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Verifique se seu caderno está completo, sem repe- tição de questões ou falhas. Caso contrário, noti- fique imediatamente o Fiscal da Sala, para que sejam tomadas as devidas providências; Confira seus dados pessoais, especialmente nome, número de inscrição e documento de identidade e leia atentamente as instruções para preencher o cartão-resposta; Use somente caneta esferográfica, fabricada em material transparente, com tinta preta ou azul; Assine seu nome apenas no(s) espaço(s) reservado(s); Confira sua cor e tipo do caderno de questões. Caso tenha recebido caderno de cor ou tipo diferente do impresso em seu cartão-resposta, o fiscal deve ser obrigatoriamente informado para o devido registro na Ata da Sala; Reserve tempo suficiente para o preenchimento do seu material. O preenchimento é de sua res- ponsabilidade e não será permitida a troca do cartão-resposta ou folha de texto definitivo em caso de erro; Para fins de avaliação, serão levadas em considera- ção apenas as marcações realizadas no cartão- -resposta e na folha de texto definitivo; Os candidatos serão submetidos ao sistema de detecção de metais quando do ingresso e da saída de sanitários durante a realização das provas. Boa sorte! FOLHA DE ROSTO ORIENTATIVA PARA PROVA OBJETIVA LEIA AS ORIENTAÇÕES COM CALMA E ATENÇÃO! INSTRUÇÕES GERAIS ● Atenção ao tempo de duração da prova, que já inclui o preenchimento da folha de respostas. ● Cada uma das questões da prova objetiva está vinculada ao comando que imediatamente a antecede e contém orientação necessária para resposta. Para cada questão, existe apenas UMA resposta válida e de acordo com o gabarito. ● Faltando uma hora para o término do simulado, você receberá um e-mail para preencher o cartão-resposta, a fim de avaliar sua posição no ranking. Basta clicar no botão vermelho de PREENCHER GABARITO, que estará no e-mail, ou acessar a página de download da prova. Você deve fazer o cadastro em nossa plataforma para participar do ranking. Não se preocupe: o cadastro é grátis e muito simples de ser realizado. – Se a sua prova for estilo Certo ou Errado (CESPE/CEBRASPE): marque o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. Se optar por não responder a uma determinada questão, marque o campo “EM BRANCO”. Lembrando que, neste estilo de banca, uma resposta errada anula uma resposta certa. Obs.: Se não houver sinalização quanto à prova ser estilo Cespe/Cebraspe, apesar de ser no estilo CERTO e ERRADO, você não terá questões anuladas no cartão-resposta em caso de respostas erradas. – Se a sua prova for estilo Múltipla Escolha: marque o campo designado com a letra da alternativa escolhida (A, B, C, D ou E). É preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão com respostas em branco. ● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno. ● Não serão realizadas correções individuais das provas discursivas. Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail: treinodificil_jogofacil@grancursosonline.com.br. Nossa ouvidoria terá até dois dias úteis para responder à solicitação. Desejamos uma excelente prova! DIRETORIA DE PRODUÇÃO EDUCACIONAL PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIVERSOS FICHA TÉCNICA DO MATERIAL grancursosonline.com.br CÓDIGO: 1442023586 TIPO DE MATERIAL: Simulado Preparatório NUMERAÇÃO: 1º Simulado NOME DO ÓRGÃO: Ordem dos Advogados do Brasil OAB EXAME: 1ª Fase do 38º Exame de Ordem MODELO/BANCA: OAB/FGV EDITAL: Pós-Edital ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 04/2023 DATA DE APLICAÇÃO: 04/2023 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Ética Profissional Maria Christina 1 Sobre as causas de incompatibilidade e impedimen- to para o exercício da advocacia, assinale a alternati- va correta. (A) Os policiais podem requerer sua inscrição nos qua- dros da OAB tão somente para tutela de direitos pessoais. (B) Os policiais podem requerer sua inscrição nos qua- dros da OAB tão somente para tutela de direitos pes- soais e não poderão em hipótese alguma participar de sociedade dos advogados. (C) Os policiais possuem incompatibilidade definitiva com o exercício da profissão e, deste modo, não po- dem requerer sob nenhum motivo sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. (D) Os policiais possuem incompatibilidade provisória com o exercício da profissão e, deste modo, não po- dem requerer sob nenhum motivo sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. 2 João, advogado, foi intimado pelo magistrado para pres- tar depoimento em ação judicial. Ao comparecer ao ato, optou por realizar uma colaboração premiada contra seu cliente. Diante dos fatos, assinale a alternativa correta. (A) João sofrerá processo administrativo disciplinar para ser punido com penalidade de exclusão. (B) João sofrerá processo administrativo disciplinar para ser punido com penalidade de suspensão. (C) João sofrerá processo administrativo disciplinar para ser punido com penalidade de censura. (D) João sofrerá processo administrativo disciplinar para ser punido com penalidade de advertência. 3 Sobre a atividade da advocacia, assinale a opção correta. (A) É ato privativo do advogado a postulação em qual- quer órgão do Judiciário. (B) No processo administrativo, o advogado contribui com a postulação de decisão favorável ao seu consti- tuinte, e os seus atos constituem múnus privado. (C) O advogado pode contribuir com o processo legisla- tivo e com a elaboração de normas jurídicas, no âm- bito dos Poderes da República. (D) No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função pública. 4 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) O advogado tem direito à inviolabilidade absoluta de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspon- dência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. (B) O advogado tem direito à inviolabilidade relativa de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspon- dência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. (C) O advogado tem direito à inviolabilidade absoluta de seu escritório ou local de trabalho. Dessa forma, me- diante autorização judicial poderá ser determinado o ingresso no escritório, com a comprovação do ato. (D) O advogado tem direito à inviolabilidade relativa de seu escritório ou local de trabalho. Dessa forma, me- diante autorização judicial poderá ser determinado o ingresso no escritório mediante comprovação do ato. 5 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) É direito do advogado comunicar-se com seus clien- tes de forma pessoal, mas na presença de um agente público, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabele- cimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis. (B) É direito do advogado comunicar-se com seus clientes de forma pessoal, mas na presença de um agente pú- blico e com procuração, quando estes se acharem pre- sos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis. (C) É direito do advogado comunicar-se com seus clien- tes de forma pessoal e reservadamente, desde que com procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis. (D) É direito do advogado comunicar-se com seus clien- tes de forma pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração,quando estes se acharem presos, deti- dos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou mili- tares, ainda que considerados incomunicáveis. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 6 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) É direito do advogado ter a presença de representan- te da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB sob pena da autoridade administrativa responder por crime punido com pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. (B) É direito do advogado ter a presença de representan- te da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB sob pena da autoridade administrativa responder por crime punido com pena de detenção de 2 anos a 4 anos e multa. (C) É direito do advogado ter a prisão comunicada à OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exer- cício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, o acompa- nhamento de um representante da OAB sob pena da autoridade administrativa responder por crime puni- do com pena de detenção de 2 anos a 4 anos e multa. (D) É direito do advogado ter a prisão comunicada a OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exer- cício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a acompa- nhamento de um representante da OAB sob pena da autoridade administrativa responder por crime puni- do com pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. 7 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) O advogado não possui direito a Sala de Estado Maior conforme julgamento proferido pelo STF mesmo nas pri- sões preventivas, ou seja, antes do trânsito em julgado. (B) O advogado possui direito à Sala de Estado Maior conforme julgamento proferido pelo STF mesmo após o trânsito em julgado. (C) O advogado tem o direito de não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodida- des condignas, assim reconhecidas pela OAB e, na sua falta, em prisão domiciliar. (D) O advogado tem o direito de não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodida- des condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar. 8 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) É direito do advogado ingressar livremente nas salas de sessões dos tribunais, desde que não ultrapasse os can- celos que separam a parte reservada aos magistrados. (B) É direito do advogado ingressar livremente nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, desde que dentro do horário de expediente e independentemente da presença de seus titulares. (C) É direito do advogado ingressar em qualquer assem- bleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva compare- cer, desde que munido de poderes especiais. (D) É direito do advogado permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso VI, desde que autorizado pelo Presidente do ato. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Filosofia do Direito Odair José 9 “Os atos justos e os injustos, sendo como os descrevemos, nos levam a concluir que um homem age de modo justo ou injusto sempre que pratica tais atos de maneira volun- tária. Quando age involuntariamente, seus atos não são justos nem injustos, exceto por acidente, isto é, porque ele fez coisas que resultaram em justiças ou em injustiças.” Aristóteles. Ética a Nicômacos. Jandira, SP: Principis, 2021, p.121. Acerca dos atos justos ou injustos, é correto afirmar, se- gundo a obra em referência, que (A) atos que causam dano a alguém não serão injustos quan- do não houve vontade do agente em causar o dano. (B) o que determina se um agente é justo ou injusto é sua vo- luntariedade ou sua involuntariedade na realização do ato. (C) quando o ato é acidental não há injustiça, porque não há voluntariedade do agente. (D) quando homens praticam atos prejudiciais, agem in- justamente, sendo ele próprio injusto, independen- temente da voluntariedade dos seus atos. 10 “É inteiramente indiferente que [as partes] considerem subjetivamente a decisão [judicial] como conforme ou contrária ao Direito, ainda que a lei preceitue que uma decisão judicial somente pode ser atacada com o funda- mento de ser, sob qualquer aspecto, ‘contrária ao Direi- to’, quer dizer, de ser considerada pelas partes processu- ais como ilegal”. KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2020, p. 299. Tendo como referência o excerto acima, nos termos da Teoria Pura do Direito, é correto afirmar: (A) normas ilegais, ainda que estejam na ordem jurídica, não são normas de direito. (B) não é válida a decisão judicial fundamentada em normas jurídicas ilegais. (C) a decisão judicial é atacável quando é injusta. (D) uma decisão judicial não pode, enquanto válida, ser contrária ao Direito. Direito Constitucional Ana Paula Blazute 11 Maria, cidadã, tem ciência de decisão proferida pelo Su- premo Tribunal Federal julgando procedente pedido for- mulado em Ação Direta de Inconstitucionalidade. Com base na referida decisão, pleiteia o seu cumprimento, o que foi indeferido. Contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal caberá: (A) Recurso Extraordinário. (B) Reclamação. (C) Recurso Especial. (D) Apelação. 12 Laura nasceu na Itália, em dezembro de 2007, e foi regis- trada em consulado brasileiro sediado naquele país. Seu pai, Luís, é brasileiro, e sua mãe, Lara, de nacionalida- de italiana. Considerando esse caso hipotético, pode-se afirmar que Laura, nos termos da Constituição Brasileira: (A) poderá requerer a nacionalidade brasileira, uma vez que nascida em território estrangeiro, ainda que de pai brasileiro. (B) é brasileira nata. (C) será considerada brasileira nata apenas se passar a residir no Brasil e optar, após quinze anos, por reque- rer a nacionalidade brasileira. (D) não será considerada brasileira, pois é nascida na Itália. 13 Ana deseja criar uma associação que visa proteger ani- mais silvestres. Com base nessa situação hipotética e no disposto na Constituição Federal, é correto afirmar que (A) para criar a associação, depende-se da prévia autori- zação do município. (B) a associação poderá ser compulsoriamente dissolvi- da liminarmente pelo juiz competente. (C) a Constituição proíbe a criação de associação para proteger animais silvestres. (D) a associação poderá ter suas atividades suspensas por decisão judicial. 14 Dentre as competências privativas da União para le- gislar sobre um determinado tema, marque a alterna- tiva que NÃO corresponde a uma competência privati- va da União. (A) Juntas comerciais (B) Desapropriação (C) Populações indígenas (D) Sistemas de poupança, captação e garantia da pou- pança popular 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 15 O art. 5º, inciso XIII, da Constituição da República, esta- belece que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí- cio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, sendo uma norma de eficácia: (A) limitada, de princípio institutivo e de aplicabilidade diferida. (B) plena, de princípio institutivo e de aplicabilidade imediata. (C) limitada, de princípio programático e de aplicabilida- de diferida. (D) contida e de aplicabilidade imediata. 16 Ronaldo praticou crime hediondo, tendo como man- dante seu irmão, Luís. Sabe-se que Carolinapoderia ter evitado referido crime, mas se omitiu. Com base apenas nas informações fornecidas, a Constituição Federal im- põe à lei considerar o crime mencionado (A) afiançável, mas insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo apenas Ronaldo. (B) inafiançável, mas suscetível de graça ou anistia, por ele respondendo apenas Ronaldo e Luís. (C) inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo apenas Ronaldo e Luís. (D) inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo Ronaldo, Luís e Carolina. Direitos Humanos Alice Rocha 17 Abud é um jovem congolês de 24 anos que chegou ao Brasil em 2015 e foi acolhido como refugiado por decisão do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) em fun- ção de fundados temores de perseguição por motivos de raça e opinião política. Todavia, recentemente, chegou ao conhecimento das autoridades brasileiras que Abud cometeu crimes hediondos alguns meses antes de dei- xar o Congo e chegar ao Brasil. Diante dessa situação: (A) Abud perderá a condição de refugiado. (B) Abud manterá a condição de refugiado pelo fato de o crime ter sido cometido em outra jurisdição. (C) Abud manterá a condição de refugiado devido ao prazo prescricional de 5 anos previsto para crimes cometidos em jurisdição externa. (D) Abud não perderá a condição de refugiado, por ter sido o fato apresentado após a decisão do CONARE. 18 Joaquim é um jovem negro de 26 anos que participou de uma confraternização em badalada churrascaria e percebeu que o garçom teria feito uma anotação espe- cífica em sua comanda: “preto”. Incomodado com aque- la anotação, Joaquim se dirigiu até o gerente do local, que informou que aquela anotação fazia referência à cor de sua camiseta, e não à sua cor de pele. Todavia, a cor da camiseta de Joaquim era cinza. Indignado com a si- tuação, Joaquim procura Mário, seu amigo especialista em discriminação racial, e questiona se poderia aplicar a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discri- minação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. Em resposta, Mário deve informar que: (A) não poderá utilizar, tendo em vista que a referida Convenção ainda não foi ratificada pelo Brasil. (B) não poderá utilizar, tendo em vista que, apesar de ter sido ratificada pelo Brasil, a Convenção ainda não está em vigor no plano jurídico nacional. (C) poderá utilizar a referida Convenção, tendo em vista que já foi ratificada e internalizada na jurisdição bra- sileira, possuindo status de norma constitucional. (D) poderá utilizar a referida Convenção, tendo em vista que já foi ratificada e internalizada na jurisdição bra- sileira, possuindo status de norma supralegal. Direito Internacional Alice Rocha 19 Basilio é uruguaio de 75 anos que mora no Brasil há 24 anos, juntamente com sua esposa Isabel, chilena, de 60 anos. No próximo ano, o casal fará 30 anos de casados e Isabel gostaria de realizar o sonho de Basilio: levá-lo em uma viagem à Casablanca, Marrocos. Isabel utilizará todas as suas economias para a realização da viagem, mas descobriu que não será possível fazê-lo porque o Marrocos não admite a entrada de uruguaios em seu território. Buscando uma solução, Isabel procura Ca- milla, advogada especializada em direito internacional, para consultá-la a respeito da possibilidade de o casal adquirir a nacionalidade brasileira. Camilla deverá es- clarecer que: (A) Basilio e Isabel poderão solicitar a nacionalidade de- rivada a partir do processo de naturalização extraor- dinária. (B) Basilio só poderia entrar com pedido de nacionali- dade se fosse casado com brasileira ou tivesse filhos brasileiros no Brasil. (C) o pedido de naturalização do casal pode ser feito de modo único, tendo em vista que o matrimônio torna a avaliação dos pedidos com efeito automático e re- cíproco. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem (D) Basilio e Isabel poderão solicitar a nacionalidade ori- ginária por serem idosos residentes há mais de 20 anos no Brasil. 20 Andrea foi contratada como assessora do Ministro das Relações Exteriores e como primeira tarefa deve auxi- liá-lo na apresentação de um documento estabelecen- do algumas das principais diretrizes da política externa brasileira. Para compor o documento, Andrea não pode deixar de mencionar os princípios que regem as relações internacionais estabelecidas pela Brasil, dentre eles: (A) justiça restaurativa e concessão de auxílio jurídico. (B) prevalência dos direitos humanos e defesa da paz. (C) autodeterminação dos povos indígenas e igualdade entre pares. (D) repúdio ao terrorismo e independência inter- nacional. Direito Tributário Maria Christina 21 João, advogado tributarista, foi contratado por um órgão legislativo para emitir um parecer sobre o conceito de legislação tributária previsto no Código Tributário Nacio- nal. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decre- tos salvo as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. (B) Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, mas não devem ser observados pela que lhes sobrevenha. (C) A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tri- butária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto em lei. (D) A legislação tributária dos Estados, do Distrito Fe- deral e dos Municípios vigora, no País, dentro dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reco- nheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham essa ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 22 Maria, iniciando sua carreira na advocacia tributária, re- solve aprofundar seus estudos sobre as normas comple- mentares e a produção de seus efeitos. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) Os atos normativos expedidos pelas autoridades ad- ministrativas, como normas complementares, produ- zem efeitos após 30 dias da data de sua publicação. (B) As decisões administrativas dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa a que a lei atri- bua eficácia normativa produzem efeitos na data de sua publicação. (C) As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas classificadas como normas complementa- res produzem efeitos na data em que forem reconhecidas. (D) Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, como norma com- plementar, produzem efeito na data nele prevista. 23 João aufere a quantia mensal de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Possui três dependentes e em menos de 6 meses acumulou em sua poupança o montante de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Desse modo, o Fisco iniciou procedimento de fiscalização para efetuar o lançamen- to do crédito, tendo em vista que a informações pres- tadas não merecem fé. Diante dos fatos, assinale a op- ção correta. (A) O Fisco se utilizará do lançamento por homologação. (B) O Fisco se utilizará do lançamento por arbitramento. (C) O Fisco se utilizará do lançamento por declaração. (D) O Fisco se utilizará da modalidade de lançamen- to misto. 24 Sobre as regras de parcelamento e moratória dentro do direito tributário, assinale a opção correta. (A) Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário exclui a incidência de juros e multas. (B) O mero pedido de parcelamento, ainda que indeferi- do, interrompe a prescrição por configurar reconhe- cimento de dívida. (C) A União não poderá conceder moratória quanto a tri- butos de competência dos Estados, do Distrito Fede- ral ou dos Municípios, mesmo que simultaneamente seja concedida aos tributos de competência federal. (D) A moratória pode ser concedida aos casos praticados com dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele mediante expressa autorização legal.1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 25 João possui dívidas tributárias com vários entes fede- rativos. Diante do cenário, o Município de Cabo Frio se antecipou e ajuizou execução fiscal para cobrança de seus créditos tributários. O estado do Rio de Janeiro e a União, ao tomarem conhecimento do caso, requereram ao juízo o sobrestamento da ação por violação na ordem de preferência de pagamento dos créditos. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) A União possuem preferência na ordem de paga- mento dos créditos com relação aos municípios. (B) Os estados possuem preferência na ordem de paga- mento dos créditos com relação aos municípios. (C) A ordem de preferência dos créditos ocorre primeiro com relação a União, depois os estados, DF e territó- rios federais e, por último os municípios. (D) Não há que se falar em preferência na ordem de pa- gamento dos créditos tributários. Direito Administrativo Gustavo Brígido 26 João, servidor público do Município de Fortaleza, no Es- tado do Ceará, que ingressou recentemente em órgão administrativo competente para conceder licença de edificação, expediu alvará para construção de um gal- pão, verificando, posteriormente, que a competência para tanto seria de seu superior hierárquico. Diante de tal situação, a coordenadoria jurídica do órgão procurou você, na condição de advogado especialista em Direi- to Administrativo, para orientação acerca das medidas a serem tomadas. Após análise criteriosa, concluiu-se que caberá a (A) anulação do ato e a sua substituição por outro hígi- do, praticado pela autoridade competente, dado seu caráter discricionário. (B) declaração de nulidade do ato, eis que vício de com- petência não é passível de saneamento. (C) convalidação do ato pela autoridade competente, desde que presentes os requisitos legais para a con- cessão da licença, eis que se trata de ato vinculado. (D) homologação do ato pelo superior hierárquico, com produção de efeitos apenas a partir do ato homolo- gatório, dado seu caráter discricionário. 27 Maria, cidadã residente no Município de Camocim, no Estado do Ceará, teve sua residência danificada quan- do da realização de obras em via pública, realizadas por empresa concessionária de serviços públicos de sanea- mento para reparos de rede coletora de esgoto. Você, na condição de advogado especialista em Direito Adminis- trativo, foi procurado por Maria, para orientar acerca da possibilidade de responsabilização civil da empresa, com a consequente reparação dos danos. A responsabilidade da concessionária pelos prejuízos sofridos pelo cidadão (A) é de natureza objetiva, demandando a demonstra- ção do nexo de causalidade entre a conduta do agen- te e o dano, bem como a ausência de excludentes de responsabilização. (B) demanda a comprovação de negligência, imperícia ou imprudência do agente e a correlação da conduta com os danos sofridos. (C) é de natureza subsidiária, cabendo o prévio aciona- mento do poder público, na qualidade de poder con- cedente dos serviços. (D) demanda a prévia responsabilização do agente cau- sador do dano, podendo ocorrer a responsabilização direta da concessionária caso comprovada falha de fiscalização. 28 O Estado do Ceará pretende realizar a duplicação de pis- tas da rodovia que liga a cidade de Fortaleza à praia do Cumbuco, transferindo tal encargo à concessionária pri- vada juntamente com as atividades de operação e ma- nutenção da referida malha rodoviária, pelo prazo de 30 anos, e autorizando a cobrança de pedágio dos usuários. A procuradoria do Município procurou você, na qualida- de de advogado(a) especialista em Direito Administrati- vo, com vasta experiência em casos de Parcerias da Ad- ministração Pública, para realizar os estudos necessários sobre o tema. Ocorre que os estudos demonstraram que a receita tarifária não seria suficiente para fazer frente à integralidade dos investimentos e retorno financeiro ao concessionário. Diante de tal constatação e conside- rando a legislação de regência, afigura-se juridicamente viável para a situação narrada a celebração de concessão (A) administrativa, com aporte de recursos do Estado ao capital da sociedade de propósito específico instituída para explorar o serviço, limitado a R$ 10 milhões e não podendo ultrapassar 49% do respectivo capital social. (B) comum, com pagamento pelo Estado de comple- mento à receita tarifária, no limite necessário para a realização dos investimentos em bens reversíveis e no ritmo da execução físico-financeira das obras. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem (C) patrocinada, com o pagamento de contraprestação pecuniária pelo Estado em complemento à receita tarifária, desde que o valor do contrato seja de, no mínimo, R$ 10 milhões. (D) patrocinada ou administrativa, a depender do volu- me de investimentos envolvido, que não pode ser inferior a R$ 10 milhões anuais, com pagamento de contraprestação pecuniária (patrocinada) ou aporte de recursos (administrativa). 