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Relacionamento Terapêutico

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DESCRIÇÃO
O relacionamento terapêutico como instrumento para o cuidado e a prática da enfermagem
humanizada.
PROPÓSITO
Compreender o relacionamento terapêutico, bem como o seu processo de estabelecimento,
sua importância e sua aplicação para uma assistência de enfermagem humanizada.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as condições essenciais para estabelecer o relacionamento terapêutico e suas
respectivas fases
MÓDULO 2
Reconhecer como o relacionamento terapêutico contribui para uma prática humanizada em
Enfermagem
INTRODUÇÃO
O termo relacionamento terapêutico nasceu no campo da Saúde Mental, no qual o cuidado é
pautado na relação de ajuda interpessoal, de maneira compreensiva e individualizada,
buscando evidenciar toda sua potencialidade e, com isso, recuperar a autonomia do indivíduo
em sofrimento psíquico.
Com o passar do tempo, essa prática foi se ampliando e se expandindo, independentemente
da área de atuação do enfermeiro, levando em consideração todo o seu dia a dia de trabalho,
lidando com a dor e, também, com o sofrimento do sujeito que se encontra sob seus cuidados.
Nesse sentido, a assistência de enfermagem inclui não só o cuidado ao sujeito em si, mas
também à sua família, visando a questão física, as questões de saúde mental e tudo aquilo que
o envolve.
Cuidar é um ato que envolve práticas relacionadas às nossas atitudes, por exemplo, a maneira
como tratamos ou olhamos uma pessoa, a disposição que temos para interagir e o respeito
com que tratamos o outro. Assim, cuidar é uma prática complexa que exige autoconhecimento
e bom relacionamento entre pessoas.
MÓDULO 1
 Identificar as condições essenciais para estabelecer o relacionamento terapêutico e
suas respectivas fases
RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO
O ato de cuidar diz respeito e remete às nossas atitudes, disponibilidade e essência para tal,
entendendo que o ser humano é complexo e o ato de cuidar também o será, o que exige do
profissional autoconhecimento e bom relacionamento interpessoal para exercê-lo.
Quando falamos de relacionamento interpessoal, estamos nos referindo a uma relação entre as
pessoas que exige comunicação efetiva, convivência e reciprocidade. Desse modo, essas
serão condições básicas no exercício de uma profissão em que a prática nos submete à
coexistência com o cliente.
O ser humano é essencialmente um “ser com”, ou seja, um ser em relação com os outros, que
depende deles para realizar-se e para amadurecer, e que também sofre a pressão dos outros.
(FRITZEN, 2000).
A partir do exposto, o relacionamento terapêutico pode ser entendido como uma relação entre
enfermeiro e cliente na qual há reciprocidade e interações planejadas em curto, médio e longo
prazo. Por consequência, o relacionamento terapêutico permite que o próprio cliente
desenvolva o potencial e a capacidade de enfrentar os desafios relativos à promoção,
manutenção e recuperação de sua saúde, com foco em suas necessidades e singularidades.
E como estabelecemos o relacionamento terapêutico? Ele se estabelece quando enfermeiro e
cliente têm suas necessidades atendidas de modo satisfatório durante o cuidado prestado.
Assim, esse processo pode se efetivar quando cada indivíduo vê o outro de maneira singular,
ou seja, como ser humano único, respeitando todas as suas particularidades.
VEJAMOS UM EXEMPLO:
 EXEMPLO
Quando o enfermeiro vê o cliente apenas como mais um ocupante de um leito ou mais uma
pessoa doente, o cliente, simultaneamente, vê o enfermeiro como mais um profissional de
saúde que está ali para prestar um cuidado de forma mecânica, por obrigação. Certamente, se
a ação ocorrer como o exemplo citado, não se efetivará o relacionamento terapêutico.
Imagem: Shutterstock.com
Desse modo, apresentamos, a seguir, os diferentes estilos de relacionamento terapêutico:
IMPESSOAL
No estilo impessoal, quase não há retorno das situações (feedback) e também não há
exposição própria, então as pessoas não conseguem estabelecer uma relação de confiança.
Geralmente, as pessoas que têm esse estilo são retraídas, distantes e fechadas, de modo que
as relações se tornam frias e impessoais. Por conta dessas características, elas podem
provocar hostilidades no outro, colocando barreiras diante das necessidades de comunicação e
dificultando as relações.
COM FEEDBACK EXCESSIVO
Neste estilo, como diz o próprio nome, o feedback ocorre em excesso, com o intuito de
estabelecer um relacionamento, mas que termina por ser falho em confiança. Essa
desconfiança, por sua vez, vai gerando cada vez mais desprezo e hostilidade.
