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E-Book - Apostila Esse arquivo é uma versão estática. Para melhor experiência, acesse esse conteúdo pela mídia interativa. Unidade 3 - Fontes de energia não baseadas na queima de combustível E-Book - Apostila E-Book - Apostila 2 - 32 Introdução da unidade Olá, estudante! Como vai? Nesta unidade, estudaremos as fontes de energia não baseadas na queima de combustível. Dentre todos os meios de geração de energia elétrica, temos algumas fontes consideradas não poluentes, as quais não são oriundas da queima de combustíveis. Em função disso, pesquisadores vêm se aprofundando em seus estudos, com o objetivo de viabilizar e otimizar o uso desses meios não poluentes. Dentre essas fontes, podemos citar as energias hidráulica, maremotriz, solar e eólica. Existem outros meios, porém estes têm maior desenvolvimento e aplicação nos dias de hoje. Analisando os meios citados, vemos que a natureza é uma rica fonte de energia, sendo o nosso papel desenvolver métodos para fazer a conversão dessas fontes em energia elétrica. Podemos trabalhar com a conversão de energia cinética em energia mecânica, e esta pode ser convertida em energia elétrica. Em outros casos, utilizamos a energia potencial gravitacional para gerar movimento (energia mecânica) em uma turbina, por exemplo, e esta pode ser convertida em energia elétrica — dentre diversas outras conversões. Cada um dos elementos citados pode ser explorado de inúmeras maneiras, por isso temos muito conteúdo para ser explorado. Além disso, a fim de otimizar e aumentar a viabilidade de diversos empreendimentos, podemos utilizar geradores de diversas fontes em conjunto, tendo uma geração híbrida ou uma cogeração. Estas são técnicas que vêm sendo estudadas e aplicadas, cada vez mais, para aumentar o rendimento de usinas e otimizar todo o sistema elétrico de geração de energia elétrica. Iniciaremos pela abordagem da energia hidráulica e da maremotriz. Vamos dar início a nossa jornada de estudos? Acompanhe! Energia hidráulica e maremotriz Sabemos que a água é fundamental para a sobrevivência humana, pois ela é usada para saneamento, transporte, irrigação, lazer, indústria e geração de energia. No entanto, em decorrência dessa pluralidade, ela representa um dos maiores problemas do mundo, devido à escassez e à necessidade de uso inteligente. E-Book - Apostila 3 - 32 Dessa forma, é necessário que soluções urgentes sejam pensadas para que, em um futuro, próximo ou não, a água não se torne um motivo de guerras e catástrofes. Por esse motivo, estudante, são realizados estudos e planejamentos do uso das águas para a geração de energia elétrica. Analisando, principalmente, o caso do Brasil, onde temos uma matriz energética de predominância de fontes hidrelétricas, precisamos estar amparados institucional e legalmente. Por isso, temos agências que fazem o trabalho de se responsabilizar por esse tema. Em nossos estudos, não vamos nos aprofundar em assuntos relacionados aos aspectos legais para o uso da água, tampouco em questões mais específicas de hidrologia. No entanto alguns conceitos serão abordados. Portanto, caso você tenha interesse em se aprofundar mais sobre o tema, convido você a fazer a leitura do material indicado a seguir. E-Book - Apostila 4 - 32 DICA Para ter uma revisão sobre os conceitos básicos de legislação e hidrologia, recomendo a leitura do livro "Geração de energia elétrica", de Lineu Belico dos Reis, da página 60 à 80. Para conferir a leitura, acesse a Minha Biblioteca por meio do link: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/bo oks/9786555762242/epubcfi/6/24%5B%3Bvnd.vst.i dref%3Dchapter02%5D!/4 Em uma central hidrelétrica, a água aciona uma turbina hidráulica que movimenta o rotor de um gerador elétrico para produção de energia elétrica. A água utilizada pode ser totalmente liberada pelo aproveitamento — com reservatório de acumulação ou não — ou liberada apenas em parte — nos casos em que a geração de energia elétrica é apenas um dos componentes do uso múltiplo da água. (Clique nas setas para avançar ou retornar o conteúdo) https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555762242/epubcfi/6/24%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter02%5D!