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Nutrição Ecológica

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Prévia do material em texto

Indaial – 2022
Ecológica
Prof. André Ferreira D’ Avila
Profª. Kally Janaina Berleze
1a Edição
Nutrição
Elaboração:
Prof. André Ferreira D’ Avila
Profª. Kally Janaina Berleze
Copyright © UNIASSELVI 2022
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
A958n
Avila, André Ferreira D’
 
 Nutrição ecológica / André Ferreira D’ Avila; Kally Janaina Berleze. 
– Indaial: UNIASSELVI, 2022.
 
 216 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-530-2
 
 
 1. Revolução agrícola. – Brasil. I. Berleze, Kally Janaina. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 CDD 630
Caro acadêmico, seja bem-vindo a mais uma disciplina do nosso curso! 
Estamos prestes a iniciar os estudos na disciplina de Nutrição Ecológica. Considerando 
o compromisso de garantir a qualidade do material disponibilizado para auxiliar no seu 
processo de aprendizagem, é, sempre, um desafio desenvolver um material de estudo 
que possa contribuir, efetivamente, para a formação acadêmica.
Você sabe o que é nutrição ecológica? Já ouviu esse termo antes? Ao longo 
dos seus estudos, você descobrirá que a nutrição ecológica é uma área de estudo bem 
complexa que será abordada com um material rico em informações. Ela é uma área das 
ciências, extremamente, importante para a sociedade, em função dos vários benefícios 
que promove à população. Assim, serão apresentadas três unidades, subdivididas em 
tópicos, cujo objetivo principal será estimular o seu interesse e a sua curiosidade para o 
estudo da disciplina. Vamos sugerir, em alguns momentos, outras fontes de informações 
que serão úteis para a consolidação do seu conhecimento. 
Na Unidade 1, abordaremos assuntos relacionados à Revolução Agrícola e aos 
avanços tecnológicos. Será possível compreender como era a organização social antes e 
após esse domínio tecnológico. Ainda, será debatida a temática ecologia, meio ambiente, 
sustentabilidade e agricultura ecológica, a partir de uma perspectiva agroecológica.
Na Unidade 2, apresentaremos conteúdos que buscarão facilitar o estudo 
da aplicabilidade da nutrição ecológica, das inovações das cidades inteligentes, 
da necessidade de conscientização populacional a respeito do tema, além de 
compreendermos o abastecimento de grandes e pequenas cidades. 
Por fim, na Unidade 3, estudaremos o metabolismo energético, ou seja, onde e 
como as células do corpo humano produzem energia, o que é vital para a sobrevivência, 
com a compreensão dos papéis dos carboidratos, dos lipídios e das proteínas nesse 
metabolismo. Consideraremos, também, o impacto da produção de alimentos sobre as 
reservas orgânicas do planeta e a importância das educações alimentar e nutricional. 
Assim, esperamos que, ao término do estudo deste livro didático, você seja capaz de 
compreender a importância da nutrição ecológica como ciência, e que as informações, 
aqui apresentadas, sejam de grande valia na sua vida profissional.
Bom estudos e sucesso!
Prof. André Ferreira D’ Avila
Profª. Kally Janaina Berleze
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a 
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo 
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse 
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade 
para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Você lembra dos UNIs?
Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas 
vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico 
como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará 
você a entender melhor o que são essas informações 
adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura 
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará 
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que 
complementam o assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os 
acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir 
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual 
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a 
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que 
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados 
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo 
continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada 
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo 
o espaço da página – o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto 
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este 
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a 
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, 
tablet ou computador. 
Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo 
layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual 
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de 
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os 
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, 
possa continuar os seus estudos com um material atualizado 
e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - REVOLUÇÃO AGRÍCOLA E AVANÇOS TECNOLÓGICOS .................................. 1
TÓPICO 1 - REVOLUÇÃO AGRÍCOLA .....................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 REVOLUÇÃO AGRÍCOLA ....................................................................................................3
3 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO ................................................................................5
4 ORGANIZAÇÃO SOCIAL NEOLÍTICA .................................................................................8
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 - ECOLOGIA ......................................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15
2 ECOLOGIA ......................................................................................................................... 15
3 BIOMAS ..............................................................................................................................19
4 PONTO DE PARTIDA DA SUSTENTABILIDADE .............................................................. 26
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 32
TÓPICO 3 - AGROECOLÓGICO ............................................................................................ 35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 35
2 AGRICULTURA ECOLÓGICA............................................................................................. 35
3 PERSPECTIVA GLOBAL DA AGRICULTURA ECOLÓGICA ............................................... 44
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 49
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 55
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 56
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................57
UNIDADE 2 — APLICABILIDADE DA NUTRIÇÃO ECOLÓGICA NO SÉCULO XXI ................59
TÓPICO 1 — INOVAÇÃO EM CIDADES INTELIGENTES ........................................................ 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 61
2 CIDADES INTELIGENTES .................................................................................................. 61
2.1 ABORDAGENS SETORIAIS DAS CIDADES INTELIGENTES .........................................................66
2.2 CIDADES ECOLÓGICAS .....................................................................................................................68
3 ÁREA RURAL ....................................................................................................................70
4 ÁREA URBANA .................................................................................................................72
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................78
TÓPICO 2 - ORGANIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE ..........................................................81
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................81
2 SUSTENTABILIDADE .......................................................................................................81
3 ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANOS .........................................................87
4 RECEPÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E NECESSIDADES NUTRICIONAIS BÁSICAS .................. 89
4.1 RECEPÇÃO E DISTRIBUIÇÃO NO AMBIENTE URBANO ...............................................................90
4.2 NECESSIDADES NUTRICIONAIS BÁSICAS ....................................................................................92
RESUMO DO TÓPICO 2 .........................................................................................................97
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 98
TÓPICO 3 - NUTRIÇÃO ECOLÓGICA ....................................................................................99
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................99
2 NUTRIÇÃO ECOLÓGICA ....................................................................................................99
2.1 NUTRIÇÃO ECOLÓGICA NA INFÂNCIA ..........................................................................................105
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 114
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 119
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................120
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................122
UNIDADE 3 — NUTRIÇÃO ECOLÓGICA ..............................................................................125
TÓPICO 1 — ROTAS METABÓLICAS E FONTES ENERGÉTICAS ........................................ 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 127
2 METABOLISMO ENERGÉTICO DAS CÉLULAS ...............................................................128
2.1 GLICÓLISE AERÓBICA ......................................................................................................................128
2.2 CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO (CICLO DO ÁCIDO TRI-CARBOXÍLICO 
 OU CICLO DE KREBS) E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA ...............................................................130
2.3 GLICÓLISE ANAERÓBICA ................................................................................................................ 132
3 BALANÇO ENERGÉTICO DO CORPO ..............................................................................133
3.1 HOMEOSTASE METABÓLICA ........................................................................................................... 134
3.2 VARIAÇÕES NAS GLICEMIAS DE JEJUM E PÓS-PRANDIAL ................................................. 135
3.2.1 Variações na glicemia ............................................................................................................. 135
3.3 RESPOSTA GLICÊMICA DOS ALIMENTOS (ÍNDICE E CARGA GLICÊMICA 
 DOS ALIMENTOS) .............................................................................................................................. 137
3.4 ALIMENTO INTEGRAL ...................................................................................................................... 139
3.4.1 Benefícios dos grãos integrais para a saúde ...................................................................140
3.4.2 Mercado de alimentos integrais ..........................................................................................141
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................143
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................145
TÓPICO 2 - NUTRIÇÃO E SAÚDE ....................................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 147
2 MACRONUTRIENTES ......................................................................................................148
2.1 PROTEÍNA ............................................................................................................................................148
2.1.1 Conceito e funções das proteínas .......................................................................................148
2.1.2 Classificação nutricional dos aminoácidos e das proteínas ......................................... 149
2.1.3 Absorção e destino metabólico das proteínas dietéticas ............................................. 152
2.1.4 Metabolismo do nitrogênio e o ciclo da ureia .................................................................. 152
2.1.5 Variações da ureia e da creatinina séricas ........................................................................154
2.2 CARBOIDRATO ................................................................................................................................... 155
2.3 LIPÍDIO .................................................................................................................................................158
