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e Gerenciamento
Riscode Riscode
Análise
Rodrigo Almeida Freitas
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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6624-7
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 2 4 7
Código Logístico
59348
Todos os dias fazemos análises de risco. O simples 
ato de pegar ou não um casaco ou um guarda-chuva 
para sair de casa já é uma análise de risco. Na vida, mes-
mo sabendo ou conhecendo um risco, por vezes, decidi-
mos aceitá-lo, por uma ação deliberada ou desconheci-
mento. Nesse sentido, este livro volta-se ao estudo do 
risco especificamente no ambiente de trabalho: como 
identificá-lo e evitá-lo, como ele afeta nossa vida, e 
como reduzir seu desgaste.
Colaborar com a mitigação e o tratamento de riscos é 
responsabilidade de todos no ambiente de trabalho, 
mas identificar riscos e dimensionar proteções é atri-
buição de profissionais habilitados e especializados. 
Desse modo, vale destacar que esta obra não se tra-
duz em um certificado de habilitação profissional para 
análise e tratamento de risco, pois não se trata de uma 
formação específica. Contudo, certamente, este livro 
oportunizará que você tenha uma mentalidade pre-
vencionista, beneficiando a cultura de segurança pes-
soal e institucional.
Análise e 
gerenciamento 
de risco 
Rodrigo Almeida Freitas
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A.
Imagem da capa: Kapreski/ davooda/ Motorama/nanmulti/ Melamorry /Artco /Cube29 /nexusby/Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
F938a
Freitas, Rodrigo Almeida
Análise e gerenciamento de risco / Rodrigo Almeida Freitas. - 1. ed. - 
Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 
154 p.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6624-7
1. Avaliação de riscos. 2 Segurança do trabalho. 3. Empresas - Medi-
das de segurança. I. Título.
20-64399 CDD: 363.11
CDU: 331.45
Rodrigo Almeida 
Freitas
Doutorando em Segurança aos Incêndios na 
Universidade de Coimbra (Portugal). MBA em 
Foundations for Public Sector na Universidade Haia 
(Holanda). Especialista em Administração Corporativa 
pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal 
(CBMDF), em Educação Continuada a Distância pela 
Universidade de Brasília (UnB) e em Execução e 
Controle de Estruturas e Fundações pelo Instituto de 
Pós-graduação e Graduação (IPOG). Graduado em 
Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Goiás 
(UFG). Bacharel em Letras pela UnB e em Engenharia de 
Incêndio pelo CBMDF . É major combatente do Corpo de 
Bombeiros Militar do Distrito Federal. Tem experiência 
na área de segurança contra incêndio e pânico, engenharia 
civil e gestão pública. 
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
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SUMÁRIO
1 Risco das atividades laborais 9
1.1 O que é risco? 9
1.2 Risco e ambiente de trabalho 15
1.3 Falácias do risco no ambiente de trabalho 17
1.4 Soluções de segurança 23
1.5 Tipos de riscos 26
2 Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 39
2.1 Legislação brasileira de Segurança do Trabalho 39
2.2 Documentos da Segurança do Trabalho 49
2.3 Programas de Segurança do Trabalho 53
2.4 EPI 60
2.5 EPC 64
3 CIPA 68
3.1 O que é uma CIPA? 68
3.2 Aspectos legais da CIPA 70
3.3 Organização e funcionamento da CIPA 76
3.4 Atribuições da CIPA 78
3.5 Mapa de risco 81
4 Análise de risco 89
4.1 Análise de risco 89
4.2 Análise preliminar de risco 93
4.3 Análise What if 96
4.4 HAZOP 101
4.5 Análise de modos de falha e efeitos 107
5 Medidas de controle 117
5.1 Inspeções, vistorias e perícias de risco 117
5.2 Mitigação e intervenção no risco 123
5.3 Sinalização de segurança 131
5.4 Manutenção das medidas de controle de risco 135
5.5 Investigação de incidentes e acidentes 140
6 Gabarito 147
Todos os dias fazemos análises de risco. O simples ato de pegar ou não 
um casaco ou um guarda-chuva para sair de casa já é uma análise de risco. 
Na vida, mesmo sabendo ou conhecendo um risco, por vezes, decidimos 
aceitá-lo, por uma ação deliberada ou desconhecimento. Nesse sentido, este 
livro volta-se ao estudo do risco: como identificá-lo e evitá-lo, como ele afeta 
nossa vida, e como reduzir seu desgaste.
Inicialmente, é necessário estabelecer um contexto para a análise de 
risco. Por isso, no primeiro capítulo, explicamos o que é o risco e optamos 
por estudá-lo no ambiente de trabalho. Apesar de esse ser o foco, sabemos 
que um acidente de trabalho não afeta somente o ambiente de trabalho 
em si, mas pode ter efeitos danosos em localidades diferentes ao longo do 
tempo. Inclusive, este é um paradigma a ser quebrado: entender que o risco 
afeta diversas pessoas e comunidades além do que se imagina inicialmente. 
Além disso, esse capítulo apresenta as falácias relacionadas ao ambiente de 
trabalho e as soluções para combatê-las, provendo uma cultura de segurança 
e pensando no conforto e na higiene desse ambiente.
Cabe ressaltar que não são ações aleatórias que garantem a mitigação 
de risco. Então, é necessário conhecer e aplicar as legislações que abordam 
o risco no ambiente de trabalho, desde a Constituição Federal até as normas 
internas. Portanto, esse é o tema do segundo capítulo. Apresentamos, ainda 
nesse capítulo, os aspectos relacionados aos programas e documentos 
que influenciam diretamente a Segurança do Trabalho, bem como os 
equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC). 
No terceiro capítulo, damos uma atenção especial à Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA), pois, geralmente, suas funções e atribuições 
são confundidas com as dos Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Dessa forma, discutimos 
o conceito da CIPA, seus aspectos legais, organização, funcionamento e 
atribuições, para evitar dúvidas. Por fim, demonstramos como elaborar e colocar 
em funcionamento o mapa de risco, um dos produtos da CIPA.
O quarto capítulo dedica-se ao estudo do risco propriamente dito. 
Analisamos como identificá-lo e tratá-lo, especialmente por meio das análises 
e avaliações de risco. Por haver diversas possibilidades de análise, focamos 
no estudo de quatro delas, com mais detalhes: análise preliminar de risco 
APRESENTAÇÃO
(APR), What-if, HAZOP e FMEA (análise de modos de falhas e efeitos). Exemplos 
práticos de cada análise são providos para que você compreenda corretamente 
a extensão e as oportunidades de cada técnica.
Por fim, o último capítulo aborda a prevenção do acidente. O termo chave 
desse capítulo é medidas de controle. Portanto, analisamos como prover essas 
medidas, dimensioná-las, fazer sua manutenção e estudar suas potenciais e 
reais vulnerabilidades. Não há como tratar de todas as medidas de controle 
possíveis, mas uma é especialmente descrita e abordada: a sinalização de 
risco. Além disso, esse capítulo finalvisa apresentar um ciclo para a eficácia 
das medidas de controle de riscos, composto pelas seguintes etapas: projeto, 
execução, inspeção, manutenção e revisão.
Colaborar com a mitigação e o tratamento de riscos é responsabilidade 
de todos no ambiente de trabalho, mas identificar riscos e dimensionar 
proteções é atribuição de profissionais habilitados e especializados. Desse 
modo, vale destacar que esta obra não se traduz em um certificado de 
habilitação profissional para análise e tratamento de risco, pois não se trata 
de uma formação específica. Contudo, certamente, este livro oportunizará 
que você tenha uma mentalidade prevencionista, beneficiando a cultura de 
segurança pessoal e institucional.
Bons estudos!
1 9
1
Risco das atividades laborais
Todos nós fazemos análise de risco diariamente sem perceber. 
É nos pequenos atos do dia a dia que tomamos decisões, avaliando 
cenários de acordo com nossa experiência de vida e conhecimento 
das coisas. Por vezes, acredita-se que a análise de risco deve ser 
tida como um processo extraordinário e não tão simples de ser de-
senvolvido. Porém, na verdade, ela é uma rotina na vida de todos 
os animais.
Um exemplo prático disso é o simples uso de um casaco. Uma 
pessoa, ao sair para trabalhar, levanta a necessidade de levar consi-
go um casaco. Usualmente, ela vai observar as condições climáticas 
do dia para avaliar a necessidade do uso. Se estiver em um local em 
que há grande variação climática ao longo do dia, certamente estará 
inclinada a levá-lo. Se for um local quente, a necessidade do casaco 
é quase zero. Se ela retornar para casa tarde da noite, o uso de um 
casaco já é levado em consideração. Isso é uma análise de risco.
1.1 O que é risco? 
Vídeo Todos nós temos uma definição própria de risco e cada um apli-
ca sua experiência no entendimento desse conceito. Entretanto, é 
necessário ampliar o debate e abrir a mente para todos os aspectos 
envolvidos no risco, para que essa palavra não seja confundida com ou-
tras, como perigo, impacto, vulnerabilidade, exposição, ameaça, dano etc. 
Não há uma teoria que consolida totalmente o conceito de risco e, por 
isso, aqui se expõem diversas definições e aspectos relacionados a ele.
10 Análise e gerenciamento de risco
A OHSAS 18001 (apud CAMARGO, 2016, p. 38) cita como definição de 
risco a “combinação de fatos que possibilitam a ocorrência de um even-
to perigoso ou a exposição(s) e severidade de danos ou doenças que 
podem ter sido causados por um evento ou exposição(s)”. Observe que 
esse conceito apresenta dois aspectos: evento perigoso e exposição e 
severidade de danos.
A definição de risco na Norma Regulamentadora (NR) 01 também 
traz uma definição semelhante, mas, dessa vez, o risco é relacionado ao 
ambiente de trabalho, sendo também chamado de risco ocupacional: 
“combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições 
perigosas a agentes nocivos relacionados aos trabalhos e da gravidade 
das lesões e problemas de saúde que podem ser causados pelo evento 
ou exposição” (BRASIL, 2019a, p. 8).
Ainda, segundo o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado 
de São Paulo (CBPMESP), o risco é uma medida ligada à probabilidade e 
à sua respectiva consequência, sendo a relação entre essas duas partes 
(SÃO PAULO, 2011). Ele se origina da frequência de um perigo incerto 
e da quantificação do dano desse perigo. Percebe-se, assim, que há 
um caráter mais quantitativo nessa visão. Pode-se ilustrar um exemplo 
dessa abordagem de risco com uma fictícia análise de risco de acidente 
envolvendo um ônibus de uma linha de viagens interestadual:
Probabilidade de um perigo
Constantes ocorrências 
adversas meteorológicas 
na rodovia
O itinerário do ônibus não 
envolve trechos dessa 
rodovia
100% 0% 0%
Sem registros de ocorrências 
meteorológicas adversas
O itinerário do ônibus 
possui maior parte do 
trajeto nessa rodovia
Algum registro de ocorrên-
cia meteorológica adversa
O itinerário do ônibus 
possui maior parte do 
trajeto nessa rodovia
Consequência de um perigo Risco
0% 90%
25% 90%
0%
22,5%
X X
A sigla OHSAS significa 
Occupational Health and Safety 
Assessments Series (ou, em por-
tuguês, Série de Avaliação de Se-
gurança e Saúde Ocupacional). 
Trata-se de uma série de normas 
desenvolvidas pela Instituição 
de Normas do Reino Unido. 
A OHSAS 18001 apresenta as 
orientações e requisitos mínimos 
para um sistema de gestão e 
certificação da Segurança e 
Saúde do Trabalho.
Saiba mais
Risco das atividades laborais 11
Atente que esse conceito trabalha a dualidade da probabilidade, 
ou frequência, de o perigo ocorrer com a sua respectiva consequên-
cia. A conclusão é que se não há probabilidade de um perigo acon-
tecer ou não há consequência em sua ocorrência, o risco é zero ou, 
simplesmente, não há risco. Portanto, quanto maior for a possibilida-
de da ocorrência de um perigo e quanto maior for o impacto causado 
por ele, maior será o risco.
Essa abordagem apresenta algumas limitações em seu uso. Inicial-
mente, por vezes, é difícil quantificar a possibilidade da ocorrência de 
um perigo (há 78% de chance de chover amanhã?), o impacto (há 55% 
de chance de o sistema de drenagem pluvial do bairro não funcionar?) 
e, por fim, o risco (há 42,9% de chance de haver inundação no bairro 
em caso de chuva?). Em alguns casos, essa abordagem pode ser aplica-
da observando-se as limitações de cada caso. Utiliza-se frequentemen-
te tal análise para justificar, por exemplo, que há mais riscos em viajar 
por meio rodoviário do que por meio aéreo. Apesar da queda eventual 
de um avião ser muito danosa (analisando-se um único acidente), o 
número de ocorrências (frequência) de acidentes em rodovias é muito 
maior, acarretando, por exemplo, um número muito maior de feridos 
em meio rodoviário do que em aéreo.
Esse exame inicial é importante para demonstrar que o risco não é a 
análise de um único fator, pois ele traz mais de um aspecto envolvido; 
no caso, a possibilidade de ocorrência de um perigo e suas consequên-
cias (danosas). Nesse caso, o risco envolve, então, um conceito duplo: a 
ocorrência de um perigo e seus danos.
Conforme explicado, há vários conceitos de risco. Uma visão que 
permite a análise com menos limitações, de ordem qualitativa e de 
modo mais prático e direto, é a da ABNT NBR ISO/IEC 27001 1 , a 
qual associa a ocorrência de falha aos conceitos de ameaça e de 
vulnerabilidade:
d) Identificar os riscos.
[...]
2) Identificar as ameaças a esses ativos.
3) Identificar as vulnerabilidades que podem ser exploradas 
pelas ameaças.
[...]
e) Analisar e avaliar os riscos.
[...]
A norma técnica ABNT NBR ISO/
IEC 27001 trata dos requisitos 
para estabelecer, implementar, 
manter e melhorar um sistema 
de gestão de segurança em 
organizações, além de abordar 
a avaliação e o tratamento de 
riscos de segurança.
1
12 Análise e gerenciamento de risco
2) Avaliar a probabilidade real da ocorrência de falhas de segu-
rança à luz de ameaças e vulnerabilidades prevalecentes, e 
impactos associados a estes ativos e os controles atualmente 
implementados.
3) Estimar os níveis de riscos. (ABNT, 2006, p. 5, grifos nossos)
Então, novamente, há dois aspectos envolvidos no risco: ameaça e 
vulnerabilidade. A ameaça é de aspecto externo a um sistema e di-
nâmico, um evento adverso e potencialmente desastroso. Por vezes, 
a ocorrência dela não depende do sistema (exemplo: chuva intensa 
ou meteoro). Já a vulnerabilidade é de aspecto interno, passivo, re-
lacionado às capacidades do sistema de receber danos e intrínseco à 
capacidade de resposta do sistema. A seguir, é ilustrado um exemplo 
hipotético da relação entre ameaça, vulnerabilidade e risco:
Ameaça
Evento adverso, externo, 
ativo e danoso
Altura
Altura
Altura
Altura
Exposição, interna, passiva 
diante da ameaça
Trabalhador limpando janela dentro de 
um ambiente seguro 
Trabalhador limpando janela em pé no 
batente da janela, pelo lado de fora, sem 
segurança
Trabalhador limpando janelaem cadeira 
suspensa, com uso de segurança
Trabalhador limpando janela em pé, 
no piso térreo com uso de alavanca 
telescópica
A análise do risco é 
função da ameaça e 
do risco, diretamente 
proporcional a ambas
Risco desprezível
Risco altíssimo
Risco aceitável 
Risco desprezível 
Vulnerabilidade RiscoX X
Observa-se que, com a descrição da ameaça e da vulnerabilidade, 
pode-se estabelecer um resultado sintético do grau do risco. Nesse 
sentido, o risco exacerbado possui consequências significativas e pode 
Risco das atividades laborais 13
ser classificado como alto, elevado, altíssimo, intolerável, inadmissível, 
grave etc. O risco aceitável seria aquele que possui alguma medida 
de proteção que o atenuou, podendo ser considerado tolerável. Já o 
risco desprezível é aquele que apresenta uma combinação de amea-
ça e vulnerabilidade que não gera perdas (ou, eventualmente, perdas 
não relevantes). Essa análise de risco apresenta um determinado grau 
de subjetividade e aplicabilidade que pode trazer limitações a sua 
implantação.
Além disso, o risco pode variar de desprezível até inadmissível, de-
pendendo da amostra que é analisada. Por exemplo, em um teste de 
armas nucleares em local isolado de pessoas, usualmente, o Estado 
que o desenvolve argumenta que não há riscos à espécie humana. Sen-
do assim, o risco aos humanos é desprezível. Contudo, tal teste terá 
profundo impacto no meio ambiente (animais e vegetais). Por isso, 
sempre que se realiza uma análise de risco, deve-se direcioná-la a to-
das as partes envolvidas: às pessoas, ao meio ambiente (fauna e flora), 
ao patrimônio, à imagem (da instituição) etc.
Foram estudadas, então, duas análises que trabalham com binô-
mios (probabilidade x consequência e ameaça x vulnerabilidade). Per-
cebe-se que, até aqui, apenas se pensou nos aspectos envolvidos no 
risco, mas não no processo de mitigação deste. Avançando para uma 
análise mais abrangente e moderna, pode-se incluir algo relacionado 
a esse aspecto.
O modelo de Reason, ou modelo do queijo suíço, tem ori-
gem no Departamento de Psicologia da Univer-
sidade de Manchester e foi elaborado 
pelo professor James Reason (2000). 
É um modelo muito favorável para 
a análise de risco e funciona de 
acordo com barreiras de prote-
ção (já existentes ou a serem 
implementadas). Elas seriam 
proteções naturais ou pro-
jetadas de modo a impedir 
que uma ameaça continue 
caminhando pelo sistema, o 
que resultaria em um aciden-
te e em possíveis perdas.
mitigar: suavizar; tornar menos 
intenso.
Glossário
Perdas
Figura 1
Modelo do queijo suíço 
ou modelo das múltiplas 
causas
Fonte: Adaptada de Reason, Hollnagel e Paries, 2006, p. 10.
Camadas sucessivas de defesa, barreiras e salvaguardas.
Perigos
Alguns furos devido a 
falhas ativas
Ie
sd
e 
Br
as
il
Outros furos devido a 
condições latentes
14 Análise e gerenciamento de risco
Essa visão de análise de risco é favorável, como primeira vantagem, 
pois apresenta uma análise de mitigação de risco. Ou seja, insere-se 
na análise a existência, oportunidade e conveniência das barreiras ao 
perigo. Além disso, ilustra bem que um perigo (ameaça) é um aspecto 
dinâmico, e se ele alcançar uma vulnerabilidade, forma-se o dano e, 
consequentemente, o acidente. Desse modo, estar exposto a riscos é 
estar vulnerável a acidentes, e a melhor forma de evitar o encontro da 
ocorrência do perigo com a vulnerabilidade (e a consequente ocorrên-
cia de danos) é por meio de barreiras.
Um segundo aspecto positivo dessa análise é a representação visual 
do incidente. Uma possibilidade de ilustração de incidente seria quan-
do o perigo avança parcialmente pelas barreiras de proteção, mas não 
atinge uma amostra vulnerável. Em outras palavras, há um quase aci-
dente, pois alguma barreira funciona de maneira adequada para blo-
quear a ocorrência do perigo. Uma marca do incidente é que ele é um 
evento não desejado, em que há a manifestação de uma ameaça sem o 
registro de perdas ou impactos negativos. Já o acidente é marcado por 
perdas, impactos e consequências negativas.
Um terceiro destaque favorável sobre o modelo de Reason é a 
possibilidade de uma análise mais contemporânea, pois esse modelo 
afirma que o erro humano é impossível de ser evitado. Ele prevê que 
sempre haverá um perigo, uma possibilidade de perda (vulnerabilida-
de) e que as barreiras sempre terão furos (inconformidade ou inade-
quabilidade). Não há como impedir sua existência, mas sempre será 
possível acrescentar mais barreiras para impedir o avanço da ocorrên-
cia do perigo.
Defesas, barreiras e salvaguardas ocupam uma posição chave 
na abordagem do sistema. Sistemas de alta tecnologia tem múl-
tiplas barreiras de defesa: algumas tecnológicas (alarmes, barrei-
ras físicas, desligamentos automatizados etc.) e outras confiadas 
a pessoas [...]. Suas funções são de proteger vítimas e bens po-
tenciais de riscos locais. A maioria realmente são muito efetivas, 
mas sempre haverá fraquezas nestas barreiras. (REASON, 2000, 
p. 2, tradução nossa)
As barreiras possuem duas características: quantidade e adequabi-
lidade. Pode-se aumentar o número de barreiras conforme a situação 
demandar. Além disso, elas podem conter mais ou menos furos (imper-
feições). A análise de risco sempre envolverá adicionar mais barreiras 
Risco das atividades laborais 15
ou prover algumas menos imperfeitas. A cada barreira acrescentada 
ou a cada nível de exigência de conformidade dela, há um impacto eco-
nômico. Portanto, o rigor na seleção de barreiras pode tornar o projeto 
processo ou negócio antieconômico.
Em suma, esse modelo destaca que o estabelecimento de um risco 
nunca pode ser atribuído somente à ocorrência de um perigo e às per-
das derivadas dele. O acidente nunca será decorrente de um fator ou 
aspecto, mas sim do encadeamento de uma série de fatores que contri-
buíram para o acidente. Assim, de maneira ampla, foram apresentados 
diversos conceitos e formas de ilustrar o risco. Cabe ressaltar que há 
outras possibilidades e interpretações e que as noções apresentadas 
nesta seção sempre serão merecedoras de críticas e passíveis de aper-
feiçoamento. Aqui, buscou-se trazer uma noção geral de risco.
1.2 Risco e ambiente de trabalho 
Vídeo É notório que as atividades de trabalho podem usualmente acarre-
tar danos e morte ao trabalhador ou ao universo em que elas estão 
sendo desenvolvidas (empreendimento, pessoas, fauna e flora). Além 
de danos reais, existe o potencial dano, geralmente associado ao risco 
– quando se diz que algo ou alguém está em risco, associa-se isso a um 
perigo que potencialmente poderá causar danos.
Em ambientes de lazer, eventualmente, 
algumas pessoas se expõem a riscos. Entre-
tanto, ninguém quer se expor a riscos injus-
tificáveis de maneira voluntária e consciente, 
ainda mais no ambiente de trabalho. Na 
verdade, o trabalho é uma das formas de as 
pessoas buscarem segurança (financeira) na 
vida. Assim, a estabilidade nesse local é uma 
das metas na vida de um indivíduo.
O objetivo sempre será evitar estar sujei-
to a qualquer tipo de acidente, e não estar 
sujeito a acidentes envolve também não es-
tar sujeito a riscos. Entretanto, viver é estar 
constantemente sujeito a esses perigos. Dessa forma, busca-se minimi-
zar os riscos inerentes à vida, ou seja, fazer com que eles alcancem um 
De acordo com a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), 
há mais mortes por trabalho do 
que pela guerra. Aproximada-
mente 5 mil pessoas morrem 
por dia devido a acidentes no 
trabalho e doenças profissionais 
– isso corresponde a uma 
vida a cada 17 segundos. Todo 
ano, há quase 270 milhões de 
acidentes pelo mundo, sendo 
350 mil fatais (SOUZA; BARROS; 
FILGUEIRAS, 2017).
Curiosidade
16 Análise e gerenciamento de risco
padrão aceitável para nós, o qual pode ser muito subjetivo no cotidia-
no, mas no local de trabalho não deve ser.
O ambiente de trabalho não deve proporcionar apenas segurança, 
mas também conforto e condições de higiene. Por exemplo, um leveruído de um aparelho de ar condicionado que vibra em seu suporte 
metálico aparentemente não causa ferimentos de maneira direta a um 
trabalhador. Entretanto, pode deixar facilmente uma pessoa mal hu-
morada ao longo do dia, não somente diminuindo sua produtividade 
(pelo desconforto), mas também deixando-a mais vulnerável a erros e 
mais propícia a diversos tipos de falha.
Viu-se, na seção anterior, que há diversas formas de estudar e concei-
tuar o risco. Além das possibilidades já vistas, é necessário também apre-
sentar um conceito de risco que se relacione ao acidente de trabalho. De 
acordo com Souza, Barros e Filgueiras (2017, p. 35), “o conceito de risco 
em segurança e saúde do trabalhador [...] pode ser entendido como a 
chance ou possibilidade de consequências negativas para a saúde e a 
integridade física ou moral do trabalhador, relacionadas ao trabalho”.
O artigo 19 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, que trata dos 
Planos de Benefícios da Previdência Social e outras providências, apre-
senta uma definição de acidente de trabalho que vai ao encontro dessa 
ideia: “é o que ocorre pelo exercício do trabalho [...], provocando lesão 
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda 
ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o tra-
balho” (BRASIL, 1991, grifos nossos).
Tal definição merece críticas, pois foca no impacto/consequência. 
Além disso, a análise aparenta ser direcionada apenas ao trabalhador. 
Conforme visto na primeira seção, riscos de acidente são uma compo-
sição de fatores especialmente relacionados a uma ameaça ou perigo, 
e não somente a uma consequência; além disso, não são somente pes-
soas que estão sujeitas a risco, mas também comunidades, bens, fauna e 
flora, que não estão diretamente ligados ao ambiente de trabalho.
Vidal apresenta uma definição “científica”, que se julga mais conve-
niente e mais adequada, indo ao encontro do modelo de James Reason. 
Ela coloca o acidente como “o resultado de todo um processo de deses-
truturação na lógica do sistema de trabalho que, nessa ocasião, mostra 
suas insuficiências ao nível de projeto, de organização e de modus ope-
randi” (VIDAL, 1989 apud MATTOS; MÁSCULO, 2019, p. 4).
Assim, crê-se que o risco do ambiente de trabalho não está apenas 
relacionado ao ambiente de trabalho, mas a qualquer sistema que ele 
O livro Higiene e segurança 
do trabalho foi elaborado 
por vários especialistas, 
entre eles, engenheiros, 
médicos, enfermeiros, 
bombeiros militares e 
professores universitá-
rios. Em seu prefácio, 
a obra apresenta o 
seguinte lema: “Com-
bater o risco, respeitar 
quem trabalha, atender 
às vítimas”. O livro é 
um rico material para 
aqueles que desejam 
se aprofundar no tema 
Segurança do Trabalho.
MATTOS, U. A. O.; MÁSCULO, F. S. 
(orgs.). 2. ed. revista e ampliada. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2019. 
Livro
modus operandi: expressão 
do latim que significa modo de 
operação.
Glossário
Risco das atividades laborais 17
possa afetar. É o exemplo do caso de Brumadinho, 
que afetou de inúmeras maneiras sistemas a quilô-
metros de distância da origem do acidente.
É também notória a importância do estudo dos 
riscos no ambiente de trabalho, pois a realização 
desse tipo de estudo conduz à prevenção de aciden-
tes de trabalhos. Mas será que os acidentes se mos-
tram realmente impactantes no Brasil? Qual deveria 
ser o nível de ocorrências de acidentes de trabalho 
no Brasil para que se possa dar (ou não) uma aten-
ção especial à análise de risco?
No anuário estatístico de acidentes do trabalho 
de 2017, registraram-se 2.096 óbitos e 549.405 aci-
dentes de trabalho naquele ano no Brasil (BRASIL, 
2017). Esse número certamente está subdimensio-
nado, pois não inclui os números de acidentes de 
trabalho do emprego informal, aqueles não notifica-
dos ou aqueles não englobados na definição legal de 
acidente de trabalho. Assim, acidentes operacionais 
aparentam ser uma preocupação deveras relevante. 
O estudo de risco no ambiente de trabalho não é 
apenas critério de preservação da vida, mas de con-
forto e bem-estar necessários à dignidade humana.
O desastre de Brumadinho ocorreu em 25 de janeiro de 2019. 
Não foi uma fatalidade; foi uma tragédia anunciada e repetida, 
pois, em 2015, um desastre similar ocorreu em Mariana. Am-
bos, entre outros fatores diversos, derivaram do rompimento de 
barragens de rejeitos. Em Brumadinho, o acidente se originou 
do processo produtivo de mineração. A lama proveniente do 
rompimento afetou de maneira extensiva a fauna e flora de 
locais a quilômetros de distância, incluindo porções de águas 
oceânicas. Certamente, os impactos dessas duas grandes 
tragédias não cessarão durante os próximos anos, afetando 
especialmente as comunidades menores que possuem pouca 
ou nenhuma resiliência a um desastre dessa magnitude. Essa 
repercussão se dará principalmente na forma de problemas de 
saúde, poluição, desemprego e moradia. 
Saiba mais
O anuário estatístico de acidentes do trabalho é uma ferra-
menta interessante para se conhecer os acidentes operacionais 
no Brasil. Ele é elaborado pelo Governo Federal e pode ser 
facilmente encontrado na internet. Seguem alguns dados que 
estão presentes no anuário: número de acidentes do trabalho 
no Brasil e nas unidades da federação, número de acidentes por 
município, Classificação Estatística Internacional de Doenças 
e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) e Classificação 
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), número de óbitos, 
definições legais, entre outros.
Curiosidade
1.3 Falácias do risco no ambiente de trabalho 
Vídeo Estudou-se até aqui o risco e como ele ocorre, e também se ponde-
rou que ele pode levar ao acidente. Continuando, atestou-se que o aci-
dente no ambiente de trabalho no Brasil é algo relevante e que demanda 
preocupações. Antes de entrar de modo direto no estudo do risco, é ne-
cessário ainda continuar uma abordagem geral sobre a cultura do risco.
Viu-se que o acidente no ambiente de trabalho deve ser tratado, 
e a melhor forma de fazer isso é mitigando riscos. Uma das etapas 
fundamentais para isso é não os ignorar. A palavra ignorância é usa-
da atualmente em duas vertentes: uma tem como característica a falta 
de conhecimento, de estudo e/ou de habilidade; a outra leva a uma 
ideia de deixar de estar a par, desconsiderar fatos, deixar de se aten-
tar, desprezar. O primeiro significado parece apresentar uma noção de 
passividade, algo involuntário, em que não se pode optar. Já o outro 
18 Análise e gerenciamento de risco
transparece uma noção de voluntariedade, de decisão própria e inten-
cional, uma atitude deliberada, proposital e premeditada. Assim, é a 
opção de estar vulnerável a risco.
Dessa forma, pode-se citar que há dois aspectos na exposição a risco: 
um se refere àqueles que se colocam (ou são colocados) sob risco por 
falta de conhecimento, e o outro, àqueles que se colocam (ou são colo-
cados) por opção. Ambos os casos estão sob domínio do empregador. 
Ele é quem tem autonomia, controle e gestão sobre aqueles que estão 
vulneráveis ao risco, mesmo quando ele não tem ciência do risco ou não 
fez o suficiente e o adequado para ter ciência dele, ou quando opta por 
desprezá-lo (ignorá-lo). Portanto, todos os fatos ocorridos ao trabalha-
dor no ambiente de trabalho são de responsabilidade do empregador.
Esta seção busca apresentar situações e argumentações infelizes, 
denominadas falácias, que demonstram diversas formas de ignorância 
quanto ao risco no ambiente de trabalho. Expõem-se usos comuns (e 
não normais/legais) de tratamentos inadequados de risco. Além disso, 
explora-se o fato de que todas essas falácias ocorrem sob o domínio 
do empregador.
O acidente foi fatalidade.
Uma falácia muito comum, por exemplo, é o uso da palavra fa-
talidade. Ao buscar o significado da palavra falácia no dicionário, 
são encontradas as seguintes ideias: consequência inevitável do desti-
no; desastre; algo impossível de ser evitado. Muitos também tratam os 
acidentespor esse termo. Por que será?
O uso da palavra fatalidade para justificar acidentes, em especial no 
ambiente de trabalho, é muito confortável. Ora, se acontece uma fa-
talidade, dá-se a noção de que era algo inevitável; logo, não há como 
estar nos domínios do empregador. A responsabilidade é jogada para 
o destino. De certa forma, atualmente, até a queda de meteoros pode 
ser prevista ou estimada por agências de alguns países. Mas mesmo 
um evento considerado inevitável, como o raio, pode contar com me-
canismos que, apesar de não o evitarem diretamente, minimizem seus 
efeitos; por exemplo: o para-raios ou SPDA.
SPDA: sistema de proteção 
contra descargas atmosféricas.
Glossário
Risco das atividades laborais 19
Não se pôde/pode fazer nada.
Neste ponto, pode-se inserir outra falácia frequente. Aqui, há 
novamente uma evasão de responsabilidade. Retornando ao caso 
do raio, por exemplo, dificilmente se consegue impedir a ocorrência 
da descarga atmosférica (ameaça ou evento danoso). O que se pode 
fazer, então, é mitigar os seus impactos negativos (danos) e dimi-
nuir a vulnerabilidade de um sistema. Por exemplo, pode-se impe-
dir a descarga de alcançar elementos internos de uma edificação 
e/ou conduzir a descarga para a terra de modo a haver o mínimo 
dano a instalações prediais.
Sempre há alguma ação possível a ser tomada. Realmente, em uma 
análise superficial, o empregador pouco pode fazer diretamente para 
impedir a criminalidade ou a existência de um vetor (por exemplo, mos-
quito) de uma doença parasitária/infectológica. Mas, conforme visto na 
primeira seção, pode-se tratar a vulnerabilidade e posicionar barreiras 
de proteção. No caso da criminalidade, cercamento e circuito fechado 
de TV diminuem a exposição; na presença de mosquito no ambiente 
de trabalho, a colocação de telas em janelas e medidas de combate 
são formas de mitigar riscos. Assim, julga-se que sempre é possível ao 
empregador fazer algo para diminuir riscos.
Caso aconteça algo, temos seguro.
Outra falácia é que riscos podem ser favorecidos ou cobertos 
de modo financeiro. Assim, busca-se legitimar correr riscos sobre a 
eventual, por exemplo, proteção de um seguro. É sabido que o seguro 
existe para cobrir eventos não desejados. Quando há uma expectati-
va de desejo da ocorrência do evento para uma casual indenização, 
configura-se a aceitação do risco, ignorando as atitudes preventivas e 
barreiras de proteção.
O seguro lida com a noção de um certa previsibilidade ou imprevisi-
bilidade do evento danoso. Por exemplo, em caso de alagamento de via 
pública, o seguro certamente analisará se um veículo foi tomado pela 
inundação ou se avançou em área inundada de modo deliberado. O pri-
meiro caso exemplificaria um caso fortuito; já o segundo, a aceitação 
dos riscos, o que não justifica indenizações. Observa-se ainda que a aná-
O crime de fraude para 
recebimento de indenização 
ou de valor do seguro pode 
ser enquadrado no artigo 171, 
parágrafo 2º, capítulo V, do 
Código Penal, podendo também, 
por exemplo, configurar crime de 
incêndio. Como este livro não é 
direcionado ao estudo do Direito, 
os elementos do crime não serão 
aqui analisados. Entretanto, em 
uma análise simples, nesse tipo 
de crime, produz-se uma ação 
(ou omissão) no sentido de pro-
duzir (ou deixar ocorrer) inten-
cionalmente e deliberadamente 
o evento danoso e materializar o 
risco estimado na apólice.
No caso do veículo que entra na 
enchente, o dono do carro não 
deseja o evento danoso ou pro-
duzir o impacto negativo, mas, 
estando ciente do risco, aceita-o 
e abraça-o, esperando que não 
faça mal algum, em uma espécie 
de aposta macabra. Apesar de 
não se configurar crime, tal 
aceitação de risco certamente 
não está coberta pelo seguro.
Importante
caso fortuito: evento inevitável 
e imprevisível causado por 
ato humano que interfere na 
conduta e nas obrigações de 
indivíduos; por exemplo: guerra.
Glossário
20 Análise e gerenciamento de risco
lise da aceitação do acidente em ambiente de trabalho pode gerar ou-
tros desdobramentos, como talvez a tentativa de fraude e outros crimes. 
Por fim, o seguro pode restabelecer situações físicas e compensar danos 
financeiros, mas nunca restituir a qualidade e o status de vida de alguém.
Não faz mal.
Uma falácia grosseira é o famoso “não faz mal”. Além de haver nela 
uma noção extremamente subjetiva de dano, que despreza o dano 
oculto (que não se pode ver ou sentir), analisa-se, nessa construção, 
apenas o momento atual. Não há avaliação de danos ao longo do tem-
po e do espaço. Talvez um vazamento de combustível em lençol freá-
tico não faça mal em noção de dias, mas certamente o fará em termos 
de semanas. Além disso, em alguns dias, não será possível visualizar os 
danos desse mesmo vazamento em relação ao espaço, mas, em ques-
tão de semanas, pode haver danos em sistemas e comunidades distan-
tes da origem do vazamento 2 .
A produção não pode parar.
Continuando o rol de falácias, há ainda esse bordão. Um dos aspec-
tos mais ignorados nessa afirmação é que, se o risco se transformar 
em um acidente, haverá interrupção obrigatória da produção, além de 
prejuízos derivados do acidente. Ou seja, em uma análise sintética e 
superficial, melhor seria ter apenas o “prejuízo” da interrupção da pro-
dução do que ambos. Além disso, a noção de que a interrupção da 
produção para mitigação de riscos gera prejuízo é um grande equívoco, 
pois, na verdade, tal atitude demonstra ser um grande investimento na 
estrutura do ambiente de trabalho.
Foi apenas um incidente.
Essa é uma velha frase conhecida no ambiente de trabalho e é usa-
da para justificar a aceitação de riscos. Todo acidente ocorre de um 
ou mais incidentes, sendo que o incidente é o anúncio do acidente. A 
manifestação do incidente é um sinal de que o ambiente de trabalho 
demanda um tratamento dos riscos existentes.
Lembre-se do caso de Brumadinho, 
citado anteriormente.
2
Risco das atividades laborais 21
O custo é muito alto.
Essa frase também é frequente em processos decisórios na mitiga-
ção de riscos. Nesse caso, usualmente, há uma noção pontualmente 
financeira dominando o debate, em detrimento de um foco de segu-
rança, conforto e higiene do ambiente de trabalho e de sistemas e 
comunidades dependentes dele. Em uma análise superficial, por exem-
plo, mesmo um grande montante de custo justificaria uma ação na bar-
ragem que acarretou o incidente de Brumadinho. Quando ocorre um 
acidente, os danos não se compõem apenas dos prejuízos diretos, mas 
dos indiretos também, ou seja, daqueles que se prolongam no tempo 
e no espaço. Sempre que se lida com a noção de custo alto, pode-se 
refletir o quanto vale a vida de uma pessoa.
Isso nunca aconteceu.