29 João, servidor público municipal, ocupante de cargo efe- tivo, colidiu, enquanto conduzia viatura oficial, com ou- tro veículo, de passeio, de propriedade e conduzido por Maria. Apurados os fatos e as circunstâncias, foi cons- tatado que João estava transitando em velocidade bas- tante superior à permitida, justificando a conduta por estar atrasado para compromisso oficial. Maria procu- rou você, na qualidade de advogado(a) especialista em Direito Administrativo, para que a orientasse acerca do tema. Em razão do ocorrido, João (A) poderá responder por infração disciplinar, sem pre- juízo de ser responsabilizado nas esferas criminal e civil, esta última em regresso, não se vislumbrando, pela descrição dos fatos, elemento subjetivo dolo su- ficiente para caracterização de ato de improbidade. (B) deverá responder disciplinarmente por sua conduta, não se caracterizando responsabilidade civil individual do agente público em razão de se encontrar em serviço. (C) deverá responder em todas as esferas pela conduta reprovável, civil, criminal, administrativa e de impro- bidade, esta última na modalidade de ato que causa prejuízo ao erário, que prescinde da demonstração de dolo específico. (D) se submeterá à apuração administrativo-disciplinar, mediante instauração de processo disciplinar, pre- cedido de sindicância, e, se demonstrados culpa ou dolo do servidor naquela esfera, terá lugar a respon- sabilização nos âmbitos civil e criminal. 30 João, servidor público do Estado do Ceará, está sendo acusado da prática de ato de improbidade por condu- ta que causou prejuízo à Administração, cometida já sob o regime da Lei no 14.230/2021, que alterou a Lei n. 8.429/1992. Preocupado com as consequências de sua conduta, João procurou você, advogado(a) especialista em Direito Administrativo, para analisar sua situação. Sua correta conclusão é de que a conduta em questão (A) será considerada ato de improbidade, desde que presentes os elementos de tipificação como crime contra a Administração Pública, dada a comunicabili- dade de instâncias. (B) caracterizará ato de improbidade, se for de natureza comissiva, dolosa ou culposa, não mais sendo admi- tida a capitulação de condutas omissivas como ato de improbidade. (C) não será suficiente para configurar ato de improbida- de, ainda que dolosa, sendo necessária a comprova- ção de enriquecimento ilícito do agente. (D) somente poderá ser capitulada como ato de improbi- dade se presente o elemento subjetivo dolo, não sen- do assim capituladas condutas meramente culposas. Direito Ambiental Nilton Carlos 31 André é dono de uma empresa que produz tintas para construção civil. Por descuido de um dos seus funcionários, houve um va- zamento que atingiu o rio que fica ao lado da empresa, contaminando a água e os peixes da região. Preocupado com a situação, procura um advogado espe- cialista na área, o qual lhe informa que: (A) a responsabilidade das pessoas jurídicas excluirá adas pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato. (B) como a poluição ocorreu em razão de ato de impru- dência, negligência ou imperícia, não há que se falar em crime. (C) a pena será aumentada de um sexto a metade, se re- sultar dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral. (D) poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica, caso sua personalidade seja obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 32 José pretende construir uma siderúrgica, a qual causará significativa degradação do meio ambiente. Preocupado com a situação, procurou um advogado especialista na área, o qual lhe disse que: (A) como o empreendimento causará significativa de- gradação do meio ambiente, sua instalação não será possível. (B) correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes à realização do estu- do de impacto ambiental. (C) para que o empreendimento seja aprovado, será ne- cessário o procedimento de licenciamento ambien- tal, sem necessidade de EIA/RIMA. (D) o empreendimento poderá ser realizado, desde que o empreendedor aceite arcar com todos os prejuízos que porventura venha a causar. Direito Civil Roberta Queiroz 33 Frankstefferson foi diretor de um estabelecimento ban- cário muito famoso no mundo dos grandes negócios des- de 1985. Contudo, no ano de 2005, a instituição finan- ceira teve vários problemas decorrentes de um altíssimo nível de inadimplentes. Frankstefferson foi demitido e a instituição financeira, por meio de sua equipe de co- municação, divulgou nos jornais e nas redes sociais que o culpado pela crise financeira do banco seria Frankste- fferson, pela sua má gestão e concessão de empréstimos a pessoas com alto grau de inadimplência no mercado, sendo ele, inclusive, alvo de processos administrativos e criminais. Ao final das apurações nos referidos proces- sos, Frankstefferson foi absolvido. A decisão judicial no âmbito criminal foi, então, absolutória e transitou em julgado em 10/05/2012. No dia 01/11/2012, Frankste- fferson ajuizou ação de indenização contra o banco plei- teando dano moral e dano material em virtude das insi- nuações feitas. Considerando o caso narrado e as regras acerca da prescrição, marque alternativa correta. (A) A pretensão de Frankstefferson está prescrita, posto que o prazo prescricional aplicado ao caso é de 5 anos. (B) A pretensão de Frankstefferson está prescrita, posto que o prazo prescricional aplicado ao caso é de 3 anos. (C) A pretensão de Frankstefferson não está prescrita, posto que o prazo prescricional aplicado ao caso é de 3 anos. (D) A pretensão de Frankstefferson não está sujeita a prazo prescricional em virtude do ato ilícito pratica- do pela instituição financeira. 34 Sebastião Salgado Doce sempre foi conhecido por seu enorme interesse na área de informática e, por isso, tor- nou-se hacker especialista em roubo de informações. Um belo dia, imbuído de um sentimento de raiva por sua na- morada ter terminado o relacionamento, invadiu o sistema de informações da concessionária de energia elétrica da cidade em que mora e copiou os dados pessoais de inúme- ros consumidores de energia elétrica local. Sebastião co- piou os dados pessoais de Free William da Silva, tais como nome completo, endereço, número do RG, data de nasci- mento, número de telefone, CPF, e-mail e outros dados. Aproveitando ter logrado êxito no ato, resolveu vender os dados adquiridos para uma empresa de telemarketing. Free William da Silva ajuizou ação de indenização contra a concessionária alegando que o vazamento de dados pessoais gera dano moral presumido. Considerando o caso narrado, as regras de LGPD e a orientação recente do STJ sobre o tema, marque alternativa correta. (A) O pedido de Free deve ser julgado procedente. (B) O pedido de Free somente será julgado procedente caso comprove que houve realmente o dano moral. (C) O pedido de Free não será procedente, posto que tais dados podem ser encontrados em qualquer lugar. (D) Free somente teria direito a dano material em caso de comprovação efetiva de tal dano, e não há, no caso, dano moral. 35 Augostina é filha de Lenda Selvagem e Alex Golapólo. O tio de Augostina, Rogérino Pirulito Days, resolveu matri- cular a sobrinha em uma escola americana (Little Pombo Gray) cuja mensalidade é R$ 7.500,00. Rogérino assinou contrato de prestação de serviços educacionais e Augos- tina começou a frequentar a escola. Contudo, Rogérino não efetuou o pagamento da men- salidade escolar após 6 meses de vigência do contrato. O colégio, então, ajuizou ação de execução em face de Lenda, Alex e Rogérino. Considerando o caso narrado, marque alternativa correta. (A) Como Alex e Lenda são genitores de Augostina, são partes legítimas a figurar no polo passivo de tal demanda. (B) Deve-se presumir que há, no caso, uma obrigação so- lidária entre os pais de Augostina e Rogérino. (C) Apenas Rogérino poderá ser cobrado para com as mensalidades atrasadas. (D) Haverá solidariedade passiva entre Augostina e Ro- gérino, somente. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 36 Durango Kid Paiva e Açafrão Fagundes celebraram con- trato no qual Durango se comprometeu a entregar para Açafrão, no período de 6 meses, dois cavalos ou duas vacas. O referido contrato foi celebrado em janeiro de 2023 e a obrigação deveria iniciar no dia 10 de fevereiro de 2023, devendo ocorrer todo dia 10 dos meses sub- sequentes até encerramento do período. Considerando as regras obrigacionais pertinentes, marque alternati- va correta. (A) Durango, ao entregar dois cavalos em fevereiro, de- verá entregar apenas cavalos durante todo o período em virtude do princípio do vínculo da escolha. (B) Na espécie contratual entabulada, poderá Durango entregar um cavalo e uma vaca, desde que sejam correspondentes em relação ao valor. (C) Caso Durango entregue dois cavalos em fevereiro, poderá em março entregar duas vacas, podendo re- novar sua escolha a cada novo mês. (D) No caso vertente, a escolha cabe a Açafrão, pois este é o credor da relação obrigacional. 37 Zé Minhoca resolveu convidar seus amigos para um “vaaaai ter cabaré essa noite, vai, vaaaaaaaaai”. Dis- se, então, Zé Minhoca, para seus amigos Maxwelbe e Faraó do Egito Souza: “Galera, seguinte é esse – passo para pegar vocês no meu carro possante e vamos beber toooodas hoje”. E assim foi feito, Zé Minhoca colocou seus amigos no carro e saiu para a bebedeira. Contudo, Zé bebeu demais e acabou perdendo o controle do carro, causando um acidente que resultou na morte de Max, e Faraó acabou ficando paraplégico. Zé sobreviveu ao acidente. Consi- derando o caso narrado, marque alternativa correta. (A) A responsabilidade de Zé, no caso, é objetiva com culpa presumida. (B) Zé responde subjetivamente pelos danos ocasiona- dos aos amigos. (C) Os herdeiros de Max não poderão pleitear o dano moral sofrido por ele, pois são partes ilegítimas. (D) Serão devidos alimentos vitalícios a Faraó por parte de Zé, podendo este ser preso em caso de inadim- plemento. 38 Barato Pinto resolveu vender seu caminhão para Heri- clapiton da Silva, que tinha um sonho ir para NY, levar a namorada e fazer seu caminhão voar nas nuvens. Era um caminhão ano 2020, no valor de R$ 180.000,00. No ato de alienação, Barato informou ter feito todas as cinco revisões na concessionária e que o caminhão es- tava perfeito, mas era tudo mentira do Barato, ele tinha feito uma só. Celebrado o negócio, 90 dias depois da entrega, o cami- nhão deu um “pau” daqueles, justo quando Hericlapiton estava em alta velocidade na rodovia, indo buscar a na- morada, cantando: “Essa é a história de um novo herói / Cabelos compridos a rolar no vento / Pela estrada no seu caminhão / Gravado no peito a sombra de um dragão” (Chrystian & Ralf). Pois bem, indignado, Hericlapiton quer resolver o contrato. Considerando as regras aplicá- veis ao caso, marque alternativacorreta. (A) Hericlapiton não tem mais como desfazer o contrato, pois passou o prazo de 30 dias. (B) Hericlapiton tem o prazo prescricional de 30 dias para promover a demanda redibitória contados da ciência do vício. (C) Hericlapiton teria 180 dias para ter ciência do vício no veículo. (D) Hericlapiton poderá reclamar pelo vício redibitório, pois Barato tinha ciência do vício. Caso não soubes- se, não haveria direito algum para Hericlapiton. ECA Patrícia Dreyer 39 A criança JFP, 10 anos, reside com a mãe e o padrasto. JFP foi vítima de abuso sexual, praticado por seu padras- to. A criança nunca comentou nada com a mãe, que não desconfiava do que acontecia, apesar de se preocupar com o comportamento bastante retraído de seu filho. Na escola, a criança finalmente conseguiu desabafar com a professora, e o Conselho Tutelar foi acionado. Diante do caso, assinale a alternativa correta. (A) O Conselho Tutelar pode determinar a medida proteti- va de urgência à criança vítima de violência doméstica. (B) O Conselho Tutelar tem atribuição para representar somente a autoridade policial para requerer o afas- tamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de convivência com a vítima. (C) A professora noticiante do abuso não terá proteção es- tabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. (D) O Conselho Tutelar tem atribuição para representar a autoridade judicial ou policial para requerer o afas- tamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de convivência com a vítima. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 40 Júpiter é juiz de direito com atribuição na área da justi- ça da infância e da juventude em Belo Horizonte, Minas Gerais. Júpiter é casado com Tamires, e o irmão de Tami- res, Orfeu, pretende disputar uma vaga para o conselho tutelar no mesmo município. Considerando a situação hipotética apresentada e as disposições do ECA relativas ao conselho tutelar, assinale a opção correta. (A) Não há qualquer impedimento, pois Orfeu e Júpiter não são parentes. (B) Só haveria impedimento se Tamires, esposa de Júpi- ter, quisesse se candidatar a Conselheira Tutelar. (C) Há impedimento legal para que Orfeu desempenhe a função de conselheiro tutelar no município em que Júpiter trabalha, enquanto durar o cunhadio. (D) Qualquer parente de Júpiter ou Tamires, até o 4º grau, é impedido de se candidatar ao Conselho Tutelar. CDC Patrícia Dreyer 41 Antônio foi até a concessionária Carro Forte, na cida- de onde reside, Luziânia em Goiás, e assinou um con- trato de compra e venda do veículo marca XPTO, mo- delo XYZ, ano 2023. Segundo o contrato, em que havia cláusula que impunha a utilização da arbitragem como forma de solução do conflito, o pagamento ocorreria na data de sua celebração e o veículo seria entregue em 20/04/2023. Na data acordada, o vendedor da conces- sionária comunica a Antônio que não poderá entregar o veículo objeto do contrato e que só poderá entregar o veículo objeto do contrato em 120 dias. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. (A) É lícita a cláusula que impõe a utilização da arbitra- gem, por ser um meio adequado de solução de con- flitos que desafoga o Judiciário. (B) Antônio é obrigado a aguardar o prazo estipulado pelo fornecedor. (C) Se Antônio quiser ajuizar uma ação contra a conces- sionária, poderá fazê-lo no foro de seu próprio do- micílio. (D) A concessionária é obrigada a fornecer outro veículo, ainda que de modelo diferente, na data estipulada para bem cumprir a obrigação. 42 João consumiu requeijão da marca XYZ e, depois disso, apresentou infecção intestinal e gastroenterite. Feita a correta investigação, constatou-se que o dano sofrido por João se deu a partir da má conservação do produto, pelo mercado comerciante, no inadequado acondiciona- mento. A perícia constatou que o produtor da marca XYZ respeita todas as boas práticas de produção. Com rela- ção a essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Trata-se de vício do produto, e a marca XYZ é solida- riamente responsável com o mercado comerciante. (B) Trata-se de fato do produto, e o comerciante será objetivamente responsável por não ter conservado adequadamente produto perecível. (C) Trata-se de culpa exclusiva da vítima, que consumiu produto perecível, arcando com os riscos de infecção. (D) Trata-se de fato do produto, e a marca XYZ é solida- riamente responsável com o mercado comerciante. Direito Empresarial Renato Borelli 43 A sociedade em conta de participação tem uma série de peculiaridades que a distinguem de outras sociedades, como, por exemplo, a sociedade em comum ou a socie- dade limitada. Nas alternativas abaixo são apresentados aspectos desta sociedade referentes a sua natureza, constituição, registro e responsabilidade dos sócios. Assinale a opção que apresenta corretamente todas as características apontadas. (A) A sociedade em conta de participação tem natureza de sociedade não personificada; sua constituição in- depende das formalidades exigidas para outros tipos de sociedade; o contrato pode ou não ser levado a registro, não interferindo na aquisição da persona- lidade jurídica; apenas se obriga ilimitadamente pe- rante terceiros o sócio ostensivo. (B) A sociedade em conta de participação tem natureza de sociedade personificada; sua constituição inde- pende das formalidades exigidas para outros tipos de sociedade; o contrato pode ou não ser levado a registro, não interferindo na aquisição da persona- lidade jurídica; apenas o sócio ostensivo se obriga limitadamente até o valor de sua quota. (C) A sociedade em conta de participação tem nature- za de sociedade não personificada; sua constituição depende de autorização governamental; o contrato pode ou não ser levado a registro, não interferindo na aquisição da personalidade jurídica; apenas se obriga ilimitadamente perante terceiros o sócio participante. (D) A sociedade em conta de participação tem natureza de contrato associativo e bilateral; sua constituição depende das formalidades exigidas para outros tipos 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem de sociedade; o contrato deve ser levado a registro para fins de aquisição da personalidade jurídica; obrigam-se ilimitadamente perante terceiros tanto o sócio ostensivo quanto o sócio participante. 44 A sociedade Porto Belém e Malta Comércio de Peças Ltda. teve sua falência requerida pela Sociedade Vip Transportes e Logística Ltda. em razão da impontualidade no pagamen- to de duplicatas de prestação de serviços cujo valor total é de R$ 85.000,00, protestadas para fins falimentares. Após a citação da devedora, e no prazo da contestação, foi apresentado ao juízo da Comarca de Vila Verde pedido de recuperação judicial, sem elisão do pedido de falência. Acerca do efeito da apresentação do pedido sobre o curso do procedimento pré-falimentar, é correto afirmar que a falência: (A) não poderá ser decretada em razão da apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação. (B) poderá ser decretada em razão da não efetivação de depósito elisivo no prazo da contestação. (C) não poderá ser decretada diante da insuficiência do valor das duplicatas protestadas para ensejar o re- querimento. (D) poderá ser decretada em razão do impedimento ao pedido de recuperação judicial após o requerimento da falência. 45 Decretada a falência de uma sociedade empresária no dia 10 de setembro de 2021, o administrador judicial verificou a existência de registro relativo à alienação fi- duciária em garantia de imóvel de propriedade do falido após a decretação da falência. Em relação ao ato realizado, é correto afirmar que é: (A) objetivamente ineficaz em relação à massa falida, por ter sido feito após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. (B) nulo de pleno direito, diante de sua prática após a de- cretação da falência, haja ou não prenotação anterior. (C) válido e eficaz em relação à massa falida, poisa ine- ficácia objetiva só incide para atos praticados dentro do termo legal. (D) nulo de pleno direito, por ter sido feito após a decre- tação da falência ou dentro do termo legal, salvo se tiver havido prenotação anterior. 46 O Código Civil Brasileiro define estabelecimento como todo complexo de bens organizados para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empre- sária. Ou seja, o conjunto de bens corpóreos ou incor- póreos que são dispostos para o funcionamento de uma empresa. Em relação à negociação do estabelecimento de forma unitária, assinale a alternativa correta. (A) O contrato de trepasse irregular não poderá, em hi- pótese alguma, ensejar a decretação de falência do empresário. (B) O adquirente do estabelecimento empresarial res- ponde pelas dívidas já existentes, desde que regular- mente contabilizadas. (C) Quanto às dívidas assumidas pelo adquirente, o alie- nante permanecerá como devedor solidário destes débitos pelo prazo de 2 (dois) anos. (D) O contrato que tenha por objeto a alienação, o usu- fruto ou o arrendamento do estabelecimento não precisa ser averbado no registro público de empre- sas mercantis. Direito Processual Civil Raquel Bueno 47 Cirlene ajuizou ação monitória em face de Maurício, com base em um cheque prescrito. Após a distribuição do fei- to e juízo de admissibilidade positivo, foi concedida uma tutela de evidência, determinando-se ao réu o cumpri- mento da obrigação no prazo legal, ou apresentação de resistência. Maurício possui provas de que o pagamento do cheque foi efetuado, razão pela qual deseja alegar tal matéria em sua defesa, além de pedir a repetição do in- débito e danos morais, uma vez que Cirlene afixou uma faixa na rua onde Maurício mora, chamando-o de “calo- teiro”. A partir desta realidade, assinale a opção correta. (A) Maurício poderá apresentar embargos à monitória, a serem distribuídos por dependência, desde que ga- rantido o juízo com caução ou depósito. (B) Maurício poderá apresentar embargos à monitória alegando e comprovando que houve o pagamento, mas só poderá formular pedidos em face da autora por meio de ação própria. (C) Maurício poderá apresentar embargos à monitória com reconvenção. (D) Maurício poderá apresentar embargos à monitória, por meio de petição nos próprios autos, cujo efeito suspensivo deve ser requerido pelo réu. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 48 Lurdes e Mirtes celebraram um contrato de prestação de serviços. Por meio desse contrato, ficou estabelecido que, diante de qualquer desavença oriunda do contra- to, as partes se socorreriam da arbitragem. Assim, du- rante a execução do contrato, Lurdes deu causa ao seu descumprimento, o que levou Mirtes a promover uma demanda judicial, distribuída perante a 1ª Vara Cível de Padre Bernardo-GO, domicílio das partes. Ressalte-se que Lurdes não compareceu à audiência de conciliação/ mediação designada, bem como não enviou ninguém em seu lugar com poderes para transigir. A partir deste cenário, assinale a opção correta. (A) Considerando a ausência de Lurdes na audiência de conciliação/mediação, ser-lhe-á aplicada a pena da revelia. (B) Após a audiência inaugural, Lurdes poderá apresen- tar contestação, invocando apenas defesa de mérito. (C) Considerando a ausência de Lurdes na audiência de conciliação/mediação, ser-lhe-á aplicada uma multa de até 2% (dois por cento), por ato atentatório à dig- nidade da justiça, multa esta revertida para Mirtes. (D) Lurdes poderá apresentar contestação, alegando a preliminar de convenção de arbitragem, e, no méri- to, apresentar todas as suas teses de defesa, além da impugnação especificada dos fatos arguidos por Mirtes na petição inicial. 49 Janaína formulou pedido de tutela provisória de urgên- cia antecipada antecedente em face de uma pessoa ju- rídica de direito privado. Após juízo de admissibilidade positivo, foi concedida a liminar inaudita altera pars em benefício da autora. Ato contínuo, a decisão foi efetiva- da. A parte ré foi citada e não apresentou recurso. Ja- naína fez o aditamento da petição inicial e o processo prosseguiu, até sentença, que confirmou a tutela provi- sória concedida inicialmente. Inconformada, a ré deseja reverter o resultado da decisão. Nesse contexto, assinale a alternativa correta. (A) O advogado da ré poderá interpor recurso de apela- ção, dotado de duplo efeito. (B) O advogado da ré poderá interpor recurso de apela- ção, dotado apenas de efeito devolutivo. (C) Caso a tutela provisória de urgência concedida limi- narmente fosse revogada na sentença, Janaína teria responsabilidade civil subjetiva pelos danos gerados à ré, em virtude da efetivação da liminar. (D) Caso o juiz entendesse, na etapa de admissibilidade, que o caso não era de tutela provisória de urgência antecipada antecedente, à autora seria concedido prazo de quinze dias para a emenda da petição inicial. 50 Virgínia promoveu uma execução autônoma em face de Alberto, envolvendo obrigação pecuniária. Após juízo positivo de admissibilidade, foram fixados honorários advocatícios de 10%, com a consequente citação válida de Alberto. Ressalte-se que o pagamento não efetuado no prazo legal. A partir dessa realidade e desse modelo de execução, assinale a opção certa. (A) Se Alberto reconhecer o crédito exequendo, pode- rá efetuar o depósito prévio de 30% do débito total, acrescido de custas e honorários advocatícios, po- dendo pagar o restante em até seis parcelas. (B) Considerando que o pagamento não foi efetuado no pra- zo de quinze dias, haverá a incidência da multa de 10%. (C) Caso Alberto não concorde com a execução, poderá apresentar impugnação, no prazo de quinze dias. (D) Caso Alberto não concorde com a execução, poderá apresentar embargos à execução, no prazo de quinze dias, dotados de efeito suspensivo automático. 51 Luiz impetrou mandado de segurança perante o TJGO. Todavia, após ser proferido acórdão final desfavorável, o advogado de Luiz interpôs recurso especial, dentro do prazo de quinze dias, demonstrando o preenchimento do prequestionamento e apontando a relevância da questão infraconstitucional, a fim de obter a reforma da referida decisão. A partir do estudo dos recursos em es- pécie, assinale a opção correta. (A) Tal recurso não deve ser conhecido, uma vez que o recurso cabível seria o recurso extraordinário. (B) Tal recurso deve ser conhecido e encaminhado para o STJ, a fim de seja apreciado seu mérito. (C) Neste caso, aplica-se o princípio da fungibilidade en- tre o recurso especial e o recurso ordinário. (D) Tal recurso não deve ser conhecido, por ausência de cabimento, uma vez que o recurso correto seria o re- curso ordinário constitucional. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 52 Judite ajuizou uma ação em face de Douglas, por meio de sua única e exclusiva advogada Jacira. A ação trami- tou no procedimento comum. Após o devido processo legal, foi proferida sentença de mérito, que acolheu par- cialmente os pedidos de Judite. Todavia, a autora deseja a reforma da decisão, a fim de obter o acolhimento total de seus pedidos. A sentença foi publicada no diário de justiça eletrônico, iniciando-se o prazo recursal. No quin- to dia do prazo, o advogado de Douglas interpôs recurso de apelação. Nessa mesma data, Jacira teve sua primeira filha, tendo notificado sua cliente cinco dias após o par- to. Após o transcurso do prazo recursal de quinze dias, houve intimação da parte autora para apresentação de contrarrazões do recurso interposto pelo réu. A partir desta situação, assinale a opção correta. (A) Judite só poderá apresentar apelação na modalidade adesiva. (B) Considerando que Jacira tornou-se mãe, haverá a in- terrupção do prazo recursal. (C) Considerando que Jacira tornou-se mãe, haverá a suspensão do prazo recursal por trinta dias, contados da data do parto. (D) Considerando que Jacira tornou-se mãe, haverá a suspensão do prazo recursal por trinta dias, a partirda comunicação e comprovação do fato ao processo. Direito Penal Michelle Tonon 53 Márcio está cumprindo pena privativa de liberdade em regime semiaberto, com direito a saídas temporárias e trabalho externo. Durante um período de saída tempo- rária, Márcio decide não retornar ao estabelecimento prisional no dia designado, pois estava se sentindo ame- açado por outros internos e com saudades de sua família. O juízo da execução penal expede mandado de prisão e Márcio é recapturado em sua casa três meses após. Fa- miliares de Márcio o procuram, como advogado(a), para orientação jurídica. Nessa situação, de acordo com a Lei de Execução Penal e o entendimento dos Tribunais Supe- riores, você, como advogado(a), deverá esclarecer que: (A) a fuga do estabelecimento prisional é falta grave e interrompe o prazo para a obtenção do livramento condicional. (B) segundo a Lei de Execução Penal, a fuga do estabeleci- mento prisional por prazo inferior a 1 ano é falta média e não impede a progressão de regime, caso Márcio já tenha cumprido o requisito objetivo para o benefício. (C) a fuga do estabelecimento prisional é falta grave e não interrompe o prazo para a obtenção do livra- mento condicional. (D) não se caracterizou fuga do estabelecimento prisio- nal, vez que Márcio teve motivos plausíveis para in- terromper o cumprimento da pena. 54 Joaquim praticou crime de roubo majorado pelo empre- go de arma branca em 25 de fevereiro de 2023. Ao visua- lizar Cláudia na parada de ônibus, falando ao celular, Jo- aquim se aproximou de Cláudia, exibiu uma faca e disse “Passa o celular ou eu te mato”. Cláudia imediatamente entregou o aparelho. Uma viatura da Polícia Militar pas- sou pela rua minutos após e foi acionada por Cláudia, que narrou o crime. A polícia iniciou uma varredura na região, encontrando Joaquim 20 minutos depois do rou- bo, ainda de posse do celular, negociando-o com um transeunte. O rapaz é preso em flagrante e conduzido à delegacia de polícia. Comunicado dos fatos pela família de Joaquim, você, na condição de advogado(a), deverá esclarecer, com base na legislação penal e na jurispru- dência dos Tribunais Superiores, que: (A) considerando que Joaquim não teve a posse mansa e pacífica do celular subtraído, sendo encontrado poucos minutos depois do crime com o objeto roubado, pode- rá ser condenado pela tentativa de roubo majorado. (B) o roubo majorado pelo emprego de arma branca foi inserido no rol dos crimes hediondos pela Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime. (C) a defesa poderá pleitear a exclusão da majorante do emprego de arma branca, considerando que tal causa de aumento de pena foi revogada pela Lei n. 13.654/2018. (D) a consumação do crime de roubo dispensa a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa subtraída, bas- tando que haja a retirada do bem da esfera de dispo- nibilidade da vítima, ainda que por breve tempo. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 55 Maurício, profundamente inconformado com o término de seu relacionamento amoroso com Daniela, decide enviar todos os dias, para o trabalho da ex-namorada, buquês de flores e cartas, pedindo para que retomem a relação. Além disso, liga insistentemente para a moça, várias vezes ao dia, além de mandar mensagens por aplicativos de conversas e em redes sociais. Não rece- bendo qualquer resposta de Daniela, Maurício vai pes- soalmente à casa da ex-namorada e estaciona seu carro na frente do portão, não permitindo a saída de Daniela e seus familiares da residência. Nessa situação, como advogado(a) consultado(a) por Daniela acerca do en- quadramento penal da conduta de Maurício, você deve- rá esclarecer que: (A) Maurício praticou o crime de ameaça, previsto no Código Penal, considerando o temor que incutiu em Daniela e seus familiares de que viessem a sofrer um mal injusto e grave. (B) Maurício praticou o crime de perseguição, previsto no Código Penal, visto que, de forma reiterada, ame- açou a integridade psicológica de Daniela, restringiu- -lhe a capacidade de locomoção, bem como invadiu e perturbou sua esfera de liberdade e privacidade. (C) A conduta de Maurício, embora reprovável, não se tipifica como crime, cabendo uma indenização pelos danos morais sofridos, na esfera cível. (D) Maurício praticou a contravenção penal de perturba- ção da tranquilidade, sendo possível a composição civil dos danos e a transação penal. 56 Marisa, 32 anos, primária e de bons antecedentes, visi- ta regularmente seu companheiro Júnior no estabeleci- mento prisional. Determinado dia, atendendo a pedido de Júnior, Marisa ingere 10 trouxinhas pequenas con- tendo a droga conhecida popularmente como maconha e se dirige à penitenciária. No momento da revista dos visitantes, Marisa fica nervosa, passa mal e confessa ter ingerido a droga, com o intuito de entregá-la ao compa- nheiro. Presa em flagrante, Marisa é conduzida à Delega- cia de Polícia e entra em contato com você, advogado(a). Nessa situação, você deverá esclarecer que: (A) Marisa praticou crime de tráfico de drogas, na forma tentada, pois não conseguiu entrar no estabelecimen- to prisional e entregar o entorpecente ao destinatário. (B) Marisa praticou crime de tráfico de drogas consuma- do e, considerando a primariedade, bons anteceden- tes e o não envolvimento em organização criminosa e atividades ilícitas, poderá ser beneficiada com a causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado. (C) Marisa poderá ser condenada pelo crime de associa- ção para o tráfico de drogas, já que combinou com seu companheiro de levar a droga para o interior do estabelecimento prisional, ainda que uma única vez. (D) A pequena quantidade de substância entorpecente apreendida, apenas 10 trouxinhas, permite a aplica- ção do princípio da insignificância ao crime de tráfico de drogas, que afasta a tipicidade material da condu- ta de Marisa. 57 Rafael, 28 anos, tem ciúmes de seu enteado Bruno, 7 anos. Em 10 de abril de 2023, Cíntia, mãe de Bruno, dei- xa a criança aos cuidados de Rafael para fazer compras. Aproveitando-se da ausência de Cíntia, Rafael coloca em prática plano criminoso para matar a criança e oferece a Bruno um copo de leite com chocolate envenenado. A criança dá um gole, percebe o gosto estranho e cospe o leite, mas passa mal, necessitando de internação por uma semana. O leite é levado para perícia e constata- -se a presença de dose letal de veneno, que mataria a criança em poucos segundos, caso houvesse ingestão de um gole maior. Após investigação, a Polícia conclui pela existência de indícios suficientes de que Rafael foi o res- ponsável pelo envenenamento do leite. Contratado por Cíntia, você, como advogado(a), deverá esclarecer que: (A) Rafael praticou tentativa de homicídio, com as qua- lificadoras do emprego de veneno e pelo fato da ví- tima ser menor de 14 anos. O julgamento de Rafael será pelo Tribunal do Júri. (B) Rafael praticou lesão corporal grave, considerando a não ocorrência do resultado morte e a necessidade de internação da criança, e será julgado pelo juízo criminal singular. (C) Rafael praticou tentativa de homicídio, sem a incidência de qualificadoras, pois o resultado morte não ocorreu. (D) Rafael praticou tentativa de homicídio qualificada pelo emprego de veneno. A idade da vítima será con- siderada apenas como causa de aumento de pena, em hipótese de condenação. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 58 Dionísio, 38 anos, é professor de futebol em determina- do clube esportivo. Em um sábado de competição, no interior do vestiário, Dionísio pediu que Daniel, aluno de 10 anos de idade, o beijasse na boca, para aliviar a ten- são da partida decisiva do campeonato. Dionísio disse, ainda, que Daniel tinha um corpo de atleta e apertou suas nádegas e coxas, para comprovar que eram muscu- losas. Depois do episódio, a criança, assustada, narrou a seus pais o ocorrido. Procurado(a) pelos pais de Daniel, você, na condição de advogado(a), deverá esclarecerque a conduta de Dionísio configura, segundo o entendi- mento jurisprudencial dominante: (A) crime de importunação sexual consumado, já que os toques lascivos foram superficiais. (B) crime de estupro na forma tentada, pois Dionísio não praticou relação sexual com Daniel. (C) crime de estupro de vulnerável, na forma consumada. (D) crime de assédio sexual, pois Dionísio se aproveitou da sua condição de professor para abusar de Daniel. Direito Processual Penal Lorena Ocampos 59 Durante inquérito policial que apura a prática de crimes de estelionato por Júlia, o delegado de polícia impediu que Breno, advogado de Júlia, pudesse ter acesso aos elementos de prova já produzidos e documentados nos autos da investigação. Sobre essa situação, é correto afirmar que (A) agiu corretamente o delegado, pois o inquérito é sigiloso. (B) agiu corretamente o delegado, visto que somente Jú- lia pode ter acesso aos autos do inquérito, inclusive aos elementos decorrentes de diligências em curso, ainda não documentadas. (C) agiu de forma equivocada o delegado, visto que ao advogado é sempre permitido o acesso aos elemen- tos já documentados nos autos do inquérito e a todos os elementos decorrentes de diligências em curso. (D) agiu de forma equivocada o delegado. O delegado de polícia é obrigado a permitir o acesso ao advogado de todos os elementos já documentados nos autos do inquérito. O delegado somente pode deixar de exibir diligência em curso ainda não documentada. 60 Bernardo é processado por dois homicídios dolosos du- plamente qualificados, roubo e tráfico de drogas. Após submetido a julgamento pelo plenário do Tribunal do Júri, o Conselho de Sentença composto pelos 7 jurados, na sala secreta, em resposta aos quesitos referentes aos crimes dolosos contra a vida, desclassificou as duas imputações. Em relação aos crimes conexos, é correto afirmar que: (A) o Conselho de Sentença deverá prosseguir no julga- mento na sala secreta e responder os quesitos quan- to aos crimes conexos. (B) o juiz presidente deverá julgar os crimes conexos. (C) o juiz presidente deverá remeter os crimes conexos ao juízo competente. (D) o juiz presidente deverá remeter os crimes conexos, após dissolver o Conselho de Sentença, a novo jul- gamento. 61 Felipe agrediu Roberta, sua companheira, causando-lhe lesões corporais leves, o que foi objeto de ocorrência policial junto à delegacia especializada de atendimento à mulher. Após o encaminhamento do inquérito policial ao Ministério Público, mas em momento anterior ao oferecimento da denúncia, Roberta foi até o juízo com- petente e manifestou que queria o “arquivamento do caso”. Diante da situação hipotética narrada, é correto afirmar que o pedido de Roberta (A) não obsta o oferecimento da denúncia ou a adoção de medidas protetivas de urgência em prol de Roberta, mas não é possível a suspensão condicional do processo. (B) não obsta o oferecimento da denúncia ou a adoção de medidas protetivas de urgência em prol de Maria, sendo possível a suspensão condicional do processo. (C) deve ser interpretada como retratação da represen- tação, o que impede o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. (D) deve ser ratificado em juízo e, caso o seja, obstará o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 62 Mario, 25 anos, figura como denunciado pelo crime de roubo. O magistrado, logo após receber a denúncia ofe- recida pelo Ministério Público, determina a citação pes- soal de Mario, a ser cumprida por oficial de justiça. O ofi- cial de justiça foi três vezes ao endereço constante dos autos, em dias da semana e horários diversos, e o réu não foi encontrado no local em nenhuma das oportuni- dades. A mãe do réu atendeu o oficial de justiça todas as vezes, sempre afirmando que seu filho não estava em casa. O oficial de justiça certifica nos autos do processo que o réu está se ocultando para não ser citado e resti- tui o mandado de citação ao juiz. Assinale a alternativa abaixo que indica como deverá ser feita a citação do réu. (A) O juiz deve diligenciar para encontrar novo endereço. (B) O juiz deve determinar a citação por edital. (C) O juiz deve determinar a citação por hora certa. (D) O juiz deve decretar a revelia do réu. 63 Joana, 31 anos, figura como indiciada em inquérito po- licial em que a autoridade policial investiga a prática do crime de furto qualificado (Pena: 2 a 8 anos de reclusão e multa). Durante as investigações, restou constatado que Joana possuía três condenações pela prática de crimes contra o patrimônio, com trânsito em julgado, e que ela seria autora de diversos outros crimes, ainda com proce- dimento em andamento. Considerando as informações narradas acima, no tocante ao tema de prisão e medidas cautelares diversas, assinale a alternativa correta. (A) Não é possível a prisão temporária de Joana, mas é admissível a decretação de sua prisão preventiva, em razão da reincidência, independentemente de requerimento do Ministério Público ou de represen- tação da autoridade policial. (B) É admissível a decretação da prisão preventiva de Joa- na, em razão da reincidência, desde que haja requeri- mento do Ministério Público ou representação da auto- ridade policial, mas não é cabível a prisão temporária. (C) É cabível a decretação da prisão temporária, diante do momento procedimental, bem como a decreta- ção da prisão preventiva em razão da reincidência, desde que haja requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial. (D) Não poderá o Ministério Público requerer a prisão preventiva, pois não cabe essa modalidade de prisão para Joana, nem a prisão temporária. 64 Analise as situações hipotéticas a seguir e indique nas alternativas, respectivamente, o recurso cabível. Situação 1: Na primeira fase do procedimento bifásico do tribunal do júri, Pedro foi impronunciado; Situação 2: O magistrado ordenou a suspensão do pro- cesso, em virtude de questão prejudicial; Situação 3: O magistrado, após fazer o juízo de admis- sibilidade do recurso em sentido estrito, denegou o seguimento; Situação 4: No juizado especial criminal, o juiz rejeitou a queixa-crime oferecida no crime de injúria. (A) Apelação; apelação; carta testemunhável; apelação. (B) Apelação; recurso em sentido estrito; carta testemu- nhável; apelação. (C) Apelação; recurso em sentido estrito; recurso em sentido estrito; apelação. (D) Recurso em sentido estrito; recurso em sentido es- trito; recurso em sentido estrito; recurso em sentido estrito. Direito do Trabalho Rogério Dias 65 A empresa Dreyer Ltda. elaborou um Plano de Demissão Voluntária, em novembro de 2022, sem participação do sindicato. Estabeleceu-se, no referido plano, que os em- pregados que fizessem adesão, receberiam suas verbas rescisórias, mais indenização. Roberta aderiu ao plano, sem qualquer ressalva. Nessa situação, (A) foi conferida quitação plena e irrevogável. (B) Roberta não poderá ajuizar ação em face da empre- sa, postulando direito inadimplido. (C) não enseja quitação plena e irrevogável. (D) não se admitem ressalvas em plano de demissão vo- luntária. 66 Cícero é empregado da empresa Brugger Ltda. e realiza suas atividades na rodoviária de um grande centro urba- no. Após ser dispensado, procurou você como advogado para postular adicional de insalubridade, pois somente recebia o salário mensal, sem qualquer adicional. Após ajuizada a ação, a empresa apresentou defesa e alegou que, apesar de o empregado trabalhar na limpeza dos banheiros da rodoviária, ele não estava exposto a agen- tes nocivos à sua saúde. Nesse caso, (A) o empregado tem direito a receber o adicional de in- salubridade em grau máximo. (B) o empregado não tem direito a receber o adicional de insalubridade. (C) ele deveria receber periculosidade, e não insalubridade. (D) o empregado teria direito ao adicional de penosidade. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 67 Tiago, motoristaprofissional, constantemente é multa- do por ultrapassar sinais vermelhos, os limites de velo- cidade e estacionar em lugares proibidos. Tiago foi noti- ficado da perda de sua habilitação, sem que a empresa fosse noticiada. Meses depois, a empresa tomou conhe- cimento de que o empregado não tinha mais sua habili- tação e procura o seu escritório para saber que medida adotar. Nessa situação, (A) a empresa pode dispensar o empregado por jus- ta causa. (B) o empregado deve ser suspenso pelo período da sus- pensão da habilitação. (C) haverá culpa recíproca. (D) o empregado somente pode ser dispensado sem jus- ta causa. 68 Patrícia era empregada da empresa Bueno Ltda. e exer- cia cargo de confiança, durante todo o período traba- lhado. Em janeiro de 2022, Patrícia foi transferida para o Rio de Janeiro, por real necessidade do serviço, pelo período de seis meses. Quando do seu retorno, Patrícia foi dispensada, sem justa causa. Inconformada, procu- ra o seu escritório para saber acerca dos seus direitos. Nesse caso, (A) Patrícia tem direito ao adicional de transferência. (B) o adicional de transferência sempre é pago, seja transferência definitiva ou provisória. (C) Patrícia não tem direito ao adicional de transferên- cia, pois exercia função de confiança. (D) não existe previsão para o pagamento de adicional de transferência. 69 A Faculdade Kelsen Ltda. resolveu construir sua nova sede. Com isso, contratou com a Construtora Obra Rápi- da Ltda., a referida construção. Após a entrega da obra, os empregados não receberam da construtora e preten- dem cobrar da faculdade o inadimplemento das obriga- ções trabalhistas. Nessa situação, (A) a faculdade tem responsabilidade solidária. (B) a faculdade tem responsabilidade subsidiária. (C) a faculdade não tem responsabilidade. (D) não há entendimento jurisprudencial sobre o assunto. Direito Processual do Trabalho Aryanna Linhares 70 Laura’s Sorveteria Ltda. contratou Naldo para trabalhar como auxiliar de produção. O empregado trabalhou na empesa por 3 anos. Neste período, entretanto, não usufruiu férias e nada recebeu pelas horas extras rea- lizadas. Quando foi dispensado, Naldo, que é uma pes- soa bem tranquila, contratou você como um advogado, objetivando fazer um acordo com a ex-empregadora e não, propriamente, ajuizar uma reclamação trabalhista. Nesse caso, como advogado do ex-empregado, assinale a alternativa com a melhor medida a ser adotada. (A) Processo de homologação de acordo extrajudicial proposto em petição conjunta, sendo o ex-emprega- do e a ex-empregadora representados por advoga- dos distintos. (B) Processo de homologação de acordo extrajudicial proposto em petição conjunta, podendo as partes se valerem do jus postulandi. (C) Propor ação monitória e requerer ao juiz a expedição de mandado de pagamento. (D) Impetrar mandado de segurança contra o ato da ex- -empregadora. 71 Após trabalhar 10 anos para Fábrica de Biscoitos KiDelí- cia Ltda., Laura foi dispensada sem justa causa. Durante todo o período do contrato de trabalho, recebeu corre- tamente suas verbas trabalhistas. Ocorre que, no final do período contratual, Laura descobriu que a ex-empre- gadora jamais realizou os depósitos do FGTS e tampouco da multa de 40%. Inconformada, a ex-empregada pro- cura um advogado e submete sua demanda à Comissão de Conciliação Prévia. A ex-empregadora comparece à sessão designada e ambas celebram um acordo sem res- salvas. No termo de conciliação, a Fábrica de Biscoitos se comprometeu a pagar R$ 50.000,00 em 10 parcelas de R$ 5.000,00. Porém, não pagou uma sequer. Acerca do caso narrado, como advogado de Laura, assinale a alter- nativa correta. (A) Uma vez que o acordo não foi cumprido, Laura terá que ajuizar uma reclamação trabalhista na Justiça do Trabalho. (B) O termo de conciliação é título executivo extrajudicial, logo poderá ser diretamente executado na Justiça do Trabalho. Ele tem eficácia liberatória geral, inclusive quanto às parcelas expressamente ressalvadas. (C) Segundo o art. 876 da CLT, os termos de conciliação fir- mados perante as Comissões de Conciliação Prévia são títulos executivos extrajudiciais e, quando não cumpri- dos, podem ser executados na Justiça do Trabalho. (D) As Comissões de Conciliação Prévia foram extintas. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 72 José Reinaldo ajuíza reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, uma grande empresa pública, postu- lando horas extras, adicional noturno e diferenças sala- riais decorrentes da equiparação com Laura, que exercia a mesma função que ele, mas recebia 20% a mais. Todos os pedidos totalizaram 20 salários mínimos. Para com- provar suas alegações, José Reinaldo levou à audiência 3 testemunhas: Atílio, Maryana e Luana. O juiz, entretan- to, permitiu que ele ouvisse apenas 2 delas. Acerca da conduta do juiz, assinale a alternativa correta. (A) O procedimento sumaríssimo se aplica apenas às causas cujo valor não ultrapasse 2 salários mínimos. (B) Mesmo que o valor da causa não ultrapasse 40 sa- lários mínimos, o procedimento sumaríssimo não se aplica, pois a reclamada é uma empresa pública. Logo, o procedimento do caso é o ordinário e o nú- mero máximo de testemunhas é de 3 para cada parte. (C) O juiz está correto. Como o valor da causa não ultra- passa 40 salários mínimos, o procedimento no caso em questão é o sumaríssimo, no qual o número má- ximo de testemunhas é de 2 para cada parte. (D) Como o valor da causa não ultrapassa 40 salários mínimos, o procedimento no caso em questão é o sumaríssimo, entretanto, o número máximo de tes- temunhas é de 3 para cada parte. Logo, a atitude do juiz está incorreta. 73 José foi contratado pela empresa de Seguros Globais Ltda. Ele foi contratado no Rio de Janeiro para traba- lhar na filial da empresa situada na capital. Na empre- sa, todos se comunicavam em alemão, inclusive José, pois a filial cuidava da pós-venda dos seguros vendidos aos clientes alemães que vivem na América do Norte, América Central e América do Sul. O ritmo de trabalho era intenso. José fazia em média 2 horas extras por dia. Depois de 4 anos de trabalho, ele foi dispensado sem justa causa, recebendo apenas suas verbas rescisórias. José ajuizou reclamação trabalhista no Rio de Janeiro, postulando as horas extras realizadas. No dia da audi- ência, compareceu 1 testemunha, que não sabia falar português. Falava apenas alemão e inglês. Neste caso, assinale a alternativa correta. (A) Como a testemunha não fala português, não pode- rá ser ouvida no processo que corre na Justiça do Trabalho. (B) A testemunha será ouvida por intermédio de intér- prete, cujas despesas serão custeadas pela parte a que interessar o depoimento. (C) A testemunha será ouvida por intermédio de intér- prete, cujas despesas correrão por conta da parte sucumbente, salvo se beneficiária da justiça gratuita. (D) A testemunha será ouvida por intermédio de intér- prete, cujas despesas correrão por conta da parte su- cumbente, ainda que beneficiária de justiça gratuita. 74 Dani foi contratada por Amélia para passar roupa em sua casa. Nas segundas, quartas e sextas-feiras, deveria passar apenas as camisas de Amélia e de seu marido. Nas terças e quintas, passaria as demais peças de roupa. Recebia 2 salários mínimos mensais. Finalizado o contra- to de trabalho, Dani ajuizou uma reclamação trabalhis- ta. Nela postulou as férias, acrescidas de 1/3, relativas aos 5 anos em que trabalhou para Amélia, pois jamais as usufruiu. Em defesa, a reclamada nega as alegações da reclamante, juntando o recibo de apenas 2 anos. O juiz proferiu sentença condenando a ex-empregadora ao pagamento de todas as férias postuladas. Em face da sentença, a reclamada pretende recorrer. Acerca do caso, assinale a alternativa correta, sabendo-se que a re- clamada não é beneficiária da justiça gratuita. (A) A reclamada deverá interpor recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, sendo isenta do depósito recur- sal, por ser empregadoradoméstica. (B) A reclamada deverá interpor recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, efetuando o depósito recursal integral e recolhendo as custas processuais. (C) A reclamada deverá interpor recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, efetuando o depósito recursal reduzido à metade, estando isenta das custas. (D) A reclamada deverá interpor o recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, efetuando o depósito recursal reduzido à metade e recolhendo as custas processu- ais de forma integral. Direito Previdenciário Fernando Maciel 75 Cláudio Santos é filiado ao RGPS na condição de segura- do empregado. Na data de 11 de abril de 2023, ao sair de casa pela manhã para se deslocar em direção ao seu local de trabalho, foi vítima de grave acidente de trânsi- to, cujas lesões lhe acarretaram o afastamento do seu emprego por 28 dias. Diante desse contexto fático e, levando-se em consideração o que dispõe a legislação previdenciária brasileira, assinale a alternativa correta. (A) Cláudio somente fará jus ao benefício de auxílio por incapacidade temporária se tiver cumprido a carên- cia mínima exigida para esse benefício. (B) Por ser vítima de um acidente de trânsito, Cláudio fará jus ao benefício de auxílio-acidente, o qual pressupõe uma incapacidade total e temporária para o trabalho. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem (C) Mesmo tendo ocorrido fora do horário e do local do trabalho, o acidente sofrido por Cláudio configura hi- pótese de acidente do trabalho por equiparação. (D) O acidente sofrido por Cláudio não será objeto de proteção previdenciária, pois o acidente de trajeto (in itinere) foi revogado pela Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017). 76 A empresa Maxpremium Ltda. acabou de contratar um empregado para exercer a função de Auxiliar de Serviços Gerais, cuja remuneração mensal foi estipulada no valor de um salário mínimo mensal. Na hipótese de o empre- gado possuir filho menor de 14 anos, assinale a alterna- tiva correta em matéria de benefício de salário-família: (A) O segurado empregado não fará jus a receber o salá- rio-família, pois apenas os contribuintes individuais o recebem. (B) A concessão do salário-família está condicionada a apresentação de documentos obrigatórios pelo em- pregado, quais sejam a certidão de nascimento, o comprovante de vacinação obrigatória e o compro- vante de frequência escolar. (C) O salário-família terá sua renda mensal calculada de acordo com o salário de benefício do segurado. (D) Por ser um benefício de natureza previdenciária, a renda mensal do salário-família não poderá ser infe- rior ao valor de um salário mínimo. Direito Financeiro Anderson Ferreira 77 No processo de planejamento e orçamento da adminis- tração pública, os entes precisam definir objetivos e me- tas para certo período. Um advogado recém-aprovado no Exame da Ordem, que foi questionado acerca do planejamento e orçamento de um ente público, estava em dúvida sobre onde as diretrizes da política fiscal e respectivas metas deveriam constar. Um advogado mais experiente o orientou que deveriam ser inicialmente apresentadas no(a): (A) plano plurianual. (B) lei de responsabilidade fiscal. (C) lei orçamentária anual. (D) lei de diretrizes orçamentárias. 