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TCC Glaucia - Importância do Lúdico

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O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre a importância do ato de brincar na educação infantil, de modo a entender o papel do lúdico no desenvolvimento da aprendizagem escolar das crianças. Neste contexto, relata-se sobre o ato de brincar, jogos e brinquedos, a importância do lúdico no processo de aprendizagem e o papel do educador no ato de brincar. Para tal, foram utilizados os resultados de pesquisas sobre a utilização de brincadeiras como um método didático eficaz no desenvolvimento da criança, bem como da importância do professor neste processo. Por conseguinte, verifica-se a importância de gerar oportunidades para que a criança possa se colocar no mundo através das atividades autênticas e expressivas incluindo a expressão corporal, os jogos e principalmente a arte de brincar, mostrando que o professor pode dar vida à escola, visto que a educação deve estar ligada à motivação e ao bem-estar do educando. Sendo assim, espera-se entender qual o papel do lúdico no desenvolvimento da aprendizagem escolar das crianças.
Palavras-Chave: Lúdico. Educação Infantil. Jogos. Brincadeiras.
1 INTRODUÇÃO
Refletir sobre a infância e a educação exige esforço e dedicação. A escolha desta temática é resultante do interesse na compreensão das ferramentas que podem ser empregadas na progressão da educação infantil. Pesquisas consultadas demonstram que ensinar por meio do lúdico acarreta o desenvolvimento tanto cognitivo como intelectual da criança, além de confirmar que as brincadeiras são essenciais na infância; visto que não se trata somente de diversão, mas de uma assimilação de saberes da criança que irão acompanhá-la em todo seu desenvolvimento.
O ato de brincar auxilia na aprendizagem devido a liberação da imaginação, através da qual serão criados conceitos, ideias, além da exploração e reinvenção de conhecimentos (RAMOS, 2016). Dessa forma, o professor pode, por meio de brincadeiras, auxiliar os alunos no processo de aprendizagem, aguçando o desejo e a curiosidade na busca do saber, agir e sentir. Na educação, o jogo é encarado como algo desafiador, uma oportunidade de experimentar, recriar e criar o mundo ao redor da criança. 
Atualmente o brincar é uma ação considerada lúdica, a qual trabalha na criança seu desenvolvimento cognitivo, motor, social e afetivo. Ademais se trata de uma ação que proporciona a socialização e interação com outras crianças, estimulando consecutivamente a autonomia, curiosidade, criatividade, raciocínio; ou seja, ela aprende brincando e se divertindo.
O lúdico têm particularidades diversas no contexto das instituições escolares. Trata-se de um recurso relevante para a eficácia do processo de ensino e aprendizagem, no qual o professor tem a possibilidade de compreender e se aprofundar na importância do brincar e utilizá-lo de forma adequada em sala de aula para auxiliar os alunos no processo de escolar, aguçar o desejo e a curiosidade na busca do saber, agir e sentir.
Como estratégia de ensino, o lúdico pode ser um grande aliado no ensino aprendizagem dos alunos, principalmente na educação infantil, que é uma fase na qual as crianças movimentam-se intensamente para desvendar o mundo que as cerca. Tal tema está associado a jogos, brincadeiras, interesse, prazer, além de contribuir no desenvolvimento da criatividade e proporcionar bem estar aos educandos.
Nas instituições escolares, a criança tem oportunidade de conhecer o mundo por intermédio das brincadeiras, o que impacta diretamento no desenvolvimento do seu imaginário e personalidade. Através das atividades lúdicas, é trabalhado também o emocional e a forma de ver o mundo. Ademais o brincar proporciona momentos de interação e socialização.
Neste contexto, o objetivo geral deste estudo é analisar o papel das brincadeiras na aprendizagem escolar das crianças. Ainda neste quadro, busca-se, também, compreender como a ludicidade está presente no cotidiano da educação infantil, além de desenvolver o olhar crítico para a aprendizagem através do lúdico e analisar a utilização do brinquedo como instrumento de edificação do conhecimento. 
Por meio de pesquisas bibliográficas de caráter exploratório, o presente estudo busca subsídios teóricos para análise da importância do lúdico na educação infantil na aprendizagem dos alunos através de jogos e brincadeiras. Sendo assim, foi realizada uma revisão de determinadas obras publicadas acerca do lúdico na educação infantil para estudo e análise do assunto. Diante o pressuposto de que a brincadeira é instrumento protagonista da aprendizagem que sempre esteve presente em nossas culturas em diversas formas e significados, a questão norteadora deste trabalho é discutir a importância do ato de brincar como recurso pedagógico para os professores na educação infantil.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O Ato de Brincar
Brincar é a atividade principal da infância (BRASIL, 2012). O Ministério da Educação considera o brincar como atividade fundamental da criança, um processo importante de ensino-aprendizagem. Conforme Santos (1999), para a criança, brincar é viver; uma afirmativa bastante usada e aceita, visto que a própria história nos mostra que as crianças sempre brincaram, brincam hoje e, certamente, continuarão brincando. 
