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Conteudista: Prof. Me. Marcus Vinicius Ferreira de Araújo Revisão Textual: Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin Objetivo da Unidade: Apresentar uma visão geral das bases moleculares sobre as quais a Genética se mantém, destacando a natureza e a função do material genético e a relação genótipo-fenótipo. Contextualização Material Teórico Material Complementar Referências Introdução à Genética Você já deve ter ouvido falar em alimentos transgênicos, terapia gênica, vacinas recombinantes, sequenciamento do genoma, clones, células-tronco e outros temas que fazem parte do nosso cotidiano. Contudo, o surgimento de tudo isso, e muitas outras coisas, só se tornou possível devido ao desenvolvimento de diversas áreas da Ciência, incluindo a Genética. A Genética é uma Ciência que estuda as leis da hereditariedade, ou seja, como as informações contidas nos genes são transmitidas de pais para filhos ao longo de gerações. Entretanto, mesmo a herança biológica sendo palco da curiosidade de muitas pessoas desde a pré-história, a Genética desenvolveu-se de maneira expressiva apenas no século XX, sendo, portanto, uma Ciência relativamente jovem. Gregor Johann Mendel (1822-1884), um monge austríaco, é considerado, hoje, o pai da Genética, por ter sido o primeiro a descobrir as bases fundamentais da herança, mesmo antes da descoberta dos genes. Mendel relatou, em 1865, seus resultados obtidos de experimentos de cruzamentos entre ervilhas de diferentes linhagens. Sua principal Teoria era de que as características, como cor e formato das ervilhas, eram resultado de pares de “elementos” hereditários, e que cada par determinava uma característica específica. 1 / 4 Contextualização Essas abordagens iniciais compõem o cerne da Genética Clássica, sendo fundamentais para a Genética Molecular. Apesar das importantes observações de Mendel, suas descobertas não foram reconhecidas por 35 anos, principalmente, devido à ausência de um melhor entendimento sobre a estrutura das células e os processos de divisão celular. Contudo, em 1900, com a descoberta desses fatos, os princípios de Mendel puderam ser aplicados e o seu trabalho passou a ser reconhecido por todo o mundo científico. Assim, o ano de 1900 se tornou um marco para o começo da era moderna da Genética. A partir disso, o crescimento da Genética se deu de forma acelerada. Passamos dos incompreendidos “elementos” de Mendel para a identificação de biomoléculas relacionadas aos genes e, portanto, à transmissão das características herdáveis. Em 1920, as evidências existentes levaram à conclusão de que o DNA é o material genético, a base química da herança. A partir da descoberta do DNA, a Genética clássica entrou em uma nova fase com o surgimento da Genética Molecular. Hoje, sabemos que os “elementos” de Mendel são os genes que expressam sua informação codificada no DNA das células e, graças à tecnologia molecular, sabemos como os genes funcionam, como são regulados e como os defeitos genéticos podem ser detectados, modificados ou corrigidos. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Apesar dos conceitos básicos da herança já terem sido elucidados, a genética permanece uma Disciplina em rápida expansão, proporcionando descobertas marcantes no campo da Genética Médica e da Agricultura, que vão desde o surgimento dos testes de paternidade, a criação de clones, a compreensão da base metabólica de centenas de distúrbios hereditários, o melhoramento genético de muitas espécies de plantas e animais de interesse comercial, até a possibilidade de identificação do genoma completo das espécies e formulação de microrganismos capazes de sintetizar substâncias de interesse humano. Site Revista Pesquisa Fapesp https://revistapesquisa.fapesp.br/ A Base Molecular da Informação Genética A capacidade das células de armazenar, obter e traduzir as instruções genéticas necessárias para manter o organismo vivo é essencial para a manutenção da vida. Essa informação hereditária é transmitida de uma célula à outra durante o processo de divisão celular, e de uma geração a outra por meio das células sexuais. As informações estão estocadas em genes e são convertidas em proteínas que se expressam no fenótipo que observamos em cada indivíduo. Quando estamos falando em células presentes no organismo, do ponto de vista genético, elas podem ser divididas em dois grandes grupos, que são: células germinativas e somáticas. Com exceção das células que desenvolvem os gametas (germinativas), todas as células do corpo são chamadas de células somáticas (soma, corpo). O genoma presente no núcleo das células somáticas humanas apresenta 46 cromossomos, distribuídos em 23 pares, sendo que 22 pares são semelhantes em homens e mulheres e são denominados autossomos, numerados do maior para o menor, e o par restante compreende os cromossomos sexuais. Esses cromossomos sexuais podem ser encontrados da seguinte forma: dois cromossomos X nas mulheres, e um cromossomo X e um cromossomo Y nos homens. 