78 Com relação ao exercício financeiro, a aprovação legisla- tiva da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias é estabe- lecida para até (A) oito meses e meio antes do encerramento do exercí- cio financeiro. (B) o início do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente. (C) o final do primeiro período da sessão legislativa. (D) o final do segundo período da sessão legislativa. Direito Eleitoral Odair José 79 No último Censo Populacional, o IBGE (Instituo Brasilei- ro de Geografia e Estatística) constatou que o município Alfa contava com mais de 16 mil habitantes. Ao tomar conhecimento dessa informação, a Câmara de Vereado- res daquele município aprovou alteração na Lei Orgânica Municipal, aumentando o número de vereadores de 9 para 11. Ocorre que a Emenda foi aprovada há menos de 6 meses da data das eleições municipais, razão pela qual o presidente da Câmara Municipal ficou com dúvidas se a nova lei já teria validade para aquelas eleições. Diante desse impasse, o presidente da Câmara do mu- nicípio Alfa consultou você, como advogado, para escla- recer sobre a possibilidade ou não de aplicação do novo quantitativo de vagas para o Legislativo municipal. Assim, você deverá responder, corretamente, que (A) a nova lei não terá validade para as próximas elei- ções, porque fere o princípio da anualidade. (B) qualquer alteração que impacte o processo eleitoral não poderá ser aplicada na eleição imediata. (C) a nova lei terá validade, desde que a alteração tenha sido aprovada até a data limite das convenções parti- dárias do ano eleitoral. (D) a nova lei terá validade, desde que aprovada até a data limite para o registro de candidaturas. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 80 João está no seu segundo mandato de Governador do estado Delta. Como goza de grande popularidade, pre- tende se desincompatibilizar no prazo legal para concor- rer ao cargo de Senador da República. Aproveitando sua liderança local e a grande visibilidade que a sua esposa, a sra. Maria, conquistou nos últimos anos em razão do seu ativismo em causas ambientais, ele resolveu indicá- -la como candidata do seu partido para sucedê-lo no Go- verno do estado. Contudo, ao tomar conhecimento das intenções do Go- vernador, o líder da oposição, deputado estadual Ma- nuel, ficou indignado. Por isso, procurou você, como advogado, para esclarecer sobre as possibilidades da candidatura da esposa do Governador. Assim, você deverá responder, corretamente, que (A) Maria não poderá se candidatar para o cargo de go- vernadora em razão da impossibilidade de alternân- cia de cônjuges no exercício do mesmo cargo por três mandatos consecutivos. (B) ainda que ocorra a desincompatibilização no prazo legal, João não poderá se candidatar ao cargo de Se- nador, por já ter cumprido dois mandatos consecuti- vos para um cargo majoritário. (C) caso Maria e João se divorciem antes de seis meses das eleições, a inelegibilidade reflexa não recairá sobre ela. (D) Maria não poderá se candidatar para o cargo de Go- vernadora, mas poderá se candidatar para o Legisla- tivo estadual, ainda que João não renuncie ao cargo de Governador no prazo legal. GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 C A C B D B D C B D 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B B D A D D A C A B 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 C D B B D C A C A D 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 D B C B C C B C D C 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 C B A A A B C D B A 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 D C C D B B A C D B 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 A C C B C A A A C A 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 C C C D C B D C C A 1º Simulado Ordem dos Advogados do Brasil 1ª Fase do 38º Exame de Ordem (Pós-Edital) #VEM SER GRAN Com a Assinatura Ilimitada 8.0, suas chances serão ainda maiores. Faça agora a sua assinatura, tenha acesso à melhor plataforma para sua aprovação na OAB, passe no concurso dos seus sonhos e garanta seu futuro. Se você quer mesmo ter um bom desempenho no Exame de Ordem, você tem de estar bem preparado (a). Para isso, conte com a melhor equipe de professores do Gran Jurídico. 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ASSINATURA ILIMITADA CONCURSOS, OAB E RESIDÊNCIAS https://www.grancursosonline.com.br/oab/#utm_source=Landing_Page&utm_medium=Simulados&utm_campaign=anuncio_simulado_oab 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Ética Profissional Maria Christina 1 Sobre as causas de incompatibilidade e impedimen- to para o exercício da advocacia, assinale a alternati- va correta. (A) Os policiais podem requerer sua inscrição nos qua- dros da OAB tão somente para tutela de direitos pessoais. (B) Os policiais podem requerer sua inscrição nos qua- dros da OAB tão somente para tutela de direitos pes- soais e não poderão em hipótese alguma participar de sociedade dos advogados. (C) Os policiais possuem incompatibilidade definitiva com o exercício da profissão e, deste modo, não po- dem requerer sob nenhum motivo sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. (D) Os policiais possuem incompatibilidade provisória com o exercício da profissão e, deste modo, não po- dem requerer sob nenhum motivo sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. Letra c. (A) Errada. O parágrafo 3º e 4º do art. 28 do EOAB foram declarados inconstitucionais pela ADI n. 7.227. Dessa forma, enquanto na ativa, não poderão ingressar nos quadros da OAB. (B) Errada. O parágrafo 3º e 4º do art. 28 do EOAB foram declarados inconstitucionais pela ADI n. 7227. Dessa for- ma, enquanto na ativa, não poderão ingressar nos qua- dros da OAB. (C) Certa. Os policiais possuem incompatibilidade defi- nitiva para o exercício da advocacia, sendo VEDADA sua inscrição enquanto policial na ativa. (D) Errada. Incompatibilidade provisória. 2 João, advogado, foi intimado pelo magistrado para pres- tar depoimento em ação judicial. Ao comparecer ao ato, optou por realizar uma colaboração premiada contra seu cliente. Diante dos fatos, assinale a alternativa correta. (A) João sofrerá processo administrativo disciplinar para ser punido com penalidade de exclusão. (B) João sofrerá processo administrativo disciplinar para ser punido com penalidade de suspensão. (C) João sofrerá processo administrativo disciplinar para ser punido com penalidade de censura. (D) João sofrerá processo administrativo disciplinar para ser punido com penalidade de advertência. Letra a. Segundo disposto no art. 7º, § 6º, I, do EOAB, a realiza- ção por advogado contra seu cliente de colaboração pre- miada enseja penalidade de exclusão caso seja obtido o quórum de 2/3 dos membros do TED. 3 Sobre a atividade da advocacia, assinale a opção correta. (A) É ato privativo do advogado a postulação em qual- quer órgão do Judiciário. (B) No processo administrativo, o advogado contribui com a postulação de decisão favorável ao seu consti- tuinte, e os seus atos constituem múnus privado. (C) O advogado pode contribuir com o processo legisla- tivo e com a elaboração de normas jurídicas, no âm- bito dos Poderes da República. (D) No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função pública. Letra c. (A) Errada. Art. 1º, I, do EOAB. O STF julgou a expres- são “qualquer” inconstitucional, pois nem todos os atos no poder judiciário são necessários à intervenção do advogado. (B) Errada. Art. 2º, § 2º, A, do EOAB: múnus público. (C) Certa. Art. 2º, § 2º, do EOAB: no processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorá- vel ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público. (D) Errada. Exerce função social, e não função pública. 4 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) O advogado tem direito à inviolabilidade absoluta de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspon- dência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. (B) O advogado tem direito à inviolabilidade relativa de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspon- dência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. (C) O advogado tem direito à inviolabilidade absoluta de seu escritório ou local de trabalho. Dessa forma, me- diante autorização judicial poderá ser determinado o ingresso no escritório, com a comprovação do ato. (D) O advogado tem direito à inviolabilidade relativa de seu escritório ou local de trabalho. Dessa forma, me- diante autorização judicial poderá ser determinado o ingresso no escritório mediante comprovação do ato. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Letra b. (A) Errada. Direito relativo. (B) Certa. A inviolabilidade é relativa e, em situações ex- cepcionais, pode ser determinado o ingresso no escritó- rio do advogado. (C) Errada. Direito relativo e basta mero indício para de- terminar o ingresso. (D) Errada. Direito relativo e basta mero indício para de- terminar o ingresso. 5 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) É direito do advogado comunicar-se com seus clien- tes de forma pessoal, mas na presença de um agente público, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabele- cimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis. (B) É direito do advogado comunicar-se com seus clientes de forma pessoal, mas na presença de um agente pú- blico e com procuração, quando estes se acharem pre- sos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis. (C) É direito do advogado comunicar-se com seus clien- tes de forma pessoal e reservadamente, desde que com procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis. (D) É direito do advogado comunicar-se com seus clien- tes de forma pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, deti- dos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou mili- tares, ainda que considerados incomunicáveis. Letra d. Art. 7º, III, do EOAB. O advogado tem o direito de falar com o seu cliente em qualquer estabelecimento prisio- nal, de forma pessoal e reservada, mesmo que não este- ja munido de procuração. 6 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) É direito do advogado ter a presença de representan- te da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB sob pena da autoridade administrativa responder por crime punido com pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. (B) É direito do advogado ter a presença de representan- te da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB sob pena da autoridade administrativa responder por crime punido com pena de detenção de 2 anos a 4 anos e multa. (C) É direito do advogado ter a prisão comunicada à OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exer- cício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, o acompa- nhamento de um representante da OAB sob pena da autoridade administrativa responder por crime puni- do com pena de detenção de 2 anos a 4 anos e multa. (D) É direito do advogado ter a prisão comunicada a OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exer- cício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a acompa- nhamento de um representante da OAB sob pena da autoridade administrativa responder por crime puni-do com pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. Letra b. Art. 7º, IV, e 7º-B do EOAB. O advogado, quando preso em flagrante delito por crime praticado no exercício da profissão deve ser acompanhado por um representante da OAB, e, quando preso fora do exercício da profissão, a ordem deve ser ao menos comunicada, sob pena da au- toridade cometer crime punido com pena de detenção de 2 anos a 4 anos e multa. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 7 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) O advogado não possui direito a Sala de Estado Maior conforme julgamento proferido pelo STF mesmo nas pri- sões preventivas, ou seja, antes do trânsito em julgado. (B) O advogado possui direito à Sala de Estado Maior conforme julgamento proferido pelo STF mesmo após o trânsito em julgado. (C) O advogado tem o direito de não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodida- des condignas, assim reconhecidas pela OAB e, na sua falta, em prisão domiciliar. (D) O advogado tem o direito de não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodida- des condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar. Letra d. (A) Errada. O julgamento do STF que acaba com a exis- tência de salas especiais para quem tenha nível superior não se aplica ao EOAB. (B) Errada. O advogado somente terá direito a Sala de Estado Maior antes do trânsito em julgado. (C) Errada. As salas de Estado Maior não precisam ser reconhecidas pela OAB. Tal expressão foi julgada incons- titucional. (D) Certa. Antes do trânsito em julgado, o advogado so- mente será preso em sala de Estado Maior e, caso não exista, será determinada a prisão domiciliar. Após o trân- sito em julgado, será preso em cela comum. 8 Sobre os direitos dos advogados previstos no artigo 7º do EOAB, assinale a opção correta. (A) É direito do advogado ingressar livremente nas salas de sessões dos tribunais, desde que não ultrapasse os can- celos que separam a parte reservada aos magistrados. (B) É direito do advogado ingressar livremente nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, desde que dentro do horário de expediente e independentemente da presença de seus titulares. (C) É direito do advogado ingressar em qualquer assem- bleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva compare- cer, desde que munido de poderes especiais. (D) É direito do advogado permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso VI, desde que autorizado pelo Presidente do ato. Letra c. (A) Errada. Inclusive na área reservada ao magistrado. (B) Errada. Inclusive fora do horário de expediente. (C) Certa. Art. 7º, VI, “d”, do EOAB. Somente mediante procuração com poderes especiais. (D) Errada. Independe de licença. Filosofia do Direito Odair José 9 “Os atos justos e os injustos, sendo como os descrevemos, nos levam a concluir que um homem age de modo justo ou injusto sempre que pratica tais atos de maneira volun- tária. Quando age involuntariamente, seus atos não são justos nem injustos, exceto por acidente, isto é, porque ele fez coisas que resultaram em justiças ou em injustiças.” Aristóteles. Ética a Nicômacos. Jandira, SP: Principis, 2021, p.121. Acerca dos atos justos ou injustos, é correto afirmar, se- gundo a obra em referência, que (A) atos que causam dano a alguém não serão injustos quan- do não houve vontade do agente em causar o dano. (B) o que determina se um agente é justo ou injusto é sua vo- luntariedade ou sua involuntariedade na realização do ato. (C) quando o ato é acidental não há injustiça, porque não há voluntariedade do agente. (D) quando homens praticam atos prejudiciais, agem in- justamente, sendo ele próprio injusto, independen- temente da voluntariedade dos seus atos. Letra b. (A) Errada. Mesmo quando o ato é involuntário, ele será injusto se foi capaz de causar danos a terceiros. (B) Certa. O ato pode causar injustiça a alguém por in- vonluntariedade, o que faz desse ato injusto, mas não significa que o agente também o será, porque, se prati- cou o ato involuntariamente, logo o agente não é injusto. Trata-se, aqui, do que modernamente diferenciamos de culpa e dolo. O ato doloso é injusto e o agente o é porque age com consciência e vontade de praticar a injustiça, ao passo que o ato culposo que resultou em dano é injusto, mas o seu agente não será injusto, porque não agiu com vontade e consciência, seu ato foi involuntário. (C) Errada. O ato involuntário, quando causa mal a al- guém, será injusto, independentemente de ser ou não voluntário, mas o agente não será injusto quando o ato injusto foi praticado involuntariamente. (D) Errada. A involuntariedade do ato não faz do agente injusto, ainda que o seu ato o seja. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 10 “É inteiramente indiferente que [as partes] considerem subjetivamente a decisão [judicial] como conforme ou contrária ao Direito, ainda que a lei preceitue que uma decisão judicial somente pode ser atacada com o funda- mento de ser, sob qualquer aspecto, ‘contrária ao Direi- to’, quer dizer, de ser considerada pelas partes processu- ais como ilegal”. KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2020, p. 299. Tendo como referência o excerto acima, nos termos da Teoria Pura do Direito, é correto afirmar: (A) normas ilegais, ainda que estejam na ordem jurídica, não são normas de direito. (B) não é válida a decisão judicial fundamentada em normas jurídicas ilegais. (C) a decisão judicial é atacável quando é injusta. (D) uma decisão judicial não pode, enquanto válida, ser contrária ao Direito. Letra d. (A) Errada. Hans Kelsen rejeita a possibilidade de nor- mas ilegais na ordem jurídica, porque seria paradoxal. A sua existência na ordem jurídica, por si só (critério for- mal), faz dessa norma uma norma legal. (B) Errada. A afirmação contraria a própria ideia de Kel- sen. Se a norma é jurídica, logo é norma legal. (C) Errada. Para a teoria pura do direito, a decisão judi- cial não é avaliada pelo critério justiça, porque esse é um critério moral ou político. (D) Certa. A decisão judicial somente perde sua validade quando a autoridade competente assim a decreta. Por exemplo, uma decisão de 1ª instância permanece válida até que seja reformada por um tribunal acima. Direito Constitucional Ana Paula Blazute 11 Maria, cidadã, tem ciência de decisão proferida pelo Su- premo Tribunal Federal julgando procedente pedido for- mulado em Ação Direta de Inconstitucionalidade. Com base na referida decisão, pleiteia o seu cumprimento, o que foi indeferido. Contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal caberá: (A) Recurso Extraordinário. (B) Reclamação. (C) Recurso Especial. (D) Apelação. Letra b. CPC. Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: III – garantir a observância de decisão do Supremo Tri- bunal Federal em controle concentrado de constitu- cionalidade; 12 Laura nasceu na Itália, em dezembro de 2007, e foi regis- trada em consulado brasileiro sediado naquele país. Seu pai, Luís, é brasileiro, e sua mãe, Lara, de nacionalida- de italiana. Considerando esse caso hipotético, pode-se afirmar que Laura, nos termos da Constituição Brasileira: (A) poderá requerer a nacionalidade brasileira, uma vez que nascida em território estrangeiro, ainda que de pai brasileiro. (B) é brasileira nata. (C) será considerada brasileira nata apenas se passar a residir no Brasil e optar, após quinze anos, por reque- rer a nacionalidade brasileira. (D) não será considerada brasileira, pois é nascida na Itália. Letra b. Art. 12. São brasileiros: I – natos: c) os nascidos no estrangeirode pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repar- tição brasileira competente ou venham a residir na Re- pública Federativa do Brasil e optem, em qualquer tem- po, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 13 Ana deseja criar uma associação que visa proteger ani- mais silvestres. Com base nessa situação hipotética e no disposto na Constituição Federal, é correto afirmar que (A) para criar a associação, depende-se da prévia autori- zação do município. (B) a associação poderá ser compulsoriamente dissolvi- da liminarmente pelo juiz competente. (C) a Constituição proíbe a criação de associação para proteger animais silvestres. (D) a associação poderá ter suas atividades suspensas por decisão judicial. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Letra d. A criação de associação independe de autorização. Para suspender suas atividades, é necessária decisão judicial. Art. 5º, XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcio- namento; Art. 5º, XIX – as associações só poderão ser compul- soriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus- pensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 14 Dentre as competências privativas da União para le- gislar sobre um determinado tema, marque a alterna- tiva que NÃO corresponde a uma competência privati- va da União. (A) Juntas comerciais (B) Desapropriação (C) Populações indígenas (D) Sistemas de poupança, captação e garantia da pou- pança popular Letra a. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Fe- deral legislar concorrentemente sobre: III – juntas comerciais; 15 O art. 5º, inciso XIII, da Constituição da República, esta- belece que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí- cio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, sendo uma norma de eficácia: (A) limitada, de princípio institutivo e de aplicabilidade diferida. (B) plena, de princípio institutivo e de aplicabilidade imediata. (C) limitada, de princípio programático e de aplicabilida- de diferida. (D) contida e de aplicabilidade imediata. Letra d. Norma Constitucional de Eficácia Contida: são normas que estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde o momento da promulgação da Constituição, mas que podem ser restringidas por parte do Poder Público. 16 Ronaldo praticou crime hediondo, tendo como man- dante seu irmão, Luís. Sabe-se que Carolina poderia ter evitado referido crime, mas se omitiu. Com base apenas nas informações fornecidas, a Constituição Federal im- põe à lei considerar o crime mencionado (A) afiançável, mas insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo apenas Ronaldo. (B) inafiançável, mas suscetível de graça ou anistia, por ele respondendo apenas Ronaldo e Luís. (C) inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo apenas Ronaldo e Luís. (D) inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo Ronaldo, Luís e Carolina. Letra d. Art. 5º, XLIII – A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terro- rismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, po- dendo evitá-los, se omitirem; Direitos Humanos Alice Rocha 17 Abud é um jovem congolês de 24 anos que chegou ao Brasil em 2015 e foi acolhido como refugiado por decisão do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) em fun- ção de fundados temores de perseguição por motivos de raça e opinião política. Todavia, recentemente, chegou ao conhecimento das autoridades brasileiras que Abud cometeu crimes hediondos alguns meses antes de dei- xar o Congo e chegar ao Brasil. Diante dessa situação: (A) Abud perderá a condição de refugiado. (B) Abud manterá a condição de refugiado pelo fato de o crime ter sido cometido em outra jurisdição. (C) Abud manterá a condição de refugiado devido ao prazo prescricional de 5 anos previsto para crimes cometidos em jurisdição externa. (D) Abud não perderá a condição de refugiado, por ter sido o fato apresentado após a decisão do CONARE. Letra a. (A) Certa. De acordo com o art. 3º da Lei n. 9.474/1997, não se beneficiarão da condição de refugiado os indi- víduos que “III – tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participado de atos terroristas ou tráfico de drogas”. (B) Errada. Independentemente do local do cometimen- to do crime, a negativa será estabelecida para a conces- são do status de refugiado. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem (C) Errada. Não existe prazo prescricional para o crime deixar de ser considerado circunstância impeditiva da concessão do refúgio. (D) Errada. Importa o momento do cometimento do ato, e não o da concessão do refúgio. 18 Joaquim é um jovem negro de 26 anos que participou de uma confraternização em badalada churrascaria e percebeu que o garçom teria feito uma anotação espe- cífica em sua comanda: “preto”. Incomodado com aque- la anotação, Joaquim se dirigiu até o gerente do local, que informou que aquela anotação fazia referência à cor de sua camiseta, e não à sua cor de pele. Todavia, a cor da camiseta de Joaquim era cinza. Indignado com a si- tuação, Joaquim procura Mário, seu amigo especialista em discriminação racial, e questiona se poderia aplicar a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discri- minação Racial e Formas Correlatas de Intolerância. Em resposta, Mário deve informar que: (A) não poderá utilizar, tendo em vista que a referida Convenção ainda não foi ratificada pelo Brasil. (B) não poderá utilizar, tendo em vista que, apesar de ter sido ratificada pelo Brasil, a Convenção ainda não está em vigor no plano jurídico nacional. (C) poderá utilizar a referida Convenção, tendo em vista que já foi ratificada e internalizada na jurisdição bra- sileira, possuindo status de norma constitucional. (D) poderá utilizar a referida Convenção, tendo em vista que já foi ratificada e internalizada na jurisdição bra- sileira, possuindo status de norma supralegal. Letra c. (A) Errada. A Convenção foi ratificada pelo Brasil em 28 de maio de 2021. (B) Errada. A Convenção já está em vigor no plano jurídi- co nacional a partir do Dec. n. 10.932/2022. (C) Certa. A Convenção foi ratificada e internalizada pelo Brasil a partir do Dec. n. 10.932/2022, a partir do quó- rum de aprovação do art. 5º, § 3º, da CF/1988. (D) Errada. A Convenção possui status de norma consti- tucional, e não de norma supralegal. Direito Internacional Alice Rocha 19 Basilio é uruguaio de 75 anos que mora no Brasil há 24 anos, juntamente com sua esposa Isabel, chilena, de 60 anos. No próximo ano, o casal fará 30 anos de casados e Isabel gostaria de realizar o sonho de Basilio: levá-lo em uma viagem à Casablanca, Marrocos. Isabel utilizará todas as suas economias para a realização da viagem, mas descobriu que não será possível fazê-lo porque o Marrocos não admite a entrada de uruguaios em seu território. Buscando uma solução, Isabel procura Ca- milla, advogada especializada em direito internacional, para consultá-la a respeito da possibilidade de o casal adquirir a nacionalidade brasileira. Camilla deverá es- clarecer que: (A) Basilio e Isabel poderão solicitar a nacionalidade de- rivada a partir do processo de naturalização extraor- dinária. (B) Basilio só poderia entrar com pedido de nacionali- dade se fosse casado com brasileira ou tivesse filhos brasileiros no Brasil. (C) o pedido de naturalização do casal pode ser feito de modo único, tendo em vista que o matrimônio torna a avaliação dos pedidos com efeito automático e re- cíproco. (D) Basilio e Isabel poderão solicitar a nacionalidade ori- ginária por serem idosos residentes há mais de 20 anos no Brasil. Letra a. (A) Certa. De acordo com o art.12, II, “b”, da CF: serão naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalida- de, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (B) Errada. Basilio já preenche os requisitos da naturali- zação extraordinária, não sendo necessário comprovar paternidade de brasileiro ou casamento com brasileira. (C) Errada. Cada pedido deverá ser feito de modo apar- tado, visto que é feita a análise e concessão de pedido isoladamente. (D) Errada. A nacionalidade originária só é concedida a quem comprova os critérios de jus solis ou jus sanguinis, o que não é o caso do casal. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 20 Andrea foi contratada como assessora do Ministro das Relações Exteriores e como primeira tarefa deve auxi- liá-lo na apresentação de um documento estabelecen- do algumas das principais diretrizes da política externa brasileira. Para compor o documento, Andrea não pode deixar de mencionar os princípios que regem as relações internacionais estabelecidas pela Brasil, dentre eles: (A) justiça restaurativa e concessão de auxílio jurídico. (B) prevalência dos direitos humanos e defesa da paz. (C) autodeterminação dos povos indígenas e igualdade entre pares. (D) repúdio ao terrorismo e independência inter- nacional. Letra b. Questão elaborada com base no art. 4º da CF/1988: Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I – independência nacional; II – prevalência dos direitos humanos; III – autodeterminação dos povos; IV – não intervenção; V – igualdade entre os Estados; VI – defesa da paz; VII – solução pacífica dos conflitos; VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X – concessão de asilo político. (A) Errada. Princípios não mencionados no art. 4º da CF. (B) Certa. Princípios mencionados nos incisos II e VI do art. 4º da CF. (C) Errada. Princípios não mencionados no art. 4º da CF. (D) Errada. Princípio do repúdio ao terrorismo mencio- nado no inc. VIII. A independência é nacional, e não in- ternacional. Direito Tributário Maria Christina 21 João, advogado tributarista, foi contratado por um órgão legislativo para emitir um parecer sobre o conceito de legislação tributária previsto no Código Tributário Nacio- nal. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decre- tos salvo as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. (B) Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, mas não devem ser observados pela que lhes sobrevenha. (C) A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tri- butária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto em lei. (D) A legislação tributária dos Estados, do Distrito Fe- deral e dos Municípios vigora, no País, dentro dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reco- nheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham essa ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. Letra c. (A) Errada. CTN. Art. 96. O conceito de legislação tributária abarca inclusive as normas complementares. (B) Errada. CTN. Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, mas devem ser observados por aquelas que venham posteriormente. (C) Certa. CTN. Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da le- gislação tributária rege-se pelas disposições legais apli- cáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previs- to neste Capítulo. (D) Errada. CTN. Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Dis- trito Federal e dos Municípios vigora, no País, INCLUSIVE fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 22 Maria, iniciando sua carreira na advocacia tributária, re- solve aprofundar seus estudos sobre as normas comple- mentares e a produção de seus efeitos. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) Os atos normativos expedidos pelas autoridades ad- ministrativas, como normas complementares, produ- zem efeitos após 30 dias da data de sua publicação. (B) As decisões administrativas dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa a que a lei atri- bua eficácia normativa produzem efeitos na data de sua publicação. (C) As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas classificadas como normas complementa- res produzem efeitos na data em que forem reconhecidas. (D) Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, como norma com- plementar, produzem efeito na data nele prevista. Letra d. (A) Errada. Os atos normativos irão produzir efeitos na data de sua publicação. (B) Errada. As decisões administrativas irão produzir efeitos após 30 dias da data de sua publicação. (C) Errada. Quanto às práticas reiteradas (costumes), não há previsão de produção de efeitos, pois não há como mensurar a data. (D) Certa. Os convênios (acordos) celebrados entre os entes federativos produzem efeitos na data em que esti- ver previsto no acordo. Art. 100 e 103 do CTN. 23 João aufere a quantia mensal de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Possui três dependentes e em menos de 6 meses acumulou em sua poupança o montante de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Desse modo, o Fisco iniciou procedimento de fiscalização para efetuar o lançamen- to do crédito, tendo em vista que a informações pres- tadas não merecem fé. Diante dos fatos, assinale a op- ção correta. (A) O Fisco se utilizará do lançamento por homologação. (B) O Fisco se utilizará do lançamento por arbitramento. (C) O Fisco se utilizará do lançamento por declaração. (D) O Fisco se utilizará da modalidade de lançamen- to misto. Letra b. (A) Errada. Deverá ser lançado por arbitramento. (B) Certa. Quando não merecem fé as informações pres- tadas, o fisco arbitrará o valor da sonegação, somado aos juros e multa, e irá efetuar o lançamento de ofício. Art. 148 do CTN. (C) Errada. Deverá ser lançado por arbitramento. (D) Errada. Deverá ser lançado por arbitramento. 24 Sobre as regras de parcelamento e moratória dentro do direito tributário, assinale a opção correta. (A) Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário exclui a incidência de juros e multas. (B) O mero pedido de parcelamento, ainda que indeferi- do, interrompe a prescrição por configurar reconhe- cimento de dívida. (C) A União não poderá conceder moratória quanto a tri- butos de competência dos Estados, do Distrito Fede- ral ou dos Municípios, mesmo que simultaneamente seja concedida aos tributos de competência federal. (D) A moratória pode ser concedida aos casos praticados com dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele mediante expressa autorização legal. Letra b. (A) Errada. Salvo lei em sentido contrário, o parcelamen- to não exclui a incidência de juros e multa. (B) Certa. Teor da Súmula 653 do STJ. O pedido de parce- lamento configura reconhecimento de dívida e, portan- to, gera a interrupção da prescrição. (C) Errada. A União poderá conceder moratória aos tri- butos de competência dos estados, DF e municípios, pois não haverá renúncia de pagamento, mas tão somente a prorrogação do prazo. (D) Errada. Não pode ser concedida moratória aos casos praticados com dolo, fraude ou simulação. 25 João possui dívidas tributárias com vários entes fede- rativos. Diante do cenário, o Município de Cabo Frio se antecipou e ajuizou execução fiscal para cobrança de seus créditostributários. O estado do Rio de Janeiro e a União, ao tomarem conhecimento do caso, requereram ao juízo o sobrestamento da ação por violação na ordem de preferência de pagamento dos créditos. Diante dos fatos, assinale a opção correta. (A) A União possuem preferência na ordem de paga- mento dos créditos com relação aos municípios. (B) Os estados possuem preferência na ordem de paga- mento dos créditos com relação aos municípios. (C) A ordem de preferência dos créditos ocorre primeiro com relação a União, depois os estados, DF e territó- rios federais e, por último os municípios. (D) Não há que se falar em preferência na ordem de pa- gamento dos créditos tributários. Letra d. Com o julgamento da ADPF de n. 357, o artigo 187, pa- rágrafo único do CTN, não foi recepcionado pela CF de 1988, sob pena de violação ao artigo 18 da Constituição que trabalha o preceito do Pacto Federativo. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Desta forma, não há que se falar em preferência na or- dem de pagamento entre os Entes Federativos. Direito Administrativo Gustavo Brígido 26 João, servidor público do Município de Fortaleza, no Es- tado do Ceará, que ingressou recentemente em órgão administrativo competente para conceder licença de edificação, expediu alvará para construção de um gal- pão, verificando, posteriormente, que a competência para tanto seria de seu superior hierárquico. Diante de tal situação, a coordenadoria jurídica do órgão procurou você, na condição de advogado especialista em Direi- to Administrativo, para orientação acerca das medidas a serem tomadas. Após análise criteriosa, concluiu-se que caberá a (A) anulação do ato e a sua substituição por outro hígi- do, praticado pela autoridade competente, dado seu caráter discricionário. (B) declaração de nulidade do ato, eis que vício de com- petência não é passível de saneamento. (C) convalidação do ato pela autoridade competente, desde que presentes os requisitos legais para a con- cessão da licença, eis que se trata de ato vinculado. (D) homologação do ato pelo superior hierárquico, com produção de efeitos apenas a partir do ato homolo- gatório, dado seu caráter discricionário. Letra c. Nos termos da Lei n. 9784/1999, em seu art. 55: em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalida- dos pela própria Administração. Em regra, apenas os vícios de competência e forma ad- mitem convalidação, desde que a competência não seja exclusiva e a forma não seja essencial ao ato. Como se trata de vício sanável de competência, admite-se convalidação. 27 Maria, cidadã residente no Município de Camocim, no Estado do Ceará, teve sua residência danificada quan- do da realização de obras em via pública, realizadas por empresa concessionária de serviços públicos de sanea- mento para reparos de rede coletora de esgoto. Você, na condição de advogado especialista em Direito Adminis- trativo, foi procurado por Maria, para orientar acerca da possibilidade de responsabilização civil da empresa, com a consequente reparação dos danos. A responsabilidade da concessionária pelos prejuízos sofridos pelo cidadão (A) é de natureza objetiva, demandando a demonstra- ção do nexo de causalidade entre a conduta do agen- te e o dano, bem como a ausência de excludentes de responsabilização. (B) demanda a comprovação de negligência, imperícia ou imprudência do agente e a correlação da conduta com os danos sofridos. (C) é de natureza subsidiária, cabendo o prévio aciona- mento do poder público, na qualidade de poder con- cedente dos serviços. (D) demanda a prévia responsabilização do agente cau- sador do dano, podendo ocorrer a responsabilização direta da concessionária caso comprovada falha de fiscalização. Letra a. CF/1988. Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 28 O Estado do Ceará pretende realizar a duplicação de pis- tas da rodovia que liga a cidade de Fortaleza à praia do Cumbuco, transferindo tal encargo à concessionária pri- vada juntamente com as atividades de operação e ma- nutenção da referida malha rodoviária, pelo prazo de 30 anos, e autorizando a cobrança de pedágio dos usuários. A procuradoria do Município procurou você, na qualida- de de advogado(a) especialista em Direito Administrati- vo, com vasta experiência em casos de Parcerias da Ad- ministração Pública, para realizar os estudos necessários sobre o tema. Ocorre que os estudos demonstraram que a receita tarifária não seria suficiente para fazer frente à integralidade dos investimentos e retorno financeiro ao concessionário. Diante de tal constatação e conside- rando a legislação de regência, afigura-se juridicamente viável para a situação narrada a celebração de concessão (A) administrativa, com aporte de recursos do Estado ao capital da sociedade de propósito específico institu- ída para explorar o serviço, limitado a R$ 10 milhões e não podendo ultrapassar 49% do respectivo capital social. (B) comum, com pagamento pelo Estado de comple- mento à receita tarifária, no limite necessário para a realização dos investimentos em bens reversíveis e no ritmo da execução físico-financeira das obras. (C) patrocinada, com o pagamento de contraprestação pecuniária pelo Estado em complemento à receita tarifária, desde que o valor do contrato seja de, no mínimo, R$ 10 milhões. (D) patrocinada ou administrativa, a depender do volu- me de investimentos envolvido, que não pode ser inferior a R$ 10 milhões anuais, com pagamento de contraprestação pecuniária (patrocinada) ou aporte de recursos (administrativa). Letra c. Lei n. 11.079/2004 Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administra- tivo de concessão, na modalidade patrocinada ou admi- nistrativa. § 1º Concessão patrocinada é a concessão de servi- ços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987/1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. § 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usu- ária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. § 3º Não constitui parceria público-privada a conces- são comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987/1995, quando não envolver contraprestação pe- cuniária do parceiro público ao parceiro privado. § 4º É vedada a celebração de contrato de parceria pú- blico-privada: I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); 29 João, servidor público municipal, ocupante de cargo efe- tivo, colidiu, enquanto conduzia viatura oficial, com ou- tro veículo, de passeio, de propriedade e conduzido por Maria. Apurados os fatos e as circunstâncias, foi cons- tatado que João estava transitando em velocidade bas- tante superior à permitida, justificando a conduta por estar atrasado para compromisso oficial. Maria procu- rou você, na qualidade de advogado(a) especialista em Direito Administrativo, para que a orientasse acerca do tema. Em razão do ocorrido, João (A) poderá responder por infração disciplinar, sem pre- juízo de ser responsabilizado nas esferas criminal e civil, esta última em regresso, não se vislumbrando, pela descrição dos fatos, elemento subjetivo dolo su- ficiente para caracterização de ato de improbidade. (B) deverá responder disciplinarmente por sua conduta, não se caracterizando responsabilidade civil individual do agente público em razão de se encontrar em serviço. (C) deverá responder em todas as esferaspela conduta reprovável, civil, criminal, administrativa e de impro- bidade, esta última na modalidade de ato que causa prejuízo ao erário, que prescinde da demonstração de dolo específico. (D) se submeterá à apuração administrativo-disciplinar, mediante instauração de processo disciplinar, pre- cedido de sindicância, e, se demonstrados culpa ou dolo do servidor naquela esfera, terá lugar a respon- sabilização nos âmbitos civil e criminal. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Letra a. Nos termos da Lei n. 8.112/1990: Art. 121. O servidor responde civil, penal e admi- nistrativamente pelo exercício irregular de suas atri- buições. Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resul- te em prejuízo ao erário ou a terceiros. § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, respon- derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. 30 João, servidor público do Estado do Ceará, está sendo acusado da prática de ato de improbidade por condu- ta que causou prejuízo à Administração, cometida já sob o regime da Lei no 14.230/2021, que alterou a Lei n. 8.429/1992. Preocupado com as consequências de sua conduta, João procurou você, advogado(a) especialista em Direito Administrativo, para analisar sua situação. Sua correta conclusão é de que a conduta em questão (A) será considerada ato de improbidade, desde que presentes os elementos de tipificação como crime contra a Administração Pública, dada a comunicabili- dade de instâncias. (B) caracterizará ato de improbidade, se for de natureza comissiva, dolosa ou culposa, não mais sendo admi- tida a capitulação de condutas omissivas como ato de improbidade. (C) não será suficiente para configurar ato de improbida- de, ainda que dolosa, sendo necessária a comprova- ção de enriquecimento ilícito do agente. (D) somente poderá ser capitulada como ato de improbi- dade se presente o elemento subjetivo dolo, não sen- do assim capituladas condutas meramente culposas. Letra d. Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992 Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de im- probidade administrativa tutelará a probidade na orga- nização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 des- ta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (In- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (In- cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Direito Ambiental Nilton Carlos 31 André é dono de uma empresa que produz tintas para construção civil. Por descuido de um dos seus funcionários, houve um va- zamento que atingiu o rio que fica ao lado da empresa, contaminando a água e os peixes da região. Preocupado com a situação, procura um advogado espe- cialista na área, o qual lhe informa que: (A) a responsabilidade das pessoas jurídicas excluirá a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato. (B) como a poluição ocorreu em razão de ato de impru- dência, negligência ou imperícia, não há que se falar em crime. (C) a pena será aumentada de um sexto a metade, se re- sultar dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral. (D) poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica, caso sua personalidade seja obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. Letra d. Art. 3º. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coau- toras ou partícipes do mesmo fato. Art. 54, § 1º Se o crime é culposo: Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as pe- nas serão aumentadas: I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral; Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sem- pre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimen- to de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 32 José pretende construir uma siderúrgica, a qual causará significativa degradação do meio ambiente. Preocupado com a situação, procurou um advogado especialista na área, o qual lhe disse que: (A) como o empreendimento causará significativa de- gradação do meio ambiente, sua instalação não será possível. (B) correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes à realização do estu- do de impacto ambiental. (C) para que o empreendimento seja aprovado, será ne- cessário o procedimento de licenciamento ambien- tal, sem necessidade de EIA/RIMA. (D) o empreendimento poderá ser realizado, desde que o empreendedor aceite arcar com todos os prejuízos que porventura venha a causar. Letra b. (A) Errada. É possível, desde que o EIA/RIMA seja favorável. (B) Certa. Resolução CONAMA n. 01/1986. Art. 8º. Correrão por conta do proponente do projeto todas as despe- sas e custos referentes à realização do estudo de im- pacto ambiental. (C) Errada. Exige-se EIA/RIMA (art. 225, §1º, IV, da CRFB). (D) Errada. A responsabilidade civil é objetiva. Direito Civil Roberta Queiroz 33 Frankstefferson foi diretor de um estabelecimento ban- cário muito famoso no mundo dos grandes negócios des- de 1985. Contudo, no ano de 2005, a instituição finan- ceira teve vários problemas decorrentes de um altíssimo nível de inadimplentes. Frankstefferson foi demitido e a instituição financeira, por meio de sua equipe de co- municação, divulgou nos jornais e nas redes sociais que o culpado pela crise financeira do banco seria Frankste- fferson, pela sua má gestão e concessão de empréstimos a pessoas com alto grau de inadimplência no mercado, sendo ele, inclusive, alvo de processos administrativos e criminais. Ao final das apurações nos referidos proces- sos, Frankstefferson foi absolvido. A decisão judicial no âmbito criminal foi, então, absolutória e transitou em julgado em 10/05/2012. No dia 01/11/2012, Frankste- fferson ajuizou ação de indenização contra o banco plei- teando dano moral e dano material em virtude das insi- nuações feitas. Considerando o caso narrado e as regras acerca da prescrição, marque alternativa correta. (A) A pretensão de Frankstefferson está prescrita, posto que o prazo prescricional aplicado ao caso é de 5 anos. (B) A pretensão de Frankstefferson está prescrita, posto que o prazo prescricional aplicado ao caso é de 3 anos. (C) A pretensão de Frankstefferson não está prescrita, posto que o prazo prescricional aplicado ao caso é de 3 anos. (D) A pretensão de Frankstefferson não está sujeita a prazo prescricional em virtude do ato ilícito pratica- do pela instituição financeira. Letra c. O termo inicial para a fluência da prescrição da preten- são indenizatória fundada na imputação de crimes dos quais se venha a ser posteriormente absolvido tem iní- cio com o trânsito em julgado da sentença na ação pe- nal. (STJ. 4ª Turma. AREsp 1.192.906-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 14/3/2023 – Informativo 767 do STJ.) Art. 206. Prescreve: § 3º Em três anos: V – a pretensão de reparação civil; 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 34 Sebastião Salgado Doce sempre foi conhecido por seu enorme interesse na área de informática e, por isso, tor- nou-se hacker especialista em roubo de informações.Um belo dia, imbuído de um sentimento de raiva por sua na- morada ter terminado o relacionamento, invadiu o sistema de informações da concessionária de energia elétrica da cidade em que mora e copiou os dados pessoais de inúme- ros consumidores de energia elétrica local. Sebastião co- piou os dados pessoais de Free William da Silva, tais como nome completo, endereço, número do RG, data de nasci- mento, número de telefone, CPF, e-mail e outros dados. Aproveitando ter logrado êxito no ato, resolveu vender os dados adquiridos para uma empresa de telemarketing. Free William da Silva ajuizou ação de indenização contra a concessionária alegando que o vazamento de dados pessoais gera dano moral presumido. Considerando o caso narrado, as regras de LGPD e a orientação recente do STJ sobre o tema, marque alternativa correta. (A) O pedido de Free deve ser julgado procedente. (B) O pedido de Free somente será julgado procedente caso comprove que houve realmente o dano moral. (C) O pedido de Free não será procedente, posto que tais dados podem ser encontrados em qualquer lugar. (D) Free somente teria direito a dano material em caso de comprovação efetiva de tal dano, e não há, no caso, dano moral. Letra b. O art. 5º, II, da Lei n. 13.709/2018 (LGPD) prevê que determinados dados pessoais devem ser qualificados como “sensíveis”, exigindo exigir um tratamento diferen- ciado por parte de quem armazena essas informações. São aqueles relacionados com origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindica- to ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico. Os dados que a concessionária armazenava eram aqueles que se fornece em qualquer cadastro, inclusive nos sites consultados no dia a dia, não sendo, portanto, acobertados por sigilo. Não eram, portanto, dados pessoais sensíveis. O conhecimento desses dados “comuns” por terceiro em nada violaria o direito de personalidade da autora. O vazamento de da- dos pessoais, a despeito de se tratar de falha indesejável no tratamento de dados de pessoa natural por pessoa jurídica, não tem o condão, por si só, de gerar dano mo- ral indenizável. Desse modo, não se trata de dano moral presumido, sendo necessário, para que haja indeniza- ção, que o titular dos dados comprove qual foi o dano decorrente da exposição dessas informações. [STJ. 2ª Turma. AREsp 2.130.619-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 7/3/2023 (Info 766 – comentários de Márcio André Lopes Cavalcante – Dizer o Direito).] 35 Augostina é filha de Lenda Selvagem e Alex Golapólo. O tio de Augostina, Rogérino Pirulito Days, resolveu matri- cular a sobrinha em uma escola americana (Little Pombo Gray) cuja mensalidade é R$ 7.500,00. Rogérino assinou contrato de prestação de serviços educacionais e Augos- tina começou a frequentar a escola. Contudo, Rogérino não efetuou o pagamento da men- salidade escolar após 6 meses de vigência do contrato. O colégio, então, ajuizou ação de execução em face de Lenda, Alex e Rogérino. Considerando o caso narrado, marque alternativa correta. (A) Como Alex e Lenda são genitores de Augostina, são partes legítimas a figurar no polo passivo de tal demanda. (B) Deve-se presumir que há, no caso, uma obrigação so- lidária entre os pais de Augostina e Rogérino. (C) Apenas Rogérino poderá ser cobrado para com as mensalidades atrasadas. (D) Haverá solidariedade passiva entre Augostina e Ro- gérino, somente. Letra c. Os pais, detentores do poder familiar, não respondem solidariamente por contrato oneroso de prestação de serviços escolares celebrado entre a instituição de ensi- no e terceiro estranho à entidade familiar. [STJ. 4ª Turma. AREsp 571.709-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 7/2/2023 (Informativo 763).] A execução de título extrajudicial por inadimplemento de mensalidades escolares de filhos do casal pode ser redirecionada ao outro consorte, ainda que não esteja nominado nos instrumentos contratuais que deram ori- gem à dívida. [STJ. 3ª Turma. REsp 1.472.316-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 05/12/2017 (Info 618).] 36 Durango Kid Paiva e Açafrão Fagundes celebraram con- trato no qual Durango se comprometeu a entregar para Açafrão, no período de 6 meses, dois cavalos ou duas vacas. O referido contrato foi celebrado em janeiro de 2023 e a obrigação deveria iniciar no dia 10 de fevereiro de 2023, devendo ocorrer todo dia 10 dos meses sub- sequentes até encerramento do período. Considerando as regras obrigacionais pertinentes, marque alternati- va correta. (A) Durango, ao entregar dois cavalos em fevereiro, de- verá entregar apenas cavalos durante todo o período em virtude do princípio do vínculo da escolha. (B) Na espécie contratual entabulada, poderá Durango entregar um cavalo e uma vaca, desde que sejam correspondentes em relação ao valor. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem (C) Caso Durango entregue dois cavalos em fevereiro, poderá em março entregar duas vacas, podendo re- novar sua escolha a cada novo mês. (D) No caso vertente, a escolha cabe a Açafrão, pois este é o credor da relação obrigacional. Letra c. Artigos 252 a 256 do CC. Trata-se de obrigação alternativa e, em tais obrigações, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se esti- pulou. Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. 37 Zé Minhoca resolveu convidar seus amigos para um “vaaaai ter cabaré essa noite, vai, vaaaaaaaaai”. Dis- se, então, Zé Minhoca, para seus amigos Maxwelbe e Faraó do Egito Souza: “Galera, seguinte é esse – passo para pegar vocês no meu carro possante e vamos beber toooodas hoje”. E assim foi feito, Zé Minhoca colocou seus amigos no carro e saiu para a bebedeira. Contudo, Zé bebeu demais e acabou perdendo o controle do carro, causando um acidente que resultou na morte de Max, e Faraó acabou ficando paraplégico. Zé sobreviveu ao acidente. Consi- derando o caso narrado, marque alternativa correta. (A) A responsabilidade de Zé, no caso, é objetiva com culpa presumida. (B) Zé responde subjetivamente pelos danos ocasiona- dos aos amigos. (C) Os herdeiros de Max não poderão pleitear o dano moral sofrido por ele, pois são partes ilegítimas. (D) Serão devidos alimentos vitalícios a Faraó por parte de Zé, podendo este ser preso em caso de inadim- plemento. Letra b. Gente, tema muito bom de prova nessa questão – vamos lá: Primeiro, a responsabilidade de Zé, que deu carona, é subjetiva, conforme Súmula 145 do STJ. Segundo, os herdeiros de Max poderão sim pleitear o dano sofrido por ele com base no artigo 943 do CC e da Súmula 642. O direito à indenização por danos morais transmite-se com o falecimento do titular, possuindo os herdeiros da vítima legitimidade ativa para ajuizar ou prosseguir a ação indenizatória. Por fim, não cabe prisão civil por inadimplemento de ali- mentos indenizatórios. Se beber NÃO dirija, pode custar sua vida e a de ou- tras pessoas. 