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ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu- ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis- taram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil- idade, segurança e modernidade, visando à satis- fação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Nome e sobrenome do professor. Nome da Disciplina / Sobrenome, Nome do professor -. - Multivix, 2020. Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE QUADROS Tabela 1 - Ossos do membro superior 35 Tabela 2: Músculos que atuam no cíngulo do membro superior 49 Tabela 1 - Ossos do membro superior 68 Tabela 2: Músculos que atuam no cíngulo do membro superior 82 Tabela 3: Músculos que atuam no antebraço na articulação do cotovelo 86 Tabela 4: Músculos do antebraço que movimentam articulações do punho, mão e dedos 88 Tabela 5: Músculos intrínsecos da mão 91 Tabela 1: Ossos do membro inferior 120 Tabela 2: Músculos mediais responsáveis da movimentação da coxa na articulação do quadril 133 Tabela 3: Músculos anteriores e posteriores responsáveis pela movimentação da coxa na articulação do quadril 135 Tabela 4: Músculos anteriores da coxa responsáveis pela movimentação da articulação do joelho e quadril 137 Tabela 5: Músculos posteriores da coxa responsáveis pela movimentação da articulação do joelho 138 Tabela 6: Músculos da perna responsáveis pela movimentação das articulações do tornozelo, pé e dedos 141 5MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Aristóteles 11 Figura 2: Arquimedes de Siracusa 12 Figura 3: Cláudio Galeno 13 Figura 4: Leonardo da Vinci 14 Figura 5: Galileu Galilei 16 Figura 6: Isaac Newton 18 Figura 7: Biomecânica 21 Figura 8: Posição anatômica 22 Figura 9: Planos de movimento 24 Figura 10: Movimentos fundamentais 27 Figura 11: Educador físico 30 Figura 1: Escápula 37 Figura 2: Clavícula 38 Figura 3: Úmero 39 Figura 4: Articulação do ombro 43 Figura 5: Articulação do cotovelo 44 Figura 6: Articulações do punho e mão 45 Figura 11: Pista de atletismo 59 Figura 12: Movimento angular 60 Figura 13: Alavanca 62 Figura 14: Alavancas no corpo humano 64 Figura 1: Escápula 70 Figura 2: Clavícula 71 Figura 3: Úmero 72 Figura 4: Articulação do ombro 76 Figura 5: Articulação do cotovelo 77 Figura 6: Articulações do punho e mão 78 Figura 7: Músculos do braço 84 Figura 1: Articulação temporomandibular 96 Figura 2: Regiões da coluna vertebral 97 Figura 3: Vértebra 99 6 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Figura 4: Caixa torácica 100 Figura 5: Cíngulo do membro inferior 101 Figura 6: Ligamentos da ATM 102 Figura 7: Disco intervertebral 103 Figura 8: Articulações da pelve 104 Figura 9: Movimentos da coluna vertebral 105 Figura 10: Movimentos da caixa torácica 106 Figura 11: Movimento da articulação sacro ilíaca 107 Figura 12: Hérnia discal 114 Figura 13: Tórax instável 115 Figura 1: Ossos do quadril 121 Figura 2: Fêmur 123 Figura 3: Tíbia e fíbula 125 Figura 4: Ossos do pé 126 Figura 5: Articulações 128 Figura 6: Epicondilite lateral 143 Figura 1: Côncavo e convexo 146 Figura 2: Desafio à estabilidade 147 Figura 3: Postura sentada 151 Figura 4: Dormir em decúbito lateral 152 Figura 5: Desvios posturais 154 Figura 6: Caminhar 155 Figura 7: Fases da marcha 157 Figura 8: Aprendendo a caminhar 161 7MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO A CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA: CONCEITOS BÁSICOS 12 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 12 1.1 ABORDAGEM HISTÓRICA DO ESTUDO DA CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA 12 1.2 CONCEITO DE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA 20 1.3 POSIÇÃO E LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA 23 1.4 PLANOS E EIXOS DE MOVIMENTO 26 1.5 MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS 28 1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA CINESIOLOGIA PARA OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA 32 CONCLUSÃO 33 2 PRINCÍPIOS DA BIOMECÂNICA 36 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 36 2.1 LEIS DO MOVIMENTO 36 2.2 FORÇA 39 2.3 TORQUE 42 2.4 ESTABILIDADE 46 2.5 TIPOS DE MOVIMENTOS: GENERALIZADO, LINEAR, ANGULAR 49 2.6 SISTEMA DE ALAVANCAS: CARACTERÍSTICAS E OS TRÊS TIPOS DE ALAVANCAS DO CORPO HUMANO 52 CONCLUSÃO 55 3. ANATOMIA E CINESIOLOGIA DOS MEMBROS SUPERIORES: CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR, OMBRO, COTOVELOS, PUNHOS E MÃOS 58 3.1 CONCEITOS PRINCIPAIS 58 3.2 OSSOS E PONTOS DE REFERÊNCIA DOS MEMBROS SUPERIORES 59 3.3 ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS 65 3.4 MOVIMENTOS ARTICULARES 70 3.5 MÚSCULOS 70 3.6 PATOLOGIAS COMUNS 83 CONCLUSÃO 84 1UNIDADE 2UNIDADE 3UNIDADE 8 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4 ANATOMIA E CINESIOLOGIA DO TRONCO: ATM, PESCOÇO E TRONCO, SISTEMA RESPIRATÓRIO E CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR 86 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 86 4.1 CONCEITOS PRINCIPAIS 86 4.2 OSSOS E PONTOS DE REFERÊNCIA 89 4.3 ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS 92 4.4 MOVIMENTOS ARTICULARES 96 4.5 MÚSCULOS 99 4.6 PATOLOGIAS COMUNS 104 CONCLUSÃO 107 5 ANATOMIA E CINESIOLOGIA DOS MEMBROS INFERIORES: QUADRIL, JOELHO, TORNOZELO E PÉ 110 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 110 5.1 OSSOS E PONTOS DE REFERÊNCIA 110 5.2 ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS 118 5.3 MOVIMENTOS ARTICULARES 122 5.4 MÚSCULOS 122 5.5 PATOLOGIAS COMUNS 133 CONCLUSÃO 134 6 ANATOMIA E CINESIOLOGIA DO CORPO: POSTURA E MARCHA 136 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 136 6.1 POSTURA: ALINHAMENTO VERTEBRAL 136 6.2 POSTURA ORTOSTÁTICA, SENTADA E EM DECÚBITO DORSAL 139 6.3 DESVIOS POSTURAIS COMUNS 143 6.4 DEFINIÇÃO DE MARCHA, ANÁLISE DE FASE DE APOIO E BALANÇO 145 6.5 OUTROS DETERMINANTES, PADRÃO DE MARCHA COM A IDADE E ALTERAÇÕES DA MARCHA 151 CONCLUSÃO 154 REFERÊNCIAS 155 4UNIDADE 5UNIDADE 6UNIDADE 9MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 10 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 1 > estudar em detalhes os conceitos básicosda Cinesiologia e Biomecânica; > conhecer os planos e eixos de movimento e todas as suas aplicações; > apresentar e detalhar todos os tipos de movimentos fundamentais. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: 11 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 12MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 1 INTRODUÇÃO A CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA: CONCEITOS BÁSICOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Olá, tudo bem com você? Gostaria de convidar você para este momento muito importante de sua formação, tenho certeza de que este será um excelente processo que contribuirá muito para o seu conhecimento e aprendizagem. Ao longo de todo o trajeto você será muitas vezes desafiado e estimulado com conhecimentos muito enriquecedores para a sua formação. Você é o nosso convidado especial para esta viagem através do conhecimento, durante toda esta trajetória você irá se deparar com trilhas muito interessantes, pode contar comigo durante todo este processo. O tema desta primeira unidade é “Introdução a Cinesiologia e Biomecânica: conceitos básicos”, a qual está dividida em abordagem histórica do estudo da Cinesiologia e Biomecânica, conceito de Cinesiologia e Biomecânica, po- sição e localização anatômica, planos e eixos de movimento, movimentos fundamentais e importância do estudo da Cinesiologia para os profissionais de Educação Física. 1.1 ABORDAGEM HISTÓRICA DO ESTUDO DA CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA Existem vários indivíduos espalhados por todo o mundo que se destacaram ao longo de toda a história com o estudo da Cinesiologia e Biomecânica, entre eles podemos destacar: • Aristóteles; • Arquimedes de Siracusa; • Cláudio Galeno; 13 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • Leonardo da Vinci; • Galileu Galilei; • Giovanni Alfonso Borrelli; • Issac Newton. 1.1.1 ARISTÓTELES O filósofo grego Aristóteles (385 a.C.-323 a.C.) foi aluno de Platão e professor de Alexandre o Grande. Durante toda a sua vida ele escreveu vários livros sobre muitas áreas do co- nhecimento, entre elas a Biologia, Drama, Economia, Ética, Física, Linguística, Lógica, Metafísica, Música, Poesia, Retórica e Zoologia. Ele estudou expressivamete a Biologia e a Fisiologia, em função das atividades profissionais médicas que foram executadas pelo seu pai e seu tio. FIGURA 1: ARISTÓTELES Fonte: Wikipédia (2019). Aristóteles é considerado até os dias atuais como o pai da Cinesiologia, o que confirma que seus conhecimentos e descobertas são fundamentais até os dias atuais para a Cinesiologia. 14MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 1.1.2 ARQUIMEDES DE SIRACUSA Arquimedes (288 a.C.-212 a.C.) está classificado entre os principais cientistas da Antiguidade Clássica, sendo considerado como um importante astrônomo, físico, engenheiro, inventor e matemático. Durante sua vida ele fez contribuições fundamentais para a Física, descobrindo a Lei do Empuxo, Lei da Alavanca e outras várias leis. Outro importante desta- que foram os estudos dos princípios hidrostáticos com relação ao mecanismo de flutuação dos corpos. Ele foi considerado como um dos melhores e maiores matemáticos de todo o mundo, ao lado de Isaac Newton e outros ao longo de toda a história, sendo fundamental para o nascimento da Ciência Moderna. FIGURA 2: ARQUIMEDES DE SIRACUSA Fonte: estudiopedia.org (2014). 1.1.3 CLÁUDIO GALENO Cláudio Galeno (130 d.C.-210 d.C.) foi um importante médico e filósofo, sendo também conhecido como Élio de Galeno. 15 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Durante o período romano ele foi considerado como um dos médicos com maior aptidão, tendo grande importância na ciência médica ocidental por mais de mil anos. Todas as suas pesquisas foram realizadas com macacos, pois durante essa épo- ca a prática da dissecação em humanos não era permitida. Ele também foi considerado como um grande pioneiro nas práticas da vivis- secção e do experimento em animais. FIGURA 3: CLÁUDIO GALENO Fonte: Adaptada de Wikipédia (2020). Agora, gostaria de te convidar a fazer esta importante leitura, o artigo “O estudo de Cláudio Galeno como fonte de conhecimento da anatomia humana”, publicado na Khronos. Este artigo vai complementar todo o conteúdo que está sendo abordado nesta unidade. Acesse: http://www.revistas.usp.br/khronos/article/ view/159295 16MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Ele foi o primeiro a apresentar que o movimento humano ocorria em decor- rência da contração dos músculos agonistas e antagonistas; este é um pon- to muito importante, uma vez que esse conceito continua sendo válido até atualmente. 1.1.4 LEONARDO DA VINCI Leonardo da Vinci (1452-1519) foi um importante polímata da sua época, ten- do grande destaque na pesquisa em diversas áreas do conhecimento como a Anatomia, Arquitetura, Botânica, Ciência, Escultura, Engenharia, Invenção, Ma- temática, Música, Pintura e Poesia. O polímata é um indivíduo que apresenta o seu conhecimento não restrito em uma única área, ou seja, é um indivíduo que possui um grande conhecimento em várias áreas ao mesmo tempo. Outros importantes exemplos de polímatas além de Leonardo da Vinci foram Isaac Newton, William Shakespeare, Albert Einstein entre outros. FIGURA 4: LEONARDO DA VINCI Fonte: Wikipédia (2012). 17 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Da Vinci foi um indivíduo que possuía uma grande curiosidade, sendo um dos maiores pintores de todos os tempos além de ser considerado como um dos maiores talentos de todo a história. Através deste artigo você terá acesso à informações relevantes sobre os estudos anatômicos que Leonardo da Vinci realizou durante o período de 1485 e 1515. Os trabalhos de Leonardo da Vinci apareceram durante o período do Renasci- mento, no qual foram resgatadas e expandidas importantes contribuições em relação ao corpo humano através do estudo sobre: • relação do movimento • centro de gravidade 18MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS • equilíbrio corporal 1.1.5 GALILEU GALILEI Galileu (1564-1642) foi um importante astrônomo, filósofo, físico e matemático. Por meio dos seus trabalhos ele desenvolveu estudos sistemáticos sobre o mo- vimento uniformente acelerado, além do movimento do pêndulo; ele também apresentou o princípio da inércia. Através de todas as pesquisas sobre o movimento, ele contribui bastante na fundamentação do estudo do movimento humano como uma ciência, esta- belecendo uma importante relação de todos os conceitos com os princípios matemáticos. FIGURA 5: GALILEU GALILEI Fonte: Wikipédia (2008). 19 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Convidamos você a fazer a leitura deste artigo, pois ele vai contribuir bastante para que possa conhecer melhor todas as importantes contribuições de Galileu Galilei para a ciência 1.1.6 GIOVANNI ALFONSO BORRELLI Borrelli (1608-1679) foi um importante físico, fisiologista e matemático, tendo se destacado por meio de várias pesquisas sobre a relação dos ossos, músculos e articulações envolvidos com os sistemas de alavancas. Devido a suas grandes contribuições para os estudos sobre a locomoção humana e a contração muscular, ele é considerado como o pai da Biomecânica(KAPANDJI, 2013). 1.1.7 ISAAC NEWTON Newton (1643-1727) foi um importante alquimista, astrônomo, cientista, filóso- fo, físico e matemático. Foi ele quem definiu as bases da Dinâmica Moderna, criando as leis da inércia, movimento e da interação. 20MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS FIGURA 6: ISAAC NEWTON Fonte: Wikipédia (2019). 1.2 CONCEITO DE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA O movimento é próprio de todo o ser hu- mano, todo indivíduo consegue se expres- sar em qualquer lugar do mundo por meio das ações que estão relacionadas com o movimento (GRAAFF, 2003). Os primeiros seres humanos que habita- ram a terra foram obrigados, para garantir a sua própria sobrevivência, a realizarem vários tipos de movimentos como, por exemplo, correr e saltar, para poderem fi- car longe de todos os seus inimigos e ga- rantirem as suas caças. A corporeidade é definida como uma relação entre o mundo interior e exterior, sendo que todos os movimentos do corpo humano, como andar, correr, pular e as posturas em pé, sentado e deitado, estão relacionados diretamente com as particularidades de cada indivíduo (FLOYD, 2016). 21 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.2.1 CINESIOLOGIA A Cinesiologia tem como principal significado o movimento, sendo uma pala- vra de origem grega. A Cinesiologia é o estudo e a análise dos movimentos realizados pelas articu- lações, planos e eixos nos quais estas articulações são movimentadas, sendo a responsável pela avaliação e o estudo de todos os movimentos existentes no corpo humano. Segundo Floyd (2016), para o estudo e o trabalho da Cinesiologia existem vários profissionais envolvidos, entre eles: • educadores físicos • fisioterapeutas • massoterapeutas 22MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS • médicos • terapia ocupacional 1.2.2 BIOMECÂNICA Já a Biomecânica é a ciência que estuda o funcionamento mecânico de todos os organismos vivos, principalmente com relação ao sistema musculoesquelé- tico do corpo humano, fazendo a ligação entre a estrutura e a função. Ainda segundo Floyd (2016), a Biomecânica é muito semelhante com a mecâ- nica industrial, tendo em comum os princípios das forças que estão associa- das ou decompostas em vetores, problemas de resistência, equilíbrio, inércia, noções de centro de gravidade, equilíbrio entre as forças, torque de rotação e momento de ação. 23 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 7: BIOMECÂNICA Fonte: eephcfmusp.org.br (2020). 1.3 POSIÇÃO E LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA Agora será abordado em detalhes a posição e a localização anatômica; para o estudo do corpo humano, o corpo deve ser avaliado em uma posição específi- ca que é denominada de posição anatômica. 24MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS FIGURA 8: POSIÇÃO ANATÔMICA Superior Cranial Caudal Direita Esquerda Posterior ou dorsal Anterior ou ventral Fonte: Adaptada de Wikipédia (2013). Nesta posição anatômica, o indivíduo deve estar ereto na frente do avaliador, estando a cabeça na horizontal e os olhos apontados para frente; os pés devem estar apoiados no chão e direcionados para frente, enquanto os braços vão estar ao lado do corpo com as palmas das mãos viradas para frente (GRAAFF, 2003). 1.3.1 DIVISÃO EM VÁRIAS REGIÕES De acordo com Tortora e Derrickson (2016), o corpo humano é dividido em vá- rias regiões, entre elas: • cabeça; • pescoço; 25 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • tronco; • membros superiores; • membros inferiores. A cabeça é constituída pelo crânio e a face, sendo que o crânio envolve e pro- tege o encéfalo, enquanto a face corresponde à parte frontal da cabeça que constitui os olhos, nariz, boca, bochecha e o queixo. O pescoço sustenta a cabeça e a une com o tronco, sendo que o tronco é for- mado pelo tórax, abdome e pelve (GRAAFF, 2003). Os membros superiores estão ligados ao tronco: • ombros; • axilas; • braços; • antebraços; • punhos; • mãos. Os membros inferiores também estão ligados ao tronco: • nádegas; • coxas; • pernas; • tornozelos; • pés. Através deste link, você poderá observar em detalhes os movimentos de flexão e extensão da articulação do quadril.. 26MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 1.4 PLANOS E EIXOS DE MOVIMENTO Agora, serão detalhados os planos e os eixos de movimento. 1.4.1 PLANOS DE MOVIMENTO Os planos correspondem às superfícies planas fictícias que correm através das partes do corpo humano, sendo divididos nos seguintes planos: • sagital; • mediano; • frontal; • oblíquo. FIGURA 9: PLANOS DE MOVIMENTO Fonte: Wikipédia (2019). O plano sagital ou plano mediano é o plano que passa por meio da linha me- diana do corpo humano, estando situado verticalmente da frente para trás, pa- 27 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ralelo à sutura sagital do crânio, separando o corpo em lados direito e esquerdo ou medial e lateral. Já o plano frontal ou plano coronal está situado verticalmente da esquerda para a direita ficando paralelo à sutura coronal, separando o corpo humano ou um órgão nas partes anterior (frente) e posterior (trás) (GRAAFF, 2003). O plano transversal ou plano horizontal, por sua vez, está situado horizontal- mente, estando paralelo ao horizonte e separando o corpo humano ou um órgão em regiões superior e inferior. Os três planos sagital, frontal e transverso vão constituir ângulos retos entre si, enquanto o plano oblíquo diferentemente dos outros planos vai passar por meio do corpo ou um órgão constituindo um ângulo entre o plano transverso e o plano sagital ou plano frontal (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 1.4.2 EIXOS DE MOVIMENTO De acordo com Moore, Arthur e Agur (2011), os eixos de movimentos são os seguintes: • sagital; • transverso; • vertical. 1. Eixo sagital ou Eixo anteroposterior Está direcionado na horizontal, correspondendo aos movimentos de frente para trás, ficando paralelo ao chão e perpendicular ao plano frontal. 28MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 2. Eixo transverso ou Eixo latero medial Está direcionado na horizontal do lado esquerdo para o lado direito e perpendicular ao plano sagital. 3. Eixo vertical Está direcionado na vertical de baixo para cima e perpendicularmente ao plano transverso. Para facilitar o seu entendimento é importante saber que cada plano apre- senta um eixo equivalente em volta do qual o movimento é realizado (GRA- AFF, 2003). O eixo está sempre perpendicular ao seu plano correspondente (ângulo reto), a compreensão dos eixos imaginários e os planos associados são primordiais para o estudo do movimento.. 1.5 MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS Com relação aos movimentos fundamentais, eles podem ser de oito tipos: • cefálico; • podálico; • medial; • lateral; • anterior; • posterior; • posterosuperior; • posteroinferior. 29 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 10: MOVIMENTOS FUNDAMENTAIS Fonte: Adaptada de Shutterstock (2020). Segundo Moore, Arthur e Agur (2011), o movimento cefálico é o movimento que é direcionado para cima em direção à cabeça, porisso recebeu este nome. Já o movimento podálico corresponde ao movimento que ocorre para baixo em direção aos pés. O movimento medial está relacionado com o movimento que se dirige para o centro do corpo humano e o movimento lateral é o que está direcionado para fora, ou seja, do meio externo ou lateral do corpo humano (GRAAFF, 2003). Quanto ao movimento anterior, Moore, Arthur e Agur (2011) explica que é o movimento que é direcionado para frente do corpo humano e o movimento posterior corresponde ao movimento que é direcionado para trás em relação ao corpo. Sobre o movimento posterosuperior, Graaff (2003) esclarece ser o movimento que é dirigido para trás e para cima, já o movimento posteroinferior é o movi- mento que é dirigido para trás e para baixo. 30MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 1.5.1 PLANOS DE MOVIMENTOS ASSOCIADOS COM OS MOVIMENTOS Agora serão abordados os quatro planos de movimento associados com os movimentos realizados. Os movimentos que fazem parte do plano sagital são os de flexão e extensão. Já no plano frontal são os movimentos de adução, abdução e as flexões laterais da coluna vertebral (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). Quanto ao plano mediano ou horizontal são os movimentos rotacionais de pronação, supinação e rotação espinhal. Já no plano diagonal ou oblíquo há combinação de mais de um plano, sendo conhecido como um exemplo muito comum nas atividades desportivas (MOORE; ARTHUR; AGUR, 2011). De acordo com Graaff (2003), os ossos são classificados da seguinte forma: • sesamoides; • irregulares; • longos; • planos; • curtos. O mesmo autor ainda explica que todos os movimentos são realizados através das articulações, junto com as contrações dos músculos esqueléticos inseridos nos ossos. As articulações são classificadas em dois tipos: • funcionais; • estruturais. 1.5.2 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS ARTICULAÇÕES A classificação funcional está envolvida com a quantidade de movimentos per- mitidos, existindo três tipos: 31 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 • sinartroses, que são articulações sem movimento; • anfiartroses, articulações com pouca movimentação; • diartroses, que são articulações muito móveis. Nos membros superiores e inferiores o predomínio é do tipo diartroses, já no esqueleto axial são as sinartroses e as anfiartroses (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). 1.5.3 CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL DAS ARTICULAÇÕES Com relação à classificação estrutural, é baseada no material responsável pela união dos músculos com os ossos, como também em função da presença ou ausência de uma cavidade articular. Segundo Marieb, Wilhelm e Mallat (2016), com relação à classificação estrutu- ral as articulações são separadas em três tipos: • fibrosas; • cartilagíneas; • sinoviais. Você está convidado a se aprofundar em seus estudos sobre os tipos de articulações estruturais e funcionais. Para esta atividade, você deve clicar neste link para ter acesso ao livro: HANSEN, J. T. Netter – Anatomia para colorir. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2010. 32MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 1.6 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA CINESIOLOGIA PARA OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO FÍSICA O estudo da Cinesiologia é fundamental para todos os profissionais de Educa- ção Física para que tenham um amplo conhecimento dos planos, eixos, articu- lações que estão relacionadas aos vários movimentos realizados diariamente. Com base em todos esses conhecimentos, o profissional terá condições de re- solver todas as questões relacionadas com o movimento durante a sua prática profissional. É fundamental que todo educador físico domine com profundidade a Cine- siologia por meio do conhecimento das origens e inserções de cada um dos músculos. FIGURA 11: EDUCADOR FÍSICO Fonte: Adaptada de Torres ([2020]). A origem de um músculo corresponde à parte do tendão que está mais próxi- ma, enquanto a inserção é a região que mais distante. Ao ser realizada uma análise de determinada ação muscular, tanto a origem como a inserção vão se diferenciar em função do movimento que foi realizado. Outro importante ponto que precisa ser levado em consideração são os siste- mas de alavanca, dos quais fazem parte os ossos, os músculos e as articulações, 33 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 visto que, ao sofrerem um movimento, em função de uma resistência, vão ge- rar uma força em todas essas estruturas. Por meio desses estudos é possível conhecer as cadeias musculares, que são divididas em abertas e fechadas. CONCLUSÃO Chegamos ao final desta primeira unidade, tenho certeza de que você pôde aproveitar o máximo possível todo o conteúdo abordado. Ao longo desta unidade, foram discutidos vários assuntos muito importantes, dentre eles a abordagem histórica do estudo da Cinesiologia e da Biomecâni- ca, conceito de Cinesiologia e Biomecânica, posição e localização anatômica, planos e eixos de movimento, movimentos fundamentais e importância do estudo da Cinesiologia para os profissionais de Educação Física. ANOTAÇÕES 34MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS UNIDADE 2 > compreender os principais conceitos de Biomecânica aplicados ao movimento humano; > identificar os tipos de movimento e os principais sistemas de alavancas do corpo humano. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: 35 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 36MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 2 PRINCÍPIOS DA BIOMECÂNICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nessa unidade você entenderá um pouco as bases da Biomecânica. A Biomecânica como disciplina atribui princípios da Mecânica ao movimento dos seres biológicos. De acordo com a definição clássica de Hatze (1974), Biomecânica é o estudo da estrutura e função dos sistemas biológicos por meio dos métodos da Mecânica, sendo que sistemas biológicos podem se referir ao ser humano, a animais e plantas e mecânica é o ramo da física que estuda a ação de forças e seus efeitos. Para tal, é necessário entender esses princípios da Mecânica, em especial força e movimento. As leis de movimento, desenvolvidas por Sir Isaac Newton, são o ponto de partida para a compreensão do movimento. As leis de Newton explicam a relação entre força e movimento. Também serão abordados nessa unidade o efeito de giro que a força é capaz de exercer, através do torque. A estabilidade, ou situação de equilíbrio de um objeto. O movimento será abordado nas suas diferentes classificações, mostrando o que é necessário para a locomoção. Finalmente, essa unidade abordará as diferentes classificações de alavancas, suas aplicações e como encontramos as alavancas no dia a dia. 2.1 LEIS DO MOVIMENTO Você certamente já ouviu falar das leis do movimento de Newton. Sir Isaac Newton (1642–1727) publicou, em 1687 o livro Philosophiae naturalis principia mathematica (“Princípios matemáticos de filosofia natural”). O livro escrito em latim tornou-se uma das obras fundamentais da mecânica clássica. A primeira lei do movimento é a Lei da Inércia. Inércia é a tendência de um corpo em permanecer em repouso ou movimento constante. Um corpo em repouso somente sairá desse estado quando alguma força atuar sobre ele e um corpo que se move em velocidade constante vai manter o mesmo movi- mento até que uma força atue sobre ele alterando a velocidade ou a direção do movimento (LIPPERT,2013; HALL, 2016). 37 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1: SIR ISAAC NEWTON Fonte: Plataforma Deduca (2020). A segunda lei de movimento fala sobre aceleração. Aceleração é a taxa de va- riação na velocidade. Quando um objeto aumenta ou diminui a velocidade, começa ou para de se movimentar, ou muda sua direção, a sua aceleração mudou(LIPPERT, 2013). Como vimos na primeira lei do movimento, uma força é necessária para um corpo alterar seu estado inercial de repouso ou movimento constante. Essa força vai causar uma aceleração. Quando a massa de um corpo é constante, a aceleração será proporcional à força (HALL, 2016). A segunda lei do movimen- to é conhecida como a lei fundamental da dinâmica. Ela pode ser entendida pela seguinte equação, deduzida pelo matemático Leonard Euller (1707–1783) (CASTELLANI, 2001): F = ma onde: F é a força m é a massa do objeto a é a aceleração do objeto 38MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS A terceira lei de movimento é a lei da ação e reação. Sempre que uma força é realizada sobre um corpo, uma reação de igual magnitude e direção contrária acontece. Lei I: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja compelido a mudá-lo por forças imprimidas sobre ele. Lei II: A mudança do movimento de um objeto é proporcional à força aplicada; e ocorre no sentido da linha reta na qual a força é exercida. Lei III: Para cada ação há sempre oposta uma reação igual: ou a ação mútua de dois corpos um contra o outro são sempre iguais e no sentido da parte contrária. As leis de movimento podem ser visualizadas em atividades com bolas. Você pode testar com uma ou duas bolas rolando em superfícies lisas. Para observar a primeira lei do movimento, ou a lei da inércia, pense no início da partida de futebol. A bola fica parada no centro do campo e somente co- meça a se mover quando um jogador a chuta. O chute movimentou a bola porque causa uma força sobre ela, tirando do seu estado de repouso. Agora pense em um chute ao gol feito com um lançamento longo feito por um jogador, que faz a bola rolar no gramado. Para impedir que a bola passe pela linha do gol, um goleiro do time adversário chuta a bola na direção con- trária à sua goleira. Mais uma vez, esse chute causa uma força sobre a bola e faz ela alterar de direção. A segunda lei do movimento fala sobre a relação entre força e aceleração. Se você colocar duas bolas iguais no chão sobre uma linha e chutar ambas na mesma direção mas em uma bola chutar com toda sua força e na outra bola 39 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 realizar apenas um chute leve, você vai perceber que a primeira bola vai parar em uma distância muito maior do que a se- gunda bola. Isso acontece porque a força realizada sobre a primeira bola foi maior, de modo que a aceleração dessa bola logo após o contato com o pé era maior. Como as bolas são iguais, possuindo a mesma massa, a distância que elas vão percorrer vai depender da força realizada. Quanto maior a força maior a aceleração, e quan- to maior a aceleração maior a distância percorrida. A terceira lei do movimento é fácil de ser visualizada em uma partida de sinuca. No jogo de sinuca, dois adversários compe- tem para ver quem consegue encaçapar todas as suas bolas primeiro. Para isso, devem acertar movimentar a bola bran- ca com um taco para que ela movimen- te a bola que desejam encaçapar. Pense numa de sinuca, quando a bola branca acerta a bola de interesse, muitas vezes ela muda de direção. Isso acontece porque no momento que a bola branca faz contato com a outra bola ela exerce uma força sobre ela. Como a toda força exercida em um objeto segue uma força de igual magnitude e direção contra- ria, a bola devolve essa mesma força sobre a bola branca, causando a mudança de direção. 2.2 FORÇA Até agora estamos falando muito sobre força. Já vimos que as forças são impor- tantes para o movimento, mas ainda não definimos o que é uma força. Uma das primeiras tentativas de definir força foi feita pelo filósofo grego Aris- tóteles (384–322 a.c.). Aristóteles acreditava que tudo aquilo que está em movi- mento deve ser movido por alguma coisa (ARISTOTLE, 2017). Assim, uma força causada por um segundo objeto é necessária para permitir o movimento, mas Saiba que quando uma bola é lançada rasteira em uma distância longa sobre o gramado ela eventualmente vai parar de movimentar, mesmo se ninguém colocar o pé ou a mão para segurar. O tempo todo, na superfície da terra, estamos sujeitos à ação do atrito. Existe sempre uma força entre um objeto que está se movendo e a superfície sobre a qual ele se movimenta e ela, eventualmente, vai fazer o objeto parar. 40MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS para Aristóteles, a força é inseparável do sujeito que a causa e deve estar em contato com o objeto para que ele se mova (ARISTOTLE, 2017). FIGURA 2: ARISTÓTELES Fonte: Plataforma Deduca (2020). Pouco dessa primeira dessa primeira definição de força foi mantido com o passar do tempo. Atualmente definimos força como um empurrão ou um puxão (MCGINNIS, 2013). Assim como Aristóteles, entendemos que a força é sempre exercida por um corpo sobre outro, e, dessa forma, acontece em pares, conforme a terceira lei do movimento de Newton. Também concorda- mos que a força somente existe enquanto os dois corpos estão em contato, mas diferente de Aristóteles, sabemos que o movimento acontece mesmo após o contato cessar. Aristóteles também escreveu o primeiro documento conhecido que tenta explicar a marcha dos animais. Ele descreveu os segmentos dos animais que eram importantes para o movimento e, a partir disso, tentou explicar a marcha de cada animal (ROSS; SMITH, 1912). 41 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Forças não podem ser vistas, mas apenas podemos perceber o seu efeito. Quando uma força é realizada, ela vai acelerar ou deformar o objeto. A força é uma grandeza vetorial, ou seja, além de uma magnitude, a força tem um pon- to de aplicação, uma direção e um sentido (LIPPERT, 2013). A representação de uma grandeza vetorial é feita com uma seta. Assim, o local onde a seta encosta no objeto representa o ponto de aplicação. A linha da seta representa a direção da força e a seta representa o sentido da força. Além disso, frequentemente a magnitude da força pode ser representada pelo comprimento da seta (MC- GINNIS, 2013).. FIGURA 3: VETOR DE FORÇA magnitude ponto de aplicação direçãose nt id o Fonte: Elabora de Autora (2020). Quando consideramos as forças que acontecem no corpo humano, podemos classificá-las em internas e externas. As forças internas são as que atuam den- tro do corpo ou do objeto. No corpo humano elas acontecem nas estruturas internas do corpo, como ossos, músculos, tendões, ligamentos e cartilagens. Sempre que há contato entre duas estruturas, há um par de foras atuando entre elas. As forças externas são as que atuam no objeto e resultam da interação com o ambiente. Na maior parte das vezes elas acontecem devido ao contato do corpo ou objeto com outro corpo ou objeto. A força entre o corpo e a superfície sobre a qual esta é uma força de contato, assim como o atrito e a força entre o corpo e um objeto que está segurando – no esporte pode ser uma raquete no tênis ou um peso no atletismo. Existem também forças externas de não contato. A principal delas é a força peso, ou a força da gravidade. Essa força é definida pelo peso do objetoe causa a sua aceleração (MCGINNIS, 2013). A aceleração devido à gravidade na Terra é de 9,81 m/s2 para baixo e ela é percebida quando um objeto está caindo. 42MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS A principal força interna que acontece no corpo humano é a força muscular. Ela é responsável por realizar o movimento dos diferentes segmentos. O movi- mento do corpo no espaço, entretanto, não depende das forças muscular, mas das forças externas. Para saltar, correr e caminhar, por exemplo, é necessário empurrar o solo para que ele permite o deslocamento. Claro que, na prática, é a interação das forças internas e externas que vão gerar o movimento, uma vez que os segmentos se organizam para causar a força externa desejada. Mas, enquanto a força interna sozinha não causa movimento, existem situações em que o objeto pode ser movimento passivamente. FIGURA 4: FORÇA E MOVIMENTO Fonte: Plataforma Deduca (2020). 2.3 TORQUE A linha de aplicação de uma força é sempre linear. Entretanto, a força pode ter um efeito de giro. O efeito de giro causado por uma força é chamado de torque ou momento (MCGINNIS, 2013). A principal diferença entre uma força que gera deslocamento linear e um torque que causa movimento rotacional é o ponto de aplicação da força. 43 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O movimento rotacional deve acontecer ao redor de um eixo. Ele pode ser um eixo real ou imaginário, por vezes o próprio centro de massa do objeto. Para gerar um torque, a força deve ser aplicada distante do eixo. Essa distância é conhecida como braço de alavanca. A magnitude do torque é proporcional a magnitude da força e a distância perpendicular entre o ponto de aplicação da força e o eixo. Matematicamente, definimos torque como: ϒ = F × r onde: ϒ é o torque F é a força r é a distância perpendicular Para existir o torque é essencial haver uma distância entre o eixo e o centro de aplicação da força. Você pode testar como o torque funciona com uma porta fixa por dobradiça. FIGURA 5: TORQUE Fonte: Plataforma Deduca (2020). Abra a porta e pare atrás dela. Agora faça força para ela fechar com apenas um dedo. Você provavelmente aplicou a força com o seu dedo próximo da 44MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS borda da porta, onde fica a maçaneta. Agora tente repetir o experimento se aproximando da dobradiça. Repita algumas vezes em diferentes distâncias da dobradiça e tente também posicionar o dedo exatamente na dobradiça. Você deve ter percebido que ficou mais difícil fechar a porta, quanto mais pró- ximo da dobradiça estava e que quando colocou o dedo exatamente na do- bradiça a porta não se mexeu, independentemente da quantidade de força aplicada. Olhando a porta do lado de cima, foi mais ou menos o que está na imagem que você fez: FIGURA 6: DISTÂNCIA PERPENDICULAR distância perpendicular distância perpendicular distância perpendicular ei xo (d ob ra di ça ) força força força Fonte: Elaborada pela Autora (2020). Você aplicou uma força na porta a uma distância da dobradiça. Esse é um pro- blema de torque. A dobradiça da porta é o eixo e a porta somente é capaz de se movimentar ao redor desse eixo. Assim, ao fazer força na porta estamos na verdade criando um torque. Como já falamos, o torque depende da força aplicada e da distância entre o ponto de aplicação e o eixo. Para um torque igual, quando maior for essa distância, menor a força que precisa ser realizada, mas quando menor a dis- tância, maior a força que precisa ser realizada. À medida que você aproximou o seu dedo da dobradiça, você estava na verdade diminuindo a distância per- pendicular e precisando fazer mais força para conseguir movimentar e fechar a porta. Mas e quando você fez força na dobradiça? Nesse caso, não havia nenhuma distância entre o eixo e o ponto de aplicação da força. Quando a distância é 45 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 igual a zero, o torque é igual a zero. Quando o eixo é fixo, fazer força no eixo não gera movimento. Quando o objeto não é fixo e temos um eixo imaginário, em geral o centro de massa do objeto, fazer força na direção do eixo causará apenas o deslocamento linear do objeto. Os segmentos do corpo humano também são movimentados a partir de tor- ques gerados pelos músculos. Cada músculo do corpo humano possui ao me- nos duas inserções e cruzam ao menos uma articulação e as articulação ser- vem como eixo para o movimento. Vamos, ver por exemplo, como acontece para realizar a flexão do antebraço. O eixo desse sistema será a articulação do cotovelo. O músculo bíceps braquial tem origem na escápula e se insere no rádio. A distância perpendicular do sistema é a distância entre a inserção do bíceps e o eixo articular no cotovelo, sendo que a distância considerada será perpendicular à linha de ação da força muscular. Quando o músculo contrai ele gera uma força no antebraço, que está a uma distância determinada do eixo da articulação, sendo capaz de ge- rar um torque para movimentar o segmento. FIGURA 7: TORQUE MUSCULAR Fonte: Adaptada de Transtutors (2014). 46MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 2.4 ESTABILIDADE A estabilidade de um objeto está relacionada ao seu estado de equilíbrio. A principal determinante do estado de equilíbrio de um objeto é a relação en- tre o seu centro de gravidade e a sua base de sustentação (LIPPERT, 2013). De forma simples, a estabilidade de um objeto está relacionada a sua resistência em ser derrubado, ou à capacidade de retornar à posição original após ter sido deslocado (MCGINNIS, 2013). Você deve ter brincado quando criança com um João bobo. O João bobo é um brinquedo com base arredondada, representando um boneco ou animal, que possui a característica de sempre retornar à sua posição original quando deslocado. Além da base arredondada, a maior parte da massa do João bobo concentra-se na base, de modo que o seu centro de gravidade está na parte in- ferior do brinquedo. Por suas características, quando o João bobo é deslocado a projeção do seu centro de gravidade sempre se encontra dentro da área da base, facilitando o retorno à sua posição inicial. FIGURA 8: JOÃO BOBO Fonte: Adaptada de Wikimedia (2020). A manutenção da estabilidade do ser humano é mais difícil do que a do João bobo, mas a interação entre a projeção do centro de gravidade e da base de apoio é a semelhante. Faça um teste. Fique em pé com os seus pés afastados na largura do quadril e os braços ao longo do corpo. Perceba como está o seu equilíbrio ao manter essa postura. Agora junte os pés e observe seu equilíbrio. Por último, posicione os pés um em frente ao outro formando uma linha reta, 47 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 de modo que o calcanhar do pé da frente esteja tocando os dedos do pé de trás. Observe mais uma vez como está o seu equilíbrio. Quando foi mais fácil ficar em pé estável? E quando foi mais difícil? Certamen- te quando os pés estavam afastados você teve maior facilidade em manter o equilíbrio e com os pés posicionado um em frente ao outro você teve maior dificuldade. Nessas três situações o seu corpo não mudou e a projeção do cen- tro de gravidade se manteve praticamente igual. Mas a base de apoio mudou em cada situação. FIGURA 9: BASE DE APOIO Posição 1 Posição 3 Posição 2 Fonte: Elaborada pela Autora (2020). Para manter a estabilidade, espera-se que a projeção do centro de gravidade caia entre ospés. Ao afastar os pés, estamos aumentando a base de apoio. Colocando um pé em frente ao outro, diminui a base de apoio no eixo médio lateral, diminuindo a área de estabilidade para a projeção do centro de massa. Podemos dificultar ainda mais fazendo parada de mão. Na parada de mãos a base de apoio é menor do que quando apoiados sobre os pés e desafia ainda mais a manutenção do equilíbrio (WEINECK, 2013). Três estados de equilíbrio são considerados para um objeto. O equilíbrio está- vel, o equilíbrio neutro e o equilíbrio instável (LIPPERT, 2013). O equilíbrio está- vel de um objeto acontece quando é necessário elevar o centro de gravidade para que ele saia da sua situação estável. Um livro deitado sobre a mesa está em equilíbrio estável, mas se esse livro for colocado de pé, ele poderá cair facil- mente. O livro em pé está em equilíbrio instável. O equilíbrio instável acontece quando uma pequena força é suficiente para mover o corpo. Já o equilíbrio neutro acontece quando o centro de gravidade do não muda de altura quan- 48MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS do o objeto de desloca. Quando uma bola rola no chão, ela está em equilíbrio neutro. FIGURA 10: EQUILÍBRIO Fonte: Plataforma Deduca (2020). A estabilidade segue alguns princípios (LIPPERT, 2013; MCGINNIS, 2013): 1. Altura do centro de gravidade: quanto mais baixo for o centro de gravidade, mais estável estará o objeto. 2. Projeção do centro de gravidade: para que o objeto permanece estável a linha de projeção do centro de gravidade deve permanecer dentro da base de apoio do objeto. 3. Base de apoio: quanto maior for a base de apoio do objeto, mais estável o objeto estará. 49 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4. Força: quando uma força for aplicada no objeto, o aumento da base de apoio na direção da força auxiliará na manutenção da estabilidade. 5. Massa: quanto maior a massa do objeto, maior a estabilidade do objeto. 6. Atrito: quanto maior o atrito entre a superfície e a base de apoio, maior a estabilidade do objeto. 2.5 TIPOS DE MOVIMENTOS: GENERALIZADO, LINEAR, ANGULAR Movimento é a ação ou o processo de mudança de posição. O movimento depende do espaço pelo qual se desloca e do tempo durante o qual ocorre o movimento (MCGINNIS, 2013). O movimento pode ser classificado em movi- mento linear, movimento angular ou movimento generalizado, que junta os dois anteriores. O movimento linear é o movimento de translação. Durante o movimento linear acontece quando todos os pontos de um objeto se deslocam pela mesma dis- tância, na mesma direção e no mesmo tempo (MCGINNIS, 2013). A translação de um objeto pode seguir um deslocamento retilíneo ou um deslocamento curvilíneo. No movimento retilíneo o objeto se desloca seguindo uma linha reta. No movi- mento curvilíneo o objeto segue um percurso com curvas. A principal diferen- ça entre o movimento retilíneo e o movimento curvilíneo é como o objeto se deslocam. No movimento curvilíneo a direção do movimento está mudando constantemente, mesmo que a orientação do objeto permaneça a mesma. Também podemos observar a diferença entre a distância percorrida e o des- locamento, que é a distância em linha reta entre a posição inicial e posição 50MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS final. No movimento retilíneo a distância percorrida e o deslocamento são os mesmos. No movimento curvilíneo, a distância percorrida é maior do que o deslocamento (KNUDSON, 2007). FIGURA 11: PISTA DE ATLETISMO Fonte: Clipart (2020). A diferença entre o movimento retilíneo e o movimento curvilíneo pode ser percebida nas provas de atletismo. Na prova de 100 metros rasos os atletas percorrem uma área da pista de atletismo em linha, sem a necessidade de alterar a orientação do seu corpo. Na prova de 400 metros rasos ou outras provas mais longas disputadas no estádio, os atletas devem percorrer a pista completa. Por causa da característica oval da pista de atletismo, o atleta altera constantemente a sua orientação, estando virado a cada instante para um lado do estádio. O movimento angular é o movimento de rotação. Durante o movimento de rotação, todo o objeto se move de forma circular ao redor de um eixo ou linha central fixa, que pode ser inclusive fora do objeto. Um exemplo clássico de mo- vimento angular é a pirueta do patinador ou da bailarina, quando giramos ao 51 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 redor do nosso próprio eixo. Mas não é necessário acontecer um giro completo para ser movimento angular. Por exemplo, os segmentos do corpo humano se movimentam dessa forma ao redor das articulações (CALAIS-GERMAIN, 2010). FIGURA 12: MOVIMENTO ANGULAR Fonte: Plataforma Deduca (2020). Mas movimento angular não é a forma mais comum de movimento do cor- po humano. Nem o movimento linear. O mais comum é a união dos dois. No movimento geral, parte do corpo se move de forma linear e parte do corpo de move de forma angular (MCGINNIS, 2013). Pense em como você corre, ou caminha. Durante um desses movimentos você está se deslocando em linha reta, realizando movimento linear. Mas e os seus segmentos? Os braços se movem alternadamente para frente e para trás de forma angular, assim como as pernas. Os seus segmentos realizam movimen- to angular. Assim, a caminhada ou a corrida são combinações de movimentos lineares ou angulares, ou movimentos generalizados. A separação entre os tipos de movimento é utilizada para simplificar a análise. Os parâmetros utilizados para descrever o movimento linear e o movimento angular são diferentes. No movimento linear o deslocamento de um objeto é apenas a distância entre o ponto inicial e o final, ou a mudança de posição e 52MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS a distância percorrida corresponde ao percurso realizado. A partir do desloca- mento a velocidade e a aceleração do objeto podem ser calculadas. O movimento angular deve ser mensurado em ângulos, que podem ser medi- dos em graus, revoluções ou radianos. Os ângulos são mensurados entre seg- mentos, podendo representar o ângulo entre os vetores ou entre um vetor e o plano de referência. Conhecendo a posição de um objeto ao longo do tempo é possível calcular a velocidade do deslocamento e a aceleração. Independen- temente de o movimento ser linear ou angular, a relação entre posição, veloci- dade e aceleração se mantém. Posição é o local de um ponto ou objeto no espaço. Posição angular é orientação de uma linha em relação a outra linha ou plano. Velocidade é a taxa de deslocamento, que pode ser média ou instantânea. Velocidade angular é a taxa de deslocamento angular. Aceleração é a taxa de mudança da velocidade. Aceleração angular é a taxa de mudança da velocidade angular. 