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116
ARTIGO ORIGINAL
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dorc
Rev Dor 2010;11(2):116-121
A eficácia da conduta do Grupo de Postura em pacientes com lom-
balgia crônica *
Effectiveness of the Posture Group management of chronic low back pain patients.
Marielza Regina Ismael Martins1, Marcos Henrique Dall´Aglio Foss2, Randolfo dos Santos Junior3, 
Mariana Zancheta4, Isiélen Cardoso Pires5, Ana Márcia Rodrigues Cunha6, Sebastião Carlos da Silva 
Junior7, Carlos Eduardo Rocha8
* Recebido da Clínica da Dor do Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/
FAMERP. São José do Rio Preto, SP.
1. Terapeuta Ocupacional (Clinica da Dor do Hospital de 
Base) Departamento de Ciências Neurológicas da Faculdade 
de Medicina de Rio Preto (FAMERP). São José do Rio Preto, 
SP, Brasil.
2. Fisioterapeuta - Clinica da Dor do Hospital de Base – De-
partamento de Ciências Neurológicas da Faculdade de Me-
dicina de Rio Preto (FAMERP). São José do Rio Preto, SP, 
Brasil.
3. Psicólogo da Clínica da Dor do Hospital de Base. São José 
do Rio Preto, SP, Brasil. 
4. Aprimoranda de Fisioterapia (Clinica da Dor do Hospital de 
Base) Faculdade de Medicina de Rio Preto (FAMERP). São 
José do Rio Preto, SP, Brasil.
5. Aprimoranda de Terapia Ocupacional (Clinica da Dor do 
Hospital de Base) da Faculdade de Medicina de Rio Preto (FA-
MERP). São José do Rio Preto, SP, Brasil.
6. Anestesiologista (Coordenadora da Clinica da Dor do Hospital 
de Base) Faculdade de Medicina de Rio Preto (FAMERP). São 
José do Rio Preto, SP, Brasil.
7. Neurocirurgião (Coordenador da Clinica da Dor do Hospi-
tal de Base) Departamento de Ciências Neurológicas da Fa-
culdade de Medicina de Rio Preto (FAMERP). São José do 
Rio Preto, SP, Brasil.
8. Neurocirurgião (Clinica da Dor do Hospital de Base) Depar-
tamento de Ciências Neurológicas da Faculdade de Medicina 
de Rio Preto (FAMERP). São José do Rio Preto, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Marielza R. Ismael Martins
Departamento de Ciências Neurológicas/ FAMERP
Av. Brigadeiro Faria Lima, 5416 – Vila São Pedro
15090-000 São José do Rio Preto, SP.
Fone: (17) 3201-5000 – ramal 1215
E-mail: marielzamartins@famerp.br
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A lombalgia crô-
nica (LC) atinge milhares de pessoas, tornando-se res-
ponsável por limitações das atividades funcionais e 
comprometimento da qualidade de vida (QV). Diante da 
variabilidade de métodos terapêuticos utilizados para o 
tratamento de tal afecção nenhum destes consagrou-se 
como sendo o eleito de primeira escolha pela comunida-
de cientifica. O objetivo deste estudo foi avaliar os bene-
fícios alcançados nos pacientes submetidos a um Grupo 
de Postura que abordasse diferentes atividades. 
MÉTODO: Trata-se de estudo comparativo, com 
amostra de conveniência composta por 25 indivíduos 
diagnosticados com LC cadastrados no ambulatório da 
Clinica da Dor do Hospital de Base (FUNFARME/FA-
MERP). Os instrumentos utilizados foram: entrevista 
semiestruturada, questionário Roland-Morris, questio-
nário genérico de qualidade de vida SF-12 e a escala 
visual analógica. 
