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LINDB 
Lei de introdução Às Normas do direito brasileiro (lei n 
12.376/2010) 
O que é? 
A LINDB é uma regra de superdireito ou sobredireito, ou seja, 
contém normas que definem a aplicação de outras normas 
Ela se preocupa coma norma jurídica. |Dirige-se a todos os 
ramos do direito. 
É, portanto, um código geral sobre a elaboração e aplicação 
das normas jurídicas; tem como objetivo a elaboração, 
vigência e aplicação de leis. 
 
Estrutura da LINDB 
1.Vigência das normas: art. 1º e 2º. 
2. Obrigatoriedade da norma: art. 3º. 
3. Integração da norma: art. 4º. 
4. Interpretação da norma: art. 5º. 
5. Aplicação da lei no tempo: art. 6º. 
6. Aplicação da lei no espaço: artigos 7º a 19. 
7. Normas sobre segurança jurídica e eficiência na 
criação e na aplicação do direito público 
(acrescentados pela Lei nº 13.655/2018): artigos 20 
a 30. 
 
Principais funções da LINDB 
a) determinar o início da obrigatoriedade das leis (art. 1º); 
b) regular a vigência e eficácia das normas jurídicas (art. 
1º e 2º); 
c) impor a eficácia geral e abstrata da obrigatoriedade, 
inadmitindo a ignorância da lei vigente (art. 3º); 
d) traçar os mecanismos de integração da norma legal 
para a hipótese de lacuna na norma (art. 4º); 
e) delimitar os critérios de hermenêutica, de 
interpretação da lei (art. 5º); 
f) regulamentar o direito intertemporal (art. 6º); 
g) regulamentar o direito internacional privado no Brasil 
(art. 7º a 17), abarcando normas relacionadas à pessoa 
e à família (art. 7º e 11), aos bens (art. 8º), às obrigações 
(artigo 9º), à sucessão (art.10), à competência da 
autoridade judiciária brasileira (art. 12), à prova dos fatos 
ocorridos em país estrangeiro (art.13), à prova da 
legislação de outros países (art. 14), à execução da 
sentença proferida por juiz estrangeiro (art. 15) à 
proibição do retorno (art. 16), aos limites da aplicação 
da lei e atos jurídicos de outro pais no Brasil (art. 17) e, 
finalmente, aos atos civis praticados por autoridades 
consulares brasileiras no estrangeiro (art. 18 e 19). 
 
1.Vigência das Normas: Art 1 e 2 
 
Qual o momento em que o projeto de lei se transforma em 
lei? A corrente majoritária entende que o projeto de lei se 
torna lei com a sanção ou com a rejeição do veto 
 
Obs: Apenas leis de pequena repercussão estão autorizadas a 
utilizar a cláusula ‘entra em vigor na data de sua publicação’”. 
Resposta: CERTO. 
A regra, portanto, é que seja estabelecido um prazo de vacatio 
legis, a fim de que a população possa tomar conhecimento da 
norma jurídica que entrará em vigor. 
Assim, atesta-se a existência da norma no momento da sua 
promulgação. Entretanto, existir não significa que tenha 
vigência, mas sim que formalmente é um fato jurídico 
publicação → lapso temporal (vacatio legis) → vigência 
 
Art. 1º, LINDB → salvo disposição contrária, a lei começa a 
vigorar em todo o país QUARENTA E CINCO DIAS depois de 
oficialmente publicada. 
 
§1º → nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei 
brasileira, quando admitida, se inicia TRÊS MESES DEPOIS DE 
OFICIALMENTE PUBLICADA. 
 
DURANTE A VACATIO LEGIS, A LEI JÁ EXISTE, MAS AINDA 
NÃO TEM VIGÊNCIA 
 
Revogação: uma vez cumprida a vacatio legis e entrando em 
vigor, a lei continuará vigendo até que venha outra e, 
expressa ou tacitamente, a revogue princípio da continuidade. 
A revogação de uma lei pode ser expressa ou tácita(implícita), 
só se admitindo, no sistema brasileiro, a revogação de uma lei 
através de outra lei. 
 
