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No 1.576 - Ano 33 - 7.5.2007 Boletim Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Luva robotizada restaura movimentos da mão e do punho Grupo de pesquisadores da Escola de Engenharia começa a testar, ainda este semestre, uma luva robotizada que restaura movimentos da mão e do punho de pessoas com lesão no chamado plexo braquial, conjunto de nervos que partem da medula espinhal e se distribuem para os dois braços por meio das axilas. Os testes clínicos com a órtese, que funciona a partir de dispositivo elétrico, já contam com o aval do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFMG. Página 5 UFMG define distribuição interna de verbas do orçamento Página 3 Feira do Jequitinhonha terá oficinas de artesanato Página 8 Foca Lisboa Bol 1576.indd 1 8/11/2007 10:29:24 7.5.2007 Boletim UFMG� Esta página é reservada a manifestações da comunidade universitária, através de artigos ou cartas. Para ser publicado, o texto deverá versar sobre assunto que envolva a Universidade e a comunidade, mas de enfoque não particularizado. Deverá ter de 4.000 a 4.500 caracteres (sem espaços) ou de 57 a 64 linhas de 70 toques e indicar o nome completo do autor, telefone ou correio eletrônico de contato. A publicação de réplicas ou tréplicas ficará a critério da redação. São de responsabilidade exclusiva de seus autores as opiniões expressas nos textos. Na falta destes, o BOLETIM encomenda textos ou reproduz artigos que possam estimular o debate sobre a universidade e a educação brasileira. Opinião Sejamos simples e breves. Ou ao me-nos, vamos tentar sê-los: em termos genéticos, há uma tal mistura, uma tal miscigenação na população brasileira, para o bem ou para o mal, que simples- mente não dá para falar em distintos grupos étnicos ou raciais neste país. Ou, no limite, deveríamos ter que falar em 186 milhões de grupos na população brasileira, dentro da qual cada indivíduo se torna, ele mesmo, um grupo. O respeitado geneticista Sérgio Danilo Pena, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explicava isto na noite de ontem para uma platéia mis- cigenada na livraria Cultura no Shopping Villa-Lobos, em São Paulo, com uma secreta esperança, arrisquemos assim, de que essa constatação pudesse conter uma solução nova para as torturantes dúvidas que atravessam toda tentativa de esta- belecimento de um conceito consistente de identidade para o povo brasileiro. Em frente a ele, o lingüista e poeta Carlos Vogt, entre outras facetas, um estudioso da difusão e da persistência das tradi- ções lingüísticas quimbundo no Sudeste brasileiro, agitava-se em sua poltrona no auditório da livraria, mal podendo conter a necessidade de retorquir de pronto que exatamente esse era o problema – o gran- de problema, melhor dizendo, o grande nó – desta nação chamada Brasil. Sérgio Pena estava ali a propósito de suas mais recentes revelações, cien- tificamente embasadas, sobre a origem territorial dos africanos tornados escravos que aportaram ao Brasil entre os séculos XVI e XIX, tema principal da reportagem de capa da revista Pesquisa Fapesp deste mês de abril, elaborada pelo jornalista Ricardo Zorzetto. Vogt, que no terreno da busca incessante das contribuições da África para a formação cultural do Brasil, tem íntima relação, por exemplo, com os suportes intelectuais do filme Cafundó, de Paulo Betti, para ficar apenas numa peça recente de circulação mais aberta e conhe- cida, menos acadêmica, desses esforços de iluminação de fundamentos às vezes bem escondidos da cultura nacional, tinha ali a Nosso retrato em preto e branco* Mariluce Moura** missão de apresentar Pena à platéia. Pro- metia ser instigante o encontro dos dois, com suas convergências e diferenças, um mais liberal outro mais social-democrata, com uma certa licença poética dessa velha terminologia; um, desconfiado da política de cotas, mas disposto a atestar com base em exames científicos a ancestralidade africana de uma moça de pele branca que se sentiu prejudicada numa seleção baseada em origem racial na Universidade de Brasília (UnB), o outro, defensor de primeira hora da política de cotas raciais na universidade brasileira. Depois de apresentado por Vogt, Sér- gio Danilo Pena literalmente arrastou um bom tempo a pequena platéia, fascinada, galvanizada, por entre viagens transconti- nentais iniciadas possivelmente há 70 mil anos, e que em algum momento, entre 15 mil e �0 mil anos atrás, trouxeram à América entre cem e mil criaturas que começaram a povoar fantasticamente esse continente – até garantir a presença de 50 milhões de ameríndios nesse vasto território no século XVI, no tempo da chegada dos colonizadores europeus ao continente. O geneticista mineiro repas- sou a partir daí, em traços largos, alguns dados conhecidos da formação do