RESULTADOS: A média de idade da amostra foi de 
41,7 ± 12,5 anos, 52% casados, média de escolaridade 
entre 9 anos e 3 meses, 72% eram mulheres, sendo que 
a maioria (72%) recebe auxilio doença. As atividades 
mais comprometidas foram: trabalho (43%), atividades 
domiciliares (65%) e o estado de humor (65%). Na per-
cepção de QV houve melhora significativa nos compo-
nentes físico e mental (p ≤ 0,05) e, para o Roland-Morris 
observou-se ganhos funcionais assim como a diminui-
ção do limiar de dor.
CONCLUSÃO: O tratamento do paciente com LC deve 
incluir uma equipe interdisciplinar que desenvolva de 
maneira sistemática habilidades de auto-regulação ne-
cessárias para a transição de reabilitação para manuten-
ção de um estilo de vida ativo e independente, adicio-
nando sistematicamente atividades específicas ao plano 
diário ou semanal e o acompanhamento regular deve 
estimular a manutenção em longo prazo da mudança de 
comportamento.
Descritores: dor crônica, lombalgia, reabilitação.
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Sociedade Brasileira para o Estudo da Dorc
A eficácia da conduta do Grupo de Postura em pacientes com lombalgia crônica Rev Dor 2010;11(2):116-121
117
SUMMARY
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Chronic low 
back pain affects thousands of people and is responsible 
for functional activities limitation and quality of life 
impairment. There are several therapeutic methods to 
treat such affection but none has been elected as the first 
choice by the scientific community. This study aimed at 
evaluating the benefits for patients submitted to a Pos-
ture Group involving different activities. 
METHOD: This is a comparative study with conve-
nience sample made up of 25 individuals with chronic 
low back pain and registered in the pain outpatient clinic 
of the Base Hospital (FUNFARME/FAMERP). Tools 
used were: semi-structured interview, Roland-Morris 
questionnaire, generic SF-12 quality of life question-
naire and visual analog scale.
RESULTS: Mean sample age was 41.7 ± 12.5 years, 
52% were married, mean education was between 9 years 
and 3 months, 72% were females and most patients 
(72%) receive illness allowance. Most impaired activi-
ties were: work (43%), home activities (65%) and mood 
status (65%). As to quality of life, there has been signifi-
cant improvement in physical and mental components (p 
= 0.05) and Roland-Morris has shown functional gains 
in addition to decreased pain threshold.
CONCLUSION: Management of chronic low back pain 
patients shall include an inter-disciplinary team system-
atically developing self-regulation skills needed for the 
transition from rehabilitation to the maintenance of an 
active and independent life style, systematically adding 
specific activities to the daily or weekly plan. Regular 
follow-up shall encourage the long-term maintenance of 
behavioral changes.
Keywords: chronic pain, low back pain, rehabilitation.
 
INTRODUÇÃO
A lombalgia crônica (LC) caracteriza-se por uma dor 
que perdura após o 3° mês, a contar do primeiro epi-
sódio de dor aguda e, pela instalação da incapacidade. 
Frequentemente tem inicio impreciso e fatores de me-
lhora e piora1.
As dificuldades da abordagem e do estudo da dor lombar 
decorrem da inexistência de uma fidedigna correlação 
entre os achados clínicos e os de imagem, como também 
do fato do segmento lombar ser inervado por uma difusa 
e entrelaçada rede de nervos, tornando difícil determinar 
com precisão o local e origem da dor, exceto nos acome-
timentos radículo-medulares2. 
Dados estatísticos demonstram que a LC afeta de 2% a 5 
% das pessoas em todo mundo3. Nos Estados Unidos é a 
causa de maior procura médica e de maior incapacidade 
abaixo dos 45 anos4 . Não existe estatística brasileira a 
este respeito, apenas dados regionais3,5.
Atualmente existem alguns estudos relatados na revisão 
de Bombardier e col. apud Furlan6, menores e controla-
dos, que apresentam os mais variados tipos de tratamen-
to, desde o tratamento conservador (onde não há nenhu-
ma intervenção medicamentosa e nem de repouso), até 
tratamentos invasivos (como a cirurgia).
