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HISTORICO DO BAIRRO MARACANÃ
Os cariocas originais: 
	Um Rio de Janeiro acabou. Sobre os escombros das aldeias e da identidade cultural de comunidades tupinambás como a Karióka, outro Rio de Janeiro emergiu. E cresceu carregando o nome de batismo da taba mais famosa do Brasil, localizada à esquerda da embocadura da baía de Kûánãpará. Não era a única. Embora nas anotações do calvinista francês Jean de Léry, em sua obra Viagem à terra do Brasil, escrita entre 1557 e 1558, constem pelo menos outras 34; as pesquisas recentes dão conta de registros de ao menos 84 aldeias tupinambás que, ao longo de centenas de anos, resistiram aos portugueses e gravitaram no entorno da Baía de Guanabara e adjacências.
	 No livro Rio antes do Rio de Rafael Freitas da Silva atesta que foi em busca do Guajupiá que a grande civilização tupinambá migra da Amazônia, há cerca de dois mil anos. Segundo Rafael Freitas da Silva, durante a pré-história, em algum lugar entre os rios Madeira e Xingu, as comunidades do tronco linguístico tupi-guarani se separaram do tronco macrotupi. “Partiram em levas independentes, migrando em direções diversas, num arco de dispersão que percorreu desde a bacia do Paraguai, ao Sul do Rio Amazonas, com uma grande leva de tupis-guaranis descendo pelo Rio Paraná em direção ao Sul, de onde vieram a se organizar nas tribos guaranis e karijós”, revela o autor. “Por sua vez, o ramo ancestral dos tupinambás kariókas teria feito um caminho muito mais longo e penoso, seguindo o curso do Rio Amazonas até a foz, de onde vieram combatendo e ocupando o litoral do Nordeste e expulsando as tribos dos tapuîas, não tupis, considerados gente de língua estranha, seguindo ao longo dos anos em direção ao Sul até alcançar a Baía da Guanabara”
	Tendo se instalado na idílica Baía de Guanabara 1.500 anos antes da chegada dos europeus, os tupinambás têm mais tempo de história na Baía de Guanabara do que qualquer civilização que se pretende moderna, afirma Rafael Freitas da Silva. Em crítica à “tese” difundida de que a origem do nome carioca seria referência à “casa do homem branco”, o autor sustenta: “Essa lenda infelizmente acabou por transmitir ao nome relativo à cidade do Rio de Janeiro uma noção histórica bastante deturpada do processo que levou à constituição da própria cidade. É como se nada aqui existisse ou não tivesse importância antes da chegada dos portugueses. Por isso, o termo ‘carioca’ precisa ser recolocado na sua verdadeira origem. Ou seja, ele nada mais é do que o nome da mais importante taba nativa tupinambá, que se localizava às margens do rio que herdou seu nome. Suas terras ficavam onde hoje estão os bairros do Flamengo, Laranjeiras, Largo do Machado, Catete e Glória”.
	A principal batalha entre portugueses e tupinambás foi em 20 de janeiro de 1567. “Os tupinambás não se renderam. Foi um confronto tão violento, que o capitão das forças portuguesas, o próprio Estácio de Sá, foi atingido por uma flecha no olho e morreu, pouco depois. Os índios perderam essa batalha, que teria acontecido próxima ao Morro da Glória, local em que se instalava a aldeia conhecida como Karióca”.
	
Origem do nome: 
	O nome Maracanã vem do tupi maraka'nã, que significa papagaio. Provavelmente o rio homônimo recebeu este nome por ter suas cercanias habitadas por uma ou mais espécies destes psitacídeos. Alguns alegam que estas aves nativas habitam o bairro até hoje, mas as que são vistas hoje em dia voando são provenientes do Jardim Zoológico, localizado na Quinta da Boa Vista, assim como as garças que são frequentemente vistas se alimentando no Rio Maracanã.
Origem do problema com alagamentos:
O Rio Maracanã possui 8.510 metros de extensão desde sua nascente na vertente norte do maciço da Tijuca até sua foz, sendo um dos rios contribuintes ao canal do Mangue, que por sua vez alimenta a Baía de Guanabara. Considerado um dos principais rios da Grande Tijuca, o rio responsável pela nomenclatura do bairro, é um dos grandes pontos de discussões acerca das enchentes no Município do Rio de Janeiro.
	De 1818 a 1823 foi feito o primeiro plano de captação de suas águas, com a construção de um encanamento provisório até o Campo de Santana (atual Praça da República). A nova canalização foi realizada na década de 50 do século XIX no baixo curso do rio, onde o terreno era um alagadiço. Devido ao elevado grau de urbanização ocorrido na área, gerou problemas antagônicos. Por isso, devido à urbanização relacionada à valorização do solo, foi expandida a canalização em 1950, gerando frequentes inundações. Essas enchentes causadas pela impermeabilização do solo, juntamente com a redução do espaço para o fluxo de água (diminuição na vazão regular do rio), aumentam o volume do rio que acaba transbordando.
