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40 Lição 3 - Caracterização de um Imóvel Nesta lição o aluno terá um conhecimento mais amplo sobre a parte física do imóvel, para que as informações possam ser transmitidas corretamente e de maneira clara ao cliente. Conhecer os materiais utilizados, os diferen- tes elementos construtivos, os tipos de edificações, as partes da construção, bem como os processos construtivos amplia a chance de sucesso para o profissional desta forma, ele saberá valorizar os pontos positivos do imóvel e melhorar os pontos mais enfraquecidos. Ao final desta lição o aluno será capaz de: • Identificar os processos construtivos mais utilizados e as partes que compõem uma construção (estrutura, elementos de vedação e instalações). • Identificar possíveis patologias na construção ou anomalias presentes no material construtivo. • Conhecer as principais causas de problemas construtivos mais ocorrentes. 1. Edificações e suas Características Da mesma maneira como acontece com o ser humano, os imóveis também sofrem as influências de fatores internos, externos e do tempo. Os fatores internos, inerentes ao imóvel, podem decorrer das deficiências construtivas, falha de mão de obra e de projeto, e ainda pelo esgotamento da sua vida útil, que é estimada em 60 anos, dependendo do tipo de construção e de materiais utilizados. Os fatores externos decorrem da ação de terceiros, como manifestações de natureza voluntária ou involuntária, algumas vezes por ações não previstas no projeto ou na execução da obra. Existem os fatores como ação do clima, por exemplo, que não pode ser evitado durante a vida útil do imóvel. A exposição ao sol, alterações de temperatura, vento, umidade são inevitáveis e, embora possa ter seus efeitos minimizados, não há como excluir tais ações. Identificar as anomalias nas edificações é muito importante quando o profissional vai trabalhar com o imóvel. É preciso conhecer os elementos construtivos, a constituição da edificação como um todo, bem como os agentes internos e externos que mais ocorrem naquele local ou região. 41 Pode-se dizer que uma construção é dividida em partes. As principais partes são: • Estrutura (mais conhecida como fundação ou alicerce); • Alvenaria (paredes internas e externas); • Cobertura (telhados, forros e lajes); • Impermeabilização (principalmente na parte que está em contato com o solo ou imóveis vizinhos); • Revestimentos (pisos e azulejos); • Instalações hidráulicas (Sistema de encanamento e armazenamento de água); • Instalações elétricas, de telefonia e lógica. 1.1 Estrutura A estrutura de um prédio pode ser comparada com o esqueleto humano. Assim como os ossos têm a função de sustentar a nossa musculatura, a estrutura é o conjunto de partes de uma construção que suportam o peso da edificação e de tudo o que está dentro. As cargas internas constituem tudo aquilo que colocamos dentro do imóvel, como móveis, utensílios domésticos, papéis, cofres, automóveis, etc., além dos próprios materiais que constituem a construção. A cobertura e o telhado também constituem uma considerável carga que atua sobre a construção e, consequentemente, sobre a estrutura. A estrutura tem o papel de transmitir carga e nunca de absorvê-la. Toda a carga é transmitida para o solo e subsolo. Existem cálculos específicos que definem o tipo e a dimensão da estrutura a ser utilizada. As forças externas são as ações da natureza, como chuva e vento, que exercem determinado impacto na construção e, consequentemente, na estrutura. As forças internas são induzidas pela força da gravidade e agem de cima para baixo (Figura 40); já as forças produzidas pelas ações da natureza ocorrem em várias direções (Figura 41). A atuação conjunta dessas forças faz com que a edificação sofra alguns movimentos e deformações, mesmo que imperceptíveis, daí a importância da estrutura ser corretamente dimensionada por profissionais da área. 42 FORÇAS INTERNAS Figura 40: Carga interna. Força vertical de cima para baixo na edificação. FORÇAS EXTERNAS TERRA VENTO TERRA Figura 41 - Carga externa. Forças agindo em outras direções sobre a edificação Os pilares, as vigas e as lajes também fazem parte da estrutura (Figura 42), pois são responsáveis por transmitir as cargas recebidas para as fundações que, por sua vez, transmitem para o solo e subsolo. Os pilares são peças lineares de sustentação vertical. Seus carregamentos principais são provenientes das vigas, que concentram neles seus esforços e estes são distribuídos para as fundações. 