Art. 2º, LINDB → não se destinando à vigência temporária, a 
lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
O Direito Brasileiro não admite o desuetudo, (“desuso”) que é 
a revogação da lei pelos costumes (uma lei que não conseguiu 
“pegar”, por exemplo). 
 
a) Ab-rogação: é a revogação total da lei 
b) Derrogação: é a revogação parcial da lei 
 
Repristinação: é o restabelecimento dos efeitos de uma lei que 
foi revogada pela revogação da lei revogadora. 
 
Art. 2º, § 3º → salvo disposição em contrário, a lei revogada 
não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
 
Exceção: pode haver repristinação quando houver expressa 
disposição neste sentido na lei. 
 
OBS.: Deve-se ter em mente que o efeito repristinatório tácito 
apenas é possível em controle abstrato que ocorra com 
declaração ex tunc de inconstitucionalidade 
 
2.Obrigatoriedade da norma: art. 3 
 
Art. 3º, LINDB→ ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando 
que não a conhece. 
Toda lei traz consigo uma presunção de conhecimento por 
todos 
 
Princípio da Obrigatoriedade Relativa/Mitigada: a presunção de 
conhecimento da lei não é absoluta, uma vez que existem 
situações excepcionais expressamente previstas em lei em 
que se admite a alegação de erro de direito. 
 
No Direito Civil há apenas DOIS casos que se permite a 
alegação de erro de direito, como 
a) Casamento putativo (art. 1.561, CC): no caso de 
casamento nulo ou anulável celebrado com boa-fé, 
os efeitos do ato serão preservados em relação aos 
filhos e em relação ao cônjuge que esteja de boa-fé 
subjetiva (ignorando o motivo de nulidade ou 
anulação). 
Ex: casamento de A com B, sua irmã 
Erro de fato: A não sabia que B era sua irmã 
 
b) Erro como vício de vontade no negócio jurídico (art. 
139, III, CC): esse erro pode ser alegado para o 
desfazimento do negócio jurídico. 
Ex: compra de terreno em Petrópolis/RJ em área que 
fora considerada de uso público por Lei municipal 
 
Obrigatoriedade “simultânea”: a lei entra em vigor em 
todos os locais do país ao mesmo tempo. 
 
3.Integração da norma: art. 4 
 
A integração da norma é a atividade pela qual o juiz 
complementa a norma. E essa necessidade de 
complementação da norma surge porque o legislador não 
tem como prever todas as situações possíveis no mundo 
fático. 
A lacuna nunca irá se referir ao ordenamento, mas sim 
apenas à legislação. 
 
Art. 4º, LINDB → quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso 
de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais 
de direito. 
Obs: ordem alfabética, Analogia, Costumes, Princípios gerais de 
direito 
 
Especies de Lacunas, conforme, Maria Helena Diniz: 
a) Lacuna normativa: ausência total de norma para um 
caso concreto; 
b) Lacuna ontológica: presença de norma para o caso 
concreto, mas que não tenha eficácia social; 
c) Lacuna axiológica: presença de uma norma para o 
caso concreto, mas cuja aplicação seja insatisfatória ou 
injusta; 
d) Lacuna de conflito ou antinomia: choque de duas ou 
mais normas válidas, pendente de solução no caso 
concreto. 
 