AUTOCRÁTICO
Neste estilo, também há o feedback excessivo, com o uso demasiado da exposição a fim de
receber esse retorno. O indivíduo não percebe que gera impacto negativo no outro. As pessoas
com esse estilo de relacionamento sentem necessidade de se autoafirmar e, ao mesmo tempo,
têm pouca confiança no que o outro diz, porque apenas suas próprias opiniões são valorizadas
e reconhecidas.
DEMOCRÁTICO
É o estilo que podemos considerar ideal, no qual os processos de exposição e de feedback
aparecem de maneira equilibrada. As pessoas com esse estilo agem com sinceridade,
honestidade e são sensíveis em relação ao outro, de modo que esses aspectos contribuem
para a efetivação de um relacionamento. O estilo democrático é fundamental para as relações
e pode servir como base para o estabelecimento do relacionamento terapêutico.
CONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA
ESTABELECER O RELACIONAMENTO
TERAPÊUTICO
Agora que já conhecemos os estilos de relacionamento terapêutico e já sabemos como os
distinguir, vamos entender como desenvolvemos as condições essenciais que contribuem para
estabelecer o relacionamento terapêutico entre enfermeiro e cliente.
AUTOCONHECIMENTO
O autoconhecimento, de acordo com a Psicologia, diz respeito àquilo que sabemos sobre nós
mesmos. A partir dessa visão, que é interna, conseguimos equilibrar as emoções, sejam elas
positivas ou negativas.
Quando conseguimos controlar nossas emoções a partir do autoconhecimento,
experimentamos um bem-estar geral e conseguimos evitar a baixa autoestima, a irritação, a
inquietação, a ansiedade, a instabilidade emocional etc.
CONFIANÇA
A confiança é o valor que o ser humano confere em relação à sua própria história, tal como a fé
que depositamos no outro e a esperança e coragem provenientes da convicção no próprio
valor.
CONFIANÇA “É O SENTIMENTO DE FIDEDIGNIDADE
EM RELAÇÃO AO OUTRO” (ARANTES; STEFANELLI;
FUKUDA, 2008, P. 360).
É fundamental que tenhamos confiança para estabelecer as relações humanas. Quando
pensamos na relação enfermeiro-cliente, ressaltamos o quanto ela é importante.
VAMOS REFLETIR POR INTERMÉDIO DE UM
EXEMPLO?
 EXEMPLO
Imagine o quanto o cliente pode estar frágil devido a suas questões de saúde. Ele precisa
confiar no outro, que, no caso, é o profissional enfermeiro, que desempenha um papel de suma
importância para a recuperação de sua saúde.
Para conseguirmos estabelecer essa relação de confiança, ela deve ser construída por meio de
diálogo, sensibilidade, atenção e dedicação. Todos esses aspectos favorecerão a assistência
de enfermagem de qualidade, potencializando os bons resultados na promoção e na
recuperação da saúde dos nossos clientes.
Imagem: Shutterstock.com
RESPEITO
Podemos entender o respeito como o sentimento que leva alguém a tratar outra pessoa com
grande atenção. É o sentimento que nos leva a repensar situações em que poderíamos ser
desagradáveis com o outro, por conta de sentimentos como consideração, afeto, deferência,
importância ou medo do que os outros pensarão. Desse modo, somos impedidos a agir de tal
maneira.
No que tange ao enfermeiro, o diálogo e o acesso às informações são condições essenciais
para manifestar respeito ao cliente que recebe o cuidado da enfermagem. Para isso, o
profissional enfermeiro precisará de tempo, construção de diálogos e ambiente propício. Isso
permitirá que o cliente exerça sua autonomia e liberdade de expressão.
Portanto, o enfermeiro farácom que o cliente se sinta à vontade para sanar suas dúvidas e
demais questões, podendo contribuir para que ele reflita sobre o cuidado recebido sem
qualquer constrangimento e/ou represália.
O enfermeiro tem, entre seus compromissos, o dever de tratar a pessoa sob seus cuidados
como ser humano. Essa meta só é alcançada ao cultivarmos o respeito, procurando entender o
ponto de vista do outro independentemente de opiniões, características de personalidade e
divergências.
Foto: Shutterstock.com
Uma atitude respeitosa envolve capacitar o outro a agir autonomamente, e não somente acatar
decisões. São atitudes respeitosas:
1
2
3
4
5
Chamar o cliente pelo nome.
Interagir o suficiente para responder às perguntas, esclarecer dúvidas e minimizar
inquietações.
Agir sempre com franqueza e honestidade, mesmo quando as notícias são tristes e difíceis.
Garantir a privacidade do cliente, bem como o sigilo necessário para sua dignidade.
Tentar compreender o comportamento do cliente, considerando suas ideias e preferências,
principalmente no momento de planejar a assistência de enfermagem.