	
Pico de urbanização: 
	Mais precisamente a partir da década de 1870, inicia-se um processo de urbanização nesta área, quando, mais precisamente em 1873, o Governo Imperial delegou as freguesias de São Cristóvão, de Inhaúma e Engenho Velho, possibilitando a construção de novas edificações, sempre voltadas para atender a uma população de classe média alta, permitindo um maior desenvolvimento para os bairros ali localizados. É neste período, portanto, que se tem a formação do bairro, que juntamente com Tijuca, Engenho Velho, Andaraí e Vila Isabel, são incorporados à malha urbana da cidade.
	A Rua São Francisco Xavier, hoje uma das mais importantes do bairro, era apenas um caminho que interligava as diversas chácaras que ali existiam e que faziam parte da então freguesia do Engenho Velho. É importante considerar que o bairro sempre teve uma importância esportiva para a cidade. Foi nessa região que, na metade do século XIX, surgiram as primeiras sociedades turfísticas do Rio de Janeiro. Tradicionalmente, a região das antigas chácaras sempre viveu em torno da área onde hoje é o estádio Mário Filho, o Maracanã. Nesta região funcionava o Derby Clube, a segunda grande associação de turfe fundada no Rio, em 1885, por André Gustavo Paulo de Frontin.
A favela do esqueleto: 
	A localidade que ficou conhecida como Favela do Esqueleto, era situada no espaço ocupado atualmente pelo Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ. Antes de ganhar o nome de favela, essa localidade já era “uma populosa zona”, habitada em sua maioria por setores de média e baixa renda da classe trabalhadora carioca. Assim como diversas regiões do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, a região em que o Esqueleto era localizado ficava próxima à linha de trem da Estação de Ferro Central do Brasil, o que se tornou um atrativo para maior parte da classe trabalhadora, que participou ativamente da construção dos subúrbios da cidade. Não somente eram atraídos pelo transporte ferroviário, mas também podemos verificar que as vagas de trabalho, principalmente do setor de serviços e industrial, passaram a se deslocar cada vez mais em direção à Zona Norte e Sul, diluindo os postos de trabalho antes só encontrados na região central da cidade
O terreno que hoje abriga a Universidade daria lugar ao Hospital das Clínicas da Universidade do Brasil. Mas as obras foram abandonadas na década de 1930, deixando apenas o esqueleto de um dos prédios. O edifício, inconcluso, foi sendo ocupado assim como o resto do terreno se transformando no que viria a ser a Favela do Esqueleto. Ela ganhou ainda mais volume durante a construção do Estádio do Maracanã, logo ao lado, inaugurado em 1950. Incialmente os barracos foram sendo construídos em torno do esqueleto, parte de melhor terreno, mas em poucos anos a favela já era uma das maiores da cidade e possuía uma enorme quantidade de tipos de barracos. Dos mais elaborados, quase casas populares, passando por barracões de madeira, bem estruturados até precárias palafitas em uma área pantanosa num dos braços do Rio Joana. Também havia barracos do tipo apartamento dentro da estrutura abalada do esqueleto, que havia sofrido seguidos incêndios. 
	A remoção da Favela do Esqueleto foi consequência da política de remoções que o Estado da Guanabara (sob o comandode Carlos Lacerda), em consonância com o governo militar e com apoio dos Estados Unidos, efetuou durante os anos 1960, transferindo, à força, moradores de favelas das regiões centrais da cidade para conjuntos habitacionais longínquos. Em 1969, começou a ser construído, no local, o campus da Universidade do Estado da Guanabara, aproveitando a estrutura inacabada do hospital do INPS. O campus foi inaugurado em 1976, já com o novo nome da universidade: Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
História da Aldeia Maracanã: 
	O prédio do antigo Museu do Índio, de acordo com o parecer do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural, é um “… imponente exemplar da arquitetura eclética do início do século XX”, e tem suas origens histórica nos tempos do Império, quando serviu de dote conjugal e moradia ao Duque de Saxe, genro do imperador Pedro II, que foi casado com a irmã da princesa Isabel.
	Foi neste prédio de tanta importância emblemática e histórica para os índios do Brasil que, segundo o laudo antropológico do professor Mércio Gomes, “durante pelo menos 68 anos (1910-1978) abrigou o melhor do pensamento, da ação e do descortino moral dos brasileiros mais ilustres que jamais pensaram e trabalharam pela causa indígena como o Marechal Cândido Rondon, Darcy Ribeiro, Orlando Villas Boas, Noel Nutels, Eduardo Galvão, Carlos Moreira Neto e outros mais.”
	Este imóvel foi sede do SPI – Serviço de Proteção aos Índios, criado por Rondon em 1910, que estabeleceu as bases filosóficas, morais e práticas da política indigenista republicana. Depois serviu como sede do Museu do Índio, criado por Darcy Ribeiro em 1953, sob a égide de Rondon e Getúlio Vargas, de onde surgiram as grandes ideias para consolidar a política indigenista brasileira diante dos novos desafios que surgiam com a criação de Brasília, a abertura de grandes estradas, a entrada de inumeráveis contingentes populacionais pelo Centro-Oeste e Amazônia.