povo brasileiro, apresentou muitas outras ta- belas pouco difundidas da composição da população local desde o século XVII, para depois detalhar o que tem revelado 14 anos de suas pesquisas genéticas sobre a população deste país. Sérgio Pena, mexendo com a genética como se fora uma máquina do tempo, tem trabalhado simultaneamente com o cromossomo Y, que conta histórias da linhagem paterna de populações, e com o DNA mitocondrial, revelador extrema- mente indiscreto da matrilinhagem. E com essas ferramentas ele pouco a pouco vem traçando, desde o começo dos anos 90, um retrato do branco brasileiro, um retrato do índio brasileiro e, mais recen- temente, um retrato do preto brasileiro, com a expectativa, até aqui parcialmente realizada, de assim desvendar um verda- deiro retrato genético desse tão misturado povo que hoje constituímos. Registre-se aqui que preto é palavra usada pelo IBGE oficialmente para classificar as pessoas de pele escura, enquanto negro é uma pala- vra mais aberta que envolve os chamados pardos e pretos. As investigações do geneticista minei- ro, entre muitos outros achados, dão total apoio genético a interpretações como a de Gilberto Freyre, que mostram o povo brasileiro em grande parte formado por pais eurasianos e mães africanas e índias. “Comprovamos geneticamente uma triste história de opressão social e sexual das mulheres índias e negras na formação de nosso povo”, enfatizou a certa altura Pena na noite de ontem. Como se sabe disso? É fácil: medindo-se o as variantes do cro- mossomo y nos autodeclarados brancos e negros da atual população brasileira e medindo-se também as variantes do DNA mitocondrial nessa população. Sérgio Danilo Pena, depois de lembrar que, dentre os �5 mil diferentes genes conhecidos do genoma humano, apenas de seis a oito determinam a cor da pele, e menos de �0 são responsáveis pela apa- rência física, insistiu que vasta maioria dos brasileiros, independentemente da cor da pele de cada um, tem grande ancestrali- dade comprovada africana, ameríndia e européia. Um preto brasileiro é bastante europeu em sua ancestralidade e um bran- co brasileiro é bastante africano e bastante ameríndio em sua ancestralidade. E daí, isso é problema ou solução para nossa imagem como nação? A questão perma- nece em aberto. E é difícil , muito difícil, que puras constatações científicas possam orientar corretamente sábias decisões políticas ou embasar consistentes visões culturais, como lembrou o próprio Sérgio Danilo Pena. Mas elas são excelentes para alimentar reflexões sem preconceitos. *Artigo publicado no Blog do Noblat (www.blogdonoblat.com.br) no dia 26 de abril ** Jornalista, é diretora de redação da revista Pesquisa Fapesp Bol 1576.indd 2 8/11/2007 10:29:25 Boletim UFMG 7.5.2007 � O Conselho de Diretores acaba de aprovar a distribuição interna do Orçamento de Custeio da Universidade para �007. Apesar de reajustados em 15,9% com relação ao ano passado, os recursos do orçamento anual destinados à UFMG pelo Ministério da Educação (MEC) são suficientes apenas para a manutenção dos serviços básicos. DosR$ 66,4 milhões que chegam este ano, nada menos que 49,5% serão empregados no pagamento de mão-de-obra terceirizada, responsável por atividades não previstas no quadro de pessoal concursado, como limpeza e vigilância. “Sem dúvida, a situação atual é melhor do que a de anos anteriores, já que agora a Universidade pode pagar suas contas. Mas faltam recursos para projetos de crescimento e para invest imento em infra-estrutura”, avalia o pró-reitor de Planejamento, professor José Nagib Cotrim Árabe. Aos recursos do Tesouro, a UFMG Aprovada divisão interna do Orçamento 2007 Apesar do aumento de quase 16%, recursos são insuficientes para investimentos Ana Rita Araújo O orçamento das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) compõe-se dos itens custeio e pessoal. O primeiro re- fere-se à manutenção da rotina administrativa, a investimentos e ao pagamento de mão-de-obra terceirizada, em áreas como limpeza, manutenção e segurança. O principal parâmetro adotado para a alocação de recursos de custeio das Ifes é o chamado “aluno- equivalen- te”, resultado de cálculos que envolvem itens como número de ingressantes e de diplomados, duração padrão do curso, bônus por turno noturno e por curso fora da sede. Já o item pessoal, que inclui o pagamento de servidores ativos e aposentados, não é administrado pelas Ifes, uma vez que a folha de paga- mento é processada em Brasília. Os gastos com pessoal concursado (ativos e inativos) da UFMG atingem a cifra de R$ 640 milhões anuais. agregou receita própria, atingindo o total de R$ 70,9 milhões. Com isso, foi possível aumentar em �1,�% o valor distribuído para as unidades acadêmicas para gastos com material de consumo e de laboratórios, além de outras despesas de