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Universidade Estadual de Goiás 
Professor: Marcos Roberto Pereira Moura 
Acadêmica: Lívia Pinheiro Souza Gomes 
 
Rosendahl, Z. Geografia da religião: uma proposição temática. GEOUSP - 
Espaço e Tempo, São Paulo, N° 11, pp.9-19, 2002. 
 
 
Zeny Rosendahl nasceu em 20 de setembro de 1945, no final da 2° guerra 
mundial, atualmente é professora Associada do Instituto de Geografia da 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e possui graduação em 
geografia, tem os graus de Mestre (UERJ) e Doutora em Geografia pela 
Universidade de São Paulo - USP (1994), Pós-doutorado na França - 
Universidade Sorbonne - Paris IV (1997). É coordenadora do Programa de 
Extensão em Estudos Avançados em Geografia, Religião e Cultura (PEAGERC) 
que inclui o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura (NEPEC) e 
a publicação do Periódico Espaço e Cultura, fundado em 1995 na UERJ. 
No artigo Geografia da religião: uma proposição temática, a autora chama 
a atenção para vários temas, como fé, espaço e tempo; difusão e área de 
abrangência; centros de convergência e irradiação; religião, território e 
territorialidade; e espaço e lugar sagrado: vivência, percepção e simbolismo. 
De acordo com a autora, pode-se dizer, ao que tudo indica, que a 
experiência da fé nos categoriza como crentes e descrentes. A fé identifica o 
crente em um sistema religioso e lhe deposita poderes que ele só adquire em 
sua experiência religiosa. E a fé no contexto judaico-cristão, leva a que tudo seja 
possível para Deus e também para o homem. 
Fé significa liberdade, uma liberdade onde encontramos o seu valor e seu 
apoio em Deus. No entanto, os mistérios da fé são de interesse religioso, ligados 
à teologia e ultrapassam nosso estudo. E é por isso que a perspectiva que 
interessa aos geógrafos está presente na análise da experiência da fé, no tempo 
e no espaço em que ela ocorre. 
O ampliamento do cristianismo pelo império romano é um exemplo de 
difusão hierárquica. Os primeiros movimentos dos missionários cristãos para as 
grandes cidades e centros do império romano foi seguido por conversões, se 
propagando para áreas vizinhas. 
Esse movimento proporcionou não só a estabilidade política por meio da 
comunicação, como também favoreceu o uso de uma língua comum que também 
era protegida das rotas de comércio e de suas estradas. Diante disso, a Igreja 
Cristã se tornou cada vez mais privilegiada e possuindo um maior domínio 
cultural nas áreas convertidas. Ou seja, a difusão do cristianismo aconteceu 
também, a partir da expansão europeia que teve início no século XV. 
A autora salienta que, a difusão da fé se torna sobretudo relevante para a 
geografia ao se refletir sobre a ação missionária de expansão de ideias e de 
condicionamentos simbólicos, algumas vezes resolvida por trocas dramáticas no 
processo de aculturação. 
Há no catolicismo, duas cidades de Roma e Lourdes representam os dois 
grandes centros de convergência de peregrinos no mundo; todavia, a prática de 
peregrinações a lugares sagrados em buscar de um benefício espiritual e para 
prestar homenagem é também bastante comum no budismo, mesmo não tendo 
sido defendida pelo próprio Gautama Buda. 
A religião é examinada no contexto geográfico colocando em pauta à 
apropriação de determinados segmentos do espaço. É diante dessa estratégia 
geográfica de controle de pessoas e coisas, que muitas vezes o controle sobre 
territórios é mais ampliado do que a religião se estruturar enquanto instituição. 
Já a territorialidade é o conjunto de práticas que são desenvolvidas por 
instituições ou grupos, na intenção de controlar um determinado território. 
Segundo Sopher, a territorialidade dos sistemas religiosos pode surgir de 
três tipos comportamentais: por coexistência pacífica, por instabilidade e 
competição, e por intolerância e exclusão. 
A convicção de que existem espaços sagrados e que pode existir um 
mundo no qual as imperfeições estarão ausentes, leva o homem, a suporta r as 
dificuldades diárias. Sendo assim, o homem consagra esse espaço porque tem 
a necessidade de viver em um mundo sagrado. 
Os geógrafos da religião defendem o estudo do espaço através da análise 
do sagrado, descobrindo sua ligação com a paisagem e com a linguagem 
codificada pelo devoto em sua vivência no espaço. 
E por fim, conclui que as mudanças impostas pelos movimentos religiosos 
estão fortemente associadas aos aspectos culturais da com unidade, de maneira 
que o espaço pode ser percebido conforme os valores simbólicos que são ali 
representados. Tudo pode ser sagrado, contudo, apenas em determinados 
lugares o potencial é realizado. O poder do sagrado é manifestado em 
determinados lugares, e é isso que o diferencia dos demais lugares. E esse 
poder pode tanto ser atraente, fazendo do lugar um centro convergente de 
crentes, ou pode ser aterrorizante, fazendo do lugar proibido e considerado 
maldito.

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