Imagens com legenda: 
Acima vemos o Derby Club, a segunda grande associação de turfe fundada no Rio, local utilizado para corrida de cavalos até o início dos anos 30.
Abaixo, o terreno onde seria construído o Hospital das Clínicas da Universidade do Brasil que deu origem a Favela do Esqueleto, após o fechamento do Derby Club.
O Esqueleto era uma estrutura nunca concluída de uma das alas de um enorme hospital que seria construído incialmente pela inciativa privada e posteriormente pelo poder público e que nunca passou do esqueleto incompleto de um dos prédios imaginados do que seria o Hospital das Clínicas da Universidade do Brasil.
O Derby Club, foi uma entidade idealizada em 1884 e fundada em 1885 pelo engenheiro André Gustavo Paulo de Frontin. Era um tradicional espaço de corrida de cavalos da cidade, onde atraíam membros da elite carioca e das classes populares.
Vista aérea do Maracanã no final da década de 40. No lado esquerdo, fora da foto, ficava a antiga favela do Esqueleto, removida no início dos anos 60 para a construção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ.
O estádio do Maracanã sendo construído no ano de 1949 para sediar jogos da Copa do Mundo de 1950.
O projeto foi dos arquitetos Antônio Augusto Dias Carneiro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Paiva e Rafael Galvão e foi construído no terreno do antigo hipódromo da cidade, que tinha se mudado em 1932 para a Gávea.
Na foto, o cruzamento das Ruas Barão de Mesquita e São Francisco Xavier na região do Maracanã, nos anos 50.
O caos no trânsito é flagrante, pois aparentemente a movimentada esquina não tinha sinal de transito e todos iam se aproximando meio que na “marra” ganhando nesse caso claro o bonde
A favela começou a surgir logo após á construção do Maracanã, quando o terreno foi invadido.
Incialmente os barracos foram sendo construídos em torno do esqueleto, parte de melhor terreno, mas em poucos anos a favela já era uma das maiores da cidade e possuía uma enorme quantidade de tipos de barracos.
Temos uma Avenida Maracanã ainda repleta de casas e sem nenhum edifício. Local calmo e tipicamente familiar. A avenida foi construída pelo prefeito Carlos Sampaio, nos anos 20.
Bastaram três horas de chuva na tarde do dia 29 de dezembro para alagar diversos pontos do Rio de Janeiro e causar transtornos na região tijucana: Entre eles, um desabamento no Morro do Chacrinha ferindo três pessoas e o alagamento da Praça da Bandeira e Avenida Radial Oeste, que ficaram com água á um metro de altura.
Na foto, próximos ao portão 7 da UERJ, homens tentam andar, na Avenida Radial Oeste totalmente alagada. O carro só não foi arrastado porque ficou preso entre o ônibus e a grade da universidade.
Com certeza muitos já se perguntaram o porquê do Campus da UERJ pernanecer sempre como uma ilha, enquanto todas as vias ao seu redor inundam de forma violenta nos grandes temporais de verão, notadamente a Av. São Francisco Xavier e a via de fronte ao Maracanã. Todos sabem que a região sempre foi complicada, sendo o desague da água que vem pelas bacias dos Rios Trapicheiros, Joana e Maracanã, descendo pelos vales da grande Tijuca desde o Alto da Boa Vista, até encontrar a área de baixada, onde não só a UERJ está instalada, mas também o Maracanã, e boa parte da região dos Bairros do Maracanã e Praça da Bandeira, que formavam um mangal há muito tempo. A condição de salubridade da Favela do Esqueleto demonstrava bem a característica da região, pois vários trechos da favela eram construídos em palafitas.
Para contornar esse problema, os engenheiros da Guanabara, além de promoverem o aterro de uma parte do terreno, criaram gigantescas galerias de águas pluviais para drenar não só o excesso das águas das chuvas como também dissecar um pântano formado por um pequeno braço do Rio Joana que passava pelo local, além de conduzi-lo. Podemos ver nessa imagem do acervo da universidade o tamanho de uma das galerias, comparando-a em relação a um operário que está caminhando por cima da estrutura recém concretada.
Trecho da Avenida Maracanã quase esquina com a rua Eurico Rabelo após fortes chuvas que caíram no Rio de Janeiro.
O transbordamento do Rio Maracanã causou muitos estragos no entorno do Estádio do Maracanã, arrastando carros e até um caminhão da Guarda Móveis Tijuca.
Bibliografia: 
https://wikifavelas.com.br/index.php/Favela_do_Esqueleto
https://wikifavelas.com.br/index.php/Aldeia_Maracan%C3%A3
https://www.em.com.br/app/noticia/pensar/2020/02/21/interna_pensar,1123371/livro-rio-antes-do-rio-mostra-que-os-cariocas-originais-eram-tupinam.shtml
https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/reportagens/14465-os-ind%C3%ADgenas-e-a-constru%C3%A7%C3%A3o-do-rio-de-janeiro

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