Métodos de Colmatação: 
 
Na integração da norma o juiz deverá se valer da analogia, 
dos costumes e dos princípios gerais de direito, devendo 
utilizar esses métodos nessa ordem, pois o art. 4º da LINDB 
estabeleceu um rol taxativo e preferencial. 
a) Analogia: é o preenchimento da lacuna através da 
comparação, compara-se uma determinada hipótese, 
não prevista em lei, com outra, já comtemplada em 
lei. O seu fundamento é a igualdade jurídica 
▪ Analogia legis: comparação de um caso não 
previsto com outro já previsto em lei 
▪ Analogia iuris: comparação do caso com o 
sistema como um todo, compara-se a 
situação não prevista em lei com os valores 
do sistema e não com um dispositivo legal 
 
 
b) Costumes: são os usos cotidianos locais, ou seja, os 
usos reiterados de uma comunidade 
▪ Costumes contra legem: uma prática 
cotidiana atentatória à lei (no direito brasileiro 
não se admitem os costumes contra legem) 
▪ Costumes secundum legem: são os costmes 
determinados na lei. A sua utilização vem 
expressa na própria lei. Nesses casos, 
portanto, não há integração, mas sim 
subsunção. 
▪ Costumes praeter legem: costumes que não 
foram previstos em lei, sendo utilizados para 
preencher lacunas. É a única forma de 
costumes que serve como forma de 
colmatação 
c) Princípiosgerais de direito: são regramentos básicos 
aplicáveis a um determinado instituto ou ramo jurídico, 
para auxiliar o aplicador do direito na busca da justiça 
e da pacificação social. Os princípios são abstraídos das 
normas jurídicas, dos costumes, da doutrina, da 
jurisprudência e de aspectos políticos, econômicos e 
sociais 
Norma jurídica = norma-princípio + norma-regra 
 
4.Interpretação da Norma: art. 5 
 
Art. 5º, LINDB → na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins 
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
A interpretação não se confunde com integração. Integrar é 
preencher uma lacuna. Já interpretar é buscar o alcance e o 
sentido. Logo, a atividade interpretativa é a atividade de buscar 
o sentido e o alcance de uma norma que já existe. 
 
 
 
Toda e qualquer interpretação da norma deve ser 
sociológica/teleológica, isto é, deve atender aos fins sociais a 
que a norma se destina. Em toda interpretação deve se ter 
presente o impacto que a norma terá em uma comunidade 
 
Ao realizar a interpretação da norma, podemos chegar a um 
resultado ampliativo, restritivo ou declarativo. 
1- Interpretação ampliativa: a norma que diga respeito aos 
direitos fundamentais individuais ou sociais (art. 5º e 7º da 
CF/88) se submete à interpretação ampliativa. 
2- Interpretação declaratória: as normas de Direito 
Administrativo se submetem a uma interpretação declarativa, 
em virtude do princípio da legalidade. 
3- Interpretação restritiva: as normas que estabeleçam 
privilégio, sanção, renúncia, fiança e aval se submetem à 
interpretação restritiva. 
 
4.Aplicação da lei no tempo 
 
Art. 6º, LINDB → a Lei em vigor terá efeito imediato e 
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido 
e a coisa julgada. 
No Direito Brasileiro, portanto, consagrou-se a regra da 
irretroatividade das leis, de modo que as leis novas não 
alcançam os fatos pretéritos. A regra da irretroatividade é 
aplicável inclusive às normas jurídicas de ordem pública1. 
 
Exceção: admitem-se, excepcionalmente, efeitos retroativos na 
lei quando presentes dois requisitos, quais sejam: 
a) Expressa disposição neste sentido: é preciso que a 
lei diga que produzirá efeitos retroativos, e, 
b) que a retroação não prejudique o ato jurídico 
perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido. 
Direito adquirido: é aquele que se incorporou ao patrimônio do 
particular. É uma concepção exclusivamente patrimonialista. 
Todo direito adquirido é patrimonial. A nova lei deverá respeitar 
o negócio jurídico celebrado sob termo ou condição 
suspensiva. 
Coisa julgada: é a qualidade que reveste os efeitos decorrentes 
de uma decisão judicial contra a qual não cabe mais 
impugnação dentro dos mesmos autos. 
Art. 6º, §3º, LINDB → chama-se coisa julgada ou caso julgado 
a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
 
Ato jurídico perfeito: é o ato pronto e acabado, que já exauriu 
seus efeitos. O ato jurídico perfeito não mais produz efeitos. 
Ele é a antítese das relações continuativas, pois essas são as 
que perpassam no tempo 
Art. 6º, §1º, LINDB → reputa-se ato jurídico perfeito o já 
consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
O ato jurídico perfeito não pode ser atingido pelos efeitos de 
uma lei nova, pois ele não mais produz efeitos. 
 