rotina. “Em �006, as unidades receberam R$ �,� milhões, e este ano serão contempladas com R$ 4 milhões”, informa o pró-reitor. Além disso, a planilha prevê a destinação de R$1 milhão para melhorias de laboratórios de graduação. Matriz para distribuição destes recursos entre as unidades acadêmicas será definida pela Pró-Reitoria de Graduação. Bibliotecas O Sistema de Bibliotecas será alvo de outro investimento de expressão, com a aplicação de R$ 1 milhão na compra de livros. A decisão cumpre proposta do reitor Ronaldo Pena que se comprometeu a destinar tal valor na recomposição dos acervos a cada ano de sua gestão. A diretora do Sistema, Maria Elizabeth de Oliveira Costa, comenta que os recursos são distribuídos de acordo com planilha elaborada pela Biblioteca Universitária e pelas pró-reitorias de Graduação e de Planejamento. “Estamos nos preparando para a aquisição de �007”, informa a diretora, lembrando que os bibliotecários do Sistema estão participando de curso sobre a realização de pregões eletrônicos. “A idéia não é torná-los pregoeiros, mas proporcionar-lhes uma interação maior com a área financeira, para otimizar ainda mais a utilização dos recursos”, explica Elizabeth Costa. Desde o ano passado, a comissão que elabora a proposta de distribuição interna do orçamento conta com a presença de diretores de três unidades acadêmicas. “A idéia é compartilhar a elaboração do orçamento. Eles consultam os outros dirigentes e trazem sugestões, o que agiliza a aprovação da proposta no Conselho de Diretores”, explica Nagib. A planilha de �007 começou a ser construída em outubro passado e foi finalizada em março, ao longo de uma série de 1� reuniões. Além do pró-reitor de Planejamento e da pró-reitora adjunta, Maria das Graças Fernandes Araújo, a comissão é composta pela pró-reitora de Administração, Ana Motta, sua adjunta, Elizabeth Gonçalves Bastos, e pelos professores João Pinto Furtado, diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas; Evandro Lemos, diretor da Escola de Belas-Artes; e Maria Cristina Lima de Castro, diretora do Instituto de Ciências Biológicas. A bem-sucedida experiência de ampliar a comissão abre caminho para outra proposta do professor José Nagib Cotrim Árabe: “Nossa intenção é estabelecer um cronograma para trabalhar questões relacionadas ao orçamento de forma permanente”, diz. Ainda em maio, a comissão deverá se reunir para discutir o tema vigilância, com o objetivo de iniciar estudos voltados para redução de gastos. “Outra área que pesa no orçamento e que deverá ser brevemente discutida é a do consumo de energia elétrica, responsável por 15% dos gastos totais”, completa o pró-reitor. Bol 1576.indd 3 8/11/2007 10:29:25 7.5.2007 Boletim UFMG4 A maioria dos moradores do bairro São Bernardo, localizado na região Norte de Belo Horizonte, desconhece o que é leishmaniose e qual o órgão público responsável pelo controle da doença. A conclusão, resultado de pesquisa realizada por grupo de estudantes da Escola de Veterinária, é apenas uma pequena amostra da deficiência de informação sobre saúde humana e animal existente entre a população. Para reverter esse quadro, alunos e docentes da Escola começaram a se mobilizar, participando de programa na rádio UFMG, em que abordam temas e curiosidades da área, de modo didático. A iniciativa coube ao professor Erly do Prado, que, à frente da disciplina Extensão rural, da mesma Instituição, propôs uma parceria à emissora, encarregando seus alunos de produzir conteúdo para o novo programa. Batizado Fala, bicho, o programa começou com turma de alunos da disciplina do segundo semestre do ano passado, tendo estreado no dia �0 de março. “Para os profissionais de veterinária, que atuam na área de saúde pública, é importante saber lidar com a mídia, para que seu trabalho possa chegar ao grande público”, diz Erly do Prado. Veterinário e cientista social, com experiência em extensão e comunicação rural, o professor revela que sempre se preocupou com a qualidade de informação veiculada para a população. “A Universidade não pode se ausentar da missão de propiciar à sociedade conteúdos que tenham compromisso científico com os temas, pois eles podem protegê-la de problemas ligados à área de saúde pública”, argumenta Prado, ao lembrar o “estrago” que determinadas enfermidades, como o mal da vaca louca e a gripe do frango, podem provocar em um ambiente de desinformação ou de despreparo na comunicação. Formação De acordo com o professor, a intenção do Fala, bicho é fazer frente a essas necessidades, contribuindo para a formação de veterinários aptos a interagir com o grande público e com a mídia, e difundir conteúdos de qualidade que serão multiplicados em diversos meios. “Alunos da Escola que fazem aulas práticas no interior do Estado vão distribuir, entre emissoras locais, cópias