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DOC-20230322-WA0040


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CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO
CURSO DE FILOSOFIA
O PARADIGMA CIENTÍFICO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EM BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS
Gabriel Ribeiro Eduardo
Lorena - SP
2023
Gabriel Ribeiro Eduardo
O PARADIGMA CIENTÍFICO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EM BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Faculdade de Filosofia do UNISAL como requisito básico para a conclusão do Curso de Bacharelado em Filosofia.
Orientador: José Marcos Miné Vanzella
Lorena - SP
2023
Gabriel Ribeiro Eduardo
O PARADIGMA CIENTÍFICO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EM BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Faculdade de Filosofia do UNISAL como requisito básico para a conclusão do Curso de Bacharelado em Filosofia.
Orientador: José Marcos Miné Vanzella
Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em ____ de ________ de ____, pela comissão julgadora:
_______________________________________________________________
Prof. e Instituição
_______________________________________________________________
Prof. e Instituição
	
Dedico este trabalho aos meus pais pelo estímulo e compreensão; 
a todos os professores que acreditaram no meu trabalho; 
a todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram 
para a conclusão de mais esta etapa.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a DEUS, que me possibilitou realizar este trabalho.
A todos os professores que contribuíram para o meu enriquecimento cultural ao longo desses quatro anos de graduação.
Em especial ao orientador, Prof. José Marcos Miné Vanzella, o apoio, as conversas e discussões no processo de elaboração desta monografia, que compartilhou comigo sua sabedoria, conduzindo o trabalho de maneira firme, porém amiga, deixando uma contribuição extremamente importante e positiva nesta fase da minha vida acadêmica.
Aos colegas de sala e a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a conclusão deste trabalho.
O senso comum é prático e pragmático; reproduz-se colado às trajetórias e as experiências de vida de um dado grupo social e nessa correspondência se afirmar de confiança e dá segurança. (SANTOS, 2008, p. 56).
RESUMO
A presente pesquisa atribui a seu conteúdo os fatores relevantes ao paradigma científico de responsabilidade social, o qual se baseia principalmente em obras de Boaventura de Souza Santos. Com isso assume-se o pressuposto sobre o que o conhecimento científico corresponde para a sociedade, uma visão atribuída à ciência natural e ciência social. De modo geral, as críticas dirigidas aos pensamentos pós-modernos derivados da visão do autor que fundamenta esta pesquisa, destacando fatores como razão, progresso, desenvolvimento, entre outros. Logo, neste contexto, diante o estudo bibliográfico, criticando e interpretando livros, revistas e artigos, apoiado em referencias significativas para a elaboração desta pesquisa. Contudo, ao se destacar a intepretação das palavras de Boaventura de Sousa Santos, ressalta-se as suas obras importantes, disponíveis para identificar o assunto de maneira sucinta ao seu entendimento sobre a ciência, a modernidade e outros fatores que complementam esta área de estudo. Toma-se como problemática a admissão de que todo conhecimento produzido se torna como feito determinado contexto, logo teremos que considerar o impacto que um discurso pode construir tendo em vista a intencionalidade de quem produz tal conhecimento. Portanto, não basta que a produção cientifica esteja centrada apenas em solucionar problemas pragmáticos, ou ainda em determinadas áreas praticas.
Palavras-chave: Ciência; Social; Natural; Pragmático. 
ABSTRACT
This research attributes to its content the factors relevant to the scientific paradigm of social responsibility, which is based mainly on works by Boaventura de Souza Santos. This assumes the assumption about what scientific knowledge corresponds to society, a view attributed to natural science and social science. In general, the criticism directed at postmodern thoughts derived from the author's vision that underlies this research, highlighting factors such as reason, progress, development, among others. Therefore, in this context, before the bibliographical study, criticizing and interpreting books, magazines and articles, supported by significant references for the elaboration of this research. However, when highlighting the interpretation of the words of Boaventura de Sousa Santos, his important works are highlighted, available to identify the subject succinctly to his understanding of science, modernity and other factors that complement this area of ​​study. The admission that all knowledge produced becomes a given context as a matter of fact is problematic, so we will have to consider the impact that a discourse can build in view of the intentionality of who produces such knowledge. Therefore, it is not enough for scientific production to be centered only on solving pragmatic problems, or even on certain practical areas. 
Keywords: Science; Social; Natural; Pragmatic.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	9
CAPÍTULO I - A ORIGEM DA ORDEM CIENTIFICA HEGEMÔNICA	12
1.1 Breve estudo sobre a ordem cientifica hegemônica	13
1.2 A análise da crise da ciência hegemônica	15
1.3 As condições teóricas da crise	19
CAPÍTULO II – DESCRIÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO-NATURAL E CIENTÍFICO-SOCIAL	22
2.1 Conceito do conhecimento científico natural	22
2.2 Conceito do conhecimento científico social	24
2.2.1 A Sociologia	26
2.2.2 A Antropologia	27
2.2.3 A Ciência Política	28
2.3 Apropriação de modelos das ciências naturais pelas ciências sociais	29
CAPÍTULO III - O SENSO COMUM NA VISÃO DE BOAVENTURA	33
3.1 A visão cientifica moderna do senso comum	34
3.2 A dupla ruptura epistemológica constituindo a libertação do senso comum	35
CONCLUSÃO	38
REFERENCIAS	39
INTRODUÇÃO
No presente trabalho adota-se as alterações dos paradigmas científicos, como fundamento, toma-se as interpretações de Boaventura de Souza Santos relatas em diversas obras, como foco “Um discurso sobre as ciências” (SANTOS, 2008), admitindo sua visão sobre o patamar científico na trajetória do conhecimento entre o moderno e o pós-moderno. Para tanto, são apresentados os princípios do paradigma científico hegemônico e a novidade do paradigma emergente, dentro desses expondo seus conteúdos significativos para as inovações.
Sendo assim, o autor caracteriza a ordem cientifica hegemônica, encontrada no fim do século XX, ressaltando o conhecimento sobre o paradigma dominante – assunto a ser estudado no decorrer desta pesquisa – revelando sua crise, e assim, o surgimento do paradigma emergente.
Vale ressaltar que a crise mencionada, na visão de Boaventura, analisando as condições teóricas e sociológicas, dispõe à sociedade atrelada ao assunto, as proposições do surgimento da nova ordem científica emergente.
Logo, toma-se como justificativa deste contexto, as críticas adotadas por Boaventura relevantes aos processos instrumentalizam a ciência aspirando uma neutralidade que fosse capaz de construir uma teoria geral, tanto nos domínios humanos quanto na sua própria intervenção do mesmo com a natureza. Desta forma, a ideia defendida pelo autor parte de suas posições epistemológicas, procurando fundamentá-la à luz dos debates que então se travavam no paradigma dominante da ciência moderna. Sendo um problema que ainda nos afeta, o pensador indica o contexto paradoxal em que o discurso científico se valeu de métodos matemáticos que pudessem interferir e modificar a phisys, com o intuito de estabelecer bases sólidas que legitimassem as práticas cientificas e o progresso na modernidade. 
Todavia, o modelo de cientificidade calcado na razão instrumental/mecânica foi abalado e gerou grandes consequências como à perda da autonomia e reflexão do indivíduo. A racionalidade técnica eliminou qualquer tentativa de rupturaou emancipação neste quadro. Disso, entende-se que há uma necessidade de pôr em causa a teoria representacional da verdade juntamente com as explicações causais nas construções cientificas. Pois, a compreensão unilateral dos modelos causais tornou o aparato cognitivo tão somente produtivo a fim de se obter uma maior utilidade do mesmo e, por outro lado, as mercadorias se impõem ao sistema social como um todo. 
Ao passo em que a racionalidade ocidental se apropriou desses elementos houve um projeto de colonização de um saber universal em prol do progresso das sociedades. No entanto, essa pretensão ingênua edificou um modelo racional indolente, segmentado e fragilizado; reverberando em cientistas cada vez mais ignorantes, mesmo sendo especialistas, em suas respectivas áreas.
Com este contexto, como problema de pesquisa, admite-se que todo conhecimento produzido é feito em determinado contexto, logo teremos que considerar o impacto que um discurso pode construir tendo em vista a intencionalidade de quem produz tal conhecimento. Portanto, não basta que a produção cientifica esteja centrada apenas em solucionar problemas pragmáticos em determinadas áreas, mas questionar hermeneuticamente conhecido. Logo, questiona-se que ao defender que todo conhecimento científico natural também é científico social, seria possível a construção de um campo compreensível e emancipatório considerando a multiplicidade cultural, histórica e política de cada sociedade?
Portanto, adverte-se que a obra mencionada, gera-se a princípio a hipótese de uma análise histórica das ciências no seu sentido mais amplo, desde o paradigma dominante na modernidade (movido pela revolução cientifica do século XVII), passando pelo método experimental de Galileu no qual trilhou-se o caminho da ciência moderna e a construção de uma unidade racional científica até a sua crise no século XX. Pois, ao chegar no período de transição em que vivemos, surge um novo paradigma em que Boaventura denomina “paradigma emergente”.