AUTENTICIDADE
É a característica daquilo que consideramos real, verdadeiro, legítimo. Aquela particularidade
que consideramos genuína, adequada, e que nos leva à confiança. Quanto mais somos
verdadeiros conosco, mais desenvolveremos esse atributo. Isso acontece à medida que somos
leais às nossas emoções, necessidades, preferências e desejos, utilizando o nosso
autoconhecimento como intermediário.
Ser autêntico depende desse processo de saber que permite ao indivíduo agir de acordo com
seu verdadeiro eu e se expressar de maneira consistente entre pensamentos e sentimentos
(HARTER, 2002).
Foto: Shutterstock.com
EMPATIA
O termo, de origem grega (em-pathos), significa:
A CAPACIDADE DE COLOCAR-SE NO LUGAR DO
OUTRO, DE COMPREENDER SEU SOFRIMENTO, SUAS
ANGÚSTIAS E DÚVIDAS, SEM, NO ENTANTO,
CONFUNDIR-SE COM ELE (SOAR FILHO, 1998).
Foto: Shutterstock.com
A empatia pode ser descrita como uma resposta emocional a partir da percepção do estado ou
da condição de outra pessoa, ou seja, consiste em compartilhar a emoção percebida em outra
pessoa, o que permite compreendê-la. Além disso, indica a capacidade de estabelecer contato
direto, não mediado por palavras ou conceitos, apenas lidando com os estados afetivos de
outro ser humano. É a capacidade de se colocar no lugar do outro sem qualquer tipo de
prejulgamento, respeitando as suas características individuais.
Por implicar um modo de percepção que ocorre fora do campo verbal, a empatia favorece o
vínculo entre pessoas e contribui para o desenvolvimento das relações de afetividade, que, em
situações de estresse, funcionam como apoio social e auxiliam na capacidade de adaptação.
VAMOS VER UM EXEMPLO QUE ILUSTRA ESSAS
CONDIÇÕES?
ESTUDO DE CASO
Uma enfermeira, que estava no seu plantão em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tinha
sob seus cuidados um cliente que estava no terceiro dia pós-operatório. Contudo, tal cliente
havia cometido atos infracionais perante a lei e havia um policial que o acompanhava e
permanecia o tempo todo na porta da UTI.
Ao perceber o empenho da enfermeira em sua prática profissional durante o cuidado ao
referido cliente, o policial não hesitou e comentou:
 Por que a senhora cuida tão bem dele? Sabia que ele já matou muita gente, ele é uma
pessoa ruim, será que vale a pena continuar vivo?
A enfermeira olhou para o policial e perguntou gentilmente:
 O que o senhor está fazendo aqui?
Ao que o policial respondeu:
 Estou fazendo o meu trabalho, que é acompanhá-lo.
A enfermeira respondeu:
 Eu também estou fazendo o meu trabalho, que é cuidar de qualquer pessoa que necessite
de cuidados, independentemente de quem ela seja, do que faça ou fez, sem qualquer tipo de
julgamento.
Ainda com um sorriso no rosto e com a mesma gentileza de antes, finalizou:
 Vamos continuar nossos trabalhos?
A PARTIR DESSE EXEMPLO, PODEMOS DISCUTIR
ALGUMAS DAS CONDIÇÕES JÁ CITADAS
ANTERIORMENTE E PERCEBER A IMPORTÂNCIA DA
SUA EMPREGABILIDADE NO CUIDADO.
Notamos que a enfermeira agiu com respeito não apenas com o cliente, mas também na forma
como respondeu ao policial. Ela não julgou qualquer tipo de atitude do cliente que estava sob
seus cuidados, exercendo o seu papel com qualidade, tornando-se empática e colocando-se
no lugar dele (do outro), mesmo que indiretamente, a partir do momento que entende seu
sofrimento e presta a assistência necessária com zelo. Essa mesma atitude pode propiciar o
estabelecimento de confiança na relação enfermeiro-cliente, tendo em vista que, mesmo sob
as condições do cliente, a enfermeira manteve seus cuidados de forma íntegra, sem qualquer
discriminação ou julgamento.
IMPASSES TERAPÊUTICOS
Do mesmo modo que existem condições essenciais para o desenvolvimento do relacionamento
terapêutico, há impasses que podem dificultar o estabelecimento do vínculo.
Vamos entender quais são esses impasses?

RESISTÊNCIA
A resistência consiste na tentativa do cliente em não perceber os aspectos e as questões,
gerando uma relutância em mudar, mesmo quando ele reconhece que precisa. Ou seja, é uma
oposição às descobertas, ao novo. Por vezes, pode acontecer inconscientemente.
