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1 94 1 Profª Fernanda dos Santos Gentil Controle tecnológico do concreto Aula 3 94 2 Conversa Inicial 94 3 O concreto é um dos materiais mais utilizados na construção civil, composto por uma mistura de cimento, agregados graúdos, agregados miúdos, água, aditivos e adições 94 4 Microestrutura 94 5 A microestrutura do concreto é considerada complexa e heterogênea Ter o conhecimento da microestrutura, das propriedades de cada elemento do concreto e da relação entre microestrutura e propriedade contribui para auxiliar no controle das características do concreto 94 6 Dentro da microestrutura do concreto, existem três fases Agregado Pasta de cimento hidratada Zona de transição na interface entre o agregado e a pasta de cimento 2 94 7 A fase agregado é a principal responsável pela determinação de algumas propriedades do concreto: massa unitária, módulo de elasticidade e estabilidade dimensional Tais propriedades sofrem influência diretamente da densidade e resistência do agregado por meio das suas características físicas Microestrutura da fase agregado 94 8 Tipo Formato Tipo de textura superficial Cascalho natural Arredondado Lisa Rochas britadas Achatado ou alongado Áspera Agregados leves de pedra-pomes Angular Áspera Argila expandida Arredondado Lisa Partículas de agregado 94 9 As caraterísticas dos agregados que afetam de forma indireta a resistência do concreto são a dimensão e a forma do agregado graúdo A água de exsudação interna normalmente se acumula em torno de partículas de agregados alongadas, achatadas e grandes Nesses locais a zona de transição na interface pasta-agregado tem a probabilidade de ser fraca, com possibilidade de microfissuração Tal fenômeno é responsável pela ruptura por cisalhamento na superfície da partícula de agregado 94 10 Pasta de cimento hidratada = pastas de cimento Portland Visto que a composição principal da pasta é o cimento, justifica-se compreender algumas informações sobre tal material O cimento anidro é um pó cinza composto de partículas angulares com tamanhos compreendidos entre 1 a 50 �m, produzido por meio da moagem de um clínquer com quantidades pequenas de sulfato de cálcio Microestrutura da pasta de cimento hidratada 94 11 O clínquer é constituído por uma mistura heterogênea de vários compostos: óxido de cálcio e sílica, alumina e óxido de ferro, submetidos a altas temperaturas A composição química dos principais componentes do clínquer são C3S (silicato tricálcico) C2S (Silicato dicálcico) C3A (aluminato tricálcico) C4AF (ferroaluminato tetracálcico) 94 12 Composição química Percentual na composição do cimento Portland C3S Entre 45 e 60% C2S Entre 15 e 30% C3A Entre 6 e 12% C4AF Entre 6 e 8% Quantidades da composição química do clínquer 3 94 13 O processo da mistura entre o cimento Portland e a água acontece da seguinte maneira: o sulfato de cálcio e os compostos de cálcio formados em altas temperaturas começam a entrar em solução, quando o cimento é colocado em contato com a água. Nessa etapa, a fase líquida se torna saturada com diversas espécies de íons Após poucos minutos da hidratação do cimento, há o início da formação da etringita (cristais de trissulfoaluminato de cálcio hidratado), a partir da interação entre cálcio, sulfato, aluminato e íons hidroxilas 94 14 Horas mais tarde, grandes cristais com formato prismático de hidróxido de cálcio (Ca (OH)2) e pequenos cristais fibrosos de silicato de cálcio hidratado iniciam o processo de preenchimento dos espaços vazios Após alguns dias, a etringita pode se tornar instável e se decompor para formar o monossulfoaluminato hidratado, com o formato de placas hexagonais 94 15 Silicato de cálcio hidratado Abreviação C-S-H Presente entre 50 e 60% do volume de sólidos na pasta de cimento hidratada A fase que determina as propriedades das pastas A morfologia varia: fibras pouco cristalinas até redes reticulares Área superficial da estrutura: entre 100 e 700 m2/g A resistência do material: forças de Van der Waals 94 16 Hidróxido de cálcio Abreviação: (Ca(OH)2) Também chamado de portlandita