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Resumo AV2 Ciências Politicas

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Resumo AV2 Ciências Politicas
1-Estado Nação
O que é o conceito de Estado-nação?
Um Estado-Nação é uma estrutura que une a instituição política (Estado) com a unidade cultural (Nação). Ele possui autonomia e soberania legítima, ou seja, é reconhecido por outros países e governa pelos próprios meios, sem interferência externa.
Quando surgiu o estado nação
Essa ideia de Estado-nação surgiu na Europa, no final do século XVIII. Ela marca o auge da Idade Moderna porque foi inspirada no conceito de “Estado da Razão” do Iluminismo. É nesse momento que o espírito nacionalista surge da forma que conhecemos hoje. O Estado moderno marca o fim da ordem feudal. No auge da Idade Média havia a monarquia descentralizada. Os feudos tinham suas próprias administrações controladas pelo senhor feudal. Raramente o Imperador interferia nas questões de cada feudo, costumava apenas cobrar impostos e despertar um espírito de honra coletiva em torno do Imperador.
O Estado surge quando esses grupos, movidos por necessidade prática, decidem que é melhor se unir e pactuar a organização de um poder relativamente centralizado que seja capaz de defender os interesses de todos. A partir desse momento fundacional, o desafio da comunidade política passa a ser a defesa da “virtude” da República, entendida como a capacidade de prover o bem comum contra os assédios internos das facções e os ataques dos inimigos estrangeiros. É essa a discussão que Maquiavel desenvolve em O Príncipe, sem dúvida um dos livros mais famosos da literatura política ocidental. O interesse do autor é aconselhar o príncipe no melhor caminho para a conservação da República.
Qual foi o primeiro Estado a ser formado?
Os primeiros Estados a se formarem foram Portugal e Espanha, ambos no processo de reconquista (expulsão dos mouros que ocuparam a Europa) A unificação francesa e inglesa se deu mais politicamente, para fortalecer reinos que, separados, tinham pequena importância político-econômica.
2- Maquiavel Ver Apostila
3- Contratualistas: Ver folha
Liberalismo Jhon Looke
Nascido em Wrington, na Inglaterra, em 29 de agosto de 1632, John Locke é considerado o pai do liberalismo político e do empirismo inglês. Ele não é exatamente iluminista, mas teve influência fundamental no pensamento do século XVIII. Postula que a experiência, fonte do conhecimento, pode ter tanto origem externa, nas sensações, quanto interna, na reflexão. 
Liberalismo político é uma doutrina que visa a garantia de direitos considerados fundamentais: direito à liberdade, à propriedade e à igualdade perante às leis.
O pensamento liberal surge, no século XVII, como uma resposta crítica ao poder ilimitado da monarquia absolutista. Propõe uma sociedade nova, com limitações para o poder do Estado e a garantia da liberdade individual.
Para ele, o Estado é "um mal necessário". Isso porque o Estado seria um risco para as liberdades, mas também o responsável pela garantia dos direitos a partir das leis. Essa relação entre a garantia dos direitos e a limitação do poder do Estado é uma marca fundamental do pensamento liberal.
Para John Locke, "pai do liberalismo", as leis são a garantia de proteção aos direitos naturais dos seres humano: a vida, a liberdade e a propriedade.
Ele afirmou que: Onde não há lei, não há liberdade.
Locke propôs que o Estado deveria intervir o mínimo possível na vida das pessoas, atuando apenas como juiz para a resolução de conflitos.
Assim, nasce a ideia de que todos os indivíduos são iguais perante as leis, sem privilégios, como os atribuídos anteriormente à nobreza.
O motivo do homem abdicar de sua liberdade e se submeter a um governo é a conservação da propriedade.
Locke defende a limitação institucional do poder do Estado se justifica pelas necessidades da sociedade civil e não pelos interesses do próprio governo, ou seja, a soberania não está no Estado, mas sim na população. O bom governo devia estar comprometido com o bem-estar coletivo, defesa da vida e da propriedade privada. Princípio da divisão dos três poderes. A não intervenção estatal na economia.
O pensamento liberal orientou as revoluções burguesas ocorridas a partir do século XVII. O poder das monarquias absolutistas perdeu força e cedeu espaço para uma nova organização do Estado. O Estado liberal.
Assim, o liberalismo político tornou-se fundamental para o desenvolvimento do liberalismo econômico. Segundo o qual a economia, assim como a vida dos indivíduos, não deveria possuir uma influência direta do Estado.
4- Montesquieu
A TEORIA DE MONTESQUIEU SOBRE A TRIPARTIÇÃO DOS PODERES. O princípio da separação de poderes é um modelo político que visa à melhor governança de um Estado pela fragmentação do seu poder em órgãos distintos e independentes, cada qual especializado em um aspecto ou área de governo. Embora seja mencionada quase como sinônimo da tripartição de poderes proposta por Montesquieu, a separação de poderes é um princípio muito mais amplo e antigo do que o modelo do filósofo francês. Neste sistema ele organizou a existência dos seguintes poderes: o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. A preocupação básica deste princípio é como impedir que os poderes políticos de uma sociedade se concentrem demais em uma única figura de autoridade, seja ela uma pessoa, um grupo ou um órgão do governo.