TRANSFERÊNCIA
A transferência é uma atitude inconsciente em que o cliente apresenta emoções para o
enfermeiro, a partir de algo que ele identifica como um aspecto positivo que pode ajudar a
diminuir a ansiedade ou a angústia.


CONTRATRANSFERÊNCIA
A contratransferência, por sua vez, é uma resposta emocional do enfermeiro pelas
características do cliente, um deslocamento ou projeção a partir de algo que o enfermeiro
identifica como próximo. Por exemplo, o enfermeiro, por achar aquele cliente muito parecido
com um parente querido, desenvolve uma relação de afeto com ele.
VIOLAÇÃO DE LIMITES
A violação de limites, por sua vez, diz respeito aos limites na relação enfermeiro-cliente e
suas consequências. Quando estabelecemos uma relação pessoal, social ou econômica com
os clientes, estamos violando os limites e deixamos de estabelecer uma relação terapêutica.

FASES DO RELACIONAMENTO
TERAPÊUTICO
Considerado uma ferramenta importante na assistência de enfermagem, o relacionamento
terapêutico está distribuído em cinco fases do processo de enfermagem: investigação,
diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação do cuidado.
Vejamos essas fases:
INVESTIGAÇÃO
É o momento inicial, em que acontece o acolhimento de maneira humanizada, a coleta das
informações, que vão além das principais queixas relatadas, e a escuta qualificada
identificando todos os problemas relatados pelo cliente.
DIAGNÓSTICO
É o momento que trata da interpretação e da conclusão dos achados clínicos, no qual o
enfermeiro tomará uma decisão em relação à saúde do cliente.
PLANEJAMENTO
É quando acontece a definição do plano de ação a ser executado a partir dos problemas
identificados na fase anterior.
IMPLEMENTAÇÃO
É a fase em que se executa o que foi planejado a partir do plano terapêutico proposto.
AVALIAÇÃO AO CUIDADO
É o momento em que há comparação e avaliação de todo o processo e das fases citadas
anteriormente, a fim de concluir se o primeiro foi efetivado e se houve melhoria no quadro
clínico do cliente. No caso de ter havido falhas, é o momento de identificá-las para ajustes
posteriores.
Quando o enfermeiro sistematiza o cuidado a partir dessas etapas, ele estará,
simultaneamente, desenvolvendo o relacionamento terapêutico e a assistência pautada na
ciência, proporcionando um cuidado em enfermagem com qualidade.
O processo de enfermagem é a aplicação dessas fases. O relacionamento terapêutico inicia-se
antes mesmo do primeiro contato com o cliente e é encerrado somente quando há um
desfecho para o cuidado prestado, ou seja, no último momento de interação entre cliente e
enfermeiro. As ações do relacionamento terapêutico estão classificadas em quatro etapas: pré
interação, orientação, trabalho e término(TOWSEND, 2011).
Vejamos cada uma delas:
Pré interação: envolve a preparação para o primeiro contato com o cliente.
Esta fase inclui:
Informação
Coletar informações no prontuário por meio do contato com acompanhantes e familiares, ou
com outros profissionais da equipe de saúde.

Preparação
Preparar-se para o contato, principalmente se o cliente apresentar condições físicas ou
emocionais que tragam conflito para o enfermeiro. Antes de atender um doente em fase
terminal, por exemplo, o enfermeiro deve questionar-se quanto à sua preparação para esse
atendimento.
Orientação: caracteriza-se pelo contato direto com o cliente e pelo conhecimento mútuo entre
este e o enfermeiro.
Esta fase inclui:
COLETA
Proporcionar um ambiente acolhedor e propício ao estabelecimento de confiança.
INFORMAÇÃO
Confirmar as informações coletadas anteriormente e colher outras de importância para a
intervenção proposta.
ENTENDIMENTO
Identificar as potencialidades e as limitações do cliente que podem interferir na eficácia do
cuidado de enfermagem proposto na intervenção.
ELABORAÇÃO
Formular diagnósticos de enfermagem, com base em problemas reais (já existentes) ou
potenciais (com possibilidade de ocorrência) identificados durante a fase de diagnóstico.
ESTABELECIMENTO
Estabelecer metas satisfatórias para o cliente e o enfermeiro, elaborando um plano de ação
que permita alcançar as metas propostas, sem deixar de ser realista.
EXPLORAÇÃO
Explorar sentimentos e expectativas do cliente e do enfermeiro, uma vez que pode haver a
necessidade de variadas interações para a efetivação das ações planejadas.
CUIDADO
As fases de pré-interação e de orientação oferecem subsídios para a elaboração do Plano de
Cuidados de Enfermagem.
Trabalho: consiste na etapa de intervenção. Representa a ação, ou seja, a execução do Plano
de Cuidados de Enfermagem com objetivo de alcançar os resultados esperados.
