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Variantes Linguísticas
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 Toda língua está sujeita sofrer processos de variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história (variação histórica) e no espaço (variação regional). 
 Por um lado, as transformações decorrem do fato de que todas as línguas são fenômenos históricos. Sendo assim, possuem uma dinâmica interna: mudar sempre para permanecer.
 Por outro lado, as línguas que se espalham por uma área geográfica muito extensa, desenvolvem uma quantidade incalculável de variantes. É o caso do português, usado em quase todos os continentes.
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Difusão geográfica da língua portuguesa no mundo atual
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As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos:
1) A variação decorrente do regionalismo, também chamada de “variação diatópica”.
2) A variação social ou diastrática: é a que existe entre diferentes estratos socioculturais. Decorre em parte do nível de escolaridade dos sujeitos envolvidos. Daí, existe a norma padrão, os níveis coloquiais e os calões. 
3) A variação contextual ou diafásica decorre das diferentes formas de falar que uma mesma pessoa utiliza, dependendo do contexto. Um médico, p. ex., usa uma linguagem especializada entre seus pares, mas não o faz em sua família ou em outros meios sociais.
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Vício na fala - Oswald de Andrade
	Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. 
Agora, pense e responda: por que o poema tem este nome? Em que medida podemos considerar errado ou vicioso o modo como falam as pessoas do povo?
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Oswald de Andrade (1890 – 1954)
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O sabiá e o gavião – Patativa do Assaré
Eu nunca falei à toa. Sou um cabôco rocêro, Que sempre das coisa boa Eu tive um certo tempero. Não falo mal de ninguém, Mas vejo que o mundo tem Gente que não sabe amá, Não sabe fazê carinho, Não qué bem a passarinho, Não gosta dos animá. 
Já eu sou bem deferente. A coisa mió que eu acho É num dia munto quente Eu i me sentá debaxo De um copado juazêro, Prá escutá prazentêro Os passarinho cantá, Pois aquela poesia Tem a mesma melodia Dos anjo celestiá. 
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Patativa do Assaré (1909 – 2002)
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 Por conta de toda esta riqueza de variações, o romancista José Saramago diz que não existe uma, mas várias línguas em português.
 Ao estudar o Acordo Ortográfico, tome cuidado, pois este não tem a menor intenção de unificar a língua no que diz respeito a seus múltiplos aspectos (fonéticos, sintáticos, semânticos e outros). Seu único fim é a unificação do modo de se grafar as palavras.
 Unificar o idioma em todos os níveis seria uma tarefa bem mais penosa e inútil.

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