Essa é outra falácia comum, também expressa como “em tantos 
anos de experiência profissional, isso nunca ocorreu”. Essas frases, em 
uma vertente mais formal e com tentativa de impregnar um caráter 
científico, também podem ser manifestadas como “não há registro es-
tatístico que justifique”. O que se pretende (quase que criminalmente), 
nesse caso, é justificar a aceitação de risco com base em experiências 
limitadas e pessoais.
Por exemplo, é possível que nunca se tenha ouvido dizer sobre incên-
dios em boates com uso de artefatos de pirotecnia no Brasil. Mas não 
é porque não se conhece os registros que eles não existem. O incêndio 
da boate Kiss pode parecer inédito no Brasil, mas, em 2005 e em 2003, 
ocorreram incêndios extremamente semelhantes em, respectivamente, 
Buenos Aires (Argentina) e West Warwick (Estados Unidos). A dinâmica é 
idêntica nos três casos: ambiente com concentração de público, uso 
irregular de artefato de pirotecnia em ambiente interno, problemas de 
lotação, inadequação da edificação e número elevado de óbitos e feridos.
Sempre foi assim.
Ainda, há uma situação em que o risco é ignorado, a qual envolve o 
“sempre foi assim”. As análises de Mattos e Másculo (2019) ilustram bem 
22 Análise e gerenciamento de risco
a equivocada e inconscientemotivação de manter um risco adormecido 
e constante no ambiente de trabalho, sem ser mitigado. De acordo com 
os autores, o empregado (envolvido no trabalho) é quem conhece a si-
tuação de risco, mas o empregador, que poderia corrigi-la, não entende 
o grau de necessidade. Assim, o risco é incorporado à rotina e continua 
ocorrendo. Além disso, mesmo que o empregador conheça a situação 
de risco, ele, por vezes, não sente que é responsável por sua correção.
A fiscalização veio aqui e não falou nada.
Inicialmente, cabe dizer que qualquer fiscalização atua sempre 
sob uma condição visível. Aquilo que está oculto ou que é modifica-
do após a fiscalização não foi/é objeto de verificação de conformidade. 
Além disso, a responsabilidade das condições de segurança, conforto, 
bem-estar e higiene no ambiente de trabalho estão sob domínio e res-
ponsabilidade do empregador, sendo a fiscalização externa (usualmen-
te estatal) um parâmetro mínimo.
A direção não aprova [o aspecto que no julgamento dela gerou o 
acidente] e sempre primou pela segurança.
Aprofundando a questão da responsabilidade do empregador ou 
seu preposto na exposição a riscos, por vezes ainda há essa desastrosa 
declaração. Ora, ela é um tanto vazia, pois se não havia a aprovação de 
tal atitude, por que se permitiu? Por que não se coibiu? Por que não se 
vigiou? Por que não se tratou antecipadamente? Na verdade, tudo que 
ocorre no domínio do empregador é de responsabilidade dele.
Ato inseguro. 
Por fim, dentro dessa perspectiva de que tudo que ocorre no am-
biente de trabalho é de responsabilidade do empregador, refuta-se o 
ato inseguro do empregado. Por vezes, há a justificação de um aciden-
te com base na argumentação de que um empregado cometeu um ato 
dessa natureza, levando à exposição do risco ou ao acidente. Nesse 
caso, direciona-se, de maneira tendenciosa, a responsabilização ao em-
pregado, mas será que ele age por vontade própria, direcionando ele 
mesmo ou outros ao acidente?
ato inseguro: ações e atitudes 
que conduzem a riscos atribuídas 
aos empregados, de modo a 
responsabilizá-los.
Glossário
Risco das atividades laborais 23
De acordo com Oliveira, o empregado faz aquilo que lhe foi demanda-
do, e não apenas aquilo que quer, inclusive no que diz respeito a compare-
cer ao ambiente de trabalho. Ele age conforme “a vontade do empregador 
(e seus prepostos), inclusive por desídia, falta de vigilância, negligência, au-
sência de gerenciamento, descuido com a coisa privada, descaso com o 
lucro, periclitação com o patrimônio do patrão” (OLIVEIRA, 20--, p. 56).
Em um paralelismo, seria algo próximo a dizer que uma máquina 
gerou o acidente, que ela optou por praticar uma operação insegura. 
Em ambos os casos, o empregador aparenta ser um espectador passivo, 
sendo o empregado (ou máquina) o único possuidor de vontade pró-
pria. Parece, por vezes, que até mesmo o sistema ou a organização do 
ambiente de trabalho possui vontade própria em detrimento do em-
pregador, como se este fosse impossibilitado ou estivesse prejudicado 
de fazer intervenções.
Os acidentes ocorrem por erros sistêmicos organizacionais. A orga-
nização e o gerenciamento providos pelo empregado permitem uma 
condição insegura que o abarca, especialmente por ignorância ou libe-
ralidade do empregador. As condições organizacionais seguras são a 
base do conforto, da higiene e do bem-estar do empregado.
Nesta seção, buscou-se demonstrar algumas concepções errôneas 
sobre a exposição ao risco, o qual decorre fundamentalmente de um 
ambiente de trabalho planejado, estruturado, avaliado, sistematizado, 
revisado, organizado, manutenido e aperfeiçoado de maneira insufi-
ciente e inadequada. Qualquer argumentação que não busque enten-
der o risco e o acidente fora da perspectiva da responsabilidade do 
empregador não é satisfatória ou justa.
1.4 Soluções de segurança 
Vídeo Levantar críticas é sempre mais confortável do que se engajar em 
soluções. Contudo, este capítulo visa não apenas levantar problemas, 
mas também apresentar algumas propostas de intervenções para im-
plementar uma cultura de segurança, conforto, bem-estar e higiene 
no ambiente de trabalho. Conforme visto na seção anterior, as ações 
devem prioritariamente ser providas na organização e no sistema 
pelo empregador.
24 Análise e gerenciamento de risco
Tratamento imediato
Inicialmente, cabe destacar que o tratamento imediato de ameaças 
é fundamental para um ambiente de trabalho seguro. Por exemplo, 
se determinado equipamento ou instalação está dando choque, isso 
demonstra que há algo errado ali. Uma das atitudes erradas possíveis 
é haver apenas um alerta verbal entre colegas do setor. Deve-se ime-
diatamente alertar sobre a ameaça descarga elétrica, não prevista, de 
modo oficial a todos os trabalhadores do setor. Essa ameaça também 
deve ser isolada e rapidamente tratada, seja pela manutenção ou pelos 
responsáveis pela segurança do trabalho local.
Certa vez, em determinado ambiente de trabalho, ocorreu um aci-
dente fatal envolvendo empregados e choque elétrico. Em investigação, 
diversas pessoas declaram que as instalações sempre davam choques. 
A cultura organizacional falhou em não prover tratamento imediato da 
ameaça, como instalar dispositivos de segurança contra fuga de cor-
rente elétrica ou prover aterramento adequado.
Nesse mesmo caso, citou-se que o risco não foi tratado porque a 
fonte da descarga não era conhecida. Caso houvesse uma cultura or-
ganizacional de segurança bem estabelecida, os responsáveis teriam 
a consciência de que, não se podendo eliminar a ameaça, a vulnerabi-
lidade de um grupo pode ser sempre mitigada. Um exemplo simples 
de atitude mínima de segurança poderia ser isolar a área e impedir a 
aproximação de pessoas à instalação que oferecia a ameaça. Assim, 
mesmo que houvesse uma ameaça, a eliminação do contato do grupo 
vulnerável impediria a concretização do risco.
 
Eliminar a rotina do risco
Tratar ameaças e reduzir a vulnerabilidade são ações generalistas 
básicas que devem sempre ser adotadas. Em outras palavras, deve-se 
eliminar a rotina do risco, o que envolve ter aversão firme ao risco co-
nhecido e notório e não permitir, caso ele ocorra, a sua permanência 
ou repetição. Portanto, se eventualmente um risco aparecer, a cultu-
ra organizacional deve empreender um combate imediato, público e 
enérgico ao risco. Como já foi mencionado, não se pode haver a fami-
liarização com o risco.
Risco das atividades laborais 25
Todo incidente é um anúncio de acidente
Na verdade, entender que todo incidente é um anúncio de aci-
dente é fundamental para quebrar a rotina do risco. A ocorrência do 
incidente demonstra, conforme explicado na primeira seção, que há 
manifestações de ameaças ativas passando por barreiras de proteção. 
Por exemplo, usualmente, antes de um incêndio, há princípios de in-
cêndios; antes de uma máquina apresentar um defeito que a imobili-
ze completamente, há manifestações de defeito em menor escala. Tal 
ideia é ilustrada na figura a seguir.
Figura 2
Pirâmide de acidentes da Insurance Company of North America (ICNA)
1
10
30
600
Acidente com lesão incapacitante 
Acidentes com lesões não incapacitantes
Acidentes com danos à propriedade
Acidentes sem lesão ou danos 
visíveis (quase acidente)
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Mattos e Másculo, 2019, p. 4.
Não há fatalidade no ambiente de trabalho, mas sim tragédias anun-
ciadas. Como já foi explicado, quando se fala em fatalidades, adota-se 
uma postura de tratamento impossível, de inevitabilidade do risco; e 
isso de fato não ocorre. O que acontece é o mau planejamento e a má 
sistematização do ambiente de trabalho disponibilizado pelo emprega-
dor, que não teve a capacidade de prever determinado risco.
Falar em fatalidades é negar toda a teoria de Segurança do Traba-
lho, é dizer que a teoria de análise de risco é insuficiente e não pode 
ser aplicada em um determinado ambiente de trabalho. Por vezes, 
uma análise de risco pode até ser insuficiente,por consequência da 
pouca atenção para executá-la. Por isso, toda e qualquer análise de 
26 Análise e gerenciamento de risco
risco sempre deve ser formal e executada por um profissional com-
petente, o que impede a ocorrência de riscos equivocadamente cha-
mados de ocultos.
Segurança não é custo
Lembra-se ainda que segurança não é custo, mas sim investimen-
to, e deve ser um valor disponibilizado pelo empregador. Além disso, 
em um simples estudo de caso, pode-se verificar que o acidente sem-
pre custará mais caro que o investimento em seguro. Ou seja, a ve-
lha máxima “prevenir é melhor que remediar” permanece válida. Os 
custos envolvidos com acidente envolvem não apenas perdas diretas, 
mas também danos à imagem, dias parados de produção, ações ju-
diciais etc.
Verificações internas
A fiscalização não deve ser somente externa (de caráter estatal). Ve-
rificações internas de conformidade devem ser incentivadas e promo-
vidas. Além disso, não se deve ter aversão ou receios de fiscalizações e 
auditorias; elas devem ser vistas como oportunidades de tratamento e 
aperfeiçoamento de mitigação de risco.
Então, por fim, afirma-se novamente que o acidente provém da con-
dição insegura proporcionada pela má sistematização do ambiente de 
trabalho disponibilizado. A segurança do ambiente de trabalho (bem 
como o acidente) tem cunho organizacional, e não individual. Tudo do 
ambiente de trabalho procede do empregador e da sistematização que 
ele prove, em especial a segurança, o bem-estar e a higiene das condi-
ções do ambiente de trabalho.
1.5 Tipos de riscos 
Vídeo Estudar risco não é uma tarefa tão simples e fácil. Há diversos aspec-
tos envolvidos e variadas formas de visualizar um risco. Dessa forma, 
apresenta-se uma proposta entre as inúmeras existentes. A classifica-
ção feita nesta seção, em risco físico, químico e biológico, atende a uma 
necessidade legal de caracterizar a insalubridade, mas já se sabe que a 
análise de risco vai além de uma demanda legal. A NR 09 diz que:
Risco das atividades laborais 27
9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os 
agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes 
de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou 
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos 
à saúde do trabalhador. (BRASIL, 2019b, p. 1)
Sempre haverá possibilidade de imperfeições diante de uma pro-
posição de classificação do risco. É importante lembrar que essas clas-
sificações são falíveis, pois aqui não se tem uma ciência puramente 
exata, mas sim uma necessidade de visão técnica, social e econômica. 
Segue a exposição de uma proposta clássica de classificação de risco, 
que vai um pouco além do proposto pelas Normas Regulamentadoras 
do Brasil (NRB).
1.5.1 Risco físico
Ao imaginar o risco físico, pode-se pensar inicialmente e equivoca-
damente em algo relacionado a um risco palpável, conectado ao atrito 
ou ao contato, mas não é bem assim. Em um aspecto geral, os riscos 
físicos estão relacionados ao conteúdo que se estuda em Física no en-
sino médio. Veja a seguir os exemplos de riscos físicos previstos na 
NR 09, que os relaciona à exposição a diversos tipos de energia:
9.1.5.1 Consideram-se agentes físicos as diversas formas de 
energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais 
como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extre-
mas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como 
o infrassom e o ultrassom. (BRASIL, 2019b, p. 2)
Mattos e Másculo (2019) trazem uma definição também relevante, 
além de apresentarem algumas características e citarem exemplos. 
Eles creem que os riscos físicos proporcionam a alteração das caracte-
rísticas físicas do ambiente de trabalho, causando agressões. Esse tipo 
de risco exige um meio de transmissão, age sobre pessoas sem a ne-
cessidade de um contato direto e ocasiona lesões imediatas a crônicas.
A seguir, são apresentadas as exposições a risco, seguidas de exem-
plos de atividades laborais em que o risco pode ocorrer e os danos e 
doenças consequentes:
28 Análise e gerenciamento de risco
RISCO
Altas temperaturas
Baixas temperaturas
Vibrações
Ruídos
Pressões anormais
Iluminância inadequada
Radiações ionizantes
Trabalhadores que lidam com 
alimentação de fornos, forjas, co-
lheita de cana de açúcar, lavande-
rias e tinturarias
Interior de câmaras frigorificas.
Operadores de máquinas e ferra-
mentas pneumáticas, condutores 
de caminhão, rolo compactador, 
tratores e compressores.
Operadores de máquinas e 
ferramentas, trabalhadores de 
aeroporto, construção civil. 
Atividades sob ar comprimido, 
tubulões, locais de trabalho de alta 
altitude e mergulhadores.
Atividades em que podem ocorrer 
ofuscamento, estar exposto à luz 
intensa solar de modo contínuo, 
iluminação natural ou artificial em 
níveis muitos altos ou baixos.
Técnicos de radiologia, mineração 
de urânio, usinas com reatores 
nucleares e fontes radiativas, 
fábrica de alimentos e bebidas, 
laboratórios.
Desidratação, palidez, dor de ca-
beça, confusão mental, câimbras, 
queda de pressão, enfraquecimen-
to dos dentes, insolação, choque 
térmico, convulsões, óbito.
Dormência, urticária, congela-
mento da epiderme, ulcerações, 
frieiras, doenças nos pés (pé de 
imersão), predisposição para 
doenças respiratórias, hipóxia, fe-
nômeno de Raynaud, hipotermia.
Dores, transtornos circulatórios 
periféricos, redução da força, os-
teoporose, fenômeno de Raynaud, 
doenças degenerativas, lesões 
localizadas ou de corpo inteiro.
Fadiga nervosa, hipertensão, da-
nos temporários ou permanentes 
no aparelho auditivo.
Dores abdominais, irritação nos 
pulmões, barotrauma, tontura, 
rompimento de vasos, perda da 
consciência.
Mal humor, estresse, dor de cabe-
ça, perda da capacidade visual.
Dermatites, queimaduras na pele, 
efeitos sobre sistema circulatório, 
catarata, conjuntivite, lesões na 
pele, câncer.
EXEMPLOS DANOS E DOENÇAS
Si
be
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Ph
ot
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Saiba mais
O fenômeno de Raynaud é uma condição decorrente, entre outros fatores, da excessiva exposição ao frio. As 
manifestações visíveis desse agravo são a palidez nas extremidades do corpo (nariz, orelhas, dedos, mãos e pés), 
acompanhada de dor, úlceras, lesões maiores e outras consequências.
Risco das atividades laborais 29
Logicamente, não é qualquer ruído ou patamar de temperatura que 
causará prejuízos ao trabalhador; tudo dependerá da intensidade e do 
tempo de exposição. A NR 15 apresenta valores para fins de pagamen-
to de adicional de insalubridade, lidando com parâmetros como nível 
do ruído e máxima exposição diária permissível. Ela usa parâmetros 
avaliativos como: se é um ruído contínuo ou de impacto, o tempo da 
jornada de trabalho, o nível de exposição, a dose diária de ruído e a 
quantidade de anos de permanente exposição ao ruído (BRASIL, 2019c).
Desse modo, conforme definição prevista na NR 09, os riscos físicos 
são formas de transferência de energia do ambiente para o corpo de 
pessoas, implicando alguma alteração ou prejuízo fisiológico, podendo 
ser visível e imediata (ou não). Dessa forma, somente avaliações oficiais 
e profissionais são suficientes e adequadas para verificar a exposição a 
o risco físicos em ambiente de trabalho.
1.5.2 Risco químico
Talvez seja mais simples conceituar e apontar exemplos de riscos 
químicos ao se lembrar, de modo semelhante ao risco físico, do que se 
estuda na Química do ensino médio. Basicamente, de maneira simpli-
ficada, pode-se dizer que o risco químico envolve estar exposto a um 
agente químico. Segundo a NR 09:
9.1.5.2 Consideram-se agentes químicos as substâncias, com-
postos ou produtos que possam penetrar no organismo pela 
via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, 
gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposi-
ção, possam ter contatoou ser absorvidos pelo organismo atra-
vés da pele ou por ingestão. (BRASIL, 2019b, p. 2)
A seguir, são apresentados alguns meios de transporte de risco quí-
mico, além de seus conceitos e alguns exemplos de casos em que eles 
podem ser encontrados:
30 Análise e gerenciamento de risco
MEIO
Poeira
Fumo
Névoa
Neblina
Gases
Vapor
Fumaça
Partícula sólida dispersa no ar, 
proveniente de ruptura mecânica 
de um sólido. Partículas sólidas de 
diâmetro de até 50/100μm. 
*1 μm = 0,000001 metro
Partícula sólida dispersa no ar, 
proveniente de condensação de 
vapores de substância. Partícu-
las sólidas de diâmetro de até 
0,5/1μm.
Partícula líquida dispersa no ar, 
proveniente de ruptura mecânica 
de líquidos. Gotículas líquidas com 
diâmetro entre 0,1 e 100μm.
Partícula líquida dispersa no ar, 
proveniente de condensação do 
vapor de uma substância. Gotícu-
las líquidas com diâmetro entre 1 
e 50μm.
Substância naturalmente em esta-
do gasoso nas condições normais 
(de temperatura e pressão).
Substância naturalmente em 
estado diferente do gasoso nas 
condições normais, mas eventual-
mente presente em fase gasosa 
no ambiente.
Produtos da combustão (queima) 
incompleta de materiais orgânicos. 
Diâmetros inferiores a 1μm.
Corte de pedras na marmoraria, 
cimento, britagem, terraplana-
gem, demolição, peneiramento, 
fabricação de vidros; usualmente 
proveniente de processo de tritu-
ração ou lixamento.
Soldagem, fundição, volatização 
de metais, fumo de chumbo; 
proveniente de processo de aque-
cimento.
Pintura com pistola de tinta, spray 
(tinta, desodorante), aplicação de 
lubrificação e agrotóxicos.
Neblina vista em estradas; usual-
mente proveniente de processo 
de evaporação.
Oxigênio, metano, hidrogênio, 
butano, monóxido de carbono.
Vapor d’água, ácidos, vapor de 
gasolina, querosene, álcool, sol-
ventes de tintas, éter, vapores de 
aplicação de manta asfáltica.
Fumaça de incêndios, sejam em 
edificações ou em vegetações; 
contém diversos contaminantes.
CONCEITO EXEMPLO
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Risco das atividades laborais 31
A NR 09 foca no meio em que o agente químico pode se deslocar 
ou ser transportado: poeiras, névoas, fumos, gases etc. Via de regra, 
quanto menor a partícula, mais ela poderá afetar o corpo humano e 
mais potencialmente danosa será. Qualquer forma de contato, mesmo 
o direto, constitui uma preocupação e é um dos focos de estudo com 
relação aos agentes químicos.
De maneira simples, agentes químicos podem ser classificados como:
 • irritantes, por exemplo, ácidos e cloro;
 • anestésicos, por exemplo, butano e propano (componentes do 
gás de cozinha);
 • asfixiantes simples, por exemplo, dióxido de carbono, que reduz 
a concentração do oxigênio local, reduzindo ou impedindo a ofer-
ta à respiração animal/humana;
 • asfixiantes químicos (tóxicos), por exemplo, cianeto e monóxido 
de carbono, que impedem a utilização bioquímica do oxigênio, 
mesmo com oferta deste.
Alguns agentes de risco são apresentados a seguir, bem como exem-
plos para cada um e possíveis danos e doenças:
RISCO
Agentes corrosivos
Agentes asfixiantes
Agentes cancerígenos
Agentes tóxicos
Locais em que há armazenamento 
e manuseio de ácidos e álcalis.
Tanques, porões de navios, silos, 
minas e locais que podem ter re-
dução da concentração do oxigênio.
Carvoarias, locais em que há ar-
mazenamento e manuseio de pro-
dutos químicos, como benzeno, 
amianto, benzidina (relacionado a 
corantes), entre outros.
Locais em que há armazenamento 
e manuseio de solventes, chumbo, 
mercúrio, manganês, pó de carvão, 
amianto, sílica, entre outros.
Irritação da pele, queimaduras, 
problemas de diversas ordens na 
pele, olhos e sistema digestório.
De mal estar a óbito.
De irritações a câncer em órgãos.
De irritações a doenças em siste-
mas completos.
EXEMPLOS DANOS E DOENÇAS
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32 Análise e gerenciamento de risco
No entanto, não existem apenas esses tipos de danos. Por exem-
plo, as fibras podem causar doenças fisiológicas diversas. Em especial, 
cita-se a asbestose e os cânceres no pulmão e mesotélio, causados 
por aspiração de pó de asbesto/amianto. Tem-se ainda a lã de rocha, 
que pode causar irritação na pele, nos olhos e na garganta. Frisa-se que 
o risco químico usualmente é invisível aos olhos humanos e, por isso, 
demanda uma avaliação formal por um profissional habilitado para 
identificar, tratar e mitigar esse tipo de risco.
1.5.3 Risco biológico
Entre todos os riscos, o biológico talvez seja um dos mais simples de 
se prever o conceito. Basicamente, esse risco se relaciona aos agentes 
biológicos que trazem impactos, prejuízos e doenças ao trabalhador. 
Esses agentes podem ser parasitas, bacilos, bactérias, vírus, fungos, 
protozoários etc. (BRASIL, 2019b).
Segundo Mattos e Másculo (2019, p. 39), os riscos biológicos “são 
aqueles introduzidos nos processos de trabalho pela utilização de se-
res vivos (em geral, micro-organismos) como parte integrante do pro-
cesso produtivo, tais como vírus, bacilos, bactérias etc., potencialmente 
nocivos ao ser humano”.
Apesar de a NR 09 não citar os riscos biológicos diretamente (tam-
bém se aplicando aqui uma visão mais abrangente do risco e dos 
acidentes de trabalhos), apontam-se animais que possam ser eventual-
mente danosos ao trabalhador, diretamente ou não; por exemplo: ra-
tos, mosquitos, cobras, escorpiões, lacraias, peixes, entre outros.
A seguir, são apresentados alguns riscos biológicos, seus exemplos 
e alguns danos e doenças consequentes deles:
RISCO
Vírus
Bactéria
Trabalhadores de hospitais e 
laboratórios em acidentes com 
agulhas.
Trabalhadores de silos (bagaço de 
cana e cereais).
Síndrome da imunodeficiência 
adquirida (SIDA).
Doenças respiratórias diversas.
EXEMPLOS DANOS E DOENÇAS
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asbestose: doença causada 
pela aspiração de pó de 
amianto/asbesto.
mesotélio: tecido que reveste 
as cavidades do corpo.
Glossário
(Continua)
Risco das atividades laborais 33
RISCO
Fungo
Protozoários
Aranhas
Escorpião
Carrapato
Rato
Cobras
Trabalhadores de arquivos, mu-
seus e bibliotecas.
Trabalhadores de laboratórios, 
estação de tratamento de esgoto, 
estação de tratamento de água, 
plantações de arroz.
Trabalhadores da silvicultura e 
agricultura.
Trabalhadores da construção civil.
Trabalhadores da silvicultura, 
pecuária e agricultura.
Trabalhadores de limpeza predial.
Trabalhadores de jardins botâni-
cos ou zoológicos
Doenças respiratórias diversas.
Doenças diversas.
Picadas e contato podem causar 
envenenamento.
Picadas causam envenenamento.
A atividade parasitaria do carra-
pato pode causar febre maculosa 
e outras doenças, além de lesões 
na pele.
Mordidas e contato com urina 
podem causar diversas enfermi-
dades.
Picadas causam envenenamento e 
mordidas podem causar infecções.
EXEMPLOS DANOS E DOENÇAS
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De modo similar aos demais riscos, é fundamental a identificação e 
avaliação do ambiente de trabalho para a prevenção de riscos biológicos. 
São diversos os fatores envolvidos em relação a esses riscos: localização 
geográfica do ambiente de trabalho, característica do trabalho desempe-
nhado, formas e fontes de exposição, vias de transmissão, persistência do 
risco biológico, patogenicidade etc. Riscos biológicos podem causar desde 
simples lesões e infecções superficiais e sistêmicas até doenças diversas 
e óbitos. Por isso, novamente, avaliações profissionais devem ser execu-
tadas antes e durante a atividade profissional, sendo que também devem 
sempre haver revisões para aperfeiçoamento das medidas protetivas.
34 Análise e gerenciamento de risco
1.5.4 Risco ergonômico
Apesar de o risco ergonômico não estar incluso na NR 09, ele se con-
figura como um importante fator a ser estudado, avaliado e mitigado. 
Cita-se que a palavra ergonomia éde origem grega e une dois significa-
dos: ergon (trabalho, esforço, ocupação, ação) e nomos (ordenamento, 
leis, regras, normas). Em outras palavras, de modo simples, a ergono-
mia pode ser entendida como a organização do trabalho.
Atualmente, a ergonomia física costuma estar em debates no am-
biente de trabalho, especialmente em temas sobre postura, manuseio 
e manipulação de cargas, repetição de movimentos, características de 
mobiliário, entre outros tópicos. Além da preocupação com ao aspecto 
físico do trabalhador, há também a ergonomia organizacional, que 
estuda a ordenação, as estruturas políticas e os processos organiza-
cionais envolvidos no ambiente de trabalho. Há ainda a ergonomia 
cognitiva, que visa ao estudo da engenharia cognitiva envolvida no 
ambiente de trabalho, com foco nos processos mentais, por exemplo, 
tomada de decisões e desempenho de habilidades. Assim, podemos 
entender melhor os riscos ergonômicos.
Há diversas situações possíveis que causam riscos ergonômicos. En-
tre elas, encontram-se (MATTOS; MÁSCULO, 2019):
 • inadequações do espaço de trabalho, como mesa pequena, am-
biente apertado, limitação de espaço;
 • altura inadequada da cadeira, da tela do computador, do teclado, 
do mouse etc.;
 • maquinário sem regulagem de altura;
 • execução de tarefa de trabalho permanentemente em pé ou 
sentada;
 • fluxo de trabalho inadequado, gerando repetição de tarefas já 
realizadas;
 • postura de trabalho viciosa devido ao uso de equipamentos que 
não consideram os dados antropométricos dos usuários;
 • dimensionamento inadequado da estação de trabalho, o que faz 
com que haja movimentação corpórea excessiva;
 • conteúdo mental do trabalho não adequado ao trabalhador, o 
que pode gerar sobrecarga (estresse) ou monotonia.
Risco das atividades laborais 35
A figura a seguir ilustra um risco ergonômico comum: a postura ina-
dequada. Essa conduta no ambiente de trabalho pode causar diversos 
danos à saúde do trabalhador, como dores de cabeça e nas costas.
Figura 3
Ilustração de alguns riscos ergonômicos e eventuais consequências
MÁ POSTURA AO 
SENTAR-SE
SÍNDROME DO ESCRITÓRIO
POSTURA 
INCORRETA
DOR DE CABEÇA DOR NO
OMBRO
DOR NAS 
COSTAS
DOR NO 
PESCOÇO
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Assim, observa-se que o risco ergonômico também é um fator pertinen-
te a ser considerado no ambiente de trabalho. Sua avaliação e mitigação, 
igualmente ao que acontece com os demais riscos, não são voluntárias ou 
opcionais ao empregador. Existe a NR 17 (BRASIL, 2018, p. 1), que “visa a 
estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de tra-
balho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a pro-
porcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”.
Alguns autores também citam outras classificações de riscos. Ini-
cialmente, há os riscos mecânicos: aqueles que somente se manifes-
tam com contato do trabalhador, por exemplo, materiais cortantes e 
aquecidos, buracos etc.; nesses riscos, também entrariam os riscos 
de incêndio. Também há os riscos sociais (ou psicossociais): aqueles 
que ocorrem pela inadequada organização do trabalho, por exemplo, 
escala de trabalho inconstante ou assédios, tendo efeitos negativos a 
nível psicológico para o trabalhador, especialmente o estresse, em suas 
diversas formas. Pode-se citar ainda a tipificação risco de acidentes, uti-
lizada por alguns autores.
O livro Pontos de verificação 
ergonômica: soluções 
práticas e de fácil aplicação 
para melhorar a segurança, 
a saúde e as condições de 
trabalho foi elaborado pela 
Organização Internacional 
do Trabalho (OIT) com a 
Associação Internacional 
de Ergonomia (IEA). É uma 
obra muito rica em conteú-
do e imagens que explora 
condições de ambientes de 
trabalho com enfoque no 
processo, levantando riscos 
de situações variadas. 
Destaca-se a sua relevância, 
pois normalmente a ergo-
nomia é desprezada como 
elemento de segurança no 
processo produtivo.
OIT - Organização Internacional 
do Trabalho. 2. ed. São Paulo: 
Fundacentro, 2018.
Livro
36 Análise e gerenciamento de risco
É importante lembrar que o risco nem sempre é visível. Além dis-
so, por vezes, o risco não causa sensibilização no corpo humano; por 
exemplo: radiação ou aspiração de poeira de fibras. Ele também pode 
ter efeito em outros locais do ambiente de trabalho, pois seus efeitos 
potenciais podem superar o tempo e espaço originais de um even-
tual acidente. Ainda, o risco não leva somente a lesões visíveis, mas 
a doenças e outros agravos de caráter inicialmente oculto. A nomen-
clatura e classificação facilita que alguns riscos sejam mais facilmente 
identificados, seja na fonte ou nos efeitos, facilitando um tratamento 
mais adequado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A identificação é fundamental para o tratamento, mas é apenas uma 
etapa da mitigação do risco. Tendo em vista a complexidade da identifi-
cação e do tratamento do risco, estabeleceram-se diferentes formas de 
conceituá-lo e classificá-lo. Por vezes, o contato com o risco pode levar a 
interpretações e atitudes erradas, algumas manifestadas neste capítulo. 
O ideal é o estabelecimento de uma cultura da segurança no ambiente de 
trabalho, não apenas com atitudes responsivas, mas com muito planeja-
mento e revisão contínua do ambiente de trabalho. Assim, destaca-se que 
se preocupar apenas com aspectos, prescrições e exigências legais não é 
suficientemente adequado, pois legislações por vezes são antigas, desa-
tualizadas e incompletas, não sendo totalmente abrangentes.
Entende-se que a origem de todo acidente é um incidente. Dessa for-
ma, tratando-se devidamente os incidentes, há como se prevenir os aci-
dentes e as perdas. O estudo de caso de acidentes de outros ambientes 
de trabalho também é fundamental, uma vez que, além de ser possível 
aprender com seus eventuais erros, há como aprender com os erros dos 
outros. Assim, todo incidente não avaliado e não tratado é um anúncio do 
acidente que há por vir.
Por fim, é importante que você, leitor, tenha de modo consolidado, 
ao terminar de estudar este capítulo, que um acidente é decorrente da 
exposição a perigos e, por isso, é muito importante estudar os aspectos 
envolvidos no risco. Além disso, o risco e o acidente sempre existem pela 
ocorrência de diversos fatores, e nunca devido a uma única causa.
Risco das atividades laborais 37
ATIVIDADES
1. Em um determinado acidente, justificou-se que a queda de um 
operário da frente de trabalho localizada no segundo pavimento da 
construção de uma obra vertical foi causada pela falta de uso de cinto 
de segurança. Por que tal afirmação é inadequada do ponto de vista 
de segurança?
2. O acidente de trabalho afeta apenas trabalhadores. Tal afirmação é 
adequada? Por quê?
3. Fenômenos da natureza são riscos inevitáveis e fatais. Tal afirmação é 
adequada? Por quê?
REFERÊNCIAS
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informação – Técnicas de segurança – Sistemas de gestão da segurança da informação – 
Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
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Fazenda, 2017. Disponível em: http://sa.previdencia.gov.br/site/2018/09/AEAT-2017.pdf. 
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BRASIL. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 
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de Prevenção de Riscos Ambientais. Brasília: MTE, 2019b. Disponível em: https://enit.
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BRASIL. Ministériodo Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-15: Atividades 
e Operações Insalubres. Brasília: MTE, 2019c. Disponível em: https://enit.trabalho.
gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 
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BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego.  Norma Regulamentadora NR-17: Ergonomia. 
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CAMARGO, W. Gestão da segurança do trabalho. Instituto Federal do Paraná. 
Curitiba: 2016. Disponível em: http://ead.ifap.edu.br/netsys/public/livros/LIVROS%20
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MATTOS, U. A. O.; MÁSCULO, F. S. (orgs.). Higiene segurança do trabalho. 2. ed. revista e 
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REASON, J. Human error: models and management. BMJ: British Medical Journal, v. 320, 
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38 Análise e gerenciamento de risco
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REASON, J.; HOLLNAGEL, E.; PARIES, J. Revisiting the Swiss cheese model of accidents. 
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SOUZA, I. L.; BARROS, L. A.; FILGUEIRAS, V. A. (orgs.). Saúde e segurança do trabalho: curso 
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mar. 2020.
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 39
2
Legislação brasileira de 
Segurança do Trabalho e EPI
Neste capítulo, busca-se expor a legislação e os documentos 
relativos à Segurança do Trabalho e ao risco. Certamente, ambos 
os objetos de estudo são extensos e complexos e, por isso, as 
ideias aqui argumentadas estão longe de esgotar o assunto. Além 
disso, também serão apresentados o equipamento de proteção 
individual (EPI) e o equipamento de proteção coletiva (EPC), bem 
como a forma de utilizá-los corretamente.
2.1 Legislação brasileira de 
Segurança do Trabalho 
Vídeo A exposição da base legal de qualquer tema é fundamental para es-
tabelecer o alicerce de seu estudo. A apresentação das técnicas, ferra-
mentas e estratégias de algum assunto será mais bem compreendida 
se feita com a respectiva exposição das legislações que as justificam e 
motivam. Assim, esta seção visa expor as leis e normas da Segurança 
do Trabalho, especialmente no tocante ao risco.
Antes de conhecer as leis e demais regulamentações, é necessário 
sempre se lembrar da hierarquia das leis. A maior lei do ordenamen-
to jurídico brasileiro é a Constituição Federal (CF) e suas emendas; 
posteriormente, tem-se as leis complementares; e, logo após, leis or-
dinárias, tratados internacionais, medidas provisórias, leis delegadas, 
decreto-lei, decreto legislativo, decreto, instrução normativa, resolu-
ção, portaria, entre outros.
Quanto à prevenção de acidentes e doenças no trabalho, pode-se 
utilizar a ilustração de Mattos e Másculo (2019, p. 98), a fim de tornar 
este estudo legal mais objetivo. Os autores apontam que são exigências 
40 Análise e gerenciamento de risco
legais para a preservação no ambiente de trabalho os preceitos ordiná-
rios (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT) e os preceitos específicos 
(Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho – SST), 
que têm como base a Constituição Federal de 1988 (Figura 1).
Figura 1
Estrutura da legislação brasileira para prevenção de acidentes e doenças do trabalho
Constituição Federal Brasileira
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)
Normas Regulamentadoras de Segurança e 
Saúde no Trabalho (SST)
Fonte: Mattos e Másculo, 2019, p. 126.
Como lei maior do Brasil, a CF de 1988 garante aos cidadãos brasi-
leiros direitos sociais fundamentais e intrínsecos à Segurança do Traba-
lho, como saúde, previdência social, trabalho e segurança. Além disso, 
ela também impõe, como direitos fundamentais, a redução de riscos 
do trabalho e seguro contra acidentes.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social:
[...]
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por 
meio de normas de saúde, higiene e segurança;
[...]
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo 
do empregador, sem excluir a indenização a que este 
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
(BRASIL, 1988, grifos nossos)
Com foco na palavra risco, a Constituição ainda aborda algumas pres-
crições de aspecto geral para sua identificação, sua mitigação e seu trata-
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 41
mento. Aqui, destacamos dois artigos da CF: o primeiro cita diretamente 
os riscos de doenças e agravos. Em especial, o artigo 196 apresenta o 
dever do Estado em fomentar políticas públicas de proteção: “a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais 
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988, grifos nossos).
Um segundo artigo em que a CF aborda o risco é o artigo 225, o 
qual envolve o dever de proteger o meio ambiente com o objetivo de 
preservar a qualidade de vida. Apesar de não ser algo específico ao pro-
cesso de trabalho, tal preceito constitucional faz da prevenção de risco 
ao meio ambiente um dever do Estado, deixando clara a obrigação de 
fomento ao processo de análise e mitigação de riscos.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologi-
camente equilibrado, bem de uso comum do povo e es-
sencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preser-
vá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe 
ao Poder Público:
[...]
V - controlar a produção, a comercialização e o empre-
go de técnicas, métodos e substâncias que compor-
tem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente;
[...]
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, 
as práticas que coloquem em risco sua função ecoló-
gica, provoquem a extinção de espécies ou submetam 
os animais a crueldade. (BRASIL, 1988, grifos nossos)
Assim, de maneira geral e conforme a CF, afirma-se novamente que 
a Segurança do Trabalho deve ser promovida pelo Estado, com preven-
ção e mitigação de riscos às pessoas, aos bens e ao meio ambiente. Ain-
da, a Constituição estima que os riscos podem eventualmente não ser 
contidos e prevê a condição de seguro contra acidentes de trabalho. 
Entre várias conclusões decorrentes da exposição legal apresentada, 
percebe-se que a análise e gerenciamento de risco é um assunto tão 
relevante à sociedade que os legisladores consolidaram o tema na CF.
42 Análise e gerenciamento de risco
Além disso, também é importante pontuar que somente a União 
pode legislar sobre alguns temas relativos ao trabalho. Isso visa asse-
gurar um padrão mínimo, universal, uniforme, harmonioso e igualitário 
de política pública do trabalho no vasto território do Brasil, prevenindo 
insuficiência ou excessos nas relações de trabalho. Essa condição é fun-
damental para se entender a organização das normas de prevenção, 
mitigação e tratamento de riscos relativas ao trabalho.