Esta fase inclui:
Implementação
Implementar as ações propostas para resolver os problemas identificados nas fases anteriores.

Orientação
Manter a confiança estabelecida na fase de orientação.

Avaliação
Avaliar continuamente os resultados obtidos a partir das ações implementadas e o progresso
no alcance das metas definidas na fase de orientação.
Término: acontece quando a assistência de enfermagem já não é necessária, seja pela
recuperação da saúde do cliente, pelo desenvolvimento da autonomia para o autocuidado, ou
ainda por uma situação mais grave em que o cliente venha a óbito.
Diante do exposto, compreendemos que o relacionamento terapêutico não se resume em um
simples ato de se relacionar com o outro, mas requer condições essenciais, para que, de fato,
possamos estabelecer um relacionamento, levando em consideração as características
individuais de cada sujeito e o modo como cada um vai se relacionar interpessoalmente.
O relacionamento enfermeiro-cliente vai se construindo aos poucos e à medida que vamos
considerando todos os aspectos que o envolvem, perpassando pelas condições, os tipos e as
fases dos indivíduos. Uma vez respeitados todos esses aspectos, podemos, então, estabelecer
o relacionamento terapêutico que trará melhores condições de promoção e recuperação da
saúde dos nossos clientes.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre as Condições para desenvolver o
relacionamento terapêutico e seus impasses.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERANDO O RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO, PARA
IMPLEMENTÁ-LO, O ENFERMEIRO DEVERÁ CONSIDERAR SUAS
QUATRO ETAPAS, QUE SÃO:
A) Orientação, trabalho, execução e término.
B) Pré-interação, orientação, trabalho e término.
C) Interação, orientação, trabalho e término.
D) Interação, orientação, execução e término.
E) Pré-interação, orientação, execução e término.
2. SÃO CONDIÇÕES ESSENCIAIS AO DESENVOLVIMENTO DO
RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO, EXCETO:
A) Autoconhecimento.
B) Confiança.
C) Respeito.
D) Amizade.
E) Empatia.
GABARITO
1. Considerando o relacionamento terapêutico, para implementá-lo, o enfermeiro deverá
considerar suas quatro etapas, que são:
A alternativa "B " está correta.
As fases do relacionamento terapêutico são:
Pré-interação: Envolve a preparação para entrar em contato com o paciente, ações
como avaliar prontuário e conversar com parentes.
Orientação: Nesta fase, ocorre o contato entre o enfermeiro e o paciente. É aqui que o
vínculo entre eles será construído. Serão, ainda, formulados os diagnósticos de
enfermagem e o plano de cuidados.
Trabalho: É a fase da implementação, na qual deve-se manter a avaliação constante das
metas propostas pelo plano de cuidados.
Término: Última fase, que significa que a assistência de enfermagem não é mais
necessária, por motivo de alta ou de óbito.
2. São condições essenciais ao desenvolvimento do relacionamento terapêutico,
EXCETO:
A alternativa "D " está correta.
Para que o relacionamento terapêutico possa ser desenvolvido, são necessárias as seguintes
condições: autoconhecimento, confiança, respeito, empatia e autenticidade. A amizade não se
enquadra nas condições.
MÓDULO 2
 Reconhecer como o relacionamento terapêutico contribui para uma prática
humanizada em Enfermagem
Os avanços tecnológicos e a ampliação do direito à saúde contribuíram para a medicalização
da última, levando à realização de procedimentos, tanto diagnósticos como terapêuticos,
profissionalizados e tecnicistas. Em oposição a essa tradição medicalizante, surgiu uma
concepção de saúde apoiada na valorização da abordagem individualizada e com ênfase nas
necessidades de cada indivíduo. Essa abordagem é chamada de humanização da assistência,
que significa atenção centrada no cliente. A humanização do cuidado implica em habilidade e
dedicação profissional.
CONCEITO DE HUMANIZAÇÃO E
ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
De acordo com o Ministério da Saúde (2010), a Política Nacional de Humanização (PNH)
pretende colocar em prática os princípios do SUS no dia a dia dos serviços de saúde. A
intenção é mudar a forma de gerir e de cuidar, e estimular a comunicação entre as três esferas
de participação (gestores, trabalhadores e usuários), de modo que ocorra uma construção
coletiva dos processos de cuidado e de trabalho, diminuindo as práticas desumanizadas.
A seguir, salientaremos algumas das características desse processo de humanização:
MUDAR
Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, tendo como foco as
necessidades dos cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de trabalho em saúde,
o que valoriza os trabalhadores e as relações sociais no trabalho.
COMPARTILHAR
Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil e mais
resolutivo, além do compromisso com a qualificação da ambiência, melhorando as condições
de trabalho e de atendimento, e com a articulação dos processos de formação dos serviços e
práticas de saúde.
