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FISIOLOGIA HUMANA – ARA0008 FACULDADE ESTÁCIO DO RIO GRANDE DO SUL PROFª. GIOVANA BRISTOT ➢ SISTEMA NERVOSO SISTEMAS SENSORIAIS, MOTOR E INTEGRADOR Sistema sensorial: processamento de informações ➢ Processamento dos sinais sensoriais ocorre em nível consciente ou inconsciente. ✓ Propriocepção ▪ Consciência do movimento e posição do corpo no espaço; ▪ Mediada por proprioceptores: receptores sensoriais presentes nos músculos e nas articulações; ▪ Pode ser consciente ou inconsciente. Tipos de receptores sensoriais ➢ Como os receptores convertem os diversos estímulos físicos, como a luz ou o calor, em sinais elétricos? ▪ O primeiro passo é a transdução → conversão da energia do estímulo em informação que pode ser processada pelo SN. ➢ Cada receptor tem um estímulo adequado. ➢ O estímulo mínimo necessário para ativar um receptor é conhecido como limiar, assim como a despolarização mínima necessária para disparar um PA é chamada também de limiar. Integração da informação sensorial pelo SN ➢ Cada receptor é mais sensível a um tipo particular de estímulo. ➢ Um estímulo que atinja o limiar desencadeia PA em um neurônio sensorial que se projeta ao SNC. ➢ Cada via sensorial se projeta para uma região específica do córtex cerebral dedicada a um campo receptivo particular. O cérebro pode, então, determinar a origem de cada sinal de entrada. Sentidos somáticos ➢ Tato, propriocepção, temperatura e nocicepção (inclui dor e prurido). ➢ As vias da percepção somática projetam-se para o córtex e para o cerebelo. ➢ Todos os neurônios sensoriais secundários cruzam a linha média do corpo em algum ponto. Córtex somatossensorial ➢ Parte do cérebro que reconhece de onde se originam os tratos sensoriais ascendentes. ➢ Cada um dos tratos sensoriais possui uma região correspondente no córtex → campo sensorial. ➢ Quanto mais sensível for uma região do corpo aos estímulos táteis e a outros estímulos → maior será a região correspondente no córtex. Córtex somatossensorial ➢ Parte do cérebro que reconhece de onde se originam os tratos sensoriais ascendentes. ➢ O tamanho das regiões não é fixo → Reorganização do “mapa” do córtex somatossensorial (plasticidade). ▪ Reorganização nem sempre é perfeita → pode resultar em sensações sensoriais (dor do membro fantasma). Tato ➢ Receptores sensíveis ao tato respondem a vários estímulos diferentes. ▪ Respondem a muitas formas de contato físico: estiramento, pressão sustentada, vibração (baixa frequência) ou toque leve, vibração (alta frequência) e textura. ▪ Receptores táteis da pele possuem muitas formas. Alguns são terminações nervosas livres (como os que respondem a estímulos nocivos). Outros são mais complexos. Tato ❖ Nociceptores ➢ Neurônios com terminações nervosas livres ➢ Respondem a vários estímulos nocivos intensos que causam ou têm potencial para causar dano tecidual. ➢ Encontrados na pele, nas articulações, nos músculos, nos ossos e em vários órgãos internos, mas não no SNC. ➢ Ativação da via nociceptiva inicia respostas adaptativas protetoras. ➢ Os sinais aferentes dos nociceptores são levados ao SNC pelas fibras A (A-delta) e fibras C. ➢ Dor → É uma percepção subjetiva, a interpretação do encéfalo sobre a informação sensorial transmitida pelas vias que se iniciam nos nociceptores. ➢ Dor rápida (aguda e localizada) → é rapidamente transmitida ao SNC por fibras finas mielinizadas do tipo A. ➢ Dor lenta (surda e mais difusa) → é transmitida por fibras finas não mielinizadas do tipo C. Tato ➢ Os neurônios sensoriais primários da nocicepção terminam no corno dorsal da medula espinal ➢ Ativação do nociceptor pode seguir duas vias: ✓ Respostas protetoras reflexas, que são integradas