2 / 4 Material Teórico A informação presente nos genes é copiada e transmitida de uma célula para as células-filhas milhões de vezes durante a vida de um organismo multicelular, sobrevivendo a esse processo praticamente sem alterações. Que tipo de molécula pode ser capaz de uma replicação tão precisa e quase ilimitada? Como essa imensidão de informações, necessária ao desenvolvimento e à manutenção dos organismos, está organizada dentro de uma célula? Como a informação contida nos genes é convertida em proteínas? Propriedades do Material Genético Mesmo antes da descoberta da estrutura do DNA, já era indicado pelas pesquisas que o material genético deveria exibir três principais propriedades: Glossário Fenótipo: características observáveis de um organismo; Genes: elementos que contêm a informação que determina as características de uma espécie como um todo, bem como as de um indivíduo. Um segmento codificante do DNA; Proteínas: macromoléculas que realizam a maioria das funções celulares. Estrutura do DNA Toda a informação genética da síntese das diversas proteínas relacionadas à estrutura dos organismos e seus processos fisiológicos está contida em grandes macromoléculas chamadas ácidos nucleicos. Os ácidos nucleicos podem ser de dois tipos: ácido desoxirribonucleico (DNA), que tem esse nome por conter um açúcar desoxirribose em sua estrutura, e ácido ribonucleico (RNA), que contém o açúcar ribose. Em todos os organismos, com exceção dos vírus, o DNA é o único material genético. A molécula de DNA consiste em duas longas cadeias, as fitas de DNA, unidas entre si por pontes de hidrogênio e compostas por quatro tipos diferentes de subunidades nucleotídicas (Figura 1). Cada nucleotídeo do DNA é composto por um açúcar contendo cinco carbonos, a desoxirribose, um grupo fosfato e uma base nitrogenada, que pode ser Adenina (A), Timina (T), Citosina (C) ou Guanina (G) (Figura 2). A adenina e a guanina são chamadas de bases purinas, pois apresentam um anel duplo, enquanto a timina e a citosina são pirimidinas, pois apresentam apenas um anel em sua estrutura. Se cada célula de um organismo possui a mesma constituição genética, o material genético deve apresentar características na sua estrutura que permitam uma fiel replicação em cada divisão celular; Se o material genético codifica uma imensidão de proteínas expressas pelo organismo, ele deve apresentar um conteúdo informacional; Se as mutações atuam como base para a seleção evolutiva, o material genético deve ser capaz de mudar. Ao mesmo tempo, essa estrutura tem de ser estável para que os organismos possam se basear na informação codificada. As duas longas fitas de DNA se mantêm unidas em uma forma helicoidal por meio de pontes de hidrogênio entre duas bases. Assim, todas as bases nitrogenadas estão voltadas para o interior da dupla-hélice e o açúcar e fosfato se encontram na porção externa da molécula, formando o esqueleto da estrutura (Figura 1). A ligação entre as bases, ou seja, o pareamento é específico: adenina se pareia sempre com a timina, enquanto a citosina sempre se pareia com a guanina (Figura 1). Assim, quando se conhece a sequência de nucleotídeos de uma fita de DNA, a sequência da outra fita também é conhecida devido ao pareamento específico das bases. Essa característica de complementariedade entre as fitas da dupla-hélice permite que o DNA seja a única molécula capaz de armazenar e transmitir a informação genética ao longo das gerações. A forma como os nucleotídeos estão ligados nas duas fitas complementares confere uma polaridade química inversa à molécula. Como o bom exemplo citado por Alberts et al. (2010), se imaginarmos cada açúcar como um bloco com uma protuberância em um lado (o fosfato ligado no carbono 5) e uma cavidade do outro lado (uma hidroxila ligada ao carbono 3), cada cadeia completa, formada por protuberâncias e cavidades entrelaçadas, terá todas as suas subunidades alinhadas na mesma orientação (Figura 5). Além disso, as duas extremidades da cadeia serão facilmente distinguíveis por apresentarem uma delas, uma cavidade (hidroxila 3’), e a outra, uma protuberância (o fosfato 5’). Essa polaridade oposta é comumente chamada de extremidade 3’ e 5’ e os componentes de cada par de bases só se encaixam na fita dupla-hélice se as duas fitas estiverem na posição antiparalela (5’-3’ e 3’-5’) (Figura 1). Essa característica tem uma importante função nos processos de replicação, transcrição e recombinação do DNA. Figura 1 – Arranjo estrutural da dupla-hélice de DNA Fonte: Adaptada de MCINNES, 2008 Destacando a composição dos nucleotídeos, o pareamento específico entre as bases nitrogenadas, a ligação das duas cadeias de DNA por pontes de hidrogênio e a polaridade química inversa das duas fitas de DNA (5’-3’, 3’-5’). Note que o fosfato está ligado no carbono 5 da desoxirribose e o fosfato do nucleotídeo seguinte se liga no carbono 3 do nucleotídeo que o antecede. #ParaTodosVerem: Representação de uma fita de DNA. Na parte superior esquerda, encontra-se representado um nucleotídeo, que é representado por um