Constitui entre 20 e 25% do volume de sólidos na pasta de cimento hidratada A morfologia desses cristais é prismática hexagonal 94 17 Sulfoaluminatos de cálcio: ocupam de 15 a 20% do volume sólido da pasta de cimento hidratada Grãos de clínquer não hidratados: podem ser encontrados na microestrutura de pastas de cimento hidratadas, mesmo muito tempo depois da hidratação 94 18 Espaço interlamelar no C-S-H Representa 28% da porosidade no silicato de cálcio hidratado O tamanho desse espaço varia entre 5 e 25 �� Tal tamanho não tem efeito adverso à permeabilidade e resistência da pasta de cimento hidratada As pontes de hidrogênio podem reter água nesses pequenos vazios, e sua remoção pode proporcionar o aparecimento de retração por secagem e fluência 4 94 19 Vazios capilares Caracterizam-se como sendo os espaços não preenchidos pelos componentes sólidos da pasta de cimento hidratada O tamanho está entre 10 e 50 nm A hidratação do cimento pode ser verificada como um processo onde o espaço ocupado pelo cimento e pela água é preenchido pelos produtos de hidratação; já o espaço não ocupado por tais componentes é chamado de vazio capilar 94 20 Ar incorporado Caracterizado como uma quantidade pequena de ar que fica aprisionada na pasta de cimento durante a mistura do concreto Os tamanhos variam entre 50 e 200 �m Os vazios de ar incorporado são maiores do que os vazios capilares, assim tal característica pode afetar de forma negativa a resistência da pasta de cimento 94 21 Água capilar Está presente em vazios maiores que 50 �� É entendida como sendo o volume de água livre da influência das forças de atração exercidas pela superfície sólida 94 22 Água adsorvida É a água próxima à superfície do sólido Sob influência das forças de atração, as moléculas de água são fisicamente adsorvidas na superfície dos sólidos na pasta de cimento hidratada A perda de água adsorvida é responsável pela retração da pasta de cimento hidratada 94 23 Água interlamelar É a água que está associada com a estrutura do C-S-H Quando essa água é perdida, é possível verificar que a estrutura do C-S-H é retraída Água quimicamente combinada É a água que constitui parte da microestrutura de vários produtos de hidratação do cimento Essa água não se perde na secagem; ela é liberada quando os hidratos se decompõem por aquecimento 94 24 A partir da sequência do lançamento do concreto, por exemplo, em obra, é possível ter o entendimento das características microestruturais desse material Para tal compreensão, é necessário analisarmos tal sequência Zona de transição do concreto 5 94 25 Filmes de água se formam em torno das grandes partículas de agregado no concreto fresco recém-compactado Há a formação de uma matriz da pasta de cimento ou, então, uma matriz de argamassa Na próxima etapa, como na matriz da pasta/argamassa, íons de cálcio, sulfato, hidroxila e aluminato, fabricados pela dissolução dos compostos sulfato de cálcio e aluminato de cálcio, combinam-se para formar a etringita e o hidróxido de cálcio 94 26 A B B B 1 µm A = filme limite em contato com o agregado Agulhas de Etringite B = CH = Ca(OH)2 C-H = camada sublimite Thomaz, 2022. 94 27 Em virtude da elevada relação água/cimento, esses produtos cristalinos, situados nas proximidades do agregado graúdo, apresentam cristais maiores, formando uma estrutura mais porosa do que na matriz da pasta de cimento ou da argamassa 94 28 Com o desenvolvimento da hidratação, o C-S- H pouco cristalino e uma quantidade menor de cristais de etringita e hidróxido de cálcio iniciam o preenchimento do espaço vazio entre a estrutura criada pelos grandes cristais de etringita e hidróxido de cálcio Tal processo auxilia namelhora da densidade e da resistência da zona de transição na interface 94 29 ITZ Thomaz, 2022. Interface Areia 10 µm (a) Grãos não hidratados de cimento 94 30 A zona serve como uma ponte entre dois componentes: a matriz da pasta de cimento ou de argamassa e o agregado (graúdo ou miúdo) A zona de transição apresenta grande influência no módulo de elasticidade, durabilidade e a resistência do concreto A resistência do concreto