Art. 21. Competeà União:
[...]
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do 
trabalho;
[...]
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, 
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
[...]
XVI - organização do sistema nacional de emprego e 
condições para o exercício de profissões;
[...]
XXIII - seguridade social. (BRASIL, 1988, grifos nossos)
Vencidas algumas prescrições que a Constituição nos apresenta, 
passa-se a analisar algumas legislações que colaboram para a identi-
ficação, a mitigação e o tratamento de riscos. Crê-se ser importante 
tratar da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que apresenta “as 
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a orga-
nização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras 
providências” (BRASIL, 1990). Essa lei traz algumas afirmações que pos-
suem impacto direto na prevenção de riscos relacionados ao trabalho:
Art. 2º.
[...] 
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins 
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, 
através das ações de vigilância epidemiológica e vigi-
lância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos 
trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabi-
litação da saúde dos trabalhadores submetidos aos 
riscos e agravos advindos das condições de trabalho, 
abrangendo: 
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 43
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de tra-
balho ou portador de doença profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema 
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, ava-
liação e controle dos riscos e agravos potenciais à 
saúde existentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema 
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e 
controle das condições de produção, extração, armaze-
namento, transporte, distribuição e manuseio de subs-
tâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos 
que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam 
à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva 
entidade sindical e às empresas sobre os riscos de 
acidentes de trabalho, doença profissional e do tra-
balho, bem como os resultados de fiscalizações, ava-
liações ambientais e exames de saúde, de admissão, 
periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da 
ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e con-
trole dos serviços de saúde do trabalhador nas insti-
tuições e empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças ori-
ginadas no processo de trabalho, tendo na sua elabora-
ção a colaboração das entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de reque-
rer ao órgão competente a interdição de máquina, de 
setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quan-
do houver exposição a risco iminente para a vida ou 
saúde dos trabalhadores. (BRASIL, 1990, grifos nossos)
Dessa forma, a Lei n. 8.080/1990 aborda com detalhes a saúde do 
trabalhador. Entre os vários pontos favoráveis que essa legislação traz 
à prevenção de riscos, destacam-se alguns: a redução de riscos é dever 
do Estado; o foco não se direciona somente à prevenção de riscos, e 
deve haver uma preocupação quanto à recuperação e reabilitação da-
queles que já foram ou estão submetidos ao risco não mitigado; a par-
ticipação englobante e inclusiva, na elaboração e na revisão de normas, 
deve ser oportunizada e promovida; e a ampla informação ao trabalha-
dor deve ser fomentada. Nessa lei, também há um forte movimento 
44 Análise e gerenciamento de risco
afirmativo de que a prevenção de risco não é de idealização exclusiva 
do Estado ou do empregador, mas deve contar com todas as formas 
possíveis de participação do trabalhador e seus representantes.
Ao abordar o trabalho no Brasil, é fundamental falar da Consolida-
ção das Leis do Trabalho (CLT) – Decreto-Lei n. 5.452, de 1 de maio de 
1943. Essa legislação reúne prescrições sobre direitos relativos ao tra-
balho de grande parte dos empregados brasileiros. Cabe ressaltar que 
o enfoque aqui promovido será a análise e gerenciamento de riscos. 
Especialmente com início no artigo 162, em que há uma primeira cita-
ção direta à previsão de normas de Segurança do Trabalho, com foco 
às Normas Regulamentadoras (NR).
Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem 
expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obriga-
das a manter serviços especializados em segurança e 
em medicina do trabalho. 
Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo 
estabelecerão:
a. classificação das empresas segundo o número de 
empregados e a natureza do risco de suas ativida-
des. (BRASIL, 1943, grifos nossos)
A contar do artigo 182, a CLT cita diretamente diversos tópicos que 
devem ser tratados por meios de normas de segurança. Praticamente, 
cada artigo dá motivação para a elaboração de uma NR; por exemplo, 
o artigo 193 fundamenta a proposição da NR 15 (Atividades e operações 
insalubres). É importante a exposição desses artigos para demonstrar 
que as NR possuem um forte embasamento legal.
Art.182 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas 
sobre:
I - as precauções de segurança na movimentação de 
materiais nos locais de trabalho, os equipamentos a 
serem obrigatoriamente utilizados e as condições espe-
ciais a que estão sujeitas a operação e a manutenção 
desses equipamentos, inclusive exigências de pessoal 
habilitado;
[...]
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 45
Art.184 - As máquinas e os equipamentos deverão ser 
dotados de dispositivos de partida e parada e outros que 
se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do 
trabalho, especialmente quanto ao risco de aciona-
mento acidental. 
[...]
Art.186 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas 
adicionais sobre proteção e medidas de segurança na 
operação de máquinas e equipamentos, especialmente 
quanto à proteção das partes móveis, distância entre 
estas, vias de acesso às máquinas e equipamentos de 
grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua ade-
quação e medidas de proteção exigidas quando motori-
zadas ou elétricas.
[...]
Art. 193 - São consideradas atividades ou operações 
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua 
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco 
acentuado em virtude de exposição permanente do tra-
balhador a: 
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
II - roubos ou outras espécies de violência física nas ativi-
dades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. 
[...]
Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer dis-
posições complementares às normas de que trata este 
Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada ativi-
dade ou setor de trabalho. (BRASIL, 1943, grifos nossos)
Conforme observado, a CLT é uma legislação bem abrangente, vis-
to que expõe prescrições de caráter geral, mas também legisla sobre 
pontos bem específicos, como dispositivos de segurança de máquinas 
e equipamentos. Algumas observações da CLT são:
 • atribui ao empregador o risco da atividade econômica;
 • estabelece que o empregador tem a responsabilidade de cum-
prir, instruir e fazer os empregados cumprirem as regras de Se-
gurança do Trabalho;
 • prevê uma gradação e classificação de risco na atividade 
econômica;
 • estima que alguns riscos não podem ser mitigados;
46 Análise e gerenciamento de risco
 • obriga o empregador a prover equipamento de proteção 
individual;
 • estabelece que o Ministério do Trabalho (ou outro que vier a 
substitui-lo) deve estabelecer regramentos técnicos específicos 
de proteção e medidas de segurança no ambiente de trabalho;
 • abre possibilidade ao trabalhador de ele estar exposto a um risco 
que traz agravos à saúde.
Certamente, você deve ter visto ou ouvido falar de complexas dis-
cussões avaliativas da CLT. Qualquer obranão conseguirá esgotar as 
possibilidades e os desdobramentos possíveis decorrentes dessa lei. 
Aqui, não se busca fazer um juízo crítico dela, mas expor o amplo es-
pectro de prescrições que a CLT aborda, desde um caráter generalista 
de todo um sistema e organização do trabalho até questões pontuais 
de máquinas e equipamentos. Mesmo assim, não é possível executar a 
análise e gerenciamento de risco apenas com o escopo previsto na lei, 
demandando-se outras normas para continuar a formar a base legal de 
prevenção, mitigação e tratamento de riscos no ambiente de trabalho.
Chega-se, então, às Normas Regulamentadoras do trabalho. A CLT, 
especialmente no Capítulo V (Da segurança e da medicina do trabalho), 
prevê o estabelecimento das NR, tal como explicitado nos artigos 155, 
182, 184, 186 e 200. Essas normas possuem prescrições de caráter espe-
cífico a um tema ou uma área, podendo haver quantas forem necessárias 
ou demandadas pela sociedade. São estabelecidas por meio de portarias 
e, assim, apresentam maior liberdade para revisão e atualização, quan-
do comparadas a uma lei ou um decreto. Possuem caráter orientativo, 
regulamentar e de aplicação compulsória no ambiente de trabalho.
As NR são elaboradas e revisadas por um comitê técnico multidis-
ciplinar, sob gerenciamento indicado na lei do Ministério do Trabalho, 
e deve haver ampla participação de todos os envolvidos no processo 
de trabalho, especialmente de empregados. Recentemente, o governo 
federal optou por não ter um ministério exclusivo do trabalho, mas sim 
uma estrutura organizacional do trabalho no Ministério da Economia, 
que reúne as antigas estruturas do Ministério da Fazenda, do Planeja-
mento, do Desenvolvimento e Gestão, da Indústria, do Comércio Exte-
rior e dos Serviços.
Atualmente, as 35 
Normas Regulamen-
tadoras (NR) em vigor 
podem ser consultadas 
no site da Escola Nacional 
da Inspeção do Trabalho 
(Enit). Observa-se que as 
NR rurais estão revogadas.
Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/index.php/
seguranca-e-saude-no-trabalho/
sst-menu/sst-normatizacao/
sst-nr-portugues?view=default. 
Acesso em: 19 mar. 2020.
Saiba mais
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 47
Figura 2
Normas Regulamentadoras (NR)
NR 01 – Disposições gerais
NR 03 – Embargo ou Interdição
NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 07 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
NR 09 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
NR 13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tabulações e Tanques Metálicos de Armazenamento
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
NR 17 – Ergonomia
NR 19 – Explosivos
NR 21 – Trabalhos a Céu Aberto
NR 23 – Proteção Contra Incêndios
NR 25 – Resíduos Industriais
NR 28 – Fiscalização e Penalidades
NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR 04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual - EPI
NR 08 – Edificações
NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR 12 – Máquinas e Equipamentos
NR 14 – Fornos
NR 16 – Atividades e Operações Perigosas
NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR 26 – Sinalização de Segurança
NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção, Reparação e Desmonte Naval
NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados
NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR 35 – Trabalho em Altura 
NR 37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo 
Fonte: Elaborado pelo autor com base nas Normas Regulamentadoras da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (Enit), 2020.
48 Análise e gerenciamento de risco
É importante destacar que muitas dessas NR demandam uma re-
visão global e pontual. Há anacronismos a serem corrigidos, é necessá-
ria a implementação de proteções recentemente dimensionadas e, 
especialmente, adoção de parâmetros mais seguros e apropriados à 
saúde do trabalhador. Destaca-se ainda que as NR são um parâmetro 
legal e mínimo. Além disso, essas normas não abordam todos os ris-
cos existentes nos diversos ambientes de trabalho. Nesse sentido, o 
empregador deve promover e implementar ações de reconhecimento, 
avaliação, mitigação e tratamento de riscos além dos previstos nas NR, 
para o bem da sua própria atividade econômica e de toda a sociedade, 
especialmente o trabalhador.
Ainda, ao abranger outras normalizações, é possível verificar a apli-
cação de algumas normas estrangeiras em organizações de trabalho no 
Brasil. Usualmente, pode-se observar empregadores adotando padrões 
da National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) ou mes-
mo aplicando as normas BS 8800 e OHSAS 18001 para a Saúde e Segu-
rança do Trabalho. Por vezes, referências externas apresentam padrões 
mais seguros e atualizados para o trabalhador; entretanto, é importante 
deixar claro que normas internacionais somente podem ser estabeleci-
das como padrão normativo se houver prescrição legal expressa.
Da mesma forma, funcionam as normas da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT). As Normas Brasileiras (NBR) da ABNT somen-
te podem ser exigidas como padrão de segurança caso haja prescri-
ção legal determinada para sua adoção. Tal situação pode ocorrer para 
sistemas estruturais (pilares de concreto), instalações prediais (instala-
ções elétricas) e equipamentos de segurança contra incêndio (chuvei-
ros automáticos). Lembre-se de que a ABNT é uma entidade de direito 
privado; logo, não compõe a estrutura de fiscalização de Segurança do 
Trabalho do Estado. Contudo, seus padrões podem ser eventualmente 
adotados pelo Estado como referência para identificação, mitigação e 
tratamento de riscos.
Nesta seção, foram referenciadas algumas legislações que funda-
mentam a análise e gerenciamento de risco. Como sempre, o assunto 
não foi esgotado, pois ainda poderiam ser citadas diversas legislações 
A National Institute for Occu-
pational Safety and Health (em 
português, Instituto Nacional de 
Segurança e Saúde Ocupacional) 
é uma agência do governo esta-
dunidense focada na segurança 
e na saúde do trabalhador, com 
o objetivo de desenvolver novos 
conhecimentos no campo da 
Saúde e Segurança Ocupacional. 
Suas normas são usualmente 
adotadas como padrão de seguran-
ça em detrimento aos parâmetros 
previstos em normas brasileiras. 
As normas BS 8800 e a OHSAS 
18001 são de origem britânica 
e abordam de maneira mais 
genérica e detalhada, respecti-
vamente, sistemas de gestão da 
Saúde e Segurança do Trabalho. 
São usualmente adotadas como 
parâmetros de um sistema de 
Segurança do Trabalho.
Saiba mais
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 49
que podem auxiliar na tarefa de controle de riscos, 
como convenções coletivas de trabalho, leis e pres-
crições de conselhos profissionais (de arquitetos, 
engenheiros, médicos, enfermeiros etc.), prescrições 
do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e 
Tecnologia (Inmetro), regulamentos das Superinten-
dências Regionais do Trabalho, vigilâncias sanitárias, 
órgãos de proteção do meio ambiente, entre outros.
O livro Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 
comentadas e descomplicadas é um dos melhores 
compêndios existentes que abordam as NR. 
Não é somente uma exposição do texto cru das 
normas, mas se trata, na verdade, de comentá-
rios explicativos sobre cada prescrição, além de 
quadros, discussões, ilustrações equestões de 
provas e concursos. 
CAMISASSA, M. Q. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. 
Livro
2.2 Documentos da Segurança do Trabalho 
Vídeo Exposta a base legal, torna-se necessário pontuar alguns documen-
tos decorrentes das prescrições legais e do know-how da análise e ge-
renciamento de riscos. Alguns são bem formais, obrigatórios e rígidos, 
enquanto outros podem ser mais subjetivos, faculta-
tivos e sem um formato legalmente instituído. Con-
tudo, no fim, todos contribuem para identificação, 
mitigação e tratamento de riscos no ambiente de 
trabalho. Com o intuito de tornar o estudo mais 
pragmático, é apresentada, a seguir, uma lista de al-
guns exemplos de documentos que podem contri-
buir para a Saúde e Segurança do Trabalho.
Documento
Contrato social
Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica (CNPJ)
O contrato social apresenta as regras e condições básicas de funcionamento 
de um estabelecimento comercial ou assemelhado. Além da qualificação dos 
sócios ou pessoas responsáveis pelo estabelecimento, ele sempre apresentará 
as atividades e serviços desenvolvidos no local, em especial a Classificação 
Nacional de Atividade Econômica (CNAE). Por meio da CNAE, pode-se dimen-
sionar o grau de risco (GR) – classificação do risco de uma atividade comercial, 
produtiva ou econômica –, conforme a NR 04.
O CNPJ também discrimina informações importantes de um estabelecimento, 
em especial, o código e a descrição das atividades econômicas principais e se-
cundárias, além do endereço e outras informações relevantes. Tais atividades 
direcionam o dimensionamento do risco e devem estar semelhantes àquelas 
previstas no contrato social e na licença de funcionamento.
Motivação e exemplos
(Continua)
know-how: quer dizer “saber 
fazer” e significa o conjunto de 
conhecimentos adquiridos por 
pessoas e corporações.
Glossário
50 Análise e gerenciamento de risco
Normas internas
As normatizações existentes geralmente não contemplam todos os processos 
e procedimentos envolvidos na Segurança do Trabalho de um estabelecimen-
to. Assim, devido a algumas particularidades e especificidades de um processo 
de trabalho, por exemplo, o empregador decide implementar prescrições em 
uma quantidade maior ou em uma qualidade melhor do que o previsto nas 
normas existentes. Dessa forma, normas internas desempenham um impor-
tante papel na mitigação de riscos em um ambiente de trabalho.
Documento
Alvará ou licença de 
funcionamento
Corpo de diretores 
ou sócios
Organograma
Responsabilidade 
técnica
Programas
De maneira semelhante aos documentos anteriores, a licença ou o alvará de 
funcionamento é o documento que demonstra que o município (Estado ou Dis-
trito Federal) licenciou ou permitiu o funcionamento do estabelecimento. Nesse 
documento, também se pode encontrar as atividades principais e secundárias, 
além de ser possível consultar as atividades licenciadas e quais órgãos registra-
ram a aprovação ou limitação da atividade.
Por meio do contrato social ou de outro documento, o empregador ou seu prepos-
to (representante oficialmente nomeado do empregador) é sempre identificado. 
Assim, pode-se saber quem é o responsável pela organização e sistematização do 
trabalho em determinado estabelecimento, sede ou filial.
Crê-se que o risco não decorre de um único fator, mas da sistematização 
adequada ou não do trabalho. Apesar de não ser um documento oficial ou 
obrigatório, um organograma ou fluxograma de funcionamento pode favorecer 
o entendimento de como se opera a sistematização e organização do trabalho 
em determinado estabelecimento. Assim, pode-se verificar de maneira abran-
gente, ou até mesmo detalhada, as estruturas e os processos previstos (ou 
não) para a segurança, o bem-estar e a higiene do trabalho. 
Crê-se que o risco no ambiente de trabalho está sempre nos domínios do 
empregador. Como este não detém todos os tipos de conhecimento, ele busca 
assessoria para a realização de tarefas de mitigação de todo tipo de risco. Por 
exemplo, ao engenheiro ou aos arquitetos, podem ser atribuídas as respon-
sabilidades técnicas (RT) de Segurança do Trabalho; ao médico ou enfermeiro, 
podem ser atribuídas as RT de Saúde do Trabalho. Usualmente, há documen-
tos formais em que as RT são registradas, como a Anotação de Responsabi-
lidade Técnica (ART), para os engenheiros, e o Registro de Responsabilidade 
Técnica (RRT), para os arquitetos.
Há diversos programas para promover a segurança e a saúde no ambiente de 
trabalho. Pode-se citar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO), o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), o Progra-
ma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
(PCMAT), o Programa de Conservação Auditiva (PCA), entre outros. Alguns deles 
serão estudados na próxima seção.
Motivação e exemplos
(Continua)
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 51
Documento
Projetos
Memoriais
Laudos
Ficha de Informações 
de Segurança de Pro-
duto Químico (FISPQ)
Procedimento Opera-
cional Padrão (POP)
Manuais
Os projetos usualmente descrevem a montagem, composição e demais 
elementos e detalhes de um sistema ou equipamento. Por exemplo, em geral, 
há o projeto de equipamento de proteção coletiva (EPC) do tipo bandeja de 
proteção contra quedas (barreiras de proteção contra queda de objetos e 
pessoas, instaladas na fachada de obras verticais). Outro exemplo é o projeto 
de instalações contra incêndios, que demonstra a localização e as condições 
de instalação de extintores, saídas de emergência, chuveiros automáticos etc. 
Geralmente, os memoriais acompanham o projeto. O memorial de cálculo, 
memorial descritivo, memorial de dimensionamento ou, simplesmente, memo-
rial é um documento que indica quais são as considerações, os cálculos e os 
detalhes ponderados em determinada estrutura ou em um projeto executivo. 
O memorial pode conter os detalhes não representados no projeto. Por exem-
plo, no projeto, há a especificação do volume de determinada caixa d’água, 
enquanto, no memorial, há a especificação de como foi alcançado o valor do 
volume ou quantas pessoas e equipamentos foram levados em consideração 
para esse dimensionamento.
O laudo é um documento que descreve uma situação ou ocorrência em que 
o autor geralmente posiciona-se emitindo uma opinião de caráter técnico 
(parecer). Há diversos tipos de laudos, bem como motivações e objetivos. 
Cita-se como exemplo o Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho 
(LTCAT), que pode apontar agentes nocivos, riscos e condições do ambiente de 
trabalho. Outro exemplo são os laudos para caracterização e classificação da 
insalubridade e da periculosidade, previstos no artigo 195 da CLT. 
A FISPQ disponibiliza diversas informações de determinado produto consi-
derado perigoso. Ela identifica o produto, respectivos perigos, as medidas de 
controle para derramamento e vazamento, além de medidas de primeiros 
socorros.
Um POP, como seu próprio nome indica, designa tarefas e procedimentos 
a serem executados em uma rotina. Ele é um instrumento de padronização 
importante, pois minimiza variações de comportamento em determinado pro-
cesso que demanda rigor, precisão e segurança na sua execução. Um exemplo 
é o POP de como realizar abastecimento de uma central de gás de cozinha 
(Gás Liquefeito de Petróleo – GLP) por meio de um caminhão tanque. 
Em inglês, usa-se comumente a palavra handbook para designar um manual; 
em tradução literal, handbook seria um “livro de mão”. Os manuais possuem 
exatamente esse aspecto: um guia para ser consultado facilmente. Eles 
expõem as diretrizes de instalação, uso, manutenção e forma de reparo de um 
equipamento, um insumo ou uma estrutura. Por exemplo, manuais de utiliza-
ção de varandas indicam a carga máxima de peso ou de pessoas que podem 
permanecer ali. Não cumprir a orientação do manual é estar exposto ao risco.
Motivação e exemplos
52 Análise e gerenciamento de risco
Essa lista contempla todas as possibilidadesde documentos favo-
ráveis à identificação, à mitigação e ao tratamento de riscos. Há mais 
documentos que podem auxiliar nesses processos, como o contrato de 
trabalho ou o exame médico anterior à execução do trabalho. Por vezes, 
a simples descrição apresentada pode não deixar claro a utilidade de 
cada documento e, por isso, expõem-se algumas possibilidades a seguir.
O contrato social, alvará/licença de funcionamento e CNPJ podem 
ajudar a identificar os riscos inerentes à determinada atividade comer-
cial. Por exemplo, uma empresa que tenha uma CNAE de atividades de 
limpeza em prédios e domicílios, certamente deve se preparar para lidar 
com riscos de agentes nocivos à saúde, especialmente em banheiros ou 
depósitos. Um exemplo de atitude errada são empresas que lidam com 
serviços de alimentação em eventos e recepções e começam a também 
operar serviços de brigadistas, manobristas ou segurança privada, sem 
atualizar o CNAE em seus documentos e sem preparação adequada. 
Certamente, caso um desses profissionais execute uma tarefa de ma-
neira inadequada, ocasionando riscos a si ou a outros, uma das diligên-
cias possíveis da investigação será verificar se a empresa tinha em seu 
rol de documentos o CNAE de atividades de segurança privada.
Portanto, caso uma empresa permita que determinada tarefa seja 
executada em seus domínios sem a previsão em seus documentos de 
habilitação, já há uma negligência de riscos. Outra situação quanto aos 
documentos: caso um aparelho, um equipamento ou uma instalação 
gere risco que ocasione acidente, uma diligência provável a ser tomada 
é estudar seu projeto ou manual. Logo, se verificado que sua instrução 
de uso não foi seguida, pode haver a responsabilização do empregador. 
Por isso, o projeto deve ser rigorosamente seguido e deve ser promovi-
do um amplo treinamento com base em instruções de manuais.
Por fim, argumenta-se que há diversos documentos que podem au-
xiliar na identificação e no tratamento de riscos, desde os mais formais 
e obrigatórios até os de formato mais livre e de iniciativa do emprega-
dor. Apesar de estar claro que eles podem ser utilizados para subsidiar 
uma investigação pós-acidente, o correto é pensar que esses documen-
tos devem ser amplamente empregados para a promoção da Seguran-
ça do Trabalho, de modo a prevenir acidentes (“pré-acidente”).
diligência: zelo; cuidado apli-
cado para executar uma tarefa.
Glossário
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 53
2.3 Programas de Segurança do Trabalho 
Vídeo Conforme a NR 01, cabe ao empregador: cumprir as normas de Saú-
de e Segurança do Trabalho; informar ao trabalhador os riscos ocupa-
cionais, as medidas de controle adotadas e os resultados de exames 
médicos; implementar medidas de prevenção; adotar medidas de pro-
teção individual; entre outras obrigações (BRASIL, 2019a). Nesse sentido, 
são necessários estudos formais para levantamento de riscos, avaliações 
da saúde dos trabalhadores e métodos de aplicação das diversas estra-
tégias de segurança geral do ambiente de trabalho. Por isso, programas 
devem ser planejados e executados com o objetivo de promover a prote-
ção à saúde do trabalhador e a redução de acidentes de trabalho.
Apesar de haver outros programas, ou estratégias, envolvidos na 
Segurança do Trabalho, nesta seção, será atribuída atenção especial 
ao Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), ao Programa 
de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e ao Programa de 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
(PCMAT). Faz-se essa escolha porque esses são programas exigidos pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), sendo os dois primeiros obriga-
tórios para todos aqueles que empreguem trabalhadores CLT, e o último 
particular àqueles que estejam ligados à construção civil – e admitam 
trabalhadores em regime CLT (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
2.3.1 PPRA
Com início no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), 
esse documento foca basicamente a identificação, a mitigação e o tra-
tamento dos riscos ambientais, incluindo aqueles ergonômicos e ou-
tros não citados na NR 09. Por meio desse programa, um engenheiro 
de Segurança do Trabalho estuda a atividade da instituição e aponta 
riscos e formas de avaliá-los. Consequentemente, é necessário tornar 
esses riscos conhecidos a todos os trabalhadores e divulgar interna-
mente como eles serão tratados. Por fim, deve haver uma avaliação 
contínua e o programa deve ser revisado e aperfeiçoado anualmente.
54 Análise e gerenciamento de risco
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Quadro 1
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
NR 09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
Ter um ótimo padrão de higiene ocupacional ou antecipar, reconhecer, 
avaliar e controlar riscos ambientais (físico, químico, biológico etc.) para 
preservação da saúde e integridade do trabalhador.
Riscos ambientais.
Empregador.
Se houver mais de um estabelecimento (sede ou filial), cada um deve ter 
um PPRA próprio e específico. Não se pode elaborar um geral para toda a 
empresa e seus estabelecimentos.
Não tem validade, pois é de execução permanente (apesar de ter a obriga-
ção da análise global anual).
Especialista em Segurança do Trabalho; preferencialmente, engenheiro 
de Segurança do Trabalho. O trabalhador pode apresentar propostas de 
contribuição.
Empregador e seus prepostos. O trabalhador também deve colaborar e 
participar da implantação e execução do PPRA.
(Continua)
Norma de referência
Objetivo
Objeto
Custo
Abrangência 
Validade
Responsável pela elaboração
Responsável pela implementação
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 55
Para todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores 
como empregados vinculados à CLT.
• Antecipar e reconhecer os riscos.
• Estabelecer prioridades e metas de avaliação e controle.
• Avaliar os riscos e a exposição dos trabalhadores.
• Implantar medidas de controle e avaliar sua eficácia.
• Monitorar a exposição aos riscos.
• Registrar e divulgar dados.
• Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e 
cronograma.
• Estratégia e metodologia de ação.
• Forma do registro, da manutenção e da divulgação dos dados.
• Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
Todos os documentos citados na seção 2.2.
Revisão anual.
Obrigatoriedade
Etapas/fases/desenvolvimento
Estrutura
Documentos relacionados
Periodicidade
!
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Brasil, 2019b.
Pode ocorrer do PPRA acabar sendo um documento “para inglês 
ver”, isto é, que não é executado na prática. O correto é o PPRA ser 
um ciclo contínuo e permanente na instituição: o empregador designa 
alguém para avaliar a instituição, levantar riscos, aferir o grau do risco, 
levantar estratégias de redução dos riscos, projetar proteções aos ris-
cos que não podem ser eliminados, promover a divulgação do PPRA, 
executar o PPRA de modo integral e revisar esse documento anualmen-
te. Porém, por vezes, ele é apenas um documento escrito e arquivado, 
mas não implementado ou revisado periodicamente. Essa situação fa-
vorece a exposição a riscos e a ocorrência de acidentes.
56 Análise e gerenciamento de risco
2.3.2 PCMSO
Ao partir para o próximo programa, tem-se o Programa de Controle 
Médico de Saúde Operacional (PCMSO), que tem como base a medici-
na ocupacional, especialmente com dois focos: prevenção e epidemio-
logia. Ele também se volta à saúde do trabalhador. Como o PMCSO 
é desenvolvido tendo em vista o ambiente de trabalho, é necessário 
haver uma interação entre este e o PPRA. Uma das ferramentas para a 
avaliação da saúde do conjunto dos trabalhadores de um ambiente de 
trabalho são as avaliações clínicas e os exames médicos ocupacionais.
NR 07 – Programa de Controle Médicode Saúde Ocupacional.
Promover e preservar a saúde do conjunto dos trabalhadores.
Saúde do conjunto dos trabalhadores.
Empregador.
Pode ser elaborado para toda a empresa, e não apenas para um único 
estabelecimento, desde que envolva todos os fatores de riscos e todas as 
funções existentes.
Não tem validade, pois é de execução permanente (apesar de ter a obriga-
ção da elaboração de um relatório anual).
Norma de referência
Objetivo 
Objeto
Custo
Abrangência 
Validade 
Quadro 2
Programa de Controle Médico de Saúde Operacional (PCMSO)
(Continua)
epidemiologia: estudo dos 
aspectos e fatores das doenças 
para a sua respectiva prevenção 
em uma comunidade.
Glossário
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Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 57
Médico, preferencialmente com especialização em Medicina do Trabalho.
Empregador e seus prepostos. Em caso de haver subcontratação, a 
empresa contratante de mão de obra prestadora de serviços permanece 
com o dever de auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO. Por 
exemplo, em subcontratação de empresa que presta serviços de limpeza 
ou vigilância de instalações, a elaboração do PCMSO cabe à empresa 
contratada.
Todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como 
empregados.
Realização obrigatória (mas não exaustiva) dos exames médicos:
• admissional;
• periódico;
• de retorno ao trabalho;
• de mudança de função;
• demissional.
Não há uma estrutura formal prevista na norma, mas, basicamente, deve 
haver no PCMSO um planejamento em que estejam previstas as ações 
de saúde a serem executadas durante o ano, devendo ser produzido um 
relatório anual com base no modelo de relatório da NR 07.
Todos os documentos citados na seção 2.2.
Para exame médico periódico: anual, bienal ou de acordo com a periodici-
dade especificada no Anexo n. 6 da NR 15 para os trabalhadores expostos 
a condições hiperbáricas.
Para monitorização da exposição ocupacional aos riscos: variada, pode ser 
de semestral a trienal.
Responsável pela elaboração
Responsável pela implementação
Obrigatoriedade
Etapas/fases/desenvolvimento
Estrutura
Documentos relacionados
Periodicidade
!
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Brasil, 2018b.
Os exames médicos que devem avaliar a saúde dos trabalhadores 
são decididos pelo médico coordenador do programa, após o levanta-
mento de riscos e a avaliação das funções desempenhadas. Entretanto, 
o PCMSO não é apenas um programa de execução de exames, mas sim 
um planejamento de caráter amplo e prevencionista para apontamen-
tos de ações de saúde. Os resultados devem ser compilados estatistica-
mente em um relatório anual de modo a promover uma discussão na 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e a fomentar ações 
58 Análise e gerenciamento de risco
para aperfeiçoamento de medidas de controle de riscos. Dessa forma, é 
muito importante que o PCMSO não seja um programa de abordagem 
individual, mas de saúde coletiva do conjunto de trabalhadores.
2.3.3 PGR ou PCMAT
Por fim, temos o Programa de Condições e Meio Ambiente de 
Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), o qual é voltado à se-
gurança, ao conforto, à higiene e ao bem-estar geral nos canteiros de 
obra. Gomes, Domingues Jr. e Dias (20--, p. 9) afirmam que “o PCMAT é 
abordado como o PPRA dos canteiros de obra, pois nele se insere a va-
riabilidade e a temporalidade de sua existência, pois ele somente existe 
enquanto existir o canteiro de obras”.
O PCMAT deve ser elaborado antes do início das obras, e todas as 
atividades com mais de vinte trabalhadores do grupo F – Construção do 
Quadro I da NR 04 devem possuir o PCMAT 1 . Em 2020, o PCMAT teve o 
seu nome alterado para Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Deve ser específico para cada obra.
Abrangência 
Quadro 3
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), ou antigo Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indús-
tria da Construção (PCMAT). 2
NR 18 – Condições de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da 
Construção.
Planejar e organizar a implementação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio am-
biente de trabalho na indústria da construção.
Segurança, conforto, higiene e bem-estar geral no canteiro de obras.
Norma de referência
Objetivo 
Objeto
(Continua)
Empresa principal responsável pela obra, empregador ou condomínio.
Custo
O estudo do PCMAT aqui reali-
zado deriva da NR 18, atualizada 
em 11 de fevereiro de 2020.
2
A NR 04 está disponível em: 
https://enit.trabalho.gov.br/
portal/images/Arquivos_SST/
SST_NR/NR-04.pdf. Acesso em: 
16 mar. 2020.
1
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Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 59
Não tem validade, pois é de execução permanente, podendo sofrer modifi-
cações conforme o desenvolvimento da obra.
Validade 
Profissional legalmente habilitado na área de Segurança do Trabalho; 
preferencialmente, um engenheiro de Segurança do Trabalho.
A organização da obra; as empresas subcontratadas ou terceirizadas não 
têm prioritariamente responsabilidade final na implementação, mas sim na 
tomada de conhecimento, colaboração na elaboração e no cumprimento 
do PCMAT conforme o caso.
Indústria da construção constantes da seção F da CNAE e atividades e 
serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios 
em geral e de manutenção de obras de urbanização.
Não há um padrão formal estabelecido. Porém, Gomes, Domingues Jr. e 
Dias (20--) sugerem: 
• identificação e reconhecimento dos riscos (documento-base);
• avaliação quantitativa de exposição;
• medidas de controle propostas;
• monitoramento da exposição aos riscos ambientais e avaliação da 
eficácia das medidas de controle implantadas.
Além de atender às prescrições da NR 01, deve conter: 
• projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente 
de trabalho;
• projeto elétrico das instalações temporárias; 
• projetos dos sistemas de proteção coletiva elaborados por profissional 
legalmente habilitado;
• projetos dos Sistemas de Proteção Individual contra Quedas (SPIQ) e 
relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Todos os documentos citados na seção 2.2, além daqueles de capacitação 
dos trabalhadores que exercem determinada função.
Não há, varia conforme início e término das atividades da obra.
Responsável pela elaboração
Responsável pela implementação
Obrigatoriedade
Etapas/fases/desenvolvimento
Estrutura
Documentos relacionados
Periodicidade
!
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Brasil, 2020; Gomes; Domingues Jr.; Dias, 20--.
60 Análise e gerenciamento de risco
O PPRA, PCMSO e PCMAT foram os três programas analisados nesta 
seção. Apesar de não serem um programa propriamente dito, cabe citar 
ainda a existência dos Serviços Especializados em Engenharia de Segu-
rança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Os SESMT são previstos na 
NR 04, possuem a finalidade de promover a saúde e proteger a integri-
dade do trabalhador no local de trabalho e são formados por médicos 
do trabalho, engenheiros de Segurança do Trabalho, técnicos de Segu-
rança do Trabalho, enfermeiros do trabalho e auxiliares ou técnicos em 
enfermagem do trabalho, conforme prescrições da NR 04 (BRASIL, 2016).
2.4 EPI 
Vídeo Ao se falar de riscos, naturalmente, aborda-se o assunto equipa-
mento de proteção individual (EPI) 3 . A norma de referência do EPI é a 
NR 06 (Equipamento de Proteção Individual – EPI), inicialmente publicada 
em 1978 e, após várias revisões, com sua última atualização em 26 de 
outubro de 2018. EssaNR diz que o EPI é “todo dispositivo ou produ-
to, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção 
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” 
(BRASIL, 2018a, p. 1).
É muito importante estabelecer que o EPI é uma medida de caráter 
ativo e individual. Em outras palavras, o uso desse equipamento de-
pende do trabalhador, de sua ação e da sua voluntariedade em cum-
prir a determinação de usá-lo. Além disso, o EPI possui a abrangência 
e cobertura de um único indivíduo e, por vezes, um único espectro do 
corpo humano (por exemplo, proteção apenas das mãos).
A questão fundamental desse tipo de equipamento é quando ele 
deve ser usado. Na verdade, o EPI é uma medida de proteção precária, 
especialmente por não prover proteção de acidentes, mas sim preven-
ção de lesões. Assim, o EPI não é uma barreira de proteção contra aci-
dentes. Por exemplo, o capacete não protege o trabalhador da queda 
de objetos ou de impactos do corpo contra estruturas, apenas impede 
a lesão na cabeça derivada de um risco latente ou existente.
A NR 06 prevê que o EPI deve ser empregado “a) sempre que as me-
didas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos 
de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) 
enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implanta-
das; e, c) para atender a situações de emergência” (BRASIL, 2018a, p. 1).
Muitos são os tópicos relaciona-
dos ao EPI, sendo um tema por 
vezes polêmico e com algumas 
incongruências de aplicação. Si-
milarmente aos demais assuntos 
deste livro, não se planeja aqui 
esgotar as possibilidades desse 
assunto, mas sim fazer uma 
abordagem geral e especialmen-
te desenvolver uma mentalidade 
prevencionista aplicada ao EPI.
3
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 61
O que muito ocorre é o planejamento e dimensionamento errado 
do EPI. Por exemplo, é necessário executar determinada tarefa que en-
volve um risco; então, estuda-se o melhor EPI para a execução dessa 
tarefa. Conforme visto, o EPI é uma medida precária, que não trata o 
risco ou o acidente, mas apenas tenta prevenir uma eventual lesão ou 
agravo no trabalhador. Por isso, antes de utilizar esse equipamento em 
uma tarefa, deve-se seguir uma hierarquização de medidas de identifi-
cação e mitigação de risco:
Implementar proteção individual
 • Diante da impossibilidade plena de mitigar o risco, deve-se adotar pro-
teção individual ativa.
 • Exemplo: disponibilizar filtros ou respiradores para os trabalhadores.
Eliminação da ameaça
 • A preocupação imediata é eliminar a fonte de um risco.
 • Exemplo: impedir a formação de fumaça tóxica em processo produtivo.
Isolamento da vulnerabilidade
 • Caso não seja possível evitar o perigo, deve-se afastá-lo da comunidade 
vulnerável ou evitar seu deslocamento até uma comunidade eventual-
mente vulnerável.
 • Exemplo: isolar a fumaça tóxica de alcançar ambientes em que haja 
pessoas.
Projeto das condições de trabalho
 • Caso não seja possível evitar o risco, deve-se projetar o ambiente de tra-
balho para mitigar o risco, afastando o perigo para outro local que não 
afete comunidades.
 • Exemplo: prover aberturas para a exaustão natural da fumaça tóxica do 
ambiente de trabalho.
Implementar proteção coletiva
 • Caso não seja possível mitigar o risco, deve-se adotar proteção passiva 
para todos.
 • Exemplo: instalar sistema de exaustão e/ou ventilação artificial.
62 Análise e gerenciamento de risco
Assim, conforme explicado, não se trata apenas de “pagar” o EPI aos tra-
balhadores, mas planejar de modo eficiente o ambiente de trabalho.
