a mesma na atmosfera e em todos os seres vivos (10 ppb). Ao examinar múmias, fósseis, ossos, pergaminhos e outros achados arqueológicos compostos por restos de antigos seres vivos, os cientistas encontraram neles teores de carbono-14 inferiores a 10 ppb, o que se deve ao decaimento p ocorrido durante os anos que se passaram desde a morte do ser vivo. Isso torna possível, uma vez determinada a porcentagem de carbono-14 na amostra, calcular a sua idade, consultando a curva de decaimento radioativo. Esse processo é o método da datação pelo carbono-14. O que é fissão nucelar? Alguns anos antes da Segunda Guerra Mundial, vários grupos de pesquisadores tentavam obter novos elementos químicos, com Z>92, bombardeando o urânio com nêutrons. Em janeiro de 1939, os alemães Otto Hahn e Fritz Strassman anunciaram a presença de bário, lantânio e criptônio numa amostra de urânio bombardeada com nêutrons. Nos meses que se seguiram, esse processo passou a ser mais bem compreendido e chamado de fissão nuclear. Representação esquemática da fissão nuclear, na qual cada núcleo fissionado libera nêutrons que poderão provocar a fissão de outros núcleos. (Cores e formas fantasiosas.) Fissão nuclear é o processo de quebra de núcleos grandes em núcleos menores, liberando uma grande quantidade de energia. O nêutron, ao atingir um núcleo de urânio, provoca sua quebra em dois núcleos menores e a liberação de mais nêutrons que, por sua vez, irão atingir outros núcleos e provocar novas quebras. E uma reação em cadeia, análoga ao início de uma epidemia de gripe: uma pessoa transmite o vírus para duas, que o transmitem para quatro, daí para oito, e assim por diante. Quando um átomo de urânio-235 sofre fissão, vários produtos podem se formar. Alguns exemplos são: A energia liberada na reação de fissão do urânio-235 é muito grande, muito maior do que aquela envolvida em reações químicas como, por exemplo, uma combustão. Pelos dados da tabela 4 é possível calcular que 1 g de urânio-235 equivale, sob o ponto de vista energético, a cerca de trinta toneladas do explosivo TNT! O reator nuclear Antes mesmo de se construir a primeira bomba atômica, o italiano Enrico Fermi e sua equipe já haviam construído, em 1942, na Universidade de Chicago, o primeiro reator nuclear. Esse reator tinha a finalidade de executar em laboratório a fissão nuclear para que se pudesse compreendê-la melhor, a fim de aproveitá-la como fonte de energia. A versão moderna do reator de Fermi são as usinas nucleares, ou termonucleares, onde a fissão nuclear ocorre de modo controlado e a energia liberada é aproveitada para a produção de energia elétrica. Os principais componentes de um reator nuclear são:  Material físsil, que pode ser urânio-235 (natural), urânio-233 ou plutônio-239 (artificiais);  Fuido trocador de calor;  Moderador (grafite ou água), queserve para diminuir a velocidade dos nêutrons, o que torna a reação possível (neutrons rápidos não são eficientes para provocar a fissão);  Barras de controle (cádmio ou boro), que absorvem nêutrons e servem para evitar que a reação saia de controle, superaquecendo o reator. No chamado reator de água pressurizada, ou PWR (pressurized water reactor), como o da usina Angra I (em Angra dos Reis, RJ), o calor liberado na fissão aquece a água (mantida a alta pressão) que está em contato com o material físsil. Esta, por sua vez, aquece uma outra porção de água que entra em ebulição. O vapor produzido gira uma turbina, cujo eixo se liga a um gerador elétrico, o qual, por sua vez, transforma a energia do movimento em energia elétrica. Nesse tipo de reator, ilustrado a seguir, a água funciona como fluido trocador de calor e também como moderador dos nêutrons. Já no chamado reator de água fervente, ou BWR (boiling water reactor), vapor de água formado pelo aquecimento direto da água em contato com o material físsil é usado para girar a turbina. O lixo nuclear Nos produtos da fissão do urânio-235 já foram identificados mais de duzentos isótopos pertencentes a 35 elementos diferentes. Muitos deles emitem α, β e γ, representando um risco à população e necessitando, portanto, ser armazenados em recipientes de chumbo e/ou concreto e guardados em locais seguros por tempo suficiente para que a