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Prévia do material em texto

SÉRIE SEGURANÇA DO TRABALHO
GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO
TRABALHO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira
Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Robson Braga de Andrade
Presidente do Conselho Nacional
SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral
Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira
Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
 (
SÉRIE
 
SEGURANÇA
 
DO
 
TRABALHO
GESTÃO
 
DE
 
AUDITORIAS
 
EM SAÚDE E
 
SEGURANÇA
 
DO
TRABALHO
)
© 2017. SENAI – Departamento Nacional
© 2017. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
SENAI Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
SENAI Departamento Regional de Santa Catarina
Gerência de Educação e Tecnologia – GEDUT
FICHA CATALOGRÁFICA
S491g
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Gestão de auditorias em saúde e segurança do trabalho / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. -- Brasília : SENAI/DN, 2017.
135 p. : il. ; (Série Segurança do Trabalho)
Inclui bibliografia e índice ISBN 978-855054841-8
1. Segurança do trabalho. 2. Segurança do trabalho - Auditorias. 3. Higiene do trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina II. Título
III. Série.
CDU: 614.8
SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional
Sede
Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações	
Figura 1 - Placa Norma Regulamentadora	23
Figura 2 - Símbolo SESMT	24
Figura 3 - Trabalho com eletricidade	26
Figura 4 - Segurança em máquinas e equipamentos	27
Figura 5 - Caldeira	27
Figura 6 - Ruído	29
Figura 7 - Construção civil	29
Figura 8 - Trabalho em espaço confinado	30
Figura 9 - Fábrica de calçados	36
Figura 10 - Auditoria informal	37
Figura 11 - Processo de auditoria	39
Figura 12 - Conformidades	39
Figura 13 - Critérios de auditoria	40
Figura 14 - Auditoria interna	41
Figura 15 - Auditoria externa	42
Figura 16 - Sistemas de referências	44
Figura 17 - Normas	45
Figura 18 - Símbolo da ABNT	45
Figura 19 - Procedimentos e processos	46
Figura 20 - Premiação	47
Figura 21 - Auditoria de produtos	49
Figura 22 - 5S	51
Figura 23 - Organização	53
Figura 24 - Senso de limpeza	54
Figura 25 - Implantação do 5S	56
Figura 26 - Perfil do auditor	58
Figura 27 - Identificação dos processos	62
Figura 28 - Equipe	63
Figura 29 - Cronograma	64
Figura 30 - Diagrama de Gantt	65
Figura 31 - Aprovação	67
Figura 32 - Comunicação	68
Figura 33 - Preparação	72
Figura 34 - Auditor-líder	75
Figura 35 - Modelo de plano de auditoria	81
Figura 36 - Validação	82
Figura 37 - Reunião	88
Figura 38 - Não conformidades	93
Figura 39 - Conflitos	94
Figura 40 - Ações corretivas e preventivas	105
Figura 41 - Ciclo PDCA	107
Figura 42 - Análise de causa	110
Figura 43 - Plano de ação	112
Figura 44 - Evidências	114
Figura 45 - Apresentação	115
Figura 46 - Sustentabilidade	121
Figura 47 - Formação de grupos	122
Figura 48 - Revolução Industrial	123
Figura 49 - Impacto ambiental	124
Figura 50 - 5R	125
Figura 51 - Sustentabilidade	127
Figura 52 - Biocombustível	127
Figura 53 - Responsabilidade de todos	128
Figura 54 - Resíduos	129
Figura 55 - Logo: International Organization for Standadization - ISO	132
Figura 56 - Sistema de gestão integrada	134
Quadro 1 - Exemplos de aspectos auditados e de evidências de não conformidade	32
Quadro 2 - Exemplo de registro de evidências	99
Quadro 3 - As etapas do tratamento de não conformidades e o PDCA	109
Quadro 4 - Aspectos do sistema de gestão integrada	134
Tabela 1 - Exemplo de relatório final de auditoria em SST	98
Sumário
Introdução	15
Legislação, normas e procedimentos de Saúde e Segurança do Trabalho	19
2.1 OHSAS 18001	21
2.2 Normas Regulamentadoras	23
Auditorias	35
Definições	36
Tipos	41
Objetivo	43
Sistemas de referência	44
Perfil do auditor	56
Programação de auditorias	61
Identificação de processos	62
Composição de equipes	63
Cronograma	64
Aprovação	67
Plano de comunicação	67
Preparação de auditorias	71
Objetivo do programa de auditoria	72
Programa da auditoria	73
Previsão de recursos	75
Papéis e responsabilidades do auditor	75
Métodos de auditorias	77
Elaboração do plano de auditorias	80
Validação do plano de auditoria	82
Execução da auditoria	87
Reunião de abertura	88
Técnicas de questionamentos	88
Coleta de evidências	90
Tipos e descrição de não conformidades	92
Comunicação de não conformidades durante o processo de auditoria	93
Resolução de conflitos	94
Relatório final de auditoria	95
Registro das evidências	98
Reunião de encerramento	99
1 Ações pós-auditoria	103
1.1 Tipos de ações	104
1.2 Tratamento das não conformidades	108
1.3 Análise de causa	110
1.4 Plano de ação	112
1.5 Verificação da eficácia pela amostragem de coleta de novas evidências	113
1.6 Comunicação final – fechamento da auditoria	115
2 Educação ambiental aplicada à Saúde e Segurança no Trabalho	119
2.1 Aspectos sociais, culturais e ambientais	120
2.2 Evolução do trabalho na sociedade	121
2.3 Introdução ao meio ambiente: aspectos e impactos ambientais	123
2.4 5R (Refletir, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar)	124
2.5 Sustentabilidade	126
2.6 Responsabilidade socioambiental	129
2.7 Gestão de resíduos	129
2.8 ISO aplicada à saúde, segurança e meio ambiente do trabalho	132
Referências
Minicurrículo dos autores Índice
 (
Introdução
1
)
Prezado aluno!
Seja bem-vindo à Unidade Curricular de Gestão de Auditorias em Saúde e Segurança do Trabalho, que traz um conteúdo interessante e importante para as ações do Técnico em Segurança do Trabalho.
Você perceberá que as empresas que mantém a relação empregado-empregador, independentemente de possuir ou não aplicação das normas relativas à segurança do trabalho, necessitam de métodos de coleta de informações para avaliar as conformidades da empresa com as leis vigentes no país.
E para que isso seja possível, utiliza-se a auditoria.
É muito provável que você já tenha ouvido falar em auditoria ou auditores; por exemplo, em programas de televisão quando são realizados determinados sorteios, onde é comum os apresentadores citarem a presença de um auditor.
A auditoria tem atribuições, seja em empresas ou setores, relacionadas à contabilidade, administrativo, bem como à Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho.
Considerando essas afirmativas, o objetivo desse livro é desenvolver capacidades técnicas, sociais, organizativas e metodológicas necessárias para a atuação em auditorias de primeira, segunda e terceira partes, considerando a sua programação, preparação, execução e monitoramento das ações corretivas estabelecidas.
Após o estudo atento deste material, você terá a capacidade de monitorar os processos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho, de acordo com Normas Regulamentadoras, princípios de higiene ocupacional, responsabilidade social, sustentabilidade e promoção à saúde do trabalhador com ética profissional.
Você perceberá, inicialmente, que para que seja possível auditar algo, é preciso comparar a situaçãoatual com a situação desejada e abordar a legislação aplicável à Saúde e Segurança do Trabalho (SST), correlacionando-a com as normas passíveis de serem auditadas e que, além das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, serão analisadas outras que possuem aplicação no âmbito da SST.
 (
14
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Você aprenderá o que é uma auditoria, conhecerá o perfil de auditor, estudará como executar uma auditoria e, principalmente, o que fazer depois dela.
Fique sempre atento às atualizações que ocorrem na legislação trabalhista (Normas Regulamentadoras
– NRs, Portarias, Notas Técnicas, Instruções Normativa, Ordens de Serviço, entre outros), previdenciária, nas Normas de Higiene Ocupacional (NHOs) e nas Normas Brasileiras (NBRs). É recomendável que, antes de fazer uso das leis ou normas, você confira a última versão destes documentos, consultando os respectivos endereços eletrônicos oficiais. Por exemplo, no site do Ministério do Trabalho, em Legislação, você encontrará as Normas Regulamentadoras, as Notas Técnicas, as Portarias que dizem respeito ao trabalho. No site do Ministério da Fazenda, Secretaria da Previdência, você encontrará a legislação previdenciária e os Anuários Estatísticos de acidentes de trabalho. Já no site da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, você encontrará as informações referentes ao cancelamento, à revisão e à atualização de Normas Brasileiras. Esteja sempre em alerta com relação à legislação! As informações advinhas de fontes oficiais, como as do Governo Federal, são sempre confiáveis.
Nos capítulos subsequentes, serão abordadas definições, procedimentos e virtudes profissionais necessárias para a realização desse trabalho. Você com certeza terá muito conhecimento a movimentar.
Bons estudos!
 (
Legislação,
 
Normas
 
e
 
Procedimentos
 
de
 
Saúde
 
e
 
Segurança
 
do
 
Trabalho
2
)
Como você faz para saber se está agindo de forma correta? Essa pergunta sugere pensar em algum tipo de referência como valores pessoais, regras da sociedade em que se vive ou padrões culturais.
E no exercício da função profissional, quais serão as referências para estabelecer os critérios1 de avaliação?
As organizações, bem como a atuação profissional, também precisa de referências que permitam avaliar se o que está sendo feito é adequado e se está orientando decisões coerentes a cada situação e a cada contexto.
Com a vivência no ambiente laboral pode-se perceber que, tanto direta quanto indireta- mente, há muitos aspectos legais que podem ser considerados em processos de auditoria, e desta forma, artigos da CLT, requisitos das Normas Regulamentadoras e demais itens de outros documentos legais, em algum momento, serão tomados como referência para essa atividade.
E dependendo da abrangência da auditoria, das características e da especificidade dos trabalhos desenvolvidos na empresa, tem-se um maior ou menor número de requisitos legais como referência.
No estudo deste capítulo, você conhecerá os principais aspectos da legislação e das normas e procedimentos que têm relação direta com o processo de auditoria em Saúde e Segurança no Trabalho.
Inicie com a estruturação do sistema de gestão em Saúde e Segurança no Trabalho e posteriormente, estude os requisitos das Normas Regulamentadoras como referência para processos de auditoria em SST.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) reconhecer legislação, normas e notas técnicas aplicáveis ao ambiente laboral;
b) correlacionar os itens exigidos na legislação, normas e notas técnicas, ao ambiente laboral.
1	Princípio usado como referência para distinguir o verdadeiro do falso. O que é utilizado como parâmetro para estabelecer uma comparação, escolha, julgamento ou avaliação.
 (
18
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
A partir de agora, você terá a oportunidade de conhecer diversas informações sobre o assunto que farão a diferença em suas práticas profissionais. Inicie com a norma OHSAS 18001.
Bons estudos!
 (
19
)2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E PROCEDIMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
2.1 OHSAS 18001
Segundo Mattos et al. (2011), a norma OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety Assessment Series 800 – OHSAS U.S. Department of Labor - occupational Safety & Health Administration) é voltada à saúde e segurança ocupacional.
Duas organizações que desenvolvam atividades similares, mesmo apresentando níveis diferentes de desempenho em SST podem, simultaneamente, atender aos requisitos da norma.
O objetivo da OHSAS 18001 é contribuir para o controle dos riscos de acidentes no local de trabalho, por meio de elementos de um sistema de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Ao obter a certificação nesta norma, a empresa garante o seu o compromisso com a redução dos riscos ambientais, bem como com a melhoria contínua de seu desempenho em SST.
A OHSAS 18001 apresenta um modelo de gestão para a SST para uma melhoria organizacional contínua que auxilia na obtenção de resultados eficientes e contínuos na saúde, segurança e meio ambiente do trabalhador.
 (
iStock
 
([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)A OHSAS 18001 baseia-se no ciclo PDCA, método de quatro etapas que visa promover a melhoria con- tínua e permite que as organizações possam frequentemente analisar criticamente o sistema de gestão da SST, através de auditorias, para buscar além das não conformidades, as oportunidades de melhoria e as devidas ações necessárias para alcançar seus objetivos.
As características da OHSAS 18001 possibilitam:
a) oportunizar um sistema de gestão de SST, cujo objetivo é eliminar ou minimizar os riscos aos trabalhadores;
b) implementar, manter e melhorar continuadamente o sistema de gestão de SST;
c) oferecer certificação para empresa.
 (
20
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Uma das características interessantes dessa norma, é que ela permite a criação de programas de melho- ria em relação a SST, mesmo não existindo normas legais para isso. Por exemplo, se na empresa estiverem ocorrendo diversos acidentes durante o trajeto dos trabalhadores para suas casas, ou vice-versa, é permiti- do criar um programa para a redução, avaliação e monitoramento dos mesmos.
O processo de auditoria é uma das ferramentas que mais auxiliam a eficácia desse sistema de gestão, pois com ela, pode-se mensurar como estão as metas e o desempenho em relação à SST.
A OHSAS 18001 estabelece que a empresa deve analisar e avaliar, de forma periódica, seu sistema de gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Desta forma, ela cria uma sistemática de identificação de melhorias e implementação de ações corretivas, preventivas e de melhoria. Esta norma não oferece re- quisitos completos para o desempenho da segurança e saúde no trabalho. No entanto, ela exige que a empresa atenda, de modo global, à legislação e às normas aplicáveis, bem como que firme o compro- misso deaperfeiçoarcontinuamente os seusprocessos.
Perceba que a norma OHSAS 18001 foi desenvolvida para atender à necessidade de estabelecer requisi- tos para que sistemas de gestão da Saúde e da Segurança do Trabalho possam ser avaliados e certificados.
 (
A
 
estrutura
 
desta
 
norma
 
foi
 
desenvolvida
 
de
 
forma
 
similar
 
às
 
normas
 
de
 
gestão
 
ISO
CURIOSI
 
 
9001:2000 e ISO 14001:2004, para que haja compatibilidades entre elas. Isso foi feito
 
com
 
o
 
objetivo
 
de
 
facilitar
 
a
 
integração
 
entre
 
os
 
Sistemas
 
de
 
Gestão
 
da
 
Saúde
 
e
DADES
 
Segurança do Trabalho, os Sistemas de Gestão Ambiental e os Sistemas de Gestão da
 
Qualidade, no caso de as empresas optarem por implementar um Sistema de Gestão
 
Integrado.
)
As auditorias de SST são utilizadas pelas empresas para avaliar seu desempenho em relação à SST, mas somente essas ações não são suficientes para garantir que o sistema cumpra, com continuidade, os en- cargos de sua política de SST e os requisitos legais. Para atingir a eficácia dessa gestão, é preciso que os procedimentos relacionadosa SST estejam estruturados e integrados à empresa.
Conforme estabelecido na OHSAS 18001, a organização deve assegurar que as auditorias internas ao sistema de gestão da Segurança e Saúde do Trabalho sejam realizadas em intervalos planejados e com os objetivos descritos a seguir:
a) determinar se o sistema de gestão da Segurança e Saúde do Trabalho está em conformidade com as disposições planejadas para a gestão da SST, incluindo os requisitos desta norma; se foi adequadamente implementado e é mantido; se é efetivo no atingimento da política e dos objetivos da organização.
b) fornecer à gestão informações sobre os resultados das auditorias.
A norma OHSAS 18001 também determina que os programas de auditorias devem ser planejados, es- tabelecidos, implementados e mantidos pela organização, considerando o resultado da avaliação de riscos das atividades da organização e os resultados de auditorias anteriores.
 (
Patricia
 
Marcilio
 
(2017)
)
 (
21
)2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E PROCEDIMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Outro requisito importante estabelece que os procedimentos de auditoria devem ser estabelecidos, implementados e mantidos considerando os aspectos descritos a seguir:
a) as responsabilidades, as competências e os requisitos para o planeamento e a realização das audito- rias, para relatar os resultados e manter os registos associados;
b) a determinação dos critérios, do âmbito, da frequência e dos métodos de auditoria.
A objetividade e a imparcialidade do processo de auditoria devem ser asseguradas pela seleção ade- quada dos auditores e a eficácia na realização das auditorias.
 (
SAIBA
Para
 
conhecer
 
mais
 
a
 
fundo
 
a
 
OHSAS
 
18001
 
e
 
a
 
sua
 
contribuição
 
como
 
referência
MAIS
íntegra,
 
no
 
link:
 
<https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/7319/2/Anexo%20I%20
 
OHSAS180012007_pt.pdf>.
para
 
a
 
gestão
 
em
 
sistemas
 
de
 
Saúde
 
e
 
Segurança
 
no
 
Trabalho,
 
acesse
 
a
 
norma
 
na
)
Continue, a partir de agora, com a análise das Normas Regulamentadoras.
2.2 NORMAS REGULAMENTADORAS
Se você chegou a essa etapa dos seus estudos, significa que já conhece as Normas Regulamentadoras. Você recorda que cada NR tem abrangência e aplicação específica? E é justamente por essa razão que elas mantém relação direta com o processo de auditoria quando a empresa, setor ou função, objeto da audito- ria, tenham características que necessitem atender a requisitos específicos de determinadas NRs.
O cumprimento dos requisitos estabelecidos nas NRs é de responsabilidade do empregador e sua obri- gação é, inclusive, legal. Portanto, o processo de auditoria em SST tem nas NRs um importante referencial para critérios da auditoria, bem como para a identificação de evidências objetivas durante o processo.
Figura 1 - Placa Norma Regulamentadora Fonte: SENAI (2017)
 (
22
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Observe, a seguir, as NRs mais utilizadas como referência para composição dos critérios nas auditorias em SST; perceba que esse grupo trata de aspectos relacionados, de forma direta, com o sistema de gestão em Saúde e Segurança no Trabalho.
a) NR 4: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT: norma que obriga as empresas, de acordo com seu grau de risco e número de trabalhadores, a di- mensionar a quantidade de profissionais necessários para compor sua equipe do SESMT, bem como as atribuições desses profissionais. Por se tratar de um dos principais alicerces da estrutura da em- presa, no que diz respeito à saúde e segurança no trabalho, os requisitos desta norma são referência importante para os critérios da auditoria.
Figura 2 - Símbolo SESMT Fonte: SENAI (2017)
b) (
Patricia
 
Marcilio
 
(2017)
)NR 5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA: através de representantes dos empre- gados e designados pela empresa, tem a função de prevenir acidentes e doenças decorrentes da execução das suas atividades.
É importante ressaltar que muitas vezes é o próprio trabalhador que conhece os principais peri- gos e riscos da sua atividade, portanto encontra-se descrito nesta norma, todos os procedimentos de escolha, eleição, designação, dimensionamento, treinamentos, reuniões periódicas e ata da CIPA. Diante da importância desse grupo, essa norma também é referência para condução das auditorias, onde avalia-se se a CIPA da empresa está constituída de forma adequada e se suas atribuições e procedimentos estão sendo cumpridos.
c) NR 6: Equipamento de Proteção Individual – EPI: trata especificamente sobre os equipamentos de proteção individual, sua definição, aplicação e responsabilidades tanto do empregador quanto do empregado. Descreve sobre o Certificação de Aprovação (CA), definindo conceito, validade e parâmetros de emissão.
 (
23
)2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E PROCEDIMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Seu anexo contempla uma lista com equipamentos de proteção individual para o corpo, como os EPIs para proteção da cabeça, olhos, face, audição, respiração, tronco, membros superiores e in- feriores, corpo todo e para proteção contra quedas com diferença de nível. Essa norma estabelece requisitos que são considerados nos critérios da auditoria.
d) NR 7: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO: estabelece a obrigatoriedade da implantação do PCMSO com o objetivo de promover a preservação da saúde do conjunto. De- fine responsabilidades e diretrizes para sua execução, bem como fornece parâmetros para garantir a saúde e a integridade dos trabalhadores. Os requisitos dessa norma contribuem para a avaliação, durante a auditoria, do cumprimento destas responsabilidades da empresa.
e) (
iStock
 
([20--?]),
 
Patricia
 
Marcilio
 
(2017)
)NR 9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA: estabelece a obrigatoriedade da elabo- ração e implementação, por parte dos empregadores, do PPRA, com a finalidade de antecipar, reco- nhecer, avaliar e controlar os riscos a que os trabalhadores possam estar expostos, garantindo assim a saúde, segurança e meio ambiente. Também tem caráter de proteção do meio ambiente em geral e dos recursos naturais.
Como é norma fundamental no controle dos perigos e riscos existentes no local de trabalho, é impor- tante salientar que a guarda deste documento deve ocorrer por um período mínimo de vinte anos por conta e responsabilidade do empregador. O PPRA serve de embasamento para muitas outras normas e visa também, além das ações de correção, as ações de melhorias, que permanecem registradas no documento e disponíveis para a empresa, empregados e fiscalização. Portanto, essa é outra referência importante para o processo de auditoria.
O próximo grupo de NRs trata de aspectos de saúde e segurança relacionados, de forma específica, às peculiaridades de cada ambiente e tipo de atividade laboral.
a) NR 8: Edificações: norma de conteúdo reduzido, que estabelece os requisitos técnicos mínimos que as edificações que abrigam os trabalhadores devem apresentar, como altura do pé direito, área de circulação, escadas, rampas e demais edificações. Pouco utilizada, mas possui requisitos passíveis de auditoria.
 (
24
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
b) NR 10: Segurança em instalações e Serviços em Eletricidade: estabelece os requisitos mínimos necessários de controle e prevenção de acidentes e doenças para os trabalhadores que atuam di- reta ou indiretamente em locais ou serviços com eletricidade. Essa norma estabelece referências para a auditoria em relação às medidas de proteção, segurança em projetos e instalações elétricas, segurança nos trabalhos que envolvem eletricidade, bem como qualificação e habilitação dos tra- balhadores.
Figura 3 - Trabalho com eletricidade
c) (
iStock
 
([20--?])
)NR 11: Transporte, Movimentação, Armazenamento e Manuseio de Materiais: norma que trata da segurança em elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. Es- tão inclusas máquinas como: ponte rolante, ponte empilhadeira,empilhadeira, guindaste, esteiras rolantes, elevadores de carga, transpaleteira e paleteira elétrica. Essa norma fornece referências que possibilitam avaliar, na auditoria, os aspectos de segurança desses equipamentos e a qualificação dos operadores.
d) NR 12: Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: esta norma fornece os requisitos míni- mos na prevenção de acidentes com máquinas e equipamentos, estabelecendo referência técnica para sua aplicação, princípios e medidas de proteção aplicadas desde o projeto, fabricação, impor- tação e comercialização. A auditoria com base nesta NR tem como foco avaliar a existência de medi- das de proteção, tais como dispositivos e sistemas de segurança.
 (
iStock
 
([20--?])
)
 (
25
)2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E PROCEDIMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
É obrigatório que o fabricante ofereça uma máquina dentro dos quesitos da NR 12, sendo muito impor- tante a avaliação do Técnico de Segurança do Trabalho (TST) antes da compra da mesma. Saiba que quando a empresa não considera esses fatores, terá que adequar as máquinas em algum momento, mediante um acidente ou uma autuação após a fiscalização do Ministério do Trabalho e isso irá impactar em custos não previstos de adequação e transtornos no fluxo produtivo causados pela interdição. A auditoria tem o obje- tivo de não só identificar não conformidades, mas principalmente possibilitar um plano de adequação das máquinas e, depois de adequadas, fornecer evidências de conformidade apresentadas em laudos técnicos.
Figura 4 - Segurança em máquinas e equipamentos
e) (
iStock
 
([20--?]),
 
Patricia
 
Marcilio
 
(2017)
)NR 13: Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações: essa NR estabelece os requisitos mínimos para a instalação, inspeção, operação e manutenção de caldeiras, vasos de pressão e tubulações. Fornece referências para critérios de auditoria em relação aos documentos que compõem o prontuário, aos dispositivos de segurança obrigatórios, à qualificação de operadores e às inspeções dos equipamen- tos.
Figura 5 - Caldeira
 (
26
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
CASOS E RELATOS
BRF é autuada por falhas em Segurança do Trabalho
O Ministério Público do Trabalho (MPT) conseguiu na Justiça a condenação da unidade da Brasil Foods S.A. (BRF) de Mirassol D’Oeste (MT), que fixou o pagamento de R$ 300 mil por dano moral coletivo. A dona das marcas Sadia e Perdigão foi processada por descumprir Normas Regulamentadoras referentes à operação de vasos de pressão. A conduta expôs os trabalhadores a risco grave de acidente por vazamento de amônia, gás extremamente corrosivo, que provoca irritação das vias respiratórias, olhos e pele, podendo, inclusive, levar à morte.
A decisão confirma a liminar concedida no final de março, que buscou, com o ajuizamento da ação civil pública, atuar preventivamente para proteger os 1.250 funcionários de acidentes, inclusive fatais, em razão da exposição à amônia. Na época, a juíza Karine Milanese Bessegato deu o prazo de dez dias para a empresa adotar as medidas de segurança, sob pena de interdição e multa de R$ 50 mil por dia.
“O MPT buscou se antecipar àquilo que poderia ser mais uma tragédia humana pelo descaso com o meio ambiente do trabalho, pois há vários casos de situações semelhantes no Brasil em que vidas foram ceifadas e a resposta do sistema jurídico somente chegou depois do dano consumado”, ressalta o procurador do trabalho Leomar Daroncho.
Daroncho explica que as irregularidades na unidade do BRF foram apontadas pelo Núcleo de Fiscalização do Trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE/MT), após inspeção realizada no local em 2013; e confirmadas pouco tempo depois, durante uma diligência feita pelo próprio MPT. O procurador acrescenta que “as irregularidades eram de conhecimento do frigorífico”.
Falta de segurança – Na ação, foram relacionados diversos casos de acidentes ocorridos recentemente em diferentes frigoríficos, envolvendo vazamento de amônia. Além disso, também foram juntadas imagens que demonstravam a precariedade e o descaso da empresa com as válvulas e registros dos vasos de pressão - muito antigos e em adiantado e perigoso processo de corrosão pela ferrugem. (CUT, 2014)
f) ) NR 15: Atividades e Operações Insalubres: essa norma esclarece os limites de tolerância para considerar se uma atividade é insalubre, ou seja, se está ou não dentro dos limites de tolerância para que não cause danos à saúde do trabalhador.
 (
27
)2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E PROCEDIMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
g) No processo de auditoria, quando se utiliza esta norma como sistema de referência, tem-se a possibilidade de, além de qualificar, quantificar os agentes e adotar um plano de melhoria constante.
Figura 6 - Ruído
h) (
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([20--?])
)NR 17: Ergonomia: tem como objetivo estabelecer parâmetros para proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente nas condições de trabalho, como levantamento, transporte e descarga de materiais, mobiliário, equipamentos, condições do posto de trabalho e da própria organização. Cabe, nesse quesito, um bom trabalho de auditoria, seguido de ações de correção e melhoria que poderão impactar diretamente na produtividade e melhorar as condições dos trabalhadores.
i) NR 18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: norma bastante ampla que estabelece diretrizes de ordem administrativa, planejamento e organização, prevenindo e controlando os riscos dos processos nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Envolve grandes processos, onde o profissional em segurança precisa se familiarizar com as atividades. Na NR 18, quando o estabelecimento possuir vinte trabalhadores ou mais, é obrigatória a implantação do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), além do PPRA. Essa norma é referência para auditorias específicas em atividades da construção civil.
 (
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([20--?])
)Figura 7 - Construção civil
 (
28
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
j) NR 20: Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis: estabelece os requisitos mínimos para a gestão da Segurança e Saúde no Trabalho com líquidos e inflamáveis, nas atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação. A auditoria com base nesta norma considera aspectos relacionados ao projeto da instalação, análise de riscos, ca- pacitação de trabalhadores, plano de emergências, bem como operação, manutenção e inspeção das instalações.
k) NR 23: Proteção Contra Incêndios: apresenta pouco conteúdo e direciona para as competências da legislação de cada estado e normas técnicas aplicáveis, por exemplo, norma estadual dos bombeiros e as NBRs relacionadas ao tema. A auditoria tomará como base requisitos das normas técnicas para avaliar o sistema de hidrantes, extintores de incêndio, sistemas de alarme, iluminação e sinalização de emergência, bem como o plano de emergência da empresa.
 (
SAIBA
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exemplo.
)
l) NR 26: Sinalização de Segurança: fornece parâmetros mínimos para a comunicação visual do am- biente, máquinas, equipamentos, estrutura com o trabalhador utilizando cores, rotulagens, sinali- zações e principalmente treinamento; itens estes que também podem ser avaliados em uma audi- toria.
m) NR 33: Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados: estabelece diretrizes com o intuito de identificar os espaços confinados e reconhecer, para avaliar, monitorar e controlar os riscos existentes, promovendo a prevenção de acidentes e doenças.
O espaço confinado é umlocal não projetado para a ocupação humana contínua, com espaços limitados de entrada, saída e resgate e sua ventilação é inexistente ou insuficiente para remover os contaminantes, podendo também concentrar excesso de oxigênio ou falta dele. A auditoria destes requisitos tem grande importância prevencionista porque a maioria dos acidentes em espaços confinados resultam em morte.
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([20--?])
)Figura 8 - Trabalho em espaço confinado
 (
29
)2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E PROCEDIMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Outra referência é a NBR 16577, que trata sobre a prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção em espaços confinados. Ela aprofunda melhor o tema em relação à NR 33, pois estas estabelecem apenas os requisitos mínimos.
n) NR 35: Trabalho em Altura: é considerado trabalho em altura toda a atividade desenvolvida acima de dois metros ou onde haja risco de queda. Para maior conhecimento técnico, é interessante que você pesquise as NBRs referentes a essa atividade.
Tem como base planejamento, organização e execução da atividade, adotados de modo a prevenir acidentes e doenças do ambiente de trabalho. Apresenta, atualmente, dois anexos, sendo que o primeiro trata somente de trabalho em altura realizado por meio do acesso por cordas e o segundo, sobre a ancora- gem e seus sistemas. A auditoria, com base nesta NR, visa avaliar o cumprimento das responsabilidades do empregador e dos empregados, o treinamento dos trabalhadores, a análise de risco e a disponibilidade e o uso adequado de equipamentos de proteção.
 (
FIQUE
 
