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www.esab.edu.br
Computadores,
Sociedade e Ética
Computadores, 
Sociedade e Ética
Vila Velha (ES)
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840
Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Apresentação
Caro estudante,
Seja bem-vindo! Certamente, você tem computador ou acesso a um. E provavel-
mente, ele facilita muito a sua vida, seja pra falar com seus amigos, pra ler uma 
notícia, pra baixar uma música, fazer um trabalho ou outras coisas mais “sérias”. 
Ele está em todo lugar, às vezes no seu bolso, como parte do seu cotidiano e das 
suas relações pessoais e profissionais.
Esta máquina revolucionou a vida em sociedade e trouxe um novo paradigma para 
a existência humana: a tecnologia da informação. E como disse brilhantemente Ni-
cholas Negroponte, “computação não se relaciona mais a computadores. Relaciona-
-se a viver”.
Estudaremos, então, essa nova forma de viver em comunidade, essa nova cultura 
que se estabeleceu na modernidade e determinou um novo comportamento de 
cada ser humano nela inserido. Para nos ajudar neste estudo, apresentaremos 
nossa análise embasada nas seguintes obras: Castells (2003), Lévy (2000), Masiero 
(2001), Olivo (1999) e Sá (2001).
Objetivo
Primeiramente, nosso objetivo é conhecer a história da computação e da 
tecnologia para que possamos entender as diversas aplicações da máquina 
que revolucionou o contexto econômico e social do mundo. Após, pretendemos 
examinar as questões que envolvem o cientista da computação, como o mercado 
de trabalho, a ética profissional e as doenças relativas a este trabalhador. Por 
último, visamos facilitar seu conhecimento acerca dos problemas, éticos e técnicos, 
que cercam os sistemas de informação, bem como as soluções trazidas pela política 
nacional e pela legislação brasileira para enfrentar tais “incidentes”. Desta forma, 
pretende-se uma formação teoria e humanística para que você possa exercer 
seu ofício de forma plena e satisfatória. 
Habilidades e competências
• Conhecer a história da computação e da tecnologia, suas aplicações e previsão de
evolução de maneira que facilite a percepção do poder instrumental das relações
virtuais.
• Compreender a importância social e cultural do ciberespaço, a fim de fomentar
uma conscientização crítica da realidade contemporânea.
• Analisar o cientista da computação enquanto profissional e os princípios
que regem o exercício de sua função de forma a proporcionar uma formação
humanística.
• Conhecer as principais legislações brasileiras que regem a tecnologia e a segurança
da informação.
Ementa
História da tecnologia da informação. Aplicações do Computador e previsões de sua 
evolução. O cientista da computação e o mercado de trabalho. Ética profissional. 
Política nacional de Informática e questões legais. Ética, comportamento e 
sociedade.
Sumário
1. HISTÓRIA DA COMPUTAÇÃO E DA TECNOLOGIA SUBJACENTE ............................................7
2. APLICAÇÕES DO COMPUTADOR: UMA NOVA RELAÇÃO COM O SABER. .............................11
3. PREVISÃO DE EVOLUÇÃO DOS COMPUTADORES ..............................................................15
4. OS IMPACTOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO COMPORTAMENTO DO INDIVÍDUO E DA
SOCIEDADE ....................................................................................................................19
5. NOVOS COSTUMES E UMA NOVA ESTRUTURA: A CIBERCULTURA.....................................23
6. O CIENTISTA DA COMPUTAÇÃO COMO PROFISSIONAL .....................................................27
7. FORMAÇÃO HUMANÍSTICA: ÉTICA OU MORAL? ..............................................................28
8. ÉTICA PROFISSIONAL .....................................................................................................32
9. O MERCADO DE TRABALHO DOS EGRESSOS ....................................................................36
10. DOENÇAS PROFISSIONAIS ..............................................................................................39
11. POLÍTICA NACIONAL DE INFORMÁTICA: HISTÓRIA E ATUALIDADE...................................43
12. QUESTÕES LEGAIS: SEGURANÇA, PRIVACIDADE, DIREITOS DE PROPRIEDADE ..................48
13. PROPRIEDADE INTELECTUAL ..........................................................................................52
14. QUESTÕES ÉTICAS E SOCIAIS RELACIONADAS AO USO E PROJETO DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO: CONTROLE E CIBERCRIMES ......................................................................56
15. CIBERNÉTICA .................................................................................................................59
Glossário ..............................................................................................................................62
Referências ..........................................................................................................................63
www.esab.edu.br 7
1 História da Computação e da tecnologia subjacente
Objetivo
Conhecer os antecedentes históricos da computação e o contexto de 
surgimento da internet.
Web, site, email, facebook, apple, google, youtube, chat, desktop, download, 
online, smartphone, wi-fi...Tenho certeza que você conhece essas palavras 
e eu poderia escrever muitas outras desse tipo que fazem parte da sua 
vida. Não só fazem parte, mas se tornaram essenciais na sua existência. 
Ou você consegue viver sem, pelo menos, algumas delas? Acho difícil! 
Nesta unidade vamos aprender como tudo começou. Como esse 
vocabulário entrou na sua mente, na sua relação com as coisas, com as 
pessoas, com o mundo! Essa linguagem que invadiu seu espaço em alta 
velocidade e navega diariamente no seu comportamento. 
A história de algo nunca começa pela coisa em si, mas em seu passado. 
Assim como acontece com as pessoas, para entendermos a plena evolução 
de qualquer matéria, humana ou não, é necessário que recorramos aos 
seus antecessores, e, a análise acerca do computador e sua ciência não são 
diferentes.
Na árvore genealógica das máquinas inteligentes a calculadora ocupa o 
topo do desenho, já que desde os primórdios – por volta de 5500 a. C – 
ajudava a realizar somas e subtrações. Entretanto, importante frisar, tais 
aparelhos não podem ser consideradas computadores pelo fato de não 
serem programáveis.
www.esab.edu.br 8
Saiba mais
Você sabia que a pessoa que inventou a 
programação foi uma mulher? O nome dela é 
Ada Lovealce e é considera mãe da programação 
(1815 – 1852), foi ela inclusive que inventou a 
palavra algoritmo em homenagem ao matemático 
Al-Khawarizmi, 720 d.C.
Eis então uma característica essencial para que uma máquina possa 
ser considerada um computador: ela deve ser programável. Embora a 
primeira desta tenha sido projetada no final do século XVIII, foi somente 
em meados do século XX (1941-1957) que os primeiros computadores 
foram produzidos, os chamados computadores a válvula.
Logo depois, foram criados os denominados computadores a transitores 
(1958-1964), os quais eram bem menores e econômicos que os 
primeiros. Em 1965 surgem os computadores integrados com seus 
teclados e monitores para a circulação de dados, momento em que 
nascem também os primeiros sistemas operacionais.
No início da década de setenta surgiram os primeiros microprocessadores 
(Intel 4004), presentes em nosso cotidiano até os dias atuais, bem 
como circuitos integrados que incorporavam todos os elementos desta 
máquina, quais sejam UCP, memória, controle de entrada e saída de 
dados.
Em 1975 Bill Gates e Paul Allen fundaram a Microsoft e no ano seguinte 
Steve Jobs e Steve Wozniac criaram a Apple1 . Nesta época, outra 
invenção também mudaria o mundo: a internet. Iniciava-se a Era da 
informação em grande escala. 
A internet foi inventada em meio a Guerra Fria por iniciativa da Agência 
de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA) do Departamento de Defesa 
dos EUA, para que estes se tornassem invulneráveis aataques nucleares 
soviéticos. 
1. Se você quiser saber mais sobre essas personalidades fundamentais na história da 
computação, assista o filme Piratas no Vale do Silício.
www.esab.edu.br 9
Neste contexto nasceu a primeira rede de computadores, a ARPANET2 , 
que entrou em funcionamento em setembro de 1969 na Universidade da 
Califórnia em Los Angeles. Porém, havia a necessidade de conectar entre 
si os primeiros nós da rede e, para além disso, agrupar nós externos. Eis 
que aparece o conceito técnico de Internet mais famoso: “uma rede de 
redes”. 
Em suma, a ARPANET precisava se conectar com as outras redes 
desenvolvidas pela ARPA: a PRNet e a SATNet. Ocorre que os cientistas 
começaram a usá-la, também, para suas comunicações próprias e criaram 
uma rede de mensagens entre os pesquisadores de ficção científica.
Mais de duas décadas depois, em 1983, a ARPA, ainda preocupada com 
a ameaça soviética, criou a MILNet, uma rede independente apenas 
para uso militar. Tal separação proporcionou o surgimento da ARPA-
INTERNET, a qual se voltava exclusivamente à pesquisa acadêmica e, 
dessa forma, começaram a se desenvolver frações da primeira rede, que 
foi extinta em 1990, ocasionando uma expansão absurda da Internet.
A década de 90 também é um marco na história da tecnologia da 
informação. Foi neste período que surgiu o WWW (world wide web) 
para organizar o conteúdo dos sítios da Internet por informação e 
consequentemente, a web assumiu sua forma comercial. Essa “teia 
mundial” e seu poder de comunicação provocaram uma gritante 
transformação social e uma nova forma de enxergar todos os tipos de 
relação humana.
Dessa forma, a modernidade passa a ser regida pelo paradigma 
da tecnologia da informação, a própria economia é considerada 
informacional, global e em rede. A comunicação entre as pessoas e 
entre os estados se torna mais rápida, eficiente, segura e todos passam 
a desfrutar de um instrumento de acesso. Acesso a informações que 
antes ficavam restritas a pequenos grupos, fomentando a abrangência do 
conhecimento. 