43 As vigas são peças de sustentação horizontal. Recebem o peso advindo da laje e da cobertura, distribuindo esta carga para os pilares. Vigas Pilares Lajes Fundações Figura 42 - Estrutura – laje, vigas, pilares e fundação Existem algumas patologias bem conhecidas, como as fissuras, trincas, rachaduras, fendas nas paredes e lajes nas edificações. Muitos destes termos são tratados como se fossem iguais, porém existem diferenças. Veja a seguir algumas delas: • Fissura: abertura em forma de linha estreita e pouco profunda, que aparece na superfície de qualquer material sólido. Aparece no revestimento com espessura de aproximadamente 0,5 mm (meio milímetro). • Trinca: possui a mesma definição que a fissura, porém sua espessura varia até 1 mm. • Rachadura: apresenta mais riscos, verificando-se uma acentuada ruptura na massa de revestimento, com uma abertura mais expressiva. Pode-se “ver” através dessa ruptura. Apresenta uma espessura de 1 até 1,5 mm. • Fenda: ruptura maior que a rachadura, causando a separação das partes. Sua espessura é superior a 1,5 mm. 44 Se o profissional identificar qualquer uma destas patologias no imóvel, não deverá ignorá-las. Toda patologia requer uma melhor investigação, a fim de saber quanto aquele imóvel e sua possível negociação pode ser prejudicada. Pode estar ocorrendo um processo de deterioração progressiva, trazendo prejuízo futuro. As causas dessas anomalias nem sempre são evidentes, mas é possível identificar algumas delas com uma atenciosa e detalhada análise. As figuras a seguir esquematizam o desenho formado nas paredes por essas trincas e rachaduras, com suas respectivas e possíveis causas. Figura 43 - Patologia causada por escorregamento de solo Figura 44 - Erosão e deslocamento de fundações (recalques) Figura 45 - Ausência de vergas e contravergas em portas e janelas 45 Figura 46 - Efeitos de cisalhamento, decorrentes de forças cortantes Rachaduras Figura 47 - Patologias causadas por forças cortantes A deformação decorrente de forças cortantes1 (Figura 47) podem ser causadas por fadiga, efeitos térmicos, vibrações, dano excepcional provocado por ações da natureza. Figura 47 - Demonstração de um rompimento por cisalhamento 1. Forças cortantes São forças que agem no sentido perpendicular ao eixo da peça que está sofrendo o esforço. Tende a provocar o cisalhamento da peça. 46 De qualquer modo, é importante o parecer do técnico habilitado – arquiteto ou engenheiro, para que as origens das patologias possam ser perfeitamente identificadas e, dessa forma, seus efeitos serem minimizados ou anulados. 1.2 Alvenaria Alvenaria são elementos estruturais ou de vedação – paredes e muros. Esses elementos podem ser executados com materiais de barro, cerâmica ou concreto, e deverão ser resistentes à diferentes solicitações de esforços e intempéries. Quanto aos métodos de construção, a alvenaria pode ser executada in loco ou pode ser pré-moldada, isto é, peças feitas em fábrica e transportadas apenas para “montar as paredes” no local da obra. A alvenaria pode ser apenas estrutural ou de vedação. • Alvenaria de vedação: utilizada apenas como divisória não recebe ou transmite carga considerável. • Alvenaria estrutural: utilizada com função de estrutura, isto é, recebe e transmite a carga para as fundações. Devido ao fato de serem utilizados materiais de composição diferenciada nas alvenarias, criando-se “juntas de união” ao serem unidos unsaos outros, o comportamento destes materiais deverá ser resistente diante dos agentes externos. Podem surgir fissuras entre as “juntas de união”, muito frequentes onde a laje começa e a alvenaria termina, por exemplo. Nas quinas entre paredes, e até mesmo junto à abertura de portas e janelas, também é comum aparecerem trincas e fissuras, por isso a execução da alvenaria deverá ser realizada corretamente e com materiais adequados. É possível também o aparecimento de patologias mais graves, como rachaduras ou fendas, que podem comprometer até mesmo a estrutura e a vida útil da edificação. 