2.6 SISTEMA DE ALAVANCAS: CARACTERÍSTICAS E OS TRÊS TIPOS DE ALAVANCAS DO CORPO HUMANO Alavanca é uma haste rígida que, sob a ação de forças, pode girar em torno de um eixo (OKUNO; FRATIN, 2017). A alavanca tem a função de potencializar o efeito de uma força. Além disso, a alavanca também é capaz de direcionar a força realizada. Uma alavanca é representada, além da haste rígida, por três forças: a força de ação (F), a força de resistência que contrapõem a ação (R), e a força de reação ao eixo no qual a haste está apoiada. As forças são representadas por dois veto- res para as forças de ação e resistência, e por um apoio para a força de reação ao eixo. 53 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.Uem 23/06/2017 FIGURA 13: ALAVANCA RF Fonte: Elabora pela Autora (2020). As alavancas são classificadas em três de acordo com a posição de cada uma das forças: Classe I: Alavanca de primeira classe ou interfixa. RF Classe II: Alavanca de segunda classe ou inter-resistente. R F Classe III: Alavanca de terceira classe ou interpotente. RF Na alavanca de primeira classe ou interfixa, o eixo está no central. Tesouras, ali- cates, gangorras e outros são exemplos de alavancas interfixas. As alavancas de primeira classe são utilizadas para ampliar o efeito da força (OKUNO; FRATIN, 2017). Na alavanca de segunda classe ou inter-resistente, a força resistente está no centro. Alguns exemplos de alavancas inter-resistentes são as maçanetas, a chave de fenda, chaves de roda, carrinhos de feira ou de pedreiro, pedais e 54MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS abridor de lata. Esse tipo de alavanca visa ampliar o efeito da força de ação (OKUNO; FRATIN, 2017). Na alavanca de terceira classe ou interpotente, a força de ação está no centro. Exemplos da alavanca interpotente são a pinça, pe- gadores de salada e macarrão. A alavanca de terceira classe reduz o efeito da força de ação. Giovanni Alfonso Borelli (1608-1679) é conhecido como o pai da Biomecânica. A principal contribuição dele para a área foi a constatação que os segmentos do corpo atuam como alavancas. No corpo humano, os ossos atuam como a haste rígida da alavanca. O eixo ou ponto de apoio são as articulações. Os músculos e ligamentos são responsáveis pela força de ação. A força resistente pode ser a for- ça peso dos segmentos, forças externas ou até mesmo outras forças internas. No corpo humano também encontramos os diferentes tipos e alavancas. As alavancas de primeira classe estão relacionadas à manutenção da postura e ao equilíbrio. A articulação atlanto-occipital, que é responsável pera sustentação da cabeça, tem essa característica. As articulações intervertebrais também são alavancas interfixas. As alavancas de segunda classe proporcionam vantagem mecânica em um movimento. Essa alavanca é mais dificilmente encontrada no corpo humano. Um dos poucos exemplos é flexão plantar do tornozelo, quando o eixo do pé se desloca distalmente, ficando próximo dos metatarsos. Alavancas de terceira classe, por sua vez, são as mais abundantes no corpo humano. Essas alavancas não têm grande vantagem mecânica, mas estão re- lacionadas a amplitude de movimento. A característica dessa alavanca faz com que pequenos encurtamentos musculares possam realizar grandes amplitu- des articulares. Alguns exemplos de alavanca interpotente no corpo humano são a ação do músculo deltoide na articulação glenoumeral e a ação do mús- culo bíceps braquial na articulação do cotovelo. Articulações são as ligações entre ossos. A sua função, além de unir os ossos, é permitir a mobilidade do corpo humano. A mobilidade é variável de acordo com o tipo de articulação, podendo ser quase fixa até possibilitar diversos graus de liberdade aos segmentos. 55 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 14: ALAVANCAS NO CORPO HUMANO Fonte: Adaptada de Okuno e Fratin (2017, p. 115). CONCLUSÃO Essa unidade teve por objetivos compreender os principais conceitos da Bio- mecânica para o movimento humano e identificar os tipos de movimentos e os sistemas de alavanca. Entre os princípios da Biomecânica você aprendeu nessa unidade sobre as Leis do Movimento de Newton. Entendeu como percebemos a força e o seu efei- to sobre os objetos. Conheceu o efeito de giro que a força é capaz de exercer através dos torques. Entendeu que estabilidade não é ausência de movimento, mas o estado de equilíbrio do objeto. Aprendeu a diferença entre os tipos de movimento e viu como eles são combinados para permitir o deslocamento. Finalmente, conheceu as características e aplicações dos diferente tipos de ala- vanca, também encontrados no corpo humano. 56MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Deve apresentar no final da disciplina um fechamento, resumo do que foi apresentado na disciplina com o objetivo de auxiliar o aluno a consolidar os conhecimentos adquiridos. Muitos dos conceitos apresentados nessa unidade vêm da Física. Uma proposta de interdisciplinaridade é unir as disciplinas de Educação Física e Física para ensiná-los. Você pode saber mais sobre isso, acesse o link. Acesse o link para entender por que o conceito de força é um dos mais difíceis de ser compreendido. A estabilidade de praticantes de artes marciais foi avaliada por Miranda et al. (2016) no artigo, Estudo do centro de massa e estabilidade de quatro posturas básicas do Kung-fu Pak Hok. Basta acessar o link para obter mais conhecimento sobre o assunto. Aprendemos que a aceleração de um objeto ao sair do repouso está relacionada com a força aplicada nele. Isso também é importante na largada de provas rápidas do atletismo e foi analisado por Passos et al. (2017).. Acesse e leia o link. A análise cinemática estuda o movimento linear e angular. Ela pode ser aplicada para a análise esportiva, como foi feito no estudo de Feres, Coelho, e Marson (2017). Acesse e leia: Análise cinemática do chute no futsal com aproveitamentos diferentes. UNIDADE 3 > identificar as estruturas ósseas, musculares e articulares dos membros superiores; > compreender os movimentos articulares e a correlação das estruturas envolvidas.. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: 57 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 58MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 3. ANATOMIA E CINESIOLOGIA DOS MEMBROS SUPERIORES: CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR, OMBRO, COTOVELOS, PUNHOS E MÃOS 3.1 CONCEITOS PRINCIPAIS Esta unidade abordará, em detalhes, todas as estruturas que fazem parte dos membros superiores e são as responsáveis pela execução de todos os movimentos. Estas importantes estruturas são os ossos, articulações e os músculos e todas elas serão estudadas a seguir. Quanto aos ossos serão estudados todas as estruturas ou acidentes ósseos que fazem parte de cada osso do membro superior entre eles: • escápula; • clavícula; • úmero; • rádio; • ulna; • carpo; • metacarpo; • falanges. Posteriormente, serão estudados todos os ligamentos que constituem as articulações do membro superior entre eles: a articulação do ombro, cotovelo, punho e mão. Na sequência serão abordados todos os movimentos articulares existentes em cada uma das articulações que estão presentes nos membros superiores. 59 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Serão estudados todos os músculos que constituem os membros superiores através das suas origens e inserções além de todas as suas ações musculares. E por último serão abordadas algumas patologias comuns presentes nos membros superiores. 3.2 OSSOS E PONTOS DE REFERÊNCIA DOS MEMBROS SUPERIORES Neste tópico serão estudados todos os ossos que fazem parte do membro superior. Na tabela a seguir você pode observar em detalhes todos os ossos do membro superior, localizações e as principais características. TABELA 1 - OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR NOME E NÚMERO LOCALIZAÇÃO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Clavícula (2) Base anterior do pescoço entre o esterno e a escápula Em forma de S, extremidade esternal e acromial, tubérculo conoide, costoclavicular. Escápula (2) Superior do dorso, formando a parte do ombro Triangular, espinha, fossassubescapular, supraespinal e infraespinal, cavidade glenoidal, processo coracoide, acrômio. Úmero (2) Braço entre a escápula e o cotovelo Osso mais largo do membro superior, tubérculo maior e menor, sulco intertubercular, colo cirúrgico, tuberosidade para o músculo deltoide, capítulo, tróclea, epicôndilos lateral e medial, fossas coronóide e do olecrano. Ulna (2) Lado medial do antebraço Incisura troclear, olécrano, processos coronóide e estiloide, incisura radial. Rádio (2) Lado lateral do antebraço Cabeça, tuberosidade do rádio, processo estiloide, incisura ulnar. Carpais (16) Punho Ossos pequenos dispostos em duas filas de quatro ossos cada. Metacarpais (10) Palma da mão Ossos longos, cada um deles alinhados com um dedo. Falanges (28) Dedos Três em cada dedo, exceto o polegar com duas Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 181). 60MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 3.2.1 ESCÁPULA A escápula é um osso plano, grande e triangular que está situada no lado pos- terior da caixa torácica, justaposta a 2ª a 7ª costela, a espinha da escápula é uma crista óssea diagonal protuberante na vista na face posterior, a espinha reforça a escápula e a deixa mais resistente. Superiormente a espinha está situado a fossa supra espinal e abaixo da espi- nha está a fossa infra espinal. A espinha está elevada na direção do ombro for- mando o acrômio, onde vai existir a inserção de vários músculos como tam- bém vai se articular com a clavícula (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Inferiormente ao acrômio há uma depres- são leve chamada de cavidade glenoidal, onde a cabeça do úmero vai se encaixar (MOORE; ARTHUR; AGUR, 2011). Na superfície anterior da escápula existe uma área ligeiramente côncava chamada de fossa subescapular. A escápula apresenta três margens de- marcadas por três ângulos, sendo que margem superior está em cima, a mar- gem medial mais próxima da coluna ver- tebral e a margem lateral mais perto do braço (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O ângulo superior está localizado entre as margens superior e medial, en- quanto o ângulo inferior na convergência das margens medial e lateral, en- quanto o ângulo lateral está na convergência das margens superior e lateral (MARQUES, 2014). A escápula está articulada com a cabeça do úmero no ângulo lateral, ao longo da margem superior existe uma depressão chamada de incisura da escápula possibilitando a passagem para o nervo supra escapular (MOORE; ARTHUR; AGUR, 2011). O processo coracoide é uma projeção densa, dirigida para cima e situada superiormente e anteriormente à cavidade glenoidal. 61 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1: ESCÁPULA Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 175). 3.2.2 CLAVÍCULA A clavícula possui um formato semelhante com a letra S, conecta-se ao mem- bro superior por meio do esqueleto axial e mantém a articulação do ombro longe do tronco o que possibilita uma grande liberdade de movimento (TOR- TORA; DERRICKSON, 2016). A articulação esternoclavicular é a articulação medial da extremidade esternal da clavícula com o manúbrio do esterno, já extremidade lateral acromial da clavícula articula-se com o acrômio da escápula, esta articulação é chamada de articulação acromioclavicular (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Segundo Moore, Arthur e Agur (2011), existem dois procedimentos que vão ser- vir de fixação para os ligamentos que são: 1. Tubérculo conoide Localizado na extremidade acromial da clavícula. 62MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 2. Impressão do ligamento costoclavicular Situado na superfície inferior da extremidade esternal. FIGURA 2: CLAVÍCULA Fonte: Adaptada de PixaBay (2020). A clavícula é considerada como um dos ossos do corpo humano que mais sofrem fratura. 63 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3.2.3 ÚMERO É o osso mais longo do membro superior, sendo formado por uma cabeça proximal, que está articulada com a cavidade glenoidal da escápula, um corpo e por fim uma extremidade distal que vai se adaptar para articular-se com os dois ossos do antebraço. Existe um sulco que envolve a margem da cabeça, sendo denominado de colo anatômico, enquanto o colo cirúrgico é um afunilamento que está perto da cabeça, sendo uma região muito comum onde ocorre as fraturas (TORTORA; DERRICKSON, 2016). FIGURA 3: ÚMERO Fonte: PixaBay (2020). A protuberância maior é chamada de tubérculo maior estando situada na par- te proximal lateral do úmero, já o tubérculo menor está relativamente anterior ao tubérculo maior por meio do sulco intertubercular, neste sulco passa o ten- dão da cabeça longa do músculo bíceps braquial. Em toda porção médio lateral do corpo do úmero existe uma área enruga- da, a tuberosidade para o músculo deltoide é o local de inserção do músculo, 64MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS existem pequenas aberturas que são chamadas de forames nutrícios (MOORE; ARTHUR; AGUR, 2011). No côndilo do úmero especificamente na extremidade distal existem duas su- perfícies articulares que são o capítulo do úmero que é a parte lateral abaula- da que se articula com o rádio, já a tróclea é região mais medial possuindo o formato de polia se articulando com a ulna (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Nos dois lados acima do côndilo estão situados os epicôndilos lateral e medial, o medial é maior e recebe o nervo ulnar que peneta posteriormente o sulco do nervo ulnar (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A fossa coronoidea é uma depressão na face anterior acima da trócela, já a fos- sa do olécrano é uma depressão na parte distal da face posterior. As duas fossas são adaptadas para se articularem com a ulna ao longo dos movimentos do antebraço. 3.2.4 RÁDIO O rádio é constituído por um corpo, onde a extremidade proximal é pequena já a extremidade distal é grande, a cabeça proximal tem a aparência de um disco se articulando com o capítulo do úmero e com a incissura radial da ulna. A tuberosidade do rádio onde o bíceps braquial está inserido está localizada no lado medial da diáfise, logo abaixo da cabeça, enquanto na estremidade distal do rádio existe uma superfície duplamente facetada para a articulação com os ossos proximais do carpo (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A estremidade distal do rádio apresenta um processo estilóide na ponta lateral e uma incisura ulnar no lado medial que adere a estremidade distal da ulna. Os processos estiloides da ulna e do rádio vão promover a estabilidade lateral e medial para a articulação do punho. 3.2.5 ULNA A estremidade proximal da ulna é articulada com o úmero e com o rádio, exis- te uma depressão denominada de incisura troclear, a qual se articula com a tróclea do úmero. O processo coronoide constitui o lábio anterior da incisura troclear já o olécra- no constitui a parte posterior (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 65 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Já a parte lateral e inferior ao processo coronoide está situada a incisura radial, a qual se articula com a cabeça do rádio. 3.2.6 CARPO, METACARPO E FALANGES A mão é formada por 27 ossos que vão constituir os ossos do carpo, metacarpo e as falanges. O carpo também é denominado de punho, sendo constituído por oito ossos carpais, estando organizados em duas fileiras tranversais de quatro ossos cada uma, a fila proximal do lado lateral para medial é constituída pelos ossos esca- fóide, semilunar, piramidal e pisiforme (GRAAFF, 2003). Já a parte distal do lado lateral para o medial é constituída pelosossos tra- pézio, trapezóide, capitato e hamato. Os ossos escafóide e o semiliunar da fila proximal se articulam com a extremidade distal do rádio (TORTORA; DERRI- CKSON, 2016). O metacarpo também é denominado de palma da mão, e apresenta cinco ossos metacarpais, onde cada um é constituí- do por uma base proximal, corpo e uma cabeça distal que é arredondada para a articulação com a base de cada uma das falanges proximais. As cabeças dos ossos metacarpais estão localizadas distalmente e formam os nós das articulações de um punho fechado (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os dedos são numerados por meio de uma sequência de I a V iniciando pelo dedo po- legar (GRAAFF, 2003). 3.3 ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS Agora será estudado em detalhes todos os ligamentos que vão constituir as articulações do membro superior, correspondendo a articulação do ombro, cotovelo, punho e mão. Existem 14 falanges que vão constituir os ossos dos dedos, a falange é o nome dado para um osso de um dedo, sendo que estão localizadas em uma fila proximal, média e uma distal, exceto no polegar visto que não existe a falange média.. 66MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 3.3.1 ARTICULAÇÃO DO OMBRO A articulação do ombro apresenta uma grande liberdade com relação aos mo- vimentos do corpo, existe uma cinta circular de fibrocartilagem chamada de lábio glenoidal que vai percorrer em volta da margem da articulação do om- bro e penetrar na concavidade da cavidade glenoidal (GRAAFF, 2003). Existe uma proteção para a articulação do ombro em cima dela por meio de um arco formado pelo acrômio e pelo processo coracóide da escápula e da clavícula. Mesmo existindo dois ligamentos e um retináculo envolvendo e mantendo a articulação do ombro, grande parte da estabilidade da articulação é proceden- te dos músculos e dos tendões que se cruzam (FLOYD, 2016). Esta articulação é bastante móvel e a sua estabilidade tem sido agravada devido a sua mobilidade. O ligamento coracoumeral é estendido do processo coracoide da escápula ao tubérculo maior do úmero, sendo que a cápsula articular é reforçada através de três feixes ligamentares que são chamados de ligamentos glenoumerais, o suporte final da articulação do ombro é denominado de retináculo transverso do úmero, um feixe delicado é estendido do tubérculo maior ao tubérculo menor do úmero. Existem duas bolsas maiores e duas menores que fazem conexão com a arti- culação do ombro, as bolsas maiores são denominadas de subdeltoídea, locali- zada entre o músculo deltoide e a cápsula articular, já a bolsa subacromial está localizada entre o acrômio e a cápsula articular (GRAAFF, 2003). A bolsa subcoracoidea está localizada entre o processo coracoide e a cápsula articular sendo analisada normalmente como uma extensão da bolsa subacro- mial. Existe uma pequena bolsa subescapular que está situada entre o tendão do músculo subescapular e a cápsula articular. 67 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4: ARTICULAÇÃO DO OMBRO Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 135). Agora gostaria de aproveitar este momento para convidar você para indicar esta importante leitura. O artigo “O ombro em uma linha de produção: estudo clínico e ultrassonográfico”, publicado na Revista Brasileira de Reumatologia. 3.3.2 ARTICULAÇÃO COTOVELO A articulação umeroulnar é formada pela tróclea do úmero e a incisura troclear da ulna, já a articulação umerorradial é constituída pelo capítulo do úmero e da cabeça do rádio (GRAAFF, 2003). As duas articulações estão envolvidas com uma única cápsula articular, no lado posterior do cotovelo existe uma grande bolsa do olécrano com a função de lubrificar a região. O ligamento colateral radial vai fortalecer a cápsula do cotovelo no lado late- ral já o ligamento colateral ulnar vai reforçar o lado medial articular (SOBOT- TA, 2006). 68MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS FIGURA 5: ARTICULAÇÃO DO COTOVELO Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 182). O artigo “Epicondilite lateral do cotovelo”, publicado na Revista Brasileira de Ortopedia vai complementar boa parte do conteúdo relacionado ao cotovelo, abordado nesta unidade. 3.3.3 ARTICULAÇÕES DO PUNHO E MÃO Agora vamos estudar em detalhes todas as articulações que constituem a região do punho e da mão, ou seja, as articulações metacarpofalângicas e interfalângicas. Os ossos que fazem a ligação por meio das articulações metacarpofalângicas são os ossos metacarpais em contato com as falanges proximais, já as últimas são os ossos adjacentes (GRAAFF, 2003). 69 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Cada articulação de ambos os tipos possui três ligamentos, o ligamento pal- mar penetra cada uma das articulações no lado palmar ou anterior da cápsula articular (SOBOTTA, 2006). Cada articulação é constituída por dois ligamentos colaterais, sendo um no lado lateral e outro no lado medial, reforçando a cápsula articular, não existem ligamentos de suporte no lado posterior. FIGURA 6: ARTICULAÇÕES DO PUNHO E MÃO Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 220). Você está convidado a se aprofundar em seus estudos sobre todos os ossos e articulações do punho e da mão. Para esta atividade você deve acessar este link para ter acesso ao livro: HANSEN, J. T. Netter – Anatomia para colorir. Rio de Janeiro, Editora Elsevier, 2010. A partir daí, você poderá imprimir as páginas 2-13 e 2-14, reconhecer todas as estruturas e colorir cada uma delas. 70MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Para compreender melhor a mobilidade articular dos dedos, verifique a indi- cação desta outra leitura. O artigo “Mobilidade articular dos dedos não lesados pós-reparo em lesão dos tendões flexores da mão”, publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia, pode lhe ajudar a verificar como se dá a amplitude de movimentos em mãos que sofreram reparo além de observar as comparações entre mãos lesadas e mãos não lesadas. 3.4 MOVIMENTOS ARTICULARES A articulação do ombro também é denominada de glenoumeral, é uma arti- culação sinovial, sendo formada pela cabeça do úmero e pela cavidade glenoi- dal da escápula. A articulação do cotovelo é do tipo sinovial gínglimo, sendo formada por duas articulações: articulação umeroulnar e articulação umerorradial. As articulações metacarpofalângicas são articulações do tipo sinoviais condila- res (elipsoidea) e as articulações interfalângicas são do tipo sinoviais gínglimos (GRAAFF, 2003). 3.5 MÚSCULOS Agora serão estudados em detalhes todos os músculos que fazem parte dos membros superiores, para fins didáticos eles estão divididos em regiões sendo elas músculos do ombro, músculos escapulares, músculos do braço, músculos do antebraço e músculos da mão (GRAAFF, 2003). 3.5.1 MÚSCULOS DO OMBRO O ombro está fixado ao esqueleto axial por meio da articulação esternoclavi- cular, é primordial a presença dos músculos fortes em formas de cintas nesta região (FLOYD, 2016). 71 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Ainda para Floyd (2016), todos os músculos que executam a movimentação do braço têm a sua origem na escápula, ela é sustentada de forma estacionária durante a movimentação do braço. 1. Os músculos que atuam no cíngulo do membro superior: Vão originar o esqueleto axial, sendo separados em grupos anterior e posterior (FLOYD, 2016). Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 120). 2. Músculos do grupo anterior que atuam no cíngulo do membro superior: São osmúsculos: serrátil anterior, peitoral menor e subclávio (FLOYD, 2016). 72MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 148). 3. Músculos do grupo posterior: São os músculos trapézio, levantador da escápula e romboides. Estes músculos são contraídos de forma sinérgica agindo em qualquer movimento do cíngulo do membro superior (FLOYD, 2016). Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 149). 73 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dos nove músculos que fazem parte da articulação do ombro e são inseridos no úmero, somente dois não se originam na escápula (peitoral maior e o latíssi- mo do dorso), estes dois músculos vão fazer parte dos músculos axiais, enquan- to os sete restantes fazem parte dos músculos escapulares (GRAAFF, 2003). Agora gostaria de aproveitar este momento para convidar você para esta importante leitura. O artigo “Lesões músculo esqueléticas no ombro do atleta: mecanismo de lesão, diagnóstico e retorno a prática esportiva”. Na tabela a seguir estão todos os músculos que atuam no cíngulo do membro superior, sendo os responsáveis pelos movimentos da articulação do ombro. TABELA 2: MÚSCULOS QUE ATUAM NO CÍNGULO DO MEMBRO SUPERIOR MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Serrátil anterior Oitava ou nona costela superior. Face costal da margem medial da escápula. Puxa a escápula para frente e para baixo. Peitoral menor Extremidades externas da 3ª, 4ª e 5ª costelas. Processo coracoide da escápula. Puxa a escápula para frente e para baixo. Subclávio Primeira costela. Sulco subclávio da clavícula. Puxa a clavícula para baixo. Trapézio Osso occipital e processos espinhosos da 7ª vértebra cervical e todas as vértebras torácicas. Clavícula, espinha da escápula e acrômio. Levanta, abaixa e aduz a escápula, hiperestende o pescoço, suspende o ombro. Levantador da escápula 1ª a 4ª vértebras cervicais. Margem medial da escápula. Levanta a escápula. Romboide maior Processos espinhosos da 2ª a 5ª vértebras torácicas. Margem medial da escápula. Levanta e aduz a escápula. Romboide menor 7ª vértebra cervical e 1ª torácica. Margem medial da escápula. Levanta e aduz a escápula. 74MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Peitoral maior Clávicula, esterno e cartilagens costais da 2ª a 6ª costelas, bainha do reto. Crista do tubérculo maior do úmero. Flexiona, aduz e roda a articulação do ombro medialmente. Latíssimo do dorso Processos espinhos das vértebras sacrais, lombares, torácicas inferiores, crista ilíaca e quatro costelas inferiores. Sulco intertubercular do úmero. Estende, aduz e roda a articulação do ombro medialmente Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 266). 3.5.2 MÚSCULOS ESCAPULARES Os músculos escapulares não axiais são o músculo deltoide, supra espinal, infra espinal, redondo maior, redondo menor, subescapular e coracobraquial (MA- RIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). O músculo deltoide é um músculo que en- volve toda a articulação do ombro, a função a principal é a abdução da articulação do ombro, os músculos antagonistas do mus- culo deltoide são o peitoral maior e o latís- simo do dorso, visto que ambos vão promo- ver a adução da articulação do ombro. Os outros músculos escapulares vão ajudar na estabilização do ombro, apresentando ações específicas com relação a articulação do ombro (FLOYD, 2016). O músculo supra espinal vai rodar o braço lateralmente sendo um sinergista com o músculo deltoide na abdução da articula- ção do ombro, já o músculo infra espinal vai rodear o braço lateralmente. A atividade do músculo redondo maior é muito semelhante a ação do múscu- lo latíssimo do dorso que é executar a adução e rotação medial da articulação do ombro, enquanto o músculo redondo menor atua em união com o mús- O músculo subescapular é um ótimo estabilizador do ombro ajudando na rotação medial do braço na articulação do ombro, já o músculo coracobraquial é um músculo sinergista que age em conjunto como o músculo peitoral maior executando a flexão e adução da articulação do ombro. 75 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 culo infra espinal fazendo a rotação lateral do braço na articulação do ombro (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). 3.5.3 MÚSCULOS DO BRAÇO Os músculos do braço são os responsáveis pela realização da flexão e exten- são da articulação do cotovelo, sendo eles os músculos bíceps braquial, bra- quial, braquiorradial e tríceps braquial, além destes quatro músculos existe um músculo triangular bem pequeno chamado de ancôneo ficando localizado na extremidade distal do músculo tríceps braquial próximo ao cotovelo (THOMP- SON, 2012). FIGURA 7: MÚSCULOS DO BRAÇO Fonte: PixaBay (2020). O músculo bíceps braquial está situado na face anterior do úmero, não apre- senta nenhuma fixação no úmero e possui uma origem dupla (cabeça curta e cabeça longa), sendo que a cabeça curta é originada no processo coroide da escápula, já a cabeça longa é originada no tubérculo supraglenoidal, percor- rendo a articulação do ombro e descendo pelo sulco intertubercular do úme- ro, as duas cabeças estão inseridas na tuberosidade do rádio. 76MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS A localização do músculo braquial é na metade distal anterior do úmero, pro- fundamente ao bíceps braquial, agindo de forma sinérgica junto com o bíceps braquial executando a flexão do cotovelo (FLOYD, 2016). O músculo braquiorradial é um músculo que está localizado ao longo da su- perfície lateral (radial) do antebraço agindo também na flexão do cotovelo. A localização do músculo tríceps braquial é na face posterior do braço, esten- dendo o antebraço na articulação do cotovelo, com uma ação contrária ao músculo bíceps braquial (THOMPSON, 2012). O músculo tríceps braquial apresenta três cabeças ou origens (lateral, medial e longa), sendo duas originadas no úmero as cabeças lateral e medial, já a ca- beça longa tem a origem no tubérculo infraglenoidal da escápula, existe uma inserção tendínea comum que vai fixar o músculo tríceps braquial ao olecrano da ulna. O músculo ancôneo executa uma função sinérgica junto com o músculo trí- ceps braquial para a extensão do cotovelo. 3.5.4 MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO Os músculos situados no antebraço são responsáveis pelos movimentos das articulações do punho, mão e dedos, alguns deles atuam em duas articulações (cotovelo e punho), outros na articulação do punho, mãos e dedos, enquan- to outros são capazes de realizarem o movimento de rotação na articulação radioulnar. Os principais movimentos das mãos e dos dedos são: supinação, pronação, fle- xão e extensão, existem outros movimentos como a adução e a abdução O músculo supinador circunda a porção súpero posterior do rádio, agindo de forma sinérgica com o músculo bíceps braquial na supinação da mão (THOMP- SON, 2012). Existem dois músculos que vão agir na pronação da mão que são o pronador redondo e o pronador quadrado, a localização do músculo pronador redondo é medial e superior ao antebraço, enquanto o pronador quadrado a sua locali- zação é anterior e estende-se entre a ulna e o rádio. Ambos os músculos vão agir de forma sinérgica para rodar a palma da mão posteriormente e posicionar o dedo polegar medialmente (BEHNKE, 2014). 77 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Existem seis músculos que são os responsáveis pela flexão do punho, mãos e dedos, apesar de quatro possuírem a suaorigem no epicôndilo medial do úmero as suas ações na articulação do cotovelo são pequenas. O músculo flexor radial do carpo está es- tendido diagonalmente através da face anterior do antebraço, sendo que o tendão distal é semelhante como um cordão que transpassa o punho abaixo do retináculo dos músculos flexores, sendo o responsá- vel pela flexão e abdução. O músculo palmar longo tem uma posi- ção superficial na face anterior do braço, possuindo um tendão longo e fino que se fixa na aponeurose palmar onde au- xilia na flexão das articulações do punho (BEHNKE, 2014). O músculo flexor ulnar do carpo está inserido no lado anterior e medial do an- tebraço, onde atua na flexão das articulações do punho e na adução da mão. O músculo flexor superficial dos dedos está situado imediatamente abaixo dos três músculos flexores, apresentando uma origem bem grande incluindo o úmero, ulna e rádio. O tendão da extremidade distal do músculo está unido através da articulação do punho se separando posteriormente para ser inserido na falange média dos dedos II ao V (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). A tabela a seguir é formada por todos os músculos que atuam no antebraço, sendo eles os músculos bíceps braquial, braquial, braquiorradial, tríceps bra- quial e ancôneo. TABELA 3: MÚSCULOS QUE ATUAM NO ANTEBRAÇO NA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Bíceps braquial Processo coracoide e tubérculo supraglenoidal. Tuberosidade do rádio. Flexiona a articulação do cotovelo, supina o antebraço e a mão na articulação radioulnar. O músculo flexor radial é considerado como o ponto fundamental para a localização da artéria radial, sendo utilizado para a avaliação da existência de pulsação e da frequência cardíaca. 78MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Braquial Face anterior do úmero. Processo coronoide da ulna. Flexiona a articulação do cotovelo. Braquiorradial Crista supra epicondilar lateral do úmero. Proximal ao processo estiloide do rádio. Flexiona a articulação do cotovelo. Tríceps braquial Tubérculo infraglenoidal, faces lateral e medial do úmero. Olécrano da ulna. Estende a articulação do cotovelo. Ancôneo Epicôndilo lateral do úmero. Olécrano da ulna. Estende a articulação do cotovelo. Fonte: Adaptado de Graaff (2003, p. 270). O músculo flexor profundo dos dedos está situado de forma profunda ao flexor superficial dos dedos, estando inseridos nas falanges distais do II ao V dedos. Ambos os músculos vão realizar a flexão das articulações do punho, mão, II, III, IV e V dedos (BEHNKE, 2014). O músculo flexor longo do polegar é um músculo profundo e lateral do ante- braço, que atua na flexão das articulações do polegar e ajuda no mecanismo de preensão da mão. Os tendões dos músculos flexores das articulações da mão podem ser visua- lizados na região do punho quanto a mão está fechada e mantida com uma força por meio do retináculo dos flexores que atravessa o punho (MARIEB; WI- LHELM; MALLAT, 2016). Os músculos que realizam a extensão das articulações da mão estão locali- zados no lado posterior do antebraço, os principais músculos extensores são visualizados superficialmente. O músculo extensor radial longo do carpo está medialmente ao músculo bra- quiorradial, estendendo a articulação carpal e abduzindo a mão no punho (GRAAFF, 2003). O músculo extensor radial curto do carpo está imediatamente medial ao mús- culo extensor longo do carpo, executando quase a mesma função, sendo que a origem e a inserção são diferentes. O músculo extensor dos dedos está situado na base do antebraço ao longo da face posterior, a sua origem é no epicôndilo lateral do úmero, as inserções dos 79 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 tendões estão separados no punho, abaixo do retináculo dos músculos exten- sores, em quatro tendões que estão fixos na extremidade distal das falanges médias dos dedos II ao V (SOBOTTA, 2006). O músculo extensor do dedo mínimo é um músculo grande e fino situado no lado ulnar do músculo extensor dos dedos, a sua inserção tendínea está mis- turada com o tendão do músculo extensor dos dedos em direção ao quinto dedo (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). O músculo extensor ulnar do carpo é o músculo mais medial da face posterior do antebraço, inserido na base do quinto osso metacarpal atuando na exten- são e adução das articulações da mão. O músculo extensor longo do polegar é originado na região mediulnar, atra- vessando os dois terços inferiores do antebraço, estando inserido na base da falange distal do dedo polegar, se estendendo das articulações do dedo pole- gar e fazendo a abdução da mão (BEHNKE, 2014). O músculo extensor curto do polegar é originado na porção média inferior do rádio, inserindo-se na base da falange proximal do polegar, a sua ação é pare- cida com a do músculo extensor longo do polegar. O músculo abdutor longo do polegar realiza a abdução das articulações do polegar e da mão, a origem está na membrana interóssea entre a ulna e o rá- dio, estando inserido na base do primeiro osso metacarpal (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). Na tabela a seguir estão os músculos do antebraço responsáveis por todos os movimentos das articulações do punho, mãos e dedos. TABELA 4: MÚSCULOS DO ANTEBRAÇO QUE MOVIMENTAM ARTICULAÇÕES DO PUNHO, MÃO E DEDOS MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Supinador Epicôndilo lateral do úmero e crista do músculo supinador da ulna. Lateral do rádio. Supinação do antebraço e da mão. Pronador redondo Epicôndilo medial do úmero. Face lateral do rádio. Pronação do antebraço e da mão. Flexor radial do carpo Epicôndilo medial do úmero. Base do 2º e 3º metacarpais. Flexão e abdução da mão no punho. 80MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Palmar longo Epicôndilo medial do úmero. Aponeurose palmar. Flexão do punho. Flexor ulnar do carpo Epicôndilo medial e olecrano. Ossos carpais e metacarpais. Flexão e adução do punho. Flexor superficial dos dedos Epicôndilo medial, processo coronóide e margem anterior do rádio. Falanges médias dos dedos II ao V. Flexão do punho e dos dedos nas articulações metacarpofalângicas e interfalângicas. Flexor profundo dos dedos 2/3 proximais da ulna e membrana interóssea. Falanges distais dos dedos III ao V. Flexão do punho e dos dedos nas articulações metacarpofalângicas e interfalângicas Flexor longo do polegar Corpo do rádio, membrana interóssea e processo coronoide. Falange distal do polegar. Flexão das articulações do polegar. Extensor radial longo do carpo Crista supra epicondilar lateral do úmero. 2º osso metacarpal. Extensão e abdução do punho. Extensor radial curto do carpo Epicôndilo lateral do úmero. 3º osso metacarpal. Extensão e abdução do punho. Fonte: Adaptado de Graaff (2003, p. 273). 3.5.5 MÚSCULOS DA MÃO A mão é uma estrutura muito complexa, sendo completamente antagônica uma vez que possibilita a realização de movimentos muito elaborados, de- licados e precisos como tocar um instrumento, escrever uma carta ou ainda realizar uma cirurgia muito delicada, sendo também possível a realização de atividades que estão relacionadas com a força e a potência (SOBOTTA, 2006). Além de todas estas funções é por meio da mão que todos os indivíduos vão se relacionar com todo o meio externo, interagindo com todos os outros indi- víduos e os objetos. A precisão do movimento dos dedos é assegurada em função da coordenação da abdução e adução com flexão e extensão sendo as funções dos músculos intrínsecos da mão (GRAAFF, 2003). 81 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicadano D.O.U em 23/06/2017 Os músculos da mão, segundo Graaff (2003), são constituídos por três impor- tantes grupos que são: 1. Tenares Formado pelos músculos: abdutor curto do polegar, flexor curto do polegar e oponente do polegar. 2. Hipotenares Saliência presente no dedo mínimo. 3. Intermediários Estão entre os ossos metacarpais na palma da mão. A eminência tenar é a base do dedo polegar sendo formada por três múscu- los abdutor curto do polegar, flexor curto do polegar e oponente do polegar, sendo que o oponente do polegar é o mais importante dos músculos tenares executando a oposição do polegar a palma da mão (SOBOTTA, 2006). A eminência hipotênar diz respeito a saliência presente no dedo mínimo, sen- do formada por três músculos: abdutor do dedo mínimo, flexor do dedo míni- mo e oponente do dedo mínimo. Já os músculos que fazem parte do grupo intermediário estão inseridos entre os ossos metacarpais na região da palma da mão, sendo inclusos os músculos adutor do polegar, lumbricais e interósseo palmares e dorsais (GRAAFF, 2003). A tabela a seguir é formada por todos os músculos da mão, divididos em três grupos: tenares, hipotênares e intermediários. 82MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS TABELA 5: MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA MÃO MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO MÚSCULOS TENARES Abdutor curto do polegar Retináculo dos músculos flexores, escafoide e trapézio. Falange proximal do polegar. Abdução das articulações do polegar. Flexor curto do polegar Retináculo dos músculos flexores e trapézio. Falange proximal do polegar. Flexão das articulações do polegar. Oponente do polegar Trapézio e retináculo dos músculos flexores. Primeiro osso metacarpal. Oposição das articulações do polegar. MÚSCULOS INTERMÉDIOS Adutor do polegar (cabeças oblíqua e transversa) Cabeça oblíqua, capitato, cabeça transverssa, 2º e 3º ossos metacarpais. Falange proximal do polegar. Adução das articulações do polegar. Lumbricais (4) Tendões dos flexores profundo dos dedos. Expansões extensoras dos dedos II – V. Flexão dos dedos nas articulações metacarpofalângicas, extensão dos dedos nas articulações interfalângicas. Interósseos palmares Lado medial do 2º osso metacarpal, lados laterais do 4º e 5º ossos metacarpais. Falanges proximais dos dedos II, III e V e extensor dos dedos. Adução dos dedos em direção ao dedo médio nas articulações metacarpofalângicas. Interósseos dorsais (4) Lados adjacentes dos ossos metacarpais. Lados laterais das falanges proximais dos dedos II e III mais lados mediais das falanges proximais dos dedos III e IV e extensor dos dedos. Abdução dos dedos afastando do dedo médio nas articulações metacarpofalângicas. MÚSCULOS HIPOTENARES Abdutor do dedo mínimo Pisiforme e tendão do flexor ulnar do carpo. Falange proximal do V dedo. Abdução das articulações do V dedo. Flexor do dedo mínimo Retináculo dos músculos flexores e hámulo do hamato. Falange proximal do V dedo. Flexão das articulações do V dedo. 83 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Oponente do dedo mínimo Retináculo dos músculos flexores e hámulo do hamato. 5º osso metacarpal. Oposição. Oponente do dedo mínimo Retináculo dos músculos flexores e hámulo do hamato. 5º osso metacarpal. Oposição. Fonte: Adaptado de Graaff (2003, p. 275). 3.6 PATOLOGIAS COMUNS Existem várias patologias presentes nos membros superiores entre elas uma doença degenerativa crônica chamada de artrose, provocando uma grande redução na mobilidade articular. Outra patologia é a bursite que está relacionada com um processo inflama- tório que agride as bursas, podendo ser de origem inflamatória ou infecciosa. Uma patologia bastante frequente no membro superior é a síndrome do im- pacto do ombro, esta patologia é inflamatória e degenerativa, decorrente dos impactos mecânicos ou por compressão em algumas estruturas que estão lo- calizadas no espaço umerocoracoacromial, principalmente no tendão do su- praespinhal, tendão da cabeça longa do bíceps, bursa subacromial e a articu- lação acromioclavicular. Esta síndrome evolui e vai causar microlesões nas estruturas acarretando uma fibrose da bursa subacromial, tendinite ou até a ruptura do manguito rotador. Outra situação muito frequente é a epicondilite lateral, que é uma afecção degenerativa que compromete os tendões extensores do epicôndilo lateral, sendo conhecida também como cotovelo do tenista, neste caso existe uma tendinose, junto com uma resposta fibroblástica e vascular, sendo conhecida como degeneração angiofibroblástica da epicondilite. 84MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Agora gostaria de aproveitar este momento para convidar você para mais esta importante leitura. O artigo “Medidas de força do aperto de mão e espessura do músculo adutor do polegar em idosos institucionalizados”. O artigo tem como objetivo identificar o estado nutricional e comparar os métodos de avaliação nutricional em indivíduos idosos residentes em instituições geriátricas. CONCLUSÃO Chegamos ao final desta terceira unidade. Tenho certeza de que você aprovei- tou o máximo possível todo o conteúdo abordado. Ao longo desta unidade foram abordados vários assuntos muito importantes sobre os membros superiores entre eles todos os ossos (escápula, clavícula, úmero, rádio, ulna, carpo, metacarpo e falanges), articulações do ombro, co- tovelo, punho e mão, músculos do ombro, escapulares, braço, antebraço e da mão e as patologias comuns. UNIDADE 4 > identificar as estruturas ósseas, musculares e articulares do tronco; > compreender os movimentos articulares e a correlação das estruturas OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: 85 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 86MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 4 ANATOMIA E CINESIOLOGIA DO TRONCO: ATM, PESCOÇO E TRONCO, SISTEMA RESPIRATÓRIO E CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR INTRODUÇÃO DA UNIDADE O esqueleto humano é dividido em duas partes: o esqueleto axial e o esqueleto apendicular. O esqueleto axial forma a parte central do corpo e esqueleto e é constituído pelos ossos do crânio, os ossículos da audição, o osso hioide e a coluna vertebral (GRAAFF, 2003). O cíngulo do quadril faz parte do esqueleto apendicular. Ele é a raiz dos segmentos inferiores e articulam-se com o osso fêmur. Você verá nessa unidade as características dessas estruturas que formam o eixo central do corpo humano. Além disso, a relação entre a respiração e movimento do sistema musculoesquelético será abordado. O sistema respiratório necessita da ação muscular para possibilitar a respiração. Preste atenção para as origens e inserções musculares. Você pode tentar decorar a ação dos músculos, mas se entender onde eles estão inseridos (e muitas vezes o nome do músculo indica quais são as suas inserções), pode perceber a ação de um músculo. 