2. Foi Paul Baran que idealizou uma rede de computadores cuja comunicação entre 
eles se desse de forma descentralizada. Para ele, tal topologia de rede, isto é, sem cen-
tros de comandos e dispersa em pontos independentes entre si, assim como capazes 
de fazer o registro individual de informações importantes, era a maneira mais segura 
de proteger os dados militares e estratégicos do governo dos EUA.
www.esab.edu.br 10
A web, que podemos chamar ironicamente de árvore de conhecimento 
do bem e do mal, artefato de poder e controle, a princípio com objetivos 
militares e posteriormente de pesquisa, agora proporciona “um ambiente 
descentralizado e distribuído de fluxos de informação capaz de lançar ao 
imaginário dos internautas diversas possibilidades de uso e de construção 
de conteúdo”. 
Neste sentido, a fim de popularizar ainda mais a utilização da rede e 
defender a plenitude da liberdade de expressão, um sistema alternativo 
ao Windows da Microsoft foi gerado por Richard Stellman: o Software 
livre. Trata-se de um programa em que o código fonte é aberto, 
disponibilizado gratuitamente e pode ser explorado da forma que o 
usuário quiser.
Sendo assim, podemos sustentar que a partir de então a ideia de que 
o receptor da informação também pode produzi-la proporcionou 
um avanço ainda maior no que se refere à era virtual. A inovação 
se determina não apenas pela evolução da tecnologia em si, mas, e 
principalmente, através da forma como a sociedade se apropria dela, bem 
como aplica os computadores.
E este é o nosso próximo assunto: As aplicações dos computadores. 
www.esab.edu.br 11
2 Aplicações do computador: a nova relação com o saber
Objetivo
Conhecer as possibilidades de aplicação dos computadores e 
compreender o grau de importância da tecnologia da informação do 
âmbito da educação. 
Os computadores instrumentalizam muitos tipos de comunicação. 
Por eles as pessoas matam saudade, apertam suas mãos, se abraçam, se 
beijam, etc. Claro que virtualmente, mas, por vezes, tão sensorial quanto 
o próprio contato pessoal, ou até mais, haja vista a possibilidade de afetar 
a psique humana. Certamente que o contato virtual não substituirá 
o físico, porém, a ideia de que a relação on-line é fria e destituída de 
emoção não prevalece.
Todavia, nesta unidade queremos destacar outro tipo de contato 
proporcionado por essas máquinas: o contato preciso com o 
conhecimento lógico e com a informação em si. A ciência da 
computação ingressou de tal forma na sociedade que em muitos ramos 
podemos vislumbrar suas aplicações: nas urnas eletrônicas, nos sistemas 
de tráfego aéreo, na previsão climática, na prevenção de epidemias, nas 
transações das bolsas de valores, etc. 
Uma aplicação que queremos destacar é a educação. Os usuários 
da era digital se apropriaram dos computadores de tal forma que 
a própria aprendizagem tomou outro formato. O “aprender” não 
é mais centralizado e o acesso à educação chegou a lugares nunca 
antes habitados. O filósofo Kant disse certa vez que “é no problema 
da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da 
humanidade” e sob esta perspectiva, pode-se afirmar que o computador 
oportunizou relevante melhoramento do ser humano.
Afora as pesquisas isoladas e as leituras aleatórias feitas por cada 
navegante na World Wide Web (www), tão importantes quanto 
www.esab.edu.br 12
qualquer outra forma de aprendizagem, queremos destacar neste ponto 
a instauração de um novo sistema educativo, o EAD (ensino aberto e a 
distância), um ato revolucionário na educação.
Mais que utilizar novas técnicas de transmissão de conhecimento, 
como uso de rede de comunicação, hipermídias e inteligência digital, o 
EAD trouxe um novo estilo na pedagogia, uma nova forma de ensinar, 
colocando o professor não como um protagonista na construção do 
conhecimento, mas, o situa como um incentivador, um mediador na 
formação da inteligência coletiva.
Neste contexto de aprendizagem cooperativa, as escolas e as universidades 
(físicas) não são mais o centro do saber acadêmico e muitas pessoas 
que antes não detinham condições de fazer um curso universitário, ou 
uma especialização, ou até mesmo se alfabetizar, podem ser educadas e 
construírem uma consciência crítica. 
Com isso, não se quer dizer que a informática oferece máquinas de 
ensinar e sim, que a troca de saberes no campo virtual considera a 
inclusão por meio do alcance e da diminuição de custos. Este fenômeno 
reflete a democratização do ensino, o empoderamento do ser humano 
para buscar uma vida digna, seja através de um emprego, de uma viagem, 
ou apenas, do prazer do conhecimento.
Desta forma, a aplicação do computador para ampliar tanto o acesso 
à educação quanto à educação em si, nos direciona a duas inovações 
importantes acerca da apreensão do saber enquanto procedimento, quais 
sejam:
1 – novos modos de acesso: novos mecanismos de pesquisas (www, 
bibliotecas virtuais, por exemplo), navegação por hiperdocumentos, 
mapa dinâmico de dados;
2 – novas formas de raciocínio: simulação (que antes era feito por 
dedução lógica ou indução empírica)
www.esab.edu.br 13
 Ademais, até mesmo a memória pôde ser exteriorizada por meio de 
banco de dados e arquivos digitais com a aplicação do ciberespaço na 
educação. Em nossos dias, o professor possui muito mais conteúdo a 
ser compartilhado e o aluno possui mais ferramentas para adquirir a 
informação.
A inovação, a atualização, a celeridade da comunicação faz com que as 
habilidades adquiridas por alguém se intensifiquem e se renovem em um 
curto espaço de tempo. 
A medicina que o diga. Por isso não podemos deixar de citar a 
importância dos computadores, também, na área da saúde. Além de 
ser um instrumento muito mais eficaz no armazenamento de dados do 
paciente (como doenças pretéritas, medicação, alergias, etc) tanto no que 
se refere à quantidade quanto na velocidade de acesso, a o software trouxe 
precisão em diagnósticos dedoenças e exames de órgãos internos do 
corpo.
Muitos procedimentos cirúrgicos são realizados atualmente com apoio 
da “inteligência artificial”, há, inclusive, robôs que assistem médicos e 
contribuem para o sucesso de um processo operatório. A ressonância 
magnética, tomografia computadorizada, todo o processamento digital 
para obter imagens, o sistema de camas e alarmes dos hospitais, tudo isso 
é programado e baseado em computadores.
Estas ferramentas salvam vidas, curam e previnem doenças, 
instrumentalizam a estética, facilitam a pesquisa médica, a comunicação 
entre os médicos e entre eles e seus pacientes.
Outra importante aplicação do computador é a que fomenta a 
globalização da arte, especificamente da música. E música também é 
cultura, não é mesmo? A digitalização colocou o estúdio e a gravação 
palpáveis a qualquer músico, o sequenciador, o sampler, os programas 
de mixagem e arranjo, o sintetizador, todos estes são instrumentos de 
produção musical. 
www.esab.edu.br 14
Surge então uma nova modalidade: a música tecno. O termo “tecno” 
vem do vocábulo “tecnologia”, significa que a música possui matéria-
prima digital. Vale dizer ainda, que a facilidade de circulação dos sons 
no ciberespaço faz com que a musicalidade entre no cotidiano daqueles 
que também não tinham acesso à arte, além de exigir novas normas para 
regular a propriedade intelectual no âmbito do direito.
Estes exemplos são poucos. Poderíamos escrever inúmeras páginas 
sobre a aplicação dos computadores e da informática em muitas áreas 
fundamentais das relações humanas, entretanto, precisamos abordar 
outros temas. Vamos a eles. 
www.esab.edu.br 15
3 Previsões de evolução dos computadores
Objetivo
Estudar as previsões de desenvolvimento da Inteligência artificial.
A possibilidade de uso e potência dos computadores é tão extensa 
que não há uma previsão específica sobre como essa máquina operará 
no futuro. Se no início de seu surgimento os computadores a válvula 
pesavam toneladas, nos dias de hoje os Personal Computers (PC ou 
Computadores Pessoais) cabem na bolsa de mão ou no próprio bolso, 
como no caso dos smartphones e são muito mais velozes e “profundos”.
Em poucas décadas, os cientistas conseguiram agrupar milhões de 
transitores em um espaço de pouquíssima extensão, em milímetros 
quadrados e essa rápida progressão tenciona a reflexão sobre a existência 
ou inexistência de um limite quando se fala em capacidade de evolução 
dos computadores. 
A princípio, o que se pode constatar é que a evolução da tecnologia é 
diretamente proporcional ao critério da pessoalidade. Quanto mais passa 
o tempo, mais pessoal o computador se torna, aumentando também o 
grau de confidencialidade e sigilo dos dados lançados nessas máquinas.
Há quem defenda que, num tempo próximo, a tecnologia da informação 
será composta de computadores invisíveis. Tanenbaum esclarece que 
No futuro, computadores estarão por toda parte e embutidos em tudo – na verdade, 
invisíveis. Eles serão parte da estrutura da vida diária, abrindo portas, acendendo 
luzes, distribuindo dinheiro e milhares de outras coisas. Esse modelo, arquitetado 
pelo Falecido Mark Weiser, foi denominado originalmente computação ubíqua, mas 
o termo computação pervasiva também é usado agora com frequência (Weiser, 
2002). Ele mudará o mundo com tanta profundidade quanto a Revolução Industrial. 
(negritos no original)
www.esab.edu.br 16
E já podemos vislumbrar essa estrutura presente em nossos dias, dentre 
outros fenômenos, ao entrarmos em lojas e ao dirigirmos carros sem 
inserir uma chave, etc. Entretanto, para além da computação ubíqua, se 
analisa a possibilidade da inteligência artificial alcançar, ou ultrapassar a 
inteligência humana.
A analogia que se faz é a seguinte: o chip do computador se equivale ao 
cérebro humano e os transitores aos neurônios. No cérebro humano, 
além de armazenarmos dados efetuamos as sinopses, no chip apenas 
guardamos informações. Contudo, a previsão de Raymond Kurzweil, 
o cientista que escreveu a obra Futurologia Cibernética na década de 
90, prescreve que o raciocínio dos computadores se iguale ao raciocínio 
humano já na década e 2020, por meio de combinações binárias.