na medula espinal (reflexo de retirada). ✓ Vias ascendentes para o córtex cerebral (sensação consciente: dor ou prurido). ➢ Dor referida: ▪ Ocorre porque entradas de dor visceral e somatossensorial convergem para um único trato ascendente Reflexo de retirada ➢ Dor rápida ▪ Estímulos cutâneos causam reações motoras e inatas denominadas reflexos de retirada, que afastam rapidamente o membro afetado do estímulo nocivo. Sentidos especiais ✓ Gustação ✓ Olfação ✓ Audição ✓ Equilíbrio ✓ Visão ➢ Concentrados na região da cabeça ▪ Contam com receptores para transformar a informação do ambiente em padrões de PA que podem ser interpretados pelo encéfalo. ➢ A olfação e a gustação são formas de quimiorrecepção. ▪ Sensibilidade química → Capacidade de uma célula responder a uma substância química específica ou a um conjunto de substancias químicas. Gustação ➢ Combinação de cinco qualidades: doce, azedo (ácido), salgado, amargo e umami (um gosto associado ao aminoácido glutamato e alguns nucleotídeos). ➢ Receptores gustativos ▪ Os receptores gustatórios estão localizados primariamente nos botões gustatórios, agrupados na superfície da língua→ Localizados nas papilas gustativas. ▪ Os receptores gustatórios também estão espalhados em outras regiões da cavidade oral, como o palato. ✓ Umami Gustação ❖ Papilas gustativas ➢ São formadas pelos botões gustatórios e pelas células de sustentação. ➢ Possuímos cerca de 5000 botões gustatórios. ➢ Um botão gustatório é composto de 50 a 150 células receptoras gustatórias (CRGs). ❖ Botões gustatórios ▪ Parte sensível do botão gustatório é o terminal apical (contém microvilos), onde se encontra o poro gustativo, região em que a célula gustativa é exposta ao conteúdo oral. Gustação ❖ Botões gustatórios ➢ A maioria dos estímulos gustativos constitui-se de moléculas não- voláteis e hidrofílicas solúveis na saliva. Ex: ▪ NaCl, necessário para equilíbrio hidroeletrolítico; ▪ Aminoácidos como glutamato, para a síntese de proteínas; ▪ Açúcares como glicose (fonte de energia); ▪ Ácidos como ácidos cítricos, indicam palatabilidade de vários alimentos; ▪ Moléculas de sabor amargo contendo alcaloides, quininos (geralmente detém a ingestão). ✓ Para que uma substância (gustante) seja detectada, ela deve primeiro se dissolver na saliva e no muco da boca. Gustação Mecanismo de transdução gustatória ➢ Os ligantes gustatórios dissolvidos interagem com receptor da célula receptora gustatória. ▪ A interação do ligante gustatório com a proteína de membrana inicia uma cascata de transdução de sinal, que termina com a liberação de um mensageiro químico pela CRG. ▪ Transdução é efetuada por células epiteliais polarizadas não neurais. Mecanismo de transdução gustatória ➢ Diferentes mecanismos de transdução: ✓ Doce, amargo e umami estão associados à ativação de receptores acoplados à proteína G. ✓ Salgado e o azedo (ácido) parecem ser mediados por canais iônicos. Gustação ➢ Inervação da língua ✓ Nervo facial→ VII par ✓ Nervo glossofaríngeo→ IX par ✓ Nervo vago→ X par Via gustativa ▪ A informação sensorial vai então ao córtex gustatório através do tálamo. ➢ Via segregada, responsável pela percepção e discriminação do estímulo gustativo. ▪ Os sinais químicos liberados das células receptoras gustatórias ativam neurônios sensoriais primários (neurônios gustatórios), cujos axônios seguem nos nervos cranianos VII, IX e X para o bulbo, onde fazem sinapse. Sabor ➢ Por que não sentimos o sabor de alimentos quando estamos resfriados? Sabor ➢ Sabor = Paladar + Olfato + Textura + Temperatura ▪ O cheiro acrescenta um enorme valor ao paladar e contribui para que caracterizemos o sabor; ▪ A mastigação intensifica o olfato por liberar as partículas do alimento. ➢ O epitélio olfativo tem a maior contribuição para as sensações de gosto, apesar da impressão do gosto ser na boca. ➢ O componente somatossensorial inclui textura do alimento e sensações de alimentos apimentados e mentolados. ❑ A sensação de sabores resulta da combinação dos impulsos gustativos, olfativos e somatossensoriais. Gustação e Olfação ➢ Gustação está intimamente ligada à olfação ▪ Muito do que chamamos de sabor do alimento é, na verdade, o aroma. Olfação ➢ Habilidade de reconhecer e discriminar um amplonúmero de moléculas do ar com grande precisão e sensibilidade. ➢ Um dos sentidos mais antigos. ➢ Bulbo olfatório→ Porção mais antiga do encéfalo. ➢ Permite um monitoramento contínuo de moléculas voláteis dos arredores, incluindo sinais químicos que identificam territórios, alimento, predadores, crias e parceiros. ➢ Identificação de ampla variedade de odores. ➢ A olfação exerce um papel chave na adaptação e sobrevivência do indivíduo. Olfação ❖ O sistema olfatório humano é formado por: ✓ Epitélio olfatório revestindo a cavidade nasal → neurônios sensoriais primários (olfatórios). ✓ Nervo olfatório (nervo craniano I) → formado pelos axônios dos neurônios sensoriais olfatórios. ✓ Bulbo olfatório → neurônios sensoriais secundários. ✓ Trato olfatório. ✓ Córtex olfatório. Olfação ➢ Informações olfativas são extensamente processadas e refinadas no bulbo olfativo antes de ser enviada para o córtex. ➢ O trato olfatório, ao contrário da maioria das outras vias sensoriais, não passa pelo tálamo. ➢ Vias ascendentes do bulbo olfatório → também levam à amígdala e ao hipocampo. Olfação ➢ Em seres humanos, os neurônios sensoriais olfatórios estão concentrados em cerca de 3 cm2 do epitélio olfatório. ➢ Os neurônios sensoriais olfatórios têm vida muito curta, sendo substituídos aproximadamente a cada dois meses. Olfação ➢ Os neurônios sensoriais olfatórios têm vida muito curta, sendo substituídos aproximadamente a cada dois meses. Mecanismo de transdução olfativa ➢ Os receptores de odor são receptores de membrana acoplados à proteína G. ▪ Cerca de 500 tipos em humanos, que codificam mais que 1000 diferentes tipos de odores. ➢ Transdução olfativa: Maior concentração de AMPc altera a permeabilidade da membrana e provoca a abertura dos canais de cálcio e despolarização celular. Olfação e o sistema límbico ➢ Hipotálamo e Amígdala ▪ Mediação de aspectos emocionais e motivacionais do cheiro, assim como muitos efeitos comportamentais e fisiológicos do odor. ➢ Hipocampo ▪ Memória Como os aromas influenciam as nossas vidas? ➢ Alguns odores podem despertar emoções, e podem reviver memórias emocionais. Recordações de vivências Recordações de pessoas Identificação e reconhecimento de um paladar Como os aromas influenciam as nossas vidas? ➢ Sentimentos e memórias ❑ Memória olfativa ✓ Processo através do qual codificamos, armazenamos e recuperamos informação. ▪ Não há aprendizagem sem memória. Audição e Equilíbrio ❖ Orelha ▪ Órgão sensorial especializado na audição e no equilíbrio. ➢ Audição ▪ Linguagem, comunicação e aprendizado; ▪ Percepção do ambiente; ▪ Influência individual. ➢ Equilíbrio ▪ Movimentação e locomoção; ▪ Atividade física. Orelha ➢ Dividida em orelhas externa, média e interna. ➢ O aparelho vestibular da orelha interna é o sensor primário do equilíbrio. O restante da orelha é utilizado para a audição. Audição ➢ O som é uma sensação que resulta de uma perturbação na atmosfera causada por um emissor (perturbação mecânica invisível). ➢ Essa perturbação consiste em rápidas variações da pressão atmosférica que se propagam sob a forma de ondas até nossos ouvidos. ➢ Os sons são representados graficamente por ondas periódicas e estas são caracterizadas em