grupo fosfato, círculo cinza, uma pentose, pentágono branco, e uma base nitrogenada, hexágono azul. Os nucleotídeos são ligados por meio das bases nitrogenadas, hexágonos azuis, por pontes de hidrogênio, pontilhado. Do lado esquerdo, está representada a dupla fita de DNA, duas fitas, uma azul clara e outra azul escura, que se mantêm ligadas por pontes de hidrogênio, representadas por cilindros brancos. Fim da descrição. Figura 2 – Representação das quatro bases do DNA Fonte: Adaptada de MCINNES, 2008 #ParaTodosVerem: Foto de uma ilustração da Figura 2. Representação das bases nitrogenadas constituintes do DNA. No canto superior esquerdo, está representada a Adenina. Na parte superior ao centro, está representada a Timina. No centro, ao lado direito, está sendo representado um nucleotídeo. No canto inferior esquerdo, está sendo representada a Guanina e no centro na porção inferior está sendo representada a Citosina. Fim da descrição. Figura 3 – Compactação da molécula de DNA em dupla hélice até o cromossomo Fonte: Adaptada de MCINNES, 2008 #ParaTodosVerem: Foto de uma ilustração. No lado esquerdo da figura, está sendo representada a dupla fita de DNA, com duas fitas entrelaçadas unidas por pontes de hidrogênio, representada por cilindros. A segunda figura da esquerda para a direita está representando uma fita de nucleossomo com a fita de DNA em azul, enrolando-se a proteína histona, um cilindro cinza. A terceira figura da esquerda para a direita está representando um solenoide, representado por estruturas circulares cinza presas umas às outras, e a figura da direita, um semicírculo em azul, representando o núcleo celular em interfase, mostrando a fita de DNA, uma linha entrelaçada. Fim da descrição. Genes e Cromossomos O conjunto completo de toda a informação genética (DNA) é chamado de genoma. A maior parte do DNA de um genoma está armazenada no núcleo de cada célula e uma pequena porção na mitocôndria. Toda a molécula de DNA presente no núcleo está acondicionada em forma de vários cromossomos. A molécula de DNA é muito maior do que o cromossomo. Desse modo, percebe-se claramente que o DNA é altamente compactado em um cromossomo. Para que isso aconteça, a enorme molécula linear de DNA é enrolada em proteínas associadas (histonas) que dobram e empacotam a fita de DNA em uma estrutura chamada nucleossomo. O nucleossomo dobra-se outras vezes até formar uma estrutura super-heleicoidizada, o cromossomo eucariótico (Figura 3). O DNA e as proteínas associadas formam a cromatina, o arcabouço dos cromossomos. O número de cromossomos no conjunto genômico básico é chamado de número haploide (n) e, normalmente, dentro do núcleo de uma célula somática, cada cromossomo possui duas (organismos diploides – 2n) ou mais (poliploides) cópias. Por exemplo, o genoma humano, em seu conjunto básico, está contido em 23 cromossomos de tamanho e formas diferentes (n=23 e 2n=46). A maioria dos animais e plantas é diploide, ou seja, possui dois conjuntos completos de DNA, enquanto os fungos são haploides e procariontes são monoploides, ou seja, possuem uma única molécula de DNA, normalmente circular, acondicionada em um único cromossomo. O conjunto de cromossomos presentes no organismo da mesma espécie possui um número específico de cromossomos (Tabela 1). Tabela 1 – Número de pares de cromossomos (2n) em diferentes espécies de plantas e animais Nomes científico e vulgar Número de cromossomos (2n) Ascaris megalocefala var. univalentes (lombriga de cavalo) 2 Culex pipiens (mosquito) 6 Drosophila melanogaster (mosca-de-frutas) 8 Didelphis paraguayensis (gambá ou timbu) 22 Rattus rattus (rato) 42 Macaca mulatta (macaco) 42 Homo sapiens (homem) 46 Gorilla gorilla (gorila) 48 Capra hircus (cabra) 60 Equus caballus (cavalo) 66 Columba livia (pomba) 80 Cucumis sativus (pepino) 14 Carica papaya (mamão) 18 Solanum lycopersicum (tomate) 24 Avena sativa (aveia) 42 Solanum tuberosum (batata) 48 Gossypium hirsutum (algodão) 52 Saccharum o�cinarum (cana- de-açúcar) 80 Fonte: Adaptada de JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2012 Cada célula de um organismo diploide, com exceção das células sexuais e das hemácias que não possuem DNA, possui 2 cópias de cada cromossomo, uma herdada da mãe e outra do pai. Os membros de um par de cromossomos são chamados de cromossomos homólogos, porque são idênticos. No homem, o único par de cromossomos não homólogos é o cromossomo sexual do macho, no qual o cromossomo Y é herdado do pai e o cromossomo X é herdado da mãe. Assim, cada célula humana contém 22 pares de cromossomos comuns a ambos os sexos (são os cromossomos autossomos) e 1 par de cromossomos sexuais (XY no sexo masculino e XX no feminino). As sequências de DNA de um par de homólogos geralmente são iguais. Assim, elas possuem os mesmos genes (sequências específicas de DNA) nas mesmas posições relativas. A representação do conjunto completo de cromossomos é chamada de cariótipo (Figura 4). Anormalidades cromossômicas (perda ou alteração) podem ser detectadas no cariótipo por diferenças no