Noutras palavras, se ele estiver certo, em 2030 já existirão os primeiros 
cérebros artificiais. A fundamentação teórica utilizada para explicar tal 
previsão é a chamada Lei de Moore. Segundo esta lei, conforme já citado 
acima, a cada 18 meses o número de transitores, numa pastilha de silício 
(material dos microsprocessadores), dobrava. 
Assim, com base nesse cálculo, é possível ter uma noção da capacidade 
futura das máquinas. Isto é, com a redução do tamanho do transitor, 
é possível que, com o passar do tempo, mais trasitores caibam em um 
milímetro quadrado de silício.
Desse modo, as pesquisas neste ramo avaliam a possibilidade da máquina 
atingir autonomia, ou seja, busca-se produzir robôs semi-inteligentes, 
knowbots, ou robôs móveis, mobots. 
Por outro lado, os críticos da inteligência artificial acreditam que, mesmo 
que a tecnologia chegue ao ponto de efetuar combinações equiparadas às 
sinapses humanas, os computadores não alcançarão a raça humana tão 
cedo. E isto se fundamenta por uma característica humana fundamental: 
a consciência.
www.esab.edu.br 17
A consciência é uma qualidade do espírito, um atributo da mente (alma), 
um aspecto psíquico do ser humano essencial para sua percepção de 
ser e de estar no mundo. Vale lembrar que um dos principais filósofos 
que examinou a consciência foi Descartes, segundo o qual, quando se 
admite a máxima “penso, logo existo, não se trata consciência apenas de 
reflexão racional, mas de perceber a existência através da intuição. É uma 
questão metafísica, ou seja, além da física." 
Segundo Martinelli, “o transistor vem sendo reduzido de tal forma 
que, atualmente, seu tamanho já está próximo ao do átomo de silício”. 
E ainda, “já existem estudos que apontam como o processador será 
desenvolvido quando essa limitação for alcançada, como, por exemplo, a 
computação quântica”. 
Insta salientar também a existência da nanotecnologia, que se refere 
ao procedimento pelo qual a matéria é manipulada a nível atômico, 
proporcionando uma capacidade de construir objetos partindo de suas 
estruturas mais básicas. Este processo já está em uso em outras áreas 
como a indústria têxtil e nos cosméticos e, na área da robótica e da 
inteligência artificial só tende a crescer.
Uma área que tem avançado muito é a que se refere à produção de partes 
artificiais do corpo, a denominada protética. Através dela, é possível 
formular vídeocâmeras para substituir olhos perdidos, protótipos 
de retinas artificiais, membros mecânicos controlados por impulsos 
nervosos, isto é, a integração entre o tecido orgânico e a máquina está 
cada vez mais compatível.
Outra tese muito considerada no âmbito acadêmico é de que haverá um 
limite, um fim para evolução tecnológica informacional. E isto porque 
a redução de transitores encontrará uma fronteira na própria limitação 
da matéria, a qual é finita. Tal teoria é defendida por Lowrence Krauss e 
Glenn Stark.
www.esab.edu.br 18
Diante de todo o exposto, o que queremos impulsionar é a reflexão 
acerca da instabilidade no que se refere ao futuro tecnológico. Por mais 
que a computação seja uma ciência exata, matematizada, a evolução da 
capacidade virtual esbarra na subjetividade do programador da máquina, 
no contexto cultural da sociabilidade humana.
Fórum
Dirija-se ao Ambiente Virtual de Aprendizagem 
e participe do primeiro Fórum desta disciplina. 
Lembre-se que esta atividade permite a interação 
entre você, seu tutor e colegas de curso. Sua 
participação é fundamental para o processo de 
aprendizagem significativa. Vamos lá?
www.esab.edu.br 19
4
Os impactos das novas tecnologias 
no comportamento do indivíduo e 
da sociedade
Objetivo
Examinar as alterações sociais individuais e comportamentais devido 
à era da informação.
Vimos no início do nossoestudo que a revolução informacional tomou 
conta da vivência humana rapidamente. Em poucos anos, o paradigma 
da tecnologia da informação se estabeleceu como padrão na economia 
mundial, no trabalho, na cultura em geral.
Devido a estes e outros fatores, muito se fala nos “impactos” trazidos 
por esse fenômeno, como se a tecnologia fosse uma matéria sólida que 
colidiu com a sociedade, arremessada a força em formato de embate. Tal 
interpretação é um tanto quanto inadequada.
A princípio, vale esclarecer que quando se expressa o termo no sentido de 
que o mundo virtual vem de outro universo, do universo das máquinas, 
o significado abrange a ausência de qualquer emoção humana ou valor 
sensível, quando, muito pelo contrário, as técnicas são construídas, 
utilizadas e reinventadas pelos próprios homens, com toda sua carga 
humanística.
Aliás, o uso reiterado de determinadas ferramentas configura a própria 
organização da humanidade. Foi assim com o fogo, a roda, com a escrita, 
e tantas outras técnicas que representaram “fissuras” no comportamento 
humano. Desse modo, pode-se afirmar que o contexto mundano e o 
próprio homem também são técnicos.
Nota-se que a técnica não se constitui como ente isolado e independente, 
mas, se trata de uma das maneiras pela qual os seres se relacionam entre 
si e entre os objetos, enfatizando ela uma condição humana inerente 
a qualquer ser racional: a capacidade de ser obreiro, de produzir, de 
transformar o natural em artificial.
www.esab.edu.br 20
Vamos estabelecer então, que existam três categorias que compõem 
a vivência humana: a sociedade (pessoas vivas e pensantes); a cultura 
(ideias e representações) e a técnica (artefatos eficazes). Não se pode 
sustentar que existe um protagonista na relação entre tais elementos, eles 
se complementam e se condicionam, a todo tempo.
O que se pretende enfatizar com tal afirmação é que seria incoerente falar 
em efeitos socioculturais da tecnologia, sendo que esta também pode ser 
considerada como um produto das ideias humanas e da cultura.
Ocorre que, vários são os motivos que impulsionam o desenvolvimento 
da tecnologia: estratégias de poder estatal, táticas militares, competição 
econômica, aumento de autonomia individual, multiplicação de 
faculdades cognitivas, etc., o que dificulta o exame pormenorizado das 
implicações do digital, além de não haver estabilidade técnica quando se 
fala em cibertecnologia.
Sob o ponto de vista que não há uma “causa” isolada e identificável para 
nosso momento atual, podemos situar algumas relevantes alterações no 
comportamento humano que não são determinadas pela tecnologia e 
sim, condicionadas por ela, abrindo novas possibilidades.
Primeiramente, citemos a nova formatação da economia global. 
Seguindo a premissa de que a produtividade é a fonte de riqueza das 
nações, as novas tecnologias (organizacional e de gerenciamento) 
constituem os principais fatores que induzem à produção e lucratividade 
e, por via de consequência, a competitividade e da inovação tecnológica, 
tal qual um círculo vicioso.
Castells (2003) denomina esse sistema econômico de capitalismo 
informacional, o qual proporciona indústrias tecnologicamente 
inovadoras, fomenta o empreendedorismo e a concorrência, incentiva a 
flexibilidade, a multietnicidade, facilita a mobilidade do capital, difunde 
novas pesquisas, produtos e métodos. 
A nova economia se estrutura em quatro camadas: a primeira se refere 
às empresas que oferecem infraestrutura para a Internet como as que 
proporcionam o acesso final e os fabricantes de equipamentos de rede 
para usuários. A segunda camada são as empresas que geram aplicativos 
www.esab.edu.br 21
de infraestrutura para a web, ou seja, seus produtos são os serviços 
e programas para transações virtuais, tais como as que mantêm 
sítios, portais, que fazem consultoria, como por exemplo, a 
Microsoft.
A terceira camada são as empresas que oferecem serviços gratuitos de 
Internet, porém, produzem receita de publicidade, contribuições de 
afiliação e comissões. A quarta camada se refere ao comércio eletrônico, 
empresas que realizam transações econômicas, tais como lojas eletrônicas, 
bancos e financeiras.
Diante de tal contexto surge outra transformação: o processo de trabalho 
adquire novos modelos de divisão técnica e social. Com a automação das 
indústrias e dos escritórios as tarefas rotineiras e repetitivas são 
facilmente programadas e realizadas por máquinas e a mão de obra passa 
a ser mais especializada e ativa, com jornadas flexíveis.
Todavia, o significado mais intrigante do fenômeno da internet diz 
respeito à sociabilidade dos usuários. A pergunta levantada por Castells 
(2003) é a seguinte: a Internet favorece a criação de novas comunidades 
(virtuais) ou está induzindo ao isolamento pessoal, extinguindo laços dos 
indivíduos com a sociedade e consequentemente com o mundo real?
A nossa constatação, bem como a do próprio autor e tantos outros 
estudiosos do fenômeno, é de que as comunidades on-line mais 
propiciam encontros físicos do que o isolamento, mais oportunidades 
que antes não eram sequer imagináveis, assim também configura uma 
nova forma de vida urbana. 
Vale salientar, inclusive, que muitos estudos psicanalíticos foram feitos a 
fim de examinar o comportamento humano na era digital e verificou-se 
que mesmo aqueles que interpretam papéis e criam identidades irreais 
desfrutam de uma “sensação” de comunidade, aliviando suas carências 
de comunicação e auto expressão.
Não podemos deixar de citar os que criticam a suposta desumanização 
das relações sociais trazida pelos computadores, de forma que a vida 
virtual seria uma maneira de escapar da vida real. Neste caminhar, 
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algumas pesquisas também assinalam a possibilidade do uso da web 
aumentar um estado de depressão através da solidão e sensações de 
alienação.