Demanda-se limpar ou pintar determinadas janelas ou paredes a 
mais de dois metros de altura; logo, é uma atividade com risco de que-
da. A ideia inicial é prover escada com um cinturão ou outro EPI do tipo 
trava-quedas ao trabalhador. Mas por que não utilizar, por exemplo, 
alavancas telescópicas ou extensores para os equipamentos de limpe-
za ou pintura? Dessa forma, mesmo sem o EPI, o risco de queda do 
trabalhador é integralmente eliminado. Essa opção é a correta a ser 
dimensionada, e não simplesmente a implementação do EPI.
Processo semelhante pode ser aplicado ao ruído ou à poeira. Deve-
-se projetar e dimensionar um processo produtivo que não favoreça a 
produção desses riscos. A adoção de filtros, máscaras ou protetores 
auriculares deve ser a última opção, quando não há realmente como 
impedir o risco. Por exemplo, em aeroportos, deve haver o máximo de 
preparação para bloquear o ruído de aeronaves ou a aproximação do 
trabalhador ao avião. Ele deve usar o EPI somente quando for estrita-
mente necessário, devido à impossibilidade de mitigar o risco.
Conforme previsto pela NR 06, o EPI deve ser atrelado ao risco iden-
tificado antes de o processo de trabalho se iniciar. Nesse sentido, para 
cada risco impossibilitado de ser mitigado, deve ser dimensionado um 
determinado EPI. Compete prioritariamente ao SESMT e, de modo cola-
borativo, à CIPA e aos trabalhadores, a prescrição do EPI adequado ao 
risco de determinada atividade.
Cabe obrigatoriamente ao empregador, conforme a NR 06, pro-
porcionar gratuitamente aos trabalhadores o EPI adequado ao risco, 
o qual deve estar em perfeito estado de conservação e funcionamento. 
Além disso, o empregador deve seguir estas ações:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacio-
nal competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda 
e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; 
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser ado-
tados livros, fichas ou sistema eletrônico. (BRASIL, 2018a, p. 2)
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 63
Dessa forma, é importante que o empregador disponibilize, além da 
provisão do EPI, treinamento a respeito do seu uso. Um dos tópicos re-
levantes do treinamento, por exemplo, é fazer com que o trabalhador 
saiba reconhecer o desgaste do EPI para solicitar a sua substituição.
De acordo com a NR 06, cabe as seguintes responsabilidades ao em-
pregado: “a) usar [o EPI], utilizando-o apenas para a finalidade a que se 
destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar 
ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, 
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado” 
(BRASIL, 2018a, p. 2).
O EPI também deve ser projetado, dimensionado e atestado na fun-
ção para qual foi idealizado. Assim, a NR exige que o EPI seja testado, 
ensaiado e aprovado. Esses equipamentos devem possuir um Certifica-
do de Aprovação (CA), o qual pode ser verificado por qualquer pessoa 
no Sistema Certificado de Aprovação de Equipamentos de Proteção In-
dividual (Caepi).
Ainda, segundo a NR 06, “todo EPI deverá apresentar em caracteres 
indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote 
de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do 
importador, o lote de fabricação e o número do CA” (BRASIL, 2018a, p. 3).
O Anexo I da NR 04 ainda organiza os EPI em uma lista de acordo 
com a proteção prevista para o corpo:
Equipamentos de proteção da 
cabeça; por exemplo, capacete 
e capuz.
Equipamentos de proteção dos 
olhos e da face; por exemplo, óculos, 
protetor facial e máscara de solda.
Equipamentos de proteção 
auditiva; por exemplo, concha 
ou plug.
Equipamentos de proteção 
respiratória; por exemplo, 
respirador purificador de ar não 
motorizado, respirador purificador 
de ar motorizado etc.
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Equipamentos de proteção de 
tronco; por exemplo, vestimentas de 
proteção, colete à prova de balas, de 
uso permitido para vigilantes.
Equipamentos de proteção de 
membros superiores; porexemplo, 
luva, creme contra agentes químicos, 
manga, braçadeira e dedeira.
(Continua)
Equipamentos de proteção dos 
membros inferiores; por exemplo, 
calçado, meia, perneira e calça.
Equipamentos de proteção 
do corpo inteiro; por exemplo, 
macacão e vestimenta de corpo 
inteiro.
Equipamentos de proteção contra 
queda de diferença de nível; por 
exemplo, cinturão com dispositivo 
trava-queda e cinturão de segurança 
com talabarte.
Como foi citado no início desta seção, não se esgota o assunto aqui e 
ainda há muitos pontos de estudo sobre o EPI. Uma das ideias primor-
diais que deve ser entendida é a de que o EPI é uma medida precária de 
proteção que não previne acidentes, mas sim lesões. Além disso, ele é 
uma medida de proteção ativa, dependendo da ação e voluntariedade do 
usuário para que tenha os efeitos esperados. A sua não utilização ou má 
utilização compromete seriamente a proteção esperada; por isso, sempre 
será uma opção menos prioritária à implementação de proteção coletiva.
2.5 EPC 
Vídeo Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são formados por sis-
temas, equipamentos, partes de equipamentos, dispositivos ou com-
ponentes que visam mitigar riscos ou prevenir lesões em um conjunto 
de trabalhadores. Assim como o EPI, o EPC precisa ser projetado e di-
mensionado de maneira formal, necessitando por vezes de um projeto. 
Além disso, ele precisa estar previsto no PPRA e/ou no PCMAT.
Conforme visto na seção anterior, o EPC tem prioridade de instala-
ção em detrimento do EPI. Os EPC possuem a característica de serem 
passivos, ou seja, não dependem da ação ou da vontade do trabalha-
dor. Esse é um dos grandes benefícios dos EPC; por exemplo, as ban-
dejas, ou bandejões, de proteção contra a 
queda de objetos protegem o trabalhador de 
maneira passiva, mesmo que este se coloque 
em local de risco de queda de objetos.
Mais uma vantagem é que, mesmo diante 
da involuntariedade de alguns trabalhadores 
em aderir às medidas protetivas recomenda-
das, a proteção é efetiva. Por exemplo, em 
ambientes com alguma partícula perigosa, 
mesmo que o trabalhador se coloque negli-
Figura 3
Bandeja, ou bandejão, con-
jugada à proteção de rede, 
para prevenção de queda 
de objetos.
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64 Análise e gerenciamento de risco
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 65
gentemente em ambiente com risco de contaminação respiratória, um 
sistema de ventilação pode oferecer proteção a ele sem a aderência 
deste e sem ele estar plenamente ciente de que está sendo protegido.
Além disso, outro ganho do EPC é que ele oferece uma proteção 
coletiva, visto que é planejado para oferecer proteção a um grupo de 
trabalhadores. Novamente, pode-se ilustrar tal condição com a ban-
deja e o capacete: enquanto ela protege o corpo todo de um grupo de 
trabalhadores contra a queda de objetos, o capacete pode proteger 
somente a cabeça de um único trabalhador. Logo, demonstra-se a me-
lhor eficácia e eficiência do EPC diante do EPI.
Também não há uma norma específica de EPC. A NR 9 e a NR 18 apre-
sentam algumas prescrições quanto a esse equipamento, especialmen-
te no que diz respeito ao dimensionamento, ao projeto e à instalação. 
A implementação de EPC envolve três medidas, em hierarquia: eliminar 
ou reduzir a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; 
prevenir a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de 
trabalho; e reduzir os níveis ou a concentração deles nesse ambiente.
Ainda, a implementação de EPC deve ser precedida de treinamento 
aos empregados, de modo que o EPC sirva eficientemente ao propósito 
para o qual foi projetado. Por fim, esses equipamentos devem ser pro-
jetados por um profissional legalmente habilitado, e os desenhos e pro-
jetos devem estar sempre à disposição para a consulta (BRASIL, 2019b; 
BRASIL, 2020). Ilustram-se a seguir alguns exemplos de EPC.
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Umidificação artificial em 
ambientes com presença 
exacerbada de poeira.
Sistema de detecção de incêndio ou 
de detecção de gases perigosos, como 
vazamento de gás cloro.
Sinalização de perigos ou de 
saídas de emergência.
Proteção de aberturas verticais ou 
horizontais, como rede e outros 
fechamentos.
Proteção em máquinas que 
envolvem cortes ou eventuais 
esmagamentos.
Bloqueio de disjuntores, para 
evitar ativamentos inadequados e 
acidentais durante a manutenção.
(Continua)
O livro EPI e EPC é um ma-
terial de estudo bem com-
pleto que trata da higiene e 
da segurança do trabalho. 
Ele foi elaborado com um 
texto direto, objetivo, bem 
organizado e que aborda 
de maneira abrangente o 
assunto EPI e EPC. Além 
disso, a obra está disposta 
em uma forma bem didáti-
ca, com textos que motivam 
o leitor a revisar o conteúdo 
e verificar a aprendizagem, 
além de possuir diversos 
exemplos ilustrados de EPI 
e EPC.
BELTRAMI, M.; STUMM, S. Curitiba: 
Instituto Federal Do Paraná – 
Educação a Distância, 2018. 
Disponível em: http://proedu.
rnp.br/handle/123456789/1428. 
Acesso em: 19 mar. 2020. 
Livro
66 Análise e gerenciamento de risco
Sistema de aterramentos em 
instalações elétricas.
Ventilação ou exaustão 
contra temperaturas altas ou 
contaminantes em ambiente de 
trabalho.
Uma situação rotineira e errada é a indicação imediata de EPI pelo 
empregador ou responsável pela tarefa de trabalho a ser realizada. Por 
vezes, o EPI é fundamental, mas cabe relembrar que seu emprego não 
é a medida de proteção primária. O objetivo de qualquer análise de 
risco é identificar, mitigar e tratar o risco, e o EPI somente é um meio 
de prevenir lesões ou agravos ao trabalhador. Por isso, o EPC se mostra 
como medida antecessora à aplicação do EPI.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No caminho do estudo dos riscos inerentes ao ambiente de trabalho, 
foram verificados a legislação brasileira, os principais documentos e os 
programas de Segurança do Trabalho. Ainda, pontuaram-se os principais 
programas para saúde do trabalhador e mitigação de riscos. Por fim, os 
EPI e EPC foram apresentados, lembrando sempre de que EPI não é a so-
lução para tratamento de riscos, mas apenas uma forma de evitar lesões. 
Dessa forma, acredita-se que você será capaz, após estudar este capítulo, 
de pontuar os aspectos básicos da Segurança do Trabalho, especialmente 
formas de identificar, mitigar e tratar riscos.
ATIVIDADES
1. Em determinado ambiente de trabalho, atestou-se um barulho 
exacerbado devido à proximidade a uma oficina de veículos. De 
modo a reduzir o estresse causado por esse ruído nos trabalhadores, 
optou-se por implementar protetor auditivo de inserção para proteção 
do sistema auditivo (plugs). A decisão foi correta?
2. Em determinado ambiente de trabalho, incomodado pela luz solar que 
passa pela janela e incide sobre seus olhos, e após crises constantes 
de dor de cabeça, um trabalhador decidiu comprar óculos escuros 
para usar durante o trabalho. Ele agiu assim por entender que os 
óculos não poderiam ser considerados equipamento de proteção 
Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI 67
individual (EPI). Avalie essa situação e responda: os óculos podem ser 
vistos como um EPI? Foi o procedimento correto?
3. Uma empresa denominada Valix Serviços de Limpeza não possui, em 
seu rol de atividades previstas no CNPJ, a atividade de segurança 
privada, mas começou a prover esse serviço em eventos de recepção. 
Ocorreu de um vigilante se machucar seriamente após tentar conter 
um conflito em um evento, e o empregador alegou que não houve 
irregularidade nessa ocorrência. Avalie essa situação e responda: o 
empregador está correto? Por quê?
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF. 
5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em 13 mar. 2020.
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1 de maio de 1943. Diário Oficial da União, PoderExecutivo, 
Brasília, DF, 9 ago. 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
del5452.htm. Acesso em: 13 mar. 2020.
BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, Poder Executivo, 
Brasília, DF, 20 set. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.
htm. Acesso em: 13 mar. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora NR-01: disposições 
Gerais. Brasília: MTE, 2019a. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/
Arquivos_SST/SST_NR/NR-01.pdf. Acesso em: 13 mar. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora NR-04: serviços 
especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. Brasília: MTE, 
2016. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/
NR-04.pdf. Acesso em: 13 mar. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora NR-06: equipamento 
de proteção individual – EPI. Brasília: MTE, 2018a. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.
br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-06.pdf. Acesso em: 13 mar. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora NR-07: programa de 
controle médico de saúde ocupacional. Brasília: MTE, 2018b. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf. Acesso em: 13 mar. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora NR-09: programa de 
prevenção de riscos ambientais. Brasília: MTE, 2019b. Disponível em: https://enit.trabalho.
gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.pdf. Acesso em: 13 
mar. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma regulamentadora NR-18: condições 
de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. Brasília: MTE, 2020. 
Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-18-
atualizada-2020.pdf. Acesso em: 13 mar. 2020.
GOMES, P. C. dos R.; DOMINGUES JR., L. R. P.; DIAS, G. R. Documentação para a engenharia 
de segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, 20--.
MATTOS, U. A. de O.; MÁSCULO, F. S. (org.). Higiene segurança do trabalho. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2019. 
NORMAS regulamentadoras – português. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho. Disponível 
em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/
sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default. Acesso em: 13 mar. 2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
68 Análise e gerenciamento de risco
3
CIPA
Em continuação ao estudo da mitigação de riscos inerentes 
ao ambiente de trabalho, apresentaremos um instrumento que 
é estruturado pela experiência do trabalhador: a CIPA. Por ser 
formada usualmente por operadores do processo produtivo, ela 
pode subsidiar oportunidades relevantes de segurança, conforto 
e bem-estar no ambiente de trabalho. Então, vamos verificar neste 
capítulo o funcionamento, a base legal e as atribuições da CIPA.
3.1 O que é uma CIPA? 
Vídeo A sigla CIPA significa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
e, por vezes, seus operadores são chamados de cipeiros. Basicamente, 
ela é um instrumento para a prevenção de acidentes e doenças, espe-
cialmente por meio da identificação de riscos. Outra forma de enten-
der melhor a CIPA é saber que essa é uma comissão formada por 
pessoas que estão atuando no ambiente de trabalho com o objetivo 
de melhorar a segurança deste.
A CIPA tem sua origem relatada no ano de 1921, inicialmente idea-
lizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), sendo um dos 
frutos da Revolução Industrial. No Brasil, ela teve seu embrião no go-
verno Getúlio Vargas, em 1944, pelo Decreto-Lei n. 7.036, de 10 de no-
vembro de 1944. O objetivo era estimular o interesse do trabalhador 
em questões de segurança. Esse Decreto-Lei reformava a Lei de Aci-
dentes do Trabalho e previa a descrição a seguir para a CIPA.
Leitura
Não há como falar de 
CIPA sem conhecer a 
principal normatização 
que há no Brasil sobre o 
assunto: a Norma Regu-
lamentadora 05. É muito 
importante que você 
leia a norma ao menos 
uma vez para entender o 
processo geral de imple-
mentação da CIPA.
Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/
Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf. 
Acesso em: 31 mar. 2020.
CIPA 69
Art. 82. Os empregadores, cujo número de empregados 
seja superior a 100, deverão providenciar a organiza-
ção, em seus estabelecimentos, de comissões internas, 
com representantes dos empregados, para o fim de 
estimular o interesse pelas questões de prevenção de 
acidentes, apresentar sugestões quanto à orientação e 
fiscalização das medidas de proteção ao trabalho, reali-
zar palestras instrutivas, propor a instituição de concur-
sos e prêmios e tomar outras providências, tendentes a 
educar o empregado na prática de prevenir acidentes. 
(BRASIL, 1944)
A norma de referência da CIPA é a Norma Regulamentadora (NR) 05 – 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. O objetivo previsto nessa 
NR quanto à CIPA é prevenir acidentes e doenças relacionados ao tra-
balho, conforme podemos ver a seguir.
5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – 
CIPA – tem como objetivo a prevenção de acidentes e 
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar 
compatível permanentemente o trabalho com a preser-
vação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. 
(BRASIL, 2019a, p. 1) 1
A composição da CIPA será detalhada logo mais, mas é importante 
desde já pontuar que ela é formada por empregados e não por es-
pecialistas ou profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho. Em 
outras palavras, por vezes, na CIPA, não haverá a visão do especialis-
ta no processo de aperfeiçoamento da segurança, mas sim a percep-
ção daqueles que executam parte do processo produtivo. Assim, essa 
comissão visa envolver e trazer a contribuição dos trabalhadores no 
processo de segurança do ambiente de trabalho, especialmente na 
identificação de riscos.
A identificação do risco é parte fundamental nesse processo, pois 
é a base da prevenção de acidentes. Entretanto, a CIPA, certamente, 
pode contribuir também para melhores condições do ambiente de tra-
balho, não somente em questão de risco, mas com outras melhorias, 
como maior conforto, bem-estar e impulso na produtividade, principal-
mente pela experiência operária.
A NR 05 foi inicialmente ela-
borada em 6 de julho de 1978, 
passando por diversas revisões, 
sendo a última de 31 de julho de 
2019. Atualmente, ela é revisada 
pelas portarias da Secretaria Es-
pecial de Previdência e Trabalho 
(SEPRT) e sua fiscalização cabe 
à Superintendência Regional do 
Trabalho e Emprego (SRTE) local.
Saiba mais
Observe que essa citação é do 
texto revisado de 2019. Sempre 
verifique no site do Governo 
Federal a última versão das NR.
1
70 Análise e gerenciamento de risco
Estudo de caso
Em um certo local de trabalho com gases, os empregados trocavam de roupa no trabalho e as deixavam 
sempre no armário do vestiário, evitando lavar em casa, para não ocorrer eventual contaminação e risco no 
ambiente doméstico. Assim, o vestiário poderia ficar insalubre e os funcionários poderiam estar sujeitos a 
riscos relacionados à falta de lavagem das roupas. Percebendo a situação, um dos cipeiros sugeriu que os 
armários fossem transferidos para um local arejado e fora do ambiente de repouso. Vendo ainda a importância 
do tema, o empregador também instalou uma máquina industrial (profissional) de lavar roupas no trabalho, 
promovendo tanto a segura doméstica quanto o uso permanente de roupas limpas no ambiente de trabalho. 
Tal situação foi promovida porque a percepção de quem executa o serviço foi ouvida.
Nesse sentido, pode-se dizer que a CIPA oportuniza uma ampliação 
da voz do trabalhador na segurança do ambiente de trabalho. O que 
incomoda e o quanto incomoda o trabalhador é discutido dentro das 
políticas de segurançada empresa, mesmo que alguns aspectos 
suscitados, como demandas dos empregados, não estejam previstos 
em uma lei ou NR. É, portanto, um diagnóstico informal, mas muito 
válido. Apesar de ser informal, é importante lembrar que o estabeleci-
mento da CIPA é uma determinação legal e não opcional.
Além disso, a CIPA promove uma validação consensual. Ou seja, 
aquilo que é implementado por especialistas ou profissionais da SESMT 
– Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho – pode ser ratificado ou encaminhado a aperfeiçoamento 
pela voz dos trabalhadores.
3.2 Aspectos legais da CIPA 
Vídeo Apresentada uma noção geral da CIPA, passa-se a apontar sua base 
legal. É muito importante que o leitor entenda que ela não é apenas 
uma sugestão de prática, mas sim uma determinação legal. A Consoli-
dação das Leis do Trabalho (CLT) – Decreto-Lei n. 5.452, de 1 de maio 
de 1943 – institui a obrigatoriedade da CIPA, compondo-a com duas 
representações: empregados e representantes do empregador. Além 
disso, prevê garantia (condicionada) do emprego e outras prescrições, 
como regramento de eleição da CIPA.
Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de confor-
midade com instruções expedidas pelo Ministério do 
Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas 
especificadas.
CIPA 71
Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamen-
tará as atribuições, a composição e o funcionamento 
das CIPA (s).
Art. 164 - Cada CIPA será composta de representantes 
da empresa e dos empregados, de acordo com os crité-
rios que vierem a ser adotados na regulamentação de 
que trata o parágrafo único do artigo anterior.
§ 1º - Os representantes dos empregadores, titulares e 
suplentes, serão por eles designados.
§ 2º - Os representantes dos empregados, titulares e 
suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual 
participem, independentemente de filiação sindical, ex-
clusivamente os empregados interessados.
§ 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a 
duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição.
§ 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplica-
rá ao membro suplente que, durante o seu mandato, 
tenha participado de menos da metade do número de 
reuniões da CIPA.
§ 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os 
seus representantes, o Presidente da CIPA e os empre-
gados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.
Art. 165 - Os titulares da representação dos emprega-
dos nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrá-
ria, entendendo-se como tal a que não se fundar em 
motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Parágrafo único – Ocorrendo a despedida, caberá ao 
empregador, em caso de reclamação à Justiça do Tra-
balho, comprovar a existência de qualquer dos motivos 
mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado 
a reintegrar o empregado. (BRASIL, 1943)
Conforme demonstrado, a CLT apresenta alguns dispositivos legais, 
mas encaminha detalhes do funcionamento da CIPA para instruções e 
regulamentações expedidas pelo Ministério do Trabalho, as quais for-
mam a NR 05.
Observa-se que a CIPA deve ser constituída para todos os estabele-
cimentos, com ou sem fins lucrativos, que possuem empregados sob 
o regime da CLT. A NR 05 (BRASIL, 2019a) relata ainda que as seguintes 
organizações devem constituir a CIPA e mantê-la em regular funciona-
mento: empresas privadas ou públicas, sociedades de economia mista, 
72 Análise e gerenciamento de risco
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, 
associações recreativas, cooperativas e outras instituições que admi-
tam trabalhadores como empregados CLT.
O dimensionamento (número de membros titulares e suplentes) da 
CIPA está previsto no Quadro I da NR 05, o qual usa como parâmetros 
de dimensionamento o agrupamento/grupo de setores econômicos 
pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e o nú-
mero de empregados do estabelecimento. É importante frisar que a 
CIPA é dimensionada não pelo grupo de risco, mas sim pela atividade 
econômica desenvolvida no estabelecimento (BRASIL, 2019a). Essas 
informações são cruzadas, de acordo com o Quadro I, para se chegar 
ao número de membros da CIPA.
Para atividades em que há um número pequeno de trabalhadores, 
usualmente menos que 20, não há especificação do número de mem-
bros da CIPA. Nesses casos, a NR 05 (BRASIL,2019a, p. 1) prevê a indi-
cação, pelo empregador, “de um responsável pelo cumprimento dos 
objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos de participação 
dos empregados, através de negociação coletiva”.
Destaca-se ainda o que Camisassa (2015, p. 147) afirma sobre esse caso:
a participação dos empregados na indicação do designado pode-
rá ser definida por negociação coletiva. Ressalto que o designado 
da CIPA deve ser empregado do estabelecimento, não podendo 
ser estagiário, nem o próprio empregador, uma vez que estes 
não possuem vínculo celetista com a empresa. Entendo que, por 
analogia, as determinações referentes à CIPA também se esten-
dem ao designado, sempre que aplicáveis.
É importante destacar alguns detalhes e interpretações da NR 05: 
a CIPA deve ser constituída por estabelecimento e não por razão so-
cial, ou seja, se em uma cidade há três mercados de uma mesma rede 
em diferentes localizações, cada estabelecimento deve possuir uma 
CIPA. Em locais onde haja empregados celetistas e outros servidores 
públicos, em regime estatutário, a CIPA será dimensionada levando em 
consideração apenas a quantidade de funcionários celetistas; e caso 
haja trabalhadores de diferentes empregadores no mesmo estabeleci-
mento, a CIPA ou o representante designado para fazer as funções dela 
devem agir e colaborar de maneira integrada.
CIPA 73
5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que 
couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que 
lhes tomem serviços [...].
[...]
5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas 
prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento, 
para fins de aplicação desta NR, o local em que seus em-
pregados estiverem exercendo suas atividades.
5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em 
um mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da 
empresa contratante deverá, em conjunto com as das 
contratadas ou com os designados, definir mecanismos 
de integração e de participação de todos os trabalhado-
res em relação às decisões das CIPA existentes no esta-
belecimento. (BRASIL, 2019a, p. 1 e 6)
Em casos em que um estabelecimento contrata outra empresa, por 
exemplo, uma prestadora de serviços, cada um deverá constituir uma 
CIPA para seus empregados. Camisassa (2015, p. 148) também aborda 
esse assunto:
no caso de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, 
considera-se estabelecimento, para fins de aplicação da NR5, o 
local em que seus empregados estiverem exercendo suas ati-
vidades. Sendo assim, tais empresas devem constituir CIPA (ou 
indicar designado) nos estabelecimentos onde seus empregados 
prestarem serviço.
A regra é esta: estabelecimentos em que haja empregados de di-
ferentes empregadores (por exemplo, uma fábrica que terceiriza a 
mão de obra de manutenção dos equipamentos), deve haver uma 
CIPA para cada empregador: uma para os empregados que realizam 
a atividade-fim da fábrica e uma para os trabalhadores contratados da 
manutenção. Cabe ressaltar que as CIPAs devem ter coordenação e co-
laboração entre si e não planejamentos isolados.
Destaca-se ainda a previsão da NR 05 quanto ao responsável de-
signado pela CIPA para um grupo de trabalhadores com um número 
menor que 20 empregados. Por vezes, as ações da CIPA em um grupo 
menor de trabalhadores, especialmente contratados dentro de uma 
atividade econômica maior, são executadas por um responsável desig-
nado e não por uma CIPA com diversos membros.
74 Análise e gerenciamento de risco
A NR 05 também disciplina, em diversos pontos, o processo de esco-
lha dos membros da CIPA. O objetivo é que ela tenha uma composiçãoparitária, isto é, um equilíbrio entre empregados e membros indica-
dos pelo empregador. Por vezes, considerando os membros titulares 
e reservas e o dimensionamento previsto no Quadro I da NR 05, tal 
composição não será exatamente igual em número, mas manterá um 
equilíbrio. O processo de escolha é por votação pelo lado dos emprega-
dos, e por indicação pelo lado do empregador, conforme regras espe-
cíficas da CLT e da NR 05. Há uma garantia de emprego prevista na CLT 
para os representantes dos empregados que participam do processo 
de eleição e são eleitos como membros da CIPA (BRASIL, 2019a). Contu-
do, isso não ocorre de maneira absoluta, vide artigo 165 da CLT.
A NR 05 também prevê a obrigatoriedade de um treinamento para 
os membros da CIPA. Nesse ponto, é importante fazer uma diferen-
ciação entre a CIPA e o SESMT, pois eles não são serviços similares ou 
substitutos entre si. O SESMT é um serviço de promoção de saúde com 
especialistas, tais como médicos, engenheiros ou técnicos de Segu-
rança do Trabalho, enfermeiros e auxiliares de enfermagem etc. Já os 
membros da CIPA não são profissionais com especialização ou habilita-
ção em Segurança ou Medicina do Trabalho. A CIPA não se subordina 
ao SESMT, mas possui com este uma relação de colaboração na pro-
moção de segurança, conforto e bem-estar no ambiente de trabalho, 
podendo propor medidas de proteção para ele. Além disso, a CIPA deve 
procurar assessoramento do SESMT sempre que possível e este deve 
assessorar a CIPA sempre que demandado.
A NR 05 fixa as seguintes prescrições para o treinamento dos mem-
bros da CIPA, aqui expostas de maneira resumida.
Quadro 1
Treinamento dos membros da CIPA
• Realização do treinamento antes da data da posse.
• Em caso de CIPA de primeiro mandato, prazo máximo de 30 dias a con-
tar da data da posse.
• Titulares e suplentes devem participar do treinamento.
• Caso seja inexistente uma CIPA, mas haja um designado, este deve pas-
sar por treinamento anual.
Tempo do treinamento
Quem participa?
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(Continua)
A garantia de emprego prevista 
na CLT vale somente para os can-
didatos e membros da CIPA dos 
representantes dos empregados, 
e não para membros indicados 
pelo empregador.
Atenção
CIPA 75
• Estudo do ambiente e das condições de trabalho, bem como dos riscos 
originados do processo produtivo.
• Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho.
• Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes da exposi-
ção aos riscos existentes na empresa.
• Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) e medi-
das de prevenção.
• Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segu-
rança e à saúde no trabalho.
• Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos 
riscos.
• Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das 
atribuições da Comissão.
• Deve possuir carga horária mínima de 20 horas.
• Não pode exceder 8 horas diárias.
• Deve ser durante o horário de expediente
• Cabe ao empregador escolher a entidade ou profissional que ministrará 
o treinamento, mas a CIPA deve ser ouvida formalmente.
• O treinamento pode ser realizado pelo SESMT da empresa.
Tópicos do treinamento
Execução do treinamento
Quem executa?
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Brasil, 2019a.
Nem sempre a NR 05 será a base legal para o funcionamento da 
CIPA. Em algumas atividades produtivas, há diferen-
tes especificações e até mesmo normas específicas 
para um plano de prevenção de acidentes e mitiga-
ção de riscos. A auditora fiscal do trabalho Mara 
Camisassa (2015, p. 142) diz a respeito dessas ativi-
dades produtivas específicas que “a NR 5 somente 
será aplicada a esses setores nos casos de omissão 
das respectivas normas setoriais. No caso de conflito 
entre o disposto na NR 5 e na norma setorial, preva-
lece o comando desta última. Nesses setores a NR 5 
deve ser utilizada de forma subsidiária”.
É muito importante que a CIPA funcione confor-
me sua previsão legal e normativa. Ela apresenta um 
padrão mínimo de segurança que deve ser cumpri-
Saiba mais
As seguintes atividades produtivas possuem normas setoriais 
de funcionamento da CIPA ou de um planejamento similar 
à CIPA:
• Construção civil: NR 18 – Segurança e Saúde no Trabalho na 
Indústria da Construção; 
• Mineração: NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na 
Mineração;
• Trabalho portuário: NR 29 – Norma Regulamentadora de 
Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;
• Trabalho aquaviário: NR 30 – Segurança e Saúde no 
Trabalho Aquaviário;
• Trabalho rural: NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na 
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e 
Aquicultura.
76 Análise e gerenciamento de risco
do, mas o empregador também pode adotar parâmetros mais desen-
volvidos e aperfeiçoados. Desde a sua concepção até a nova eleição 
dos membros da CIPA, esta deve se basear na CLT e na NR 05, ou na NR 
específica da atividade produtiva desenvolvida.
3.3 Organização e funcionamento da CIPA 
Vídeo Compreendidos os princípios e a base legal da CIPA, passa-se a des-
crever então sua organização e funcionamento. Como já foi estudado, 
essa comissão compõe-se de representantes do empregador e dos 
empregados, os quais são selecionados para determinados cargos na 
CIPA. Os cargos são: presidente, vice-presidente, secretário, membros 
efetivos e membros suplentes. As responsabilidades e tarefas de cada 
cargo estão especificadas na figura a seguir.
Figura 1
Cargos, funções e tarefas da CIPA
PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE SECRETÁRIO MEMBROS
• Indicado pelo empregador;
• Componente da CIPA;
• Convoca membros para 
reunião;
• Coordena as reuniões da 
CIPA;
• Encaminha ao empregador 
e ao SESMT as decisões da 
CIPA;
• Informa ao empregador os 
trabalhos da CIPA;
• Coordena e supervisiona as 
atividades de secretaria;
• Delega funções ao vice-
presidente.
• Eleito pelos empregados;
• Componente da CIPA;
• Executa tarefas delegadas;
• Substitui o presidente.
• Indicado pelos membros 
da CIPA;
• Não precisa ser componente 
da CIPA, nesse caso, sua 
indicação precisa ser 
aprovada pelo empregador;
• Acompanha reuniões;
• Redige atas;
• Prepara correspondências 
etc.
• Comparecem às reuniões;
• Executam tarefas delegadas.
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Fonte: Elaborada pelo autor com base em Brasil, 2019a.
Observa-se que o presidente e o vice-presidente têm as seguintes 
atribuições conjuntas: cuidar para que a CIPA tenha condições ne-
cessárias para o desenvolvimento de seus trabalhos e tenha os objeti-
vos propostos alcançados; delegar tarefas; promover relacionamento 
da CIPA com o SESMT; divulgar ações e decisões da CIPA; constituir co-
missão eleitoral; entre outros (BRASIL, 2019a).
CIPA 77
Contudo, não são somente esses cargos que têm responsabilida-
des na constituição da CIPA. Além do empregador, todos os empre-
gados a constroem, mesmo os que não são membros. O empregador 
deve, conforme item 5.17 da NR 05 (BRASIL, 2019a, p. 3), “proporcionar 
aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas 
atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas 
constantes do plano de trabalho”.
Cabe aos trabalhadores participarem na eleição, além de colabo-
rarem com a gestão da CIPA, indicando a ela, ao SESMT e ao empre-
gador situações de risco, apresentando sugestões para melhoria das 
condições de trabalho e observando as recomendações de Segurança 
do Trabalho (BRASIL, 2019a).
Estudo de caso
Em um determinado escritório, com CIPA constituída, um estagiário exerce a tarefa de transportar processos e 
documentos em um carrinho. Observando a figura a seguir, podemos questionar se esse seria o caso de uma 
intervenção da CIPA.
Figura 2
Estagiário transportando documentos em um carrinho
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Apesar de o estagiário não ser um empregado, a situação ilustrada demonstrarisco de queda e acidente em 
potencial. Logo, deve ser alvo de análise e intervenção direta não somente por parte da CIPA, mas de qualquer 
trabalhador que identificar o risco. O próprio estagiário deve ter acesso amplo e facilitado à CIPA e passar a 
demanda para tratamento do risco.
Qualquer trabalhador, empregado ou não, pode demandar à CIPA a análise do caso e a adoção de atitudes, 
e qualquer membro dessa comissão pode introduzir o assunto em uma reunião ordinária. O presidente da 
CIPA pode demandar a seus membros a inspeção e vistoria dos postos e frentes de trabalho que lidam com 
transportes de cargas ou de situações em que os cadarços ofereçam riscos potenciais. 
Além disso, a CIPA pode indicar dicas de vestuário aos trabalhadores e sugerir a disponibilização de equi-
pamento de proteção individual (EPI) do tipo calçados de proteção, com chapa de proteção e sem cadarços, 
a todos os trabalhadores para evitar que as rodas eventualmente machuquem o pé/dedos do estagiário ou 
prendam parte de vestuários e para que riscos de queda sejam prevenidos.
O Governo Federal 
disponibiliza o Manual 
CIPA: a nova NR 5 no site 
da Escola Nacional da 
Inspeção do Trabalho 
(Enit). O texto, que data 
de junho de 2016, trata 
da organização da CIPA e 
explica as motivações e 
os novos textos da NR 05, 
além de fazer diversos 
comentários para cada 
item dela. Vale a pena a 
leitura.
Disponível em: https://enit.trabalho.
gov.br/portal/images/Arquivos_
SST/SST_Publicacao_e_Manual/
CGNOR---MANUAL-DA-CIPA.pdf. 
Acesso em: 31 mar. 2020.
Leitura
78 Análise e gerenciamento de risco
Por fim, destaca-se que a CIPA deve ter reuniões ordinárias mensal-
mente, realizadas durante o expediente, de acordo com o calendário 
e plano de trabalho deliberado entre os membros. A NR 05 prevê três 
casos de reuniões extraordinárias: eventual denúncia de situação de 
risco grave e iminente que demande medidas corretivas emergenciais; 
quando ocorrer acidente de trabalho grave ou fatal; e quando houver 
solicitação expressa de uma das representações.
Mesmo sendo composta por vários membros das duas representa-
ções (dos empregadores e dos empregados), é importante destacar o 
que Camisassa (2015, p. 153) esclarece com relação às reuniões da CIPA:
as decisões da CIPA serão tomadas preferencialmente por con-
senso. Caso não haja consenso, e frustradas as tentativas de 
negociação direta ou com mediação, será instalado processo de 
votação, registrando-se a ocorrência na ata da reunião. Vejam 
então que, somente se não houver consenso na tomada de deci-
sões, será realizada votação, de forma subsidiária.
Logo, percebe-que o processo de funcionamento recomendado 
para a reunião dos membros da CIPA não é de divisões, divergência ou 
conflitos, mas sim de colaboração mútua, para a segurança global do 
ambiente de trabalho.
3.4 Atribuições da CIPA 
Vídeo Conforme explicado no início deste capítulo, a CIPA tem como obje-
tivo prevenir acidentes e doenças decorrentes do ambiente de traba-
lho. Para alcançá-lo, a NR 05 traça atribuições bem definidas no item 
5.16. É muito importante que se entenda que a instituição da CIPA tem 
como foco a identificação de riscos, mas não é responsável por avaliar 
(quantitativamente) e implementar medidas de mitigação e tratamento 
de riscos. Tais tarefas competem a um serviço profissional: a SESMT. É 
importante ressaltar que a CIPA tem um relacionamento de colabora-
ção com o SESMT, devendo ambos trabalhar juntos e em sincronia para 
a promoção da Segurança do Trabalho.
CIPA 79
Fomentar ações preventivas. 
Participar da avaliação das prioridades de ações preventivas.
Realizar avaliação do cumprimento das metas do plano de trabalho.
Divulgar informações de segurança e saúde no trabalho.
Requerer ao SESMT ou ao empregador a paralisação de máquina ou setor onde 
considere haver risco grave e iminente.
Divulgar e promover o cumprimento das NRs.
Participar de análise de causas das doenças e acidentes de trabalho. 
Requisitar ao empregador e analisar informações relativas à segurança e saúde dos 
trabalhadores.
Identificar riscos do processo de trabalho.
Elaborar o mapa de riscos.
Atuar com base na participação dos trabalhadores.
Atuar assessorada pelo SESMT.
Elaborar plano de trabalho. 
Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção. 
Realizar verificações no ambiente de trabalho.
Discutir as situações de risco identificadas.
Participar no planejamento de alterações no ambiente de trabalho. 
Colaborar na elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO) e Programa de Proteção de Riscos Ambientais (PPRA). 
Divulgar e promover outras prescrições que visem à segurança, ao bem-estar e ao 
conforto no ambiente de trabalho.
Propor medidas de proteção.
Requisitar à empresa as cópias das comunicações de acidente de trabalho (CAT) 
emitidas.
Promover em conjunto com o SESMT a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do 
Trabalho (SIPAT).
Participar de campanhas de prevenção da Aids
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Brasil, 2019a.
Figura 3
Atribuições da CIPA previstas na NR 05
O plano de trabalho a ser desenvolvido pela CIPA envolve, entre 
outras prescrições, a elaboração de um cronograma de tarefas, in-
cluindo metas que fomentem ações de caráter preventivo a acidentes 
e doenças decorrentes do ambiente de trabalho. Nesse sentido, o em-
pregador é responsável por prover meios e condições para que a CIPA 
cumpra seu plano de trabalho (BRASIL, 2019a).