/4 E-Book - Apostila 5 - 32 A turbina hidráulica efetua a transformação da energia hidráulica em mecânica. Seu princípio de funcionamento é o mesmo da roda d'água, que, movimentada pela água, faz girar um eixo mecânico. O gerador elétrico tem seu rotor movimentado por acoplamento mecânico com a turbina, fazendo a conversão de energia mecânica em elétrica graças às interações eletromagnéticas. Normalmente, são utilizados geradores síncronos, porque os sistemas de potência devem operar com frequência fixa. Para controlar a potência elétrica do conjunto, são usados reguladores de tensão e de velocidade. As figuras, a seguir, apresentam o diagrama dos equipamentos finais na produção de energia elétrica. A primeira imagem é a central hidrelétrica em desvio, já a segunda é o diagrama geral de uma hidrelétrica e dos sistemas de regulação de tensão e velocidade. (Clique na seta para avançar o conteúdo) E-Book - Apostila 6 - 32 Fonte: REIS, 2011, p. 102. Na sequência, estudaremos os principais componentes das centrais hidrelétricas. Vamos lá? Principais componentes da central hidrelétrica A finalidade de cada um dos principais componentes de uma central hidrelétrica pode ser descrita de forma sucinta. Para descobri-la, assista ao vídeo a seguir. Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo A partir dos conhecimentos contextualizados no vídeo, reflita de que maneira eles agregaram à linha de estudos que estamos discutindo nesta unidade. Potência gerada e energia produzida E-Book - Apostila 7 - 32 Vamos agora falar sobre a potência gerada e a energia produzida por uma usina hidrelétrica. Dentre as principais variáveis que atuam diretamente na potência elétrica, temos a altura de queda d'água e a vazão da água passando pelas turbinas. A análise energética do aproveitamento hidrelétrico permite verificar a energia útil relacionada com a energia potencial disponível, sendo que a potência elétrica possível de ser obtida é dada por: em que: : rendimento total do conjunto. g: aceleração da gravidade: 9,8 m/s2. Q: vazão (m3/s). H: queda bruta (m). P: potência elétrica (kW). O rendimento total tem condição de ser dado por . Valores típicos são: 0,7 6 ≤ < 0,8 7 com ≥ 0,9 6 0,88 < 0,94 0,90 ≤ < 0,97 E-Book - Apostila 8 - 32 A energia produzida por essa central, ao longo de um ano, é dada por: em que: P é a potência máxima fornecida durante o ano (não a potência instalada). FCU é o Fator de Capacidade da Usina, ou seja, é a relação entre a potência média no ano e a potência máxima (de pico). 8.760 é o número de horas no ano. Agora, estudaremos mais sobre a produção de energia maremotriz. Vamos seguir? Energia maremotriz Os oceanos estendem-se por 71% da superfície do globo terrestre, ocupando uma área de 361 milhões de km². Por isso, pensar em usar essas dimensões para a geração de energia é muito interessante. Partindo dessa constatação de que os oceanos são uma grande fonte de geração de energia elétrica, podemos citar três formas de energia presentes nele: a energia das marés, a energia das ondas e a energia térmica dos oceanos. As marés são geradas pela atração gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra. A energia das marés é proveniente do enchimento e do esvaziamento cíclico das baías e dos estuários. Sob certas condições que fazem com que o nível das águas suba na maré cheia, essa energia pode ser eventualmente utilizada paragerar energia elétrica. Um esquema de aproveitamento das marés possui uma barragem, construída em um estuário e equipada com uma série de comportas, o que permite a entrada d'água para a baía. E-Book - Apostila 9 - 32 Já as ondas são criadas pela interação dos ventos com a superfície do mar. Elas têm energia cinética, descrita pela velocidade das partículas d'água, e energia potencial, que é uma função da quantidade de água deslocada do nível médio do mar. Para fazer a conversão dessa energia para a elétrica, não é simples. No entanto podemos fazer de algumas