padrão das bandas ou no padrão coloração dos cromossomos. Figura 4 – Cariótipo humano Fonte: Adaptada de SNUSTAD; SIMMONS, 2013 Cromossomos ordenados artificialmente de acordo com a sua numeração. Os cromossomos de um indivíduo do sexo masculino foram isolados de uma célula em divisão mitótica e, por isso, estão altamente compactados. A coloração permite uma identificação precisa ao microscópio óptico. #ParaTodosVerem: Foto de uma fotografia. Fundo preto e, em destaque, os cromossomos humanos, destacados em azul, com a sua numeração, destacada em vermelho. Os cromossomos são colocados em ordem numérica, sendo esta iniciada no canto superior esquerdo, com o número 1, e terminando no canto inferior esquerdo com o cromossomo Y. Fim da descrição. Em todos os organismos, os cromossomos carregam os genes, segmentos do DNA, que contém as instruções para produzir uma determinada proteína ou até mesmo moléculas de RNA. Entretanto, além dos genes, os cromossomos de eucariotos possuem um excesso enorme de DNA intercalante que parece não conter informação relevante. A quantidade de DNA intercalante entre os genes resulta nos variados tamanhos de genoma entre as diferentes espécies (o genoma humano é 200 vezes maior do que o da levedura Saccharomyces cerevisiae, mas é 30 vezes menor do que de algumas plantas e dos anfíbios), mesmo entre organismos similares que apresentam praticamente o mesmo número de genes, entre os peixes ósseos, por exemplo, o genoma pode variar centenas de vezes. Essa porção intercalante do DNA ainda não teve sua utilidade comprovada. Outra fonte de variação do genoma entre as espécies é a presença de íntrons, regiões não codificantes do gene. O tamanho da região codificante (éxons) de um gene é geralmente constante entre as espécies, ao passo que o tamanho e a frequência dos íntrons é variável. Replicação Semiconservativa Antes de cada processo de divisão celular (apresentado no volume II), as células devem duplicar seu DNA com extrema precisão. A característica de complementariedade das fitas de DNA, discutida anteriormente, é a base para o processo de replicação. Se as duas fitas de DNA forem separadas, rompendo as pontes de hidrogênio entre os pares de base nitrogenadas, cada fita parental isolada servirá como molde para a síntese de uma nova fita filha de DNA complementar (Figura 5). Como cada uma das fitas complementares da dupla-hélice é conservada, esse mecanismo é chamado de replicação semiconservativa. Mas como isso ocorre (Figura 6)? Durante o processo de replicação, a molécula de DNA possui uma região no qual a dupla-hélice é desenrolada para produzir as duas fitas únicas que servirão como moldes para a cópia de DNA. Essa região recebeu o nome de forquilha de replicação devido à sua estrutura em forma de Y. Na forquilha de replicação, há a presença de enzimas, como helicase, topoisomerase e a DNA- polimerase III. A helicase é responsável por romper as pontes de hidrogênio abrindo a dupla-hélice, a topoisomerase impede a maior helicoidização da molécula de DNA, enquanto a DNA-polimerase III sintetiza o DNA das duas fitas novas (Figura 6). À medida que a DNA-polimerase avança, a dupla-hélice é continuamente desenrolada na frente da enzima para expor mais as fitas de DNA que atuarão como moldes. No entanto, é importante lembrar que as fitas de DNA estão orientadas em sentido antiparalelo e, sendo assim, uma fita deve ser polimerizada na direção 5’-3’ e outra na direção 3’-5’ (Figura 6). Para isso seria necessária a atuação de duas polimerases diferentes, mas todas as enzimas polimerases descobertas polimerizam a molécula de DNA apenas na direção 5’-3’. Desse modo, ambas as fitas são construídas no mesmo sentido. A síntese da fita que está sendo copiada no sentido 5’-3’ ocorre continuamente, sendo chamada de fita contínua. A fita que está sendo copiada no sentido 3’-5’, fita descontínua, aumenta pela síntese de pequenos fragmentos (sintetizados no sentido 5’-3’). Esses trechos curtos de DNA recém-sintetizados são chamados de fragmentos de Okazaki. Por fim, esses fragmentos são unidos pela enzima DNA-ligase produzindo uma nova fita completa de DNA (Figura 6). Outro importante ponto no processo de replicação é que a DNA-polimerase III apenas amplia uma cadeia, mas não começa o processo. Figura 5 – A dupla-hélice de DNA atua como molde para a síntese de uma nova fita filha de DNA Fonte: Adaptada de ALBERTS, 2017 #ParaTodosVerem: Representação de um processo de replicação do DNA. No lado esquerdo da figura, encontra-se a dupla hélice de DNA parental, destacada com cor amarela, sendo ligadas pelas bases nitrogenadas representadas por figuras retangulares azuis, verdes, rosas e amarelas. No canto superior e inferior direito, estão representadas as duplas hélices de DNA filhas, sendo a fita molde representada pela cor amarela e a fita nova representada pela cor vermelha, ambas ligadas por bases nitrogenadas. Fim da descrição. Desse modo, para que a polimerase atue, é necessário um iniciador (primer), uma cadeia curta de nucleotídeos que se liga à