A criança necessita de momentos prazerosos obtidos através das brincadeiras para seu desenvolvimento efetivo, direito esse garantido por lei. O Estatuto da Criança e dos Adolescentes (ECA) estabelece no artigo 16, o direito a “brincar, praticar esportes e divertir-se”. Ainda neste quadro, tem-se o Referencial Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), um documento de validade nacional e de grande importância, o qual é complementar aos Parâmetros Curriculares Nacionais e atende as vigências regidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96). De acordo com Ramos (2016), tais leis e diretrizes são um avanço para a educação infantil com o intuito na reflexão de servir a educação com objetivos, orientações e conceitos didáticos para professores e cuidadores que estão desenvolvendo crianças de zero a cinco anos, se pautando em métodos pedagógicos e diversidades culturais.
O ato de brincar é importante para a aprendizagem das crianças, principalmente na primeira infância e no contato inicial com a escola. A educação infantil é a etapa de introdução da edificação da criança como cidadão, um momento de desenvolver suas competências e diversos outros aspectos que a envolve. Por meio de uma didática de qualidade, tem-se a oportunidade de aflorar a imaginação ao mesmo tempo que a ensina a criança a lidar e respeitar as regras básica de socialização diante a interação com seus colegas.
De acordo com Brougère (2010, p. 82) “a brincadeira é, antes de tudo, uma confrontação com a cultura. Na brincadeira, a criança se relaciona com conteúdos culturais que ela reproduz e transforma, dos quais ela se apropria e lhes dá uma significação”. Sendo assim, caracteriza uma oportunidade de conectar sua cultura particular, criar dinâmicas próprias e de transformar com naturalidade sua maneira de ver o mundo.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação (BRASIL, 1998, p. 22).
A capacidade de brincar possibilita às crianças um espaço para resolução dos problemas que as rodeiam. O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaço próprios; um fazer que se constitui de experiências culturais, que são universais, e próprio da saúde porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo e com os outros.
O brincar é uma das formas mais comuns do comportamento humano, principalmente durante a infância, visto que se trata de um característica desta fase do desenvolvimento humano. Brincar é instintivo, voluntário e espontâneo; é natural e exploratório.A limitação deste comportamento na infância poderá comprometer níveis de desenvolvimento, intelectual, interativo e motor. Segundo Teixeira (2021), o ato de repetição contido no ato de brincar ativa a memória, atualiza os conhecimentos, amplia e transforma os meios de criação de novas situações imaginárias. Sendo assim, o brincar torna-se uma atividade particular, na qual a criança se liberta e desenvolve sua imaginação, interpreta sua realidade e expressa suas fantasias e prazeres, além de pensar e solucionar os problemas encontrados.
As ações desenvolvidas no ato de brincar não pressupõem formas de utilização dos elementos imaginários; pode-se conciliar situações realistas com o universo inventado. Tal adesão da realidade com a fantasia promove a conciliação das experiências vividas com a criação de ideias. Para Bettelheim (1988), as crianças se expressam por meio das brincadeiras e, no seu mundo imaginário, vivem o que queriam viver e falam muitas coisas que gostariam de dizer, mas por algum motivo as retêm. As suas brincadeiras são sua linguagem considerada por vezes secreta, somente as crianças compreendem o significado daquilo que estão brincando e encenando.
De acordo com Cunha (2001, P.14) “o brincar desenvolve as habilidades da criança de forma natural, pois é brincando que se aprende a socializar – se com as outas crianças, desenvolvendo a motricidade, a mente e a criatividade sem cobrança ou medo, mas sim com prazer”. Em vista disso, pode-se enfatizar que o brincar proporciona a oportunidade da criação um mundo particular de cada aluno ao mesmo tempo que o engloba no meio social, similarmente constrói o ser humano que se formará, respeitando a sua simbologia, cultura e os processos educativos, o que influencia o emocional e o intelecto da criança.
Brincar amplia a visão da criança acerca do seu entorno, demostrando seus sentimentos, emoções e personalidades. O ato de brincar desenvolve a aprendizagem na primeira infância, se trata de uma oportunidade de criação de um cenário com aquilo que imagina e vivenciar situações das fantasias de um mundo cheio de encantos. Com isso, a criança irá, no seu imaginário, agir com um adulto, compreendendo o seu papel na sociedade e usufruir, de forma simbólica, de ações, objetos e contribuições que lhe são caracterizadas (MELO & VALLE, 2005).
