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DESAFIO MODULO 3 SOCIOLOGIA

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DESAFIO
O antropólogo Bronislaw Malinowski conviveu em aldeias com povos nativos e registrou seus estudos etnográficos no livro Os argonautas do Pacífico Ocidental. Na introdução da obra, quando aborda questões metodológicas da pesquisa, o autor descreve o método etnográfico e de observação participante, que consiste basicamente em vivenciar experiências e práticas de outras culturas para entendê-las como manifestação humana. 
Como exercício, reflita sobre o cenário brasileiro e a existência de indígenas aldeados (que vivem em aldeias) e não aldeados (que vivem, geralmente, em territórios urbanos), bem como sobre as ações em torno da identidade indígena a partir da visão de sujeitos de direito instituída pela Constituição Federal de 1988.
​​​​​​​	​​​​​​​Nesse sentido, pensando nas diferentes culturas e na relação entre a Antropologia e o Direito, responda: a identidade étnica do indígena, no Brasil, vem sendo perdida com o passar do tempo na sociedade moderna? Para defender seu ponto de vista, apresente argumentos com base nos estudos antropológicos e na relação destes com o Direito.
RESPOSTA
De acordo com a Antropologia, não se pode afirmar a "perda" de uma identidade étnica em uma sociedade, mas, sim, sua transformação, considerando o processo de colonização e violências vivenciado pelos povos indígenas no Brasil ainda hoje, bem como a instituição de uma sociedade democrática e de sujeitos de direito a partir da Constituição Federal de 1988.
O conceito de cultura na Antropologia, por exemplo, representa um fenômeno dinâmico, e não estanque — parado no tempo, como algo imutável. A importância da Antropologia reside, principalmente, em se tratar de uma ciência que considera o homem — na condição de um ser humano complexo — em todas as suas dimensões como objeto de estudo, de modo interdisciplinar.
Assim, com a Antropologia, aprendemos que não devemos utilizar os valores da nossa cultura para analisar outras culturas, mas procurar conhecer suas dimensões históricas, culturais e sociais para entendê-las em suas diferenças e peculiaridades.
Nesse sentido, a relação entre Antropologia e Direito contribui para:
- análise dos fatores culturais, políticos e sociais (além dos aspectos legais) que perpassam o mundo jurídico e a atuação dos operadores do Direito;
- estudos empíricos de diversas sociedades, grupos sociais e regras estatais e não estatais;
- abordagem pluralista do Direito ante a diversidade cultural e social e a multiplicidade de manifestações do Direito na vida humana.
Preservação indígena x Desenvolvimento
Devido a muitos conflitos, os índios perderam terras. Num momento mais recente, vimos que foram concedidos títulos de terras para quem quisesse produzir para a agro economia do país.
Apesar de ter um resultado positivo para o desenvolvimento do interior do país, isso aumentou os conflitos entre agricultores e índios, conflitos esses que foram ignorados, principalmente no período de ditadura. Nesse tempo, já que valia a vontade do governo, os índios eram oprimidos e esquecidos.
O fato dessa exploração de terras indígenas estar em evidência maior, permitiu que os índios lutassem pela garantia dos seus direitos.
Séculos XX e XXI: intensidades e embates
A partir de década de 1950, houve uma intensificação, apesar de não levar em conta as demandas indígenas, das políticas indígenas de caráter modernizante e desenvolvimentista.
As populações indígenas passaram a ser vistas como trabalhadores rurais e populações transitórias entre silvícolas, quando o SPI integrou o Ministério do Trabalho Indústria e Comércio e o Ministério da Guerra. 
Porém, houve uma crise com denúncias de corrupção e tratamento violento dirigido à população indígena. Assim, o SPI teve parte das verbas canceladas, a partir da década de 1940.
Já no Rio Grande do Sul, houve uma reforma agrária, no governo de Leonel Brizola, que consistia em passar boa parte das terras indígenas para trabalhadores sem-terra, diminuindo, assim, os espaços nas terras indígenas. Serem consideradas como terras do estado, tornava essa prática possível.
A primeira Constituição Federal Brasileira assegurou os indígenas a posse das suas terras, mas a União ficaria responsável pela gestão das terras. Isso foi promulgado em 1934. Quanto a questão indígena, as Constituições seguintes não trouxeram inovação.
A Constituição de 1967 deu aos indígenas posse das terras que habitavam e reconheceu o direito ao uso exclusivo dos recursos naturais.
Devido à má gestão, o SPI foi fechado em 1967 e substituído pela FUNAI - Fundação Nacional do Índio.
Em 19969, depois da constituição militar, as populações que utilizavam as terras, perderam o controle delas, passando para a União, e ficando apenas com o direito de usufruir das terras.
Os Postos Indígenas tinham o objetivo de promover a economia dos indígenas, com a intenção de “incorporar os índios ao modelo desenvolvimentista e à sociedade nacional (LAROQUE, 2005, p. 52 – 53).”
 Esse projeto resultou na construção de várias obras de infraestrutura pelo país. Também foram implementados projetos de ingressar a população indígena como mão de obra no plantio de trigo e soja.
Em 1988, a Constituição Cidadã entrou em vigor, e a população indígena obteve diretos à saúde, educação e à terra. Também passaram a ter direitos sobre seus costumes e terras e práticas culturais, passam a fazer parte da nação brasileira, deixando de ser considerados sociedades em desaparecimento. Esse marco abriu possibilidades para as populações indígenas se manifestarem e lutarem para por em práticas suas demandas.
Dessa forma, a população indígena teria sua cultura reconhecida e respeitada, além dos conhecimentos tradicionais valorizados.
Essa autonomia e autodeterminação garantiam o desenvolvimento e progressos desses povos. Podemos ver que muitos conhecimentos tradicionais se perderam, assim como povos, línguas e costumes, pois a cultura tinha sido colocada em segundo plano, já que impuseram a cultura ocidental.
Vimos que o reconhecimento dos direitos dos indígenas aconteceu num período de indiferença, e, nesse tempo, surgiram figuras intermediarias com o intuito de proteger esses povos. Mas o indígena passou a ser reconhecido somente após a Constituição Federal de 1988.
Por fim, podemos perceber que, para entendimento da questão indígena no Brasil, precisamos do estudo do direito e da história. E neste estudo vimos as políticas principais praticadas no decorrer desse tempo. 
Por esse tema estar sempre em evidências nos debates dos dias de hoje, podemos ver que é necessário estudar e conhecer a história para entendimento, reconhecimento e respeito aos diretos dos povos indígenas.
REFERENCIAS 
Inácio, Gustavo. Um olhar antropológico sobre os povos indígenas do brasil e sua luta por reconhecimento na sociedade. JUSBRASIL. Acesso em 29/09/2021. Disponível em < https://inacio45.jusbrasil.com.br/artigos/182212231/um-olhar-antropologico-sobre-os-povos-indigenas-do-brasil-e-sua-luta-por-reconhecimento-na-sociedade> 
_________________. A questão indígena no Brasil: um olhar a partir do entrelaçamento entre história e direito. AMBITO JURIDICO. Acesso em 29/09/2021. Disponível em < https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direitos-humanos/a-questao-indigena-no-brasil-um-olhar-a-partir-do-entrelacamento-entre-historia-e-direito/amp/>

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