COLABORAR
Aumento do grau da corresponsabilidade e da autonomia dos sujeitos na produção de saúde.
INCLUIR
Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão.
INTERAGIR
Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde.
SEGUNDO MORAIS ET AL. (2009, P. 324): “[...] ALÉM
DE COMPETÊNCIA PESSOAL EVIDENCIADA NA
CAPACIDADE DE PERCEBER E COMPREENDER O
SER PACIENTE EM SUA EXPERIÊNCIA EXISTENCIAL,
SATISFAZENDO SUAS NECESSIDADES INTRÍNSECAS;
FAVORECENDO SOBREMANEIRA UM
ENFRENTAMENTO POSITIVO DO MOMENTO VIVIDO,
ALÉM DE PRESERVAR A SUA AUTONOMIA, OU SEJA,
O DIREITO DE DECIDIR QUANTO AO QUE DESEJA
PARA SI, PARA SUA SAÚDE E SEU CORPO, POR SER
ESTE DIREITO UMA DAS PRIMEIRAS COISAS
DIMINUÍDAS OU PERDIDAS QUANDO SE ADOECE”.
O cliente espera da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, um atendimento que
contemple todas as suas necessidades. Contudo, devido à barreira que, por vezes, é imposta
entre enfermeiro e clientes, eles se tornam incapazes de contemplar tais necessidades.
É de suma importância considerar as condições que favorecemo crescimento da relação
interpessoal em prol do cuidado de outros seres humanos, incluindo as questões
compreendem o ambiente, o meio e todo o cuidado envolvido nessas relações.
Um ambiente terapêutico consiste em acolhimento, integração e aceitação, facilitando o
encontro do cliente com o outro, em que pese os fatores adversos como a dependência, a dor
e as suas limitações. Esse ambiente acolhedor possibilitará ainda que o cliente ressignifique
positivamente a hospitalidade recebida.
Foto: Shutterstock.com
Os clientes chegam adoecidos às instituições de saúde, por isso, é fundamental que o
enfermeiro possa ajudá-los a reconhecer a relação entre fatores emocionais e sintomas físicos.
Isso permitirá que eles lidem com as situações adversas vividas de modo amplo, e não apenas
com os sintomas biológicos.
 COMENTÁRIO
Basta pôr em prática a habilidade de diálogo do profissional, na interação entre enfermeiro e
cliente, para que possam surgir possíveis enfermidades que não estavam tão claras ou
visíveis. Dessa forma, o enfermeiro pode perceber e identificar essas questões, tendo em vista
que ele é um profissional tecnicamente competente para resolver tais complexidades.
As mudanças no processo de trabalho de enfermagem influenciam a relação entre enfermeiro
e cliente, a qual vem se modificando gradativamente ao longo dos tempos. Com a
humanização da enfermagem, o paciente deixou de ser visto apenas como uma doença ou um
leito, agora é tratado como um todo, de forma individualizada, com todas as suas
singularidades. Assim, a enfermagem identifica as necessidades básicas de cada paciente para
poder agir sobre elas.
Para identificar essas necessidades, é necessário que o cliente seja um sujeito ativo nesse
relacionamento, potencializando o trabalho da enfermagem e, simultaneamente, sendo
beneficiado em relação ao seu próprio cuidado. Mediante o relacionamento e a comunicação
estabelecidos com o cliente, pode-se compreendê-lo holisticamente, ou seja, compreender seu
modo de pensar, sentir e agir.
Esse relacionamento, no entanto, não deve ser uma atitude mecânica, como comumente
ocorre. O cliente não deve ser visto apenas como um objeto de trabalho para a equipe de
enfermagem e para o enfermeiro, pois, desse modo, apenas algumas de suas necessidades
serão satisfeitas e não o consideraremos como um sujeito singular.
Imagem: Shutterstock.com
 ATENÇÃO
O relacionamento terapêutico depende do comportamento e das atitudes de cada profissional
de saúde, tornando possível um atendimento em que exista o cuidado humanizado.
Esse cuidado é complexo, pois envolve as necessidades biopsicossociais, espirituais e afetivas
que estão diretamente ligadas aos processos de relacionamento e comunicação entre o
enfermeiro e o cliente. Portanto, para um cuidado eficaz, ambos precisam compreender os
sinais presentes na relação interpessoal.
A partir do estabelecimento de um relacionamento terapêutico, criamos condições para ampliar
a percepção do enfermeiro sobre as necessidades do cliente.
EXEMPLO FICTÍCIO
ESTUDO DE CASO-NÚMERO 1
Francisca (nome fictício), gênero feminino, 19 anos, solteira, deu entrada em um hospital-geral
após “tentativa de suicídio”, por ingestão de medicações psiquiátricas que sua avó faz uso. Na
ocasião, ela não soube relatar qual fora, especificamente, a medicação.