38 Barato Pinto resolveu vender seu caminhão para Heri- clapiton da Silva, que tinha um sonho ir para NY, levar a namorada e fazer seu caminhão voar nas nuvens. Era um caminhão ano 2020, no valor de R$ 180.000,00. No ato de alienação, Barato informou ter feito todas as cinco revisões na concessionária e que o caminhão es- tava perfeito, mas era tudo mentira do Barato, ele tinha feito uma só. Celebrado o negócio, 90 dias depois da entrega, o cami- nhão deu um “pau” daqueles, justo quando Hericlapiton estava em alta velocidade na rodovia, indo buscar a na- morada, cantando: “Essa é a história de um novo herói / Cabelos compridos a rolar no vento / Pela estrada no seu caminhão / Gravado no peito a sombra de um dragão” (Chrystian & Ralf). Pois bem, indignado, Hericlapiton quer resolver o contrato. Considerando as regras aplicá- veis ao caso, marquealternativa correta. (A) Hericlapiton não tem mais como desfazer o contrato, pois passou o prazo de 30 dias. (B) Hericlapiton tem o prazo prescricional de 30 dias para promover a demanda redibitória contados da ciência do vício. (C) Hericlapiton teria 180 dias para ter ciência do vício no veículo. (D) Hericlapiton poderá reclamar pelo vício redibitório, pois Barato tinha ciência do vício. Caso não soubes- se, não haveria direito algum para Hericlapiton. Letra c. Trata-se de vício redibitório. Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é desti- nada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o con- trato (art. 441), pode o adquirente reclamar abati- mento no preço. Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor re- cebido, mais as despesas do contrato. Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem ECA Patrícia Dreyer 39 A criança JFP, 10 anos, reside com a mãe e o padrasto. JFP foi vítima de abuso sexual, praticado por seu padras- to. A criança nunca comentou nada com a mãe, que não desconfiava do que acontecia, apesar de se preocupar com o comportamento bastante retraído de seu filho. Na escola, a criança finalmente conseguiu desabafar com a professora, e o Conselho Tutelar foi acionado. Diante do caso, assinale a alternativa correta. (A) O Conselho Tutelar pode determinar a medida pro- tetiva de urgência à criança vítima de violência do- méstica. (B) O Conselho Tutelar tem atribuição para representar somente a autoridade policial para requerer o afas- tamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de convivência com a vítima. (C) A professora noticiante do abuso não terá proteção estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Ado- lescente. (D) O Conselho Tutelar tem atribuição para representar a autoridade judicial ou policial para requerer o afas- tamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de convivência com a vítima. Letra d. (A) Errada. Quem concede a medida é a autorida- de judicial. Art. 136, XVI – representar à autoridade judicial para requerer a concessão de medida protetiva de urgên- cia à criança ou ao adolescente vítima ou testemunha de violência doméstica e familiar, bem como a revisão daquelas já concedidas; (B) Errada. Com a Lei Henry Borel, Lei n. 14.344, de 2022, foi dada a atribuição ao Conselho Tutelar, nos moldes do art. 136, inciso XV, de representar à autoridade judicial ou policial para requerer o afastamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de convivência com a víti- ma nos casos de violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente. (C) Errada. O Conselho Tutelar também ganhou tal atri- buição, conforme art. 136, inciso XX: representar à au- toridade judicial ou ao Ministério Público para requerer a concessão de medidas cautelares direta ou indireta- mente relacionada à eficácia da proteção de noticiante ou denunciante de informações de crimes que envol- vam violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente. (D) Certa. Com a Lei Henry Borel, Lei n. 14.344, de 2022, foi dada essa atribuição ao Conselho Tutelar, nos moldes do art. 136, inciso XV: representar à autoridade judicial ou policial para requerer o afastamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de convivência com a víti- ma nos casos de violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente. 40 Júpiter é juiz de direito com atribuição na área da justi- ça da infância e da juventude em Belo Horizonte, Minas Gerais. Júpiter é casado com Tamires, e o irmão de Tami- res, Orfeu, pretende disputar uma vaga para o conselho tutelar no mesmo município. Considerando a situação hipotética apresentada e as disposições do ECA relativas ao conselho tutelar, assinale a opção correta. (A) Não há qualquer impedimento, pois Orfeu e Júpiter não são parentes. (B) Só haveria impedimento se Tamires, esposa de Júpi- ter, quisesse se candidatar a Conselheira Tutelar. (C) Há impedimento legal para que Orfeu desempenhe a função de conselheiro tutelar no município em que Júpiter trabalha, enquanto durar o cunhadio. (D) Qualquer parente de Júpiter ou Tamires, até o 4º grau, é impedido de se candidatar ao Conselho Tutelar. Letra c. Trata-se de hipótese de impedimento legal, segundo o art. 140 do ECA. Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conse- lho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado. Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conse- lheiro, na forma deste artigo, em relação à autorida- de judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem CDC Patrícia Dreyer 41 Antônio foi até a concessionária Carro Forte, na cida- de onde reside, Luziânia em Goiás, e assinou um con- trato de compra e venda do veículo marca XPTO, mo- delo XYZ, ano 2023. Segundo o contrato, em que havia cláusula que impunha a utilização da arbitragem como forma de solução do conflito, o pagamento ocorreria na data de sua celebração e o veículo seria entregue em 20/04/2023. Na data acordada, o vendedor da conces- sionária comunica a Antônio que não poderá entregar o veículo objeto do contrato e que só poderá entregar o veículo objeto do contrato em 120 dias. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. (A) É lícita a cláusula que impõe a utilização da arbitra- gem, por ser um meio adequado de solução de con- flitos que desafoga o Judiciário. (B) Antônio é obrigado a aguardar o prazo estipulado pelo fornecedor. (C) Se Antônio quiser ajuizar uma ação contra a conces- sionária, poderá fazê-lo no foro de seu próprio do- micílio. (D) A concessionária é obrigada a fornecer outro veículo, ainda que de modelo diferente, na data estipulada para bem cumprir a obrigação. Letra c. (A) Errada. O art. 51, inciso VII, do CDC diz que tal cláusu- la seria nula: Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: VII – determinem a utiliza- ção compulsória de arbitragem; (B) Errada. Não há qualquer previsão dessa natureza no CDC. Ademais, o art. 51, inciso I, do CDC dispõe: Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsa- bilidade do fornecedor por vícios de qualquer nature- za dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. (C) Certa. A resposta está de acordo com o art. 101 do CDC. Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do forne- cedor de produtos e serviços, sem prejuízo do dispos- to nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor; (D) Errada. Mesma justificativa da letra B. Além disso, o art. 6º, inciso III, do CDC dispõe ser direito básico do consumidor a informação adequada e clara sobre os di- ferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos queapresentem. 42 João consumiu requeijão da marca XYZ e, depois disso, apresentou infecção intestinal e gastroenterite. Feita a correta investigação, constatou-se que o dano sofrido por João se deu a partir da má conservação do produto, pelo mercado comerciante, no inadequado acondiciona- mento. A perícia constatou que o produtor da marca XYZ respeita todas as boas práticas de produção. Com rela- ção a essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Trata-se de vício do produto, e a marca XYZ é solida- riamente responsável com o mercado comerciante. (B) Trata-se de fato do produto, e o comerciante será objetivamente responsável por não ter conservado adequadamente produto perecível. (C) Trata-se de culpa exclusiva da vítima, que consumiu produto perecível, arcando com os riscos de infecção. (D) Trata-se de fato do produto, e a marca XYZ é solida- riamente responsável com o mercado comerciante. Letra b. (A) Errada. Não se trata de vício do produto, que seria a inadequação do produto ou serviço para os fins a que se destina, uma falha ou deficiência que compromete o produto em aspectos como a quantidade, a qualidade, a eficiência. O vício do produto prevê a substituição da parte com defeito, como no caso do art. 18 do CDC: Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tor- nem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a in- dicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. (B) Certa. Em regra, o comerciante não é responsabili- zado pelo fato do produto, mas apenas o fabricante, o 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o im- portador, nos termos do art. 12 do Código de Defesa do Consumidor. Todavia, o art. 13 do CDC traz as hipóte- ses em que o comerciante poderá ser responsabilizado. Dentre elas, o art. 13, inciso III: Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: III – não conservar adequadamente os produtos pe- recíveis. (C) Errada. O art. 6, incisos I, II e III, do CDC traz como direito básico do consumidor: I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de es- colha e a igualdade nas contratações; III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quan- tidade, características, composição, qualidade, tribu- tos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (D) Errada. Vide a letra B. Em regra, o comerciante não é responsabilizado pelo fato do produto, mas apenas o fa- bricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangei- ro, e o importador, nos termos do art. 12 do Código de Defesa do Consumidor. Todavia, o art. 13 do CDC traz as hipóteses em que o comerciante poderá ser responsabi- lizado. No caso em tela, o produtor não contribuiu para o evento danoso, e sim o comerciante, que será o único responsável. O comerciante não responde objetiva e so- lidariamente em toda e qualquer situação. As hipóteses de responsabilidade estão elencadas no art. 13, e a res- ponsabilidade do comerciante é objetiva e subsidiária. Direito Empresarial Renato Borelli 43 A sociedade em conta de participação tem uma série de peculiaridades que a distinguem de outras sociedades, como, por exemplo, a sociedade em comum ou a socie- dade limitada. Nas alternativas abaixo são apresentados aspectos desta sociedade referentes a sua natureza, constituição, registro e responsabilidade dos sócios. Assinale a opção que apresenta corretamente todas as características apontadas. (A) A sociedade em conta de participação tem natureza de sociedade não personificada; sua constituição in- depende das formalidades exigidas para outros tipos de sociedade; o contrato pode ou não ser levado a registro, não interferindo na aquisição da persona- lidade jurídica; apenas se obriga ilimitadamente pe- rante terceiros o sócio ostensivo. (B) A sociedade em conta de participação tem natureza de sociedade personificada; sua constituição inde- pende das formalidades exigidas para outros tipos de sociedade; o contrato pode ou não ser levado a registro, não interferindo na aquisição da persona- lidade jurídica; apenas o sócio ostensivo se obriga limitadamente até o valor de sua quota. (C) A sociedade em conta de participação tem nature- za de sociedade não personificada; sua constituição depende de autorização governamental; o contrato pode ou não ser levado a registro, não interferindo na aquisição da personalidade jurídica; apenas se obriga ilimitadamente perante terceiros o sócio participante. (D) A sociedade em conta de participação tem natureza de contrato associativo e bilateral; sua constituição depende das formalidades exigidas para outros tipos de sociedade; o contrato deve ser levado a registro para fins de aquisição da personalidade jurídica; obrigam-se ilimitadamente perante terceiros tanto o sócio ostensivo quanto o sócio participante. Letra a. A questão tem por objeto tratar da sociedade em conta de participação. A sociedade em conta de participação é uma modalidade de sociedade despersonificada. Esse tipo societário é diferente da sociedade em comum, tendo em vista que nesta, após inscritos os atos consti- tutivos, a sociedade deixa de ser despersonificada, pas- sando a adotar um dos tipos societários que escolheu. Já aquela, ainda que inscrito seu ato constitutivo no ór- gão competente, permanece despersonificada. Por esta razão muitos doutrinadores sustentam que a sociedade em conta de participação não seria uma espécie de so- ciedade, mas sim um contrato de participação entre os sócios participantes e ostensivos. A sociedade em conta de participação é despersonifica- da, e ainda que o contrato seja levado a registro, ela não adquire personalidade jurídica (art. 991 e 993, CC). Logo, alternativa correta letra “A”. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 44 A sociedade Porto Belém e Malta Comércio de Peças Ltda. teve sua falência requerida pela Sociedade Vip Transportes e Logística Ltda. em razão da impontualidade no pagamen- to de duplicatas de prestação de serviços cujo valor total é de R$ 85.000,00, protestadas para fins falimentares. Após a citação da devedora, e no prazo da contestação, foi apresentado ao juízo da Comarca de Vila Verde pedido de recuperação judicial, sem elisão do pedido de falência. Acerca do efeito da apresentação do pedido sobre o curso do procedimento pré-falimentar, é correto afirmar que a falência: (A) não poderá ser decretada em razão da apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação. (B) poderá ser decretada em razão da não efetivação de depósito elisivo no prazo da contestação. (C) não poderá ser decretada diante da insuficiência do valor das duplicatas protestadas para ensejar o re- querimento. (D) poderá ser decretada em razão do impedimento ao pedido de recuperação judicial após o requerimento da falência. Letra a. A questão tem por objeto tratar da falência, regulada pela Lei n. 11.101/2005. É importante ressaltar que to- das as defesas devem ser apresentadas no prazo de 10 (dez) dias. O devedor poderá apresentar no prazo da contestação pedido de recuperação judicial (art. 95, LRF). Nesse caso o juiz irá analisar o pedido de recuperação judicial e, se presentes os requisitos, poderá deferir o processamento da recuperação judicial. Deferido o processamento da Recuperação Judicial, o pedido de falência será suspen- so,exceto se o pedido de falência for decorrente de atos de falência (art. 94, III, LRF). Cuidado: o processo de falência ficará suspenso, e não será extinto. Contudo, vale ressaltar que a falência pode ser decretada ainda que o devedor tenha apresentado pedido de recuperação judicial se ocorrer uma das hipó- teses previstas no art. 73, § 1º, LRF. 45 Decretada a falência de uma sociedade empresária no dia 10 de setembro de 2021, o administrador judicial verificou a existência de registro relativo à alienação fi- duciária em garantia de imóvel de propriedade do falido após a decretação da falência. Em relação ao ato realizado, é correto afirmar que é: (A) objetivamente ineficaz em relação à massa falida, por ter sido feito após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. (B) nulo de pleno direito, diante de sua prática após a de- cretação da falência, haja ou não prenotação anterior. (C) válido e eficaz em relação à massa falida, pois a ine- ficácia objetiva só incide para atos praticados dentro do termo legal. (D) nulo de pleno direito, por ter sido feito após a decre- tação da falência ou dentro do termo legal, salvo se tiver havido prenotação anterior. Letra a. A questão tem por objeto tratar da falência, regulada pela Lei n. 11.101/2005. A ação revocatória é utilizada nas hipóteses em que se pleiteia declarar um ato ineficaz ou pedir a revogação de um ato que tenha sido pratica- do pelo devedor. A palavra revogar significa mandar vol- tar, ou seja, retornar para massa falida bens ou quantias. Existem duas hipóteses contempladas na Lei, a primeira trata-se de atos ineficazes (art. 129, LRF) e a segunda, de atos que podem ser revogados (art. 130, LRF). Nas hipóteses contempladas no art. 129, LRF não importa a intenção de fraudar credores, ou se o contratante tinha ou não conhecimento do estado de crise econômico- -financeira do devedor, uma vez praticado o ato pode o juiz de ofício declarar o ato ineficaz. Nesse sentido dispõe o art. 129 da LRF que são ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credo- res: (...) VII – os registros de direitos reais e de trans- ferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido pre- notação anterior. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 46 O Código Civil Brasileiro define estabelecimento como todo complexo de bens organizados para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empre- sária. Ou seja, o conjunto de bens corpóreos ou incor- póreos que são dispostos para o funcionamento de uma empresa. Em relação à negociação do estabelecimento de forma unitária, assinale a alternativa correta. (A) O contrato de trepasse irregular não poderá, em hi- pótese alguma, ensejar a decretação de falência do empresário. (B) O adquirente do estabelecimento empresarial res- ponde pelas dívidas já existentes, desde que regular- mente contabilizadas. (C) Quanto às dívidas assumidas pelo adquirente, o alie- nante permanecerá como devedor solidário destes débitos pelo prazo de 2 (dois) anos. (D) O contrato que tenha por objeto a alienação, o usu- fruto ou o arrendamento do estabelecimento não precisa ser averbado no registro público de empre- sas mercantis. Letra b. A questão tem por objetivo tratar sobre o estabeleci- mento empresarial. O CC/2002 adotou a expressão “estabelecimento", mas podemos encontrar as expressões “fundo de empresa" ou “azienda". Estabelecimento não se confunde com o local físico onde o empresário ou a sociedade empresá- ria encontra-se situado (ponto empresarial). O titular do estabelecimento empresarial é o empresá- rio. O estabelecimento empresarial não é o sujeito de direitos, sendo sujeito de direitos o empresário ou a sociedade empresária. O estabelecimento empresarial pode ser objeto de direitos quando ocorrer. O art. 1.146, CC, dispõe que o adquirente do estabeleci- mento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obriga- do pelo prazo de um ano, a partir da publicação, quanto aos créditos vencidos, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Ou seja, o adquirente (aquele que está comprando o estabelecimento) somente responderá pelas obrigações que forem contabilizadas. Eventuais “caixas 2" não serão de responsabilidade do adquirente, e serão suportadas exclusivamente pelo alienante. Ainda no tocante às obrigações regularmente contabili- zadas, é importante ressalvar que o alienante continuará solidariamente responsável com o adquirente pelo pra- zo de 1 ano, contados: a) das obrigações que já venceram da publicação; b) quanto as obrigações vincendas, um ano contados do seu vencimento; Logo, a alternativa correta é a letra B. Direito Processual Civil Raquel Bueno 47 Cirlene ajuizou ação monitória em face de Maurício, com base em um cheque prescrito. Após a distribuição do fei- to e juízo de admissibilidade positivo, foi concedida uma tutela de evidência, determinando-se ao réu o cumpri- mento da obrigação no prazo legal, ou apresentação de resistência. Maurício possui provas de que o pagamento do cheque foi efetuado, razão pela qual deseja alegar tal matéria em sua defesa, além de pedir a repetição do in- débito e danos morais, uma vez que Cirlene afixou uma faixa na rua onde Maurício mora, chamando-o de “calo- teiro”. A partir desta realidade, assinale a opção correta. (A) Maurício poderá apresentar embargos à monitória, a serem distribuídos por dependência, desde que ga- rantido o juízo com caução ou depósito. (B) Maurício poderá apresentar embargos à monitória alegando e comprovando que houve o pagamento, mas só poderá formular pedidos em face da autora por meio de ação própria. (C) Maurício poderá apresentar embargos à monitória com reconvenção. (D) Maurício poderá apresentar embargos à monitória, por meio de petição nos próprios autos, cujo efeito suspensivo deve ser requerido pelo réu. Letra c. CPC. Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória. § 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum. (...) § 4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau. (...) § 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à reconvenção. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 48 Lurdes e Mirtes celebraram um contrato de prestação de serviços. Por meio desse contrato, ficou estabelecido que, diante de qualquer desavença oriunda do contra- to, as partes se socorreriam da arbitragem. Assim, du- rante a execução do contrato, Lurdes deu causa ao seu descumprimento, o que levou Mirtes a promover uma demanda judicial, distribuída perante a 1ª Vara Cível de Padre Bernardo-GO, domicílio das partes. Ressalte-se que Lurdes não compareceu à audiência de conciliação/ mediação designada, bem como não enviou ninguém em seu lugar com poderes para transigir. A partir deste cenário, assinale a opção correta. (A) Considerando a ausência de Lurdes na audiência de conciliação/mediação, ser-lhe-á aplicada a pena da revelia. (B) Após a audiência inaugural, Lurdes poderá apresen- tar contestação, invocando apenas defesa de mérito. (C) Considerando a ausência de Lurdes na audiência de conciliação/mediação, ser-lhe-á aplicada uma multa de até 2% (dois por cento), por ato atentatório à dig- nidade da justiça, multa esta revertida para Mirtes. (D) Lurdes poderá apresentar contestação, alegando a preliminar de convenção de arbitragem, e, no méri- to, apresentar todas as suas teses de defesa, além da impugnaçãoespecificada dos fatos arguidos por Mirtes na petição inicial. Letra d. Letras A/C: CPC. Art. 334. Se a petição inicial preencher os requi- sitos essenciais e não for o caso de improcedência li- minar do pedido, o juiz designará audiência de conci- liação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. (...) § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atenta- tório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. Letras B/D: Princípio da Eventualidade ou da Concentração da Defesa CPC. Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. (Questões preliminares da contestação, alegáveis antes da defesa de mérito.) Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: (...) X – convenção de arbitragem; Ônus da Impugnação Especificada Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se pre- cisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não im- pugnadas, salvo se: I – não for admissível, a seu respeito, a confissão; II – a petição inicial não estiver acompanhada de ins- trumento que a lei considerar da substância do ato; III – estiverem em contradição com a defesa, conside- rada em seu conjunto. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advo- gado dativo e ao curador especial. 49 Janaína formulou pedido de tutela provisória de urgên- cia antecipada antecedente em face de uma pessoa ju- rídica de direito privado. Após juízo de admissibilidade positivo, foi concedida a liminar inaudita altera pars em benefício da autora. Ato contínuo, a decisão foi efetiva- da. A parte ré foi citada e não apresentou recurso. Ja- naína fez o aditamento da petição inicial e o processo prosseguiu, até sentença, que confirmou a tutela provi- sória concedida inicialmente. Inconformada, a ré deseja reverter o resultado da decisão. Nesse contexto, assinale a alternativa correta. (A) O advogado da ré poderá interpor recurso de apela- ção, dotado de duplo efeito. (B) O advogado da ré poderá interpor recurso de apela- ção, dotado apenas de efeito devolutivo. (C) Caso a tutela provisória de urgência concedida limi- narmente fosse revogada na sentença, Janaína teria responsabilidade civil subjetiva pelos danos gerados à ré, em virtude da efetivação da liminar. (D) Caso o juiz entendesse, na etapa de admissibilidade, que o caso não era de tutela provisória de urgência antecipada antecedente, à autora seria concedido prazo de quinze dias para a emenda da petição inicial. Letra b. CPC. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, come- ça a produzir efeitos imediatamente após a sua publi- cação a sentença que: V – confirma, concede ou revoga tutela provisória; O disposto na letra C seria uma hipótese de responsa- bilidade objetiva, ou seja, independentemente de cul- pa ou dolo. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem CPC. Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte ad- versa, se: I – a sentença lhe for desfavorável; II – obtida liminarmente a tutela em caráter antece- dente, não fornecer os meios necessários para a cita- ção do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou pres- crição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos au- tos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. Quanto à letra D, nesse caso, o prazo para a emenda da petição inicial é de cinco dias. CPC. Art. 303. Nos casos em que a urgência for con- temporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposi- ção da lide, do direito que se busca realizar e do peri- go de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 6º Caso entenda que não há elementos para a con- cessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional de- terminará a emenda da petição inicial em até 5 (cin- co) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 50 Virgínia promoveu uma execução autônoma em face de Alberto, envolvendo obrigação pecuniária. Após juízo positivo de admissibilidade, foram fixados honorários advocatícios de 10%, com a consequente citação válida de Alberto. Ressalte-se que o pagamento não efetuado no prazo legal. A partir dessa realidade e desse modelo de execução, assinale a opção certa. (A) Se Alberto reconhecer o crédito exequendo, pode- rá efetuar o depósito prévio de 30% do débito total, acrescido de custas e honorários advocatícios, po- dendo pagar o restante em até seis parcelas. (B) Considerando que o pagamento não foi efetuado no pra- zo de quinze dias, haverá a incidência da multa de 10%. (C) Caso Alberto não concorde com a execução, poderá apresentar impugnação, no prazo de quinze dias. (D) Caso Alberto não concorde com a execução, poderá apresentar embargos à execução, no prazo de quinze dias, dotados de efeito suspensivo automático. Letra a. CPC. Art. 916. No prazo para embargos, reconhecen- do o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executa- do poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. Trata-se do parcelamento ou moratória legal. (B) Essa afirmação refere-se ao cumprimento de senten- ça. Na execução autônoma, o prazo para pagamento é de três dias. Se o pagamento não for efetuado no prazo mencionado, não haverá a incidência da multa de 10% (C) Na execução autônoma, caso o executado queira oferecer resistência, deverá opor embargos à execu- ção (não impugnação), despidos de efeito suspensivo automático. CPC. Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à exe- cução por meio de embargos. Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. (D) Vide comentário da letra C. 51 Luiz impetrou mandado de segurança perante o TJGO. Todavia, após ser proferido acórdão final desfavorável, o advogado de Luiz interpôs recurso especial, dentro do prazo de quinze dias, demonstrando o preenchimento do prequestionamento e apontando a relevância da questão infraconstitucional, a fim de obter a reforma da referida decisão. A partir do estudo dos recursos em es- pécie, assinale a opção correta. (A) Tal recurso não deve ser conhecido, uma vez que o recurso cabível seria o recurso extraordinário. (B) Tal recurso deve ser conhecido e encaminhado para o STJ, a fim de seja apreciado seu mérito. (C) Neste caso, aplica-se o princípio da fungibilidade en- tre o recurso especial e o recurso ordinário. (D) Tal recurso não deve ser conhecido, por ausência de cabimento, uma vez que o recurso correto seria o re- curso ordinário constitucional. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Letra d. CPC. Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordiná- rio: (...) II – pelo Superior Tribunal de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; Nesse caso não se aplica o princípio da fungibilidade re- cursal, diante do erro grosseiro, havendo previsão legal específica para o cabimento do ROC nesta hipótese.52 Judite ajuizou uma ação em face de Douglas, por meio de sua única e exclusiva advogada Jacira. A ação trami- tou no procedimento comum. Após o devido processo legal, foi proferida sentença de mérito, que acolheu par- cialmente os pedidos de Judite. Todavia, a autora deseja a reforma da decisão, a fim de obter o acolhimento total de seus pedidos. A sentença foi publicada no diário de justiça eletrônico, iniciando-se o prazo recursal. No quin- to dia do prazo, o advogado de Douglas interpôs recurso de apelação. Nessa mesma data, Jacira teve sua primeira filha, tendo notificado sua cliente cinco dias após o par- to. Após o transcurso do prazo recursal de quinze dias, houve intimação da parte autora para apresentação de contrarrazões do recurso interposto pelo réu. A partir desta situação, assinale a opção correta. (A) Judite só poderá apresentar apelação na modalidade adesiva. (B) Considerando que Jacira tornou-se mãe, haverá a in- terrupção do prazo recursal. (C) Considerando que Jacira tornou-se mãe, haverá a suspensão do prazo recursal por trinta dias, contados da data do parto. (D) Considerando que Jacira tornou-se mãe, haverá a suspensão do prazo recursal por trinta dias, a partir da comunicação e comprovação do fato ao processo. Letra c. CPC. Art. 313. Suspende-se o processo: (...) IX – pelo parto ou pela concessão de adoção, quan- do a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da causa; (...) § 6º No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja noti- ficação ao cliente. STJ – RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. SENTENÇA. NASCIMENTO DO FILHO DO ÚNICO PATRONO DA CAUSA. SUSPENSÃO DO PRAZO RECURSAL. MOMENTO DA COMPROVAÇÃO DO FATO GERADOR. RECURSO DE APELAÇÃO TEMPESTIVO. JULGAMEN- TO: CPC/15. 1. Ação de reintegração de posse ajuizada em 02/10/2013, da qual foi extraído o presente recurso es- pecial, interposto em 27/03/2018 e atribuído ao gabine- te em 06/11/2018. 2. O propósito recursal é dizer sobre a tempestividade da apelação, considerando o nascimento do filho do úni- co patrono da causa no curso do prazo recursal. 3. A disposição legal do art. 313, X e § 7º, do CPC/15, ao lado do previsto no inciso IX do mesmo artigo, visa dar concretude aos princípios constitucionais da proteção especial à família e da prioridade absoluta assegurada à criança, na medida em que permite aos genitores pres- tar toda a assistência necessária – material e imaterial – ao seu filho recém-nascido ou adotado, além de pos- sibilitar o apoio recíproco em prol do estabelecimento da nova rotina familiar que se inaugura com a chegada do descendente. 4. A suspensão do processo em razão da paternidade se opera tão logo ocorre o fato gerador (nascimento ou adoção), não se podendo exigir do cau- sídico, para tanto, que realize a comunicação imediata ao Juízo, porque isso seria esvaziar o alcance do benefí- cio legal. 5. Se a lei concede ao pai a faculdade de se afastar do tra- balho para acompanhar o filho nos seus primeiros dias de vida ou de convívio familiar, não é razoável lhe impor o ônus de atuar no processo, durante o gozo desse no- bre benefício, apenas para comunicar e justificar aquele afastamento. 6. Por força da lei, a suspensão do processo pela pater- nidade tem início imediatamente à data do nascimento ou adoção, ainda que outra seja a data da comprovação nos autos, desde que esta se dê antes de operada a pre- clusão, já considerado no cômputo do respectivo prazo o período suspenso de 8 (oito) dias. 7. No que tange ao momento da comprovação, não há vedação legal, tampouco se vislumbra qualquer prejuí- zo, para que seja ela feita no momento da interposição do recurso ou da prática do primeiro ato processual do advogado. 8. Recurso especial conhecido e provido. (REsp n. 1.799.166/GO, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 2/4/2019, DJe de 4/4/2019.) 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Direito Penal Michelle Tonon 53 Márcio está cumprindo pena privativa de liberdade em regime semiaberto, com direito a saídas temporárias e trabalho externo. Durante um período de saída tempo- rária, Márcio decide não retornar ao estabelecimento prisional no dia designado, pois estava se sentindo ame- açado por outros internos e com saudades de sua famí- lia. O juízo da execução penal expede mandado de prisão e Márcio é recapturado em sua casa três meses após. Fa- miliares de Márcio o procuram, como advogado(a), para orientação jurídica. Nessa situação, de acordo com a Lei de Execução Penal e o entendimento dos Tribunais Supe- riores, você, como advogado (a), deverá esclarecer que: (A) a fuga do estabelecimento prisional é falta grave e interrompe o prazo para a obtenção do livramento condicional. (B) segundo a Lei de Execução Penal, a fuga do estabeleci- mento prisional por prazo inferior a 1 ano é falta média e não impede a progressão de regime, caso Márcio já tenha cumprido o requisito objetivo para o benefício. (C) a fuga do estabelecimento prisional é falta grave e não interrompe o prazo para a obtenção do livra- mento condicional. (D) não se caracterizou fuga do estabelecimento prisio- nal, vez que Márcio teve motivos plausíveis para in- terromper o cumprimento da pena. Letra c. Por não ter retornado do benefício externo, Márcio incorreu em falta grave no curso da execução penal, a fuga, nos termos do art. 50, inc. II, da Lei n. 7.210/1984, a LEP. Não há previsão legal de desclassificação da falta grave para média considerando o tempo de duração da fuga. Tal análise pode ser feita pelo juízo da execução apenas no caso concreto. Segundo o art. 112, § 6º, da LEP, “O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente”. Todavia, tal interrupção não se aplica ao livramento condicional, indulto e comutação, conforme entendimento sumula- do do STJ. Confira: Súmula 441 do STJ: "A falta grave não interrompe o pra- zo para obtenção de livramento condicional". Súmula 535 do STJ: "A prática de falta grave não in- terrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto". 54 Joaquim praticou crime de roubo majorado pelo empre- go de arma branca em 25 de fevereiro de 2023. Ao visua- lizar Cláudia na parada de ônibus, falando ao celular, Jo- aquim se aproximou de Cláudia, exibiu uma faca e disse “Passa o celular ou eu te mato”. Cláudia imediatamente entregou o aparelho. Uma viatura da Polícia Militar pas- sou pela rua minutos após e foi acionada por Cláudia, que narrou o crime. A polícia iniciou uma varredura na região, encontrando Joaquim 20 minutos depois do rou- bo, ainda de posse do celular, negociando-o com um transeunte. O rapaz é preso em flagrante e conduzido à delegacia de polícia. Comunicado dos fatos pela família de Joaquim, você, na condição de advogado(a), deverá esclarecer, com base na legislação penal e na jurispru- dência dos Tribunais Superiores, que: (A) considerando que Joaquim não teve a posse mansa e pacífica do celular subtraído, sendo encontrado poucos minutos depois do crime com o objeto roubado, pode- rá ser condenado pela tentativa de roubo majorado. (B) o roubo majorado pelo emprego de arma branca foi inserido no rol dos crimes hediondos pela Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime. (C) a defesa poderá pleitear a exclusão da majorante do emprego de arma branca, considerando que tal causa de aumento de pena foi revogada pela Lei n. 13.654/2018. (D) a consumação do crime de roubo dispensa a posse mansa, pacífica e desvigiada da coisa subtraída, bas- tando que haja a retiradado bem da esfera de dispo- nibilidade da vítima, ainda que por breve tempo. Letra d. O crime de roubo praticado por Joaquim se consumou, nos termos da Súmula 582 do STJ, que estabelece: “Con- suma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sen- do prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.” O roubo com emprego de arma branca, previsto no art. 157, § 2º, inc. VII, do Código Penal, não está no rol taxa- tivo dos crimes hediondos. De fato, a majorante do emprego de arma branca foi re- vogada pela Lei n. 13.654/2018. Porém, foi restaurada pelo Pacote Anticrime, com vigência a partir de 23 de janeiro de 2020. Assim, na data do crime praticado por Joaquim, a majorante já estava vigente. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 55 Maurício, profundamente inconformado com o término de seu relacionamento amoroso com Daniela, decide enviar todos os dias, para o trabalho da ex-namorada, buquês de flores e cartas, pedindo para que retomem a relação. Além disso, liga insistentemente para a moça, várias vezes ao dia, além de mandar mensagens por aplicativos de conversas e em redes sociais. Não rece- bendo qualquer resposta de Daniela, Maurício vai pes- soalmente à casa da ex-namorada e estaciona seu carro na frente do portão, não permitindo a saída de Daniela e seus familiares da residência. Nessa situação, como advogado(a) consultado(a) por Daniela acerca do en- quadramento penal da conduta de Maurício, você deve- rá esclarecer que: (A) Maurício praticou o crime de ameaça, previsto no Código Penal, considerando o temor que incutiu em Daniela e seus familiares de que viessem a sofrer um mal injusto e grave. (B) Maurício praticou o crime de perseguição, previsto no Código Penal, visto que, de forma reiterada, ame- açou a integridade psicológica de Daniela, restringiu- -lhe a capacidade de locomoção, bem como invadiu e perturbou sua esfera de liberdade e privacidade. (C) A conduta de Maurício, embora reprovável, não se tipifica como crime, cabendo uma indenização pelos danos morais sofridos, na esfera cível. (D) Maurício praticou a contravenção penal de perturba- ção da tranquilidade, sendo possível a composição civil dos danos e a transação penal. Letra b. Maurício praticou o crime descrito no art. 147-A do Códi- go Penal, a perseguição ou stalking: “Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capa- cidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.” Segundo o § 3º do art. 147-A, somente se procede me- diante representação, isto é, trata-se de crime de ação penal pública condicionada. A contravenção penal de perturbação da tranquilidade (art. 65 do Decreto-Lei n. 3.688/1941) foi expressamente revogada pela Lei n. 14.132/2021, que criou o tipo penal do art. 147-A. 56 Marisa, 32 anos, primária e de bons antecedentes, visi- ta regularmente seu companheiro Júnior no estabeleci- mento prisional. Determinado dia, atendendo a pedido de Júnior, Marisa ingere 10 trouxinhas pequenas con- tendo a droga conhecida popularmente como maconha e se dirige à penitenciária. No momento da revista dos visitantes, Marisa fica nervosa, passa mal e confessa ter ingerido a droga, com o intuito de entregá-la ao compa- nheiro. Presa em flagrante, Marisa é conduzida à Delega- cia de Polícia e entra em contato com você, advogado(a). Nessa situação, você deverá esclarecer que: (A) Marisa praticou crime de tráfico de drogas, na forma tentada, pois não conseguiu entrar no estabelecimen- to prisional e entregar o entorpecente ao destinatário. (B) Marisa praticou crime de tráfico de drogas consuma- do e, considerando a primariedade, bons anteceden- tes e o não envolvimento em organização criminosa e atividades ilícitas, poderá ser beneficiada com a causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado. (C) Marisa poderá ser condenada pelo crime de associa- ção para o tráfico de drogas, já que combinou com seu companheiro de levar a droga para o interior do estabelecimento prisional, ainda que uma única vez. (D) A pequena quantidade de substância entorpecente apreendida, apenas 10 trouxinhas, permite a aplica- ção do princípio da insignificância ao crime de tráfico de drogas, que afasta a tipicidade material da condu- ta de Marisa. Letra b. A conduta praticada por Marisa corresponde ao tráfi- co de drogas consumado, previsto no art. 33 da Lei n. 11.343/2006. O tipo penal em comento é misto alterna- tivo, de conteúdo múltiplo ou variado e Marisa incidiu na modalidade “trazer consigo”. Não é necessário, para a consumação do crime, que o agente obtenha algum proveito econômico, ou que realize a entrega (tradição) da droga. A aplicação da minorante prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 exige a presença concomi- tante de quatro requisitos, a saber: primariedade, bons antecedentes, a não dedicação a atividades criminosas e não integrar organização criminosa. O crime previsto no art. 35 da Lei de Drogas, a associação para o tráfico, não se caracterizou, já que não evidenciada a estabilidade e permanência do vínculo entre Marisa e o companheiro para a prática do tráfico de drogas. Não se cogita da apli- cação do princípio da insignificância ao tráfico de drogas, conforme entendimento jurisprudencial. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 57 Rafael, 28 anos, tem ciúmes de seu enteado Bruno, 7 anos. Em 10 de abril de 2023, Cíntia, mãe de Bruno, dei- xa a criança aos cuidados de Rafael para fazer compras. Aproveitando-se da ausência de Cíntia, Rafael coloca em prática plano criminoso para matar a criança e oferece a Bruno um copo de leite com chocolate envenenado. A criança dá um gole, percebe o gosto estranho e cospe o leite, mas passa mal, necessitando de internação por uma semana. O leite é levado para perícia e constata- -se a presença de dose letal de veneno, que mataria a criança em poucos segundos, caso houvesse ingestão de um gole maior. Após investigação, a Polícia conclui pela existência de indícios suficientes de que Rafael foi o res- ponsável pelo envenenamento do leite. Contratado por Cíntia, você, como advogado(a), deverá esclarecer que: (A) Rafael praticou tentativa de homicídio, com as qua- lificadoras do emprego de veneno e pelo fato da ví- tima ser menor de 14 anos. O julgamento de Rafael será pelo Tribunal do Júri. (B) Rafael praticou lesão corporal grave, considerando a não ocorrência do resultado morte e a necessidade de internação da criança, e será julgado pelo juízo criminal singular. (C) Rafael praticou tentativa de homicídio, sem a incidência de qualificadoras, pois o resultado morte não ocorreu. (D) Rafael praticou tentativa de homicídio qualificada pelo emprego de veneno. A idade da vítima será con- siderada apenas como causa de aumento de pena, em hipótese de condenação. Letra a. Rafael praticou tentativa de homicídio, com as qualifica- doras do emprego de veneno e por ser a vítima menor de 14 anos, nos termos do art. 121, § 2º, inc. III e IX, c.c. art. 14, inc. II, do Código Penal. Por se tratar de crime doloso contra a vida, será julgado pelo Tribunal do Júri. Não se cogita de crime de lesão corporal, pois Rafael ti- nha dolo de matar e somente não chegou ao resultado morte por circunstâncias alheias à sua vontade (a vítima cuspiu a bebida com veneno). A qualificadora do inc. IX, vítima menor de 14 anos, foi introduzida no Código Penal pela Lei n. 14.344/2022, conhecida como Lei Henry Borel. Trata-se de qualifica- dora objetiva, que leva em consideração apenas a idade da vítima. 58 Dionísio, 38 anos, é professor de futebol em determina- do clube esportivo. Em um sábado de competição, no interior do vestiário, Dionísio pediu que Daniel, aluno de 10 anos de idade, o beijasse naboca, para aliviar a ten- são da partida decisiva do campeonato. Dionísio disse, ainda, que Daniel tinha um corpo de atleta e apertou suas nádegas e coxas, para comprovar que eram muscu- losas. Depois do episódio, a criança, assustada, narrou a seus pais o ocorrido. Procurado(a) pelos pais de Daniel, você, na condição de advogado(a), deverá esclarecer que a conduta de Dionísio configura, segundo o entendi- mento jurisprudencial dominante: (A) crime de importunação sexual consumado, já que os toques lascivos foram superficiais. (B) crime de estupro na forma tentada, pois Dionísio não praticou relação sexual com Daniel. (C) crime de estupro de vulnerável, na forma consumada. (D) crime de assédio sexual, pois Dionísio se aproveitou da sua condição de professor para abusar de Daniel. Letra c. Dionísio praticou o crime de estupro de vulnerável, pre- visto no art. 217-A do Código Penal, na forma consuma- da. O entendimento do STJ é no sentido de que a prática de atos libidinosos com menores de 14 anos configura estupro de vulnerável, independentemente da ligeire- za ou superficialidade da conduta, não sendo possível a desclassificação para o crime de importunação sexual (art. 215-A do CP). Tem-se, ainda, a Súmula 593 do STJ: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente”. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Direito Processual Penal Lorena Ocampos 59 Durante inquérito policial que apura a prática de crimes de estelionato por Júlia, o delegado de polícia impediu que Breno, advogado de Júlia, pudesse ter acesso aos elementos de prova já produzidos e documentados nos autos da investigação. Sobre essa situação, é correto afirmar que (A) agiu corretamente o delegado, pois o inquérito é sigiloso. (B) agiu corretamente o delegado, visto que somente Jú- lia pode ter acesso aos autos do inquérito, inclusive aos elementos decorrentes de diligências em curso, ainda não documentadas. (C) agiu de forma equivocada o delegado, visto que ao advogado é sempre permitido o acesso aos elemen- tos já documentados nos autos do inquérito e a todos os elementos decorrentes de diligências em curso. (D) agiu de forma equivocada o delegado. O delegado de polícia é obrigado a permitir o acesso ao advogado de todos os elementos já documentados nos autos do inquérito. O delegado somente pode deixar de exibir diligência em curso ainda não documentada. Letra d. (A) Errada. O delegado agiu de forma equivocada. É o que dispõe a Súmula Vinculante 14: “É direito do defen- sor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedi- mento investigatório realizado por órgão com compe- tência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. (B) Errada. O delegado agiu de forma equivocada. É o que dispõe a Súmula Vinculante 14: “É direito do defen- sor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedi- mento investigatório realizado por órgão com compe- tência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. (C) Errada. O delegado realmente agiu de forma equivo- cada. No entanto, o erro da alternativa está em dizer que ao advogado sempre é permitido o acesso aos elemen- tos de prova. O aluno deverá verificar se os elementos já foram documentados nos autos do inquérito ou se ainda são diligências em curso. (D) Certa. É o que dispõe a Súmula Vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documen- tados em procedimento investigatório realizado por ór- gão com competência de polícia judiciária, digam respei- to ao exercício do direito de defesa”. 60 Bernardo é processado por dois homicídios dolosos du- plamente qualificados, roubo e tráfico de drogas. Após submetido a julgamento pelo plenário do Tribunal do Júri, o Conselho de Sentença composto pelos 7 jurados, na sala secreta, em resposta aos quesitos referentes aos crimes dolosos contra a vida, desclassificou as duas imputações. Em relação aos crimes conexos, é correto afirmar que: (A) o Conselho de Sentença deverá prosseguir no julga- mento na sala secreta e responder os quesitos quan- to aos crimes conexos. (B) o juiz presidente deverá julgar os crimes conexos. (C) o juiz presidente deverá remeter os crimes conexos ao juízo competente. (D) o juiz presidente deverá remeter os crimes conexos, após dissolver o Conselho de Sentença, a novo jul- gamento. Letra b. (A) Errada. O Conselho de Sentença não continuará no julgamento. (B) Certa. Nos termos do art. 74, § 3º, e art. 492 §§ 2º e 3º, todos do CPP, se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença. (C) Errada. O juiz deverá julgar e não remeter a outro juízo. (D) Errada. O juiz julgará, desde já, não sendo preciso submeter a novo julgamento. 61 Felipe agrediu Roberta, sua companheira, causando-lhe lesões corporais leves, o que foi objeto de ocorrência policial junto à delegacia especializada de atendimento à mulher. Após o encaminhamento do inquérito policial ao Ministério Público, mas em momento anterior ao oferecimento da denúncia, Roberta foi até o juízo com- petente e manifestou que queria o “arquivamento do caso”. Diante da situação hipotética narrada, é correto afirmar que o pedido de Roberta (A) não obsta o oferecimento da denúncia ou a adoção de medidas protetivas de urgência em prol de Roberta, mas não é possível a suspensão condicional do processo. (B) não obsta o oferecimento da denúncia ou a adoção de medidas protetivas de urgência em prol de Maria, sendo possível a suspensão condicional do processo. (C) deve ser interpretada como retratação da represen- tação, o que impede o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. (D) deve ser ratificado em juízo e, caso o seja, obstará o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Letra a. Trata-se do crime de lesões corporais no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei n. 11.340/2006) e há jurisprudência pacificada so- bre o tema, por exemplo, a Súmula n. 542 do STJ e a ADI n. 4424: Súmula n. 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. ADI n. 4424, STF: acordam os Ministros em "assentar a natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão corporal, pouco importando a extensão desta, praticado contra a mulher no ambiente doméstico". Nessas situações, o oferecimento da denúncia não de- pende da concordância da vítima. Além disso, nos termos da Súmula 536/STJ: a suspen- são condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Ma- ria da Penha. 62 Mario, 25 anos, figura como denunciado pelo crime de roubo. O magistrado, logo após receber a denúncia ofe- recida pelo Ministério Público, determina a citação pes- soal de Mario, a ser cumprida por oficial de justiça. O ofi- cial de justiça foi três vezes ao endereço constante dos autos, em dias da semana e horários diversos, e o réu não foi encontrado no local em nenhuma das oportuni- dades. A mãe do réu atendeu o oficial de justiça todas as vezes, sempre afirmando que seu filho não estava em casa. O oficial de justiça certifica nos autos do processo que o réu está se ocultando para não ser citado e resti- tui o mandado de citação ao juiz. Assinale a alternativa abaixo que indica como deverá ser feita a citação do réu. (A) O juiz devediligenciar para encontrar novo endereço. (B) O juiz deve determinar a citação por edital. (C) O juiz deve determinar a citação por hora certa. (D) O juiz deve decretar a revelia do réu. Letra c. (A) Errada. Trata-se de hipótese de citação por hora cer- ta. Ver comentário da letra C. (B) Errada. A citação por edital somente é determinada quando o réu não é localizado em nenhum dos endere- ços dos autos. No caso de Mario, ele mora no endereço, mas se oculta todas as vezes com o objetivo de não re- ceber a citação pelo oficial de justiça. (C) Certa. Nos termos do art. 362, verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certifica- rá a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (Re- dação dada pela Lei n. 11.719/2008). Além disso, a ju- risprudência já pacificou que é constitucional a citação com hora certa no âmbito do processo penal (STF. Ple- nário. RE 635145, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 01/08/2016 – repercussão geral). (D) Errada. Não é o caso de revelia, que somente será decretada nas hipóteses do art. 367 do CPP. 63 Joana, 31 anos, figura como indiciada em inquérito po- licial em que a autoridade policial investiga a prática do crime de furto qualificado (Pena: 2 a 8 anos de reclusão e multa). Durante as investigações, restou constatado que Joana possuía três condenações pela prática de crimes contra o patrimônio, com trânsito em julgado, e que ela seria autora de diversos outros crimes, ainda com proce- dimento em andamento. Considerando as informações narradas acima, no tocante ao tema de prisão e medidas cautelares diversas, assinale a alternativa correta. (A) Não é possível a prisão temporária de Joana, mas é admissível a decretação de sua prisão preventiva, em razão da reincidência, independentemente de requerimento do Ministério Público ou de represen- tação da autoridade policial. (B) É admissível a decretação da prisão preventiva de Joa- na, em razão da reincidência, desde que haja requeri- mento do Ministério Público ou representação da auto- ridade policial, mas não é cabível a prisão temporária. (C) É cabível a decretação da prisão temporária, diante do momento procedimental, bem como a decreta- ção da prisão preventiva em razão da reincidência, desde que haja requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial. (D) Não poderá o Ministério Público requerer a prisão preventiva, pois não cabe essa modalidade de prisão para Joana, nem a prisão temporária. Letra c. (A) Errada. A prisão preventiva não pode ser decretada de ofício (art. 311, CPP), devendo haver provocação pe- los legitimados. (B) Errada. Não é possível a decretação da prisão tem- porária de Bruno, tendo em vista que o crime a ele im- putado não se encontra no rol taxativo da Lei de Prisão Temporária (Lei n. 7.960/1989). (C) Certa. A prisão preventiva não pode ser decretada de ofício (art. 311, CPP), devendo haver provocação pe- los legitimados. Não é possível a decretação da prisão temporária de Bruno, tendo em vista que o crime a ele imputado não se encontra no rol taxativo da Lei de Pri- são Temporária (Lei n. 7.960/1989). É cabível a prisão preventiva, nos termos do art. 313, II, do CPP: 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o dis- posto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (D) Errada. É cabível a prisão preventiva, nos termos do art. 313, II, do CPP, bem como o Ministério Público é um dos legitimados a requerer a decretação da prisão (art. 311, do CPP). 