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Verifique se seu caderno está completo, sem repe- tição de questões ou falhas. Caso contrário, noti- fique imediatamente o Fiscal da Sala, para que sejam tomadas as devidas providências; Confira seus dados pessoais, especialmente nome, número de inscrição e documento de identidade e leia atentamente as instruções para preencher o cartão-resposta; Use somente caneta esferográfica, fabricada em material transparente, com tinta preta ou azul; Assine seu nome apenas no(s) espaço(s) reservado(s); Confira sua cor e tipo do caderno de questões. Caso tenha recebido caderno de cor ou tipo diferente do impresso em seu cartão-resposta, o fiscal deve ser obrigatoriamente informado para o devido registro na Ata da Sala; Reserve tempo suficiente para o preenchimento do seu material. O preenchimento é de sua res- ponsabilidade e não será permitida a troca do cartão-resposta ou folha de texto definitivo em caso de erro; Para fins de avaliação, serão levadas em considera- ção apenas as marcações realizadas no cartão- -resposta e na folha de texto definitivo; Os candidatos serão submetidos ao sistema de detecção de metais quando do ingresso e da saída de sanitários durante a realização das provas. Boa sorte! 1ª F A S E D O 37º E X A M E D E O R D E M P Ó S-E D I T A L FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO! INSTRUÇÕES GERAIS ● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas. ● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito. ● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado. – Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE): marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa. Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta em caso de respostas erradas. – Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha: marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão com respostas em branco. ● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno. ● Não serão realizadas correções individuais das provas discursivas. Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail: treinodificil_jogofacil@grancursosonline.com.br. Nossa ouvidoria terá até dois dias úteis para responder à solicitação. Desejamos uma excelente prova! DIRETORIA DE PRODUÇÃO EDUCACIONAL PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIVERSOS FICHA TÉCNICA DO MATERIAL grancursosonline.com.br CÓDIGO: 922023149 TIPO DE MATERIAL: Simulado Preparatório NUMERAÇÃO: 4º Simulado NOME DO ÓRGÃO: Ordem dos Advogados do Brasil OAB CARGO: 1ª Fase do 37º Exame de Ordem MODELO/BANCA: OAB/FGV EDITAL: Pós-Edital ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 2/2023 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Ética Profissional Maria Christina 1 Maurício, advogado, inconformado com o divórcio, pla- nejou a morte de sua ex-mulher, chamando-a para ir até o seu antigo apartamento com o intuito de assassiná-la. Ocorre que o plano deu errado e Joana, ex-esposa de Maurício, acabou fugindo e o denunciando na Delegacia. Diante dos fatos, assinale a alternativa correta. (A) O advogado deverá renunciar à causa, tendo em vis- ta a gravidade dos atos imputados para que a defen- soria pública possa assumi-la. (B) É direito e dever do advogado assumir a defesa crimi- nal, considerando sua própria opinião sobre a culpa do acusado. (C) É direito e dever do advogado assumir a defesa crimi- nal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. (D) Nem toda causa criminal é digna de defesa quando viola a moral particular do próprio advogado. 2 Cecília outorgou procuração para sua advogada Maria Fernanda para que ela pudesse atuar em seu nome. Posteriormente, a advogada fez um substabelecimento sem reserva de poder para o advogado Marcus assumir o processo desta data para frente. Diante dos fatos, assi- nale a opção correta. (A) Marcus não poderá cobrar os honorários diretamen- te da cliente de Maria Fernanda, mesmo que haja contrato diante da nulidade da cláusula. (B) Marcus não poderia assumir a causa por substabele- cimento, mas apenas se providenciassem a renúncia da causa. (C) A cliente deverá ser necessariamente notificada do substabelecimento. (D) O substabelecimento deveria ser feito sem reserva de poder para que haja a substituição do advogado. 3 Carlos Magno resolveu divulgar em seu Instagram a rea- lização de advocacia pro bono para determinada classe, convocando, inclusive, colegas para atuar em conjun- to de forma gratuita. Diante dos fatos, assinale a op- ção correta. (A) É lícita a advocacia pro bono nos moldes indicados no comando da questão. (B) A advocacia pro bono não pode ser divulgada no Ins- tagram, sob pena de configurar autopromoção passí- vel de censura. (C) A advocacia pro bono deve ser prestada de forma gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos, em favor apenas de pessoas físicas que não dispuse- rem de recursos para a contratação de profissional. (D) Considera-se advocacia pro bono a prestação gratui- ta, eventual e voluntária de serviços jurídicos em fa- vor de instituições sociais, sem fins econômicos e aos seus assistidos, mesmo que os beneficiários dispo- nham de recursos para a contratação de profissional. 4 Bastos, advogado militante na área de Direito Previ- denciário, foi eleito Conselheiro pela Seccional do Mato Grosso, tendo tomado posse no ano de 2023. Em 2024, adquiriu um bem imóvel da sua própria seccional e pas- sou a ministrar aulas remuneradas na Escola Superior de Advocacia. Diante dos fatos apresentados, assinale a alternativa correta. (A) Não poderá o advogado, enquanto exercer cargos ou funções em órgãos da OAB ou representar a classe junto a quaisquer instituições, órgãos ou comissões, públicos ou privados, adquirir bens imóveis ou mó- veis da OAB nem o exercício remunerado de ativida- de de magistério na Escola Nacional de Advocacia. (B) O advogado, enquanto exercer cargos ou funções de direção em órgãos da OAB, não poderá adquirir bens imóveis ou móveis da OAB nem o exercício remune- rado de atividade de magistério na Escola Nacional de Advocacia. (C) Não poderá o advogado, enquanto exercer cargos ou funções em órgãos da OAB ou representar a classe junto a quaisquer instituições, órgãos ou comissões, públicos ou privados, adquirir bens imóveis ou mó- veis da OAB, mas não haverá impedimento para o exercício remunerado de atividade de magistério na Escola Nacional de Advocacia. (D) Não poderá o advogado, enquanto exercer cargos ou funções em órgãos da OAB ou representar a classe junto a quaisquer instituições, órgãos ou comissões, públicos ou privados, adquirir bens imóveis ou mó- veis da OAB nem o exercício remunerado nas Bancasdo Exame de Ordem. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 5 Sobral, advogado e Presidente da Seccional do estado de São Paulo, acabou apresentando recurso em proces- so disciplinar de um advogado. Diante dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta. (A) Os dirigentes das Seccionais são legitimados a inter- por recursos nos processos em trâmite perante os órgãos da OAB. (B) Salvo em causa própria, não poderá o advogado, en- quanto exercer cargos ou funções em órgãos da OAB ou tiver assento, em qualquer condição, nos seus Conselhos, atuar em processos que tramitem peran- te a entidade nem oferecer pareceres destinados a instruí-los. (C) Não poderá o advogado, em hipótese alguma, en- quanto exercer cargos ou funções em órgãos da OAB ou tiver assento, em qualquer condição, nos seus Conselhos, atuar em processos que tramitem peran- te a entidade nem oferecer pareceres destinados a instruí-los. (D) Não poderá o advogado, nem em causa própria, en- quanto exercer cargos ou funções em órgãos da OAB ou tiver assento, em qualquer condição, nos seus Conselhos, atuar em processos que tramitem peran- te a entidade nem oferecer pareceres destinados a instruí-los. 6 Advogada Marta acabou sendo testemunha ocular de um crime em um Happy Hour ocorrido na última sexta- -feira na casa de sua amiga, que também é advogada. Intimada a depor, ela se recusou, alegando o dever de guardar sigilo em face de sua profissão. Diante dos fatos, assinale a alternativa correta. (A) Marta está correta, pois tem o dever de guardar si- gilo dos fatos que tome conhecimento em razão do exercício da profissão. (B) Marta deverá prestar depoimento, pois não se en- contra amparada pelo sigilo profissional da ad- vocacia. (C) Marta não deverá depor, pois o sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de reserva que lhe seja feita pelo cliente. (D) Marta somente poderia quebrar o sigilo profissional no caso de circunstâncias excepcionais que configu- rem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria. 7 Berta é advogada recém inscrita na Ordem dos Advo- gados do Brasil, com inscrição principal na seccional do Distrito Federal. Com dificuldades de se estabilizar na carreira, contratou a instalação de um outdoor em plena EPTG como forma de divulgação de seu trabalho, e criou uma página no Instagram, em que posta com frequência conteúdos informativos e educacionais sobre determi- nada área jurídica. Diante dos fatos apresentados, assi- nale a alternativa correta. (A) Berta viola os meios utilizados para a publicidade profissional previstas no Código de Ética quando rea- liza a instalação de outdoor e com a criação da pági- na do Instagram. (B) Berta viola os meios utilizados para a publicidade profissional previstos no Código de Ética apenas quando realiza a instalação de outdoor, mas não há proibição quanto à criação da página do Instagram nos termos postos. (C) Berta não viola os meios utilizados para a publicida- de profissional previstas no Código de Ética quando realiza a instalação de outdoor, mas infringe as re- gras com a criação da página do Instagram nos ter- mos postos. (D) Berta não viola os meios utilizados para a publicida- de profissional previstas no Código de Ética quando realiza a instalação de outdoor nem com a criação da página do Instagram nos termos postos. 