A equipe da emergência realizou diversos procedimentos técnicos para manutenção da vida,
tais como: punção venosa periférica, lavagem nasogástrica, instalação de soroterapia e
administração medicamentosa prescrita.
Após 12 horas em observação, Francisca pareceu melhorar. Ela acordou, manteve-se deitada
no leito com a cabeça coberta, mas não falou com os profissionais. Assim que a cliente
acordou, a equipe questionou os motivos da tentativa de suicídio. Observe o diálogo a seguir:
Enfermeiro A: “Francisca, você é muito nova e linda, deve viver! Não poderia ter feito isso... É
muito feio! O que aconteceu? Aposto que brigou com o namorado”.
Enfermeiro B: “Não interessa o que tenha acontecido, ninguém tem o direito de atentar contra
a própria vida. Só Deus pode decidir o momento da morte!”.
Diante da situação exposta e do que temos abordado, podemos refletir que tais intervenções
não foram adequadas, pois os enfermeiros se apropriaram das próprias crenças e valores e
julgaram o ato da cliente. Sabemos que essa não é uma prática acolhedora e humanizada.
Reafirmamos que, para construir um relacionamento terapêutico, não se deve considerar o que
é correto para o outro a partir das nossas próprias percepções, mas sim respeitá-los sem
qualquer tipo de julgamento, prestando os cuidados pertinentes.
Como os enfermeiros deveriam ter se colocado à disposição de acordo com o atendimento
humanizado que falamos até o momento? Vejamos um exemplo:
Enfermeiro A: “Estou entendendo que você não consegue falar no momento. Caso precise,
estarei aqui. Você deseja que eu chame alguém para ficar com você? Caso seja difícil falar
neste momento, segure minha mão se a resposta for positiva. Não se preocupe com nada,
cuidaremos de você.”
Nesse exemplo, vimos que o enfermeiro não questionou o ato cometido pela cliente, apenas se
colocou à disposição, estabelecendo o início de uma relação interpessoal para que o cuidado
pudesse ser ampliado.
Até aqui vimos duas atitudes diferentes que poderiam ser tomadas pelo enfermeiro, sendo que
a primeira não condiz com o que entendemos e chamamos de prática humanizada da
enfermagem. Desse modo, sabemos qual é a abordagem indicada para que tenhamos êxito e
melhor qualidade no cuidado ao cliente, levando em consideração os pressupostos éticos da
profissão.
VAMOS REFLETIR ACERCA DO CUIDADO
HUMANIZADO DE ENFERMAGEM COM MAIS UM
EXEMPLO:
ESTUDO DE CASO-NÚMERO 2
Imagine a temperatura da água em que você costuma tomar banho. Ela costuma ser quente,
morna ou fria? Como você prefere? Digamos que você prefira água quente.
Enquanto profissional enfermeiro, ao preparar o banho de um cliente, você precisará decidir a
temperatura da água. Provavelmente, julgará que a água quente será a melhor opção, certo? E
por quê? Por ser a sua temperatura preferida. Logo, num certo automatismo, achamos que a
melhor escolha para o outro será a mesma que a nossa. Mas será que essa, de fato, seria a
escolha do cliente?
Isso, evidentemente, não acontece por maldade. Todavia, é preciso nos atentarmos a essas
decisões que precisamos tomar no dia a dia e pensarmos se aquela necessidade atendida foi
nossa ou do cliente.
Muitos enfermeiros optam pelo horário do banho e o preparam sem comunicar o fato aos
clientes, ou sequer os consultam para saber se desejam tomar banho. Então, o cliente acaba
sendo surpreendido com uma temperatura de água que não gosta e num horário com o qual
não está acostumado. Isso seria um cuidado humanizado? Um cuidado terapêutico?
Com esse argumento, pode-se afirmar que a proposta de humanização se baseia no
relacionamento terapêutico, por ser pautada na empatia, na escuta sensível e atenta, no
vínculo, no cuidado integral, holístico e singular, e no respeito ao cliente, considerando-o sujeito
ativo e protagonista do processo de promoção e recuperação de sua saúde, enquanto o
enfermeiro será o agente facilitador desse processo de cuidado.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre as Contribuições do relacionamento terapêutico
para o desenvolvimento de uma prática humanizada em enfermagem.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE O RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO E O CUIDADO
HUMANIZADO, É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) A dúvida funciona como base e representa uma atitude de respeito e valorização do
paciente psiquiátrico.
B) Considera-se a prática da enfermagem como um processo cujo foco principal está centrado
na família.
C) Fundamenta-se nas necessidades emocionais e pessoais do paciente, sendo planejado e
orientado a partir de objetivos definidos.