4.1 CONCEITOS PRINCIPAIS 4.1.1 ATM A articulação temporomandibular (ATM) está envolvida na movimentação da mandíbula, articulando os ossos, temporal e mandíbula. Ela está localizada anteriormente à orelha e na extremidade póstero-superior da mandíbula (LI- PPERT, 2013). Entre outros movimentos, é responsável pela abertura e fecha- mento da boca. 87 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1: ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR Fonte: Adaptada de Pacheco ([2020]). 4.1.2 COLUNA VERTEBRALA coluna vertebral, que inclui o pescoço e o tronco, constitui o eixo longitudi- nal do corpo. Os movimentos da coluna que são observados são, na verdade, a combinação do movimento das várias articulações que a compõem (CALAIS- -GERMAIN, 2010). Ela é responsável pela sustentação da cabeça e na proteção da medula espinal (LIPPERT, 2013). A disposição das vertebras formam curvaturas anteroposteriores na coluna ver- tebral, conhecidas como lordoses e cifoses. Essas curvaturas aumentam a força e a resiliência da coluna. As curvaturas normais estão ligadas à cada região da coluna. Na região cervical, composta por sete vértebras, a curvatura é convexa, a região torácica, composta por 12 vértebras, tem curvatura côncava, a região lombar é formada por cinco vértebras com curvatura convexa e, finalmente, a região sacral é formada por cinco vértebras fundidas com curvatura côncava. Além disso, o cóccix, composto por três a cinco vértebras fundidas, acompanha a curvatura no final do sacro. 88MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS FIGURA 2: REGIÕES DA COLUNA VERTEBRAL Fonte: Adaptada de Ferrario (2017, p. 4). 4.1.3 SISTEMA RESPIRATÓRIO Ossos e músculos participam do trabalho realizado no sistema respiratório para permitir a troca de gases. A caixa torácica, constituída pelo esterno, cos- telas, cartilagens costais e vértebras torácicas, está diretamente envolvida na mecânica respiratória. 4.1.4 CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR A pelve, ou cíngulo do membro inferior, é constituída por quatro ossos: sacro, cóccix, e os ossos do quadril. A pelve tem a função de sustentar o peso do cor- po, a partir da coluna vertebral, e transmitir para os ossos do quadril. Ela tam- bém recebe as forças geradas a partir do contato entre o pé e o solo e transmi- tir na direção da coluna. 89 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A pelve do homem e a da mulher não são iguais. Na pelve masculina, os processos são mais salientes, o acetábulo se volta mais lateralmente, a sínfise púnica é mais profunda e longa do que a da mulher. Já na pelve feminina a abertura inferior é mais larga, as espinhas ilíacas anterossuperiores são mais afastadas e o arco púbico tem um ângulo maior do que no homem. A principal razão para as diferenças é devido à gravidez e ao parto da mulher. 4.2 OSSOS E PONTOS DE REFERÊNCIA O crânio pode ser dividido em neurocrânio, que forma a estrutura que contém o encéfalo, e viscerocrânio, que é formado pelos ossos da face. A articulação temporomandibular é formada pela mandíbula, que é um osso da face, e pelo temporal, que é um osso do neurocrânio (LIPPERT, 2013). Osso temporal, na verdade, refere-se à dois ossos, um de cada lado do crânio. Os ossos temporais são ossos laterais encontrados posterior ao osso zigomático e articulando-se, também, aos ossos parietal, esfenoide e occipital. A articu- lação com a mandíbula acontece no tubérculo articular, anteriormente, e o tubérculo pós-glenoidal, posteriormente. O formato da mandíbula é comparado a uma ferradura, com as duas extremi- dades laterais se articulando a cada osso temporal. Na parte central, ou corpo da mandíbula, se encontra, também, a articulação com os dentes inferiores. Os dentes superiores estão articulado com o osso maxilar. As vértebras que formam a coluna vertebral são específicas para cada região da coluna. Mesmo assim, as vértebras têm algumas características em todos ou quase todos os níveis. As principais partes de uma vértebra são o corpo ver- tebral, arco vertebral, o forame vertebral, o processo transverso e processo espi- nhoso. O corpo vertebral é uma estrutura cilíndrica de osso esponjoso presente em todas as vértebras entre C2 e S1 (LIPPERT, 2013). 90MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS FIGURA 3: VÉRTEBRA Fonte: Adaptada de Lippert (2013, p. 188). Arco vertebral é a estrutura posterior da vértebra. Forame vertebral é o espaço en- tre o corpo vertebral e o arco vertebral por onde passa a medula espinal ao longe de todas as vértebras. Processos transversos são as estruturas laterais do arco transver- so, onde músculos e ligamentos se inse- rem. O processo espinhoso é a projeção posterior do arco vertebral e a parte da vértebra que pode ser palpada em quase toda a extensão da coluna vertebral. As vértebras torácicas constituem a face posterior da caixa torácica, juntamente com o esterno, as costelas e as cartilagens costais. O esterno é constituído por três partes: o manúbrio do esterno na parte superior, o corpo do esterno na parte cen- O corpo vertebral tem a função de sustentar o peso da parte superior do corpo. Por esse motivo, o tamanho do corpo vertebral aumenta nas vértebras na direção caudal. Assim a vértebra de S1 é muito maior que a vértebra de C3, uma vez que ela tem que suportar uma carga maior (WEINECK, 2013). 91 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 tral e o processo xifoide na parte inferior, formando um osso chato e alongado (GRAAFF, 2003). As costelas são ossos longos organizados em pares que se encontram embutidos nos músculos da parede torácica. Há doze pares de costelas na caixa torácica (GRAAFF, 2003). Entre as costelas e o esterno são en- contradas as cartilagens costais. FIGURA 4: CAIXA TORÁCICA Fonte: Adaptada de Graaff (2013, p. 164). O osso do quadril é formado pela união de três ossos: ílio, púbis e ísquio. O ílio é o osso mais superior e o maior entre os três. Encontram-se nele a crista ilíaca, que forma a proeminência superior da pelve, as espinhas ilíacas anterossupe- rior, anteroinferior, póstero-superior e póstero-inferior. As duas espinhas ilíacas superior são as extremidades da crista ilíaca (GRAAFF, 2003). O osso ísquio é o osso póstero-inferior do quadril. Entre seus acidentes ana- tômicos encontram-se a espinha isquiática, na parte posterior. Inferior à espi- nha isquiático é encontrada a incisura isquiática menor. No quadril também encontramos a incisura isquiática maior, que está na parte inferior do osso ílio (GRAAFF, 2003). 92MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Você já fez uma aula de alongamento ou de ginástica que o professor pede para os alunos sentarem-se sobre os ísquios? Os ísquios são na verdade o túberisquiático, uma prominência do osso ísquio que é responsável em suportar o peso do corpo na posição sentada. O osso púbis encontra-se na parte anterior do osso do quadril. Ele apresenta um ramo superior e um ramo inferior, responsáveis pela sustentação do púbis. A sínfise púbica, articulação entre os dois ossos do quadril, é formada pelo cor- po do púbis (GRAAFF, 2003). FIGURA 5: CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR Fonte: Adaptada de GRAAFF (2013, p. 181). 4.3 ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS A articulação tem a função de unir e dar movimento aos ossos. Sua estrutura vai determinar os graus de liberdade que ela possui, ou seja, determinar quais 93 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 os possíveis movimentos que aquela articulação pode realizar. A conexão en- tre os ossos também é realizada pelos ligamentos, que conectam osso a osso através de articulações (GRAAFF, 2003). 4.3.1 ATM Os ligamentos da articulação temporomandibular têm a função de sustentar e limitar os movimentos da mandíbula. Sustentação é a função do ligamento esfenomandibular. Esse ligamento também limita alguns movimentos, assim como o ligamento lateral e o ligamento estilomandibular. Além disso, a cápsu- la articular envolve a articulação, fixando-se notubérculo articular e nas mar- gens da fossa mandibular do osso temporal. FIGURA 6: LIGAMENTOS DA ATM Fonte: Adaptada de Lippert (2013, p. 177). 4.3.2 COLUNA VERTEBRAL As vértebras da coluna vertebral articulam-se entre si – cada vértebra articula- -se com as vértebras adjacentes superior e inferior –, a primeira vértebra (al- 94MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS tas) articula-se com o osso occipital e as vértebras torácicas articulam-se com as costelas (GRAAFF, 2003). As duas primeiras vértebras cervicais, chamadas atlas e áxis, apresentam formato específico apresentam uma articulação em formato trocoide ou em pivô. A articulação entre os corpos vertebrais de vérte- bras adjacentes é preenchida pelo disco intervertebral. O disco intervertebral é um disco fibrocartilaginoso com um núcleo pulposo. Ele tem a capacidade de absorver e transmitir forças entre as vértebras e manter a flexibilidade da coluna vertebral. FIGURA 7: DISCO INTERVERTEBRAL Fonte: Adaptada de Wikipédia (2020). 4.3.3 CAIXA TORÁCICA As articulas entre as vértebras torácicas e as costelas, chamadas articulações costovertebrais, ocorrem junto com os corpos vertebrais e com os processos transversos (GRAAFF, 2003). As cartilagens costais estão ligadas ao esterno por meio da incisura jugular nas duas primeiras costelas e diretamente da terceira à décima costelas. As costelas são classificadas em verdadeiras, falsas e flutuan- tes. As costelas verdadeiras são as sete primeiras, que se articulam diretamente 95 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 com o esterno através da cartilagem costal. As costelas falsas, da oitava a déci- ma, articulam-se pela cartilagem costal à outra cartilagem que irá se ligar ao esterno. Já as costelas flutuantes são a décima primeira e a décima segunda, que tem ligação às vértebras torácicas, mas não se articulam com as costelas. As articulações encontradas na caixa torácica são anaxiais, permitindo apenas pequenos movimentos. 4.3.4 CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR A pelve possui quatro articulações. As articulações sacrilíacas, que aparecem dos lados direito e esquerdo conectam o sacro e o ílio do osso do quadril. A sacrilíaca é uma articulação anaxial, sem possibilidade de movimentos impor- tante. Ela tem a função de transmitir o peso da parte superior do corpo para os ossos do quadril. Sua principal característica é a estabilidade (LIPPERT, 2013). FIGURA 8: ARTICULAÇÕES DA PELVE Fonte: Adaptada de Anatomia em foco ([2020]). As outras articulações da pelve são a sínfise púbica e a articulação lombros- sacral. A sínfise púbica é a articulação entre os dois lados do osso do quadril, 96MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS que se divide entre direito e esquerdo. A lombrossacral é a articulação entre a última vértebra lombar e a primeira vértebra sacral. 4.4 MOVIMENTOS ARTICULARES Os seguintes movimentos são realizados pela ATM: abaixamento e elevação da mandíbula, protrusão e retração e movimento lateral. Abaixamento e elevação são a combinação de dois movimentos. Abaixamento junta a rotação anterior da cabeça da mandíbula e o deslizamento anterior e inferior do disco articular e da cabeça da mandíbula. Já elevação é o movimento contrário, deslizamento posterior e superior do disco articular e da cabeça da mandíbula e rotação pos- terior da cabeça da mandíbula. Protrusão e retração são o deslizamento ante- rior e posterior da mandíbula. Movimento lateral envolve a rotação da cabeça da mandíbula de um lado na fossa mandíbular e o deslizamento da cabeça da mandíbula do outro lado no sentido anterior. FIGURA 9: MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL Fonte: Adaptada de Lippert (2013, p. 187). A coluna vertebral pode realizar movimentos nos três planos e eixos anatômi- cos. No plano sagital, a coluna faz flexão, extensão e hiperextensão. No plano frontal, acontece a flexão ou inclinação lateral. No plano transverso, a coluna re- aliza rotação. A amplitude do movimento da coluna é determinada pela soma dos graus de movimento de cada vértebra. Considerando as porções torácica e lombar da coluna vertebral, a amplitude máxima observada é 85 graus de fle- 97 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 xão e 40 graus de extensão. Av flexão lateral para qualquer lado pode chegar à 45 graus e a rotação para qualquer lado pode chegar a 35 graus de amplitude (MUSCOLINO, 2017). O movimento das costelas é limitado. A articulação anaxial somente pode re- alizar o movimento de deslizamento, que pode ser observado na elevação e abaixamento da caixa torácica. Esses movimentos estão relacionados à inspi- ração e expiração (LIPPERT, 2013). Durante a inspiração, quando o pulmão infla ao encher de ar, a caixa torácica more-se para cima e expande-se à frente e aos lados. Isso aumenta o diâme- tro do tórax no plano horizontal. Na expiração, quando o pulmão é esvaziado, a caixa torácica volta à sua posição original, diminuindo o seu diâmetro. No plano transversal, o diâmetro também altera devido à respiração. Durante a inspiração, o esterno e as costelas deslocam-se para cima e para a frente, au- mentando o diâmetro nesse plano. Já na expiração, esterno e costelas voltas à posição original, diminuindo o diâmetro transversal do tórax (LIPPERT, 2013). FIGURA 10: MOVIMENTOS DA CAIXA TORÁCICA Fonte: Adaptada de Lippert (2013, p. 209). 98MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS A pelve possui movimento entre os ossos que a compõe ou em relação a ou- tras partes do corpo. O movimento da própria pelve acontece na articulação da sínfise púbica e na articulação sacrilíaca. O movimento em relação a outros partes do corpo acontece na articulação lombossacral, em relação ao tronco, e no quadril, em relação à coxa. Ambas as articulações dentro da pelve não não-axiais e permitem pouco mo- vimento. A sínfise púbica é capaz apenas de deslizamento entre os dois Além de deslizamento, ela pode realizar nutação e contranutação. Na nutação, a base sacral superior desloca-se para à frente e para baixo (como uma queda à frente), enquanto a ponta inferior do sacro move-se para trás e para cima. O movimento relativo da pelve é inclinação posterior. A contranutação é o movi- mento de retorno da nutação (MUSCOLINO, 2017). FIGURA 11: MOVIMENTO DA ARTICULAÇÃO SACRO ILÍACA Fonte: Adaptada de Lippert (2013, p. 219). Os movimentos da pelve são realizados a partir dos movimentos das outras ar- ticulações. Não há músculos específicos para realizar a nutação, por exemplo. Ela acontece de acordo com os movimentos da coluna ou do quadril. 99 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.5 MÚSCULOS As principais ações da ATM estão ligadas a tarefas como fala, mastigação, mordida, deglutição em bocejo. Os principais músculos que atuam na articu- lação são temporal, masseter, pterigoideo medial e pterigoideo lateral. Eleva- ção da mandíbula é realizada pelos músculos temporal, masseter e pterigoi- deo medial e abaixamento da mandíbula é realizado pelo pterigoideo lateral. Retração da mandíbula é realizada pelo músculo temporal e protusão da mandíbula é realizada pelos músculos pterigoideos medial e lateral. Desvio la- teral da mandíbula é realizado pelos músculos temporal e masseter agindo no mesmo lado e pterigoideo medial e pterigoideo lateral agindo no lado oposto (LIPPERT, 2013). 1. Músculo temporal: origem: fossa temporal; inserção: processo coronoide e ramo da mandíbula; ação: bilateral: elevação e retração, unilateral:desvio lateral do mesmo lado (LIPPERT, 2013). 2. Músculo masseter: origem: arco zigomático, osso zigomático e processo zigomático da maxila; inserção: superfície lateral do ramo da mandíbula e ângulo; ação: bilateral: elevação, unilateral: desvio lateral para o mesmo lado (LIPPERT, 2013). 3. Músculo pterigoideo medial: origem: lâmina lateral do processo pterigoide do osso esfenoide e túber da maxila; inserção: ramo e ângulo da mandíbula; ação: bilateral: elevação e protusão, unilateral: desvio lateral do lado oposto (LIPPERT, 2013). 4. Músculo pterigoideo lateral: origem: lâmina lateral do processo pterigoide e asa maior do osso esfenoide; inserção: colo da mandíbula e disco articular; ação: bilateral: 100MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS abaixamento e protusão, unilateral: desvio lateral do lado oposto (LIPPERT, 2013). 5. Músculo miloiódeo: origem: superfície interna da mandíbula; inserção: osso hioide; ação: auxilia no abaixamento da mandíbula (LIPPERT, 2013). 6. Músculo genioideo: origem: espinha geniana da mandíbula; inserção: osso hioide; ação: auxilia no rebaixamento da mandíbula (LIPPERT, 2013). 7. Músculo esternohióideo: origem: processo estiloide do osso temporal; inserção: osso hioide; ação: auxilia no abaixamento da mandíbula (LIPPERT, 2013). 8. Músculo digástrico: origem: ventre anterior: superfície inferior interna da mandíbula, ventre posterior: incisura mastoidea; inserção: osso hioide; ação: auxilia no abaixamento da mandíbula (LIPPERT, 2013). Os músculos da região cervical da coluna vertebral são responsáveis pelo mo- vimento do pescoço. Os músculos anteriores, que realizam a flexão, são o es- ternocleidomastoideo, os escalenos e o grupo pré-vertebral. Os músculos pos- teriores, que realizam a extensão, são os eretores da espinha, o esplênio da cabeça, o esplênio do pescoço e os suboccipitais. 1. Músculo esternocleidomastoideo: origem: esterno e clavícula; inserção: processo mastoide; ação: bilateral: flexão do pescoço e hiperextensão da cabeça, unilateral: flexão lateral do pescoço e rotação da cabeça para o lado oposto (LIPPERT, 2013). 101 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2. Músculo escalenos: origem: processos transversos das vértebras cervicais; inserção: primeira e segunda costelas; ação: bilateral: auxilia na flexão do pescoço, unilateral: flexão lateral do pescoço (LIPPERT, 2013). 3. Músculo esplênio da cabeça: origem: metade inferior do ligamento nucal e processos espinhosos de C7 a T3; inserção: parte lateral do osso occipital e processo mastoide; ação: bilateral: extensão da cabeça e do pescoço, unilateral: flexão lateral e rotação da cabeça para o mesmo lado (LIPPERT, 2013). 4. Músculo esplênio do pescoço: origem: processos espinhosos de T3 a T6; inserção: processos transversos de C1 e C2; ação: bilateral: extensão do pescoço, unilateral: flexão lateral e rotação para o mesmo lado (LIPPERT, 2013). Os músculos do tronco são reto do abdome, oblíquo externo, oblíquo in- terno e transverso do abdome. Conjuntamente, os músculos anteriores do tronco são responsáveis por comprimir a cavidade abdominal. Reto abdomi- nal, oblíquo externo e oblíquo interno são músculos que aparecem dos dois lados do abdome. O músculo transverso do abdome é profundo e tem fibras horizontais. Por essa disposição não participa dos movimentos do tronco, mas é importante para comprimir e sustentar a cavidade abdominal e em algumas atividades relacio- nadas à respiração e a pressão intra-abdominal. 1. Músculo reto do abdome: origem: púbis; inserção: processo xifoide do esterno e cartilagens costais da quinta, sexta e sétima costelas; ação: flexão do tronco e compressão do abdome (LIPPERT, 2013). 102MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 2. Músculo oblíquo externo do abdome: origem: lateralmente, nas oito costelas inferiores; inserção: crista ilíaca e linha alba; ação: bilateral: flexão do tronco e compressão do abdome, unilateral: flexão lateral e rotação para o lado oposto (LIPPERT, 2013). 3. Músculo obliquo interno do abdome: origem: ligamento inguinal, crista ilíaca e aponeurose toracolombar; inserção: três costelas inferiores e linha alba; ação: bilateral: flexão do tronco e compressão do abdome, unilateral: flexão lateral e rotação para o mesmo lado (LIPPERT, 2013). 4. Músculo transverso do abdome: origem: ligamento inguinal, crista ilíaca, aponeurose toracolombar e seis costelas inferiores; inserção: linha alba; ação: compressão do abdome (LIPPERT, 2013). Os músculos posteriores da coluna vertebral são responsáveis pela extensão do tronco. Há dois grupos de músculos extensores, divididos em profundos e superficiais. Os músculos superficiais são músculos longos com inserção nas diversas vértebras da coluna. Já os músculos profundos são músculos curtos, em geral ligando uma vértebra à outra adjacente. 1. Músculo eretor da espinha: origem: processos espinhosos, processos transversos e parte posterior das costelas; inserção: processos espinhosos, processos transversos e parte posterior das costelas; ação: bilateral: extensão da cabeça, do pescoço e do tronco, unilateral: flexão lateral do pescoço e do tronco (LIPPERT, 2013). 2. Músculos transversoespinais: origem: processos transversos; inserção: processos espinhosos da vértebra 103 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 superior; ação: bilateral: extensão do pescoço e do tronco, unilateral: rotação do pescoço e do tronco para o lado oposto (LIPPERT, 2013). 3. Músculos interespinais: origem: processo espinhoso da vértebra inferior; inserção: processo espinhoso da vértebra superior; ação: extensão do pescoço e do tronco (LIPPERT, 2013). 4. Músculos intertransversários: origem: processo transverso da vértebra inferior; inserção: processo transverso da vértebra superior; ação: flexão lateral do pescoço e do tronco (LIPPERT, 2013). 5. Músculo quadrado lombar: origem: crista ilíaca; inserção: décima segunda costela e processos transversos das vértebras lombares; ação: flexão lateral do tronco (LIPPERT, 2013). As variações do diâmetro do tórax alteram o volume da cavidade torácica, e por consequência a pressão intratorácica. É a variação de pressão que causa o movimento do ar. O movimento da caixa torácica é realizado principalmente pelo músculo diafragma e pelos músculos intercostais. Você já segurou a respiração para levantar alguma coisa pesada do chão? Essa ação chama-se manobra de valsalva. A manobra de valsava consiste em prender a respiração e após forças a expiração. Ela aumenta a pressão intratorácica e eleva a pressão intra-abdominal, auxiliando na estabilização do tronco no levantamento de peso. É uma manobra arriscada e desencorajada, pois aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial. 104MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Além disso, durante respiração, muitos músculos atuam como músculos auxi- liares ou acessórios. O músculo esternocleidomastoideo auxilia na elevação da caixa torácica. Os músculos escalenos elevam a primeira e a segunda costelas. O músculo reto do abdome traciona o esterno em direção ao púbis. O músculo quadrado lombar traciona as costelas inferiores em direção à crista ilíaca. 1. Músculo diafragma: origem: interior das costelas, esterno e vértebras lombares; inserção: tendão central do diafragma; ação: inspiração (expansão da cavidade torácica) (VANPUTTE et al., 2016). 2. Músculos intercostais externos: origem: margem inferior de cada costela superior; inserção: margemsuperior da próxima costela abaixo; ação: elevação das costelas (VANPUTTE et al., 2016). 3. Músculos intercostais internos: origem: margem superior de cada costela inferior; inserção: margem inferior da próxima costela acima; ação: abaixamento das costelas (VANPUTTE et al., 2016). 4.6 PATOLOGIAS COMUNS 4.6.1 COLUNA VERTEBRAL Uma das patologias mais comuns da região cervical é o torcicolo. Torcicolo é um espasmo muscular no pescoço que causa a inclinação lateral da cabeça para um lado e rotação para o lado oposto. Alterações nas curvaturas da coluna podem envolver todos os planos de mo- vimentos. No plano sagital as curvaturas podem ter lordose ou cifose aumen- tada. No plano frontal, envolvendo também o plano horizontal, acontece a es- coliose. A escoliose independe dos graus de desvio observado no plano frontal. 