função do tempo, velocidade e intensidade (amplitude), gerando frequência. ▪ Frequência da onda sonora: Hz/s ▪ Amplitude da onda: dB ▪ Comprimento de onda: λ Transmissão sonora na orelha ➢ A transdução do som é um processo com várias etapas Transmissão sonora na orelha ➢ A transdução da energia sonora em potenciais de ação ocorre na cóclea da orelha interna. ➢ O ducto coclear possui o órgão espiral (órgão de Corti), que contém as células receptoras pilosas (ciliadas) e células de sustentação. ➢ À medida que as ondas percorrem a cóclea, elas movimentam as membranas basilar e tectória, gerando oscilações para cima e para baixo, que curvam as células pilosas (ciliadas). ➢ As células pilosas são receptores não neurais. Transdução de sinal nas células pilosas ➢ O padrão de vibração das ondas que chegam à orelha interna é convertido em um padrão de potenciais de ação que vão para o SNC. Codificação sensorial da frequência da onda sonora ➢ Processamento do som pelo sistema auditivo é efetuado para discriminar quanto à localização, tom e altura (amplitude). ▪ A localização do som é um processo complexo que requer entrada sensorial de ambas as orelhas associada a uma computação sofisticada feita pelo encéfalo. ▪ O processamento inicial do tom e da amplitude ocorre na cóclea de cada orelha. ➢ Quanto mais intenso o som, mais frequentemente o neurônio sensorial dispara o seu potencial de ação. Grave Agudo As vias auditivas projetam-se para o córtex auditivo ➢ Após a cóclea transformar as ondas sonoras em sinais elétricos, os neurônios sensoriais transferem essa informação para o encéfalo, via nervo coclear (auditivo), que é um ramo do nervo craniano VIII (nervo vestibulococlear). ▪ Os neurônios auditivos primários projetam-se da cóclea para os núcleos cocleares do bulbo. ➢ Os sinais gerados em cada cóclea atingem os dois hemisférios do cérebro. ➢ O córtex auditivo (lobo temporal) efetua a percepção auditiva consciente relacionada ao local, timbre e altura do som e tem áreas associativas cognitivas de interpretação da linguagem e apreciação de sons. Orelha: Equilíbrio ➢ A nossa sensação de equilíbrio é mediada por células pilosas que revestem o aparelho vestibular cheio de líquido da orelha interna. ▪ Estes receptores não neurais respondem a mudanças na aceleração rotacional, vertical e horizontal, e no posicionamento. ▪ Gravidade e a aceleração fornecem a força que move os estereocílios. ➢ Aparelho vestibular é composto por: ▪ 2 órgãos otolíticos semelhantes a sacos (sáculo e utrículo); ▪ 3 canais semicirculares. ➢ O aparelho vestibular fornece informações sobre movimento e posição: ▪ Os órgãos otolíticos nos informam a aceleração linear e a posição da cabeça. ▪ Os três canais semicirculares detectam a aceleração rotacional em várias direções. Orelha: Equilíbrio ➢ Vias do equilíbrio ▪ Projetam-se primariamente para o cerebelo. ➢ As células pilosas vestibulares estão tonicamente ativas e liberam neurotransmissor nos neurônios sensoriais primários do nervo vestibular (um ramo do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear). ➢ Esses neurônios sensoriais fazem sinapse nos núcleos vestibulares do bulbo ou vão diretamente para o cerebelo (onde ocorre a maior parte da integração do equilíbrio ). Visão ➢ Visão é o processo no qual a luz refletida por objetos é traduzida em uma imagem no SNC ➢ Espectro eletromagnético ▪ Luz visível: 400nm a 700nm ▪ Raios X, raios Gama, ondas de rádio, micro-ondas. ➢ Sensibilidade visual ➢ Capacidade em captar e transformar a energia luminosa (dentro do comprimento de onda de 400 a 700nm) em impulsos elétricos e formar imagem dentro do espaço e do tempo pelo SNC. ➢ Realizada pelos fotorreceptores na retina. ➢ A retina é a