80 Análise e gerenciamento de risco
Como visto na Figura 3, outra função da CIPA é participar da ela-
boração e revisão de outros programas de promoção de segurança 
do trabalho, como o PPRA e o PCMSO, sempre em colaboração com o 
SESMT. A CIPA deve participar da discussão dos resultados do relató-
rio analítico do desenvolvimento do PCMSO e do documento-base do 
PPRA, o qual deve ser apresentado formalmente à CIPA. Além disso, ela 
deve ser ouvida na recomendação de EPI, elaborada pelo SESMT.
Há ainda várias referências à CIPA nas demais NR. Veja alguns exem-
plos a seguir.
NR 04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho
4.12 Compete aos profissionais integrantes dos Servi-
ços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho:
[...]
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, va-
lendo-se ao máximo de suas observações, além de 
apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
[...]
4.13 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segu-
rança e em Medicina do Trabalho deverão manter en-
trosamento permanente com a CIPA, dela valendo-se 
como agente multiplicador, e deverão estudar suas 
observações e solicitações, propondo soluções cor-
retivas e preventivas, conforme o disposto no subitem 
5.14.1. da NR 5. (BRASIL, 2016, p. 4, grifos nossos)
NR 06 – Equipamento de Proteção Individual – EPI
6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, ou-
vida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
– CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao em-
pregador o EPI adequado ao risco existente em deter-
minada atividade. (BRASIL, 2018a, p. 1, grifos nossos)
NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
7.4.6.2 O relatório anual deverá ser apresentado e dis-
cutido na CIPA, quando existente na empresa, de acor-
do com a NR 5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas 
daquela comissão. (BRASIL, 2018b, p. 4, grifos nossos)
CIPA 81
NR 09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
9.2.2.1 O documento-base e suas alterações e com-
plementações deverão ser apresentados e discutidos 
na CIPA, quando existente na empresa, de acordo com 
a NR-5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas desta 
Comissão. (BRASIL, 2019b, p. 2, grifos nossos)
NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
12.11.2.1 O registro das manutenções deve ficar dis-
ponível aos trabalhadores envolvidos na operação, ma-
nutenção e reparos, bemcomo à Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes - CIPA, ao Serviço de Seguran-
ça e Medicina do Trabalho – SESMT e à Auditoria Fiscal do 
Trabalho. (BRASIL, 2019c, p. 20, grifos nossos)
NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e 
Combustíveis
20.14.2 O plano deve ser revisado: a) por recomendações 
das inspeções de segurança e/ou da análise de riscos, 
ouvida a CIPA. (BRASIL, 2019d, p. 11, grifos nossos)
Conforme visto, a CIPA deve ter ampla participação na implantação 
e nos resultados de medidas protetivas e de conforto no ambiente de 
trabalho. O SESMT, como braço profissional da segurança e saúde do 
trabalho, deve ter suas ações fundamentadas com subsídios prove-
nientes da CIPA. Além disso, o projeto e a implantação de EPI devem 
sempre ocorrer na presença da CIPA. Por fim, toda e qualquer avalia-
ção de soluções de programas de segurança e saúde do trabalho deve 
ter a CIPA como abalizador. Essas são algumas atribuições previstas em 
normas da CIPA, especialmente na análise de resultados.
3.5 Mapa de risco 
Vídeo O mapa de risco é um dos instrumentos que auxilia na identificação 
de riscos e sua elaboração é de responsabilidade da CIPA. Ele é uma 
representação gráfica dos riscos existentes em um grupo homogêneo 
de trabalho, a qual é classificada e ilustrada por cada ambiente de tra-
balho. A NR 09 deixa clara a necessidade de um mapa de risco.
82 Análise e gerenciamento de risco
9.6.2 O conhecimento e a percepção que os trabalhado-
res têm do processo de trabalho e dos riscos ambientais 
presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de 
Riscos, previsto na NR-5, deverão ser considerados para 
fins de planejamento e execução do PPRA em todas as 
suas fases. (BRASIL, 2019b)
Seu objetivo é fazer com que os trabalhadores de um determinado 
setor estejam cientes dos potenciais riscos derivados da atividade produ-
tiva ali existente. Os riscos são representados por círculos e classificados 
em cores e tamanhos, conforme a avaliação do ambiente de trabalho 
realizada pela CIPA. Assim, oportuniza-se, de forma permanente, a visua-
lização e conscientização de riscos a todo trabalhador que ali permaneça 
ou passe. O mapa de risco proporciona uma conscientização e seguran-
ça e pode favorecer a diminuição de acidentes de trabalho. Pode-se ob-
servar como essa classificação é feita no quadro a seguir.
Quadro 2
Representações do risco com uma lista exemplificativa, mas não exaustiva
Físico 
Químico 
Biológico
Ergonômico
Acidente/mecânico
Verde
Vermelho
Marrom
Amarelo
Azul
Altas temperaturas, baixas tempe-
raturas, vibrações, ruídos, pressões 
anormais, iluminância inadequada 
e radiações ionizantes.
Poeira, fumo, névoa, neblina, gases, 
vapor e fumaça.
Vírus, bactéria, fungo, protozoários, 
animais.
Postura, execução de tarefas repe-
titivas, transporte manual de carga, 
jornada de trabalho, sistematização 
do processo de trabalho e regula-
gem de equipamento.
Quedas, materiais perfurocortan-
tes, arranjo físico, acondicionamen-
to de carga, incêndio e impacto em 
membros do corpo.
Grau de percepção do risco Classificação do risco
Tipo Cor Exemplo de risco
Pequeno
Médio
Grande
Fonte: Elaborado pelo autor.
CIPA 83
O mapa de risco depende de um diagnóstico feito pela CIPA. Portan-
to, conhecer o ambiente e processo de trabalho é fundamental, já que 
não se pode representar o risco sem antes realizar uma identificação 
eficiente. Outra medida primordial no mapa é escutar os trabalhadores 
envolvidos. Conforme já esclarecido, a CIPA tem como fundamento a 
contribuição da experiência e vivência dos empregados. Desse modo, 
garantir a participação do maior número de trabalhadores é essencial 
na elaboração desse mapa, mesmo que ela seja informal e subjetiva.
A avaliação do ambiente de trabalho basicamente tem três obje-
tos: as pessoas, as tarefas e o ambiente de trabalho. A técnica básica 
para avaliar as pessoas é ouvi-las, saber o que as incomoda e o que 
proporciona insegurança. A avaliação das tarefas envolve saber o que 
as pessoas fazem e como fazem, com uma atenção especial aos equi-
pamentos e máquinas envolvidos. Por fim, a avaliação do ambiente de 
trabalho envolve verificar o mobiliário, os espaços físicos e o processo 
de trabalho em si. Esses são apenas alguns exemplos ilustrativos, mas 
não exaustivos, do que pode ser avaliado em cada componente do am-
biente de trabalho. Identificados os riscos, é necessário localizá-los en-
tão no espaço de trabalho e, para isso, é necessária uma planta baixa 
deste. Não se usa necessariamente um projeto de arquitetura em si; 
podem ser usados croquis ou desenhos dos ambientes de trabalho. 
Apesar de a CIPA não ter a obrigação com a quantificação (medição e 
gradação) de agentes nocivos, após a classificação dos riscos ambien-
tais, é necessário expressar o grau de percepção das ameaças. Isso é 
feito por meio do tamanho dos círculos que expressam o risco. Em se-
guida, deve-se identificar e nominar os ambientes, indicar o número 
de pessoas expostas àquele determinado risco e podendo, também, 
especificar nominalmente o agente nocivo ou risco presente. Na figura 
a seguir, é apresentado um exemplo de mapa de risco.
84 Análise e gerenciamento de risco
Figura 4
Exemplo de mapa de risco
SALÃO DO RESTAURANTE
CÂMARA FRIA
ÁREA EXTERNA
COZINHA
VESTIÁRIO
LEGENDA
Risco Pequeno Risco físico
Risco químico
Risco biológico
Risco ergonômico
Acidentes
Risco Médio
Risco Grande
8
88
4
6
1
Fonte: Elaborada pelo autor.
Ka
ro
lin
em
es
qu
ita
/W
ik
im
ed
ia
 C
om
m
on
s
Observe, na Figura 4, o processo de identificação de riscos. Trata-se 
de uma planta baixa simplificada, ou apenas um croqui, de um restau-
rante fictício. Temos a representação de cinco ambientes: salão, cozinha, 
câmara fria, vestiário e área externa. Cada um tem um círculo represen-
tando o risco. O tamanho do círculo identifica o grau de percepção do 
risco. Por exemplo, na câmara fria, a CIPA identifica um risco ergonômico 
maior (formas de conduzir e transportar a carga, por exemplo) para os 
oito funcionários existentes no estabelecimento. Já na cozinha, em um 
grau de percepção menor de risco, identificam-se quatro tipos de risco, e 
há apenas um único trabalhador sujeito àquele determinado risco. Ape-
sar de ser executado pela CIPA, esse trabalho de mapeamento de risco 
deve contar com o assessoramento e a colaboração do SESMT, pois o 
mapa não é elaborado por especialistas em Segurança do Trabalho.
CIPA 85
Após todo o processo, o mapa de risco deve ser fixado nos ambien-
tes de trabalho, em um local onde todos possam ter acesso à sua vi-
sualização. Com o decorrer do tempo, os trabalhadores estarão cientes 
dos riscos ali existentes e, em um processo natural de validação, ab-
sorverão as noções de cuidado. Além disso, em pequenas discussões 
diárias, com trocas de informações informais, os trabalhadores podem 
questionar a adequabilidade do mapa de risco existente e, em consen-
so, demandar atualizações e revisões.
A implantação e a revisão são partes de um processo maior do 
mapa de risco e devem envolver diversas fases, como as ilustradas a 
seguir. É importante atentar que o mapa de risco é um processo contí-
nuo e permanente.
Figura 5
Exemplo de ciclo de elaboração e aperfeiçoamento do mapa de risco
Levantamento 
dos 
ambientes de 
trabalho
Levantamento 
do histórico de 
afastamentos e 
acidentes no 
ano
Entrevista com 
os trabalhadores
Identificação 
de riscos
Análise de 
risco, com 
participação do 
SESMT e demais 
programas
Elaboração 
do mapa
Apresentação 
do trabalho
Implementação 
e fixação do 
mapa
Avaliação inicial
Acompanhamento
Avaliação após 
um ano
Reunião de 
demandas
Fonte: Elaborada pelo autor.
Apesar de não haver uma orientação normativa da periodicidade de 
atualização do mapa de risco, sugere-se que seja revisto a cada mandato 
da CIPA, ou seja, anualmente. Tal procedimento deve ser realizado sem-
86 Análise e gerenciamento de riscopre, especialmente quando há alteração no ambiente de trabalho ou na 
atividade executada no local. Além disso, o próprio processo de feedback 
dos trabalhadores motiva o aperfeiçoamento do mapa de risco.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo demonstrou a importância da CIPA como uma oportuni-
dade para que a voz e a percepção do trabalhador sejam valorizadas na 
Segurança do Trabalho. O empregador já conta com uma equipe formada 
por profissionais e especialistas para implementar medidas de segurança 
e saúde do trabalho: o SESMT. Cabe lembrar que a CIPA não é uma subor-
dinada ao SESMT, nem possui a mesma função.
Os membros da CIPA não necessitam ter qualificação em Segurança 
do Trabalho e são escolhidos por meio de indicação (representantes do 
empregador) e de votação (representantes dos empregados). Além disso, 
após formalização da escolha, eles precisam passar pelo treinamento pre-
visto em norma. Uma das oportunidades favorecidas pela CIPA é trazer a 
percepção, participação e colaboração dos empregados na construção da 
segurança, conforto e bem-estar no ambiente de trabalho.
O SESMT é um serviço profissional; já a CIPA é uma medida que visa 
fomentar medidas de proteção e conforto àquilo que é relatado como 
incômodo ao desenvolvimento das tarefas executadas pelo trabalhador. 
Seu efeito direto ocorre na segurança, mas, certamente, quando bem 
executada, a CIPA favorece também a produtividade e o rendimento tão 
almejados pelo empregador.
ATIVIDADES
1. Considere um determinado estabelecimento, sem fins lucrativos, que 
funciona como clube de lazer, representa servidores públicos dos três 
órgãos do poder executivo federal e possui mais de 100 empregados 
celetistas. Alegou-se que, nesse local, não há obrigatoriedade de 
estabelecer uma CIPA, pelo clube ter sido feito como uma extensão 
do órgão público e por não se exercer uma atividade visando lucro. Tal 
alegação é válida? Por quê?
2. Considere um supermercado atacadista (CNAE 46.39-7/01), com 
115 empregados. Consulte a NR 05 e dimensione a CIPA desse 
estabelecimento, especificando a quantidade total de membros 
efetivos e suplentes.
CIPA 87
3. Considere o mesmo mercado atacadista da Atividade 2. O empregador 
decide abrir mais dois estabelecidos, em locais distintos. Como eles 
estão no início de suas atividades, terão um número menor de 
empregados: apenas 25 cada um. Consulte a NR 05 e dimensione a 
CIPA, especificando a quantidade de membros de cada um dos novos 
estabelecimentos.
4. Ainda considerando o exemplo da Atividade 2, o sócio do atacadista 
decidiu terceirizar os serviços de conservação e limpeza predial, 
contratando uma outra empresa prestadora de serviço que fornece 
cinco auxiliares de limpeza e um encarregado. O atacadista continuará 
com seu quadro de 115 empregados inalterado. Quais são as 
alterações e impactos na CIPA decorrentes dessa contratação? Como 
seria dimensionada a CIPA nesse novo caso?
5. Em determinada empresa de telemarketing, um grupo de trabalhadores 
assume um mandato na CIPA disposto a fazer a diferença. Considerando 
as atribuições da CIPA previstas na NR 05, aponte algumas ações que 
esses trabalhadores podem planejar e executar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1 de maio de 1943. Diário Oficial da União, Poder Executivo, 
Brasília, DF, 9 ago. 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
del5452.htm. Acesso em: 31 mar. 2020.
BRASIL.  Decreto-Lei n. 7.036, de 10 de novembro de 1944. Coleção das Leis do Império 
do Brasil, Poder Executivo, Rio de Janeiro, RJ, 31 dez. 1944. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/1937-1946/Del7036.htm. Acesso em: 31 mar. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-04: Serviços 
especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. Brasília: MTE, 
2016. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/
NR-04.pdf. Acesso em: 19 maio 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-05: Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes. Brasília: MTE, 2019a. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-05.pdf. Acesso em: 19 maio 
2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-06: Equipamento 
de Proteção Individual – EPI. Brasília: MTE, 2018a. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.
br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-06.pdf. Acesso em: 19 maio 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-07: Programa de 
controle médico de saúde ocupacional. Brasília: MTE, 2018b. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf. Acesso em: 31 mar. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-09: Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais. Brasília: MTE, 2019b. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.pdf. Acesso 
em: 19 maio 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-12: Segurança no 
Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Brasília: MTE, 2019c. Disponível em: https://enit.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
88 Análise e gerenciamento de risco
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.pdf. Acesso 
em: 19 maio 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-20: Segurança e 
Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. Brasília: MTE, 2019d. Disponível em: 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.
pdf. Acesso em: 19 maio 2020.
CAMISASSA, M. Q. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 comentadas e descomplicadas. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015.
Análise de risco 89
4
Análise de risco
Este capítulo visa apontar algumas das estratégias e técnicas 
para analisar o risco. Cada técnica possui um enfoque particular 
nos aspectos do risco, apresentando oportunidades e possibilida-
des diferentes em cada processo. Cabe ressaltar que, por vezes, 
é oportuno utilizar mais de um método ou ferramenta para realizar 
essa avaliação.
4.1 Análise de risco 
Vídeo Inicialmente, antes de apresentar técnicas e métodos, é necessário 
expor alguns conceitos sobre a avaliação de risco em si. O primeiro a 
ser abordado para a compreensão deste capítulo é o processo de reco-
nhecimento e avaliação de risco.
Usualmente, esse processo envolve as seguintes expressões: ava-
liação de risco e análise de risco. Muitas vezes, elas são usadas como 
termos similares, mas alguns autores as diferenciam. A palavra ava-
liação envolve uma visão mais particular, um exame prático e especí-
fico, sendo uma etapa da análise. Assim, a análise de risco seria algo 
mais abrangente.
Muitos autores discorrem sobre a análise de risco e seus aspectos. 
São vários conceitos e ideias envolvidos. É necessário ter em mente 
que qualquer análise de risco deve ser conduzida por um profissio-
nal ou equipe habilitada. Ter essa ideia em mente é mais importante 
que diferenciar termos. A seguir, são apresentados alguns conceitos e 
ideias sobre a análise de risco:
90 Análise e gerenciamento de risco
As análises de risco são um 
conjunto de métodos e técni-
cas que, aplicados a operações 
que envolvam processo ou 
processamento, identificam os 
cenários hipotéticos de ocorrên-
cias indesejadas (acidentes), as 
possibilidades de danos, efei-
tos e consequências.
(CAMISASSA, 2015, p. 610)
Análise de Risco: combinação 
da especificação dos limites da 
máquina, identificação de peri-
gos e estimativa de riscos. (NBR 
12.100). 
[...]
Avaliação de Risco: julgamen-
to com base na análise de risco, 
do quanto os objetivos de re-
dução de risco foram atingidos. 
(NBR 12.100). 
(BRASIL, 2019b, p. 41-42, grifos 
do original)
Para outros autores dos textos 
que vimos considerando, análi-
sesseriam procedimentos que 
subsidiam avaliações. De ma-
neira oposta, há autores para os 
quais as avaliações ofereceriam 
contribuições para a realização 
de análises. Finalmente, haveria 
aqueles para os quais avaliação 
e análise são nomes diferentes 
para coisas equivalentes.
(FURTADO; GASPARINI, 2019, 
p. 2934)
Chama-se a atenção para o fato: 
grande parte dos estudos que 
se propõe desenvolver a Análi-
se de Riscos, na verdade, traba-
lha com a Avaliação de Riscos, 
o que geralmente é verificado 
na discussão. Confirma-se que 
Avaliação de Riscos é etapa da 
Análise de Riscos. 
(OLIVEIRA, 20--, p. 161)
Análise de risco é um método 
sistemático de exame e avalia-
ção de todas as etapas e ele-
mentos de um determinado 
trabalho para desenvolver e 
racionalizar toda a sequência 
de operações que o trabalhador 
executa; identificar os riscos 
potenciais de acidentes físicos 
e materiais; identificar e corri-
gir problemas operacionais e 
implementar a maneira correta 
para execução de cada etapa 
do trabalho com segurança. É, 
portanto, uma ferramenta de 
exame crítico da atividade ou 
situação, com grande utilidade 
para a identificação e antecipa-
ção dos eventos indesejáveis e 
acidentes possíveis de ocorrên-
cia, possibilitando a adoção de 
medidas preventivas de segu-
rança e de saúde do trabalha-
dor, do usuário e de terceiros, 
do meio ambiente e até mesmo 
evitar danos aos equipamentos 
e interrupção dos processos 
produtivos.
(PEREIRA; SOUSA, 2010, p. 14)
Nesta seção, foca-se a apresentação e a ilustração de técnicas de 
análise de risco. Há técnicas que se voltam para a avaliação do perigo, 
enquanto outras focam o impacto e algumas abrangem o conjunto do ris-
co. Por vezes, as análises envolvem uma abordagem quantitativa, geran-
do números, probabilidades e taxas. Já outras são de cunho qualitativo, 
levantando situações, representações descritivas, categorias e modas. 
Basicamente, seja de maneira qualitativa ou quantitativa, a avaliação 
moda: valor ou aspecto que 
ocorre com maior frequência na 
amostra de um conjunto de da-
dos, representando, usualmente, 
a categoria que mais se repete.
Glossário
Análise de risco 91
de risco visa eliminar ou diminuir o risco. Geralmente, os processos en-
volvem: levantar informações, analisar o problema, levantar soluções e 
avaliá-las. Pode-se incluir, ainda, a implantação de salvaguardas, o aper-
feiçoamento e a revisão de todo o processo avaliativo de risco.
Há duas perspectivas nas técnicas de avaliação de risco. Pode-se 
utilizar uma base de fatos ocorridos, como um histórico de acidentes, 
de modo a evitar “mais do mesmo”. Nesse caso, depende-se de regis-
tros corretamente colhidos e armazenados. Uma segunda forma de 
conduzir avaliações de risco é de maneira prospectiva, antecipando 
potenciais fatos e aspectos que conduzem a acidentes que ainda não 
aconteceram. A combinação de ambas as perspectivas é favorável para 
a segurança no ambiente de trabalho.
Não é preciso esperar acontecer um acidente para fazer uma análi-
se de risco, já que avaliação de acidente e avaliação de risco são pro-
cessos distintos. O correto é que todo processo, procedimento e tarefa 
(ou conjunto de tarefas) tenham uma avaliação de risco realizada antes 
de sua execução. Logicamente, o processo não consiste apenas no “an-
tes”, mas também no “durante” e no “depois”, pois sempre há possi-
bilidade de atualizações e aperfeiçoamento. Assim, a análise de risco 
cabe em diversas fases de uma atividade produtiva, de um produto ou 
de um processo de trabalho, do início ao fim, como é possível ver na 
Figura 1.
Figura 1
Exemplo de processo de análise de risco
08
01
03
05
07
02
04
06
08
Concepção
Plano de 
implementação
Implementação
Execução
Revisão
Encerramento
Projeto ou 
design
Especificação
Fonte: Adaptada de Oliveira, 20--, p. 111.
92 Análise e gerenciamento de risco
Pontua-se que as avaliações de risco devem ser promovidas por 
equipes e a execução dessa tarefa por um único profissional não é 
adequada. O processo deve contar com a participação de uma equipe 
multidisciplinar de profissionais, de pessoas familiarizadas com o pro-
cesso, incluindo executores e supervisores. Vale lembrar que a CIPA 
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) pode contribuir nesse 
momento, mas é o SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho) que conduz avaliações de risco 
de maneira técnica e profissional. Ainda, destaca-se que a execução 
formal e oficial de avaliações de risco é competência de um profissional 
especializado e habilitado em Segurança do Trabalho.
Não há forma ou modelo de técnicas de avaliação de risco rigoro-
samente estabelecido. Cada equipe pode usar modelos de documen-
tos mais completos ou mais aprimorados para sua atividade. De modo 
geral, as Normas Regulamentadoras (NR) não determinam a técnica a 
ser utilizada, sendo a escolha a cargo do empregador. Entretanto, está 
clara nas prescrições a obrigatoriedade da execução de análise de ris-
co. Algumas NR contêm prescrições e previsões de obrigatoriedade de 
técnicas para certas atividades. A seguir, veja alguns exemplos de pres-
crições sem e com especificação de técnica a ser usada.
Quadro 1
Exemplos de prescrições sobre a análise de risco
NR 10
NR 12
NR 18
NR 18
10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser ado-
tadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos 
adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a 
segurança e a saúde no trabalho. (BRASIL, 2019a, p. 1, grifo nosso)
12.4.2 A utilização de cesto suspenso nas hipóteses previstas no subitem 
acima, deve ser comprovada por meio de laudo técnico e precedida por 
análise de risco realizada por Profissional Legalmente Habilitado com 
respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART. (BRASIL, 2019b, 
p. 159, grifo nosso)
18.4.6.2 As tarefas envolvendo soluções alternativas somente devem ser 
iniciadas com autorização especial, precedida de análise de risco e per-
missão de trabalho. (BRASIL, 2020, p. 3, grifo nosso)
18.7.6.2 Deve ser elaborada análise de risco específica para trabalhos a 
quente. (BRASIL, 2020, p. 12, grifo nosso)
(Continua)
Análise de risco 93
NR 20
NR 20
NR 20
NR 35
20.5.3 Os projetos das instalações existentes devem ser atualizados com 
a utilização de metodologias de análise de riscos. (BRASIL, 2019c, p. 4, 
grifo nosso)
20.7.4 Nas instalações classes II e III, devem ser utilizadas metodologias de 
análise definidas pelo profissional habilitado, devendo a escolha levar em 
consideração os riscos, as características e complexidade da instalação. 
(BRASIL, 2019c, p. 5, grifo nosso)
20.7.3 Nas instalações classe I, deve ser elaborada Análise Preliminar de 
Perigos/Riscos (APP/APR). (BRASIL, 2019c, p. 5, grifo nosso)
35.4.5 Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco. 
(BRASIL, 2019d, p. 3, grifo nosso)
As principais metodologias técnicas utilizadas no desenvolvimento de 
“análise de risco” são: Análise Preliminar de Risco – APR; análise de mo-
dos de falha e efeitos – FMEA (AMFE); Hazard and Operability Studies – 
HAZOP; Análise Risco de Tarefa – ART, Análise Preliminar de Perigo – APP, 
dentre outras. (PEREIRA; SOUSA, 2010, p. 14, grifo nosso)
Fonte: Elaborado com base em Brasil, 2019a; Brasil, 2019b; Brasil, 2019c; Brasil, 2019d; Brasil, 2020; Pereira e Sousa, 2010.
Portanto, a falta de especificação normativa não justifica negligen-
ciar a análise de risco no ambiente de trabalho, e as técnicas devem 
ser conduzidas conforme prescrição, sempre que necessário. Por fim, 
é importante destacar que análises de risco não possuem efeito apenas 
na segurança, mas, quando bem conduzidas, também são benéficas à 
atividade produtiva desenvolvida. Ao realizá-las, efeitos diretos podem 
ser vistos na produtividade das tarefas executadas. Dessa forma, essas 
análises são essenciais para fomentar o crescimento das atividades sob 
responsabilidade do empregador.4.2 Análise preliminar de risco 
Vídeo Após essa introdução, pode-se passar para o primeiro exemplo de 
uma técnica de análise de risco: a análise preliminar de risco (APR), 
também chamada de análise preliminar de perigos (APP). Esse nome 
provavelmente tem origem na língua inglesa, na técnica equivalente 
chamada preliminary hazard analysis (PHA). A palavra preliminar marca 
bem a caracterização dessa técnica, pois ela é especialmente designa-
94 Análise e gerenciamento de risco
da para ser executada como primeira abordagem na prevenção de ris-
cos, ainda na fase de concepção ou projeto da atividade ou processo.
Visa-se, com a APR, levantar fontes de perigos na etapa de planeja-
mento do sistema de trabalho. Estimam-se também as consequências 
da concretização do risco e se estipula medidas simples, designadas 
para bloquear a materialização do risco. É uma técnica essencialmen-
te qualitativa, que geralmente não apresenta números ou taxas, mas 
classifica o risco em categorias.
Conforme visto, algumas NR prescrevem a APR como técnica de 
análise de risco – como a NR 20 e a NR 35. Não há legislação que es-
pecifique a forma e o conteúdo da APR, mas, usualmente, seu modelo 
básico contém os campos apresentados no quadro a seguir.
Campo Exemplo
Identificação do sistema
Identificação do subsistema
Impacto ou dano
Perigo descriminado
Categorização do risco
Causa
Medidas protetivas, corretivas e 
preventivas
Conservação predial
Limpeza de janelas altas
Trauma
Queda de altura maior que o 
próprio corpo
IV – Catastrófica
Posicionamento inadequado 
de escada
Trabalhar somente em duplas, 
com um operador fixando os pés 
da escada
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Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 2
Campos de um modelo básico de APR
A critério do empregador ou do condutor da avaliação, mais e me-
lhores campos podem ser acrescentados nos formulários.
O livro APR nas NR: um 
estudo sobre a imposição 
da Análise Preliminar de 
Riscos pelas Normas Regu-
lamentadoras do Ministério 
do Trabalho, elaborado 
pelo auditor fiscal do 
trabalho Willian Freitas 
Miranda, possui uma 
temática especializada 
em APR. O livro discorre 
sobre a imposição da APR 
nas Normas Regula-
mentadoras, além de 
apresentar um exemplo 
completo de APR.
MIRANDA, W. F. Jaboatão dos 
Guararapes: Edição do Autor, 2017.
Livro
Análise de risco 95
A APR possui as seguintes vantagens: é uma técnica relativamente 
simples; baixo custo; é favorável ao ser aplicada na fase de concepção 
e projeto da atividade a ser executada; é aplicável a uma ampla amos-
tra de atividades; apresenta como produto tabelas de fácil consulta, 
leitura e entendimento; e fomenta a elaboração de listas de verificação 
(checklists).
Decorrentes dos mesmos motivos citados como vantagens, a APR 
também possui limitações de aplicação: não é adequada para o controle 
de riscos; não quantifica o risco; tem enfoque em riscos mais perceptí-
veis, em detrimento dos menos perceptíveis; e não é adequada a ativida-
des que demandam avaliações aprofundadas e detalhadas, devendo ser 
complementada ou substituída por outras técnicas, quando necessário.
Por meio dos campos apresentados no Quadro 2, a seguir, pode-se 
ver um exemplo de aplicação da APR.
Quadro 3
Exemplo de APR para sistema de corte de vergalhões de aço
Causa CategoriaRisco Impacto/Dano Medidas preventivas e/ou 
corretivas
Choque
Ruído
Fagulhas
Contato com o ponto 
de operação
Postura inadequada
• Instalações precárias 
(desencapada)
• Falta de aterramento
• Excesso de umidade
• Falha na operação
• Falta de manutenção
• Isolamento inade 
quado
• Contato do disco com 
o vergalhão
• Falta de proteção no 
ponto de operação 
• Altura inadequada da 
bancada
• Manuseio inadequado
• Esforço físico 
• Equipamento danifi-
cado 
• Lesão ou morte 
• Surdez temporária ou 
definitiva 
• Queimaduras 
• Contato com os olhos 
• Corte/amputação
• Dores musculares
IV
III
III
IV
II
• Fazer aterramento
• Proteger as instalações e os 
cabos 
• Usar EPC
• Manutenção dos equipa-
mentos regular
• Treinar operadores
• Usar EPC
• Manutenção dos equipa-
mentos regular
• Diminuir o tempo de expo-
sição
• Trocar por equipamento 
moderno 
• Usar EPC
• Usar EPC
• Treinar operadores
• A dequar equipamentos 
• Treinar operadores
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(Continua)
96 Análise e gerenciamento de risco
I – Risco desprezível: não haverá degradação maior, sem danos funcionais ou lesões.
II – Risco marginal ou limítrofe: degradação do sistema, sem danos maiores ou lesões, podendo 
ser compensada ou controlada adequadamente.
III – Risco crítico: degradação do sistema, com lesões e danos substanciais, sendo um risco 
inaceitável e necessitando de ações corretivas imediatas.
IV – Risco catastrófico: severa degradação do sistema, com perdas totais, lesões e morte.
Fonte: Adaptado de Oliveira, 20--, p. 111.
Ao discutir a análise de risco, é comum que se imagine o cenário de 
uma usina nuclear ou de uma atividade complexa como objeto do es-
tudo. Entretanto, ao sair de casa e optar por levar ou não um 
guarda-chuva, você já está realizando uma análise 
de risco, feita de maneira ordinária. Essa análise de-
veria ser a rotina de qualquer atividade produtiva, 
pois, além de promover a segurança, o conforto e o 
bem-estar, fomenta a produtividade.
Assim, verifica-se que a APR é uma técnica bási-
ca, que pode ser usada para diversas atividades pro-
dutivas, especialmente para riscos convencionais. 
Essa técnica não apresenta a quantificação do risco, 
dado que apenas o descreve e categoriza, sendo 
uma abordagem essencialmente qualitativa. A APR 
também não permite uma análise profunda do ris-
co, mas possui grande utilidade por ter uma ampla 
abrangência, além de auxiliar a apontar quais ativi-
dades demandam uma técnica de avaliação de risco 
mais detalhada. Sua execução é obrigatória antes de 
algumas atividades, como determinados trabalhos 
com inflamáveis e combustíveis.
4.3 Análise What if 
Vídeo Uma outra possibilidade de técnica de análise de risco é a chamada 
What if 1 . Ela oferece uma análise geral e qualitativa, uma primeira ins-
tância de análise de risco. Por ser de execução mais simples, é muito 
útil em diversos aspectos, especialmente por ter uma ampla oportuni-
dade de uso.
Essa técnica levanta riscos, especialmente omissões de projeto e 
desenvolvimento de atividades, processos, normas, instalações, pro-
cedimentos e sistemas produtivos. Como o próprio nome demonstra, 
Saiba mais
De modo a ilustrar um exemplo mais simples, 
mas igualmente benéfico, de uma análise de risco, 
pode-se imaginar uma pizzaria. Haveria riscos 
exacerbados nessa atividade produtiva? Reflita 
um pouco sobre as tarefas desenvolvidas em uma 
pizzaria e aponte alguns riscos potenciais.
Para entender a importância da atividade de aná-
lise de risco, especificamente pela APR, recomen-
da-se o seguinte trabalho de conclusão de curso: 
Aplicação da análise preliminar de risco (APR) em uma 
pizzaria da região metropolitana de Curitiba, desen-
volvido pela especialista Carolina de Mattos Pellin, 
na obtenção do título de especialista no curso de 
pós-graduação em Engenharia de Segurança do 
Trabalho. Além de exemplificar bem a condução de 
uma APR, ilustra-se o levantamento, a identificação 
e o possível tratamento dos riscos, demonstrando 
a praticidade e os resultados da APR em um esta-
belecimento comercial.
Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bits-
tream/1/8930/1/CT_CEEST_XXXIII_2017_08.pdf. Acesso em: 8 maio 
2020.
Também pode ser usada as 
expressões Whatif ou simples-
mente e se para denominá-la.
1
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8930/1/CT_CEEST_XXXIII_2017_08.pdfhttp://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8930/1/CT_CEEST_XXXIII_2017_08.pdf
Análise de risco 97
ela se baseia em levantar perguntas que se iniciam com “e se” e “o que 
aconteceria se”. Uma das opções de desenvolvimento da técnica pro-
põe uma discussão entre duas equipes, em que uma é especialmente 
designada para estipular questionamentos. Nesse brainstorming, é 
necessário que os envolvidos tenham amplo conhecimento dos pro-
cessos e tarefas em discussão. Segundo Oliveira (20--, p. 100),
os questionamentos englobam procedimentos, instalações, pro-
cesso da situação analisada e podem ser livres ou sistemáticos. 
No questionamento livre, as perguntas podem ser totalmente 
desassociadas. Já no sistemático, o objetivo das perguntas é fo-
cado em pontos específicos como um martelo. A equipe ques-
tionadora é a conhecedora e familiarizada com o sistema a ser 
analisado, devendo formular uma série de quesitos com antece-
dência, com a finalidade de guia para a discussão.
É fundamental conhecer também o sistema, ou seja, a estrutura 
do processo produtivo envolvido. Por exemplo, plantas, layouts, flu-
xogramas, mapeamento de processos, especificações e diagramas 
devem estar disponíveis para consulta e para fomentar a elaboração 
dos questionamentos. Cada pergunta oportuniza, se o processo for de-
senvolvido adequadamente, múltiplas respostas, permitindo, assim, a 
proposição de uma diversidade de soluções aos riscos estimados. 
O processo e a proposição de recomendações devem ser revisados por 
todos ao fim. A figura a seguir mostra algumas etapas para se desen-
volver a técnica What if.
Figura 2
Proposição de etapas para 
desenvolvimento da técnica 
What if Etapa I
Mapeamento 
dos fluxos de 
macroprocessos 
Etapa II
Detalhamento 
das atividades dos 
macroprocessos 
identificados 
Etapa III
Aplicação do 
questionamento da 
ferramenta What If
Etapa IV
Análise dos riscos 
identificados
Fonte: Adaptada de Diniz, 2019, p. 48.
brainstorming: também 
chamada de tempestade de 
ideias, consiste em uma técnica 
de dinâmica em grupo, em 
que os participantes são livres 
para darem suas opiniões e 
ideias acerca de um tema, sem 
restrições ou julgamentos, para 
que cheguem a uma solução 
final construída pelos vários 
pontos apresentados.
Glossário
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98 Análise e gerenciamento de risco
Um quadro com informações básicas da técnica What if pode conter 
os dados apresentados a seguir.
Campo Exemplo
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Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 4
Campos de um modelo básico de What if
?
Identificação do sistema
Identificação do subsistema
Impacto ou dano
Perigo descriminado
Recomendações
Pergunta motivadora “e se...”
Medidas protetivas, corretivas e 
preventivas
Conservação predial
Limpeza de janelas altas
Uso de escada inadequada, 
adoção de procedimento inade-
quado, entre outros
Queda de altura maior que o 
próprio corpo
Fornecer escada profissional, 
elaborar procedimento para 
uso de escada, entre outros
E se a janela estiver a mais de 
dois metros de altura?
Trabalhar somente em duplas, 
com um operador fixando os pés 
da escada
O acréscimo de informações – por exemplo, categorização do risco, 
classificação entre medidas protetivas existentes e medidas a imple-
mentar – sempre será favorável para a análise de risco. Tais aprimo-
ramentos ficam a cargo de quem conduz a análise e do empregador.
A técnica What if é de fácil aplicação e pode ser usada na fase de 
projeto e de operação. É muito favorável para fomentar informações 
para outras técnicas de análise de risco, sendo prontamente usada de 
maneira integrada com elas. Também é indicada para ser um primei-
ro estágio de uma análise mais ampla a ser desenvolvida.
Análise de risco 99
A técnica What if pode ser aplicada em diversas áreas. O engenheiro civil 
Marco Diniz, por exemplo, conduziu uma análise de risco com essa técnica 
em atividades ferroviárias, produzindo um estudo denominado Identificação 
de perigos e riscos em operação ferroviária com uso da técnica de análise What 
If, publicado na Revista Brasileira de Saúde e Segurança no Trabalho em 
2019. Vale a pena a leitura do artigo, pois nele se encontra a descrição do 
processo de levantamento de risco com o uso dessa técnica, apresentando 
os modelos e resultados relevantes.
Acesso em: 8 maio 2020. 
https://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/rebrast/article/viewFile/2356/1051
Artigo
Suas vantagens são: proporciona levantamento de omissões e reco-
mendações em processos e tarefas; possui aplicação fácil e execução 
mais rápida, em comparação com outras técnicas; e tem um amplo es-
pectro de aplicações. Em decorrência, apresenta as seguintes limita-
ções: não apresenta resultados quantitativos; pode resultar em uma 
relação menor de efeitos e impactos estimados em processos mais 
complexos, em comparação com outras técnicas; e não deve ser usada 
de modo isolado, necessitando ser completada por outras técnicas de 
avaliação de risco.
A seguir, encontra-se um exemplo de aplicação, por meio dos cam-
pos apresentados no Quadro 4, da técnica What if.