Diante diversos apontamentos sobre o brincar nos mais diferentes enfoques, percebe-se que ele está presente em todas as dimensões da existência do ser humano e, muito especialmente, na vida das crianças. Sendo assim, realmente “brincar é viver”, uma vez que a criança aprende a brincar brincando e brinca aprendendo. Em síntese, o brincar, em sua essência, é uma atividade de coordenação das experiências das crianças com os objetos que evocam sentimentos num determinado período. É neste contexto que ocorre a liberação da imaginação e expressão de aprendizados prévios que abrem caminhos para novos conhecimentos. 
2.2 Jogos e brinquedos
Perante o cenário do ato de brincar, tem-se o instrumento para a ação: os brinquedos. Caraterizados por “objetos que dão suporte ao brincar e podem ser das mais diversas origens materiais, formas, texturas, tamanhos e cores; comprados ou fabricados pelos professores e pelas próprias crianças” (BRASIL, 1998, p.28), se trata de uma ferramenta na criação de um universo único, de suporte para estabelecer relações entre a fantasia e a realidade. 
O jogo é uma atividade ligada ao brinquedo, entretanto estabelecido com regras mais explícitas e fundamentais ao desenvolvimento motor e cognitivo. O brinquedo é utilizado de forma espontânea, seu manuseio é livre e não exige regras; ao contrário dos jogos, que tem regras estabelecidas e que precisam ser seguidas (KISHIMOTO, 2010).
A criança é, antes de tudo, um ser feito para brincar. O jogo, eis aí um artifício que a natureza encontrou para levar a criança a empregar uma atividade útil ao seu desenvolvimento físico e mental. Usemos um pouco mais esse artifício, coloquemos o ensino mais ao nível da criança, fazendo de seus instintos naturais, aliados e não inimigos (ROSAMILHA, 1979, p.77).
O entusiasmo da brincadeira faz com que a linguagem verbal se torne mais fluente e contribui em um maior interesse pelo conhecimento de palavras novas, enquanto a variedade de situações que o brinquedo possibilita pode favorecer a aquisição de novos conceitos.
Antunes (2003) enfatiza, que os jogos lúdicos, se praticados ocasionalmente ou em desacordo, representam apenas inocentes e inconsequentes momentos de alegria, mas se visam um plano específico e são propostos em gradativos níveis de dificuldades, podem contribuir no aprimoramento de conhecimentos, visto que a criança, ainda que dotada de instintos, é um ser em permanente busca de aprimoramento, o qual somente é eficiente se proposto de forma agradável, envolvente e, sobretudo, motivador.
É notório que os jogos, como recursos didáticos, são mecanismos importantes para o desenvolvimento intelectual da criança, visto que contribuem para o desenvolvimento do raciocínio lógico, coordenação motora e na socialização; um grande aliado no desenvolvimento psicossocial e motor. Além do que, a brincadeira resulta na interpretação da ação da criança sobre o brinquedo, o qual oferece suporte e pode adquirir significância no decorrer do inventado pela criança, de modo a conciliar os valores sociais e os elementos imaginários (BROUGÉRE, 1995).
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório- motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil (PIAGET, 1976, p.160).
As crianças demonstram um interesse maior e se envolvem cada vez mais ao longo do jogo devido ao fato de ser algo mais lúdico, ademais elas conversam entre si sobre as regras, levantam hipóteses, são colaborativas com os colegas que apresentam dificuldades para solucionar os desafios do jogo. Brougère (2010) afirma que o jogo é relevante na aprendizagem do aluno; se trata de um elemento auxiliar na evolução das capacidades, raciocínio lógico. Além disso, proporciona o contato com outras crianças, as quais aprendem a dividir, ordenar e esperar sua vez de brincar, bem como emprestar e dividir os seus brinquedos, compartilhar momentos, construir novas amizades, ser tolerante e respeitoso, enfim desenvolve a criança para convívio em sociedade. 
Diante a análise dos jogos no processo de maturação e desenvolvimento da criança, percebe-se que o jogo é de suma importância em cada contexto ou etapas de seu progresso e que ele tem como objetivo principal desenvolver a capacidade de valorização pedagógica e social das atividades lúdicas como forma expressiva de intervenção educativa. Com isto, eles têm por propósito favorecer o desenvolvimento físico, cognitivo, social, cultura, afetivo e moral nas crianças. Segundo Modesto e Rubio (2014, p.03) “o jogo é essencial para que seja manifestada a criatividade e a criança utilize suas potencialidades de maneira integral, indo de encontro ao seu próprio eu”.
Neste cenário, as maiores obtenções de uma criança são adquiridas no brinquedo, isso porque ele ensina a desejar, de maneira a criar uma relação desses desejos a um eu-fictício, estabelecendo o jogo e suas regras. Vygostsky (1991) ainda afirma que é através da brincadeira que a criança vence desafios e limites, experimenta experiências novas independente de sua idade e realidade a qual está inserida, proporcionando seu desenvolvimento integral e de sua consciência.