ALERTA
Para embasar os critérios de auditoria, além das Normas Regulamentadoras, observe
 
também outras fontes de informação, como as normas técnicas da ABNT, que tenham
 
relação
 
com
 
o
 
assunto.
)
Acompanhe, no quadro a seguir, alguns aspectos auditados com base nos requisitos das Normas Regulamentadoras, bem como exemplos de evidências de não conformidade.
	NR
	ITEM DE REFERÊNCIA
	ASPECTO AVALIADO
	EXEMPLO DE EVIDÊNCIA OBJETIVA
	
4
	
4.2
	Dimensionamento do SESMT da empresa, estabelecido pela norma (grau de risco e
quantidade de empregados da empresa).
	A quantidade de profissionais que compõem o SESMT não atende ao requisito estabelecido pela norma, pois há um
técnico de segurança a menos que o recomendado.
	5
	5.6
	Reuniões ordinárias mensais da CIPA.
	Foram solicitadas as atas da CIPA dos últimos seis meses e a
empresa apresentou apenas as atas dos três primeiros meses.
	
6
	
6.6.1.c
	A qualidade dos EPIs fornecidos aos empre- gados.
	As luvas e calçados utilizados pelos trabalhadores do abatedouro não possuem Certificado de Aprovação (CA)
aprovado pelo MTE.
	
7
	
7.4.2.b.
	Os	exames	médicos	previstos	no PCMSO.
	Constatou-se que a empresa não possui registros de exames periódicos do empregado cadastro XXXX, que ocupa a função
de soldador.
	
8
	
8.3.1 e 8.3.2
	
Condição	dos	pisos	em	locais	de trabalho.
	O piso da área de tinturaria apresenta saliências e depressões nas áreas de circulação de pessoas e movimentação de materiais. Também foi verificado que há canaletas de esgoto, próximo às máquinas de tingir, que estão abertas sem a
proteção de grelhas.
 (
30
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
	NR
	ITEM DE REFERÊNCIA
	ASPECTO AVALIADO
	EXEMPLO DE EVIDÊNCIA OBJETIVA
	9
	9.1.1.
	Existência do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais – PPRA.
	A empresa não apresentou documentação do PPRA das áreas
de solda e pintura.
	10
	10.4.4.
	Condições das instalações elétricas.
	Na seção de usinagem foram observados painéis elétricos
energizados com as portas abertas e sem sistemas de proteção.
	11
	11.1.7
	Condição dos equipamentos de transporte
motorizados.
	A empilhadeira de patrimônio nº XXX está com a buzina
danificada e não há outro dispositivo para advertência sonora.
	12
	12.3.4
	Existência de proteções em partes móveis das
máquinas.
	No setor de estampagem, há três prensas excêntricas que não
possuem proteções fixas e dispositivos de segurança.
	
13
	13.4.3.4
Anexo I item A1
	Segurança na operação da caldeira. Con- dição de risco grave e iminente.
	A empresa não apresentou comprovação de qualificação do empregado que estava operando a caldeira no momento da
auditoria.
	
15
	15.1.1
A 1
	Exposição ocupacional a ruído de impacto acima do Limite de Tolerância.
	Os empregados da seção de caldeiraria não utilizam proteção auricular, trabalham em turnos de oito horas e estão expostos
ao nível de ruído de 88 dB(A).
	
17
	
17.2.3
	Movimentação e transporte manual de car- gas.
	Com referência aos empregados da área de carga e descarga, a empresa não apresentou registro de treinamento ou instruções
quanto aos métodos corretos para movimentação de cargas.
	20
	20.2.11
	Condição dos tanques de armazenamento de
líquidos inflamáveis.
	Não há aterramento no tanque de óleo diesel que abastece os
geradores.
	
23
	
23.2
	
Saídas de emergência.
	As áreas de produção do galpão mais antigo possuem saídas de emergência inadequadas, com largura de 1,0m, e duas
portas têm sentido de abertura para o lado de dentro.
	
26
	
26.2
	Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Segurança de Produto Quími-
co.
	Foram encontradas duas bombonas com ácido nítrico, sem rotulagem, na área de armazenagem de produtos químicos.
	33
	33.2.1.b.
	Responsabilidades do empregador.
	Os reatores da seção de fabricação de tintas líquidas não
possuem sinalização para identificação de espaço confinado.
	
35
	
35.5.5.1
	
Adequação dos EPIs.
	Os pintores prediais da equipe de obras e reparos não utilizam cintos do tipo paraquedista. Utilizam apenas um tipo antigo de
cinto, preso somente à cintura.
Quadro 1 - Exemplos de aspectos auditados e de evidências de não conformidade Fonte: do Autor (2017)
Você acabou de analisar como os requisitos legais e normativos são utilizados como base para os crité- rios de avaliação e para a identificação de evidências em auditorias de SST. Continue com seus estudos e saiba mais sobre as auditorias.
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31
)2 LEGISLAÇÃO, NORMAS E PROCEDIMENTOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer normas e procedimentos relacionados dire- tamente com o processo de auditoria em Saúde e Segurança do Trabalho. Observou a estruturação do sistema de gestão em SST, verificou a importância dos requisitos das Normas Regulamentado- ras como referência para processos de auditoria e conheceu como os procedimentos e critérios de auditoria possibilitam a avaliação de desempenho da organização em relação à saúde e segurança no trabalho.
Você também pôde acompanhar um exemplo com alguns aspectos auditados com base nos requisitos das Normas Regulamentadoras, indicando os itens de referência e exemplos de evidências de conformidade ou não conformidade.
O processo de auditoria, apenas, não é suficiente para dar a uma organização a garantia de que o seu desempenho cumpra, rotineiramente, os requisitos legais e os da sua política de Saúde e Segurança no Trabalho. Por isso, perceba que para ajudar as empresas a atingir seus objetivos de SST e de viabilidade econômica, é necessário que a identificação de não conformidades seja seguida por ações corretivas efetivas, como de ações preventivas para evitar a reincidência dessas situações.
Continue em seu estudo e veja mais informações importantes sobre as auditorias.
 (
Auditorias
3
)
É muito provável que você já tenha realizado uma prova na escola ou no seu atual curso. De modo geral, o que você acha que o professor está buscando? Prejudicar os alunos? Dar notas baixas, como desforço a eventuais confrontos? É claro que não!
Na verdade, o professor está avaliando se o modo de trabalho dele foi suficiente para atingir seu objetivo, que, entre outros, é transmitir uma informação e fazer com que essa alcance os seus alunos. Essa avaliação pode ser chamada inicialmente de auditoria.
Portanto, para fazer uma analogia, o professor realizou uma auditoria para avaliar se seus métodos de ensinoestão sendo eficientes. Após a coleta de evidências (prova, avaliação) ele atribuiu uma nota para cada indivíduo em relação as não conformidades encontradas, baseadas em um sistema de referência (apostila, livro, anotações etc.). Conforme os resultados obtidos, o professor pode traçar um plano de ação de correção das dúvidas e um plano de melhoria de seus ensinamentos, para fazer com que a média de notas da sua turma aumente.
Neste capítulo, você conhecerá melhor os conceitos de auditoria, assim como os objetivos, os tipos existentes, o sistema de referência e outros assuntos pertinentes à atuação do TST.
E ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) reconhecer os fluxos operacionais da empresa;
b) correlacionar os itens identificados nas auditorias em Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho com os requisitos estabelecidos em normatizações internas e/ou externas.
Continue com seus estudos e se aproprie de mais esses conhecimentos. Bons estudos!
 (
34
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
3.1 DEFINIÇÕES
A auditoria é um processo sistemático, documentado e independente, utilizado para obter registros, fatos e informações, que sirvam de evidências2 para uma avaliação objetiva, para determinar o quanto os critérios estabelecidos estão sendo satisfeitos. Esses critérios são referenciados em normas, leis, procedi- mentos e processos, de acordo com o objetivo.
Observe, a seguir, um exemplo de aplicação do processo de auditoria:
Em uma indústria de calçados, existem equipamentos muito antigos na linha de produção. O dono, preocupado com a possibilidade de ter sua empresa fiscalizada pelo Ministério do Trabalho e correr o risco de ser atuada, deseja verificar a situação de suas máquinas. Uma solução para esse empresário seria a con- tratação de um profissional da área de SST para realizar uma auditoria nas máquinas da empresa.
A NR 12 no item 12.1, “[...] estabelece os requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos [...]”, ou seja, independentemente da data de fabricação ou modelo de uma máquina ou equipamento, o trabalhador não pode ficar exposto aos possíveis riscos por ela gerados.
Figura 9 - Fábrica de calçados
 (
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([20--?])
)Neste caso, a NR 12 é a referência de critérios a serem avaliados durante a execução da auditoria, para verificar se os equipamentos da indústria de calçados estão em conformidade (de acordo) com os requisi- tos desta norma.
Na área de SST, a auditoria poderá ser uma ferramenta muito valiosa para o futuro Técnico, pois permite desempenhar um bom trabalho e avaliar o quanto as empresas estão atendendo aos requisitos legais em relação à Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho. Lembre-se que na maioria das NRs são forneci- dos os requisitos mínimos para garantir a saúde, a segurança e a dignidade do trabalhador, mas indepen- dentemente das normas, será a sua futura função de Técnico em Segurança do Trabalho, sempre buscar melhorias para a área.
2	Prova; caráter do que é evidente, manifesto, do que não deixa dúvidas.
 (
35
)3 AUDITORIAS
Perceba que no dia a dia, em vários momentos, você é auditado e nem sempre toma consciência deste fato.
 (
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([20--?])
)Figura 10 - Auditoria informal
Se você prestar atenção, quando está conversando com alguma pessoa, inconscientemente, sua mente coleta as informações da conversa (evidências) e começa a comparar com seus critérios, crenças, valores (referência), avaliando se o que a pessoa está falando está certo ou errado (comunicação final)!
Mas, e se em alguma dessas conversas alguém mencionar um conflito ocorrido no seu grupo de amigos e você suspeitar que ela não está falando a verdade ou que isso não está muito claro? Nesta ocasião, você procura novas informações (novas evidências para verificar a confiabilidade) com outros colegas para ter a certeza se o fato realmente é verdadeiro e assim poder melhorar a relação do grupo (ações de melhoria) e/ ou corrigir (ações corretivas) o que pode ter gerado esse conflito.
Veja, no casos e relatos a seguir, um exemplo de auditoria do Ministério do Trabalho.
CASOS E RELATOS
Auditores-fiscais do trabalho interditam parque de diversões Mutirama
Auditores-fiscais do trabalho interditaram nesta quinta-feira, 27 de julho, todos os brinquedos do Parque Mutirama - parque de diversão infantil – por falta de segurança nos brinquedos que colocam em risco a integridade física dos trabalhadores e dos usuários. O parque é localizado na área central da capital Goiânia (GO). A decisão veio um dia após um grave acidente que deixou onze feridos, três em estado grave.
 (
36
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
De acordo com o auditor-fiscal do trabalho, Rogério Silva Araújo, foram identificadas diversas irregularidades nas atrações. “Há clara falta de atendimento a itens da Norma Regulamentadora, em especial a NR 12, que versa sobre a manutenção e avaliações dos equipamentos”. Ele explica ainda que, além da falta de segurança, “a Agência Municipal de Turismo e Lazer (AGETUL) não comprovou a existência de um engenheiro responsável para fazer laudo técnico”. Com a interdição, a Prefeitura de Goiânia só poderá reabrir o parque quando comprovar que todas as irregularidades apontadas foram sanadas.
Segundo Rogério Silva, os auditores-fiscais já haviam identificado irregularidades no Parque Mutirama, mas como a fiscalização ainda estava em andamento, nenhuma medida foi tomada. “A ótica da fiscalização do Trabalho é com relação ao trabalhador, é diferente de uma vistoria dos Bombeiros ou do CREA/GO”.
Tragédia
Na quarta-feira, dia 26 de julho, onze pessoas ficaram feridas, sendo três em estado grave, após um brinquedo no Parque Mutirama quebrar e arremessar visitantes. Segundo informações, a atração chamada Twister, que eleva cabines no ar e gira, sofreu uma pane, jogando as pessoas ao chão. (SENAIT, 2017)
Veja, a seguir, alguns benefícios de uma auditoria na área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalhador:
a) redução dos riscos de acidentes e doenças do trabalho;
b) possibilidade de ordenar as prioridades das ações;
c) melhoria do ambiente do trabalhador;
d) aumento de eficiência, qualidade e produtividade dos processos;
e) redução de custos operacionais, possibilitando a otimização;
f) ) documentação de todas as questões, processos e melhorias na área de SST, reduzindo as penali- dades ou multas dos órgãos competentes;
g) avaliação de desempenho a partir da segurança dos trabalhadores da indústria.
Acompanhe atentamente algumas definições importantes que serão utilizadas ao longo desse livro.
a) Não conformidade e conformidade: uma não conformidade pode ser considerada qualquer tipo de desvio das NRs, leis nacionais e internacionais, procedimentos, regulamentos, desempenho do sis- tema de gestão etc. Para o nosso estudo, uma não conformidade está voltada a qualquer tipo de desvios de uma referência (normas, leis etc.) que possa levar, direta ou indiretamente, a um acidente, doença, dano ao ambiente de trabalho ou a uma combinação destes.
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([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)
 (
37
)3 AUDITORIAS
Figura 11 - Processo de auditoria
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([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)É possível perceber que se pode fazer as coisas certas no dia a dia, de acordo com os valores individuais, e avaliar constantemente o comportamento, analisando o estado atual e definindo o estado desejado. Por exemplo, se o seu objetivo é se tornar um excelente Técnico em Segurança do Trabalho (estado desejado) e você está estudando muito (estado atual) é muito provável que alcançará seu objetivo. Ou seja, estudar está em conformidade com os princípios do seu objetivo.
Figura 12 - Conformidades
 (
38
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Porém, se ao invés de estudar, você troca seus estudos para ficar grande parte do seu tempo nasredes sociais (estado atual), dificilmente chegará a ser um excelente Técnico em Segurança do Trabalho (estado desejado). Perceba nesse exemplo, que houve um desvio do foco, ou seja, ocorreu uma não conformida- de, de acordo com o objetivo estabelecido.
Em resumo, uma não conformidade é o não cumprimento de um quesito. Sendo assim, uma confor- midade será o cumprimento do quesito, de acordo com o critério de auditoria e dentro de um sistema de referência. Esse termo não conformidade é uma palavra-chave de um processo de auditoria, assim como a palavra evidência.
b) Critério de auditoria: estabelecer um critério de auditoria é definir um conjunto de normas, procedimentos ou requisitos utilizados dentro de um sistema de referência, na qual se evidenciará uma auditoria. Em outras palavras, pode-se dizer que critério de auditoria é um modo de filtrar e selecionar seus interesses dentro de um sistema de referência.
Figura 13 - Critérios de auditoria
 (
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([20--?])
)Por exemplo, uma seção de usinagem mecânica solicitou a um Técnico em Segurança do Trabalho uma auditoria para verificar as conformidades de seus equipamentos, de acordo com NR 12. Sabe-se que existe uma infinidade de equipamentos e a norma é bastante extensa. Sendo assim, o técnico separou alguns quesitos de maior relevância, adotando um critério de auditoria.
c) Evidência de auditoria: apresentação e registro de fatos e dados verificáveis relacionados aos crité- rios de auditoria.
 (
ALERTA
FIQUE
aconteceu.
 
A
 
inferência
 
é
 
a
 
dedução
 
que
 
se
 
faz
 
com
 
base
 
em
 
informações
 
de
 
algo
 
que
Evidência
 
é
 
o
 
fato
 
que
 
remete
 
a
 
uma
 
conclusão
 
clara
 
a
 
respeito
 
do
 
que
 
realmente
não
 
se
 
conhece,
 
explicando
 
o
 
que
 
se
 
conhece.
 
O
 
auditor
 
deve
 
basear
 
suas
 
observações
 
em
 
evidências
 
e
 
não
 
deve
 
usar de
 
inferências
 
e
 
emitir
 
opiniões a
 
respeito.
)
d) Constatação de auditoria: é o resultado da evidência de auditoria coletada, comparada com os crité- rios estabelecidos. Nesse resultado, serão indicadas as conformidades e não conformidade encontra- das que servirão de parâmetros para as melhorias.
 (
39
)3 AUDITORIAS
Por exemplo, ocorreu uma auditoria em uma empresa de telecomunicação, onde o auditado gostaria de avaliar como estavam suas atividades em relação a NR 35, que trata sobre o Trabalho em Altura. Seguindo o sistema de referência e os critérios de auditoria definidos pelo Técnico em Segurança, a empresa auditada apresentou duas não conformidades evidenciadas, sendo elas:
a) Falta da realização da Análise de Risco – AR (não conformidade em relação ao item 35.2.1 b da NR 35);
b) Falta de informações atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle (não conformidade em relação ao item 35.2.1).
A partir das constatações, será iniciado um plano de correção ou um plano de melhoria da empresa em relação à NR 35. Lembre-se que ela possui dois anexos, sendo que o anexo I versa sobre o acesso por cordas e o anexo II versa sobre ancoragens. Sabendo que, no exemplo citado, a empresa não trabalha com acesso por cordas, o responsável poderá excluir esse critério de auditoria do sistema de referência.
Acompanhe, a seguir, os tipos de auditoria e as suas principais características.
3.2 TIPOS
Agora que você já sabe as definições de auditoria, conheça os tipos que, basicamente, são dois: audito- ria interna e auditoria externa.
Auditoria interna: também conhecida como auditoria de primeira parte, é realizada pela própria em- presa, para uma avaliação com propósitos específicos. Verifica-se as conformidades de um processo, gestão e normas; enfim, realiza-se uma análise interna e obtém-se informações valiosas para possíveis melhorias.
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([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)Figura 14 - Auditoria interna
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40
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Por exemplo, uma determinada empresa do setor de fabricação de máquinas está realizando a adequa- ção de seus produtos em relação à NR 12. São tantas informações que muitas vezes é preciso avaliar como estão as adequações em relação à norma. Para melhor avaliar, ela pode solicitar uma auditoria interna, com isenção de responsabilidade (como fiscalização) e isenção de tendências.
Auditoria externa: é a auditoria realizada por partes, setores e departamento sem ligação direta com a empresa auditada.
Ela pode ser de segunda parte, onde a empresa é auditada por partes que possuem interesses na organização, como um cliente, fornecedor, instituição financeira ou quando a empresa contrata outra para sua execução, com o propósito de avaliar suas conformidades evitando influências ou interferências nos resultados.
Figura 15 - Auditoria externa
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([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)Isso ocorre, muitas vezes, quando representantes de clientes (próprios ou contratados) de outros países, vêm para ao Brasil auditar a empresa fornecedora de produtos. No momento em que ocorre a auditoria nada é discutido; somente depois, na reunião final, é que as partes argumentam, podendo o contrato ser encerrado, caso não apresente as conformidades acordadas.
Pode ser também de terceira parte, quando é realizada por organizações de auditorias independen- tes, ou seja, organismos de regulamentação, como as auditorias realizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que tem a finalidade de verificar as conformidades em relação às NRs.
Por exemplo, em um determinado dia, uma empresa do setor de papel e celulose recebeu a visita do auditores fiscais do trabalho, que tinham como propósito avaliar as conformidades em relação às Normas Regulamentadoras. Após verificar algumas ocorrências, eles interditaram algumas máquinas até a sua re- gularização e aplicaram multas com base na não conformidade encontrada.
 (
41
)3 AUDITORIAS
Essa auditoria foi de terceira parte e teve caráter de punição.
 (
CURIOSI
 
DADES
Auditorias de terceira parte também são aquelas efetuadas por organizações
 
certificadoras com base nas normas de gestão ISO 9001 (Qualidade) e ISO 14001
 
(Ambiente). Neste processo, mediante custos significativos, empresas promovem a
 
adequação de seus processos e se submetem a auditoria para obterem a certificação
 
que
 
servirá
 
como
 
fator
 
de
 
inclusão
 
ou
 
diferenciação
 
no
 
mercado
 
em
 
que
 
atuam.
)
Pode ainda existir uma auditoria combinada, quando são auditados dois sistemas de referência simultâ- neos, como auditoria Ambiental e de Saúde e Segurança do Trabalho; uma auditoria pode ser realizada em uma instituição por duas ou mais organizações de auditorias, caracterizando assim, a auditoria conjunta.
3.3 OBJETIVO
O objetivo geral da auditoria é contribuir para o desempenho das funções e responsabilidades de uma organização, por meio da avaliação de seus departamentos, atividades, sistemas, controles e funções, para obter evidências objetivas e determinar o quanto a organização está atendendo aos critérios de auditoria. O resultado visa dar subsídios para os membros da organização certificarem o cumprimento de requisitos exigidos ou para implementarem melhorias nos processos para promover o atendimento de determinadas condições.
O desdobramento do objetivo da auditoria pode considerar a avaliação da gestão, ajuizando diversos níveis hierárquicos da organização. Dessa forma, a abrangência desse objetivo passa a englobar aspectos, como os listados a seguir:
a) planejamento estratégico, políticas, planos e metas da organização;
b) estrutura da empresa quanto a instalações, produção e processo;
c) procedimentos e rotinas das atividades desenvolvidas na empresa;
d) controles internos e controles administrativos;
e) aproveitamento dos recursos e controle das perdas; f ) monitoramento dos resultados alcançados;
g) verificação quanto à utilização e aplicação de normas, leis, regulamentação e padrões operacionais aplicados à atividade.
Em resumo, independentemente de ser uma auditoria interna ou externa, o objetivoé avaliar uma or- ganização ou parte dela, comparando com um sistema de referência (normas, certificações, processos etc.), segundo critérios adotados para coleta de evidências e suas constatações.
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)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
3.4 SISTEMAS DE REFERÊNCIA
Do ponto de vista do processo de auditoria, pode-se considerar como sistemas de referência todo gru- po de informações que possibilite, por meio da comparação entre a realidade analisada e um parâmetro específico, evidenciar se há ou não há conformidade.
Entre essas referências há normas, procedimentos, prêmios, processos e produtos, regulamento técnico e critérios de programas internos, como o 5S, por exemplo.
Figura 16 - Sistemas de referências
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)Pode-se utilizar sistemas de referência simples, ou seja, apenas uma norma ou um sistema de referência combinado, quando se emprega mais de um critério, como em uma auditoria com base nas NR 11 e NR 12.
Por exemplo, um estaleiro que fabrica plataformas de petróleo gostaria de realizar uma auditoria interna em relação à Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho. Apesar de a plataforma operar em águas in- ternacionais, o técnico em segurança do trabalho, designado para realizar a auditoria, estabeleceu critérios em que o sistema de referência para verificação das conformidades atenderá às Normas Regulamentadoras do Brasil, pois grande parte da futura tripulação será de trabalhadores brasileiros.
A escolha do sistema de referência irá depender do objetivo e dos critérios da auditoria. Em alguns ca- sos poderá ser apenas uma norma, bem como em outras situações poderá ser um conjunto de referências.
NORMAS
Para auditorias em SST, uma referência importante são as leis relacionadas ao trabalho e as Normas Regulamentadoras, que serão utilizadas de forma específica e conforme a necessidade.
Atualmente, não existe uma norma específica para o processo de auditoria em Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho. A NBR ISO 19011:2012, é uma norma nacional da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que adotou todo o conteúdo técnico, redação e estrutura da ISO 19011:2011, que é uma norma internacional.
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abnt
 