105 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Espondilose é um distúrbio degenerativo na estrutura e função vertebral (LI- PPERT, 2013). Hérnias de disco acontece quando uma parte do núcleo pulpo- so (do disco intervertebral) sai de seu lugar dentro do anel fibroso. Quando o núcleo deslocado comprime a medula espinal ou alguma raiz nervosa ela se torna sintomática. FIGURA 12: HÉRNIA DISCAL Fonte: Adaptada de Wikipédia (2020). 4.6.2 SISTEMA RESPIRATÓRIO Alguns dos distúrbios do sistema respiratório são relacionados às estruturas musculoesqueléticas. Ente elas estão a dor lateral e lesões nas costelas. Dor lateral é uma dor temporária, aguda e localizada. Ela é causada por cãibra do diafragma. Os soluços também estão relacionados ao diafragma. Soluços acontecem devido à espasmos involuntários do diafragma. Na caixa torácica as principais lesões são: separação da costela, que acontece devido à luxação entre uma costela e sua cartilagem costal; luxação da coste- la, que é o deslocamento da cartilagem costal em relação ao externo; e tórax instável, que acontece quando quatro ou mais costelas sofrem fratura em pelo 106MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS menos dois locais. Quando há tórax instável, a parede torácica inverte o seu movimento durante respiração, diminuindo na inspiração e expandido na ex- piração (LIPPERT, 2013). FIGURA 13: TÓRAX INSTÁVEL Fonte: Adaptada de University of Utah Health (2016). 4.6.3 CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR Os ossos do cíngulo do membro inferior estão sujeitos a sofrer fraturas. As prin- cipais causas para fraturas no osso do quadril, no sacro ou no cóccix são quedas e impactos. Em indivíduos idosos o risco de fratura é aumentado devido à oste- oporose. O osso do quadril é um dos locais de maior incidência de osteoporose. Osteoporose: condição caracterizada pela perda de densidade ou massa óssea. É mais comum em mulheres pós menopausa.. 107 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Seguem algumas sugestões de leitura de artigos que mostram implicações práticas dos conhecimentos da Anatomia e Cinesiologia das estruturas trata- das nesta Unidade de Aprendizagem: • Estudo de revisão sobre a cinesiologia dos complexos articulares (link) • Propriedades anatômicas e funcionais da ATM com aplicabilidade no tratamento fisioterapêutico link • Equilíbrio tóraco-abdominal: ação integrada à respiração e à postura link • Estudo do equilíbrio postural estático da cintura pélvica em meninos de idade escolar link • Anatomia, arte e esporte: aprendizado que vai além das salas de aula link CONCLUSÃO Essa unidade teve por objetivos identificar as estruturas ósseas, musculares e articulares do tronco e compreender os movimentos articulares e a correlação das estruturas envolvidas. Você estudou as estruturas centrais do corpo humano: a articulação temporo- mandibular, a coluna vertebral, o sistema respiratório e o cíngulo do membro inferior. De cada uma dessas regiões ou sistemas você aprendeu os ossos e acidentes anatômicos mais importantes, as articulações e os músculos respon- sáveis pelo movimento. Também deve ter entendido os movimentos que são realizados em cada articulação. Não esqueça também das patologias que foram citadas no final da unidade. Conhecendo as principais patologias é possível atuar na prevenção delas, ou na melhor forma de indicar atividades físicas que possam ser realizadas por indivíduos com patologia. 108MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS UNIDADE 5 > identificar as estruturas ósseas, musculares e articulares dos membros inferiores; compreender os movimentos articulares e a correlação das estruturas envolvidas. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: 109 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 110MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 5 ANATOMIA E CINESIOLOGIA DOS MEMBROS INFERIORES: QUADRIL, JOELHO, TORNOZELO E PÉ INTRODUÇÃO DA UNIDADE Esta unidade abordará em detalhes todas as estruturas que fazem parte dos membros inferiores e são as responsáveis pela execução de todos os movimentos. Estas importantes estruturas são os ossos, articulações e os músculos e todas elas serão estudadas, em detalhes, a seguir. Quanto aos ossos serão estudados todas as estruturas ou acidentes ósseos que fazem parte de cada osso do membro inferior entre eles: Ílio, ísquio, púbis, fêmur, patela, tíbia, fíbula, tarso, metatarso e falanges. Posteriormente, serão estudados todos os ligamentos que vão constituir as articulações do membro inferior entre elas: pélvica e quadril, joelho e tornozelo. Na sequência, serão abordados todos os movimentos articulares existentes em cada uma das articulações que estão presentes nos membros inferiores. E por último, serão estudados todos os músculos que constituem os membros inferiores por meio das suas origens e inserções além de todas as suas ações musculares. 5.1 OSSOS E PONTOS DE REFERÊNCIA Na tabela a seguir, você estudará todas as localizações e as principais caracte- rísticas dos ossos do membro inferior. 111 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 TABELA 1: OSSOS DO MEMBRO INFERIOR NOME E NÚMERO LOCALIZAÇÃO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Quadril (2) Quadril, parte do cíngulo do membro inferior, formado pela fusão dos ossos ílio, ísquio e púbis Crista ilíaca, acetábulo, espinha ilíaca ântero superior, incisura isquiática maior do ílio, túber isquiático, incisura isquiática menor do ísquio, forame obturado, tubérculo púbico Fêmur (2) Ossos da coxa entre o quadril e o joelho Cabeça, fóvea da cabeça do fêmur, trocanter maior e trocanter menor, linha áspera, côndilo lateral e medial, epicôndilos medial e lateral Patela (2) Face anterior do fêmur distal Osso sesamoide triangular Tíbia (2) Lado medial da perna, entre o joelho e o tornozelo Côndilos medial e lateral, eminência intercondilar, tuberosidade da tíbia, margem anterior, maléolo medial, incisura fibular Fíbula (2) Lado lateral da perna entre o joelho e o tornozelo Cabeça, maléolo lateral Tarsais (14) Tornozelo Tálus e calcâneo maiores para receber o peso da perna, cinco outros ossos em forma de cunha para ajudar a formar os arcos do pé Metatarsais (10) Planta do pé Ossos longos, cada um em linha com um dedo Falanges (28) Dedos Três em cada dedo exceto dois no hálux Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 251). Os dois ossos do quadril estão agregados anteriormente através da sínfise pú- bica e unidos posteriormente ao sacro na coluna vertebral, constituindoo cha- mado cíngulo do membro inferior. Os ossos do quadril simultaneamente com o sacro e o cóccix vão formar a pel- ve (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Todos os ossos do membro inferior e os ligamentos se unem e têm o objetivo de manter e proteger as vísceras localizadas na região inferior, até a bexiga urinária, órgãos genitais internos e no caso das mulheres gestantes também o feto durante todo o seu desenvolvimento (BEHNKE, 2014). A pelve é dividida em pelve maior e pelve menor (GRAAFF, 2003). 112MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Estes dois componentes estão divididos por meio da linha terminal, que é uma margem óssea encurvada que se expande do promontório até a margem su- perior da sínfise púbica. A pelve maior está relacionada com a porção aumentada da pelve que está localizada acima da linha terminal, sendo que está linha não vai dividir apenas as duas porções, mas também vai marcar a abertura superior da pelve menor (TORTORA DERRICKSON, 2016). A circunferência inferior da pelve menor marca a abertura inferior da pelve. Cada osso do quadril é formado por três ossos que são: FIGURA 1: OSSOS DO QUADRIL Ílio Ísquio Púbis Fonte: Elaborada pelo autor (2020). Na face lateral do osso do quadril existe uma depressão circular grande, estes três ossos vão se ossificar, o acetábulo que acolher a cabeça do fêmur (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). 5.1.1 ÍLIO, ÍSQUIO E PÚBIS O ílio é considerado como o osso mais superior dos três, apresenta uma crista e quatro ângulos ou espinhas, que são apontados como pontos muito impor- tantes para as inserções musculares (BEHNKE, 2014). A crista ilíaca é formada por uma proeminência do quadril e termina anterior- mente adjacente a espinha ilíaca ântero posterior, imediatamente a espinha estando situada a espinha ilíaca ântero inferior (TORTORA; DERRICKSON, 2016). A finalização posterior da crista ilíaca é a espinha ilíaca póstero superior e logo abaixo está situado à espinha ilíaca póstero inferior. Inferiormente, a espinha ilíaca póstero inferior está situado à incisura isquiática maior por onde o nervo isquiático passa (BEHNKE, 2014). 113 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Na face medial do ílio está situado à face auricular onde o osso sacro é articu- lado. A fossa ilíaca é a superfície lisa, côncava na porção anterior do ílio, o mús- culo ilíaco tem a sua origem nesta fossa (GRAAFF, 2003). A tuberosidade ilíaca para a fixação do ligamento sacroilíaco está situada pos- teriormente à fossa ilíaca. As três cristas rugosas estão presentes na face glútea na parte posterior do ílio, tem a função de realizar a fixação dos músculos glúteos às linhas glúteas infe- rior, anterior e posterior (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O ísquio é um osso póstero inferior que faz parte do osso do quadril, possuindo várias características diferentes. A espinha isquiática é uma saliência, está localizada posteriormente e infe- riormente a incisura isquiática maior do ísquio, inferiormente a espinha está situado à incisura isquiática menor do ísquio (BEHNKE, 2014). O túber isquiático é uma proeminência óssea, permite suportar o peso corpo- ral na posição sentada (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). No acetábulo, a incisura profunda está situada na porção inferior do acetábulo, o grande forame obturado é formado pelo ramo do ísquio, próximo do pú- bis, envolvido pela membrana obturatória onde são presos os vários músculos (GRAAFF, 2003). O púbis é um osso que está situado anteriormente ao osso do quadril, constitui o ramo superior e um ramo inferior que suporta o corpo do púbis, sendo que este ajuda na formação da sínfise púbica que é a articulação entre os dois ossos do quadril (BEHNKE, 2014). Na extremidade lateral da margem anterior do corpo está localizado o tubér- culo púbico, que é um ponto de fixação para o ligamento inguinal (GRAAFF, 2003). 5.1.2 FÊMUR, PATELA, TÍBIA E FÍBULA O fêmur é o osso mais resistente e mais longo do corpo humano, a cabeça do fêmur proximal é arredondada e se articula com o acetábulo do osso do qua- dril (MOORE; ARTHUR; AGUR, 2011). Existe uma escavação rasa rugosa denominada de fóvea da cabeça do fêmur, está situada inferiormente à cabeça do fêmur, permite que o ponto de fixação 114MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS para o ligamento da cabeça do fêmur ajude na manutenção da cabeça do fê- mur no acetábulo. FIGURA 2: FÊMUR Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 386) O colo do fêmur tem a função de susten- tar a cabeça, é um local muito frequente para o aparecimento de fraturas princi- palmente no caso dos idosos (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O corpo do fêmur apresenta uma curva que é moderadamente medial para pro- porcionar que a articulação do joelho per- maneça em uma linha com o plano de gravidade do corpo. No caso das mulheres, apresenta uma maior curvatura devido à pelve ser mais larga (TORTORA, DERRICKSON, 2016). Os ossos do corpo humano passam por processos de mudança a cada 10 anos, através de uma renovação de toda a estrutura óssea em função do processo contínuo de remodelamento dinâmico, onde são produzidos todos os novos ossos. 115 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O corpo do fêmur apresenta vários acidentes que são específicos para a fixação dos músculos. Na parte proximal lateral do corpo existe o trocanter maior e no lado medial existe o trocanter menor. No lado anterior entre os trocanteres está situado à linha intertrocantérica, no lado posterior entre os trocanteres encontra-se a crista intertrocantérica (MOO- RE; ARTHUR; AGUR, 2011). A linha áspera é uma crista vertical rugosa na face posterior do corpo do fêmur (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). A extremidade distal do fêmur está elevada na articulação com a tíbia, os côn- dilos medial e lateral são os processos articulares para esta articulação. A fossa intercondilar é uma depressão rasa entre os côndilos na face posterior, enquanto a face patelar está situada entre os côndilos na face anterior. Sobre os côndilos nos lados lateral e medial estão situados os epicôndilos que vão ajudar na fixação dos tendões e dos ligamentos (GRAAFF, 2003). A patela é um osso sesamoide grande, triangular, está situada na face anterior do fêmur distal, apresenta uma base larga e um ápice inferior em ponta, as facetas articulares na face articular da patela estão articuladas com os côndilos medial e lateral do fêmur (MOORE; ARTHUR; AGUR, 2011). A patela possui várias funções, como por exemplo: • auxiliar na proteção da articulação do joelho; • atuar no fortalecimento do tendão do músculo quadríceps; • realizar o aumento da força de alavanca do músculo quadríceps femoral quando este estende a articulação do joelho (TORTORA; DERRICKSON, 2016) A tíbia articula-se proximalmente com o fêmur na articulação do joelho, distal- mente com o tálus no tornozelo e com a fíbula proximalmente e distalmente. Existem duas superfícies que são levemente côncavas na extremidade proxi- mal da tíbia que são os côndilos medial e lateral, e estão articulados com os côndilos do fêmur (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os côndilos são divididos por uma pequena proeminência chamada de emi- nência intercondilar, que possibilita a fixação aos ligamentos cruzados do joelho. 116MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS FIGURA 3: TÍBIA E FÍBULA Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 443) A tuberosidade da tíbia para a inserção do ligamento da patela está localizada na parte proximal e anterior do corpo da tíbia, onde a margem anterior é uma crista que estápresente ao longo da superfície anterior do corpo (MOORE; AR- THUR; AGUR, 2011). O maléolo medial é uma saliência óssea que está localizada tanto na extremi- dade distal e medial da tíbia, existe uma incisura fibular para a articulação com a fíbula, que localizada na extremidade distal e lateral (GRAAFF, 2003). A fíbula é um osso longo, fundamental para a fixação dos músculos do que para suportar o peso. A cabeça da fíbula está articulada com a extremidade proximal lateral da tíbia, já a extremidade distal apresenta uma proeminência chamada de maléolo lateral (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 5.1.3 TARSO, METATARSO E FALANGES O pé é constituído por 26 ossos situados no tarso, metatarso e falanges, mesmo é parecido com os ossos da mão, estes ossos têm algumas diferenças quanto 117 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 à estrutura, visto que possuem um função muito importante que atuar para o suporte do peso corporal, o que possibilita a existência da força de alavanca além de garantir a mobilidade para a marcha (GRAAFF, 2003). FIGURA 4: OSSOS DO PÉ Fonte: Adaptada de Thompson (2012, p. 526) O tarso tem sete ossos, o mais superior é o tálus, articula-se com a tíbia e a fí- bula, e forma a articulação do tornozelo. O calcâneo é o maior dos ossos tarsais, permite que exista um suporte esque- lético para o calcanhar, ao mesmo tempo em que ocorre um grande prolon- gamento posterior que é chamado de tuberosidade do calcâneo, fixa os mús- culos da panturrilha (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Na frente do tálus está o osso navicular que apresenta um formato parecido com o de um chapéu. Os outros quatro ossos tarsais formam uma série distal que se articula com os ossos metatarsais (SOBOTTA, 2006). Do lado medial para o lado lateral, existe o cuneiforme medial, cuneiforme in- termédio, cuneiforme lateral e o osso cuboide (GRAAFF, 2003). 118MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 1. Os ossos metatarsais e as falanges: são semelhantes quanto ao nome e número com relação aos metacarpais e falanges da mão, mas são diferentes no formato, em função da sua função que é o de suporte de peso corporal (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 2. Osso metatarsais numerados: os ossos metatarsais são numerados de I a V, iniciando pelo lado medial (hálux) do pé, onde o primeiro osso metatarsal é o maior que os outros, em função da grande importância com relação ao suporte do peso corporal (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Cada osso do metatarso apresenta uma base, corpo e cabeça, onde as bases são proximais do primeiro, segundo, terceiro metatarsais estando articulados junto com os ossos cuneiformes (SOBOTTA, 2006). As cabeças dos metatarsais articulam-se distalmente com as falanges proxi- mais, enquanto as articulações proximais são chamadas de articulações tar- sometatarsais, já as articulações distais são chamadas de metatarsofalângicas (GRAAFF, 2003). As 14 falanges vão constituir o esqueleto dos dedos do pé, parecidos com os dedos da mão, as falanges estão situadas em uma fila proximal, média e uma distal, onde o hálux é formado por duas falanges a proximal e a distal (GRAAFF, 2003). 5.2 ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS Agora serão estudados os ligamentos que vão constituir todas as articulações do membro inferior: pélvica e quadril, joelho e tornozelo. 119 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 5: ARTICULAÇÕES Fonte: Plataforma Deduca (2020). 5.2.1 ARTICULAÇÃO PÉLVICA E DO QUADRIL A função da articulação do quadril é suportar o peso corporal, é uma articula- ção muito forte e a mais estável do que, por exemplo, a articulação do ombro (SOBOTTA, 2006). Esta articulação está protegida por meio de uma cápsula articular fibrosa forte, existem vários ligamentos e músculos bastante resistentes nesta articulação (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os três principais ligamentos do quadril são Iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral. O ligamento da cabeça do fêmur está localizado no interior da cápsula articu- lar fixando a cabeça do fêmur ao acetábulo (SOBOTTA, 2006). Este ligamento está frouxo moderadamente e não tem uma função significati- va quanto à manutenção do fêmur no acetábulo, existe também uma peque- na artéria que vai nutrir a cabeça do fêmur. 120MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS O ligamento transverso do acetábulo penetra a incisura e liga-se a cápsula ar- ticular ao ligamento da cabeça do fêmur, o lábio do acetábulo é uma fibrocar- tilagem que circunda a cabeça do fêmur quando está articulada com o acetá- bulo, estando fixada na margem do acetábulo (GRAAFF, 2003). Agora gostaria de aproveitar este momento para indicar esta importante leitura. Acesse o link, abra o texto completo no canto esquerdo da página e leia a dissertação “Incidência da diminuição de amplitude de movimento na articulação do quadril em jovens jogadores de futebol e a resposta a um programa de intervenção por alongamentos”, apresentada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Esta dissertação complementa o conteúdo abordado neste tópico. 5.2.2 ARTICULAÇÃO DO JOELHO A articulação do joelho também é chamada de tibiofemoral, está localizada entre o fêmur e a tíbia, é considerada como a mais complexa e vulnerável do corpo humano. A articulação do joelho no lado anterior é estabilizada e protegida por meio da patela e do ligamento da patela formado a articulação plana patelofemoral (GRAAFF, 2003). Na face anterior além da patela e do ligamento da patela, a inserção do tendão do músculo quadríceps femoral forma duas faixas que possibilitam o suporte para os retináculos da patela lateral e medial (SOBOTTA, 2006). As bolsas presentes na face anterior do joelho são bolsa subcutânea pré-pate- lar, bolsa suprapatelar, bolsa subfascial pré-patelar e bolsa infrapatelar profun- da (MARIEB; WILHELM; MALLAT, 2016). A face posterior do joelho é chamada de fossa poplítea, sendo que o ligamen- to poplíteo oblíquo e o ligamento poplíteo arqueado são superficiais quanto à posição, o ligamento cruzado anterior e o posterior são intracapsulares (SO- BOTTA, 2006). 121 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A bolsa poplítea e a bolsa do músculo semimembranáceo são duas bolsas que estão presentes na face posterior do joelho (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os ligamentos colaterais reforçam os dois lados do joelho (medial e lateral), existem dois discos de fibrocartilagens que são chamados de meniscos lateral e medial estão localizados no interior das articulações do joelho inseridos entre os côndilos do fêmur distais e os côndilos da tíbia proximais. Os dois meniscos estão unidos por meio do ligamento transverso, existem sete bolsas no lado lateral e medial e quatro no lado anterior e duas no lado poste- rior, formando no total 13 bolsas (GRAAFF, 2003). Agora gostaria de aproveitar este momento para indicar esta importante leitura. Acesse o link desça até a parte inferior da página e clique em “Visualizar/Abrir” e leia a dissertação “Valgo dinâmico de joelho e sua relação com o quadril, tornozelo e pé em atletas de futebol profissional”, dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Esta dissertação complementa o conteúdo abordado nesta unidade. 5.2.3 ARTICULAÇÃO DO TORNOZELO Na articulação do tornozelo existe uma cápsula articular que compreende as articulações dos três ossos e quatro ligamentos que vão sustentar a articulação do tornozelo do lado externo da cápsula. O ligamento deltoideo está unido com a tíbia, já o ligamentocolateral late- ral, ligamento talofibular anterior, ligamento talofibular posterior e o ligamen- to calcaneofibular estão relacionados com a fíbula (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Os maléolos constituem um capuz em cima da face superior do tálus que não vai possibilitar os movimentos laterais da articulação do tornozelo. Diferente da articulação condilar do punho, os movimentos do tornozelo são limitados quanto à flexão e a extensão. A dorsiflexão do tornozelo é responsável principalmente pelo tendão calcâneo, já a flexão plantar ou a extensão do tornozelo é responsável pela tensão dos 122MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS tendões extensores na frente da articulação e na parte anterior da cápsula ar- ticular (GRAAFF, 2003). Agora gostaria de aproveitar este momento para indicar esta importante leitura. Acesse o link, clique em “Texto Completo” e leia o artigo “Confiabilidade das mensurações de testes isocinéticos para articulação do tornozelo”, publicado na revista Acta fisiátrica. Este artigo completa o conteúdo abordado neste tópico. 5.3 MOVIMENTOS ARTICULARES O movimento da articulação do quadril é do tipo sinovial esferoidea, é formada pela cabeça do fêmur e do acetábulo do osso do quadril. Já a articulação do joelho é sinovial do tipo gínglimo, é considerada como mui- to complexa uma vez que permite que exista uma rotação limitada e os movi- mentos de deslizamentos como também de flexão e de extensão. Na articulação do tornozelo existem dois tipos sendo ambas sinoviais gínglimos, uma é formada quando a extremidade distal da tíbia e seu maléolo medial estão articulados com o tálus, e a outra é formada quando o maléolo lateral da fíbula se articula com o tálus. 