camada mais interna do globo ocular, que é o órgão dos sentidos especiais responsável pela função visual. Anatomia externa do olho ➢ Músculos extrínsecos do bulbo ocular: ▪ Reto Lateral e Reto Medial ▪ Reto Superior e Reto Inferior ▪ Oblíquo Superior e Oblíquo Inferior ➢ Nervos cranianos: (Reflexo vestíbulo ocular) ▪ Oculomotor (III) → Movimento motor olhos, pupila e cristalino ▪ Troclear (IV) → Movimento motor olhos ▪ Abducente (VI) → Movimento dos olhos Anatomia do olho Como a luz penetra nos olhos? ➢ A luz atravessa todas as estruturas transparentes: córnea, humor aquoso, lente e humor vítreo. ➢ A luz é focada na retina: fotorreceptores. ➢ Fotorreceptores transformam a energia eletromagnética em sinais elétricos. ➢ Sinais elétricos serão transformados em sinais químicos (liberação de neurotransmissores). ➢ Controle da entrada de luz ▪ A luz entra no olho através da pupila. ▪ Tamanho da pupila é determinado pela íris. ✓ Midríase: Dilatação da pupila ✓ Miose: Retração da pupilaVisão ❖ Acomodação visual ➢ Processo pelo qual o olho ajusta a forma do cristalino para focar os objetos sobre a retina. ➢ Cristalino: lente biconvexa e por isso promove a refração da luz para a acomodação visual. ➢ Distância mínima para visão em foco (10 cm do objeto). ➢ A forma do cristalino é controlada pelo músculo ciliar. ➢ Refração das lentes ▪ Um raio de luz muda a direção de sua trajetória quando passa de um meio para outro meio, incidindo de forma oblíqua na interface de um outro meio. ▪ Se essa interface é curva, então o ângulo entre as trajetórias será tanto maior quanto for a curvatura da interface. Visão ➢ A lente foca a luz na retina ▪ Para uma visão nítida, o ponto focal precisa incidir na retina. Visão ➢ Ajuste das lentes (acomodação) ▪ Mudanças na forma da lente são controladas pelo músculo ciliar. ▪ O músculo consegue focar até uma distância mínima de 10 cm. ▪ O cristalino é uma lente convexa convergente que refrata para um só ponto. Visão ➢ O mundo invertido Visão ➢ Erros de refração ▪ Os defeitos visuais comuns podem ser corrigidos com lentes externas. Visão ❖ Fototransdução ➢ É o processo pelo qual os animais convertem a energia luminosa em sinais elétricos. ➢ Nos seres humanos a fototransdução ocorre quando a luz incide na retina, o órgão sensorial do olho. ➢ Os fotorreceptores da retina convertem a energia luminosa em sinais elétricos. ➢ A luz incide diretamente nos fotorreceptores da fóvea devido ao deslocamento lateral dos neurônios que os cobrem. Fototransdução ➢ Os neurônios da retina estão organizados em camadas. Há cinco tipos de neurônios: Fotorreceptores; Células bipolares; Células ganglionares; Células amácrinas; Células horizontais. Fototransdução Fototransdução ➢ Há dois tipos principais de fotorreceptores: ✓ Cones → visão policromática (colorida); funcionam sob alta luminosidade; acuidade visual ✓ Bastonetes → mais numerosos; visão monocromática (noturna); funcionam sob baixa luminosidade. Fototransdução ➢ Absorção da luz nos pigmentos visuais. ▪ Existem três tipos de pigmentos nos cones, cada um com um espectro característico de absorção da luz. ▪ Os bastonetes são para a visão em preto e branco em pouca luz. ✓ Esses pigmentos visuais são transdutores que convertem a energia luminosa em uma mudança no potencial de membrana. ✓ Os bastonetes possuem um tipo de pigmento visual, a rodopsina. ✓ Os cones possuem três diferentes pigmentos, os quais são intimamente relacionados à rodopsina. Fototransdução ➢ Fototransdução nos bastonetes ▪ Realizada na ausência ou baixa intensidade de luz Fototransdução ▪ Fototransdução nos cones ▪ A intensidade de luz diminui a liberação de GMPc, e é dependente do espectro da luz. ▪ Fechamento dos canais de