fita molde. Na fita contínua, apenas um iniciador é necessário, já na fita descontínua, cada fragmento de Okazaki possui seu próprio iniciador. Os primers são produzidos pela enzima primase, um tipo de RNA polimerase, que sintetiza um pequeno trecho (8 a 12 nucleotídeos) de RNA complementar a uma região iniciadora. Essa cadeia de RNA é então ampliada pela DNA-polimerase III. Após a replicação, a DNA- polimerase retira os primers e preenche os espaços com DNA (Figura 6). Saiba Mais O processo de replicação do DNA é bem mais conhecido em organismos procariontes do que em eucariontes. Contudo, existem grandes indícios que permitem concluir que esse processo é basicamente o mesmo em ambos, com apenas alguns aspectos únicos em organismos eucariontes. Por exemplo, a síntese de DNA ocorre em um trecho pequeno e específico do ciclo celular, diferente dos procariontes, em que o processo ocorre continuamente. Além disso, os cromossomos eucarióticos possuem múltiplas origens de replicação e utilizam duas diferentes polimerases para síntese de cada uma das fitas de DNA, ao invés de usar dois complexos catalíticos de uma DNA polimerase como em procariontes. Figura 6 – Processo de replicação semiconservativa do DNA Fonte: Adaptada de PIMENTEL, 2013 Ilustrando as proteínas que atuam na forquilha de replicação e a diferença do processo de síntese entre as fitas contínua (líder) e descontínua com os fragmentos de Okazaki. #ParaTodosVerem: Foto de uma ilustração. Representação do processo de replicação semiconservativa da fita de DNA. No canto superior esquerdo, está sendo demonstrada a forquilha de replicação com a fita líder, uma linha marrom contínua, e a fita tardia, uma linha pontilhada azul e marrom. No centro, do lado direito, está sendo demonstrada a ação da enzima helicase. Abaixo, da esquerda para a direita, está sendo demonstrada a síntese da nova fita de DNA com a fita parental marrom e a fita tardia em bege e, na sequência, um fragmento de Okazaki, destacado em azul. Fim da descrição. Reparo do Dna e Mutação Mecanismos de Reparo do DNA A replicação do DNA é altamente precisa e fiel, ocorrendo poucos erros ao longo de todo o processo – cerca de um erro a cada bilhão de pares de bases. Essa alta precisão é necessária para manter a carga de mutação em um nível tolerável, principalmente, em genomas grandes como os de mamíferos, e isso só é possível devido a uma variedade de mecanismos de reparo. O mecanismo de revisão e reparo mais importante é feito pela atividade de exonuclease da própria DNA polimerase, que examina as fitas crescentes de DNA durante a sua síntese, eliminando qualquer base mal pareada, e a corrigindo. Adicionalmente, existem duas outras vias comuns de reparo que reconhecem bases danificadas, como bases desaminadas oxidadas etc. A primeira é chamada de reparo por excisão de base e envolve uma série de enzimas que são capazes de reconhecer um tipo específico de base anormal na molécula de DNA e retirá-la para que, em seguida, uma DNA polimerase preencha. A segunda via, a de reparo por excisão de nucleotídeo, remove lesões maiores. Nesse caso, um complexo multienzimático verifica o DNA à procura de distorções na dupla- hélice ao invés de uma alteração específica de base. Quando uma lesão volumosa é encontrada, uma enzima nuclease de excisão cliva os dois lados da distorção e retira os nucleotídeos contendo as bases danificadas. O espaço resultante na fita recém-sintetizada é, então, corrigido pela DNA-polimerase. Mutação Nem sempre o processo de revisão e reparo é eficiente, de modo que, em uma baixa frequência: Essas alterações têm potencial para interferir e modificar a informação codificada pelos genes e são chamadas de mutações. Assim, a mutação se refere a qualquer mudança herdável no genótipo de um organismo e, portanto, em seu fenótipo. A mutação é a principal responsável pela variação genética entre os organismos, atuando como a base para a evolução. Alguns nucleotídeos podem ser incorporados e mantidos erroneamente nas cadeias crescentes de DNA; Trechos de nucleotídeos podem ser deletados, duplicados ou rearranjados na estrutura geral da molécula. Glossário Genótipo: a constituição genética de um organismo. Se não houvesse a mutação, todos os genes seriam de uma única forma, o que impossibilitaria a evolução dos organismos e sua adaptação às mudanças ambientais. Ao mesmo tempo, se as mutações ocorressem com frequência, elas interfeririam na precisão da transferência da informação genética ao longo das gerações. Além disso, a maioria das mutações com efeitos fenotípicos é deletéria aos organismos. Por isso, a taxa de mutação está também sob controle genético e existem mecanismos que regulam o nível de mutações que ocorrem nas várias condições. As mutações podem ocorrer em todas as células e em todos os genes dos organismos durante qualquer estágio da vida. A capacidade dessa mutação resultar em efeitos imediatos e produzir uma alteração fenotípica depende da sua dominância, do tipo de célula em que ocorre e do estágio de vida do organismo. Se