2.3.1 Classificação e fontes alimentares dos lipídios ............................................................... 159
2.3.2 Metabolismo dos eicosanoides ........................................................................................... 163
2.3.3 Digestão dos lipídios .............................................................................................................. 165
2.3.4 Destino metabólico dos lipídeos dietéticos ..................................................................... 165
2.3.5 Importância metabólica do colesterol .............................................................................. 165
2.3.6 Absorção e síntese de colesterol ....................................................................................... 166
2.3.7 Metabolismo das lipoproteínas .............................................................................................167
2.3.8 Aplicabilidade da concentração sérica de triglicerídeos, 
 de colesterol e de frações .................................................................................................... 169
3 MICRONUTRIENTES ........................................................................................................170
3.1 ÁGUA, ÁCIDOS E BASES .................................................................................................................. 170
3.1.1 Compartimentos hídricos do corpo ...................................................................................... 171
3.1.2 Osmolalildade ........................................................................................................................... 172
3.1.3 Necessidade hídrica ............................................................................................................... 173
3.2 VITAMINAS .......................................................................................................................................... 173
3.2.1 Vitamina A ................................................................................................................................. 173
3.2.2 Vitamina D ................................................................................................................................ 174
3.2.3 Vitamina C ................................................................................................................................ 174
3.2.4 Vitamina B2 (riboflavina) ........................................................................................................ 174
3.2.5 Vitamina B1 (tiamina) .............................................................................................................. 175
3.2.6 Ácido fólico ............................................................................................................................... 175
3.2.7 Vitamina B12 (cobalamina) ..................................................................................................... 175
3.2.8 Niacina .......................................................................................................................................176
3.3 MINERAIS .............................................................................................................................................176
3.3.1 Zinco ............................................................................................................................................176
3.3.2 Ferro ............................................................................................................................................177
3.3.3 Selênio ........................................................................................................................................177
3.3.4 Cobre ......................................................................................................................................... 178
3.3.5 Magnésio .................................................................................................................................. 178
3.3.6 Cálcio ......................................................................................................................................... 178
3.3.7 Fósforo ....................................................................................................................................... 179
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................180
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................182
TÓPICO 3 - NUTRIÇÃO ECOLÓGICA E QUALIDADE NUTRICIONAL .................................185
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................185
2 NUTRIÇÃO ECOLÓGICA E QUALIDADE NUTRICIONAL .................................................185
2.1 DIREITOS HUMANOS À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E ÀS SEGURANÇAS 
 ALIMENTAR E NUTRICIONAL ..........................................................................................................186
3 EDUCAÇÕES ALIMENTAR E NUTRICIONAL ...................................................................189
3.1 PRINCÍPIOS DAS AÇÕES DA EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL ...............................190
3.1.1 Sustentabilidades social, ambiental e econômica ...........................................................190
3.1.2 Abordagem do sistema alimentar na integralidade........................................................190
3.1.3 Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade 
 de opiniões e perspectivas, ao ser considerada a legitimidade 
 dos saberes de diferentes naturezas ..................................................................................191
3.1.4 Comida e alimento como referências; valorização da culinária 
 como prática emancipatória .................................................................................................191
3.1.5 Promoção do autocuidado e da autonomia ..................................................................... 192
3.1.6 Educação como processo permanente, participativo e gerador 
 de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos ...................................... 192
3.1.7 Diversidade nos cenários de prática e intersetorialidade ............................................. 193
3.1.8 Intersetorialidade .................................................................................................................... 193
3.1.9 Planejamento, avaliação e monitoramento das ações .................................................. 193
3.2 CAMPOS DE PRÁTICAS DA EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL ................................ 194
3.3 ETAPAS DE UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL ....................... 195
3.3.1 Conhecendo o território ......................................................................................................... 195
3.3.2 Identificando e aproximando gestores, parceiros e comunidade .............................. 197
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 200
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................201
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 203
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 205
1
UNIDADE 1 - 
REVOLUÇÃO AGRÍCOLA E 
AVANÇOS TECNOLÓGICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEMPLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o que foi a Revolução Agrícola;
• conhecer alguns dos desenvolvimentos tecnológicos após a ocorrência dessa 
Revolução;
• identificar as competências de cultivo e tração animal na agricultura;
• definir o que é ecologia;
• estudar o que é sustentabilidade ecológica;
• definir a agricultura ecológica;
• analisar a perspectiva global perante a agricultura ecológica.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – REVOLUÇÃO AGRÍCOLA
TÓPICO 2 – ECOLOGIA
TÓPICO 3 – AGROECOLÓGICO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
REVOLUÇÃO AGRÍCOLA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você, provavelmente, já deve ter ouvido falar da revolução 
agrícola e já deve ter uma noção a respeito do tema.
 
Neste tópico introdutório, abordaremos os principais centros populacionais 
datados do Neolítico, as tecnologias e a organização social deles. Para construir 
essa base, inicialmente, apresentaremos o contexto da revolução agrícola. Em 
seguida, aprofundaremos os períodos estimados para o desenvolvimento dos centros 
populacionais, as tecnologias desenvolvidas para a produção agrícola e alguns conceitos 
de organização social nas comunidades sedentárias.
 
Ao fim do primeiro tópico, você deverá conseguir entender o que foi a revolução 
agrícola, diferenciar os centros populacionais, e compreender a importância das 
tecnologias para a produção agrícola frente às novas demandas populacionais. Por isso, 
é, extremamente, importante a sua dedicação ao longo da nossa jornada. Bons estudos!
2 REVOLUÇÃO AGRÍCOLA 
Na Idade da Pedra Lascada, há, aproximadamente, 12.000 anos, a espécie humana 
já utilizava utensílios feitos de pedras lascadas, para caça, pesca e coleta. O refinamento 
dessas lascas foi amplificado no período Neolítico, ou seja, na Idade da Pedra Polida, 
possibilitando, desse modo, “ao longo desse último período da Pré-História, menos de 
10.000 anos depois, que várias dessas sociedades, entre as mais avançadas do momento, 
iniciassem a transição da predação à agricultura” (LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 97).
Os grupos humanos viviam, nesse período, como nômades, ou seja, viviam, 
exclusivamente, da predação de espécies selvagens e alimentos disponíveis pelos locais 
pelos quais se deslocavam, utilizando todos, ou quase todos, os recursos da região, 
sendo obrigados a migrar atrás de mais alimentos (LAURENCE; ROUDART, 2009). 
As regiões do mundo nas quais os grupos humanos, vivendo, exclusivamente, 
da predação de espécies selvagens, transformaram-se em sociedades, vivendo, 
principalmente, da exploração de espécies domésticas, são, finalmente, pouco 
numerosas, não muito difundidas e bem afastadas umas das outras. Elas constituíam 
o que chamamos de centros de origem da revolução agrícola neolítica, entendendo 
que o termo “centro” designa uma área, e não um ponto de origem. A partir de alguns 
desses centros, os quais nomearemos de centros irradiantes, a agricultura, em 
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
seguida, estendeu-se para a maior parte das regiões do mundo. Cada centro irradiante 
corresponde, assim, a uma área de extensão particular, que compreende todas as 
regiões ganhas pela agricultura oriundas desse centro. No entanto, certos centros 
não deram origem a uma área de extensão tão importante. Esses centros, pouco, ou 
nada irradiantes, foram, a seguir, englobados numa ou noutra das áreas de extensão 
precedentes (LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 100).
A Revolução Agrícola ocorreu no período Neolítico, sendo confirmada em seis 
grandes centros populacionais. De acordo com Laurence e Roudart (2009), esses 
centros são denominados de centro do oriente-próximo (entre 10.000 a.C. e 9.000 
a.C.), centro neo-guineense (10.000 a.C.), centro centro-americano (entre 9.000 a.C. e 
4.000 a.C.), centro chinês (8.500 a.C.), centro sul-americano (6.000 a.C.) e centro norte-
americano (entre 4.000 a.C. e 1.800 a.C.).
QUADRO 1 – PRINCIPAIS CENTROS POPULACIONAIS CONTINENTAIS
Centro 
Populacional
Posição 
Geográfica
Relação 
temporal
Detalhes
Oriente-próximo
Ásia/Oriente 
Médio
Entre 10.000 
a.C. e 9.000 a.C.
Constituiu-se na Síria-
Palestina e, talvez, mais 
amplamente, no conjunto 
do Crescente Fértil.
Centro neo-
guineense
África 10.000 a.C.
Emergiu-se no coração 
da Papuásia-Nova Guiné.
Centro-americano América Central
Entre 9.000 a.C. 
e 4.000 a.C.
Estabeleceu-se no sul do 
México.
Centro chinês Ásia Oriental 8.500 a.C.
Inicialmente, surgiu 
no norte da China, nos 
terraços de solos siltosos 
do médio rio Amarelo, e, 
depois, estendeu-se para 
nordeste e sudeste.
Centro sul-
americano
América do Sul 6.000 a.C.
Desenvolveu-se nos 
Andes peruanos ou 
equatorianos.
Centro norte-
americano
América do Norte
Entre 4.000 a.C. 
e 1.800 a.C.
Instalou-se na bacia do 
médio Mississipi.
FONTE: Adaptado de Laurence e Roudart (2009)
FONTE: Adaptado de Laurence e Roudart (2009)
5
3 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO 
O Centro do Oriente-Próximo se consolidou como um dos mais antigos pontos de 
origem da agricultura neolítica (LAURENCE; ROUDART, 2009). Nesse período, os grupos 
humanos possuíam hábitos nômades, caracterizados pala ausência de agricultura e 
sobrevivendo da coleta de frutos e de raízes. Posteriormente, tornaram-se conhecidos 
como grupos, ou sociedades sedentárias, pois passaram a possuir produção agrícola e 
excedentes agrícolas armazenados, os quais permitiam a fixação de uma residência em 
um local determinado, por não existir a necessidade de migrar em busca de alimentação 
(FOCHI; SILVA, 2017). 