Contudo, no que se refere ao envolvimento social e bem-estar psicológico 
é preciso ter em mente que as comunidades virtuais não substituem as 
reais e sim, configuram mais uma alternativa, mais uma opção. Dessa 
forma, a internet e seus grupos formados por interesses comuns, as novas 
redes sociais, favorecem, via de regra, mais que a comunicação em si, se 
convertendo em apoio pessoal (material e afetivo).
São exemplos destas circunstâncias: a arrecadação de recursos para 
aqueles que precisam de tratamentos caros e não possuem condições, 
a sociabilidade de idosos, as campanhas contra práticas culturais 
que violam os direitos humanos e, um caso específico brasileiro, o 
recrutamento de milhões de manifestantes no ano de 2014 para um 
intenso protesto político.
Observa-se então que as comunidades virtuais são reais. Não são físicas, 
mas, são reais! A interação que acontece nelas é real, ainda que muitas 
vezes seja revestida de laços interpessoais fracos. É o que denominamos 
de Realidade Virtual, que pode ser definida como “uma técnica avançada 
de construção e interfaces tridimensionais altamente interativas, usando 
dispositivos não convencionais de entrada e de saída”. 
Sendo assim, intensos ou superficiais, os novos vínculos proporcionados 
pelo ciberespaço seguem uma dinâmica diferenciada e desinibida, traço 
este característico do comportamento virtual. 
Para sua reflexão
Vamos refletir sobre o paradoxo entre 
comunicação e isolamento. De acordo com suas 
concepções e com o que você leu até agora, qual 
a sua opnião sobre a influência da internet na 
comunicação pessoal entre indivíduos de uma 
mesma comunidade, seja a família, a escola, 
dentre outras? O que você considera favorável e 
desfavorável nessa influência? 
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5 Novos costumes e uma nova estrutura: a Cibercultura 
Objetivo
Estudar a mudança de paradigma ocorrida na modernidade e nova 
cultura contemporânea, denominada cibercultura.
Vimos que o comportamento virtual estrutura a sociabilidade 
contemporânea. Agora vamos examinar qual a modelagem dessa nova 
estrutura. A pós-modernidade e a ampliação do movimentosocial 
digital fez surgir uma nova cultura mundial: a cibercultura. E para que 
possamos entendê-la, é preciso expor alguns conceitos iniciais. 
Segundo Lévy (2000), por definição, Cibercultura “é o conjunto de 
técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos 
de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o 
crescimento do ciberespaço”.
Por sua vez, ciberespaço, também chamado de rede, é o novo meio de 
comunicação que surge da interconexão mundial de computadores. O 
termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação 
digital, mas também o universo oceânico que ele abriga, assim como os 
seres humanos que navegam e alimentam esse universo.
Trata-se de um mundo sem limites, não totalizável, um universo 
indeterminado e indeterminável, imprevisível. Se pudermos estabelecer 
o primeiro traço desta nova cultura, é este: não se pode deslumbrar a 
velocidade da evolução digital e suas implicações na sociedade. A cada 
novo nó que surge na rede, é possível que muitos outros apareçam e 
conecte incontáveis informações.
Neste contexto, pautado na característica de integração, o segundo traço 
da cibercultura é a criação de um sistema universal de interdependência 
em todos os fenômenos das relações humanas. Noutras palavras, a 
rede tende a sistematizar as informações de modo que, por exemplo, as 
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operações bancárias possam ser efetuadas por ela, a pesquisa científica, 
as intimações no judiciário, os diálogos sigilosos entre os Estados, uma 
campanha eleitoral, a realização de um curso superior, o recrutamento 
de indivíduos para uma manifestação, e tantas outras comunicações se 
realize no ciberespaço.
E para além disso, a formação de uma nova linguagem, a qual carrega o 
mesmo sentido independentemente do contexto em que se encontra o 
leitor, que dispensa traduções e interpretações, faz com que a mensagem 
se revista do mesmo significado em qualquer lugar do mundo, 
universalizando as relações virtuais e criando um novo caminho na 
própria linguística e na mídia, tal qual o fizemos no início desta apostila.
No passado, a escrita revolucionou a comunicação haja vista trazer a 
característica da atemporalidade das informações, que antes só ocorriam 
de forma oral. Com o passar dos anos, a imprensa, o rádio, o cinema 
e a televisão, constituíram as mídias de massa e ocupavam o lugar de 
inventores e fomentadores das notícias e da história. 
Entretanto, todas essas mídias encaravam os leitores, que eram um 
número absurdamente maior, como meros receptores, passivos e estáticos 
na relação, destituído do poder de voz, de visibilidade. Por isso se 
pode afirmar que tais mídias totalizavam as informações e até mesmo a 
“verdade”. Era um espécie de totalitarismo na comunicação.
A era da informação revolucionou este contexto. Com a cibercultura, 
todos passaram a exercer, de fato, o poder de escolha entre influenciar ou 
não, participar ou não, conhecer ou não. Contestar, perguntar, pesquisar, 
responder, criticar, tudo isso foi instrumentalizado pelo ciberespaço 
e a construção da história se tornou mais democrática. Os receptores 
passam, definitivamente, a ocupar o lugar de sujeito ativo na pauta das 
informações.
Essas características apresentam a essência da cibercultura: universalidade 
sem totalidade. Isto porque o ciberespaço proporciona um dinamismo 
em tempo real, ou seja, qualquer “texto” colocado em rede envolve 
outras pessoas, e outras opiniões, e outras mensagens. A reprodução, 
independente se a “revelação” for sigilosa ou não, pode ocorrer em 
velocidade absurda e incontrolável devido à interconexão generalizada 
oferecida pela internet.
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Vale esclarecer que, quando se fala aqui de universal, não se quer dizer no 
mesmo sentido de global ou planetário. O termo significa mais que isso, 
Nas palavras de Pierre Lévy (2000), universal quer dizer “indissociável 
da ideia de humanidade”, isto é, o vocábulo traduz um significado mais 
profundo do que aquilo que afeta a todos que ocupam o universo, pois, 
reflete uma nova condição humana da sociedade complexa e heterogênea.
Neste caminhar, nota-se que, por mais que pareça um movimento 
técnico, a cibercultura resulta de um movimento essencialmente social. 
Esta marcha foi iniciada na Califórnia, nos anos 70, com o Computers 
for the People, quando os revolucionários pretendiam que os indivíduos 
comuns tivessem acesso aos computadores, até então caríssimos, 
tanto para aprimorarem o poder de cálculo quanto para formar uma 
inteligência coletiva sem a necessidade de uma formação específica.
A partir daí, o ciberespaço cresceu imensuravelmente e reuniu mais 
indivíduos e instituições que os visionários pudessem prever. Observa-
se que o objetivo primário deste movimento se refere à inclusão, 
à colaboração, ao compartilhamento de conhecimento e técnica 
informacional, a fim de extinguir o monopólio da arquitetura virtual. 
Chegamos a um ponto importante. Dissemos no início desta unidade 
que o desenvolvimento da cibercultura se dá por meio do crescimento 
do ciberespaço e ainda, falamos sobre a essência da cultura na era da 
informação. Todavia, precisamos saber quais são os princípios que 
determinaram a evolução do espaço virtual, como a sociedade chegou ao 
ponto do “universal sem totalidade”.
Os três princípios orientadores da cibercultura são: a interconexão, a 
criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva. Já citamos essas 
expressões anteriormente, mas aqui precisamos analisá-las enquanto 
vetores de progressão do ciberespaço.
A interconexão, “bem” primordial, se refere à comunicação de cada 
máquina, a ideia de que nada pode ficar isolado. Cada computador 
deveria ter um endereço na internet e este espaço abraça todos, envolve 
todos em um canal interativo. Por isso se fala que “a cibercultura aponta 
para uma civilização da telepresença generalizada” (LÉVY, 2000).
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A partir da interconexão, surge o segundo princípio: a formação das 
comunidades virtuais. Estas se definem pelo agrupamento de interesses 
em comum e afinidades através de um processo de reciprocidade 
comunicacional, de diálogo em seu sentido pleno de troca. São revestidas 
de liberdade de expressão e livre contato on-line, gerando novas formas 
de opinião pública e laços sociais.
O terceiro princípio, a inteligência coletiva, se traduz como finalidade, 
objetivo último da cibercultura. O pensar coletivo é um campo 
aberto dinâmico, plenamente democrático que viabiliza a pesquisa, a 
construção do conhecimento de forma não absoluta ou unilateral. Por 
vezes, ocasiona mais problemas que soluções, mas sempre usa a lente da 
multiplicidade, núcleo essencial da sociedade pós-moderna.
Assim, estes são os princípios fundamentais dessa nova era, da nova 
cultura, da cibercultura. São eles as ferramentas do universal sem 
totalização, que contatam pessoas, escolas, Estados, ongs, associações, 
institutos, instituições por meio da Intranet, e tantas outras agremiações 
geograficamente distantes ou próximas, formando um coletivo 
inteligente, comunitário e interconectado.
Saiba Mais
Você sabia que em 2011, antes das manifestações políticas 
ocorridas no Brasil, o primeiro ministro da Inglaterra sugeriu 
criar mecanismos de controle das redes sociais para evitar 
manifestações populares? Para saber o opnião de Pierry Lévy 
sobre o assunto, especialista em cibercultura, acesse uma 
entrevista com ele no site http://oglobo.globo.com/cultura/
especialista-em-cibercultura-frances-pierre-levy-critica-
intencao-inglesa-de-controlar-redes-sociais-fala-sobre-futuro-
dos-livros-2690647
http://oglobo.globo.com/cultura/especialista-em-cibercultura-frances-pierre-levy-critica-intencao-in
http://oglobo.globo.com/cultura/especialista-em-cibercultura-frances-pierre-levy-critica-intencao-in
http://oglobo.globo.com/cultura/especialista-em-cibercultura-frances-pierre-levy-critica-intencao-in
http://oglobo.globo.com/cultura/especialista-em-cibercultura-frances-pierre-levy-critica-intencao-inwww.esab.edu.br 27
6 O cientista da computação como profissional
Objetivo
Apresentar as principais funções do profissional da área de 
tecnologia.