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)
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)3 AUDITORIAS
A NBR ISO 19011, fornece orientações sobre a gestão de um programa de auditoria. Se um dia, você, como Técnico, criar ou gerir um sistema de gestão de segurança do trabalho, poderá utilizá-la para ter parâmetros no processo de auditoria.
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Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
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)Figura 17 - Normas
NBR ISO 19011 – DIRETRIZES PARA AUDITORIA DE SISTEMAS DE GESTÃO
Essa norma tem como objetivo fornecer orientações em forma de diretrizes para uma auditoria em sis- temas de gestão, como instrução sobre as competências das pessoas envolvidas no processo, por exemplo: alta direção, auditor-líder, especialistas e o próprio auditor.
Tem aplicabilidade em todas as organizações que desejam realizar uma auditoria, tanto externa quanto interna, para avaliação do seu sistema de gestão ou gerenciamento de um programa de auditoria.
Figura 18 - Símbolo da ABNT Fonte: SENAI (2017)
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)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
É uma norma que não estabelece requisitos, mas fornece orientações para os interessados a seguir um rumo no planejamento, execução e avaliação de uma auditoria, assim como sugere informações sobre o perfil ou as características de um auditor.
 (
SAIBA
 
MAIS
Para
 
aprofundar
 
seus
 
conhecimentos
 
em
 
auditoria
 
em
 
sistemas
 
de
 
gestão,
 
consulte
 
essa norma na íntegra. Disponível no site de normas da ABNT, no endereço <https://
 
www.abntcolecao.com.br/>.
)
As NRs, quando aplicáveis, são uma referência importante para o processo de auditoria, assim como as normas internas da organização auditada e as normas técnicas.
PROCEDIMENTOS
Você já deve ter presenciado alguém fazendo um bolo ou outra comida qualquer, utilizando uma re- ceita. Mas por qual motivo alguém que cozinha há bastante tempo anota todos os procedimentos, ingre- dientes e quantidades? Logicamente, para que em outro momento, essa mesma pessoa ou outra, possa reproduzir o prato de forma idêntica ou muito próxima.
Quando se tem registros das atividades, sejam elas quais forem, é possível verificar eventuais falhas ocorridas, melhorias a serem adotas e documentação a ser armazenada. Como no exemplo da receita, caso algo dê errado, é possível investigar de maneira eficiente onde ocorreu a falha e conhecer seus motivos.
Figura 19 - Procedimentos e processos
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Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)Os procedimentos estabelecidos e praticados em uma empresa são uma referência importante para o desenvolvimento de auditorias em SST, pois estão diretamente relacionados com as condições de trabalho e possibilitam a verificação da consistência dos mesmos em relação ao atendimento dos critérios de audi- toria, bem como, a comparação entre o procedimento estabelecido e o que realmente é executado.
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)3 AUDITORIAS
A definição do procedimento para condução da auditoria, considerando todas as etapas do trabalho, irá contribuir para a sua eficácia.
PRÊMIOS
Quem não gosta de receber premiações? Existem diversas empresas certificadoras independentes e até mesmo dentro da própria organização, que a cada período (ano, safra, mês etc.), concedem premiações em relação às conformidades atendidas, objetivos e metas alcançados. Para que se possa avaliar, são realizadas auditorias para ranquear os participantes de forma justa.
Quando é estabelecida uma ordenação, ou seja, um ranking de participantes, automaticamente, as pessoas são estimuladas a cada vez mais observarem o seu ambiente de trabalho, buscando melhorias contínuas com a finalidade de obter a melhor colocação.
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)Figura 20 - Premiação
A motivação das pessoas e das organizações pode vir por meio de premiações, títulos e homenagens. Além dessas, um bom desempenho nos indicadores são diferenciais no mercado, que uma empresa pode ter em relação aos seus concorrentes.
Os prêmios conquistados por uma empresa, que estejam relacionados ao cumprimento de requisitos específicos, como os relacionados a SST, também são referências que podem ser consideradas no processo de auditoria.
Outro aspecto da relação entre prêmio e auditoria, está na relação entre o resultado da auditoria da seguradora e o valor do prêmio do seguro patrimonial, pago pela empresa, pois o nível de atendimento da empresa aos requisitos de segurança, utilizados como critérios de auditoria, podem impactar em redução no valor do prêmio da apólice de seguro.
Acompanhe, a seguir, mais alguns sistemas de referência das auditorias.
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PROCESSOS
As características dos processos desenvolvidos em uma organização, como o fluxo de informações, as etapas de produção e os tipos de processos, poderão ser consideradas como referência importante para a condução de auditorias operacionais.
Significa que, conhecer as peculiaridades dos processos relacionados às empresas, setores ou funções, contribuirá para o desenvolvimento de auditorias em SST, na identificação de evidências objetivas e na comparação com os requisitos legais e os demais critérios. O resultado desta avaliação será a identificação de conformidades e não conformidades. Portanto, um processo de auditoria eficaz deve considerar, no escopo do plano de auditoria, os aspectos relacionados aos processos da organização auditada.
Veja o relato a seguir e perceba o quanto uma auditoria pode impactar no desempenho da equipe.
CASOS E RELATOS
Foco nas terceirizadas envolve auditorias
O Melhor Case Brasil do Prêmio Proteção 2007 vem de Recife/PE através da Companhia Hidroelé- trica do São Francisco, a CHESF.
A Companhia também percebia que a terceirização trazia uma quantidade de trabalhadores e métodos laborais que, muitas vezes, se configuravam em níveis inferiores aopadrão de segurança exigido por ela. Além disso, o padrão de exigência vigente era o mesmo para todo o tipo de serviço, independentemente da exposição aos riscos. “Uma empresa que fosse contratada para fazer a manutenção no sistema elétrico de potência tinha que atender ao mesmo nível de exigência que uma outra contratada para fazer um serviço de jardinagem”, lembra Maurício Soares Kerstenetzky, engenheiro de Segurança do Trabalho da empresa.
A estrutura das auditorias realizadas é organizada a partir de alguns critérios, já que a CHESF realiza um grande número de contratações mensais. Entre os pontos analisados, estão o grau de risco e a complexidade da atividade, solicitação do administrador do contrato, e histórico de não conformidades, verificadas nas auditorias de segurança efetuadas na empresa contratada. “Isto acontece já na primeira etapa, que é o Planejamento. A etapa seguinte é a de Análise dos Documentos, onde verificamos os documentos entregues pela empresa ao administrador do contrato”, detalha Figueiredo. Entre os documentos solicitados estão as fichas de controle de EPI (Equipamento de Proteção Individual), cópia de certificados de treinamentos e PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), entre outros.
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)
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)3 AUDITORIAS
Depois dessa análise, a CHESF vai para a fase de Observação Direta e Entrevistas, onde visita os locais onde os serviços estão sendo realizados pela contratada. “Verificamos as condições de segurança e conversamos informalmente com alguns empregados para verificar o grau de conhecimento em relação ao plano de segurança” acrescenta Kerstenetzky.
Partindo dessas informações, é possível que a Companhia faça um diagnóstico do grau de conformidade da empresa em relação ao plano de segurança.
Através de um sistema informatizado, é criado um documento chamado de Ata da Auditoria, que aponta as não conformidades e propõe melhorias. O ciclo de auditorias é fechado com o Acompanhamento, um trabalho de parceria onde tanto a contratada como a CHESF buscam soluções rápidas para eliminar as não conformidades encontradas. Quando encontra não conformidades, a Companhia estabelece prazos, que são negociados com a contratada e com o administrador do contrato, para a eliminação das mesmas. “Através do sistema corporativo SAUST
- Sistema de Auditoria de Segurança do Trabalho, informamos formalmente todos os envolvidos e passamos a acompanhar o andamento das exigências. Se, mesmo assim, a contratada não atender, o administrador do contrato aplicará as penalidades previstas”, reforça Figueiredo.
Fonte: (REVISTA PROTEÇÃO, 2007)
PRODUTO
Na fase de planejamento de uma auditoria, o profissional deverá reconhecer os fluxos operacionais da empresa, a legislação, as normas e as notas técnicas aplicáveis ao processo de trabalho, correlacionando os itens identificados nas auditorias com os quesitos estabelecidos em normatizações internas e externas.
Figura 21 - Auditoria de produtos
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Assim como nos processos, a auditoria em SST deverá considerar as características dos produtos utili- zados pela organização em relação aos riscos oferecidos pelos mesmos, e o cumprimento de medidas de controle adotadas por parte da empresa.
Após a atualização da NR 12, muitas empresas que fabricam produtos como máquinas e equipamentos precisaram se adequar. Como é uma norma bastante extensa, durante a fabricação dos produtos é neces- sária uma auditoria contínua para verificar se os dispositivos de segurança nos equipamentos atendem a essa norma.
REGULAMENTO TÉCNICO
Sabe-se que no contexto de trabalho existe uma infinidade de segmentos, seja no setor primário, se- cundário ou terciário, e que algumas empresas possuem um sistema de auditoria preestabelecida. Por exemplo, uma multinacional que mantém um grande número de filiais, onde já se encontra implantado um processo de auditoria, na sua execução, deve ser seguido o regulamento técnico.
Esses regulamentos podem ser baseados em uma certificadora, legislação e também ser elaborados pela própria gestão de auditoria, a fim de estabelecer padrões, evitando possíveis falhas e divergência de informações em um mesmo sistema e promovendo a otimização do tempo da equipe.
Os regulamentos técnicos possuirão regras específicas conforme a área de atuação da organização e as características de seus processos. Por essa razão, o plano de auditoria precisa considerar também essa fonte de referências.
5S
Atualmente, com a velocidade da informação e a facilidade de acesso, é necessário o emprego de ferra- mentas que auxiliem na melhor organização dos ambientes.
As empresas sofrem mudanças constantes pelo fato dos seus clientes se tornarem cada vez mais exi- gentes, o que torna a concorrência competitiva e competente. Note que as mudanças ocorrem rapidamen- te, e muitas vezes, apenas com um simples toque na tecla enter do computador.
Outro fato relevante é que as pessoas precisam ser treinadas e motivadas para estimular a criatividade e o desempenho, visando os bons resultados.
Além desses parâmetros, o comprometimento sócio ambiental está sendo relevante para a imagem das organizações, assim como a participação em ações que ajudem a sociedade, seja na área social ou ambiental.
Com todas essas exigências, surgiram conceitos e ferramentas sobre o Controle da Qualidade Total, em que se destaca o Programa 5S.
Esse programa pode ser utilizado para qualquer sistema, pois possui características de ordenação, uti- lização com regras, controle, limpeza, saúde e autodisciplina. Ele é tão eficiente que pode ser utilizado até mesmo em atividades particulares.
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De origem japonesa, foi adaptado e traduzido para a língua portuguesa, onde a letra S, significa SENSO, que na sua origem oriental relaciona-se com exercitar a capacidade de apreciar, julgar e entender.
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Antonio
 
Mees
 
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)Figura 22 - 5s Fonte: SENAI (2017)
Todos os sensos apresentam resultados fortes no ambiente do trabalho ou em qualquer outro onde seja aplicado, principalmente no quesito qualidade.
Veja, a seguir, o significado de cada um.
SEIRI – Senso da Utilização e Organização
Representa o senso de utilização e organização, ou seja, deve-se remover ou eliminar os objetos desne- cessários do local e reduzir o desperdício. Parece simples, mas é uma tarefa laboriosa para algumas pesso- as, pois dependo do indivíduo, ele pode ter um grande apego a determinados objetos.
Com esse senso, a organização será melhorada, o que torna mais fácil a execução das tarefas diárias. Veja, a seguir, alguns benefícios:
a) entrada de recursos, devido a venda do material reciclado;
b) otimização do espaço, com a possibilidade de melhor utilização;
c) rendimento do tempo na busca do objeto, seja ele um arquivo, uma ferramenta ou um EPI;
d) melhoria no ambiente de trabalho, com redução do número de lesões nos funcionários;
e) maior produtividade e eficiência;
f) ) eliminação de objetos ou ferramentas desnecessárias e espaços em excesso;
g) eliminação de dados inúteis.
Imagine-se como auditor; você não estabeleceria um padrão de organização das informações coletadas durante um programa de auditoria? Sem esse padrão, com certeza muitas informações não seriam úteis, algumas seriam perdidas e o tempo de análise se tornaria muito elevado.
No Seiri, é definido um local de descarte que deve ser identificado e sinalizado; igualmente, todo mate- rial descartado deve ser identificado, para seu correto destino.
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Lembre-se que a responsabilidade sobre o material descartado só se extingue quando ele chega ao seu destino final.
Nesta fase, uma equipe multidisciplinar ou de diferentes áreas, pode agregar muito. Uma forma se exer- citar isso diariamente, é através do Diálogo Diário de Segurança (DDS), onde a equipe do setor de trabalho poderá levantar questionamentos em relação a SST, tais como:
a)As NRs relativas ao setor estão sendo cumpridas? (Ex.: operadores com treinamento em dia com a NR 11 para operação de empilhadeira).
b) Existe risco grave e iminente no local de trabalho? (Ex.: risco de acidente motivado pela obstrução de rotas seguras, com o armazenamento temporário de pallets).
c) As ferramentas estão em condições de segurança para sua utilização? (Ex.: fio da esmerilhadora de- sencapado).
d) Está havendo desperdício de materiais? (Ex.: má conservação de EPIs).
e) A manutenção de máquinas e equipamentos estão devidamente programadas, assim como as de ferramentas e da estrutura física? (Ex.: a falta de programação de manutenção pode ocasionar um acidente fatal em uma movimentação de carga).
f) ) Está ocorrendo uso abusivo de smartphones? (Ex.: acesso às redes sociais no período de trabalho, reduzindo a produtividade).
Esses e muitos outros questionamentos poderão ser inseridos no primeiro senso do programa e a sua aplicação facilitará na organização do espaço, combate ao desperdício, facilidade de limpeza, melhora da organização, redução da poluição visual, possibilidade de catalogação dos objetos etc.
Muitas vezes é preciso fazer para aprender! Certo? Então de modo prático, você pode AGORA mesmo, abrir seu armário (gaveta, pasta) para aplicar o Seiri, e separar tudo que possa ser descartado, doado e novamente guardado. Para os descartáveis, comece separando os recicláveis, dando o destino correto; o restante é lixo!
Em relação aos materiais para doação, pense em quem poderia se beneficiar melhor com aquilo que você deixou guardado. O que for guardar, analise bem se ele terá uma segunda chance, pois se o objeto não foi usado em um ano, por exemplo, dificilmente será utilizado em breve.
Atendendo ao princípio do programa 5S, você pôde exercitar a capacidade de pensar, julgar e entender a importância de cada objeto. Com os materiais, objetos e o ambiente organizados é hora de partir para o segundo senso: Seiton.
SEITON – Senso de Ordenação
Como base no exemplo anterior, tudo já foi separado, descartado, doado, restando apenas os materiais e objetos que serão novamente guardados. Então é preciso arrumar o que sobrou, ou seja, colocar a casa em ordem.
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Com os materiais a serem guardados, é necessária uma ordenação conforme o grau de utilidade, para facilitar o acesso. Imagine uma indústria onde, na ocorrência de um acidente, a equipe de emergência não encontre a maca!
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)Figura 23 - Organização
Um ambiente organizado, arrumado e ordenado dá uma impressão agradável para o trabalho e o tor- na mais produtivo, confortável e menos cansativo. Imagine o que os auditores-fiscais do Ministério do Trabalho poderiam pensar ao chegar em um canteiro de obras e encontrar ferramentas jogadas, máquinas quebradas ou adaptadas, má sinalização e excesso de entulhos? Com certeza, no momento de efetivar a fiscalização, a impressão conta muito.
Da mesma forma, quando se entra em uma empresa pela primeira vez para prestar um serviço e é en- contrado um ambiente organizado, limpo, com baixa poluição visual, a impressão sobre ela será muito boa, pois destaca a credibilidade e o respeito que ela tem para com seus clientes e colaboradores.
Como aplicar esse senso? Acompanhe:
a) Cada objeto deve ter seu lugar específico.
b) Deve-se adotar critérios para armazenar ou organizar os materiais (máquinas, ferramentas, objetos).
c) Os materiais de uso frequente devem ser alocados com facilidade de acesso.
d) No local de trabalho, manter somente os materiais (ferramentas, objetos) de uso diário.
e) Os materiais com baixa frequência de uso devem ser direcionados a um local apropriado, que não interfira nas atividades.
f) ) Pode-se usar etiquetas, tags, adesivos ou qualquer outra identificação visual para classificar os mate- riais e identificar seu local correto de armazenamento.
Com esse procedimento no cotidiano, as empresas e todos os envolvidos ganharão agilidade na busca dos objetos, controle de materiais, estímulo à criatividade e à racionalidade das tarefas.
Todos esses procedimentos estão ligados diretamente à SST, pois pode-se reduzir os riscos de acidentes e doenças, tornar a comunicação mais eficiente e melhorar o ambiente de trabalho, tanto no sentido físico quanto no cognitivo.
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Com o ambiente enxuto, organizado e identificado, é chegada a hora de avançar para o terceiro S: Seiso.
SEISO – Senso de Limpeza
Nos sensos anteriores, os materiais foram separados, descartados ou reciclados e o restante, novamente guardado no seu devido local e identificado; mas é preciso também limpar o ambiente.
Com o passar dos anos, a mão de obra está se tornando escassa e os trabalhadores estão se qualificando para alcançar posições de maior rendimento, o que torna difícil encontrar pessoas somente para a limpeza. Limpar significa eliminar a sujeira e cada um é responsável pelos resíduos que gera; sendo assim, ao sujar um local, limpe-o para que o mesmo esteja adequado para outra pessoa usar, da mesma maneira que você o encontrou. Quando as pessoas limpam seu local de trabalho, valorizam melhor esse senso.
Figura 24 - Senso de limpeza
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)Observe algumas boas práticas que podem ser seguidas no ambiente laboral:
a) desenvolver o hábito da limpeza;
b) manter o seu local de trabalho limpo e organizado, assim como as ferramentas e outros objetos de uso diário;
c) limpar objetos antes de guardar;
d) comunicar rapidamente quando houver necessidade de manutenção;
e) caso seja necessário, deve-se comunicar a equipe de limpeza (quando houver); f ) e em áreas de uso comum, manter a limpeza.
Na aplicação desta fase, é comum que a direção deixe os colaboradores à vontade, pois desta forma, novas maneiras de limpeza e organização poderão ser criadas. É importante que depois da limpeza e orga- nização, sejam registradas imagens de como ficou o local, para criar a padronização do ambiente, conceito que você entenderá no próximo senso: Seiketsu.
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SEIKETSU – Padronização, Asseio, Saúde
Na busca da melhoria contínua, também é possível a melhoria de padrões já estabelecidos. No senso anterior, foi citado que após a organização e limpeza é importante registrar como ficou o ambiente; dessa forma, e com o registro em mãos, é possível padronizar os sensos de descarte, ordenação e limpeza.
O Seiketsu exige muita persistência, paciência e determinação para salvaguardar a credibilidade do pro- grama 5S, pois caso o resultado não seja mantido, o local poderá voltar à desorganização anterior.
Ambiente e objetos limpos, organizados e padronizados melhoram a autoestima, a motivação, o equi- líbrio físico, mental e contribuem para a saúde, segurança e meio ambiente do trabalhador, todos os dias.
A seguir, você entenderá o que é o Shitsuke.
SHITSUKE – Disciplina ou Autodisciplina
Esse último senso parte do princípio do compromisso que cada trabalhador possui para o cumprimento do programa 5S em todas as etapas. Quando chegar neste quinto e último S, significa que os demais sen- sos estão estabelecidos.
A disciplina é efetivada quando, inconscientemente, as pessoas envolvidas realizam o programa de for- ma automática, sem cobranças, mesmo quando estão sozinhas. Nesse momento, as ações podem então ser discutidas com a participação de todos e pode ocorrer a elaboração de normas e critérios a serem indexados no programa.
A valorização do ser humano é um dos resultados que o programa atinge, além da melhoria do relacio- namento interpessoal, o que proporciona um ambiente de trabalho agradável, levando a melhor qualida- de de vida.
IMPLANTAÇÃO E CONTROLE DO PROGRAMA 5S
Para iniciar o processo de implantação do programa, é importante formalizar um planejamento com critérios e controle; isso é relativamente simples, mas é preciso seguir algumas diretrizes como:
a) sensibilização: é necessário que a alta administração se sensibilize sobre a importância do programa e se comprometaa conduzi-lo;
b) definição do gestor ou comitê central: a empresa deve nomear o responsável para gerir o programa e criar uma estrutura para implantar o 5S, elaborando um plano diretor e ministrando treinamento aos líderes que ajudarão na implantação e promoção integrada;
c) anúncio oficial: a empresa deve anunciar para toda a organização que a partir de uma determinada data será implantado o programa 5S, explicando a sua importância;
d) treinamento do gestor ou do comitê central: é necessário treinar o gestor, os líderes e/ou comitê cen- tral, a fim de alinhar os conceitos do programa; pode-se realizar visitas a empresas que já adotaram o 5S para conhecer como ele funciona e facilitar a execução;
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e) formação de comitês locais: têm a missão de promover o programa para sua equipe e/ou local de trabalho;
f) ) treinamento de comitês locais para lançamento do 5S: com o maior contato com os trabalhadores, os comitês locais podem orientar e conduzir o programa 5S em seu local de trabalho.
Na estruturação do planejamento do programa, é importante gerar formulários para auditar cada eta- pa, aplicando o método do ciclo PDCA, para buscar melhorias e estabelecer padrões.
Figura 25 - Implantação do 5S
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)É importante fazer o registro do antes e do depois para posterior comparação e motivação; isso faz com que os colaborares acreditem no programa. Pronto o planejamento e a constatação do estado atual da empresa, será agendado o Dia da grande limpeza, que marcará o primeiro dia da implantação do progra- ma 5S. Nesse ínterim, duas coisas serão fundamentais: áreas de descarte do senso do Seiri e estrutura (EPIs, equipamentos de limpeza, transporte etc.).
O grande dia de lançamento do programa 5S deve ser associado à comemorações, gincanas, palestras e confraternização geral, com o intuito de solenizar as mudanças e as melhorias. No mesmo dia, será rea- lizada a primeira auditoria interna de primeiro grau, para avaliar possíveis não conformidades do que foi objetivado, buscando correções e Kaizen (melhoria contínua).
3.5 PERFIL DO AUDITOR
Por se tratar de um trabalho com muita responsabilidade, ele exigirá do auditor sentimentos como automotivação, determinação e confiança. É enorme o volume de informações a serem coletadas e ana- lisadas, exigindo organização do tempo, das tarefas e das atividades. A atenção deve ser redobrada, pois quando se avalia pessoas, podem ocorrer conflitos capazes de atrapalhar as evidências e causar problemas.
Um processo de auditoria confiável e eficaz para ajudar as organizações a melhorar seu desempenho deve estar fundamentado em alguns princípios que estão diretamente relacionados ao perfil do auditor. Observe-os a seguir.
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a) Integridade: está associada com o profissionalismo, pois o auditor deverá realizar seu trabalho com interesse, cuidado, honestidade, responsabilidade e muita competência, porque o resultado da au- ditoria poderá interferir diretamente no rumo da gestão da empresa. Todas as observações devem estar em conformidade com algum requisito legal, sempre referenciada de forma imparcial e sem nenhuma influência que possa interferir em seu julgamento.
Sabe-se que todos têm convicções e nem sempre elas estarão certas ou serão aplicáveis. Por exemplo, um juiz de um determinado fórum, por mais que tenha sua opinião pessoal, jamais poderá deixá-la interferir no seu trabalho, pois a sentença deverá ser estipulada com base nas leis.
b) Apresentação justa de informações: é obrigação do auditor que as informações apresentadas sejam verdadeiras, precisas, objetivas, em tempo hábil e de forma completa.
c) Devido cuidado profissional: os julgamentos devem ser feitos de forma ponderada e com bom senso em todas as situações de auditoria. Críticas pessoais deverão ser evitadas, assim como opiniões em relação à parte interessada.
d) Confidencialidade: as informações obtidas durante a auditoria devem ser tratadas com discrição e não podem ser usadas fora do processo de auditoria, de forma que venha a prejudicar o auditado.
Segurança da informação é um dilema atual. Com o advento da internet, novas tecnologias e aparelhos celulares com câmera, a proteção das informações internas são um desafio enfrentado todos os dias pelas empresas. Uma empresa pode se destacar no mercado em relação ao seu con- corrente por apenas organizar melhor um processo de fabricação, e uma imagem, um documento ou qualquer outro meio de informação enviado para um concorrente pode gerar uma catástrofe para os negócios. Então, deve-se ter o máximo de cuidado com todos os dados, desde obtenção, manipulação e até mesmo, após a conclusão dos trabalhos.
e) Independência: recomenda-se que os auditores não tenham vínculo com a área ou atividade auditada para que não sejam tendenciosos e não estejam sujeitos a conflitos de interesses. Independentemente se a auditoria é interna ou externa, a imparcialidade do profissional sempre deverá ser preservada, e para isso, manter o foco é uma forma de evitar possíveis desvios durante o trabalho. Ao perceber uma certa tendência, pode-se estabelecer uma pausa e alinhar os conceitos com a equipe, garantindo assim, um excelente trabalho.
f) ) Abordagem baseada em evidências: para obter conclusões confiáveis, a abordagem da auditoria precisa ser fundamentada em fatos e dados que representem evidências objetivas, ou seja, todas as informações deverão possuir uma rastreabilidade, para poderem ser verificadas posteriormente.
Em termos de comportamento, é esperado que o auditor possua habilidades para atuar em consonân- cia com os princípios da auditoria. Acompanhe, a seguir, as qualidades requeridas do comportamento profissional do auditor durante essa atividade.
a) Ter a capacidade de resolver conflitos.
b) Saber trabalhar com prazos, pressão e escassez de recursos.
c) Ser ético e honesto.
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)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
d) Estar aberto a considerar ideias alternativas e outros pontos de vista.
e) Tratar as pessoas com diplomacia.
f) ) Ser perceptivo e observador frente às situações, sendo capaz de entendê-las e de manter-se atento ao que ocorre ao redor.
g) Ter flexibilidade para se adaptar a situações diferentes.
h) Ser persistente para manter o foco nos objetivos da auditoria.
i) Agir com autoconfiança e firmeza diante de conflitos e situações de desacordo.
j) Ser colaborativo através da interação eficaz com as outras pessoas.
k) Ter sensibilidade para respeitar aspectos culturais do auditado.
l) Ser capaz de analisar situações de forma lógica e chegar a conclusões em tempo hábil.
Além de todas estas habilidades, para alcançar os resultados pretendidos, é importante também que o auditor apresente conhecimentos tanto genéricos quanto específicos, que o qualifiquem para tal.
Observe, a seguir, os conhecimentos e habilidades genéricas das quais se espera que o auditor tenha domínio.
a) Princípios, métodos e procedimentos de auditoria: esse conhecimento dará condições ao auditor para conduzir seu trabalho de modo consistente e sistemático, selecionando e aplicando de forma adequada os métodos de auditoria.
b) Sistema de gestão e documentos de referência: vai contribuir para que o auditor entenda o escopo da auditoria e aplique os critérios da mesma.
c) Contexto organizacional: permitirá que o auditor compreenda como o objeto de sua auditoria está estruturado e quais práticas de gestão devem ser adotadas.
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Vitória
 