5- Descartes:
Se buscarmos o “nascimento” da noção de indivíduo, provavelmente a encontraremos na obra de René Descartes (1596-1650). O famoso filósofo francês, em seu livro Discurso do Método (1637) escreveu sua frase mais conhecida:
“Penso, logo existo”.
(DESCARTES, 2001)
Retrato de René Descartes, por Frans Franchoisz Hals, cerca de 1649-1700.
A frase apresenta uma grande inovação para época. O “eu” embutido na conjugação verbal nos leva a pensar na ideia de sujeito-indivíduo. Em um momento histórico no qual a sua existência era definida por sua atividade, seu local de nascimento, sua religião ou outro fator externo, Descartes inaugura a ideia de que indivíduos vivem em sociedade, mas existem aquém dela. Ou seja, nos apresenta a ideia de um “eu” universal, definido pela razão. Esta ideia de indivíduo que surge no pensamento de Descartes, e que independe de fatores sociais para sua definição, passa a ser alvo de indagações de filósofos posteriores. A questão principal é a seguinte:
Se os indivíduos existem independentemente da sociedade, por que escolhem viver nela?
Para responder essa questão, os filósofos passam a usar a ideia de um momento hipotético, no qual as comunidades não existissem e os homens vivessem sozinhos, isolados uns dos outros. A essa ideia damos o nome de estado de natureza.
6-Estado Liberal:
O que é um Estado Liberal
Estado liberal (ou Estado liberal de direito) é um modelo de governo baseado no liberalismo desenvolvido durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII.
O liberalismo se opôs ao governo controlador e centralizador do Estado absolutista, que tinha como principais características o acúmulo de riquezas, o controle da economia e uma relação de autoritarismo entre o governo e o povo. O Estado liberal, também chamado de Estado liberal de direito, é voltado para a valorização da autonomia e para proteção dos direitos dos indivíduos, garantindo-lhes a liberdade de fazer o que desejarem desde que isso não viole o direito de outros. Economicamente, o Estado liberal é fruto direto dos interesses da burguesia. Seu principal estudioso foi Adam Smith, que acreditava que o mercado é livre quando regula a si próprio sem qualquer interferência estatal. É o modelo oposto ao Estado intervencionista, marcado por uma regulação exaustiva de todas as áreas da economia, incluindo o setor privado.
Como surgiu o Estado liberal?
O Estado liberal surgiu após a Revolução Francesa, que foi movida por ideais liberalistas inspirados nas obras de John Locke. O filósofo inglês, considerado pai do liberalismo, entendia que os indivíduos nasciam com o direito natural à vida, à liberdade e à propriedade privada. Esse pensamento teve por consequência a ideia de que o Estado não poderia mais intervirnesses assuntos. O liberalismo surgiu na época do iluminismo contra a tendência absolutista e indica que a razão humana e o direito inalienável à ação e realização própria, livre e sem limites, são o melhor caminho para a satisfação dos desejos e necessidades da humanidade. Este otimismo da razão exigia não só a liberdade de pensamento mas também a liberdade política e econômica.
As principais características do Estado liberal são:
Liberdade individual
Igualdade
Tolerância
Liberdade da mídia
Livre mercado
O que é o liberalismo:
O liberalismo é uma doutrina político-econômica e sistema doutrinário que se caracteriza pela sua atitude de abertura e tolerância a vários níveis. De acordo com essa doutrina, o interesse geral requer o respeito pela liberdade cívica, econômica e da consciência dos cidadãos.
O liberalismo acreditava no progresso da humanidade a partir da livre concorrência das forças sociais e era contrário às acusações das autoridades (religiosas ou estatais) sobre a conduta do indivíduo, tanto no campo ideológico como no campo material, devido à sua desconfiança básica sobre todo o tipo de obrigação (individual e coletiva).
Na sua origem, o liberalismo defendia não só as liberdades individuais mas também as dos povos, e chegou mesmo a colaborar com os novos movimentos de libertação nacional surgidos durante o século XIX, tanto na Europa como nos territórios ultramarinos (sobretudo na América Latina).
No âmbito político, o liberalismo deu os seus primeiros passos com a revolução francesa e americana; os direitos humanos constituíram, seguidamente o seu primeiro ato de fé político.
O liberalismo foi a ideologia política da burguesia (liberal), a qual, amparada por essa ideologia, conseguiu conquistar uma posição predominante durante o século XIX e até a I Guerra Mundial, altura em que se tornou a força política dominante em quase todo o mundo ocidental.
O princípio da liberdade na vida econômica, proclamado pelo liberalismo, se desenvolveu primeiramente em condições de grandes desigualdades sociais (como consequência da falhada libertação do campesinato na Europa, guerras napoleônicas e do rápido crescimento demográfico), e posteriormente teve uma forte reação através das doutrinas socialistas e comunistas, cujos movimentos se tornaram opositores do liberalismo bem mais fortes do que as correntes conservadoras e tradicionais.