Segundo Laurence e Roudart (2009), o período de transição da pré para a pós-
revolução agrícola, nessa região, levou, ao menos, 1.000 anos, e, consequentemente, 
revolucionou fatores técnicos, econômicos e culturais desse período. 
Nessa região do mundo, há, aproximadamente, 12.000 anos antes da presente 
Era, o aquecimento pós-glaciário do clima fez com que a estepe fria de artemísia fosse 
substituída, progressivamente, pela savana de faias e de pistacheiras, rica em cereais 
selvagens (cevada, trigo einkorn – Triticum monococcum, trigo amidoreiro – Triticum 
dicoccum etc.), e que proporcionavam, também, outras fontes vegetais exploráveis 
(lentilhas, ervilha, ervilhaca e outras leguminosas), incluindo caças variadas (javalis, 
cervos, gazelas, aurochs, asnos, cabras selvagens, coelhos, lebres, pássaros etc.) e 
peixes em certos locais (LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 102).
NOTA
Aurochs: Boi da Europa, próximo do zebu da Ásia, já extinto.
Com as modificações climáticas e conforme a oferta alimentar disponível, 
gradativamente, a dieta passou a ser oriunda de um “regime, amplamente, vegetariano, 
[e] se baseava na exploração de recursos abundantes – como jamais existira, a ponto 
de permitir a subsistência de uma população numerosa e sedentária” (LAURENCE; 
ROUDART, 2009, p. 102).
Conforme Eshed e Lippman (2019), existem milhares de frutos, cereais 
e vegetais comestíveis, assim, a sobrevivência das espécies depende de uma 
combinação nutricional, ofertada pela alimentação. Nessa perspectiva, é compreendido 
que a nutrição humana, através da ação de coletadores, foi desenvolvida e dominada, 
precocemente, entre os humanos.
6
A coleta diretamente da natureza era simplificada, pois, segundo Fukuoka (1995, 
p. 11), “árvores e gramas liberam sementes que caem no chão, onde germinam e se 
transformam em novas plantas. [...] O solo, nos campos, é trabalhado pelos pequenos 
animais e raízes, sendo enriquecido pelas plantas, com adubação verde”.
Os recursos alimentares e as tecnologias desenvolvidas, nesse período, 
possibilitaram as progressões populacional e social, estruturando pequenos alojamentosarredondados, alicerçados sobre madeiras, pedras e uma liga formada por barro, 
com a origem de pequenos vilarejos (LAURENCE; ROUDART, 2009). Na Figura 1, será 
apresentada uma reconstituição da estrutura domiciliar do período Neolítico.
NOTA
Os desenvolvimentos tecnológicos da civilização humana, durante o período 
Neolítico, ocorreram de modo gradual. As tecnologias desenvolvidas variavam, 
de acordo com os centros populacionais e o período analisado. 
Com a possibilidade de os grupos humanos fixarem moradias, “o desenvolvimento 
desse novo modo de vida sedentário foi condicionado por toda uma série de inovações 
que permitiram explorar e utilizar, mais intensamente, os novos recursos”. Desse modo, 
foram desenvolvidos utensílios para a coleta, a trituração e o cozimento de todos os 
alimentos que formavam a estrutura da ração alimentar, baseada em vegetais e cereais, 
e complementada por pescados e caças (LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 102).
FIGURA 1 – RECONSTITUIÇÃO DE MORADIAS NO PERÍODO NEOLÍTICO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/stonehenge-neolithic-houses-prehis-
toric-megalithic-stone-726448873>. Acesso em: 24 abr. 2021.
Alguns dos avanços tecnológicos desenvolvidos nesse período foram as foices 
de pedra talhada, além das dentadas com microfilos, facas, machados, moendas 
entalhadas na rocha, pilões, silos e fornos (LAURENCE; ROUDART, 2009). 
7
FIGURA 2 – UTENSÍLIOS TECNOLÓGICOS DO PERÍODO NEOLÍTICO
FONTE: <https://shutr.bz/3xJUx8f>. Acesso em: 24 abr. 2021.
Em geral, admite-se que as primeiras semeaduras aconteceram 
de forma acidental, próximas às moradias, em lugares de debulha 
e de preparo culinário dos cereais nativos. A protocultura teria 
se desenvolvido nesses mesmos terrenos, já desmatados, 
enriquecidos de dejetos domésticos, e sobre terrenos, 
regularmente, inundados pelas cheias dos rios, por sedimentos de 
aluvião, que não exigiam nem desmatamento nem preparo do solo 
(LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 105).
NOTA
Protocultura: Transferência de comportamentos de uma geração 
para outra entre primatas não humanos.
DICA
Neolítico é uma divisão cronológica da chamada Pré-História da 
humanidade, compreendida entre 10.000 a.C. e 4.000 a.C. Neolítico 
significa “pedra nova”, ou, ainda, Idade da Pedra Polida.
Tais denominações indicam que as divisões, nesse período de existência 
humana, foram feitas a partir do desenvolvimento de artefatos 
produzidos pelos homens e de algumas práticas referentes às ações 
deles sobre a natureza.
O fato de utilizarem artefatos construídos a partir de pedras polidas 
dava muita precisão aos cortes dos instrumentos de caça, pesca e 
utilização cotidiana. A maior parte dos artefatos era feita de sílex, ou 
quartzo, mas, também, de ossos de animais e marfim, chegando, ao 
fim do período, ao desenvolvimento de artefatos de metal.
Acompanhe toda a matéria em https://bit.ly/3rr0hj7
8
O desenvolvimento da pedra polida foi fundamental para o preparo do terreno 
para o cultivo. Os machados de pedra lascada não eram úteis para esse fim, pois 
“se lascariam, se desgastariam rapidamente, além de serem de difícil fabricação” 
(LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 105). Acredita-se que machados de pedra polida eram 
utilizados para abrir as clareiras na vegetação. Devido à pouca fragilidade, “podiam 
ser confeccionados com todos os tipos de pedras duras, inclusive, com pedras não 
talháveis, além de poderem ser afiados, sempre que necessário” (LAURENCE; ROUDART, 
2009, p. 105). Após o preparo inicial, executava-se a limpeza do terreno, com a queima 
da vegetação ceifada, antes do cultivo dos cereais e vegetais. Os primeiros locais de 
desenvolvimento dessas técnicas foram o Centro do Oriente-Próximo, o Centro Norte-
Americano e o Centro Chinês. 
4 ORGANIZAÇÃO SOCIAL NEOLÍTICA 
Com o desenvolvimento das tecnologias para o plantio, a colheita e o abate de 
animais, a população humana começou a crescer, exponencialmente, no período entre 
9.500 a.C. e 9.000 a.C. Os grupos sociais alteraram os próprios vilarejos, de 0,2 hectares 
para até três hectares. As casas que, outrora, possuíam formas arredondadas, passaram 
a apresentar uma forma quadrangular, desse modo, as “mudanças testemunham um 
crescimento da população das vilas e de uma transformação da organização social. Essa 
época coincide, ainda, com o desenvolvimento da cerâmica cozida utilitária, com o progresso 
da produção de machados e enxós de pedra polida” (LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 105), 
incluindo o desenvolvimento de peças de artesanato e a conservação de ossadas.
A domesticação das plantas e dos animais garantia a produção de uma dieta 
baseada em cereais, vegetais e carnes de abate. Essas adaptações sociais fogem 
de uma linha temporal linear, não sendo possível confirmar, até o momento, quanto 
tempo levou para todos os grandes centros populacionais dominarem essas técnicas 
(LAURENCE; ROUDART, 2009).
NOTA
No Neolítico, os grupos humanos deixaram de ser nômades, ou seja, 
mudavam, constantemente, de lugar, em busca de melhores condições 
de sobrevivência, e se transformaram em sedentários. Os hominídeos se 
fixaram em um determinado lugar. Isso possibilitou o desenvolvimento 
da agricultura. 
FONTE: <https://bit.ly/3vjPatl>. Acesso em: 24 abr. 2021.
9
FIGURA 3 – SOCIEDADE NEOLÍTICA
FONTE: <https://www.shorthistory.org/prehistory/neolithic-society/>. Acesso em: 24 abr. 2021.
Essa crescente populacional começa a extrapolar os recursos dos centros 
populacionais, foi o processo denominado de “superexploração do meio”. Desse modo, 
“a menos que essa população encontre um meio de conter o próprio crescimento [...], ou 
um meio de obter novos recursos, pelo deslocamento total, ou parcial, dos habitantes, 
rumo a territórios desocupados ou subexplorados, ou pela conquista e a colonização 
de territórios já ocupados” (LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 107), a tendência seria o 
desenvolvimento de conflitos internos em busca de alimento e degradação estrutural 
do centro populacional.