depende do tamanho e do volume dos vazios existentes 6 94 31 Um concreto de baixa relação água/cimento, nas suas primeiras idades, o volume e o tamanho dos vazios na zona de transição serão maiores do que na matriz da pasta de cimento/argamassa; em virtude disso, a zona de transição apresentará menor resistência Com o passar da idade, a resistência da zona de transição pode se tornar igual à resistência da matriz da pasta de cimento/argamassa 94 32 Tal fenômeno pode acontecer como resultado da cristalização de novos produtos nos vazios da zona de transição na interface pelas vagarosas reações químicas entre os constituintes da pasta de cimento/argamassa e o agregado (Mehta; Monteiro, 2008) Outro fator que pode contribuir para a redução da resistência da zona de transição na interface no concreto é a presença de microfissuras 94 33 O aparecimento da microfissura vai depender de diversas parâmetros Tamanho do agregado Distribuição granulométrica Consumo de cimento Relação água/cimento Grau de adensamento do concreto no estado fresco Condições de cura, umidade ambiente e histórico térmico do concreto 94 34 Propriedades do concreto no estado fresco 94 35 A consistência é uma das principais características do concreto que determina a sua propensão para ser manuseado Tem como definição, dentro da área de tecnologia do concreto, ser a maior ou menor capacidade do concreto de se deformar sob a ação do próprio peso Trabalhabilidade 94 36 O método de ensaio definido pela normalização brasileira NBR 16.889 (ABNT, 2020) para a determinação da consistência do concreto fresco é pelo abatimento do tronco de cone Nos concretos especiais, por exemplo os bombeados, as características para a bombeabilidade (trabalhabilidade) dependerão do abatimento, do diâmetro máximo do agregado graúdo, do consumo de cimento e do teor de argamassa (Andrade; Helene, 2017) 7 94 37 Com o passar do tempo, o concreto recém- misturado acaba se enrijecendo. É importante diferenciar esse caso com a pega do cimento, pois tal enrijecimento acontece em virtude de uma parcela de água da mistura que é absorvida pelo agregado, outra que é perdida por evaporação e uma terceira parcela, eliminada pelas reações químicas no estado inicial da mistura (Neville, 2015) Efeito do tempo e temperatura na trabalhabilidade 94 38 A variação da trabalhabilidade com o tempo depende de Teor de cimento da mistura Tipo de cimento Temperatura do concreto Condição de umidade do agregado para um valor total de água Outro fator que interfere na trabalhabilidade é a temperatura ambiente, mesmo sendo a temperatura do concreto considerada mais representativa nos fenômenos observados (Neville, 2015) 94 39 Os fatores intrínsecos ao concreto são Influência da relação água/materiais secos Tipo e consumo de cimento Traço Teor de argamassa Tamanho, textura e forma dos agregados Fatores que afetam a trabalhabilidade 94 40 Os fatores externos de influência são Condições de transporte Lançamento Características das fôrmas Esbeltez dos elementos estruturais Densidade e distribuição das armaduras Entre outros fatores 94 41 A segregação é caracterizada como sendo a separação dos componentes de uma mistura heterogênea, assim a mistura não é mais homogênea, ou seja, uniforme Concreto: a segregação são as diferenças de tamanho das partículas e da massa específica dos componentes da mistura Segregação 94 42 Formas de acontecer a segregação A primeira é quando as partículas mais graúdas tendem a separar-se e caminhar mais ao longo de um declive ou, até mesmo, a se sedimentar mais do que as partículas mais finas A outra forma de acontecer a segregação é em misturas com muita água, onde há a separação de uma suspensão de cimento aquosa da mistura 8 94 43 A exsudação é um fenômeno, também caracterizado como separação de água, onde parte da água da mistura tem a propensão de subir para a superfície do concreto recém- empregado Tal processo acontece pela incapacidade de os componentes sólidos da mistura reterem toda a água de amassamento quando eles se organizam Exsudação 94 44 A redução da exsudação é favorecida quando o