8 Sobre as penalidades aplicadas aos advogados, assinale a alternativa correta. (A) As violações aos quesitos de publicidade no exercício da profissão geram a aplicação de uma penalidade sumária de censura. (B) A inépcia profissional gera a aplicação de uma pena- lidade de censura. (C) A retenção abusiva dos autos gera a aplicação de uma penalidade exclusão dos quadros da OAB. (D) A colaboração premiada do advogado contra o clien- te gera a aplicação de uma penalidade exclusão dos quadros da OAB. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Filosofia do Direito Odair José 9 “...quando se fala em uma sanção organizada como elemento constitutivo do direito, referimo-nos não às normas singulares, mas ao ordenamento normatizado tomado no seu conjunto, razão pela qual, dizer que a sanção organizada distingue o ordenamento jurídico de todo outro tipo de ordenamento não implica que todas as normas desse sistema sejam sancionadas, mas ape- nas que o seja a maior parte”. BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. São Paulo: Edipro, 2019, p. 164. Bobbio defende que todo ordenamento jurídico é com- posto por normas, do que se pode concluir que: (A) Todas as normas de um ordenamento jurídico são necessariamente sancionadas para que sejam tidas como normas jurídicas. (B) Ordenamento internacional não é jurídico, porque suas normas não dispõem de sanção. (C) O critério de juridicidade de uma norma não é a sanção, mas a pertinência ao sistema, ou a validade quanto às fontes de produção normativa reconheci- das como legítimas. (D) A sanção tem relação com a validade da norma, já a eficácia corresponde à juridicidade, de modo que normas ineficazes não podem ser tidas como normas jurídicas. 10 “Reconhecer-se mutuamente como pessoa de direito significa hoje, nesse aspecto, mais do que podia signi- ficar no começo do desenvolvimento do direito moder- no: entrementes, um sujeito é respeitado se encontra reconhecimento jurídico não só na capacidade abstrata de poder orientar-se por normas morais, mas também na propriedade concreta de merecer o nível de vida ne- cessário para isso”. HONNETH, Axel. Luta por reconhe- cimento: a gramática moral dos conflitos sociais. São Paulo: Editora 34, 2021, p. 193. Para Axel Honneth, o direito, enquanto padrão de reco- nhecimento, é relacional e normativo. Assinale a alternativa que corresponda à concepção mo- derna de Direito, defendida por Axel Honneth, nos ter- mos da obra em referência. (A) O sistema jurídico deve ser compreendido como ex- pressão dos interesses universalizáveis de todos os membros da sociedade, ao mesmo tempo em que o Direito não deve admitir qualquer exceção ou pri- vilégios. (B) Os direitos e deveres individuais são definidos no âmbito da estrutura social de cooperação e nessa estrutura nem todos os indivíduos deverão ser consi- derados sujeitos de direito. (C) Os direitos são constituídos sob a perspectiva do indivíduo, de modo que o sistema jurídico deve ga- rantir o exercício pleno dos direitos individuais, ainda que em detrimento dos interesses coletivos. (D) O direito como reconhecimento se realiza na pólis moderna a partir da superação da dicotomia entre indivíduo e sociedade, de modo que os interesses coletivos sempre deverão se sobrepor aos interesses individuais. Direito Constitucional Ana Paula Blazute 11 Os moradores da Rua “ALFA” pretendem criar uma as- sociação para defesa dos interesses das pessoas que moram em tal rua. De acordo com a Constituição Fede- ral, marque a alternativa correta sobre a criação dessa associação. (A) Independe de autorização, sendo permitida a inter- ferência estatal em seu funcionamento e terá, se expressamente autorizada, legitimidade para repre- sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. (B) Depende de autorização, sendo permitida a inter- ferência estatal em seu funcionamento e terá, in- dependentemente de autorização, legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudi- cialmente. (C) Independe de autorização, sendo vedada a interfe- rência estatal em seu funcionamento e terá, se ex- pressamente autorizada, legitimidade para repre- sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. (D) Independe de autorização, sendo vedada a inter- ferência estatal em seu funcionamento e terá, in- dependentemente de autorização, legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudi- cialmente. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 12 Larissa é Presidente da República; Marcos, Governadorde Estado; Eduardo, presidente do Supremo Tribunal Federal; Bráulio, Procurador-Geral da República; e Luís, Prefeito. Em conformidade com a Constituição Federal, podem propor ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal: (A) Larissa, Marcos, Eduardo e Bráulio. (B) Larissa, Marcos e Bráulio, apenas. (C) Larissa, Eduardo e Bráulio, apenas. (D) Eduardo e Bráulio, apenas. 13 Fred é italiano, trabalha em uma multinacional no Brasil, e tem 20 anos de idade. Jade é brasileira, vendedora, tem 19 anos de idade, e é analfabeta. Alberto é brasilei- ro, contador aposentado, e tem 74 anos de idade. Con- siderando apenas as informações fornecidas, em confor- midade com a Constituição Federal, o voto é (A) facultativo para Fred, Jade e Alberto. (B) obrigatório para Alberto, facultativo para Jade, e proibido para Fred. (C) facultativo para Jade e Alberto e proibido para Fred. (D) obrigatório para Alberto e Jade e proibido para Fred. 14 Em conformidade com a Constituição Federal, a propos- ta de Emenda Constitucional de iniciativa do Presidente da República será discutida e votada em (A) cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, maioria absoluta dos respectivos membros. (B) sessão unicameral, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver três quintos dos votos dos res- pectivos membros do Congresso Nacional. (C) cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. (D) sessão unicameral, em turno único, considerando-se aprovada se obtiver dois terços dos votos dos mem- bros do Congresso Nacional. 15 João quer obter uma certidão negativa de antecedentes criminais para o processo seletivo de emprego que pre- tende concorrer. No entanto, a repartição, sem qualquer esclarecimento, negou o pedido de emissão de certidão. João resolve te procurar como advogado e você diz ser cabível, nessa situação, o ajuizamento de (A) mandado de segurança. (B) ação popular. (C) mandado de injunção. (D) habeas data. 16 Pedro, servidor público do TRT, já estável, perdeu seu cargo mediante processo administrativo. Logo em segui- da, foi descoberto que o motivo da demissão de Pedro foi falso. Considerando apenas os dados fornecidos, a demissão de Pedro (A) não poderá ser invalidada, pois apenas pode ser in- validada a demissão decorrente de procedimento de avaliação periódica de desempenho, realizado na forma de lei complementar, sendo assegurada ampla defesa. (B) não poderá ser invalidada, em nenhuma hipótese, por expressa vedação constitucional. (C) poderá ser invalidada por sentença judicial, sendo ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, inde- pendentemente de ser estável, reconduzido ao cargo de origem, com direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re- muneração proporcional ao tempo de serviço. (D) poderá ser invalidada por sentença judicial, sendo ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 17 Leandro, advogado e sócio de determinado escritório de advocacia, é proprietário de um imóvel na área urbana de Teresina. No caso de iminente perigo público, a auto- ridade competente (A) poderá usar da propriedade particular de Leandro, assegurando a ele indenização ulterior, independen- temente de dano. (B) poderá usar da propriedade particular de Leandro, assegurando a ele indenização ulterior, se hou- ver dano. (C) não poderá usar da propriedade de Leandro por ser ela particular, salvo em caso de desapropriação por necessidade pública, mediante justa e prévia indeni- zação em dinheiro. (D) poderá usar da propriedade particular de Leandro, sem direito à indenização, mesmo que haja dano. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Direitos Humanos Alice Rocha 18 Ao longo da história, o Brasil tem assinado e ratificado uma série de tratados e convenções internacionais so- bre direitos humanos. Todavia, o tratamento e o posi- cionamento de tais tratados no ordenamento jurídico brasileiro foram sendo modificados, sobretudo com a EC n. 45/2004. A partir dessa emenda, e com base na Cons- tituição Federal, atualmente, podemos afirmar que: (A) Tratados em direitos humanos que venham a ser aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos res- pectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (B) Todos os tratados em Direitos Humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respecti- vos membros, serão equivalentes às leis ordinárias. (C) Tratados em direitos humanos que venham a ser aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por uma maioria qualificada de três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (D) Todos os tratados em Direitos Humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos res- pectivos membros, serão equivalentes às normas su- pralegais. 