1.3 Cobertura A cobertura é o elemento que fecha a parte superior de uma edificação: teto, forro, telhado ou laje. Seu objetivo é proteger a edificação contra as intempéries, constituindo o seu arremate. Funciona ainda como controlador térmico, não permitindo que os raios solares incidam diretamente sobre os compartimentos da edificação, promovendo, assim, uma estabilidade térmica. A cobertura pode ser um telhado ou apenas uma laje. O telhado é constituído por um madeiramento (tesouras, terças, ripas, caibros e sarrafos), onde se apoiam as telhas, normalmente feitas de barro ou cimento. Existem também as telhas de amianto ou zinco. Atualmente, para um melhor conforto térmico, acústico e até uma maior proteção contra a água das chuvas, emprega-se uma manta – chamada de subcobertura – entre o madeiramento e as telhas. As lajes de cobertura são superfícies de concreto que fecham a parte superior de uma edificação. Se elas não recebem o madeiramento do telhado, 47 devem receber tratamentos especiais, que são as impermeabilizações, principalmente. Importante também a laje receber um revestimento, como telhado verde ou argila, visando um melhor conforto térmico em países ou cidades de clima muito quente. 1.4 Impermeabilização A impermeabilização é um material que protege superfícies contra a penetração indesejável da água ou umidade. No caso das construções, a umidade normalmente advém da água da chuva, do solo ou da vegetação. A impermeabilização pode ser realizada nas lajes, para proteção das águas da chuva, ou nas estruturas de fundação e pisos, para proteção da umidade advinda do solo. Dentro do imóvel, onde há muita presença de água, como banheiros, cozinhas e áreas de serviço, também é necessária a impermeabilização dos pisos sob os revestimentos. Existem diversos materiais utilizados para impermeabilizar as construções, como argamassas impermeáveis, mantas asfálticas, membranas termoelás- ticas, entre outros. São utilizados sob os pisos e paredes, ou sobre as lajes, garantindo a segurança contra insalubridade e a qualidade dos imóveis vizinhos. É recomendável a utilização desses materiais de impermeabilização sob os pisos de cozinhas, lavanderias, banheiros, lavabos e saunas, que são áreas em frequente contato com a água. Devem ser impermeabilizados os elementos da edificação expostos às intempéries, como quadras esportivas, marquises, decks de piscinas, varandas, lajes de cobertura, e ainda em lugares como caixas d’água, jardineiras, floreiras, piscinas e paredes de contenção de solo. Deve-se sempre estar atentos a quaisquer interferências nas impermea- bilizações, como perfurações ou quebra de pisos, pois pode inutilizar a impermeabilição realizada no local, devendo, assim, ser feita novamente. 1.5 Revestimento Os materiais de revestimento mais utilizados em alvenaria são os azulejos cerâmicos, tintas, pastilhas e argamassas, que possibilitam um bonito acabamento estético nas edificações e também as protege de umidade e intempéries. Geralmente, as alvenarias são revestidas com várias camadas de argamassa, de dentro para fora, na seguinte ordem: massa grossa, massa fina, base e acabamento. A garantia da segurança está principalmente na escolha dos materiais, que devem ter boa qualidade, e também na maneira como são manipulados. Os processos de transporte e a mão de obra especializada são fatores muito 48 importantes para a qualidade final do trabalho. Qualquer falha nos itens mencionados poderá incorrer em anomalias, como bolhas, descolamentos em cerâmicas, quebras, trincas ou fissuras no revestimento. Existem várias informações que podem ser observadas antes de se adquirir um material construtivo. A norma técnica da ABNT é um importante material de consulta para se compreender qual o produto mais adequado a ser utilizado, bem como sua correta manipulação. Nos rótulos também contém informações importantes sobre os elementos presentes no produto, assim como a forma correta de utilizá-lo. O cimento, por exemplo, deve ser escolhido de acordo com sua resistência característica, e deve ser obedecida a sua finalidade. Os revestimentos, como os pisos, por exemplo, possuem uma resistência específica, uma informação técnica que deve ser sempre considerada, dependendo do ambiente onde serão utilizados. Chama-se PEI (Porcelain Enamel Institute)2. PEI indica uma classificação da superfície da cerâmica do revestimento com relação à quantidade de tráfego que pode suportar sem arruinar. Essa classificação abrange de 0 a 5, e quanto mais próximo de 0, menor é a resistência, e quanto mais próximo de 5, melhor será a capacidade de o piso suportar as diversidades, como as intempéries do tempo e do tráfego. Existem revestimentos próprios para áreas com muito movimento, como rodoviárias e shoppings, e revestimentos para imóveis residenciais que possuem pouco movimento e