cimento utilizado tem um teor elevado de álcalis, um teor elevado de C3A, ou na presença de cloreto de cálcio A adição de pozolanas ou de alumínio em pó no cimento também contribui para a diminuição da exsudação (Neville, 2015) 94 45 Propriedades do concreto no estado endurecido 94 46 Os concretos estruturais precisam atender às classes dos grupos I e II, apresentados na norma NBR 8.953 (ABNT, 2015). Dentro do grupo I estão os concretos C20, C25, C30, C35, C40, C45 e C50, e no grupo II estão os concretos de classes C55, C60, C70, C80, C90 e C100 Como pode ser observado, existe uma numeração. Na simbologia das classes dos concretos, esse valor refere-se à resistência característica à compressão estabelecida, em MPa, para a idade de 28 dias Classes 94 47 A massa específica normal (ρ) dos concretos estruturais, depois de serem secos em estufa, estão entre 2.000 e 2.800 kg/m3 (NBR 6.118, 2014) Caso não seja conhecida a massa específica real do concreto, adotar para o concreto simples o valor de 2.400 kg/m³ e para o concreto armado e protendido 2.500 kg/m3 (Andrade; Helene, 2017) Massa específica 94 48 A retração é a redução do volume do concreto desde o fim da cura até atingir um estado de equilíbrio compatível com as condições ambientes É um processo que não tem a ação de forças externas Tal fenômeno acontece devido à perda de água da pasta de cimento e às alterações físico- químicas internas Retração do concreto 9 94 49 Retração por secagem (ou retração hidráulica): ocorre devido à evaporação da água livre ou capilar que acarreta tensões capilares fundamentais nos poros remanescentes do concreto que ainda apresentam água em seu interior Retração autógena (ou retração por hidratação do cimento ou retração química): o volume total dos produtos hidratados é inferior à soma dos volumes de cimento anidro e de água 94 50 Retração por carbonatação Ocorre devido à reação do CO2 presente na atmosfera com compostos hidratados do cimento. Por exemplo, a portlandita (Ca (OH)2) é o composto mais propenso à carbonatação 94 51 Para efeitos de análise estrutural, a norma NBR 6.118 (ABNT, 2014) menciona que O coeficiente de dilatação térmica pode ser admitido como sendo � =10��/°� Tal valor é influenciado pela natureza e teor de agregados Coeficiente de dilatação térmica 94 52 Diagrama tensão-deformação �c fck 0,85fcd εc2 εcu εc Para fck ≤ 50 MPa: n = 2 Para fck ≥ 50 MPa: n = 1,4 + 23,4 [(90 – fck)/100]4 �c = 0,85fcd.[1 – (1 − εc εc2 ) ] Unesp, 2008 94 53 O valor máximo da tensão de ruptura (�c) é estabelecido como sendo igual a 0,85 fcd, por causa de três fatores Variação da resistência do concreto em função das velocidades de carregamento Ganho de resistência do concreto ao longo do tempo A influência da forma cilíndrica do corpo de prova 94 54 Módulo de elasticidade Battagin, 2007 10 94 55 Módulo de elasticidade (Eci) É a relação entre a tensão aplicada e a deformação instantânea dentro de um limite proporcional estabelecido Tal relação é dada pela declividade da curva tensão-deformação formada por causa do carregamento uniaxial exercido sobre o material (Mehta; Monteiro, 2008) 94 56 O módulo de elasticidade dinâmico é determinado pelo métodode ultrassom O módulo estático é determinado para uma dada velocidade de carregamento previamente estabelecida 94 57 O módulo estático se subdivide em Battagin, 2007 Módulo tangente inicial Módulo tangente Módulo secante σ ε 94 58 ��� � �� � 5.600 ��� para fck de 20 MPa a 50 MPa ��� � 21,5 � 10�� �� � ��� � ! 1,25 �/� para fck de 55 Mpa a 90 MPa ��� = módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial do concreto (MPa) �� = parâmetro em função da natureza do agregado que influencia o módulo de elasticidade ��� = resistência característica à compressão do concreto (MPa) 94 59 ��" � �� � ��� �� � 0,8 ! 