5.4 MÚSCULOS A seguir, serão abordados todos os músculos que fazem parte do membro in- ferior, este estudo será realizado por regiões divididas em: quadril, glútea, coxa, perna e pé. 123 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.4.1 MÚSCULOS DO QUADRIL Os músculos responsáveis pelos movimentos da coxa na articulação do quadril têm a sua origem no cíngulo do membro inferior (ossos do quadril e sacro) e na coluna vertebral estão inseridos em vários locais do fêmur (TORTORA; DER- RICKSON, 2016). Nesta região, estão localizados todos os músculos mais volumosos do corpo hu- mano como também alguns músculos bem pequenos (GRAAFF, 2003). Os músculos responsáveis pela movimen- tação da coxa na articulação do quadril são divididos em grupo: anterior, posterior e medial. Os músculos mediais que realizam os mo- vimentos da articulação do quadril são o pectíneo, grácil, adutor longo, adutor cur- to e adutor magno. 1. Músculo pectíneo: é mais superior de todos os músculos mediais que realizam a movimentação da articulação do quadril, sendo um músculo plano, quadrangular que realiza a flexão e adução do quadril (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 2. Músculo grácil: é um músculo longo e delgado, sendo o mais superficial de todos os músculos mediais da coxa, cruzando duas articulações podendo aduzir a articulação do quadril ou flexionar o joelho (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 3. Músculo adutor longo: está localizado imediatamente lateral ao músculo grácil no terço Os músculos da coxa estabilizam a articulação do quadril, fornecem um grande suporte para o corpo tanto na posição bípede como também para a locomoção. 124MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS superior da coxa, é o mais anterior de todos os músculos adutores, enquanto o músculo (GRAAFF, 2003). 4. Músculo adutor curto: é um músculo triangular que está situado de forma profunda aos músculos adutor longo e pectíneo que na maioria está oculto (GRAAFF, 2003). 5. Músculo adutor magno: é um músculo grande e grosso situado de forma profunda com os outros dois músculos adutores, o adutor longo, curto e o magno são sinergistas na adução, flexão e rotação lateral da articulação do quadril (GRAAFF, 2003). Na tabela a seguir, estão todos os músculos mediais que são os responsáveis pelos movimentos da coxa na articulação do quadril. TABELA 2: MÚSCULOS MEDIAIS RESPONSÁVEIS DA MOVIMENTAÇÃO DA COXA NA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Grácil Margem inferior da sínfise púbica Parte proximal da face medial da tíbia Adução da coxa na articulação do quadril, flexão e rotação da perna na articulação do joelho Pectíneo Linha pectínea do púbis Distal ao trocanter menor do fêmur Adução e flexão da coxa na articulação do quadril Adutor longo Púbis – abaixo da crista ilíaca Linha áspera do fêmur Adução, flexão e rotação lateral da coxa na articulação do quadril Adutor curto Ramo inferior do púbis Linha áspera do fêmur Adução, flexão e rotação lateral da coxa na articulação do quadril Adutor magno Ramos inferiores do ísquio e do púbis Linha áspera e epicôndilo medial do fêmur Adução, flexão e rotação lateral da coxa na articulação do quadril Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 2003). 125 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.4.2 MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA Os músculos posteriores e laterais formam a região glútea. Os músculos pos- teriores movimentam a coxa na articulação do quadril, estão inclusos o glú- teo máximo, médio, mínimo e o tensor da fáscia lata (TORTORA; DERRICK- SON, 2016). A localização do músculo glúteo médio está em seguida profundamente ao glú- teo máximo, com a origem na superfície lateral do ílio e inserido no trocanter maior do fêmur, o glúteo médio vai fazer a abdu- ção e rodar medialmente (GRAAFF, 2003). O músculo glúteo médio além de realizar os movimentos de abdução e rodar me- dialmente a articulação do quadril, é con- siderado como o local mais utilizado para se aplicar as injeções intramusculares. O músculo glúteo mínimo é o menor e o mais profundo de todos, está originado na face lateral do ílio e inserido na superfície lateral do trocanter maior atua de forma sinérgica com os músculos glúteo médio e tensor da fáscia lata na abdução da arti- culação do quadril (TORTORA; DERRICK- SON, 2016). O músculo tensor da fáscia lata está situado superficialmente na face lateral do quadril, com origem na crista ilíaca e inserção na fáscia lateral e grande da coxa chamado de trato iliotibial. O músculo tensor da fáscia lata e o músculo glúteo médio são músculos abdu- tores sinérgicos da articulação do quadril (GRAAFF, 2003). 5.4.3 MÚSCULOS DA COXA Os músculos anteriores responsáveis pela movimentação da coxa na articula- ção do quadril são o ilíaco e o psoas maior. O glúteo máximo é um importante extensor da articulação do quadril. É essencial para a posição bípede e a locomoção, é originado no ílio, sacro, cóccix e aponeurose da região lombar, com inserção na tuberosidade glútea do fêmur e no trato iliotibial, sendo uma região tendínea espessada da fáscia lata estendendo-se inferiormente na coxa. 126MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS O músculo ilíaco é origenado na fossa ilíaca está inserido no trocanter menor do fêmur, já o músculo psoar maior tem a sua origem nos corpos e processos tranverssos das vértebras lombares, está inserido junto com o músculo ilíaco no trocanter menor (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O músculo psoas maior e o ilíaco atuam sinergicamente, realizam a flexão e rodam a articulação do quadril, além de fazerem a flexão da coluna vertebral, este dois músculos são chamados em conjunto de músculo iliopsoas (GRAAFF, 2003). Na tabela a seguir, você pode observar os músculos anteriores e posteriores responsáveis pelos movimentos dacoxa. TABELA 3: MÚSCULOS ANTERIORES E POSTERIORES RESPONSÁVEIS PELA MOVIMENTAÇÃO DA COXA NA ARTICULAÇÃO DO QUADRIL MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Ilíaco Fossa ilíaca Trocanter menor do fêmur, junto com o psoas maior Flexão e rotação da coxa lateralmente na articulação do quadril, flexão das articulações da coluna vertebral Psoas maior Processos costiformes de todas as vértebras lombares Trocanter menor do fêmur, junto com o ilíaco Flexão e rotação da coxa lateralmente na articulação do quadril, flexão das articulações da coluna vertebral Glúteo máximo Crista ilíaca, sacro, cóccix e aponeurose da região lombar Tuberosidade glútea e trato iliotibial Extensão e rotação lateral da coxa na articulação do quadril Glúteo médio Face lateral do ílio Trocanter maior Abdução e rotação lateral da coxa na articulação do quadril Glúteo mínimo Face lateral na metade inferior do ílio Trocanter maior Abdução da coxa na articulação do quadril Tensor da fáscia lata Margem anterior do ílio e crista ilíaca Trato iliotibial Abdução da coxa na articulação do quadril Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 278). 127 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.4.3 MÚSCULOS DA PERNA E PÉ Os músculos responsáveis pela movimentação do joelho são originados no cín- gulo do membro inferior ou na coxa, estão envolvidos por meio das lâminas fasciais muito resistentes, são considerados como uma continuação da fáscia lata e do trato iliotibial. A divisão dos músculos é realizada por meio da função e da posição em dois grupos que são os músculos extensores anteriores e os músculos flexores pos- teriores (GRAAFF, 2003). 1. Os músculos anteriores: são responsáveis pela movimentação da articulação do joelho são o sartório e o quadríceps femoral. O músculo sartório longo tem o formato de uma cinta e cruza de forma oblíqua a face anterior da coxa e atua nas articulações do quadril e do joelho para realizar a flexão e rodar lateralmente o quadril, como também para auxiliar na flexão da articulação do joelho e na rotação medial. Este é o músculo mais longo do corpo (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 2. O músculo quadríceps femoral: é uma combinação de quatro músculos diferentes, com origens separadas porém com uma única inserção na patela através do tendão da patela, o tendão é contínuo sobre a patela formando em seguida o ligamento da patela que é inserido na tuberosidade da tíbia (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 3. Sinergia entre os músculos: estes músculos atuam de forma sinérgica para realizar a extensão do joelho, este quatro músculos são o reto femoral, vasto lateral, vasto medial e vasto intermédio (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 4. O músculo reto femoral: apresenta uma posição superficial, é o único dos quatro que atua tanto 128MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS na articulação do quadril como do joelho (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O músculo vasto lateral está posicionado lateralmente é o maior do músculo quadríceps femoral. É um local muito comum para serem aplicadas as injeções intramusculares nas crianças que têm pequenos músculos tanto nas nádegas como nos ombros. O músculo vasto medial apresenta uma posição medial ao longo de toda a coxa, já o músculo vasto intermédio está situado profunda- mente ao reto femoral (GRAAFF, 2003). Na tabela a seguir, você pode observar todos os músculos anteriores da coxa que movimentam as articulações do joelho e do quadril. TABELA 4: MÚSCULOS ANTERIORES DA COXA RESPONSÁVEIS PELA MOVIMENTAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO E QUADRIL MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Sartório Espinha ilíaca antero superior Face medial da tíbia Flexão das articulações do joelho e quadril, abdução da articulação do quadril, rotação lateral da coxa na articulação do quadril e rotação medial da perna na articulação do joelho. Quadríceps femoral Patela pelo tendão da patela que continua como ligamento da patela até a tuberosidade da tíbia Extensão da perna na articulação do joelho Reto femoral Espinha ilíaca antero superior e lábio do acetábulo Vasto medial Trocanter maior e linha áspera do fêmur Vasto lateral Face medial e linha áspera do fêmur Vasto intermédio Faces anterior e lateral do fêmur Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 282). 129 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Existem três músculos posteriores da coxa que são considerados como anta- gonistas dos músculos do quadríceps femoral, visto que realizam a flexão da articulação do joelho. O músculo bíceps femoral está na face posterolateral da coxa, apresentando uma cabeça longa superficial e uma cabeça pequena profunda, realizando a movimentação de ambas as articulações do quadril e do joelho (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Já o músculo semitendíneo superficial é fusiforme, está situado na face pós- tero-superior na região medial da coxa e atua sobre duas articulações citadas anteriormente, do quadril e do joelho. O músculo semimembranáceo está profundamente ao músculo semitendí- neo, na face póstero medial da coxa (GRAAFF, 2003), os músculos posteriores da coxa vão movimentar a perna na articulação do joelho. TABELA 5: MÚSCULOS POSTERIORES DA COXA RESPONSÁVEIS PELA MOVIMENTAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Bíceps femoral Cabeça longa – túber isquiático, cabeça curta – linha áspera do fêmur Cabeça da fíbula e côndilo lateral da tíbia Flexão da articulação do joelho, extensão e rotação medial da coxa na articulação do quadril Semitendíneo Túber isquiático Porção proximal da face medial do corpo da tíbia Flexão da articulação do joelho, extensão e rotação medial da coxa na articulação do quadril Semimem- branáceo Túber isquiático Porção proximal da face medial da tíbia Flexão da articulação do joelho, extensão e rotação medial da coxa na articulação do quadril Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 282). Os músculos da perna denominados de músculos crurais são os responsáveis pelos movimentos do pé, existem três grupos de músculos crurais que são an- terior, lateral e posterior (GRAAFF, 2003). Os músculos crurais anteriores são: tibial anterior, extensor longo dos dedos, extensor longo do hálux e fibular terceiro, o músculo tibial anterior é um mús- culo grande e superficial, podendo ser palpado por meio da porção ântero lateral da tíbia, estando paralelamente à crista anterior da tíbia. 130MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS O músculo extensor longo dos dedos está posicionado lateralmente ao tibial anterior na superfície ântero lateral da perna. O músculo extensor longo do hálux está situado profundamente entre o mús- culo tibial anterior e o músculo extensor longo dos dedos, já o músculo fibular terceiro é contínuo com a porção distal do músculo extensor dos dedos (TOR- TORA; DERRICKSON, 2016). Os músculos crurais laterais são o fibular longo e o fibular curto, o fibular longo é um músculo superficial lateral que está por cima da fíbula, já o músculo fibu- lar curto está situado de forma profunda ao músculo fibular longo localizado próximo do pé. Estes dois músculos são sinergistas quanto ao movimento de flexão na articu- lação do tornozelo e na eversão do pé (GRAAFF, 2003). Existem sete músculos crurais posteriores que são separados em superficiais e profundos, o grupo superficial é constituído pelos músculos gastrocnêmio, sóleo e plantar, enquanto os quatro músculos crurais posteriores profundos são o poplíteo, flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos e tibial posterior. O músculo gastrocnêmio é extenso e superficial, e compõe a maior parte da panturrilha da perna, é formado por duascabeças distintas, originadas da face posterior dos epicôndilos medial e lateral do fêmur (TORTORA; DERRI- CKSON, 2016). O músculo gastrocnêmio e o sóleo são músculos profundos inseridos no calcâneo por meio de um tendão comum, que é denominado de tendão de Aquiles, é considerado como o tendão mais resistente do corpo, mas que pode sofrer ruptura em função das pressões súbitas durante uma competição, por exemplo. O músculo gastrocnêmio atua sobre duas articulações, realiza a flexão da arti- culação do joelho e a flexão plantar do pé na articulação do tornozelo (GRAA- FF, 2003). O músculo sóleo está situado profundamente junto com o músculo gastroc- nêmio. Estes dois músculos são considerados como um único músculo, o mús- culo tríceps sural, possui uma inserção comum, porém o sóleo atua apenas na articulação do tornozelo na flexão plantar do pé. O músculo plantar tem a sua origem acima da origem da cabeça lateral do músculo gastrocnêmio na linha superacondilar do fêmur, apresenta um ten- 131 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 dão muito longo e fino que está inserido sobre o calcâneo, este músculo é frágil e apresenta uma limitação para realizar a flexão do joelho e para a flexão plantar da articulação do tornozelo (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O músculo poplíteo é delgado e triangular e está situado de forma profunda às cabeças do músculo gastrocnêmio, constitui parte do assoalho da fossa poplí- tea, uma depressão que está situada no lado de trás da articulação do joelho, este músculo é um rotador medial da articulação do joelho durante a locomo- ção (GRAAFF, 2003). O músculo flexor longo do hálux está situado profundamente ao músculo só- leo e no lado póstero lateral da perna, flexionando as articulações do hálux e auxilia na flexão plantar da articulação do tornozelo e inversão do pé. O músculo flexor longo dos dedos também está situado profundamente ao sóleo, seguindo paralelamente ao músculo flexor longo do hálux no lado me- dial da perna. O tendão distal passa posterior ao maléolo medial continua ao longo da face plantar do pé, ramifica-se em quatro tendões inseridos nas bases das falanges distais do II, III, IV e V dedos (TORTORA; DERRICKSON, 2016). O músculo flexor longo dos dedos atua sobre algumas articulações, executa a flexão dos quatro dedos e auxilia na flexão plantar do tornozelo e na inversão do pé. O músculo tibial posterior está situado profundamente junto ao músculo só- leo, entre os flexores posteriores, com o seu tendão distal passa atrás do malé- olo medial e inseri-se na face plantar do navicular, cuneiforme e cubóide e nos ossos metatarsais do II e IV. O músculo tibial posterior realiza a flexão plantar da articulação do tornozelo, faz a inversão do pé e dá suporte para os arcos do pé. Com exceção de um músculo intrínseco adicional que é denominado de ex- tensor curto dos dedos, todos os músculos do pé são semelhantes em nome como em número com os da mão, porém as funções são diferentes, visto que o pé está adaptado tanto para sustentar e suportar o peso corporal diferente- mente da mão que tem a função de segurar os objetos (GRAAFF, 2003). Os músculos do pé estão dispostos em quatro camadas, atuam na movimen- tação dos dedos do pé, além de garantirem o suporte aos arcos do pé por meio das contrações (TORTORA; DERRICKSON, 2016). 132MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS Na tabela a seguir, você pode observar os treze músculos responsáveis pela movimentação das articulações do tornozelo, pé e dedos. TABELA 6: MÚSCULOS DA PERNA RESPONSÁVEIS PELA MOVIMENTAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES DO TORNOZELO, PÉ E DEDOS MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO Tibial anterior Parte proximal da face lateral e corpo da tíbia Primeiro osso metatarsal e cuneiforme medial Dorsiflexão do tornozelo e inversão do pé no tornozelo Extensor longo dos dedos Extensor longo do hálux Parte proximal da face lateral da tíbia e face anterior da fíbula Face anterior da fíbula e membrana interóssea Expansões extensoras dos dedos II – V Falange distal do dedo I Extensão das articulações dos dedos II a V e dorsiflexão do pé no tornozelo Extensão das articulações do hálux e da perna auxiliar da dorsiflexão do pé no tornozelo Fibular terceiro Face anterior da fíbula e membrana interóssea Face dorsal do quinto osso metatarsal Dorsiflexão e eversão do pé no tornozelo Fibular longo Côndilo lateral da tíbia e cabeça e corpo da fíbula Cuneiforme medial e primeiro osso metatarsal Flexão plantar e eversão do pé no tornozelo Fibular curto Parte inferior da fíbula Osso metatarsal V Flexão plantar e eversão do pé no tornozelo Gastrocnêmio Epicôndilo lateral e média do fêmur Face posterior do calcâneo Flexão plantar e eversão do pé no tornozelo, flexão da articulação do joelho Sóleo Faces posteriores da fíbula e tíbia Calcâneo Flexão plantar do pé no tornozelo Plantar Linha supracondilar lateral do fêmur Calcâneo Flexão plantar do pé no tornozelo Poplíteo Côndilo lateral do fêmur Parte póstero superior da tíbia Flexão e rotação medial da perna na articulação do tornozelo Flexor longo do hálux Face posterior da fíbula Falange distal do hálux Flexão da articulação da falange distal do hálux Flexor longo dos dedos Face posterior da tíbia Falanges distais dos dedos II – V Flexão das articulações das falanges distais dos dedos II – V 133 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Tibial posterior Tíbia, fíbula e membrana interóssea Navicular, cuneiforme, cuboide e ossos metatarsais II – IV Flexão plantar e inversão do pé no tornozelo, sustenta os arcos. Fonte: Adaptada de Graaff (2003, p. 286). Agora gostaria de aproveitar este momento para indicar esta importante leitura. Acesse o link e leia o artigo “Análise eletromiográfica de músculos do membro inferior em exercícios proprioceptivos realizados com os olhos abertos e fechados”, publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Este artigo complementa o conteúdo que abordado nesta unidade. 5.5 PATOLOGIAS COMUNS Existem várias patologias que estão presentes nos membros inferiores, dentre elas a artrose. A artrose é um processo degenerativo que ocorre sobre a cartila- gem, além da neoformação óssea nas superfícies articulares, ocasiona dores e diminuição na mobilidade articular. Já a bursite corresponde a um processo inflamatório que agride as bursas, pode ser de origem inflamatória ou infecciosa. Outra patologia bastante frequente é encontrada na patela, é chamada de tendinite patelar, corresponde a uma lesão crônica e degenerativa que ocorre no ligamento patelar próximo à sua inserção no polo inferior da patela. Já na lesão meniscal, os meniscos são lesados, e é observado um derrame arti- cular e dor (MOORE; ARTHUR; AGUR, 2011). Outra tendinite muito comum é a epicondilite lateral, também chamada de cotovelo de tenista, acometendo especificamente a articulação do cotovelo. 134MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS FIGURA 6: EPICONDILITE LATERAL Fonte: Smart Servier (2020). Agora gostaria de aproveitar este momento para indicar esta importante leitura. Acesse o link e leia o artigo “Lesões musculoesqueléticas em praticantes de crossfit.”, publicado na Revista Interdisciplinar Ciências Médicas. Este artigo complementa o conteúdo abordado nesta unidade. CONCLUSÃO Chegamos ao final desta quinta unidade, temos certeza de que você aprovei- tou o máximo possível todo o conteúdo abordado. Ao longo desta unidade, foram abordados vários assuntos muito importantes sobre os membros inferiores entre eles todos os ossos (quadril, joelho, tornoze-lo e pé), as articulações do quadril, do joelho, do tornozelo e do pé, os músculos do quadril, do joelho, do tornozelo e do pé e as patologias mais comuns. UNIDADE 6 > compreender os movimentos envolvidos na marcha, as suas mudanças com a idade e as alterações da marcha. > compreender as estruturas envolvidas nos diferentes tipos de postura da coluna vertebral e os desvios posturais comuns. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: 135 MULTIVIX EADCredenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS 136 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6 ANATOMIA E CINESIOLOGIA DO CORPO: POSTURA E MARCHA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nessa unidade, você estudará mais a fundo a postura corporal. Ainda que representemos o corpo humano de forma simétrica e com curvaturas ideais, não existe corpo perfeito. Ao avaliar a postura de diversos indivíduos, você provavelmente perceberá diferentes desvios posturais e assimetrias. Ainda assim, existe a postura ideal. Na posição ortostática, a postura ideal serve como referência para identificar desvios posturais. Na posição sentada e na posição deitada, a postura ideal é aquela que melhor mantem as curvaturas e relações observadas na postura em pé. Nessa unidade, você também estudará a marcha. A marcha é o caminhar, a forma mais utilizada de deslocamento do corpo. A forma como caminhamos é padrão a todos os seres humanos, apesar de com particularidades indivíduos. Padrões anormais de marcha podem ser encontrados em crianças e idosos, e em indivíduos com lesões ou distúrbios. Ainda assim, os padrões de marcha alterado são variações da marcha normal e mantêm as principais características da marcha normal que você estudará. 6.1 POSTURA: ALINHAMENTO VERTEBRAL Nós já falamos nessa disciplina sobre a coluna vertebral. A coluna vertebral é composta por diversas vértebras alinhadas verticalmente. A posição de cada vértebra em relação às vértebras adjacentes forma curvaturas na coluna. Es- sas curvaturas têm como função aumentar a resistência da coluna vertebral, absorver choques e reduzir a severidade das lesões (LIPPERT, 2013). As curvaturas da região cervical, e da região lombar apresentam convexi- dade anterior e concavidade posterior e são conhecidas como lordose. As curvaturas da região torácica e da região sacral e do cóccix apresentam con- cavidade anterior e convexidade posterior e são conhecidas como cifoses. 