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No 1.576 - Ano 33 - 7.5.2007
Boletim
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
Luva robotizada restaura movimentos 
da mão e do punho
Grupo de pesquisadores 
da Escola de Engenharia 
começa a testar, ainda 
este semestre, uma luva 
robotizada que restaura 
movimentos da mão e 
do punho de pessoas 
com lesão no chamado 
plexo braquial, 
conjunto de nervos 
que partem da medula 
espinhal e se distribuem 
para os dois braços por 
meio das axilas. Os testes 
clínicos com a órtese, que 
funciona a partir de 
dispositivo elétrico, 
já contam com o aval 
do Comitê de Ética em 
Pesquisa com Seres 
Humanos da UFMG.
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UFMG define distribuição interna 
de verbas do orçamento
Página 3
Feira do Jequitinhonha 
terá oficinas de artesanato
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Foca Lisboa
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7.5.2007 Boletim UFMG�
Esta página é reservada a manifestações da comunidade universitária, 
através de artigos ou cartas. Para ser publicado, o texto deverá versar sobre 
assunto que envolva a Universidade e a comunidade, mas de enfoque não 
particularizado. Deverá ter de 4.000 a 4.500 caracteres (sem espaços) ou de 
57 a 64 linhas de 70 toques e indicar o nome completo do autor, telefone ou 
correio eletrônico de contato. A publicação de réplicas ou tréplicas ficará a 
critério da redação. São de responsabilidade exclusiva de seus autores as 
opiniões expressas nos textos. Na falta destes, o BOLETIM encomenda textos 
ou reproduz artigos que possam estimular o debate sobre a universidade e a 
educação brasileira. 
Opinião
Sejamos simples e breves. Ou ao me-nos, vamos tentar sê-los: em termos genéticos, há uma tal mistura, uma 
tal miscigenação na população brasileira, 
para o bem ou para o mal, que simples-
mente não dá para falar em distintos 
grupos étnicos ou raciais neste país. Ou, 
no limite, deveríamos ter que falar em 186 
milhões de grupos na população brasileira, 
dentro da qual cada indivíduo se torna, ele 
mesmo, um grupo. 
O respeitado geneticista Sérgio Danilo 
Pena, professor da Universidade Federal 
de Minas Gerais (UFMG), explicava isto 
na noite de ontem para uma platéia mis-
cigenada na livraria Cultura no Shopping 
Villa-Lobos, em São Paulo, com uma 
secreta esperança, arrisquemos assim, de 
que essa constatação pudesse conter uma 
solução nova para as torturantes dúvidas 
que atravessam toda tentativa de esta-
belecimento de um conceito consistente 
de identidade para o povo brasileiro. Em 
frente a ele, o lingüista e poeta Carlos 
Vogt, entre outras facetas, um estudioso 
da difusão e da persistência das tradi-
ções lingüísticas quimbundo no Sudeste 
brasileiro, agitava-se em sua poltrona no 
auditório da livraria, mal podendo conter 
a necessidade de retorquir de pronto que 
exatamente esse era o problema – o gran-
de problema, melhor dizendo, o grande 
nó – desta nação chamada Brasil.
Sérgio Pena estava ali a propósito 
de suas mais recentes revelações, cien-
tificamente embasadas, sobre a origem 
territorial dos africanos tornados escravos 
que aportaram ao Brasil entre os séculos 
XVI e XIX, tema principal da reportagem 
de capa da revista Pesquisa Fapesp deste 
mês de abril, elaborada pelo jornalista 
Ricardo Zorzetto. Vogt, que no terreno 
da busca incessante das contribuições da 
África para a formação cultural do Brasil, 
tem íntima relação, por exemplo, com os 
suportes intelectuais do filme Cafundó, de 
Paulo Betti, para ficar apenas numa peça 
recente de circulação mais aberta e conhe-
cida, menos acadêmica, desses esforços de 
iluminação de fundamentos às vezes bem 
escondidos da cultura nacional, tinha ali a 
Nosso retrato em preto e branco*
Mariluce Moura**
missão de apresentar Pena à platéia. Pro-
metia ser instigante o encontro dos dois, 
com suas convergências e diferenças, um 
mais liberal outro mais social-democrata, 
com uma certa licença poética dessa velha 
terminologia; um, desconfiado da política 
de cotas, mas disposto a atestar com base 
em exames científicos a ancestralidade 
africana de uma moça de pele branca 
que se sentiu prejudicada numa seleção 
baseada em origem racial na Universidade 
de Brasília (UnB), o outro, defensor de 
primeira hora da política de cotas raciais 
na universidade brasileira.
Depois de apresentado por Vogt, Sér-
gio Danilo Pena literalmente arrastou um 
bom tempo a pequena platéia, fascinada, 
galvanizada, por entre viagens transconti-
nentais iniciadas possivelmente há 70 mil 
anos, e que em algum momento, entre 
15 mil e �0 mil anos atrás, trouxeram à 
América entre cem e mil criaturas que 
começaram a povoar fantasticamente 
esse continente – até garantir a presença 
de 50 milhões de ameríndios nesse vasto 
território no século XVI, no tempo da 
chegada dos colonizadores europeus ao 
continente. O geneticista mineiro repas-
sou a partir daí, em traços largos, alguns 
dados conhecidos da formação do povo 
brasileiro, apresentou muitas outras ta-
belas pouco difundidas da composição 
da população local desde o século XVII, 
para depois detalhar o que tem revelado 
14 anos de suas pesquisas genéticas sobre 
a população deste país.