uma mutação ocorre em uma célula somática (qualquer célula responsável pela formação de tecidos e órgãos), a característica mutante resultante só ocorrerá nos descendentes dessa célula. Se uma mutação dominante ocorre em uma célula germinativa (célula sexual), seus efeitos serão expressos na prole. As mutações gênicas também podem surgir espontaneamente, quando ocorrem naturalmente, sem causa conhecida, ou induzidas após a exposição a agentes físicos e químicos que causam alterações no DNA, como luz ultravioleta, radiação ionizante, agentes químicos tóxicos etc. As mutações espontâneas podem ser reflexo do processo de replicação do DNA ou de lesões espontâneas e de ocorrência natural no DNA. Toda a informação genética codificada na molécula de DNA é traduzida em uma gama de proteínas com ação catalítica, estrutural ou reguladora que participam de vários processos metabólicos no organismo. Em uma célula eucariótica, o DNA está localizado no núcleo e as proteínas no citoplasma, de modo que a informação genética não é transferida diretamente do DNA para a proteína. Portanto, há a necessidade de uma molécula intermediária nesse processo. Quando a célula precisa de uma determinada proteína, uma sequência específica de nucleotídeos do DNA é copiada sob a forma de RNA, sendo esta a molécula responsável por direcionar a síntese proteica. Assim como o DNA, o RNA é um ácido nucleico, mas há algumas diferenças entre eles (Figura 7): O RNA é uma cadeia unifilamentar de nucleotídeos e não uma dupla-hélice como o DNA; O RNA possui o açúcar ribose na composição de seus nucleotídeos e não desoxirribose como no DNA; Os nucleotídeos do RNA podem ser compostos por 4 bases nitrogenadas diferentes, a Adenina, Citosina, Guanina e a Uracila (U) que está no lugar da Timina presente na molécula de DNA. A uracila se pareia com a adenina do mesmo modo que a timina; O RNA, diferentemente do DNA, pode atuar como enzima catalisando reações biológicas. Figura 7 – Diferenças na estrutura do DNA e RNA Fonte: Adaptada do SNL #ParaTodosVerem: Foto de uma figura. Representação das fitas de RNA e DNA. No lado superior esquerdo, está sendo representada a fita de RNA, com uma linha preta com projeções em marrom, azul e roxo. No lado superior esquerdo, está sendo representada a fita de DNA, linhas entrelaçadas, sendo uma cinza clara e outra cinza escura, sendo unidas por bastões azuis claros e escuros e roxo claro e escuro. Ao centro do lado esquerdo, a fita de RNA está desmontando as bases nitrogenadas: U em marrom, A em azul, C roxo. Ao centro, do lado direito, estão demonstradas as bases nitrogenadas do DNA: A, azul escuro, T, azul claro, G, roxo escuro e C roxo claro. Na parte inferior esquerda, está sendo representada a ligação entre as bases nitrogenadas do RNA A em azul, com U em marrom e G em roxo com C em rosa. No canto inferior direito, está sendo representada a ligação entre as bases nitrogenadas do DNA A em azul, com T em verde e G em roxo, com C em rosa. Fim da descrição. Existem três principais tipos de moléculas de RNA com importante papel na expressão gênica: RNA mensageiro (RNAm), transportador (RNAt) e ribossômico (RNAr). Veremos a importância de cada um deles nos próximos tópicos. Transcrição e Tradução Duas etapas estão envolvidas com a expressão da informação genética (do DNA à proteína: O processo de transferência da informação genética: DNA → RNA. Proteína é conhecido como o Dogma Central da Genética Molecular. Transcrição Como vimos, o primeiro passo para a transferência da informação genética é sintetizar uma molécula de RNA que seja complementar à sequência de bases da molécula de DNA. Esse RNA é chamado de RNA mensageiro (RNAm). Consideremos a transcrição de um segmento cromossômico específico que constitui um gene. Inicialmente, as duas fitas de DNA são separadas e uma delas atua como molde para a síntese de RNAm. A sequência de nucleotídeos do RNAm é determinada pela complementariedade do pareamento de bases com a molécula de DNA, portanto, A pareia com T no DNA, C pareia com G, G pareia com C e U do RNAm pareia com A do DNA (Figura 8). Transcrição, transferência da informação genética do DNA ao RNA; Tradução, transferência da informação do RNA à proteína. Os nucleotídeos da cadeia de RNAm são unidos por ligação fosfodiéster pela enzima RNA- polimerase, que atua de modo semelhante a DNA-polimerase. Em procariotos, uma única RNA-polimerase catalisa a transcrição, enquanto eucariotos possuem três: RNA-polimerase I, II e III. A fita de RNAm não permanece ligada por pontes de hidrogênio à fita molde de DNA. Assim, a sua liberação sob a forma de fita simples é quase imediata. Além disso, como esses RNAm são provenientes de uma região específica do DNA, sua cadeia é bem menor que a de uma molécula de DNA. Desse modo, muitas cópias de RNAm podem ser sintetizadas a partir do mesmo gene em um espaço curto de tempo. Figura 8 – Esquema geral da transcrição Fonte: Adaptada de PIMENTEL, 2013 #ParaTodosVerem: Representação do processo de transcrição do RNA. Na parte superior da