137 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1: CÔNCAVO E CONVEXO côncavo convexo Fonte: Elaborada pela Autora (2020). O alinhamento vertebral é frequentemente relacionado à boa postura. Um corpo que apresenta um alinhamento correto, com a pelve em posição neu- tra (com as espinhal ilíacas anterossuperiores e anteroposteriores alinhadas) é um corpo que apresenta boa postura (GRAAFF, 2003; LIPPERT, 2013). Acesse o artigo de Vieira e Souza (2011) para saber mais sobre verticalidade e postura. O bom alinhamento vertebral é obtido, entre outros fatores, pelas curvaturas normais da coluna vertebral. Curvaturas maiores ou menores do que as am- plitudes normais podem sinalizar problemas posturais. Além disso, a estabi- lidade da coluna vertebral está relacionada à manutenção das amplitudes normais das suas curvaturas. A coluna é estabilizada por três sistemas, incluindo o sistema musculoes- quelético passivo, o sistema musculoesquelético ativo, e o sistema neural de retroalimentação. O sistema passivo inclui as vertebras, facetas articulares, capsulas articulares, disco intervertebrais, e ligamentos da coluna. O sistema ativo inclui músculos e tendões que estabilizam a coluna e o subsistema neural dá controle. 138 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A estabilidade da coluna aumenta e diminui com as demandas colocadas nas estruturas. A estabilidade diminui durante períodos de diminuição da atividade muscular e aumenta quando as forças articulares compressivas aumentam. Os pequenos músculos profundos da coluna controlam a postu- ra e a relação entre as vértebras, e os grandes músculos superficiais movem a coluna e dispersam cargas do tórax para a pelve. Para a estabilidade, a coluna necessita atividade muscular dos pequenos músculos posturais para estar estável (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2015). FIGURA 2: DESAFIO À ESTABILIDADE Fonte: Isacowitz e Clippinger (2011, p. 53). O principal mecanismo de estabilização da coluna vertebral, e do esquele- to axial como um todo, é a atividade muscular. A estabilidade muscular do tronco, que frequentemente é chamada como estabilidade do core, garante uma postura quase estática do tronco mesmo sob a ação de forças externas que desafiam a estabilidade (NEUMANN, 2010). Os estabilizadores profundos do tronco incluem os pequenos músculos pro- fundos do tronco (músculos inter espinais e intertransversários) e os trans- verso espinais (músculos semiespinhais, multífido e rotadores. A função de estabilização desses músculos está relacionada ao controle do alinhamento e da rigidez das articulações intervertebrais. Os estabilizadores superficiais do tronco incluem os músculos abdominais - reto do abdome, oblíquo externo do abdome, oblíquo interno do abdome e transverso do abdome -, o eretor da espinha, o quadrado lombar, o psoas 139 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 maior e os músculos do quadril. Esses músculos cruzam grandes áreas do corpo e, por isso, criam uma ligação forte e semirrígida entre crânio, coluna vertebral, pelve e os membros inferiores. Músculos que possuem importante papel na estabilização da coluna in- cluem o transverso abdominal, multífido, eretor da espinha, e oblíquo inter- no. O transverso do abdome circula o tronco como um cinto e aumenta a pressão abdominal e a rigidez da coluna. É um dos primeiros músculos a ser ativado em condições inesperadas e em condições de carga auto provoca- da. O multífido está organizado para atuar no nível de cada vértebra e estar ativo continuamente na posição em pé e pode realizar ajustes sutis para as vértebras em qualquer postura. O eretor da espinha é melhor adaptado para controlar a orientação da coluna pela natureza de sua habilidade em produzir extensão. Finalmente, o oblíquo interno trabalha com o transverso do abdome para aumentar a pressão intra-abdominal (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2015). Os professores Luiz Mochizuki e Alberto Carlos Amadio, analisaram a postura ereta do ponto de vista biomecânico e considerando o controle postural nos seguintes artigos: As funções do controle postural durante a postura ereta (link) Aspectos biomecânicos da postura ereta: a relação entre o centro de massa e o centro de pressão (link) 6.2 POSTURA ORTOSTÁTICA, SENTADA E EM DECÚBITO DORSAL A postura ortostática refere-se à posição em pé estática. Existe uma postura considerada padrão. Avaliações posturais identificam desvios posturais a partir da postura padrão. O indivíduo é observado na postura ortostática nas vistas anterior, posterior e lateral, sendo que lateral geralmente são os observados os dois lados do corpo utilizando uma linha vertical. 140 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Uma das técnicas de avaliação de postura mais utilizadas e mais simples é o fio de prumo. O fio de prumo é uma linha, geralmente de cor escura, que é pendurada no teto ou em alguma estrutura alta, com um peso na ponta para manter a linha esticada. O fio de prumo vai representar a linha vertical utilizadacomo referência para avaliação da postura. Essa análise pode ser feita na hora, ou a partir de fotografias. A postura padrão deve seguir algumas referências em relação a essa linha ver- tical ou fio de prumo e, ao posicionamento dos segmentos. 1. VISTA LATERAL: Na cabeça sobre o lóbulo da orelha. Nos ombros pela extremidade do acrômio. Na região torácica à frente dos corpos vertebrais e na região lombar sobre os corpos vertebrais. A pelve deve estar alinhada, com as espinhas ilíacas anterossuperiores e anteroposteriores na mesma altura. No quadril sobre o trocanter maior. No joelho posterior à patela. No tornozelo anterior ao maléolo lateral. 2. VISTA ANTERIOR: A cabeça alinhada, a linha vertical passando pelo centro. Ombros nivelados. No esterno centralizado a linha vertical passando pela linha mediana. Pelve nivelada, as espinhas ilíacas anterossuperiores alinhadas. Os membros inferiores levemente afastados. Joelhos nivelados, sem desvios mediais ou laterais. . 141 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3. VISTA POSTERIOR: A cabeça alinhada, a linha vertical passando pelo centro. Ombros nivelados. Na coluna sobre os processos espinhosos das vértebras. Pelve nivelada, as espinhas ilíacas anteroposteriores alinhadas. Os membros inferiores levemente afastados. Joelhos nivelados, sem desvios mediais ou laterais. Fonte: Adaptada de Donatelli (2011, p. 93). Umas das razões para a preocupação com boa postura é a minimização das cargas impostas ao corpo, em especial à coluna. Estudos mostraram que a carga imposta à coluna é menor na posição em pé do que na maior parte das posições que assumimos ao longo do dia, incluindo a posição sentada. A maior carga importa à coluna na posição sentada está relacionada com a variação das curvaturas da coluna vertebra. Em geral, na posição sentada acon- tece uma diminuição da lordose na região lombar, aumentando a pressão an- teriormente entre as vértebras. Idealmente, ao trabalhar sentado deve-se manter uma postura que preserve o máximo possível a harmonia entre os segmentos. As curvaturas da coluna de- vem ser mantidas o mais próximo do padrão possível, tronco e pescoço devem estar eretos e a cabeça deve estar em posição neutra. Os braços próximos ao tronco e o antebraço paralelo ao solo. Pés apoiados no chão ou apoiados de forma apropriada. Coxas paralelas e pernas na posição vertical (LIPPERT, 2013). Para sentar-se adequadamente, as dimensões da cadeira e da mesa devem ser apropriadas. Um estudo que avaliou o mobiliário escolar de estudantes de diversas idades em escolas pode ser conferido nesse link. 142 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 3: POSTURA SENTADA Fonte: Plataforma Deduca (2020). Diferente da posição sentada, a posição deitada apresenta menor carga à colu- na em comparação com a posição em pé. Em uma situação ideal, as curvas da coluna e aposição entre os segmentos ao se deitar em decúbito dorsal (com as costas apoiadas) será semelhante aquelas apresentadas na posição ortostática. Na posição em decúbito lateral, virado para o lado recomenda-se posicionar um travesseiro ou almofada entre as pernas com o joelho de cima fletido. Nes- sa posição o bom alinhamento do quadril será preservado. A posição em de- cúbito ventral (apoiado sobre o abdome) aumenta a pressão na região cer- vical, especialmente devido ao travesseiro. Essa posição não é recomendada (LIPPERT, 2013). 143 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4: DORMIR EM DECÚBITO LATERAL Fonte: Adaptada de Shanti ([2020]). 6.3 DESVIOS POSTURAIS COMUNS A partir da posição ortostática e da avaliação do padrão ideal, é possível iden- tificar os desvios posturais mais comuns encontrados na população (LIPPERT, 2013). 1. Vista lateral: Cabeça anteriorizada; curvatura exagerada ou retificada da região cervical; ombros arredondados; curvatura exagerada da região torácica, curvatura exagerada ou retificada da região lombar; inclinação anterior ou posterior da pelve; joelho recurvado ou fletido; redução do ângulo entre o pé e a perna; arco longitudinal do pé retificado ou aumentado. 2. Vista posterior: Cabeça inclinada ou rodada; ombros elevados ou abaixados; escápulas abduzidas; aduzidas ou aladas; desvio lateral da região torácica; desvio lateral da região lombar; inclinação lateral ou rotação da pelve; joelho com desvio medial ou lateral; pé plano ou cavo. 144 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3. Vista anterior: Cabeça inclinada ou rodada; assimetria da mandíbula; ombros elevados ou abaixados; quadril com rotação medial ou lateral; torção tibial lateral ou medial; hálux valgo; dedo em garra, martelo ou taco de golfe. Os desvios de postura podem ser por problemas estruturais ou adquiridos de- vido à traumatismos. Podem também ser resultado de problemas funcionais, ou seja, obtidos devido a posturas realizadas ao longo da vida. Desvios posturais no tronco são comuns na população em geral. Na região cervical, a curva é côncava para o lado anterior. Essa curva deve ser pequena e estar sobre a cintura escapular. A cabeça deve estar sobre a cintura escapu- lar. Quando a curva cervical é acentuada para o lado anterior, diz-se que há lordose presente. Assim, lordose cervical é um aumento da curva na região cervical, frequentemente concomitante às curvas exageradas em outras regi- ões da coluna. Na região torácica, a curvatura é côncava para o lado posterior. Uma postura com ombros arredondados pode causar cifose torácica, uma desordem postu- ral comum nessa região. A cifose na região torácica também é associada com osteoporose e diversas outras desordens. A região lombar, com curvatura anterior, está sujeita a forças que podem ser criadas por uma curvatura exagerada na lombar, denominada lordose lombar ou hiperlordose. Essa posição de balanço posterior exagerado é frequentemen- te criada pelo posicionamento anterior da pelve ou por fraqueza abdominal. Na região lombar, também não é incomum ter costas retificadas com curvatu- ra lombar diminuída. Isso tem sido associado com uma pelve que é inclinada para cima anteriormente ou com músculos encurtados ou rigidez na coluna. A mais séria das desordens posturais afetando a coluna é escoliose, um desvio lateral da coluna. A curva pode ter um formato em C ou em S, dependendo da direção e dos segmentos inicial e final. Escoliose com formato em C ocorre quando o desvio acontece em somente uma região. Por exemplo, uma curva convexa para o lado esquerdo na região cervical é uma curva cervical com for- mato em C para a esquerda. Em uma curva com formato em S, o desvio lateral acontece em diferentes regiões e em direção opostas, como com ama convexi- dade para esquerda na região torácica e para a direita na região lombar. Rota- 145 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ção pode acompanhar o desvio lateral, criando um mal alinhamento postural bastante complexo. A causa da escoliose é desconhecida, e é mais prevalente em mulheres do que em homens. FIGURA 5: DESVIOS POSTURAIS Fonte: Adaptada de Jones (2008, p. 166). O Laboratório de Biomecânica e Controle Motor da Universidade Federal do ABC desenvolveu um programa para análise postural a partir de fotografias. Você pode conhecer o programa aqui. 6.4 DEFINIÇÃO DE MARCHA, ANÁLISE DE FASE DE APOIO E BALANÇO Marcha é a ação de caminhar. Ela é a expressão mais simples de locomoção. Apesar de haver particularidades indivíduos na forma de caminhar, e mesmo alterações na própria pessoa dependendo do seu humor,o padrão da marcha entre todos os indivíduos é igual. 146 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 6: CAMINHAR Fonte: Plataforma Deduca (2020). Um ciclo completo da marcha é chamado passada. Ele envolve um período de contato de cada um dos pés, iniciando quando um pé toca no solo até esse mesmo pé tocar o solo novamente. A distância linear percorrida durante esse período é conhecida por comprimento de passada. Além disso, um passo é o período entre o toque de um pé no solo até o toque do pé contralateral no solo. Uma passada é composta por dois passos. Observando cada pé separadamente, o período em contato é chamado de fase de apoio. O período de ausência de contato é chamado de fase de ba- lanço. Vamos olhar para a perna direita de um indivíduo caminhando como exemplo. A fase de apoio inicia no primeiro contato do pé direito no solo e termina quando o pé direito sair do solo. A fase de balanço começa quando o contato do pé direto com o solo cessa e termina quando o pé volta a tocar no solo. O ciclo completo a partir do contato de um pé até esse mesmo pé iniciar o novo contato é chamado passada. Uma passada envolve um passo de cada pé. Passo é o período entre o contato de um pé até o contato do outro pé. 147 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O gesto da marcha é envolve grande pare dos músculos do membro inferior. Durante a fase de balanço, os flexores de quadril, o músculo iliopsoas e o tensor da fáscia lata, entre outros, coordenam o movimento. Já na fase de apoio, os extensores de quadril, o glúteo máximo em especial, e extensores de joelho, formado pelo reto femoral, vastos lateral, vasto medial e vasto intermédio, e os flexores plantares, em especial o sóleo e os gastrocnêmicos coordenam o movimento (WEINECK, 2013). A velocidade da marcha, ou cadência é mensurada em passos por minuto. Para aumentar a velocidade você pode aumentar o comprimento do passo e da passada ou aumentar a frequência do passo e da passada, realizando mais passos em um mesmo espaço de tempo. Você pode aprender mais sobre a análise científica da marcha neste link. Aproveite para explorar o site, ele pode ser útil em vários outros aspectos. A marcha é um gesto basicamente simétrico no que diz respeito ao movimen- to das articulações, padrões de ativação muscular e forças atuando nos mem- bros inferiores. Há duas fases na marcha: fase de apoio e fase de balanço. A fase de apoio dura cerca de 60% do ciclo de um passo e considera todo o tempo em que o pé está contato o solo (LIPPERT, 2013). Quando a perna está apoiada, ela vai impulsionar o corpo à frente (CALAIS-GERMAIN, 2010). A fase de balan- ço acontece quando o pé não está em contato com o solo. Além disso, as fases de apoio e balanço são divididas em alguns momentos (WEINECK, 2013). 148 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 7: FASES DA MARCHA Fonte: Adaptada de Leite (2018) e Lippert (2013, p. 302). 1. CONTATO INICIAL: contato inicial ou batida do calcanhar 2. RESPOSTA À CARGA: período no qual o calcanhar está se acomodando no solo e recebendo o peso do corpo. 149 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3. APOIO MÉDIO: período de apoio unipodal, quando o peso do corpo está distribuído no pé. 4. APOIO FINAL: período em que o peso está sendo transferido para a parte anterior do pé. 5. PRÉ-BALANÇO: coincide com o final da fase de duplo apoio, quando o peso está sendo transferido para o outro pé para o início da fase de balanço. 150 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6. BALANÇO INICIAL: do instante que termina o contato com o solo até o pé em balanço alinhar-se com o pé que está em apoio. 7. BALANÇO MÉDIO: período em que a tíbia do pé de balanço está na orientação vertical. 8. BALANÇO FINAL: do momento em que a tíbia sai da orientação vertical até o contato inicial do pé com o solo. 151 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 6.5 OUTROS DETERMINANTES, PADRÃO DE MARCHA COM A IDADE E ALTERAÇÕES DA MARCHA Durante a marcha, o deslocamento linear do centro de gravidade forma uma linha em formato de onda. A amplitude vertical dessa onda é de cerca de 5 cm, com a parte mais alta acontecendo no apoio médio e a parte mais baixa durante o contato inicial, no toque do calcanhar. O alternar da perna de apoio, que faz o corpo oscilar de um lado para o outro, também causa um desloca- mento horizontal do centro de gravidade. A posição mais lateral do centro de gravidade acontece durante o apoio médio, com apenas um pé em contato com o solo. Esse deslocamento horizontal também é de cerca de 5 cm. Além disso, a distância entre os pés durante a marcha varia entre 5 e 10 cm (LIPPERT, 2013). Outro movimento que acontece durante a marcha é a inclinação do quadril. Na fase de pré-balanço, quando o pé sai do chão, o quadril inclina levemente para o lado em balanço. Esse movimento é facilmente percebido caminhando com as mãos no quadril – você pode tentar. A inclinação do quadril é uma combinação de abdução do quadril do lado em balanço, adução do quadril do lado apoiado e flexão lateral do tronco. Para contrapor a tendência e evitar uma inclinação maior os principais músculos ativados são os abdutores de quadril do lado apoiado e os eretores da espinha do lado em balanço. Na parte superior do corpo, os braços oscilam contrários à perna – quando a perna direita está à frente, o braço esquerdo estará à frente. O tronco também realiza rotação acompanhando a progressão da perna. O padrão de marcha muda ao longo do desenvolvimento. Quando uma crian- ça aprende a caminhar, sua marcha apresenta uma base mais larga, uma ca- dência mais rápida, com um alto número de passos por minuto, e um compri- mento passada mais curto. Além disso, crianças inicialmente não flexionam os joelhos durante a marcha (LIPPERT, 2013). 152 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 8: APRENDENDO A CAMINHAR Fonte: Plataforma Deduca (2020). Quando a criança aprende a caminhar ela ainda não tem o seu equilíbrio bem desenvolvido. A base mais aberta que ela utiliza auxilia na sua estabilidade, uma vez que oferece uma área maior onde a projeção do centro de gravidade pode pousar. Isso auxilia na manutenção do equilíbrio. O avanço da idade também traz alterações à marcha de adultos mais velhos. Eles geralmente caminham mais devagar, com períodos mais longos na fase com duplo apoio do que o adulto jovem. Adultos velhos também apresentam passos mais curtos e com menos deslocamento vertical. Assim como as crian- ças, muitos adultos velhos aumentam a sua base entre os pés, aumentando o deslocamento horizontal. A redução da massa musculares, entre outros fatores, contribui para a maior ocorrência de quedar entre os adultos belhos. Isso tam- bém é relacionado à redução do tempo de reação em movimentos automáticos e pode explicar a diminuição da velocidade da marcha (LIPPERT, 2013). 153 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A marcha anormal pode acontecer por diversos motivos. Ela pode ser tem- porária ou permanente. A alteração pode ser devido a uma torça de tornoze- lo, por exemplo. Já a alteração permanente pode ser causada por problemas neurológicos, como um acidente vascular cerebral. As alterações observadassão bastante variáveis, dependendo da severidade do problema. Algumas das principais causas de anormalidades na marcha incluem fraqueza muscular ou paralisia, amplitude do movimento articular reduzido, complicações neuroló- gicas, dor, e diferença no comprimento do membro inferior (LIPPERT, 2013). 1. Fraqueza muscular ou paralisia: um músculo ou grupo muscular pode apresentar diminuição da capacidade de produção de força ou, quando não é possível produzir nenhuma força, paralisia. Em casos de fraqueza muscular, o corpo tende a transferir o centro de gravidade sobre a região acometida. Dessa forma, o torque necessário para movimentar a articulação é reduzido, facilitando a atividade muscular. 2. Amplitude do movimento articular reduzido: quando a articulação está impossibilidade de executar o movimento em sua amplitude completa, o corpo assume posturas compensatórias para a marcha que possibilitem o deslocamento necessitando menor amplitude daquela articulação. 3. Complicações neurológicas: a alteração da marcha causada por distúrbios neurológicos apresenta diferentes variações de acordo com o tipo de patologia neurológica apresentada. Cada grupo neurológico apresenta diferentes variações em relação a marcha normal, sendo pacientes com HD apresentando algumas das maiores variações e pacientes com PD, AD e MS apresentando variações menores entre algumas patologias (MOON et al., 2016). 154 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4. Dor: quando há a ocorrência de dor em uma ou mais articulações do membro inferior, tende-se a diminuir o tempo da fase de apoio sobre o lado afetado. O encurtamento da fase de apoio causa alterações visíveis na marcha de acordo com a dor. Em geral a marcha volta ao normal com a redução da dor. 5. Diferença no comprimento do membro inferior: praticamente toda a população apresenta diferenças de comprimento entre os membros inferiores. Diferenças normais podem chegar até alguns milímetros. O corpo compensa essas diferenças com a inclinação da pelve, mas em graus maiores algum estresse à coluna, principalmente, pode ocorrer. Diferenças maiores requerem o uso de apoios para o membro mais curto ou, quando isso não resolver, alterações cirúrgicas. CONCLUSÃO Nessa unidade, você estudou a postura ideal da coluna vertebral e do cor- po humano. Além da postura ideal aprendemos sobre os principais desvios posturais encontrados e como avaliar esses desvios a partir da postura ortos- tática e utilizando uma linha vertical ou um fio de prumo. Também foram discutidas as posturas ideias na posição sentada, em especial sentado a uma mesa para trabalhar e as posturas deitadas, com destaque para a posição em decúbito lateral. Essa unidade também tinha como objetivo o estudo da marcha. O gesto de caminhar é dividido em uma fase de apoio e uma fase de balanço de cada lado. Esse gesto é padrão para a caminhada e possui determinantes definidos que foram discutidos nessa unidade. Finalmente, as marcas alteradas, seja de- vido ao desenvolvimento ou à distúrbios e lesões, foram discutidas. 155 ESTUDOS ANATÔMICOS E CINESIOLÓGICOSS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REFERÊNCIAS ARISTOTLE. Physics: Dover thrift editions. New York: Dover Publications, 2017. BEHNKE, R. S. Anatomia do movimento. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. BENATTI, A. T. Equilíbrio tóraco-abdominal: ação integrada à respiração e à postura. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 5, n. 1, p. 87-92, 2001. Disponível em: https://revistas.unipar.br/ index.php/saude/article/view/1110. Acesso em: 9 maio 2020. BICEPS torque. The biceps muscle exerts a vertical force on the lower arm, bent as shown in Figs. 8–14a and b. 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