Sérgio Pena, mexendo com a genética 
como se fora uma máquina do tempo, 
tem trabalhado simultaneamente com 
o cromossomo Y, que conta histórias da 
linhagem paterna de populações, e com 
o DNA mitocondrial, revelador extrema-
mente indiscreto da matrilinhagem. E 
com essas ferramentas ele pouco a pouco 
vem traçando, desde o começo dos anos 
90, um retrato do branco brasileiro, um 
retrato do índio brasileiro e, mais recen-
temente, um retrato do preto brasileiro, 
com a expectativa, até aqui parcialmente 
realizada, de assim desvendar um verda-
deiro retrato genético desse tão misturado 
povo que hoje constituímos. Registre-se 
aqui que preto é palavra usada pelo IBGE 
oficialmente para classificar as pessoas de 
pele escura, enquanto negro é uma pala-
vra mais aberta que envolve os chamados 
pardos e pretos.
As investigações do geneticista minei-
ro, entre muitos outros achados, dão total 
apoio genético a interpretações como a 
de Gilberto Freyre, que mostram o povo 
brasileiro em grande parte formado por 
pais eurasianos e mães africanas e índias. 
“Comprovamos geneticamente uma triste 
história de opressão social e sexual das 
mulheres índias e negras na formação de 
nosso povo”, enfatizou a certa altura Pena 
na noite de ontem. Como se sabe disso? 
É fácil: medindo-se o as variantes do cro-
mossomo y nos autodeclarados brancos 
e negros da atual população brasileira e 
medindo-se também as variantes do DNA 
mitocondrial nessa população.
Sérgio Danilo Pena, depois de lembrar 
que, dentre os �5 mil diferentes genes 
conhecidos do genoma humano, apenas 
de seis a oito determinam a cor da pele, 
e menos de �0 são responsáveis pela apa-
rência física, insistiu que vasta maioria dos 
brasileiros, independentemente da cor da 
pele de cada um, tem grande ancestrali-
dade comprovada africana, ameríndia e 
européia. Um preto brasileiro é bastante 
europeu em sua ancestralidade e um bran-
co brasileiro é bastante africano e bastante 
ameríndio em sua ancestralidade. E daí, 
isso é problema ou solução para nossa 
imagem como nação? A questão perma-
nece em aberto. E é difícil , muito difícil, 
que puras constatações científicas possam 
orientar corretamente sábias decisões 
políticas ou embasar consistentes visões 
culturais, como lembrou o próprio Sérgio 
Danilo Pena. Mas elas são excelentes para 
alimentar reflexões sem preconceitos. 
*Artigo publicado no Blog do Noblat 
(www.blogdonoblat.com.br) no dia 
26 de abril
** Jornalista, é diretora de redação 
da revista Pesquisa Fapesp
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 Boletim UFMG 7.5.2007 �
O Conselho de Diretores acaba de aprovar a distribuição interna do Orçamento de Custeio da 
Universidade para �007. Apesar de 
reajustados em 15,9% com relação ao 
ano passado, os recursos do orçamento 
anual destinados à UFMG pelo Ministério 
da Educação (MEC) são suficientes apenas 
para a manutenção dos serviços básicos. 
DosR$ 66,4 milhões que chegam este ano, 
nada menos que 49,5% serão empregados 
no pagamento de mão-de-obra terceirizada, 
responsável por atividades não previstas 
no quadro de pessoal concursado, como 
limpeza e vigilância.
“Sem dúvida, a situação atual é 
melhor do que a de anos anteriores, 
já que agora a Universidade pode 
pagar suas contas. Mas faltam recursos 
para projetos de crescimento e para 
invest imento em infra-estrutura”, 
avalia o pró-reitor de Planejamento, 
professor José Nagib Cotrim Árabe. 
Aos recursos do Tesouro, a UFMG 
Aprovada divisão interna do Orçamento 2007
Apesar do aumento de quase 16%, recursos são insuficientes para investimentos
Ana Rita Araújo
O orçamento das Instituições Federais de Ensino Superior 
(Ifes) compõe-se dos itens custeio e pessoal. O primeiro re-
fere-se à manutenção da rotina administrativa, a investimentos 
e ao pagamento de mão-de-obra terceirizada, em áreas 
como limpeza, manutenção e segurança.
O principal parâmetro adotado para a alocação de 
recursos de custeio das Ifes é o chamado “aluno- equivalen-
te”, resultado de cálculos que envolvem itens como número 
de ingressantes e de diplomados, duração padrão do curso, 
bônus por turno noturno e por curso fora da sede. 
