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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL VALE DO SÃO FRANCISCO - FEVASF ESCOLA SUPERIOR EM MEIO AMBIENTE - ESMA CURSO DE BIOMEDICINA MARCOS HENRIQUE DOS SANTOS RISCOS OCUPACIONAIS E BIOSSEGURANÇA DAS CLÍNICAS DE ESTÉTICA IGUATAMA– MG 2022 MARCOS HENRIQUE DOS SANTOS RISCOS OCUPACIONAIS E BIOSSEGURANÇA DAS CLÍNICAS DE ESTÉTICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração da Faculdade Iguatama – FEVASF, como requisito para a obtenção do título de bacharel em Biomedicina. Orientador: Prof. Esp. João Arthur de Carvalho IGUATAMA - MG 2022 Dados Internacionais de catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Central “Alto São Francisco” Catalogação elaborada na Fonte pela Bibliotecária Letícia Helena Melo- CRB6-2953 S237r Santos, Marcos Henrique dos. Riscos ocupacionais e biossegurança das clinicas de estética / Marcos Henrique dos Santos. Fundação Educacional Vale do São Francisco – FEVASF-MG. Iguatama, 2022. 17 f. Orientadora: Prof. Esp. João Arthur de Carvalho. Trabalho de Conclusão de Curso (Biomedicina) - Fundação Educacional Vale do São Francisco – FEVASF-MG, Iguatama, 2022. 1. Biossegurança. 2. Riscos ocupacionais. 3. Clinicas de estética. I. Título. CDU 614.8:608 MARCOS HENRIQUE DOS SANTOS RISCOS OCUPACIONAIS E BIOSSEGURANÇA DAS CLÍNICAS DE ESTÉTICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração da Faculdade Iguatama – FEVASF, como requisito para a obtenção do título de bacharel em Biomedicina. Orientador: Prof. Esp. João Arthur de Carvalho Banca examinadora _____________________________________________________ Prof. Esp. João Arthur de Carvalho Orientador _____________________________________________________ Prof. Dr. Lucas Vieira de Faria Banca Examinadora _____________________________________________________ Prof. DR. Wesley de Melo Rangel Banca Examinadora Iguatama, 30 de junho de 2022. RESUMO No campo da estética, existem certos riscos associados aos produtos químicos que podem causar efeitos nocivos e doenças ocupacionais para os profissionais que passam a maior parte de sua vida produtiva em um ambiente exposto a esses produtos químicos. Na maioria dos casos, os profissionais desconhecem esses riscos. Portanto a assepsia e a esterilização devem ser adaptadas aos procedimentos estéticos. Há também riscos ergonômicos, pois existem procedimentos de trabalho que exigem movimentos repetitivos e constantes. O objetivo geral do presente trabalho foi compreender os riscos ocupacionais e de biossegurança dentro das clínicas de estéticas. O presente trabalho teve como metodologia a revisão bibliográfica, tendo como fonte de consulta uma variedade literária relacionada ao tema estudado, tais como o uso de artigos, livros e teses sobre o tema. A postura adequada de um profissional e a aquisição de equipamentos de trabalho adequados às tarefas podem ajudar a prevenir lesões no sistema musculoesquelético da esteticista. Palavras-chave: Riscos ocupacionais, Biossegurança, Clínicas de estética. ABSTRACT The general objective of the present work was to understand the occupational and biosafety risks within the aesthetic clinics. The present work had as methodology the bibliographical revision, having as source of consultation a literary variety related to the studied subject, such as the use of articles, books and theses on the subject. In the field of aesthetics, there are certain risks associated with chemicals that can cause harmful effects and occupational diseases for professionals who spend most of their productive life in an environment exposed to these chemicals. In most cases, professionals are unaware of these risks. Therefore, asepsis and sterilization must be adapted to aesthetic procedures. There are also ergonomic risks, as there are work procedures that require repetitive and constant movements. The proper posture of a professional and the acquisition of work equipment suitable for the tasks can help prevent injuries to the esthetician's musculoskeletal system. Keywords: Occupational risks, Biosafety, Aesthetic clinic. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7 2 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 8 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 9 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 14 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 14 7 1 INTRODUÇÃO A palavra estética nas línguas ocidentais vem do grego, que significava sentimento, percepção. Originou-se no século XVIII a partir de "Aesthetica", obra em dois volumes do filósofo alemão Baumgarten (1714-1762), e naquela época significava apenas a teoria da sensualidade, segundo a etimologia da palavra grega: aisthesis. Baumgarten foi um dos principais representantes do Iluminismo, o primeiro a usar o termo estética. A estética é tradicionalmente entendida como um ramo da filosofia que estuda a beleza e os fundamentos da própria arte (SUENAGA, 2012). A estética é um ramo da filosofia relacionado a questões relacionadas à arte, como beleza, feiúra, gosto, estilos e teorias da criação e percepção artística, que tem incomodado a filosofia desde a antiguidade até os dias atuais. Do ponto de vista filosófico, a estética estuda racionalmente a beleza e os sentimentos que evoca no homem (BERGHOFF; KÜHNE, 2013). Na Idade Média, foi planejado estudar a estética separadamente de outros campos filosóficos. Este ramo da filosofia também foi amplamente estudado por Kant e Hegel em seus "Cursos de Estética". A estética sempre esteve associada à reflexão filosófica, crítica literária ou história da arte, mas só recentemente se tornou uma ciência independente com método próprio (SUENAGA, 2012). O campo da estética tem sido objeto frequente de estudo na medicina, odontologia, psicologia, arte e filosofia. Durante séculos, a preocupação constante com a aparência, os padrões de beleza impostos pela sociedade, associados à busca da eterna juventude, acompanharam gerações de homens e mulheres em busca de produtos e procedimentos estéticos. Nos tempos antigos, as pessoas usavam borras de vinho, leite azedo, água de arroz para tratar e curar a pele. Graças à evolução da tecnologia hoje, os tratamentos podem ser realizados com base em cosméticos e/ou mecânica ácida, peeling, eletroestimulação, ultrassom, ionização e laser (BERGHOFF; KÜHNE, 2013). Os tratamentos faciais visam restaurar a hidratação e frescor da pele, clarear manchas, reduzir rugas e flacidez causadas por fatores fisiológicos como estresse, menopausa, fatores externos como sol, vento, frio, poluição e má nutrição (NAINI, 2015). No campo da estética, existem certos riscos impostos por produtos químicos que podem causar efeitos nocivos e doenças ocupacionais aos profissionais que 8 passam a maior parte de sua vida produtiva em um ambiente exposto a esses produtos químicos.Na maioria dos casos, os profissionais desconhecem esses riscos. A assepsia e a esterilização devem ser adaptadas aos procedimentos estéticos. Há também riscos ergonômicos, pois existem procedimentos de trabalho que exigem movimentos repetitivos e constantes. A postura correta de um profissional e a aquisição de equipamentos de trabalho adequados às tarefas podem ajudar a prevenir lesões no sistema musculoesquelético dos profissionais da área da estética. Portanto, diante de todas as afirmações descritas é possível afirmar a importância desses estabelecimentos no mercado, e por isso surgiu o seguinte questionamento: Como os riscos ocupacionais e de biossegurança são tratados e alertados dentro das clínicas de estéticas? O objetivo geral do presente trabalho foi compreender os riscos ocupacionais e de biossegurança dentro das clínicas de estéticas. Já os objetivos específicos foram: apresentar a evolução da estética e das clínicas de estética; demonstrar quais os riscos ocupacionais dentro das clínicas de estéticas; contextualizar sobre a biossegurança nas clínicas. 