0,2 � ��� $ % 1,0 ��" � módulo de elasticidade ou módulo de deformação secante do concreto (MPa) ���= módulo de elasticidade ou módulo de deformação tangente inicial do concreto (MPa) ���= resistência característica à compressão do concreto (MPa) 94 60 Existem várias normas brasileiras que orientam seguir as etapas necessárias para determinar a resistência à compressão dos concretos NBR 16.886 (ABNT, 2020) NBR 5.738 (ABNT, 2015) NBR 5.739 (ABN, 2018) NBR 12.655 (ABNT, 2022) Resistência à compressão 11 94 61 Adotar a expressão a seguir quando a verificação realizada em data “j” for igual ou superior a 28 dias ��& � ��� '� ��& = resistência de cálculo do concreto ��� = resistência característica do concreto '� = coeficiente de ponderação do concreto 94 62 Adotar a expressão a seguir quando a verificação for realizada em data “j” inferior a 28 dias ��& � ���, ( '� ≅ *1 � ��� '� Onde *1 é a relação ���,+ ��� dada pela expressão *1 � exp " 1 / 28 ( � 0 94 63 Os valores mínimos de resistência à compressão que precisam ser atingidas pelo concreto são 20 MPa para concretos apenas com armadura passiva (armado) 25 MPa para concretos com armadura ativa (protendido) 15 MPa apenas para concreto magro e em obras provisórias 94 64 O valor da resistência à tração indireta (fct,sp) tanto pelo método da compressão diametral quanto pelo método de Lobo Carneiro é obtido a partir dos processos descritos na norma NBR 7.222 (ABNT, 2011) Resistência à tração 94 65 A resistência à tração direta (fct) pode ser considerada igual a 0,9 fct,sp ou, na falta de ensaios para a determinação de fct,sp, pode ser avaliada por meio das seguintes expressões ��12 � 0,3���0/� ��1�, �4� � 0,7��12 ��1�, "67 � 1,3��12 ��12 e ��� (MPa) 94 66 Ensaio de resistência à tração na flexão NBR 12.142 (ABNT, 2010) Resistência à tração na flexão Trindade e Lopes, 2018 Extremidade da máquina de ensaio Esfera de aço 25 mm no mínimo D = L/3 Corpo-de-prova L/3 L/3 L/3 Vão Elemento de apoio e aplicação de carga Estrutura rígida de carregamento Esfera de aço Base de apoio da máquina de ensaio 12 94 67 Dosagem do concreto de cimento Portland 94 68 Métodos propostos Método de dosagem IPT/EPUSP (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) Método de dosagem INT (Instituto Nacional de Tecnologia) Método de dosagem ITERS (Instituto Tecnológico do Estado do Rio Grande do Sul) (...) 94 69 (...) Método de dosagem do IBRACON Método de dosagem De Larrard Método de dosagem Helene & Terzian Método de dosagem Mehta-Aïtcin Método de dosagem Tutikian Método de dosagem da ACI/ABCP 94 70 Adaptado do método da ACI (American Concrete Institute) para agregados brasileiros Para concretos de consistência plástica a fluida Fornece uma primeira aproximação da quantidade dos materiais, devendo-se realizar uma mistura experimental Método de dosagem ABCP 94 71 Características dos materiais Fixar a/c Determinar o consumo de materiais Apresentação do traço • Cimento • Agregados • Concreto 94 72 Características dos materiais Cimento Tipo Massa específica Resistência do cimento aos 28 dias (...) 13 94 73 (...) Agregados Análise granulométrica Módulo de finura do agregado miúdo Dimensão máxima do agregado graúdo Massa específica Massa unitária compactada (...) 94 74 (...) Concreto Consistência desejada no estado fresco Condições de exposição Resistência característica do concreto Resistência de dosagem do concreto fc28 = fck + 1,65 x sd Sd = desvio-padrão 94 75 Condição A Sd = 4,0 MPa O cimento e os agregados são medidos em massa, e a água de amassamento é medida em massa ou volume com dispositivo dosador e corrigida em função da umidade dos agregados (concreto normalmente preparado por empresas de serviços de concretagens) Condição B Sd = 5,5 MPa O cimento é medido em massa, e a água de amassamento é medida em volume mediante dispositivo dosador e os agregados em volume. A umidade do agregado miúdo é determinada pelo menos três vezes ao dia. O volume do agregado miúdo é corrigido através da curva de inchamento estabelecida especificamente para o material utilizado. Condição C Sd = 7,0 MPa O cimento é medido em massa, os agregados são medidos em volume, a água de amassamento é medida em volume, e a sua quantidade é corrigida em função da estimativa da umidade dos agregados e da determinação da consistência do concreto. 