Ultratividade: é o fenômeno através do qual uma lei, já 
revogada, produz efeitos mesmo após a sua revogação. 
 
Graus de retroatividade das leis 
a) Retroatividade máxima 
b) Retroatividade média 
c) Retroatividade mínima 
 
6. Aplicação da Lei no espaço: art 7 a 19 
A regra geral de aplicação da lei no espaço é de que, dentro 
do território brasileiro, é aplicada a lei brasileira. Ou seja, a lei 
brasileira se aplica no espaço territorial brasileiro. 
 
Porém, existem situações excepcionais em que a própria LINDB 
admite a aplicação da lei estrangeira no território brasileiro. 
Dessa forma, o Brasil adotou a teoria da territorialidade 
moderada/mitigada, uma vez que no espaço territorial brasileiro 
aplica-se a lei brasileira em respeito à soberania nacional. 
 
Regra de Conexão: para que haja a aplicação da lei estrangeira 
no território brasileiro é preciso que haja uma regra de 
conexão, sendo ela chamada de estatuto pessoal em que se 
aplica a lei do domicilio do interessado. 
 
Aplicação do Estatuto Pessoal: lei do domicílio do 
interessado: a LINDB prevê as hipóteses de aplicação da lei 
estrangeira no território brasileiro: 
- Nome. 
- Personalidade. 
- Capacidade. 
- Direito de família. 
- Bens móveis que o interessado traz consigo. 
- Penhor. 
- Capacidade sucessória. 
Art. 7º, LINDB → a lei do país em que DOMICILIADA a pessoa 
determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, 
o nome, a capacidade e os direitos de família. 
só se pode aplicar uma lei estrangeira ao território nacional se 
ela passar pelo crivo constitucional 
 
Existem 3 casos em que a LINDB admite a aplicação da lei 
estrangeira sem a aplicação do estatuto pessoal, ou seja, a 
aplicação da lei estrangeira tem regra específica que não 
obedece o domicilio do interessado. 
1. Conflito sobre bens imóveis: aplica-se a lei em que 
está situado o imóvel 
2. Lei sucessória mais benéfica ao cônjuge ou aos filhos 
3. Lugar da obrigação: no caso de contratos 
internacionais se aplica a lei de residência do 
proponente 
A decisão judicial estrangeira, a carta rogatória e o laudo arbitral 
estrangeiro também podem ser cumpridos no Brasil desde que 
se submetam à homologação no STJ 
 
Para que o STJ homologue a decisão judicial estrangeira, a 
carta rogatória ou o laudo arbitral estrangeiro, é preciso que 
estejam presentes alguns requisitos, segundo o art. 963 do 
NCPC: 
 
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação 
da decisão: 
I - ser proferida por autoridade competente; 
II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a 
revelia; 
III - ser eficaz no país em que foi proferida; 
IV - não ofender a coisa julgada brasileira; 
V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que 
a dispense prevista em tratado; 
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. 
 
Filtragem constitucional: só podem ser cumpridas as sentenças 
que sejam compatíveis com o nosso ordenamento jurídico. 
Cumprimento das formalidades processuais dos artigos 963 do 
NCPC, dentre as quais se encontra a necessidade de oitiva do 
MP. 
 
Art. 15, LINDB. Será executada no Brasil a sentença proferida 
no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente 
verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades 
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.(Leia-se 
Superior Tribunal de Justiça). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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