DICA
[...] A revolução  agrícola  foi uma das marcas do período Neolítico. Com a 
sedentarização dos grupos humanos, pôde-se observar, além de reconhecer 
os fenômenos naturais e explorar a natureza em benefício do grupo. Além 
disso, o primitivo pôde utilizar a terra, plantando e colhendo frutos. Com 
essa mudança, aumentou-se o número populacional e os grupos humanos 
se transformaram em sociedades mais complexas, abrindo espaço para 
a formação de um Estado que as administrasse. Surgia, assim, a figura do 
chefe do grupo, uma pessoa respeitada e obedecida pelos demais.
Outra mudança ocorrida, nesse período Neolítico, diz respeito à moradia. A caverna não 
era mais o lugar ideal para ser habitado. Foi muito útil nos tempos do Paleolítico, mas, no 
Neolítico, a sedentarização exigiu a construção de casas feitas de madeira, barro ou adobe. 
Para alguns estudiosos do período, a construção de moradias fez surgir os  primeiros 
traços da arquitetura.   
A principal produção econômica foi a agricultura. Ao explorar a terra, os grupos neolíticos 
puderam plantar e colher sementes, além de armazená-las para tempos futuros, ou 
para trocas de excedentes com outros grupos.
Acompanhe toda a matéria em https://bit.ly/3M7hyFO
10
Os conceitos de sobrevivência dessas sociedades eram muito desenvolvidos, 
vislumbrando que todos os indivíduos tinham condições de semear o solo, incluindo 
o manejo de animais para a captura, a domesticação, o abate e a caça, algo dominado 
por todos, dos coletores até os caçadores. Ainda, uma das grandes dificuldades 
do período Neolítico era a organização social dentro dos centros populacionais em 
expansão. Desenvolveram-se métodos e regras para a retirada imediata de recursos 
para a alimentação, deixando reservas alimentares e sementes para o próximo plantio. 
Os abates de animais domésticos ocorriam de modo descontrolado, não tendo em 
consideração se eram jovens, se estavam em fase de crescimento ou se estariam 
findando a possibilidade de renovação do rebanho (LAURENCE;ROUDART, 2009). 
Difícil era, também, preservar os campos semeados por um grupo 
com direito de “coleta”, até então, reconhecido pelos outros grupos, 
e os animais de criação de direito de “caça”. Era, enfim, difícil garantir 
a repartição dos frutos do trabalho agrícola entre os produtores-
consumidores de cada grupo, não somente no quotidiano, mas, 
sobretudo, e, ainda mais difícil, quando do desaparecimento dos anciãos 
e no momento da subdivisão de um grupo, que se tornara muito grande, 
em vários grupos menores (LAURENCE; ROUDART, 2009, p. 108).
FIGURA 4 – RECONSTRUÇÃO DIGITAL DE UMA SOCIEDADE NEOLÍTICA
FONTE: <https://shutr.bz/3EdRTIV>. Acesso em: 24 abr. 2021.
A organização social começou a ascender a partir do remodelamento das 
moradias, mobiliários, sepulturas e do desenvolvimento artístico, possibilitando 
uma transição da predação da flora e da fauna para o desenvolvimento agrícola. 
Aparentemente, durante essa reformulação de ações predatórias para ações agrícolas, 
outras funções sociais surgiram, como a criação de grupos domésticos de produção 
e de consumo. Esses pequenos grupos, que receberam a nomenclatura de “grupos 
familiares”, eram responsáveis pela produção, pela coleta e pela distribuição dos 
alimentos entre si. 
Esses grupos familiares possuíam um teto próprio, um forno, um silo, 
e, conforme a estação, sementes estocadas ou no solo, cultivo de 
cereais em fase vegetativa ou ainda não colhidos, incluindo animais. 
Nessas unidades familiares bem extensas, a divisão do trabalho e 
das responsabilidades, conforme o sexo e a idade; a repartição dos 
produtos, mas, também, o destino dos rapazes, das moças e de certos 
bens, em caso de casamentos; e a transmissão de responsabilidades 
11
e de bens quando do falecimento dos anciãos, ou, ainda, no momento 
da segmentação do grupo, obedeciam, necessariamente, a um 
mínimo de regras sociais. Elas garantiam a reprodução proporcional 
do grupo e das linhagens de plantas cultivadas e de animais 
domésticos dos quais dependia essa sobrevivência (LAURENCE; 
ROUDART, 2009, p. 109).
12
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A utilização da pedra lascada proporcionou inúmeros avanços tecnológicos no 
período Neolítico.
• Os grupos humanos conquistaram a possibilidade de se tornar sedentários, ou seja, 
de possuir um local fixo para moradia.
• A Revolução Agrícola ocorreu em, pelo menos, seis grandes centros populacionais.
• O centro populacional mais antigo, localizado até o momento, é o centro do 
Oriente-Próximo.
• O centro populacional mais novo, localizado até o momento, é o centro Norte-
Americano.
• O desenvolvimento tecnológico da civilização humana, durante o período Neolítico, 
ocorreu de modo gradual.
• No período Neolítico, as comunidades utilizavam ferramentas, como foices de pedra 
talhada e dentadas com microfilos, facas, machados, moendas entalhadas na rocha, 
pilões, silos e fornos.
• Domesticaram-se plantas e animais para a produção de uma dieta baseada em 
cereais, vegetais e carnes de abate.
• A organização social começou através do remodelamento de moradias, mobiliários, 
sepulturas e produções artísticas.
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1 Estudos apontam que a espécie humana utilizava ferramentas e utensílios de pedra 
lascada desde a Pré-História. Estima-se que o ser humano começou a utilizar a pedra 
polida na era:
a) ( ) Glacial.
b) ( ) Paleolítica.
c) ( ) Neolítica.
d) ( ) Idade dos Metais.
2 Com a domesticação animal e os conhecimentos na agricultura, desenvolveram-se os 
centros populacionais. A finalidade desses centros era produzir alimentos suficientes 
para toda a sociedade, podendo ocorrer atividades específicas, conforme o sexo e 
a idade dos indivíduos. Desse modo, relacione o centro populacional às respectivas 
características geográficas, numerando as colunas de modo adequado:
I - Oriente-próximo
II - Centro-americano
III - Norte-americano
IV - Sul-americano
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – III – IV – II. 
b) ( ) II – I – IV – III. 
c) ( ) IV – III – I – II. 
d) ( ) II – I – III – IV. 
3 No período Paleolítico, ocorreram avanços funcionais de produção desenvolvidos 
pela espécie humana. Esses avanços promoveram uma progressão da população 
existente, através da produção de alimentos. Assim, disserte a respeito da utilização 
de utensílios e de ferramentas no período Neolítico, informando a finalidade e as 
consequências da utilização deles. 
AUTOATIVIDADE
( ) Estabeleceu-se no seu do México.
( ) Constituiu na Síria-Palestina, e, talvez, mais 
amplamante, conjunto do Crescente Fértil.
( ) Desenvolveu-se nos Andes peruanos ou 
equatorianos.
( ) Instalou-se na bacia do médio
14
4 De acordo com os estudos de Laurence e Roudart (2009), a Revolução Agrícola levou 
em torno de 1.000 anos para desenvolver os próprios potenciais técnicos, culturais e 
econômicos. Com o desenvolvimento técnico e de equipamentos apropriados, como 
era organizada a alimentação dos grupos sedentários? 
FONTE: LAURENCE, M. M.; ROUDART, L. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contem-
porânea. v. 69. São Paulo: UNESP, 2009.
a) ( ) Era baseada em vegetais, cereais, pescados e caças.
b) ( ) Era baseada, apenas, em leguminosas coletadas.
c) ( ) Era baseada em vegetais e cereais coletados.
d) ( ) Era baseada, apenas, na caça.
5 Anteriormente ao desenvolvimento dos centros populacionais, a espécie humana 
possuía o hábito e a necessidade de viver como nômade. Disserte a respeito de como 
você compreende esse estilo de vida.
15
ECOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, bem-vindo ao Tópico 2! Você, provavelmente, já deve ter 
ouvido falar do tema Ecologia.
 
Neste tópico, abordaremos as principais linhas de pensamento que sustentam 
o conceito de ecologia. Compreenderemos os níveis de organização ecológica, ponto a 
ponto, construindo, desse modo, a estrutura da biosfera. Ainda, traçaremos os conceitos 
dos principais biomas pelo globo terrestre, incluindo a sustentabilidade. 
 
Ao fim deste segundo tópico, você deverá conseguir compreender o conceito 
de ecologia e diferenciar e caracterizar os principais biomas e a organização da biosfera, 
desde a menor unidade até a estrutura macro. Por isso, é, extremamente, importante a 
sua dedicação ao longo desta nossa jornada. Bons estudos!