pouca exposição a riscos. Porém, isso não quer dizer que um imóvel residencial tenha que ser revestido com um piso de classificação muito baixa. Deve-se analisar e equilibrar o uso do material e sua classificação para que o imóvel tenha um revestimento de boa qualidade. Revestimentos são os elementos construtivos que estão muito expostos, por isso devem ter manutenção periódica, prolongando, assim, seu tempo de vida útil. 1.6 Instalações Hidráulicas São as redes de tubulações de água fria, água quente, águas pluviais (de chuva) e de esgoto (Figura 48). As caixas de armazenamento de água também fazem parte das instalações hidráulicas, sendo indispensável em um imóvel. A água fria é obtida por meio da rede de água da rua que passa pelo hidrômetro, sendo levada pelas tubulações até o reservatório principal (caixa d’água), que pode ser elevado ou enterrado. Desse reservatório, a água percorre as tubulações até os pontos de abastecimento da edificação: torneiras, válvulas de descarga, chuveiros, etc. Não existindo a referida rede de água da rua, a 2. PEI Sigla que recebe o nome do Instituto que regulamentou as Normas para a classificação de Resistência à Abrasão Superficial dos revestimentos. 49 água pode ser obtida por meio da perfuração de um poço artesiano, muito comum em áreas rurais. CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA Figura 48 - Captação e distribuição de água Os vazamentos normalmente ocorrem nos tubos de descida, devido a problemas de peças (conexões) mal encaixadas ou soldadas, e até pela alta pressão da água. A partir destes vazamentos podem ocorrer agravantes, como rupturas das tubulações, causando infiltrações que podem afundar pisos ou até mesmo causar desmoronamentos. Nos ralos também é comum ocorrer infiltrações quando não são instalados corretamente ou quando a impermeabilização não é bem executada. A água quente é a água fria aquecida por um aquecedor instalado no imóvel. Esta água deve passar por tubulações adequadas que normalmente são de cobre ou PVC – resistentes à temperatura da água e revestidas por um isolante térmico. A água pluvial é a água da chuva advinda dos telhados, lajes e coberturas, captada por calhas e ralos e despejada nas caixas de coleta. Essa água poderá ser levada à rua pela superfície ou por canalização subterrânea. Havendo rede de esgoto não é permitido que nela seja despejada a água de chuva. Mesmo não havendo rede de esgoto no imóvel, mas uma fossa séptica, a água pluvial não deve ser aí conduzida,pois isso ocasionaria seu rápido enchimento. A água de chuva deve ser despejada no meio-fio ou na rede de água pluvial da prefeitura, quando assim houver. As tubulações de esgoto coletam as águas usadas nas pias, nos vasos sanitários, bidês, chuveiros, ralos etc. Os vazamentos mais comuns ocorrem justamente nas tubulações enterradas, junções e caixas de inspeção, sendo, portanto, mais difícil detectar a presença de infiltrações. Os vazamentos e as infiltrações, de modo geral, também podem ocasionar a deterioração dos 50 elementos construtivos, oxidação de ferragens do concreto da estrutura, trincas, fissuras e fendas, danos às instalações elétricas, deslizamentos em muros de contenção, danos em armários embutidos e afundamentos de piso. Também podem prejudicar as edificações vizinhas trazendo prejuízo e problemas para ambas as partes. 1.7 Instalações Elétricas e de Telefonia/TV a Cabo/Rede de Lógica Essas instalações são constituídas por uma rede de tubulações, onde percorrem os fios que alimentam as tomadas e os interruptores. São os sistemas de energia elétrica, iluminação, telefonia, lógica (computadores) e TV. Toda concentração de carga elétrica está no quadro de distribuição de força, que contém o relógio medidor e as chaves (disjuntores) de distribuição. Neste quadro também está a chave geral que interrompe a passagem de energia elétrica quando desligada. Portanto, uma pequena parte da energia elétrica externa (da rua) entra no imóvel e concentra-se no quadro de distribuição de força e, a partir daí, é distribuído nos pontos de energia do imóvel, como interruptores, chuveiros e tomadas (Figura 49). Toda a instalação elétrica deve seguir as Normas Técnicas da ABNT (NBR 5410). Figura 49 - Quadro de distribuição elétrica com disjuntores Os choques causados pela corrente elétrica e os incêndios são os principais riscos apresentados nestas instalações, sendo que podem ser evitados com os cuidados adequados e seguindo-se as recomendações das Normas Técnicas (ABNT). 