Logo, como objetivo geral da pesquisa, almeja-se descrever os processos históricos em que se formulou o conceito de modernidade atrelado à razão na revolução científica do século XVII. Analisar os motivos da crise do paradigma emergente reivindicados pela ciência social. Englobar a proposta emancipatória por meio da hermenêutica crítica de Boaventura. Para tanto, conta-se com os objetivos específicos, sendo estes, descrever os elementos que legitimaram o surgimento histórico da ciência moderna como modelo de racionalidade universal em detrimento do saber vulgar; questionar se a especialização do homo faber leva de fato a uma melhor condição de vida em sociedade; e compreender até que ponto a prática da hermenêutica crítica pode ressignificar os modos de fazer ciência na modernidade e promover emancipação social.
Como metodologia do estudo, utiliza-se em sua elaboração a pesquisa de natureza bibliográfica, sendo o método descritivo com a finalidade de analisar os processos de origem, crise e desenvolvimento dos paradigmas revelados no decorrer da pesquisa.
Assim, o arcabouço teórico deste trabalho contará com algumas obras específicas de Boaventura de Souza Santos, principalmente Um Discurso Sobre as Ciências (2008), que inaugurou a temática sobre o estatuto da ciência na transição paradigmática identificada pelo autor no século XX. Contudo, toma-se sua revisão bibliográfica de obras como, Introdução a uma Ciência Pós-Moderna (1989); A Crítica da Razão Indolente: Contra o Desperdício da Experiência (2000); Conhecimento Prudente para uma Vida Decente: “Um Discurso Sobre as Ciências” revisitado (2004); A Ciência, o Direito e a Política na Transição Paradigmática Vol.1 (2011).
Além de autores consagrados e com obras relacionadas ao assunto admitido pela pesquisa, sendo estes, Gazzetta (2020); Buci-Glucksmann (1990); para a análise da crise da ciência hegemônica Santos (2000-2011); Koyrè (2006); com o intuito de apontar as condições da teoria da crise Búrigo e Silva (2016); Bortoti (2014); Berni (2014); Durkheim (1995-2001); Severino (2001); Simione (2016); Chaui (1999); Lima e Horta (2008); Moraes e Rodrigues (2015); Souza (2015); Lévi-Strauss (2013); Barreiros (2016); Barroso (2017); Veira e Fernandes (2016), Assis (2005); Rosso, Bandeirantes e Costa (2018). Quanto ao senso comum baseado na visão de Boaventura, são abordadas as idéias de Porfírio (2021); Germano (2010); Cirqueira et. al. (2018); Queiroz (2011), personagens estes consagrados e indispensáveis para esta pesquisa.
CAPÍTULO I - A ORIGEM DA ORDEM CIENTIFICA HEGEMÔNICA 
Baseando-se na visão de Boaventura de Sousa Santos, em sua obra sobre “Um discurso sobre as ciências”, referenciando as transformações contidas pelos paradigmas, disseminando fatores relevantes do conhecimento cientifico, estes atribuídos aos conhecimentos modernos e pós-modernos.
Para cumprir com esta tendência de transmissão de conhecimento, surgem também os pontos constituídos pela crise, os quais enfrentam desde o paradigma científico hegemônico aos princípios que fundamentam o novo paradigma emergente.
Na interpretação e esclarecimento destas transformações, o autor determina que a ordem cientifica hegemônica, referente ao fim do século XX, explora o paradigma dominante, este descrevendo o conhecimento cientifico, seguido de sua crise e, então, o nascimento do novo paradigma emergente.
Trata-se paradigmas que constituem o desenvolvimento cientifico, revelando fatores que conduzem o conhecimento à sociedade. Como revela Russell (1956, apud GAZZETTA, 2020, p.254) ao declarar que:
Devemos os primeiros passos do desenvolvimento da ciência aos homens que amaram o mundo, esses pioneiros perceberam a beleza das estrelas e do mar, dos ventos e dos montes. Amando as belezas do mundo, desejaram entendê-las mais intimamente do que seria possível com mera contemplação.
Diante esta visão, reflete-se sobre a importância dos paradigmas ao desenvolvimento das ciências, e assim coloca-se em prática os conhecimentos que adquire ao pesquisar sobre diferentes áreas da ciência e seus âmbitos vinculados.
Para tanto, são determinados como estrutura um breve estudo sobre a ordem cientifica hegemônica, este estudo apresentando uma analise comparativa dos tipos de poder. Por conseguinte, há uma análise da crise da ciência hegemônica, assim como as condições teóricas da crise.
1.1 Breve estudo sobre a ordem cientifica hegemônica 
Ao abordar a ordem científica hegemônica estruturada pelo autor português Boaventura (2008), nota-se sua densa afirmação da barreira estabelecida entre o senso comum e a pesquisa científica, na qual permite-se apontar o paradigma dominante existente em seu conteúdo.
Ciente que esta origem teórica científica hegemônica, estudado por Buci-Glucksmann (1990, p. 69-70), determina que se trata de “uma análise comparativa dos tipos de tomada de poder pela burguesia, uma teoria e uma prática da revolução”, sendo esta a teoria que mais sofreu alterações. Inicialmente vinculado a uma “estratégia alternativa do proletariado (hegemonia do proletariado)”, mais tarde, pelo desenvolvimento do conceito de aparelho de hegemonia, passou a abarcar as ações da classe dominante e progressivamente, ainda, as estruturas do Estado. 
Como fundamento de sua visão, o autor menciona Aristóteles (384 a.C-322 a.C), ressaltando sua exposição sobre a Metafísica, esta direcionada à comunicação da experiencia do conhecimento, ou seja, conhecer o objetivo, este por meio das sensações que tem a ser geradas.
Pode afirmar que Aristóteles foi um grande pensador e seus escritos contribuíram para a fundamentação cientifica em estruturas lógicas na busca dos princípios e das causas do mundo. A sapiência do homem, entendida por Aristóteles, revela-se como um conhecimento demonstrativo, isto é, um tipo de saber que pode ser expresso e ensinado pelo logos (discurso) fundado em premissas necessárias que atestam um conhecimento geral e universal. Segundo Aristotéles (2002, p. 9), interpreta que:
Tantas e tais são, portanto,as concepções geralmente partilhadas sobre a sapiência e sobre os sábios. Ora, (1) a primeira dessas características – a de conhecer todas as coisas – deve necessariamente pertencer sobretudo a quem possui a ciência do universal. De fato, sob certo aspecto, este sabe todas as coisas. 
Na verdade, compreende-se que o conhecimento universo está disponível e sua aplicação favorece o cumprimento do principal fator necessário para ser ciência, partindo do dever de explicar a questão da proposição se tornar verdadeira, devendo então revelar o nível da opinião, sendo simples e pura pela experiência cientifica do âmbito superior.
Para tanto, deve-se ressaltar que a hegemonia não se limita aos instantes culturais e não encontra seu fim nas ações dos intelectuais enquanto elo relacional entre base e superestrutura. A busca do universal seria, portanto, movida pela aquisição da ciência das causas primeiras, assentada em quatro tipos de causas, segundo o filósofo Aristóteles (2002, p. 15) revela que:
Com efeito, dizemos conhecer algo quando pensamos conhecer a causa primeira. Ora, as causas são entendidas em quatro diferentes sentidos. (1) Num primeiro sentido, dizemos que causa é a substância e a essência. De fato, o porquê das coisas se reduz, em última análise, à forma e o primeiro porquê é, justamente, uma causa e um princípio; (2) num segundo sentido, dizemos que causa é a matéria e o substrato; (3) num terceiro sentido, dizemos que causa é o princípio do movimento; (4) num quarto sentido, dizemos que causa é o oposto do último sentido, ou seja, é o fim e o bem: de fato, este é o fim da geração e de todo movimento.
Compreende-se desta maneira que, essas categorias apresentam distinções fundamentais que ditariam as regras sistemáticas nas ciências de modo geral. Em primeiro lugar, Aristóteles propõe que os objetos físicos existem e operam independentemente da presença, da vontade e da intervenção humana: os fenômenos naturais. E por outro lado, os fenômenos estariam em movimento, ou seja, em constante devir, sofrendo alterações qualitativas, quantitativas e locais tais como o próprio homem sofre, pois, nascemos, vivemos e morremos. 
Logo, a física passou a trabalhar com esse itinerário: dos seres naturais que sofrem certas mutações; e por outro lado, a ciência também buscaria a partir da metafísica a identidade e a mudança que constitui a perfeição das coisas.
Essa concepção foi fortemente difundida até a revolução cientifica do século XVII. Dado que a transição elaborada por Galileu (1564-1642) e Newton (1643-1727), apresenta grandes diferenças na física moderna: o espaço passa a ser geométrico. Portanto, homogêneo, sem distinções além das formas matemáticas. Na medida em que todos os pontos são equivalentes, de modo que não há lugares naturais qualitivamente diferenciados; a ciência moderna começa a combater a subjetividade das qualidades sensoriais para melhor definir o seu objeto, ou seja, a matéria pode ser estudada a partir dos elementos físicos: massa, volume e espaço; não obstante, o movimento não responde as alterações qualitativas, mas quantitativas a partir dos corpos. 