Ao contrário do que muitos pensam, o brinquedo não é uma simples recreação ou passatempo, mas a forma mais completa que a criança tem de se comunicar consigo mesma e o mundo. É a partir da magia do brinquedoque ela desenvolve a auto-estima, a imaginação, a confiança, a cooperação, a curiosidade, a iniciativa, o relacionamento interpessoal. Quando a criança brinca, experimenta, descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades.
De acordo com Vygotsky (1991), o brinquedo gera um desenvolvimento aproximado, uma capacidade adquirida, além de ser um suporte para que a brincadeira ocorra de forma mais significativa; ferramenta essencial para a criança conhecer o mundo, novas aventuras e descobertas. Piaget (1998) enfatiza que o brinquedo contribui diretamente no desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral das crianças, de modo que não deve ser encarado apenas como diversão ou brincadeira para desgastar energia. 
No brinquedo, espontaneamente a criança usa sua capacidade de separar significado de objeto sem saber o que esta fazendo, da mesma forma que ela não sabe estar falando em prosa e, no entanto fala, sem prestar atenção às palavras. Dessa forma, através do brinquedo, a criança atinge uma direção funcional de conceitos e objetos, e as palavras passam a se tornar parte de algo concreto (VYGOTSKY, 1991, p. 47).
O brinquedo desempenha um importante papel no desenvolvimento de habilidades verbais na criança, visto que é através do brinquedo que a criança se comunica com seu companheiro de brincadeira, além de se comunicar com seu próprio brinquedo, desenvolvendo pequenos diálogos. Uma criança quando brinca de boneca, por exemplo, conversa como se tal objeto estivesse vivo, procura usar uma linguagem que naturalmente só usa quando está brincando. Dessa forma, a criança procura conversar com a boneca na tentativa de não apenas copiar a linguagem do adulto, mas de criar também a sua própria maneira de se comunicar.
Pereira (2020) afirma que contextos e competências desenvolvidas por através de jogos e brincadeiras são essenciais ao desenvolvimento da criança, visto que ensinam a socializar, se adequar às regras e atua na comunicação, de forma a ser um fator direto para desenvolvimento efetivo e integral. São atividades dinâmicas que estão ligadas a necessidade de experimentar as funcionalidades do seu próprio corpo, não só para domínio, mas na edificação da autonomia da criança.
Jogos, brinquedos e brincadeiras são instrumentos que dão suporte no desenvolvimento da coordenação motora, raciocínio e da socialização. Por meio destes três instrumentos pedagógicos, a criança conhece o mundo e constrói o seu em particular. Para Piaget (1998), as atividades lúdicas proporcionam maior relevância na aprendizagem, visto que a criança desenvolve e manipula os objetos de forma livre, construindo e reconstruindo. 
(...)no brincar existe necessariamente participação e engajamento, o brinquedo é certamente uma forma de desenvolver a capacidade de engajar-se, de manter-se ativo e participante. A criança que brinca bastante será um adulto trabalhador. A criança que sempre participou de jogos e brincadeiras grupais saberá trabalhar em grupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também respeitar as normas grupais e sociais. É brincando bastante que a criança vai aprender a ser um adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua comunidade. O brinquedo é o trabalho da criança. (...) Se a criança brinca, acostuma-se a ter seu tempo livre criativamente utilizado (CUNHA, 2000, p. 50).
Brincar é sinônimo de aprender, uma vez que o brincar e o jogar geram um espaço para pensar, no qual a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As interações que o brincar e o jogo oportunizam favorecem a superação do egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia; introduzem, especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo.
2.3 Importância do lúdico no processo de aprendizagem 
O lúdico é de suma importância, pois apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana; assim, na idade infantil, a finalidade é essencialmente pedagógica. Uma atividade lúdica é uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas e são atividades relacionadas aos jogos e com o ato de brincar (BROUGÉRE, 1995).
O RCNEI destaca que o lúdico é uma expressão infantil interligada ao ato de brincar. A brincadeira é uma forma de agir no imaginário, pois o brincar domina a linguagem corporal e simbólica. De acordo com Teixeira (2021), o ato de brincar não se limita somente aos brinquedos, mas sim na utilização objetiva da brincadeira. A cada etapa que a criança evolui, o ato de brincar se modifica, visto que ela explora cada vez mais todas as fases do brincar à medida que se desenvolve. 
O brincar possibilita que a criança se encontre com o mundo e, por meio das brincadeiras, se relacione com os demais indivíduos. Como ponto de partida, o lúdico fornece a criança elementos considerados indispensáveis à sua vida, como sua cultura. (RODRIGUES, ROSIN, 2007). 