19 No Brasil, o Comitê Nacional para os Refugiados – CO- NARE – é o órgão de deliberação coletiva estabelecido no âmbito do Ministério da Justiça. Conforme a Lei n. 9.474/1997, dentre os membros que constituem esse importante órgão, está (A) um representante do Ministério das Relações Exte- riores, que o presidirá. (B) um representante do Ministério da Defesa. (C) um representante do Departamento da Polícia Federal. (D) um representante da sociedade civil. Direito Internacional Alice Rocha 20 Ruanita é espanhola de 73 anos residente no Brasil há dois anos e acaba de ser presa, acusada de homicídio doloso contra seu ex-companheiro José, tendo utilizado de instrumentos de tortura para cometer o ato ilícito. Com receio de ser expulsa do Brasil, Ruanita procura apoio junto à ONG, em que você atua como advogado. Com base nessa situação hipotética, e com base na Lei n. 13.445/2017, você deve informar que: (A) Sendo uma medida de cooperação internacional, deverá ser avaliado se o Brasil possui acordo de expulsão com a Espanha, país de nacionalidade de Ruanita. (B) Ruanita poderá ser expulsa antes mesmo do trânsi- to em julgado, tendo em vista a gravidade do crime cometido. (C) Ruanita não poderá ser expulsa, visto que possui mais de 70 anos de idade. (D) Ruanita pode sair voluntariamente do Brasil, inde- pendentemente da existência de processo de expul- são em curso. 21 Jean-Pierre, francês, produtor de vinho e residente nos Estados Unidos, assinou um contrato com Lucas, brasi- leiro, empresário no ramo de hotelaria e residente no Brasil. O contrato foi assinado na ocasião de uma feira de negócios nos Estados Unidos e ficou estabelecido que Jean-Pierre entregaria 20 caixas de vinhos Classe A na cidade de Paraty, Rio de Janeiro, onde funciona a pou- sada de Lucas. As partes optaram pelo foro do Rio de Janeiro, caso hou- vesse alguma lide relacionada ao contrato. Com base nessa situação hipotética e na legislação brasileira sobre a matéria, podemos considerar que: (A) Caso a entrega dos vinhos não se realize em confor- midade com o contrato, a lei aplicável será a ameri- cana, em razão do local da conclusão do contrato. (B) Caso a entrega dos vinhos não se realize em confor- midade com o contrato, Lucas deverá acionar a justi- ça americana, local de nacionalidade de Jean-Pierre. (C) Caso a entrega dos vinhos não se realize em confor- midade com o contrato, Lucas deverá acionar a justi- ça americana, local de conclusão do contrato. (D) Caso a entrega dos vinhos não se realize em confor- midade com o contrato, a lei aplicável será a brasilei- ra, em razão da eleição do foro do Rio de Janeiro para lides relacionadas aocontrato. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Direito Tributário Maria Christina 22 Um servidor federal foi impedido de ingressar num imó- vel rural para exercer a fiscalização quanto ao ITR. Em virtude disso, requisita o auxílio da força pública estadu- al, que se recusa a ir até o local. Diante desse cenário, é correto afirmar que: (A) Sendo o ITR um tributo instituído pelo Estado, o auxílio deve ser prestado pela própria força pública estadual. (B) Sendo servidor federal, o auxílio deve ser prestado pela força pública federal, e não pela estadual. (C) Sendo o ITR fiscalizado e arrecadado pelo Município, por convênio com a União, o auxílio deve ser presta- do pela força pública municipal, e não pela estadual. (D) Ainda que o ITR não seja tributo estadual, o auxílio deve ser prestado pela força pública de qualquer ente federado. 23 Mário, proprietário de imóvel localizado em área de expansão urbana, mas voltado a finalidades de produ- ção agrícola de hortaliças orgânicas, celebra promessa de compra e venda por escritura pública com João, em 2016, transmitindo imediatamente à posse do imóvel e mantida a mesma exploração, mas sem que a escritura tenha sido levada a registro. Em 2020, Mário é surpreen- dido com cobrança pelo Fisco de imposto incidente so- bre a propriedade do imóvel referente aos anos de 2017, 2018 e 2019. Diante desse cenário, o imposto devido é o (A) ITR, e o promitente vendedor pode ser responsabi- lizado pelas dívidas posteriores à lavratura da escri- tura pública de promessa de compra e venda com transmissão da posse. (B) ITR, mas o promitente vendedor não pode ser res- ponsabilizado pelas dívidas posteriores à lavratura da escritura pública de promessa de compra e venda com transmissão da posse. (C) IPTU, e o promitente vendedor pode ser responsa- bilizado pelas dívidas posteriores à lavratura da es- critura pública de promessa de compra e venda com transmissão da posse. (D) IPTU, mas o promitente vendedor não pode ser res- ponsabilizado pelas dívidas posteriores à lavratura da escritura pública de promessa de compra e venda com transmissão da posse. 24 Houve retenção indevida do imposto de renda do ser- vidor do estado Y. Dessa forma, a ação de repetição de indébito deverá ser ajuíza contra quem e quem terá competência para julgar: (A) à União, exclusivamente na justiça federal. (B) ao Estado, exclusivamente na justiça estadual. (C) à União ou ao estado na justiça federal. (D) à União ou ao estado na justiça estadual. 25 As CIDEs – Contribuições de Intervenção sobre o Domí- nio Econômico – decorrem da necessidade de uma inter- venção estatal em um setor econômico e têm finalidade específica. Sobre estes tributos, é correto afirmar que: (A) Não incidirão sobre receitas de exportação e impor- tação de produtos estrangeiros. (B) Não poderão incidir uma única vez. (C) Poderão ter alíquotas ad valorem com base no fatu- ramento, na receita bruta ou no valor da operação. (D) A pessoa natural destinatária das operações de importação não poderá ser equiparada a pessoa jurídica. 26 Considerando-se as limitações do poder de tributar, con- siste em exceção ao princípio da legalidade tributária (A) a redução ou o restabelecimento de alíquotas de contribuição de intervenção no domínio econômico incidente sobre combustíveis (CIDE-combustíveis) por decreto. (B) a redução de alíquotas do ICMS monofásico por decreto. (C) a redução ou o restabelecimento de alíquotas de CIDE-combustíveis por convênio. (D) o aumento de alíquotas de CIDE-combustíveis por decreto. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Direito Administrativo Gustavo Brígido 27 Com o propósito de desenvolver e expandir o forneci- mento de energia elétrica no município de Fortaleza, a Administração Pública verifica ser necessária a passa- gem de fios de eletricidade por determinada proprieda- de privada, impondo ao particular o dever de suportar a conduta de instalação e utilização de parte de seu bem imóvel. Como advogado(a) especialista em direito admi- nistrativo, você foi consultado acerca da correta modali- dade de intervenção do Estado na propriedade privada, tendo respondido corretamente que deve ser o (a) (A) Desapropriação. (B) Tombamento. (C) Limitação administrativa. (D) Servidão administrativa. 28 O Município de Cachoeira Paulista, no Estado de São Pau- lo, após regular procedimento licitatório, celebrou con- trato de concessão com a sociedade empresária Gama, para prestação do serviço público de abastecimento de água potável. No curso do contrato, por motivo de in- teresse público devidamente justificado, o prefeito mu- nicipal deseja retomar o serviço e, consequentemente, extinguir o contrato de concessão. Como advogado(a) especialista em direito administrati- vo, você foi consultado acerca da correta forma de extin- ção do contrato de concessão do serviço público, tendo respondido corretamente que (A) ocorre por encampação, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização à concessionária; (B) ocorre por caducidade, mediante decisão judicial e com prévio pagamento da indenização à concessionária; (C) ocorre por anulação, mediante decisão administra- tiva e com ulterior pagamento da indenização à con- cessionária; (D) não pode ocorrer até o término do prazo do contra- to de concessão, exceto se o concessionário der causa pelo descumprimento de alguma obrigação legal ou contratual. 29 Em fevereiro de 2023, o agente público João, do Estado do Ceará, de forma dolosa, a fim de obter proveito ou benefício indevido para outra pessoa, revelou fato de que tinha ciência em razão das suas atribuições e que devia permanecer em se- gredo, propiciando beneficiamento a terceiro por informação privilegiada. Consoante dispõe a Lei de Improbidade Administrativa (com as alterações in- troduzidas pela Lei n.14.230/21), João praticou ato de improbidade administrativa que atentou contra os princípios da Administração Pública (art. 11 da Lei n. 8.429/92) e, no bojo de ação civil pública por ato de improbidade administrativa, João (A) não está sujeito a perda da função pública, por au- sência de previsão legal. (B) está sujeito a perda da função pública, que atinge qualquer vínculo existente entre o agente público e o poder público no momento do trânsito em julgado da sentença. (C) está sujeito a perda da função pública, que atinge qualquer vínculo existente entre o agente público e o poder público no momento em que for prolatada a sentença. (D) está sujeito a perda da função pública, que atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público detinha com o poder público na época do cometimento da infração. 