Quando se opta pela carreira no ramo tecnológico, deve-se ter em mente 
que a área da tecnologia não possui uma correta segregação de funções, 
alinhada de acordo com a formação de cada profissional.
Antes do surgimento de cursos específicos para a área, algumas 
faculdades de administração ofereciam uma ênfase em análise de 
sistemas, que culminou por gerar vários profissionais de informática com 
essa titulação. Outro ponto de atenção foram os cursos de engenharia 
elétrica, responsáveis pela ocupação da maioria dos cargos de Chief 
Information Officer – CIO do Brasil.
Esse cenário começou a mudar após o oferecimento de graduações 
ou cursos técnicos, tais como: ciência da computação, sistemas de 
informação, tecnólogo em uma área específica como programação ou 
redes e comunicações de dados, dentre outros. 
Nesse momento, reconhecia-se a necessidade de aprofundar os 
estudos sobre uma área específica, que era a informática. De igual 
modo, surgiram cargos que exigiam domínio sobre pequenas áreas da 
informática, como por exemplo:
• administrador de redes: 
• administrador de banco de dados: 
• analista de sistemas: 
• programador: 
• técnico em manutenção de computadores: 
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7 Formação humanística do cientista: Ética ou Moral?
Objetivo
 Estudar a diferença entre ética e moral.
O estudo da ética na área da tecnologia da informação se constitui 
pelo exame das questões “valorativas” que surgem como efeitos do 
desenvolvimento e utilização dos computadores e das tecnologias. Trata-
se de identificar e divulgar as questões e problemas que estão dentro desta 
classe, aumentando o conhecimento da dimensão ética de uma situação 
específica. 
Envolve também estudar como abordar essas questões com o objetivo 
de avançar nosso conhecimento e entendimento desses problemas, bem 
como sugerir soluções sábias e convenientes para eles.
Antes, porém, de estudarmos a ética profissional e a ética do mundo 
digital, precisamos esclarecer a distinção entre ética e moral. Oportuno 
destacar que a afirmação de que são termos distintos já demonstra o erro 
que muitos cometem em empregá-los como semelhantes. 
Aliás, esta confusão semântica ocorreu devido à tradução latina destas 
palavras, as quais em grego compreendem éthos e êthos, respectivamente. 
A palavra éthos, que se refere à ética, é utilizada no sentido de morada, 
significa metaforicamente um abrigo dos seres humanos, que necessita 
de um lugar, ou seja, é um fenômeno intrínseco (enquanto ponto de 
partida) do Ser, em constante desenvolvimento para alcançar um fim 
determinado, qual seja o da plena felicidade. 
Segundo Krohling (2010), torna-se o éthos um modo de ser, o caráter da 
pessoa, uma marca ou sigilo firmado pela Razão (logos), que distingue 
o homem dos animais, em busca do viver bem, morar bem, sendo o 
princípio originário de manter-se vivo e sempre cuidando do seu corpo e 
da natureza que é parte do próprio homem. 
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Éthos ou “ética”, na sua tradução literal, tem relação com princípios 
fundadores das práxis humana como preservação da vida e do mundo 
circundante. O ÉTHOS assim se historiciza em formas concretas, 
realizando os seus fins concretos para a formação do caráter das pessoas. 
Daí a relação de éthos e óikos (casa), topos (lugar) e, no latim arcaico, 
com a palavra coera, depois cura (cuidado), que significa preocupação, 
amizade e amor. Neste contexto é que se afirma a presença da ética 
na filosofia primeira, isto é, na constituição ou estrutura basilar da 
existência, a qual, oriunda da Razão, precede ao mesmo tempo em que 
“direciona” o comportamento humano. 
 Já a palavra êthos, que corresponde à moral, possui o sentido Aristotélico 
de “costume, hábito ou conjunto de valores” que são passados de geração 
em geração. Nas palavras de Adolfo Sánchez Vázquez moral1 consiste em 
um “sistema de condutas, costumes, regras e valores, que regulamentam 
as relações mútuas entre os indivíduos e a comunidade”.
Nota-se que a moral está estreitamente relacionada à ação, aos atos 
humanos, à conduta. Noutras palavras, pode-se afirmar que a moralidade 
é que constrói a historicidade por se tratar de concretude, de práxis 
humana. Enquanto que, a ética não pode ser aplicada desconsiderando o 
sentido ontológico e metafísico do termo, que o relaciona com a reflexão.
Não se quer dizer com isso que são dois fenômenos indissociáveis, muito 
pelo contrário, são perspectivas que se relacionam. Para Krohling (2010), 
existe uma relação entre ÉTHOS E ÊTHOS, mas o núcleo originário, 
ou a raiz primeira, ou o princípio fundante é a ética, que deveria 
iluminar as regras morais. A ética, assim, é a reflexão sobre a moral ou a 
crítica da moral.
1. Krohling (2010, p. 18; 2011, p. 18) explica que “Para o filósofo rego Aristóteles, 
ÈTHOS é costume, hábito ou conjunto de valores culturais socializados de geração 
em geração através da tradição cultural, em geral traduzidos no latim por mos (costu-
me) ou mores (costumes, ou moralis (o adjetivo moral, ou moralitas, (moralidade). A 
origem ou o estudo dos costumes seria a etiologia ou etnografia”.
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Neste caminhar, quando se utiliza a expressão “ética profissional” com o 
objetivo de tratar dos hábitos virtuosos no exercício de uma determinada 
profissão, podemos concluir que se trata de uso inadequado do termo, 
pois a conduta se refere à moral, não à ética. Os códigos de ética 
profissional deveriam se chamar códigos de moral profissional.
Aliás, a ética enquanto morada do ser está presente em qualquer 
indivíduo, mesmo naqueles em que não manifestam um comportamento 
considerado adequado para a sociedade. O homicida, o pedófilo, 
o estelionatário, qualquer um possui sua ética, independente se ela 
proporciona uma prática “boa” ou “má”.
Por outro lado, aqueles que defendem o uso do vocábulo nos códigos 
de comportamento das profissões, o fazem sob a justificativa de que o 
objeto da Ética é composto por juízos formados pela aprovação ou não 
de condutas humanas, examinadas sob o prisma de seus efeitos. 
Sob este ponto de vista, a ética científica possui como objeto estudar as 
relações entre vontade e conduta, e como isto se processa perante o social 
e o pessoal, em causa, efeito, em qualidade e quantidade, independente 
do espaço temporal.
Esclarecidos os significados de ética e moral, o que nos interessa neste 
momento é que cada classe profissional possui, além das virtudes básicas, 
uma gama de virtudes específicas a serem seguidas. Isto porque cada uma 
caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado e pela natureza 
do conhecimento, exigindo uma identidade específica de habilitação 
funcional.
Estabelecido o código de ética para uma determinada classe, cada 
profissional passa a se subordinar a ele, sob pena de incorrer em violação 
dos princípios éticos e punível pelo órgão competente para tanto, o qual 
também é incumbido de fiscalizar o exercício dos trabalhadores da área.
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São exemplos de tópicos relacionados à ética na computação: direitos de 
propriedade de software (pirataria, engenharia reversa); confidencialidade 
e privacidade dos dados; riscos da computação, segurança, preocupação 
nas áreas ambientais, etc.
Vamos falar adiante, em pormenores, sobre a ética na Internet, mas 
antes, é preciso examinar a ética profissional em sentido amplo, assunto 
da nossa próxima unidade.
Estudo complementar
Nesta unidade, estudamos a diferença entre ética 
e moral e vimos que a utilização da expressão 
Ética Profissional é inadequada. Diante da 
fundamental formação humanística pela qual 
todos os profissionais necessitam passar e pela 
inovação tecnológica cada vez facilitadora de 
comportamentos invasivos e desaconselháveis, 
torna-se importante um aprofundamento sobre 
as questões discutidas neste tópico relacionadas à 
ética. Paratanto, sugerimos a você fazer a leitura 
do artigo: “Ética, ciência e tecnologia”. Disponível 
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0100-512X2004000100007 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2004000100007
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2004000100007
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8 Ética profissional
Objetivo
Compreender a importância das regras comportamentais no exercício 
de uma profissão.
Após contato com o pleno significado de ética, passemos à análise de sua 
aplicação no campo profissional. Profissão quer dizer “prática constante 
de um oficio”, isto é, exercer habitualmente um trabalho, um serviço a 
terceiros.
Geralmente, é por meio do exercício profissional que o ser humano 
demonstra sua utilidade perante a sociedade bem como concretiza sua 
inteligência e sua habilidade. Além disso, as profissões não carregam 
apenas a carga de uma realização pessoal ou financeira. Elas representam 
um valor social, pois, são indispensáveis para a organização da sociedade.
Você já imaginou uma comunidade sem professores, médicos, policiais, 
administradores, engenheiros, advogados, cientistas? Sem estas e tantas 
outras profissões não seria possível alcançar um bem-estar social e nem 
mesmo uma convivência digna e satisfatória.
Na unidade anterior, falou-se sobre a ética como doutrina da conduta. 
Apesar de defendermos que a expressão “moral profissional” seria a 
mais correta para o tema em questão, vale esclarecer que, quando se 
fala em “ética profissional” o que se pretende com tal expressão é situar 
o comportamento do profissional, a dignidade de suas atitudes no 
cumprimento de suas tarefas.
O emprego do vocábulo “ética” aqui se relaciona à virtude, ao que é bom 
e justo. O profissional ético é aquele que considera os valores morais e 
observa seus deveres perante os clientes, perante sua classe, perante as leis 
e perante a própria sociedade.