2 ECOLOGIA 
 
A palavra ecologia se originou do grego oikos (casa) e logos (estudo), com o 
seguinte significado literal: “estudo da casa”. A definição veio a ser apresentada em 1866, 
por Ernest Haeckel, um discípulo de Charles Darwin. De acordo com ele, a ecologia é 
a ciência responsável pela compreensão relacional dos organismos com o ambiente 
(TOWNSEND; BEGON; HAPER, 2013). No Quadro 2, poderemos compreender a ecologia a 
partir da perspectiva de outros pesquisadores.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
NOTA
“Se você observar formigas colhendo migalhas na calçada ou assistir a um 
vídeo de ursos polares caçando no gelo marinho, você estará estudando 
ecologia. A partir dessas experiências simples, a maioria das pessoas sabe 
que os organismos, na Terra, estão conectados entre si e com o ambiente. 
Ecologia é a exploração dessas interconexões, e é mais, simplesmente, 
definida como o estudo das relações entre organismos e ambiente físico. 
Os ecólogos estudam essas interações em escalas diferentes e com 
métodos diferentes, mas todos concordam que a ecologia é, antes de 
tudo, um esforço científico” (SAVADA et al., 2020, p. 716). 
16
Atualmente, um dos conceitos mais aceitos em relação à ecologia é a ciência 
que estuda a relação entre os seres vivos e os demais componentes do ambiente, ou 
seja, o estudo do ambiente, com seus fatores físicos, químicos e biológicos que afetam 
os organismos (ALVES; BRANDT; ALVES, 2013).
Compreendemos que o planeta Terra é habitado por uma gigantesca gama de 
organismos. Esses organismos não estão distribuídos aleatoriamente. A divisão ocorre 
por características dos próprios organismos,como é expresso nas contribuições de 
Charles Darwin e Alfred Wallance, podendo, assim, ser compreendido os padrões da 
diversidade no nosso planeta (SAVADA et al., 2020).
QUADRO 2 – PERSPECTIVAS DE ECOLOGIA
Ernest Haeckel (1866)
“É a ciência capaz de compreender a relação do 
organismo com o ambiente”.
Bourdon-Sanderson 
(1893)
“É a ciência que se ocupa das relações externas de 
plantas e animais entre si e com as condições passadas 
e presentes de existência”.
Tansley (1904)
“São aquelas relações de plantas, com o entorno e entre 
elas, que dependem, diretamente, de diferenças de 
habitats entre plantas”.
Elton (1927)
“É, principalmente, relacionada com o que pode ser 
chamado de sociologia e economia de animais, e 
não com a estrutura de outras adaptações que eles 
apresentam”.
Andrewartha (1961)
“É o estudo científico da distribuição e da abundância 
de organismos”.
Phillipson (1969)
“É o estudo das inter-relações entre o ser vivo e o 
ambiente físico, e com todos os outros organismos que 
vivem nesse ambiente”.
Krebs (1972)
“É o estudo científico das interações que determinam a 
distribuição e a abundância de organismos”.
Rickles (1973)
“É o estudo do ambiente natural, particularmente, das 
relações entre os organismos e as adjacências deles”.
Odum (1977)
“É o estudo da estruturação e da funcionalidade da 
natureza”.
Dajoz (1978)
“É a ciência que estuda as condições a partir da quais 
os seres vivos existem e as interações deles com o 
meio”.
17
Pianka (1983)
“É estudo das relações entre os seres vivos e os fatores 
físicos e biológicos que os atingem, ou são afetados por 
eles, direta ou indiretamente”.
Lopes e Rosso (2005)
“A ecologia é uma área da biologia que se preocupa em 
estudar as relações entre os seres vivos e entre eles e o 
meio ambiente em que vivem”.
FONTE: Adaptado de Townsend, Begon e Haper (2013) e Alves, Brandt e Alves (2013)
FONTE: Adaptado de Townsend, Begon e Haper (2013) e Alves, Brandt e Alves (2013)
Dentro da estrutura ecológica, existem conceitos específicos que devem 
ser compreendidos para o pleno desenvolvimento das atividades vinculadas à 
ecologia. Podemos definir a espécie como o conjunto de indivíduos semelhantes em 
características estruturais, funcionais e de reprodução, apresentando uma “propagação 
genética própria em resposta às pressões do ambiente ao longo da evolução” (ALVES; 
BRANDT; ALVES, 2013, p. 8). Os organismos são as unidades fundamentais na 
ecologia, todas as formas de vida, unicelulares ou pluricelulares, consideradas como 
seres vivos individuais, vivendo em um habitat, que é o perímetro a partir do qual uma 
determinada espécie vive dentro de um ecossistema. As regiões de transição entre duas 
ou mais comunidades de ecossistemas são denominadas de ecótonos, e o conjunto de 
todos os ecossistemas da Terra, presentes na litosfera, na hidrosfera e na atmosfera, é 
denominado de biosfera (ALVES; BRANDT; ALVES, 2013).
NOTA
“Ao estudar os efeitos ecológicos da mudança climática sobre uma 
determinada espécie, os ecólogos, talvez, tivessem que combinar 
observações de espectro de temperatura da espécie com experimentos 
de curto prazo a respeito dos efeitos do aquecimento na distribuição dela 
e, então, usar modelos para projetar como as distribuições poderiam 
mudar com a continuidade do aquecimento” (SAVADA et al., 2020, p. 717).
FIGURA 5 – NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ECOLÓGICA
18
FONTE: O autor
A população é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie, os quais habitam 
em uma área em comum, sendo utilizada com inúmeras finalidades de mensuração, dentre 
elas, a natalidade, a mortalidade, a idade etc. Já as comunidades são definidas como 
os conjuntos de populações de um determinado local que podem interferir e interagir, 
direta ou indiretamente, umas com as outras. Todas essas comunidades fazem parte do 
ecossistema, e o local no qual essas comunidades habitam é denominado de biótipo.
NOTA
Savada et al. (2020, p. 717) apresentam que a “ecologia é o estudo científico 
das relações entre os organismos e o ambiente. A ecologia é estudada em 
múltiplos níveis de organização, desde indivíduos até a biosfera. Os ecólogos 
utilizam uma combinação de observações, experimentos e modelos para 
testar teorias ecológicas”.
19
FIGURA 6 – SISTEMAS ECOLÓGICOS
FONTE: Savada et al. (2020, p. 716)
3 BIOMAS
Os biomas descrevem os macros sistemas e as especificidades deles, sejam 
regionais ou subcontinentais, apresentando características, como vegetação nas 
florestas, areia nos desertos ou praias etc. 
Até o momento, foram apresentados os níveis da organização ecológica, 
e ilustrado como esse sistema funciona, mas você, acadêmico, já se perguntou se a 
latitude e a altitude podem influenciar a presença de determinados organismos?
20
FIGURA 7 – BIOMA AMAZÔNICO
FONTE: <https://shutr.bz/3xBjClF>. Acesso em: 24 abr. 2021.
FIGURA 8 – BIOMA DESÉRTICO
FONTE: <https://shutr.bz/3uQT5yP>. Acesso em: 24 abr. 2021.
DICA
O Brasil é formado por seis biomas com características distintas: Amazônia, 
Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Cada um desses ambientes 
abriga diferentes tipos de vegetação e de fauna.
Como a vegetação é um dos componentes mais importantes da biota, os estados de 
conservação e de continuidade dela definem a existência, ou não, de hábitats para as 
espécies, a manutenção de serviços ambientais e o fornecimento de bens essenciais à 
sobrevivência das populações humanas.
Para a perpetuação da vida nos biomas, é necessário o estabelecimento de políticas 
públicas ambientais, incluindo a identificação de oportunidades para a conservação, o uso 
sustentável e a repartição de benefícios da biodiversidade.
• Amazônia: é o maior bioma do Brasil e abriga mais de 2.500 espécies de árvores e 30 
mil de plantas.
• Caatinga: ocupa dez estados brasileiros, abriga 1.487 espécies de fauna e 27 milhões 
de pessoas.
21
• Cerrado: detém 5% da biodiversidade do planeta e é reconhecido como a savana mais 
rica do mundo.
• Mata Atlântica: cerca de 15% do território é coberto pelo bioma, e é reconhecida como 
Patrimônio Nacional.
• Pampa: contempla paisagens naturais variadas, de serras a planícies, de morros 
rupestres a coxilhas.
• Pantanal: é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta.
Acompanhe toda a matéria em https://antigo.mma.gov.br/biomas.html.
FIGURA 9 – PRINCIPAIS BIOMAS DO MUNDO
Tundra
Floresta boreal
Zona de montanha
Floresta temperada decidual
Floresta temperada perenifólia
Bosques arbustivos e arbóreos temperadosGelo polar
Equador
Floresta estacional tropical
Floresta tropical pluvial
Campo temperado
Deserto
FONTE: Savada et al. (2020, p. 727)
NOTA
“Os ecólogos classificam os biomas terrestres, principalmente, pelas formas 
de crescimento das próprias plantas dominantes, que refletem a evolução 
dessas plantas segundo os padrões anuais de temperatura e precipitação” 
(SAVADA et al., 2020, p. 726).