Já o item pessoal, que inclui o pagamento de servidores ativos 
e aposentados, não é administrado pelas Ifes, uma vez que a folha de paga-
mento é processada em Brasília. Os gastos com pessoal concursado (ativos e inativos) 
da UFMG atingem a cifra de R$ 640 milhões anuais.
agregou receita própria, atingindo o 
total de R$ 70,9 milhões. Com isso, 
foi possível aumentar em �1,�% o 
valor distribuído para as unidades 
acadêmicas para gastos com material 
de consumo e de laboratórios, além de 
outras despesas de rotina. “Em �006, 
as unidades receberam R$ �,� milhões, 
e este ano serão contempladas com R$ 
4 milhões”, informa o pró-reitor. Além 
disso, a planilha prevê a destinação 
de R$1 milhão para melhorias de 
laboratórios de graduação. Matriz para 
distribuição destes recursos entre as 
unidades acadêmicas será definida pela 
Pró-Reitoria de Graduação.
Bibliotecas
O Sistema de Bibliotecas será alvo de 
outro investimento de expressão, com 
a aplicação de R$ 1 milhão na compra 
de livros. A decisão cumpre proposta do 
reitor Ronaldo Pena que se comprometeu 
a destinar tal valor na recomposição dos 
acervos a cada ano de sua gestão. A 
diretora do Sistema, Maria Elizabeth de 
Oliveira Costa, comenta que os recursos 
são distribuídos de acordo com planilha 
elaborada pela Biblioteca Universitária 
e pelas pró-reitorias de Graduação e de 
Planejamento. “Estamos nos preparando 
para a aquisição de �007”, informa a 
diretora, lembrando que os bibliotecários 
do Sistema estão participando de curso 
sobre a realização de pregões eletrônicos. 
“A idéia não é torná-los pregoeiros, mas 
proporcionar-lhes uma interação maior 
com a área financeira, para otimizar 
ainda mais a utilização dos recursos”, 
explica Elizabeth Costa.
Desde o ano passado, a comissão 
que elabora a proposta de distribuição 
interna do orçamento conta com a 
presença de diretores de três unidades 
acadêmicas. “A idéia é compartilhar a 
elaboração do orçamento. Eles consultam 
os outros dirigentes e trazem sugestões, 
o que agiliza a aprovação da proposta 
no Conselho de Diretores”, explica 
Nagib. A planilha de �007 começou a 
ser construída em outubro passado e foi 
finalizada em março, ao longo de uma 
série de 1� reuniões. 
Além do pró-reitor de Planejamento e 
da pró-reitora adjunta, Maria das Graças 
Fernandes Araújo, a comissão é composta 
pela pró-reitora de Administração, Ana 
Motta, sua adjunta, Elizabeth Gonçalves 
Bastos, e pelos professores João Pinto 
Furtado, diretor da Faculdade de Filosofia 
e Ciências Humanas; Evandro Lemos, 
diretor da Escola de Belas-Artes; e Maria 
Cristina Lima de Castro, diretora do 
Instituto de Ciências Biológicas. 
A bem-sucedida experiência de ampliar 
a comissão abre caminho para outra 
proposta do professor José Nagib Cotrim 
Árabe: “Nossa intenção é estabelecer um 
cronograma para trabalhar questões 
relacionadas ao orçamento de forma 
permanente”, diz. Ainda em maio, a 
comissão deverá se reunir para discutir 
o tema vigilância, com o objetivo de 
iniciar estudos voltados para redução 
de gastos. “Outra área que pesa no 
orçamento e que deverá ser brevemente 
discutida é a do consumo de energia 
elétrica, responsável por 15% dos gastos 
totais”, completa o pró-reitor.
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7.5.2007 Boletim UFMG4
A maioria dos moradores do bairro São Bernardo, localizado na região Norte de Belo Horizonte, desconhece o que é leishmaniose e qual o órgão público responsável pelo controle da doença. A conclusão, resultado de pesquisa realizada por grupo 
de estudantes da Escola de Veterinária, é apenas uma pequena amostra da deficiência de 
informação sobre saúde humana e animal existente entre a população.
Para reverter esse quadro, alunos e docentes da Escola começaram a se mobilizar, 
participando de programa na rádio UFMG, em que abordam temas e curiosidades da 
área, de modo didático. A iniciativa coube ao professor Erly do Prado, que, à frente 
da disciplina Extensão rural, da mesma Instituição, propôs uma parceria à emissora, 
encarregando seus alunos de produzir conteúdo para o novo programa. Batizado Fala, 
bicho, o programa começou com turma de alunos da disciplina do segundo semestre do 
ano passado, tendo estreado no dia �0 de março.
“Para os profissionais de veterinária, que atuam na área de saúde pública, é importante 
saber lidar com a mídia, para que seu trabalho possa chegar ao grande público”, diz Erly 
do Prado. Veterinário e cientista social, com experiência em extensão e comunicação rural, 
o professor revela que sempre se preocupou com a qualidade de informação veiculada 
para a população.
“A Universidade não pode se ausentar da missão de propiciar à sociedade conteúdos 
que tenham compromisso científico com os temas, pois eles podem protegê-la de 
problemas ligados à área de saúde pública”, argumenta Prado, ao lembrar o “estrago” 
que determinadas enfermidades, como o mal da vaca louca e a gripe do frango, podem 
provocar em um ambiente de desinformação ou de despreparo na comunicação.
Formação
De acordo com o professor, a intenção do Fala, bicho é fazer frente a essas necessidades, 
contribuindo para a formação de veterinários aptos a interagir com o grande público e 
com a mídia, e difundir 
conteúdos de qualidade que serão multiplicados em diversos meios. 