Strelo
 
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(2017)
)Requisitos legais e de contrato aplicáveis ao auditado: permitirá que o auditor trabalhe consciente- mente em relação aos aspectos legais e os considere em seu trabalho.
Figura 26 - Perfil do auditor
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Como mencionado, também é desejável que o auditor possua conhecimentos e habilidades específicos relacionados às características da área, processo ou função auditada, para que tenha competência suficien- te para obter informações, analisar,avaliar e apresentar constatações conclusivas.
Acompanhe, a seguir, alguns desses conhecimentos.
a) Terminologia relacionada à gestão em SST.
b) Avaliação e mitigação de riscos.
c) Avaliação de acidentes e incidentes operacionais.
d) Interação de processos, máquinas, meio ambiente e pessoas.
Você inteirou-se de muitas informações a respeito da sua área de atuação, mas ainda há muito a apren- der, por isso continue atento!
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você conheceu definições relacionadas à auditoria: seus objetivos e tipos.
Estudou também que no processo de auditoria podem ser tomados, como referência, alguns elementos como normas, procedimentos, prêmios, processos, produtos, regulamentos técnicos e programas, como o 5S, que é constituído de sensos capazes de apresentar resultados fortes no ambiente do trabalho ou em qualquer outro onde seja aplicado, principalmente no quesito qualidade.
Entendeu que faz parte dessa atividade a avaliação que correlacione os itens identificados nas auditorias em Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho com os requisitos estabelecidos em normatizações internas e/ou externas e pôde perceber que reconhecer os fluxos operacionais da empresa é parte fundamental.
E, igualmente, pôde analisar o perfil do auditor e constatar que o mesmo deve apresentar conhecimentos tanto genéricos quanto específicos, que o qualifiquem para tal, além de observar que trabalhar com profissionalismo é imprescindível para todas as classes, principalmente para esse profissional, que deve possuir alguns atributos para que a auditoria alcance os resultados de forma eficaz e confiável.
Muito já foi estudado, mas ainda há muita informação para ser transformada por você em conhecimentos e habilidades, por isso prossiga para o tema programação de auditorias.
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Programação
 
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Auditorias
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)
Pense em coisas que você desejou realizar, como uma viagem ou uma festa. Como foi esse processo? Tudo foi simplesmente acontecendo a partir de um desejo ou você programou e foi executando cada etapa desta programação?
Programar uma atividade é, basicamente, obter informações sobre a condição atual e a situação futura desejada e, com base nelas, estabelecer as ações, os agentes, os recursos necessários e os prazos a serem cumpridos.
Dessa forma, a programação contribui para que sejam atingidos os objetivos da auditoria, de modo eficaz.
Portanto, neste capítulo, você conhecerá melhor como o programa de auditoria é estruturado, as etapas e os principais aspectos3 de cada uma delas, a identificação de processos e a composição de equipes, que serão a base para o desenvolvimento do cronograma de auditoria, seguido da aprovação do programa, e estudará sobre a comunicação durante o processo.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) reconhecer os fluxos operacionais da empresa;
b) correlacionar os itens identificados nas auditorias em Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho com os requisitos estabelecidos em normatizações internas e/ou externas.
Continue com suas análises e se aproprie de mais esses conhecimentos. Bons estudos!
3	Ponto de vista; maneira de ver alguma coisa.
 (
60
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
4.1 IDENTIFICAÇÃO DE PROCESSOS
Identificar os processos de uma empresa faz parte do planejamento da auditoria. Fazer o levantamento inicial, reconhecer os processos e conhecer a fundo o ramo de atuação são parâmetros fundamentais para se formatar um sistema de referência, com critérios específicos, correlacionados com a legislação vigente4 e as normas externas e internas.
Figura 27 - Identificação dos processos
 (
iStock
 
([20--?])
)Por exemplo, você foi contratado ou designado por uma construtora para realizar uma auditoria em um canteiro de obras e esse canteiro refere-se à construção de um edifício com trinta andares. A solicitante gostaria que fosse realizado uma auditoria específica em relação à NR 18, ou seja, que fossem verificadas as conformidades em relação a condições e meio ambiente na indústria da construção.
Para realizar esse trabalho, você terá que conhecer todas as etapas e processos da construção deste edifício em tempo real, pois depois do término da obra, as informações obtidas poderão não ter a mesma utilidade, porque não existirão mais trabalhadores neste local, onde os mesmos poderiam ter corrido mui- tos riscos, e nesse ínterim, a empresa estaria susceptível a uma autuação dos auditores fiscais do Ministério do Trabalho.
Para uma obra dessa amplitude, você poderia obter informações no PPRA da empresa atualizado e no PCMAT, que especifica melhor as etapas e os processos da indústria da construção. Lembre-se que no caso desse exemplo, uma auditoria deverá ter um prazo bastante curto, pois o trabalho não é cíclico como uma linha de produção em que todos os dias os processos são os mesmos.
Em muitos momentos, somente um profissional não será suficiente para executar uma atividade de auditoria. Neste caso, é necessário a formação de uma equipe, que pode ser composta por integrantes de diversas áreas ou multidisciplinar, com o intuito de somar conhecimentos, dividir experiências, diminuir erros e multiplicar resultados.
4	Que se encontra em vigor; que está em aplicação.
 (
61
)4 PROGRAMAÇÃO DE AUDITORIAS
4.2 COMPOSIÇÃO DE EQUIPES
Nem sempre há tempo e conhecimentos suficientes para realizar uma auditoria, sendo assim, pode-se formar uma equipe multidisciplinar ou da mesma área e distribuir as tarefas. Caberá à pessoa que irá geren- ciar o programa de auditoria indicar ou escolher os membros da equipe, inclusive o auditor-líder. A seleção dos componentes da equipe precisa considerar a competência necessária para seguir o escopo definido e atingir os objetivos da auditoria.
Para dimensionar a equipe de trabalho, pode-se seguir algumas diretrizes como:
a) Grau de complexidade da auditoria.
b) Métodos, processos e procedimentos da auditoria.
c) Requisitos legais e outros requisitos aplicáveis que comprometam a organização.
d) Independência de cada membro, evitando possíveis conflitos ou tendências nas informações obti- das.
e) Capacidade, habilidade e competência de cada membro da equipe. f ) Prazo para a entrega dos resultados.
É importante o gestor conhecer a especialidade de cada integrante e se certificar de que tenham os conhecimentos e habilidades necessários, a fim de executar um trabalho eficaz e de alta confiabilidade, considerando que os resultados podem implicar diretamente na saúde financeira de uma empresa, e prin- cipalmente em SST, onde vidas poderão ser expostas ao perigo.
Na fase de planejamento do programa, é importante a participação de toda a equipe, pois cada pessoa tem uma visão diferente sobre a mesma questão e isso facilita a gestão do programa.
Figura 28 - Equipe
 (
iStock
 
([20--?])
)A distribuição dos trabalhos para os membros deverá ser respeitada por todos, com a finalidade de evitar qualquer conflito, duplicidade de informações ou contradições de uma mesma situação.
 (
62
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Para o alinhamento da equipe é importante que todos conheçam:
a) os objetivos da auditoria;
b) os critérios adotados e os documentos de referência, como NRs, ISO, NBRs, leis, entre outras;
c) os procedimentos e métodos da auditoria;
d) o escopo da auditoria;
e) a disponibilidade e a distribuição dos recursos;
f) ) as informações gerais, como normas internas para entrar em uma área, treinamento de integração para entrar em uma empresa, localização etc.
 (
SAIBA
 
MAIS
Para
 
conhecer
 
mais
 
sobre
 
a
 
programação
 
de
 
auditorias,
 
consulte
 
a
 
norma
 
ABNT
 
NBR
 
ISO 19011, disponível no 
site 
de normas da ABNT, no endereço eletrônico <https://
 
www.abntcolecao.com.br/>.
)
É importante para qualquer equipe determinar a autoridade do auditor-líder e suas atribuições legais durante toda fase da auditoria, o que evitará possíveis condições de conflitos e qualquer tipo de desvio de comportamento dos membros.
Nemtodas as pessoas possuem habilidade para trabalhar em equipe, portanto manter transparência, foco e determinação ajudará no bem-estar; é importante destacar que o comportamento é algo que se adquire, e com base nisso, qualquer ser humano possui recursos necessários para executar mudanças.
4.3 CRONOGRAMA
Pode-se conceituar cronograma como uma ferramenta de gestão de uma ou mais atividades, onde se descreve, ordenadamente, o tempo em que cada atividade será realizada, assim podendo incluir os recur- sos necessários para cada fase.
 (
iStock
 
([20--?])
)Figura 29 - Cronograma
 (
63
)4 PROGRAMAÇÃO DE AUDITORIAS
Pode-se descrever todas as etapas que serão necessárias para a realização da auditoria, como levanta- mento de informações em cada setor, o tratamento das mesmas, assim como a execução de ações correti- vas, de melhorias e a comunicação final.
Uma ferramenta muito utilizada para a elaboração de cronogramas é o diagrama de Gantt. Basicamente, trata-se da representação gráfica onde são listadas as tarefas e ao lado da descrição das mesmas são dis- postas barras horizontais, indicando o intervalo de tempo entre o início e o fim de cada tarefa.
 (
iStock
 
([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)Figura 30 - Diagrama de Gantt
Existem planilhas, formulários e softwares utilizados para elaboração e gestão de cronogramas. Lembre- se que o cronograma é uma forma de auditar como está o andamento do trabalho em relação ao planejado.
 (
CURIOSI
 
DADES
Henry
 
Gantt,
 
engenheiro
 
mecânico,
 
em
 
1903,
 
implementou
 
uma
 
forma
 
gráfica
 
de
planejar,
 
organizar
 
e
 
controlar
 
a
 
produção
 
industrial.
 
Em
 
1960,
 
o
 
diagrama
 
de
 
Gantt
 
passou
 
a
 
ser
 
usado
 
no
 
gerenciamento
 
de
 
projetos.
 
Por
 
ser
 
uma
 
ferramenta
 
visual
e
 
de
 
fácil
 
compreensão,
 
é
 
usado
 
ainda
 
hoje
 
para
 
ajudar
 
a
 
identificar
 
com
 
precisão
 
o
 
início
 
e
 
o
 
término
 
de
 
cada
 
atividade,
 
os
 
gargalos,
 
a
 
alocação
 
dos
 
recursos,
 
as
interdependências
 
e
 
o
 
andamento
 
das
 
atividades,
 
possibilitando
 
a
 
tomada
 
de
 
decisões
 
mais
 
assertivas
 
em
 
relação
 
à
 
execução
 
dos
 
projetos.
)
A utilização destes recursos facilita a elaboração e a atualização dos cronogramas e também melhora a apresentação. No entanto, não importa se um cronograma foi feito apenas a lápis ou se foi utilizado um recurso mais sofisticado; o que fará diferença na eficácia do processo é o acompanhamento das atividades planejadas e as ações para correção dos desvios, feitas em tempo hábil.
 (
64
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
CASOS E RELATOS
Defesa Civil suspeita de falha de procedimento em obra de estádio
O coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Paca de Lima, afirmou no final da tarde desta quarta-feira (27) que, ao inspecionarem o chão onde o guindaste que desabou estava apoiado, não é possível perceber qualquer tipo de falha no solo. Para ele, o mais provável é que tenha ocorrido “uma falha de procedimento”, mas não deu maiores detalhes. “A perícia que vai dizer a causa do acidente”, ressaltou Lima.
Para Paca de Lima, a tragédia poderia ter sido ainda maior. “Se tivesse ocorrido no horário de pleno movimento, provavelmente o número de vítimas seria maior”, declarou. No horário do acidente, por volta das 12h40, os operários estavam em horário de almoço.
O operário Adilson do Nascimento, de 43 anos, amigo do motorista Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, que morreu nesta quarta-feira no acidente nas obras do estádio do Corinthians contou que, como torcedor do time, a vítima sonhava em ver a estrutura pronta. “Ele era corintiano roxo. O prazer dele era ver o estádio pronto”, contou.
Fábio, motorista e operador de guindaste do tipo munck da empresa BHM, e Ronaldo Oliveira dos Santos, 44 anos, montador da empresa Conecta, morreram no acidente ocorrido no início da tarde, quando um guindaste erguia uma peça de 420 toneladas. Cerca de 30 funcionários trabalhavam na operação, enquanto os outros estavam em horário de almoço.
O outro operário morto, Ronaldo Santos, descansava em seu horário de almoço em um ponto inadequado, dentro de um túnel de acesso a uma área do estádio, segundo o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez. “Ronaldo estava descansando em um lugar que não era para estar”, disse em entrevista coletiva.
Perícia
Odebrechet e Corinthians afirmaram, em pronunciamento conjunto, que somente a perícia vai determinar a causa do acidente. Um guindaste, que fazia o içamento da peça, tombou e atingiu parte da estrutura das arquibancadas. Sanchez afirmou que empresa e clube não têm estimativa de qual será o impacto do desabamento no cronograma das obras do estádio, que vai abrigar a abertura da Copa do Mundo de 2014.
Fonte: (G1, 2013)
 (
65
)4 PROGRAMAÇÃO DE AUDITORIAS
Nesta seção, você observou como elaborar a programação de auditorias. A seguir, você verá os aspectos relacionados à aprovação do plano de auditoria junto ao cliente.
4.4 APROVAÇÃO
Tendo a programação da auditoria concluída, com os processos identificados, a equipe composta e o cronograma definido, deve-se encaminhar o programa para a aprovação, que significa informar sobre o programa de auditoria, formalmente, ao responsável pela organização a ser auditada.
A partir da aprovação, serão desencadeados outros procedimentos como a liberação para adentrar na empresa, a autorização para acesso à documentos e a disponibilização de pessoas e de recursos para o levantamento de informações.
Nesta fase do processo, é fundamental que todos os detalhes sejam apresentados de forma clara, para que o cliente entenda e fique de acordo com todas as ações a serem desempenhadas, ciente dos recursos e disposto a dar o apoio necessário para executar a auditoria.
Figura 31 - Aprovação
 (
iStock
 
([20--?])
)Todos e principalmente a empresa solicitante precisam dessas informações com rapidez e com alto grau de confiabilidade. Uma boa postura, comunicação eficiente e uma apresentação clara do objetivo e plano de ação, são ferramentas importantes para dar maior credibilidade ao trabalho.
4.5 PLANO DE COMUNICAÇÃO
No período de execução da auditoria, serão necessários acordos formais para a comunicação com o auditado, o cliente da auditoria e eventualmente, os órgãos externos.
 (
66
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Entre as pessoas da equipe, a comunicação deve ocorrer periodicamente para, através da troca de in- formações, acompanhar o andamento da execução da auditoria em relação ao cronograma, podendo ser definidas novas prioridades, possíveis cancelamentos, informações sobre ocorrências, novos fatos e corri- gir eventuais desvios, realocando recursos e redefinindo tarefas.
Figura 32 - Comunicação
 (
iStock
 
([20--?])
)O andamento da auditoria, bem como questões inerentes ao processo e, principalmente, evidências que representem risco imediato, precisam ser comunicadas o mais breve possível ao cliente da audito- ria e ao auditado. Qualquer alteração necessária no programa também deve ser comunicada a todos os envolvidos.
 (
FIQUE
 
ALERTA
A
 
auditoria
 
em
 
SST,
 
por
 
se
 
tratar
 
de
 
um
 
processo
 
formal
 
que
 
envolve
 
responsabilidades
 
e também aspectos legais, requer que além de verbal, a comunicação seja feita de
 
modo
 
formal
 
e
 
documentado.
)
No processo de auditoria, tanto interna como externa, deve-se definir um plano de comunicação, atra- vés de memorandos, informativos, reuniões e outros meios, sempre respeitando as normas e procedimen- tos da empresa auditada.
As reuniões integram o processo, pois são uma ferramenta de rápida resposta, onde a comunicação é transmitida instantaneamente e tem resultados imediatos.
 (
67
)4 PROGRAMAÇÃO DE AUDITORIAS
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você teve a oportunidade de aprender sobre os elementos importantes que antecedem um processo de auditoria, como a identificação de processos e a composição de uma equipe.Pôde perceber, também, que a elaboração de um cronograma claro, objetivo e com metas alcançáveis facilita a aprovação do programa de auditoria pela alta direção da empresa.
Desde o princípio do processo de auditoria, a comunicação eficiente é necessária e deve ser feita por meio de informativos, memorandos, mensagens eletrônicas e reuniões. Estude cada vez mais sobre a comunicação, pois ela trará muitas vantagens para sua vida pessoal e profissional.
 (
Preparação
 
de
 
Auditorias
5
)
Quais são as primeiras etapas a serem cumpridas para executar uma atividade?
Por exemplo, quando você decide sair para dar um passeio de bicicleta, o que acontece entre o momento da decisão e a primeira pedalada? Você planeja se vai sozinho ou não, programa
o momento de sair e o trajeto a percorrer. Depois disso, e ainda antes da primeira pedalada, você se prepara, verifica se a bicicleta está em ordem, veste uma roupa adequada, coloca o capacete e pega uma garrafa com água. Essa preparação ajuda a executar a atividade de modo previsível, seguro e confortável. Se a preparação ajuda em atividades simples, em atividades complexas, como uma auditoria, ela passa a ser fundamental.
Por isso, no estudo deste capítulo, você irá conhecer alguns aspectos relevantes da preparação da auditoria tais como a definição do objetivo e do programa de auditoria, bem como a previsão de recursos para executá-lo. Também entenderá os papéis e responsabilidades do auditor e os métodos de auditoria.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) reconhecer legislação, normas e notas técnicas aplicáveis ao processo de trabalho;
b) reconhecer os fluxos operacionais da empresa;
c) reconhecer as técnicas de registro disponibilizadas pela empresa;
d) identificar, na legislação e em normas técnicas, as orientações sobre registro e guarda de documentos.
A partir de agora, você terá a oportunidade de conhecer diversas informações sobre o assunto que farão a diferença em suas práticas profissionais; inicie com os objetivos da auditoria.
Bons estudos!
 (
70
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
5.1 OBJETIVO DO PROGRAMA DE AUDITORIA
O gerenciamento de um programa de auditoria começa pela determinação dos seus objetivos, sendo que, de modo geral, significa contribuir para que a auditoria resulte no diagnóstico da situação atual com base nas evidências levantadas e segundo os critérios estabelecidos.
O programa de auditoria visa também possibilitar a gestão do processo da mesma, com base nos fato- res elencados a seguir:
a) prioridade das necessidades dos gestores da área auditada;
b) intenções de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho, comerciais e outros negócios;
c) características de processos, produtos, projeto;
d) requisitos do sistema de gestão;
e) requisitos legais, estabelecidos em contratos, e outras questões com as quais a empresa esteja com- prometida;
f) ) necessidade para avaliação de fornecedor;
g) necessidade de expectativas das partes interessadas, incluindo clientes;
h) nível de desempenho do auditado, como mostrado na ocorrência de falhas, incidentes ou reclamação dos clientes;
i) riscos para o auditado;
j) resultados de auditorias anteriores;
k) nível de maturidade do sistema de gestão que está sendo auditado.
Figura 33 - Preparação
 (
iStock
 
([20--?])
)Observe, a seguir, alguns exemplos de objetivos de um programa de auditoria em SST:
a) atender a requisitos externos, por exemplo, aos requisitos da NR 5 em relação ao SESMT;
b) verificar a conformidade dos requisitos dos contratos com empresas prestadoras de serviço;
 (
71
)5 PREPARAÇÃO DE AUDITORIAS
c) determinar se o Sistema de Gestão em SST está sendo eficaz;
d) apoiar a melhoria do Sistema de Gestão em SST.
Em resumo, o programa de auditoria visa evidenciar tanto os aspectos que estão em conformidade com os critérios de auditoria, quanto os que não estão. As evidências de conformidade possibilitam à empresa obter certificações que serão usadas como fatores de qualificadores. Já as evidências de não conformidade são oportunidades de melhoria que deverão ser trabalhadas por meio de ações corretivas e preventivas.
5.2 PROGRAMA DA AUDITORIA
O conteúdo do programa de auditoria é formado a partir do estabelecimento de como a mesma deve ser conduzida. Observe, a seguir, as principais definições:
a) as atribuições, responsabilidades e competências do gestor: se refere aos atributos e conhecimentos necessários para condução efetiva da atividade;
b) a abrangência da auditoria: são considerados fatores relacionados ao escopo, por exemplo, quanti- dade, localização, importância e complexidade das atividades a serem auditadas;
c) os riscos do programa de auditoria: estão relacionados ao cumprimento do cronograma e ao alcance dos objetivos da mesma. Por exemplo, garantir recursos suficientes para executar os trabalhos no prazo;
d) os procedimentos a serem adotados: são aspectos relacionados à confidencialidade e segurança das informações, definição de atribuições e responsabilidades para a equipe envolvida na auditoria e manutenção de seus registros;
e) os recursos necessários para executar a auditoria: neste item são considerados os recursos financei- ros, disponibilidade de auditores, disponibilidade de meios para coletar e processar dados, emitir relatórios e se comunicar.
A programação da auditoria é fundamental para que as atividades sejam cumpridas de acordo com as previsões, dentro dos prazos determinados e com os recursos previstos.
A seguir, pode ser analisado um exemplo da estrutura de tópicos de um programa de auditoria:
PLANEJAMENTO
a) Objetivo
b) Escopo
c) Identificação de processos
d) Sistema de referência
e) Critérios da auditoria
 (
72
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
f) ) Composição de equipes
g) Aprovação
h) Plano de comunicação
PREPARAÇÃO DA AUDITORIA
a) Objetivo do programa de auditoria
b) Programa de auditoria
c) Previsão de recursos
d) Responsabilidades
e) Elaboração do plano de auditoria
VALIDAÇÃO DO PLANO DE AUDITORIA
EXECUÇÃO DA AUDITORIA
a) Reunião de abertura
b) Coleta de evidências
c) Tipos e descrição de não conformidades
d) Comunicação de não conformidades
e) Relatório final
f) ) Reunião de encerramento
COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS
a) Ações corretivas e de melhoria
b) Verificação da eficácia
c) Comunicação final – Fechamento da auditoria
Perceba que o processo anterior pode se tornar cíclico, pois após a realização da auditoria, serão suge- ridas ações corretivas, ações de melhorias e, posteriormente, de verificação.
 (
iStock
 
([20--?])
)
 (
73
)5 PREPARAÇÃO DE AUDITORIAS
5.3 PREVISÃO DE RECURSOS
Como em qualquer outro tipo de projeto, na preparação para execução do programa de auditoria é fundamental que haja uma previsão dos recursos necessários para o desenvolvimento do processo.
A previsão de recursos considera a necessidade de recursos materiais, de logística e de pessoal. Dentre os recursos materiais estão lista de verificação (checklist), protocolos, guias de entrevistas, computadores, e eventualmente, aparelhos para medição em, por exemplo, a medição de ruído. Recursos de logística compreendem despesas de viagem e acomodação, já em relação aos recursos humanos, há basicamente a definição da equipe de auditoria.
A previsão adequada de recursos é imprescindível e contribui para que a auditoria possa ser organizada e executada de modo efetivo e dentro do prazo determinado.
5.4 PAPÉIS E RESPONSABILIDADES DO AUDITOR
A definição e o conhecimento da atribuição e das responsabilidades de cada indivíduo dentro de uma organização resultam em diretrizes para o desempenho do trabalho, pois para que o processo de auditoria possa fluir de modo organizado, produtivo e efetivo, isso é fundamental.
E você, sabe exatamente qual é sua função e suas reponsabilidades perante a organização a qual você faz parte?
Veja, a seguir, como isso se aplica na equipe de auditoria.
AUDITOR-LÍDER
Como o próprio nome diz, para essa função, liderança é uma das capacidadesque o auditor- líder deve apresentar, com a finalidade de motivar e conduzir a gestão do grupo; sua atribuição é assegurar a condu- ção eficiente e eficaz da auditoria, de acordo com o escopo e o plano aprovado da mesma.
Figura 34 - Auditor-líder
 (
74
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
No exercício de sua função, o auditor-líder passa a assumir responsabilidades fundamentais para o bom desempenho das ações.
Portanto, observe, a seguir, algumas das responsabilidades do auditor-líder:
a) planejar e organizar o trabalho de auditoria;
b) zelar para que a equipe tenha a qualificação e a competência adequada;
c) distribuir as tarefas entre os membros da equipe;
d) acompanhar todo o processo da auditoria;
e) preparar, conduzir, relatar e verificar uma auditoria;
f) ) conduzir reuniões de abertura, periódicas e de encerramento;
g) resolver pontos conflitantes e impasses críticos;
h) conduzir o processo buscando atingir o objetivo da auditoria;
i) emitir o relatório final;
j) atender a todas as atribuições de auditor.
Essas são as diretrizes para o trabalho do auditor-líder. A seguir, você conhecerá a atuação do auditor.
AUDITOR
O comportamento pessoal do auditor é muito importante também. Pessoas sem comprometimento, desmotivadas, sem ética e com falta de profissionalismo não devem pertencer à equipe, pois há grande risco de comprometer o trabalho.
O papel do auditor é conduzir suas atividades, de modo eficiente e eficaz, com base no escopo, cum- prindo o cronograma de forma responsável e com foco nos critérios e objetivos.
No cumprimento de sua função, ele possui responsabilidades necessárias para o bom desempenho do processo de auditoria, observe-as a seguir:
a) zelar pela sua qualificação;
b) permanecer atento e reportar as não conformidades;
c) ser imparcial e objetivo;
d) esclarecer dúvidas pertinentes e evitar disputas;
e) manter a confidencialidade e a ética;
 (
ALERTA
FIQUE
Para
 
que
 
o
 
auditor
 
possa
 
cumprir
 
com
 
suas
 
responsabilidades,
 
é
 
imprescindível
 
que
 
ele
possua
 
o
 
perfil
 
adequado
 
com
 
os
 
conhecimentos
 
e
 
competências
 
necessárias.
)
 (
75
)5 PREPARAÇÃO DE AUDITORIAS
Você já deve ter aprendido que quando se realiza uma auditoria, toda a visão é redirecionada para o ob- jetivo desse trabalho. Deve-se empregar muito esforço para ver situações que antes não eram percebidas, porque o ser humano, às vezes, só vê aquilo que quer! Como assim? O ser humano tem a capacidade de filtrar as informações. Veja um exemplo bastante comum:
Você algum dia já quis comprar algo que queria muito? Um brinquedo, quando criança, ou mesmo um objeto, depois de adulto? Percebeu que no momento em que colocou essa necessidade na sua mente, passou a enxergar a todo momento e em todos os lugares esse brinquedo ou objeto? Às vezes é de causar espanto o fato de haver tantos, iguais ao desejado, por toda a cidade! Fique tranquilo, é normal a mente filtrar as informações de interesse individual. Dessa forma, manter o foco é fazer com que a mente filtre todas as informações de interesse e evite desvios.
5.5 MÉTODOS DE AUDITORIAS
Os métodos de auditoria são procedimentos organizados, sistemáticos e lógicos, aplicados para a ava- liação de conformidade, e conforme o objetivo da auditoria, eles são aplicados na avaliação de produtos, processos ou sistemas.
A aplicação dos métodos de auditoria resultará, basicamente, em evidências de conformidade ou ne- cessidades de adequação. Acompanhe mais informações:
AUDITORIA DOCUMENTAL
Este método de auditoria utiliza-se de duas estratégias de abordagem. De forma simples, seu objetivo é verificar se a empresa tem os procedimentos documentados e se segue ou cumpre o que está descrito nestes documentos.
A seguir, você conhecerá as estratégias de abordagem da auditoria documental.
Realização de entrevistas com gestores e profissionais do SESMT
Essas entrevistas devem ser realizadas com pessoas que tenham envolvimento e conhecimento dos aspectos de gestão referente ao que está sendo auditado e visam verificar a aplicação do que está docu- mentado. A escolha dos entrevistados deve ser feita com critério e cautela, a partir da indicação do respon- sável pela parte auditada. Para uma condução eficaz das entrevistas, é sugerida a utilização de checklist, elaborado antecipadamente pelo auditor, de acordo com o assunto a ser auditado.
Veja, a seguir, exemplos dos itens que compõem este tipo de checklist.
a) Para auditar o apoio da organização;
b) existência de Política de Segurança e Saúde;
c) nomeação de um coordenador;
d) participação da gerência;
 (
76
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
e) manuais de segurança; f ) planos e objetivos;
g) comitês de segurança;
h) reconhecimento individual e em grupo;
i) recusa ao trabalho;
j) controle de documentos;
k) procedimento de comunicação interna e externa. Para auditar inspeções de segurança:
a) existência de inspeções válidas;
b) plano de inspeções periódicas;
c) equipe participante das inspeções;
d) conhecimento da equipe;
e) identificação dos itens com potencial de perda; f ) comunicação das condições abaixo do padrão;
g) sistema de classificação de risco;
h) sistema de acompanhamento;
i) análise das condições repetitivas;
j) frequência das inspeções;
k) inspeções de equipamentos de emergência;
l) inspeções em equipamentos móveis e de levantamento de carga. Para auditar investigação de acidentes e incidentes:
a) sistema de informação de acidentes e incidentes;
b) tipos de acidentes relatados;
c) métodos de análise;
d) relatório;
e) participantes da investigação; f ) fontes de informação;
g) arquivos de registro.
 (
77
)5 PREPARAÇÃO DE AUDITORIAS
Verificação dos registros pertinentes ao sistema de gestão
Essa verificação de registros pode ser feita em conjunto com a entrevista ou por meio de solicitação, ao auditado, da apresentação dos registros. Basicamente, consiste em examinar documentos como listas de presença, atas de reunião, materiais de treinamento e demais controles.
AUDITORIA DE CAMPO
Realização de entrevistas com empregados
Essas ações têm o objetivo de encontrar evidências que possibilitem verificar a existência das consis- tências do sistema, ou seja, se o que está documentado está sendo cumprido na prática, pois quando o sistema existe no papel e não há evidências de que o mesmo seja praticado na empresa, considera-se que ele não existe.
Acompanhe, a seguir, alguns aspectos a serem considerados pelo auditor nas entrevistas:
a) local das entrevistas;
b) quantidade de pessoas a serem entrevistadas;
c) tipos de perguntas;
d) formas de entrevistar;
e) anotação das respostas;
f) ) tempo previsto para as entrevistas.
Verificação de evidências por meio de inspeção
Trata-se da verificação de evidências, em campo, através de inspeção de condições físicas.
 (
Em 2013, o Brasil retrocedeu no quesito prevenção de acidentes. O ano registrou
 