Foram encontrados ensaios clínicos6 que apresentam: 
a) tratamento farmacológico com analgésicos comuns, 
anti-inflamatórios não esteroides (AINES), bloqueado-
res neuromusculares, analgésicos opioides, colchicina 
e antidepressivos; b) tratamentos físicos como manipu-
lações, estimulação elétrica, uso de palmilhas, de cole-
tes, biofeedback, injeções intra-articulares, peridurais, 
acupuntura, entre outros; c) alteração de atividade com 
recomendação para evitar alguns tipos de exercícios e 
prática de exercícios corretivos. Porém nenhum destes 
tratamentos consagrou-se como o eleito de primeira es-
colha pela comunidade cientifica7.
Neste contexto verifica-se que a dor lombar decorre de 
um conjunto de causas que envolvem fatores sócio-de-
mográficos, comportamentaise atividades ocupacionais, 
sendo então importante um programa de treinamento de 
cunho educacional intensivo essencial para diminuir a 
dor e prevenir sua recorrência8.
Em 1969, Forssell9 criou na Suécia a Back School que se 
tratava de um modelo de intervenção para LC de cunho 
preventivo e educacional. 
No Brasil a Escola de Postura da Divisão de Medicina 
de Rea bilitação do Hospital das Clinicas da Faculdade 
de Medicina da USP (DMR) preconiza a educação para 
cuidados básicos de prevenção de episódios de dor nas 
costas, incentivando o paciente para responsabilidade 
com o seu tratamento e recuperação10.
Assim, estudos atuais10-12 relatam que, voltar à atenção 
a aspectos multifatoriais de pacientes com LC e ensiná-
los a controlar os seus sintomas, pode promover mu-
danças de comportamento e melhorar sua capacidade 
funcional.
Diante deste contexto o objetivo deste estudo foi ava-
liar a eficácia de um Grupo de Postura a fim de deter-
minar se ações educacionais voltadas para biomecâni-
ca corporal, cinesioterapia, ergonomia, abordagem de 
aspectos psicossociais e ocupacionais, seriam efetivas 
a curto e em médio prazo para melhora da dor crônica 
destes pacientes.
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Martins, Foss, Santos Junior e col.Rev Dor 2010;11(2):116-121
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MÉTODO
Após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa da 
FAMERP (196/2009) e assinatura do Termo de Consen-
timento Livre e Esclarecido (TCLE), realizou-se este 
estudo comparativo, com amostra de conveniência com-
posta por 25 pacientes diagnosticados com LC cadas-
trados no ambulatório da Clinica da Dor do Hospital de 
Base (FUNFARME/FAMERP).
Foram avaliados indivíduos de ambos os sexos, com ida-
de entre 28 e 64 anos, com queixa de dor lombar crônica, 
no mínimo, há seis meses.
Excluíram-se pacientes com artropatia concomitante, his-
toria de trauma de qualquer natureza, dor intensa aos mí-
nimos esforços, historia de câncer ou perda significativa 
de peso nos últimos três meses, bem como os indivíduos 
com historia de cirurgia na coluna, doenças crônico-dege-
nerativas e alterações neurológicas e/ou cognitivas.
O procedimento constituiu-se de 12 sessões. Na primei-
ra sessão os critérios de eficácia foram: uma entrevista 
semiestruturada contendo dados biosócio-demográficos 
dos participantes (estado civil, escolaridade, idade, sexo, 
situação trabalhista), além de questões sobre as ativida-
des diárias e prática (sono, apetite, deambulação, ati-
vidades domiciliares, trabalho, higiene pessoal, habito 
intestinal, relacionamento interpessoal, concentração, 
atividade sexual, humor, lazer) que eram assinaladas pe-
los valores correspondentes: (1) sem alteração; (2) par-
cialmente comprometida; (3) totalmente comprometida; 
(4) não se aplica.
Após esta entrevista foi aplicado o questionário Roland-
Morris13 que gera 24 domínios que avaliam a funcionali-
dade de pacientes com dor lombar. Cada item tem valor 
de 1 ponto, sendo seu resultado a somatória de todos os 
pontos (0-24) que significa incapacidade funcional total.