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Quadro 5
Exemplo de produto da técnica What if aplicada a uma lavanderia
(Continua)
O que aconteceria 
se
ConsequênciasAtividade Causas Observações e reco-
mendações
Ativação das máquinas 
de lavar e de secar
Adição de solventes 
ou fluidos aquosos 
(lavagem a seco)
Não as ativasse de 
modo correto 
Não utilizasse os EPI
Descuido ou falta de 
conhecimento 
Falta de treinamento e 
conhecimento 
Choques elétricos e 
lesões 
Acidentes químicos 
e alergias 
Treinamento sobre 
práticas de segurança 
e primeiros socorros e 
uso dos EPI fornecidos 
Treinamento sobre 
práticas de segurança 
e primeiros socorros e 
uso dos EPI fornecidos 
?
ON
https://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/rebrast/article/viewFile/2356/1051
100 Análise e gerenciamento de risco
O que aconteceria 
se
ConsequênciasAtividade Causas Observações e reco-
mendações
Adição de sabão 
Adição de água 
Geração de efluentes 
líquidos 
Utilização das 
máquinas
Não utilizasse os EPI
Fosse lavada pouca 
roupa em nível alto de 
água 
Não ocorresse o des-
carte correto 
Não houvesse uma 
preocupação com a 
otimização do abasteci-
mento de água
Não houvesse uma 
preocupação com a 
otimização do sistema 
de energia
Falta de treinamento e 
conhecimento 
Esquecimento ou 
distração 
Falta de informação 
Falta de informação 
Falta de informação 
Acidentes químicos, 
alergias e cortes 
Desperdício de água 
Poluição nos recur-
sos hídricos 
Desperdício de água 
Consumo elevado 
de energia 
Treinamento sobre 
práticas de segurança 
e primeiros socorros e 
uso dos EPI
Checagem dos registros 
por onde circulam água 
Estação de tratamento 
de efluentes
Buscar otimizar o 
sistema e economizar 
mais água 
Buscar otimizar os 
sistemas elétricos para 
economizar energia 
?
Fonte: Adaptado de Lima, 2017, p. 41-42.
Novamente, deve-se evitar a ideia de que técnicas de análise de ris-
co devem ser voltadas somente a complexos siste-
mas de trabalho. Como argumentado neste capítulo, 
essa análise deve ser uma atitude ordinária de qual-
quer empreendedor.
Como visto, a técnica What if é muito propícia para 
as fases iniciais de avaliação de risco. Trata-se de uma 
técnica especulativa, com levantamento de hipóteses 
por meio de questões norteadoras caraterizadas pela 
pergunta “e se...?”. A técnica proporciona a descoberta 
de potenciais falhas e omissões e deve ser desenvolvi-
da por meio de dinâmica de grupo, com duas equipes 
debatendo ativamente. É importante lembrar que a 
Leitura
O engenheiro sanitarista e ambiental Leonardo Lima 
conduziu uma relevante análise de risco em uma 
lavanderia por meio da técnica What if. O trabalho deconclusão de curso, denominado Aplicação do método 
“What If...”, como técnica de identificação de perigos e ope-
rabilidade em uma lavanderia de Campina Grande – PB, 
é muito interessante de ser lido porque elabora uma 
adequada proposta de condução dessa técnica. 
Seu desenvolvimento demonstra consulta a plantas, 
croquis, fluxogramas de atividades, mapeamento de 
processos e resultados obtidos. Por fim, como produto 
da técnica, ainda apresenta um checklist com diagnós-
tico e uma proposta de intervenção. É uma excelente 
referência de uso da técnica What if.
Disponível em: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/hand-
le/123456789/15699. Acesso em: 8 maio 2020.
Análise de risco 101
técnica deve ser utilizada em conjunto com outra(s), de modo a propor-
cionar uma análise de risco mais completa e efetiva.
4.4 HAZOP
Vídeo Entre as várias técnicas de avaliação de risco, existe a chamada 
HAZOP, que deriva de hazard and operability study, em língua inglesa. 
Essa técnica, como o nome já diz, trabalha com as ideias de hazard (em 
português, perigo) e operability (em português, operabilidade). Ou seja, 
avaliam-se os perigos potenciais em operações desenvolvidas, esti-
mando os riscos.
É também uma avaliação qualitativa, sem a produção de taxas ou 
números, que visa prevenir o desvio de variáveis existentes nas linhas 
de processo produtivo. Utiliza-se palavras guias para perguntas, que 
representam os desvios potenciais a serem prevenidos, como mais, 
menos, cedo, tarde, antes, depois etc. As variáveis são parâmetros, por 
exemplo, pressão, temperatura, fluxo, acionamento, nível, tempo, ven-
tilação, entre outros.
Os desvios podem ocorrer nos pontos – chamados de nós – de 
tomada de decisão ou de intervenção manual ou automatizada den-
tro das operações ou dos processos. Em cada nó, analisam-se quais 
desvios poderiam ocorrer ali. Quanto maior o número de nós do 
processo, mais extenso será o desenvolvimento da técnica. Segundo 
Oliveira (20--), essa técnica avalia os perigos para que cenários de fa-
lhas, os quais abrangem diversos eventos independentes, sejam identi-
ficados. Ainda, de acordo com Aguiar (2008, p. 9),
o principal objetivo de um Estudo de Perigos e Operabilidade 
(HAZOP) é investigar de forma minuciosa e metódica cada seg-
mento de um processo (focalizando os pontos específicos do 
projeto – nós – um de cada vez), visando descobrir todos os 
possíveis desvios das condições normais de operação, identifi-
cando as causas responsáveis por tais desvios e as respectivas 
consequências.
A técnica HAZOP, inicialmente, volta-se à análise de operações, mas 
nada impede sua aplicação em processos na fase de projeto ou con-
cepção de uma atividade produtiva. Além disso, ela também possui 
boa aplicação para se avaliar riscos em modificações e revisões de ope-
102 Análise e gerenciamento de risco
rações e processos e nos potenciais desvios que levam a riscos. Um 
quadro básico, com exemplos não exaustivos, da técnica HAZOP pode 
conter os dados apresentados a seguir.
Quadro 6
Campos de um modelo básico de HAZOP
Campo Exemplo
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Fonte: Elaborado pelo autor.
Identificação do sistema
Identificação do subsistema
Variável
Especificação/localização do nó
Desvio
Palavra guia
Causa
Efeitos ou consequências
Medidas protetivas, corretivas e 
preventivas
Sistema de segurança contra 
incêndio
Sistema de chuveiro automático
Pressão hidráulica
Pressurização da água de 
incêndio
Baixa pressão hidráulica
Menos
Mal funcionamento da bomba 
de pressurização principal, 
válvula parcialmente fechada, 
entre outros
Mal funcionamento do chuveiro 
automático, extinção inadequada 
de princípio de incêndio, entre 
outros
Manutenção da bomba de pres-
surização, trava de segurança 
para que a válvula permaneça na 
posição completamente aberta, 
entre outros
A técnica HAZOP apresenta as seguintes vantagens: abrange um 
amplo espectro de processos operacionais, de diversas áreas produ-
tivas, especialmente aqueles em que desvios mínimos têm impactos 
Análise de risco 103
relevantes; permite destacar as falhas de cobertura de processos, opor-
tunizando o desenvolvimento de redundâncias de segurança, ou seja, 
barreiras de proteção (um backup ou reforço de segurança) que atuam na 
falha de uma primeira camada de proteção, exercendo a mesma função; 
e discrimina de maneira melhor os impactos e permite a eliminação de 
problemas operacionais.
No quadro a seguir, pode-se observar um exemplo não exaustivo 
do uso de palavras guias, seus respectivos significados e uma forma de 
aplicação.
Quadro 7
Exemplo não exaustivo de palavras guias e respectivos significados
Fonte: Elaborado pelo autor.
Campo ExemploPalavra guia
NÃO/NENHUMNÃO/NENHUM
MAIS
MENOS
PARTE DE/
PARCIALMENTE
REVERSO
OUTRO/AO INVÉS
CEDO
TARDE
ANTES
DEPOIS
Inexistência da intervenção, 
ação ou conteúdo
Inexistência da intervenção, 
ação ou conteúdo
Excesso ou excedente de inter-
venção, ação ou conteúdo
Falta ou insuficiência de inter-
venção, ação ou conteúdo
Processo incompleto ou execu-
tado de maneira parcial
Fluxo inverso ou reverso
Substituição ou alteração de 
conteúdo
Intervenção ou ação precoce
Intervenção ou ação tardia
Intervenção ou ação fora da 
ordem, sequência ou fluxo
Intervenção ou ação fora da 
ordem, sequência ou fluxo
Sem água Sem água 
Muita água 
Pouca água
Mistura feita parcialmente
Água se deslocou da mistura 
para o tanque
Componente errado adicionado
Liberou água muito cedo
Demorou para liberar água
A mistura foi realizada antes da 
adição do componente
O componente foi adicionado 
depois da mistura
104 Análise e gerenciamento de risco
Na Figura 3, também é possível verificar alguns exemplos de parâ-
metros abordados pela técnica HAZOP.
Figura 3
Exemplos não exaustivos de parâmetros
VARIÁVEL / PARÂMETRO
FLUXO
PRESSÃO
Pressão alta Pressão baixa
TEMPERATURA
Alta temperatura Baixa temperatura
NÍVEL
Alto nível Nível insuficiente
TEMPO
Cedo Tarde
AGITAÇÃO
Muita agitação Agitação insuficiente
REAÇÃO
Maior grau de reação Reação inadequada
EXEMPLO 1 EXEMPLO 2
Excesso de fluxo Fluxo insuficiente
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FLUXO
(Continua)
Análise de risco 105
VARIÁVEL / PARÂMETRO
FLUXO
DRENAGEM
Drenagem tardia Drenagem antecipada
VENTILAÇÃO
Muita ventilação Ventilação 
insuficiente
MANUTENÇÃO
Manutenção em 
momento impróprio
Manutenção 
insuficiente
POTENCIAL 
HIDROGENIÔNICO 
(PH)Alto PH Baixo PH
EXEMPLO 1 EXEMPLO 2
Acionamento errado Desligamento errado
ACIONAMENTO / 
DESLIGAMENTO
ON
Fonte: Elaborada pelo autor.
A técnica possui a limitação de lidar com um número restrito de 
variáveis. Trata-se de uma abordagem qualitativa, que pode, em algu-
mas combinações e alguns aperfeiçoamentos, oferecer algum aspecto 
quantitativo, especialmente se a quantificação de desvios puder ser 
discriminada. Além disso, os impactos são analisados do ponto de vis-
ta de um único desvio, e os riscos resultantes de desvios combinados 
podem ser negligenciados. Demanda-se, ainda, a participação de um 
maior número de pessoas em seu desenvolvimento, sendo que elas 
devem ter ampla experiência e serem profundas conhecedoras do pro-
cesso em questão. Tendo em vista que cada nó (decisão ou intervenção 
no processo/operação) deve ser analisado, ela demanda um número 
maior de documentos (projetos, plantas, mapeamento de processos 
etc.) e mais tempo em seu desenvolvimento, em comparação com ou-
106 Análise e gerenciamento de risco
tras técnicas. A seguir, pode-se observar um exemplo de aplicação da 
técnica HAZOP, que usa alguns campos apresentados no Quadro 6.
Quadro 8
Exemplo de aplicação da técnica HAZOP em um nó de operação em caminhão tanque
Sistema: transferênciade produto corrosivo do caminhão para o tanque Equipe: Data:
Parâmetros: vazão 
Palavra Guia 
Menos 
Desvio
Menos 
Vazão 
Causas 
• Boca de visita do 
caminhão fechada 
• Válvulas (4) ou (3) 
parcialmente fecha-
das
• Rotor da bomba 
danificado
• Válvulas (1) ou (2) 
abertas e linha de ar 
despressurizada 
• Mangote com vaza-
mento 
• Ruptura da linha 
Detecção 
Visual 
Ruído 
Consequências 
• Aumento do tempo 
de descarregamento 
• Entrada de ácido na 
linha de ar
• Vazamento de ácido 
• Geração de resí-
duos químicos 
• Aumento de tempe-
ratura dos mancais 
da bomba e possível 
incêndio 
Providências 
• Inspecionar a boca do 
caminhão, o estado 
da linha e das válvulas 
antes de iniciar o 
processo
• Testar a estanqueida-
de do sistema antes de 
iniciar o processo
• Submeter a mangueira 
a testes hidrostáticos 
periódicos 
• Instalar extintor de pó 
químico junto ao local 
de descarregamento 
• Ajustar a seletivida-
de da proteção do 
motor elétrico para 
sua atuação rápida sob 
condições anormais 
• Realizar manutenção 
preventiva do conjunto 
moto-bomba.
Nó: 02 Página: 2/4
Fonte: Aguiar, 2008, p. 24.
Saiba mais
Imagine quais são os riscos que pode haver em um hemocentro, na coleta e distribuição 
de bolsas de sangue. Mônica Caldeira Quintella defendeu sua tese de doutorado, intitulada 
Adaptação e Aplicação da Técnica HAZOP na Identificação de Risco na Área de Serviço de Saúde: 
Estudo de Caso HEMOCENTRO/UNICAMP, aplicando a técnica HAZOP em um hemocentro 
na cidade de Campinas (São Paulo). Esse estudo demonstra quão complexa pode ser a 
aplicação da técnica HAZOP. Na tese, há o fluxo utilizado, roteiros, mapeamento de diversos 
processos relativos ao hemocentro e especificação dos nós e módulos, além dos resultados 
e discussões obtidos. Por fim, no apêndice, há um bem elaborado modelo de produto da 
técnica HAZOP. 
Disponível em: http://taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/266864/1/Quintella_MonicaCaldeira_D.pdf. Acesso em: 8 maio 2020.
Análise de risco 107
Constata-se que a técnica HAZOP é bem favorável à análise de risco 
em processos operacionais, especialmente para estimar desvios e avaliar 
impactos. Sua execução depende da existência e investigação de diversos 
documentos, especialmente fluxos, e as pessoas envolvidas devem possuir 
ampla intimidade com a operação a ser estudada. Finalmente, por analisar 
cada nó, a técnica demanda maior tempo para sua execução.
4.5 Análise de modos de falha e efeitos 
Vídeo A próxima técnica a ser estudada se chama análise de modos de fa-
lha e efeitos (AMFE), também conhecida por sua sigla na língua inglesa 
FMEA, originada de failure modes and effect analysis. Como o nome an-
tecipa, essa técnica trabalha uma relação entre o modo de falha e os 
seus efeitos. Ela pode se voltar à avaliação de risco para cada compo-
nente, processo ou procedimento de maneira particular e individual, 
privilegiando a identificação de falhas potenciais e destacando impac-
tos internos e externos. O levantamento de ações recomendadas de 
segurança é um dos produtos de destaque dessa técnica.
O FMEA avalia a confiabilidade de sistemas, de modo rigoroso e 
direto, a qual é analisada por meio de um cálculo de probabilidade 
combinado de falhas e efeitos. Ou seja, é possível realizar uma análise 
crítica de riscos. Sendo assim, a técnica tem uma abordagem quantita-
tiva, pois considera, em seu cálculo, valores que representam a cons-
tituição de um determinado risco. Assim, após quantificar os fatores 
envolvidos na formação do risco, pode-se operar a combinação deles 
para apresentar uma hierarquização de riscos.
Com essa técnica, há um impacto positivo direto no aumento da 
confiabilidade de processos e operações, pois ela permite traba-
lhar cada um dos fatores quantificados na formação do risco para 
diminuí-lo. Ou seja, pode-se modificar unicamente aquele fator ou as-
pecto que mais contribui para a formação do risco ou trabalhar em 
conjunto com todos os fatores de formação de um risco.
Uma das possibilidades do FMEA é a elaboração de um quadro com-
parativo entre os controles (proteções) existentes e as ações recomen-
dadas (proteções a ser implementadas), mostrando qual é o impacto 
de cada ação mitigadora dos riscos. Por vezes, o FMEA mostra que a 
implementação de uma única ação, entre várias recomendadas, pode 
108 Análise e gerenciamento de risco
ser suficiente para reduzir o risco a uma condição aceitável, descartan-
do-se outras propostas. Um quadro básico, com exemplos não exaus-
tivos, da técnica FMEA pode conter os dados apresentados a seguir.
Quadro 9
Campos de um modelo básico de análise FMEA
Campo Exemplo
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Fonte: Elaborado pelo autor.
Identificação do sistema
Identificação do subsistema
Causa da falha
Especificação/localização do 
componente
Medida de controle existente
Modo de falha
Efeitos ou consequências
Taxa de ocorrência
Taxa de severidade
Índice de detecção
Quantificação/coeficiente de 
risco
Medidas protetivas, corretivas e 
preventivas
Sistema de segurança contra 
incêndio
Sistema de chuveiro automático
Pressostato não funcionar
Bomba principal de pressuri-
zação
Existência de uma bomba 
reserva
Falha de execução, operação e 
acionamento
Retardo na liberação de água 
devido à necessidade de aciona-
mento da bomba reserva
Baixa: 1 em uma escala de 3
Média/alta: 4 em uma escala de 5
Difícil: 3 em uma escala de 3
12 (1x3x4) em uma escala de 45 
(3x3x5)
Manutenção da bomba de 
pressurização, prover botão de 
acionamento/partida manual 
da bomba principal em locais 
estratégicos, entre outros
Análise de risco 109
O FMEA pode ser aplicado para identificação e eliminação de pro-
blemas potenciais antes da execução de uma operação. Além disso, 
sua utilização é favorável para estudar o comportamento de sistemas 
projetados, mas que ainda não estão em funcionamento, por exemplo, 
novos produtos ou processos a serem lançados. Contudo, não há im-
pedimentos para que o FMEA seja utilizado em operações, processos e 
sistemas já em andamento, pois, em seu processo de desenvolvimento, 
pode-se analisar as proteções e os controles já existentes.
A técnica também é propícia caso já se tenha uma outra técnica de 
análise de risco pronta, pois é possível, assim, utilizar as informações 
já existentes para compor a quantificação das variáveis que formam o 
risco. Ou seja, apesar de ser uma técnica quantitativa, é necessário ter 
ou fazer uma análise qualitativa para desenvolver o FMEA. Além 
disso, caso haja um registro efetivo de falhas que já ocorreram, ele 
pode compor um bom subsídio para a técnica. A seguir, apresenta-se 
uma proposta de fluxograma para utilização do FMEA.
110 Análise e gerenciamento de risco
Figura 4
Proposta de fluxograma para utilização do FMEA, demonstrando certa complexidade.
Inicializar o FMEA ou FMECA
Selecionar um item/componente do sistema em análise 
Identificar os modos potenciais de falha do item selecionado 
Selecionar um modo de falha para analisar 
Identificar o efeito imediato e final do modo de falha analisado 
Determinar a gravidade do efeito final 
Identificar as causas potenciais do modo de falha
Estimar a frequência ou a possibilidade de ocorrência do modo 
de falha durante um período de tempo pré-determinado
Propor as ações corretivas de atenuação ou eliminação ou 
disposições de compensação 
Notas, recomendações e ações 
Conclusão do FMEA 
Definir data da próxima revisão
A gravidade e/ou a 
probabilidade de 
aparecimento necessita 
de ação? 
Não
Não
Sim
Sim Sim
Existem mais modos de 
falha para analisar? 
Existem outros 
componentes
para análise? 
Fonte: Silva, Fonseca e Brito, 2006, p. 4.
O FMEA promove uma determinação de efeitos de falhas, gerando 
bons diagnósticos de sistemas,especialmente levando em consideração 
as interações de taxas de ocorrências de perigos com o alcance estima-
do de impactos. Essa técnica atende àqueles que buscam um valor de 
probabilidade de riscos e uma abordagem imediata de falhas de efeito 
crítico. Como há quantificações, pode-se simular a redução do risco com 
Análise de risco 111
as diversas recomendações sugeridas, permitindo a seleção e o descarte 
de opções de design e de projeto de medidas de proteção. Além disso, 
é a técnica indicada para verificar as opções para reduzir um risco a um 
patamar aceitável, aumentando a confiabilidade de sistemas.
As vantagens do FMEA são: há possibilidade de revisão sistemática 
de segurança e catalogação de falhas; possui uma análise bem deta-
lhada como produto; aponta falhas críticas; pode resultar em uma hie-
rarquização de falhas; e oportuniza melhorar o grau de confiabilidade 
de sistemas. Além disso, pode ser aplicado em sistemas simples e mais 
complexos e revela desde falhas singelas até críticas. Por fim, permite 
ao empreendedor uma escolha mais personalizada de proteção, isto é, 
mais exata e específica para cada fase, situação ou condição financeira 
do projeto ou operação.
Os engenheiros civis Sónia Silva, Manuel Fonseca e Jorge de Brito descrevem, 
no artigo Metodologia FMEA e sua aplicação à construção de edifícios, publicado 
pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil em 2006, uma forma de apli-
car o FMEA na construção de edifícios. Mesmo focando em uma orientação 
teórica, suas recomendações podem ser adotadas como uma boa prescrição 
para a elaboração dessa técnica, especialmente por demonstrar etapas do 
processo de execução, modelos de parâmetros e tabelas/planilhas.
Acesso em: 8 maio 2020. 
https://www.fep.up.pt/disciplinas/pgi914/ref_topico3/fmea_ss_mf_jb_qic2006.pdf
Artigo
O FMEA depende de uma análise qualitativa anterior bem feita para 
que a fase quantitativa seja adequada. Assim, possui, como limitação, 
a quantidade de informação existente para subsidiar a sua execução. 
Em outros termos, é necessário que estejam disponíveis dados, infor-
mações, registros, descrições, projetos, diagramas, mapeamento de 
processos, especificações técnicas, detalhes de inter-relacionamentos 
de subsistemas, normas, contratos, manuais etc. Sendo assim, a qua-
lidade da técnica depende diretamente das informações disponíveis. 
Decorrente disso, observa-se que o FMEA pode ser trabalhoso, deman-
da maior tempo e dedicação das equipes e pode ter um custo mais alto. 
Além disso, a execução de outra técnica de avaliação de risco pode ser 
necessária para a sua execução. A Figura 5 apresenta um exemplo de 
fluxograma na prática, usando o FMEA.
https://www.fep.up.pt/disciplinas/pgi914/ref_topico3/fmea_ss_mf_jb_qic2006.pdf
112 Análise e gerenciamento de risco
Figura 5
Fluxograma utilizado na elaboração do FMEA para um processo de produção de carne, de-
monstrando a demanda de informações nessa técnica.
Recepção Currais 
Atordoamento 
Esfola 
Sangria 
Evisceração 
Carnes – meias carcaças 
Refrigeração 
Cortes, Desossa 
Cortes e Vísceras 
Esticagem/Expedição 
Corte de carcaça
Intestino 
Tripas salgadas 
Condução e lavagem dos 
animais 
Animais em caminhões 
Água, Desinfetante 
Esterco, Urina 
Caminhões lavados 
Efluentes líquidos 
Esterco, Urina 
Efluentes líquidos 
Vômito, Urina, 
Efluentes líquidos 
Sangue 
Efluentes líquidos 
Couro, Cabeça, Chifres, 
Cascos 
Efluentes líquidos 
Vísceras comestíveis 
Vísceras não comestíveis 
Efluentes líquidos 
Gorduras, Aparos 
Efluentes líquidos
Efluentes líquidos 
Ossos, Aparos, Gorduras, 
Efluentes líquidos.
Gorduras, Mucosas, 
Conteúdo intestinal, 
Efluentes líquidos 
Água, Desinfetante 
Água, Produto de limpeza, 
Eletricidade 
Água, Produto de limpeza 
Água, Eletricidade, 
Produto de limpeza 
Água, Eletricidade, 
Produtos de limpeza 
Água, Eletricidade
Água, Sal, 
Eletricidade, 
Produtos de 
limpeza
Água, Eletricidade, Gases 
Refrigerantes, Produtos 
de limpeza
Água, Eletricidade, 
Produtos de limpeza
Eletricidade, Material de 
embalagem
Fonte: Rabelo, Silva e Peres, 2014, p. 4.
Saiba mais
A produção de carne para alimentação pode oferecer diversos riscos, não apenas para 
quem está envolvido nas operações, mas também para a comunidade ao redor de aba-
tedouros. Você já parou para pensar nisso? De maneira simplificada, tente estimar alguns 
riscos envolvidos nessa atividade produtiva. Pense também nas ameaças/perigos envolvi-
dos, nas pessoas e comunidades vulneráveis a esse perigo, na forma de detectar falhas que 
levam a esse risco e no impacto gerado por ele. Há uma forma de quantificar cada variável? 
Um estudo dos engenheiros Mariane Helena Rabelo, Eric Silva e Alexandre Peres, da 
Universidade Federal de Lavras (UFLA), aplica o FMEA exatamente nessa atividade. Os au-
tores mostram os mapeamentos utilizados e apresentam resultados pertinentes dos riscos 
levantados. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/esa/v19n1/1413-4152-esa-19-01-00079.pdf. Acesso em: 8 maio 2020.
O FMEA, como produto, expõe uma gradação do risco. O Quadro 10, 
por exemplo, mostra como as variáveis de cada formador do risco po-
dem ser quantificadas.
Análise de risco 113
Quadro 10
Exemplo de produto do FMEA
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(Continua)
114 Análise e gerenciamento de risco
Tipo R: impacto que ocorre ordinariamente – Real;
Tipo P: impacto que pode ocorrer – Potencial;
S: grau de Severidade, variando de 1 a 3;
O: taxa de Ocorrência, variando de 1 a 3;
D: taxa de Detecção, variando de 1 a 3;
A: grau de Abrangência do impacto, variando de 1 a 3;
R: gradação do Risco, variando de 1 a 81.
Fonte: Rabelo, Silva e Peres, 2014, p. 6
Assim, temos o impacto real “contaminação da água” como o risco 
crítico evidenciado na análise exemplificada, especialmente pela se-
veridade apresentada. Já o impacto real “contaminação do solo”, por 
ter uma detecção visual (fator 1) e uma severidade moderada (fator 2), 
apresenta-se como um risco de menor grau, quando comparado com 
os outros. No exemplo citado, pode-se procurar reduzir todos os fato-
res 3 para 2 como tentativa de mitigação de riscos, aperfeiçoando for-
mas mais fáceis de detecção e modos de redução da severidade e/ou 
diminuindo a taxa de ocorrência. Logicamente, nem sempre é adequa-
do ou possível atuar em um único fator.
Observa-se que o FMEA permite uma ampla discussão dos resul-
tados. São diversas variáveis e números que podem ser trabalhados 
de diferentes formas. Esse processo de selecionar variáveis e formas de 
mudar valores de variáveis providencia ao empreendedor mais possibi-
lidades de lidar com o risco e sua mitigação. Por isso, o FMEA pode ser 
uma oportunidade para a revisão e o aprimoramento do tratamento de 
riscos em uma atividade produtiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É muito importante que se entenda que este capítulo não esgota as 
possibilidades de análise de risco. Aqui, foram tratadas apenas quatro das 
técnicas existentes, mas existem muitas outras, como: análise de árvo-
re de falhas; árvore de causas e efeito; análise de incidentes; técnica do 
incidente crítico; análise de árvore de eventos; análise de causa e efeito; 
análise de consequências.
É necessário possuir habilitação, usualmente uma especialização em 
Segurança do Trabalho, para executar análises de risco de maneira formal 
e oficial, para atender às prescrições das NR. Entretanto, é recomenda-
do que avaliações de riscos sejam conduzidas diariamente pelas diversas 
pessoas em suas rotinas ordinárias. Apesar de o conteúdo aqui disposto 
não ser uma capacitação plena para a execução de técnicas de análise de 
risco demandadas pelas NR, toda análise de risco é bem-vinda, ainda mais 
se realizada com o embasamento técnico existente neste capítulo.
A engenheira química 
Laís Aguiar elaborou um 
estudo que expõe a técni-
ca HAZOP, aplicando-a 
em um caso de descar-
regamento de ácido 
sulfúrico. Ela também faz 
o mesmo processo com 
a técnica APR (ou APP). 
O documento demons-
tra o processo de cada 
análise de risco, com es-
quemas, roteiros e fluxos. 
Tabelas bem elaboradas 
ilustram os resultados e 
um quadro comparativo 
entre as duas técnicas é 
exposto. A leitura vale a 
pena porque demonstra 
que a combinação de 
técnicas é bem favorável 
para uma análise de risco 
mais segura, completa 
e efetiva.
Disponível em: http://
files.visaosegura.webnode.
com/200000056-584dc5947a/
APP_e_HAZOP.pdf. Acesso em: 8 
maio 2020.
Leitura
http://files.visaosegura.webnode.com/200000056-584dc5947a/APP_e_HAZOP.pdf
http://files.visaosegura.webnode.com/200000056-584dc5947a/APP_e_HAZOP.pdf
http://files.visaosegura.webnode.com/200000056-584dc5947a/APP_e_HAZOP.pdf
http://files.visaosegura.webnode.com/200000056-584dc5947a/APP_e_HAZOP.pdf
Análise de risco 115
ATIVIDADES
1. Um determinado empregador realiza atividades de conservação 
predial. Entre seus serviços, ele realiza limpeza de fachada (ou seja, 
trabalho em altura). A execução da análise de risco foi repassada à 
CIPA. Explique se a situação relatada foi adequada ou não.
2. Considerando a Atividade 1, após a execução de uma análise de 
risco formal, registrou-se um acidente na desmontagem do aparato 
de trabalho em altura. Na investigação do acidente, observou-se que 
foi realizada uma APR para a montagem do aparato e um checklist 
para a execução da atividade. Entretanto, não havia especificações 
escritas e formais para o processo de desmontagem. Discorra sobre 
alguns fatores que podem estar envolvidos nesse acidente e medidas 
preventivas que poderiam favorecer a segurança da operação de 
desmontagem.
3. Na mesma empresa de limpeza e conservação predial das Atividades 
1 e 2, o empregador, preocupado com as consequências do acidente, 
deseja uma análise de risco de todos os processos, atividades e 
operações desenvolvidos na empresa, mesmo aqueles que não são 
realizados em altura. Ele apresentou uma demanda específica para essa 
análise de risco: deseja categorizar os riscos em uma hierarquia, para 
conhecer aqueles que mais têm potencial danoso, de modo a priorizar 
a mitigação do risco mais grave até o tratamento do risco menos grave. 
Ele deseja, ainda, que sejam estudados aspectos como potencial de 
impacto, formas de detecção e probabilidade de ocorrência de cada 
risco. Qual seria a técnica indicada, entre as estudadas neste capítulo, 
para essa demanda?
REFERÊNCIAS
AGUIAR, L. A. Metodologias de análise de riscos APP & HAZOP. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: 
http://files.visaosegura.webnode.com/200000056-584dc5947a/APP_e_HAZOP.pdf. Acesso 
em: 23 abr. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-10: Segurança em 
Instalações e Serviços em Eletricidade. Brasília, DF: MTE, 2019a. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-10.pdf. Acesso em: 23 abr. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego.  Norma Regulamentadora NR-12: Segurança no 
Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Brasília, DF: MTE, 2019b. Disponível em: https://enit.
trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-12.pdf. Acesso em: 23 abr. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-18: Condições 
de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção. Brasília: MTE, 2020. 
Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-18-
atualizada-2020.pdf. Acesso em: 23 abr. 2020.
http://files.visaosegura.webnode.com/200000056-584dc5947a/APP_e_HAZOP.pdf
116 Análise e gerenciamento de risco
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-20: Segurança e 
Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. Brasília, DF: MTE, 2019c. Disponível em: 
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09-atualizada-2019.
pdf. Acesso em: 23 abr. 2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR-35: Trabalho em 
Altura. Brasília, DF: MTE, 2019d. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/
Arquivos_SST/SST_NR/NR-35.pdf. Acesso em: 23 abr. 2020.
CAMISASSA, M. Q. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 comentadas e descomplicadas. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. Disponível em: https://www.fep.up.pt/
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FURTADO, J. P.; GASPARINI, M. F. V. Há diferenças entre avaliar e analisar? Ciência & Saúde 
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de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental) – Departamento 
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OLIVEIRA, P. R. A. de. Gerência de Risco. Caderno de Estudos e Pesquisa. Rio de Janeiro: 
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PEREIRA, J. G.; SOUSA, J. J. B. de. Manual de Auxílio na Interpretação e Aplicação da NR 10 
– NR 10 Comentada.  São Paulo: Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no 
Estado de São Paulo – SRTE/SP, 2010. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/
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RABELO, M. H. S.; SILVA, E. K.; PERES, A. P. Análise de modos e efeitos de Falha na avaliação 
dos impactos ambientais provenientes do abate animal. Engenharia Sanitária e Ambiental, 
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esa/v19n1/1413-4152-esa-19-01-00079.pdf. Acesso em: 23 abr. 2020.
SILVA, S. R. C.; FONSECA, M.; BRITO, J. de. Metodologia FMEA e sua aplicação à construção de 
edifícios. Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2006.
https://www.fep.up.pt/disciplinas/pgi914/ref_topico3/fmea_ss_mf_jb_qic2006.pdf
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https://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/rebrast/article/viewFile/2356/1051
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http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/15699
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR---MANUAL-DE-AUXLIO-NA-INTERPRETAO-E-APLICAO-DA-NR-10.pdf
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR---MANUAL-DE-AUXLIO-NA-INTERPRETAO-E-APLICAO-DA-NR-10.pdf
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR---MANUAL-DE-AUXLIO-NA-INTERPRETAO-E-APLICAO-DA-NR-10.pdf
Medidas de controle 117
5
Medidas de controle
Não há como descrever tratamentos de risco em um único 
material. Seria como elaborar um documento para tratamento 
de todas as doenças existentes no mundo. Além disso, não há 
como tratar doenças sem um profissional de saúde capacitado. 
Por exemplo, um clínico geral não é adequado para lidar com 
uma doença genética; assim também é no tratamento e mitiga-
ção de riscos. Sempre será necessário consultar um profissional 
habilitado, mas nem sempre isso será suficiente. Em alguns casos, 
demanda-se alguém especializado e com experiência em determi-
nado risco.
Não é possível esgotar o assunto em tão poucas páginas, con-
siderando que cada risco demanda um tratamento e estudo es-
pecífico. Por isso, este capítulo focará em técnicas de mitigação e 
tratamento de riscos, os quais são diversos e de diferentes natu-
rezas, apresentando prescrições mais abrangentes e de caráter 
 geral. A ideia, aqui, é apresentar o processo de tratamento de risco, 
ilustrando algumas possibilidades e possíveis soluções para alguns 
exemplos de risco. Importa reforçar que, para um tratamento de 
risco oficial, é necessária a atuação formal de um profissional habi-
litado e especializado.
5.1 Inspeções, vistorias e perícias de risco
Vídeo Para tratar corretamente o risco, é necessário saber seu tamanho 
real. Nesse sentido, inspeções, vistorias e perícias são procedimentos 
válidos para conhecer o tamanho dos riscos. Tudo isso contribui para o 
dimensionamento e tratamento do risco, e, por vezes, os termos con-
fundem-se, mas diferenças entre eles podem ser apontadas.
A inspeção é um procedimento mais pontual, é o ato de examinar 
algo com uma abordagem específica e bem delimitada. Há diversos 
118 Análise e gerenciamento de risco
conceitos e ideias envolvidos na inspeção, que pode ser de vários tipos 
e ter diferentes profundidades. Por exemplo, em uma simples consul-
ta, podem-se encontrar 244 citações de inspeção somente nos nomes 
das Normas Brasileiras (NBR) da ABNT. O projeto da NBR 16747 (Inspe-
ção predial – diretrizes, conceitos, terminologia, requisitos e procedimento) 
traz a seguinte definição de inspeção, voltada à inspeção predial:
Processo de avaliação predominantemente sensorial das condi-
ções técnicas, de uso, operação, manutenção e funcionalidade 
da edificação e de seus sistemas e subsistemas construtivos, em 
um dado momento de sua vida útil (na data da vistoria), conside-
rados os requisitos dos usuários. (ABNT, 2018a, p. 5)
As inspeções podem: ter caráter geral, sendo executadas por ope-
radores de maneira ordinária em sua rotina de trabalho ou pela CIPA, 
por exemplo; ser inspeções de rotina, feitas por encarregados; ser 
inspeções oficiais, como as realizadas por equipes especializadas de 
manutenção; ser inspeções especiais, executadas por fiscalizações, 
companhias de seguro ou inspeções de processo de certificação. A se-
guir, pode-se observar um exemplo de inspeção.
1
6
11
3
8
13
2
7
12
4
9
14
5
10
15
O sistema de ignição está em ordem?
A direção está boa?
Há vazamento de gás?
O farol de segurança está funcionando?
A embreagem e o câmbio estão em boas condições?
O estofamento está em boas condições?
O óleo do cárter e o do hidráulico estão no nível?
A torre está operando normalmente?
A bandeja está limpa?
A água da bateria e do radiador estão no nível?
Há vazamento no radiador?
Os pneus estão calibrados?
Os freios estão funcionando bem?
Parou por falta de gás? (botijão cheio)
A pintura está em ordem?
Item Discriminação Sim Não
Quadro 1
Exemplo de inspeção rotineira para operador de empilhadeiras
Fonte: Campos; Tavares; Lima, 2006, p. 353.
Medidas de controle 119
A inspeção envolve as palavras verificações, procedimentos, análise, 
checagem e exame. As pessoas podem possuir uma concepção de inspe-
ção já bem formada e, por isso, talvez seja importante ir além e destacar 
o que ela pode proporcionar na Segurança do Trabalho. Por ser uma 
medida de cuidado, além de identificar riscos, a inspeção avalia a confor-
midade de uma peça, um equipamento, um procedimento ou uma ope-
ração, levantando fatores de riscos facilmente identificáveis e evitando 
que eles ocorram.
A permissão de trabalho (PT), apesar de não ser somente uma ins-
peção, apresenta procedimentos que ilustram a ideia de uma. Ela é um 
documento que autoriza ao seu portador a execução de uma tarefa ou 
de um procedimento durante determinado tempo. É elaborada em duas 
vias, uma para ser portada pelo executor e outra para ser arquivada. 
A PT aponta etapas e contém instruções e medidas para trabalhos que 
oferecem riscos. Embora não tenha um modelo normalizado, a exigência 
de PT para alguns tipos de trabalho está prevista em diversas Normas 
Regulamentadoras (NRs). Segundo Camisassa (2015, p. 614-615),
a permissão de trabalho é um documento escrito que contém 
o conjunto de medidas de segurança e controle visando a exe-
cução de trabalho seguro. Em geral, contém também medidas 
de emergência e resgate. [...] Também devem ser precedidas de 
permissão de trabalho as atividades envolvendo o uso de equi-
pamentos que possam gerar chamas, calor ou centelhas, nas 
áreas sujeitas à existência de atmosferas inflamáveis.
As NR preveem que alguns tipos de tarefa ou trabalho somente po-
dem ser executados após autorização manifestada por meio da PT. Al-
guns exemplos são citados a seguir.