cátions; ▪ Saída de K+ (Hiperpolarização); ▪ Célula bipolar segrega informação e despolariza; ▪ Célula ganglionar despolariza. ➢ Estímulo das células ganglionares é importante para o reconhecimento de: ▪ Contraste (distinção dos objetos ou pessoas) ▪ Localização, movimentação e profundidade ▪ Cor, forma e textura Processamento além da retina ➢ PA emergem do corpo das células ganglionares, e percorrem os nervos ópticos até o SNC, onde são processados. ▪ O nervo óptico penetra no encéfalo no quiasma óptico, ponto em que algumas fibras nervosas provenientes de cada olho cruzam para o outro lado para serem processadas no encéfalo. ➢ Campo visual: Consiste na quantificação da área espacial percebida pelo olho. ▪ O campo visual esquerdo de cada olho é projetado para o córtex visual do lado direito do cérebro, e o campo visual direito é projetado para o córtex visual esquerdo. ➢ Zona binocular → porção central do campo visual, onde os lados esquerdo e direito do campo visual de cada olho se sobrepõem. Processamento além da retina ➢ No SNC, o nervo óptico faz sinapse no tálamo e segue via neurônios secundários para a córtex visual. ➢ Respostas associativas para o entendimento da imagem, movimento de direção, aprendizagem e outros são realizadas também na córtex cerebral. Sistema motor ➢ Sistema motor somático ▪ Músculo estriado esquelético ➢ Sistema motor visceral (autônomo) ▪ Músculo estriado cardíaco ▪ Músculo liso Sistema motor somático ❖ Elementos do sistema motor somático ➢ Efetuadores ▪ Músculos esqueléticos que realizam a atividade ➢ Ordenadores ▪ Os motoneurônios (da medula e do tronco encefálico) que comandam as fibras musculares. ➢ Controladores ▪ Cerebelo e núcleos da base que modulam a atividade motora. ➢ Programadores e iniciadores ▪ Áreas corticais primárias e associativas. Sistema motor somático ➢ O comprimento muscular absoluto e as alterações no comprimento muscular são monitorados por receptores de estiramento incrustados no músculo: ✓ Órgão tendinoso de Golgi ▪ Está entre o músculo e o tendão. ▪ Ele consiste em terminações nervosas sensoriais entrelaçadas com as fibras de colágeno. ✓ Fusos musculares ▪ Encontram-se entre as fibras extrafusais do músculo. ▪ Fibras nervosas aferentes enroladas em fibras musculares modificadas. ▪ Eles enviam informações sobre o estiramento muscular ao SNC. Sistema motor somático ❖ Organização ➢ Neurônio de 1ª ordem (neurônio motor superior) ▪ Corpo do neurônio no córtex cerebral. ➢ Neurônio de 2ª ordem (neurônio motor inferior) ▪ Corpo do neurônio no tronco encefálico ou medula espinal. Sistema motor ❖ Organização ➢ Área 4: córtex motor primário (M1) ➢ Área 6: área pré-motora (APM) e área motora suplementar (AMS) ➢ Organização dos neurônios motores superiores (NMS) no córtex motor primário Sistema motor ❖ Organização ➢ Organização do neurônios motores inferiores (NMI) no tronco encefálico Sistema motor ❖ Organização ➢ Organização do neurônios motores inferiores (NMS) na medula espinal ▪ NMI α→ Inervam as fibras do músculo esquelético (fibras extrafusais). ▪ NMI γ→ Inervam as fibras do fuso muscular (fibras intrafusais). Sistema motor somático ➢ Unidade motora ▪ Formada por um neurônio motor e por todas as fibras musculares que ele inerva. ▪ Um músculo pode possuir muitas unidades motoras de diferentes tipos. Sistema motor somático ❖ Tipos de músculos esqueléticos ➢ Axiais: Postura ▪ Movimentam o tronco (dorso e abdômen) ➢ Proximais: Locomoção ▪ Movimentam o ombro, cotovelo, pelve e joelho ➢ Distais: Manipulação de objetos ▪ Movimentam as mãos, pés e dedos Sistema motor somático ❖ Músculos esqueléticos ➢ Agonista (agente motor)→ Contrai e realiza o movimento ➢ Antagonista (opositor)→ Relaxa e permite a