maneiras, como: variação no perfil da superfície (inclinação e altura das ondas); variações de pressões abaixo da superfície; movimento orbital das partículas fluidas abaixo da superfície; movimento de grandes massas d'água na arrebentação. Temos que grande parte da radiação solar incidente sobre a superfície da Terra é direcionada para o aquecimento das águas dos oceanos. Essa temperatura diminui conforme o aumento da profundidade. O conceito de conversão de energia térmica dos oceanos (Ocean Thermal Energy Conversion — Otec) trabalha com essa diferença de temperatura para produzir eletricidade. Em regiões tropicais, a superfície do mar chega a atingir temperaturas de 25 ºC, já a 1.000 metros temos 5 ºC. As plantas Otec podem ser construídas em terra ou instaladas em plataformas flutuantes ou barcos no mar. Elas podem ser desenvolvidas para operar em ciclos fechados ou abertos. Em ambos os casos, a condensação do vapor (fluido que está sendo trabalhado) causa diferença de pressão por meio da turbina, que cria um fluxo de vapor suficiente para acionar um gerador e produzir eletricidade. Energia solar Vamos agora conhecer mais os sistemas baseados no uso da energia transmitida à Terra pelo Sol para a geração de eletricidade. Existem duas classificações básicas. (Passe o mouse para visualizar o conteúdo) a) Os sistemas fotovoltaicos autônomos são aqueles que realizam a transformação da energia solar em elétrica diretamente. b) Os sistemas termossolares são aqueles em que a energia solar é usada para produzir calor e este produz o vapor que acionará uma termelétrica. E-Book - Apostila 10 - 32 A variável para o aproveitamento da energia solar é a radiação solar incidente no sistema de geração de eletricidade. Energia solar e sistemas fotovoltaicos Uma das maneiras de se converter a energia solar em energia elétrica é por meio de células fotovoltaicas. Esse modelo de aplicação vem crescendo muito nos últimos anos no nosso país, principalmente com a geração distribuída. O crescimento dessa aplicação está muito relacionado ao aumento da eficiência dos módulos e à redução dos valores de investimento, além de poder contar com diversas linhas de crédito que favorecem a aquisição e implementação de sistemas. A energia solar fotovoltaica é obtida por meio da conversão direta da luz em eletricidade pelo efeito fotovoltaico. Não vamos nos aprofundar nos estudos de células e painéis fotovoltaicos, nem no tipo de material, variações de tecnologia entre outros pontos. No entanto é importante saber que vários materiais e tipos de estruturas são usados na produção de células fotovoltaicas. Atualmente, o silício é o material mais importante, pois há muito tempo já se tem conhecimento tecnológico dele e da matéria-prima que lhe dá origem. Sistema fotovoltaico Os principais componentes de um sistema fotovoltaico são: painéis fotovoltaicos, inversores de frequência, sistema para armazenamento de energia e dispositivos de proteção. A figura, a seguir, mostra um esquema, em bloco, de um gerador fotovoltaico, cujos principais componentes serão abordados na sequência de nossos estudos. E-Book - Apostila 11 - 32 FIGURA 1 - Diagrama de bloco de um sistema solar fotovoltaico Fonte: REIS, 2011, p. 216. Nesse esquema, o gerador fotovoltaico está integrado por uma associação de módulos, conexões, diodos de proteção e estruturas de suporte. Os painéis solares (módulos) fazem a geração de energia. A interligação dos módulos define a tensão e a corrente de saída, sempre em corrente contínua (CC). Normalmente, são incorporados diodos de potência no arranjo para proteção dos módulos. O sistema de armazenamento de energia é formado de baterias eletroquímicas. O subsistema condicionador de potência, ou Power Conditioning Subsystem (PCS), dá condição da interligação da fonte de energia elétrica, com uma carga ou sistema de potências em corrente alternada (CA). O PCS é formado de vários dispositivos, sendo que suas funções são controlar o acionamento/desligamento, além do ponto de operação do arranjo fotovoltaico; efetuar a proteção do sistema; e controlar a conversão