Buscar

AULA 03 - TGD 2023

Prévia do material em texto

Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
1 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
Ocorrerá o concurso aparente de normas ou o conflito aparente de normas 
quando aparecer duas ou mais normas sobre o mesmo fato. 
Para solucionar este conflito utilizaremos 4 princípios: 
1. Princípio da especialidade: determina que a lei geral deve ser deslocada 
para que a lei especial possa ser aplicada, pois o tipo especial contém 
integralmente o tipo geral com elementos especializantes. Lei de drogas, Lei dos 
Crimes Hediondos etc. 
2. Princípio da subsidiariedade: uma lei é subsidiária e a outra (principal) 
quando ambas criminalizam o mesmo fato, sendo que cada uma refere-se a 
menor ou maior gravidade. A subsidiariedade pode ser expressa ou tácita. A 
subsidiariedade é explicita, quando descreve que a aplicação da lei menos grave 
não pode ocorrer quando presente a mais grave. A segunda ocorre quando um 
crime de maior gravidade transpõe um crime de menor gravidade. 
O crime de furto é subsidiário ao crime de roubo, comprovado o fato principal, 
afasta se o subsidiário, conforme dito, comprovado o roubo, afasta se o furto. No 
art. 132, caput, do Código Penal já é mais claro, expresso” expor a vida ou a 
saúde de outrem a perigo direto e iminente: pena - detenção, de três meses a 
um ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
3. Princípio da alternatividade: é aplicado aos crimes de ação múltipla, em 
tipos penais que apresentam vários verbos nucleares, configurando uma única 
infração penal. Como por exemplo, o agente que na mesma circunstância 
transporta, prepara, guarda e vende droga, responderá somente pelo crime de 
tráfico de drogas 
4. Princípio da consunção ou da absorção: o crime prescrito em uma lei é 
uma etapa de realização de um crime previsto em outra norma. Fala-se nesse 
princípio nos seguintes casos: Crime maior absorve o menor. 
- Crime progressivo: o agente comete um crime menos grave para chegar ao 
crime mais grave, por exemplo o homicídio, em que o agente passa pela lesão 
corporal para assassinar alguém, o crime progressivo é aquele realizado 
mediante um único ato ou atos que compõem único contexto. 
- Progressão criminosa: o agente deseja executar uma conduta menos grave 
e após efetuá-la, passa a desejar uma conduta mais grave e a concretiza. O 
agente inicialmente pretende somente causar lesões na vítima, porém, após 
consumar a lesão, decide também causar-lhe a morte. Somente incidirá a norma 
referente ao crime de homicídio, artigo 121 do Código Penal. 
A progressão criminosa é aquela realizada mediante dois atos, dois 
movimentos, ou seja, quando o agente inicia um comportamento que configura 
um crime menos grave, porém, ainda dentro do mesmo “iter criminis”, resolve 
praticar uma infração mais grave. 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
2 
 
- Fato anterior impunível: são os fatos antecedentes a conduta grave que 
funcionam como meio para que a última seja realizada, na violação de domicílio 
para praticar o furto o agente responderá somente pelo crime de furto. 
 
DO CRIME 
 
Requisitos genéricos para se falar em crime: antijuridicidade e tipicidade 
 
Fato típico: 1) Conduta - ação ou omissão. 
 2) Resultado 
 3) Relação de causalidade 
 4) Tipicidade 
 
 
Relação de causalidade 
 
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é 
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão 
sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
No art. 13 caput, teremos a teoria da equivalência dos antecedentes ou teoria 
“conditio sine qua non”, a qual não ocorreria o crime sem esta condição, 
teremos então uma relação de causalidade da conduta do agente e o resultado 
dela decorrente (causa + efeito). 
 
Para que o agente seja punido pelo crime, este deve ter agido com dolo ou culpa 
para a obtenção do resultado. 
 