O fracasso do liberalismo face aos grandes problemas políticos e sociais que, depois da I Guerra Mundial, surgiram na Europa central teve como consequência que a Alemanha, Itália e outros países mergulhassem em crises profundas e prolongadas, que contribuiu para o florescimento de sistemas totalitários (fascismo, nacional-socialismo, falangismo, etc.).
Posteriormente à II Guerra Mundial e face a outros movimentos de tendência democrata-cristã ou social-democrata, o liberalismo ressurgiu, pretendendo constituir de novo uma opção no campo político e econômico.
7-Poder Constituinte
A Teoria do Poder Constituinte surge mais recentemente, no século XVIII, com a publicação do livro do abade de Sieyès: O que é o Terceiro Estado?, publicado às vésperas da Revolução Francesa, no qual Sieyès abordou tese inovadora que rompia com a legitimação divina e incontestável do poder.
Poder constituinte é aquele que cria a Constituição, enquanto os poderes constituídos são os estabelecidos por ela, ou seja, aqueles que resultam de sua criação. Poder, força ou autoridade política que está em condições de, criar, garantir ou eliminar uma constituição.
• Titularidade: Sempre o povo, mas o seu exercício se dá por meio de representantes.
· Legitimidade está em definir quem detém soberania. As questões primordiais são: titularidade, legitimidade, seus limites e sua natureza.
Quando o povo é o titular do poder constituinte, seu exercício é considerado democrático.
Muitas vezes, a Constituição é criada por ditadores ou grupos que conquistam o poder por meio da força. Mas, historicamente, a teoria de que o poder constituinte é titularizado pelo povo tornou-se vitoriosa — a chamada soberania popular. Assim, a Constituição é o resultado do exercício dessa soberania e considerada, portanto, a lei suprema; e os poderes do Estado são os denominados poderes constituídos, fazendo com que a soberania popular se converta em supremacia da Constituição.
O poder constituinte pode ser de dois tipos: originário ou derivado.
• Poder Constituinte Originário:
A. Conceito: Poder constituinte originário é o poder de criar uma nova Constituição. Apresenta seis características que o distinguem do derivado:
Características:
1.Visão Positivista:
-Político: É um poder de fato (e não um poder de direito) para a doutrina dominante (paradigma do positivismo jurídico). Ele é, portanto, anterior ao direito e cria o ordenamento jurídico de um Estado.
- Inicial: Dá início a uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior. A manifestação do Poder Constituinte tem o efeito de criar um Estado.
- Incondicionado: Não se sujeita a qualquer forma ou procedimento predeterminado para sua manifestação.
2.Visão Jusnaturalista:
- Permanente: Pode se manifestar a qualquer tempo. Ele não se esgota com a elaboração de uma nova Constituição.
- Ilimitado Juridicamente: Não encontra limites no direito positivo.
- Autônomo: Por caber apenas ao seu titular a escolha da ideia de direito consagrada;
• Poder Constituinte Derivado
Conceito: Poder consagrado na constituição para modificação de suas normas por meio de emendas, seja de reforma (Poder Reformador) seja de revisão (Poder Revisor);
Atenção O Poder constituinte pode ser limitado pelos grandes princípios do bem comum, direito natural, moral, razão.
Características:
1.Jurídico: Por serem poderes criados pela constituição. Possuem natureza jurídica;
2. Derivado: É fruto do poder constituinte originário.
3.Limitados: Encontram limites estabelecidos no texto constitucional.
4.Condicionados: Tem suas manifestações conformadas pela constituição, seja na forma, seja no conteúdo.
O Poder Constituinte Derivado subdivide-se em dois e ambos devem respeitar as limitações e condições impostas pela Constituição Federal. Veja quais são:
Poder Constituinte Reformador: Consiste no poder de modificar a Constituição.
Poder Constituinte Decorrente: É aquele que a CF/88 confere aos estados de se organizarem, por meio da elaboração de suas próprias
8- Ideologia Politica
O Conservadorismo
O conservadorismo é uma corrente de pensamento político que defende a valorização e conservação de instituições sociais, conceitos e princípios morais que já estão determinados em uma sociedade.
Em resumo as ideias do pensamento conservador são baseadas em valores relacionados à família tradicional, a princípios morais já definidos, à religião e à conservação de uma determinada ordem social. O conservadorismo deseja garantir a preservação de instituições e formações sociais e familiares tradicionais.
As primeiras ideias que deram origem ao pensamento político conservador são consequências de duas grandes revoluções europeias: a Revolução Inglesa (1642-1649) e a Revolução Francesa (1789-1789).
Pode-se dizer que o surgimento do conservadorismo aconteceu como uma reação aos ideais que motivadores destas revoluções, como uma resposta negativa ou desacordo com os desejos revolucionários de mudança destes movimentos.
O político e filósofo Edmund Burke (1729-1797), que viveu na época da Revolução Francesa, é considerado por muitos uma das maiores influências do pensamento conservador.
Dentre outras ideias, ele defendia principalmente a existência de políticas de caráter conservador e ideias de liberdade de mercado, pontos que até hoje são fortes demandas sustentadas pelo conservadorismo.