717.911
 
acidentes
 
(acréscimo
 
de
 
0,55%
 
em
 
relação
 
a
 
2012)
 
e
 
2.797
 
mortes
 
(acréscimo
 
de 1,05%). O país acumulou prejuízos com a concessão de benefícios acidentários,
 
redução
 
da
 
produtividade
 
e
 
vidas
 
interrompidas
 
pelas
 
más
 
condições
 
de
 
saúde
CURIOSI
e
 
segurança
 
no
 
ambiente
 
de
 
trabalho.
 
Segundo
 
o
 
Anuário
 
Brasileiro
 
de
 
Proteção,
 
DADES
as
 
auditorias
 
do
 
Ministério
 
do
 
Trabalho
 
no
 
Brasil,
 
em
 
2013,
 
totalizaram
 
112.977
 
autuações
 
(aumento
 
de
 
23,6%),
 
5.680
 
embargos/interdições
 
(aumento
 
de
 
11,2%)
 
e
2.489
 
acidentes
 
analisados
 
(aumento
 
de
 
30,86%).
 
Apenas
 
as
 
notificações
 
registraram
 
uma
 
baixa:
 
135.546
 
(redução
 
de
 
7,21%).
Fonte:
 
(REVISTA
 
PROTEÇÃO,
 
2015).
)
 (
78
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Objetiva-se localizar evidências que permitam verificar a existência ou não de consistência do sistema de SST. Essa ação costuma ser mais detalhada.
Observe, a seguir, alguns itens verificados nessas inspeções:
a) substâncias químicas perigosas;b) depósitos de resíduos;
c) ferramentas;
d) equipamentos móveis;
e) equipamentos de levantamento de carga; f ) vasos de pressão;
g) gases comprimidos;
h) sistemas mecânicos, hidráulicos, pneumáticos e elétricos;
i) sinalização de segurança;
j) sistemas de alarme e combate a incêndio;
k) instruções de emergência;
l) EPIs e EPCs;
m) corredores e passagens;
n) andaimes e plataformas;
o) condições do ambiente (ventilação, iluminação, ruído);
p) aspectos ergonômicos.
É necessário recordar que, como dito anteriormente, os métodos são aplicados conforme os critérios e objetivos do programa de auditoria.
5.6 ELABORAÇÃO DO PLANO DE AUDITORIAS
Esse planejamento é fundamental para o bom desempenho do processo de auditoria, por meio da definição de seus pontos-chave, que são o objetivo, o escopo, os critérios, os recursos necessários, a equipe de auditores, as respectivas responsabilidades e o cronograma de auditoria.
Fique atento, porque em seguida, você entenderá um pouco mais sobre os três elementos básicos do plano de auditoria.
 (
79
)5 PREPARAÇÃO DE AUDITORIAS
a) Objetivo: a definição do objetivo deve ser clara, indicando se as atividades visam verificar a confor- midade da empresa com a legislação, com sua política em SST, com seu Sistema de Gestão em SST, dentre outros possíveis objetivos. É recomendado limitá-los em número, para não confundir e difi- cultar a atuação dos auditores.
b) Escopo: essa definição é feita pelo cliente da auditoria, normalmente em consenso com o auditado e auxiliado pelo auditor-líder. O escopo terá relação com o objetivo da auditoria e a disponibilidade de tempo e recursos para a sua execução. Neste documento são estabelecidos o local e a abrangência da auditoria.
c) Critérios: estabelecer os critérios da auditoria significa selecionar as referências a serem utilizadas pelo auditor para a coleta das evidências. Essas referências são as políticas, as práticas, os procedimentos ou regulamentos legais, organizacionais e normativos. Os critérios serão escolhidos em função do objetivo e escopo e recomenda-se que sejam elencados de forma clara e criteriosa para agilizar o trabalho dos auditores.
CAMPOS DO DOCUMENTO DE PLANO DE AUDITOR
A construção dos campos do formulário/documento poderá variar de acordo com o padrão estabeleci- do pela empresa auditada, certificadora ou personalizada, dependendo dos objetivos desejados.
A seguir, observe um exemplo dos campos utilizados para um documento de auditoria.
	PLANO DE AUDITORIA
	Empresa: Ferratech
	Site: Unidade São Paulo
	Escopo do Sistema de Gestão: Adequação da ferramentaria de acordo com a NR 12
Sistema de referência NR 12
	EQUIPE DE AUDITORIA
	AUDITOR-LÍDER: PEDRO
	DATA: 10/10/2018
	AUDITOR A: MARIA
	
	Data
	Hora
	Processos/Aspectos
	Itens avaliados
	Auditor
	Contato na
organização
	10/01/18
	08:00
	TORNO CNC MARCA
XXX – Nº 1
	NR 12
	Maria
	Lucas
	10/01/18
	13:00
	CENTRO DE USINAGEM
XXX – Nº 1
	NR 12
	Pedro
	José
	11/01/18
	08:00
	FRESADORA UNIVERSAL
XXX – Nº 1
	NR 12
	Maria
	Lucas
Figura 35 - Modelo de plano de auditoria Fonte: do Autor (2017)
 (
80
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Como pode ser observado, nas primeiras linhas, descreve-se os dados da empresa auditada, local (plan- ta, site, unidade), escopo e outros dados de interesse. Nas próximas, a identificação do auditor-líder e a descrição da equipe de auditores, podendo a ação apresentar somente um auditor.
 (
SAIBA
 
MAIS
Você poderá aprofundar os conhecimentos sobre auditoria consultando livros que
 
tratam deste tema. Como exemplo, o livro Auditoria fácil. Veja, a seguir, a referência
 
do
 
mesmo:
 
RIBEIRO,
 
Osni
 
Moura.
 
Auditoria
 
fácil
.
 
São
 
Paulo
 
(SP):
 
Saraiva,
 
2012.
 
365
 
p.
)
Nos próximos campos, se insere, cronologicamente, todo o planejamento das atividades a serem reali- zadas, com os critérios da auditoria baseados no sistema de referência.
5.7 VALIDAÇÃO DO PLANO DE AUDITORIA
Agora falta pouco para iniciar o trabalho de execução; mas antes, é preciso que o plano de auditoria seja validado ou aprovado. Esse processo pode ser dividido em duas etapas, sendo a primeira apresentada à equipe e demais pessoas de interesse (especialistas), para conferir a lógica da auditoria, o rigor dos crité- rios, o sistema de referência, as fontes de informações e se realmente o rumo do planejamento se destina ao objetivo proposto.
 (
iStock
 
([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)Figura 36 - Validação
No primeiro momento, se alinha a equipe sobre os métodos de coleta de evidências adotados, opiniões do grupo e de especialistas externos sobre o planejamento elaborado. Neste momento, o auditor-líder de- verá motivar a equipe por meio da exposição dos benefícios potenciais da realização deste trabalho, assim como assegurar a sua qualidade.
 (
81
)5 PREPARAÇÃO DE AUDITORIAS
A segunda etapa é o momento onde o plano será apresentado aos gestores da empresa auditada, para que os mesmos possam se comprometer em auxiliar na condução idônea dos trabalhos, assim como no comprometimento com o objetivo a ser alcançado.
CASOS E RELATOS
Empresas têm buscado a OHSAS 18001 para extrapolar as exigências do mercado
Em busca de trunfos dentro e fora da empresa, as organizações têm demonstrado uma preocupação cada vez maior com a Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho. As vantagens são visíveis e palpáveis conduzindo as empresas ao aumento da produtividade, à redução de acidentes de trabalho e absenteísmo, à melhora na sua relação com os sindicatos, à minimização da vulnerabilidade legal e favorecimento da imagem da corporação diante dos empregados, comunidade, clientes e acionistas. Prova disso tem sido o interesse crescente pela certificação na norma internacional OHSAS 18001. Até dezembro de 2012, 846 empresas tinham o certificado válido no país, tendo sido certificadas por dez diferentes organismos certificadores que atuam na área.
Em 2004, eram apenas 217 organizações certificadas, com seis certificadoras presentes no mercado. Daí já se pode perceber a curva de crescimento do interesse das corporações por esse tipo de reconhecimento que atesta as boas condições de Saúde e Segurança oferecidas aos seus empregados. A OHSAS 18001 é um padrão internacional que estabelece requisitos relacionados à Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional, por meio do qual é possível melhorar o conhecimento dos riscos existentes na organização, atuando no seu controle em situações normais e anormais. Este padrão é aplicável aos mais diversos setores e atividades econômicas, em empresas de todos os portes, servindo de orientação sobre como promover a melhoria contínua no desempenho da SST.
O processo de certificação começa com a auditoria inicial, realizada in loco, que tem como objetivo verificar se a documentação do sistema está adequada ao preconizado pela norma OHSAS 18001, bem como verificar se a legislação aplicável foi levantada e está implementada. Quem explica é Leonardo Soares Fernandes, gerente comercial Brasil da Bureau Veritas Certification (BVQI), a maior certificadora em operação no país. Em seguida, na auditoria principal, também realizada in loco, é verificado se a documentação do sistema (manuais, procedimentos, instruções de trabalho, registros etc.), está devidamente implementada na organização, bem como é checada a aderência de todos os requisitos da norma na empresa.
Fonte: (Revista Proteção, 2013).
 (
82
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Após a validação do plano de auditoria, o próximo passo será a execução. Esse é o assunto do próximo capítulo, acompanhe!
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você estudou sobre a preparação da auditoria, seu objetivo e constituição e também pôde perceber a necessidade da previsão dos recursos para execução deste programa e compreender a importância da definição dos papéis e responsabilidades do auditor.
Igualmente, você pôde perceber que no processo de preparação da auditoria são utilizadas referênciasque tomam como base a legislação e as normas aplicáveis, bem como o estudo dos fluxos operacionais da empresa e os registros dos processos desenvolvidos na mesma.
Conheceu também os métodos de auditoria e alguns exemplos da aplicação destes métodos, bem como a elaboração do plano de auditoria e a necessidade de sua validação.
Depois de estudar a preparação da auditoria, no próximo capítulo, você conhecerá como é conduzida a sua execução. Prossiga atentamente!
 (
Execução
 
da
 
Auditoria
6
)
Pense na seguinte situação: você programou uma viagem, fez os preparativos e agora é hora de colocar o pé na estrada. Mas, apenas o ato de planejar, programar e se preparar levará ao destino escolhido? Certamente que não! Você precisará seguir o mapa, observar o território e inteirar-se do contexto local. O que você fizer e decidir durante essa viagem é definido como execução.
Portanto, neste momento, você conhecerá os principais aspectos relacionados à execução da auditoria, iniciando pela reunião de abertura e seguindo com a coleta de evidências até finalizar com o relatório e a reunião de encerramento.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) efetuar o registro de dados e informações referentes à Gestão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho, com base no monitoramento realizado;
b) identificar, na legislação e nas normas técnicas, orientações sobre registro e guarda de documentos;
c) reconhecer as técnicas de registro disponibilizadas pela empresa;
d) cumprir normas e procedimentos de segurança estabelecidos pela empresa para a avaliação de processo de trabalho, a fim de garantir a saúde e a integridade física;
e) correlacionar os itens identificados nas auditorias em Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho com os requisitos estabelecidos em normatizações internas e/ou externas.
A partir do plano da auditoria validado, inicia-se a sua execução, e para que os objetivos sejam alcançados é importante o comprometimento de toda a equipe e a coordenação adequada do auditor-líder.
As informações a serem estudas agora se somarão às anteriores, para auxiliar você no desempenho das atividades, portanto prossiga com as ações referentes à reunião de abertura.
Bons estudos!
 (
86
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
6.1 REUNIÃO DE ABERTURA
A reunião de abertura, como o próprio nome especifica, é realizada antes do início dos trabalhos de auditoria e sua coordenação é feita pelo auditor-líder, com o objetivo de comunicar aos envolvidos como funcionará o processo: seus objetivos, escopo, sistema de referência e critérios.
Nessa reunião, é feita a apresentação dos auditores, são delimitadas funções e atividades a serem efe- tivadas, bem como os métodos que serão utilizados. Este é o momento para apresentar o cronograma da auditoria, discutir alguns detalhes e esclarecer as eventuais dúvidas.
Participam da reunião o diretor da empresa e também os gerentes das áreas a serem auditadas. Também devem estar presentes as pessoas-chave da empresa, que participarão do processo de auditoria. O tempo máximo estimado para a reunião é de quarenta minutos.
É importante reforçar, nesse momento, a importância de assegurar a confidencialidade das informações.
 (
iStock
 
([20--?]),
 
Patricia
 
Marcilio
 
(2018)
)Figura 37 - Reunião
Informações referentes aos representantes da auditada, que irão acompanhar os processos, e a confir- mação das áreas, foco das atividades, devem também ser de conhecimento de todos.
Após o encerramento da reunião de abertura, o auditor-líder deverá redigir a ata da reunião, destacan- do os principais tópicos abordados e, no prazo máximo de três dias, enviar cópias aos participantes.
6.2 TÉCNICAS DE QUESTIONAMENTOS
As técnicas de questionamento visam formular perguntas para obtenção de respostas objetivas. É fun- damental o treinamento da equipe para alinhar as formas de questionamento adotado, porque todo e
 (
87
)6 EXECUÇÃO DA AUDITORIA
qualquer tipo de pergunta deverá ser restrita às necessidades das atividades e devem ser evitados ques- tionamentos desnecessários.
Para obtenção de respostas objetivas, é importante que a pergunta seja fechada, ou seja, que faça com que o entrevistado seja o mais direto possível. Por exemplo: Qual o seu nome? Qual a sua função? Quanto tempo trabalha com carteira assinada? Pode-se perceber que uma pergunta fechada leva a uma resposta objetiva.
Perguntas abertas direcionam o entrevistado a fornecer respostas subjetivas. Por exemplo: quem é você? O que você faz? Há quanto tempo você trabalha? Perceba que esses exemplos direcionam o entre- vistado a oferecer muitas informações diante de uma mesma pergunta. Perguntar quem é você, permite que a pessoa responda, por exemplo: eu sou João, pai de uma família com três filhos, marido da Maria, trabalhador e apaixonado pelo que faço.
Você pode praticar no seu dia a dia, utilizando perguntas fechadas para obter respostas objetivas e perguntas abertas para respostas subjetivas.
Quanto aos caracteres de uma entrevista, ela pode ser não estruturada, quando o auditor deixa o entrevistado falar livremente e apenas direciona para que o mesmo não saia do foco, com perguntas bem abertas; pode ser uma entrevista estruturada, quando o auditor realiza os questionamentos padroniza- dos no planejamento da auditoria e semiestruturada, quando o auditor opta por fazer muitas perguntas fechadas e poucas perguntas abertas.
Dicas importantes:
a) perguntas que levam o entrevistado a responder apenas sim ou não, dão a impressão de que ele está participando de um interrogatório policial, por isso pode-se melhorar as perguntas utilizando O quê, Como, Quando, Quem e Por quê. Mas deve-se manter a cautela, pois nem todas as pessoas gostam de ficar dando muitas explicações;
b) desenvolva questionamentos sempre para o lado positivo, como: Por que você tomou aquela ati- tude de ficar parado?, ao invés de perguntar Por que você não fez nada?. Lembre-se que, segundo pesquisas recentes, a mente possui dificuldade para assimilar a palavra não. Quer um exemplo? Não pense agora em um elefante cor de rosa com uma tromba azul! Você o imaginou? Esse exemplo deixa claro que sempre que possível, deve-se utilizar perguntas positivas;
c) sempre estimule o entrevistado, motivando e fazendo com que a auditoria que está sendo realizada sirva para a melhoria da própria condição dele, demonstrando que fez um bom trabalho e que o objetivo é a busca de melhoria contínua;
d) antes de começar qualquer tipo de questionamento, é indispensável o entrosamento com o en- trevistado; por isso, deve-se demonstrar empatia e transparência para que ele se sinta à vontade e seguro, sentindo que as informações que fornecerá serão para o benefício de todos.
As respostas obtidas poderão ser colhidas por meio formal ou informal, seguidas de apurada análise para comprovação da possível veracidade.
 (
88
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
6.3 COLETA DE EVIDÊNCIAS
Normalmente, a coleta de evidências consome a maior parcela de tempo da fase de execução da audi- toria. Obter evidências é importante porque são elas que darão credibilidade às avaliações e às conclusões da auditoria. A busca pelas evidências acontece através de entrevistas com empregados, observação das tarefas de trabalho, análise dos processos de produção e controle dos equipamentos. Também faz parte deste processo, a verificação de documentos, como manuais de procedimentos e mapas de risco.
É nesta fase do processo que a utilização da lista de verificação (checklist) é útil. A qualidade dos resulta- dos da auditoria também dependerá do conhecimento e das competências dos auditores.
Acompanhe, a seguir, as três formas de coleta de evidências utilizadas em uma auditoria:
a) entrevista: como já estudado, pode ser feita formal ou informalmente, tomando como base o mate- rial preparado previamente;
b) observação: o auditor deve estar com seus sentidos aguçados e observar tudo que pode ser visto, sentido e entendidoe que possa levar à obtenção de evidências;
c) teste de verificação: são usados para avaliar sistemas de controle interno e para identificar a confor- midade com os critérios da auditoria.
 (
CURIOSI
Uma
 
não
 
conformidade
 
é
 
identificada
 
quando
 
um
 
requisito
 
específico
 
não
 
está
 
sendo
 
atendido,
 
mas
 
para
 
que
 
ela
 
seja
 
incontestável,
 
deve-se
 
ter
 
clareza
 
na
 
especificação
DADES
fundamentada
 
em
 
fatos
 
e
 
dados
 
referenciados
 
por
 
medições,
 
ensaios
 
e
 
documentos.
do
 
requisito
 
e
 
na
 
apresentação
 
da
 
evidência
 
objetiva.
 
Essa
 
informação
 
deve
 
estar
O
 
oposto
 
disso
 
caracteriza
 
inferência,
 
ou
 
seja,
 
constatação
 
de
 
uma
 
não
 
conformidade
 
com
 
deduções
 
baseadas
 
apenas
 
na
 
percepção.
)
Pode-se classificar a coleta de evidência em: documental, física, analítica e de testemunho. Veja, a seguir, mais detalhes sobre essas classes de evidências.
a) Documental: em relação às evidências, o primeiro passo é reconhecer se a empresa possui procedimentos de registro de auditoria anterior e coletá-los. A coleta de evidências através de documento é um trabalho que exige bastante concentração e conhecimento específico do auditor, porque existem documentos complexos a serem evidenciados e analisados. Além do registro de auditoria, deve-se reconhecer as técnicas de registros disponibilizadas pela empresa, assim como identificar, na legislação e nas normas técnicas, as orientações de registro e guarda de documentos.
b) Física: envolve a avaliação quantitativa. Por exemplo, um dos critérios de uma auditoria que está sendo executada é a medição da pressão sonora (ruído) a que os trabalhadores estão expostos; esse resultado é comparado com os valores estabelecidos na NR 15.
c) Analítica: corresponde a uma revisão analítica que compara o estado atual em que se encontra a evidência, com o que é esperado (estado desejado).
 (
89
)6 EXECUÇÃO DA AUDITORIA
d) Testemunho: pode ser por meio de uma entrevista oral ou escrita que dependerá dos critérios da auditoria. Quando for através de uma entrevista escrita, favorece a conferência final e sugere maior credibilidade. Quando for entrevista oral, se tem a vantagem de obter respostas imediatas e se limita o tempo para que o auditado levante uma tendência ou fraude, porém ela é de difícil armazena- mento.
Observe, no relato a seguir, a importância da coleta de evidências.
CASOS E RELATOS
TRT 8: culpa concorrente em acidente de marceneiro causa redução de indenizações
Reclamada agiu com negligência ao não providenciar isolamento eficaz de serra; reclamante tinha pleno conhecimento de que a máquina estava sem o protetor de segurança.
Os Desembargadores da Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, decidiram, unanimemente, pela redução dos valores fixados a título de indenização por acidentes de trabalho, por ter sido comprovada a culpa concorrente do empregado. O Processo de número 0010244- 39.2013.5.08.0016, que teve como relator o Desembargador Gabriel Napoleão Velloso Filho, foi julgado na sessão do último dia 23 de julho.
Conforme o Acórdão, o juízo do primeiro grau concluiu pela culpa concorrente com base nos documentos PCMSO e no PPRA, onde constam como risco inerente à atividade de carpinteiro apenas o ruído eventual proveniente das máquinas, não havendo qualquer indicação de risco de acidente de trabalho em face a tais máquinas. Desta forma, foi concluída que a reclamada agiu com negligência ao não providenciar a proteção da máquina de serra ou de promover o isolamento eficaz da mesma, o que implica em sua culpabilidade, e que o reclamante, confiando em seus cinquenta anos de profissão como carpinteiro, tinha pleno conhecimento de que a máquina estava sem o protetor de segurança (coifa) e, ainda assim, preferiu arriscar-se, pois seria menos trabalhoso, passando então a descumprir suas obrigações, conforme disposto no art. 158 da CLT.
O acidente de trabalho ocorreu quando o reclamante, no uso de uma serra elétrica de bancada, que se encontrava sem a proteção (coifa), decepou dois dedos. Conforme os autos, a reclamada sustentou que o uso do referido equipamento estava proibido, inclusive tendo sido realizado o corte do fio da energia. De acordo com a decisão, comprovada a culpa concorrente, visto que o empregador não foi o único a contribuir para a ocorrência do acidente de trabalho, e “pesadas tais circunstâncias, o valor arbitrado à indenização por dano moral e estético deve ser reduzido, assim como a indenização por dano material”, reformando em parte a sentença do 1ª grau. (ABRAT, 2017)
 (
90
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Qualquer problema em relação à consistência e objetividade das evidências poderá comprometer os resultados da auditoria. Portanto, ainda na fase de coleta, é importante que se faça uma avaliação das mesmas. Nesta avaliação devem ser consideradas as seguintes questões:
e) As evidências obtidas são suficientes?
f) ) Houve a comprovação de todas as evidências?
g) Há algum erro na interpretação das evidências?
h) Todos os itens da lista de verificação foram observados?
i) Todas as não conformidades e conformidades encontradas possuem suas respectivas evidências ob- jetivas?
 (
FIQUE
 
ALERTA
Como você pôde perceber, a coleta de evidências é uma fase crítica do processo de
 
auditoria, pois os auditores precisam estar atentos para não emitir pareceres baseados
 
apenas
 
em
 
opiniões
 
e
 
inferências
5
.
)
Acompanhe, a seguir, como podem ser descritas as não conformidades.
6.4 TIPOS E DESCRIÇÃO DE NÃO CONFORMIDADES
Você observou anteriormente que as evidências são a comprovação de que o item avaliado está ou não conforme com os critérios da auditoria, que foram estabelecidos com base em referências legais e norma- tivas. Mas, quais tipos de não conformidades podem ser encontrados na auditoria?
Veja, a seguir, os tipos de não conformidade.
a) Não conformidade de produto: refere-se a problemas com o produto fabricado ou o serviço prestado pela empresa. Exemplo: barra de aço SAE 1045 do lote 634 reprovada na inspeção final por apresentar dureza do material, o que está fora do especificado.
b) Não conformidade de processo: está relacionada a problemas envolvendo os processos desenvolvidos na empresa. Por exemplo: o padeiro assando os pães com o forno fora da temperatura especificada.
c) Não conformidade de sistema: tem relação com problemas diretamente vinculados aos sistemas de gestão adotados pela empresa (Sistema de Gestão em SST, Sistema de Gestão da Qualidade etc.). Por exemplo: o plano de emergência da empresa não está considerando aspectos relevantes da sua área de atuação e da análise dos cenários emergenciais (Exemplo: a empresa utiliza sistema de refrigeração com amônia e para este fato não estão previstas respostas para situações de vazamento de produto).
5	Dedução.
 (
91
)6 EXECUÇÃO DA AUDITORIA
d) Não conformidade de reclamação de cliente: refere-se à insatisfação do cliente frente a não observân- cia de algum item contratual acordado. Por exemplo: pedidos entregues na quantidade errada.
Figura 38 - Não conformidades
 (
iStock
 