NR 18 – Condiçõesde segurança e saúde no trabalho na in-
dústria da construção
18.4.6.2 As tarefas envolvendo soluções alternativas 
somente devem ser iniciadas com autorização especial, 
precedida de análise de risco e permissão de traba-
lho, que contemple os treinamentos, os procedimentos 
operacionais, os materiais, as ferramentas e outros dis-
positivos necessários à execução segura da tarefa.
[...]
18.10.1.19 Deve ser elaborada análise de risco específi-
ca para movimentação de cargas não rotineiras, com a 
respectiva permissão de trabalho.
[...]
É possível verificar um 
exemplo de permissão de 
trabalho (PT) no Anexo 4 
do Procedimento de SMS 
(Saúde, Meio Ambiente e 
Segurança) da Compa-
nhia Paranaense de Gás 
(COMPAGAS). Nele, há 
um checklist de verificação 
de segurança e informa-
ções para processos de 
fiscalização.
Disponível em: http://licitacoes.
compagas.com.br/edital.php?i-
d=7376&idev=945&show=lc. 
Acesso em: 18 maio 2020.
Saiba mais
http://licitacoes.compagas.com.br/edital.php?id=7376&idev=945&show=lc
http://licitacoes.compagas.com.br/edital.php?id=7376&idev=945&show=lc
http://licitacoes.compagas.com.br/edital.php?id=7376&idev=945&show=lc
120 Análise e gerenciamento de risco
18.10.1.34 [...]
a) o trabalho sob condições de ventos com velocidade 
acima de 42 km/h (quarenta e dois quilômetros por 
hora) deve ser precedido de análise de risco específica e 
autorizado mediante permissão de trabalho. (BRASIL, 
2020, p. 3, 23 e 26, grifos nossos)
NR 35 – Trabalho em Altura
35.2.1 Cabe ao empregador:
[...]
b) assegurar a realização da Análise de Risco – AR e, 
quando aplicável, a emissão da Permissão de Traba-
lho – PT;
[...]
35.4.8 A Permissão de Trabalho deve ser emitida, 
aprovada pelo responsável pela autorização da permis-
são, disponibilizada no local de execução da atividade e, 
ao final, encerrada e arquivada de forma a permitir sua 
rastreabilidade.
35.4.8.1 A Permissão de Trabalho deve conter:
a) os requisitos mínimos a serem atendidos para a exe-
cução dos trabalhos;
b) as disposições e medidas estabelecidas na Análise de 
Risco;
c) a relação de todos os envolvidos e suas autorizações.
35.4.8.2 A Permissão de Trabalho deve ter validade 
limitada à duração da atividade, restrita ao turno de 
trabalho, podendo ser revalidada pelo responsável pela 
aprovação nas situações em que não ocorram mudan-
ças nas condições estabelecidas ou na equipe de traba-
lho. (BRASIL, 2019d, p. 1 e 5, grifos nossos)
Por meio de ações de inspeção, são produzidos checklists de confor-
midade, fomentados planos de manutenção e providas informações 
para processos de auditoria e fiscalização. Por exemplo, em determi-
nada avaliação de um acidente, pode-se verificar se a inspeção prévia 
para a execução da tarefa foi cumprida ou não.
As inspeções são a primeira medida de controle de risco, pois per-
mitem identificar a manifestação prévia de riscos mais visíveis, preve-
nindo sua materialização. Outra diligência de controle é a vistoria. Ela 
vai além do estado aparente e visual, podendo demandar instrumentos 
de medição apurados. A vistoria é composta de exames externos e in-
ternos, ensaios (como medições de parâmetros, verificação de aciona-
Medidas de controle 121
mento/desligamento e simulações de falha) e testes (hidrostático, de 
pressurização ou de estanqueidade, por exemplo).
A Resolução n. 345, de 27 de julho de 1990, apresenta uma impor-
tante definição de vistoria, que mostra que ela também é um exame, 
porém mais cuidado e criterioso (em comparação com a inspeção), 
com a descrição de fatos e aspectos. Segundo essa resolução, a vistoria 
“é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descri-
ção minunciosa (sic) dos elementos que o constituem, sem a indagação 
das causas que o motivaram” (CONFEA, 1990, p. 1).
De maneira geral, as vistorias podem produzir relatórios ou parece-
res técnicos. Entre eles, o relatório é o produto mais simples de uma 
vistoria, e seus termos contêm a descrição objetiva e direta do que se 
vistoriou – um simples relatório fotográfico, por exemplo. Elas também 
podem gerar um parecer técnico, sendo que, nesse caso, há mais da-
dos do que em um relatório descritivo. Usualmente, no parecer, há a 
exposição de referências normativas para fundamentação técnica ou 
científica, emite-se uma opinião técnica e/ou propõe-se um resultado 
da vistoria. Pode-se afirmar, de modo geral, que a vistoria visa da si-
tuação presente à futura, sem focar muito nos aspectos passados de 
determinado equipamento, instalação, produto ou procedimento.
No mínimo, um relatório deve ser produzido como produto da vis-
toria, diferentemente das inspeções, que nem sempre refletem a ela-
boração de algum documento. Outra diferença é que a vistoria tem um 
caráter mais minucioso do que a inspeção. Além disso, ela geralmen-
te tem um objetivo definido, como atestar parâmetros e condições de 
segurança.
A seguir, são apresentados alguns exemplos de prescrições de vis-
toria previstas na NR 29 (Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde 
no Trabalho Portuário).
29.3.5.10 Os equipamentos terrestres de guindar e os 
acessórios neles utilizados para içamento de cargas 
devem ser periodicamente vistoriados e testados 
por pessoa física ou jurídica devidamente registrada no 
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agro-
nomia – CREA.
29.3.5.10.1 A vistoria deve ser efetuada pelo menos 
uma vez a cada doze meses.
122 Análise e gerenciamento de risco
29.3.5.11 A vistoria realizada por Sociedade Classifi-
cadora, que atestar o bom estado de conservação 
e funcionamento dos equipamentos de guindar e 
acessórios do navio, deve ser comprovada através de 
certificado que será exibido pelo comandante da em-
barcação. (BRASIL, 2014, p. 15-16, grifos nossos)
Por fim, pode-se chegar a um procedimento mais aprimorado e for-
mal que a inspeção e a vistoria: a perícia. Além de conter todos os 
aspectos das outras diligências, ela mede o desempenho, apura causas 
e avalia impactos e consequências. Por isso, a perícia também se volta 
a fatos passados e, além disso, não faz apenas uma verificação visual, 
mas também inclui ouvir pessoas e verificar documentos relacionados 
a determinado equipamento, instalação, produto ou procedimento pe-
riciado. Relatórios anteriores e prontuários de equipamentos também 
podem subsidiar informações para perícias.
A Resolução n. 345 (CONFEA, 1990, p. 1) também traz uma definição 
para perícia e laudo:
Perícia é a atividade que envolve a 
apuração das causas que motivaram 
determinado evento ou da asserção 
de direitos.
Laudo é a peça na qual o perito, 
profissional habilitado, relata o que 
observou e dá as suas conclusões ou 
avalia o valor de coisas ou direitos, 
fundamentadamente. G
az
la
st
/A
rt 
wo
rk
/S
hu
tte
rs
to
ck
Portanto, o produto da perícia é o laudo. A perícia também pode 
envolver a indicação de recomendações e soluções, bem como apon-
tar uma avaliação qualitativa (por exemplo, atestar uma condição míni-
ma de segurança) ou quantitativa (como apontar um valor numérico). 
Assim, o laudo, diferentemente de um relatório ou parecer técnico, 
identifica causas (anomalias, falhas ou manifestações patológicas) e/ou 
atribui um valor ou grau de avaliação.
As perícias podem, também, avaliar a hostilidade de um ambiente de 
trabalho, atribuindo-lhe o caráter de insalubridade a fim de, preferen-
cialmente, eliminar o agente insalubre (perigo). Caso não seja possível, 
podem recomendar o uso de equipamento de proteção coletiva (EPC) ou 
individual (EPI) – em último caso e na impossibilidade do uso de EPC. É 
Medidas de controle 123
importante destacar que toda perícia – incluindo medição – de agentes 
perigosos (como ruídos, gases ou temperatura) deve ser executada por 
profissional habilitado e de maneira formal, em um procedimento próprio 
especificado em normas e com instrumentos de medição calibrados.
Cabe ressaltar, ainda, que adotar EPI como medida primária de pro-
teção significa atestar que o perigo não foi eliminado,nem a exposição 
de uma determinada população foi mitigada. Portanto, decide-se expor 
o trabalhador a um ambiente inseguro e obrigá-lo a se proteger indi-
vidualmente. Além disso, o EPI protege o trabalhador apenas se este 
tomar a conduta de usá-lo corretamente.
Assim, pode-se perceber que os procedimentos inspeção, vistoria ou 
perícia são formas diferentes de identificar riscos e proporcionar medi-
das de controle, pois podem prevenir e barrar a sua manifestação. Por 
exemplo, se a inspeção detectar uma anomalia de menor dimensão 
em um equipamento, ele pode ser substituído para que o risco não 
ocorra; ou, caso uma vistoria aponte alguma irregularidade grave, uma 
instalação pode ser interditada pelo próprio empregador, impedindo a 
materialização do risco; ainda, as perícias podem isolar ambientes para 
que ali seja proibido o trânsito ou a permanência de pessoas. Cabe 
ressaltar que o objetivo da execução de cada procedimento deve ser 
observado de maneira correta.
A NR 29 apresenta, ainda, 
a prescrição de uma 
avaliação anual visando 
à análise, para fins de 
segurança, de um equipa-
mento ou instalação.
29.3.8.6 A moega ou funil utilizado 
no descarregamento de granéis 
sólidos deve ser vistoriado 
anualmente, devendo o 
responsável técnico emitir um 
laudo, acompanhado da respectiva 
Anotação de Responsabilidade Téc-
nica no CREA, que comprove que 
a estrutura está em condições 
operacionais para suportar as 
tensões de sua capacidade máxima 
de carga de trabalho seguro, 
de acordo com seu projeto 
construtivo. (BRASIL, 2014, p. 20, 
grifos nossos)
Saiba mais
5.2 Mitigação e intervenção no risco
Vídeo Esta seção dedica-se a ilustrar equipamentos, produtos e instalações 
para mitigar e tratar riscos. Inicialmente, é importante observar que po-
deria ser elaborado um livro diferente para cada risco ou cada medida 
de controle de risco. Escrever um livro que abordasse todos os riscos 
ou medidas seria como escrever um único livro para todas as doenças 
e seus respectivos tratamentos – o que não é viável. Além disso, cada 
risco demanda um tipo específico de avaliação e de medidas.
Como não é possível falar de todos os riscos e suas respectivas mi-
tigações, esta seção poderia abordar aqueles derivados dos acidentes 
que ocorrem com maior frequência, registrados no Anuário Estatístico 
de Acidentes do Trabalho (AEAT) de 2017.
124 Análise e gerenciamento de risco
Tabela 1
Número de acidentes de trabalho por Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
CNAE Descriminação da atividade 2015 2016 2017
8610 Atividades de atendimento hospitalar 57.198 55.870 53.524
Ignorado Atividades não listadas 52.280 49.063 43.794
4711 Comércio varejista não especializado 21.261 21.614 21.332
8411 Administração do estado e da política econômica e social 17.134 16.629 16.917
5310 Atividades de correio 15.425 14.738 12.580
4120 Construção de edifícios 15.075 11.917 9.178
4930 Transporte rodoviário de carga 13.814 13.135 12.729
1012 Abate e fabricação de produtos de carne 10.419 9.797 10.492
Fonte: Elaborada com base em Brasil, 2017, p. 15-24.
É necessário fazer algumas considerações para a correta interpre-
tação desses dados. Por exemplo, o número de acidentes pode ser di-
retamente proporcional às atividades econômicas que mais empregam 
(em quantidade de trabalhadores). Outra possível interpretação direta 
pode ser que atividades hospitalares representam um número mais re-
levante em quantidade de acidentes de trabalho. A Tabela 1 demonstra 
a quantidade absoluta de acidentes de trabalho por atividade. Às vezes, 
o mesmo acidente, derivado de um mesmo risco e tendo um determi-
nado impacto, repete-se em diferentes atividades.
Pode-se, também, listar os impactos no corpo humano mais recor-
rentes derivados de acidentes de trabalho (Tabela 2).
CID 10
QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO
Total
Com CAT Registrada
Sem CAT 
registradaTotal
Motivo
Típico Trajeto
Doença 
do 
Trabalho
Total 549.405 450.614 340.229 100.685 9.700 98.791
S61 - Ferim do punho e da mão 52.172 50.461 49.005 1.403 53 1.711
S62 - Frat ao nível do punho e da mão 34.526 27.589 22.428 5.093 68 6.937 
S93 - Luxac entors distens artic lig niv tornoz pé 25.327 23.595 16.110 7.437 48 1.732 
S60 - Traum superf do punho e da mão 24.143 23.567 20.594 2.933 40 576
M54 - Dorsalgia 20.599 9.820 7.676 1.553 591 10.779 
(Continua)
Tabela 2
Acidentes de trabalho de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), em 2017
Medidas de controle 125
CID 10
QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO
Total
Com CAT Registrada
Sem CAT 
registradaTotal
Motivo
Típico Trajeto
 Doença 
do 
 Trabalho
S82 - Frat da perna incl tornozelo 19.648 13.852 5.985 7.832 35 5.796 
S92 - Frat do pé 17.938 13.850 9.238 4.563 49 4.088 
S80 - Traum superf da perna 15.633 15.025 9.068 5.932 25 608 
S52 - Frat do antebraço 14.965 10.940 6.075 4.830 35 4.025 
Z20 - Contato exposição a doenc transmissíveis 14.155 14.145 13.969 25 151 10 
S90 - Traum superf do tornozelo e do pé 13.865 13.410 10.202 3.192 16 455 
M75 - Lesões do ombro 12.834 3.453 1.246 338 1.869 9.381 
S42 - Frat do ombro e do braço 10.295 7.550 2.576 4.956 18 2.745 
S01 - Ferim da cabeça 9.846 9.755 8.810 928 17 91 
T14 - Traum de região NE do corpo 9.715 9.585 6.710 2.858 17 130 
F43 - Reações ao stress grave e transt adap-
tação
9.767 7.266 6.393 382 491 2.501 
Fonte: Adaptada de Brasil, 2017, p. 536.
Percebe-se que ferimentos, fraturas e traumas no punho e na mão são 
os impactos mais frequentes. Em uma leitura rápida, nota-se que agra-
vos nos membros superiores e inferiores também são recorrentes. Além 
disso, destacam-se os impactos do estresse como acidentes do trabalho.
Uma terceira análise seria ainda mais interessante: qual é a causa 
mais comum dos acidentes de trabalho? Apesar de existirem gráficos, 
históricos e registros, há certa dificuldade em se hierarquizar as causas 
mais comuns. Por exemplo, na ocorrência de um trabalhador que cai 
da escada, a causa seria falta de EPI, de EPC, de análise de risco, de 
organização do sistema de trabalho ou de todas as opções? Conforme 
argumentado anteriormente, todo acidente tem diversas causas, então 
todos os aspectos podem ser considerados. Assim, não é uma tarefa 
tão simples classificar causas de acidente de trabalho.
Nesse sentido, busca-se, aqui, demonstrar especialmente as 
possibilidades de eliminação da ameaça/perigo e o afastamento da 
 vulnerabilidade (reduzir exposição e impacto do perigo), de acordo 
com hierarquia das medidas de controle de risco. Evita-se dar destaque 
ao EPI, tendo em vista que ele deve ser a última proposta de solução.
Diante de tantas opções 
de medida de controle 
que podem ser estuda-
das com mais detalhes, 
o Ministério do Trabalho 
e Emprego (MTE), por 
meio da Fundacentro, 
elaborou uma série de 
materiais educativos 
chamada Recomendação 
Técnica de Procedimento, 
para educação técnica e 
orientação na prevenção 
e tratamento de deter-
minados riscos. Nesse 
material, são estudadas e 
ilustradas as medidas de 
controle de alguns riscos, 
como queda e instalações 
elétricas.
Disponível em: http://www.funda-
centro.gov.br/biblioteca/recomen-
dacao-tecnica-de-procedimento. 
Acesso em: 18 maio 2020.
Saiba mais
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-procedimento
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-procedimento
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-procedimento
126 Análise e gerenciamento de risco
Figura 1
Hierarquia de medidas no controle de riscos
Eliminar
Sim
Sim
Não
Não Proteger
Prevenir
Fonte: Rocha; Pampalon, 2018, p. 13.
Algumas medidas de controle de risco são apresentadas a partir 
dessa hierarquia. Foca-se especialmente na eliminação do perigo, no 
afastamento da vulnerabilidade ou na diminuição do impacto negativo. 
Caso a eliminação não seja possível, parte-se para a prevenção e, en-
tão, para a proteção.
Queda
O primeiro perigo a ser ilustradoé o trabalho em altura. A situação 
ideal para eliminar o risco seria não existir esse tipo de trabalho, no 
entanto nem sempre isso é possível. Então, há algumas medidas para 
impedir que o trabalhador se aproxime do perigo.
Frequentemente, pensa-se que a segurança envolve grandes e dis-
pendiosas medidas, mas isso nem sempre é verdade. Porém, ações sim-
ples também podem não resolver todos os casos. Por exemplo, para 
impedir choques mecânicos contra escadas temporariamente instala-
das, pode-se adotar sinalização, o que não impedirá esse tipo de aci-
dente. Uma medida mais completa seria a colocação de barreiras, que, 
além de sinalizar, sofrerão o primeiro choque contra objetos e veículos, 
evitando melhor a colisão de objetos e veículos contra as escadas.
Figura 2b
A falta de barreiras pode ocasionar acidentes
Da
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ai
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Figura 2a
Instalação de barreiras para prevenir 
choques contra escadas instaladas 
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Sh
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Medidas de controle 127
Outra situação de acidente muito comum envolvendo a escada diz 
respeito a modos de descolamento indesejado da sua base: ela pode 
cair devido ao peso de um operador, pode haver má instalação, 
excesso de angulação no posicionamento da escada, entre outros fato-
res. Uma forma de impedir o deslocamento é fixar adequadamente a 
base, como na Figura 3a.
Figura 3b
Exemplo incorreto de fixação da base e 
da parte superior da escada
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Figura 3a
Exemplo correto de fixação da base da 
escada
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A altura é um perigo e, às vezes, ela não pode ser eliminada. Con-
tudo, o trabalhador pode estar sujeito à altura, mas não deve estar 
exposto à queda. Essa não é uma escolha do trabalhador. Por falta de 
atenção ou problema de saúde (até mesmo a má alimentação), o em-
pregado pode se colocar em situação de queda sem querer. Por isso, 
é sempre necessário protegê-lo contra essa situação, tendo em mente 
que, às vezes, nem ele mesmo pode impedir sua desatenção. Nesse 
sentido, há diversas soluções. Um exemplo de medida que previne 
quedas involuntárias é o guarda-corpo 1 , uma barreira de proteção 
formada por um painel ou placas e que impede quedas. Ele deve ser 
corretamente dimensionado e executado em um canteiro de obra, con-
forme prescrições das NR, em especial a NR 18.
Figura 4a
Exemplo de guarda-corpo metálico
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Figura 4b
Prescrições normativas do sistema guarda-corpo-rodapé (GCR)
1,50 m
0,20 m
0,70 m
1,20 m
Rodapé 0,20 mDistância Máxima
Montante
Travessão intermediário
Travessão superior
IE
SD
E
Usualmente, em obras, o guar-
da-corpo é citado como sistema 
guarda-corpo-rodapé (GCR).
1
128 Análise e gerenciamento de risco
A função essencial do GCR é impedir que o trabalhador se colo-
que em zona de vulnerabilidade de queda. No modelo apresentado 
( Figura 4b), o sistema possui uma travessa inferior que funciona como 
rodapé para impedir que o pé de apoio do trabalhador pise fora de 
plataformas, evitando desequilíbrios, torções e quedas, por exemplo. A 
situação de risco pode tornar-se pior caso um GCR seja instalado sem 
a proteção adequada, pois, nesse caso, o trabalhador pode acabar con-
fiando e buscando proteção em uma barreira insegura. Além disso, o 
GCR deve possuir resistência mecânica suficiente e o número míni-
mo de travessas ou um painel fechado.
Figura 5b
Ausência de guarda-corpo-rodapé de escada 
em obras (exemplo incorreto).
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Figura 5a
Exemplo correto de guarda-corpo-
-rodapé de escada em obras
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ok
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Sh
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Pode-se discorrer sobre a proteção contra quedas por diversas pá-
ginas. É importante sempre considerar os perigos envolvidos das ativi-
dades produtivas. Além disso, deve-se pensar em quem está exposto 
a esse risco. Observa-se que o objetivo é eliminar o perigo. Não sendo 
possível fazê-lo, considera-se um modo de prevenir a exposição. A ideia 
aqui é expor essa forma de pensar na mitigação de risco: planeja-se al-
guma medida de proteção cuja aplicação não dependa da escolha do 
trabalhador ou que não seja possível usar inadequadamente. A seguir, 
será apresentado outro risco muito comum: as descargas elétricas.
Descarga elétrica
O para-raios, ou SPDA, é um exemplo de proteção coletiva sobre 
a qual o trabalhador não tem opção de escolha de uso. Nesse caso, o 
perigo é uma descarga elétrica indesejada que não pode ser evitada, 
pois trata-se de um fenômeno da natureza. O foco, então, é impedir 
a exposição de pessoas e animais a esse perigo. A forma de fazer isso 
SPDA: sistemas de proteção 
contra descargas atmosféricas.
Glossário
Medidas de controle 129
é captá-la propositalmente e conduzi-la ao solo de maneira segura. A 
proteção, nesse caso, passa até despercebida pelas pessoas que even-
tualmente estariam expostas ao perigo da corrente elétrica da descar-
ga atmosférica.
Correntes elétricas indesejadas são um perigo frequente. Nesse 
caso, o perigo ou a ameaça são bem identificados. Inicialmente, 
pode-se focar em eliminar a ameaça de correntes elétricas indesejadas 
não permitindo sua existência ou deslocando-as para um local seguro, 
longe de animais ou humanos. Um exemplo de medida de controle de 
simples execução, executada por profissional habilitado e que funciona 
da maneira citada, é o aterramento. Esse também pode ser conside-
rado um EPC, pois não depende da escolha ou da utilização correta por 
um operador, ao contrário do EPI. O aterramento permite eliminar o 
perigo, isto é, a corrente elétrica, bem como previne a vulnerabilidade 
– por vezes, a corrente indesejada pode existir, mas o trabalhador não 
estará vulnerável a ela. As figuras a seguir ilustram partes de um siste-
ma de aterramento.
Figura 6b
Fiação de aterramento
Figura 6c
Eletrodo de aterramento
Figura 6a
Conexão de eletrodo de aterramento
 Conexão do 
eletrodo de 
aterramento
Fiação de 
aterramento 
Eletrodo de 
aterramento
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Ad
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Nem sempre é possível impedir a existência da ameaça, então 
 volta-se para impedir a vulnerabilidade. Separar pessoas de perigos é 
uma das estratégias primárias. Uma solução simples quando bem exe-
cutada e que, por vezes, é ignorada ou negligenciada é o isolamento. 
Como o nome diz, o procedimento visa separar o perigo de pessoas. 
Quando correto, o isolamento elétrico possui uma emenda bem feita e 
devidamente isolada com fita isolante ou outra medida. Emendas ex-
postas, não isoladas ou isoladas inadequadamente são fontes primá-
rias de descargas elétricas (choques) e curtos-circuitos.
130 Análise e gerenciamento de risco
Ca
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Figura 7b
Exemplo incorreto de emendas e isolamento 
elétrico
Figura 7a
Exemplo correto de emendas e isolamento elétrico
Fl
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Medidas de proteção bem pensadas e projetadas impedem a con-
cretização do perigo, mesmo quando ele é concretizado de modo pro-
posital e inadequado. O trabalhador, às vezes, deseja o resultado de 
uma ação, mas não conhece os riscos envolvidos na sua conduta. Por 
isso, a medida de proteção deve também pensar em protegê-lo de 
ações deliberadas e intencionais de operação que gerem riscos. Exem-
plo disso são os dispositivos de bloqueio de disjuntores elétricos, 
que impedem o acionamento indesejado de circuitos elétricos em uma 
operação de manutenção.
Figura 8a
Travamento contra acionamento inadequado de 
circuito elétrico
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Figura 8b
Religação inadequada de circuito 
 durante manutenção
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Foi apresentado apenas um pequeno número de exemplos de dois 
riscos: quedas e descargas elétricas. Este livronão tem a intenção de 
esgotar quaisquer medidas de controle de risco, mas sim de demons-
Medidas de controle 131
trar pensamentos, estratégias e opções de mitigação de risco, além do 
EPI. Quando se discute segurança e bem-estar no trabalho, não deve 
ser o trabalhador aquele a se adaptar ao ambiente de trabalho, mas 
sim este a se adaptar para oferecer segurança ao trabalhador. Por fim, 
é muito importante que qualquer medida de proteção a riscos seja 
formalmente dimensionada por meio de um projeto e executada con-
forme instruções técnicas, sob responsabilidade de um profissional es-
pecializado e habilitado.
5.3 Sinalização de segurança
Vídeo Uma medida importante para a Segurança do Trabalho é a sinalização. 
A sinalização de segurança, seja em um produto, equipamento ou instala-
ção, previne diversos riscos, buscando evitar que o trabalhador passe por 
uma exposição desnecessária ou insegura. Essa não é uma atividade alea-
tória, portanto há regras para sua instalação e uso, 
que deve seguir as prescrições de normas.
O Decreto n. 10.088 2 , de 5 de novembro de 
2019, afirma que as “convenções anexas a este De-
creto serão executadas e cumpridas integralmen-
te em seus termos” (BRASIL, 2019a). Dessa forma, 
transforma em obrigação legal a sinalização de se-
gurança. Destacam-se, a seguir, alguns pontos rele-
vantes desse decreto.
Artigo 7
ROTULAÇÃO E MARCAÇÃO
1. Todos os produtos químicos deverão portar uma 
marca que permita a sua identificação.
[...]
Artigo 8
FICHAS COM DADOS DE SEGURANÇA
1. Os empregadores que utilizem produtos químicos pe-
rigosos deverão receber fichas com dados de seguran-
ça que contenham informações essenciais detalhadas 
sobre a sua identificação, seu fornecedor, a sua classifi-
cação, a sua periculosidade, as medidas de precaução e 
os procedimentos de emergência.
[...]
O Decreto n. 10.088 (BRASIL, 
2019a) “consolida atos 
 normativos editados pelo 
Poder Executivo Federal que 
dispõem sobre a promulgação 
de convenções e recomendações 
da Organização Internacional do 
Trabalho - OIT ratificadas pela 
República Federativa do Brasil”.
2
132 Análise e gerenciamento de risco
PARTE IV
RESPONSABILIDADE DOS EMPREGADORES
Artigo 10
IDENTIFICAÇÃO
1. Os empregadores deverão assegurar-se de que todos 
os produtos químicos utilizados no trabalho estejam 
etiquetados ou marcados, de acordo com o previsto no 
Artigo 7, e de que as fichas com dados de segurança 
foram proporcionadas, segundo é previsto no Artigo 8, 
e colocadas à disposição dos trabalhadores e de seus 
representantes. (BRASIL, 2019a)
A principal norma de sinalização de caráter técnico é a NR 26 
 (Sinalização de Segurança). É uma regulação bem curta, mas com indica-
ções relevantes para uso de sinalização. A norma possui como escopo 
a adoção de cores de segurança para indicação e advertência de riscos, 
podendo ser aplicada também para indicar equipamentos, delimitar 
áreas e identificar dutos e instalações hidráulicas ou de gases. Apesar 
de prescrever determinas ações e providências, a NR 26 não aponta, 
na maioria dos casos, qual regramento utilizar, sendo necessário con-
sultar e adotar outras normas relacionadas, como as NBRs da ABNT 
(BRASIL, 2015). No quadro a seguir, é possível ver quais são as cores de 
segurança indicadas e seus respectivos usos.
O Senai desenvolveu 
e publicou o Guia de 
sinalização de segurança 
no trabalho industrial 
gráfico. O material é bem 
rico e mostra diversas 
aplicações e exemplos 
ilustrados. Recomenda-se 
a leitura para que você 
tenha uma noção abran-
gente sobre a sinalização 
de segurança.
AZEVEDO, M. A. do C. de.; MINEIRO, 
E. F.; CECÍLIA, L. F. C. S. Brasília: 
Senai/DN, 2010. Disponível em: 
https://nstnaweb.files.wordpress.
com/2013/02/guia-de-sinalizac3a-
7c3a3o-industria-grc3a1fica.pdf. 
Acesso em: 18 maio 2020.
Livro
Quadro 2
 Cores de segurança a serem aplicadas a equipamentos, mensagens, produtos, avisos e instalações.
Cor
Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Proibição, parada obrigatória, botões de emergência, mangueira de acetileno em 
equipamentos de soldagem oxiacetilênica, equipamentos e instalações de seguran-
ça contra incêndio, entre outros.
Perigo, equipamentos de salvamento aquático, partes móveis de máquinas e equi-
pamentos, tubulações de produtos químicos não gasosos (ácido), entre outros.
Advertência, faixas e limitações de segurança, letreiros de advertência, cancelas, 
tubulações de gases não liquefeitos (GLP), entre outros.
Condição segura, caixas de primeiros socorros, chuveiro de emergência e lava-olhos, 
delimitação de área segura, rota de fuga, mangueira de oxigênio em equipamentos 
de soldagem oxiacetilênica, tubulações de água (exceto de incêndio), entre outros.
(Continua)
Exemplo de aplicação
https://nstnaweb.files.wordpress.com/2013/02/guia-de-sinalizac3a7c3a3o-industria-grc3a1fica.pdf
https://nstnaweb.files.wordpress.com/2013/02/guia-de-sinalizac3a7c3a3o-industria-grc3a1fica.pdf
https://nstnaweb.files.wordpress.com/2013/02/guia-de-sinalizac3a7c3a3o-industria-grc3a1fica.pdf
Medidas de controle 133
Cor
Azul
Roxo
Branco
Sinais de ação obrigatória, mensagem de caráter mandatório, uso de EPI, tubulações 
de ar comprimido, entre outros.
Perigo de radiações penetrantes, partículas nucleares, materiais radioativos ou 
radiações eletromagnéticas, entre outros.
Marcação de espaços para passagem exclusiva de pessoas e marcação de área 
em torno de equipamentos de emergência ou primeiros socorros, tubulações com 
vapor, entre outros.
Exemplo de aplicação
Fonte: Elaborado pelo autor com base em ABNT, 2018b; ABNT, 2019.
A NR 26 (BRASIL, 2015) também prescreve a rotulagem preventiva, 
que consiste em informações escritas, impressas ou ilustradas e fixa-
das ou anexadas a um determinado produto químico. Para os produtos 
perigosos, deve haver os seguintes elementos:
Identificação e 
composição do produto 
químico
Frase(s) de perigo
Pictograma(s) de perigo
Frase(s) de precaução
Palavra de advertência
Informações 
suplementares
A NR 26 não especifica a forma da rotulagem, mas indica como pa-
drão o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotula-
gem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas. 
O GHS é um critério mundial de classificação, rotulagem harmonizada 
e ficha de segurança de produtos químicos. De acordo com Camisassa 
(2015, p. 670), o GHS apresenta as seguintes informações: classificação, 
rotulagem e ficha com dados de segurança.
A Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) 
é um documento que deve ser elaborado para todos os produtos quí-
micos (perigosos ou não) cujo manuseio ou armazenamento possa ge-
rar riscos. A responsabilidade pela elaboração da FISPQ é do fabricante 
ou do fornecedor nacional do produto químico.
Conforme explicado, 
às vezes é necessário 
consultar outras leis e 
normas para adotar cor-
retamente um sistema de 
sinalização de segurança. 
Seguem alguns exemplos:
 • Resolução n. 5.232, de 14 de 
dezembro de 2016: Aprova as 
instruções complementares ao 
regulamento terrestre do trans-
porte de produtos perigosos.
 • ABNT NBR ISO 3864-1 – 
 Símbolos gráficos: Cores e 
sinais de segurança; Parte 1: 
Princípios de design para sinais 
e marcações de segurança.
 • ABNT NBR 13434: Sinalização 
de segurança contra incêndio 
e pânico.
 • ABNT NBR 14725 – Produtos 
químicos: Informações 
sobre segurança, saúde e meio 
ambiente.
Saiba mais
134 Análise e gerenciamento de risco
Quadro 3
Exemplos de sinalização de segurança
Forma geométrica Significado Cor de segurança
 Cor de 
contraste
Cor do 
símbolo 
gráfico
Exemplo de uso
Círculo com barra 
diagonal
Proibição Vermelho Branco Preto
• Proibido fumar;
• Proibido veículos não 
autorizados; 
• Proibido beber.
Círculo
Ação 
 obrigatória
Azul Branco Branco
• Use proteção nos 
olhos; 
• Use EPI; 
• Desligue antes do 
início do trabalho.
Triângulo equilátero
Aviso Amarelo Preto Preto
• Perigo: superfície 
quente; 
• Perigo: ácido; 
• Perigo: alta voltagem.Quadrado
 Retângulo
• Condição 
segura; 
Meios de 
fuga; Equi-
pamento de 
segurança
Verde Branco Branco
• Sala de primeiros 
socorros; 
• Saída de emergência; 
• Ponto de encontro.
 Quadrado
 Retângulo
 Segurança 
contra 
 incêndio
Vermelho Branco Branco
• Alarme manual de 
incêndio;
• Equipamento contra 
incêndio; 
• Extintor de incêndio.
 Quadrado
 Retângulo
Informação 
complementar
Branco ou a 
cor do sinal de 
segurança
Preto ou a cor 
contrastante 
com o sinal de 
segurança
 Cor do símbo-
lo do sinal de 
segurança
• Conforme necessário 
para reforçar a men-
sagem fornecida pelo 
símbolo gráfico.
Fonte: Adaptado de ABNT, 2013, p. 4.
A sinalização de segurança é uma medida de controle de risco, es-
pecialmente por identificar e alertar sobre riscos no ambiente de tra-
balho. Sua implementação correta informa sobre a existência de riscos 
e previne que o trabalhador ou usuário adote um procedimento inse-
guro ou que gere riscos. Conforme outras medidas, a execução dela 
não é aleatória e depende de dimensionamento, projeto e correta ins-
talação, além da atuação de um profissional habilitado e especializado.
Medidas de controle 135
5.4 Manutenção das medidas de controle de risco
Vídeo Pensando em todo o conteúdo visto até aqui, percebe-se que, em 
termos gerais, o planejamento é umas das etapas mais relevantes para 
mitigação de risco. Logo após, vem a execução das medidas de controle 
de risco. Por fim, são necessárias a manutenção e a revisão das medidas. 
Esta seção visa estudar especificamente o processo de manutenção e 
apresentar as concepções envolvidas, para que seja possível entender 
que essa é uma forma plena de prevenção e tratamento de riscos.
Toda pessoa tem uma ideia de manutenção formada, que pode ser 
mais ou menos abrangente. Basicamente, ela está relacionada aos se-
guintes verbos e expressões: tratar, reparar, conservar, fazer funcionar, 
recuperar, consertar, reparar, retornar à função original, providenciar 
segurança, manter função original, adaptar para funcionar, alterar par-
tes que não funcionam para fazer funcionar um sistema, entre outras.
Algumas vantagens da manutenção de peças, equipamentos, siste-
mas e instalações são:
 • recupera o estado de uso ou de operação;
 • garante bom estado de operação;
 • faz estruturas e componentes retornarem a um ponto anterior 
à fragilidade ou à debilitação da sua durabilidade, conforto, apa-
rência, funcionalidade, estética, desempenho ou funcionamento;
 • provê recomposição das partes que não estão funcionando 
adequadamente;
 • assegura capacidade plena;
 • preserva características e o desempenho original;
 • mantém a funcionalidade.
O que deve ficar claro é que a manutenção tam-
bém garante a segurança dos usuários, mantendo a 
condição segura de funcionamento de uma peça, um 
equipamento ou uma instalação. É necessário que 
todo equipamento, instalação ou medida de prote-
ção passe por manutenção. Além disso, deve ser feito 
um planejamento da manutenção, que prevê atitu-
des a serem tomadas ao longo do tempo, bem como 
peças a serem substituídas.
O exemplo mais claro de manutenção é a cor-
retiva ou reparativa. Esse tipo de manutenção é 
realizado após a ocorrência de falha, defeito ou de-
Até que ponto a falta de 
manutenção pode influenciar 
acidentes? O que seria mais co-
mum: incêndio em carros devido a 
colisões ou à falta de manutenção 
veicular? Segundo o Corpo de 
Bombeiros Militar do Espírito 
Santo, a falta de manutenção é a 
principal causa dos incêndios nos 
veículos (ANDRADE, 2019). Em um 
ambiente de trabalho, o processo 
é semelhante: na ausência de 
manutenção de equipamentos e 
instalações, as falhas pontuais de 
componentes levam a acidentes 
relevantes.
Curiosidade
136 Análise e gerenciamento de risco
sempenho insuficiente. Na maior parte das vezes, ele depende da troca 
de peça ou componente e demanda interrupção na atividade produti-
va. Essa medida, apesar de necessária, nem sempre é a melhor opção 
devido aos seus altos custos e por ser reativa.
Cabe ressaltar que a manutenção não é opção, mas sim uma obri-
gação. Além disso, o empregador deve comprovar o histórico de manu-
tenções realizadas. Com base na NR 12, Camisassa (2015, p. 340, grifos 
nossos) apresenta algumas prescrições normativas sobre manutenção 
preventiva e corretiva. Destaca-se a obrigatoriedade do registro de ma-
nutenções e de alguns de seus dados.
As máquinas e equipamentos devem ser submetidos a manuten-
ções preventiva e corretiva. A forma dessas manutenções e sua 
periodicidade devem ser determinadas pelo fabricante, con-
forme as normas técnicas oficiais nacionais vigentes e, na falta 
destas, as normas técnicas internacionais. As manutenções pre-
ventivas que tenham potencial de causar acidentes do trabalho 
devem ser objeto de planejamento e gerenciamento efetuado 
por profissional legalmente habilitado. A atual redação da NR12 
também exige o registro em livro próprio, ficha ou sistema infor-
matizado, das manutenções preventivas e corretivas, deven-
do esse registro conter os seguintes dados:
a. cronograma;
b. intervenções realizadas;
c. data da realização de cada intervenção;
d. serviço realizado;
e. peças reparadas ou substituídas;
f. condições de segurança do equipamento;
g. indicação conclusiva quanto às condições de segurança da 
máquina; e
h. nome do responsável pela execução das intervenções.