Ao considerar o lúdico na educação infantil, é preponderante ressaltar a criança como um ser histórico e social. As brincadeiras e jogos despertam uma necessidade de organizar internamente um ambiente que irá promover a socialização. Segundo RODRIGUES (2016), na primeira fase escolar, o brincar ocorre de maneira satisfatória, amplia os conhecimentos sociais edificados a partir dos conhecimentos já adquiridos pela criança em uma perspectiva de novos horizontes. Sendo assim, ela constrói um espaço no qual pode compartilhar, confrontar suas hipóteses e ideias com outras crianças ou adultos através da interação entre a natureza, sociedade e consigo mesmo. Sendo assim, o lúdico desenvolve diversas funções sociais, de modo a aprimorar o intelectual e, principalmente, criar oportunidades para a criança elaborar e vivenciar situações emocionais diante este contexto (TEIXEIRA, 2021).
Os jogos e brinquedos desenvolvem a ludicidade e suas funções específicas, de modo a preservar e aceitar o coletivo através do tempo, além de transmitir a bagagem adquirida por meio de experiências. A criança seleciona elementos culturais em forma de brincadeira, desenvolve para si um mundo lúdico e único, dando vida a sua realidade e se moldando para o futuro. De acordo com Ramos (2016), brincar é dar vida a suas expressões, é uma interação com o meio de convívio, o ambiente como um todo. Através das atividades lúdicas e assimilação de valores, a criança enriquece seu conhecimento, desenvolve o aspecto cognitivo, emocional e aprimora suas habilidades.
(...) ainda que se possa comparar a relação brinquedo-desenvolvimento à relação instrução-desenvolvimento, o brinquedo proporciona um campo muito mais amplo para as mudanças quanto a necessidades e consciência. A ação na esfera imaginativa, em uma situação imaginária, a criação de propósitos voluntários e a formação de planos de vida reais e impulsos volitivos aparecem ao longo do brinquedo, fazendo do mesmo o ponto mais elevado do desenvolvimento pré-escolar. A criança avança essencialmente através da atividade lúdica. Somente nesse sentido pode-se considerar o brinquedo como uma atividade condutora que determina a evolução da criança (VYGOTSKY 1991, p. 226-227).
A criança brinca livremente com objetos e materiais, consta suas diferenças e semelhanças, pode-se, assim, afirmar que ela aprende enquanto joga e brinca. Tais atitudes e situações estimulam a criança a pensar por si própria e a elaborar cada vez mais sua rede interna de conhecimento. Expor desafios e atingir princípios como a construir e desenvolver a inteligência em uma visão construtivista contribui na capacidade de adaptação às demandas do ambiente, transformando o pensamento da criança em ação e movimento.
Kishimoto (2010, p.10) explica que é importante aprender o papel do lúdico na educação infantil, visto que as brincadeiras devem ser introduzidas como forma de recurso pedagógico, de modo a informar que “[...] a criança não nasce sabendo brincar, ela precisa aprender,por meio das interações com outras crianças e com os adultos”. O lúdico na educação infantil se trata de uma ferramenta que proporciona ao professor a obtenção de informações fundamentais sobre a personalidade dos alunos, de modo estimular a criatividade, autonomia, interação e a edificação do raciocínio lógico, bem como as representações do mundo e de suas emoções, de tal forma a contribuir na compreensão e no desenvolvimento integral do aluno (PEREIRA et al, 2020). 
De acordo com Ramos (2016), no momento no qual a criança passa a ter domínio da cultura lúdica ela se envolve em diversas formas e estilos de brincar, principalmente criando situações imaginárias. A edificação deste ‘faz de conta’, bem como as atribuições destinadas aos objetos, por exemplo, pegar uma vassoura e brincar de cavalinho ou um pano com cadeiras para construir uma casinha; atuam no desenvolvimento da imaginação e, consecutivamente, realizando a separação dos campos de recepção da motivação. É nesse contexto que a criança começa a entender a significância de utilizar os objetos para outras funções, de forma a potencializar sua imaginação.
Outro fator preponderante é a cultura, a qual deve ser vista como construtora da ludicidade. Kishimoto (2008, p.26) ressalta que “o desenvolvimento da criança determina as experiências possíveis, mas não produz por si só a cultura lúdica. Esta se origina das interações sociais (...)”. Por conseguinte, as crianças desenvolvem inúmeras maneiras de jogar, brincar, pensar, estudar e se movimentar; elas imaginam, fantasiam e reconstroem o seu mundo infantil. É relevante proporcionar atividades lúdicas com as brincadeiras e jogos, de modo a estimular as particularidades, habilidade e talentos de cada um.