contração do agonista ▪ Os músculos antagonistas movem os ossos em direções opostas. A contração muscular é capaz de puxar um osso, mas não é capaz de o empurrar. Sistema motor somático ❖ Tipos de movimentos ➢ Reflexo ➢ Voluntário ➢ Rítmico Sistema motor somático ❖ Reflexos ➢ Resposta involuntária rápida, consciente ou não, que visa uma proteção ou adaptação do organismo. ➢ Integração das informações sensoriais gerando uma resposta involuntária ➢ Originado de um estímulo externo antes mesmo do cérebro tomar conhecimento do estímulo periférico. ➢ Podem ser classificados de várias formas: Sistema motor somático ❖ Reflexo Monossináptico: neurônio sensitivo + neurônio motor α. ❖ Reflexo Polissináptico: neurônio sensitivo + interneurônios + neurônios motores α. Reflexo de estiramento (Miotático) ➢ Resulta em contração do músculo ▪ O estiramento muscular pode causar um reflexo de estiramento. A adição de uma carga estira o músculo e os fusos, gerando uma contração reflexa: ➢ Reflexo do tendão patelar (reflexo do movimento do joelho) ▪ O reflexo do tendão patelar ilustra um reflexo de estiramento monossináptico e a inibição recíproca - por interneurônio - do músculo antagonista. Reflexo de estiramento (Miotático) ➢ Resulta em relaxamento do músculo ▪ O reflexo tendinoso de Golgi protege o músculo contra cargas excessivas, causando relaxamento do músculo e fazendo com que a carga caia. Reflexo miotático reversoReflexo de flexão (de retirada) ➢ Resulta em relaxamento do músculo ▪ O neurônio sensitivo estimula interneurônios de diferentes seguimentos da medula espinal. ▪ Interneurônios (excitatórios) → estimulam neurônios motores que controlam o movimento dos grupamentos musculares da perna. Reflexo extensor cruzado ➢ Um reflexo flexor em um membro causa a extensão no membro oposto. ➢ A coordenação dos reflexos com os ajustes posturais é essencial para manter o equilíbrio. Integração dos reflexos musculares ➢ Os movimentos reflexos não requerem aferências do córtex cerebral. ➢ Os proprioceptores fornecem informações à medula espinal, ao tronco encefálico e ao cerebelo. ➢ Tronco encefálico: encarregado dos reflexos posturais e dos movimentos das mãos e dos olhos. Também recebe comandos do cerebelo. ➢ Cerebelo: a parte do encéfalo responsável pelo “ajuste fino” do movimento. ➢ Algumas informações sensoriais são enviadas por vias ascendentes para as áreas sensoriais do córtex, onde podem ser utilizadas para planejar os movimentos voluntários. ➢ O controle dos movimentos voluntários pode ser dividido em três etapas: Movimentos voluntários ➢ Os movimentos voluntários necessitam da coordenação entre o córtex cerebral, o cerebelo e os núcleos da base. ➢ A retroalimentação sensorial permite que o encéfalo corrija qualquer desvio entre o movimento planejado e o movimento real. Sistema motor somático: Controle Sistema motor somático: Controle Sistema motor somático: Controle cortical Planejamento do movimento Movimento propriamente dito Sistema motor somático: Controle cortical ➢ Trato corticospinal ▪ Os neurônios de projeção seguem diretamente do córtex motor às sinapses com os neurônios motores somáticos. ▪ A maioria dos neurônios corticospinais atravessa a linha média nas pirâmides. Sistema motor somático: Controle ❖ Vias descendentes Sistema motor somático: Controle ❖ Tratos da coluna lateral ➢ Características: ▪ Origem: córtex cerebral ▪ Função: movimento voluntário ▪ Destino: controlam o neurônio motor inferior ✓ A) Trato corticoespinal ▪ Origem no córtex motor primário (áreas 4 e 6). ✓ B) Trato rubro espinal ▪ Origem no núcleo rubro do mesencéfalo. Regula o tônus muscular no lado oposto do corpo. Sua função foi tomada pelo trato corticoespinal ao longo da