figura, encontra-se a fita de DNA em azul, enrolada na proteína histona em Laranja. Logo abaixo, a fita de DNA vai se descondensando e se tornado mais esticada. Agora, a fita sofre ação da RNA polimerase, figura ovalada que deslisa sobre a fita de DNA. Na parte inferior da figura, encontra-se a fita de RNA, que será lida pelo ribossomo, figura ovalada cinza. Fim da descrição. De acordo com o que já foi mencionado, um gene é uma região específica da molécula de DNA que codifica a informação de uma determinada proteína. Portanto, para que a RNA-polimerase possa transcrever um gene, é necessário que ela reconheça o seu início e término no genoma. Para isso, existe uma sequência específica no DNA, chamada de promotor, situada próxima ao início da região de transcrição, que é reconhecida pela RNA-polimerase. Essa sequência é sempre conservada. Em eucariontes, fatores de transcrição reconhecem e se ligam à região promotora no DNA, formando um complexo de iniciação que é, então, reconhecido pela RNA-polimerase (Figura 8). Os fatores de transcrição devem interagir com os promotores na sequência correta para iniciar efetivamente a transcrição. Do mesmo modo que há uma sequência específica sinalizando o início da transcrição, há também um sinal de término. Em geral, após a transcrição em procariontes, ocorre a síntese de uma sequência autocomplementar no RNAm. Assim, a fita de RNAm se dobra sobre ela mesma nessa região, interrompendo a ação da RNA- polimerase e reestabelecendo a dupla fita de DNA. Em eucariotos, ocorre uma clivagem do transcrito primário (RNAm), proveniente da ação da RNA-polimerase II, em uma região 11 a 30 nucleotídeos à frente de uma sequência conservada de término. Em seguida, são adicionadas caudas poli (A) (cerca de 200 A), que aumentam a estabilidade da molécula de RNAm, além de auxiliarem no seu transporte do núcleo para o citoplasma. Por fim, as sequências não codificantes de proteína presentes nos genes, os íntrons, são removidos do transcrito e as sequências codificantes, os éxons, são unidas. Desse modo, a molécula de RNAm madura se torna pronta para sair do núcleo por meio do poro nuclear, sendo direcionada ao citoplasma, no qual o processo de tradução ocorre. Figura 9 – Início do processo de transcrição em eucariotos Fonte: Adaptada de ALBERTS, 2017 #ParaTodosVerem: Processo de transcrição em eucariotos. Parte superior da figura representando a dupla fita de DNA com TATA box em cinza e o restante do DNA em amarelo. Logo abaixo, tem-se início ao processo de transcrição com ação do TBP em verde escuro e TFIID em verde claro. Ao centro da figura, aparece a abertura da fita de DNA, em amarelo. Na parte inferior da figura, observa-se a fita de RNA, em azul, recém-formada. Fim da descrição. Tradução e Código Genético O processo de tradução envolve a transferência da informação genética de RNA à proteína. Sendo o RNA constituído por uma combinação de 4 bases nitrogenadas e as proteínas por 20 aminoácidos, não é plausível que a tradução seja uma relação direta entre nucleotídeos e aminoácidos. Desse modo, um aminoácido é determinado por um ou mais códons e cada códon possui 3 nucleotídeos (trinca de bases) (Tabela 2). O conjunto desses códons é chamado de código genético e é utilizado universalmente para todos os organismos. O processo de tradução ocorre no citoplasma, mais especificamente nos ribossomos. Os ribossomos são organelas formadas pela associação de RNAs ribossomais (RNAr) que e se encontram divididos em uma subunidade grande e outra pequena. Durante a tradução, as duas subunidades se unem sobre uma molécula de RNAm. A subunidade menor do RNAr possui uma região com a qual o RNA transportador (RNAt) pode se parear ao RNAm, enquanto a subunidade maior catalisa as ligações peptídicas que irão unir os aminoácidos. O RNAt possui uma trinca de nucleotídeos, o anticódon, que é complementar e faz pares de base com a sequência códon do RNAm. Existem de 1 a 4 RNAt para cada um dos 20 aminoácidos. O RNAm é, então, conduzido através do ribossomo e, assim que seus códons encontram os sítios ativos dos ribossomos, a sequência de nucleotídeos do RNAm é traduzida em aminoácidos com a utilização dos RNAt que atuam como adaptadores nesse processo, adicionando cada aminoácido na sequência correta à extremidade da cadeia polipeptídica em construção. Assim que o ribossomo encontra um códon de término, a proteína é liberada (Figura 10). Tabela 2 – O código genético Primeira Base Segunda Base Terceira Base U C A G U Phe Phe Leu Leu Ser Ser Ser Ser Tyr Tyr Stop Stop Cys Cys Stop Trp U C A G C Leu Leu Leu Leu Pro TP Pro Pro His His Gln Gln Arg Arg Arg Arg U C A G A Ile Ile Thr Thr Asn Asn Ser Ser U C Ile Met Thr Thr Lys Lys Arg Arg A G G Val Val Val Val Ala Ala Ala Ala Asp Asp Glu Glu Gly Gly Gly Gly U C A G Ala: alanina; Arg: arginina; Asn: asparagina; Asp: ácido aspártico; Cys: cisteína; Glu N: glutamina; Glu: ácido glutâmico; Gly: glicina; His: histidina; Ileu: isoleucina. Leu: leucina; Lys: lisina; Met: metionina; Phe: fenilalanina; Ser: serina; Thr: treonina; Try: triptofano; Tyr: tirosina; Val: valina; STOP: terminal. Fonte: Adaptada de MCINNES, 2008 Figura 10 – Visão geral do processo de transcrição e tradução Fonte: Adaptada de GRIFFITHS, 2009 A) Uma fita de DNA é o molde para a transcrição do gene, o RNA é transcrito na direção 5-para-3 usando DNA orientado na direção 3-para-5; B) À medida que um gene é transcrito, o grupo 3-hidroxila no açúcar (S) no final da fita de RNA em crescimento se liga ao grupo 5-fosfato (P); C) Para formar uma ligação fosfodiéster, o 3-hidroxila é desprotonado e atua como um nucleófilo. #ParaTodosVerem: Na parte superior da figura, observa-se a dupla fita de DNA, em azul, com uma bolha de transcrição na qual se encontra a RNA polimerase, círculo roxo. Ao centro da imagem, observa-se a fita de RNA, em vermelho e a fita molde de DNA, em azul. Na parte inferior da figura, observa-se a RNA polimerase, círculo roxo, realizando a uma ligação fosfodiéster, o 3-hidroxila é desprotonado e atua como um nucleófilo, círculo laranja e pentágono roxo. Fim da descrição. A Importância da Genética na Área da Saúde No início do século XX, a genética começou a ser associada com a área da saúde, quando foi possível se notar como as Leis mendelianas relacionadas à hereditariedade poderiam ser utilizadas para explicar a recorrência de determinados transtornos nas famílias. Desde então, a genética se tornou uma Área da Ciência reconhecida e, agora, com conceitos e abordagens de grande valia para diagnóstico e tratamento de muitas doenças, tanto as comuns quanto as raras. O desenvolvimento e a conclusão do Projeto Genoma Humano, com o intuito de determinar a sequência completa do genoma humano, definido como a soma total de informações genéticas da nossa espécie (o sufixo -oma significa, em grego, “todo” ou “completo”), veio para alavancar ainda mais a genética, pois com o conhecimento do genoma total, é possível uma maior compreensão e associação de fatos e características apresentadas pelos seres humanos, sendo de grande importância para os estudos da interação entre gene e meio ambiente, mesmo que cada ser humano seja único, ele apresenta um fenótipo que o diferencia dos demais, assim como a sua interação com o ambiente em que vive. O estudo da Genética pode ser considerado um aliado na elaboração do planejamento alimentar do paciente, auxiliando a compreender qual o impacto que um alimento pode promover em um determinado organismo. Nesse contexto, a nutrigenômica tem por objetivo melhorar a recomendação alimentar personalizada estudando a forma como diferentes nutrientes estão relacionados a possíveis mudanças na expressão gênica, ao passo que a Nutrigenética visa a entender as diferenças entre os indivíduos de uma mesma espécie em relação à sua interação com um determinado nutriente ou dieta específica, com base na recomendação dietética totalmente personalizada, avaliando quais os efeitos da variação genética na interação dieta-doença, envolvendo a identificação e a caracterização do gene a ser avaliado e a melhor dieta alimentar possível. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livro Ciência do DNA MICLOS, D. A.; FREYER, G. A.; CROTTY, D. A. A. Ciência do DNA. 2. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2005. Vídeos DNA - A Construção Social da Descoberta 3 / 4 Material Complementar DNA - A Construção Social da Descoberta https://www.youtube.com/watch?v=zaSzjTkaM18 DNA Structure and Replication: Crash Course Biology Transcrição e Tradução DNA Structure and Replication: Crash Course Biology #10 DNA: transcrição e tradução https://www.youtube.com/watch?v=8kK2zwjRV0M https://www.youtube.com/watch?v=oxBPO_xTFD4 Leitura O Vigésimo Primeiro e o Vigésimo Segundo Aminoácidos: o Código Genético Expandido Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Quebra-cabeças da Complexidade Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE http://media.wix.com/ugd/b703be_6531bf85b3c144eb854ccc9727cecfb9.pdf https://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2003/04/15_GENOMA.pdf?9eae6e ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. BECKER, R. O.; BARBOSA, B. L. F. Genética básica. Porto Alegre: Grupo A, 2018. COMINETTI, C.; ROGERO, M. M.; HORST, M. A. Genômica nutricional: dos fundamentos à nutrição molecular. São Paulo: Manole, 2016. GRIFFITHS, A. J. F. et al. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 9. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2012. KLUG, W. S. et al. Conceitos de genética. Porto Alegre: Grupo A, 2010. LODISH, H. et al. Biologia celular e molecular. Porto Alegre: Grupo A, 2014. MCINNES, R. R. Thompson & Thompson genética médica. São Paulo: Grupo GEN, 2016. PIMENTEL, M. et al. Genética essencial. São Paulo: Grupo GEN, 2013. PORTO, V. B. Genética. 2. ed. Fortaleza: EdUECE, 2015. SNUSTAD, D. P.; MICHAEL, J.; SIMMONS, M. J. Fundamentos de genética. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 4 / 4 Referências WATSON, J. D. et al. Molecular biology of the gene. 7. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2015.