2 MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho realizou uma revisão de literatura narrativa, consultando livros, dissertações e artigos científicos, publicados nos últimos 12 anos, selecionados através de busca nas seguintes bases de dados: Google Scholar, Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Portal Periódicos CAPES, com abordagem sobre os riscos ocupacionais e a biossegurança das clínicas estéticas. O período cronológico (últimos doze anos) foi estabelecido com o intuito de se pesquisar os conteúdos científicos mais recentes (com referência à data corrente do Trabalho de Conclusão de Curso). Após a coleta dos conteúdos, foi necessária a realização de uma leitura analítica de resumos, de maneira a desqualificar estudos que não sejam compatíveis com a proposta estabelecida. Como última etapa de seleção de referências, foi desenvolvido um estudo completo dos dados metodológicos e dos resultados obtidos no intuito de selecionar apenas as publicações que contribuam diretamente para o tratamento do problema de pesquisa proposto. 9 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Desde 1900, muitos pesquisadores se distinguiram pelas maravilhas e inúmeras invenções de que agora desfrutam. Na década de 1930, começaram a surgir aparelhos elétricos utilizados em procedimentos estéticos. Eram aparelhos de alta frequência com eletrodos de fulguração (faíscas) e aparelhos para depilação permanente por eletrólise (GILMAN, 2022). A drenagem linfática foi desenvolvida pelo Dr. Emil Vodder, fisioterapeuta, desde 1939, onde iniciou uma técnica experimental no tratamento de pacientes com gripe e sinusite pela manipulação de seus gânglios (FAÇANHA, 2003). Por volta da década de 1940, foi lançada a técnica de eletrolifting, desenvolvida graças à comprovação científica de um médico. H. Pierantoni (1952) na altura tinha dúvidas sobre a sua eficácia e os testes que antecederam o lançamento, mas sabe-se agora que os resultados são claramente positivos e têm domínio universal. Dispositivos específicos para fins estéticos surgiram desde a década de 1950. E em 1955, em um congresso em Baden-Baden (Alemanha), foi apresentada a iontoforese (GILMAN, 2022). Qualquer acidente que ocorra no local de trabalho e possa causar lesão física ou até mesmo causar doença é considerado risco ocupacional. Cada tipo de negócio, bem como cada profissão ou cargo está exposto a diferentes tipos de riscos ocupacionais. Os riscos ocupacionais são classificados de acordo com sua natureza, que pode ser física, química, biológica, ergonômica ou acidental. Cada um também é indicado por uma cor, conforme mostrado no Quadro 1 (VIEIRA; ANDRADE, 2017). 10 Quadro 1 - Classificação dos riscos ocupacionais Grupo Riscos Cor de identificação Descrição 1 Físicos Verde Ruído, calor, frio, pressões, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, vibrações 2 Químicos Vermelho Poeiras, fumos, gases, vapores, névoas, neblinas, etc. 3 Biológicos Marrom Fungos, vírus, parasitas, protozoários, insetos, etc. 4 Ergonômicos Amarelo Levantamento e transporte manual de peso, monotonia, repetitividade, responsabilidade, ritmo excessivo, posturas inadequadas de trabalho, trabalho em turnos, etc. 5 Acidentais Azul Arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, incêndio e explosão, máquinas e equipamentos sem proteção, quedas e animais peçonhentos Fonte: Vieira e Andrade (2017). Os riscos ocupacionais podem ser observados, por exemplo, nos salões de estética, onde há uma grande capacidade de reprodução ou potencial infeccioso (bactérias, fungos e vírus); falta o uso de equipamentos adequados para a realização de procedimentos com produtos químicos que podem ocasionar pequenas lesões na pele ou fluidos orgânicos dos clientes. Os responsáveis devem aderir às normas de saúde e reduzir os riscos - limpeza do ambiente de trabalho, inspeções periódicas, uso de equipamentos de proteção individual (COSTA; COSTA, 2013). Os riscos biológicos surgem do contato direto com seres humanos, o meio ambiente ou qualquer material contaminado. A principal causa de risco biológico, observada nas clínicas de estética, são as bactérias, as quais podem ser transportadas pelas mãos e roupas de pacientes e profissionais, equipamentos, utensílios. A contaminação biológica em humanos ocorre pela pele, com ou sem lesões, contaminação pelo trato respiratório (vias aéreas), conjuntiva (pele), boca (deglutição) e pelos olhos (mucosa conjuntival). É comum relatos de contaminação em salões de beleza, hospitais e instituições para idosos, onde os equipamentos usados nem sempre são esterilizados ou descartados (VIEIRA; ANDRADE, 2017). 