Dentre todos os biomas encontrados no globo terrestre, abordaremos a floresta 
tropical pluvial, o deserto, o campo temperado, a floresta temperada decidual, a 
floresta boreal, a floresta temporada perenifólia e a tundra.
22
A floresta tropical pluvial se localiza nas regiões equatoriais, devido às altas 
temperaturas e aos períodos chuvosos durante o ano. Esse bioma é propício para o 
crescimento das espécies, chegando a ter até 500 espécies distintas por quilometro 
quadrado, valor equivalente a 140 campos de futebol. Estima-se que esse bioma abrigue 
50% de todas as espécies conhecidas até o momento (ALVES; BRANDT; ALVES, 2013; 
SAVADA et al., 2020). Elas “[...] fornecem, aos seres humanos, uma gama de produtos, 
incluindo frutos (secos e polposos), medicamentos, combustível, polpa e madeira para 
móveis” (SAVADA et al., 2020, p. 727). 
O bioma deserto é localizado em duas faixas aproximadas: 30º de latitude norte 
e 30º de latitude sul. Quanto mais distante das bordas continentais, menor a incidência 
de chuvas, como é o caso da região centraldo Saara (sito na África) e a região central da 
Austrália (sito na Oceania) (SAVADA et al., 2020).
FIGURA 10 – BIOMA DESERTO EM PONTOS DISTINTOS DO GLOBO
A) Deserto do Saara, no continente africano
A) Cactus cholla.
B) Deserto Pinnacles, no continente da Oceania
B) Orix da Arábia.
FONTE: <https://bit.ly/36tq9DO>. Acesso em: 24 abr. 2021.
Nesse bioma, a flora e a fauna se adaptam, estrutural e fisiologicamente, para 
conservar água. Os animais de pequeno porte possuem hábitos noturnos, desse modo, 
evitam a temperatura escaldante do dia. Vislumbramos que “os mamíferos do deserto 
apresentam adaptações fisiológicas para a conservação de água, incluindo um número 
reduzido de glândulas sudoríparas e rins produtores de urina, altamente, concentrada” 
(SAVADA et al., 2020, p. 728).
FIGURA 11 – ADAPTAÇÕES DA FLORA E DA FAUNA NO BIOMA DESERTO
FONTE: <https://bit.ly/3OlKAn2>. Acesso em: 24 abr. 2021.
23
FIGURA 12 – CAMPOS TEMPERADOS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E NO CANADÁ
A) Campos de Sand Hill no Valentine National
Wildlife Refuge, Nebraska, Estado Unidos.
B) Doninha-de-patas-pretas selvagem (Mustela
nigripes) no Grasslands National Park,
Saskatchewan, Canadá.
FONTE: <https://bit.ly/3JOibm9>; <https://bit.ly/3xABDQQ>. Acesso em: 24 abr. 2021.
Os campos temperados são localizados em várias regiões do mundo, como 
nos pampas da Argentina, nos velds da África do Sul e nas planícies da América do Norte. 
São caracterizados por altas temperaturas na temporada de verão e longos períodos de 
seca durante o ano (SAVADA et al., 2020). 
A vegetação dos campos é, estruturalmente, simples, mas rica em espécies 
de gramíneas e ervas latifoliadas perenes. As plantas de campo suportam grandes 
quantidades de mamíferos herbívoros e estão adaptadas ao pastejo e ao fogo. Elas 
armazenam grande parte da energia no subsolo e rebrotam rapidamente, após serem 
queimadas ou pastejadas. Existem, comparativamente, poucas árvores nos campos 
temperados, porque elas não conseguem sobreviver às condições de queimadas ou 
secas periódicas A camada superior dos solos dos campos é, geralmente, rica e profunda, 
sendo, portanto, excepcionalmente, bem adequada para o cultivo de lavouras, como de 
milho e de trigo (SAVADA et al., 2020, p. 729).
A floresta temperada decidual é encontrada na Europa, no leste da América 
do Norte e da Ásia. Nesse bioma, a temperatura varia de -5ºC a 20ºC nas temporadas de 
inverno e verão, respectivamente. Devido a essas alterações térmicas, “as árvores decíduas, 
que dominam essas florestas, perdem as folhas durante os invernos frios, e produzem novas 
folhas durante os verões quentes e úmidos” (SAVADA et al., 2020, p. 730). 
Se compararmos o número de espécies encontradas nas regiões com 
esse bioma, visualizaremos uma diversidade nos Estados Unidos e no leste da Ásia, 
possivelmente, por esses locais não sofrerem a cobertura das geleiras do Pleistoceno 
(SAVADA et al., 2020).
24
NOTA
Pleistoceno: época geológica da história da Terra que, segundo 
muitos geólogos, começou há cerca de 1.750.000 anos e terminou, 
aproximadamente, há dez mil anos. A época plistocena abrangeu 
um período chamado de Idade do Gelo, quando várias camadas de 
gelo cobriram vastas regiões da Terra. Antropólogos creem que o ser 
humano primitivo começou, gradualmente, a evoluir para a forma atual 
durante o Plistoceno.
FIGURA 13 – BIOMA FLORESTA TEMPERADA DECIDUAL
FONTE: <https://www.nps.gov/im/ncrn/eastern-deciduous-forest.htm>; <https://www.viajarpelomundo.
com/2015/11/miyajima-uma-ilha-sagrada.html>. Acesso em: 24 abr. 2021.
A) Floresta temperada decidual nos Estados
Unidos da América.
B) Floresta ma ilha de Miyajuma, Japão.
A floresta boreal possui invernos longos e com baixíssimas temperaturas, 
podendo chegar a -30ºC no mês de janeiro. A vegetação dominante, nesse bioma, são 
as coníferas, o que facilita desaglomerar a neve sobreposta. “Os mamíferos dominantes 
da floresta boreal, como o alce-americano e as lebres, comem folhas, mas as sementes, 
nos estróbilos (cones) das coníferas, sustentam uma diversidade de roedores, aves e 
insetos“ (SAVADA et al., 2020, p. 730).
FIGURA 14 – BIOMA FLORESTA BOREAL
FONTE: <https://shutr.bz/3EsL86i>. Acesso em: 24 abr. 2021.
25
O bioma floresta temperada perenifólia é localizado nas costas dos continentes 
dos Hemisférios Norte e Sul. Possui invernos úmidos e amenos, e verões frios e secos. A 
vegetação varia, conforme a posição geográfica desse bioma, são predominantes, as 
coníferas, no Hemisfério Norte, e, as faias-do-sul, no Sul (SAVADA et al., 2020).
O bioma tundra é encontrado, apenas, em latitudes altas (> 65º). Uma das 
principais características dele são as baixas temperaturas, incluindo os curtos espaços 
férteis. “Esse bioma é embasado por pergelissolo (permafrost) – solo permeado com água, 
permanentemente, congelada. Os poucos centímetros superiores do solo descongelam 
durante os curtos verões, quando o Sol pode estar acima do horizonte 24 horas por 
dia“ (SAVADA et al., 2020, p. 371). A vegetação predominante são as ciperáceas, ervas 
latifoliadas, gramíneas, arbustos, liquens e musgos. A fauna é caracterizada, em sua 
maioria, em migrantes de verão, ou dormentes de longos períodos anuais.
FIGURA 15 – BIOMA TUNDRA
FONTE: <https://shutr.bz/37ssvDh>. Acesso em: 24 abr. 2021.
DICA
Produção agropecuária, na Mata Atlântica, pode se tornar neutra em carbono 
dentro de 20 anos
As emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de todos os setores do bioma Mata Atlântica 
(agricultura, mudança de uso da terra, tratamento de resíduos, energia e indústria) foram 
de 8,55 gigatoneladas de CO2 equivalentes (GtCO2e, medida utilizada para comparar as 
emissões de vários Gases de Efeito Estufa baseada no potencial de aquecimento global de 
cada um) entre 2000 e 2018. Apenas com as emissões de 2018, de 450 MtCO2e, o bioma 
poderia ser considerado, naquele ano, o 18º país com mais emissões do mundo, na frente 
do Reino Unido.
Foram emitidas 55 GtCO2e, resultado dos 115 milhões de hectares (ha) de florestas 
desmatadas em 521 anos. Esse valor é 20% maior do que o emitido pelo desmatamento 
da Amazônia. Os dados são do estudo realizado em parceria entre a Fundação SOS Mata 
26
Atlântica, o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e o SEEG (Sistema 
de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), iniciativa do Observatório do Clima. 
O estudo será apresentado nesta quarta (3/11), em evento paralelo, na Conferência do 
Clima de Glasgow (COP-26).