“Alunos da Escola que fazem aulas práticas no interior do Estado vão 
distribuir, entre emissoras locais, cópias dos programas veiculados 
pela rádio UFMG”, explica Erly. Segundo o coordenador da emissora, 
Elias Santos, os textos também deverão estar disponíveis ao público, 
futuramente, em página do programa na Web.
Veiculado diariamente, sob fórmula de pílulas ao longo da 
programçaão, às 6h15 e às 10h45, Fala, bicho aborda variada 
gama de temas, como zoonoses, criação de animais, agronegócio, 
vacinação, relacionamento entre o animal e o homem, alimentos de 
origem animal processados industrialmente, além de curiosidades 
da natureza. A definição dos assuntos que serão veiculados, sua 
pesquisa e, posteriormente, a redação e locução do texto são 
realizadas pelos próprios estudantes, sob a supervisão de Prado.
As atividades ganham forma à medida que o grupo recebe 
noções sobre técnicas e conceitos de comunicação. “Construímos 
esse programa dentro do princípio de cidadania, para que ele não 
promova invasão cultural. Em nossa concepção,a comunicação não 
deve persuadir as pessoas, mas abrir oportunidade de troca entre 
os saberes científico e popular”, reflete o professor.
O trabalho de Erly do Prado contou com a assessoria de equipe da 
UFMG Educativa para formatação do programa, edição e linguagem 
radiofônica. Segundo Elias Santos, o produto final garante boa 
visibilidade para a produção acadêmica da UFMG e constitui 
alternativa para todos ossegmentos de público.
Esse bicho fala...
Alunos e professores da Escola de Veterinária lançam programa na 
rádio UFMG Educativa sobre saúde humana e animal
Ana Maria Vieira
Programa: Fala, bicho
Veiculação: diária - 6h15 e 10h45
Duração: 2 minutos
Rádio UFMG Educativa 104,5 FM
Língua eletrônica
Já está na Internet a primeira edição de Língua Escrita, nova publicação científica da UFMG. De periodicidade quadrimestral, a revista eletrônica 
é editada pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita 
(Ceale) da Faculdade de Educação (FaE), em parceria 
com a Rede Escrita, associação que reúne especialistas 
e instituições em estudos sobre a alfabetização e a 
linguagem escrita, com o apoio do MEC. 
Trabalhando com abordagem interdisciplinar, a revista 
se organiza em seções que trazem relatos de experiência, 
pesquisas e estudos realizados no Brasil e no exterior, 
propostas de ação pedagógica, resenhas de livros e 
anais, além de reprodução de documentos históricos 
ou atuais sobre o letramento no país, considerados de 
difícil acesso. Os artigos são publicados em português, 
inglês e espanhol.
De acordo com os organizadores, a proposta da 
publicação é contribuir com estudos teóricos e de temas 
aplicados, que auxiliam na compreensão da cultura 
escrita. A edição é do professor da FaE, Antônio Augusto 
Gomes Batista. Para acessar Língua Escrita, basta entrar 
no link Rede no portal do Ceale (www.fae.ufmg.br/ceale). 
Informações sobre encaminhamento de artigos pelo 
telefone (�1) �499-5��4 ou pelo e-mail: assessoria@
fae.ufmg.br.
Erly do Prado: veterinária na mídia
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 Boletim UFMG 7.5.2007 5
Uma luva robotizada, capaz de restaurar os movimentos da mão e do punho de pessoas com 
lesão no plexo braquial, começa a ser 
testada em pacientes até o final deste 
semestre. Desenvolvida por pesquisadores 
do departamento de Engenharia Mecânica 
da Escola de Engenharia, a Órtese funcional 
para mão acionada por dispositivo elétrico já 
tem o aval do Comitê de Ética em Pesquisa 
com Seres Humanos da UFMG para o início 
dos testes clínicos. “Sem os testes, não é 
possível negociar com grandes empresas 
que tenham interesse na transferência da 
tecnologia”, explica o coordenador da 
equipe, professor Marcos Pinotti Barbosa.
Paralelamente a essa fase da pesquisa, o 
grupo desenvolve ações complementares, 
como a finalização do equipamento que 
será utilizado para treinar os pacientes no 
uso da luva; estudos de aperfeiçoamento 
do controle da força exercida pelo 
usuário; e a miniaturização do sistema 
de controle da órtese, com o objetivo 
de reduzir as proporções atuais, de seis 
para dois centímetros quadrados. Além 
disso, está prevista a produção-piloto de 
sete órteses, o que garantirá a realização 
dos testes clínicos. 
A luva, leve e funcional, poderá 
substituir as similares importadas, 
acredita o pesquisador. Segundo ele, 
com a realização dos testes clínicos, 
a Universidade estará pronta para 
transferir a tecnologia não apenas para 
a iniciativa privada, mas também para 
órgãos públicos que tenham interesse em 
financiar programa de produção da órtese 
a baixo custo. 
Músculo eletromecânico
Fruto de pesquisas multidisciplinares, 
o trabalho traz duas inovações na 
área de órteses: o uso de músculo 
eletromecânico, que é leve e de fácil 
controle, e as características estéticas e 
anti-alérgicas do material utilizado.