Portanto, o movimento pode ser calculado a partir da objetividade metodológica que respeita as leis da natureza. Isto encontra-se visível nas formulações de Galileu sobre o princípio da inércia e quando Newton constrói a partir dessa base cientifica um princípio universal da gravidade dos corpos. Deste modo, os modernos assumiram a totalidade do movimento como o único modo de atividade, rompendo com a tradição. Em outras palavras, o movimento deixou de ser algo natural, heterogêneo e cíclico como era compreendido pelos gregos e passou a ser algo mecânico, homogêneo e retilíneo em prol do progresso científico moderno. 
Haja visto a mudança que se refere à passagem da ciência antiga para a moderna, da ciência teorética, prática e qualitativa para a ciência experimental, tecnológica e quantitativa. Por isso, Santos (2008, p. 23-24) afirma que:
Cientes de que o que os separa do saber aristotélico e medieval ainda dominante não é apenas nem tanto uma melhor observação dos factos como sobretudo uma nova visão do mundo e da vida, os protagonistas do novo paradigma conduzem uma luta apaixonada contra todas as formas de dogmatismo e de autoridade. 
	
De acordo com Boaventura, essa passagem transformou a operação das quatro causas aristotélicas (causa material, causa formal, causa eficiente e causa final), porque “As leis da ciência moderna são um tipo de causa formal que privilegia o como funciona das coisas em detrimento de qual o agente ou qual o fim das coisas. […] o conhecimento científico rompe com o conhecimento do senso comum.” (SANTOS, 2008, p. 30). 
Esse processo sucumbiu a distinção fundamental entre a causa eficiente e a causa final, traduzindo ambas em um modelo que legitimaria a razão cientificista totalizante e hegemônica ao passo que se afastaria das incertezas provocadas pelo senso comum. Sendo assim, essa transição foi muito bem orquestrada para desvendar o mundo codificado e, consequentemente, adquirir poder sobre ele.
No entanto, vale salientar a visão de Dilthey (1833-1911), em sua interpretação determinando sua alteração diante a hermenêutica tomada como clássica, realizando então a elevação da hermenêutica ao método próprio das Ciências Humanas, contrapondo o processo interpretativo de texto, assim selecionado.
Logo, revela-se que este autor aplica o método hermenêutico, obtendo com este método, reconstituir o vínculo relevante das ciências humanas com o humano.
1.2 A análise da crise da ciência hegemônica
Ainda que a ciência a ser explorada por profissionais não limita o desenvolvimento humano, sua adesão necessita de uma visão significativa a este patamar, coerente ao desenvolvimento e considerado, por alguns autores, cientistas, entre outros, como principal. Entretanto, a princípio, surge a questão da dimensão da crise relacionada à ciência hegemônica, na qual de fato ciências e seus cientistas, encontram-se afastados do uso do conhecimento cientifico focado no perfil humanitário.
Este contexto, corresponde a nova racionalidade científica sobre a égide da modernidade industrial, que se desenvolveu, fortemente, na Europa e se apresentou como um modelo global e, portanto, constitui-se de forma totalitária. Sendo assim, legitima-se negando o carácter racional de todas as outras maneiras destinadas ao conhecimento que não se pautam em suas crenças, princípios epistemológicos e suas regras metodológicas.
Essa posição se justifica ao analisar historicamente como sucedeu os avanços científicos após a revolução cientifica da modernidade. Ora, esse modelo de racionalidade dos modernos privilegiou as ciências naturais, pois via com certa neutralidade a relação entre o sujeito e objeto. 
Desta maneira, poderia extrair da matéria o conhecimento por via de tradução dos fenômenos a partir de suas causas e efeitos. Portanto, não obstante as ciências humanas surgem nesse cenário a partir do século XIX, tratando-se de interpretações administradas por Santos (2008, p. 21) afirmando que:
O modelo de racionalidade que preside à ciência moderna constituiu-se a partir da revolução científica do século XVI e foi desenvolvido nos séculos seguintes basicamente no domínio das ciências naturais. Ainda que com alguns prenúncios no século XVIII, é só no século XIX que este modelo de racionalidade se estende às ciências sociais emergentes. A partir de então pode falar-se de um modelo global de racionalidade científica que admite variedade interna mas que se distingue e defende, por via de fronteiras ostensivas e ostensivamente policiadas, de duas formas de conhecimento não científico (e, portanto, irracional) potencialmente perturbadoras e intrusas do senso comum e as chamadas humanidades ou estudos humanísticos (em que se incluíram, entre outros, os estudos históricos, filológicos, jurídicos, literários, filosóficos e teológicos).
Esse paradigma foi denominado por Boaventura como paradigma dominante porque reduziu as forças emancipatóriasem forças regulatórias. Por conta disso, as ciências humanas só viriam a surgir no cenário científico a partir do século XIX, reagindo ao processo de dominação social e cultural sobre a tensão entre a regulação e a emancipação. Logo, a ideia proposta na análise de Boaventura é formatada pela junção entre o paradigma científico da modernidade e o progresso capitalista tornando-se um paradigma dominante. Para Santos (2011, p. 15) complementa afirmando que:
 
A partir dos séculos XVI e XVII a modernidade ocidental emergiu como um ambicioso e revolucionário paradigma sócio-cultural assente numa tensão dinâmica entre regulação social e emancipação social. A partir de meados do século XIX, com a consolidação da convergência entre o paradigma da modernidade e o capitalismo, a tensão entre regulamentação e emancipação entrou num longo processo histórico de degradação caracterizado pela gradual e crescente transformação das energias emancipatórias em energias regulatórias. [...] no limiar do terceiro milênio, estamos provavelmente a assistir ao culminar desse processo. Com o colapso da emancipação na regulação, o paradigma da modernidade deixa de renovar-se e entra em crise final. O facto de continuar ainda como paradigma dominante deve-se à inércia histórica.
Compreende-se que, esta nova visão do mundo e da vida pode se traduzir em duas ideias fundamentais: primeiro, se coloca a diferença entre conhecimento científico e conhecimento do senso comum; segundo, pretende-se mostrar a diferença entre a natureza e a pessoa humana.
A segunda diferenciação é colocada sobre a crítica da ciência moderna com a ciência aristotélica e medieval, que desconfia sistematicamente das experiências imediatas, porque são subjetivas e não conduzem um saber sistematizado em leis universais. Pois essas evidências são frutos do conhecimento vulgar, sendo assim, recaem sobre a ilusão. 
Diante disso a certeza só poderia conferir-se do crédito posto na relação sujeito e objeto, substituindo a especulação pela ação. Portanto, o mundo deixa de ser natural e passa a ser mecânico para poder ser mais bem controlado, o qual justifica-se diante a leitura sobre a visão de Einstein (1879-1955), Santos (2008, p. 24-25) relata que:
Como bem salienta Einstein no prefácio ao Diálogo sobre os Grandes Sistemas do Mundo, Galileu esforça-se denodadamente por demonstrar que a hipótese dos movimentos de rotação e de translação da terra não é refutada pelo facto de não observarmos quaisquer efeitos mecânicos desses movimentos, ou seja, pelo facto de a terra nos parecer parado e quieta. Por outro lado, é total a separação entre a natureza e o ser humano. A natureza é tão-só extensão e movimento; é passiva, eterna e reversível, mecanismo cujos elementos se podem desmontar e depois relacionar sob a forma de leis; não tem qualquer outra qualidade ou dignidade que nos impeça de desvendar os seus mistérios, desvendamento que não é contemplativo, mas antes activo, já que visa conhecer a natureza para a dominar e controlar. Como diz Bacon, a ciência fará da pessoa humana ‘o senhor e o possuidor da natureza’. 
Disso advém um certo tipo de arrogância epistemológica fazendo com que se atribua maior valor com a cultura intelectual daqueles que eram responsáveis pelas descobertas cientificas europeias. Essas descobertas conferiam certo poder sobre a natureza e, por outro lado, sobre os seres humanos. Esse poder exponencial quis colocar a espécie humana no patamar mais elevado das espécies fazendo com que as demais tivessem um uso potencial na extração de seus recursos. Não obstante ocorreu de maneira semelhante no processo de colonização. 
Logo, a ideia que prevalece na filosofia moderna europeia é a do pensamento de mudança radical das estruturas vigentes. Assim, o homem passa a se reconhecer e se estabelecer como um ser autônomo, autossuficiente e universal, e a se mover pela crença de que, por meio da razão, se pode atuar sobre a natureza e a sociedade, tirando maior proveito dela almejando a melhor configuração cultural das sociedades.
O que corroborou para isso foi o método científico. A partir de uma supervaloração do pensamento metódico e cientificista, Descartes propôs redimensionar a ordem do mundo na perspectiva racional do homem. 