dos programas veiculados pela rádio UFMG”, explica Erly. Segundo o coordenador da emissora, Elias Santos, os textos também deverão estar disponíveis ao público, futuramente, em página do programa na Web. Veiculado diariamente, sob fórmula de pílulas ao longo da programçaão, às 6h15 e às 10h45, Fala, bicho aborda variada gama de temas, como zoonoses, criação de animais, agronegócio, vacinação, relacionamento entre o animal e o homem, alimentos de origem animal processados industrialmente, além de curiosidades da natureza. A definição dos assuntos que serão veiculados, sua pesquisa e, posteriormente, a redação e locução do texto são realizadas pelos próprios estudantes, sob a supervisão de Prado. As atividades ganham forma à medida que o grupo recebe noções sobre técnicas e conceitos de comunicação. “Construímos esse programa dentro do princípio de cidadania, para que ele não promova invasão cultural. Em nossa concepção,a comunicação não deve persuadir as pessoas, mas abrir oportunidade de troca entre os saberes científico e popular”, reflete o professor. O trabalho de Erly do Prado contou com a assessoria de equipe da UFMG Educativa para formatação do programa, edição e linguagem radiofônica. Segundo Elias Santos, o produto final garante boa visibilidade para a produção acadêmica da UFMG e constitui alternativa para todos ossegmentos de público. Esse bicho fala... Alunos e professores da Escola de Veterinária lançam programa na rádio UFMG Educativa sobre saúde humana e animal Ana Maria Vieira Programa: Fala, bicho Veiculação: diária - 6h15 e 10h45 Duração: 2 minutos Rádio UFMG Educativa 104,5 FM Língua eletrônica Já está na Internet a primeira edição de Língua Escrita, nova publicação científica da UFMG. De periodicidade quadrimestral, a revista eletrônica é editada pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale) da Faculdade de Educação (FaE), em parceria com a Rede Escrita, associação que reúne especialistas e instituições em estudos sobre a alfabetização e a linguagem escrita, com o apoio do MEC. Trabalhando com abordagem interdisciplinar, a revista se organiza em seções que trazem relatos de experiência, pesquisas e estudos realizados no Brasil e no exterior, propostas de ação pedagógica, resenhas de livros e anais, além de reprodução de documentos históricos ou atuais sobre o letramento no país, considerados de difícil acesso. Os artigos são publicados em português, inglês e espanhol. De acordo com os organizadores, a proposta da publicação é contribuir com estudos teóricos e de temas aplicados, que auxiliam na compreensão da cultura escrita. A edição é do professor da FaE, Antônio Augusto Gomes Batista. Para acessar Língua Escrita, basta entrar no link Rede no portal do Ceale (www.fae.ufmg.br/ceale). Informações sobre encaminhamento de artigos pelo telefone (�1) �499-5��4 ou pelo e-mail: assessoria@ fae.ufmg.br. Erly do Prado: veterinária na mídia Fo ca L isb oa 4 7.5.2007 Boletim UFMG Bol 1576.indd 4 8/11/2007 10:29:25 Boletim UFMG 7.5.2007 5 Uma luva robotizada, capaz de restaurar os movimentos da mão e do punho de pessoas com lesão no plexo braquial, começa a ser testada em pacientes até o final deste semestre. Desenvolvida por pesquisadores do departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia, a Órtese funcional para mão acionada por dispositivo elétrico já tem o aval do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFMG para o início dos testes clínicos. “Sem os testes, não é possível negociar com grandes empresas que tenham interesse na transferência da tecnologia”, explica o coordenador da equipe, professor Marcos Pinotti Barbosa. Paralelamente a essa fase da pesquisa, o grupo desenvolve ações complementares, como a finalização do equipamento que será utilizado para treinar os pacientes no uso da luva; estudos de aperfeiçoamento do controle da força exercida pelo usuário; e a miniaturização do sistema de controle da órtese, com o objetivo de reduzir as proporções atuais, de seis para dois centímetros quadrados. Além disso, está prevista a produção-piloto de sete órteses, o que garantirá a realização dos testes clínicos. A luva, leve e funcional, poderá substituir as similares importadas, acredita o pesquisador. Segundo ele, com a realização dos testes clínicos, a Universidade estará pronta para transferir a tecnologia não apenas para a iniciativa privada, mas também para órgãos públicos que tenham interesse em financiar programa de produção da órtese a baixo custo. Músculo eletromecânico Fruto de pesquisas multidisciplinares, o trabalho traz duas inovações na área de órteses: o uso de músculo eletromecânico, que é leve e de fácil controle, e as características estéticas e anti-alérgicas do material utilizado. O mecanismo, que no final do ano passado foi apontado como o melhor trabalho