([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)Em auditorias relacionadas à Saúde e Segurança do Trabalho, as ocorrências se concentram nos tipos não conformidade de processo e não conformidade de sistema.
A descrição das não conformidades deve ser complementada pela descrição do requisito não atendido e pela evidência de não conformidade.
Observe a seguir, um exemplo de descrição de não conformidade de uma auditoria em SST, onde as mesmas são indicadas seguidas do requisito e da evidência.
Não conformidade: não cumprimento da realização de exame médico periódico dos empregados. Requisito (Referência): NR 7, item 7.4.3.2 referente ao exame médico periódico.
Evidência: não foi apresentado o registro da realização do exame periódico do empregado José Maria José, cadastro 16.507, que trabalha há dois anos e três meses na empresa. Consta apenaso registro do exame admissional.
A descrição de não conformidade, feita de forma clara e objetiva, acompanhada do requisito e da evi- dência não dá margem para dúvidas e julgamentos baseados em opiniões. Isso soma credibilidade e con- fiabilidade ao processo de auditoria.
6.5 COMUNICAÇÃO DE NÃO CONFORMIDADES DURANTE O PROCESSO DE AUDITORIA
Durante as ações, é importante que aconteça a troca de informações entre os auditores, que envolvam o auditado e o cliente da auditoria.
 (
92
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
É recomendável que a equipe se comunique periodicamente, por exemplo, em reuniões ao final do dia, para apresentar e discutir as evidências encontradas, avaliar o progresso da auditoria e redistribuir tarefas, se necessário.
Normalmente, a comunicação formal acontece ao final do dia, em duas reuniões, conforme segue:
a) Reunião da equipe de auditores: cada auditor apresenta o resumo das evidências e observações le- vantadas e as eventuais dificuldades encontradas. Depois, a equipe discute e analisa se as evidências e observações obtidas são objetivas e comprováveis, e se os objetivos da auditoria estão sendo al- cançados. Na sequência, prepara-se um resumo das evidências e observações a serem apresentadas aos auditados.
b) Reunião com as pessoas da área auditada: nesta reunião são apresentadas as evidências, não con- formidades e observações identificadas na auditoria. As dúvidas e eventuais divergências também são esclarecidas.
Recomenda-se que as não conformidades, evidências e observações não sejam relatadas pelos audito- res no momento em que forem colhidas; elas devem ser apresentadas na reunião da equipe. Isto é impor- tante para se evitar discussões, perda de tempo e desvio do foco, provocados por eventuais tentativas dos auditados de influenciar nos resultados da auditoria.
6.6 RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
O conflito tem início quando uma das partes percebe que a outra parte está afetando ou pode afetar, negativamente, alguma coisa considerada importante.
A melhor forma de tratar um conflito é resolvê-lo aberta e honestamente, em qualquer fase do processo de auditoria, para que ele não interfira nos resultados.
Esse tipo de ocorrência é comum no ambiente de trabalho, no entanto, durante uma auditoria, a condi- ção de estresse gerada nas pessoas auditadas pode propiciar situações inesperadas.
No cumprimento das ações, o surgimento de um conflito exige que o auditor acesse suas competên- cias emocionais de autopercepção, empatia e habilidades sociais, para que possa exercer sua liderança e solucioná-lo.
 (
iStock
 
([20--?])
)Figura 39 - Conflitos
 (
93
)6 EXECUÇÃO DA AUDITORIA
Além das habilidades interpessoais do auditor, o que ajuda é a descrição e apresentação clara dos cri- térios da auditoria, bem como das evidências objetivas relacionadas às não conformidades constatadas.
6.7 RELATÓRIO FINAL DE AUDITORIA
Esse relatório é o registro formal do resultado obtido. Nele são apresentadas as evidências de conformi- dades e não conformidades, da empresa ou área auditada em relação aos critérios da auditoria. Trata-se do retrato da situação da empresa no momento em que foi auditada.
O auditor-líder deve certificar-se de que o relatório contenha um registro completo e preciso dos re- sultados e que os mesmos estejam comunicados de forma clara e objetiva, bem como que todas as não conformidades constatadas e as informações relevantes relacionadas ao objeto da auditoria tenham sido adequadamente contemplados.
Observe, a seguir, os principais itens que devem constar em um relatório final de auditoria:
a) objetivos da auditoria;
b) escopo identificando as áreas e processos auditados e os tempos despendidos;
c) método aplicado;
d) os critérios da auditoria e documentos de referência;
e) identificação do cliente da auditoria;
f) ) identificação da equipe de auditoria e dos participantes da empresa auditada;
g) constatações, evidências e conclusões da auditoria.
Também podem fazer parte do relatório o plano e a programação da auditoria, a declaração de que o escopo e o plano foram seguidos e os objetivos atingidos. Simplificando, deve constituir um registro completo de todo o processo.
É importante que as não conformidades sejam analisadas de forma clara e objetiva. Portanto, o auditor deve evitar conclusões precipitadas, generalizações ou emissão de opinião própria, bem como o foco na crítica a indivíduos.
A partir do relatório final serão adotadas ações de melhoria e de correção, segundo um plano de ações e critérios preestabelecidos. Lembre-se que esse documento precisa ser claro e objetivo, não somente para a equipe técnica, mas para todos os envolvidos, pois demandará outros trabalhos para correção ou melhoria.
Observe, a seguir, um exemplo de estrutura de um relatório final de auditoria.
 (
94
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
INFORMAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO
Informações da auditoria
a) Normas da auditoria
b) Escopo de certificação
c) Informações do auditor
Escopo de auditoria
a) Objetivos da auditoria
b) Plano da auditoria
c) Critério de auditoria (normas, requisitos legais e outros requisitos)
Processo da auditoria
a) Notas de auditoria
b) Revisão documental (auditoria inicial)
c) Relatório sumário por norma
d) Relatório de não conformidade
DESEMPENHO
Sumário executivo
a) Conclusões da auditoria
b) Sumário das não conformidades
c) Eficácia do sistema de gestão
d) Observações
Recomendação do auditor-líder
Depois de analisar a estrutura, acompanhe, a seguir, um exemplo simplificado de relatório final de auditoria.
 (
95
)6 EXECUÇÃO DA AUDITORIA
	RELATÓRIO DE AUDITORIA
	Empresa
	Sempre alerta
	Auditoria:
	Auditoria interna em SST
	Cliente:
	Ultramegapower Company
	Setor auditado:
	Logística
	Data de Início:
	16/10/2017
	Data de Término:
	17/10/2017
	
Referências
	NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional NR 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
	
Objetivos
	Esse relatório visa demonstrar a atual situação da empresa em relação ao atendimento à legislação de Segurança e Saúde no Trabalho vigente, bem como indicar as ações corretivas a serem implementadas
para a melhoria das condições de Saúde e Segurança no Trabalho.
	
Metodologia
	
As avaliações foram feitas com base em observações nos locais de trabalho, entrevistas e verificações dos documentos e registros pertinentes.
	
Critérios
	Os critérios considerados nesta auditoria tomam como referência o atendimento aos requisitos das Normas Regulamentadoras aplicáveis às atividades e aos ambientes de trabalho existentes na
empresa, bem como a existência e adequação do Sistema de Gestão em SST.
	DADOS DA AUDITORIA
	
RESUMO
	Itens
	Quantidade
	
	Avaliados:
	4
	
	Em Conformidade:
	0
	
	Em Não Conformidade:
(sob ameaça de Notificação)
	4
	REQUISITO AVALIADO
	DESCRIÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE
	EVIDÊNCIA
	NR 9, item 9.1.1 Existência do PPRA
	A empresa não tem implementado o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
	Não foram apresentados pela empresa os documentos correspondentes ao
PPRA.
	
NR 7, item 7.4.1.b.
	
Os exames periódicos, de que trata o PCMSO, não são realizados de acordo com os termos específicos da NR 7.
	O funcionário João Neto, cadastro 13287, trabalha na empresa há dois anos e dois meses e não foi constatado
o registro de exame periódico.
	
NR 20, item 20.2.11.
	Os tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis não estão devidamente aterrados.
	O tanque de óleo diesel, localizado no ponto de abastecimento dos tratores,
não possui aterramento.
	
NR 5, item 5.24 e 5.26
	
Não há comprovação de que foram realizadas as reuniões ordinárias da CIPA.
	Foram solicitadas as atas do primeiro semestre e constatou-se que não há atas das reuniões dos meses de fevereiro
e março.
 (
96
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
	RECOMENDAÇÕES
	Efetuar a implementação do PPRA pela empresa, visandoa preservação da saúde e a integridade física dos trabalhadores.
	Corrigir a situação do colaborador João Neto e rever ou implementar sistema de programação, execução e acompanhamento dos
exames médicos, conforme os requisitos da NR 7.
	Providenciar o aterramento do tanque de óleo diesel do ponto de abastecimento.
	Fazer cumprir o calendário de reuniões da CIPA e garantir o registro nas atas.
	CONCLUSÕES
	Considerando o elevado número de não conformidades, conclui-se que a empresa apresenta fragilidades em seu Sistema de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho. Portanto, sugere-se que além das recomendações apresentadas sejam feitas outras auditorias seguidas
de ações corretivas e preventivas.
	Assinatura do auditado
	Assinatura do auditor-líder
Tabela 1 - Exemplo de relatório final de auditoria em SST Fonte: do Autor (2017)
Mas, atenção! Um relatório mal desenvolvido pode causar muitos problemas devido à baixa confiabi- lidade das informações, desperdício de tempo e recursos, além de poder induzir a empresa a tomar um caminho não verdadeiro de acordo com sua realidade, expondo os trabalhadores aos riscos de saúde e segurança.
6.8 REGISTRO DAS EVIDÊNCIAS
O registro das evidências poderá ser realizado por meio de formulário, planilhas, programas específicos etc; o checklist é a forma mais usual para isso. Veja, a seguir, um exemplo de registro de evidências por meio de checklist.
	LISTA DE VERIFICAÇÃO DE AUDITORIA: TRABALHO EM ALTURA - 2017
	ÁREA
	RESPONSÁVEL
	AUDITOR
	DATA DE VERIFICAÇÃO
	Manutenção elétrica
	
	
	
	Manutenção mecânica
	
	
	
	Pintura
	
	
	
	RESUMO DOS APONTAMENTOS
	ÁREA
	C
	NC
	OBS
	OBSERVAÇÕES
	Manutenção elétrica
	
	
	
	
	Manutenção mecânica
	
	
	
	
	Pintura
	
	
	
	
	Observações: Esse quadro indica as quantidades encontradas.
LEGENDA: C conformidades; NC Não conformidades; OBS Observações.
 (
97
)6 EXECUÇÃO DA AUDITORIA
	CHECKLIST
	ITENS A VERIFICAR
	ÁREA A AUDITAR
	EVIDÊNCIAS OBJETIVAS A REGISTRAR
	RESULTADO C/NC/OBS
	
Escadas manuais
	
Manutenção elétrica
	Verificar a integridade, se todos os elementos e dispositivos estão em conformidade com o
manual do fabricante.
	
	Treinamento
	Manutenção mecânica
	Verificar se os trabalhadores estão com os
treinamentos com o prazo de validade em dia.
	
	Cinto tipo paraquedista
	Pintura
	Verificar se o número do C.A. é válido.
	
	Talabarte
	Pintura
	Verificar se possui o modelo tipo Y, com
absorvedor de energia.
	
	Cordas
	Pintura
	Verificar, na certificação das cordas, a validade
com o uso severo.
	
Quadro 2 - Exemplo de registro de evidências Fonte: do Autor (2017)
O quadro apresentado anteriormente foi elaborado com fins didáticos, podendo ser mais completo de acordo com a necessidade. Lembre-se que os quesitos das evidências devem ser apresentados de forma clara e objetiva para não haver divergência no entendimento da coleta.
6.9 REUNIÃO DE ENCERRAMENTO
Essa reunião, coordenada pelo auditor-líder, deve ocorrer no último dia da auditoria. A intenção deste evento é relembrar o objetivo, o escopo e os critérios da auditoria, seguidos da apresentação de um resu- mo de como foi conduzido o processo. Em seguida é exposto, de forma resumida, o relato das não con- formidades encontradas e de suas respectivas evidências, bem como as conclusões da auditoria. Devem participar desta reunião as mesmas pessoas que participaram da reunião de abertura.
As constatações e conclusões da auditoria devem ser apresentadas de forma que sejam conhecidas e entendidas pelo responsável da parte auditada. É desejável que, neste momento, as divergências de opiniões sobre as constatações e conclusões, entre a equipe de auditoria e o auditado, já tenham sido resolvidas. Mas, caso apareçam dúvidas ou divergências, elas devem ser sanadas nesta reunião.
Nesta oportunidade, são também dirigidos agradecimentos, ao auditado e sua equipe, pela colabora- ção e atenção dedicada ao processo.
 (
SAIBA
 
MAIS
Para que você possa aprender mais sobre reuniões e fazer um bom trabalho, consulte o
 
livro
 
STREIBEL,
 
Barbara
 
J.
 
Como
 
planejar
 
e
 
conduzir
 
reuniões
 
produtivas
:
 
24
 
passos
 
para
 
não
 
perder
 
tempo
 
e
 
obter
 
resultados.
 
Rio
 
de
 
Janeiro
 
(RJ):
 
Sextante,
 
2008.
 
77
 
p.
)
 (
98
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
A reunião de encerramento é um marco importante onde o processo de auditoria é finalizado formal- mente, através da interação e da troca de informações entre as partes interessadas.
RECAPITULANDO
Você estudou, neste capítulo, as etapas de execução de uma auditoria, iniciando pela reunião de abertura e seguindo com as técnicas de questionamento e as formas de coleta de evidências.
Entendeu como é feita a descrição e a comunicação das não conformidades e também observou a importância da resolução de conflitos.
Você aprendeu sobre os principais elementos que devem ser incluídos na elaboração do relatório final de auditoria, bem como o registro das evidências.
E para finalizar, conheceu a estrutura da reunião de encerramento e as orientações de como ela deve ser conduzida. Essa ação conclui a execução da auditoria, no entanto, não significa que tudo acaba. Continue com seus estudos e descubra o que vem depois da finalização da auditoria.
 (
Ações
 
Pós-Auditoria
7
)
No encerramento da auditoria, apresenta-se, à empresa-cliente, um diagnóstico da situação real em relação à situação de conformidade desejada para cumprir os requisitos das referências legais e normativas.
Agora, pense um pouco nas seguintes questões: apenas a execução da auditoria é suficiente para promover as mudanças necessárias? Na sua opinião, os problemas irão se resolver com o tempo? O que precisaria ser feito para a empresa atingir a situação de conformidade desejada?
Neste capítulo, você conhecerá as ações corretivas, preventivas e de melhoria, que deverão ser conduzidas após o encerramento da auditoria, para o tratamento tanto das não conformidades reais quanto das não conformidades potenciais.
Você entenderá que o primeiro passo para a análise de causas é a identificação adequada do problema e que após o resultado da análise de causas é preciso elaborar um plano de ação para eliminá-las. Aprenderá também que a efetividade das ações, corretivas e preventivas planejadas, precisa ser verificada e que isso será feito com base na coleta de dados.
Conhecerá a última fase das ações pós-auditoria, que é a comunicação do resultado do plano de ação, evidenciado com base na análise das evidências coletadas, complementado pelas conclusões e eventuais recomendações do auditor.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) correlacionar os itens identificados nas auditorias em Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho com os requisitos estabelecidos em normatizações internas e/ou externas;
b) efetuar o registro de dados e informações referentes à Gestão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho, com base no monitoramento realizado;
c) reconhecer as técnicas de registro disponibilizadas pela empresa.
A partir de agora você terá a oportunidade de conhecer mais informações sobre o assunto, que farão a diferença em suas práticas profissionais.
Bons estudos!
 (
102
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
7.1 TIPOS DE AÇÕES
O processo de auditoria resultará em um diagnóstico com a identificação de conformidades, não con- formidades e oportunidades de melhoria. Como consequência deste processo, certamente surgirá a neces- sidade de conduzir ações necessárias para eliminar não conformidades e para evitar que estas reincidam, bem como prevenir a ocorrência de novas não conformidades.
Portanto, acompanhe, a seguir, os três tipos de ações que podem ser demandadas a partir do resultado de uma auditoria.
AÇÕES CORRETIVAS
Pode-se definir como medidas adotadas para eliminar as não conformidades reais encontradas ou outra situação indesejável; isso significa que a ação corretiva se aplica a um problema que já ocorreu, para que o mesmo não serepita.
Veja, a seguir, a definição de ação corretiva, conforme a OHSAS 18001.
Ação corretiva: Ação para eliminar a causa de uma não conformidade detectada ou de outra situação indesejável.
NOTA 1: Pode existir mais do que uma causa para a não conformidade.
NOTA 2: As ações corretivas visam evitar recorrências enquanto que as ações preventi- vas têm o objetivo de prevenir ocorrências. (OHSAS 18001, 2007)
No caso da auditoria em SST, como pode ser inferido, as ações corretivas estão diretamente relaciona- das à Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho.
Como exemplo de ações corretivas é possível:
a) identificar e implementar medidas de curto e longo prazo dependendo da prioridade e dos recursos disponíveis;
b) reduzir os riscos oferecidos ao trabalhador de modo organizado e documentado;
c) adotar medidas para o tratamento de não conformidades antes que ocorra uma auditoria de caráter punitivo;
d) demonstrar, à alta direção, as condições de perigos e riscos que seus colaboradores estão expostos.
Para corrigir as não conformidades é necessário um estudo detalhado das causas raiz que as originaram, analisar e executar uma medida de ação de acordo com as prioridades e as condições de risco grave e iminente.
 (
Antonio
 
Mees
 
(2017)
)
 (
103
)7 AÇÕES PÓS-AUDITORIA
AÇÕES PREVENTIVAS
As ações preventivas visam eliminar as causas de potenciais não conformidades ou outras situações potencialmente indesejáveis. Portanto, ela visa impedir o surgimento de algum problema que ainda não ocorreu.
Veja, a seguir, a definição de ação preventiva, conforme a OHSAS 18001.
Figura 40 - Ações corretivas e preventivas Fonte: do Autor (2017)
 (
SAIBA
Para
 
ampliar
 
seus
 
conhecimentos
 
na
 
área
 
de
 
auditoria
 
através
 
de
 
uma
 
abordagem
 
clara
 
e
 
acessível,
 
você
 
pode
 
consultar
 
o
 
livro
 
Auditoria
 
de
 
processos
 
organizacionais
:
MAIS
teoria,
 
finalidade,
 
metodologia
 
de
 
trabalho
 
e
 
resultados
 
esperados,
 
publicado
 
pela
 
editora
 
Atlas
 
em
 
2011.
)
A OHSAS 18001(2007), no item que trata das não conformidades, ações corretivas e ações preventivas, estabelece os requisitos a serem cumpridos pela organização em relação ao seu Sistema de Gestão em SST.
 (
104
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Observe, a seguir, o que determina essa norma.
A organização deve estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para tratar as não conformidades reais e potenciais e para implementar as ações corretivas e as ações preventivas. Este(s) procedimento(s) deve(m) definir requisitos para:
a) a identificação e correção da(s) não conformidade(s) e a implementação de ações para minimizar as suas consequências para a SST;
b) a investigação da(s) não conformidade(s), a determinação da(s) sua(s) causa(s) e a implementação das ações necessárias para evitar a sua recorrência;
c) a avaliação da necessidade de ações para prevenir não conformidade(s) e a imple- mentação das ações apropriadas, destinadas a evitar a sua ocorrência;
d) o registo e comunicação dos resultados de ações corretivas e de ações preventivas implementadas; e
e) a revisão da eficácia de ações corretivas e de ações preventivas implementadas. (OHSAS 18001, 2007).
Além dessas importantes considerações, no mesmo sentido, essa norma também especifica que:
Quando as ações corretivas e preventivas identificam novos perigos ou alterações nos existentes ou a necessidade de novos/alteração de controles existentes, o procedimento deve exigir que as ações propostas devam ser tomadas através do processo de avaliação de riscos antes da sua implementação.
Todas as ações, corretivas ou preventivas, destinadas a eliminar as causas de não conformidades reais e potenciais devem ser as apropriadas à dimensão dos problemas e proporcionais aos riscos para a SST encontrados.
A organização deve assegurar que são efetuadas todas as alterações necessárias na documentação do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho, decorrentes das ações corretivas e preventivas. (OHSAS 18001, 2007).
Além das ações corretivas e preventivas, também há possibilidade de se conduzir ações de melhoria, igualmente baseadas no resultado da auditoria. Acompanhe, a seguir, mais informações.
AÇÕES DE MELHORIAS
A implementação de melhorias consiste em criar uma abordagem sistêmica6 e humana para melhorar os resultados da empresa de forma sustentável, considerando os aspectos relacionados aos produtos, pro- cessos e práticas de gestão desenvolvidos na empresa.
6	Técnica ou processo científico que utiliza um sistema
 (
Denilza
 
Pereira
 
dos
 
Santos
 
(2016)
)
 (
105
)7 AÇÕES PÓS-AUDITORIA
A aplicação do conceito de melhoria contínua deve fazer parte das políticas e dos sistemas de gestão. Isso está estabelecido, por exemplo, nas normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001 em relação à Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental e Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho, respectivamente.
Figura 41 - Ciclo PDCA Fonte: adaptado de Cicco (2007)
 (
CURIOSI
 
DADES
A OHSAS 18001 foi desenvolvida para ser compatível com as normas de gestão ISO
 
9001:2000 (Qualidade) e ISO 14001:2004 (Ambiente), com a finalidade de facilitar a
 
integração entre Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho, Sistemas de
 
Gestão Ambiental e Sistemas de Gestão da Qualidade, caso as organizações assim
 
planejem.
 
(OHSAS
 
18001,
 
2007).
)
O ciclo PDCA, por meio de suas quatro etapas, é um método que atende muito bem ao propósito de melhorar continuamente processos e produtos.
 (
106
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
7.2 TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES
Como você já estudou, o resultado da auditoria é a identificação dos itens que estão ou não em con- formidade com requisitos específicos e não seria lícito fazer a identificação das não conformidades sem seguir adiante corrigindo-as e evitando que voltem a ocorrer. Desta forma, fica definido o tratamento das não conformidades.
Acompanhe, a seguir, o detalhamento das ações que fazem parte deste processo.
AÇÕES CORRETIVAS
As ações corretivas se ocupam das não conformidades reais e têm a finalidade eliminar suas causas, de modo a evitar a repetição.
Acompanhe, a seguir, alguns passos necessários para garantir que isso aconteça.
a) Fazer a análise crítica: depois de definido o problema, precisam ser levantadas as informações rela- cionadas a ele.
b) Determinar as causas das não conformidades: a solução de um problema está centrada na identifi- cação de sua causa e a principal causa de um problema é chamada de causa raiz, termo usado para identificar aquela causa que tem a maior probabilidade de ter provocado a não conformidade.
Nesta etapa, é preciso utilizar-se de cautela para não confundir causa com sintoma e aplicar ações corretivas somente sobre o sintoma e não sobre a causa. Uma analogia para este caso seria você estar com muita dor de cabeça (sintoma) e apenas tomar uma aspirina. Se não for investigada e identificada a causa real da dor de cabeça o problema persistirá, pois a aspirina atuou somente no sintoma e não na causa.
c) Assegurar que não se repita a não conformidade: após identificado o problema, o próximo passo é a busca por soluções para o mesmo, analisando as alternativas e escolhendo a eleita como mais viável.
d) Aplicar as ações necessárias: as soluções para os problemas, em alguns casos, podem ser simples e de curto prazo, em outros podem necessitar de mais tempo e recursos, o que exigirá um plane- jamento para sua execução.
e) Registrar os resultados das ações executadas.
f) ) Analisar criticamente as ações corretivas executadas: essa análise visa verificar se o resultado das ações foram ou não efetivas para a solução dos problemas.
AÇÕES PREVENTIVAS
As ações preventivas visam eliminar as causas de não conformidades potenciais, de modo que a sua ocorrência seja evitada.
Acompanhe, a seguir, alguns passos necessários para que isso aconteça.
 (
107
)7 AÇÕES PÓS-AUDITORIA
a) Definir as não conformidades potenciais eas suas causas.
b) Avaliar a necessidade de agir para evitar que as não conformidades ocorram.
c) Determinar e implementar as ações necessárias.
d) Registrar os resultados da execução das ações.
e) Analisar criticamente as ações preventivas executadas.
As etapas relacionadas à ação preventiva são semelhantes às consideradas na abordagem corretiva, no entanto, a grande diferença é que na ação preventiva o problema ainda não existe de fato.
Veja, no quadro a seguir, as etapas do tratamento das não conformidades apresentadas dentro da pers- pectiva do PDCA, ciclo de melhoria contínua, aplicado por meio da Metodologia de Análise e Solução de Problemas – MASP.
	ETAPAS DO PDCA
	FASES DO MASP
	OBJETIVO
	
P
	Identificação do problema
	Definir claramente o problema. Reconhecer sua importância.
	
	Observação
	Investigar as características específicas do problema com uma
visão ampla e sob vários aspectos.
	
	Análise de causas
	Descobrir a causa raiz.
	
	Plano de ação
	Elaborar um plano para bloquear a causa raiz.
	D
	Ação
	Bloquear a causa raiz.
	C
	Verificação
	Verificar se o bloqueio foi efetivo.
	
A
	Padronização
	Prevenir contra a reincidência do problema.
	
	Conclusão
	Rever todo o processo de solução para aplicar em trabalhos
futuros.
Quadro 3 - As etapas do tratamento de não conformidades e o PDCA Fonte: do Autor (2017)
 (
CURIOSI
 
DADES
Em
 
1950,
 
o
 
ciclo
 
criado
 
por
 
Walter
 
Shewhart
 
na
 
década
 
de
 
30,
 
foi
 
levado
 
por
 
Deming
 
ao Japão onde foi adaptado e deu origem ao ciclo PDCA. No Brasil, esses conceitos
 
foram disseminados inicialmente por Vicente Falconi Campos que publicou, em seu
 
livro TQC no Estilo Japonês, o método que ele se popularizou como Método de Análise
 
e
 
S
oluçã
o
 
d
e
 
P
r
oblema
s
 
–
 
M
AS
P
.
 