da corrente contínua em alternada. O componente mais importante do PCS é o inversor, que deve converter a energia CC para a forma CA. E-Book - Apostila 12 - 32 Há, atualmente, dois tipos de inversores em utilização: os comutados pela linha e os autocomutados. No primeiro, o processo de inversão é controlado pela tensão da rede. Já no autocomutado, o controle é realizado por um sinal gerado no próprio dispositivo. Este último tem projeto mais complexo e, como consequência, custo mais elevado, mas permite que o sistema possa ser usado para alimentar, isoladamente, cargas elétricas. As aplicações dos sistemas fotovoltaicos podem ser divididas em três modelos: sistema autônomo isolado, sistema autônomo híbrido e sistema conectado à rede elétrica. (Clique no + para visualizar o conteúdo) Sistema autônomo isolado É um sistema puramente fotovoltaico, não conectado à rede elétrica de distribuição. Sistema autônomo híbrido É o sistema em que a configuração não se limita apenas à geração fotovoltaica. Estando isolados da rede elétrica, tem mais de uma forma de geração de energia, como: gerador diesel, turbinas eólicas e módulos fotovoltaicos. Sistema conectado à rede elétrica É de um único tipo. É aquele em que o arranjo fotovoltaico representa uma fonte complementar ao sistema elétrico de grande porte ao qual está conectado. Não utiliza armazenamento de energia, pois toda a potência gerada é entregue à rede instantaneamente. Esses sistemas se diferenciam quanto à forma de conexão à rede. Potência e energia geradas pela instalação E-Book - Apostila 13 - 32 A potência gerada Pg(t) dependerá basicamente de dois fatores A potência gerada em um sistema fotovoltaico com a configuração mostrada na figura acima é dada pela seguinte expressão: em que: η = rendimento total do sistema, composto pelo rendimento do painel solar mais o rendimento do sistema de condicionamento da potência. A= área do painel solar. Rs(t) = radiação solar incidente, em função do tempo. A potência instalada de uma central fotovoltaica é considerada a potência obtida pelo arranjo durante o período de insolação máxima. 1. Radiação solar horária incidente no plano coletor (painel). 2. Potência instalada, que estará ligada à área do painel e às suas características, além dos demais equipamentos constituintes do sistema condicionador de potência. E-Book - Apostila 14 - 32 Há critérios diferentes para determinação dessa potência instalada, dependendo das condições de insolação locais, do tipo de configuração (sem ou com armazenamento) e do uso do sistema. Há métodos baseados no número de dias em que o sistema pode ficar sem sol (critério para dimensionar os painéis e a bateria) e métodos estatísticos, similares aos das hidrelétricas. As baterias fazem um papel similar ao dos reservatórios nas hidrelétricas, regulando a potência e, portanto, aumentando o fator de capacidade do sistema. Emrelação à radiação solar máxima, para determinação da potência instalada, costuma-se usar o valor de 1 kW/m2 , que é a radiação utilizada como referência na fabricação das células, testadas sob condições específicas. O rendimento da central é o produto do rendimento do condicionamento de potência e do rendimento do grupo de painéis. O rendimento da célula solar depende do tipo de material utilizado para sua fabricação, das térmicas de fabricação, das temperaturas e de outros fatores externos. Na operação em módulo, a eficiência do conjunto diminui um pouco devido ao fator de empacotamento, à eficiência ótica da cobertura frontal do módulo, à perda nas interligações elétricas das células nos módulos e ao descasamento nas características das células. A energia anual gerada pelo sistema fotovoltaico pode ser expressa por: E-Book - Apostila 15 - 32 h/ano em que: Ec = energia gerada por ano (kWh/ano). Fc = fator de capacidade. O fator de capacidade do sistema, definido de modo similar ao apresentado pelas hidrelétricas (e válido também para as termelétricas), depende de disponibilidade de insolação, das perdas no sistema e da capacidade instalada dos principais componentes (PR, dos painéis solares, e