NEXO CAUSAL 
 É a ligação existente entre a conduta do agente e o resultado que essa conduta 
produziu. Trata-se de uma relação, um vínculo entre o fato e sua consequência. 
CONCAUSAS 
O resultado, muitas vezes, é feito de vários comportamentos e vários fatores, 
entre esses a conduta do agente aparece como seu principal (mas não único) 
elemento que vai desencadear o resultado. 
CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES 
Preexistente, concomitante e superveniente. 
Concausas Absolutamente independente preexistente: 
 
João às 20 horas, insidiosamente, serve veneno para Maria. Uma hora depois, 
quando o veneno começa a fazer efeito, Pedro, inimigo de Maria, aparece e lhe 
dá um tiro e Maria morre no dia seguinte. 
Causa efetiva da morte: Veneno. 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
3 
 
Causa concorrente da morte: Disparo. 
João responde por homicídio doloso e Pedro por homicídio tentado, porque a 
causa efetiva da morte de Maria foi o veneno e não o tiro. 
 
Concausas Absolutamente independente concomitante: 
 
Ao mesmo tempo que João dava veneno para Maria, Pedro atirou nela. Maria 
morreu. 
Causa efetiva da morte: Disparo de arma de fogo. 
Causa concorrente da morte: Envenenamento. 
Pedro responde por homicídio doloso e João por homicídio tentado. 
 
Concausas Absolutamente independente superveniente: 
 
João ministrou veneno para Maria, antes do veneno começar a fazer efeito, 
Maria, sofreu um acidente de carro que pegou fogo e ela morreu. 
Causa efetiva da morte: carbonizado 
Causa concorrente da morte: Envenenamento. 
João responderá por homicídio tentado. 
 
 
CONCAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES 
Preexistente, concomitante e superveniente. 
Concausas Relativamente independentes preexistente: 
 
André, portador de hemofilia é vítima de um golpe de faca executado por Pedro. 
O ataque para matar produziu uma lesão leve, mas em razão da doença 
preexistente acabou sendo suficiente para matar a vítima. 
Causa efetiva morte: Hemofilia. 
Causa concorrente morte: A facada. 
Pedro responderá por homicídio consumado, com base no art. 13, caput 
do Código Penal. O dolo era de matar “animus necandi”, por isso não há que se 
falar em lesão corporal. 
 
Concausas Relativamente independentes concomitante: 
 
João dispara em direção de Maria, esta, ao perceber a ação do agente tem um 
colapso cardíaco e morre. 
Causa efetiva da morte: Colapso cardíaco. 
Causa concorrente da morte: O disparo. 
João vai responder por homicídio consumado, pois se João não tivesse 
disparado em direção a Maria ela não teria morrido. 
 
Concausas Relativamente independentes superveniente: 
 
João atirou em Maria, ela é socorrida e levada para o hospital, mas morre em 
função de erro médico (ou uma infecção hospitalar). 
Causa efetiva da morte: Erro médico (ou uma infecção hospitalar). 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
4 
 
Causa concorrente da morte: Disparo de arma de fogo. 
O erro médico (ou uma infecção hospitalar) é um desdobramento previsível, 
mesmo que não tenha sido imaginado pelo agente. 
João deverá responder por homicídio doloso. 
O médico deverá responder por homicídio culposo (erro médico). 
 
 
Relação de causalidade 
 
Superveniência de causa independente 
 
§ 1º. A superveniência de causa relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, 
entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
 
Teremos uma conduta do agente, mas também existirá outra causa qualquer, 
neste caso a relação de causalidade e efeito está interrompida pela causa 
posterior, então o réu responderá somente pelos seus atos praticados até o 
momento. 
Ex.: Antônio atirou em Maria, os vizinhos a levam ao hospital, onde foi 
imediatamente socorrida. Dias depois, no hospital houve um incêndio de grande 
monta. Maria veio a falecer em razão do incêndio, ela morreu carbonizada. 
 
Antônio que atirou em Maria responderá por tentativa de homicídio, pois o motivo 
da morte de Maria foi o incêndio no hospital e não o tiro. 
 
