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Aula 2_Parte B

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Disciplina: Metolologia Científica
Professor: Anderson Fabricio
O Universo Acadêmico
Professor Anderson Fabrício
Metodologia e Construção do Conhecimento
Aula 2_Parte B– 16/08
○ O Universo Acadêmico: Metodologia e Construção do 
Conhecimento
■ O Desenvolvimento do Pensamento Científico.
Pauta
A ciência no Ocidente cristão
 A ciência medieval continuou voltada para a discussão
racional e permaneceu desligada da técnica e da pesquisa
empírica.
 Era valorizado o conhecimento teórico em detrimento das
atividades práticas.
 A retomada do pensamento aristotélico reforçou a
concepção reforçou a concepção qualitativa da física e
manteve a astronomia geocêntrica.
Exceções à tradição
 As práticas alquimistas surgiram com
artesãos metalúrgicos e constituíram o
prelúdio da ciência química.
 As técnicas de laboratório eram
depreciadas pela ciência oficial, por
estarem vinculadas à atividade manual.
 A Igreja Católica perseguiu os alquimistas
sob acusação de bruxaria.
Ilustração da obra The ordinal of Alchemy, 
de Thomas Norton (c. 1477), que mostra 
mestre alquimista preparando ingredientes.
A Escola de Oxford
 Em Oxford, na Inglaterra, os
monges franciscanos Robert
Grosseteste e Roger Bacon
ocuparam-se com ciência
natural e matemática.
 Estudaram fenômenos do som
e da luz e teriam avançado na
produção de lentes.
 Adotaram procedimentos
científicos como observação e
experimentação.
A contribuição árabe
 A cultura árabe exerceu indiscutível influência no
desenvolvimento da ciência, inclusive no Ocidente, no
período do século VIII ao XII.
 Os árabes eram herdeiros de uma tradição de estudos de
óptica, geografia, geologia e meteorologia.
 A partir da ocupação da Andaluzia, sul da Espanha, os árabes
influenciaram a ciência e a filosofia no Ocidente, tendo sido
os primeiros a traduzir Aristóteles.
Crise do pensamento medieval 
 No final da Idade Média, o princípio da autoridade exigia
a aceitação incondicional dos textos bíblicos e das ideias dos
grandes pensadores.
 Desenvolveu-se então uma tendência laica e de crítica à Igreja.
 O clero reagiu com violência, instituindo o Tribunal da
Inquisição e o Index.
Pensadores pré-renascentistas
 Guilherme de Ockham defendeu a
separação entre fé e ciência, bem
como a autonomia do poder civil ante
o poder religioso.
 Dante Alighieri e Marsílio de Pádua
defenderam a não intervenção do
papa no exercício do poder do
imperador. Para eles, a condução do
Estado não cabia à Igreja Católica.
Retrato de Dante Alighieri, 
de Sandro Botticelli, 1495
A criação de Adão, 
afresco de 
Michelangelo 
Buonarroti, 1511
A modernidade científica e filosófica 
Renascimento
 No Renascimento, o espiritualismo religioso da Idade Média
cedeu espaço para o racionalismo do pensamento humanista.
 Antropocentrismo: o homem passa a assumir posição central
nas reflexões dos novos pensadores.
 Racionalismo: na busca pelo conhecimento, a razão supera a fé.
 Saber ativo: conhecimento preocupado em transformar a
realidade. Valorização do trabalho e da técnica.
 Língua: o latim começa a conviver com as línguas nacionais nas
obras dos pensadores.
 Os humanistas fizeram críticas aos costumes, ao clero, à
política e alguns deles elaboraram utopias.
Pensadores humanistas 
 Ensaios, de Montaigne, é uma obra que destaca a
subjetividade: um olhar para dentro de si mesmo e o
reconhecimento do uso autônomo da razão.
 Filósofo cético, Montaigne denunciou com agudeza e ironia os
costumes do seu tempo, a hipocrisia e as superstições.
 Seus ensaios inauguraram um novo gênero literário, o ensaio,
de cunho autobiográfico, algo inédito até então.
Montaigne
 No século XVII, Galileu teorizou sobre o método científico: a
ciência rompia com a filosofia aristotélico-escolástica.
 O filósofo desenvolveu o método de observação, a
experimentação e recorreu à matemática: uma nova
concepção de saber.
A ciência do século XVII 
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 Enquanto a física aristotélica era qualitativa, Galileu
introduziu a medida, ao fazer a descrição
quantitativa dos fenômenos.