Ws, do conjunto de baterias). SAIBA MAIS Conheça mais sobre o setor de energia fotovoltaica, por meio da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), uma entidade nacional, sem fins lucrativos, que reúne empresas de toda a cadeia de valor do setor solar fotovoltaico (FV) com operações no Brasil. A entidade coordena, representa e defende os interesses de seus associados quanto ao desenvolvimento do mercado e do setor, promovendo e divulgando a energia solar fotovoltaica no país. Saiba mais, acessando: https://www.absolar.org.br/quem-somos/ Além da geração fotovoltaica, podemos também ter uma geração solar para termoelétricas, mas esse assunto, neste momento, não será abordado. https://www.absolar.org.br/quem-somos/ E-Book - Apostila 16 - 32 Energia eólica Esta é uma das formas de geração de energia com maiores perspectivas de crescimento que temos. Ela consiste na energia cinética contida nos movimentos das massas de ar na atmosfera (ventos). Turbinas eólicas O funcionamento de uma turbina eólica é uma concatenação de vários campos do conhecimento, como de meteorologia, mecânico, elétrico, de controle e civil. Dentre as classificações de turbinas, temos duas opções: orientação do eixo do rotor em relação ao solo em verticais e horizontais. (Clique na imagem para interagir com o conteúdo) Os rotores de eixo horizontal são os mais comuns. São movidos por forças de sustentação (atuam perpendicularmente ao escoamento). Possuem duas ou mais pás, dependendo de sua aplicação. Porém, para a geração de eletricidade, os rotores mais utilizados são os do tipo hélice, com três pás. Esse modelo possui baixos torques de partida e só operam com velocidades elevadas de ventos. As turbinas de eixo vertical captam a energia dos ventos sem precisar alterar a posição do rotor com a mudança na direção dos ventos. Sua movimentação se dá pelas forças de sustentação e por forças de arrasto. Os principais tipos de rotores de eixo vertical são o Darrieus, Savonius e turbinas com torres de vórtices. O rotor Darrieus, movido por força de sustentação, é formado de duas ou três pás (com lâminas curvas). E-Book - Apostila 17 - 32 Fonte: PETERDARGATZ / PIXABAY. Em um sistema eólico, temos o conjunto denominado aerogerador, formado por três elementos básicos: rotor (e hélices), transmissão e gerador. O rotor é responsável por captar a energia cinética dos ventos e convertê-la em energia mecânica no eixo. A transmissão é o mecanismo que transmite a energia mecânica do eixo do rotor ao eixo do conversor (gerador). O conversor (gerador) é o componente que tem a finalidade de converter a energia mecânica do eixo em energia elétrica. Vários tipos de geradores podem ser utilizados: gerador de corrente contínua (CC), gerador síncrono e gerador de indução. Pode-se usar um sistema de armazenamento em baterias, similar ao que foi apresentado para geração solar fotovoltaica. Quando o sistema de geração eólico opera conectado à rede, os geradores podem ser síncronos e/ou assíncronos (de indução). Outro item importante dos geradores eólicos é o sistema de controle. É formado por vários sensores, como sensor de vento, rotação do rotor e carga da bateria. Esses sensores fornecem dados necessários para o funcionamento harmônico e seguro de todo o sistema, com o melhor aproveitamento possível do vento. Classificação dos sistemas eólicos Como em todo empreendimento, busca-se a melhor eficiência para os usos dos equipamentos. E isso não é diferente nos sistemas eólicos. Buscamos uma atuação em um intervalo ótimo de rendimento do sistema com relação à curva de potência disponível do vento local. Em função disso, temos classificações de aerogeradores por tamanho (altura e diâmetro das pás) e por potência instalada (potência nominal). De um modo geral, são divididos em pequenos, médios e grandes. A tabela, a seguir, apresenta a relação de tamanho e potências dos sistemas instalados. Tamanho Potência instalada (Kw) Pequeno Até 80 Médio De 81 a 500 Grande > 500 TABELA 1 - Relação de tamanho e potência instalada Fonte: REIS, 2011, p. 247. A próxima tabela demonstra a relação entre o tamanho e a área do rotor. E-Book - Apostila 18 - 32 Tamanho Diâmetro (m) Área do rotor (m²) Pequeno Até 16 Até 200 Médio De 16 a 45 De 200 a 1.600 Grande > 45 > 1.600 TABELA 2 - Relação de tamanho e área do rotor Fonte: REIS, 2007, p. 247. Quanto às aplicações para produção de eletricidade, um sistema é subdividido em três classificações. No infográfico a seguir, clique nos círculos à direita para interagir e conhecer essas classificações. Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo A energia eólica, no caso brasileiro, pode ser uma ótima opção para integração ao sistema energético. Principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste, onde o recurso eólico e o regime de chuvas podem ser complementares, garantindo uma melhor eficiência. Potência e energia geradas pela instalação A potência total de uma massa de ar com velocidade V, atravessando uma área A, pode ser calculada por: E-Book - Apostila 19 - 32 em que: "d" é a densidade do ar no local. No caso dos aerogeradores, a potência também pode ser calculada por meio dessa fórmula, considerando-se a área A como a superfície traçada pelas pás do rotor de raio D/2. O mais prático é considerar a potência por unidade de área (Pd/A), sendo esta definida como fluxo de potência eólica ou potência média bruta (co/m2). Esse fluxo é perpendicular e proporcional à área dos coletores (rotor) dos aerogeradores. O aspecto mais relevante é que a potência do vento é proporcional ao cubo de sua velocidade. Isso significa que pequenas variações de velocidade de vento podem ocasionar grandes variações de potência. Temos uma variação de velocidade do vento quanto a altura que varia em função da velocidade do vento disponível na altura conhecida, na altura desejada e no fator de rugosidade do terreno. E-Book - Apostila 20 - 32 A potência eólica convertida em eletricidade depende da área do rotor e do rendimento do aerogerador, formado pela multiplicação dos seguintes rendimentos: em que η: B = eficiência teórica (Betz). A = rendimento aerodinâmico (pás). M = rendimento do multiplicador de velocidades (quando houver). r = rendimento do rotor. G = rendimento do gerador. A configuraçãogeral do sistema eólico, determinada pelo tipo de aplicação e de potência, indicará o rotor e o gerador ideais, cujo rendimento é fornecido pelo fabricante. Para escolha do rotor, é necessário conhecer suas características aerodinâmicas. Vamos lá? Clique nas setas para interagir com o conteúdo: (Clique nas setas para visualizar o conteúdo) Área frontal (A em m2): também conhecida como área do disco, corresponde à área da superfície, normal à direção do vento, ocupada pelo rotor em movimento. No caso de rotores de eixo horizontal de diâmetro D (m), a área frontal é calculada por A= 1tD2/4. E-Book - Apostila 21 - 32 Razão de áreas (À) (ou solidez): é a razão entre a área das pás (apenas um lado) pela área frontal. "À" significa rotores de muitas pás ou de pás largas e, consequentemente, baixa velocidade. Razão de velocidade (RV) ou TIP Speed Ratio: é a razão entre a velocidade tangencial, na ponta da pá, pela velocidade do vento. RV alta significa rotores de alta velocidade, isto é, que funcionam em altas rotações. Potência do rotor (PR), W ou kW: é a parcela da potência disponível no vento captada pelo rotor eólico. Coeficiente de potência (Cp): exprime a porcentagem da Pd realmente aproveitada no eixo do rotor. A figura a seguir apresenta o comportamento típico do coeficiente de potência de vários tipos de rotores. Observe! E-Book - Apostila 22 - 32 FIGURA 1 - Coeficiente de potência x razão de velocidades Fonte: REIS, 2011, p. 251. No atual estado da arte, a eficiência da conversão da energia cinética eólica em energia elétrica é de, aproximadamente, 30% (ηb = 0,4, ηr = 0,95, ηc = 0,80). Potência elétrica = 0,3 x área do rotor x potência média bruta. A potência elétrica entregue à carga na forma CA é p carga = potência elétrica X ηI, em que: E-Book - Apostila 23 - 32 ηI = rendimento do inversor. A produção anual de energia pode ser calculada pela expressão: Ec = PI x FC x 8.760 h/ano em que: Ec = energia anual gerada. PI = potência instalada. FC = fator de capacidade. Assim como para geração hidrelétrica e solar fotovoltaica, se não houver armazenamento, o fator de capacidade é uma variável intrinsecamente ligada às condições climáticas. Geradores híbridos e cogeração E-Book - Apostila 24 - 32 Os sistemas híbridos caracterizam-se como uma forma importante de uso das energias renováveis para aplicação no planejamento descentralizado e no suprimento energético de locais isolados. Para aprofundar um pouco mais o conhecimento obtido até aqui, a partir de nossas discussões sobre o conteúdo, assista ao vídeo, a seguir, que apresenta importantes considerações sobre a temática da unidade. Recurso Externo Recurso é melhor visualizado no formato interativo Com base no que você acabou de assistir, as fundamentações discutidas na unidade fazem uma correlação melhor com o que até então havia sido apresentado? Pense sobre isso. Considerações finais Nesta unidade, estudante, você teve a oportunidade de: conhecer as fontes de energia não baseadas na queima de combustível; conhecer as fontes renováveis de energia; conhecer a cogeração de energia e geradores híbridos. Podemos concluir que existem meios e recursos em abundância de fontes de energia não baseada na queima de combustíveis, sendo fontes renováveis, como a energia da água, do sol e do ar. E-Book - Apostila 25 - 32 Algumas dessas tecnologias estão estabelecidas, como as centrais hidrelétricas, e outras ainda se encontram em desenvolvimento, como as usinas maremotriz, solares e eólicas. A palavra desenvolvimento, nesse caso, é atribuída em função do crescimento do uso dessas fontes e do aumento do rendimento e da viabilidade econômica. Podemos ver também que o uso de cogeração ou geração híbrida otimiza os investimentos, aumentando o rendimento e a estabilidade dos sistemas, o que torna muito interessante o uso dessa fonte. Temos um crescimento muito forte no país de usinas eólicas e solares, além de uma predominância de usinas hidrelétricas, sendo toda essa energia gerada de fontes renováveis, o que nos torna um país extremamente sustentável em sua matriz energética. Quiz "Os principais componentes de um sistema eólico autônomo são: rotor, transmissão, controle, conversor e sistema de armazenamento" (REIS, 2011, p. 245). Considerando os componentes de um sistema eólico de potência, assinale a alternativa correta. O rotor é o componente destinado a captar a energia cinética dos ventos e convertê-la em energia mecânica no eixo. a E-Book - Apostila 26 - 32 Resposta Correta: Correto! A função do rotor é capturar a energia mecânica do vento e transmiti-la para o eixo central, fazendo a conversão da energia cinética em mecânica. Resposta Incorreta: Resposta errada! A transmissão é o mecanismo que transmite a energia mecânica do eixo do rotor ao eixo do conversor (gerador). O conversor (gerador) é o componente que tem a finalidade de converter a energia mecânica do eixo em energia elétrica. O sistema de armazenamento da energia é formado pelas baterias. Inversores de frequência fazem conversão de CC para CA. Resposta Incorreta: Resposta errada! A transmissão é o mecanismo que transmite a energia mecânica do eixo do rotor ao eixo do conversor (gerador). O conversor (gerador) é o componente que tem a finalidade de converter a energia mecânica do eixo em energia elétrica. O sistema de armazenamento da energia é formado pelas baterias. Inversores de frequência fazem conversão de CC para CA. A transmissão é o mecanismo que converte energia mecânica em energia elétrica.b O conversor é o componente que tem a finalidade de converter a energia mecânica das pás para o rotor.c E-Book - Apostila 27 - 32 Resposta Incorreta: Resposta errada! A transmissão é o mecanismo que transmite a energia mecânica do eixo do rotor ao eixo do conversor (gerador). O conversor (gerador) é o componente que tem a finalidade de converter a energia mecânica do eixo em energia elétrica. O sistema de armazenamento da energia é formado pelas baterias. Inversores de frequência fazem conversão de CC para CA. Resposta