Há reflexões sobre a utilização de materiais e atividades lúdicas no sentido de tornar o ensino aprendizagem um processo dinâmico e significativo. Talvez por isso o lúdico esteja hoje tão presente nos debates e discussões acerca deste assunto. Até porque ao se olhar para o passado o que se sabe é que “o jogo já era visto como importante ferramenta de auxílio ao processo de educação das crianças. Era jogando que a criança era incitada a aprender”. (MODESTO; RUBIO, 2014, p. 06).
Em síntese, por intermédio da atividade lúdica a criança se prepara para a vida, assimila a cultura do meio em que vive, a ela se integrando, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social. Além de proporcionar prazer e diversão, o jogo, o brinquedo e a brincadeira podem representar um desafio e provocar o pensamento reflexivo da criança. Assim, uma atitude lúdica efetivamente oferece aos alunos experiências concretas, necessárias e indispensáveis às abstrações e operações cognitivas.
2.4 O papel do educador no ato de brincar
O lúdico é um poderoso instrumento dos professores na aprendizagem dos alunos; entretanto, para que seja alcançado o objetivo desta metodologia tão importante na educação infantil, é necessária uma dosagem para que seja empregada de forma significativa e de qualidade.
A brincadeira valoriza o espaço para que a criança possa brincar o professor utilizar o lúdico como forma de poder facilitar a construção da aprendizagem, além de possibilitar reconhecer a identidade, despertar a autonomia, local cheio de estímulos, agrados, alegria, diversão, desenvolve muitas habilidades, considera-se um local transformador.
Por meio da brincadeira os professores poderão realizar uma observação e uma reflexão das fases do desenvolvimento da criança, possibilitando brincadeiras que despertem nas crianças conhecimentos, sentimento e regras sociais.
(...) cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos regras sociais. (BRASIL, 1998, p. 29, v.1).
O professor que atua na educação infantil precisa entender a importância dos jogos e brincadeiras para contribuir para que a criança desenvolva a criatividade e o raciocínio, levando-as a formularem os seus conceitos e hipóteses. Neste contexto, o papel do educador é de mediador, estimulador, incentivador, de alguém que auxilia as crianças a criarem um espaço no qual professores e alunos trazem suas experiências e tem a oportunidade de reaproveitá-las, além trocar e expandir tais vivências.
O RCNEI defende o brincar como uma atividade necessária no cotidiano escolar, por possibilitar às crianças momentos de experiências e ampliação de novas descobertas. Por meio desse ato as crianças se desenvolvem em diferentes aspectos, como, por exemplo, em relação a autonomia, a cognição, a linguagem, a motricidade, entre outros, visto que nas brincadeiras s crianças têm a oportunidade de participarem, criarem, interagirem umas com as outras e assim resolverem situações que venham surgir durante as atividades favorecendo assim uma melhor compreensão e capacidade de resolução.
Segundo Modesto e Rubio (2014, p. 05), o lúdico “torna-se uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte dos educadores interessados em promover mudanças no aprendizado”. Assim, a criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário e tem a oportunidade de se desenvolver de maneira prazerosa. Como se vê aqueles profissionais da educação que se veem comprometidos com a qualidade de sua prática pedagógica, reconhecem de imediato a importância do lúdico como veículo para desenvolvimento social, intelectual e emocional de seus alunos. Para entender o universo da ludicidade é necessário compreender que ele envolve os jogos, os brinquedos e as brincadeiras.
O momento do brincar desperta o pensar e, consequentemente, a aprendizagem. Se trata de um alicerce para a edificação do ser em sociedade. Durante a infância, ocorrem interações entre o mundo e o habitat da criança, fato que acarreta a reflexão sobre a infância e a primeira etapa da educação básica: a educação infantil. A educação infantil tem por finalidade o desenvolvimento integral até 05 (cinco) anos de idade, na qual as crianças descobrem novos valores, sentimentos, costumes e a autonomia, além da interação com as outras pessoas (TEIXEIRA, 2021). 
De acordo com Oliveira (2005, p. 31) “todas as vezes que a realidade se torna aos olhos da criança difícil de ser reproduzida ela a cria, combinando-a de modo a compensar seus aspectos menos assimiláveis”. Neste quadro, várias são as informações que se pode obter de uma criança através da brincadeira. Ao observar uma criança brincando, pode-se perceber a forma espontânea como se expressa, cria ideias, invente estórias e situações. Experimenta várias possibilidades de ação dentro de uma realidade que, inclusive, podem ser transformadas conforme suas necessidades e vontades.