radiação caia a níveis não prejudiciais. Dentre os muitos nuclídeos presentes no lixo nuclear podemos destacar três bastante perigosos para o ser humano, estrôncio-90, iodo-131 e césio-137. Fusão nuclear Muitas pessoas dizem que o Sol é uma bola de fogo. 0 que estará queimando lá, então? Na verdade nada está queimando. No Sol, bem como em outras estrelas, está ocorrendo um processo denominado “fusão nuclear”. Fusão nuclear é a junção de núcleos pequenos formando núcleos maiores e liberando uma quantidade muito grande de energia. Para ocorrer fusão nuclear é necessária uma temperatura muito elevada, pelo menos da ordem de 10 milhões de graus Celsius. O Sol é uma imensa bola de hidrogênio onde a temperatura é suficiente para que ocorra a fusão dos átomos de hidrogênio, formando átomos mais pesados e liberando a energia que chega até nós na forma de luz e calor. Uma das reações que acontecem no Sol é: Fusão nuclear é a reação que ocorre quando uma bomba de hidrogênio (bomba H) explode. No entanto, para que a fusão ocorra, é necessária uma altíssima temperatura, que é conseguida através da explosão de uma bomba atômica, que funciona como detonador da bomba H. Estima-se que mais de duzentas explosões nucleares já aconteceram por todo o planeta, como parte dos chamados testes nucleares. O lixo atômico produzido num desses eventos é espalhado pelo vento, pela água e pelos seres vivos (através das cadeias alimentares). A arma mais potente já detonada tinha 58 megatons e foi testada pela União Soviética em 30 de outubro de 1961 (um megaton equivale em poder destrutivo a um milhão de toneladas de TNT). A poeira e as cinzas lançadas na atmosfera sob a forma de “cogumelo atômico” podem subir além da camada das nuvens e, dessa maneira, permanecer meses em suspensão antes de descer sob a ação do próprio peso. Essas partículas obstruem a passagem dos raios solares. Exercícios de Tempo de Meia-Vida 1) Analise o gráfico a seguir onde foi determinada a massa do isótopo ZX A em tempos diferentes. Determine o tempo necessário para que a massa reduza para 40% da inicial. 2) Com um tempo de meia-vida de 3,8 dias, calcule o tempo necessário para que a massa inicial (m0) de Rn 222 86 , retido nos pulmões de uma pessoa, seja reduzido a m0/16 pela conversão em Po21884 . 3) Sabendo-se que o tempo de meia-vida do césio-137 é de 30 anos, é correto afirmar que os materiais permanecerão perigosos para o meio ambiente por 180 anos? Justifique sua resposta. 4) Ainda sobre o radioisótopo da questão anterior, julgue as afirmativas: a) A massa do estrôncio reduzirá à 3,125% da inicial após 140 anos? b) Após 9 meias-vidas a massa do isótopo será reduzida a 0,1% da inicial? 5) O carbono 14 existe em todos os seres vivos, na proporção de 10ppb (partes por bilhão). Quando morrem, eles deixam de incorporar átomos de carbono dos alimentos, e a quantidade de radioisótopos começa a diminuir. O gráfico seguinte ilustra como acontece o decaimento do carbono 14 em função do tempo: A partir dessas informações, responda: a) Qual a meia-vida do 14C? b) Calcula-se que o linho que envolvia os pergaminhos do Livro de Isaías, descoberto em uma caverna de Israel, tenha aproximadamente 2000 anos. Qual a quantidade (em ppb) de carbono-14 existente nesta amostra? 6) O isótopo radioativo 86Rn 222, formado a partir de 92U 238 por emissões sucessivas de partículas alfa e beta, é a principal fonte de contaminação radioativa ambiental nas proximidades de jazidas de urânio. Por ser gasoso, o isótopo 86Rn 222 atinge facilmente os pulmões das pessoas, onde se converte em 84Po 218, com um tempo de meia-vida de 3,8 dias. Baseado nessas informações, julgue as afirmativas a seguir como F e V. Justificando as falsas. 1( ) São quatro o número de partículas alfa emitidas, considerando a formação de um átomo de radônio, no processo global de transformação do 92U 238 em 86Rn 222. 2( ) O tempo necessário para que o número N0 de átomos de 86Rn 222, retido nos pulmões de uma pessoa, seja reduzido a N0/16 pela conversão em 84Po 218 é de 11,4 dias. 3( ) As partículas emitidas na transformação do 92U 238 em 86Rn 222 tem poder de penetração. 4( ) Após um período de quatro meias-vidas a concentração do isótopo será 87,5% menor que a inicial.