Segundo Luis Fernando Guedes Pinto, diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica, 
essas metas são viáveis, dependendo de medidas de governança e da adoção de melhores 
práticas por tomadores de decisão dos setores públicos e privados. “As ações necessárias, 
para atingirmos esse cenário, combinam políticas de comando e controle e de incentivos 
conhecidas, mas que precisam ser, plenamente, implementadas, ou aprimoradas, como o 
Código Florestal, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), o Plano Nacional 
de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) e o Plano Safra, que, por sua vez, deve 
ser complementado com as vontades políticas internacional, nacional e subnacional, além 
de investimentos do setor privado. Não há barreiras tecnológicas para a implantação, e já 
tivemos avanços, nesse sentido, nos últimos anos”, enumera.
O estudo aponta caminhos que devem ser priorizados para um bioma neutro em todos 
os setores de emissão: substituição do uso de combustíveis fósseis por renováveis no 
transporte nas metrópoles; tratamento de resíduos (esgoto e lixo) nas cidades, associado 
à recuperação do metano e à geração de energia a partir da combustão dele; combate ao 
desmatamento (em especial, nos estados de MG, BA, PR, SC e MS, que concentram 91% 
do total no bioma); adoção de uma agricultura de baixo carbono, com a recuperação de 
pastagens e de solos degradados; pecuária mais eficiente; fixação biológica do nitrogênio; 
e restauração florestal e criaçãode áreas protegidas.
Acompanhe toda a matéria em https://www.sosma.org.br/noticias/producao-agropecuaria-
na-mata-atlantica-pode-se-tornar-neutra-em-carbono-dentro-de-20-anos.
4 PONTO DE PARTIDA DA SUSTENTABILIDADE 
No momento em que o histórico da agricultura é traçado, é possível visualizar 
momentos nebulosos no passado. Os primeiros indícios de lavoura ocorreram na 
Revolução Agrícola, apresentada no Tópico 1 desta unidade. 
De acordo com Khatounian (2001), os desastres ecológicos estão presentes, 
com frequência, a partir das degradações dos recursos naturais. O desenvolvimento e 
as expansões das civilizações ocasionaram o esgotamento da base natural do planeta. 
Um dos fatores que pode ter corroborado com o esgotamento de recursos 
naturais foi a ação sedentária dos centros populacionais. Com um número expressivo 
de habitantes, a demanda de alimentos e de recursos acabou sendo elevada, e, nem 
sempre, a demanda de produção era suficiente para os locais habitáveis (KHATOUNIAN, 
2001; LAURENCE; ROUDART, 2009).
Mas a história humana não se alimentou, apenas, de catástrofes. 
Em vários pontos do planeta, e em várias épocas, acumularam-
se conhecimentos a respeito de formas mais sustentáveis de 
existência. Talvez, o exemplo de maior expressão seja as civilizações 
orientais baseadas no arroz irrigado. Há, pelo menos, 40 séculos, 
essas “civilizações do arroz” ocupam os mesmos terrenos e mantêm, 
27
apenas, com o uso de recursos locais, rendimentos de 2t a 4t de arroz 
por hectare. Na época das grandes navegações, já era, o Extremo 
Oriente, densamente, povoado para os padrões de então, e muito 
mais opulento do que a semibárbara Europa, ainda não bem saída do 
feudalismo (KHATOUNIAN, 2001, p. 18).
FIGURA 16 – TERRAÇO DE ARROZ ORIENTAL
FONTE: <https://shutr.bz/3JRVRIk>. Acesso em: 24 abr. 2021.
NOTA
Quando assumirmos que a natureza vem sofrendo danos em decorrência 
do conhecimento e do comportamento do homem, e renunciarmos a 
esses instrumentos de caos e destruição, ela recuperará a capacidade de 
alimentar todas as formas de vida. Em certo sentido, o caminho, rumo à 
agricultura natural, é o primeiro passo em direção ao restabelecimento da 
natureza (FUKUOKA, 1995).
Ao chegar na América do Sul, no período das grandes navegações, os europeus 
se depararam com um sistema sustentável, baseado na agricultura e nas ações de coleta. 
Esse método combinado não proporcionava grandes modificações nos locais, pois eram 
abertos pequenos roçados para o cultivo, havendo uma manutenção da flora ao redor. 
Essa área roçada era abandonada após um determinado tempo, gradativamente, sendo 
ocupada pela mata nativa (KHATOUNIAN, 2001).
A ingestão proteica e de outros nutrientes não cultivados, nos roçados, era 
proveniente da caça, da pesca e da coleta de pequenos frutos. De acordo com Khatounian 
(2001, p. 2), “alguns antropólogos mencionam que a razão natural das guerras entre os 
indígenas, na época do descobrimento, era o domínio das áreas de coleta de proteínas”.
28
NOTA
O governo brasileiro ampliou a importância da sustentabilidade na agropecuária 
brasileira, incorporando, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 
competências e responsabilidades que estavam em outros ministérios. A implementação 
do Código Florestal, a Política de Governança Fundiária, uma nova visão para a agricultura 
familiar e para a assistência técnica e a extensão rural, incluindo a reincorporação da 
aquicultura e da pesca ao MAPA, permitem repensar nas políticas e nas ações voltadas 
para a sustentabilidade de forma integrada e coordenada.
Diante dessa nova estrutura administrativa e dos enormes desafios a fim de aumentar 
o protagonismo da agricultura brasileira no cenário mundial, o MAPA desenvolveu um 
planejamento para o período entre 2020 e 2023, o qual tem, como principal objetivo, o 
fortalecimento de uma agricultura sustentável, eficiente e competitiva.
FONTE: <https://bit.ly/3oShyjL>. Acesso em: 24 abr. 2021.
Segundo Lamas (2020, s.p.), “a sustentabilidade passou a 
considerar um novo componente, que é a governança, tornando-se, 
assim, mais abrangente. Dessa forma, está sendo frequente o uso do 
tripé ambiental, social e governança – chamado de ESG, como critério 
de sustentabilidade”. 
Quando se fala de ESG os aspectos observados são os impactos ambientais e sociais na 
cadeia de negócios, as emissões de carbono, a gestão dos resíduos e dos rejeitos oriundos 
de uma determinada atividade, as questões trabalhistas e de inclusão dos trabalhadores e 
a metodologia de contabilidade, ou seja, as práticas de gestão, também, são consideradas.
FONTE: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/57539373/artigo---
sustentabilidade-na-agricultura>. Acesso em: 24 abr. 2021.
A questão da sustentabilidade vem ganhando, a cada dia, mais força 
quando se refere à produção de alimentos, fibra e energia. Com os 
novos conceitos, a questão quantitativa deixa de ser a variável mais 
importante da equação da produção agrícola. Assim, a grandeza de 
um empreendimento não será mensurada pelo número, ou tamanho 
das máquinas que realizam uma determinada operação no campo, 
mas, sim, por como se dá a produção daquela soja, milho ou algodão, 
por exemplo. O consumidor de produtos alimentícios, o qual utiliza 
ovo na fabricação, passa a considerar se o ovo foi produzido por 
galinhas criadas em gaiolas ou soltas (LAMAS, 2020, s.p.).
Aborda-se a agricultura sustentável como uma filosofia baseada nos objetivos 
humanos e no entendimento do impacto de longo prazo das nossas atividades no meio 
ambiente e das de outras espécies. Desse modo, a agricultura sustentável cria um 
sistema agrícola integrado, que possui competências para conservar recursos naturais. 
29
Esse sistema reduz a degradação do meio ambiente, mantém a produtividade agrícola 
e promove a economia, em curto e longo prazos, mantendo as comunidades rurais 
estáveis e com qualidade de vida. A seguir, compreenderemos alguns dos pilares desse 
método sustentável (CAMPO, 2020):
• possui objetivos de curto e longo prazos (econômicos e ambientais);
• utiliza as tecnologias mais avançadas;
• busca a conservação dos recursos naturais;
• valoriza a produtividade agrícola e o lucro econômico;
• visa a sistemas agrícolas equitativos;
• almeja a qualidade de vida das gerações atuais e futuras;
• reduz a degradação do meio ambiente com práticas modernas e sustentáveis.
NOTA
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deu início, em 11 de julho 
de 2021, a XVII Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico. O tema da 
campanha de 2021, “Alimento Orgânico: Sabor e Saúde em sua Vida”, pretendia 
ressaltar os benefícios do alimento orgânico para a promoção da saúde, as seguranças 
alimentar e nutricional, o sabor e o aproveitamento integral dos alimentos, aliados ao 
respeito ao meio ambiente e à justiça social. Outra abordagem importante foi informar, aos 
consumidores, onde encontrar, além de identificar os produtos e os serviços vinculados 
à produção orgânica. Em decorrência da pandemia da COVID-19, do isolamento e do 
distanciamento social necessários para o enfrentamento da crise sanitária, o lançamento 
da XVII Campanha Anual de Promoção do Produto Orgânico se deu de forma virtual, nos 
dias 12 e 13 de julho de 2021, utilizando as redes sociais e o site do MAPA.
FONTE: <https://bit.ly/3xBOoL5>. Acesso em: 24 abr. 2021.