Assim, a ordem do cosmos passa a ter uma lógica desvelada, clara e distinta na própria dimensão racional do ser humano. Deste modo, foi possível criar um método universal capaz de garantir o horizonte cientificista, baseado na compartimentalização, causalidade, hierarquia, linearidade e determinismo de um conhecimento verossímil; em contraposição disso, aparece as percepções e as ilusões, que passam a ser relativas ou até mesmo irreais.
Portanto, ao propor um novo modelo metodológico, o filósofo francês afirmou o rompimento com a concepção realista dos medievais e dos antigos pela dúvida metódica e hiperbólica dos modernos, podendo contestar, inclusive, a existência da própria realidade. Entretanto, essa transição epistemológica foi um processo que ocorreu de maneira gradual impulsionado pelos avanços científicos, causando uma mudança paradigmática entre a teoria e práxis.
Posto isto, percebe-se que no paradigma dominante moderno, entre o saber e o fazer, houve consequências epistemológicas e filosóficas justamente por conta da inversão da ordem vigente da natureza pela percepção que se criou dela pelo homem. Assim, houve uma certa “crise de consciência europeia” que consolidou a mudança da vida contemplativa do medievo pela vida ativa dos modernos que pode ser identificada a partir de uma nova cosmologia. De acordo com Koyrè (2006, p. 01), afirma que:
Assim, conquanto se admita geralmente que o surgimento da nova cosmologia – que substituiu o mundo geocêntrico, ou mesmo antropocêntrico, da astronomia grega e medieval, pelo universo heliocêntrico e, posteriormente, acêntrico, da astronomia moderna – desempenhou um papel fundamental nesse processo, alguns historiadores, interessados principalmente nas implicações sociais das mudanças espirituais, tem dado realce à suposta conversão do espírito humano da teoria a práxis, da scientia contemplativa para scientia activa et operativa, o que transformou o homem de espectador em proprietário e senhor da natureza; outros salientram a substituição do modelo teleológico e organicista do pensamento e da explicação pelo modelo mecânico e causal, que levou em última instância, à ‘mecanização da concepção de mundo’, que ocupa lugar tão destacado nos tempos modernos, sobretudo no século XVIII.
A transformação do mundo passou a ser direcionada nos modelos quantificáveis e matematizados, na tentativa de se obter uma forma tangível por meio dos números a explicação plausível sobre os fenômenos naturais. 
Compreende-se que esta versão mencionada aponta uma característica utilizada nesta hipótese, sendo o que não se vê como quantificável, vê-se como cientificamente irrelevante, como complemento, deve-se apontar o conhecimento que significa dividir, classificar e determinar relações sistemáticas entre as partes e o todo. A ideia do mundo-máquina se transforma na grande hipótese universal da época moderna. 
Logo, a consciência filosófica da ciência moderna (racionalismo cartesiano e empirismo baconiano), veio a condensar-se no positivismo. Assim, para a visão relacionada a matemática, fornece à ciência moderna um instrumento privilegiado de análise e uma lógica da investigação e um modelo de representação da própria estrutura da matéria, cujas consequências são as seguintes: conhecer significa quantificar; o método científico consiste na redução da complexidade: reduzir o todo em partes para conhecer. 
Segundo a interpretação de Santos (2008, p.25) “o conhecimento científico avança pela observação descomprometida e livre, sistemática e tanto quanto possível rigorosa dos fenómenos naturais”. 
Logo, focado no conhecimento científico avançado, ressalta-se a ciência moderna, a qual impunha como instrumento de análise matemática, buscando deparar o conhecimento mais intenso e significativo à naturezadessa ciência.
No entanto, a disseminação dessa disciplina (matemática) apresenta como meta auxiliar o entendimento sobre as entidades físicas global, outras proporcionam a concentração no desenvolvimento do conhecimento matemático abstrato, fator este nos leva a visão de que o conhecimento abstrato, tendo sua aplicação na sociedade como mundo real.
1.3 As condições teóricas da crise
A transição do desenvolvimento e a crise por qual passa a ciência moderna, transformam fatores atrelados ao método de pensar, agir, e até mesmo sentir, adaptando o histórico, reconhecendo os elementos significativos presentes no paradigma anterior. 
Para tanto, tomando o histórico como fase de estudo, o século XIX percebe-se duas características do modelo mecanicista, este admitido pelas ciências sociais, sendo a primeira direcionada ao aprofundamento sobre a sociedade com os princípios epistemológicos e metodológicos. Partindo deste conceito, foi adotado a menção de Durkheim (1995, apud BÚRIGO; SILVA, 2016, p. 08) afirmando que:
Mecanicista é o horizonte certo de uma forma de conhecimento que se pretende utilitário e funcional, reconhecido menos pela capacidade de compreender profundamente o real do que pela capacidade de o dominar e transformar. No plano social, é esse também o horizonte cognitivo mais adequado aos interesses da burguesia ascendente que via na sociedade em que começava a dominar o estádio final da evolução da humanidade.
Compreende-se com isso, que a percepção sobre a possibilidade de todas ocorrências, surgem com o conhecimento das leis, estas regendo e controlando o uso com coerência, proporcionando então concepção de que a sociedade pode ser reformulada a partir dos princípios racionais.
Por conseguinte, a segunda característica do modelo mecanicista, demanda a epistemologia e metodologia próprias para aprofundar o conhecimento das ciências sociais. Logo, ambas as características resultam o sentido da ciência moderna, entretanto, a segunda visão representa o ponto destinado à crise, expondo elementos sobre a transição relevante a outro paradigma cientifico.
Vale ressaltar que existem outros pontos mantidos no paradigma dominante que ultrapassam a crise, tomados como irreversíveis, apresentados como um resultado de diversidade de condições distintas entre condições sociais e teóricas.
No entanto, segundo a visão de Santos (2011), revela a existência dessas duas forças motrizes e dinâmicas a concepção original do projeto modernizante, são elas: as forças de regulação e as forças de emancipação. Essas forças surgem a partir dos séculos XVI e XVII, na cultura ocidental, promovendo uma ambiciosa revolução global. 
Para tanto, pode se notar que correspondiam “de um lado o pilar da regulação, que trata do estabelecimento de normas para regulamentação da vida em sociedade; de outro modo, o pilar da emancipação, voltado para aspectos do desenvolvimento humano, cultural, artístico, técnico e científico”. (SANTOS, 2011, p. 29)
Com isso, deve-se então ressaltar que a partir do século XIX, inicia-se no auge da ciência moderna ocidental a concretização da convergência entre o paradigma da modernidade e o capitalismo, fatores que envolvem a tensão entre regulamentação e emancipação das energias regulatórias. 
Diante esta valorização preocupante de um conhecimento sobre o outro convergiu na crise da modernidade que pode ser analisada em uma pluralidade de condições, as quais podem ser distintas em condições sociais e teóricas. Para Santos (2011, p. 16) afirma que:
A transição paradigmática tem várias dimensões que evoluem em ritmos desiguais. Distingo duas dimensões principais: a epistemológica e a societal. A transição epistemológica ocorre entre o paradigma dominante da ciência moderna e o paradigma emergente que designo por paradigma de um conhecimento prudente para uma vida descente. A transição societal menos visível ocorre do paradigma dominante – sociedade patriarcal; produção capitalista; consumismo individualista e mercadorizado; identidades fortaleza; democracia autoritária; desenvolvimento global e excludente – para um paradigma ou conjunto de paradigmas de que por enquanto conhecemos senão as ‘vibrations ascendentes’ de que falava Fourier. Cada uma dessas transições oferece se a uma multiplicidade de análises.
Entende-se então que, devido a essa multiplicidade de análises ocorre uma certa relação com a guinada antropocêntrica empreendida na modernidade. Visto que, entende-se a modernidade como um momento do pensamento humano.
Portanto, ao tomar a modernidade, indica à crise do paradigma da ciência moderna, não disponibilizam detalhes, devido a sua complexidade e extensão sobre o assunto. Desse modo, nota-se o que foi adquirido pela ciência em rigor das últimas décadas do século XX, perdeu em capacidade de auto-regulamentação. (BORTOTI, 2014, p. 2)
Seguindo o fundamento de Boaventura (2008), Einstein constitui o primeiro dos rombos no paradigma da ciência moderna, determinando como um dos mais importantes pensamentos profundos de Einstein apontando a relatividade da simultaneidade.
Para descrever estes chamados rombos presentes na crise do paradigma da ciência moderna, pode-se expor os rombos em suas sequencias e consequências, estas mantidas pela visão de Berni (2014, p. 03) afirmando como:
1) o rombo criado pela teoria da relatividade da simultaneidade de Einstein; 2) os estudos de mecânica quântica de Heisenberg e Bohr, que demonstraram que não é possível observar ou medir um objeto/partícula sem interferir nele; 3) o rombo criado pelo teorema da incompletude de Gödel, que demonstrou que o rigor da matemática carece ele próprio de fundamento; e 4) os avanços demonstrados na microfísica, na química e na biologia, como, por exemplo, as investigações de Ilya Prigogine sobre estruturas dissipadas.