Como não há direcionamento de atenção aos aspectos 
psicossociais englobados na lombalgia foi aplicado tam-
bém o questionário genérico de qualidade de vida Heal-
th Survey (SF-1)14,15 que se constitui de 12 questões que 
abordam o componente físico (capacidade funcional e 
limitação por aspectos físicos) e o componente mental 
(dor, vitalidade, aspectos sociais, limitação por aspec-
tos emocionais e saúde mental. Seu resultado é expresso 
através de um escore de uma escala de zero a 100 por 
componente pesquisado (pior – melhor estado geral de 
saúde, nota de corte ≤ 50)15.
Para a avaliação da dor foi utilizada a escala analógica 
visual (EAV) que consiste em aferir a intensidade da dor 
no paciente. É um importante instrumento para verificar 
a evolução do paciente durante o tratamento e mesmo a 
cada atendimento, de maneira mais fidedigna. Esta es-
cala consiste de uma faixa limitada de 10 cm de com-
primento, a qual representa o contínuo da experiência 
dolorosa e tem em suas extremidades palavras-âncora 
como: sem dor e pior dor possível. Os participantes são 
instruídos a assinalar a intensidade da sensação dolorosa 
em um ponto dessa reta, sendo que os escores podem 
variar de zero a 10 e são obtidos medindo-se, em milí-
metros, a distância entre a extremidade ancorada pelas 
palavras sem dor e o ponto assinalado pelo participante. 
A EAV pode ser útil para comparar um paciente com ele 
próprio ao longo do tempo, mas é menos confiável em 
comparar indivíduos um com o outro16.
Da 2ª à 11ª sessões, (1 vez por semana e com duração de 
60 min), os pacientes realizavam atividades dinâmicas 
e educacionais sobre biomecânica corporal, cinesiote-
rapia, ergonomia, dinâmicas de grupo para abordagem 
psicossocial, relaxamentos, massagem e atividades ocu-
pacionais terapêuticas, orientadas e supervisionadas por 
terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e psicólogos.
O objetivo deste programa não era apenas abolir a dor, 
mas promover mudanças comportamentais e melhorar 
o desempenho das atividades da vida diária e prática, 
trabalho e lazer. 
Na 12ª sessão, os pacientes eram reavaliados, utilizando-
se os mesmos critérios de eficácia e então comparados os 
resultados. 
Foram feitas as análises descritivas de todas as variáveis 
do estudo. Estas análises foram realizadas utilizando-se 
o teste ANOVA. Este teste estatístico paramétrico foi 
selecionado para as análises inferenciais, pelo fato das 
variáveis dependentes deste estudo ser quantitativas (es-
cala intervalar). O nível de significância utilizado para 
os testes foi de 0,05.
RESULTADOS
Vinte e cinco indivíduos com LC cadastrados na Clinica 
da Dor do Hospital de Base de São José do Rio Preto 
aderiram 100% ao programa. Não houve nenhuma perda 
de acompanhamento.
A média de idade da amostra foi de 41,7 ± 12,5 anos, 
variando de 28 a 64 anos com maioria formada por mu-
lheres (52%). O tempo médio de LC era de 2 anos e 3 
meses. As variáveis biosócio-demográficas estão apre-
sentadas na tabela 1. 
Com relação às atividades de vida diária e prática foram 
assinaladas com os valores correspondentes ao desem-
penho de cada atividade/condição: (1) sem alteração; (2) 
parcialmente comprometida; (3) totalmente comprome-
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A eficácia da conduta do Grupo de Postura em pacientes com lombalgia crônica Rev Dor 2010;11(2):116-121
119
tida; (4) não se aplica. Os resultados estão apresentados 
no gráfico 1.
Na tabela 2 está apresentada a evolução dos valores mé-
dios dos domínios do SF-12, questionário Roland Morris 
e EAV, comparando antes e após intervenção no Grupo 
da Postura.