Brincadeira ou jogo em sala de aula são importantes para o desenvolvimento social, pois existem alunos com dificuldade no relacionamento e no entendimento de muitas questões levantadas em sala de aula, gerando, assim, insegurança ou medo de perguntar e assim sanar suas dúvidas junto ao professor. Mas, o educador que aplica as brincadeiras e jogos em suas atividades oportuniza a socialização entre os alunos, a cooperação mútua, e a participação coletiva na solução de situações-problemas. Com isso, “o professor em sua prática acaba por favorecer a troca de experiências entre os alunos e, ainda, acarreta várias possibilidades para resolvê-los”. (MODESTO; RUBIO, 2014, p. 04).
Ramos (2016) afirma que o educador tem uma função primordial no desenvolvimento da aprendizagem da criança, visto que se enquadra como um instrumento que facilita as condições de criar e explorar os movimentos, bem como a interação com os colegas na resolução de situações-problemas no cotidiano escolar. De acordo com Bomtempo (1999), o docente deve deixar a criança liberar sua imaginação enquantobrinca para que ela possa adquirir uma visão do mundo mais ampla e expressar suas linguagens. Sendo assim, estes momentos de intervenção servem para criação de ações educativas para desenvolver a aprendizagem. 
O professor deve estar atento ao interesse de aprender das crianças, buscando formas lúdicas que enriqueçam o conhecimento dos alunos, de modo a incitar o desejo de aprender mais. Silva (2014, p. 25) pontua que “com o trabalho lúdico, o professor deve ser como um interventor, possibilitando ao processo ensino aprendizagem a reflexão da prática relacionando à teoria, através de métodos, técnicas e objetivos que se desejam alcançar ”.
O RCNEI (Brasil,1998) recomenda ao professor buscar meios de integrar o aluno no ato de brincar; utilizar objetos, fantasias, fantoches, brinquedos e jogos para difundir o espaço e o tempo de brincar. O educador precisa transformar uma sala de aula num espaço criativo para prosperar o lúdico.
O lúdico é tão importante para o desenvolvimento da criança, que merece atenção por parte de todos os educadores. Cada criança é um ser único, com anseios, experiências e dificuldades diferentes. Portanto nem sempre um método de ensino atinge a todos com a mesma eficácia. Para pode garantir o sucesso do processo ensino-aprendizagem o professor deve utilizar dos mais variados mecanismos de ensino, entre eles as atividades lúdicas. Tais atividades devem estimular o interesse, a criatividade, a interação, a capacidade de observar, experimentar, inventar e relacionar conteúdos e conceitos. O professor deve-se limitar apenas a sugerir, estimular e explicar, sem impor, a sua forma de agir, para que a criança aprenda descobrindo e compreendendo e não por simples imitação. O espaço para a realização das atividades, deve ser um ambiente agradável, e que as crianças possam se sentirem descontraídas e confiantes (ALMEIDA 2014 p. 3).
O docente precisa criar didáticas pedagógicas determinantes para alcançar os objetivos através da brincadeira. Neste quadro, o necessita de uma prática qualitativa a fim de identificar as necessidades particulares de cada aluno. O educador, principalmente na educação infantil, deve encarar os desafios e obstáculos em sua docência. Nessa visão, acompanhar as atividades como provedor de oportunidades para a criança se desenvolver através da organização do espaço, da utilização de objetos e matérias que possam enriquecer o ambiente da sala de aula, tornando-a mais lúdica (RAMOS, 2016).
A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre as crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a criação de condições para que elas possam, gradativamente, desenvolver capacidades ligadas à tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à solidariedade, ao diálogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como desenvolver sentimentos de justiça e ações de cuidado para consigo e para com os outros (BRASIL, 1998, p.43).
O professor que trabalha com a Educação Infantil precisa desenvolver seu trabalho focado nas brincadeiras, estar atento a faixa etária das crianças, para que cada atividade trabalhada possibilite ao professor atingir os objetivos propostos, além de materiais coerentes e necessários. O professor precisa trabalhar em sala com o lúdico, utilizando-se da participação, ser crítico, trabalhar com as experiências trazidas pelos alunos no seu dia a dia, ações estimulantes e incentivadoras, ser mediador no processo ação reflexão, incentivar a criatividade.
Neste quadro, o educador deve ver o aluno com o centro relevante de sua didática, ciente de que o ato de brincar é uma ação indispensável na essência da criança. É neste sentido que é preciso refletir sobre os lugares onde a brincadeira é executada e observar as ações desenvolvidas pelas crianças durante as atividades (RAMOS, 2016). Portanto, o docente deve proporcionar um ambiente estimulador para que a criança tenha vontade de brincar, além de desenvolver a competição saudável e a cooperação. Tal mediador da educação infantil, devem prezar pelo ensino de forma criativa e, a partir das atividades propostas, incentivar o desenvolvimento da criticidade a partir da realidade da criança, de modo que ela possa criar e recriar o seu mundo.