O mecanismo, que no final do ano 
passado foi apontado como o melhor 
trabalho na categoria Inclusão Social 
do Prêmio Werner von Siemens de 
Inovação Tecnológica, consiste em uma 
luva de material flexível e antialérgico, 
com fios ligados a um motor que gira 
para fazer os movimentos de abrir e 
fechar a mão. O motor obedece a sinais 
elétricos transmitidos pelos músculos 
do paciente, por meio de eletrodos de 
superfície, colocados na parte superior do 
braço ou das costas. A ponta dos dedos 
do paciente fica à mostra para que ele 
possa verificar se a circulação sangüínea 
está normal ou se foi interrompida pela 
pressão da luva. O controle é feito pelo 
próprio paciente, que precisa ser treinado 
para utilizar a órtese.
Marcos Pinotti explica que a luva foi 
idealizada para uso de portadores de 
lesões do plexo braquial, muito comuns 
em jovens que sofreram acidentes com 
motocicletas. O mecanismo é contra-
indicado em quadros de deformação ou 
endurecimento das juntas, como no caso 
de pacientes com artrite e artrose. 
Pinotti adverte que, embora o pedido 
de patente nacional tenha sido depositado 
em �005, a transformação da órtese em 
produto comercial depende ainda de 
uma série de condições, entre as quais 
os resultados dos testes clínicos. “Um 
dos objetivos é confirmar que a órtese é 
indicada para esses casos, o que permitirá 
que os médicos possam prescrevê-la 
corretamente”, diz o professor.
Os testes devem começar em julho, 
no Centro Geral de Reabilitação (CGR), 
recentemente municipalizado. O grupo 
de pacientes já foi selecionado. Somente 
a partir do final de �007, após a conclusão 
da primeira fase dos testes clínicos, 
será possível avaliar a ampliação do 
atendimento do programa.
Etapas
O projeto da luva funcional envolve 
equipe multidisciplinar, sob a orientação 
de Marcos Pinotti. “O trabalho se apóia 
em tecnologias previamente desenvolvidas 
no Laboratório de Bioengenharia a 
exemplo do sistema de interpretação do 
sinal mioelétrico já utilizado em órtese de 
membro inferior”, conta o coordenador.
Além de ter gerado trabalhos de iniciação 
científica e dissertações de mestrado, a 
pesquisa é objeto de teses de doutorado 
dos alunos Daniel Neves Rocha, engenheiro 
mecânico que estuda o músculo artificial 
eletromecânico, e Kátia Vanessa Pinto de 
Meneses, terapeuta ocupacional que tem 
se empenhado na concepção de uma luva 
que seja leve e ofereça conforto ao paciente. 
Na opinião de Pinotti, as inovações da órtese 
de mão surgiram como resultado dessa 
integração de áreas. 
Pesquisadores da Engenharia Mecânica
 testarão luva que restaura movimentos
Órtese, que já tem o aval do 
Comitê de Ética da UFMG, 
poderá substituir similares 
importados 
Ana Rita Araújo
Projeto: Órtese funcional para mão 
acionada por dispositivo elétrico, 
desenvolvida no Laboratório de 
Bioengenharia, do departamento de 
Engenharia Mecânica da Escola de 
Engenharia da UFMG
Coordenador: Marcos Pinott i 
Barbosa
Financiamento: Capes
Conjunto de nervos localizados no pescoço. Partem 
da medula espinhal e se distribuem para ambos os 
braços através das axilas. Lesões no plexo braquial 
podem levar a severas limitações funcionais do 
braço, antebraço e das mãos
Daniel Rocha, Kátia de Meneses e Marcos Pinotti 
trabalham no desenvolvimento da órtese
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Qual a repercussão dos confl i-
tos envolvendo jovens imigrantes so-
bre as eleições francesas? Que visão 
o francês médio tem dessa questão? 
A repercussão desses conflitos não ocupou 
lugar central na campanha eleitoral. O 
francês de classe média não se interessa 
muito pelos pobres, da mesma forma 
que o carioca não se interessa pelo que 
acontece nas favelas do Rio de Janeiro. 
Em dezembro de �005, com fechamento 
da lista de eleitores, houve aumento mas-
sivo de inscrição de jovens moradores de 
periferia, oriundos da imigração. Muitas 
personalidades, entre elas o Lilian Thuram, 
jogador de futebol, originário das Antilhas 
Francesas, e o rapper Stark, de origem 
argelina, criticaram muito Sarkozy (Nicolas 
Sarkozy, candidato de direita à presidência 
da França) e passarama chamar a atenção 
dos jovens da periferia para as questões 
da política. Já o francês médio só conhece 
as periferias pela TV; ele tem medo de 
freqüentar esses lugares. 
Que semelhanças o senhor observa no 
fenômeno da violência juvenil na França e 
no Brasil?
Na França, o desemprego entre os jovens 
de até �5 anos chega a 50%, 60%. Entre 
os homens, mais de �1% têm chance de 
estar desempregados. Suas condições são 
precárias, embora um pouco melhores que 
as daqui do Brasil. Outra semelhança é o 
tráfico de drogas. Só que na França o tráfico 
pode ser definido como uma economia de 
sobrevida – e não como crime organizado. 
Lá o tráfico materializa uma espécie de “jei-
tinho” francês de conseguir dinheiro. 