Seminário Virtual 12/07/21: Lançamento da XVII Campanha Anual de Promoção do Produto 
Orgânico: <https://www.youtube.com/watch?v=OlnPt4SSrLs>.
Seminário Virtual 13/07/21: Lançamento da XVII Campanha Anual de Promoção do Produto 
Orgânico: <https://www.youtube.com/watch?v=xt6-a4HRhRA>.
30
NOTA
A sustentabilidade deve ser vista pelas dimensões econômica, social e ambiental. 
A dimensão econômica, muitas vezes, a mais considerada, é fundamental para a 
efetividade de qualquer atividade. Toda atividade precisa proporcionar o retorno 
financeiro suficiente para garantir a manutenção dos processos ea adequada 
rentabilidade econômica para os que estão, diretamente, envolvidos. Por sua vez, a 
dimensão social está fundamentada na capacidade que uma determinada atividade tem 
de reduzir as desigualdades e/ou proporcionar equidade social, ou seja, condições dignas 
sob os aspectos da saúde, alimentação, educação, moradia, vestuário e lazer, para todos os 
envolvidos com a atividade. Por fim, a dimensão ambiental está fundamentada na capacidade 
que uma atividade tem de tomar medidas preventivas para evitar alterações no ambiente 
que possam perturbá-lo, de tal forma a interferir na vida das plantas e dos animais.
FONTE: <https://bit.ly/3vmstEW>. Acesso em: 24 abr. 2021.
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Há a ciência que estuda a relação entre os seres vivos e os demais componentes do 
ambiente, ou seja, o estudo do ambiente, com fatores físicos, químicos e biológicos 
que afetam os organismos.
• Uma espécie é o conjunto de indivíduos semelhantes em características estruturais, 
funcionais e de reprodução.
• Um organismo é a unidade fundamental da ecologia. São todas as formas de vida, 
unicelulares ou pluricelulares, consideradas como seres vivos individuais.
• O habitat é o perímetro a partir do qual uma determinada espécie vive dentro de um 
ecossistema.
• O bioma é um macro sistema e possui especificidades e características que definem 
os tipos de flora e de fauna possíveis de serem encontrados.
32
1 Compreendemos que os níveis de organização da ecologia caracterizam e conceituam 
os elementos que compõem tudo que é vivo. A espécie é representada por indivíduos 
semelhantes, e, de modo funcional, estrutural e reprodutivo, o habitat é o local onde 
os seres vivos habitam dentro de um ecossistema. Nesse contexto, disserte a respeito 
do nível organizacional da população.
2 Analise o mapa a seguir. A partir da ilustração proposta por Savada et al. (2020, p. 
726), poderemos observar os biomas predominantes do Brasil. 
AUTOATIVIDADE
FONTE: Savada et al. (2020, p. 726)
Sobre esses Biomas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Floresta tropical pluvial e campo temperado.
b) ( ) Floresta tropical pluvial e floresta estacional tropical.
c) ( ) Floresta estacional tropical e campo temperado.
d) ( ) Floresta tropical pluvial e mata atlântica.
Tundra
Floresta boreal
Zona de montanha
Floresta temperada decidual
Floresta temperada perenifólia
Bosques arbustivos e arbóreos temperadosGelo polar
Equador
Floresta estacional tropical
Floresta tropical pluvial
Campo temperado
Deserto
33
3 Os biomas possuem características específicas para o desenvolvimento da flora 
e da fauna. Quais das opções a seguir são características do bioma da floresta 
tropical pluvial?
I- Altas temperaturas
II- Períodos chuvosos anuais
III- Desenvolvimento de espécies
IV- Fauna preparada para baixas temperaturas
V- Dificuldade para o desenvolvimento de espécies
a) ( ) I – II – III. 
b) ( ) II – IV – V. 
c) ( ) I – II – V. 
d) ( ) I – IV – V. 
4 A sustentabilidade é uma questão evidente nas sociedades humanas desde as origens. 
Assim, disserte a respeito do modelo sustentável que os europeus vivenciaram ao 
chegar nas Américas.
5 Os biomas apresentam características de flora e de fauna, incluindo a presença de 
vegetação abundante, ou áreas desérticas. A partir das características específicas 
dos biomas, onde podemos encontrar o bioma da floresta temperada decidual?
a) ( ) Na Europa, no Leste da América do Norte e no Oeste da Ásia.
b) ( ) Na Europa, no Leste da América do Norte e na Ásia.
c) ( ) Na Ásia, na América Central e no Brasil.
d) ( ) Na Europa, no Leste da América do Norte e na América do Sul.
34
35
TÓPICO 3 - 
AGROECOLÓGICO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo ao último tópico desta unidade! Provavelmente, 
você já deve ter ouvido falar do tema agroecológico e da relação dele com a sustentabilidade.
 
Neste tópico final, abordaremos as principais escolas agrícolas do mundo e a 
perspectiva global da agricultura ecológica. 
Ao fim desta primeira unidade, você deverá conseguir entender e relacionar 
todos os processos de desenvolvimento de origem da agricultura, desde a origem, nas 
sociedades sedentárias, durante a Revolução Agrícola, até o período contemporâneo, 
com altíssimas demandas de produção. Por isso, é, extremamente, importante a sua 
dedicação ao longo desta nossa jornada. Bons estudos!
2 AGRICULTURA ECOLÓGICA
Compreendemos que a ideia de desenvolvimento da agricultura ecológica é 
justificada pela compreensão das consequências das produções em larga escala. Os 
recursos para a produção alimentar, no planeta, não são mais suficientes para o contingente 
populacional global. Com isso, a produção comercial de alimentos se tornou uma grande 
fonte de renda, mas, segundo Khatounian (2001, p. 24), com consequências irreparáveis:
No início dos anos 1960, a publicação de Silent Spring, de Rachel 
Carson, chamou a atenção da opinião pública para os danos que a 
utilização de inseticidas estava causando ao ambiente, inclusive, a 
grandes distâncias das áreas de aplicação. Nas décadas de 1970 e 
de 1980, sucedem-se as constatações da poluição generalizada do 
planeta, dos pingüins [SIC] na Antártida aos ursos polares no Ártico, 
e se avizinha a exaustão iminente das reservas de importantes 
recursos naturais. Em 1992, esse conjunto de informações se 
cristaliza em uma série de documentos apresentados e aprovados 
na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente 
e o Desenvolvimento, a ECO-92, no Rio de Janeiro. Nessa época, as 
alterações climáticas não parecem mais especulação, e os buracos, 
na camada de ozônio, são um fato. A Terra deixara de ser um campo 
ilimitado; tornara-se um pequeno jardim da humanidade.
Com a finalidade de desenvolvimento da agricultura ecológica, originaram-
se nove escolas que abarcam o tema. A especificidade de cada uma será descrita no 
decorrer desta unidade.
UNIDADE 1
36
FIGURA 17 – ESCOLAS DE AGRICULTURA ECOLÓGICA
FONTE: O autor
A escola baseada na biodinâmica teve, como figura central, o educador e 
filósofo Rudolf Steiner. O objetivo dessa escola era o de desenvolver um método rápido 
contra o declínio das lavouras, devido aos adubos químicos. 
Esse método preconizava a moderna abordagem sistêmica, 
entendendo a propriedade como um organismo, e destacava 
a presença de bovinos como um dos elementos centrais para 
o equilíbrio do sistema. Foi muito difundido nos países de 
língua e/ou influência germânica. A escola biodinâmica foi a 
primeira a estabelecer um sistema de certificação para produtos 
(KHATOUNIAN, 2001, p. 25).
Aqui no Brasil, esse estilo de agricultura foi iniciado nas colônias alemãs, 
sendo pioneiro na região Sudeste do país. A fazenda Estância Demétria, localizada em 
Botucatu/SP, desenvolveu-se e assumiu “novas funções e se desmembrou em outras 
organizações, que são, atualmente, ativas na formação de pessoal, certificação e 
divulgação” (KHATOUNIAN, 2001, p. 25).
37
DICA
Fazenda ícone da agroecologia, no Brasil, pode virar loteamento
A Estância Demétria, situada em Botucatu (SP), criada pelo empresário Pedro 
Schmidt, é a mais antiga instituição brasileira de agricultura não convencional.
FONTE: http://glo.bo/3jR1jRi Acesso em: 15 fev. 2022.
Criada, em 1974, pelo empresário Pedro Schmidt, a Estância Demétria fica no município 
paulista de Botucatu. São 225 quilômetros da capital. A propriedade rural estimulou, na 
própria terra, não apenas, a produção agroecológica, batizada de “biodinâmica”, mas 
disseminou essa cultura pelo país, por meio de associações de certificação de propriedades 
e cursos de extensão e pós-graduação reconhecidos pelo Ministério da Educação.
Por mais de 20 anos, a própria Ana Maria Primavesi, agrônoma que deixou um dos maiores 
legados educacionais para a área da agroecologia, no Brasil, ministrou diversos cursos 
no local. Em Itaí, município que fica a 117 km de Botucatu, Primavesi criou,

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