Assim, nesta parte do trabalho, objetivou-se explicitar o processo de evolução e decadência da ciência moderna. Para tanto, percebe-se a presença de um movimento vinculado ao procedimento histórico, envolvendo enfraquecimento, esgotamento e decomposição, características que, em seguida, resultaram a crise paradigmática até então estudada.
CAPÍTULO II – DESCRIÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO-NATURAL E CIENTÍFICO-SOCIAL
Ciente da explanação mantida por Boaventura (2008), em sua obra imprescindível para descrição das ciências naturais e ciências sociais, afirma que não existe sentido a concepção mecanicista destas ciências, ressaltando que seu desenvolvimento moderno referente à física e biologia, se encontram resistentes a estes princípios complementares. 
No entanto, as ocorrências da ciência moderna, mantidas no paradigma emergente a nitidez da natureza torna-se conduzida por conceitos, teorias, metáforas e analogias, itens direcionados às ciências sociais. Diante estas menções, busca-se aproximar, ainda mais, as ciências da humanidade. 
Fundamentado nas palavras de Santos (2009, p. 42) baseando-se na visão de Durkheim (1995) percebe-se que “se tivesse invertido e em vez de serem os fenômenos sociais a serem estudados como se fossem fenômenos naturais, serem os fenômenos naturais estudados como se fossem fenômenos sociais”.
Compreende-se com isso que, em suma, conforme as medidas naturais se tornam mais relevantes às ciências sociais, seu resultado demonstram a proximidade à humanidade. Com isso, a concepção humanística das ciências sociais, incentivando o progresso do vínculo das ciências naturais e ciências sociais, colocando cada indivíduo no centro do conhecimento. Entretanto, as concepções humanísticas tradicionais, agem de forma diversa, colocando atualmente, o que se conceitua como natureza, no centro de cada indivíduo.
2.1 Conceito do conhecimento científico natural 
As considerações tomadas pelo filósofo Thomas Kuhn (1922-1996) sobre a transição no científico-natural valem, com pequenas modificações, para a transição entre as fases paradigmática dentre as transformações mencionadas, adaptadas às ciências que as constituem, em foco deste subcapítulo, determinado como as ciênciasnaturais.
Logo, percebe-se que sobre o desenvolvimento das ciências naturais o autor menciona que “a maior parte do trabalho do cientista natural se dá na fase de ciência humanas, atividade orientada por um paradigma do qual o cientista está seguro”. Nota-se que as ciências naturais geraram em seu procedimento certas barreiras epistemológicas ao surgirem processos de compatibilização com os critérios a serem estudados pelas ciências sociais, ressaltando este fato ao ser proporcionado o estudo principal da objetividade metodológica.
Posto isto, as atitudes científicas alinhadas no procedimento paradigma absorvendo a modernidade, as ciências naturais tornam-se protagonista desse ponto de vista. Logo, baseando-se nas questões e incertezas sistemáticas impostas pelas ciências aristotélicas, sendo estas o empirismo e a repetição de fatos, a visão destinada à maquinaria destaca a transformação, expondo o modernismo.
 Estas são determinações corretas ao conhecimento utilitário e funcional, acompanhados pelo desenvolvimento e favorecimentos da ciência moderna, revelando maiores eficazes para os fenômenos emparelhados como humano e seguintes como sociais.
Sendo assim, estas condições de estudo demonstram que as ciências modernas se encontram presentes, sendo aprimorada pelas ciências naturais, nos métodos matemáticos e de advertência experimental.
Deve-se então ressaltar que as perspectivas vinculadas aos conceitos teóricos e objetos das ciências naturais – estas qualificadas como parte observacional do cálculo – são devidamente explanadas como símbolos dos métodos científicos que se referem a objetivos físicos ou fenomênicos.
Segundo Severino (2001, p. 124) afirma que: 
O método científico é um método experimental-matemático, notando-se que no momento experimental está em curso a fase indutiva do método, enquanto no momento matemático a ciência se constrói em sua fase dedutiva [...] A ciência trabalha, pois, com raciocínios indutivos e com raciocínios dedutivos. Quando passa dos fatos às leis, mediante hipóteses, está trabalhando com a indução; quando passa das leis às teorias ou destas aos fatos, está trabalhando com a dedução.
Com relação às ciências naturais pode até existir diferenças no decorrer das abordagens, mas uma estruturação se torna comum a todas estas condições, a estruturação matemática, mesmo que ela seja passível de ser questionada. 
Para Santos (1996, apud SIMIONE, 2016, p. 187) relata que:
Por outro lado, o caráter não contraditório dos sistemas para questionar o rigor da matemática como também redefini-lo enquanto forma de rigor que se opõe a outras formas de rigor alternativo, uma forma de rigor cujas condições de êxito na ciência moderna não podem continuar a ser concebidas como naturais e óbvias.
Entende-se que o convívio existente na atualidade requer a transição paradigmática, contemporizando de todos os demais acontecimentos descritos no decorrer da crise. No entanto, deve-se expor que além da crise de transições (paradigmas), existe também a crise na sociedade, tratando-se de um instante histórico revela-se propício ao renascimento científico, no qual surge novos caminhos direcionados ao desconhecido, ou seja, a ruptura do estado atual da ciência em questão.
Dessa maneira, apresentando as transições existentes nas ciências, sua configuração procura um novo pensamento, caminhos que buscam apresentar e valorizar pontos que restaram da crise, estes considerados como significativos, almejando destacar novas referencias da humanização no conhecimento cientifico.
Portanto, vale salientar que filósofos e cientistas construíram novas teorias que não apenas modificavam a estrutura do pensamento antigo sobre a natureza e do real, como também destruíram um mundo, substituindo este por outro. 
Logo, percebe-se que essas teorias forçaram, progressivamente, mudanças paradigmáticas em que a sociedade não estava preparada para aceitar culturalmente sem grandes embaraços ideológicos configurando numa tentativa de ruptura entre o espiritual e o material, religiosos e não religiosos, ciência e fé, obscuridade e clareza. 
Mesmo com os estudos e menções de rupturas abrangendo diversas teorias, encontra-se presente nas ciências naturais o desenvolvimento de teorizações fundamentadas na visão de que as ciências naturais são modelos de compreensão da realidade social, um passo para a base das ciências sociais.
2.2 Conceito do conhecimento científico social 
Baseado no estudo de um foco cientifico do ser humano, como conteúdo do conhecimento científico natural, mesmo sendo um fator antigo, seu aprimoramento deve ser considerado recente com a constituição das ciências sociais. Para tanto, o contexto deste estudo encontra-se voltado temas e denominações variadas, tais como menciona Santos (2006) ciências da sociedade, ciências humanas, ou ainda, este admitido pela presente pesquisa, ciências sociais.
Portanto, toma-se este tópico das ciências, na qual o ser humano se ressalta como ponto fundamental, abrangendo as áreas da realidade social revelada com sua diversidade. Logo, percebe-se que “um cientista social é capaz de refletir sobre qualquer aspecto da sociedade, fazendo-se necessário que cada um se concentre em um determinado fator da vida das sociedades, para fazer dele uma especialidade”. (CHAUI, 1999, p. 271)
Desta maneira, deve-se observar que a ciência social facilita os procedimentos impostos aos estudos e pesquisas necessários para descrever o desenvolvimento e aprimoramento do conhecimento da sociedade. Trata-se do levantamento vinculado ao mecanismo científico, em foco na ciência social, constituindo o estudo da sociedade por meio das referências da ciência naturais, até então mencionadas, assim como suas concentrações no epistemológico e metodológico, fundamentado na humanidade e em sua relação à natureza. Na versão de Kunh (1973, apud LIMA; HORTA, 2008, p. 12) definem que:
O lugar que as ciências sociais ocupam no esforço de construir um objeto de comparação acurado para a racionalidade humana. O objeto de estudo são as ciências naturais, tomadas, de saída, como as melhores candidatas ao título de atividade racional. Sobre esse objeto, debruçam-se epistemólogos, cientistas sociais, historiadores. Tendo como objetivo final sua construção de um novo modelo de racionalidade
Compreende-se que estes âmbitos e objetos de estudo se trata de um percurso complexo e com diversos pontos imprescindíveis às ciências, nos quais filósofos e cientistas se esbanjaram de conteúdo disponíveis para sua aprimoração, fato que resulta pela origem prescrita por uma ciência na qual fundamenta, a princípio, o mesmo foco de estudo. 
No entanto, torna-se coerente ressaltar que resultado da modernidade obtida pela sociedade, esse acesso torna-se disponível, porém, há muito para se observar e discutir sobre a forma do recebimento da disposição mantida nos assuntos científicos, ou seja, “formação específica, conhecimento consolidado, aptidões peculiares e recursos diversos que sejam capazes de responder aos avanços do conhecimento científico”. (MORAES; RODRIGUES, 2015, p. 02).