30 João é servidor público ocupante do cargo efetivo de Técnico Judiciário do Tribunal de Justiça do Esta- do do Ceará e, no exercício da função, praticou ato ilícito que, com nexo causal, causou danos mate- riais a José, usuário do serviço público, inexistindo qualquer causa de exclusão da responsabilidade. José procurou você, na qualidade de advogado(a) especialista em direito administrativo, para orien- tá-lo acerca de em face de quem deve ser ajuizada a ação indenizatória, tendo sido respondido corre- tamente que deve ser em face (A) do Tribunal de Justiça do Estado de Ceará, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo neces- sário se comprovar o elemento subjetivo na conduta do agente, que deverá responder em ação regres- siva, caso haja condenação da referida Secretaria e João tenha agido com culpa ou dolo. (B) do Tribunal de Justiça do Estado de Ceará, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desne- cessário comprovar-se o elemento subjetivo na con- duta de João, que não está sujeito à ação regressiva, pela teoria do risco administrativo. (C) de João, diretamente, com base em sua responsabi- lidade civil subjetiva, sendo necessário se comprovar o elemento subjetivo em sua conduta, e o Estadodo Ceará está sujeito à ação regressiva, pela teoria do risco administrativo, caso João seja condenado. (D) do Estado do Ceará, com base em sua responsabilida- de civil objetiva, sendo desnecessário se comprovar o elemento subjetivo na conduta de João, que deverá res- ponder em ação regressiva, caso haja condenação do re- ferido Estado e o agente tenha agido com culpa ou dolo. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 31 No princípio de 2023, a sociedade de economia mista Alfa, do Município de Aquiraz, no Estado do Ceará, rece- beu formalmente, por meio de lei específica, delegação do poder de polícia do Município para prestar serviço de policiamento do trânsito na cidade, inclusive para aplicar multa aos infratores. Sabe-se que a entidade Alfa é uma empresa estatal municipal de capital majoritaria- mente público, que presta exclusivamente serviço públi- co de atuação própria do poder público e em regime não concorrencial. Você, na qualidade de advogado(a) espe- cialista em direito administrativo, foi procurado(a) por um grupo de oposição ao governo local para saber da possibilidade de ajuizamento de ação judicial pertinente contra tal delegação, alegando ser ilegal. No caso em tela, de acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal em tema de repercussão geral, a pretensão do grupo: A não deve ser acolhida, pois é constitucional a delega- ção do poder de polícia na forma realizada, inclusive no que concerne à sanção de polícia (A) não deve ser acolhida, pois é constitucional a delega- ção do poder de polícia na forma realizada, inclusive no que concerne à sanção de polícia. (B) não deve ser acolhida, pois é constitucional a delega- ção do poder de polícia a qualquer pessoa jurídica de direito privado, desde que cumprido o único requisi- to que é a prévia autorização legal. (C) deve ser acolhida, pois é inconstitucional a delega- ção do poder de polícia, em qualquer das fases de seu ciclo, a pessoa jurídica de direito privado inte- grante da administração indireta. (D) deve ser acolhida parcialmente, pois é inconstitucio- nal a delegação do poder de polícia, nas fases de seu ciclo de ordem de polícia e de sanção de polícia, a pessoa jurídica de direito privado integrante da ad- ministração indireta. 32 João, observadas as formalidades legais, firmou ato de permissão de uso de bem público com o Estado do Cea- rá, para instalação e funcionamento de um restaurante em hospital estadual, pelo prazo de 48 meses. Passados seis meses, o Estado do Ceará alegou que iria instalar uma nova sala de UTI no local onde o restaurante está localizado, por conta de grande demanda em face de pandemia, razão pela qual revogou unilateralmente a permissão de uso. Três meses depois, João logrou obter provas irrefutáveis no sentido de que o Estado não ins- talou nem irá instalar a UTI no local. Inconformado, João procurou você, na qualidade de advogado(a) especialis- ta em direito administrativo, pretendendo reassumir o restaurante. Ao elaborar a petição judicial, você informou a João que pleitear judicialmente a invalidação da revogação do ato de permissão é (A) inviável, por se tratar de ato precário, mas cabe o ajuizamento de ação indenizatória diante da extin- ção da permissão antes do prazo previsto. (B) inviável, por se tratar de ato discricionário, mas cabe o ajuizamento de ação indenizatória diante da extin- ção da permissão antes do prazo previsto. (C) viável, eis que, com base no princípio da continuida- de dos serviços públicos, João tem direito de explo- rar o restaurante no prazo acordado, ainda que, de fato, o Estado Alfa fosse instalar a UTI no local. (D) viável, eis que, apesar de ser um ato discricionário, aplica-se a teoria dos motivos determinantes, de ma- neira que o Estado está vinculado à veracidade do motivo fático que utilizou para a revogação. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Direito Ambiental Nilton Coutinho 33 Maria foi nomeada secretária municipal do meio am- biente do município ALPHA. Preocupada com a proteção de determinados espaços territoriais e os recursos ambientais neles existentes, consulta um advogado especialista na área para sa- ber maiores informações sobre a instituição de unida- des de conservação. Sobre o tema, o advogado lhe in- formou que: (A) A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de aprovação legislativa. (B) A localização, a dimensão e os limites mais adequa- dos para a unidade de conservação poderão ser livre- mente escolhidas pelo poder público. (C) A criação de qualquer tipo de unidade de conserva- ção exige a realização de consulta popular. (D) A ampliação dos limites de uma unidade de conser- vação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2º do art. 22 da Lei n. 9.985/2000. 34 Roberta decidiu atuar na indústria, desenvolvendo ativi- dade que utiliza recursos ambientais. Preocupada com o tema e querendo agir dentro da lei, procura um advoga- do especialista na área, o qual lhe informa que: (A) Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público com- petente, na forma da lei. (B) As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físi- cas ou jurídicas, a sanções alternativas de natureza penal, administrativa ou civil. (C) O poder público pode requerer, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente cau- sadora de significativa degradação do meio ambien- te, estudo de impacto de vizinhança, a que se dará publicidade. (D) A atividade pretendida por Roberta só pode ser ini- ciada após a obtenção da licença de instalação. Direito Civil Roberta Queiroz 35 Maria Amável Pinto Rego casou-se com Diógenes Cos- ta Grande. No ato do casamento, resolveu adicionar o sobrenome do marido, passando a se chamar Maria Amável Pinto Rego Grande. O amor realmente tomou conta de seu coração desde quando conheceu Diógenes. Contudo, com o passar do tempo, passou a sofrer várias chacotas com o nome dela, sendo chamada de “rego grande”. Tal fato passou a incomodar demasiadamente, causando-lhe muito sofrimento. Considerando o caso narrado, como advogada ou advogado, como aconselha corretamente essa cliente? Marque a alternativa correta de acordo com a orientação do STJ. (A) Maria somente poderá alterar o sobrenome em caso de divórcio. (B) Maria somente poderá voltar a usar o nome de sol- teira em caso de comprovação de estar sofrendo dano moral. (C) Maria poderá voltar a usar o nome de solteira, mes- mo sem divorciar. (D) Uma vez definida a escolha do nome no casamento, pela regra da imutabilidade do nome, não será possí- vel o retorno do nome de solteira. 36 Universo Cândido manteve relacionamento amoroso com Rocambole Simionato. Os dois tinham o hábito de filmar e fotografar seus momentos íntimos. Rocambole decidiu terminar o relacionamento dizendo ao ex ama- do: “Não pense que lhe quero mal, apenas não te quero mais.” Universo ficou com ódio da ex-namorada e resol- veu se vingar, expondo nas redes sociais as fotos íntimas da ex, sem, contudo, expor o rosto da moça. Conside- rando o caso e o posicionamento do STJ sobre o tema, marque a alternativa correta. (A) Terá, Rocambole, direito a dano moral, ainda que não seja possível identificá-la nas imagens expostas na rede social. (B) Rocambole não terá direito a dano moral caso não seja possível ver o seu rosto nas imagens. (C) O caso narrado, como se trata de imagens sem iden- tificação ou individualização da pessoa, se enquadra em dano hipotético, portanto sem indenização. (D) Rocambole deverá comprovar o dano moral sofrido com a divulgação das imagens. 