Outra característica comum são as re-
lações com a polícia. Os mesmos policiais 
chegam a pedir os documentos para as 
mesmas pessoas quatro ou cinco vezes ao 
longo do dia. Fazem isso para humilhar. 
Tanto aqui como lá as relações com a polí-
cia são péssimas. Certa vez subi uma favela 
carioca com alguns policiais, que diziam a 
todo instante que a relação com a comu-
nidade era muito boa. Só que as evidências 
mostravam o contrário. Eles andavam for-
temente armados e ficavam o tempo todo 
em posição de tiro, como se esperassem 
um ataque a qualquer momento. 
Que desdobramentos o senhor vislum-
bra para os conflitos juvenis na França? 
O mais importante é deter-se sobre as 
suas origens e identificar o lugar que os 
jovens imigrantes ocupam na sociedade 
francesa. A França adota um modelo repu-
blicano de integração dos imigrantes que 
passa, fundamentalmente, pela escola, 
que é laica, gratuita e universal. Só que a 
partir de meados dos anos 70 começaram 
os problemas do desemprego. E, durante 
o governo Mitterrand, foi sancionada uma 
lei que permitiu o agrupamento familiar. 
Os homens que trabalhavam na França 
adquiriram o direito de levar filhos e a 
mulher. Hoje, estamos na terceira ou quar-
ta geração dessas pessoas que migraram 
para a França naquela época. E são elas as 
vítimas do racismo. Há 15 anos, começou 
a aumentar o mal-estar das periferias, 
gerando reações comunitaristas, caracteri-
zadas pelo retorno dos imigrantes às suas 
culturas, em especial ao islamismo. 
A França tende a lançar mão de instru-
mentos de controle como fizeram os Esta-
dos Unidos em sua cruzada antiterror?
A França não decretou qualquer lei que 
restringisse os direitos civis dos cidadãos. 
Lá é impensável algo no estilo do que foi 
feito nos Estados Unidos. O que houve foi 
o aumento do controle da polícia. No fim 
dos anos 90, havia a polícia de proximida-
de, formada basicamente por patrulhas de 
dois ou três homens que andavam a pé, e 
que tinha a função de facilitar o diálogo 
com os habitantes das localidades. Essa 
política incluía um programa chamado 
Emprego Jovem, que contratava jovens 
pobres para atuar como policiais. Em 
�000, o Sarkozy, então ministro do inte-
rior, acabou com a polícia de proximidade 
e com o emprego dos jovens. A partir daí, 
a polícia passou a ser mais militarizada e 
menos comunitária. 
O filosófo Jacques Derrida, de origem 
argelina, diz que não basta apenas ser tole-
rante – conceito associado à capacidade de 
suportar o outro. Segundo ele, é preciso ser 
hospitaleiro, o que significa aceitar o outro 
como ele é, ainda que isso desorganize a sua 
casa. O senhor concorda com essa análise? 
Concordo com essa noção de hospita-
lidade do Derrida. A sociedade moderna 
precisa saber integrar as pessoas, pois 
há muita riqueza nas diferenças. Nesse 
sentido, a França sempre foi modelo por-
que conseguiu integrar pessoas de várias 
nacionalidades.
Mas esse modelo não teria saturado?
Na verdade, o espírito permanece. O 
que acontece é que, na prática, existe mui-
ta dificuldade para empregar os próprios 
franceses. Não há como ser hospitaleiro 
com todos. Os políticos de esquerda que-
rem continuar integrando essas pessoas 
e, até mesmo, aceitar novos imigrantes. 
Já a direita se recusa a receber novos imi-
grantes e a regularizar os que estão lá há 
muitos anos. A França integrou gerações 
de flamencos, poloneses, italianos e espa-
nhóis. Enfim, não é a hospitalidade que 
está em falta. No movimento de novembro 
de �005, as reivindicações dos filhos da 
imigração não eram de caráter étnico, mas 
sociais e econômicas.
* Colaborou Nina de Melo Franco
“A sociedade moderna precisa 
saber integrar as pessoas”
Apesar da abissal diferença social, Brasil e França apresentam algumas convergências. Uma das mais notáveis diz respeito às causas que motivam os conflitos envolvendo jovens nos dois países, avalia o sociólogo francês Dominique 
Duprez, que esteve na UFMG em abril como convidado da cátedra Ford do Instituto de 
Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT).
Professor da Universidade de Lille I e presidente do setor de Sociologia do Centro 
Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), Duprez reuniu-se com pesquisadores brasileiros, 
proferiu conferência sobre os conflitos juvenis ocorridos em áreas periféricas da França 
e participou do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apoiado pelo Crisp. Em meio a 
essa intensa agenda, o sociólogo encontrou tempo para conceder a seguinte entrevista 
ao BOLETIM, em que discorre sobre as dificuldades enfrentadas pela França para acolher 
seus imigrantes. 
Entrevista / Dominique Duprez
Flávio de Almeida *
Duprez: modelo republicano de 
integração de imigrantes
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 Boletim UFMG 7.5.2007 7
Acontece
Fapemig libera editais 
A Fapemig anunciou a liberação de R$ 4 mi-
lhões para as redes de pesquisa de Minas Gerais e 
o lançamento de quatro editais, no valor total de 
R$ 5,5 milhões, destinados à aquisição de livros 
técnico-científicos para a pós-graduação; apoio à 
publicação de periódicos científicos institucionais; 
criação e manutenção de núcleos de inovação 
tecnológica e bolsas de desenvolvimento científico 
regional. 