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Noutras palavras, o sucesso profissional e a garantia do bem-estar social 
não dependem apenas de capacitação técnica, mas da união desta com a 
ética, com ações corretas e convenientes de quem efetua o trabalho. Não 
pode, por exemplo, um advogado servir ao mesmo tempo ao autor e ao 
réu da demanda judicial, pois, não estaria ele colaborando para o efetivo 
sucesso do processo ao defender interesses antagônicos violando assim 
princípios “éticos” da advocacia.
Desse modo, para a concretização da boa conduta profissional é preciso 
ter em mente que o trabalhador está a serviço também da sociedade, 
isto é, “a ausência de responsabilidade para com o coletivo gera, como 
consequência natural, a irresponsabilidade para com a qualidade do 
trabalho”.
Imagine se um dos cientistas que desenvolveu a ARPANET entregasse 
as estratégias militares dos EUA para os soviéticos? Estaria a economia, 
a tecnologia, e até mesmo as pessoas no contexto em que vivem hoje? 
Provavelmente não. O sigilo de algumas informações, por exemplo, 
é uma das colunas estruturais de muitas organizações e ele depende 
exclusivamente de um comportamento “ético”.
Oportuno salientar que, muitas vezes, a Política pode ferir alguns 
princípios considerados bons para a coletividade e vislumbrar apenas 
interesses estatais ou individuais. Neste caso, torna-se necessária uma 
reavaliação dos costumes a fim de que se chegue a uma orientação sadia e 
equilibrada.
Isto porque a obrigação ética não se confunde com a obrigação legal. Um 
exemplo claro deste entendimento são as atitudes de desobediência civil 
perante medidas estatais que ferem a ética profissional, como a que exigia 
dos profissionais da Ciência Contábil a delação de seus clientes ao fisco.
Sob este ponto de vista, Antônio Lopes de Sá defende que “todas 
as capacidades necessárias ou exigíveis para o desempenho eficaz da 
profissão são deveres éticos”. Noutras palavras, o exercício de cada serviço 
exige um complexo de valores adequados a cada profissão específica.
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Há a Ética do Direito, a Ética da Medicina, a Ética da Computação, e 
por aí vai. É bem verdade que nem sempre escolhemos como trabalho 
aquilo pelo qual somos vocacionados, existem muitas circunstâncias que 
envolvem tal decisão, porém, uma vez eleita a tarefa um compromisso é 
selado e os deveres profissionais regem nossa função.
Vale dizer que não se trata de um julgo, penoso e desgastante, mas de 
uma responsabilidade com a qualidade da execução calcada em atitudes 
benéficas, uma prática valorosa.
Os deveres gerais que se relacionam com a ética profissional são: dever de 
conhecer a profissão e a tarefa (capacitação técnica); dever da execução da 
tarefa e das virtudes exigíveis (consciência profissional); dever para com o 
micro e o macrossocial (pensamento coletivo).
Não caberiam nesta unidade todos os aspectos que envolvem um 
bom comportamento laboral. Vamos elencar alguns: aptidão, atenção, 
cautela, determinação, fidelidade, perspicácia, pontualidade, probidade, 
prudência, sensibilidade, sigilo, sinceridade, tolerância, versatilidade e 
zelo.
Estas são virtudes básicas para a realização de qualquer ofício. Há ainda 
as que são complementares como a devida orientação ao cliente, antes, 
durante e após o trabalho; a assistência por meio da disponibilidade; o 
coleguismo entre os profissionais da mesma área.
De relevante expressão é a denominada ética classista, pela qual o 
profissional tem o dever fundamental de sustentar a estrutura da 
organização da comunidade à qual se vincula, mantendo a concepção de 
sua classe de forma elevada e digna de confiança.
No que se refere à remuneração, a ética exige que a concorrência, no 
mercado de trabalho, deva respeitar a dignidade dos honorários, evitando 
o trabalhador todas as formas possíveis de aviltamento, tais como a 
publicidade vulgar, o suborno ou o comissionamento ilícito de serviços, 
a oferta de preços vis e abaixo da normalidade considerada pela tabela de 
honorários da classe.
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É bem verdade que estamos tratando de um ideal. A realidade hoje nos 
mostra um contexto distinto do que se expos até o momento, entretanto, 
a idealidade não se apresenta utópica. É possível que a ética profissional 
alcance um número satisfatório de pessoas e faça prosperar o respeito 
mútuo, mesmo dentro da tecnologia da informação, a qual possui uma 
ética própria.
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09 O mercado de trabalho dos egressos
Objetivo
Conhecer as estatísticas nacionais acerca do mercado de trabalho para 
o cientista da computação e de que forma ele pode iniciar a carreira.
A Computação é considerada como um conjunto de conhecimentos 
sobre os computadores, os sistemas de computação e suas aplicações, 
com abrangência tanto de aspectos teóricos como os experimentais e de 
projeto. Atualmente, o ensino da computação tem se iniciado, ainda que 
de forma mais simples, na educação infantil. 
Paulo Blinkstein (2008) assevera que para o exercício pleno da cidadania 
contemporânea o “pensamento computacional” é indispensável e o 
define como “saber usar o computador como um instrumento de 
aumento do poder cognitivo e operacional humano, aumentando a nossa 
produtividade, inventividade e criatividade”.
Saber manusear a máquina passou então a ser fundamental para todas 
as pessoas. Profissionais de todas as áreas precisam se familiarizar com 
tal pensamento, haja vista que todas as esferas do conhecimento estão se 
apossando da computação como suporte. Ora, se computar é manipular 
dados para obter resultados, de preferência úteis, a possibilidade de 
sucesso é bem maior com o apoio da tecnologia computacional. Sendo 
assim, qualquer indivíduo pode ter uma formação básica de informática.
Para os que optam em fazer um curso superior ou técnico no ramo 
da Ciência da Computação, onde se realiza a formação profissional 
(ou tecnológica), o mercado de trabalho se apresenta cada vez mais 
interessante e chamativo. Os cientistas da computação podem escolher 
três áreas de aprofundamento,quais sejam design e construção de 
programas, desenvolvimento de formas eficazes para soluções de 
problemas do computador ou invenção de novas maneiras de sua 
utilização.
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A três são independentes, entretanto, podem se harmonizar. A primeira 
categoria é chamada de engenharia da computação e abrange quem 
estuda software e hardware digitais para aprofundar o conhecimento em 
programação, algoritmos e arquitetura de computadores. Neste ponto 
a questão principal é o diagnóstico do que é computável e quais seriam as 
estruturas mais eficientes para sua materialização no computador através 
de uma linguagem formal específica.
As outras duas categorias se referem ao chamado Sistema de Informação, 
pelo qual se prioriza a organização dos sistemas computacionais, 
criando instrumentos de interesse específico, como por exemplo, o 
melhoramento da produção de uma empresa por meio do gerenciamento 
dos computadores pelo uso da tecnologia da informação (TI). Aqui os 
fatores técnicos e organizacionais são importantes.
Nesta área, os tópicos mais importantes são os sistemas operacionais, 
onde o usuário pode compartilhar recursos peculiares, encontrando 
flexibilidade e segurança; as redes de computadores, que também 
constituem o fio condutor deste ramo, pois possibilita a interconexão 
necessária o trabalho em conjunto, fomentando a eficiência dos 
resultados; e os sistemas distribuídos, pois permitem o acesso de dados 
e recursos compartilhados. 
Há ainda a subárea dos compiladores, que são ferramentas de tradução 
entre linguagens, banco de dados, instrumento que coleciona e 
armazena dados, e os sistemas de multimídia, responsável, dentre outras 
aplicações, da publicação científica on-line, peças de instrução e tutoriais 
para qualquer área de conhecimento e programas para a medicina 
cirúrgica.
O fato é que o leque de atuação do profissional da ciência da computação 
é vasto e otimista. Segundo a estatística brasileira a porcentagem de 
crescimento do mercado de trabalho para programadores é de 5 a 15% 
ao ano e o índice de desemprego para bons cientistas se aproxima a 0%.
Um estudo realizado no final de 2014 apontou que TI seria umas das 
cinco áreas com maior demanda por profissionais qualificados nos anos 
seguintes. A conclusão veio após uma pesquisa sobre as tendências no 
uso das mídias sociais para recrutamento. 
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E nos parece que o estudo estava certo. Em termos monetários, de acordo 
com a pesquisa de mercado da IDC (Internacional Data Corporation) 
o mercado de TI no Brasil movimentou, no ano de 2014, cerca de 160 
bilhões de dólares, e no ano de 2015 pode chegar a movimentar 5% a 
mais, ficando bem acima do PIB brasileiro.
Outra previsão do instituto é que os gastos com a Tecnologia da 
Informação e Comunicação crescerá em 2015 o montante de 5,7% na 
América Latina em comparação ao ano anterior, e a tendência é só de 
aumento de investimento, principalmente nos domínios de serviços de 
nuvem, aplicações de mobilidade, redes sociais e big data.
Não há dúvidas que o mercado de trabalho é promissor. Uma das 
consequências lógicas desse crescimento de recursos é o aumento da 
contratação de novos cientistas da computação. Segundo a Brasscom 
(Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e 
Comunicação) o mercado em nosso país já emprega 1,3 milhões de 
profissionais de TI e a contratação deve ter um aumento de 30% até 
2016.
Sendo assim, em tempos de crise econômica a tecnologia da informação 
é um dos poucos ramos que prometem um ingresso no mercado e um 
plano de carreira bem sucedido. Um bom profissional, atualizado e 
competente, navegará tranquilamente nos mares de investimento dos 
sistemas digitais. 
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10 Doenças Profissionais
Objetivo
Conhecer as doenças profissionais relacionadas ao mau uso ou uso 
excessivo do computador, bem como aprender a prevenir algumas 
lesões.
Embora haja inúmeras vantagens no raciocínio lógico humano causadas 
pelo uso do computador, muitas doenças podem surgir devido ao uso 
constante e repetitivo da máquina. Os profissionais da tecnologia da 
informação, usuários contínuos, são os que mais se expõem a certos 
males ocasionados pelo exercício da função.