Relevância da omissão 
 
§ 2º. A omissão é penalmente relevantequando o omitente devia e podia 
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
 
A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para 
evitar o resultado, o omitente deixa de fazer, ele deveria ou poderia ter feito algo 
para evitar o resultado. 
 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
Aqueles que têm o dever legal de cuidado, proteção ou vigilância. 
Ex: os pais têm o dever de cuidar dos filhos, alimentá-los, educá-los etc... 
 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
Aquele que de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado, 
o dever neste caso não resulta de lei, mas sim da situação real. 
Ex. enfermeiras, babás, salva-vidas o garantidor. 
 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do 
resultado. 
Aquele que com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do 
resultado, neste caso, o criador do risco tem a obrigação de agir e evitar o 
resultado. 
 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
5 
 
Ex. Antônio nadador profissional, para fazer uma brincadeira, atirou ao mar o 
amigo Pedro que não sabe nadar, Antônio tem a obrigação, o dever legal de 
salvar Pedro. 
 
Art. 14. Diz-se o crime: 
 
Crime consumado 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua 
definição legal; 
 
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com 
a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois 
terços. 
 
 
Consumação: quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição 
legal: cogitação, preparação, execução e consumação. 
 
“iter criminis"- trajetória – caminho do crime. 
- Cogitação - não se pune. 
- Atos preparatórios - não se pune. 
- Execução - interrompida nessa fase, pune-se a tentativa. 
- Consumação. 
 
 
Tentativa: quando iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias 
alheias à vontade do agente. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa 
com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços 
- art. 14, II e parágrafo único do Código Penal. 
 
Só existe tentativa em crimes dolosos (dolo = intenção), não se admite tentativa 
nos crimes culposos (culpa = previsão), também nos crimes preterdolosos (dolo 
no antecedente culpa no consequente), nos omissivos próprios (omissão de 
socorro), contravenções penais (jogo de bicho), mera conduta (ultrage ao pudor 
público), habituais (curandeirismo) e nos unissubsistentes (injuria, desacato). 
 
A pena prevista para a tentativa é a mesma do crime consumado, mas será 
reduzido de um a dois terços. A redução será de acordo com a maior ou menor 
proximidade da consumação do crime. Quanto mais próxima a consumação do 
crime menor será a redução. 
 
 
 
 
 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
6 
 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz 
 
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução 
ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados. 
 
Desistência voluntária, o agente inicia a execução do crime e, por ato voluntário, 
desiste da consumação. 
 
No arrependimento eficaz, o agente inicia a execução, mas antes da 
consumação arrepende-se, e evita que o resultado ocorra. 
 
O agente que desiste ou se arrepende, responderá somente pelos atos já 
praticados. 
 
Eu somente posso desistir daquilo que eu ainda não fiz, e me arrepender daquilo 
que eu já fiz. 
 
 
Arrependimento posterior 
 
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
reparado o dano ou restituída à coisa, até o recebimento da denúncia ou 
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois 
terços. 
 
O arrependimento posterior ocorrerá nos crimes cometidos sem violência ou 
grave ameaça à pessoa, e o agente reparar o dano ou restituir a coisa até o 
recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário, teremos uma causa 
obrigatória de redução de pena. Se a reparação do dano ou a restituição da coisa 
for posterior ao recebimento da denúncia ou da queixa, teremos uma atenuante 
genérica na fixação da pena. 
 
 
Crime impossível 
 
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio 
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o 
crime. 
 
Ocorrerá o crime impossível quando a conduta do agente jamais levaria a 
consumação do crime, seja pela ineficácia absoluta do meio (matar alguém com 
adoçante) ou por absoluta impropriedade do objeto (matar quem já está morto), 
nestes casos não se fala em tentativa do crime. 
 
 
 
 
 
 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
7 
 
Art. 18. Diz-se o crime: 
 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-
lo; 
 
Crime culposo 
II – culposo quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser 
punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
 
DOLO: consiste no propósito de praticar o fato descrito na lei penal. 
Crimes dolosos são crimes intencionais. 
Podermos utilizar como palavra-chave INTENÇÃO. 
 
 
Espécies de Dolo: 
 
Dolo direto ou determinado: aquele em que o agente quer o resultado, dolo 
comum. 
 
Dolo indireto ou indeterminado: aquele em que a vontade do agente não é 
exatamente definida. Subdivide-se em dolo alternativo e dolo eventual. 
 
CULPA: consiste na prática não intencional do delito, faltando, porém o agente 
a um dever de atenção e cuidado, a previsibilidade subjetiva é a essência da 
culpa. 
Podemos utilizar como palavra-chave PREVISÃO. 
 