4º Simulado – OAB – 1ª Fasedo 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 37 Lorena Pordeus Furtado tinha uma empresa de locação de espaço para trabalho, o famoso coworking. Contudo, logo no início das atividades empresariais de Lorena, houve medidas de isolamento em virtude do retorno das infecções da Covid-19. Com isso, a empresa teve uma diminuição severa do faturamento. Como o local de funcionamento da empresa de Lorena era alugado, ela ajuizou ação de revisão de aluguéis, contra a proprietá- ria do imóvel, pedindo a redução do valor dos aluguéis pagos. Considerando a situação narrada, marque a alter- nativa correta. (A) Trata-se de incidência do duty to mitigate the loss, devendo o pedido ser julgado procedente. (B) Trata-se da aplicação da teoria da imprevisão, deven- do o pedido ser julgado procedente. (C) Somente será possível revisão contratual no caso vertente, caso haja cláusula contratual permitindo tal ocorrência. (D) Não há fundamento para revisão contratual, deven- do Lorena responder por litigância de má-fé. 38 Adonias tem dois filhos, Donizety e Doralety, ambos maiores. Adonias sempre deixou claro gostar mais de Donizety. Recentemente, Adonias decidiu vender o car- ro que tem pelo valor de mercado de R$ 50.000,00. Os dois filhos manifestaram interesse na compra, mas, para variar, Adonias queria beneficiar Donizety. Assim, para evitar problemas, Adonias aliena o carro para Djones, seu amigo, para que este aliene posteriormente para Donizety. E assim foi feito. Considerando o caso narrado, marque a alternativa correta. (A) A venda realizada a Djones e nula. (B) Trata-se do caso de fraude contra credores. (C) Trata-se de caso de anulação por vício de simulação. (D) O prazo para anular a venda é de 2 anos. 39 Hypotenusa Pereira sempre foi uma pessoa muito or- ganizada com sua vida financeira. Passou a vida anga- riando um vasto patrimônio e, recentemente, comprou o tão sonhado Porsche Taycan 4S pela bagatela de R$ 900.000,00. Como sempre fora uma pessoa controlada e preocupada, mantém em dia seu seguro de vida e, cla- ro, o seguro do carro. Contudo, um belo dia, desiludida por causa de um amor não correspondido por parte de Exupério, tomou 1 garrafa de Whisky Jubileu de Diaman- te e uma de Gin Bombay Sapphire, que havia comprado para marcar a comemoração do noivado que idealizava. Contudo, bêbada ao extremo, entrou em seu Porsche e, em altíssima velocidade, perdeu o controle do carro e acabou falecendo em um acidente. Considerando a situ- ação narrada, marque a alternativa correta. (A) O ato praticado pela Hypotenusa é semelhante ao suicídio, caso em que não haverá pagamento do se- guro de vida. (B) Pode-se concluir que o seguro do carro e o seguro de vida serão pagos. (C) O seguro de vida deve ser pago ao beneficiário indi- cado e o seguro do carro não será pago. (D) Tanto o seguro de vida quanto o seguro do carro de- verão ser pagos. 40 Maria Silva Silva de Silva e Silva estava passeando em- baixo do Residencial Jambalaia quando, de repente, um pedaço da fachada do edifício caiu em seu ombro, fe- rindo-a gravemente e causando a amputação completa do braço. Com isso, Maria ajuizou ação judicial contra o Condomínio, sendo que o magistrado julgou proceden- te os pedidos de danos morais, materiais e estéticos em face do condomínio. Em momento de cumprimento de sentença, o condomínio informou que não tem dinheiro para pagar a dívida. Considerando o caso narrado, mar- que a alternativa correta. (A) O juiz do caso não poderá ordenar a penhora dos apartamentos para pagamento da dívida. (B) Mesmo que um condômino tenha adquirido o imó- vel após o fato, estará obrigado com sua unidade imobiliária para pagamento da dívida. (C) A responsabilidade, neste caso, é subjetiva, devendo haver comprovação da negligência do condomínio na manutenção da estrutura, bem como culpa da ruína. (D) Embora se trate de responsabilidade subjetiva do condomínio, apenas o síndico deve responder com seu patrimônio pessoal para pagamento da con- denação. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 41 Joao de Santo Cristo e proprietário de um apartamento na cidade do Recife, localizado em Boa Viagem, na beira mar. Cansado do marasmo da cidade, foi direto a Salva- dor. E lá chegando, foi tomar um cafezinho, encontrou um boiadeiro, com quem foi falar; o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagem, mas João foi lhe salvar. Dizia ele: Estou indo pra Brasília e neste país lugar me- lhor não há, tô precisando visitar a minha filha, eu fico aqui e você vai no meu lugar. E João aceitou sua propos- ta, e num ônibus entrou no Planalto Central. Ele ficou bestificado com a cidade; Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal - Meu Deus, mas que cidade linda! No Ano Novo eu começo a trabalhar: Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro; Ganhava cem mil por mês em Taguatinga (Legião Urbana). Com isso, Joao ficou em Brasília mesmo e decidiu colocar seu apartamento, no Recife, no Airb- nb para uma renda extra. A locação foi um sucesso, mas os demais condôminos ficaram indignados e decidiram proibir as locações por conta da alta rotatividade de pes- soas. Considerando o caso narrado, marque alternati- va correta: (A) O condomínio poderá deliberar em assembleia sobre uso das unidades imobiliárias mediante aprovação de metade dos condôminos. (B) Em virtude do direito de propriedade, não pode o condomínio impedir o uso lícito das unidades inter- nas imobiliárias. (C) Há a possibilidade de o condomínio deliberar em as- sembleia, por maioria qualificada de 2/3, para per- mitir ou proibir a utilização das unidades condomi- niais para fins de hospedagem atípica. (D) A reunião em assembleia para tal finalidade não po- derá ser de forma eletrônica. Estatuto da Criança e do Adolescente Patrícia Dreyer 42 Robervaldo, engenheiro, 45 anos de idade, é pessoa muito simpática, bem-sucedida e respeitada em sua ci- dade natal, Miracema do Norte, Tocantins, e mora em Palmas, capital do Estado. Numa de suas visitas à cidade natal, abriu as portas de sua casa para realizar um chur- rasco e convidou alguns de seus amigos de infância. No dia, um de seus amigos, Evandro, delegado da cidade, ao ir ao banheiro, por equívoco, entra no escritório de Robervaldo e encontra mais de 200 fotografias e arqui- vos digitais com imagens de crianças e adolescentes em cenas de nudez, sexo explícito ou pornográfica, e em po- sições sexuais, ainda que vestidas. Assim, Evandro pren- de Robervaldo em flagrante. Diante da hipótese acima, assinale a alternativa correta. (A) Se Evandro requisitar ao Ministério Público e esse autorizar, será possível a um policial se infiltrar na in- ternet com o fim de investigar os crimes praticados por Robervaldo, podendo, inclusive, ocultar a sua identidade para, por meio da internet, colher indí- cios de autoria e materialidade dos crimes previstos. (B) Ainda que a posse ou o armazenamento seja feito por agente público no exercício de suas funções, com a finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência daqueles episódios, se a comunicação não for feita em 30 dias, haverá crime igualmente. (C) Se houver a investigação com policial infiltrado, uma vez concluída a investigação, todos os atos eletrô- nicos praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminha- dos ao Ministério Público, juntamente com relató- rio circunstanciado, para eventual oferecimento de denúncia. (D) Armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitidamente sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas, e incontroversa finalidade sexual e libidino- sa, adequa-se ao crime de material pornográfico. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 43 A menor Lorena, 17 anos, responde pelo ato infracio- nal análogo ao crime de tráfico internacional de entor- pecentes. Diante disso, o Juízo da Infância e Juventude condenou-a, por meio de sentença, a cumprir medidasocioeducativa de internação. Diante disso, sua advoga- da Ana, advogada bastante diligente, pretende defendê- -la, inclusive para alcançar medida socioeducativa mais branda. Com base na hipótese acima, assinale a alterna- tiva correta. (A) Se Ana conseguir modificar a sentença, a fim de que a medida seja de semiliberdade, serão obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sem- pre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade. (B) Como a superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, se Lorena completar 18 anos poderá passar para a medida de liberdade assistida, pelo prazo máximo de 6 meses. (C) O juízo da infância e juventude também poderia aplicar a medida de prestação de serviços à comu- nidade, com tarefas atribuídas conforme as aptidões de Lorena, devendo ser cumpridas durante jornada mínima de oito horas semanais, aos sábados, domin- gos e feriados, exceto em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. (D) Se Ana permanecer internada, sabido que o período máximo de internação é de 3 anos, e cumprido esse prazo, haverá a desinternação compulsória, precedi- da de autorização do Ministério Público. Código de Defesa do Consumidor Patrícia Dreyer 44 Maria é uma pessoa bastante viajada que ama conhecer o mundo e, para isso, utiliza de várias estratégias para comprar passagens mais baratas, adquirir milhas, e se inscrever em programas de hotéis. Com isso, Maria se inscreveu em novo programa de milhas e, por ser muito diligente, leu o contrato atentamente. Nele havia várias cláusulas que ela considera abusiva. Assim, procura você como advogado que, acertadamente, responde que: (A) Se Maria viajar de ônibus em estrada pedagiada, a concessionária de rodovia deve ser objetivamente responsabilizada por roubo com emprego de arma de fogo cometido contra seus usuários em posto de pedágio. (B) A empresa aérea que disponibilizar a opção de resga- te de passagens aéreas com “pontos” pela internet não é obrigada a assegurar que o cancelamento ou reembolso dessas seja solicitado pelo mesmo meio. (C) É abusiva a prática comercial consistente no cance- lamento unilateral e automático de um dos trechos da passagem aérea, sob a justificativa de não ter o passageiro se apresentado para embarque no voo antecedente. (D) É abusiva a cláusula constante de programa de fide- lidade que impede a transferência de pontos/bônus de milhagem aérea aos sucessores do cliente titular no caso de seu falecimento. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 45 Roberta, consumidora desenfreada, fez vários emprés- timos, e está com o nome negativado. Um deles, con- signado, descontada a parcela diretamente em seu con- tracheque, outro dividiu em 240 parcelas, outro para aquisição de um veículo, e assim por diante, na intenção de alcançar um padrão social que, em verdade, não lhe cabe. Agora, Roberta procura você como advogado(a) na intenção de resolver juridicamente a situação de su- perendividamento. Diante do caso hipotético, assinale a alternativa correta. (A) A requerimento de Roberta, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de dívidas, com vistas à re- alização de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a pre- sença de todos os credores, na qual ela apresentará proposta de plano de pagamento com prazo máximo de 3 (três) anos, preservados seu mínimo existencial e as garantias e as formas de pagamento original- mente pactuadas. (B) São ilícitos os descontos de parcelas de empréstimos bancários comuns em conta corrente, utilizada para recebimento de salários, mesmo previamente auto- rizados pelo mutuário, sendo aplicável, por analogia, a legislação que disciplina os empréstimos consigna- dos em folha de pagamento. (C) O Banco deverá informar Roberta, prévia e adequa- damente, no momento da oferta, sobre o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de 2 (dois) dias. (D) Na intenção de ajudar Roberta, é permitido ao banco indicar que a operação de crédito poderá ser concluí- da sem consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor. Direito Empresarial Renato Borelli 46 Ana Paula possui uma empresa individual no ramo de alimentos. Ocorre que ela sofreu um AVC e está inca- paz de exprimir sua vontade. Ana Paula é viúva e possui apenas um único filho, Ângelo, que é servidor público e exerce o cargo de Analista Tributário na Secretaria da Receita Federal do Brasil. Com base nessas informações e nas disposições do Códi- go Civil, é correto dizer que: (A) Ângelo poderá ser administrador da empresa, posto que seu cargo público não recebe informações privi- legiadas que beneficiariam sua empresa. (B) Como Ângelo está impedido de exercer atividade de empresário, será nomeado um ou mais gerentes para a empresa, com a aprovação do juiz. (C) Caso Ângelo exerça atos de empresário, ele não res- ponderá pelas obrigações contraídas, pois sua perso- nalidade não se confunde com a da empresa. (D) Ana Paula, ainda que devidamente assistida e com autorização judicial, não poderá continuar a empresa. 47 Os amigos Roberta, Gustavo, Patrícia e Nilton resolve- ram constituir uma sociedade anônima. No estatuto so- cial decidiram limitar o direito dos acionistas. Nilton, contador com grandes conhecimentos no ramo do Direito Empresarial, advertiu que alguns direitos são essenciais e impostos por disposição da Lei das Socieda- des Anônimas, de forma que nem o estatuto social nem a assembleia-geral poderão privar o acionista. Dentre eles NÃO está o direito de (A) participar dos lucros sociais. (B) votar nas assembleias. (C) participar do acervo da companhia, em caso de li- quidação. (D) fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 48 Roberta, empreendedora do ramo de modas, buscan- do atuar em novos segmentos, firmou contrato com a sociedade empresarial Pés Descalços S.A., reconhecida fabricante de calçados. Nesse contrato, Roberta compro- meteu-se a realizar a mediação para a realização de ne- gócios mercantis, sem vínculo empregatício, agenciando propostas e pedidos, para, transmiti-los à sociedade Pés Descalços S.A., efetuando a venda de seus calçados, com exclusividade. Com base nas disposições acima e na legislação empre- sarial, é correto afirmar que se trata de contrato de (A) representação. (B) comissão. (C) franquia. (D) concessão. 49 Maria Christina emitiu nota promissória em favor de Fe- lipe e estabeleceu, verbalmente e sem aposição na nota, que o vencimento ocorreria 06 (seis) meses após o ven- cimento do título. Felipe negociou a nota promissória, colocando-a em circulação. Nessa situação, (A) caso Maria Christina tenha colocado a expressão “não à ordem”, ou outra equivalente, a nota promis- sória será considerada intransferível. (B) Felipe pode tirar cópia da nota promissória e trans- feri-la por endosso, desde que a cópia indique que o original se encontra em sua posse. (C) se, no curso da circulação da nota, for dado aval sem a indicação da pessoa por quem se dá, esse aval será considerado nulo. (D) se a nota promissória for preenchida consignando data de vencimento contrária à originalmente esta- belecida, Maria Christina poderá negar-se ao paga- mento antecipado da nota, independentemente da boa-fé do portador. 50 As sociedades empresariais Raquel Cosméticos e Eu- gênio Perfumaria desejam requerer suas recuperações judiciais. Sabendo que, Raquel Cosméticos exerce re- gularmente suas atividades há 13 (treze) anos, nunca faliu, porém já obteve há 8 (oito) anos a concessão de recuperação judicial com base no plano especial para empresas de pequeno porte, e que, Eugênio Perfumaria exerce regularmente suasatividades há mais de 7 (sete) anos, nunca faliu e nem obteve concessão de recupera- ção judicial, porém tem como sócio controlador, pessoa condenada por crimes previstos na Lei n. 11.101/2005. O pedido das sociedades empresariais será: (A) Deferido, pois ambas as empresas apresentam os requisitos necessários para a concessão da recupera- ção judicial. (B) Indeferido, pois ambas possuem condições que im- possibilitam a concessão da recuperação judicial. (C) Deferido para Raquel Cosméticos e indeferido para Eugênio Perfumaria. (D) Indeferido para Raquel Cosméticos e deferido para Eugênio Perfumaria. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Direito Processual Civil Raquel Bueno 51 Júlia, dez anos, devidamente representada por sua geni- tora Joelma, ajuizou ação de alimentos em face de seu pai Malaquias, perante a 1ª Vara de Família de Tocantins. Os alimentos provisórios foram fixados em um salário mínimo, conforme requerido na petição inicial. Após o devido processo legal, foi proferida sentença condena- tória, com a conversão dos alimentos provisórios em de- finitivos. Inconformado com a sentença, Malaquias de- seja reverter a situação e procura você, como advogado, para auxiliá-lo nesta missão. Com base nesta situação, marque a assertiva correta. (A) O valor da causa foi de um salário-mínimo. (B) Malaquias pode interpor recurso de apelação com duplo efeito. (C) Malaquias pode interpor recurso de apelação dota- do apenas de efeito devolutivo. (D) Contra a decisão que fixou alimentos provisórios era cabível o agravo de instrumento, dotado de duplo efeito. 52 Julieta, residente e domiciliada em Brasília – DF, ajuizou ação em face de Péricles, também residente e domicilia- do em Brasília – DF, pleiteando indenização por danos materiais e morais. Após audiência frustrada de conci- liação, o réu apresentou apenas reconvenção em face de Julieta. Ocorre que, durante a fase instrutória proba- tória, Julieta se mudou definitivamente para os Estados Unidos, não deixando nenhum bem móvel ou imóvel no seu nome, no Brasil. Péricles também se mudou para o México, não deixando nenhum bem no Brasil. A partir desta realidade, assinale a opção correta. (A) Julieta deverá prestar caução, a fim de garantir o pa- gamento de eventuais ônus de sucumbência. (B) Péricles deverá prestar caução, a fim de garantir o pagamento de eventuais ônus de sucumbência. (C) Considerando que ambas as partes se mudaram do Brasil sem deixar bens, o processo deve ser automa- ticamente extinto, sem resolução de mérito. (D) A prestação de caução por Julieta é devida, indepen- dentemente da existência de tratados internacionais ratificados pelo Brasil em sentido contrário, e mesmo que ela tivesse deixado bens imóveis no Brasil. 53 Álvaro requereu, em face de sua ex-esposa Izaura, uma tutela cautelar antecedente de sequestro do álbum de casamento, que Izaura ameaçou atear fogo, assim que ele saiu de casa e pediu o divórcio. O objetivo principal de Álvaro é ajuizar ação de divórcio, com partilha de bens, inclusive do referido álbum, uma vez que seu valor econômico e sentimental é alto, tendo sido elaborado com detalhes em ouro, por um fotógrafo famoso e já falecido, com fotos inéditas de parentes já falecidos de Álvaro. Assim, a petição inicial foi distribuída e a limi- nar concedida. A partir desta realidade, assinale a op- ção correta: (A) Izaura poderá contestar o pedido cautelar em quin- ze dias. (B) Caso Izaura não agrave da decisão interlocutória que concedeu a liminar, haverá a estabilização. (C) Izaura poderá contestar o pedido cautelar em cinco dias, sob pena de revelia. (D) Álvaro deverá apresentar o pedido principal nos mesmos autos, no prazo de quinze dias, a contar da efetivação da liminar. 54 Iracema promove a execução de título executivo ex- trajudicial em face de Mendes, perante a Vara Cível de Presidente Prudente – SP. Considerando a dificuldade de localização do executado, havendo indícios de que o mesmo estava se ocultando, Iracema pede o arresto on line de seus ativos financeiros, via SISBAJUD, tendo o juiz competente deferido o pedido. Uma vez ciente do ato de constrição patrimonial, Mendes deseja impugná-lo. A partir deste cenário, assinale a opção correta: (A) A decisão do juiz foi incorreta, uma vez que não há previsão legal do arresto on line, mas apenas da pe- nhora on line. (B) A decisão do juiz foi correta e encontra previsão nor- mativa no CPC vigente. (C) A decisão do juiz foi incorreta, haja vista que o ar- resto on line só poderia ser deferido após citação do executado, sob pena de violação do contraditório. (D) A decisão do juiz foi incorreta, sendo impugnável por agravo de instrumento. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 55 Emanuel ajuíza ação monitória em face de Cleuza, com base em provas escritas despidas de eficácia executiva, envolvendo obrigação de entregar coisa certa. Após ci- tação, Cleuza apresenta embargos à monitória e recon- venção, manifestamente protelatórios, que são rejeita- dos mediante sentença de procedência dos pedidos do autor. Considerando esta situação, e as regras do proce- dimento injuntivo, assinale a opção correta. (A) A reconvenção não é admitida no procedimento in- juntivo. (B) Emanuel pode opor embargos de declaração contra a sentença, que nada mencionou acerca da multa de até 10% sobre o valor atribuído à causa, diante da má-fé do réu ao opor embargos à monitória prote- latórios. (C) Os embargos à monitória são apresentados em peti- ção própria, distribuída por dependência à ação mo- nitória. (D) Para apresentação dos embargos, Cleuza precisou garantir o juízo. 56 Antonieta promove ação de cobrança em face dos seus três devedores solidários. Ressalte-se que os autos são eletrônicos, e que após cada devedor ser citado pelo correio, ofereceram suas contestações, por meio de seus advogados, de escritórios diferentes. Após o devido processo legal, a sentença foi de total procedência dos pedidos autorais. Inconformado, apenas um dos deve- dores solidários apela e obtém a reforma da decisão, por reconhecimento da prescrição. A partir deste cenário, aponte a assertiva certa. (A) Nesse caso, o prazo processual para contestação e apelação foi contado em dobro. (B) O prazo para a contestação é simples, mas contado somente a partir da juntada do último aviso de rece- bimento da citação cumprida pelo correio. (C) O recurso interposto por um dos devedores solidá- rios não aproveita os demais. (D) Considerando que somente um dos devedores so- lidários recorreu, Antonieta poderia apresentar recurso adesivo no prazo de apresentação das con- trarrazões. 57 Luiz, por meio de seu advogado Natanael, promove uma ação de reparação de danos materiais contra Bar- tolomeu, com a concessão do benefício da gratuidade de justiça. Após o devido processo legal, os pedidos do autor são julgados integralmente procedentes, tendo o juiz fixado 10% de honorários advocatícios. Inconfor- mado, Natanael deseja recorrer da decisão, a fim de ob- ter a majoração dos referidos honorários. Bartolomeu também recorre. No tribunal, a sentença é reformada, fixando-se inicialmente os honorários advocatícios em 15%, com a majoração de mais 5% na esfera recursal, totalizando 20%. Ocorre que a decisão foi por maioria. A partir desta realidade, assinale a opção certa. (A) Considerando a gratuidade de justiça do autor, não foi necessário recolher preparo para a interposição de apelação por Natanael. (B) A gratuidade de justiça não deveria ter sido concedi- da para Luiz, uma vez que patrocinado por advogado particular. (C) Caso Luiz viesse a falecer no curso do processo, ocor- rendo a sucessão processual por seus herdeiros, a gratuidade de justiça de Luiz seria estendida a seus sucessores automaticamente. (D) No caso da questão, o tribunal deverá promover, de ofício, a ampliação do colegiado. Direito Penal Michelle Tonon 58 Rafael foi demitido da empresaonde trabalhava. Moti- vado por desejo de vingança, resolveu matar o ex-colega de trabalho Bruno, pois imaginava que Bruno fora o res- ponsável pela sua demissão. Adquiriu, ilegalmente, uma arma de fogo de uso permitido, um revólver calibre 38, para executar o crime. Rafael, então, dirigiu-se ao pré- dio em que Bruno residia e ficou escondido nas proxi- midades, aguardando o melhor momento para efetuar os disparos. Passadas algumas horas, Rafael recebe uma ligação de sua mãe e reflete melhor, desistindo do inten- to homicida. No dia seguinte, Bruno descobre o plano de Rafael ao ver as câmeras de segurança do prédio e comunicou a Polícia. Rafael, então, é preso quando se dirigia a uma entrevista de emprego. No momento da prisão, Rafael carregava uma mochila, onde foram en- contradas munições e o revólver adquirido dias antes, ilegalmente. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Como advogado (a), você é procurado (a) por familiares de Rafael. Sobre a situação jurídica do rapaz, deverá ex- plicar que: (A) A Polícia agiu corretamente ao prender Rafael, que deverá responder por tentativa de homicídio quali- ficado pela motivação fútil (vingança) e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima (esconderijo), além do crime de porte de arma de fogo de uso permitido. (B) Ao adquirir a arma de fogo ilegalmente, com o pro- pósito de matar Bruno, Rafael ingressou na fase executória do crime de homicídio, podendo assim ser responsabilizado penalmente. Como a arma se- ria utilizada para os disparos, a defesa deverá argu- mentar pela aplicação do princípio da consunção, de sorte que o crime mais grave, o homicídio tentado, absorve o delito menos grave, o porte de arma, que funciona como crime-meio. (C) Não se revela possível a prisão de Rafael em razão da prática de homicídio tentado, pois o rapaz não in- gressou na fase executória do crime. Poderá ser cri- minalmente processado, tão somente, pelo porte de arma de fogo de uso permitido, crime este afiançável na esfera policial. (D) A Polícia não agiu corretamente ao prender Rafael, pois o rapaz não praticou qualquer crime. O homicí- dio não passou da fase de cogitação e a arma era de uso permitido, não havendo tipificação legal nessa hipótese. 59 Cláudia, professora da autoescola Bom Motorista, via- java de carro com sua família, conduzindo o veículo. Chovia, e Cláudia não conhecia a estrada muito bem. Apesar das condições desfavoráveis, Cláudia dirigia ra- pidamente, para chegar mais rápido ao destino, pois acreditava ser excelente motorista, conhecendo todas as técnicas adequadas para lidar com situações adversas no trânsito. Algum tempo depois, numa curva, o veícu- lo que Cláudia dirigia derrapou, colidiu numa árvore e, infelizmente, seu filho Marcos, que ia no banco trasei- ro, faleceu. Cláudia sofreu apenas escoriações leves. A perícia feita no local do acidente constatou excesso de velocidade. Considerando o fato narrado, na condição de advogado(a), sob o ponto de vista técnico, deverá ser esclarecido a Cláudia que: (A) A hipótese é de homicídio culposo na direção de ve- ículo automotor. Em razão de ausência de previsão expressa no Código de Trânsito Brasileiro, a agente não poderá ser beneficiada com o perdão judicial, ainda que o resultado do crime – a morte do filho – tenha afetado Cláudia de forma muito intensa. (B) Cláudia agiu com dolo eventual, assumindo o risco de matar Marcos ao adotar velocidade excessiva em pista escorregadia, razão pela qual deverá responder pelo crime de homicídio doloso. (C) Cláudia não praticou crime, pois era motorista habi- lidosa e o fato de ter o veículo derrapado na pista molhada é circunstância imprevisível, que afasta a responsabilização penal. (D) Pode ser identificada na conduta de Cláudia a culpa consciente, já que a agente conhece os riscos da pis- ta escorregadia, prevê o resultado objetivamente, porém acredita sinceramente que o resultado não ocorrerá, em razão de sua habilidade como mo- torista. 60 No interior de uma loja de departamentos, André colo- cou em sua mochila dois relógios e dois frascos de per- fume importado, com a intenção de subtraí-los para si. Após conseguir sair do estabelecimento sem pagar pelos produtos, André foi detido, nas proximidades do local, por agentes de segurança que visualizaram sua ação pelo sistema de câmeras de vigilância. Os produtos apre- endidos foram recuperados e avaliados em R$ 3.000,00 (três mil reais). Preocupado com a situação, André o/a contrata como advogado/a para atuar no caso. A correta orientação jurídica é no sentido de que: (A) André praticou crime de furto consumado, segundo entendimento do STJ. (B) Não há crime, pela atipicidade da conduta, vez que a existência das câmeras de vigilância na loja tornou impossível a consumação do furto. (C) A situação revela crime impossível por ineficácia ab- soluta do meio. (D) André praticou um crime de furto consumado e, caso seja primário e de bons antecedentes, poderá ser be- neficiado com a figura do furto privilegiado, confor- me art. 155, § 2º, do Código Penal. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 61 José estava caminhando pela rua, a caminho do tra- balho, quando notou que havia uma criança pequena, chorando, trancada no interior de um veículo, com os vi- dros totalmente fechados. Desesperado com a situação, procurou o responsável nas imediações e, não tendo encontrado, decidiu quebrar o vidro do carro e resgatar a criança, que já apresentava sinais de desidratação e sufocamento. Quanto ao enquadramento jurídico do caso apresenta- do, assinale a alternativa correta. (A) José agiu em exercício regular de direito, razão pela qual não há culpabilidade em sua conduta de danifi- car o carro. (B) José agiu em legítima defesa de terceiro, excludente de ilicitude, considerando que quebrou o vidro do veículo para resgatar a criança, que estava prestes a morrer sufocada. (C) José agiu em estrito cumprimento do dever legal, vis- to que, como cidadão comum, não poderia se omitir diante do risco que a criança corria se ficasse presa no interior do carro por mais tempo. (D) José agiu em estado de necessidade, pois salvou de perigo atual, que não provocou por sua vontade, di- reito alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. Nesse caso, não há crime de dano, pois o direito à vida da criança justifica plena- mente seja o carro danificado. 