94 76 Características dos materiais Fixar a/c Determinar o consumo de materiais Apresentação do traço 94 77 Fixação do a/c Critérios Determinação do fc28 Relação a/c e tipo de cimento Escolha do a/c em função da curva de Abrams do cimento 94 78 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 10 20 30 40 50 60 Relação água/cimento 44 41 38 38 32 29 26 Resistência normal do cimento aos 28 dias (MPa) R e si st ê n ci a à c o m p re ss ã o d o c o n cr e to r e q u e ri d a a o s 2 8 d ia s (M p a ) Parâmetros de Dosagem do Concreto, ABCP, ET-67, 1995 14 94 79 Exemplo Cimento CP 32 Concreto com resistência de 25 MPa aos 28 dias 94 80 Características dos materiais Fixar a/c Determinar o consumo de materiais Apresentação do traço Água Cimento Agregado Graúdo Miúdo 94 81 Determinação aproximada do consumo de água (Ca) Consumo de água aproximado (L/m3) Abatimento (mm) Dmáx. agregado graúdo (mm) 9,5 19,0 25,0 32,0 38,0 40 a 60 220 195 190 185 180 60 a 80 225 200 195 190 185 80 a 100 230 205 200 195 190 94 82 Determinação do consumo de cimento (Cc) O consumo de cimento depende diretamente do consumo de água 89 � 8: :/9 Ca = consumo de água a/c = relação água/cimento 94 83 Determinação aproximada do consumo de agregados (Cb) Consumo de agregado graúdo Dimensão máxima do agregado graúdo Módulo de finura da areia Consumo de areia Teor de pasta Consumo de agregado graúdo 94 84 MF Dimensão máxima dos agregados (mm) 9,5 19,5 25,0 32,0 38,0 1,8 0,645 0,770 0,795 0,820 0,845 V O L. B R I T A S 2,0 0,625 0,750 0,775 0,800 0,825 2,2 0,605 0,730 0,755 0,780 0,805 2,4 0,585 0,710 0,735 0,760 0,785 2,6 0,565 0,690 0,715 0,740 0,765 2,8 0,545 0,670 0,695 0,720 0,745 3,0 0,525 0,650 0,675 0,700 0,725 3,2 0,505 0,630 0,655 0,680 0,705 3,4 0,485 0,610 0,635 0,660 0,685 3,6 0,465 0,590 0,615 0,640 0,665 15 94 85 Determinação aproximada do consumo de agregados (Cb) ;< � =< > ?< Vb = volume do agregado graúdo (brita) seco por m3 de concreto ?b = massa unitária do agregado graúdo (brita compactada) Composição com dois agregados graúdos Critério do menor volume de vazios Proporcionar as britas de maneira a obter a maior massa unitária compactada 94 86 Consumo do agregado miúdo (Cm) @2 � 1 / A �� '� ! �B 'B ! �C 'C D �2 � '2 � @2 Vm= volume de areia Cc = consumo de cimento '� = massa específica do cimento (...) 94 87 (...) Cb = consumo de agregado graúdo 'B =massa específica do agregado graúdo Ca = consumo de água 'C = massa específica da água Cm = consumo do agregado miúdo '2 = massa específica do agregado miúdo 94 88 Características dos materiais Fixar a/c Determinar o consumo de materiais Apresentação do traço 94 89 Apresentação do traço Cimento : areia : brita : a/c ;E;E ∶ ;G ;E ∶ ;< ;E ∶ ;H ;E Apresentar o consumo de cimento (kg/m3) 94 90 Recebimento do concreto 16 94 91 Documentação O caminhão de concreto, ao chegar à obra, deve ser verificado A nota fiscal e a especificação do concreto: fck, agregados utilizados, abatimento e horário de saída do caminhão da usina. Importante observar que do início do carregamento até o fim do adensamento não se deve ultrapassar o tempo de 2 horas e 30 minutos (...) Aceitação do concreto 94 92 (...) O lacre da betoneira e seu número constando na nota fiscal Caso existam irregularidades nos itens anteriores, o concerto deve ser rejeitado Abatimento do tronco de cone O abatimento do concreto deve estar dentro do limite previsto no pedido de compra do concreto Abatimento (mm) Tolerância (mm) De 10 a 90 ± 10 De 100 a 150 ± 20 Acima de 160 ± 30 94 93 Resistência à compressão A aceitação do concreto quanto à resistência à compressão é feita através da comparação entre o valor obtido em ensaio (resistência característica à compressão estimativa – fck,est) e o especificado em projeto (fck) Se fck,est ≥ fck → concreto aceito 94 94 Se o concreto não atingir o valor especificado em projeto, o responsável pela obra deverá comunicar o projetista de estrutura e a concreteira para que sejam tomadas as devidas providências Os ensaios que determinam o fck,est do concreto são realizados em laboratórios apropriados, e a forma de controle deve seguir as recomendações estabelecidas pela norma NBR12.655 (ABNT, 2022) 94 95