Segundo Bomtempo (1999), o docente deve deixar a criança liberar sua imaginação enquanto brinca, de modo a contribuir para que ela adquira uma visão do mundo mais ampla e expressasse suas linguagens. O professor deve estimular brincadeiras, explorar espaços internos e externos da escola, facilitar a disposição dos brinquedos, de modo a interagir de maneira adequada, respeitando o ritmo e o momento de cada criança.
Diante o contexto apresentado, é possível verificar que educar ludicamente não é jogar lições empacotadas para o educando consumir passivamente; se trata um ato consciente e planejado, é tornar o indivíduo consciente, engajado e feliz no mundo. Para atingir esse fim, é preponderante que os educadores repensem o conteúdo e a sua prática pedagógica, substituindo a rigidez e a passividade pela vida, pela alegria, pelo entusiasmo de aprender, pela maneira de ver, pensar, compreender e reconstruir o conhecimento.
3 METODOLOGIA
O presente estudo de trata de uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório. Dessa forma, realizou-se uma revisão de determinadas obras publicadas acerca do lúdico na educação infantil para estudo e análise do assunto.
A metodologia empregada possui fundamentos teóricos e conceituais à abordagem qualitativa na pesquisa em educação. Trata-se de um procedimento que permite a compreensão da realidade do assunto a ser estudado; neste quando o universo escolar da educação infantil. 
A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados, envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo (Godoy, 1995, p. 58).
A pesquisa bibliográfica é considerada o passo inicial na construção efetiva de um protocolo de investigação, quer dizer, após a escolha de um assunto é necessário fazer uma revisão bibliográfica do tema apontado. Para tal foi realizado o embasamento através de ideias de diversos autores que buscam dar ênfase na importância da ludicidade no desenvolvimento do aluno. Foram consultadas pesquisas em livros, artigos científicos, leis e fontes seguras na internet. 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da pesquisa realizada pode-se verificar que a utilização de jogos e brincadeiras lúdicas em todo o espaço escolar é extremamente importante para o processo de ensino-aprendizagem das crianças, uma vez que promove a interação, sociabilidade e estimula a criatividade; cenário no qual a criança aprende de uma forma lúdica, dinâmica e prazerosa, a partir do qual constrói um conhecimento partindo da sua realidade.
A valorização da prática do ato de brincar promove os benefícios que o brincar exerce no desenvolvimento da criança. Através das brincadeiras, ela se comunica, desenvolve suas habilidades de forma natural e prazerosa, dentro do mundo de faz de conta. O brincar está diretamente relacionado ao desenvolvimento intelectual do aprendiz quando se tem contato com os materiais dão o alicerce necessário para um aprendizado de qualidade. Por meio da ludicidade, as crianças tendem a aprender de forma mais prazerosa, contribuindo para seu desenvolvimento, além de auxiliar na incorporação de valores morais e culturais, despertando potencialidades como a criatividade e o senso crítico.
Utilizar o lúdico como recurso didático facilita no desenvolvimento infantil. Jogos, brincadeiras e brinquedos são instrumentos poderosos nesse desenvolvimento, visto que estimulam a criança a se autoconhecere evoluir como ser humano. O professor deve criar meios específicos e coerentes e dar segurança a criança no que ele precisa. Para isso, é primordial uma linguagem de aprimoramento da aprendizagem para fluir os conhecimentos já adquiridos. Já que a aprendizagem é o reconhecimento e a admiração, deve-se dar vida aos sonhos através de textos visíveis e possíveis.
O educador deve proporcionar espaços para brincadeiras que geram o aprendizado de forma simultânea. Considera-se importante planejar as atividades pedagógicas de modo a contemplar brincadeiras e jogos lúdicos como mediações educativas, além do que o brincar é uma mediação eficaz para o ensino, que é um direito da criança independente, de sua cor, classe social ou religião.
Por meio de novas maneiras de ensinar por meio do lúdico que conseguiremos uma educação de qualidade e que realmente vá ao encontro dos interesses e necessidades da criança. Cabe ressaltar que uma atitude lúdica não é somente a somatória de atividades; é, antes de tudo, uma maneira de ser, de estar, de pensar e de encarar a escola, bem como de relacionar-se com os alunos. É primordial saber entrar no mundo da criança, no seu sonho, no seu jogo e, a partir daí, jogar com ela. Quanto mais espaço lúdico proporcionarmos, mais alegre, espontânea, criativa, autônoma e afetiva ela será. Propomos, entretanto, aos educadores infantis, transformar o brincar em trabalho pedagógico para que experimentem, como mediadores, o verdadeiro significado da aprendizagem com desejo e prazer.
É essencial que o professor e a escola estejam conscientes de que uma criança é criança porque brinca, enxergando-a como um ser em processo de desenvolvimento. Além disso, o professor da educação infantil precisa gostar de lidar com crianças e entender suas necessidades. 
REFERÊNCIAS
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