Incorreta: Resposta errada! A transmissão é o mecanismo que transmite a energia mecânica do eixo do rotor ao eixo do conversor (gerador). O conversor (gerador) é o componente que tem a finalidade de converter a energia mecânica do eixo em energia elétrica. O sistema de armazenamento da energia é formado pelas baterias. Inversores de frequência fazem conversão de CC para CA. O sistema de armazenamento da energia é formado por compressores de ar, estocando o vento.d Alguns sistemas têm inversores de frequência para alteração dos níveis de tensão.e E-Book - Apostila 28 - 32 "O projeto de um sistema eólico, para um determinado tamanho de rotor e para uma determinada carga, busca atuação num intervalo ótimo de rendimento do sistema com relação à curva de potência disponível do vento local" (REIS, 2011, p. 247). Sobre a classificação de sistemas eólicos, um sistema com potência instalada de 82 kW com área dos rotores de 256 m² é classificado como? Resposta Incorreta: Errado! A classificação se enquadra em: quanto à potência, é médio (de 81 a 500 kw) e, quanto ao tamanho, é médio (200 a 1.600 m²). Resposta Incorreta: Errado! A classificação se enquadra em: quanto à potência, é médio (de 81 a 500 kw) e, quanto ao tamanho, é médio (200 a 1.600 m²). É considerado como médio (quanto à potência) e pequeno (quanto ao tamanho).a É considerado como pequeno (quanto à potência) e médio (quanto ao tamanho).b É considerado como médio (quanto à potência) e médio porte (quanto ao tamanho).c E-Book - Apostila 29 - 32 Resposta Correta: A resposta está correta, pois, quanto à potência, é médio (de 81 a 500 kw) e, quanto ao tamanho, é médio (200 a 1.600 m²). RespostaIncorreta: Errado! A classificação se enquadra em: quanto à potência, é médio (de 81 a 500 kw) e, quanto ao tamanho, é médio (200 a 1.600 m²). Resposta Incorreta: Errado! A classificação se enquadra em: quanto à potência, é médio (de 81 a 500 kw) e, quanto ao tamanho, é médio (200 a 1.600 m²). É considerado como grande (quanto à potência) e grande (quanto ao tamanho).d É considerado como pequeno (quanto à potência) e grande (quanto ao tamanho).e E-Book - Apostila 30 - 32 "As usinas hidrelétricas são, em geral, classificadas quanto ao uso das vazões naturais, à potência, à forma de captação de água e à função no sistema" (REIS, 2011, p. 90). Uma usina hidrelétrica de 125 kW de potência e com queda de água de 52 metros é classificada, respectivamente, como: Resposta Incorreta: Resposta incorreta! A classificação quanto a estes dois parâmetros seria quanto à potência a classificação de que mini 100 < P < 1.000 kW e que, em relação à queda, 50 Resposta Incorreta: Resposta incorreta! A classificação quanto a estes dois parâmetros seria quanto à potência a classificação de que mini 100 < P < 1.000 kW e que, em relação à queda, 50 mini em relação à potência e como média em relação à queda de água.a média em relação à potência e como baixa em relação à queda de água.b E-Book - Apostila 31 - 32 Resposta Incorreta: Resposta incorreta! A classificação quanto a estes dois parâmetros seria quanto à potência a classificação de que mini 100 < P < 1.000 kW e que, em relação à queda, 50 Resposta Incorreta: Resposta incorreta! A classificação quanto a estes dois parâmetros seria quanto à potência a classificação de que mini 100 < P < 1.000 kW e que, em relação à queda, 50 Resposta Correta: Correto! Quanto à potência, a classificação é a de que mini 100 < P < 1.000 kW; em relação à queda, de 50 mini em relação à potência e como baixíssima em relação à queda de água.c pequena em relação à potência e como baixa em relação à queda de água.d grande em relação à potência e como grande em relação à queda de água.e E-Book - Apostila 32 - 32 Referências ABSOLAR: maior entidade representativa do setor solar fotovoltaico no Brasil. Absolar, [c2022]. Disponível em: https://www.absolar.org.br/quem-somos/. Acesso em: 3 mar. 2022. REIS, L. B. dos. Geração de energia elétrica. Barueri: Manole, 2011. (Disponível na Minha Biblioteca). https://www.absolar.org.br/quem-somos/
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