 Investigou o espaço físico nos seus aspectos objetivos,
ou seja, naqueles em que se pode aplicar um
tratamento matemático.
A nova física
 Para a concepção heliocêntrica – não aceita pela Igreja –
Galileu aproveitou os estudos de Copérnico.
 Com o auxílio da luneta e da observação direta, destruiu a
harmonia do cosmo aristotélico que persistia na visão
ptolomaica geocêntrica.
 Estabeleceu as novas leis do Universo ao proceder à
geometrização do espaço e a sua “democratização”: não
há mundo superior ou inferior, todos os espaços se
equivalem.
A astronomia heliocêntrica
 Deve-se a Isaac Newton (1642-1727) a elaboração da teoria da
gravitação universal.
 A teoria científica consiste em um sistema que reúne e explica
várias leis referentes a fenômenos diversos.
A síntese newtoniana
Entre a razão 
e os sentidos
Em busca do método 
 Modernidade é o período que se esboçou no Renascimento e
desenvolveu-se na Idade Moderna, atingindo seu auge na
Ilustração, no século XVIII.
 A modernidade caracteriza-se pela valorização da razão,
responsável pelo crescente interesse pelo método.
 A preocupação dos filósofos em não se enganar levou à revisão
da metafísica tradicional. Duas respostas surgiram para essa
nova questão: o racionalismo e o empirismo.
 Racionalismo: valorização da razão no processo de aquisição do
conhecimento (Descartes, Espinosa, Leibniz).
 Empirismo: valorização da experiência sensível no processo de
aquisição do conhecimento (Bacon, Locke, Berkeley, Hume).
 A dúvida metódica não admite
certezas que não estejam imunes à
dúvida.
 Descartes duvida do testemunho dos
sentidos e do senso comum.
 Ele interrompe a cadeia de
dúvidas diante de uma primeira
intuição: “Penso, logo existo”
(Cogito, ergo sum). Essa intuição
primeira leva à afirmação da
existência de Deus e do mundo.
Racionalistas 
Retrato de Descartes, pintura de 
Frans Hals, 1649
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 Descartes (1596-1650) buscava encontrar um método seguro que
o conduzisse à verdade indubitável.
Racionalistas 
 Desenvolveu uma diferente concepção de
Deus, como ser imanente ao Universo, ou
seja, que não se separa de sua criação.
 Conhecimento adequado: o conhecimento
racional é que nos permite distinguir os
desejos verdadeiros daqueles que nos
afastam dela. É este conhecimento que
nos torna livres.
 Conhecimento inadequado: por ser
estimulado exteriormente, constitui-se
fonte de fantasias e ilusões. Retrato de Baruch Espinosa, 
pintura da escola alemã, 1665 
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 Espinosa (1632-1677) cria uma teoria original ao privilegiar a ética
na construção do pensamento.
 Para ele, o conhecimento está vinculado ao desejo e aos afetos de
alegria e de tristeza.
Empiristas
 Francis Bacon (1561-1626) propunha um conhecimento
baseado no saber experimental e na lógica indutiva.
 Criticou o saber contemplativo medieval e a lógica dedutiva
aristótelica.
 Denunciou os preconceitos e as noções falsas que dificultam a
apreensão da realidade, aos quais chama de ídolos: da tribo,
da caverna, do mercado, do teatro.
 Para ele, a mente é como um papel em
branco, por isso o conhecimento
começa com a experiência sensível.
 Distinguiu duas fontes possíveis para
nossas ideias: a sensação e a reflexão.
 A sensação resulta de um estímulo
externo, pelo qual a mente é modificada
por meio dos sentidos.
 A reflexão se processa internamente,
é a percepção que a alma tem daquilo
que nela ocorre.
Empiristas
Retrato do filósofo inglês 
John Locke, século XVII
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 John Locke (1632-1704) criticou a noção de ideias inatas.
Empiristas
Retrato do filósofo inglês David 
Hume, do gravurista e pintor W. 
Holl, século XVIII
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 Para Hume (1711-1776) o conhecimento tem início com as percepções
individuais, que podem ser impressões ou ideias.
 As impressões são as percepções originárias
que se apresentam à consciência com maior
vivacidade, tais como as sensações (ouvir,
ver, sentir dor ou prazer etc.).
 As ideias são cópias pálidas das impressões
e, portanto, mais fracas.
 Hume criticou a noção de causalidade,
porque, para ele, as relações de causa e efeito
resultam do hábito, criado pela associação de
casos semelhantes.