Burke defendia também que, se os ideais revolucionários e a flexibilização dos valores tradicionais ganhassem espaço na sociedade, eles teriam poder suficiente para acabar com a estrutura social existente.
O que o conservadorismo defende?
As ideias do conservadorismo são baseadas em conceitos tradicionais enraizados em uma sociedade, sendo muitasvezes influenciadas por princípios cristãos.
De acordo com o lugar as ideias conservadoras podem variar, ou seja, são ideias que podem ser diferentes de um lugar para outro, mas que estarão sempre de acordo com as regras tradicionais da sociedade em questão. Dessa forma, o conservadorismo pode ter algumas diferenças ideológicas de acordo com o país.
As ideias conservadoras também podem se modificar conforme o período histórico, ou seja, uma ideia que já foi conservadora em uma época pode não ser mais considerada conservadora atualmente.
Principais ideias defendidas do conservadorismo
No Brasil, por exemplo, estas são algumas das ideias que podem resumir o pensamento político conservador:
· maior liberdade em relações às questões e decisões políticas,
· preservação de instituições políticas com modos de funcionamento tradicionais,
· preservação da ordem moral já existente,
· mais liberdade de mercado,
· liberdade econômica,
· redução de impostos,
· defesa do direito à propriedade privada,
· limitação da interferência do Estado na regulamentação do funcionamento do mercado,
· valores nacionalistas,
· limitação ou redução de gastos governamentais em programas ou políticas públicas sociais e assistencialistas,
· continuação de costumes e hábitos tradicionais.
Conservadorismo liberal
O conservadorismo liberal pode ser definido como as ideias básicas do pensamento conservador com algumas influências do pensamento liberal, principalmente em questões relacionadas às políticas econômicas. Por serem liberais, e atuarem em defesa de mais liberdade individual nas decisões, em regra os apoiadores desta vertente do conservadorismo defendem que o Estado tenha pouca influência sobre a regulação de aspectos econômicos da sociedade.
Conservadorismo libertário
O conservadorismo libertário possui princípios bem semelhantes ao conservadorismo liberal. Pode-se dizer que a maior diferença entre eles seria a inflexibilidade em relação a alguns conceitos, principalmente os que são ligados ao poder do Estado. Os libertários são mais inflexíveis quanto a esta questão, pois, de certa forma, negam a influência do Estado na regulação da sociedade. Essa posição existe em razão da ideologia libertária, que defende a ampla autonomia dos indivíduos na sociedade.
Neoconservadorismo
Já a ideologia chamada de neoconservadorismo possui bastante diferenças das demais. A principal pauta neoconservadora é ligada aos interesses de um país sobre outros países, com o objetivo de influenciar e avançar nas relações de poder. Para atingir estes objetivos os neoconservadores defendem intervenções políticas em outros países. Da mesma forma, os defensores do neoconservadorismo também apoiam as intervenções militares como forma de expansão de poder políticos perante outros Estados.
Conservadorismo Socialista
O conservadorismo socialista pode ser chamado de outra vertente do pensamento conservador, pois agrega ideias que pertencem a ambas ideologias.No conservadorismo socialista existe a defesa dos ideais clássicos do conservadorismo. Mas, ao mesmo tempo, também há o reconhecimento da importância de alguns conceitos do socialismo, principalmente a valorização do interesse coletivo ao invés dos interesses individuais, como é defendido pelo liberalismo.
Crítica ao pensamento político conservador
Como acontece com todas as linhas de pensamento político, o conservadorismo também recebe críticas às suas ideias. As críticas principais estão relacionadas com o conjunto de princípios sociais e morais que são defendidos por boa parte dos conservadores. A crítica se refere principalmente à ideia de que toda a sociedade deve ter suas ações baseadas nos mesmos valores, uniformizando as condutas sociais até mesmo na esfera da vida privada. Ideias ligadas ao liberalismo econômico também são bastante criticadas pois limitam a regulamentação feita pelo Estado. Outra crítica comum ao pensamento conservador se refere à excessiva valorização de ideais nacionalistas e tradicionalistas, que seriam responsáveis, segundo os críticos, por dificultar alterações sociais necessárias.
Conservadorismo: direita ou esquerda?
Especificamente em relação às ideologias políticas pode-se dizer que o conservadorismo é um posicionamento político de direita.
Para poder comparar as diferenças, veja agora algumas das pautas defendidas pela ideologia política esquerda:
· aumento do controle social pelo Estado para garantir mais igualdade e bem-estar social,
· menos liberdade nas políticas econômicas, sendo do Estado a responsabilidade pela regulamentação de normas de economia e de tributação,
· aumento dos investimentos governamentais em programas sociais e políticas públicas de assistência,
· taxas de impostos mais elevadas e proporcional à riqueza.
O liberalismo Ver assunto nas paginas Anteriores
O nacionalismo
Nacionalismo é um conceito extremamente amplo, tanto no sentido estrito da palavra quanto histórico, tanto que primeiramente para compreender o que é nacionalismo é preciso entender a distinção entre Estado, nação e nacionalismo. Estado é outro termo conceitualmente aberto e várias vezes associado erroneamente como sinônimo de nação, até o princípio do século XIX, de acordo com o historiador Eric J. Hobsbawm esses dois termos eram vistos como coisas unas.