Sendo assim, pode-se afirmar que as ciências sociais, além de exigir o conhecimento e a formação daqueles que a mantem no cotidiano, demonstra uma abrangente significativa para seu estudo. Nota-se que disponibilidade sobre o assunto envolve condições variáveis frente ao âmbito do convívio humano. Como aponta Souza (2015, p.12) algumas das atitudes, locais e fatos, sendo estes:
as ciências sociais estudam as mais diferentes áreas do convívio humano: as relações verificáveis nas empresas, o papel da política na sociedade, o comportamento religioso, os hábitos do consumidor, o que faz um indivíduo optar por moradia ou produto, o impacto social e ambiental da construção de determinada represa, etc.
Compreende-se então que estas áreas atreladas aos procedimentos metodológicos das ciências sociais, tornam-se um instrumento de estudos científicos, abrangendo a diversidade das opiniões, das quais sua essência tornou-se parte do cotidiano humano,político, publicitário, entre outros. Essa essência pode ser fundamentada pela interpretação de Souza (2015, p. 12) revelando que “não se constroem mais cidades, não se desenvolvem campanhas políticas e não se declaram guerras sem levar em consideração as pessoas envolvidas, suas crenças, interesses, ideias e tradições, tudo aquilo que motiva a ação e guia conduta destas”.
Complementando este percurso de séculos, estudos científicos e paradigmas, são apresentadas as ideias de Santos (2000, p. 60), partindo da resolução cientifica descrita no século XVI, a ciência tornou-se um contexto que constituiu a corrente modernista, gerando a “formação do pensamento científico nas ciências naturais e, no século XIX, se estendeu para as ciências sociais emergentes a partir do empirismo baconiano até condensar-se no positivismo”.
Logo, a pesquisa sobre a ciência social, torna-se coerente levantar as condições mantidas por objetivos diferenciados, os quais apresentam três áreas de desenvolvimento do conhecimento dessa ciência, sendo estas, a sociologia, a antropologia, e a ciência política.
2.2.1 A Sociologia 
Ciente da função da sociologia, a qual busca elaborar instrumentos teóricos que favorecem a reflexão de problemas vinculados à sociedade contemporânea, gerando a meta de novos conhecimentos sobre a realidade social baseada na utilização da metodologia cientifica. Logo, estes instrumentos teóricos favorecem cada indivíduo em sua prática social tornando esta cada vez mais ampla, desenvolvendo sua capacidade, sua atividade e consciência sobre a sociedade que se encontra presente.
Estes aprimoramentos direcionados à sociedade e implantados no conhecimento individual, aborda o pensamento de Souza (2015, p. 20) sobre os problemas possíveis e, então estudados, sendo alguns destes:
Exclusão social, cidadania, minorias, violência urbana, equidade, gênero, globalização do espaço e do habitat, deslocamentos e itinerários dos habitantes, ritmos de vida, estruturas familiares e relações entre gerações e entre sexos; práticas culturais e religiosas e uso dos objetos que fazem parte da vida cotidiana
Compreende-se que estas atribuições envolvem vários campos sociais e personalidades diversificadas, nas quais o estudo abrange certa absorção sobre o conhecimento da sociedade que envolve cada indivíduo.
Portanto, adquirir esta capacidade de absorver o conhecimento sobre a sociedade, compreendendo que sua limitação se apresenta de maneira ampla e complexa, percebe-se que não representa uma atitude simples ou um mero processo rotineiro para conquistar conhecimento e desenvolvimento.
Ainda assim, diante esta complexidade, torna-se importante a cada indivíduo analisar a sociedade presente, conhecer a variedade teórica e metodológica, e então, obter o conhecimento sobre o contexto social, humano, cultura entre as demais fronteiras que envolvem a sociedade. Este posicionamento de interesse e capacidade, acompanha a crítica existente e utilizada nas ciências sociais favorecendo o entendimento sobre a realidade social e suas devidas implicações sobre a sociedade.
2.2.2 A Antropologia 
A princípio deve-se resumir que a antropologia apresenta uma meta fundamental desde sua origem aos estudos e pesquisas, buscando estipular o fundamento cientifico relacionado ao conhecimento atrelado entre o “Eu” (aquele que se encontra pesquisando) e o “Outro” (aquele que está sendo pesquisado). Trata-se de uma visão complexa e com diversas interpretações coerentes. (SOUZA, 2015, p. 23)
A área descrita como antropologia corresponde a um dos segmentos das ciências sociais, esta busca estudar a cultura e as demais características humanas, estas mantidas desde as descrições religiosas aos preceitos políticos de cada indivíduo. Logo, nota-se que estas características humanas, gera como resultado o conhecimento da identidade de cada ser humano em seu estudo.
Para tanto, ressalta-se que a antropologia, além de surgir próximos a implicação das ciências naturais, sua função direcionou-se à ciências sociais, portando-se de características diferenciais, as quais podem ser fundamentadas por Lévi-Strauss (2013, p. 491) ao afirmar que:
Por enquanto, digamos apenas que ela procede de uma certa concepção de mundo ou de um modo original de colocar as questões, ambos descobertos por ocasião do estudo de fenômenos sociais que não são necessariamente mais simples (como se costuma tender a crer) do que os que se apresentam na sociedade do observador, mas que – em razão das grandes diferenças que manifestam em relação a estes últimos – evidenciam certas propriedades gerais da vida social, que os antropólogos tomaram como objeto.
O que diferencia a Antropologia das demais ciências sociais, portanto, não é seu objeto de estudo, mas o modo como concebe a realidade social, o modo como questiona, observa, problematiza os fenômenos humanos.
Esta versão exibe a meta da antropologia, a qual não busca resolver o problema presente na sociedade, mas almeja descrever este problema, apresentado seus detalhes e pontos não visíveis aos conhecimentos do indivíduo. 
Segundo Barreiros (2016, p. 44) afirma que:
Neste sentido, a Antropologia deve buscar descrever os problemas postos por cada cultura, não tentar encontrar nela soluções para os problemas postos por nossa própria cultura. A ideia é que os problemas reflexivos dos nativos são radicalmente distintos dos problemas reflexivos dos antropólogos. Não há um problema universal e suas variadas soluções.
Para estas condições de estudo e descrições da antropologia, observa-se a dupla trajetória sendo estas a antropologia cultural e antropologia social. Para expor a antropologia social descrever que esta trabalha, inicialmente, com os sistemas de pensamento, destaca a coesão das instituições, o caráter integrativo da família, da moral e da religião. Por conseguinte, a antropologia cultural, a qual […] observa-se o social através dos comportamentos particulares dos membros do grupo pesquisado. (BARROSO, 2017, p. 3)
Portanto, constata-se que a antropologia, indiferente do rumo adotado (Social ou Cultural), encontra-se relacionada por completo a sociedade. Deve ressaltar o desafio sociológico, imposto como analisar, compreender e, assim, transformar a sociedade. 
2.2.3 A Ciência Política
No contexto desta área de conhecimento, a pesquisa representa o direcionamento para análise de sistemas, instituições e procedimentos relacionados à política da sociedade. Diante uma visão abrangente, a presente ciência pondera a estrutura, alterações e procedimentos políticos administrando a sociedade. Logo, estas características geram a contribuição social envolvendo a justiça, a segurança e direitos.
A princípio, pode-se expor que as ciências políticas se encontram com sociologia, outra área de conhecimento também mencionada, permitindo por sua disseminação ser abordado de maneira comparativa devido sua abrangência e prioridades provindas da sociedade. Segundo visão de Barreiros (2016, p. 26) fundamenta esta afirmação, revelando que:
A Sociologia e a Ciência Política dão prioridade à sociedade e suas formas instituídas, deixando a vida cotidiana, os fatos não escritos, não formalizados, não institucionalizados, como uma espécie de resíduos ou consequências de grandes fenômenos. Já a Antropologia consiste precisamente em dar atenção a estes materiais “residuais” negligenciados 
Ainda assim, compreende-se que a ciência política toma rumos que a sociologia ignora, e que ao serem admitidos proporciona o favorecimento a conquistas contra as barreiras. Pode-se constatar desta forma, que a sociologia se refere a um dos conteúdos presentes nas ciências políticas. Deve-se estar ciente que a ciência política corresponde à área de conhecimento das ciências sociais, sua visão almeja, com organizações de instituições ou âmbitos sociais (Estado, Governo e Partidos) aprimorar o desempenho desses grupos, analisando então os planejamentos, gestões e diretrizes envolvidas.
Para tanto, em busca de conceituar as ciências políticas, Silva (2015, p. 24) tomafatores do passado para dar início a esta referência e afirma:
Tratar-se, portanto, de uma atividade humana relacionada ao exercício do poder, eis que a cidade era o centro da vida política, e cidadão era um termo restritivo, empregado para classificar os membros de uma elite que se dedicava aos assuntos de governo, filosofia, arte e guerra.
Diante esta retomada de fatores da antiguidade, torna-se coerente ressaltar que a linhagem da política atual se encontra vinculada a diversos aspectos de obras e autores consagrados, relevantes aos fatores da filosofia política, cujo seus papéis na história são significativos na formação da política moderna.