 Hume admite seu ceticismo ao reconhecer os
limites muito estreitos do entendimento
humano.
 Berkeley (1685-1753) criticou o racionalismo e superou
algumas noções dos próprios empiristas.
 Adotou um imaterialismo, pelo qual nega a possibilidade
de conhecermos o mundo.
 Resume essas impossibilidades pela expressão “ser é ser
percebido”: o ser das coisas consiste em ser percebido
pelo sujeito pensante.
 Portanto, só a ideia é real: trata-se de um idealismo.
Empiristas
O Iluminismo 
Contextualização
 Datado do século XVIII, o Iluminismo foi um período caracterizado pela
confiança no poder da razão para transformar o mundo e pelo
otimismo no progresso do espírito humano.
 O século XVIII ficou marcado pelas revoluções burguesas, fortemente
influenciadas pelo Iluminismo: independência dos Estados Unidos
(1776), Revolução Francesa (1789), Conjuração Mineira (1789) e
Conjuração Baiana (1798).
 Entre os pensadores iluministas, destacam-se Diderot, D’Alembert,
Voltaire, Rousseau, Condorcet e Kant.
Kant e o criticismo
Retrato do filósofo Immanuel 
Kant, c. 1768
 Immanuel Kant (1724-1804) foi o principal filósofo
do Iluminismo alemão.
 Sua filosofia, conhecida como criticismo, colocou
a razão em um tribunal.
 Kant superou a oposição entre o racionalismo e o
empirismo: o conhecimento é constituído
ao mesmo tempo de algo que recebemos da
experiência (a posteriori) e de algo que já existe
em nós mesmos (a priori).
Kant e o imperativo categórico
 Estabeleceu a distinção entre fenômeno e coisa em si. Conhecemos
apenas o fenômeno, enquanto a coisa em si só pode ser pensada, pois
está além da experiência.
 A razão não pode resolver as questões metafísicas. As antinomias da
razão (a existência de Deus, a liberdade, a imortalidade da alma etc.) são
aceitas apenas como fé no terreno da moral.
 A moral kantiana é formalista. Analisando os princípios da ação moral,
Kant estabelece o imperativo categórico: aquele que visa a uma ação
como necessária por si mesma.
 A ação é boa em si e não por ter como objetivo outra coisa. A máxima do
imperativo categórico é: “Age apenas segundo uma máxima tal que
possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”.
O pensamento contemporâneo
A filosofia contemporânea está diretamente relacionada ao desenvolvimento
tecnológico e científico. Como refletir sobre a existência humana sem considerar os
avanços tecnológicos? Na imagem, testes para modificação genética da semente da
soja em um laboratório em St. Louis, Missouri, Estados Unidos, abril de 2010.
 O século XX foi marcado por transformações radicais: descobertas
tecnológicas no campo da automação, da robótica e da
microeletrônica, alteração da relação entre cidade e campo,
mudanças nas relações interpessoais e em nível planetário.
 Também foi o século das reivindicações de muitas bandeiras – do
feminismo, do poder jovem, negro, indígena e das minorias
silenciadas.
 A crise da subjetividade. Vários pensadores como Marx, Nietzsche e
Freud (os chamados “mestres da suspeita”) provocaram
desconfiança na capacidade humana de conhecer a realidade
exterior e de ter acesso transparente a si mesmo.
Contexto histórico
A influência de Freud 
 Desenvolveu estudos sobre a libido, a
repressão, a associação livre e a
interpretação dos sonhos, entre outros
conceitos.
 A repercussão na filosofia se deve ao
impacto sobre a concepção cartesiana de
um sujeito que teria acesso pleno
à sua consciência.
Sigmund Freud, fundador da 
psicanálise, em seu escritório (1939). 
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Segundo a concepção de inconsciente, há uma esfera oculta, detentora de
significados atuantes sobre as manifestações exteriores.
Freud dividiu o aparelho psíquico em id (regido pelo princípio do prazer), ego
(princípio de realidade) e superego (internalização das proibições).
A fenomenologia – Husserl 
 A fenomenologia trata dos modos de doação dos objetos (fenômenos) à
consciência; critica a tradição metafísica em filosofia, como também a
concepção positivista.
 Entre seus principais expoentes estão Husserl, Heidegger, Merleau-Ponty e
Sartre.
 Husserl foi fundador da fenomenologia contemporânea. O principal conceito
é o de intencionalidade: não existe objeto em si, porque o objeto é sempre
para um sujeito que lhe dá significado. Influenciou pensadores como
Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty.