Ess
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mé
t
od
o
 
r
aciona
l
,
 
sis
t
em
á
ti
c
o
 
e
 
estrutu
r
ad
o
 
é 
aplicado para promover a melhoria de processos e produtos, através da solução de
 
problemas
 
e
 
da
 
obtenção
 
de
 
resultados
 
otimizados.
)
 (
108
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Em síntese, tanto corretiva como preventivamente, os passos para a análise e solução dos problemas são os seguintes:
a) descrição do problema;
b) investigação da causa;
c) seleção e teste de soluções;
d) implementação de soluções;
e) verificação e monitoração das soluções.
Continue o estudo deste capítulo e entenda um pouco mais sobre as etapas do tratamento de não conformidades.
7.3 ANÁLISE DE CAUSA
O primeiro passo para a análise de causa é a identificação adequada do problema. É preciso fazer uma investigação e descobrir qual é, quando, onde, como ocorreu e quem estava envolvido.
Mas, o que é mesmo um problema?
Basicamente, problema é um efeito indesejado, um desvio do que é requerido. Ele se configura quando o resultado ou situação real é diferente daquela que deveria ser.
É muito comum as pessoas confundirem, no problema real, os seus sintomas com as suas causas. Esse engano irá resultar em ações que não terão impacto sobre o problema, pois foram direcionadas aos sin- tomas e não às causas. Veja, a seguir, os principais componentes para a definição efetiva de um problema:
a) delimitação da situação desejada;
b) análise da situação atual;
c) análise da diferença entre as situações atual e desejada;
d) delimitação de extensão, gravidade, tempo de existência e abrangência do problema.
 (
iStock
 
([20--?])
)Figura 42 - Análise de causa
 (
109
)7 AÇÕES PÓS-AUDITORIA
Para ter mais clareza na definição do problema, é preciso certificar-se de que os requisitos descritos a seguir estão sendo atendidos:
a) o problema definido definido faz referência a apenas um problema;
b) o problema definido não é uma causa;
c) a definição do problema não atribui uma culpa;
d) a definição do problema não oferece uma solução;
e) não há falta de lógica no problema.
Ainda em relação à definição do problema, é importante lembrar as seguintes considerações:
a) um problema pode ter mais de uma causa;
b) uma mesma causa raiz pode contribuir para diversos problemas;
c) quando a causa raiz não é tratada, provavelmente o problema será recorrente.
 (
FIQUE
 
ALERTA
Durante
 
o
 
tratamento
 
das
 
não
 
conformidades,
 
tome
 
muito
 
cuidado
 
para
 
não
 
confundir
 
o problema real com os sintomas ou as causas dele. Um erro nessa análise resultará em
 
ações
 
que
 
demandarão
 
tempo
 
e
 
recursos
 
e
 
que
 
não
 
terão
 
efeito
 
sobre
 
o
 
problema.
)
Tomando como base o problema identificado, a próxima fase é o levantamento das possíveis causas, onde se procura por erros humanos, violação de regras, falhas mecânicas, entre outras causas possíveis.
Para ajudar nessa análise, podem ser aplicadas as ferramentas da qualidade, tais como brainstorming, diagrama de Ishikawa, método dos porquês, gráfico de Pareto, entre outras.
A análise de causas nem sempre é fácil, pois pode abranger diversos setores e diversos motivos, os quais, muitas vezes, a empresa auditada prefere ignorar a corrigir.
Outro método que pode ser útil nesse processo é o 3 GEN, que é a abreviação das palavras japonesas GENBA, GENBUTSO, GENSHO. Essas palavras significam ir ao local da não conformidade, observar e enten- der o fenômeno. Por exemplo, diante de uma não conformidade, em que o dispositivo de parada de emer- gência não está presente em uma betoneira de determinada obra, deve-se ir ao local (GENBA), observar o equipamento (GENBUTSO) e procurar entender (GENSHO), com base nos conhecimentos, o motivo pelo qual o equipamento está sem o referido dispositivo.
Com a identificação da causa raiz, a solução do problema se torna mais fácil e aumentam as chances de as contramedidas7 eliminarem a causa raiz e solucionarem o problema.
Acompanhe, a seguir, como proceder para encaminhar a execução das contramedidas.
7	medida que tem por objetivo invalidar, neutralizar ou atenuar os efeitos de outra: contramedida de segurança, contramedida administrativa.
 (
110
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
7.4 PLANO DE AÇÃO
Após pensar e propor as possíveis contramedidas, serão escolhidas aquelas que tiverem maior pro- babilidade de funcionar e contribuir na obtenção dos resultados esperados. Nessa seleção, é importante considerar a facilidade e o custo de implementação, bem como o impacto dessas ações nos negócios.
Para que se possa efetuar as contramedidas de forma eficiente e eficaz, se faz necessária a elaboração de um plano de ação. Neste plano, são estabelecidas as ações a serem efetuadas, como serão conduzidas, quem serão os responsáveis por cada ação e os prazos para conclusão.
Observe, a seguir, alguns procedimentos para a elaboração do plano de ação.
a) Definição das ações, adotando as contramedidas escolhidas e priorizando a execução daquelas de maior impacto na solução do problema.
b) Planejamento de como será a execução, definindo os procedimentos e os recursos necessários.
c) Responsabilidade na distribuição das tarefas e atribuição das responsabilidades para a execução do plano.
d) Prazo, relaciona-se à determinação das datas de início e término para a realização do plano de ação. Isso facilitará a gestão da auditada no seu planejamento financeiro e organizacional.
e) Acompanhamento e monitoramento das ações e monitoramento de prazos e recursos.
 (
iStock
 
([20--?]),
 
Patricia
 
Marcilio
 
(2018)
)Figura 43 - Plano de ação
CASOS E RELATOS
Porto de Santos: auditores-fiscais do trabalho encontraram 266 irregularidades
Uma força-tarefa do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Trabalho Portuário e Aquaviário – GMPA, integrado por 15 auditores-fiscais do trabalho, encontrou 266 irregularidades em 44 empresas que atuam no Porto de Santos.
 (
111
)7 AÇÕES PÓS-AUDITORIA
As fiscalizações foram feitas no início de maio, com retorno no fim do mesmo mês e tiveram como principal objetivo verificar o cumprimento de normas de saúde e segurança do trabalho. “Verificamos descumprimento de várias normas de segurança e também desrespeitorecorrente à jornada, itens que combinados representam maior risco de acidentes de trabalho”, explicou o auditor-fiscal do trabalho Rodrigo Aoki Fuziy.
O SINAIT divulgou a fiscalização em maio, mas reforça a publicação em razão do elevado número de infrações encontradas, que colocam em risco a saúde e segurança dos trabalhadores. O Grupo Especial agiu a partir das denúncias de sindicatos dos empregados na área portuária.
O Ministério do Trabalho está finalizando o relatório da força-tarefa, com análise das defesas apresentadas pelas empresas. Concluído o documento, o processo segue ao Ministério Público do Trabalho – MPT e aos sindicatos que denunciaram as irregularidades.
Os auditores-fiscais do Trabalho verificaram as condições de trabalho portuário de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações dentro do porto, feitos por trabalhadores portuários avulsos – TPA ou com vínculo empregatício por prazo indeterminado contratados pelo Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO.
Além dos autos de infração, houve interdições. Uma delas foi motivada pela falta de condições de trabalho em altura, no setor de coleta de amostras e classificação de produtos. Outra ocorreu nas gaiolas de 20 e 40 pés para transporte e resgate de trabalhadores, no Ponto Três, no cais de uma empresa. De acordo com os auditores-fiscais, as gaiolas apresentavam problemas estruturais e não atendiam aos requisitos do item 29.5.2 da NR 29, sobre Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. O item trata de primeiros socorros e outras providências.
A terceira interdição foi em um andaime próximo à linha de alta tensão, colocando em risco a vida dos trabalhadores. A NR 29 recomenda que, quando houver montagem de andaimes perto de linhas elétricas, é necessário o desligamento da rede elétrica, além do aterramento da estrutura e equipamentos que estão sendo utilizados. Todo o procedimento deve ser feito por profissionais habilitados. (SENAIT, 2017).
Perceba que um plano de ação bem elaborado contribuirá para que as ações sejam implementadas de modo eficaz, o que será verificado na próxima etapa.
7.5 VERIFICAÇÃO DA EFICÁCIA PELA AMOSTRAGEM DE COLETA DE NOVAS EVIDÊNCIAS
Após seguir os passos do tratamento de não conformidades, chegou-se ao plano de ação, onde foram estabelecidas as contramedidas relacionadas às não conformidades reais e potenciais, ou seja, às ações corretivas e preventivas. A próxima etapa, do grupo de ações pós-auditoria, trata da verificação da efetivi- dade destas ações, com base na coleta de dados.
 (
112
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Observe, a seguir, as principais etapas dessa verificação:
a) verificar se todas as contramedidas estabelecidas no plano de ação foram efetuadas;
b) elaborar um plano para a coleta dos dados adequados;
c) coletar os dados;
d) analisar e interpretar os dados;
e) relatar as conclusões de maneira que sejam facilmente entendidas por quem for usá-las na tomada de decisão.
A elaboração do plano para coleta de dados visa obter evidências de que as não conformidades foram solucionadas e suas causas foram eliminadas. Por questões de tempo e custo, não há possibilidade de considerar uma coletada de dados de grande abrangência que faça uma varredura em toda a empresa. Portanto, no planejamento da coleta de dados, devem ser consideradas amostras que possam representar a condição do todo, em relação ao que está sendo analisado.
O propósito da amostragem em estatística é reduzir grandes quantidades de dados, utilizando amostras que possibilitem o manuseio e a compilação dos dados, de forma viável, e que ajudem a fazer inferências seguras a partir de dados quantitativos.
O conceito de amostragem em estatística é bastante amplo. No entanto, não é o foco deste estudo.
Figura 44 - Evidências
 (
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([20--?])
)Obter evidências que indiquem os resultados das contramedidas, estabelecidas no plano de ação, é fundamental para que o auditor possa apresentar à empresa a sua condição em relação às não conformi- dades reais e potenciais identificadas no processo de auditoria, bem como da efetividade ou não das ações planejadas.
Da mesma forma que efetuado durante a auditoria, a busca pelas evidências acontece por meio de entrevistas com empregados, observação das tarefas de trabalho, análise dos processos de produção e controle dos equipamentos. Também faz parte deste processo a verificação de documentos, como manuais de procedimentos e mapas de risco.
As evidências documentais, físicas, analíticas e de testemunho coletadas na fase de pós- auditoria con- solidam as informações para a comunicação final e o fechamento da auditoria, que será detalhado a seguir.
 (
113
)7 AÇÕES PÓS-AUDITORIA
7.6 COMUNICAÇÃO FINAL – FECHAMENTO DA AUDITORIA
Essa última etapa encerra o ciclo do processo de auditoria com a apresentação formal das ações desen- volvidas após a auditoria e os resultados alcançados através das mesmas.
Neste momento, são apresentadas de uma forma geral, as principais ações efetuadas após a auditoria, desde o tratamento das não conformidades reais e potenciais identificadas, passando pelo plano de ação das ações corretivas e preventivas, até a coleta e verificação das evidências.
 (
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([20--?])
)Figura 45 - Apresentação
O auditor pode iniciar relembrando as não conformidades constatadas e, na sequência, dar espaço para que o responsável pela gestão do plano de ação apresente como foi a execução das contramedidas plane- jadas, as dificuldades encontradas e as oportunidades de melhoria para os planos futuros.
Com base na análise das evidências coletadas, o auditor apresentará o resultado das ações pós-audito- ria, seguido pelas suas conclusões e eventuais recomendações, efetuando, na sequência, o fechamento de todo o processo de auditoria.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você conheceu as ações corretivas, preventivas e de melhoria, que são efetuadas após o encerramento da auditoria, para o tratamento tanto das não conformidades reais quanto das não conformidades potenciais.
Você compreendeu que o primeiro passo para a análise de causas é a identificação adequada do problema e que, após o resultado da análise de causas, é preciso elaborar um plano de ação para eliminá-las. Observou que a efetividade das ações corretivas e preventivas planejadas, precisa ser verificada e que isso será feito com base na coleta de dados.
 (
114
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Você finalizou o estudo deste capítulo entendendo a importância da comunicação do resultado do plano de ação, que é embasado na análise das evidências coletadas e complementado pelas conclusões e eventuais recomendações do auditor.
Agora sim! Com as ações pós-auditoria fecha-se o ciclo de todo o processo.
Mas suas oportunidades de movimentar o conhecimento não se encerram aqui, continue seus estudos e entenda como os aspectos da educação ambiental se aplicam à Saúde e Segurança no Trabalho.
 (
Educação
 
Ambiental
 
Aplicada
 
à
 
Saúde
 
e
Segurança
 
no
 
Trabalho
8
)
Talvez você já tenha ouvido a frase que estipula que nós não deixamos o mundo de herança para nossos filhos e netos; o que fazemos na realidade é pegar emprestado deles. Pense por um instante nas seguintes questões: qual é a sua responsabilidade diante disso? O que você tem feito ou pode começar a fazer para preservar o planeta?
Neste contexto, a partir de agora, você terá oportunidade de estudar sobre a educação ambiental aplicada à Saúde e Segurança no Trabalho e conhecerá um pouco sobre a evolução do trabalho na sociedade, desde a descoberta do fogo até a modernidade dos dias atuais e entenderá também como os aspectos sociais, culturais e ambientais impactam no meio ambiente.
Você entenderá a importância da sustentabilidade e de que modo ela pode ser estabelecida, além de conhecer ações como a gestão de resíduos e o conceito do 5R. Igualmente, observará a contribuição da responsabilidade socioambiental na construção da sustentabilidade8.Por fim, você verá que os sistemas de gestão podem tomar como referência as normas ISO e que a Gestão da Qualidade, do Meio Ambiente e da Saúde e Segurança do Trabalho podem funcionar de forma integrada ou independente.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para correlacionar os itens identificados nas auditorias em Saúde, Segurança e Meio Ambiente do Trabalho com os requisitos estabelecidos em normatizações internas e/ou externas.
A partir de agora, você dará um importante passo, que é movimentar o conhecimento para poder contribuir com a sustentabilidade do planeta.
Bons estudos!
8	Conceito que, relacionando aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, busca suprir as necessidades do presente sem afetar negativamente as gerações futuras.
 (
118
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
8.1 ASPECTOS SOCIAIS, CULTURAIS E AMBIENTAIS
Devido ao desafio de assegurar a sustentabilidade das atividades humanas no planeta, nas últimas dé- cadas, houve alterações expressivas na forma de se abordar as questões ambientais.
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999)
A tese de que o crescimento demográfico esgotaria os recursos naturais prevaleceu até a década de 1970. A partir de 1972, defendia-se a ideia de que, se o crescimento econômico não fosse freado, a terra atingiria o esgotamento de seus recursos em meados do século XXI. Na Conferência de Estocolmo, em 1973, o foco do problema deixou de ser apenas limitar o desenvolvimento em si, mas alongou-se no senti- do de rever a maneira predatória com que o mesmo vinha sendo praticado. Naquele momento, passou-se a considerar o homem e a perspectiva social como sendo parte do problema, o que originou as preo- cupações quanto à preservação dos recursos naturais no processo de desenvolvimento econômico. Essa preocupação trouxe a expectativa de uma harmonização entre proteção ambiental e desenvolvimento socioeconômico através da maximização da produção e da racionalização dos recursos naturais. Com a incorporação de problemas relacionados à pobreza e à desigualdade social na abordagem da questão ambiental, que ocorreu em meados de 1980, surge o termo desenvolvimento sustentável; termo este que sugere a necessidade da busca em atender as necessidades do presente sem comprometer as necessida- des das gerações futuras. (SACHS, 1993)
Em relação ao aspecto social, o foco é o ser humano, que está direta ou indiretamente relacionado com a empresa. Trata-se da prática de salários justos, cumprimento da legislação trabalhista e, considera outros caracteres, como o bem-estar dos funcionários, sua saúde e segurança. Também são consideradas as pers- pectivas sociais, no estudo de como a atividade econômica afeta as comunidades circundantes e impacta nos problemas gerais da sociedade como educação, violência, saúde e lazer.
O aspecto ambiental está relacionado ao efeito que a atividade econômica exerce sobre o meio am- biente. A empresa deve pensar em maneiras de reduzir esses impactos, bem como desenvolver formas de compensá-los, caso não haja possibilidade de redução. Neste sentido, deve ser considerada a necessidade de adequação dos processos da empresa em relação aos requisitos da legislação ambiental vigente.
Considerando que a cultura está muito ligada à sociedade na qual ela se insere, o aspecto cultural acaba sendo confundido, em alguns pontos, com o aspecto social. O aspecto cultural está relacionado com as tradições e valores regionais, historicamente estabelecidos, que são preservados, divulgados e que tem influência sobre o indivíduo. As questões do meio ambiente devem procurar soluções que considerem os aspectos culturais e as particularidades de cada ecossistema.
Segundo Belia (1996), as ações com foco em curto prazo tendem a condenar os grupos sociais que adotam esta prática a um aumento da pobreza a médio e longo prazo, em função do desperdício rápido de recursos naturais justamente por ignorar o verdadeiro valor destes.
 (
119
)8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Uma economia sustentável, do ponto de vista ambiental, não destrói suas próprias condições de exis- tência. Por isso, não pode haver contradição entre uma boa política ambiental e uma boa política econô- mica (LISBOA, 2002).
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([20--?])
)Figura 46 - Sustentabilidade
A atividade econômica contribui fortemente para os danos ambientais. No entanto, o setor político tam- bém impacta negativamente no meio ambiente quando não elabora leis ambientais adequadas e aplicá- veis à realidade local. De modo geral, a sociedade também tem a sua parcela de responsabilidade quando concorda sistematicamente com as políticas econômicas e empresariais que priorizam o desenvolvimento econômico e provocam impactos negativos ao meio ambiente. O sistema educacional também prejudica a sustentabilidade quando não contribui para fortalecer a consciência de preservação do meio ambiente.
8.2 EVOLUÇÃO DO TRABALHO NA SOCIEDADE
Você já percebeu como um grupo de formigas trabalha para manter o seu agrupamento? As tarefas são dividas, e há líderes e liderados. Comparando esse exemplo com os seres humanos mais primitivos, surgem as tribos, onde todos possuíam tarefas distintas tanto homens quanto mulheres.
A organização humana teve início com a formação de tribos nômades, que se deslocavam de um lado para o outro quando seu alimento ficava escasso e as condições climáticas ficavam críticas para sua sobrevivência.
A descoberta e o domínio do fogo, permitiu que seus hábitos alimentares fossem se alterando, além de permitir o desenvolvimento de ferramentas e utensílios que facilitavam a obtenção dos alimentos. A partir desse momento, e também preocupado com a escassez de alimentos, os seres humanos foram obrigados a observar melhor a natureza, entendendo o processo de reprodução dos vegetais e o comportamento dos animais, tencionando domesticá-los. Nesse sentido, imagine quantas tentativas frustrantes foram executas para a domesticação dos animais de grande porte!
 (
120
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Com a produção de alimentos em abundância, os homens começaram a comercializar seus produtos com outras pessoas e outras tribos. Mas a arte da guerra reinava e as disputas por território, comidas e per- tences eram travadas, e pessoas derrotadas eram escravizadas, o que deu início à sociedade escravagista. Como para a época era difícil manter o trabalho forçado pela falta de estrutura e armas, houve a necessida- de da transição de escravos para relação de trabalho.
Figura 47 - Formação de grupos
 (
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([20--?])
)Foi no sistema feudal que essa relação foi bastante difundida e na Europa é que ela se estruturou, ao fim do século V, e desapareceu no século XV. Após esse período, o desenvolvimento da cultura, do compor- tamento e da comunicação influenciou o desenvolvimento dos seres humanos nos hábitos alimentares, papéis sociais, religião, relação de trabalho e leis.
Cada vez mais especializada nos seus atributos9, a estrutura organizacional da sociedade foi se alteran- do, foi ocorrendo a divisão de trabalhos, a especialização e a união de grupos em centros urbanos. Nesta fase, o homem criou, além do setor primário (exploração de recursos naturais, caça, pesca, agropecuária), o setor secundário (fábricas) e o setor terciário (comércio). Tantas mudanças exigiram melhor organização e administração.
Baseadas na igreja e ritos militares, as empresas foram criando seu processo de hierarquia para obten- ção de melhores resultados.
O grande marco para o trabalho foi a Revolução Industrial, onde, na primeira fase, surgiu a máquina a vapor e com a segunda, surgiu o domínio de fabricação do aço e a descoberta da eletricidade.Assim como no final do período nômade, o homem foi se especializando, aumentando a competitivida- de e a seleção de trabalhadores no mercado, o que permitiu que desenvolvesse uma estrutura interna para suas organizações e para as relações interpessoais. Sindicatos, associações e sociedades foram criadas para unir grupos semelhantes para lutarem pelos seus direitos.
9	Característica positiva; o que confere um bom conceito.
 (
121
)8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Já na Revolução Industrial, datada do século XIX, foi estabelecido o sistema econômico capitalista que defendia a propriedade privada, o acúmulo de riquezas, as políticas de mercado livre, o lucro e a autonomia nas relações de trabalho independente do estado. Com a forte pressão dos sindicatos e outras associa- ções, o estado foi obrigado a desenvolver leis que regulassem as atividades da relação do trabalho com as empresas.
 (
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([20--?])
)Figura 48 - Revolução Industrial
Com a modernização, automatização e robótica, no século XX, mudanças trouxeram mais responsabili- dades para o homem, em termos de produtividade, e conhecimento para manter sua atividade.
Você consegue perceber o percurso histórico que te levou a estudar até esse momento? Trata-se da busca pela especialização, com a finalidade de se encaixar no mercado. Infelizmente, apesar de séculos se passarem, ainda se encontra pessoas escravizadas e em condições não dignas para o desenvolvimento humano.
Observe que o trabalho, atualmente, é uma relação de negócios, onde o trabalhador fornece sua mão de obra e depois de trinta dias recebe por ela, mas isso deve sempre acontecer em condições adequadas de saúde, segurança e meio ambiente do trabalho digno.
8.3 INTRODUÇÃO AO MEIO AMBIENTE: ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
O meio ambiente, de modo geral, pode ser definido como: “[...] o conjunto de condições, leis, influên- cias, e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981).
O ser humano passou por diversas mudanças em relação ao meio de vida e meio do trabalho e por outro lado, constantemente, ouve-se notícias que informam que o planeta está sofrendo grandes transfor- mações devido à influência do homem sobre a natureza.
 (
122
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Para se ter uma ideia, parques ecológicos são cultivados com dificuldade para manter exemplares do que um dia foi o habitat humano.
 (
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([20--?])
)Figura 49 - Impacto ambiental
Sabe-se que o homem precisou utilizar os recursos naturais para o desenvolvimento da sua espécie e que toda interferência no meio ambiente causa um impacto ambiental muitas vezes irreparável. Ao final- mente considerar essa afirmação, todos os setores da economia estão buscando de alguma forma envidar esforços no sentido de reduzir todo o impacto gerado sobre o meio ambiente, utilizando programas de educação e conscientização. Não sendo o bastante, muitos clientes exigem de seus fornecedores o com- prometimento efetivo da empresa com o meio ambiente.
Hoje, com a adoção de leis mais enérgicas, há maior dificuldade de o homem interferir no meio am- biente, porém isso não o impede. Um exemplo é o desmatamento que ocorre diariamente no Brasil e que é bastante criticado por outros países, pelo fato de destruir quase todas as reservas naturais.
E você, o que vem fazendo para contribuir com o meio ambiente? Lembre-se que em uma empresa há o meio ambiente do trabalhador e não somente o da natureza e que esse deve ser monitorado para não gerar impactos (acidentes e doenças nos trabalhadores); e você é o profissional capacitado para intervir.
8.4 5R (REFLETIR, RECUSAR, REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR)
O tratamento, coleta e destino correto dos resíduos são apenas parte de um problema global, porque enquanto resíduos estão sendo gerados, recursos naturais estão sendo extraídos.
De modo a reduzir o consumo e reaproveitar materiais, a política do 5R vem sendo bastante adotada nas empresas e na sociedade.
 (
123
)8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
O programa 5R é formado por: repensar, reduzir, reaproveitar, reciclar e recusar o consumo de produtos que gerem impactos ambientais de grande significância. Um processo educativo socioambiental tem por objetivo a mudança do comportamento das pessoas, fazendo com que elas pensem e repensem sobre suas atitudes atuais para a redução do consumo e do desperdício.
 (
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([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)Figura 50 - 5R
Hoje, as indústrias encontram, em seus resíduos, a possibilidade de reciclar, o que gera, muitas vezes, uma fonte de matéria-prima e de receita, deste modo, com a adoção de novas políticas de incentivo gover- namental, várias empresas vêm surgindo com a finalidade única de reciclar e reutilizar.
 (
SAIBA
Para
 
entender
 
melhor
 
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a
 
aplicação
 
da
 
política
 
do
 
5R,
 
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e
 
se
 
mantenha
 
atualizado.
)
É comum encontrar, atualmente, produtos que apresentam em sua embalagem a composição dos ma- teriais; isso facilita o trabalho de triagem do lixo. Essa prática apresenta benefícios na redução da extração dos recursos naturais, diminuição do volume de lixo nos aterros sanitários, bem como maior economia de recursos no tratamento, redução da utilização de energia nas indústrias e desenvolvimento da economia local.
 (
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)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
8.5 SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade está baseada em ações que procuram garantir o futuro de um lugar, mantendo a qualidade de vida, com o respeito às pessoas e suas culturas, visando conservar o meio ambiente e manter a sua biodiversidade.
Não há como negar que o consumo de recursos naturais é inevitável. No entanto, é extremamente necessário que sejam estabelecidos limites quanto a isso.
A sustentabilidade possui várias dimensões que tem uma certa interdependência entre si, e quando somadas às necessidades de saúde, lazer, educação e sobrevivência do ser humano, tornam este sistema complexo.
Segundo Sachs (1993), as dimensões da sustentabilidade podem ser classificadas conforme apresenta- do a seguir.
a) Sustentabilidade ecológica: preservação dos recursos naturais, fundamentada em regras para proteção ambiental, que priorizem o uso de recursos renováveis e limitem o uso dos recursos não renováveis. Por exemplo, limitando o uso de combustíveis fósseis e priorizando o uso de fontes de energia como a solar e a eólica. Outra alternativa é a redução do volume de resíduos e da poluição gerada, através da reciclagem e da utilização de tecnologias limpas.
b) Sustentabilidade econômica: adoção de critérios de avaliação da eficácia econômica que considerem aspectos macrossociais e não apenas a lucratividade das empresas, que valorizem sua modernização e o desenvolvimento econômico equilibrado entre os setores da economia.
c) Sustentabilidade social: considera a existência de recursos materiais e não materiais, visando uma melhor distribuição da renda para promover a melhoria das condições da população por meio de ações que visem uma sociedade mais homogênea. Em resumo, possibilita que as pessoas tenham um emprego que assegure qualidade de vida e igualdade de acesso aos recursos e serviços sociais.
d) Sustentabilidade espacial ou territorial: tem por objetivo estabelecer um equilíbrio entre a ocupação urbana e a rural, por meio de melhor distribuição das pessoas em relação ao território e às atividades econômicas exercidas, bem como melhorar o ambiente urbano e preservar a biodiversidade e o eco desenvolvimento.
Por fim, pode-se considerar ainda os aspectos da influência cultural sobre o ser humano e sobre a forma como elese relaciona com as dimensões apresentadas anteriormente.
 (
FIQUE
 
ALERTA
A sustentabilidade pode ser conquistada com ações simples e cotidianas que você
 
pode
 
incorporar
 
facilmente
 
em
 
sua
 
rotina.
 