No gráfico 2 estão expressos os domínios do questioná-
rio SF-12, Roland Morris e EAV em cada momento da 
avaliação.
DISCUSSÃO
Os instrumentos utilizados neste estudo são complemen-
tares, pois o quadro de dor e as modificações funcionais 
destes pacientes merecem avaliação completa para que 
haja contribuição para o diagnóstico e tratamento das al-
terações que causam desconforto, com o intuito de me-
lhorar a qualidade de vida destas pessoas.
Mostra-se assim necessário aplicar escalas validadas 
cientificamente e utilizá-las como complemento da ava-
liação de pessoas que sofrem com este tipo de dor.
Estudos sobre LC avaliam principalmente modalidades 
de tratamento. A elaboração de programas terapêuticos, 
educativos, de prevenção deve ser direcionada no senti-
do de promover mudanças de comportamentos compatí-
veis com a proposta a que se destinam10,11. 
Cohen e col.17 realizaram metanálise com 19 estudos, 
com o objetivo de avaliar a eficácia das Escolas de Co-
Tabela 1 – Variáveis biosócio-demográficas dos participantes do 
Grupo da Postura da Clinica da Dor (n = 25).
Variáveis Porcentagem
Estado civil
 Casado 52 (n = 13)
 Solteiro 28 (n = 7)
 Divorciado 20 (n = 5)
 Viúvo 0
Escolaridade 
 Fundamental 32 (n = 8)
 Médio48 (n = 12)
 Superior 20 (n = 5)
Idade
 ≤ 30 anos 8 (n = 2)
 30 a 49 anos 36 (n = 9)
 50 a 69 anos 52 (n = 13)
 ≥ 70 anos 4 (n = 1)
Sexo 
 Masculino 28 (n = 7)
 Feminino 72 (n = 18)
Situação trabalhista
 Trabalho formal (registro em carteira) 8 (n = 2)
 Auxilio doença 72 (n = 18)
 Aposentado 4 (n = 1)
 Trabalho informal 4 (n = 1)
 Beneficio LOAS 0
LOAS = Lei Orgânica da Assistência Social.
Gráfico 1 – Valores percentuais da atividade/condição avaliada na 
amostra (n = 25)
Tabela 2 – Variação e valores médios dos domínios do questionário nos 
períodos pré e pós-intervenção do Grupo da Postura (n = 25).
Domínios Avaliação Inicial Reavaliação Valor de p
 Média ± DP Média ± DP
Componente 43,7 ± 13,2 78,6 ± 4,8 0,004*
físico (15-90) (20,0-100)
Componente 56,8 ± 8,5 82,3 ± 10,3 0,006*
mental (0,0-100) (0,0-100)
Roland-Morris 8,5 ± 3,6 4,2 ± 3,3 0,006*
 (0,0-18) (1,0-15,0) 
EAV 5,5 ± 2,3 2,8 ± 2,2 0,08
 (1,2-10,0) (1,5-10,0)
* valor de p ≤ 0,05 – teste não paramétrico de Wilcoxon
Gráfico 2 – Variação das médias dos questionários em cada momento 
da avaliação.
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Martins, Foss, Santos Junior e col.Rev Dor 2010;11(2):116-121
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luna respeitando as variáveis metodológicas de tempo 
de duração, número de profissionais envolvidos, con-
teúdo programático com características educacional e 
preventivo comuns, voltado para noções de biomecânica 
corporal, cinesiologia, ergonomia, abordagem dos as-
pectos psicossociais, melhora da capacidade cardiorres-
piratória. Concluindo-se que os resultados são melhores 
quando a escola está associada a um programa conjunto 
de reabilitação, porém mais abrangente por envolver vi-
sitas ao local de trabalho, programa de condicionamento 
físico, exercícios terapêuticos, terapia comportamental, 
adaptação de atividades, para propiciar a melhora da dor 
e da capacidade funcional. Estudos atuais corroboram 
com estes resultados17,18.