A fenomenologia – Heidegger 
 Heidegger desenvolveu o método fenomenológico.
 Definiu o Dasein como ser-no-mundo. O Dasein é facticidade (conjunto
de determinações/fato) e transcendência (atribuição de sentido ao
fato/liberdade).
 O Dasein é um ser temporal, um ser como possibilidade, como projeto.
A angústia decorre daquilo que o ser é e o que ele poderá vir a ser.
 Sob esse aspecto, distingue-se a vida autêntica da inautêntica.
 O ser humano é um ser-para-a-morte, o que leva a um
questionamento da própria existência.
A fenomenologia – Merleau-Ponty 
 Merleau-Ponty introduziu a fenomenologia na França.
 Elaborou uma concepção original sobre o corpo e a percepção: o corpo
humano não é um objeto no mundo, mas é aquilo pelo qual o mundo
existe para cada um de nós.
 Elaborou uma concepção de liberdade, opondo-se ao determinismo e
ao livre-arbítrio: existem as condições em que vivo, mas ser livre é
elaborar um plano de ação, de transformação da realidade vivida.
 Merleau-Ponty foi amigo de Sartre, a quem sempre dirigiu críticas.
A fenomenologia – Sartre 
 Sartre produziu uma variada e extensa obra intelectual, não apenas
de filosofia, mas com contribuições na literatura, no teatro, em textos
políticos e biografias.
 Desenvolveu a importante noção de engajamento. Afirmou em sua
filosofia que “a existência precede a essência”, donde o termo
existencialista: não existe um modelo de ser humano, mas nele o
futuro encontra-se em aberto.
 Definiu o homem pela liberdade e pela ação, como aquele que está
“condenado a ser livre”. A recusa da angústia da escolha leva à má-fé,
ao autoengano.
A Escola de Frankfurt 
 Os filósofos da Escola de Frankfurt elaboraram uma
teoria crítica em oposição à teoria tradicional.
 Criticaram os aspectos da razão instrumental, voltada para a eficácia e
competitividade, que se sobrepunha à razão que diz respeito aos fins
propriamente humanos.
 Principais representantes: Horkheimer, Adorno, Marcuse, Walter
Benjamin, Erich Fromm e Habermas.
Habermas e a ética do discurso
 Habermas pertence à segunda geração da Escola de Frankfurt. Em sua
teoria do agir comunicativo, recusa a razão instrumental, voltada para o
mundo do trabalho.
 Defende uma razão orientada para o mundo da vida, do entendimento
mútuo entre as pessoas (sem perspectiva de revolução social).
 Para Habermas, a razão comunicativa é aquela que se apoia no diálogo e
na interação entre os indivíduos do grupo e é mediada pela linguagem e
pelo discurso.
 No mundo da economia e da política, os acordos são pactos, negociações
em que prevalecem os interesses particulares e, portanto, a racionalidade
instrumental.
 Ao contrário, a razão comunicativa é mais rica por ser construída a partir
da relação entre os sujeitos como seres capazes de posicionarem-secriticamente diante das normas. Assim, a subjetividade transforma-se em
intersubjetividade, mais propriamente em intercomunicação.
Habermas e a ética do discurso
 Foucault desenvolveu pensamento próprio e criou um método de
investigação histórica e filosófica.
 Seu método é arqueológico (visa a identificar a mudança de
comportamentos ocorrida no início da Idade Moderna) e genealógico
(para interpretar as mudanças e saber como “verdades” foram
produzidas no âmbito do poder).
 Debruçou-se sobre os temas da loucura, da disciplina e da sexualidade
para compreender como nasceu o processo de exclusão dos que não
seriam “disciplináveis”: o novo poder da burguesia criava um novo saber
sobre a loucura e o sexo.
Foucault: verdade e poder
Outras correntes filosóficas do século XX 
 Outras correntes filosóficas que se destacam no século XX: pragmatismo,
neopragmatismo e filosofia analítica.
• O pragmatismo: surgiu nos Estados Unidos (final do
século XIX) como herdeiro do empirismo britânico e crítico do
racionalismo, por este ser fundacionista (justificação de uma crença com
base em outra até chegar a um ponto de partida).
• Para os pragmatistas, é a experiência que guia as nossas ações futuras:
assim, os conceitos não são ideias abstratas, mas instrumentos de ação.
• Principais representantes: Charles Peirce, William James e John Dewey.
Richard Rorty e o neopragmatismo
 O neopragmatismo: tem como principal expoente o norte-americano
Richard Rorty, que também sofreu influência da filosofia analítica.
