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QUESTÃO 1

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QUESTÃO 1:
Quanto as teorias do desenvolvimento econômico, é comumente estabelecido que a história dos países desenvolvidos mais adiantados traça a rota do desenvolvimento das nações mais atrasadas. Nesse sentido, o desenvolvimento tenderia a seguir o padrão estabelecido pelas nações já desenvolvidas. No entanto, percebe-se que em diversos casos históricos importantes, os processos de industrialização, entendidos como principal mecanismo atrelado ao desenvolvimento econômico moderno, ao serem lançados em países atrasados exibiram diferenças consideráveis se comparados às nações mais adiantadas. Isso ocorre de tal forma que o desenvolvimento de um país atrasado, em virtude de seu próprio atraso, pode ser muito diferente do desenvolvimento de um país adiantado, trazendo diferenças no tocante à velocidade do desenvolvimento e até mesmo às estruturas produtivas e organizacionais que posteriormente emergem desse processo. Em suma, o conceito de atraso relativo aborda a noção de que as especificidades e diferenças das nações são mais importantes que os fatores em comum quando se trata da análise do processo desenvolvimentista. Assim, o momento histórico e os diferentes níveis de desenvolvimento impactam a forma da industrialização nos países atrasados que, outrora, deveriam imitar o desenvolvimento dos países mais avançados. O sistema bancário pode ser utilizado como exemplo para ilustrar a importância do atraso relativo como condicionante do processo de desenvolvimento, no sentido que o caráter e a velocidade do desenvolvimento determinam a natureza do sistema bancário. Natureza essa que sofreu modificações nos diversos contexto da Europa, por exemplo, quebrando a ideia de uma imitação única no sistema que primordialmente atingiu sucesso ao inovar nos mecanismos de desenvolvimento.
Tendo em vista o impacto das especificidades do momento histórico e dos diferentes graus de desenvolvimento para o processo de industrialização, entende-se como importante o aumento dos gastos em P&D a fim de atingir o desenvolvimento pleno. Tal conceito é relacionável a ideia de que a industrialização dos países atrasados está atrelada a história de desenvolvimento dos países adiantados. Isso porque, devido as diferenças entre as realidades das nações, uma simples cópia das medidas desenvolvimentistas de uma nação adiantada não necessariamente resulta em crescimento pleno de uma economia atrasada. Existe, de certa forma, uma crítica ao fato de países não desenvolvidos imitarem os desenvolvidos, afinal, existe uma grande distância entre as potencialidades e as realidades na economia dos países atrasados. 
Dessa forma, o aumento de gastos em Pesquisa e Desenvolvimento se fazem, não só desejáveis, como necessários ao desenvolvimento. Imitar a evolução dos países adiantados é uma tendencia que parece combinar com elementos diferentes, determinados localmente. Assim como foi feito no exemplo dos bancos para o atraso relativo de diferentes países pela Europa, é necessário que as nações, mesmo quando escolherem seguir o trajeto de países adiantados, entendam, não só os fatores em comum, mas as especificidades de sua realidade. Assim, através de pesquisa e desenvolvimento, devem ser aptas a adaptar e utilizar de instrumentos de industrialização diferentes, adequados ao seu “estado de atraso’. De certa forma, temos que o investimento em P&D é um pré-requisito para a tingir a industrialização, utilizando a inovação como artifício para criar soluções similares as dos países desenvolvidos, de forma que se encaixem nas realidades diferentes dos países não desenvolvidos.

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