51 Os choques podem ser evitados pela instalação adequada do fio terra (condutor de proteção) nos aparelhos elétricos, chuveiros, torneiras e aquecedores. Também podem ser evitados utilizando-se fios de qualidade de forma correta e bem encapados. O quadro de distribuição de energia deve ter os disjuntores com proteção contra descarga brusca de energia, e sempre deve seguir as normas de segurança (NBR 5410). Já os incêndios (Figura 50), provocados muitas vezes por curtos-circuitos nas fiações elétricas, são causados por instalações mal executadas e projetadas, péssimo estado de conservação, falta de manutenção, distribuição inadequada de cargas, aumento de carga sem supervisão técnica, materiais utilizados de forma errada ou materiais de baixa qualidade. Figura 50 - Incêndio A presença de água por infiltração de chuva ou vazamentos é um forte agravante nas causas de incêndio. A água em contato com a energia elétrica nos fios pode ocasionar curtos-circuitos, que é a principal causa de focos de incêdios nos imóveis. Outro fator que merece ser lembrado é a presença de ratos e cupins no local que podem danificar o fundo de madeira dos quadros elétricos. O ideal é que a madeira não seja usada nestes casos, mas alguns imóveis são construídos desta forma, e estas informações devem ser averiguadas antes de efetuar uma venda ou locação. As instalações prediais, onde há o uso de elevadores, casa de máquinas, casa de bombas e centros de medições devem ser constantemente vistoriadas, para evitar a presença de roedores ou de qualquer animal que coloque em risco a fiação elétrica. Convém manter esses lugares sempre muito limpos com tampas e portas bem fechadas e sem obstruções. Ter conhecimento sobre as instalações e de como se compõe em uma edificação é importante porque facilita o trabalho de averiguar possíveis problemas, bem como cadastrar, vistoriar e avaliar um imóvel corretamente. 52 2. Tipos de Edificações As edificações são classificadas quanto à sua forma construtiva e quanto ao seu uso. Em relação à forma construtiva, podem ser: • Residências térreas • Residências assobradadas (dois pavimentos) • Residências geminadas – assobradadas ou não • Condomínios verticais (residencial, comercial ou industrial) • Condomínios horizontais (residencial, comercial ou industrial) • Lofts3 • Galpões industriais • Lojas comerciais O uso da edificação pode diferir da sua forma construtiva, como acontece com os lofts. Quanto ao seu uso, as edificações classificam-se em residenciais, não residenciais e de uso misto. As edificações residenciais subdividem-se em permanentes e transitórias: 2.1 Permanentes: • unifamiliares – apenas uma unidade • multifamiliares – duas ou mais unidades (apartamentos) 2.2 Transitórias: • hotéis • hotéis-residências • motéis e congêneres • internatos • pensionatos • asilos 2.3 As Edificações não Residenciais: • uso industrial; • locais de reunião: auditórios, ginásios esportivos, salões de exposições e festas, cinemas, parques de diversões e teatros; • comércio, negócios e atividades profissionais: lojas comerciais, estúdios, consultórios; 3. Loft Áreas residenciais sem divisórias, divididas apenas por mobiliários. 53 • Uso institucional, como escolas ou faculdades; • Estabelecimentos hospitalares e laboratórios; • Usos diversos: depósitos de explosivos, munições e inflamáveis, depósito de armazenagem, estacionamento, postos de abastecimento etc. As edificações de uso misto são aquelas que abrigam atividades de diferentes usos no mesmo prédio (residencial e não residencial). Pelo critério de utilização predominante, os imóveis podem ser considerados urbanos ou rurais (rústicos), ou ainda pelo critério da sua localização: urbano, aquele que se encontra dentro dos limites das metrópoles, cidades, povoações; e rústico ou rural, aquele que se localiza fora desses limites. Há ainda quem defenda o critério de destinação do prédio: urbano – aquele com características predominantes de habitação, comércio, indústria, serviços profissionais liberais, e rústico – aquele que se destina à lavoura ou à exploração agrícola extrativa, esteja ou não situado em região rural. Este é o conceito mais utilizado, principalmente no mercado imobiliário de locações. Saiba Mais Patologias construtivas. http://arquinetpolis.com/patologias-constructivas-000057/ Dica de Leitura CAVALIN, G. CERVELIN, S. Instalações Elétricas Prediais. Editora Érica: São Paulo, 2017.