evolução. Sistema motor somático: Controle ❖ Tratos da Coluna Ventromedial ➢ Características ▪ Origem: tronco encefálico; ▪ Fonte de Informação: Equilíbrio (vestíbulo), posição ( propriocepção ) e visão; ▪ Função: Movimentos reflexos, postura e equilíbrio; ▪ Destino: Controlam o interneurônio. ✓ A) Trato tecto espinal ▪ Recebe informação do colículo superior. O colículo recebe aferências da visão, somatossensorial e auditiva. Orienta a cabeça e o pescoço a um novo estímulo. ✓ B) Trato vestíbulo espinal ▪ Recebe informação do labirinto. Controla músculos do pescoço e dorso. ▪ Equilíbrio da cabeça. ✓ C) Trato retículo espinal bulbar e pontino ▪ Recebe informação da formação reticular do tronco encefálico. ▪ São controlados pelo córtex motor. o Trato Pontino→ Reflexo antigravitacional da medula. o Trato Bulbar→ Libera os músculos antigravitacionais do controle reflexo. Sistema motor somático: Controle ➢ Controle dos movimentos voluntários Sistema motor somático: Controle ➢ Hierarquia motora ▪ Resumo das vias que controlam movimentos voluntários Sistema comportamental e a modulação das respostas motoras ❖ Sistema comportamental → importante modulador do processamento cognitivo e sensorial. ➢ Sistemas de moduladores difusos: neurônios que se originam na formação reticular no tronco encefálico e projetam seus axônios para grandes áreas do encéfalo. ▪ Existem quatro sistemas moduladores que, em geral, são classificados de acordo com os neurotransmissores que secretam: noradrenérgico, serotoninérgico, dopaminérgico e colinérgico. ▪ Regulam as funções do encéfalo por influenciar a atenção, a motivação, a vigília, a memória, o controle motor, o humor e a homeostasia metabólica. ❑ Uma função do sistema comportamental é controlar os níveis de consciência (estado de alerta do corpo ou a consciência de si e do meio) e os ciclos sono-vigília. Sistema comportamental e a modulação das respostas motoras ➢ Sistemas moduladores difusos: Noradrenérgico e Serotoninérgico Sistema comportamental e a modulação das respostas motoras ➢ Sistemas moduladores difusos: Dopaminérgico e Colinérgico Sistema comportamental e a modulação das respostas motoras ➢ Sono e vigília Aprendizado e memória ❖ Aprendizado → Aquisição de novas informações ou novos conhecimentos. ▪ Associativo ▪ Não-associativo ❖ Memória → Retenção e evocação da informação aprendida. ➢ Formas de classificar a memória: ▪ Duração; ▪ Tipo de informação armazenada; ▪ Estruturas encefálicas envolvidas. Onde você estava no carnaval do ano passado? Qual é o dia do seu aniversário? Que roupa você usou na aula da semana passada? O que você comeu ontem? Memória ➢ Duração ✓ Memórias de Longo Prazo ▪ Recordadas após dias, meses, anos. Dificilmente esquecidas. ✓ Memórias de Curto Prazo ▪ Dura segundos a horas. Facilmente esquecida. ✓ Memória de Trabalho ▪ Armazenamento temporário da informação, capacidade limitada, exige repetição/ensaio. ➢ Consolidação ▪ É o armazenamento da memória a longo prazo. Se a memória não é consolidada, ela é esquecida. ❑ Amnésia: Perda da memória, ou incapacidade de formar novas memórias. Pode se retrógrada ou anterógrada. Memória ➢ Tipo de informação armazenada Memória ➢ Tipo de informação armazenada Linguagem ❖ É o comportamento cognitivo mais elaborado ➢ Integração da língua falada no cérebro humano tem sido atribuída a duas regiões do córtex cerebral: ✓ Área de Wernicke, na junção do parietal, temporal e occipital; ✓ Área de Broca, na parte posterior do lobo frontal, próximo do córtex motor. ➢ As pessoas com dano na área de Wernicke não reconhecem a comunicação falada ou escrita. ➢ Aquelas com dano na área de Broca entendem, mas são incapazes de responder apropriadamente. Bibliografia recomendada