Nesta unidade, vamos examinar as doenças relacionadas à computação 
e suas principais características, com o objetivo de prevenção e 
conscientização profissional. Primeiramente, vale dizer que se trata de um 
ofício, pelo fato de o trabalhador ficar muito tempo parado, que pode 
facilmente conduzir ao sedentarismo.
As consequências graves do excesso de uso do computador e do 
sedentarismo causado por ele não são verificadas imediatamente, o que 
é preocupante. Normalmente, o que se verifica logo após um longo 
período de utilização da máquina é o cansaço, irritação nos olhos, fadiga 
e, por vezes, dores de cabeça.
Entretanto, estes são sintomas que podem ser solucionados mais 
facilmente. As doenças mais penosas se referem mesmo, ao esforço 
repetitivo, à má postura e, não menos importante, à dependência do uso 
como forma de distúrbio psicológico.
Quanto ao esforço repetitivo, o distúrbio que mais atinge os profissionais 
é a chamada L.E.R (Lesão por Esforço Repetitivo), também 
denominada de D.O.R.T (Doenças Osteomoleculares Relacionadas 
ao Trabalho). A síndrome provoca dores e formigamentos incessantes 
principalmente na área dos punhos, mãos, pescoço e ombro e, 
atualmente, é causa de 65% das licenças médicas solicitadas num certo 
plano de saúde.
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Oportuno registrar que a falta de tratamento da lesão, que não é 
considerada na área médica como uma doença, pode desenvolver 
outras patologias, tais como: Tendinite (inflamação aguda ou crônica 
dos tendões); Tenossinovite (inflamação aguda ou crônica das bainhas 
dos tendões); Síndrome de DeQuervain (opressão dolorosa da bainha 
comum dos tendões do polegar); Síndrome do Túnel do Carpo 
(contração do nervo mediano no túnel do carpo).
Uma forma simples de prevenir tais lesões é fazer com frequência, 
durante o uso do computador, alongamento nos dedos, mãos, punhos e 
braços para evitar um “stress” contínuo na região. 
No tocante à má postura, vários problemas na coluna podem surgir pelo 
mau posicionamento do esqueleto enquanto o usuário estiver sentado. As 
tensões nos músculos, nas articulações e nos ligamentos provocam dores 
nas pernas, no pescoço e na própria coluna.
Este quadro de sintomas desenvolve as seguintes doenças: Artrose 
(desgaste das articulações); Lordose (aumento anormal da curva lombar); 
Cifose (acentuação na concavidade posterior); Escoliose (surgimento de 
uma curvatura lateral da coluna vertebral). Afora, outros problemas com 
lombalgia e hérnias de disco.
Outros problemas recorrentes em profissionais da computação são as 
doenças oculares. Como as imagens da tela são constituídas por pixels, 
os quais são minúsculos pontos que a nossa visão não consegue manter 
um foco linear e ininterrupto, o exercício de focar e refocar provoca um 
“stress” nos músculos dos olhos. 
Dessa forma, pode-se desdobrar a chamada Síndrome do Olho Seco, a 
qual é ocasiona pelo fato de passar o usuário um extenso período sem 
piscar resultando na evaporação das lágrimas, e consequentemente, a 
retina fica sem lubrificação e nutrição. Os problemas de visão, como 
miopia, por exemplo, também podem se agravar com a radiação emitida 
pelo computador. 
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Ainda sobre distúrbios físicos corporais, também podem ser consideradas 
como doenças causadas pelo uso inadequado do computador a trombose 
(formação de coágulo sanguíneo por falta de circulação); doenças 
cardíacas; deficiência de vitamida D; infecções bacterianas por falta de 
limpeza adequada do equipamento.
Chegou o momento em que falaremos dos distúrbios psíquicos 
que podem surgir no contexto dos profissionais e usuários assíduos 
da realidade virtual. O primeiro a ser citado é o vício em internet, 
denominado cientificamente de PIU – Pathological InternetUse. Leia-se: 
Uso Compulsivo da Internet. 
Por mais que pareça inofensivo, não se podo tratar encarar este cenário 
como mera consequência da era da informação. Aquele que se vicia na 
web tem buscado manter relações, sejam profissionais, amigáveis ou 
amorosas, apenas, no espaço virtual. Citemos como exemplo, os casos de 
jovens que só sentem prazer sexual quando se relacionam virtualmente 
com alguém, fazendo com que renunciem qualquer contato físico erótico 
com outra pessoa.
A consequência do comportamento dos webaholics é bem desfavorável 
para a sociabilidade física do indivíduo, fundamental para uma qualidade 
de vida. De acordo com Adriane Quintas, as características psíquicas e 
comportamentais destes indivíduos são:
• isolamento da família e amigos; 
• problemas acadêmicos; 
• problemas ocupacionais; 
• incapacidade de controlar o tempo de uso; 
• alteração do relógio biológico; 
• alteração dos horários de refeições; 
• ansiedade quando não se está conectado; 
• agitação, tensão e depressão.
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Acrescido a tais sintomas, o stress mental também pode importunar 
a vida do profissional da computação tendo em vista que eles 
frequentemente lidam com situações de crise, solucionam ataques, 
efetuam tarefas de recuperação de desastres e estas circunstâncias são 
deveras estressantes.
Por fim, vale alertar que é totalmente possível prevenir e/ou diminuir 
estes problemas ao limitar ao máximo a utilização do computador 
no momento em que não for de trabalho. Ademais, é bastante eficaz 
a prática de exercícios físicos e técnicas de controle da respiração, 
meditação e relaxamento. Ou seja, vale a pena investir em exercícios que 
ajude o usuário a controlar a mente e o corpo com o intuito de evitar 
danos gravosos no futuro.
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11 Política Nacional de Informática: história e atualidade
Objetivo
Conhecer a história da Política Nacional de Informática e os grupos 
criados para administrar a tecnologia da informação no Brasil.
Durante a primeira metade do século XX, grandes empresas do ramo da 
indústria informacional ingressaram no mercado brasileiro. São algumas 
delas: IBM, Burroughs, Sperry, Olivetti, NCR, Honeywell, Control 
Data, e outras. Tais “potências” ocuparam um lugar de destaque no 
que se refere à concorrência nacional sobre os avanços tecnológicos e 
até então, o país não possuía diretrizes específicas que regulamentasse a 
competição digital.
Após a década de 60, momento em que se difundiu a cultura virtual e 
a utilização de computadores no Brasil, nosso país passou a importar 
menos produtos norte-americanos, mas ainda sim a dependência 
internacional de padrões e consumo nesse setor preponderava.
Ocorre que, para que criar autonomia e maior segurança dos dados 
nacionais, surgiu no governo a iniciativa militar de produzir sistemas 
internos de informação. Desse modo, segundo Simiqueli, pretendeu-se 
extinguir as seguintes características:
• ausência de políticas de transferência de tecnologia: a importação 
de equipamentos, além de reprimir a produção nacional, atua 
como agravante da série de elementos de dependência (financeira, 
econômica, social e tecnológica) que marcariam as crises 
experimentadas pela economia nacional;
• formação dos recursos humanos nacionais: especializados em atividades 
de caráter técnico (montagem, manutenção, supervisão) referentes 
aos sistemas importados, os especialistas nacionais sofreriam 
grave defasagem, quando comparados aos projetistas das matrizes 
estrangeiras; 
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• barreiras à entrada: além do comprometimento do pessoal 
especializado em funções que subutilizavam a capacidade da mão 
de obra nacional, o grande montante de recursos tecnológicos, 
comerciais e financeiros empregados realizados nas firmas 
estrangeiras constituía séria barreira à entrada de firmas nacionais no 
setor. 
Neste caminhar, vale destacar que a marinha foi pioneira em solicitar 
material eletrônico para equipamento militar. No ano de 1958 foi criado 
o Grupo Executivo de Aplicação de Computadores (GEAC), o qual se 
subordinava ao Conselho Nacional de desenvolvimento.
Ocorre que a tão almejada independência não foi alcançada por prever 
o projeto que para a implementação das firmas seria necessária a 
utilização de capital estatal, privado nacional e estrangeiro. Mas o país 
foi progredindo. Na década de 70 a intervenção do governo na área 
da tecnologia da informação expandiu juntamente com o mercado 
brasileiro de computadores. Surge neste contexto o I PND (72-74) e o I 
Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (73-74) com 
diretrizes específicas sobre a autonomia tecnológica em eletrônica digital.
Em 1971 foi formado o Grupo de Trabalho Especial (GTE), o qual inicia 
o projeto denominado Guaranys, com o intuito de projetar, desenvolver 
e construir protótipo de computador eletrônico para operações navais. 
No ano seguinte, cria-se a Comissão de Atividades de Processamento 
Eletrônico (CAPRE) que se vincula ao Ministério do Planejamento.
As principais funções da CAPRE consistiam no “recenseamento dos 
equipamentos de processamento de dados, coordenação de programas de 
treinamento em todos os níveis técnicos computacionais e formulação 
de políticas de financiamento para o setor”. Eis o embrião da política 
nacional referente à tecnologia da informação.
No final da década de 70, os poderes da CAPRE são ampliados e 
ela passa a também analisar e propor novas diretrizes para a Política 
Brasileira de Informática, contando com um conselho formado pelo 
CNPQ, EMFA, MEC e Ministério da Fazenda.
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A partir daí é estabelecido o II PND e objetivos específicos foram 
traçados, quais sejam: 
1. obter capacidade tecnológica que possibilitasse projetar, desenvolver 
e produzir equipamentos eletrônicos e software no país; 
2. assegurar que as empresas brasileiras tenham sua posição 
predominante no mercado nacional; 
3. criar empregos em geral e oportunidades de emprego mais 
aprimorados para os técnicos e engenheiros brasileiros; 
4. obter um balanço de pagamentos favorável em produtos e serviços 
de informática; 
5. criar oportunidades para o desenvolvimento de uma indústria de 
partes e componentes em informática.”