O nacionalismo é uma ideologia política, uma corrente de pensamento que valoriza todas as características de uma nação e coloca seus interesses acima de tudo. Ela valoriza as características comuns de uma comunidade nacional, quais sejam:
· a língua;
· a história;
· a cultura
· os símbolos nacionais;
· o Estado e seus interesses.
A ideia de Nacionalismo tem precedentes no período medieval, no momento em que as monarquias absolutistas promoveram a centralização dos reinos.
· As guerras de reconquista tiveram um papel crucial no processo de centralização do reino espanhol. Saiba tudo sobre a Reconquista Ibérica.
É a partir da Revolução Francesa que surge o Nacionalismo na configuração que hoje se tem.
Ele motivou guerras, como as Napoleônicas, e processos de independência ou unificação como nos casos dos Estados Unidos, da Alemanha e da Inglaterra.
Características do Nacionalismo
A ideologia do nacionalismo provém desse sentimento de pertença à cultura de um país e de identificação com a pátria. Todos os elementos nacionais são exaltados e valorizados por um nacionalista.
Suas principais características são:
· o patriotismo;
· a exaltação dos símbolos nacionais como o hino e a bandeira;
· a valorização de figuras históricas;
· a rememoração de grandes batalhas históricas daquele povo;
· o apreço pelas belezas e riquezas naturais;
· a exaltação da cultura;
· um discurso de valorização da bravura do povo.
Além das características do Nacionalismo, algumas ideias costumam ser defendidas por quem compartilha dessa ideologia. São elas:
· a preservação da nação; 
· a defesa de territórios e fronteiras; 
· a conservação do idioma; 
· a conservação das manifestações culturais; 
· a oposição a todos os processos que possam destruir essa identidade ou transformá-la.
Assim o nacionalismo corresponde à identidade nacional, definida em termos de origem comum, laços culturais, língua e etnia, e a questões como a autodeterminação, envolvendo a soberania sobre assuntos internos e internacionais.
O fascismo
O fascismo é um conceito que gera muito debate por sua complexidade, já que é um movimento político que se adapta a diferentes circunstâncias e apropria-se de ideais de diferentes ideologias. De toda forma, o fascismo, enquanto movimento político e social, possui uma retórica populista que explora assuntos como a corrupção endêmica da nação, crises na economia ou “declínio dos valores tradicionais e morais” da sociedade. Além disso, defende que mudanças radicais no status quo (expressão em latim para referir-se ao “estado atual das coisas”) devem acontecer.
· O fascismo foi um movimento que surgiu na Itália na década de 1910 e alcançou o poder desse país na década de 1920, mais precisamente em 1922.
· A ascensão do fascismo na Itália está diretamenterelacionada com a crise econômica que o país viveu. Além disso, tem relação com a frustração italiana com a Primeira Guerra Mundial e com o temor da expansão do socialismo no país.
· O líder do fascismo italiano foi Benito Mussolini.
· O termo “fascismo” pode ser usado para referir-se, especificamente, ao fascismo italiano, mas historiadores estendem seu uso para outros regimes daquela época, como o nazismo alemão, a Ustasha croata, o franquismo espanhol, etc.
· Atualmente, também há utilização do termo “neofascismo” para referir-se a movimentos políticos hodiernos que possuem aproximações ideológicas com o fascismo.
Características do fascismo
O fascismo clássico, forma como o fascismo italiano é conhecido entre os historiadores, possuía algumas características:
1. Sistema unipartidário ou monopartidário, no qual apenas o próprio partido fascista tinha direito à atuação no sistema político nacional;
2. Culto ao chefe/líder como forma de colocá-lo como a única pessoa capaz de guiar a nação ao seu destino;
3. Desprezo pelos valores liberais, nos quais estão inclusas as liberdades individuais e a democracia representativa;
4. Desprezo por valores coletivistas, como o socialismo, comunismo e anarquismo;
5. Desejo de expansão imperialista baseada na ideia de domínio de povos mais fracos;
6. Vitimização de determinados grupos da sociedade ou de um povo com o objetivo de iniciar uma perseguição contra aqueles que eram vistos como “inimigos do povo”;
7. Uso da retórica contra os métodos políticos tradicionais afirmando que estes eran incapazes de combater as crises e de levar a nação à prosperidade;
8. Exaltação dos “valores tradicionais” em detrimento de valores considerados “modernos”;
9. Mobilização das massas;
10. Controle total do Estado fascista sobre assuntos relacionados à economia, política e cultura.
O que significa ser guardião da Constituição?
Guardião da constituição é o órgão que controla a conformidade (e a desconformidade) à constituição dos atos dos poderes executivo, legislativo e judiciário do Estado, isto é, guardião da constituição é o órgão que detém a competência de manter todos os órgãos e atos estatais em conformidade com a constituição 
9- GUARDIÃO DA CONSTITUIÇÃO: DEBATE ENTRE HANS KELSEN E CARL SCHMIT
O debate constitucional mantido entre Carl Schmitt (1888-1985) e Hans Kelsen (1881-1973) sobre o guardião da Constituição é de extrema atualidade, uma vez que confronta direito e política a partir das diferenças de visão da teoria jurídica de cada um deles.