64 Analise as situações hipotéticas a seguir e indique nas alternativas, respectivamente, o recurso cabível. Situação 1: Na primeira fase do procedimento bifásico do tribunal do júri, Pedro foi impronunciado; Situação 2: O magistrado ordenou a suspensão do pro- cesso, em virtude de questão prejudicial; Situação 3: O magistrado, após fazer o juízo de admis- sibilidade do recurso em sentido estrito, denegou o seguimento; Situação 4: No juizado especial criminal, o juiz rejeitou a queixa-crime oferecida no crime de injúria. (A) Apelação; apelação; carta testemunhável; apelação. (B) Apelação; recurso em sentido estrito; carta testemu- nhável; apelação. (C) Apelação; recurso em sentido estrito; recurso em sentido estrito; apelação. (D) Recurso em sentido estrito; recurso em sentido es- trito; recurso em sentido estrito; recurso em sentido estrito. Letra b. Situação 1: é cabível o recurso de apelação, nos termos do art. 416 do CPP. Situação 2: é cabível o recurso em sentido estrito, nos termos do art. 581, inciso XVI, do CPP. Situação 3: é cabível carta testemunhável, nos termos do art. 639 do CPP. Situação 4: é cabível o recurso de apelação, nos termos do art. 82 da Lei n. 9.099/1995. Direito do Trabalho Rogério Dias 65 A empresa Dreyer Ltda. elaborou um Plano de Demissão Voluntária, em novembro de 2022, sem participação do sindicato. Estabeleceu-se, no referido plano, que os em- pregados que fizessem adesão, receberiam suas verbas rescisórias, mais indenização. Roberta aderiu ao plano, sem qualquer ressalva. Nessa situação, (A) foi conferida quitação plena e irrevogável. (B) Roberta não poderá ajuizar ação em face da empre- sa, postulando direito inadimplido. (C) não enseja quitação plena e irrevogável. (D) não se admitem ressalvas em plano de demissão vo- luntária. Letra c. Atenção porque se trata de plano de demissão voluntá- ria lançado pela empresa, sem a participação do sindi- cato, ou seja, sem que seja por meio de convenção ou acordo coletivo. Por isso que não enseja quitação plena e irrevogável. Somente ensejaria quitação plena e irre- vogável se o plano fosse estabelecido por convenção ou acordo coletivo, conforme art. 477-B da CLT, o que não ocorreu no presente caso. 66 Cícero é empregado da empresa Brugger Ltda. e realiza suas atividades na rodoviária de um grande centro urba- no. Após ser dispensado, procurou você como advogado para postular adicional de insalubridade, pois somente recebia o salário mensal, sem qualquer adicional. Após ajuizada a ação, a empresa apresentou defesa e alegou que, apesar de o empregado trabalhar na limpeza dos banheiros da rodoviária, ele não estava exposto a agen- tes nocivos à sua saúde. Nesse caso, (A) o empregado tem direito a receber o adicional de in- salubridade em grau máximo. (B) o empregado não tem direito a receber o adicional de insalubridade. (C) ele deveria receber periculosidade, e não insalubridade. (D) o empregado teria direito ao adicional de penosidade. Letra a. A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de in- salubridade em grau máximo, conforme a Súmula 448, I, do TST. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 67 Tiago, motorista profissional, constantemente é multa- do por ultrapassar sinais vermelhos, os limites de velo- cidade e estacionar em lugares proibidos. Tiago foi noti- ficado da perda de sua habilitação, sem que a empresa fosse noticiada. Meses depois, a empresa tomou conhe- cimento de que o empregado não tinha mais sua habili- tação e procura o seu escritório para saber que medida adotar. Nessa situação, (A) a empresa pode dispensar o empregado por jus- ta causa. (B) o empregado deve ser suspenso pelo período da sus- pensão da habilitação. (C) haverá culpa recíproca. (D) o empregado somente pode ser dispensado sem jus- ta causa. Letra a. Consideram-se como falta grave: a perda da habilitação e/ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência deconduta dolosa do em- pregado. Portanto, o empregado pode ser dispensado por justa causa, segundo dispõe o art. 482, “m”, da CLT. 68 Patrícia era empregada da empresa Bueno Ltda. e exercia cargo de confiança, durante todo o período trabalhado. Em janeiro de 2022, Patrícia foi transferida para o Rio de Janeiro, por real necessidade do serviço, pelo período de seis meses. Quando do seu retorno, Patrícia foi dispen- sada, sem justa causa. Inconformada, procura o seu es- critório para saber acerca dos seus direitos. Nesse caso, (A) Patrícia tem direito ao adicional de transferência. (B) o adicional de transferência sempre é pago, seja transferência definitiva ou provisória. (C) Patrícia não tem direito ao adicional de transferên- cia, pois exercia função de confiança. (D) não existe previsão para o pagamento de adicional de transferência. Letra a. Em caso de necessidade de serviço, o empregador po- derá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado perce- bia naquela localidade, enquanto durar essa situação. O fato de o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adi- cional é a transferência provisória, de acordo com a OJ 113 da SDI-1 do TST. 69 A Faculdade Kelsen Ltda. resolveu construir sua nova sede. Com isso, contratou com a Construtora Obra Rápi- da Ltda., a referida construção. Após a entrega da obra, os empregados não receberam da construtora e preten- dem cobrar da faculdade o inadimplemento das obriga- ções trabalhistas. Nessa situação, (A) a faculdade tem responsabilidade solidária. (B) a faculdade tem responsabilidade subsidiária. (C) a faculdade não tem responsabilidade. (D) não há entendimento jurisprudencial sobre o assunto. Letra c. Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade so- lidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contra- ídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora, conforme OJ 191 da SDI-1 do TST. Direito Processual do Trabalho Aryanna Linhares 70 Laura’s Sorveteria Ltda. contratou Naldo para trabalhar como auxiliar de produção. O empregado trabalhou na empesa por 3 anos. Neste período, entretanto, não usufruiu férias e nada recebeu pelas horas extras rea- lizadas. Quando foi dispensado, Naldo, que é uma pes- soa bem tranquila, contratou você como um advogado, objetivando fazer um acordo com a ex-empregadora e não, propriamente, ajuizar uma reclamação trabalhista. Nesse caso, como advogado do ex-empregado, assinale a alternativa com a melhor medida a ser adotada. (A) Processo de homologação de acordo extrajudicial proposto em petição conjunta, sendo o ex-emprega- do e a ex-empregadora representados por advoga- dos distintos. (B) Processo de homologação de acordo extrajudicial proposto em petição conjunta, podendo as partes se valerem do jus postulandi. (C) Propor ação monitória e requerer ao juiz a expedição de mandado de pagamento. (D) Impetrar mandado de segurança contra o ato da ex- -empregadora. Letra a. (A) Certa. Nos termos do art. 855-B, caput, da CLT: “O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a repre- sentação das partes por advogado”. Os advogados de- vem ser distintos (art. 855-B, § 1º, da CLT). 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem (B) Errada. Nos termos do art. 855-B, caput, da CLT, no processo de homologação de acordo extrajudicial as partes devem ser representadas por advogado, logo é inaplicável o jus postulandi previsto no art. 791 da CLT. (C) Errada. A ação monitória é incabível, tendo em vista que exige prova escrita sem eficácia de título executivo (art. 700, CPC), a qual não há no presente caso. (D) Errada. O mandado de segurança é cabível em face de ato de autoridade coatora (art. 5º, LXIX, CF e art. 1º, Lei n. 12.016/2009), sendo incabível contra o ato do empregador. 71 Após trabalhar 10 anos para Fábrica de Biscoitos KiDelí- cia Ltda., Laura foi dispensada sem justa causa. Durante todo o período do contrato de trabalho, recebeu corre- tamente suas verbas trabalhistas. Ocorre que, no final do período contratual, Laura descobriu que a ex-empre- gadora jamais realizou os depósitos do FGTS e tampouco da multa de 40%. Inconformada, a ex-empregada pro- cura um advogado e submete sua demanda à Comissão de Conciliação Prévia. A ex-empregadora comparece à sessão designada e ambas celebram um acordo sem res- salvas. No termo de conciliação, a Fábrica de Biscoitos se comprometeu a pagar R$ 50.000,00 em 10 parcelas de R$ 5.000,00. Porém, não pagou uma sequer. Acerca do caso narrado, como advogado de Laura, assinale a alter- nativa correta. (A) Uma vez que o acordo não foi cumprido, Laura terá que ajuizar uma reclamação trabalhista na Justiça do Trabalho. (B) O termo de conciliação é título executivo extrajudicial, logo poderá ser diretamente executado na Justiça do Trabalho. Ele tem eficácia liberatória geral, inclusive quanto às parcelas expressamente ressalvadas. (C) Segundo o art. 876 da CLT, os termos de conciliação fir- mados perante as Comissões de Conciliação Prévia são títulos executivos extrajudiciais e, quando não cumpri- dos, podem ser executados na Justiça do Trabalho. (D) As Comissões de Conciliação Prévia foram extintas. Letra c. O acordo firmado perante as comissões de conciliação prévia tem eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas ressalvadas (art. 652-E, parágrafo único, CLT). Os acordos e os termos de conciliação firmados perante essas comissões são títulos executivos extrajudiciais e poderão ser diretamente executados na Justiça do Tra- balho, caso não cumpridos (art. 876, CLT). 72 José Reinaldo ajuíza reclamação trabalhista contra sua ex-empregadora, uma grande empresa pública, postu- lando horas extras, adicional noturno e diferenças sala- riais decorrentes da equiparação com Laura, que exercia a mesma função que ele, mas recebia 20% a mais. Todos os pedidos totalizaram 20 salários mínimos. Para com- provar suas alegações, José Reinaldo levou à audiência 3 testemunhas: Atílio, Maryana e Luana. O juiz, entretan- to, permitiu que ele ouvisse apenas 2 delas. Acerca da conduta do juiz, assinale a alternativa correta. (A) O procedimento sumaríssimo se aplica apenas às causas cujo valor não ultrapasse 2 salários mínimos. (B) Mesmo que o valor da causa não ultrapasse 40 sa- lários mínimos, o procedimento sumaríssimo não se aplica, pois a reclamada é uma empresa pública. Logo, o procedimento do caso é o ordinário e o nú- mero máximo de testemunhas é de 3 para cada parte. (C) O juiz está correto. Como o valor da causa não ultra- passa 40 salários mínimos, o procedimento no caso em questão é o sumaríssimo, no qual o número má- ximo de testemunhas é de 2 para cada parte. (D) Como o valor da causa não ultrapassa 40 salários mínimos, o procedimento no caso em questão é o sumaríssimo, entretanto, o número máximo de tes- temunhas é de 3 para cada parte. Logo, a atitude do juiz está incorreta. Letra c. O procedimento sumaríssimo se aplica aos dissídios indi- viduais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação (art. 855-A, CLT). Nesse procedimento, o número máxi- mo de testemunhas é de 2 para cada parte (art. 852-H, § 2º, CLT). Já no procedimento ordinário, o número máxi- mo é de 3 (arts. 821, CLT). O procedimento sumaríssimo aplica-se às empresas pú- blicas e sociedades de economia mista. Não se aplica apenas aos entes da administração direta (União, Esta- dos, Municípiose Distrito Federal), às autarquias e às fundações públicas (art. 852-A, parágrafo único, da CLT). 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem 73 José foi contratado pela empresa de Seguros Globais Ltda. Ele foi contratado no Rio de Janeiro para traba- lhar na filial da empresa situada na capital. Na empre- sa, todos se comunicavam em alemão, inclusive José, pois a filial cuidava da pós-venda dos seguros vendidos aos clientes alemães que vivem na América do Norte, América Central e América do Sul. O ritmo de trabalho era intenso. José fazia em média 2 horas extras por dia. Depois de 4 anos de trabalho, ele foi dispensado sem justa causa, recebendo apenas suas verbas rescisórias. José ajuizou reclamação trabalhista no Rio de Janeiro, postulando as horas extras realizadas. No dia da audi- ência, compareceu 1 testemunha, que não sabia falar português. Falava apenas alemão e inglês. Neste caso, assinale a alternativa correta. (A) Como a testemunha não fala português, não pode- rá ser ouvida no processo que corre na Justiça do Trabalho. (B) A testemunha será ouvida por intermédio de intér- prete, cujas despesas serão custeadas pela parte a que interessar o depoimento. (C) A testemunha será ouvida por intermédio de intér- prete, cujas despesas correrão por conta da parte sucumbente, salvo se beneficiária da justiça gratuita. (D) A testemunha será ouvida por intermédio de intér- prete, cujas despesas correrão por conta da parte su- cumbente, ainda que beneficiária de justiça gratuita. Letra c. Segundo o art. 819 da CLT, “o depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente”. As despesas correrão por conta da parte su- cumbente, salvo se beneficiária de justiça gratuita (art. 819, § 2º, CLT). 74 Dani foi contratada por Amélia para passar roupa em sua casa. Nas segundas, quartas e sextas-feiras, deveria passar apenas as camisas de Amélia e de seu marido. Nas terças e quintas, passaria as demais peças de roupa. Recebia 2 salários mínimos mensais. Finalizado o contra- to de trabalho, Dani ajuizou uma reclamação trabalhis- ta. Nela postulou as férias, acrescidas de 1/3, relativas aos 5 anos em que trabalhou para Amélia, pois jamais as usufruiu. Em defesa, a reclamada nega as alegações da reclamante, juntando o recibo de apenas 2 anos. O juiz proferiu sentença condenando a ex-empregadora ao pagamento de todas as férias postuladas. Em face da sentença, a reclamada pretende recorrer. Acerca do caso, assinale a alternativa correta, sabendo-se que a re- clamada não é beneficiária da justiça gratuita. (A) A reclamada deverá interpor recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, sendo isenta do depósito recur- sal, por ser empregadora doméstica. (B) A reclamada deverá interpor recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, efetuando o depósito recursal integral e recolhendo as custas processuais. (C) A reclamada deverá interpor recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, efetuando o depósito recursal reduzido à metade, estando isenta das custas. (D) A reclamada deverá interpor o recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, efetuando o depósito recursal reduzido à metade e recolhendo as custas processu- ais de forma integral. Letra d. A reclamante é empregada doméstica, uma vez que presta serviços de forma contínua, subordinada, onero- sa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana (art. 1º, LC n. 150/2015). A reclamada (ex-empregadora doméstica) poderá inter- por o recurso ordinário no prazo de 8 dias úteis, em face da sentença condenatória (art. 895, I, CLT). Para tanto, deverá recolher as custas de forma integral, uma vez que a legislação vigente não a isenta desse recolhimento. Deverá também realizar o deposito recursal reduzido à metade, como autoriza o art. 899, § 9º, da CLT. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Direito Previdenciário Fernando Maciel 75 Cláudio Santos é filiado ao RGPS na condição de segura- do empregado. Na data de 11 de abril de 2023, ao sair de casa pela manhã para se deslocar em direção ao seu local de trabalho, foi vítima de grave acidente de trânsi- to, cujas lesões lhe acarretaram o afastamento do seu emprego por 28 dias. Diante desse contexto fático e, levando-se em consideração o que dispõe a legislação previdenciária brasileira, assinale a alternativa correta. (A) Cláudio somente fará jus ao benefício de auxílio por incapacidade temporária se tiver cumprido a carên- cia mínima exigida para esse benefício. (B) Por ser vítima de um acidente de trânsito, Cláudio fará jus ao benefício de auxílio-acidente, o qual pressupõe uma incapacidade total e temporária para o trabalho. (C) Mesmo tendo ocorrido fora do horário e do local do trabalho, o acidente sofrido por Cláudio configura hi- pótese de acidente do trabalho por equiparação. (D) O acidente sofrido por Cláudio não será objeto de proteção previdenciária, pois o acidente de trajeto (in itinere) foi revogado pela Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017). Letra c. (A) Errada, pois de acordo com o art. 26, II, da Lei n. 8.213/1991, o antigo auxílio-doença, atualmente sendo denominado de auxílio por incapacidade temporária, dispensa carência no caso de acidentes de qualquer na- tureza, o que abrange os casos de acidente do trabalho, doméstico e de trânsito. (B) Errada, pois por ter ocorrido no deslocamento de casa para o trabalho, o acidente sofrido por Cláudio caracteri- za-se como um acidente de trajeto (in itinere), sendo um evento equiparado a um acidente do trabalho. Além disso, o enunciado não faz qualquer referência a eventual seque- la (incapacidade parcial e permanente) sofrida por Cláu- dio, motivo pelo qual ela não fará jus ao auxílio-acidente. (C) Certa, de acordo com o art. 21, IV, “d”, da Lei n. 8.213/1991, equipara-se a acidente do trabalho, para efeito de aplicação de lei previdenciária, o acidente so- frido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho, no percurso da residência para o local de traba- lho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de lo- comoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. (D) Errada, pois a Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) revogou as horas “in itinere”, instituto ju- rídico do Direito do Trabalho que se diferencia do aci- dente de trajeto, também denominado de acidente “in itinere”, que se encontra previsto no art. 21, IV, “d”, da Lei n. 8.213/1991 como uma espécie de acidente do tra- balho por equiparação. 76 A empresa Maxpremium Ltda. acabou de contratar um empregado para exercer a função de Auxiliar de Serviços Gerais, cuja remuneração mensal foi estipulada no valor de um salário mínimo mensal. Na hipótese de o empre- gado possuir filho menor de 14 anos, assinale a alterna- tiva correta em matéria de benefício de salário-família: (A) O segurado empregado não fará jus a receber o salá- rio-família, pois apenas os contribuintes individuais o recebem. (B) A concessão do salário-família está condicionada a apresentação de documentos obrigatórios pelo em- pregado, quais sejam a certidão de nascimento, o comprovante de vacinação obrigatória e o compro- vante de frequência escolar. (C) O salário-família terá sua renda mensal calculada de acordo com o salário de benefício do segurado. (D) Por ser um benefício de natureza previdenciária, a renda mensal do salário-família não poderá ser infe- rior ao valor de um salário mínimo. Letra b. (A) Errada, pois, conforme o art. 65 da Lei n. 8.213/1991, o benefício do salário-família somente é devido aos se- gurados empregado, doméstico e trabalhador avulso, não sendo extensível ao contribuinte individual. (B) Certa, pois, de acordo com o art. 67 da Lei n. 8.213/1991, o pagamento do salário-família é condicio- nado à apresentação da certidão de nascimento do filho, o comprovante anual de atestado de vacinação obriga- tória, bem como dacomprovação de frequência esco- lar do filho. (C) Errada, pois, de acordo com o art. 28 da Lei n. 8.213/1991, a renda mensal do salário-família não é cal- culada com base no salário de benefício. Ao contrário, a sua renda mensal será no valor de uma cota fixa estabe- lecida anualmente pelo Governo por meio de Portaria Interministerial, sendo que atualmente vigora a Portaria Interministerial MPS-MF n. 26/2023, que fixou a cota do salário-família em R$ 59,82 por filho. (D) Errada. Conforme referido nos comentários da letra C, a renda mensal do salário-família é fixada por Porta- ria Interministerial em valor abaixo do salário mínimo, sendo que isso é perfeitamente possível pois o salário- -família não é um benefício previdenciário substitutivo da renda do trabalhador, estes sim (exemplo aposen- tadoria) é que devem ter renda não inferior ao salá- rio mínimo. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem Direito Financeiro Anderson Ferreira 77 No processo de planejamento e orçamento da adminis- tração pública, os entes precisam definir objetivos e me- tas para certo período. Um advogado recém-aprovado no Exame da Ordem, que foi questionado acerca do planejamento e orçamento de um ente público, estava em dúvida sobre onde as diretrizes da política fiscal e respectivas metas deveriam constar. Um advogado mais experiente o orientou que deveriam ser inicialmente apresentadas no(a): (A) plano plurianual. (B) lei de responsabilidade fiscal. (C) lei orçamentária anual. (D) lei de diretrizes orçamentárias. Letra d. Das alternativas, a única que está correta é a letra D. Isso porque, de acordo com o § 2º do art. 165 da Cons- tituição, temos: Art. 165. (...) § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública fede- ral, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e res- pectivas metas, em consonância com trajetória sus- tentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de apli- cação das agências financeiras oficiais de fomento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) Portanto, a alternativa D está correta. 78 Com relação ao exercício financeiro, a aprovação legisla- tiva da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias é estabe- lecida para até (A) oito meses e meio antes do encerramento do exercí- cio financeiro. (B) o início do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente. (C) o final do primeiro período da sessão legislativa. (D) o final do segundo período da sessão legislativa. Letra c. Das alternativas, a única que está correta é a letra C. Isso porque o art. 35, § 2º, inciso II, do ADCT elucida os prazos para envio e devolução para sanção (aprovação legislativa) da LDO. Veja: Art. 35. (...) § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: (...) II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do en- cerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; (...) Portanto, a alternativa correta é a letra C. Direito Eleitoral Odair José 79 No último Censo Populacional, o IBGE (Instituo Brasilei- ro de Geografia e Estatística) constatou que o município Alfa contava com mais de 16 mil habitantes. Ao tomar conhecimento dessa informação, a Câmara de Vereado- res daquele município aprovou alteração na Lei Orgânica Municipal, aumentando o número de vereadores de 9 para 11. Ocorre que a Emenda foi aprovada há menos de 6 meses da data das eleições municipais, razão pela qual o presidente da Câmara Municipal ficou com dúvidas se a nova lei já teria validade para aquelas eleições. Diante desse impasse, o presidente da Câmara do mu- nicípio Alfa consultou você, como advogado, para escla- recer sobre a possibilidade ou não de aplicação do novo quantitativo de vagas para o Legislativo municipal. Assim, você deverá responder, corretamente, que (A) a nova lei não terá validade para as próximas elei- ções, porque fere o princípio da anualidade. (B) qualquer alteração que impacte o processo eleitoral não poderá ser aplicada na eleição imediata. (C) a nova lei terá validade, desde que a alteração tenha sido aprovada até a data limite das convenções parti- dárias do ano eleitoral. (D) a nova lei terá validade, desde que aprovada até a data limite para o registro de candidaturas. Letra c. (A) Errada. A alteração do número de vereadores não é afetada pelo princípio da anualidade disposto no art. 16 da CF/1988. (B) Errada. O princípio da anualidade, disposto no art. 16 da CF/1988, refere-se ao prazo de um ano da data de publicação até as eleições. Além disso, o legislativo local não tem competência para alterar o processo eleitoral, uma vez que se trata de matéria de competência privati- va da União. 1º Simulado – OAB – 1ª Fase do 38º Exame de Ordem (C) Certa. Trata-se de anterioridade mínima, conforme disposto na Resolução TSE n. 22.556/2007. (D) Errada. A data limite para o registro de candidaturas é 15 de agosto do ano eleitoral, a anterioridade mínima para aplicação da alteração do número de vereadores é a data limite das convenções partidárias, ou seja, 05 de agosto do ano eleitoral (Resolução TSE n. 22.556/2007). 80 João está no seu segundo mandato de Governador do estado Delta. Como goza de grande popularidade, pre- tende se desincompatibilizar no prazo legal para concor- rer ao cargo de Senador da República. Aproveitando sua liderança local e a grande visibilidade que a sua esposa, a sra. Maria, conquistou nos últimos anos em razão do seu ativismo em causas ambientais, ele resolveu indicá- -la como candidata do seu partido para sucedê-lo no Go- verno do estado. Contudo, ao tomar conhecimento das intenções do Go- vernador, o líder da oposição, deputado estadual Ma- nuel, ficou indignado. Por isso, procurou você, como advogado, para esclarecer sobre as possibilidades da candidatura da esposa do Governador. Assim, você deverá responder, corretamente, que (A) Maria não poderá se candidatar para o cargo de go- vernadora em razão da impossibilidade de alternân- cia de cônjuges no exercício do mesmo cargo por três mandatos consecutivos. (B) ainda que ocorra a desincompatibilização no prazo legal, João não poderá se candidatar ao cargo de Se- nador, por já ter cumprido dois mandatos consecuti- vos para um cargo majoritário. (C) caso Maria e João se divorciem antes de seis meses das eleições, a inelegibilidade reflexa não recairá sobre ela. (D) Maria não poderá se candidatar para o cargo de Go- vernadora, mas poderá se candidatar para o Legisla- tivo estadual, ainda que João não renuncie ao cargo de Governador no prazo legal. Letra a. (A) Certa. Trata-se de regra instituída no art. 14, § 7º, da Constituição Federal na jurisprudência do TSE, Ac.-TSE, de 31.3.2016, na Cta n. 8351: impossibilidade de alter- nância de cônjuges no exercício do mesmo cargo por três mandatos consecutivos. (B) Errada. João está impedido de concorrer a um tercei- ro mandato consecutivo para Governador (CF/1988, art. 14, § 5º), mas poderá concorrer a qualquer outro cargo, desde que se desincompatibilize do cargo de Governa- dor no prazo legal (seis meses da eleição. LC n. 64/1990, art. 1º, § 1º). (C) Errada. Súv.-STF n. 18/2009: “A dissolução da socie- dade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do art. 14 da Constituição Federal”. (D) Errada. Trata-se de inelegibilidade reflexa prevista no art. 14, § 7º, da CF/1988.