Em suma, Eckberg e Hill (1979, apud VEIRA, FERNANDES, 2016, p.21) concluem que todas estas aplicações destinadas às ciências “implica a idéia de que o padrão segundo o qual a ciência social deve ser medida é o sucesso da ciência natural”. Diante dessa afirmação, as ciências sociais necessitam das ciências naturais para seu desenvolvimento.
2.3 Apropriação de modelos das ciências naturais pelas ciências sociais
Dispostos a enxergar a ciência como um moderno método de desenvolvimento, diversos são os autores, pesquisadores, filósofos e cientistas que alegam a incorporação de modelos das ciências naturais às ciências sociais, estes sendo encarados como um contexto de produção e assim seu aprimoramento. Não se trata de uma área de conhecimento da ciência ou um ponto de destaque do foco da ciência, deve-se considerar que as ciências se encontram atreladas em sua meta de favorecer o ser humano. Segundo apresentado por Kunh (1973, apud ASSIS, 2005, p. 152) este alega que:
Por que mostrar-se científico é importante? A posição que a ciência ocupa hoje na sociedade equivale mais ou menos à da religião cinco séculos atrás. Dessa forma, mostrar-se científico é ganhar certificado de confiabilidade e respeito. Ficar fora do escopo do que possa merecer esse adjetivo é cingir-se ao passado, à crendice, à falta de rigor e à impossibilidade de progredir.
Entende-se que a estima proposta àqueles colocados como científicos revela a importância de seu papel na sociedade, uma função que trabalha com fundamentos, nos quais abraçam condições com objetivos, métodos, comprovações, entre outros rumos que os tornam indivíduos impessoais e verdadeiros.
Logo, estas qualidades não se atrelam a ciência natural ou social, sua função foca no desenvolvimento do ser humano, um objetivo que pode ser apresentado pelo determinismo mecanicista, na qual as ciências da natureza se difundem na aplicação de estudos focados na sociedade, esta mantida pelas ciências sociais, originadas das características mecanicistas.
Para tanto, são qualidades que podem ser relatadas pelas interpretações de Santos (2006, p. 33) ao afirmar que: 
[...] consciência filosófica da ciência moderna, que tivera no racionalismo cartesiano e no empirismo baconiano as suas primeiras formulações, veio a condensar-se no positivismo oitocentista. Dado que, segundo este, só há duas formas de conhecimento científico – as disciplinas formais da lógica e da matemática e as ciências empíricas segundo o modelo mecanicista das ciências naturais – as ciências sociais nasceram para ser empíricas.
Compreende-se que estes esclarecimentos conduzem as sociedades por duas tendências, sendo estas administradas pelo modelo mecanicista, sendo estes a ampliação do estudo da sociedade, este envolvendo todos seus princípios epistemológicos e metodológicos, os quais constituem a ciência natural. Por conseguinte, estes princípios epistemológicos e metodológicos são redirecionados, trazendo a atenção para si.
Para complementar a primeira tendência Durkheim (2001, p. 12-13) aborda com estudos e pesquisas significativos, as ciências sociais, estas sendo consideradas como fenômenos naturais, tomando os fatos sociais como coisas e assim contrapondo que:
O nosso método não tem nada de revolucionário. É até, de certa forma, conservador, pois considera os fatos sociais como coisas em que a natureza, por mais flexível e maleável que seja, não se modifica à vontade. Quanto mais perigosa não será a doutrina que neles só vê o resultado de combinações mentais, que um simples artifício dialético pode, num instante, abalar completamente!
Deve-se então relatar que as ciências sociais existem baseado com o intuito de ser estudas como ciências naturais, gerando desta forma, alguns obstáculos epistemológicos no sentido de se conciliar com os critérios da cientificidade natural, e assim, referindo-se aos objetivos metodológicos das ciências naturais aplicando as ciências sociais.
No entanto, Kunh (1973, apud ASSIS, 2005, p. 154) afirmam que “muitos pontos de contato entre ciências naturais e ciências sociais não significa que elas não sejam diferentes de facto”. Posto isto, seu julgamento revela que estas ciências representam fatores específicos. Entende-se que esta visão promove as ciências naturais, ressaltando o ponto cientifico como uma sustentação prática, contudo, esta perspectiva não impõe o ponto racional, ou seja, não revelando este por meio de regras de aplicação mundial.
Logo, com o intuito de ampliar o conhecimento sobre as tendências mencionadas, percebe-se que as ciências sociais procuram aplicar a mesma metodologia das ciências naturais, e mesmo com seus obstáculos, não deixam de ser significativos. Extensos são estes obstáculos, devendo ser apontados suas acentuadas diferenças, as quais promovem aos observadores naturais a capacidade de se promover como objeto de estudo, e aos observadores sociais, esta conduta não liberta os conceitos de valores, mas sim abrangendo a pesquisa sobre a sociedade.
Para tanto, a aceitação destas condições metodológicas corresponde as novas relações, efetivando com adaptação entre as ciências naturais e as ciências sociais, promovendo então a ruptura inicial, esta descrita pela metodologia racionalista apresentando suas potencialidades e suas limitações.
Por conseguinte, com o intuito de apresentar o paradigma emergente, há uma série de teses que caracterizam e conceituam o conhecimento derivado do pós-moderno. Logo, neste paradigma, o conhecimento científico natural corresponde ao conhecimento científico social, acontecimento julgado como sem coerência, não promovendo a separação destes fatores científicos. 
Para tanto, há a revisão sobre a possível separação sobre a visão científica, como mencionam Rosso, Bandeirantes e Costa (2018, p. 06) determinado que:
Nessa perspectiva dicotômica entre ciências sociais e ciências naturais, construída nas ciências sociais ao final do século XIX, não só apresenta com necessidades de reparos, como está superada pelo avanço das ciências naturais […] como resultados de avanços das próprias ciências naturais e não como resultado do projeto das ciências sociais que tivesse se estendido até o campo da natureza. A implicação desse avanço das ciências naturais é de que as ciências sociais precisam repensar os esquemas epistemológicos separatórios. Eles não mais se sustentam, desde que as próprias ciências naturais não os mantêm mais da mesma forma.
Constata-se, desta maneira, que as ciências abordadas até o momento, encontram-se em fases de transformação paradigmática, envolvendo o paradigma dominante e paradigma emergente. Tratando-se do paradigma dominante, refere a racionalidade e o positivismo científicos, um limite aos fatores práticos e os fatos do cotidiano.
Ao abordar o paradigma emergente, apresenta-se a superação das divisões existentes entre as ciências naturais e as ciências sociais, assim como, fatores que incluem o estudo de indivíduos e objetos. Portanto, focando as ciências sociais, procurando expor as condições epistemológico próprias, sendo esta responsável em influenciar o conhecimento sobre o âmbito cientifico das ciências naturais.
CAPÍTULO III - O SENSO COMUM NA VISÃO DE BOAVENTURA
A princípio, tomando o cotidiano do ser humano como foco de sua postura, pode-se observar seu conhecimento baseado na obtenção da verdade, ou seja,condições humanas e individuais que conduzem a atitude de cada indivíduo. Para tanto, a presente pesquisa apresenta, até então, a função característica dos conhecimentos científicos, e no momento ressalta o conhecimento do senso comum.
Diante esta renovação descrita como conhecimento, adotada como senso comum, evidencia-se o conceito fundamentado por seus entendimentos e consentimentos populares e mundiais, nos quais o pensamento se apresenta em reflexão. Estas são admitidas por meio da repetição de atitudes baseadas nas experiencias e culturas transmitidas pelas gerações formadoras de cada indivíduo. 
Baseado nessa disseminação, resume-se que o senso comum corresponde ao conhecimento prático, fazendo parte do cotidiano, sendo o responsável pela elaboração das atitudes humanas. Segundo a visão de Santos (2008, p. 46) o senso comum é aquele conhecimento vulgar e prático que nos orienta cotidianamente.
No entanto, trata-se de um tipo de pensamento ainda não testado, examinado ou metodicamente avaliado. Posto isto, nota-se ainda que estando presente no cotidiano, e também abrangendo parte do passado cultural, permite-se afirmar que este conhecimento faz parte do ser humano dentro de sua categoria popular e cultural, sendo aceitas, porém, não consideradas como maneiras validas ou invalidas presentes no pensamento. Sendo assim, Santos (2008, p.55) aponta que: 
É certo que o conhecimento do senso comum tende a ser um conhecimento mistificado e mistificador, mas, apesar disso e apesar de ser conservador, tem uma dimensão utópica e libertadora que pode ser ampliada através do diálogo com o conhecimento científico. Essa dimensão aflora em algumas das características do conhecimento do senso comum.
Compreende-se assim, que o senso comum, sendo este obtido por meio de atitudes de repetição cultural, pode ser considerado como correto ou incorreto. Entretanto, este julgamento não se torna possível realizar, assim, a confiança nesse conhecimento não pode ser realizada, contudo, não se deve ser invalidada pelo conhecimento cientifico perante as primeiras visões, julgando o senso comum como um conhecimento meramente popular, ou ainda incorreto. Porfírio (2021, p. 16)
3.1 A visão cientifica moderna do senso comum
Nota-se no contexto existente entre a ciências e o senso comum, que estes possuem papeis distintos, no entanto, pode-se observar que da mesma forma, estes são considerados como complementares na compreensão da construção cultural. Portanto, ciência e senso comum favorecem com destaque à sociedade de modo geral, e conforme sua área de atuação apresenta a meta e o limite de seu objetivo almejado.