As redes de pesquisa são formadas por universi-
dades e centros estaduais ou federais, que se unem 
para estudar um tema específico, agregando pes-
quisadores. O apoio a esses grupos é considerado 
estratégico, pois articula instituições e cientistas e 
otimiza recursos, permitindo que vários pesquisa-
dores tenham acesso à infra-estrutura adquirida. 
A íntegra dos editais está disponível na página 
www.fapemig.br.
Na mesma tecla 
O professor aposentado da Fafich Délcio Vieira 
Salomon lança, no próximo dia 19, a partir de 10h, 
na Livraria e Café Quixote (rua Fernandes Tourinho, 
�74, Savassi) o seu primeiro livro de poesias. Tra-
ta-se de Na mesma tecla – poesias, coletânea que 
revela um poeta oculto nas reflexões filosóficas e 
preocupações sociais de sua obra.
Os versos de Salomon começaram a ganhar for-
ma na década de 90, à mesa de bares, local propício 
a reflexões literárias. “Comecei a lançar rabiscos no 
guardanapo, uns em forma de desenhos, outros 
com jeito de poemas. Em casa e reiteradamente va-
rando a madrugada, trabalhava melhor a expressão 
das reflexões e observações oriundas e motivadas 
pela inspiração etílica”, conta o professor.
Com formação em filosofia, pedagogia e di-
reito, Salomon especializou-se em metodologia 
científica, área em que defendeu tese de livre 
docência na Fafich. É autor, ainda, de Como fazer 
uma monografia, A maravilhosa incerteza e Beira 
dos Aflitos. 
Ciências do Esporte
RESOLUÇÃO no 02/2007, de 22 de março de 2007
Aprova a criação do nível de Doutorado em Ciências do Esporte, de 
interesse da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. 
O CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS 
GERAIS, no uso de suas atribuições estatutárias, considerando decisão 
tomada em 1�/05/�005 pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e o 
Parecer no 0�/�007 da Comissão de Legislação, resolve: 
Art.1o - Aprovar a criação do nível de Doutorado em Ciências do Esporte, 
de interesse da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, 
conforme o Processo no ��07�.0��667/06-46.Art.�o - A presente Resolução entra em vigor nesta data.
Professor Ronaldo Tadêu Pena
Presidente do Conselho Universitário
Segurança em laboratório
De 14 a 18 de maio, o Centro de Extensão do ICB promove o curso de extensão Segurança 
em laboratório. As atividades se destinam a profissionais da área de saúde e outras afins, em nível 
técnico e superior, além de servidores e alunos de graduação e pós-graduação da UFMG.
Os participantes poderão se inscrever no turno da tarde – de 14h às 17h�0 – ou da noite 
– de 18h�0 às ��h. O curso, com �0 horas/aula, dará direito a certificado. De acordo com os 
organizadores, o objetivo da atividade é oferecer suporte e promover a conscientização para 
o desenvolvimento seguro das atividades em laboratórios, biotérios e trabalhos de campo; 
identificar e avaliar os principais riscos ambientais existentes nestes locais; proporcionar noções 
de segurança no trabalho com animais; apresentar normas de biossegurança; e estimular as 
boas práticas nos laboratórios e os cuidados a serem adotados para preservar o meio ambiente 
e a saúde dos trabalhadores.
As inscrições podem ser feitas na página www.fundep.ufmg.br ou nos postos da 
Fundep: Conservatório UFMG (avenida Afonso Pena, 15�4) e na Praça de Serviços (ave-
nida Antônio Carlos, 6.6�7). O valor é de R$ 1�0 para o público externo e R$ 75 para os 
profissionais da UFMG.
Mais informações na página www.icb.ufmg.br/cenex ou pelos telefones (�1) �499-4��0 
(Fundep) e �499-�5�� (ICB). 
Livros indígenas
A UFMG foi escolhida pelo Ministério da Educação para editar 4� pro-
jetos de livros indígenas, destinados a escolas das cinco regiões do Brasil nas 
quais estudam alunos de �� povos. A Universidade recebeu R$ 700 mil para 
publicar as obras, escritas nas línguas maternas, em português ou bilíngües, 
e que atendem a dois princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB): valorização da cultura de cada povo e oferta de materiais didáticos 
específicos e diferenciados.
História, geografia, ciências, lendas, relatos e calendário indígena são 
alguns temas das 4� publicações. O povo uapixana, de Roraima, por exemplo, 
aprovou quatro obras que vão atender professores e alunos da pré-escola 
ao ensino médio. Os povos pancararu e trucá, de Pernambuco, prepararam 
projetos de literatura. Já os mebengocres (caiapós), de Mato Grosso, rece-
berão livros de alfabetização e de matemática em língua materna.