 Como os demais, recusa o fundacionismo e também nega que a
mente humana seja um espelho da natureza.
 Para ele, a racionalidade aperfeiçoa-se na comunidade, pela troca de
crenças, mas não dispensa o diálogo permanente em um mundo em
mutação.
Filosofia analítica
 A filosofia analítica é representada por diversas tendências. A
semelhança entre elas é a “virada linguística”, que consiste em se limitar
à investigação da linguagem, já que nossa relação com o mundo se dá
pela análise do significado: a análise lógica das sentenças que visa a
superar os enganos da metafísica tradicional.
 Wittgenstein desenvolveu notável reflexão sobre a relação entre
linguagem e pensamento. Sua filosofia desdobra-se em duas partes: num
primeiro momento, investiga os limites da linguagem e vê como tarefa da
filosofia a clarificação lógica dos pensamentos. Num segundo momento,
não mais se atém ao que as expressões linguísticas se referem, e sim ao
modo como são usadas, o que levou à discussão sobre os “jogos de
linguagem” (cada palavra tem o seu significado pelo uso que assume, o
que varia conforme o contexto).
O discurso da pós-modernidade
 A perspectiva pós-moderna se caracteriza pela
descrença nos valores iluministas, como o
progresso e a razão.
 Expõe os aspectos de dominação da razão,
muito mais do que os de emancipação.
 Os principais representantes são Jean-François
Lyotard, Jacques Derrida, Gianni Vattimo e Jean
Baudrillard.
O sonho da razão produz monstros, 
gravura de Goya, c. 1797
A ciência contemporânea 
A ilustração faz uma brincadeira com o
Homem vitruviano, de Leonardo da Vinci. 
A obra original, um dos símbolos do Renascimento, 
é uma referência nos 
estudos artísticos de proporção.
O nascimento da ciência contemporânea 
 A revolução científica do século XVII estabeleceu a separação entre filosofia
e ciência. No decorrer dos séculos seguintes, assistimos ao surgimento das
chamadas disciplinas científicas.
 Ainda no século XVIII, Lavoisier tornou a química uma ciência, com a adoção
de experimentos e medidas rigorosas. No século seguinte foi a vez dos
estudos sobre o átomo (Dalton). A física nuclear dependeu da contribuição
de inúmeros cientistas.
O nascimento da ciência contemporânea 
 No campo das ciências biológicas, destaca-se a teoria da evolução
orgânica (Lamarck e Darwin). Os estudos de Darwin mostram que a
origem de novas espécies está fundamentada na variação e seleção
natural. Darwin estabeleceu uma teoria evolucionista das espécies.
Sua teoria não foi aceita porque fazia frente a concepções religiosas
bastante arraigadas na época.
 À teoria de Darwin opõe-se o criacionismo, que defende a origem divina
(bíblica) do ser humano e descarta a ideia de uma origem a partir de um
ancestral simiesco.
 A genética, com a ideia de hereditariedade, teve Mendel (1822-1884) como
precursor. Em 1952, Francis Crick e James Watson descobriram a molécula
de DNA. Com essa descoberta, a hereditariedade passou a ser
compreendida de modo mais adequado. A partir da década de 1970,
vislumbrou-se a possibilidade de interpretar o plano genético de qualquer
organismo vivo.
 Ainda no século XIX, teve início uma crise da ciência moderna, com o
aparecimento das geometrias não euclidianas e da física não newtoniana.
A física newtoniana (clássica), baseada no conhecimento das causas dos
fenômenos, dá lugar à teoria da relatividade de Einstein, que introduz a
ideia de uma quarta dimensão: espaço-tempo. Heisenberg apresenta o
princípio da incerteza e da indeterminação científica. A ciência passa a
necessitar de uma revisão epistemológica, de um novo paradigma.
O nascimento da ciência contemporânea 
Novas orientações epistemológicas 
 A epistemologia tornou-se o exame crítico do conhecimento científico, do
valor objetivo dos princípios das hipóteses e das conclusões das diferentes
ciências. Segundo Poincaré, as teorias não são nem falsas nem verdadeiras,
mas úteis. Nesse sentido, a infalibilidade da ciência seria ilusória.
 A lógica simbólica ou matemática passa a ser a nova linguagem da ciência
contemporânea. A criação de uma linguagem artificial serve para combater
as imprecisões da linguagem corriqueira. São seus representantes: Boole,
Frege, Russell, Gödel.