Espécies de Culpa: 
 
Culpa inconsciente: é a culpa comum, nas modalidades de negligência, 
imprudência e imperícia. O fato era previsível, mas o agente não prevê, por falta 
da atenção devida. 
 
Culpa consciente: é uma forma excepcional de culpa, em que o agente prevê 
o resultado, mas acredita que o mesmo não ocorrerá, por confiar erradamente 
na sua capacidade ou nas circunstâncias. 
 
A culpa consciente distingue-se do dolo eventual. 
No dolo eventual o agente aceita ou tolera o resultado. 
Na culpa consciente, ao contrário, o agente não aceita de forma alguma o 
resultado, certo de poder evitá-lo, embora este seja previsível. 
 
 
Modalidades da Culpa: 
 
Negligência: falta de atenção devida - displicência, relaxamento. 
Imprudência: conduta precipitada, afoita - criação desnecessária de um perigo. 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
8 
 
Imperícia: falta de habilidade técnica para certas atividades. 
A essência da culpa está na previsibilidade subjetiva. 
Se o agente não podia prever as consequências de sua ação, não há que se 
falar em culpa. 
 
Agravação pelo resultado 
 
Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o 
agente que o houver causado ao menos culposamente. 
 
Crime qualificado pelo resultado, o crime preterdoloso há dolo no antecedente e 
culpa no consequente. O agente tem sua intenção voltada para a produção de 
determinado resultado, mas por culpa acaba ocasionando outro, mais grave o 
exemplo mais comum é o crime de lesão corporal seguida de morte, artigo 129, 
§ 3º do Código Penal. 
 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
9 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
01. Constitui causa de diminuição de pena prevista na Parte Geral do 
Código Penal: 
a) o crime impossível. 
b) o arrependimento posterior. 
c) a desistência voluntária 
d) o arrependimento eficaz. 
 
02. Normas penais em branco são: 
a) normas de conteúdo incompleto, as quais exigem complementação por outra 
norma jurídica, a fim de serem aplicadas ao fato; 
b) normas de conteúdo abstrato independem de complementação jurídica 
c) normas de conteúdo vago, cujos preceitos devem ser analisados de forma 
restrita, com intuito deevitar interpretação analógica; 
d) normas de conteúdo incerto, pelas quais o juiz deve analisá-las de acordo com 
o critério de maior benignidade para o réu. 
 
03. “A”, na véspera de seu aniversário de 18 anos, atira em “B”. Este morre 
um mês depois no Hospital das Clínicas: 
a) “A” é penalmente inimputável ficando sujeito às normas estabelecidas na 
legislação especial; 
b) “A” é penalmente imputável pois que era maior no momento do resultado da 
sua ação; 
c) “A” é responsável pelos ferimentos que provocou em “B”, mas não pela sua 
morte; 
d) “A” praticou contra “B” tentativa de homicídio. 
 
04. Os crimes omissivos impróprios são: 
a) de conduta mista. 
b) comissivos por omissão. 
c) comissivos propriamente ditos. 
d) puramente omissivos. 
 
05. O Código Penal, em relação à aplicação da Lei Penal no tempo, 
determina a: 
a) retroatividade da lei posterior mais benigna desde que o fato ainda não tenha 
transitado em julgado. 
b) retroatividade irrestrita da lei posterior mais benigna. 
c) retroatividade irrestrita apenas no caso de Abolitio Criminis. 
d) irretroatividade para os fatos já transitados em julgado. 
 
06. Para a configuração do crime culposo, além da tipicidade, torna-se 
necessária a prática de conduta com: 
a) observância de dever de cuidado que cause um resultado não desejado e 
imprevisível. 
b) inobservância do dever de cuidado que cause um resultado não desejado e 
imprevisível. 
c) inobservância do dever de cuidado que cause um resultado cujo risco foi 
assumido pelo agente. 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
10 
 
d) inobservância do dever de cuidado que cause um resultado não desejado, 
mas previsível. 
 
