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Dalila Mota Sales Edema Agudo de Pulmão (EAP) O edema agudo de pulmão (EAP) é uma síndrome clínica que pode ser definida como um acúmulo de líquido extravasado dos capilares para o interstício pulmonar, capaz de causar dificuldade para o acontecimento das trocas gasosas entre o capilar e os alvéolos pulmonares. Pode ser identificado no paciente pelo aumento da pressão capilar ➠ aumento de líquido no espaço intersticial e alveolar pulmonar ➠ esse quadro gera: ↪ Dispneia súbita e intensa em repouso. ↪ Hipoxemia (saturação menor que 90%) ↪ Diminuição da complacência pulmonar ↪ Trabalho respiratório aumentado ↪ Relação ventilação-perfusão prejudicada. Fisiopatologia A EAP é o desiquilibrio nas forças das trocas de fluidos intravasculares e intersticiais ou há uma ruptura de membrana alveolocapilar. – como no caso da dissecção de aorta- Independente disso, uma vez que o alveolo é inundado, haverá algum grau de ruptura que prejudicará a relação de ventilação x perfusão normal; Pode ser explicada em 3 estágios: - ↑ Elevação do fluxo de líquidos capilares para o interstício, sem que detecte ainda, aumento do volume intersticial pulmonar devido ao aumento paralelo e compensátorio da drenagem linfática. - O volume que é filtrado pelos capilares ultrapassa a capacidade de drenagem linfática máxima e inicia-se o acumulo de líquido no intersticio - ↑ Aumento adicionais de volume do intersticio, terminam por distender os septos intraalveolares e consequente inundação dos alveolos. Existe uma classificação do EAP que se dá de acordo com o desbalanço da lei de Frankling-Starling, alteração da permeabilidade alveolocapilar, insuficiencia linfática ou de causa desconhecida. Dalila Mota Sales Cardiogênica: quando a pressão capilar pulmonar excede a pressão padrão normal, aumentando a filtração transcapilar, de modo a ocorrer normalmente em casos em que há má aderência e uso incorreto de medicação, elevada ingesta hídrica, síndromes coronarianas agudas, miocardites agudas, emergências hipertensivas, taquiarritimias e miocardiopatias crônicas (como as isquêmicas, hipertensivas ou valvares); Não cardiogênica: neste tipo de origem de EAP, costumam ocorrer alterações na permeabilidade alveolocapilar, permitindo rápido extravasamento de líquido para o alvéolo e para o interstício, acontecendo em situações que envolvam: liberação de endotoxinas pela membrana externa de bactérias Gram negativa, embolia pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo, anafilaxia, acidente ofídico, manipulação das vias aéreas por pressão negativa, edema agudo neurogênico, pré- expansão pós-pneumotórax, exposição a altas altitudes e infecções virais Etiologia Pode ser: cardiogênico x não cardiogênico ♦ Cardiogênico: ↑ elevação da Pressão capilar pulmonar (maior que 18mmHg) ↑ da filtração transcapilar ♦ Não - cardiogênico: ↑ da permeabilidade pulmonar ↑ da filtração transcapilar Aumento da filtração transcapilar: vai ser retirado pelo sistema linfático. Se houver um sistema linfático hipertrofiado, acaba não ocasionando o EAP. Quando ocorre de forma lenta, o sistema linfático consegue se adaptar e conseguir remover o acumulo de líquido que forma o edema. Etiologia cardiogênica: Disfunção ventricular sistólica - principal - função de ejeção baixa. Causada por: forma idiopática; insuficiencia cardiaca esquemica e valvar. Disfunção ventricular diástolica: alteração do relaxamento cardíaco. Paciente não consegue relaxar o VE, ocasionando o aumento da pressão capilar pulmonar e acarretando o edema agudo de pulmão. Etiologia: hipertensão, idade avançada, esquemia miocárdica. Obstrução da via de saída do VE: estenose aórtica (supra e subvalvar), cardiomiopatia hipertrófica assimétrica obstrutiva e HAS severa, esternose mitral: reumática, mixoma atrial, calcificação anular mitral. Dalila Mota Sales Hipertensão renovascular: ↑ muito rápido a pressão e causa EAP súbito Etiologia não cardiogenica: Síndrome do desconforto respiratório agudo (SARA, sepse, no contexto da pancreatite, quadro gripal, infecções virais, bacteriana.) EAP de grandes atitudes: Paciente que está a zero a nível do mar e passa a 4.000m de alturas. Paciente escalando altas altitudes. EAP neurogênico: raro; acontece devido a qualquer quadro neurogenico como AVCh, AVCe, AVCi, HSA. Chamado também de edema pulmonar secundário, devido a grande liberação de BNP em grandes quantidades. EAP de reperfusão: acontece no contexto do paciente que tem tromboembolismo pulmonar cronico,tem hipertensão pulmonar refratária, que tem o trombo retirado cirurgicamente. Quando aquela área do pulmão é reperfundida, acaba ocasionando o EAP; EAP de reexpansão: Paciente que tem derrame pleural volumoso, o líquido é retirado na toracocentese em grandes quantidades – superior a 1500ml- ocorre porque o pulmão estava colabado e acaba sendo expandido. Intoxicação por opioides e salicilatos TEP: após a retirada do trombo; acaba liberando muita serotonina e muitos fatores inflamatórios e acaba acarretando o quadro de ↑ da permeabilidade transcapilar Doença venooclusiva pulmonar: Quadro clínico: Alteração dos sinais vitais: FC ↑, FR ↑, P.A ↑ (quando a P.A pode ser tanto uma causa quanto um fator agravante) Tosse seca ou produtiva Ortopneia Fadiga Dispneia paroxistica noturna Turgencia das jugulares Edema de membros inferiores Cianose Estretores crepitantes (B3 e B4) ↓ dos ruidos da ausculta pulmonar Dalila Mota Sales Presença de sibilos devido a edema na parede brônquica.(casos extremamente graves) chamado de Asma cardíaca; Paciente extremamente adrenergizado, sensação de afogamento. Complicações inspiratórias e expiratórias em todo o tórax: de forma progressiva Começa na base, terço médio e ápice Alteração do nível de consciência (SINAL DE ALERTA) colabamento, indica retenção de co² ou fadiga respiratória ⚠️⚠️ paciente extremamente grave Quadro clínico: Dispneia intensa, associada a sensação de sufocamento e fome de ar, tosse, secreção espumosa rosada. Quadro de IC, pode desenvolver progressivamente, assoc a reflexo em outros órgãos como edema de extremidades, hepatomegalia, edema escrotal.Piora + progressiva e lenta. Diagnóstico: História e exame físico. Exames complementares: ECG (fund. Na SCA, arritimas e SVE) Rx de tórax Ecocardiograma (definir as etiologias, principalmente cardiogênicas) Cateter Swan-Ganz: usar em casos especiais, de dúvida, paciente internado BNP: diferencia se o quadro é cardiaco ou bnp ↑: cardíaco Tratamento: Avaliar vias aereas e monitorização Suplementação de oxigênio e/ou VNI Acesso IV (Terapia diuretica) Posição sentada Dalila Mota Sales Terapia diurética imediata: Se o paciente já está em uso de diuretico, o ideal é usar a dose equivalente v.o Ou de 1 até 2,5x da dose Terapia vasodilatadora precoce: com drogas IV: Nitroprussiato (pacientes hipertensos) x Nitroglicerina Nitroglicerina: preferivel para pacientes infartados, SCA, cardiopatia esquemica; Monitoramento da diurese: Repetir diuretico se necessario, o diuretico IV tem alivio imediato. Morfina: causa vasodilatação, alivia dispneia e dor. Seu uso passou a ser desaconselhado após alguns relatos de caso. Alivio da ventilação e deprime a ventilação futuramente Não associar com clopidogrel; Usar apenas em casos de paciente com MUITA dor ou de MUITA dispneia.
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