na categoria Inclusão Social do Prêmio Werner von Siemens de Inovação Tecnológica, consiste em uma luva de material flexível e antialérgico, com fios ligados a um motor que gira para fazer os movimentos de abrir e fechar a mão. O motor obedece a sinais elétricos transmitidos pelos músculos do paciente, por meio de eletrodos de superfície, colocados na parte superior do braço ou das costas. A ponta dos dedos do paciente fica à mostra para que ele possa verificar se a circulação sangüínea está normal ou se foi interrompida pela pressão da luva. O controle é feito pelo próprio paciente, que precisa ser treinado para utilizar a órtese. Marcos Pinotti explica que a luva foi idealizada para uso de portadores de lesões do plexo braquial, muito comuns em jovens que sofreram acidentes com motocicletas. O mecanismo é contra- indicado em quadros de deformação ou endurecimento das juntas, como no caso de pacientes com artrite e artrose. Pinotti adverte que, embora o pedido de patente nacional tenha sido depositado em �005, a transformação da órtese em produto comercial depende ainda de uma série de condições, entre as quais os resultados dos testes clínicos. “Um dos objetivos é confirmar que a órtese é indicada para esses casos, o que permitirá que os médicos possam prescrevê-la corretamente”, diz o professor. Os testes devem começar em julho, no Centro Geral de Reabilitação (CGR), recentemente municipalizado. O grupo de pacientes já foi selecionado. Somente a partir do final de �007, após a conclusão da primeira fase dos testes clínicos, será possível avaliar a ampliação do atendimento do programa. Etapas O projeto da luva funcional envolve equipe multidisciplinar, sob a orientação de Marcos Pinotti. “O trabalho se apóia em tecnologias previamente desenvolvidas no Laboratório de Bioengenharia a exemplo do sistema de interpretação do sinal mioelétrico já utilizado em órtese de membro inferior”, conta o coordenador. Além de ter gerado trabalhos de iniciação científica e dissertações de mestrado, a pesquisa é objeto de teses de doutorado dos alunos Daniel Neves Rocha, engenheiro mecânico que estuda o músculo artificial eletromecânico, e Kátia Vanessa Pinto de Meneses, terapeuta ocupacional que tem se empenhado na concepção de uma luva que seja leve e ofereça conforto ao paciente. Na opinião de Pinotti, as inovações da órtese de mão surgiram como resultado dessa integração de áreas. Pesquisadores da Engenharia Mecânica testarão luva que restaura movimentos Órtese, que já tem o aval do Comitê de Ética da UFMG, poderá substituir similares importados Ana Rita Araújo Projeto: Órtese funcional para mão acionada por dispositivo elétrico, desenvolvida no Laboratório de Bioengenharia, do departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia da UFMG Coordenador: Marcos Pinott i Barbosa Financiamento: Capes Conjunto de nervos localizados no pescoço. Partem da medula espinhal e se distribuem para ambos os braços através das axilas. Lesões no plexo braquial podem levar a severas limitações funcionais do braço, antebraço e das mãos Daniel Rocha, Kátia de Meneses e Marcos Pinotti trabalham no desenvolvimento da órtese Boletim UFMG 7.5.2007 5 Bol 1576.indd 5 8/11/2007 10:29:26 7.5.2007 Boletim UFMG66 7.5.2007 Boletim UFMG Qual a repercussão dos confl i- tos envolvendo jovens imigrantes so- bre as eleições francesas? Que visão o francês médio tem dessa questão? A repercussão desses conflitos não ocupou lugar central na campanha eleitoral. O francês de classe média não se interessa muito pelos pobres, da mesma forma que o carioca não se interessa pelo que acontece nas favelas do Rio de Janeiro. Em dezembro de �005, com fechamento da lista de eleitores, houve aumento mas- sivo de inscrição de jovens moradores de periferia, oriundos da imigração. Muitas personalidades, entre elas o Lilian Thuram, jogador de futebol, originário das Antilhas Francesas, e o rapper Stark, de origem argelina, criticaram muito Sarkozy (Nicolas Sarkozy, candidato de direita à presidência da França) e passarama chamar a atenção dos jovens da periferia para as questões da política. Já o francês médio só conhece as periferias pela TV; ele tem medo de freqüentar esses lugares. Que semelhanças o senhor observa no fenômeno da violência juvenil na França e no Brasil? Na França, o desemprego entre os jovens de até �5 anos chega a 50%, 60%. Entre os homens, mais de �1% têm chance de estar desempregados. Suas condições são precárias, embora um pouco melhores que as daqui do Brasil. Outra semelhança é o tráfico de drogas. Só que na França o tráfico pode ser definido como uma economia de sobrevida – e não como crime organizado. Lá o tráfico materializa uma espécie de “jei- tinho” francês de conseguir dinheiro. Outra característica comum são as re- lações com a polícia. Os mesmos