Para Schmitt, o guardião da constituição deveria ser o poder executivo.
Para Kelsen, deveria ser criado um órgão -tribunal exclusivo- para cuidar da guarda constitucional visto que, na visão de Kelsen, transformar o chefe do Poder Executivo no único defensor da Constituição implicaria uma violação à Constituição de Weimar, pois ignora a possibilidade de violação da Constituição por parte do chefe de Estado ou de governo.
O debate travado entre Kelsen e Schmitt do início de século XX foi reacendido no Brasil quando da Proposta de Emenda Constitucional n. 33 (PEC 33/2011), que visava modificar a sistemática de controle de constitucionalidade ao propor que as decisões do STF fossem submetidas ao controle do Parlamento (Congresso Nacional). As discussões em torno desta proposta recolocaram, no centro do debate, a relação entre direito e política ou entre constitucionalismo e democracia.
Aqui no Brasil, esse tema ganhou destaque com a PEC 33/2011
A proposta pretendia limitar os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF), submetendo algumas decisões da Corte ao Congresso Nacional. Com a aprovação da PEC 33, três artigos da Constituição serão alterados.  A PEC altera a quantidade mínima de seis para nove votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para declaração de inconstitucionalidade de leis e submete a decisão à aprovação do Congresso Nacional, em caso de emendas à Constituição, a proposta também condiciona o efeito vinculante de súmulas aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à aprovação pelo Poder Legislativo. 
Súmula Vinculante: é um mecanismo que obriga juízes de todos os tribunais a seguirem o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre determinado assunto com jurisprudência consolidada. Com a decisão do STF, a súmula vinculante adquire força de lei e cria um vínculo jurídico, não podendo mais, portanto, ser contrariada.
Proposta de Emenda Constitucional: como o nome indica, são proposições destinadas a promover alterações no texto da Constituição vigente. Para serem recebidas e processadas, têm de estar assinadas, no caso de iniciativa dos parlamentares, por no mínimo um terço do total de membros da Casa, o que, na Câmara, equivale à assinatura de 171 deputados. Sua apresentação, entretanto, pode se dar ainda por parte de agentes externos ao Congresso Nacional, como o presidente da República e as assembleias legislativas das unidades da federação. No caso das assembleias legislativas, a iniciativa da apresentação só será válida se contar com o apoio de mais da metade delas, cada uma tendo tomado a decisão por deliberação da maioria de seus membros. 
Judicial review - Controle judicial das leis: é o controle feito pelo Poder Judiciário de atos do Poder Executivo e de leis promulgadas pelo Poder Legislativo.
Obs: não confundir com ativismo judicial ( se manifesta de maneira pontual para atender a demandas sociais específicas não satisfeitas pelos responsáveis pela implementação de políticas públicas.)
O precedente histórico famoso no estudo do judicial review e do controle de constitucionalidade é o caso Marbury vs. Madison, do início do século XIX, mais precisamente 1803. Trata-se de um lugar-comum, na teoria constitucional, o entendimento de que esse caso teria fundado a prática do controle judicial da constitucionalidade das leis. Ao judiciário, cabe o controle da constitucionalidade das leis e do dos atos do poder legislativo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO Ver o Verificando o aprendizado: Justiça e Sociedade: Impactos Humanos
1. (MPFDFT-2004 – ADAPTADA). JÁ QUE, PARA KELSEN, O DIREITO REGULA SUA PRÓPRIA PRODUÇÃO E APLICAÇÃO, A FUNÇÃO NORMATIVA DA AUTORIZAÇÃO DESEMPENHA, PARTICULARMENTE, UM IMPORTANTE PAPEL NO DIREITO. APENAS PESSOAS, ÀS QUAIS O ORDENAMENTO JURÍDICO CONFERE ESTE PODER PODEM PRODUZIR OU APLICAR NORMAS DE DIREITO. A RESPEITO DO CONCEITO, DA ESTRUTURA E FUNÇÃO DA CONSTITUIÇÃO, SEGUNDO HANS KELSEN, E DE SUA CONFIGURAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988, ANALISE AS FRASES ABAIXO:
I - A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA É O FUNDAMENTO DE VALIDADE DE TODA A ORDEM JURÍDICA NACIONAL.
II - A CONSTITUIÇÃO CONFERE UNIDADE AO ORDENAMENTO JURÍDICO, TENDO EM VISTA QUE A ORDEM JURÍDICA NÃO É UM SISTEMA DE NORMAS JURÍDICAS ORDENADAS NO MESMO PLANO.
III - A ORDEM JURÍDICA DE 1988 É UMA CONSTRUÇÃO ESCALONADA DE DIFERENTES CAMADAS OU DE NÍVEIS DE NORMAS JURÍDICAS.
IV = A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E O NOVO CÓDIGO CIVIL SÃO O PONTO COMUM AO QUAL SE RECONDUZEM TODAS AS NORMAS VIGENTES NO ÂMBITO DO ESTADO BRASILEIRO.