 Círculo de Viena – integrado por cientistas, lógicos e filósofos da ciência que
adotam o princípio da verificabilidade. Rudolf Carnap é seu principal
representante. Cabe à filosofia o esclarecimento do discurso científico.
 Popper, inicialmente, sofre influência do Círculo de Viena. Posteriormente,
rejeita o princípio da verificabilidade. Recorre ao princípio da
falseabilidade (ou refutabilidade): toda hipótese é submetida ao
levantamento de possíveis maneiras de ser falseada ou refutada pela
experiência. A hipótese se torna teoria quando resiste à refutação.
Popper é considerado pós-positivista.
 Kuhn introduz a noção de paradigma, como a visão de mundo aceita pela
comunidade científica, e que orienta a pesquisa científica, constituindo o
período da “ciência normal”. Os momentos de crise são aqueles em que
várias anomalias são acumuladas, levando a uma mudança de
paradigma.
 Feyerabend pode ser classificado como “anarquista epistemológico”, já que,
segundo ele, não deveria haver imposição de métodos, mas a liberdade de
pluralismo metodológico.
Novas orientações epistemológicas 
O nascimento das ciências humanas
 As ciências humanas demoraram mais tempo para se tornar autônomas, 
o que só começou a ocorrer no final do século XIX.
 Várias áreas do conhecimento sobre o ser humano foram ampliadas: a 
sociologia, a antropologia, a história, a geografia humana, a linguística, a 
economia, a psicologia, a etnologia etc.
 Para que as ciências humanas se constituíssem, seria preciso definir com 
rigor o método e o objeto específico de cada 
uma delas.
 Nas primeiras tentativas, as ciências humanas sofreram profunda 
influência do positivismo e, portanto, do método utilizado pelas ciências 
da natureza.
A tendência humanista 
 A tendência humanista, ou hermenêutica, fez a crítica ao positivismo ao
recusar a mera explicação causal, típica das ciências da natureza, para
privilegiar a compreensão da vida psíquica.
 A hermenêutica procede à interpretação dos fatos, o que requer outro tipo
de método.
 Representam essa tendência o filósofo Dilthey, os filósofos da
fenomenologia – que influenciaram os psicólogos da Gestalt (Köhler e
Koffka) – e a psicanálise.
A sociologia
 Os principais responsáveispelo nascimento das ciências sociais na segunda
metade do século XIX foram Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber.
 Influenciado pelo positivismo, Durkheim afirmava que uma metodologia que
buscasse a objetividade da ciência sociológica deveria examinar os fatos
sociais como “coisas”.
 Com base no método do materialismo histórico e do materialismo dialético,
Marx concluiu que as relações de produção, que caracterizam a exploração do
trabalhador pelos donos dos meios de produção, tendem a ser mantidas.
 Max Weber fez estudos sobre direito e urbanização, bem como pesquisou
os fatores culturais que influenciaram a ascensão do capitalismo. Sob
esse último aspecto, não se restringe à análise econômica, mas destaca o
papel da religião e da ética no fortalecimento do capitalismo. Distanciou-
se do positivismo ao atenuar os aspectos causais “objetivos” e ao aceitar
as nuances importantes das crenças como motivos consideráveis.
A sociologia
 O interesse pela antropologia cresceu após a colonização, que expôs os
contrastes entre os hábitos e os costumes das várias culturas.
 O contato com povos não europeus ampliou os estudos de campo e a
etnografia.
 As principais metodologias antropológicas foram: darwinismo social (Tylor e
Spencer); relativismo cultural (Franz Boas), funcionalismo (Malinowski) e
estruturalismo (Lévi-Strauss).
A antropologia
 A psicologia comportamentalista (behaviorismo), influenciada pelo
positivismo, teve como principal representante Burrhus Skinner, que se
baseou em experiências de reflexos condicionados operantes em animais.
 Suas conclusões tiveram ampla aplicação com seres humanos
na educação programada e na terapia reflexológica.
A psicologia comportamentalista
 As ciências cognitivas tomaram impulso na década de 1950. Constituíram-
se de modo multidisciplinar, com a participação da psicologia, linguística,
inteligência artificial e posteriormente da etologia, antropologia e
neurociências.
 As neurociências evoluíram após a descoberta dos fundamentos dos
neurônios e da dinâmica do sistema nervoso. O avanço tecnológico tornou
possível conhecer melhor o funcionamento do cérebro.
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Ciências cognitivas
O robô Kismet, criado no Laboratório de Inteligência 
Artificial do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, 
Estados Unidos), interage com seres humanos por meio de 
expressões e vocalizações (1998).
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