policiais chegam a pedir os documentos para as mesmas pessoas quatro ou cinco vezes ao longo do dia. Fazem isso para humilhar. Tanto aqui como lá as relações com a polí- cia são péssimas. Certa vez subi uma favela carioca com alguns policiais, que diziam a todo instante que a relação com a comu- nidade era muito boa. Só que as evidências mostravam o contrário. Eles andavam for- temente armados e ficavam o tempo todo em posição de tiro, como se esperassem um ataque a qualquer momento. Que desdobramentos o senhor vislum- bra para os conflitos juvenis na França? O mais importante é deter-se sobre as suas origens e identificar o lugar que os jovens imigrantes ocupam na sociedade francesa. A França adota um modelo repu- blicano de integração dos imigrantes que passa, fundamentalmente, pela escola, que é laica, gratuita e universal. Só que a partir de meados dos anos 70 começaram os problemas do desemprego. E, durante o governo Mitterrand, foi sancionada uma lei que permitiu o agrupamento familiar. Os homens que trabalhavam na França adquiriram o direito de levar filhos e a mulher. Hoje, estamos na terceira ou quar- ta geração dessas pessoas que migraram para a França naquela época. E são elas as vítimas do racismo. Há 15 anos, começou a aumentar o mal-estar das periferias, gerando reações comunitaristas, caracteri- zadas pelo retorno dos imigrantes às suas culturas, em especial ao islamismo. A França tende a lançar mão de instru- mentos de controle como fizeram os Esta- dos Unidos em sua cruzada antiterror? A França não decretou qualquer lei que restringisse os direitos civis dos cidadãos. Lá é impensável algo no estilo do que foi feito nos Estados Unidos. O que houve foi o aumento do controle da polícia. No fim dos anos 90, havia a polícia de proximida- de, formada basicamente por patrulhas de dois ou três homens que andavam a pé, e que tinha a função de facilitar o diálogo com os habitantes das localidades. Essa política incluía um programa chamado Emprego Jovem, que contratava jovens pobres para atuar como policiais. Em �000, o Sarkozy, então ministro do inte- rior, acabou com a polícia de proximidade e com o emprego dos jovens. A partir daí, a polícia passou a ser mais militarizada e menos comunitária. O filosófo Jacques Derrida, de origem argelina, diz que não basta apenas ser tole- rante – conceito associado à capacidade de suportar o outro. Segundo ele, é preciso ser hospitaleiro, o que significa aceitar o outro como ele é, ainda que isso desorganize a sua casa. O senhor concorda com essa análise? Concordo com essa noção de hospita- lidade do Derrida. A sociedade moderna precisa saber integrar as pessoas, pois há muita riqueza nas diferenças. Nesse sentido, a França sempre foi modelo por- que conseguiu integrar pessoas de várias nacionalidades. Mas esse modelo não teria saturado? Na verdade, o espírito permanece. O que acontece é que, na prática, existe mui- ta dificuldade para empregar os próprios franceses. Não há como ser hospitaleiro com todos. Os políticos de esquerda que- rem continuar integrando essas pessoas e, até mesmo, aceitar novos imigrantes. Já a direita se recusa a receber novos imi- grantes e a regularizar os que estão lá há muitos anos. A França integrou gerações de flamencos, poloneses, italianos e espa- nhóis. Enfim, não é a hospitalidade que está em falta. No movimento de novembro de �005, as reivindicações dos filhos da imigração não eram de caráter étnico, mas sociais e econômicas. * Colaborou Nina de Melo Franco “A sociedade moderna precisa saber integrar as pessoas” Apesar da abissal diferença social, Brasil e França apresentam algumas convergências. Uma das mais notáveis diz respeito às causas que motivam os conflitos envolvendo jovens nos dois países, avalia o sociólogo francês Dominique Duprez, que esteve na UFMG em abril como convidado da cátedra Ford do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT). Professor da Universidade de Lille I e presidente do setor de Sociologia do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), Duprez reuniu-se com pesquisadores brasileiros, proferiu conferência sobre os conflitos juvenis ocorridos em áreas periféricas da França e participou do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apoiado pelo Crisp. Em meio a essa intensa agenda, o sociólogo encontrou tempo para conceder a seguinte entrevista ao BOLETIM, em que discorre sobre as dificuldades enfrentadas pela França para acolher seus imigrantes. Entrevista / Dominique Duprez Flávio de Almeida * Duprez: modelo republicano de integração de imigrantes Bol 1576.indd 6 8/11/2007 10:29:26 Boletim UFMG 7.5.2007 7 Acontece Fapemig libera editais A Fapemig anunciou a liberação de R$ 4 mi- lhões para as redes de pesquisa de Minas Gerais e o lançamento de quatro editais, no valor total de R$ 5,5 