ESTÃO CORRETAS AS AFIRMATIVAS:
a) I e II apenas.
b) I e III apenas.
c) II e III apenas.
d) I, II e III apenas.
e) II, III e IV apenas.
	Estão corretas as afirmativas:
A alternativa "D " está correta.
Nas palavras de Luís Roberto Barroso (p. 368, 2009): “A fase atual é marcada pela passagem da Constituição para o centro do debate jurídico, de onde passa a atuar como o filtro axiológico pelo qual se deva ler o direito civil. É nesse contexto que se dá a virada axiológica do direito civil, tanto pela vinda de normas de direito civil para a Constituição, como sobretudo, pela ida da Constituição para interpretação do direito civil, impondo um novo conjunto de valores e princípios (…)”.
2. SOBRE O CASO MARBURY VS. MADISON (1803), ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA (PGE-PA/2011):
a) Trata-se de um marco do constitucionalismo ocidental, porque a Suprema Corte dos Estados Unidos proferiu, pela primeira vez, uma decisão que condenou o então presidente George Washington, com fundamento na Constituição de1787.
B) Trata-se de um marco do constitucionalismo ocidental, porque a Suprema Corte criou o modelo jurisdicional de controle de constitucionalidade concentrado e abstrato, assim como um Tribunal Constitucional, inspirado na Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen, para decidir sobre a validade de atos emanados pelos Poderes Executivo e Legislativo.
C) Trata-se de um marco do constitucionalismo ocidental, porque a Suprema Corte criou o modelo jurisdicional de controle de constitucionalidade difuso e concreto, assim como um Tribunal Constitucional, inspirado no pensamento de Hans Kelsen, para decidir sobre a validade de atos emanados pelos Poderes Executivo e Legislativo.
D) Trata-se de um marco do constitucionalismo ocidental porque a Suprema Corte assentou que a imunidade do Executivo não era um valor absoluto e que, nas circunstâncias, deveria ser ponderada com a necessidade de produção de prova em um processo penal em curso. Determinou, assim, que o presidente John Adams entregasse ao Judiciário documentos que o incriminavam.
E) Decidido o mérito, afirmou, em seus dicta, o princípio da supremacia da Constituição, assim como a autoridade do Poder Judiciário para zelar por ela, inclusive invalidando os atos emanados dos Poderes Executivo e Legislativo que a contrariem.
	A alternativa "E " está correta.
O caso Marbury vs. Madison significa falar de um marco no Direito constitucional, pois foi com esse caso, em 1803, nos Estados Unidos, que se instituiu o controle difuso de constitucionalidade, ao afirmar que a Constituição é soberana e que os atos e as leis que a contrariam são nulos, fazendo com que a Constituição seja contemplada como lei fundamental e suprema da nação. Além disso, esse caso que trouxe a ideia de que o Judiciário possui mais força na interpretação da constituição. Mas não podemos nos esquecer de que o controle concentrado de constitucionalidade tem origem na Áustria e nas teorias de Hans Kelsen.
10- Crise do Capitalismo
O capitalismo se consolidou como realidade histórica num longo e complexo processo, que teve início no século XIV e se estendeu até o final do século XVIII. Nesse período, várias experiências colaboraram para o amadurecimento, lento e não linear, da ordem capitalista:
· a crise do feudalismo, 
· a formação do Estado moderno,
· as reformas religiosas, 
· a revolução científica, 
· o descobrimento da América
· e as revoluções burguesas, especialmente a Revolução Francesa e a Revolução Industrial.
 No início do século XIX, o capitalismo já era realidade estruturada e não havia região no mundo imune à sua influência. Mas seria equivocado supor que a afirmação do capitalismo como modo de vida hegemônico significa que o sistema não foi desestabilizado por crises internas e por questionamentos daqueles que tentaram superá-lo, propondo ordem social alternativa.
No material, a analise é sobre a mais recente crise de 1973, que abriu espaço para o modelo neoliberal - modelo de acumulação capitalista hegemônico no final do século XX e que se tornou alvo de questionamentos ao longo das duas primeiras décadas do século XXI.
No final da década de 1980, alguns governos de importantes países centrais, como Estados Unidos e Inglaterra, começaram a colocar em prática uma modalidade de gestão político-administrativa que ficaria conhecida como “neoliberalismo”.
O presidente norte-americano Ronald Reagan (1911-2004) e a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher (1925-2013) foram os primeiros líderes a seguirem o receituário neoliberal, caracterizado pelo:
- Corte abrupto nos gastos do Estado, o que significa precarizar serviços públicos e reduzir o arco de direitos sociais garantidos pelo governo.
Em questão está o debate sobre qual seria a função do Estado, que, na lógica liberal, deve ficar restrita à garantia da segurança interna e da soberania nacional, intervindo o mínimo possível na economia, que deveria funcionar de acordo com a “lei do livre mercado”.
Assim, a relação capital versus trabalho, entre patrões e empregados, aconteceria sem nenhuma mediação do poder público, com o Estado se eximindo da responsabilidade de garantir proteção social aos trabalhadores e aos pobres em geral.