A segunda possibilidade de manutenção, conforme afirmado por 
Camisassa, é a preventiva, também chamada de programada ou pla-
nejada. Como o nome diz, ela cumpre um planejamento de conjunto 
de operações e ações executadas de maneira antecipada à falha ou ao 
defeito, dentro de um intervalo temporal. Esse tipo de manutenção ge-
ralmente depende de alguma intervenção manual, e nela são inclusos 
ensaios, testes, ajustes, calibrações, limpeza, pintura, reconstituição e 
substituição de componentes e peças.
Um exemplo simples de manutenção preventiva é a revisão de roti-
na em veículos. Ela apresenta uma série de diligências que um técnico 
Medidas de controle 137
deve executar em um veículo, como alguma substituição de peça (troca 
de filtro), limpezas, verificações com instrumento (como alinhamento) 
e verificações visuais simples.
A manutenção preventiva nem sempre visa a um reparo, às vezes, 
apenas evita que ele precise ser realizado. E nem sempre tem como 
objetivo o equipamento ou um subsistema em si, mas sim algum com-
ponente acessório vulnerável. A seguir, é possível verificar um exemplo 
de manutenção preventiva predial.
Quadro 4
Exemplo de etapa de planejamento da manutenção preventiva predial
Telhado e cobertura
Estrutura Condição da estrutura Limpeza ou rea-perto realizada?
Algum 
serviço 
a fazer?
Verificar infiltrações e umidade no teto interno Ambiente com problemas: 
Verificar rachaduras e telhas quebradas RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Limpar todas as calhas por completo RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar a existência de ralo tipo “abacaxi” RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar a necessidade de podas de árvores RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar limpeza e entupimento da queda vertical RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar caixas que recebem água do tubo coletor 
vertical
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar estado de rufos e platibandas RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar desnivelamento, destacamento e desen-
caixes de calhas e de rufos 
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar falhas e descontinuidades na impermea-
bilização ou nas mantas 
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar pontos de ferrugem nas estruturas metá-
licas do telhado 
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar falta ou mal aperto de parafusos de fixa-
ção das telhas 
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar crescimento de espécies vegetais no te-
lhado, eliminando-as, se houver 
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar limpeza de filtros e cisternas do sistema 
de reaproveitamento de água 
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
(Continua)
Planilha de manutenção predial
Quartel Dia / / 2018 Horário :
Fiscal de quartelque acom-
panhou
Fiscal de quartel que 
acompanhou
138 Análise e gerenciamento de risco
Pátio, águas pluviais e área verde
Estrutura Condição da estrutura Limpeza ou rea-perto realizada?
Algum 
serviço 
a fazer? 
Especi-
ficar
Verificar limpeza e entupimento de todas as 
 bocas-de-lobo 
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Limpar todas as calhas de piso RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO 
Verificar se há águas pluviais sendo direcionadas 
para a rede de esgoto
RUIM MÉDIO BOA SIM NÃO
Fonte: Elaborado pelo autor.
A manutenção preventiva visa manter as condições de operação 
originais de equipamentos e instalações, prevenindo falhas e defeitos 
(dentro do planejamento previamente estabelecido). Ela é muito im-
portante e pode apresentar custos menores do que os da manutenção 
corretiva. Entretanto, mesmo cumprindo programações de substitui-
ção de peças, pode haver verificações insuficientes, falhas antes do pra-
zo previsto e substituições desnecessárias ou excessivas caso haja um 
planejamento inadequado.
A manutenção preventiva também não é opção, e o empregador 
pode precisar comprovar o histórico de manutenções realizadas. 
 Camisassa (2015, p. 340) faz comentários sobre essa manutenção com 
base na versão anterior da NR 18, mas que ainda são válidos:
Programa de Manutenção Preventiva
As empresas usuárias de equipamentos de movimentação e 
transporte de materiais e/ou pessoas deverão elaborar “Progra-
ma de Manutenção Preventiva” com base nas recomendações 
fornecidas pelo locador, importador ou fabricante. Esse pro-
grama deve prever, por exemplo, os itens a serem verificados 
diariamente pelo trabalhador responsável pela operação do 
equipamento, bem como procedimento de verificação, confor-
me determina a redação o item 18.14.7. O Programa de Manu-
tenção Preventiva deve ser mantido junto ao Livro de Inspeção 
do Equipamento.
Por fim, pode-se citar mais uma classificação de manutenção: a 
preditiva. Ela demanda acompanhamento sistemático de peças, equi-
pamentos e instalações. É uma manutenção prospectiva, que visa ao 
monitoramento por meios de sondagens contínuas, detalhadas, com 
instrumental específico e pessoal especializado.
Medidas de controle 139
Figura 9
Exemplo de diligência em manutenção preventiva predial, com uso de câmera térmica para 
verificação de pontos de aquecimento em quadro de distribuição de força (QDF).
Dm
itr
y K
al
in
ov
sk
y/
Sh
ut
te
rs
to
ck
A manutenção preditiva compõe-se de verificações pontuais que vi-
sam prognosticar potenciais distúrbios. Esses distúrbios representam 
despesas adicionais e incidentais de manutenções corretivas. Assim, a 
manutenção preditiva se propõe a detectar falhas ocultas e não per-
ceptíveis antes que gerem reparos dispendiosos. Sua execução deman-
da melhor planejamento e instrumental, mas também oferece maior 
confiabilidade e, usualmente, é a mais econômica (quando comparada 
às manutenções corretiva ou preventiva).
Essa manutenção também tem previsão em algumas NR. Nos comen-
tários à NR 13, Camisassa (2015, p. 364, grifos do original) discorre resu-
midamente sobre a diferença entre manutenção preventiva e preditiva:
A manutenção preventiva, também conhecida como Time Based 
Maintenance (TBM), é realizada a intervalos predefinidos de 
tempo. Essa manutenção tem por objetivo reduzir falhas ou que-
das no desempenho dos equipamentos, mantendo o sistema 
em estado operacional ou disponível por meio da prevenção da 
ocorrência de falhas.
A manutenção preditiva, também conhecida como Condition Based 
Maintenance (CBM), corresponde a um conjunto de atividades perió-
dicas de acompanhamento das condições, variáveis e parâmetros 
dos equipamentos (por exemplo, temperatura, vibração, viscosida-
de do óleo), que indicam sua performance ou desempenho, com o 
objetivo de definir a necessidade ou não de intervenção.
140 Análise e gerenciamento de risco
É possível exemplificar situações que demonstram manutenção 
inadequada: pontos de aquecimento em instalações elétricas, peças 
móveis em contato quando não deveriam estar, ruídos não previstos, 
desgastes e falhas em tranças de cabos, entre outros. Todas essas si-
tuações, quando mal monitoradas e sem intervenção de manutenção, 
conduzem a acidentes. O ideal é que o plano de manutenção seja infor-
matizado por meios de aplicativos e sistemas de registros e controles, 
de modo a reduzir o impacto da sempre presente falha humana.
Imagine determinada instalação que contém equipamentos que não podem sofrer uma variação relevante de 
valores de pressão e temperatura. Qual seria uma técnica de análise de risco apropriada para tal instalação? Prova-
velmente a HAZOP, por trabalhar com desvios em parâmetros planejados. Sendo assim, qual tipo de manutenção 
poderia ser favorecida nessa instalação? Cabe observar que isso não significa dizer que as outras possibilidades de 
manutenção não devam ser executadas.
Uma manutenção preditiva pode ser melhor associada a uma análise HAZOP, por exemplo. A análise HAZOP, como 
estudado, dedica-se à identificação de desvios de parâmetros, como temperaturas maiores, pressões menores 
e misturas insuficientes. A manutenção preditiva tem foco no acompanhamento constante de desempenho de 
equipamentos e instalações. Assim, harmoniza-se a manutenção com a técnica de análise de risco executada, 
favorecendo a segurança.
Estudo de caso
5.5 Investigação de incidentes e acidentes
Vídeo Foram apresentadas diversas medidas de controle, mas, ainda 
assim, um acidente pode ocorrer. É importante frisar que, mesmo que 
ele aconteça, é possível favorecer o conforto e o bem-estar no traba-
lho, além da produtividade. Em outras palavras, podem ser extraídas 
valiosas lições dos erros cometidos. O ideal é não haja acidentes, mas 
sua ocorrência de maneira nenhuma pode ser menosprezada no aper-
feiçoamento da segurança.
Após a ocorrência de um acidente, é fundamental a execução de in-
vestigação. A palavra investigação, usualmente, está relacionada à apu-
ração criminal ou à responsabilização. Entretanto, é necessário destacar 
que ela vai além disso. A investigação, de maneira geral, é um estudo 
sério, formal e detalhado; é uma averiguação que, nesse caso, visa es-
clarecer aspectos, fatos e acontecimentos relacionados a um acidente.
O objeto da investigação de um acidente não é somente o acidente 
em si, mas também o incidente, já que este é o anúncio daquele – sen-
do assim, o acúmulo de incidentes denuncia a proximidade de um aci-
dente. Dessa forma, a investigação de incidentes previne a ocorrência 
Medidas de controle 141
de acidentes. Quando investigado o incidente, permite-se a identifica-
ção da demanda de tratamento de ameaças de perigos. O incidente 
sempre demanda alguma intervenção imediata e, quando ela é negli-
genciada, favorece-se o acidente.
Apesar de não estar diretamente relacionado ao ambiente de trabalho, ilustra-se um exemplo de incidente 
ignorado que levou a uma tragédia. Em determinado condomínio residencial, havia uma quadra poliesportiva. 
Diversos moradores relatavam receber descargas elétricas de menor dimensão (choques elétricos leves) ao prati-
car esportes nessa quadra, especialmente ao se encostar na cerca e nas partes metálicas. Apesar ser um incidente 
característico, não houve intervenção.
Em determinado dia, após ocorrência de chuva, um jovem saudável e descalço, com o corpo suado após jogar 
futebol, recebeu uma forte descarga elétrica ao se encostar em uma parte metálica da quadra. Tragicamente, a 
descarga foi fatal e o jovem veio a falecer. Os relatos dos moradores eram similares: “sempre teve choque, mas 
nunca ninguém se machucou”.
Perceba como a ausência de investigação e a falta de intervenção imediata, mesmo em incidentes, favorece a 
ocorrência de acidentes. Pare e pense: seria esse caso realmente um acidente ou uma tragédia anunciada?
Estudo de caso
Antes de falar em investigação, é necessário falar da obrigatorieda-
de da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). A lei e algumas NR 
exigem a notificaçãode acidente de trabalho à Previdência Social e/ou 
ao Ministério do Trabalho. A Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, bem 
como algumas NR, como a NR 18, preveem a obrigatoriedade de comu-
nicado formal de acidente.
Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deve-
rão comunicar o acidente do trabalho à Previdência 
Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência 
e, em caso de morte, de imediato, à autoridade compe-
tente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo 
e o limite máximo do salário de contribuição, sucessiva-
mente aumentada nas reincidências, aplicada e cobra-
da pela Previdência Social. (BRASIL, 1991, grifos nossos)
NR 18 – Condições de segurança e saúde no trabalho na indústria 
da construção
18.16.23 Em caso de ocorrência de acidente fatal, é obri-
gatória a adoção das seguintes medidas:
a) comunicar de imediato e por escrito ao órgão regio-
nal competente em matéria de segurança e saúde no 
trabalho, que repassará a informação ao sindicato da 
categoria profissional. (BRASIL, 2020, p. 44)
142 Análise e gerenciamento de risco
É importante que o empregador, ao comunicar um acidente de trabalho, 
demonstre que, para aprimorar a segurança e prevenir uma nova ocorrên-
cia do acidente, adotou medidas eficientes após uma investigação apro-
priada. Entretanto, essa não pode ser a motivação principal para conduzir 
a investigação. Se executada adequadamente, a investigação de acidentes 
proporciona robustez à segurança de um sistema de trabalho. Além disso, 
destaca-se que algumas prescrições normativas indicam a obrigatoriedade 
de o empregador conduzir uma investigação de acidentes.
NR 04 – Serviços especializados em engenharia de segurança 
e em medicina do trabalho
4.12 Compete aos profissionais integrantes dos Servi-
ços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho:
[...]
h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) 
todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabele-
cimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença 
ocupacional, descrevendo a história e as características 
do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores am-
bientais, as características do agente e as condições do(s) 
indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou aci-
dentado(s). (BRASIL, 2016, p. 6, grifos nossos)
NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
5.16 A CIPA terá por atribuição:
[...]
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou 
com o empregador, da análise das causas das doenças 
e acidentes de trabalho e propor medidas de solução 
dos problemas identificados. (BRASIL, 2019b, p. 3, grifos 
nossos)
NR 13 – Caldeiras, vasos de pressão, tubulações e tanques 
metálicos de armazenamento
13.3.6.1 A comunicação deve ser encaminhada até o se-
gundo dia útil após a ocorrência e deve conter:
[...]
d) procedimentos de investigação adotados;
13.3.6.2 Na ocorrência de acidentes previstos no su-
bitem 13.3.6, o empregador deve comunicar a repre-
sentação sindical dos trabalhadores predominante do 
estabelecimento para compor uma comissão de in-
vestigação. (BRASIL, 2019c, p. 5, grifos nossos)
Embora não haja um ro-
teiro certo a ser seguido 
ou alguma padronização 
mínima na análise de 
acidentes, o Ministério 
do Trabalho e Emprego 
elaborou o Guia de Análise 
Acidentes de Trabalho. 
Apesar de ter sido criado 
para orientar auditores 
fiscais do trabalho (AFT), 
ele é muito útil a todos os 
profissionais que desejam 
aperfeiçoar o sistema de 
trabalho e produzir um 
ambiente mais seguro 
após um acidente.
BRASIL. Ministério do Trabalho e 
Emprego. Brasília: Ministério do 
Trabalho e Emprego; Secretaria de 
Inspeção do Trabalho; Departamento 
de Segurança e Saúde no Trabalho, 
2010. Disponível em: http://www.
sinaees-sp.org.br/arq/mtegat.pdf. 
Acesso em: 19 maio 2020.
Leitura
Medidas de controle 143
Em caso de agravo crítico e óbitos, investigações iniciais são condu-
zidas por autoridade policial, auditores fiscais do trabalho ou outros 
órgãos governamentais. Por isso, são importantes e obrigatórios a co-
municação e o isolamento imediato do local do acidente.
O modo de conduzir uma investigação não é determinado em lei 
ou normas. Há prescrições gerais, mas não há a determinação de uma 
forma ou método específico, tal como nas análises de risco. Entretan-
to, podemos apontar alguns princípios, diligências e aspectos a serem 
analisados na investigação:
Aguardar investigações 
oficiais.
Reunir evidências no local do 
acidente.
Levantar e selecionar 
adequadamente hipóteses.
Tentar elaborar uma análise 
de tempo sobre os aspectos 
envolvidos no acidente.
Executar a investigação o 
mais rápido e breve possível 
para não perder informações 
e vestígios.
Ouvir pessoas.
Apontar: a ameaça que 
gerou o acidente; as 
pessoas e demais elementos 
vulneráveis à ameaça; 
a forma de surgimento 
da ameaça; a forma de 
propagação da ameaça ante 
a comunidade vulnerável 
identificada; barreiras 
e medidas de controle 
existentes, bem como 
aquelas previstas, mas não 
instaladas; eventuais falhas 
das barreiras e das medidas 
de controle; e, ao máximo 
possível, o impacto e os 
prejuízos do acidente.
Adotar uma ou mais 
abordagens ou técnicas de 
investigação de acidentes.
Levantar e reunir 
documentos, licenças, 
protocolos, prontuários, 
manuais, especificações, 
projetos, vistorias anteriores, 
análises de riscos, memoriais, 
registro de acidentes e banco 
de dados eventualmente 
existentes sobre o 
equipamento ou a instalação 
em que se deu o acidente.
A investigação pode ser conduzida pelo SESMT, apoiada pela 
CIPA, ter participação de representantes de sindicatos e/ou ser con-
duzida por profissional habilitado ou empresa especializada contra-
tada pelo empregador.
Não deve ser produzido, pela investigação de acidente, um docu-
mento a ser arquivado sem ponderações. Ele deve ser, preferencial-
mente, encaminhado ou comunicado em apresentação às partes 
envolvidas. Se possível, os achados devem ser divulgados. Além disso, 
dois tipos de respostas devem ser providenciados: aquelas que res-
144 Análise e gerenciamento de risco
pondem às indagações envolvidas no acidente, e algumas diligências a 
serem implementadas para aperfeiçoar a segurança.
As possibilidades de oportunidades e resultados favorecidas em 
uma investigação são infinitas, mas algumas são as seguintes:
Conhecer o mais próximo 
possível a real dimensão dos 
impactos.
Apontar oportunidades 
de campanhas educativas 
internas ou oficiais para 
redução de acidentes.
Aperfeiçoamento geral 
de conforto, bem-estar, 
segurança e produtividade 
do ambiente de trabalho.
Aprimoramento geral do 
processo de gestão da 
atividade produtiva.
Saber onde aumentar a 
frequência de vistorias ou o 
rigor em inspeções.
Propostas para melhorar 
protocolos, normas e leis.
Oportunidade para melhorar 
projetos executivos e 
respectivas instalações.
Elaboração e revisão de 
recomendações.
Aumento da confiabilidade.
É importante entender que 
investigar significa prevenir aci-
dentes. A investigação de aciden-
tes oportuniza diversas formas 
de medida de controle de risco, 
desde aplicações internas até re-
visões de leis e NR. Cabe ressaltar 
que a investigação não deve ser 
conduzida, inicialmente, para apu-
rar responsabilidades e indicar 
culpados, mas sim para permitir 
transparência no ambiente de tra-
balho e favorecer a confiabilidade 
do sistema de trabalho.
Saiba mais
A cada investigação realizada, quem a conduz ou a proporciona des-
cobre mais oportunidades. Seguem dois exemplos de investigação 
de acidentes disponibilizados pela página da Fundacentro.
O primeiro – denominado Relatório de análise de acidente fatal em tan-
ques de armazenagem de álcool etílico, por Fernando Vieira Sobrinho e 
José Possebon – é mais direto e trata-se de um incêndio em tanque 
de armazenamento de líquido inflamável. O documento ilustra a me-
dição de parâmetros e o levantamento de hipóteses. Além disso, ao 
final, expõe-se uma série de recomendações demedidas de controle.
O segundo – Relatório de análise de acidente fatal em tanques de ar-
mazenagem de álcool etílico, por Albertinho de Carvalho, Mina Kato, 
 Anaide Bomfim, Mariângela Santos e Marco Rego – é mais comple-
xo e ilustra um “acidente contínuo”. Trata-se de uma avaliação de 
agentes carcinogênicos/mutagênicos em ambientes de trabalho, 
com foco na exposição de trabalhadores a agentes cancerígenos e 
irritantes em carvoarias não mecanizadas na Bahia. O documento 
apresenta relevante fundamentação técnica, metodologia aplicada, 
medição de parâmetros, relatório fotográfico, aspectos envolvidos 
no risco e impactos sociais derivados da falta de segurança. Também 
revela que alguns acidentes estão acontecendo sem a devida per-
cepção dos impactos pelos próprios trabalhadores. É uma situação 
mais grave, que gera diversas outras decorrências.
Disponível em: http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/acervodigital/detalhe/2011/4/
relatorio-de-analise-de-acidente-fatal-em-tanques-de-armazenagem-de-alcool-etilico
e http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/acervodigital/detalhe/2017/3/
exposicao-de-trabalhadores-a-agenetes-cancerigenos-e-irritantes-em-carvoarias-nao-mecani-
zadas. Acesso em: 19 maio 2020.
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/acervodigital/detalhe/2011/4/relatorio-de-analise-de-acidente-fatal-em-tanques-de-armazenagem-de-alcool-etilico
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/acervodigital/detalhe/2011/4/relatorio-de-analise-de-acidente-fatal-em-tanques-de-armazenagem-de-alcool-etilico
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/acervodigital/detalhe/2017/3/exposicao-de-trabalhadores-a-agenetes-cancerigenos-e-irritantes-em-carvoarias-nao-mecanizadas
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/acervodigital/detalhe/2017/3/exposicao-de-trabalhadores-a-agenetes-cancerigenos-e-irritantes-em-carvoarias-nao-mecanizadas
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/acervodigital/detalhe/2017/3/exposicao-de-trabalhadores-a-agenetes-cancerigenos-e-irritantes-em-carvoarias-nao-mecanizadas
Medidas de controle 145
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo destinou-se a estudar as medidas de controle de risco, 
em especial quanto às diversas formas de levantar e revisar proteções. 
Como já explicado, não há como propor um material que atinja todas as 
medidas existentes e, por isso, buscou-se abordar formas de fomen-
to às medidas de controle de risco. Frisa-se que o estudo deste capítulo 
não habilita à prática formal da análise e tratamento de risco, mas visa à 
promoção da cultura prevencionista. Por fim, é necessário ter em mente 
que somente a implementação de medidas de segurança não é suficiente, 
pois elas sempre devem ser criticadas e revisadas ao longo do tempo.
ATIVIDADES
1. Em uma reforma de hospital, decidiu-se ampliar um espaço destinado 
às atividades de diagnóstico por imagens (raio X). Sugeriu-se 
desenvolver a ampliação do espaço por meio da equipe própria de 
manutenção predial sem contar com um profissional ou uma empresa 
especializado no assunto. Estime eventuais ações para implementar 
medidas de controle adequadas nessa situação.
2. Sobre o caso da Atividade 1, qual diligência e qual documento são 
potencialmente demandados após o término da obra citada?
3. Explique por que a adoção de equipamento de proteção individual (EPI) 
como medida primária não é uma medida de controle essencialmente 
segura.
REFERÊNCIAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. CB-002 002:140.002-001 referente à NBR 
16.747: Inspeção predial – diretrizes, conceitos terminologia, requisitos e procedimentos. 
Rio de Janeiro: ABNT, 2018a.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6.493: Emprego de cores para 
identificação de tubulações industriais. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7.195: Cores de segurança. Rio de 
Janeiro: ABNT, 2018b.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 3864-1:2013. Símbolos gráficos: 
cores e sinais de segurança. Parte 1: Princípios de design para sinais e marcações de 
segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
AMARAL, A. E. P. do. et al. Recomendação Técnica de Procedimentos: escadas, rampas e 
passarelas. São Paulo: Fundacentro, 2005. Disponível em: http://www.fundacentro.gov.
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ANDRADE, A. L. Falta de manutenção é a principal causa de incêndio nos veículos. ES 
HOJE, Vitória, 24 ago. 2019. Disponível em: http://eshoje.com.br/falta-de-manutencao-e-a-
principal-causa-de-incendio-nos-veiculos/. Acesso em: 19 maio 2020.
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-04-escadas-rampas-e-passarelas
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-04-escadas-rampas-e-passarelas
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/recomendacao-tecnica-de-procedimento/publicacao/detalhe/2012/9/rtp-04-escadas-rampas-e-passarelas
http://eshoje.com.br/falta-de-manutencao-e-a-principal-causa-de-incendio-nos-veiculos/
http://eshoje.com.br/falta-de-manutencao-e-a-principal-causa-de-incendio-nos-veiculos/
146 Análise e gerenciamento de risco
BRASIL. Decreto n. 10.088, de 5 de novembro de 2019. Diário Oficial da União, Poder 
Executivo, Brasília, DF, 6 nov. 2019a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
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BRASIL. Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 
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Gabarito 147
GABARITO 
1 Risco das atividades laborais
1. Um acidente nunca decorre de um único fator. A ausência, a insuficiência ou a 
inadequação de barreiras também motivam acidentes. No exemplo citado, pode-se 
apontar, em uma análise simplificada, os seguintes aspectos de acidente: a ausência 
de equipamento de proteção individual (EPI), a ausência de guarda-corpo ou barreiras 
de proteção no pavimento, a omissão ou falta de atitude do responsável (técnico) 
pela segurança do trabalho, a eventual falta de treinamento ou conscientização do 
trabalhador em questão, a má organização do sistema de trabalho, que permitiu 
que um trabalhador permanecesse sem segurança em local de risco, entre outras 
situações.
2. Não, ela é inadequada. O acidente de trabalho pode afetar pessoas, comunidades e 
sistemas fora do ambiente de trabalho. Possíveis exemplos são: um vazamento de 
gás cloro que dispersa para um bairro próximo; um vazamento de gás liquefeito de 
petróleo (GLP) que dispersa para uma rede de esgoto, acarretando uma explosão; um 
ônibus estacionado que não teve o freio de mão acionado pelo condutor, afetando 
uma residência vizinha. Além da questão espacial, o acidente de trabalho pode afetar 
comunidades em um espaço temporal distante do momento do acidente de trabalho, 
como um vazamento de produto radioativo de uma oficina de aparelhos de raio X 
que gera efeitos e agravos à saúde de pessoas, fauna e flora ao longo de vários anos.
3. Não, ela é inadequada. O risco sempre pode ser tratado e mitigado. Por exemplo, em 
descargas atmosféricas, os efeitos podem ser suavizados por meio da instalação de 
sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, o chamado para-raios. Em locais 
com probabilidade de terremoto, pode-se dimensionar as estruturas (pilares, vigas e 
fundações) para minimizar os efeitos dos deslocamentos indesejados ou estabelecer 
áreas de segurança dentro da edificação. Assim, mesmo que seja um evento da 
natureza, é possível projetar barreiras de proteção.
2 Legislação brasileira de Segurança do Trabalho e EPI
1. O projeto do sistema e organização do trabalho deve ser feito de modo a mitigar riscos. 
Nesse contexto, a implantação de um equipamento de proteção individual (EPI) – no 
caso, o protetor auditivo – deve ser a última medida. Portanto, adotou-se a medida 
errada. Inicialmente, o empregador poderia optar por uma reforma ou adaptação 
do ambiente de trabalho para prevenir o ruído externo de alcançar os ambientes 
internos, como por tratamento acústico ou uso de revestimentos e material de 
acabamento específicos nas paredes. Isso eliminaria do ambiente interno de trabalho 
o agente danoso, ou seja, o ruído. Por fim, o uso de protetores auriculares, além de 
não eliminar o risco, ainda prejudica o sistema de trabalho, impedindo a comunicação 
ordinária entre os empregados.
148 Análise e gerenciamento de risco
2. Os óculos podem ser considerados um equipamento de proteção individual, com 
previsão na NR 04. Entretanto, tal medida é precária, pois atende apenas a um 
empregado. O certo seria, às custas do empregador, a instalação de um equipamento 
de proteção coletiva (EPC), como películas protetoras, persianas ou até mesmo toldos ou 
outras coberturas. Assim, seria garantida a proteção não apenas de um, mas de vários 
empregados, além de não depender da ação voluntária do empregado em usar o EPI.
3. O Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) apresenta as atividades produtivas ou 
comerciais que a empresa planejou exercer. Assim, ele é a base para o planejamento, 
a organização e a elaboração de programas de prevenção e mitigação de riscos. Logo, 
uma empresa que não apresenta em seu CNPJ a programação de uma atividade, 
certamente também não executou uma análise de risco eficiente. Mesmo que, na 
situação citada, o empregado possa ter agido com alguma imprudência ou imperícia, 
cabe à empresa a seleção e o treinamento dos trabalhadores. Entretanto, como o 
empregador poderia realizar uma seleção e capacitação de qualidade se tal atividade 
inicialmente nem era prevista como seu nicho comercial? Frisa-se que ele é responsável 
integralmente por todas as atividades ocorridas em seu domínio comercial, inclusive o 
caso apresentado. Por fim, se essa atividade não está prevista em seu contrato social 
ou CNPJ, o empregador não pode executá-la.
3 CIPA
1. Cabe responder a tal questionamento considerando a norma, e não um pensamento 
livre com base no que uma pessoa julga ser adequado ou não, visto que a norma é 
a base de qualquer análise de risco. A NR 05 relata que as seguintes organizações 
devem constituir a CIPA e mantê-la em funcionamento regular: empresas privadas 
ou públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e 
indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas e outras 
instituições que admitam trabalhadores como empregados. Sendo assim, a CIPA 
deve ser constituída para todo os estabelecimentos, com ou sem fins lucrativos, que 
possuem empregados sob o regime da CLT. Portanto, tal argumentação apresentada 
na atividade, da forma que foi feita, não é válida.
2. Para consultar o quadro da NR 05, que informa o número de membros, é necessário saber a 
atividade produtiva/econômica desenvolvida no local e o número de empregados. É importante 
lembrar dos postos que não estão na tabela: presidente, vice-presidente e secretário.
Conforme informado na atividade, trata-se de um supermercado atacadista (CNAE 
46.39-7/01). Observando o Quadro II da NR 05, relativo ao agrupamento de setores 
pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) para dimensionamento 
da CIPA, percebe-se que ela se enquadra na categoria C-20. A figura a seguir apresenta 
uma parte do Quadro I da NR 05 com destaque para a C-20 e a quantidade de 
funcionários entre 101 e 120.
Gabarito 149
Tabela 1
Enquadramento do exemplo de 115 trabalhadores no Quadro I da NR 05 - Dimensionamento de CIPA
C - 19 
Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
C - 20
Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1
C - 21
Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C - 22
Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2
N° de 
Empre-
gados no 
estabele-
cimento 
N° de 
membros 
da CIPA
0
a
19
20
a
29
30
a
50
51
a
80
81
a 
100
101 
a 
120
121
a
140 
141 
a 
300
301 
a 
500
501
a 
1000
1001 
a 
2500
2501 
a 
5000
5001
a 
10.000
Acima 
de 
10.000 
para 
cada 
grupo 
de 
2.500 
acres-
centar
Fonte: Adaptada de Brasil, 2019a, p. 8.Portanto, conforme dados do supermercado, o dimensionamento da CIPA fica: três 
membros efetivos e três suplentes para cada representação (dos empregados e do 
empregador). Assim, são seis membros da representação dos empregados e seis 
membros da representação do empregador, totalizando incialmente 12 pessoas. 
Um dos titulares indicado pelo empregador será o presidente, um dos efetivos eleito 
pelos empregados será o vice-presidente. Além disso, deve haver um secretário e um 
substituto do secretário, que podem ser membros ou não da CIPA. Caso o secretário e 
respectivo substituto sejam membros da CIPA, ela permanece com 12 membros. Caso 
esses não sejam membros, ela ficaria com 14, por contar com duas pessoas externas 
à CIPA na função de secretário.
150 Análise e gerenciamento de risco
3. A questão é igualmente resolvida por consulta aos quadros da NR 05, com uso dos 
dados sobre a atividade produtiva/econômica desenvolvida no local e o número de 
empregados. Como o estabelecimento se enquadra na categoria C-20, cruza-se essa 
informação com o número de funcionários (25), como mostra a figura a seguir.
Tabela 2
Enquadramento do exemplo de 25 trabalhadores no Quadro I da NR 05 - Dimensionamento de CIPA
C - 19 
Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1
C - 20
Efetivos 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2
Suplentes 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1
C - 21
Efetivos 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1
Suplentes 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1
C - 22
Efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2
Suplentes 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2
N° de 
Empre-
gados no 
estabele-
cimento 
N° de 
membros 
da CIPA
0
a
19
20
a
29
30
a
50
51
a
80
81
a 
100
101 
a 
120
121
a
140 
141 
a 
300
301 
a 
500
501
a 
1000
1001 
a 
2500
2501 
a 
5000
5001
a 
10.000
Acima 
de 
10.000 
para 
cada 
grupo 
de 
2.500 
acres-
centar
Fonte: Adaptada de Brasil, 2019a, p. 8.
Para essas duas novas filiais, o cruzamento de dados cai em um campo em branco, 
indicando que não há previsão normativa do número de efetivos e suplentes para os 
estabelecimentos em questão. Tal situação está prevista no item 5.6.4 da NR 05, como 
visto neste capítulo.
Assim, a CIPA será desenvolvida por um responsável designado em cada 
estabelecimento. É importante frisar que cada estabelecimento deve ter um 
designado da CIPA, não podendo o responsável ser compartilhado por diferentes 
Gabarito 151
estabelecimentos ou estar locado em posto de trabalho fora do estabelecimento em 
questão.
4. Com a nova empresa contratada sendo adicionada no quadro de trabalhadores do 
supermercado atacadista, haverá a atuação de duas CIPAs nesse estabelecimento, 
uma para os empregados do atacadista e outra para os trabalhadores de conservação 
e limpeza. 
Já se tem o dimensionamento da CIPA do atacadista; passa-se então ao 
dimensionamento da CIPA da empresa prestadora de serviços. Esta possui seis 
trabalhadores, porém, o Quadro I da NR 05 somente prescreve uma quantidade 
de membros efetivos e suplentes de CIPA para estabelecimentos com mais de 
20 empregados. Desse modo, a CIPA dessa empresa prestadora de serviço será 
desempenhada por um responsável designado, podendo ser, nesse caso, o próprio 
encarregado local, por exemplo. Segue uma ilustração para melhor entender a 
situação.
Figura 1
Dimensionamento da CIPA em um estabelecimento com uma empresa contratada prestadora 
de serviços
EMPREGADOR:
Supermercado atacadista
Ambas as CIPAs atuam no 
estabelecimento supermercado atacadista
EMPREGADOR:
Contratada da limpeza
CIPA 1 
12 MEMBROS
CIPA 2
DESIGNADO
Fonte: Adaptada de Camisassa, 2015, p. 148.
5. Inicialmente, os membros da CIPA podem elaborar um planejamento e um 
cronograma de ações envolvendo, por exemplo, vistorias, inspeções e análise 
de documentos. A vistoria e as inspeções serviriam para identificar riscos, como má 
postura de operadores, cadeiras quebradas, excesso ou insuficiência de iluminação, 
quantidade insuficiente de banheiros ou de bebedouros, equipamentos de informática 
inadequados, entre outros riscos. Assim, pode-se fazer um diagnóstico prévio de 
demandas de segurança e saúde desse ambiente de trabalho.
Vencidas as vistorias, a CIPA pode demandar ao SESMT informações dos últimos 
acidentes registrados. Além disso, em um questionário informal, pode levantar junto 
aos operadores, com participação voluntária, as principais reclamações de saúde e 
percepções de desconforto, bem como verificar os motivos de saúde que os afastaram 
do trabalho. Com base nisso, a CIPA pode apontar as principais ameaças e recorrência 
de doenças no local. A partir desses levantamentos, ela pode demandar ao SESMT 
ações preventivas e de tratamento dos riscos. 
152 Análise e gerenciamento de risco
Por fim, é muito importante frisar que é obrigação, dever e responsabilidade do 
empregador identificar, mitigar e planejar tratamento dos riscos de um ambiente 
de trabalho. A CIPA é um programa que fomenta a participação do empregado para 
colaborar com a construção de um sistema seguro e saudável de trabalho, mas de 
maneira nenhuma deixa de ser responsabilidade do empregador a Segurança do 
Trabalho na ação ou omissão da CIPA.
4 Análise de risco
1. É muito importante lembrar que a CIPA é formada por trabalhadores ordinários da 
empresa empregadora. Ela é uma comissão não profissional de Segurança do Trabalho 
e, por isso, deve participar e colaborar em análises de risco, mas não as conduzir ou 
ser a responsável. O empregador pode optar que o SESMT conduza análises de riscos 
de maneira formal e oficial ou contratar um profissional ou empresa especializada na 
execução de análises de risco.
2. O empregador deve oportunizar que a análise de risco envolva desde a concepção da 
atividade até seu encerramento, ou desmontagem. Assim, como relatado, percebe-se 
que a análise englobou apenas o “antes” e o “durante”. Certamente, a falta de 
especificações e de avaliação de risco para o processo de desmontagem do aparato de 
limpeza de fachadas deixou de prevenir algum risco e teve alguma contribuição para a 
ocorrência do acidente. Por vezes, a simples execução de um checklist do processo de 
desmontagem pode prevenir acidentes graves.
3. A técnica indicada para categorizar riscos nesse caso é o FMEA. Essa técnica trabalha a 
severidade, a detecção e a taxa de ocorrência de riscos, com atribuição de valores para 
cada fator do risco. Assim, pode-se, por uma simples multiplicação, apontar quais são 
os riscos mais críticos para a atividade desenvolvida, permitindo uma hierarquização 
do tratamento dos riscos.
5 Medidas de controle
1. Atividades com raio X apresentam riscos para trabalhadores e ocupantes quando há 
exposição constante e sem proteção. Qualquer modificação em um espaço como esse 
necessita ser bem estudada, pois a exposição frequente à radiação pode trazer riscos 
para pessoas sem proteção.
O ambiente em que se faz as imagens deve oferecer proteção a quem não usa ou não 
está ciente dos riscos da atividade. Para oferecer uma proteção radiológica adequada, 
deve-se buscar a legislação e normalização técnica específica sobre o assunto, bem 
como verificar se as condições previstas nas licenças de funcionamento (alvará) e 
sanitária permanecerão atendidas.
A obra deve contar com um responsável técnico de engenharia ou arquitetura, 
com emissão de um documento de responsabilidade técnica, além de haver um 
projeto formal. Algumas diligências devem ser obrigatoriamente realizadas: atender 
às distâncias mínimas entre espaços previstas em normas; fazer levantamento 
radiométrico dos aparelhos; revisar a sinalização de segurança existente e a instalar; 
usar chumbo e argamassa baritada nas paredes para blindagem adequada (em 
espessura prevista no projeto formal); dimensionar e elaborar laudo de radioproteção 
assinado por físico especialista, entre outros.
Gabarito 153
2. Após dimensionamento, projeto e execução da obra, nesse caso, torna-se fundamental 
o ateste das medidas de proteção existentes. Por isso, no mínimo umfísico deve 
realizar uma vistoria, com realizações de medições e emissão de parecer técnico que 
ateste a condição segura das instalações.
3. Adotar EPI como medida primária de proteção significa atestar que nem o perigo 
foi eliminado e nem a exposição de uma determinada população foi mitigada. É um 
atestado de que não foi possível tornar o ambiente de trabalho seguro e saudável. 
Dessa forma, decide-se expor o trabalhador a um ambiente inseguro e obrigá-lo a se 
proteger individualmente.
Além disso, o EPI protege o trabalhador se, e somente se, ele assumir a conduta de 
 usá-lo da maneira correta. Caso o trabalhador adote algum procedimento inadequado 
de uso de EPI ou o EPI seja ou esteja inadequado, ele estará em pleno risco por estar 
inserido em um ambiente inseguro. A adoção preferencial de segurança sempre 
será deixar o ambiente seguro ou impedir o trabalhador de estar em um ambiente 
inseguro.
e Gerenciamento
Riscode Riscode
Análise
Rodrigo Almeida Freitas
A
n
á
l
is
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 e
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e
r
e
n
c
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m
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o
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m
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 F
r
e
it
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s
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ISBN 978-85-387-6624-7
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