Por
 
exemplo,
 
economizar
 
água
 
e
 
luz,
 
separar
 
o
 
lixo
 
para
 
reciclagem
 
e
 
muitas
 
mais.
)
 (
125
)8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Com o reconhecimento dos grandes impactos ambientais gerados pela indústria, a exigência do mer- cado consumidor e com políticas que beneficiam as empresas que preservam o meio ambiente, a susten- tabilidade está se tornando cada vez mais presente no cotidiano das empresas que buscam produzir com o menor impacto ambiental possível.
Figura 51 - Sustentabilidade
 (
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([20--?])
)A indústria está adotando e desenvolvendo projetos de sustentabilidade como geração de energia lim- pa e renovável, ou seja, que não gera resíduos e poluentes. São exemplos de energia limpa:
energia eólica: gerada com a força dos ventos e captada por meio de geradores eólicos; energia solar: gerada pelos raios solares e captada através de painéis fotovoltaicos; energia das marés: gerada a partir do movimento das ondas;
biogás: energia que resulta da mistura de dióxido de carbono e gás metano;
biocombustíveis: energia proveniente de vegetais e resíduos animais como etanol, biodiesel, bioéter etc.
 (
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([20--?])
)Figura 52 - Biocombustível
 (
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)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Atualmente, esse tipo de energia está se tornando casa vez mais acessível até mesmo para uso domés- tico. Com acesso à internet, que facilitou sua divulgação, é possível adquirir sistemas e equipamentos a um preço acessível e ainda em parceria com as companhias de energia dos estados, inclusive, o consumidor tem a possibilidade de vender a energia gerada, de maneira sustentável.
A Organização das Nações Unidas no Brasil (ONUBR, 2017), em sua diretriz número 7, estabelece como meta até 2030 assegurar para todos o acesso à energia limpa de modo confiável, moderno e a preços acessíveis.
São princípios da cultura da sustentabilidade:
a) água: disponibilidade de água limpa para todos, bacias hidrográficas, rios e mares saudáveis;
b) energia e tecnologia: 5R, utilização consciente dos recursos naturais, consumo eficiente de energia, fontes de energia limpa e renovável;
c) interação humana: compartilhamento de informações, consenso, direitos humanos e cooperação;
d) espécies e sistemas: diversidade do bioma, reflorestamento e respeito à natureza;
e) economia local: consumo sustentável e de produtos locais, ética comercial, redução do lixo, empre- sas ecológicas e manejo de recursos;
f) ) segurança alimentar: recuperação do solo, biodiversidade de espécies, alimentos orgânicos, dis- tribuição proporcional de alimentos, segurança dos alimentos, saúde e nutrição.
A sustentabilidade começa a partir de cada um e é importante que o seu legado seja disseminado por profissionais, como o Técnico em Segurança do Trabalho.
Figura 53 - Responsabilidade de todos
A energia limpa é um símbolo de desenvolvimento sustentável e ainda precisa ser melhor utilizada, através de maior investimento na pesquisa tecnológica e na implantação de sistemas e subsídios governa- mentais. Portanto, é preciso começar ou continuar adotando práticas e comportamentos sustentáveis para a constituição de um mundo melhor.
A sustentabilidade tem como alicerce as políticas governamentais e empresariais, que apresentem viabi- lidade econômica, igualdade social e sustentabilidade ecológica. Não menos importante é a sensibilização
 (
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([20--?])
)
 (
127
)8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
e a mobilização das pessoas para participar ativamente deste processo, fornecendo informações que per- mitam a compreensão de problemas e oportunidades e que busque o consenso nas decisões coletivas.
8.6 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
A responsabilidade socioambiental pode ser entendida como um conjunto de ações que uma empresa representa no sentido de oferecer produtos e serviços sem causar impacto ambiental.
Atualmente, as organizações adotam um sistema chamado de Sistema de Gestão Ambiental, que visa fortalecer a sua imagem, prevenir acidentes, aumentar a competitividade e obter maiores lucros. Pode ser implantado tanto em organizações públicas como em privadas, com a finalidade de inclusão social e preservação do meio ambiente.
A preocupação da indústria em relação aos seus resíduos é grande e algumas posturas precisam ser adotadas, por exemplo, quando se compra determinados produtos: o fabricante deve destiná-lo para seu correto descarte, pois isso é de responsabilidade da fonte geradora.
Na sua futura profissão como TST, você perceberá que a saúde e a segurança do trabalho, sempre an- dam juntas em suas atividades, portanto o campo socioambiental só terá êxito com a participação das empresas, governo e de toda a sociedade.
8.7 GESTÃO DE RESÍDUOS
Estima-se que, no Brasil, cada pessoa gere diariamente cerca de 600 gramas de lixo. Imagine multiplicar isso pelo número total de habitantes? É muito resíduo, e infelizmente, grande parte é depositada em lixões e terrenos baldios em detrimento dos recursos naturais já se tornarem escassos.
Atualmente, a destinação correta e a reutilização de sobras da indústria está se tornando um negócio rentável, com grandes oportunidades de receita, geração de emprego e outros benefícios sociais. Sabe-se que o não tratamento de grande parte dos resíduos pode ser foco de doenças, sendo desta forma impor- tante a atuação na gestão de resíduos.
Figura 54 - Resíduos
 (
128
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Para os administradores públicos, o acúmulo de lixo está sendo um desafio. Portanto, a gestão de resí- duos precisa considerar também estratégias para educação e conscientização da população em relação à redução dos impactos ambientais.
Geralmente, o lixo gerado pode ser classificado em:
a) lixo residencial, domiciliar ou doméstico: sobras orgânicas de alimentos, papel, vidro, plásticos etc.;
b) lixo comercial: originado de restaurantes, lojas, bancos; são semelhantes ao lixo doméstico;
c) lixo industrial: oriundos da indústria, que são classificados como:
Categoria 1: resíduos perigosos que exigem cuidados especiais, com grande potencial ofensivo à vida, não degradáveis e acumulativos.
Categoria 2: biodegradáveis e combustíveis.
Categoria 3: resíduos inertes e não combustíveis.
Categoria 4: resíduos misturados e de diferentes origens.
d) Lixo hospitalar: é dividido em dois tipos, sendo um de origem comum, como papéis, restos de ali- mentação, embalagens etc.; e o outro formado por resíduos provenientes de salas de cirurgia, áreas de isolamento e que podem apresentar risco à saúde da população;
e) (
iStock
 
([20--?])
)lixo especial: entulhos, restos de árvores, animais mortos, enfim, são que os órgãos públicos cole- tam de forma separada.
f) Outros: tudo o que não seja incluso nos demais.
 (
129
)8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
 (
O
 
Brasil
 
produz
 
241.614
 
toneladas
 
de
 
lixo
 
por
 
dia.
 
76%
 
são
 
depositados
 
a
 
céu
 
aberto
 
em
 
lixões,
 
13%
 
são
 
depositados
 
em
 
aterros
 
controlados,
 
10%
 
são
 
depositados
CURIOSI
em
 
aterros
 
sanitários,
 
0,9%
 
são
 
compostados
 
em
 
usinas
 
e
 
0,1%
 
são
 
incinerados.
 
É
DADES
importante
 
salientar
 
que
 
o
 
material
 
orgânico
 
compõe
 
a
 
maior
 
parte
 
do
 
item
 
outros
.
 
Aproximadamente
 
53%
 
deste
 
total
 
é
 
de
 
restos
 
de
 
comida
 
desperdiçada.
Fonte:
 
(PORTAL,
 
2017).
)
A destinação incorreta dos resíduos, tanto residenciais quanto industriais, pode contaminar o solo, o ar e os recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Hoje, algumas práticas de alta tecnologia vêm sendo adotadas para evitar esse tipo de impacto, como a pirólise e a biorremediação, o que reduz as práticas de aterro sanitário ede incineração.
Um método bastante utilizado por diversos anos na agricultura e que vem sendo adotado nas cidades é a utilização da compostagem para resíduos orgânicos, em que depois do processo de fermentação, os restos são transformados em adubo e utilizados na agricultura. O óleo vegetal velho também já está sendo tratado e transformado em combustível para veículos, como o biodiesel.
Um resíduo que está recebendo atenção especial é o óleo lubrificante usado ou óleo queimado. Até pouco tempo, contaminações do solo e da água eram frequentes com o descarte irregular deste resíduo, trazendo prejuízos irreparáveis até mesmo para a saúde do homem. Hoje, a responsabilidade do descarte é do produtor ou importador que é obrigado a possuir coletor para a destinação correta.
São perceptíveis as mudanças que vem ocorrendo em relação à gestão de resíduos, até mesmo dentro das casas. Muitas cidades já possuem a coleta seletiva, que gera renda, emprego e principalmente, reduz os impactos ambientais provocados pela atividade humana.
CASOS E RELATOS
Qualidade do meio ambiente de trabalho é tema de projeto em análise na CAS
Está em análise na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) um projeto de lei que altera a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) para estabelecer critérios de qualidade para o meio ambiente de trabalho. De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), o PLS 220/2014 está sob a relatoria do senador José Pimentel (PT-CE).
A proposta classifica o meio ambiente do trabalho como “microssistema de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica ou psicológica que incidem sobre o homem no seu local de trabalho ou em razão de sua atividade laboral”. Aquele que “poluir” o ambiente de trabalho, ou seja, não obedecer às normas, será classificado como poluidor laboral.
 (
130
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Em geral, o poluidor é o próprio empregador que, ao não zelar por um bom ambiente de trabalho, pode ameaçar a saúde, a segurança e o bem-estar de seus subordinados.
Punição
O projeto também determina que caberá à Justiça do Trabalho julgar aqueles que descumprirem as regras do meio ambiente do trabalho. O poluidor laboral deverá custear os danos causados ao meio ambiente do trabalho em geral, aos trabalhadores ou a terceiros afetados pela sua atividade.
Uma alteração proposta pela matéria é a de que o juiz do Trabalho ou o auditor fiscal do trabalho “à vista do laudo técnico que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, possam interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, suspender operação, método ou processo e embargar obra”. Atualmente essa atribuição cabe ao delegado regional do trabalho.
Outra mudança é a possibilidade de qualquer pessoa, desde que muito necessário, intervir para que seja garantida a integridade física e psíquica de trabalhadores, tendo que imediatamente comunicar o caso à autoridade federal competente. Será lícito que os empregados cessem o serviço até que estejam em um ambiente seguro de trabalho sem que percam qualquer direito legal ou contratual. (AGÊNCIA SENADO, 2014)
A gestão adequada dos resíduos não é somente uma responsabilidade organizacional. Cada indivíduo tem papel relevante neste processo e a responsabilidade deve ser compartilhada.
8.8 ISO APLICADA À SAÚDE, SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
A aplicação das normas ISO à saúde, segurança e meio ambiente remete ao conceito de Sistema de Gestão Integrada, onde os aspectos e objetivos da qualidade, do desempenho ambiental, da saúde e segu- rança ocupacional e da responsabilidade social são gerenciados de forma a integrar todos estes sistemas.
 (
Antonio
 
Mees
 
(2017)
)Figura 55 - Logo: International Organization for Standadization - ISO Fonte: ISO.org (2017)
 (
131
)8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Veja, a seguir, as normas utilizadas no Sistema de Gestão Integrada e no que consiste cada uma delas.
a) ISO 9001: se refere às atividades de projeto, desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica, bem como das exigências de garantia de qualidade.
b) ISO 14001: tem como objetivo padronizar a prática voluntária do Sistema de Gerenciamento Ambi- ental - SGA nos diversos ramos da atividade humana.
c) OHSAS 18001: apresenta os requisitos de um Sistema de Gestão da SST para controlar riscos ocupa- cionais e melhorar o desempenho nessa área.
d) ISO 16001: está pautada na busca da postura ética das organizações na relação com a sociedade afetada e com seus funcionários.
Acompanhe, no quadro a seguir, os aspectos relacionados à integração destes quatro sistemas de gestão.
	SISTEMA DE GESTÃO
	POLÍTICA
	OBJETIVOS
	Qualidade
ISO 9001
	· Promover a melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).
· Fornecer produtos que atendam às expectativas e
requisitos do cliente.
	· Conformidade dos produtos às expectativas e requisitos do cliente.
· Melhorar continuamente os processos.
· Gerir de modo eficaz o sistema da qualidade.
	
Meio Ambiente
ISO 14001
	
· Fornecer produtos e serviços que atendam aos requisitos legais aplicáveis em relação às leis ambientais.
· Prevenção contra poluição.
· Promover a melhoria contínua do Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
	Respeitar o meio ambiente, baseado em:
· fabricar os produtos de modo a minimizar o impacto ambiental na sua produção, uso e dis- posição;
· incorporar novas tecnologias à melhoria con- tínua do desempenho ambiental;
· atender à legislação ambiental e aos compromis- sos ambientais assumidos.
· reduzir ou eliminar a liberação de poluentes no Meio Ambiente;
· promover a consciência ambiental entre seus co-
laboradores e partes interessadas.
	
Saúde e Segurança no Trabalho
OHSAS 18001
	
· Promover a melhoria contínua do Sistema de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho (SGSST).
· Atender aos requisitos legais relacionados a SST, elimi- nando ou minimizando os riscos.
· Preservar a integridade física e a qualidade de vida de seus trabalhadores.
	· Buscar a melhoria do Sistema de Gestão em SGSST.
· Atender aos requisitos da legislação vigente de segurança e saúde aplicáveis e outros.
· Adotar posturas de prevenção, regulamentando as condições de trabalho.
· Eliminar ou minimizar riscos de acidentes e doen-
ças ocupacionais.
 (
132
)GESTÃO DE AUDITORIAS EM SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
	SISTEMA DE GESTÃO
	POLÍTICA
	OBJETIVOS
	
Responsabilidade Social
ISO 16001
	· Atuar com responsabilidade social alinhada com a Mis- são, a Visão, os Valores e o Código de Ética.
· Firmar compromisso com o desenvolvimento susten- tável.
· Promover o crescimento econômico.
· Preservar a justiça social.
· Assegurar o compromisso com o futuro das próximas gerações.
	
· Promover a cidadania.
· Promover o desenvolvimento sustentável.
· Atuar de forma transparente.
Quadro 4 - Aspectos do Sistema de Gestão Integrada Fonte: do Autor (2017)
Com base nas informações do quadro anterior, pode-se considerar a política e o objetivo do Sistema de Gestão Integrada (SGI) como sendo os seguintes.
a) Política do SGI: fornecer aos clientes produtos e serviços de qualidade, procurando satisfazê-los, porém promovendo condições seguras e saudáveis de trabalho, bem como atuar com responsabili- dade ambiental e social.
 (
iStock
 
([20--?]),
 
Vitória
 
Strelo
 
Gonçalves
 
(2017)
)Figura 56 - Sistema de Gestão Integrada Fonte: do Autor (2017)
 (
133
)8 EDUCAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
b) Objetivo do SGI: interagir com a força de trabalho para estabelecer um conjunto de elementos, por meio de diretrizes e padrões, que contribua para promover a melhoria da qualidade dos serviços, bem como gerar ações preventivas nas questões de segurança do trabalho, meio ambiente e saúde do trabalhador.
Apesar dos benefícios do sistema integrado, a aplicação das normas ISO de forma individual também é uma prática saudável, que pode ser adotada nas organizações.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, vocêestudou os aspectos sociais, culturais e ambientais em relação aos impactos que o ser humano e, principalmente, a atividade econômica gera no meio ambiente. Estudou sobre a evolução do trabalho na sociedade, desde a descoberta do fogo até a modernidade dos dias atuais.
Entendeu também como os aspectos sociais, culturais e ambientais impactam no meio ambiente, bem como a importância da sustentabilidade e de que modo ela pode ser estabelecida. Compreendeu que ações neste sentido precisam ser implementadas por pessoas e organizações que cumpram seu papel, com responsabilidade socioambiental, para a construção e manutenção de ações saudáveis.
E para finalizar o capítulo, você observou que os sistemas de gestão podem utilizar como referência as normas ISO e que a gestão da qualidade, do meio ambiente e da saúde e segurança do trabalho podem funcionar de forma integrada ou independente.
Mesmo encerrando várias informações úteis, esse material não deve finalizar suas pesquisas, por isso continue com seus estudos para crescer profissionalmente e cumprir adequadamente sua função no ambiente laboral.
REFERÊNCIAS	
ABRAT – Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas. TRT 8: Culpa concorrente em acidente de marceneiro causa redução de indenizações. 2017. Disponível em: < http://www.abrat.adv.br/ index.php/noticias/923-trt8--culpa-concorrente-em-acidente-de-marceneiro-causa-reducao-de- indenizacoes >. Acesso em: 27 jul. 2017.
AGÊNCIA SENADO. Qualidade do meio ambiente de trabalho é tema de projeto em análise na CAS. 2014. Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2014/09/26/ qualidade-do-meio-ambiente-de-trabalho-e-tema-de-projeto-em-analise-na-cas>. Acesso em: 16 nov. 2017.
BELLIA, Vitor. Introdução à economia do meio ambiente. Brasília: IBAMA, 1996.
BRASIL. Norma Regulamentadora 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Publicada em 6 de julho de 1978. Disponível em: <https://goo.gl/YBRoVx>. Acesso em: 21 jun. 2017.
 	 . Política Nacional de Educação Ambiental. LEI 9.795/1999. 1999. Disponível em:< http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm>. Acesso em: 4 jul. 2017.
 	. Política Nacional do Meio Ambiente. LEI 6.938/1981. 1981. Disponível em:< http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm>. Acesso em: 16 nov. 2017.
CICCO, F. OHSAS 18001: sistemas de gestao da seguranca e saude no trabalho – requisitos. Sao Paulo: Risk Tecnologia, 2007.
CUT. BRF é autuada por falhas em segurança do trabalho. 2014. Disponível em: <https://cut.org. br/imprimir/news/9877535634e58caa1a9d1a72bcaa9543/>. Acesso em: 3 nov. 2017.
G1. Defesa Civil suspeita de falha de procedimento em obra de estádio. 2013. Disponível em:
<http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/11/defesa-civil-suspeita-de-falha-de- procedimento- em-obra-do-corinthians.html >. Acesso em: 28 jul. 2017.
LISBOA, Marijane Vieira. Em busca de uma política externa brasileira de meio ambiente, três exemplos e uma exceção à regra. 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392002000200006>. Acesso em: 28 jul. 2017.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
2017. Disponível em: < http://www.trabalho.gov.br/images//Documentos/SST/NR/NR12/NR-12.pdf
>. Acesso em: 17 nov. 2017.
OHSAS 18001:2017. Sistemas de Gestão da Segurança e da Saúde do Trabalho - Requisitos. 2007. Disponível em: <https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/7319/2/Anexo%20I%20 OHSAS180012007_pt.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2017.
ONUBR. Nações Unidas No Brasil. Objetivo 7: assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos. 2017. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/ pos2015/ods7/>. Acesso em: 4 jul. 2017.
REVISTA PROTEÇÃO. Anuário Brasileiro de Proteção. 2015. Disponível em: <
http://www.protecao.com.br/materias/anuario_brasileiro_de_p_r_o_t_e_c_a_o_2015/brasil/ AJyAAA>. Acesso em: 9 out. 2017.
 	 . Empresas têm buscado a OHSAS 18001 para extrapolar as exigências do mercado. 2013. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/materias/anuario_brasileiro_ de_p_r_o_t_e_c_a_o_2013/gestao_em_sst/J9y5Ac>. Acesso em: 3 nov. 2017.
SACHS, Ignacy. Estratégias de Transição para do século XXI – Desenvolvimento e Meio Ambiente. São Paulo: Studio Nobel – Fundação para o desenvolvimento administrativo, 1993.
SENAIT – Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho. Auditores-fiscais do trabalho interditam parque de diversões Mutirama. 2017. Disponível em: < https://www.sinait.org.br/site/ noticia-view?id=14569/go%20auditores-fiscais%20do%20trabalho%20interditam%20parque%20 de%20diversoes%20mutirama>. Acesso em: 2 jul. 2017.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES
NAOKI KITANO
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Engenheiro Agrônomo, Alpinista Industrial IRATA. Engenhei- ro de Segurança do Trabalho, com especialização realizada na Faculdades Pitágoras, Uberlândia, em 2015. Engenheiro Agrônomo, formando pela UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina em 2005. Alpinista Industrial, IRATA Industrial Rope Access Trade Association nível 1 – 2016. Atualmente trabalha como Especialista em Ensino no SENAI, ministrando treinamentos em NR 35, NR 33, NR 11, NR 12 e resgate. Atua em prestação de serviços de alpinismo industrial e resgate. Presta assessoria e consultoria em segurança do trabalho. Trabalha em assessoramento e consultoria, desde sua forma- ção como Engenheiro Agrônomo, passando logo após a sua pós-graduação, a dedicar-se a exclusi- vamente à área de segurança do trabalho.
JEFFERSON LUIZ SCHELBAUER
Graduado em Engenharia Mecânica (1992- UDESC), pós-graduado em Gestão da Manutenção (2006- INPG) e em Tecnologia Mecânica (1996-UNERJ/UFSC). Atualmente é instrutor do SENAIsc, na unida- de de Jaraguá do Sul, ministrando as disciplinas de Gestão de Manutenção, Tecnologia dos Materiais e Processo de Fundição no curso de Tecnologia de Produção Mecânica, cursos na área de segurança conforme exigido pela NR13 e NR20 e aulas presenciais e tutoria para o curso Técnico de Seguran- ça do Trabalho. Possui 22 anos de experiência em empresas dos ramos alimentício, têxtil e metal-
-mecânico, em manutenção industrial, atuando em gestão, supervisão de equipes, planejamento e engenharia de manutenção.
ÍNDICE	
A
Ações corretivas 15, 22, 33, 37, 65, 73, 74, 97, 98, 103, 104, 105, 106, 108, 113, 115
Ações de melhoria 37, 95, 106
Ações preventivas 33, 104, 105, 106, 108, 109, 135 Aspectos da legislação 19
Atividade econômica 120, 121, 135
Auditoria 15, 16, 19, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 30, 31, 32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44,
45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 56, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 67, 68, 69, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77,
79, 80, 81, 82, 83, 84, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 103, 104, 105, 106,
108, 113, 114, 115, 116
Auditoria externa 41, 42
Avaliação 19, 22, 25, 27, 32, 33, 35, 36, 38, 41, 43, 45, 46, 48, 59, 72, 77, 87, 90, 92, 106, 126
C
Ciclo PDCA 21, 56, 107, 109
Coleta de dados 103, 113, 114, 115
Coleta de evidências 35, 43, 74, 82, 87, 90, 91, 92, 100
Conclusões da auditoria 90, 95, 99
Confidencialidade 57, 73, 76, 88
Conflito 37, 63, 94
Conformidade 22, 27, 31, 32, 33, 36, 38, 39, 40, 41, 42, 44, 49, 57, 72, 73, 77, 81, 90, 92, 93, 96, 97,
99, 103, 104, 106, 108, 111, 133
Constatações e conclusões 99
Critérios 19, 23, 24, 25, 27, 31, 32, 33, 36, 37, 40, 41, 43, 44, 46, 47, 48, 53, 55, 58, 62, 64, 72, 73, 76,
80, 81, 82, 88, 90, 91, 92, 95, 97, 99, 126, 131
Cronograma da auditoria 88
D
Diagnóstico 49, 72, 103, 104
E
Energia limpa 127, 128 Escopo de auditoria 96
I
Independência 57, 63
Integridade 25, 37, 57, 87, 98, 99, 132, 133
M
Métodos de auditoria 23, 58, 71, 77, 84
N
Não conformidade 31, 32, 33, 38, 40, 41, 42, 73, 90, 92, 93, 96, 97, 104, 106, 108, 111
NBR ISO 19011:2012 44
Normas da auditoria 96
Normas Regulamentadoras 15, 19, 23, 28, 31, 33, 42, 44, 97
O
Objetivos da auditoria 58, 61, 63, 64, 71, 94, 95
OHSAS 18001 20, 21, 22, 23,83, 104, 105, 106, 107, 133, 137, 138
P
Planejamento da auditoria 62, 89
Plano de ação 35, 67, 103, 109, 112, 113, 114, 115, 116
Plano de auditoria 48, 50, 67, 74, 80, 81, 82, 84
Previsão de recursos 71, 74, 75
Programação 15, 52, 59, 61, 64, 67, 73, 95, 98
Programa de auditoria 45, 51, 61, 63, 67, 69, 71, 72, 73, 74, 75, 80
R
Recursos naturais 25, 120, 122, 124, 125, 126, 128, 129
Registro das evidências 98, 100
Responsabilidades do auditor 71, 75, 76, 84
Responsabilidade socioambiental 119, 129, 135
Reunião de abertura 74, 87, 88, 99, 100
S
Sistemas de referência 43, 44, 47
Sustentabilidade 15, 119, 120, 121, 126, 127, 128, 135
T
Tratamento de não conformidades 104, 109, 110, 113
V
Validação 74, 82, 84
SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Felipe Esteves Morgado
Gerente Executivo
Luiz Eduardo Leão
Gerente de Tecnologias Educacionais
Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos
Catarina Gama Catão
Apoio Técnico
SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA
Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos
Naoki Kitano
Jefferson Luiz Schelbauer
Elaboração
Jefferson Luiz Schelbauer
Revisão Técnica
Morgana Machado Tezza
Coordenação do Projeto
Lilian Elci Claas
Design Educacional
Eliane Terezinha Alves
Revisão Ortográfica e Gramatical
Antonio Mees
Denilza Pereira dos Santos Patricia Marcilio
Vitória Strelo Gonçalves
Fotografias, ilustras e Tratamento de Imagens
Ana Carolina Silva Leandra Oliveira Castro Marcus Nino Moura Thomaz Yuri Vernac
Comitê Técnico de Avaliação
Patricia Marcilio
Diagramação
Eliane Terezinha Alves
Normalização
Patricia Correa Ciciliano
CRB – 14/752
Ficha Catalográfica
i-Comunicação
Projeto Gráfico
iStock
Banco de Imagens

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