Neste estudo, o acompanhamento e a supervisão das 
atividades no Grupo de Postura pelos profissionais de 
terapia ocupacional, fisioterapia e psicologia, expres-
saram melhora significativa na qualidade de vida e ca-
pacidade funcional quando comparados o antes e após 
intervenção.
Van Tulder e Koes12 realizaram revisão sistemática ob-
jetivando estudar a eficácia da Escola de Coluna em 
pacientes com lombal gia não específica11. A sua atuali-
zação em 2006, com o objetivo de determinar se as es-
colas eram mais efetivas que outros tratamentos ou não 
tratamentos (placebo), demonstraram que 19 estudos 
eram com pessoas que apresentavam LC, seis estudos 
comparavam Escola com outros tratamentos conserva-
dores como exercícios, manipulação, terapia miofascial 
e instruções. Mostrou-se então evidência moderada de 
que a Escola é mais efetiva do que outros tratamentos 
para pessoas com LC a curto e em médio prazo. 
A adesão total observada no presente estudo também re-
velou que as informações transmitidas e as atividades 
realizadas foram sendo fixadas e absorvidas no dia a dia, 
constatando-se isto na reavaliação e acompanhamento 
realizado pelos profissionais.
Melhores ganhos no escore da EAV foram observados 
entre estes pacientes, apesar da ausência de significân-
cia. Tal fato sugeriu que a reabilitação de pende de ou-
tros fatores não mensuráveis, como demandas sociais e 
expectativas mediante o tratamento. Tais observações 
são similares a um estudo prévio que observou que o 
sucesso do tratamento de pacientes com dor crônica in-
cluiu a modificação de crenças, atitudes, valores e com-
portamentos pouco adaptativos19.Verificou-se também 
que em alguns casos os testes acusaram baixos escores, 
não associados à melhora subjetiva ou na EAV, suge-
rindo uma alteração gradual de autopercepção. Além 
do mais, o desenho do estudo não foi favorável para 
detectar alterações pro fundas na função, devido ao se-
guimento curto. Acompanhamentos mais longos são 
recomendados em estudos futuros
Estudos de seguimento de pacientes com LC são escas-
sos como também os cuidados em saúde que deveriam 
ser planejados interdisciplinarmente têm sido realizados 
isoladamente, por cada profissional17. 
A busca pela mudança de comportamento, a estratégia de 
melhor desempenho nas atividades de vida diária e prá-
tica revelam também a diminuição do impacto desta dor 
nestes pacientes e a vantagem de uma vida ativa, mesmo 
que a situação trabalhista esteja dependente, são possí-
veis. Estudos atuais preconizam esta abordagem17,19,20.
As ações realizadas pelo Grupo da Postura mostraram 
que a abordagem a pacientes com lombalgia crônica 
deve ser multifatorial, no entanto, é necessária a obser-
vação de estudos controlados e aleatórios para melhor 
entendimento do efeito desta terapia.
Uma critica a este estudo seria a ausência de um grupo 
controle, porém, a demonstração de que o Grupo de Pos-
tura influenciou o repertório de estratégias de controle 
da dor é real e motiva a dar continuidade na intervenção 
e em futuros estudos.
CONCLUSÃO
 
O tratamento do paciente com lombalgia crônica deve 
incluir uma equipe interdisciplinar que desenvolva de 
maneira sistemática habilidades de auto-regulação ne-
cessárias para a transição de reabilitação para manuten-
ção de um estilo de vida ativo e independente, adicio-
nando sistematicamente atividades específicas ao plano 
diário ou semanal e o acompanhamento regular deve 
estimular a manutenção em longo prazo da mudança de 
comportamento.
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A eficácia da conduta do Grupo de Postura em pacientes com lombalgia crônica Rev Dor 2010;11(2):116-121
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Apresentado em 18 de março de 2010.
Aceito para publicação em 20 de maio de 2010.
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