11 Isso se deve a muitos fatores, incluindo a quantidade de ferramentas de atendimento ao cliente, a reutilização de materiais descartáveis, como lâminas, desinfecção e esterilização inadequadas de ferramentas e equipamentos, uso inadequado de desinfetantes químicos e falta de cuidados com a pele e mucosas pós- traumática, desconhecimento da necessidade de vacinação, descarte inadequado de materiais perfurocortantes, uso inadequado ou não de equipamentos de proteção individual (EPI) e incapacidade de prevenir acidentes (GARBACCIO; OLIVEIRA, 2012). A posição de trabalho é um dos principais problemas da ergonomia relacionados à biossegurança, que é um dos processos funcionais e operacionais mais importantes em saúde e beleza (RAISER; CANTOS, 2011). Durante um tratamento ou sessão estética, o profissional está propenso a posturas ergonômicas e movimentos repetitivos, que podem levar a distúrbios musculares, sendo esses distúrbios facilmente detectados por meio de pesquisas ergonômicas (RAYMUNDO; ROTTA, 2017). Como forma de prevenção há alternativas como fisioterapia e alongamento, pois serão uma forma de preparação e relaxamento muscular (FERREIRA, 2018). Os riscos ergonômicos incluem exercícios, levantamento de peso, má postura, controles rígidos de desempenho ou rotinas pesadas, estresse, trabalho noturno, longas horas, monotonia e recorrência, problemas relacionados à organização do trabalho, condições ambientais inadequadas, como obstáculos, salas pequenas, móveis, equipamentos, eletrodomésticos, iluminação e ventilação insuficientes (NEVE; MELO; CHAGAS, 2016). A biossegurança pode ser definida como ações preventivas que minimizam ou eliminam riscos à saúde humana e ao meio ambiente, ou seja, protege a vida (VIEIRA; ANDRADE, 2017). No ambiente dos trabalhos de saúde e estética, a biossegurança é de grande importância, dada sua ligação com o controle de infecções, a proteção da equipe assistencial e dos usuários de saúde, conscientizando a saúde e preservando o meio ambiente por meio do gerenciamento de resíduos e remoção precisa. Apesar de todos os cuidados recomendados,regulamentos, portarias e normas técnicas do Ministério da Saúde, do Ministério do Trabalho e das Secretarias Estaduais e Municipais, todos os itens relacionados à biossegurança geralmente os profissionais não as seguem corretamente. A falta de avaliação técnica e científica ou negligência profissional 12 podem ser razões para tal situação (GOMES; CUSTO, 2012; BRASIL, 2011). Profissionalmente, os cuidados necessitam incluir, entre outros, vacinação, lavagem e secagem das mãos, bem como a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) (avental de manga comprida, óculos de proteção lateral, gorro, máscara e luvas descartáveis). A limpeza, desinfecção e barreiras de proteção mecânica, são procedimentos importantes relacionados ao trabalho, e não devem ser menosprezados; isso também vale para a limpeza e esterilização dos materiais contaminados (BRASIL, 2012). O uso de EPI está incluído nessas medidas, assim como os cuidados especiais no manuseio e descarte de objetos perfurocortantes e materiais contaminados com materiais orgânicos, além do gerenciamento adequado da descontaminação e descarte de resíduos de serviços (ANTUNES, 2015). Em geral, o sistema (barreiras, esterilização, desinfecção e antissépticos) BEDA pode ser considerado bastante eficaz para o controle de infecção (BASSO, 2015). Ao trabalhar com esterilização em biomedicina estética, deve-se