D) Busca descrever conceitos e princípios que deem suporte às relações sociais.
E) A relação terapêuticadeve cumprir objetivos preestabelecidos pelo enfermeiro.
2. UM HOMEM EM SITUAÇÃO DE RUA, COM APARÊNCIA SUJA, VESTES
DEGRADADAS, ODOR FÉTIDO E LESÕES CORPORAIS, ENTRA NA
EMERGÊNCIA DE UM HOSPITAL. COM BASE NO ENUNCIADO, E DE
ACORDO COM O CUIDADO HUMANIZADO NA ENFERMAGEM E O
CONCEITO DE RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO, QUAL A SERIA A
CONDUTA ADEQUADA?
A) Ignorar, tendo em vista que ele mora na rua e não poderá dar continuidade ao cuidado.
B) Acolher, sem qualquer tipo de julgamento ou preconceitos, e ofertar todos os cuidados
necessários e indicados para tal situação.
C) Transferir para um hospital psiquiátrico sem qualquer tipo de acolhimento, visto que ele
mora na rua.
D) Perguntar o que ele faz ali, não prestar qualquer cuidado e pedir que procure atenção
primária em saúde, sem qualquer tipo de avaliação de suas lesões.
E) Ignorar, tendo em vista suas condições e apresentação, de modo que você, enquanto
enfermeiro, não deve cuidar dessas pessoas.
GABARITO
1. Sobre o relacionamento terapêutico e o cuidado humanizado, é CORRETO afirmar
que:
A alternativa "C " está correta.
Para uma prática de enfermagem humanizada, precisamos olhar o cliente holisticamente, como
um todo, considerando todas as suas necessidades e singularidades, e não apenas as
questões físicas para a implementação do cuidado.
2. Um homem em situação de rua, com aparência suja, vestes degradadas, odor fétido e
lesões corporais, entra na emergência de um hospital. Com base no enunciado, e de
acordo com o cuidado humanizado na enfermagem e o conceito de relacionamento
terapêutico, qual a seria a conduta adequada?
A alternativa "B " está correta.
Pode-se afirmar que a proposta de humanização se baseia no relacionamento terapêutico, por
ser pautada na empatia, na escuta sensível e atenta, no vínculo, no cuidado integral, holístico e
singular, e no respeito ao cliente.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste conteúdo, aprendemos que o relacionamento terapêutico consiste no
desenvolvimento de ações recíprocas entre enfermeiro e cliente, permitindo que ambos
influenciem e sejam influenciados na elaboração de objetivos de curto, médio e longo prazo,
para promoção, manutenção e restabelecimento da saúde do cliente, tendo como foco suas
necessidades e singularidades.
Entendemos, ainda, que o relacionamento terapêutico tem início antes do primeiro contato com
o cliente e termina somente quando há um desfecho para o cuidado prestado, ou seja, no
último momento de interação entre cliente e enfermeiro.
Destacamos também a importância do relacionamento terapêutico para uma assistência de
enfermagem humanizada, tendo em vista que o primeiro visa o cuidado de maneira integral,
considerando o cliente com um todo, o que chamamos de visão holística e integral, e
respeitando todas as suas particularidades, sejam elas: crenças, cultura, raça e gênero.
Compreende-se que ali se encontra um sujeito que requer cuidados para além de qualquer
valor moral.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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Alegre: Artmed, 2000.
ARANTES, E. C.; STEFANELLI, M. C.; FUKUDA, I. M. K. Relacionamento terapêutico
enfermeiro-cliente. In: STEFANELLI, M. C.; FUKUDA, I. M. K.; ARANTES, E. C. A
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evolutivo, práxis e economia solidária. Petrópolis: Vozes, 2003.
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TOWSEND, M. C. Enfermagem psiquiátrica: conceitos de cuidados. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2011.
EXPLORE+
Para se aprofundar no tema do relacionamento terapêutico, leia os seguintes artigos:
Comunicação terapêutica em Enfermagem: instrumento essencial do cuidado, de
Alexandra Carvalho Pontes, Ilse Maria Tigre Arruda Leitão e Islane Costa Ramos,
disponível no site da Scielo.
A empatia no relacionamento terapêutico: um instrumento do cuidado, de Telma Elisa
Carraro e Vera Radünz, disponível no site da UFPR.
Relacionamento terapêutico enfermeira-paciente, de Maguida Costa Stefanelli, disponível
no site da Scielo.
O relacionamento terapêutico no cuidado a uma portadora de transtorno afetivo bipolar:
uma experiência transformadora, de Ana Claudia Silva Lemos e colaboradores, disponível
no site da Redalyc.
CONTEUDISTA
Michael Vida de Freitas
 CURRÍCULO LATTES
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