milhões, destinados à aquisição de livros técnico-científicos para a pós-graduação; apoio à publicação de periódicos científicos institucionais; criação e manutenção de núcleos de inovação tecnológica e bolsas de desenvolvimento científico regional. As redes de pesquisa são formadas por universi- dades e centros estaduais ou federais, que se unem para estudar um tema específico, agregando pes- quisadores. O apoio a esses grupos é considerado estratégico, pois articula instituições e cientistas e otimiza recursos, permitindo que vários pesquisa- dores tenham acesso à infra-estrutura adquirida. A íntegra dos editais está disponível na página www.fapemig.br. Na mesma tecla O professor aposentado da Fafich Délcio Vieira Salomon lança, no próximo dia 19, a partir de 10h, na Livraria e Café Quixote (rua Fernandes Tourinho, �74, Savassi) o seu primeiro livro de poesias. Tra- ta-se de Na mesma tecla – poesias, coletânea que revela um poeta oculto nas reflexões filosóficas e preocupações sociais de sua obra. Os versos de Salomon começaram a ganhar for- ma na década de 90, à mesa de bares, local propício a reflexões literárias. “Comecei a lançar rabiscos no guardanapo, uns em forma de desenhos, outros com jeito de poemas. Em casa e reiteradamente va- rando a madrugada, trabalhava melhor a expressão das reflexões e observações oriundas e motivadas pela inspiração etílica”, conta o professor. Com formação em filosofia, pedagogia e di- reito, Salomon especializou-se em metodologia científica, área em que defendeu tese de livre docência na Fafich. É autor, ainda, de Como fazer uma monografia, A maravilhosa incerteza e Beira dos Aflitos. Ciências do Esporte RESOLUÇÃO no 02/2007, de 22 de março de 2007 Aprova a criação do nível de Doutorado em Ciências do Esporte, de interesse da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. O CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, no uso de suas atribuições estatutárias, considerando decisão tomada em 1�/05/�005 pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e o Parecer no 0�/�007 da Comissão de Legislação, resolve: Art.1o - Aprovar a criação do nível de Doutorado em Ciências do Esporte, de interesse da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, conforme o Processo no ��07�.0��667/06-46.Art.�o - A presente Resolução entra em vigor nesta data. Professor Ronaldo Tadêu Pena Presidente do Conselho Universitário Segurança em laboratório De 14 a 18 de maio, o Centro de Extensão do ICB promove o curso de extensão Segurança em laboratório. As atividades se destinam a profissionais da área de saúde e outras afins, em nível técnico e superior, além de servidores e alunos de graduação e pós-graduação da UFMG. Os participantes poderão se inscrever no turno da tarde – de 14h às 17h�0 – ou da noite – de 18h�0 às ��h. O curso, com �0 horas/aula, dará direito a certificado. De acordo com os organizadores, o objetivo da atividade é oferecer suporte e promover a conscientização para o desenvolvimento seguro das atividades em laboratórios, biotérios e trabalhos de campo; identificar e avaliar os principais riscos ambientais existentes nestes locais; proporcionar noções de segurança no trabalho com animais; apresentar normas de biossegurança; e estimular as boas práticas nos laboratórios e os cuidados a serem adotados para preservar o meio ambiente e a saúde dos trabalhadores. As inscrições podem ser feitas na página www.fundep.ufmg.br ou nos postos da Fundep: Conservatório UFMG (avenida Afonso Pena, 15�4) e na Praça de Serviços (ave- nida Antônio Carlos, 6.6�7). O valor é de R$ 1�0 para o público externo e R$ 75 para os profissionais da UFMG. Mais informações na página www.icb.ufmg.br/cenex ou pelos telefones (�1) �499-4��0 (Fundep) e �499-�5�� (ICB). Livros indígenas A UFMG foi escolhida pelo Ministério da Educação para editar 4� pro- jetos de livros indígenas, destinados a escolas das cinco regiões do Brasil nas quais estudam alunos de �� povos. A Universidade recebeu R$ 700 mil para publicar as obras, escritas nas línguas maternas, em português ou bilíngües, e que atendem a dois princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB): valorização da cultura de cada povo e oferta de materiais didáticos específicos e diferenciados. História, geografia, ciências, lendas, relatos e calendário indígena são alguns temas das 4� publicações. O povo uapixana, de Roraima, por exemplo, aprovou quatro obras que vão atender professores e alunos da pré-escola ao ensino médio. Os povos pancararu e trucá, de Pernambuco, prepararam projetos de literatura. Já os mebengocres (caiapós), de Mato Grosso, rece- berão livros de alfabetização e de matemática em língua materna. A maior parte dos livros foi elaborada pelos professores nos cursos de formação de nível médio e nas licenciaturas interculturais. As