Com o diagnóstico de crescimento intenso do setor no país, a CAPRE 
se alia ao Conselho de Desenvolvimento Econômico (CDE) e passa a 
receber incentivos fiscais. Após um embate político, outro grupo foi 
gerado, o GTE I, o qual criou a Secretaria Especial de Informática (SEI) 
no ano de 1979 que viria tomar o lugar da CAPRE.
São algumas diretrizes da Secretaria: Fomento e proteção governamentais 
dirigidos a viabilização tecnológica e comercial das empresas nacionais 
produtoras de equipamentos e sistemas; Incentivo, estímulo e 
orientação governamentais encaminhados para a indústria nacional de 
software e serviços; Institucionalização gradativa de normas e padrões 
de homologação e certificação de qualidade de produtos e serviços 
elaborados no país ou por ele importados, no setor de informática; 
Implantação de redes nacionais para comunicação de dados.
Juntamente com a criação da SEI nasceu uma proteção explícita às 
empresas por meio da reserva de mercado, proteção esta que foi estendida 
a outros setores como circuitos integrados digitais, microcomputadores, 
instrumentação e ao controle de processos. Posteriormente, a Secretaria 
se subdivide em 5 subsecretarias, sendo uma delas a Subsecretaria de 
Assuntos Estratégicos.
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Em 1982, é instaurado o Centro Tecnológico para Informática, dentro 
da estrutura da SEI, cujos objetivos essenciais são: incentivo e fomento 
de pesquisas científicas e tecnólogas na área da informação. 
No ano 1984, assunto chega ao Congresso Nacional e a necessidade de 
uma política efetiva entra na agenda legislativa. É aprovada então a Lei de 
informática e, logo depois, criado o Conselho Nacional de Informática 
e automação (CONIN) para assessorar o Presidente da República nessas 
questões.Em 1986 foi implementado o Plano Nacional de Informática 
(PLANIN), com uma vasta lista de incentivos, tais como:
1) Isenção ou redução do imposto de importação; 
2) Isenção do Imposto de Exportação; 
3) Isenção ou redução do IPI; 
4) Abatimento em dobro das despesas em pesquisa e desenvolvimento 
para efeito de imposto de renda; 
5) Isenção ou redução do IOF; 
6) Depreciação acelerada do ativo fixo; 
7) Prioridade nos financiamentos federais; dentre outros.
Em 1990, o Plano Nacional de Capacitação Tecnológica é promulgado, 
momento em que a SEI foi extinta e novas formas de regulamentação 
foram impostas. Dessa forma, o poder público passou a administrar 
de maneira flexível os fenômenos informacionais proporcionando às 
empresas condições básicas de sobrevivência.
Passados mais de 10 anos, a Política Nacional de Informática entra na 
pauta pública novamente. Desta vez, o debate, que começou em 2003, se 
refere à migração para o Software Livre. 
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Oportuno registrar que Software Livre é a “expressão utilizada para 
designar qualquer programa de computador que pode ser executado, 
copiado, modificado e redistribuído pelos usuários gratuitamente”. Neste 
sistema “os usuários possuem livre acesso ao código-fonte do software e 
fazem alterações conforme as suas necessidades”.
Portanto, na atualidade, importa saber que as políticas do governo federal 
são regidas pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação 
(SLTI), do Ministério do Planejamento, pelo Instituto Nacional de 
Tecnologia da Informação (ITI), e pelo Serviço Federal de Processamento 
de Dados (SERPRO), as quais se relacionam, em grande parte, “com a 
promoção e adoção de software livre como plataforma predominante nos 
sistemas informacionais do governo brasileiro”.
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12 Questões legais: segurança e privacidade
Objetivo
Conhecer e examinar as leis brasileiras sobre o uso da computação 
e da Internet, bem como estudar a relação entre segurança e 
privacidade na web.
Nas unidades precedentes, vimos que a cibercultura traduz a utilização 
da internet como meio, cada vez mais, indispensável para a circulação e 
armazenamento de informações, sejam elas de cunho pessoal, comercial 
ou governamental.
Ocorre que, todos os tipos de dados, se possuírem característica privada 
ou não, precisam de proteção. Muitos serviços eletrônicos efetuados por 
empresas são sigilosos, muitas delas realizam transações com o governo, 
órgãos públicos se valem de dados confidenciais veiculados na rede, e 
assim por diante.
Citemos como exemplo os seguintes serviços considerados 
essencialmente sigilosos: efetuar pagamentos on-line de taxas e impostos, 
consultar o cadastro de inscrições estaduais, consultar situação fiscal 
e dívida ativa, cadastrar empresas e submeter propostas de licitação 
eletrônica, compras diversas com a utilização de cartão de crédito, troca 
de e-mails pessoais, lançamento de dados de processos e prazos judiciais.
Há ainda, o que consideramos dados sigilosos em maior escala, os 
sistemas que gerenciam usinas nucleares e hidrelétricas, que regem 
ações econômicas e militares. Ora, vale lembrar que os princípios que 
regem a segurança da informação são a disponibilidade, autenticidade, 
integridade e confidencialidade. 
Entretanto, por se tratar de informações valiosas e importantes, elas 
podem sofrer ameaças diárias e intensas. Segundo Glenny, são três os 
tipos de ameaças: o crime cibernético; a espionagem industrial eletrônica 
e a guerra cibernética. 
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Por definição, crime cibernético é qualquer delito que, para sua 
consumação ou tentativa, “tenha sido utilizado um computador, uma 
rede ou um dispositivo de hardware”. Já guerra cibernética ou cyberwar é 
considerada como uma “ferramenta de ação politica ou militar”.
Saiba Mais
hacker é o nome genérico dado aos piratas 
de computadores, essa expressão surgiu nos 
laboratórios de computador do MIT, onde 
estudantes passavam a noite averiguando tudo o 
que podiam fazer com o computador.
Sendo assim, para evitar invasões e furtos de informações pela 
web e desse modo, garantir a segurança e a privacidade na rede foi 
necessário que leis específicas sobre esse novo espaço fossem elaboradas 
e instauradas, para regulamentar o uso e punir os que cometem os 
considerados crimes eletrônicos.
Oportuno, então, dizer que podem ocorrer vários tipos de condutas 
ilícitas na internet. A fraude, por exemplo, é um comportamento de má-
fé pelo qual se obtém ganhos pessoais por meio de comunicação digital. 
Já os incidentes web são aqueles sites que apresentam conteúdos falsos 
e quando o usuário o acessa, acaba por permitir que o executor furte 
informações do visitante.
Nota-se, assim, que o ciberespaço se manifesta como um ambiente 
vulnerável e por isso, precisa de controle e gerenciamento. Veremos 
abaixo as normas que prescrevem acerca do uso web na esfera pública 
brasileira.
No ano de 2008, foi aprovada a Estratégia Nacional de Defesa (END) 
por meio do Decreto nº 6.703 para tomar medidas de segurança no que 
se refere à comunicação, momento em que também foi instaurado o 
Gabinete de Segurança Institucional da República (GSI).
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Em 2009, a portaria nº 45 do Governo Federal define segurança 
cibernética como “a arte (sic) de assegurar a existência e a continuidade 
da Sociedade da Informação de uma nação, garantindo e protegendo, 
no Espaço Cibernético, seus Ativos de Informação e suas Infraestruturas 
Críticas”.
Em 2012 foi estabelecida a Política Cibernética de Defesa (PCD) que 
expõem diretrizes acerca de Defesa ou Guerra Cibernética, assim como 
cria, nas Forças Armadas, o Sistema Militar de Defesa Cibernética 
(SMDC) cuja competência se refere à repressão de crimes cibernéticos.
Ainda necessitada de complementação, a estrutura do SMDC conta 
com militares, civis e pesquisadores acadêmicos para que a utilização da 
internet pelas Forças Armadas ocorra de maneira efetiva e ainda, para 
impedir o acesso daqueles que não são autorizados pra tanto, bem como 
simular situações de risco ou ataques.
Até o momento, o Brasil ainda não conta com uma legislação robusta 
acerca da segurança cibernética. Ora, é sabido que em nosso contexto 
mundial a rede das redes possui caráter estratégico e desempenham uma 
função fundamental para o desenvolvimento econômico e a interconexão 
cultural.
Neste contexto, o país ainda necessita de maior cuidado no que diz 
respeito à adoção de diretrizes sobre logística e tecnologia da informação, 
pois, é um Estado que tem se destacado no ramo informacional e 
econômico.
No que se refere aos direitos individuais à segurança na arena digital, 
também em 2012 a Lei 12.737 incluiu no Código Penal crimes que 
envolvem a tecnologia. Vale lembrar que a referida lei ficou conhecida 
popularmente como Lei Carolina Dieckmann devido ao vazamento de 
fotos íntimas da atriz, conhecida em âmbito nacional. 
Tal norma prevê como crime a invasão de dispositivo informático alheio, 
violando senha, com o objetivo de obter, adulterar ou destruir dados sem 
autorização do proprietário da máquina ou instalar programas com o 
intuito de adquirir vantagens ilícitas.
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Oportuno lembrar que, conforme visto anteriormente, uma vez lançada 
uma informação no espaço virtual, há incontáveis possibilidades de 
reprodução do conteúdo e veiculação da informação. Dificilmente, com 
os arquivos em nuvem e a velocidade de divulgação, por exemplo, um 
dado lançado é retirado com facilidade da rede.
Estas questões têm sido amplamente pesquisadas e debatidas em várias 
áreas científicas por meio de pautas como o “Direito ao esquecimento” e 
até mesmo a criptografia como munição eficaz para a segurança de dados.
A Lei 12.965/2014, denominada Marco Civil da Internet, trouxe uma 
maior regulamentação sobre a segurança e privacidade na rede no que 
tange a direitos individuais. Até então, muitos crimes eletrônicos eram 
processados apenas pelo Código Penal, como no caso

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