07. Na culpa consciente, o agente: 
a) prevê o resultado e, conscientemente, assume o risco de produzi-lo. 
b) prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que ele não ocorra. 
c) não quer o resultado, mas, com sua conduta, assume o risco de produzi-lo. 
d) não tem a previsão quanto ao resultado, mas, conscientemente, considera-o 
previsível. 
 
08. Se diante de um determinado fato delitivo, verificar-se que há dolo na 
conduta inicial e culpa no resultado, pode-se dizer que se configurou um 
crime: 
a) preterdoloso; 
b) doloso puro; 
c) doloso misto; 
d) culposo misto. 
 
09. São crimes que admite tentativa, os: 
a) dolosos. 
b) culposos. 
c) preterdolosos. 
d) habituais. 
 
10. Um médico, recebendo orientação de uma organização internacional, 
aplica, para fim científico, certa substância química que talvez possa 
causar a morte do paciente, e o resultado letal vem realmente a ocorrer. 
Neste caso, o médico: 
a) pratica o crime de homicídio doloso (dolo eventual); 
b) pratica o fato em estrita obediência à ordem hierarquicamente superior. Só é 
punido, pois, o autor da ordem; 
c) pratica o crime de homicídio culposo; 
d) não cometeu crime, pois praticou o fato no exercício regular de um direito. 
 
11. Ana, com a intenção de sequestrar o filho de seu patrão para obter 
vantagem monetária como preço do resgate, compra cordas, furta um carro 
e arruma o local que serviria como cativeiro. Dois dias antes de efetivar seu 
intento, seus planos são descobertos. Diante destes fatos, Ana. 
a) não responderá por qualquer crime. 
b) responderá apenas por furto consumado. 
c) responderá apenas por tentativas de extorsão mediante sequestro e tentativa 
de furto. 
d) responderá por furto e extorsão mediante sequestro consumado. 
 
12. “A” e “B”, sem que um soubesse da intenção do outro, atiram em “C” 
e o resultado é fatal. Provou-se depois que só a bala de “A” atingiu o 
coração de “C”. A bala de “B” atingiu a vítima quando já estava morta. 
a) “B” concorreu para o crime, portanto incide nas penas a este cominadas; 
b) “B” praticou um crime impossível; 
Resumo – TGD – Prof. Lilian Barçalobre 
 
11 
 
c) “B” teve ação de menor importância, portanto a pena pode ser diminuída de 
um sexto para um terço; 
d) “B” praticou o crime de tentativa de homicídio. 
 
13. João atira visando matar José, que já estava morto, em razão de ataque 
cardíaco. É correto afirmar que esta situação: 
a) configura crime impossível. 
b) diz respeito a crime de homicídio tentado. 
c) configura o que se denomina de "crime de ensaio". 
d) é a chamada "tentativa branca". 
 
14. Sujeito ativo de um crime poderá beneficiar-se com o instituto do 
arrependimento posterior, desde que repare o dano ou restitua a coisa: 
a) até a da sentença e o crime tenha sido cometido sem violência ou grave 
ameaça. 
b) até o recebimento da denúncia e o crime tenha sido cometido sem violência 
ou grave ameaça. 
c) a qualquer tempo, por uma questão de Política Criminal. 
d) até o oferecimento da denúncia e o crime tenha sido cometido sem violência 
ou grave ameaça. 
 
15. Isolda confessou a seu namorado Tristão estar grávida. Tristão 
extremamente irritado com a notícia passou a agredir Isolda, provocando-
lhe vários hematomas. Vendo sua namorada desfalecida, Tristão 
imediatamente levou-a ao Pronto Socorro, onde os médicos constataram 
não ter ocorrido gravidez. Diante dos fatos narrados, Tristão: 
a) poderá ser beneficiado pelo arrependimento posterior, uma vez que socorreu 
a vítima imediatamente. 
b) poderá ser beneficiado pelo arrependimento eficaz, uma vez que socorreu a 
vítima imediatamente. 
c) responderá pelo crime de lesões corporais e poderá ser beneficiado por uma 
circunstância atenuante, uma vez que socorreu a vítima procurando minorar as 
consequências de seus atos. 
d) responderá apenas por tentativa de homicídio uma vez que o crime de aborto 
não se tipificou por absoluta impropriedade do objeto.

Continue navegando