A maior parte dos livros foi elaborada pelos professores nos cursos de 
formação de nível médio e nas licenciaturas interculturais. As tiragens variam 
de mil a dez mil exemplares, de acordo com o número de alunos registrados 
no censo escolar. Ao todo, o MEC recebeu 66 projetos de livros, dos quais 
4� foram selecionados para publicação pela Comissão Nacional de Apoio à 
Produção de Material Didático Indígena (Capema). Em �006, o Ministério fi-
nanciou a produção de �6 livros, sete CDs e um DVD criados por indígenas.
Resolução
Foca Lisboa
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7.5.2007 Boletim UFMG8
Universidade Federal de Minas Gerais 
Boletim
Reitor: Ronaldo Tadêu Pena – Vice-Reitora: Heloisa Starling – Diretora de Divulgação e Comunicação Social: Maria Céres Pimenta S. Castro – Edi-
tor: Flávio de Almeida (Reg. Prof. 5.076/MG) – Projeto e editoração gráfica: Rita da Glória Corrêa – Fotografia: Foca Lisboa - Pesquisa Fotográfica: 
Elza F. Oliveira – Impressão: Sografe – Tiragem: 8 mil exemplares – Circulação semanal – Endereço: Diretoria de Divulgação e Comunicação Social, 
campus Pampulha, Av. Antônio Carlos, 6.6�7, CEP �1�70-901, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefones: (�1) �499-4186 e �499-446� – Fax: 
(�1) �499-4188 – Correio eletrônico: boletim@cedecom.ufmg.br e homepage: http://www.ufmg.br 
É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.
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8 7.5.2007 Boletim UFMG
Taboa, cabaça, favela, bambu, couro, palha e madeira. No Vale do Jequitinhonha, fauna e flora nativas se transformam em artesanato. 
E na UFMG, pequenas barracas montadas na Praça 
de Serviços dão forma a uma feira de criatividade e 
cores, cujas vendas movimentaram cerca de R$ 80 
mil em anos anteriores.
Tudo começou em �000, quando os artesãos 
do Vale foram atração na Semana do Conhecimento. No ano 
seguinte, o projeto ganhou nova dimensão e, a partir de �00�, 
firmou seu espaço no calendário da 
Universidade. Este ano, de 7 a 1� de 
maio, 6� artesãos de �6 cidades 
vão colorir a Praça de Serviços do 
campus Pampulha com colares, pulseiras, 
brincos, colchas de retalhos, esculturas, pinturas, 
cerâmica e comidas típicas e cachaças. 
A principal novidade desta edição são as cinco oficinas 
de tecelagem e bordado, coordenadas pela professora Joyce 
Saturnino, da Escola de Belas Artes, e ministradas por alunos 
do curso envolvidos na área. Metade das vagas é destinada a 
O Va l e n a Pr a ç a
Em sua oitava edição, 
Feira de Artesanato do 
Jequitinhonha oferece 
oficinas de tecelagem e 
bordado para expositores 
e visitantes
Fernanda Cristo
expositores, mas qualquer pessoa 
pode se inscrever por telefone ou 
e-mail. As atividades serão realizadas na 
EBA e Praça de Serviços, de segunda a quinta-feira.
A exemplo das tradicionais feiras de mangaio do Nordeste, 
a feira do Vale também oferece a seus visitantes a alegria 
da música e dança. A abertura, no dia 7, fica por conta de 
um grupo de Felisburgo que faz coreografias de músicas de 
Rubinho do Vale. Nos dias seguintes, sempre às 1�h�0, 
apresentam-se, na Praça de Serviços, Déa Trancoso, 
bandas Cariúnas e de música do Colégio Militar de Belo 
Horizonte, além do músico Pereira da Viola. 
Segundo a coordenadora do evento, Márcia Fonseca 
Rocha, da Diretoria de Ação Cultural (DAC), o público da 
feira é o mesmo que passa pela Praça diariamente. Por isso, a 
expectativa é atrair cerca de 7.500 pessoas, como nas edições 
anteriores. Márcia Rocha diz que a feira vem crescendo 
desde que foi criada, mas a intenção é estabilizar o número 
de artesãos participantes. “Não pensamos em aumentar o 
número de expositores ao longo dos anos, devido à limitação 
da nossa infra-estrutura. A Praça de Serviços não 
comporta muitas barracas e precisamos oferecer 
segurança aos artesãos”, argumenta.
Desenvolvimento humano
A atividade artesanal é uma das principais 
fontes de renda do Vale do Jequitinhonha, 
região que abrange 75 municípios e é sempre 
lembrada pelo baixo índice de desenvolvimento 
humano (IDH), pequena oferta de emprego e 
baixa taxa de urbanização. 
Retalhos de Medina 
Pela primeira vez, a Associação de Artesãos de Medina, a 672 quilômetros de Belo Horizonte, 
terá a oportunidade de expor sua produção na Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha. Há pouco 
mais de um ano, o grupo, formado por 22 mulheres, desenvolve trabalhos de patchwork: técnica que 
une retalhos de tecidos na produção de tapetes, colchas e outras peças. 
“Conheço várias pessoas que já participaram da feira e escuto muitos comentários positivos. Espero 
que o trabalho agrade aos compradores e que nossa participação seja lucrativa. Acho que será muito 
interessante manter contato com outras pessoas da área e conhecer novas formas de trabalho, para 
melhorar nossa produção”, anima-se a artesã Dagmar da Silva Amaral, presidente da Associação. 
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