Percebe-se, dessa forma, que a ciência moderna, baseada na racionalidade científica, admite apenas uma maneira de se atingir o conhecimento considerado como verdadeiro, estabilizada na atenção de seus princípios epistemológicos, assim como as suas regras metodológicas.
Vale ressaltar que esta visão pode ser complementada ao aderir a função do senso comum no decorrer das transformações cientificas, sendo estas disseminadas à sociedade como anteriormente distribuída pelas gerações culturais. Segundo Germano (2010, p. 124) afirma que “o senso comum estaria em contínua criação e recriação em nossas sociedades, sobretudo onde conhecimento científico e tecnológico está sendo popularizado.” 
Desta maneira, o senso comum pode ser considerado como um conhecimento necessário e importante ao ser aliado às ciências, sendo que esta demonstra o vínculo estabelecido entre cada indivíduo com o mundo, partindo desse contexto Santos (2004, apud GERMANO, 2010, p. 125) determinam que:
Se a ciência moderna nasceu e cresceu contra o senso comum que considerou superficial, ilusório e falso, a nova ciência deve procurar reabilitar o senso comum, reconhecendo nesta forma de conhecer algumas virtualidades fundamentais ao enriquecimento de nossa relação com o mundo.
Para este contexto, a população pode dispor de maior disponibilidade ao que propõem a ciência, baseada no vinculo entre o conhecimento cientifico e seus conhecimentos fundados no período do senso comum, sendo que esta distancia seja responsável pela falta do conhecimento por parte significativa da sociedade. Para Porfirio (2021, p. 16) afirma que:
As afirmações propostas pelo senso comum acabam tornando-se elementos culturais, na medida em que a repetição as torna verdadeiras. A cultura popular está cheia de elementos do senso comum. Temos, por exemplo, a afirmação causal ‘se pegar friagem, ficará gripado’. Essa afirmação, repetida, geralmente, pelas pessoas mais velhas, não é necessariamente verdadeira, mas enraizou-se em nossa cultura pela repetição.
Constata-se então que o conhecimento sobre o senso comum, o conhecimento habitual, assim como o prático, no qual o cotidiano revela-se como direcionamento de nossas atitudes complementando os sentidos atribuídos à nossa vida. Para tanto, como resultado dessas menções, as ciências modernas, construíram-se barreiras contra o senso comum, julgando este elemento como fator superficial, ilusório e falso.
Por conseguinte, a ciência pós-moderna procura reabilitar o senso comum por reconhecer nesta forma de conhecimento alguns fatores idealistas com o intuito de aprimorar a relação global.
Logo, na ciência pós-moderna o disparo sobre o conhecimento científico se atrela ao conhecimento do senso comum. O conhecimento científico pós-moderno só se realiza no momento em que este possui a medida em que se converte em senso comum.
3.2 A dupla ruptura epistemológica constituindo a libertação do senso comum
A primeira ruptura epistemológica determina os procedimentos relevantes à ciência, a qual abate o desenvolvimento do senso comum, sendo que este considerava validos apenas os conhecimentos quantitativos, objetivos e explicativos.
O paradigma dominante, baseado na racionalidade, permeou o surgimento e desenvolvimento de toda a ciência moderna, cuja gênese remonta à revolução científica do século XVI, a partir do momento em que o conhecimento racional, dito científico, rompeu com o conhecimento irracional, dito senso comum.
Como sequência destas ocorrências, a segunda ruptura epistemológica, onde a ciência transforma o senso comum com base na ciência e questiona como a ciência pode se confirmar ao transformar-se em novo senso comum. Portanto, a segunda ruptura complementa a primeira ruptura proporcionando o sentido coerente.
Quanto a dupla ruptura epistemológica, a qual trata-se de uma condição teórica na qual o senso comum desenvolve sua positividade no interior de uma configuração cognitiva em que tanto ele como a ciência moderna se superem a si mesmos para dar lugar a outra forma de conciliação. (CIRQUEIRA, et. al. 2018, p. 100)
Ao se admitir o contexto, relatando que apesar da ciência moderna ter se construído a partir do senso comum, renunciou o mesmo devido os seus diversos fatores vinculados a mitos, superstições conhecimentos superficiais equivocados, incoerentes com o pensamento e a prática científica.
No entanto, quanto a ciência pós-moderna, mais utopia do que realidade até o momento, tenderia a reabilitar o senso comum. Esta temática é amplamente abordada pelo autor citado, em sua obra “Introdução a uma ciência pós moderna” (SANTOS, 2006, p. 41), a qual impõe uma segunda ruptura, com o intuito de dissolver os resultados da ruptura inicial, para tanto, isolou ciência e senso comum:
a dupla ruptura procede a um trabalho de transformação tanto do senso comum como da ciência. Enquanto a primeira ruptura é imprescindível para constituir a ciência, mas deixa o senso comum tal como estava antes dela, a segunda ruptura transforma o senso comum com base na ciência. Com essa dupla transformação pretende-se um senso comum esclarecido e uma ciência prudente, ou melhor, uma nova configuração do saber que se aproxima da phronesis aristotélica, ou seja, um saber prático que dá sentido e orientação à existência e cria o hábito de decidir bem.
Compreende-se que esta série de conhecimento destinada ao senso comum, encontra-se um tantorelevante ao impossível para conquistar esta meta. Para tanto, deve-se avaliar que conhecimentos básicos são representados como indispensáveis a este senso comum. Para tanto, tornar este elemento esclarecido, e tornando apto a produzir uma ética capaz de orientar cada indivíduos na elaboração e condições dos sistemas.
Dessa forma, afirma Santos (1989, apud QUEIROZ, 2011, p. 13) que é “nesses termos que se concebe o reencontro da ciência com o senso comum. Essa concepção pode formular-se do seguinte modo: uma vez feita a ruptura epistemológica, o ato epistemológico mais importante é a ruptura com a ruptura epistemológica”.
À primeira vista, a reaproximação entre ciência e senso comum pode levar a conclusões equivocadas, já que sugere uma regressão a um estado anterior ao desenvolvimento da ciência moderna. Porém, não é isso que acontece, como explica Santos (1989, QUEIROZ, 2011, p. 15):
Tal como sucede com os obstáculos epistemológicos, a dupla ruptura não significa que a segunda neutralize a primeira e que, assim, se regresse ao status quo ante, à situação anterior à primeira ruptura. Se esse fosse o caso, regressar-se-ia ao senso comum e todo o trabalho epistemológico seria em vão. Pelo contrário, a dupla ruptura procede a um trabalho de transformação tanto do senso comum como da ciência. Enquanto a primeira ruptura é imprescindível para constituir a ciência, mas deixa o senso comum tal como estava antes dela, a segunda ruptura transforma o senso comum com base na ciência.
Compreende-se que a realização do conhecimento científico pós-moderno, somente ocorre quando direcionado para o senso comum. Pode-se tomar a visão de Germano (2010, p.131) quando diz que: “sem esses pontos de vinculação, o elo estaria quebrado e a ciência se afastaria completamente da comunidade de sentidos, tornando-se uma entidade estranha à ideia de pertencimento à humanidade”.
Portanto, a dupla ruptura epistemológica corresponde à conclusão de que todo conhecimento se refere a uma prática social, ou ainda uma sociedade complexa refere-se a uma configuração de vários conhecimentos adaptados às práticas sociais. Além disso, a verdade do conhecimento reside na sua adequação à prática que visa constituir e sua crítica ao conhecimento implica sempre na crítica da prática social ao qual ele pretende se adequar.
CONCLUSÃO
Este artigo teve como objetivo discutir as relações entre os saberes populares e acadêmicos, entendidos como constituintes de bases epistemológicas.
A ciência não pode ser facilmente definida, ela constitui-se em um conjunto de métodos, teorias e modelos que visam descrever a realidade Ou seja, uma das maiores dificuldades em definir o que é a ciência está no fato de que podemos compreendê-la através de um processo histórico, mas não nela mesma.
A ciência assume a responsabilidade pela resolução de todos os problemas relacionados a existência humana, ainda que não possua todas as respostas, se apresenta ao homem comum como possibilidade mais viável para conquistá-las, diante do aparente progresso em direção à verdade.
O ser humano tenta refletir sobre as transformações e se posicionar para suprir suas necessidades físicas e sociais. Nesse sentido constata-se que o novo paradigma que se desenvolve no pensamento científico ao longo da história revela novas formas de conceber bases epistemológicas que são apropriados pelas ciências.
Além disso, o debate teórico abordado pela ciência sugere que os saberes populares não devem ser conteúdos estudados além da importância que apresentam, uma vez que estas são consideradas como saberes legítimos, ou seja, exatamente, pelas suas características essenciais em termos de construção e circulação cotidiana.
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