Margaret Thatcher e Ronald Reagan chegaram ao comando político de seus países comprometidos com a agenda neoliberal, o que fez com que seus governos tenham sido marcados por muitas tensões e protestos promovidos pelos trabalhadores e por outros setores da sociedade civil organizada. Thatcher já era figura relevante na cena política inglesa desde meados da década de 1970, quando liderava a oposição conservadora contra o governo trabalhista comandado por James Callaghan (1912-2005).
Em síntese, o governo trabalhista estava fundado no projeto da social-democracia, que defende o Estado como centro planejador do desenvolvimento econômico, da promoção da justiça social e da ampliação dos direitos sociais, como alimentação, moradia e proteção laboral aos trabalhadores. Todos esses direitos estariam garantidos através daquilo que alguns economistas chamam de taxação progressiva da sociedade.
Ou seja, as pessoas pagariam impostos de acordo com sua riqueza. Os ricos pagariam mais e financiariam os direitos sociais dos mais pobres, que pagariam menos impostos. Assim, o Estado funcionaria como garantidor da equidade social.
Assumindo o comando político da Inglaterra em maio de 1979, Thatcher fundou seu governo na ideia de desregulamentação:
· alterou a legislação trabalhista, o que provocou muitos protestos organizados pelas principais centrais sindicais do país; 
· privatizou empresas públicas e 
· diminuiu impostos
Como as democracias morrem: Identificar o fortalecimento de populismos de extrema-direita
 Começaremos esclarecendo com cuidado qual modalidade de democracia está colapsando nos dias de hoje. Trata-se do experimento democrático liberal burguês que nasceu no século XVIII na Europa e nos EUA, tendo se tornado hegemônico mundialmente no final da década de 1980, com o fim da URSS e com o término da Guerra Fria.
IMPRESSIONADOS COM A ESTABILIDADE SEM PARALELO DAS DEMOCRACIAS RICAS, OS CIENTISTAS POLÍTICOS COMEÇARAM A CONCEBER A HISTÓRIA DO PÓS-GUERRA EM DIVERSOS PAÍSES COMO UM PROCESSO DE “CONSOLIDAÇÃO DEMOCRÁTICA”. PARA SUSTENTAR UMA DEMOCRACIA, O PAÍS DEVIA ATINGIR UM ALTO NÍVEL DE RIQUEZA E EDUCAÇÃO. TINHA DE CONSTRUIR UMA SOCIEDADE CIVIL VIBRANTE E ASSEGURAR A NEUTRALIDADE DE INSTITUIÇÕES DE ESTADO FUNDAMENTAIS, COMO O JUDICIÁRIO. GRANDES FORÇAS POLÍTICAS TIVERAM DE ACEITAR QUE DEVIAM DEIXAR OS ELEITORES – E NÃO O PODER DE SEUS EXÉRCITOS OU DE SUAS CARTEIRAS GORDAS – DETERMINAR OS RESULTADOS POLÍTICOS. TODOS ESSES OBJETIVOS FREQUENTEMENTE SE REVELARAM ESQUIVOS.
(MOUNK, 2018, pp. 18-19)
Qualquer eventual crise nas democracias liberais era explicada, e justificada, pelas condições inadequadas das sociedades em que a crise se manifestou, sempre em países pobres, sobretudo na América Latina, África e Ásia.
Porém, Países ricos, de desenvolvimento capitalista avançado, estão vendo seus sistemas democráticos ruírem. Dessa vez, a morte da democracia não acontece em dia marcado, demarcada claramente por um evento de ruptura, por um golpe de Estado. A democracia morre aos poucos, de dentro para fora, sendo assassinada por líderes políticos eleitos pelos próprios ritos democráticos.
13- A eleição de Trump
O mundo experimentou uma escalada da EXTREMA DIREITA, COM A ASCENSÃO DE DONALD TRUMP (EUA).
Em 2016, a campanha à presidência dos EUA foi marcada pela disseminação de fake News... Muitos consideram que a eficácia dessa tática de Trump não pode ser apartada do conhecimento dos dados dos usuários fornecidos ilegalmente pelo Facebook: conhecer minuciosamente o perfil dos eleitores permitiu produzir notícias falsas que exploravam questões sensíveis para o eleitorado norte-americano. Um dos nomes mais expressivos nesse contexto foi de Steve Bannon, diretor executivo da campanha de Trump que também era responsável pelo Breitbart News, um veículo de mídia de extrema-direita.
Trump foi considerado uma ameaçaa Democracia, pois ao não aceitou os resultados das eleições, incentivou a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, quando, em um evento inédito na história dos EUA, o candidato derrotado não reconheceu o resultado das eleições e insuflou seus apoiadores a invadirem o parlamento. Definitivamente, o novo tipo de crise democrática não acontece, apenas, em países pobres, de desenvolvimento capitalista atrasado.
As instituições da democracia (tribunais de justiça, parlamento, órgãos regulatórios e instituições policiais), em si, não são capazes de resistir aos ataques dos autocratas eleitos, que, uma vez no governo, investem no aparelhamento desses espaços.
Essas reflexões abrem debate sobre o conceito de democracia e sua efetividade no modelo atual.

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