62 A pessoa jurídica no ramo da construção civil Construin- do Sonhos e um dos seus diretores, José Roberto, foram denunciados pelo Ministério Público pela prática de crime ambiental. A denúncia foi recebida. No entanto, o acusado José Roberto, pessoa física, foi absolvido su- mariamente, prosseguindo a ação penal apenas contra a pessoa jurídica. Nessa situação, você, advogado(a), é contratado para realizar a defesa em juízo da Construin- do Sonhos. Nesse sentido, a correta orientação jurídica, segundo o entendimento dos Tribunais Superiores, acer- ca da responsabilização penal das pessoas jurídicas, é: (A) Como a pessoa física foi afastada da ação penal, a defesa da Construindo Sonhos, invocando a teoria da dupla imputação, deve sustentar que a pessoa jurídi- ca deve ser também, obrigatoriamente, excluída do processo. (B) Segundo o entendimento atual da jurisprudência, é possível a responsabilização penal da pessoa jurí- dica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. (C) O ordenamento jurídico brasileiro não admite a res- ponsabilização penal das pessoas jurídicas, afinal são ficções jurídicas, não sendo possível aplicar a elas pena privativa de liberdade. (D) A Constituição Federal não previu a responsabilidade penal da pessoa jurídica, mas apenas sua responsa- bilidade administrativa. Assim, a ação penal não po- derá prosseguir contra a Construindo Sonhos, isola- damentea. 63 Igor adquiriu, em uma feira popular, um revólvercalibre 38, já bastante antigo. Seu intuito era desmontar a arma e aprender sobre o funcionamento do artefato. Igor não tinha autorização para portar ou possuir arma de fogo, mas sempre foi um grande entusiasta de tais objetos. Em determinado dia, Igor estava levando a arma para mostrá-la a um conhecido, quando foi abordado pela polícia. A arma foi apreendida e levada à perícia no Ins- tituto de Criminalística da Polícia Civil. A conclusão do laudo pericial foi no sentido de ser a arma absolutamen- te ineficaz para efetuar disparos, pois havia um defeito irreparável no objeto. Igor procura você, advogado (a) para orientação jurídica. Nessa situação hipotética, você deverá dizer a Igor que: (A) A conduta é típica, pois trazer consigo arma de fogo, sem autorização legal, é crime de perigo abstrato, previsto no Estatuto do Desarmamento, ainda que a arma esteja desmuniciada ou seja ineficaz para disparos. (B) O crime de porte irregular de arma de fogo, acessó- rio ou munição de uso permitido é de perigo concre- to, exigindo a demonstração de efetiva situação de perigo à segurança pública e à paz social. (C) Uma vez demonstrada, por laudo pericial, a inapti- dão da arma de fogo para o disparo, é atípica a con- duta de portar ou de possuir arma de fogo, tratando- -se de crime impossível. (D) A conduta de Igor somente seria típica caso efetuas- se algum disparo com a arma de fogo, na via pública ou em direção a ela, sendo o porte irregular mera infração administrativa. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) Direito Processual Penal Lorena Ocampos 64 Janaína e Alexandre foram condenados, em primeira ins- tância, pela suposta prática de um crime de furto qualifi- cado, à pena de 03 anos de reclusão e 12 dias-multa, por fatos que teriam ocorrido quando Janaína tinha 18 anos e Alexandre tinha 19 anos. Janaína, ainda, confessou os fatos no interrogatório. Alexandre permaneceu em silêncio. Na dosimetria da pena, a pena-base foi fixada acima do mínimo, não sendo reconhecidas atenuantes ou agravantes nem causas de aumento ou diminuição. Intimados da sentença, o promotor e o advogado de Alexandre não tiveram interesse em apresentar recurso, mas o advogado de Janaína interpôs recurso de apela- ção. Por ocasião do julgamento do recurso, entenderam os desembargadores por reconhecer que o crime restou tentado, bem como que deveriam ser aplicadas as ate- nuantes da menoridade relativa e confissão espontânea a Janaína. Com base nas informações expostas, os efei- tos da decisão dos desembargadores do Tribunal (A) poderão ser parcialmente estendidos a Alexandre, aplicando-se as atenuantes, mas não a causa de di- minuição de pena. (B) poderão ser parcialmente estendidos a Alexandre, aplicando-se a causa de diminuição de pena da ten- tativa, a atenuante da menoridade relativa, mas não a atenuante da confissão. (C) poderão ser integralmente estendidos a Alexandre, aplicando-se as atenuantes e a causa de diminuição de pena. (D) nada poderá ser estendido a Alexandre, pois so- mente beneficiará o réu que interpôs recurso de apelação. 65 Ricardo foi denunciado pelo crime do art. 171, caput, do Código Penal (pena de reclusão, de um a cinco anos, e multa). Após o recebimento da denúncia, a regular ins- trução probatória no procedimento comum ordinário e a apresentação de alegações finais pelas partes, o juiz competente, no momento de proferir a sentença, en- tendeu que a conduta narrada na denúncia e provada nos autos melhor se adequaria à capitulação jurídica do furto mediante fraude, previsto no art. 155, § 4º, II, do Código Penal (reclusão de dois a oito anos, e multa), ca- pitulação portanto diversa daquela que constava na ini- cial acusatória. Com base nas informações expostas, é correto afirmar que o juiz (A) não poderá condenar o réu por furto mediante frau- de sem que haja correção da capitulação por parte do Ministério Público. (B) não poderá condenar o réu por crime de furto me- diante fraude em razão do princípio da correlação, bem como não poderá ocorrer aditamento da de- núncia por parte do Ministério Público. (C) não poderá condenar o réu pela prática do crime de furto mediante fraude, tendo em vista que o novo delito não é de menor ou igual gravidade. (D) poderá condenar o réu como incurso nas sanções penais do crime de furto mediante fraude, ainda que mais grave, desde que considere os fatos descritos na denúncia. 66 João foi condenado ao crime de roubo circunstanciado, tendo a pena transitada em julgado no ano de 2022. Na fase de execução penal, João utilizou celular dentro do estabelecimento prisional e foi reconhecida a falta gra- ve de sua conduta. O juiz da Vara de Execuções Penais, em razão das consequências da prática da falta grave, proferiu decisão determinando a regressão de regime de cumprimento de pena para o fechado, a perda da in- tegralidade dos dias remidos e a interrupção do prazo para a progressão de regime com o reinício da conta- gem. João, discordando do que ocorreu, procura você, como advogado, pedindo para que tome as providências cabíveis junto à vara de execução penal. Da decisão do juiz, você poderá interpor (A) recurso em sentido estrito, pois não cabe reinício da contagem do prazo para progressão de regime, ape- sar de ser admitida perda da integralidade dos dias remidos e a regressão de regime. (B) agravo, tendo em vista que não se admite a perda da integralidade dos dias remidos e nem o reinício da contagem do prazo para a progressão de regime. (C) recurso em sentido estrito, tendo em vista que não se admite perda da integralidade dos dias remidos e nem o reinício da contagem do prazo para a progres- são de regime. (D) agravo, pois apesar de ser admitida a regressão de regime e o reinício do prazo de progressão de re- gime, não cabe a perda da integralidade dos dias remidos. 4º Simulado – OAB – 1ª Fase do 37º Exame de Ordem (Pós-Edital) 67 Pedro, de 21 anos, primário e de bons antecedentes, ameaçou seu amigo, Bruno. O crime de ameaça está previsto no art. 147 do Código Penal e possui uma pena de um a seis meses de detenção. A mãe de Pedro, pre- ocupada com a situação de seu filho, procura você, na condição de advogado(a), para que esclareça as conse- quências jurídicas que poderão advir do ocorrido. Na oportunidade, você, desde já afirma que o caso está tramitando no Juizado Especial Criminal e, além disso, sobre o procedimento comum sumaríssimo também es- clarece que: (A) a competência será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal ou pelo domicílio da vítima, a critério desta. (B) cabível a interposição de recurso em sentido estrito, no prazo de 05 (cinco) dias, contra a decisão de re- jeição da denúncia ou queixa, com abertura de vista para apresentação das razões em 08 (oito) dias. (C) não cabe recurso especial contra decisão proferida por turma recursal, competindo a esta, porém, pro- cessar e julgar mandado de segurança contra ato de juizado especial. (D) os atos processuais serão públicos e poderão realizar- -se em horário noturno e em qualquer dia da sema- na, incabível, porém, a prática em outras comarcas. 68 Bruno, 28 anos, figura como indiciado em procedimen- to onde se investiga a prática do crime de receptação (Pena: 1 a 4 anos de reclusão e multa). Durante as in- vestigações, restou constatado que Bruno possuía sete condenações pela prática de crimes contra o patrimô- nio, com trânsito em julgado, e que ele seria autor de diversos outros crimes patrimoniais, mas que estaria em local incerto. Considerando apenas as informações nar- radas, no tocante ao tema prisão, durante o inquérito: (A) não é possível a prisão temporária, mas é admissível a decretação de sua prisão preventiva, em razão da reincidência, independentemente de requerimento do Ministério Público ou de representação da autori- dade policial. (B) é cabível a decretação da prisão preventiva em ra- zão da reincidência, bem como a prisão temporária,
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