tiragens variam de mil a dez mil exemplares, de acordo com o número de alunos registrados no censo escolar. Ao todo, o MEC recebeu 66 projetos de livros, dos quais 4� foram selecionados para publicação pela Comissão Nacional de Apoio à Produção de Material Didático Indígena (Capema). Em �006, o Ministério fi- nanciou a produção de �6 livros, sete CDs e um DVD criados por indígenas. Resolução Foca Lisboa Bol 1576.indd 7 8/11/2007 10:29:26 7.5.2007 Boletim UFMG8 Universidade Federal de Minas Gerais Boletim Reitor: Ronaldo Tadêu Pena – Vice-Reitora: Heloisa Starling – Diretora de Divulgação e Comunicação Social: Maria Céres Pimenta S. Castro – Edi- tor: Flávio de Almeida (Reg. Prof. 5.076/MG) – Projeto e editoração gráfica: Rita da Glória Corrêa – Fotografia: Foca Lisboa - Pesquisa Fotográfica: Elza F. Oliveira – Impressão: Sografe – Tiragem: 8 mil exemplares – Circulação semanal – Endereço: Diretoria de Divulgação e Comunicação Social, campus Pampulha, Av. Antônio Carlos, 6.6�7, CEP �1�70-901, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefones: (�1) �499-4186 e �499-446� – Fax: (�1) �499-4188 – Correio eletrônico: boletim@cedecom.ufmg.br e homepage: http://www.ufmg.br É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte. IM P R E S S O EX PE D IE N T E 8 7.5.2007 Boletim UFMG Taboa, cabaça, favela, bambu, couro, palha e madeira. No Vale do Jequitinhonha, fauna e flora nativas se transformam em artesanato. E na UFMG, pequenas barracas montadas na Praça de Serviços dão forma a uma feira de criatividade e cores, cujas vendas movimentaram cerca de R$ 80 mil em anos anteriores. Tudo começou em �000, quando os artesãos do Vale foram atração na Semana do Conhecimento. No ano seguinte, o projeto ganhou nova dimensão e, a partir de �00�, firmou seu espaço no calendário da Universidade. Este ano, de 7 a 1� de maio, 6� artesãos de �6 cidades vão colorir a Praça de Serviços do campus Pampulha com colares, pulseiras, brincos, colchas de retalhos, esculturas, pinturas, cerâmica e comidas típicas e cachaças. A principal novidade desta edição são as cinco oficinas de tecelagem e bordado, coordenadas pela professora Joyce Saturnino, da Escola de Belas Artes, e ministradas por alunos do curso envolvidos na área. Metade das vagas é destinada a O Va l e n a Pr a ç a Em sua oitava edição, Feira de Artesanato do Jequitinhonha oferece oficinas de tecelagem e bordado para expositores e visitantes Fernanda Cristo expositores, mas qualquer pessoa pode se inscrever por telefone ou e-mail. As atividades serão realizadas na EBA e Praça de Serviços, de segunda a quinta-feira. A exemplo das tradicionais feiras de mangaio do Nordeste, a feira do Vale também oferece a seus visitantes a alegria da música e dança. A abertura, no dia 7, fica por conta de um grupo de Felisburgo que faz coreografias de músicas de Rubinho do Vale. Nos dias seguintes, sempre às 1�h�0, apresentam-se, na Praça de Serviços, Déa Trancoso, bandas Cariúnas e de música do Colégio Militar de Belo Horizonte, além do músico Pereira da Viola. Segundo a coordenadora do evento, Márcia Fonseca Rocha, da Diretoria de Ação Cultural (DAC), o público da feira é o mesmo que passa pela Praça diariamente. Por isso, a expectativa é atrair cerca de 7.500 pessoas, como nas edições anteriores. Márcia Rocha diz que a feira vem crescendo desde que foi criada, mas a intenção é estabilizar o número de artesãos participantes. “Não pensamos em aumentar o número de expositores ao longo dos anos, devido à limitação da nossa infra-estrutura. A Praça de Serviços não comporta muitas barracas e precisamos oferecer segurança aos artesãos”, argumenta. Desenvolvimento humano A atividade artesanal é uma das principais fontes de renda do Vale do Jequitinhonha, região que abrange 75 municípios e é sempre lembrada pelo baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), pequena oferta de emprego e baixa taxa de urbanização. Retalhos de Medina Pela primeira vez, a Associação de Artesãos de Medina, a 672 quilômetros de Belo Horizonte, terá a oportunidade de expor sua produção na Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha. Há pouco mais de um ano, o grupo, formado por 22 mulheres, desenvolve trabalhos de patchwork: técnica que une retalhos de tecidos na produção de tapetes, colchas e outras peças. “Conheço várias pessoas que já participaram da feira e escuto muitos comentários positivos. Espero que o trabalho agrade aos compradores e que nossa participação seja lucrativa. Acho que será muito interessante manter contato com outras pessoas da área e conhecer novas formas de trabalho, para melhorar nossa produção”, anima-se a artesã Dagmar da Silva Amaral, presidente da Associação. Fo to s: F oc a Li sb oa Bol 1576.indd 8 8/11/2007 10:29:26
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