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1 Relatório gratuito ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 2 Os fundos de investimento são uma forma coletiva de realizar aplicações em diversos produtos do mercado financeiro e de capitais. Muitos investidores, principalmente os iniciantes, ao ingressarem no universo dos investimentos para conquistar uma renda satisfatória, sentem-se mais confortáveis a fazê-lo por meio de fundos. Isso pode ser explicado pela comodidade e aparente segurança que a estrutura dessas aplicações transparece. Afinal, os fundos são geridos por profissionais com experiência no mercado. Como investir em fundos é um questionamento muito comum por parte dos investidores – principalmentes os iniciantes. Uma série de fatores deve ser considerada quando analisamos como investir em fundos: a classe do fundo, sua taxa de administração, vantagens e desvantagens desse tipo de aplicação, entre outros. Investir em fundos de investimentos é o ato de delegar a um gestor profissional a gestão de seus recursos. Para isso, uma taxa de administração é cobrada pelo fundo. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 3 Antes de mais nada, é necessário abrir uma conta em uma corretora ou em um banco. Essas instituições oferecem vários tipos de fundo de investimento. Eles se diferenciam em diversos fatores, como nos ativos investidos, na aplicação mínima, no prazo para resgate, entre outros. Após abrir a conta em uma corretora ou instituição bancária, o investidor precisa escolher o tipo de fundo em que deseja aplicar. Para investir nos fundos de investimento, é necessário, antes de mais nada, saber se o fundo é um condomínio aberto ou fechado. O condomínio aberto caracteriza o fundo que aceita a entrada de novos cotistas. Eles injetam recursos no patrimônio do fundo. Já o condomínio fechado não permite que novos investidores coloquem dinheiro no fundo. No caso do condomínio aberto, você pode adquirir cotas por meio dos distribuidores – que geralmente são as corretoras – ou dos bancos. Assim, se você deseja investir em um fundo desse tipo, basta procurar um distribuidor. Já no caso dos condomínios fechados, a situação é diferente. Para se tornar um cotista, você precisa comprar as cotas de outro cotista, isto é, de alguém que queira sair do fundo. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 4 No caso de ETFs, fundos imobiliários e alguns outros tipos de fundo, as cotas são negociadas na bolsa de valores, o que torna fácil adquiri-las. Para resgatar seu dinheiro do fundo, a lógica do investimento se repete. Para condomínios abertos, basta solicitar o resgate ao fundo. Dependendo do fundo, o prazo pode ser de alguns dias ou meses. Já para condomínios fechados, o cotista precisa encontrar algum outro investidor a quem possa vender suas cotas. Em ambiente de bolsa ou balcão organizado, isso é muito mais fácil e rápido. Obviamente, existem vantagens e desvantagens de investir por meio de fundos de investimento – elencaremos aqui algumas delas. ▪ Vantagens A principal vantagem ocorre para aquela pessoa que não tem tempo de gerir seus próprios recursos. Assim, ao delegar a tarefa a um gestor profissional, espera-se que ele obtenha um melhor retorno. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 5 Além disso, os fundos têm acesso a mercados que o investidor comum não tem. Por exemplo, os fundos multimercado podem investir em ativos diretamente no exterior – algo difícil para a maioria dos investidores residentes no Brasil. ▪ Desvantagens A principal desvantagem está relacionada com os custos. Os fundos têm uma taxa de administração. Muitas vezes, essas taxas são altas, como 2% ao ano – isso afeta a rentabilidade do investidor. Outra desvantagem é não poder escolher individualmente os ativos nos quais investir. Para manter a estrutura de um fundo em funcionamento regular, os cotistas arcam com alguns custos. Normalmente, essas despesas são agregadas pela taxa de administração e/ou de performance. Além disso, é comum haver tributação dos ganhos dos cotistas – às vezes somente no nível do fundo, e, em outros casos, também no nível do cotista. ▪ Taxa de administração A taxa de administração é uma taxa presente em quase todos, se não todos, os fundos de investimento. Ela serve para cobrir os custos de gestão, administração, custódia, tesouraria, escrituração e auditoria, entre outros. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 6 Geralmente, essa taxa incide sobre um percentual do patrimônio do fundo. Encontramos uma ampla faixa de valores, desde algo como 0,2% – para alguns ETFs – até 3,9% – para alguns fundos DI de bancos. Essa taxa costuma ser provisionada diariamente e recolhida mensalmente. De fato, os fundos de investimento distribuídos pelos grandes bancos costumam ser os mais caros da indústria. Isso não seria um problema se a performance compensasse. A questão é que muitos desses fundos tentam apenas acompanhar o CDI, tarefa que o investidor consegue fazer por conta própria – pagando muito menos taxas. Ainda por cima, quanto menor a Selic (ou a rentabilidade do fundo no geral), mais essa taxa impacta a rentabilidade. O motivo disso é que a taxa de administração incide sobre o patrimônio, não apenas sobre o rendimento. Dessa forma, com o mesmo patrimônio, mas com rendimento menor, o impacto é maior. Por exemplo: Digamos que um fundo comece o ano com um patrimônio de R$ 100 milhões. Depois de um ano, o fundo rendeu 10% bruto ao ano, ou seja, R$ 10 milhões. A taxa de administração é de 2% ao ano. Para simplificar, vamos considerar que ela seja recolhida somente no final do ano. Assim, o valor dessa taxa corresponde a 2% × R$ 110 milhões = R$ 2,2 milhões. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 7 Logo, a rentabilidade líquida do fundo (antes de impostos) equivale a R$ 7,8 milhões, ou 7,8%. Portanto, o impacto dessa taxa de administração na rentabilidade é de 2,2/10 = 22%. Caso a rentabilidade bruta do fundo tivesse sido de 8%, o impacto teria sido de 27%. ▪ Taxa de performance A taxa de performance é uma remuneração adicional do gestor, nos casos de alguns fundos de investimento com gestão ativa. Isto é, sempre que o gestor conseguir um alfa positivo, uma parte dessa rentabilidade superior ao benchmark fica para ele. Vamos voltar ao exemplo anterior. Digamos que o benchmark do fundo fosse o CDI, que rendeu 8% no mesmo ano, e que a taxa de performance fosse de 20%. Assim, o alfa corresponderia a 10% – 8% = 2%. E a taxa de performance equivaleria a 20% × 2% = 0,4%, ou R$ 400 mil. ▪ Imposto de Renda (IR) Como existem muitos tipos diferentes de fundos, as regras de tributação também variam muito. A norma geral é a instrução normativa nº 1.585 da Receita Federal. Vamos cobrir apenas a tributação dos principais tipos de fundo, que incidem sempre sobre o ganho bruto, e nunca sobre o valor investido. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 8 De forma geral, a incidência de IR nos fundos de investimento costuma variar entre 15% e 22,5% sobre o valor dos rendimentos da aplicação. O IR também depende, em grande parte, do período de permanência e dos investimentos nos quais o fundo aplica seus recursos. Os fundos de investimento classificados como renda fixa, multimercado ou cambial obedecem às mesmas regras de tributação. Dependendo do prazo médio dos títulos na carteira, esses fundos são classificados em dois tipos. ▪ Curto prazo – se o prazo médio for igual ou inferior a 365 dias. ▪ Longo prazo – se o prazo médio for superior a 365 dias. No caso dos fundos classificados como curto prazo, as alíquotas de Imposto de Renda seguem os seguintes valores. ▪ 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias.▪ 20% para aplicações com prazo superior a 180 dias. Para o caso dos fundos de longo prazo, as alíquotas seguem esta tabela: ▪ 22,5% para aplicações com prazo de até 180 dias. ▪ 20% para aplicações com prazo entre 181 e 360 dias. ▪ 17,5% para aplicações com prazo entre 361 e 720 dias. ▪ 15% para aplicações com prazo acima de 720 dias. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 9 Come-cotas De forma geral, o Imposto de Renda é cobrado somente no resgate. Contudo, para os fundos de investimento que estamos estudando, ocorre uma antecipação do IR nos últimos dias úteis de maio e novembro. Esse é o chamado “come-cotas”, pois nessas datas o número de cotas do investidor diminui para pagar o IR. Ou seja, esse valor já é descontado na fonte. O “come-cotas” sempre considera a alíquota mínima, isto é, de 20% e 15% para fundos de curto prazo e de longo prazo, respectivamente. No resgate, quando a alíquota devida é maior do que a alíquota mínima, somente a diferença fica retida na fonte. IOF Caso o resgate ocorra em um prazo inferior a 30 dias, também existe a cobrança de IOF sobre o ganho bruto. Ela segue a seguinte tabela. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 10 Para os fundos de ações e ETFs de ações, existe somente a cobrança do Imposto de Renda no resgate. A alíquota é de 15%. Não há cobrança de IOF. No caso dos fundos de ações, o IR é retido na fonte. Já no caso de ETFs, é o próprio investidor quem deve recolher a maior parte do tributo. Apenas uma parcela de 0,005% do valor da venda das cotas é retida na fonte (“dedo-duro”). O investidor deve calcular o IR levando em conta o preço médio de aquisição das cotas, que já inclui todos os custos para adquiri-las (corretagens, emolumentos, etc). A tributação dos FII também é bastante específica. No caso dos fundos imobiliários, é obrigação do fundo distribuir aos cotistas, semestralmente, 95% dos lucros. Assim, é necessário entender a tributação desses rendimentos, bem como a tributação sobre o ganho de capital das cotas. Cada fundo tem um CNPJ próprio e é organizado por meio de um condomínio. Dependendo do fundo, os cotistas podem ser pessoa física, jurídica ou ambas as modalidades. Para funcionar, todo fundo de investimento precisa obedecer às legislações vigentes no país. Como veremos adiante, existem muitos tipos diferentes, portanto a legislação também é muito ampla. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 11 De forma geral, a maioria dos fundos de investimento precisa da autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para funcionar. Por sua vez, a fiscalização fica a cargo do Banco Central e da CVM, dependendo do tipo de fundo. Além do aspecto legal, os fundos precisam de diversos profissionais envolvidos na condução da operação. Gestor O gestor do fundo é o responsável por tomar as decisões de investimento em favor dos cotistas. Ou seja, é ele quem escolhe quando, onde e como investir. Ou seja, os fundos de investimento funcionam como um agrupamento de recursos dos investidores, que confiam seu capital a um time de profissionais com o objetivo de gerir e rentabilizar esse montante. Claro que essa autonomia não é completa. Todo fundo dispõe de um regulamento, que indica, entre várias informações, quais ativos podem compor seu portfólio, além de critérios mínimos de diversificação. Como vimos, existem os fundos de investimento em renda fixa, em ações e vários outros. O gestor pode ser tanto uma pessoa física como uma instituição especializada. Nos bancos, por exemplo, ele é simplesmente uma divisão que cuida de recursos de terceiros. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 12 Mas também existem as casas independentes, chamadas de assets. Nessas instituições, o gestor geralmente é uma figura central. Lógico que ele não trabalha sozinho: sob sua tutela, vários analistas ajudam na pesquisa e na análise de investimentos. Além disso, o gestor é sempre um profissional ou uma instituição cadastrada na CVM. Administrador O administrador é o responsável legal pelo fundo de investimento. É sempre uma pessoa jurídica devidamente autorizada pela CVM. Entre suas funções, estão: ▪ Atender os cotistas. ▪ Divulgar informações do fundo aos cotistas. ▪ Calcular o valor das cotas e do patrimônio do fundo. ▪ Processar aplicações e resgates. ▪ Prestar informações à CVM. ▪ Contratar auditor independente. ▪ Contratar terceiros, se necessário. Custodiante O custodiante é a instituição que “guarda” os ativos adquiridos pelo fundo. Além disso, todo o processamento de compras e vendas desses ativos é realizado por ele. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 13 Em muitos casos, administrador, gestor e custodiante podem ser o mesmo. Esse é o caso dos fundos dos bancos, que dispõem de estrutura adequada para desempenhar todas as funções necessárias. Veja o exemplo a seguir, de um fundo do Itaú. Nesse exemplo, o Itaú cuida da administração, gestão, custódia, tesouraria e escrituração das cotas. Auditor O auditor independente, cadastrado na CVM, é o responsável por realizar a auditoria anual das demonstrações financeiras do fundo. Distribuidor O distribuidor é a instituição ou o conjunto de instituições responsáveis por disponibilizar as cotas do fundo aos investidores. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..--- 14 Ou seja, a distribuidora oferece diversos fundos de investimento em sua prateleira de produtos. Geralmente, os bancos costumam distribuir apenas os fundos “da casa”, ao passo que as corretoras independentes apresentam um leque mais amplo de opções. Recentemente, contudo, tem havido uma abertura maior por parte de alguns bancos para a distribuição de produtos financeiros de outras instituições. É necessário que o investidor procure conhecer antecipadamente o máximo possível sobre as aplicações em que tenha interesse. Dessa forma, minimiza surpresas desagradáveis em sua jornada. O mercado de fundos é um universo muito amplo de aplicações financeiras. Também é importante que o investidor conheça os principais tipos de fundos de investimento, bem como suas vantagens e desvantagens. Em alguns casos, pode fazer sentido investir por meio de fundos; em outros, é melhor aplicar por conta própria. ..--- ...-- ----- ...-- ...-- ..---
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