atentar para a necessidade de um pré-tratamento adequado dos instrumentais, que inclui descontaminação, lavagem, secagem e embalagem. Para que a esterilização seja efetiva, também é importante que a embalagem adequada seja selecionada de acordo com o processo a ser utilizado e o tipo de material a ser esterilizado. A embalagem deve ser resistente a gotículas de água, rasgos e perfurações, estar isento de resíduos tóxicos como alvejantes, corantes, amido, também deve proporcionar penetração e remoção de agentes esterilizantes, ser barreira microbiana e não possuir furos (ANTUNES, 2015). Os processos de esterilização física e química são os mais usados. O físico inclui: calor seco (estufa), calor úmido (autoclave), radiação esterilizante (gama- cobalto e raios ultravioletas), filtração e microesferas de vidro. O processo de esterilização químico é realizado por meio de óxido de etileno, plasma de peróxido hidrogênio ou soluções químicas (FELIPE et al. 2019). Em se tratando da esterilização em estufa, é necessário respeitar rigorosamente o tempo (60 minutos a 120 minutos entre 160°C 170°C) e o acondicionamento adequado em recipientes metálicos fechados (COSTA; COSTA, 2013). O controle deve ser feito através da leitura de um termômetro adicional, pois seu termômetro mede não a temperatura interna, mas a temperatura da base. 13 A esterilização em autoclave se mostra o método mais seguro de esterilização. Nesse método os agentes biológicos são destruídos por uma combinação de temperatura, pressão e umidade. Se mostra vantajoso em relação ao menor tempo para esterilizar, pela capacidade de esterilizar gazes, tecidos e algodão mantendo suas propriedades. Por outro lado, tal tipo de esterilização é passível de ser causador de manchas na superfície e corrosão dos instrumentais (BRASIL, 2012). O tempo de esterilização depende da temperatura e pressão. Em autoclaves com temperatura de 121°C e pressão de 1 atmosfera, é necessário um tempo de espera de 30 minutos (SCHMIDLIN, 2012). O processo de esterilização em fornos e autoclaves não interfere no funcionamento do equipamento. Com isso, o controle físico implica em ficar de olho nos dispositivos do equipamento, como o termômetro e o monovacuômetro da autoclave, bem como o termostato e o termômetro do forno (ANTUNES, 2015). Existem produtos químicos que podem ser utilizados no processo de esterilização química se forem submetidos a um rigoroso regime de pré-limpeza, imersão em tempo hábil (geralmente extremamente longo) e cuidados especiais após o processo de lavagem com água estéril, secagem com compressa estéril e uso rápido (BRASIL, 2012). É um método desafiador de implementar devido ao seu rigor (COSTA et al., 2010). A desinfecção consiste em controlar ou eliminar os microrganismos patogênicos, utilizando processos químicos ou físicos que atuam na estrutura ou no metabolismo deles. A inativação de esporos bacterianos persistentes e todos os outros tipos de microrganismos vegetativos e patogênicos (bacterianos, fúngicos e virais) ocorre durante a desinfecção de alto nível. O glutaraldeído a 2%, que atua como desinfetante por 30 minutos, é um exemplo de produto químico desse grupo (ANTUNES, 2015). Desinfetantes para desinfecção de nível médio não matam esporos, mas apenas formas bacterianas particulares. Produtos químicos iodados, fenóis e álcoois são exemplos de desinfetantes de nível médio (COSTA, 2010). A desinfecção de baixo nível utiliza agentes com baixo poder bactericida para inativar alguns vírus e fungos. Os compostos de clorexidina e amônio quaternário são dois exemplos (ANTUNES, 2015). Cada operação de desinfecção, como instrumentos para clínicas de biomedicina cosmética, deve ser seguida de uma limpeza básica com água e sabão 14 para eliminar detritos. Se mantidas limpas, superfícies fixas, incluindo paredes, janelas, portas, tetos e pisos, apresentam pouco risco de infecção. A limpeza deve ser feita regularmente dependendo do local ou quando houver contaminação aparente (BRASIL, 2012). Os profissionais de saúde devem ser imunizados, para reduzir o risco de contaminação destes profissionais, caso entrem em contato com fluidos orgânicos das amostras de pacientes. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Foi possível observar que qualquer acidente que ocorra no local de trabalho e possa causar lesão física ou mesmo doença é considerado um risco ocupacional. Cada tipo de local, bem como cada profissão ou cargo está exposto a diferentes tipos de riscos ocupacionais. Constatou-se que ao trabalhar com esterilização em biomedicina estética, é necessário atentar para a necessidade de um pré-tratamento adequado dos instrumentais, que inclui desinfecção, lavagem, secagem e embalagem. Para que a esterilização seja efetiva, também é importante que a embalagem adequada seja selecionada de acordo com o processo a ser utilizado e o tipo de material a ser esterilizado. Dessa forma, considera-se para trabalhos futuros a proposta de biossegurança e controle microbiológico na estética. REFERÊNCIAS ANTUNES, H. M. Biossegurança e Ensino de Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora, (MG). Revista Brasileira de Educação Médica, v. 34, n. 3, p. 335- 345, 2015. BASSO, M. Acidentes ocupacionais com sangue e outros fluídos em profissionais de saúde. 2015. Dissertação (Mestrado). São Paulo: Escola de Enfermagem da USP; 2015. BERGHOFF, H.; KÜHNE, T. Globalizing beauty: Consumerism and body aesthetics in the twentieth century. New York, NY: Palgrave Macmillan, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Básico de Controle de Infecção Hospitalar: caderno C: métodos de proteção antiinfecciosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 15 COSTA, M. A. F.; COSTA, M. F. B. Educação e competências em biossegurança. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 38, n. 1, p. 46-50, 2013. COSTA, M. A. F. da; COSTA, M. de F. B. da. Educação em biossegurança: contribuições pedagógicas para a formação profissional em saúde.Ciência & Saúde Coletiva, [S. L.], v. 15, n. 1, p. 1741-1750, jun. 2010. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-81232010000700086. FAÇANHA, R. Estética contemporânea. Rio de Janeiro: Rubio, 2003. FELIPE, I. M. A; SILVA, F. de M. A. M; BASSI, D; CARVALHO, A. C.; NUNES, S. P. H; DIAS, R. da S. Biossegurança em centros de embelezamento: estrutura e processamento de materiais. Revista de Enfermagem Ufpe On Line, [S. L.], v. 133, n. 1, p. 1-10, 14 jun. 2019.http://dx.doi.org/10.5205/1981-8963.2019.239171. FERREIRA, E. K. V; GUIMARAES, R. N; OLIVEIRA, M. F. Importância da Ginastica Laboral na Prevenção de Doenças Ocupacionais. 2018. 8 f. Artigo (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário Anhanguera - Campo Grande, 2018. Disponível em: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/13579. Acesso em: 20 maio 2022. GARBACCIO, J. L.; OLIVEIRA, A. C. de. Biossegurança e risco ocupacional entre os profissionais do segmento de beleza e estética: revisão integrativa. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, Goiás, Brasil, v. 14, n. 3, p. 702–11, 2012. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fen/article/view/15018. Acesso em: 27 jun. 2022. GILMAN, S. L. Making the body beautiful. [S. l]: Princeton University Press, 2022. NAINI, F. B. Estética Facial: Conceitos e Diagnósticos clínicos. Elsevier Brasil, 2015. NEVE, K. A; MELO, M. R.; CHAGAS, R. S. A Intervenção Ergonômica nos Estabelecimentos de Beleza. Rev. de Produção Acadêmico-Científica, Manaus, v. 3, n. 2, 2016. RAISER, G. S.; CANTOS, H. M.; MACHADO, M. Ergonomia dos Profissionais Cabeleireiros: Orientações e Sugestões de Tratamento. 2011. 30 f. Trabalho de conclusão de curso (Curso de Cosmetologia e estética ) Universidade Vale do Itajaí, UNIVALE, 2011. RAYMUNDO, G.S; ROTTA, J. S. Analise de Distúrbios Musculares: Um estudo de caso na Área de estética. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 37, ENEGE, Santa Catarina. Anais ..., Santa Catarina, 2017. 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