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Língua Portuguesa para Analista Judiciário (TJ BA) 2023 ( https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2enFK ) Ordenação: Por Matéria Português Questão 201: FCC - AJ TRF3/TRF 3/Administrativa/2016 Assunto: Pronomes possessivos O museu é considerado um instrumento de neutralização – e talvez o seja de fato. Os objetos que nele se encontram reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de conflitos políticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior parte presta homenagem às potências dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes, o estado das coisas. O museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto. Expõe tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado por elas: a qualidade artística. Suas diferenças funcionais, suas divergências políticas são apagadas. A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim desempenhar um papel de pacificação social. A guerra das imagens extingue-se na pacificação dos museus. Todos os objetos reunidos ali têm como princípio o fato de terem sido retirados de seu contexto. Desde então, dois pontos de vista concorrentes são possíveis. De acordo com o primeiro, o museu é por excelência o lugar de advento da Arte enquanto tal, separada de seus pretextos, libertada de suas sujeições. Para o segundo, e pela mesma razão, é um "depósito de despojos". Por um lado, o museu facilita o acesso das obras a um status estético que as exalta. Por outro, as reduz a um destino igualmente estético, mas, desta vez, concebido como um estado letárgico. A colocação em museu foi descrita e denunciada frequentemente como uma desvitalização do simbólico, e a musealização progressiva dos objetos de uso como outros tantos escândalos sucessivos. Ainda seria preciso perguntar sobre a razão do "escândalo". Para que haja escândalo, é necessário que tenha havido atentado ao sagrado. Diante de cada crítica escandalizada dirigida ao museu, seria interessante desvendar que valor foi previamente sacralizado. A Religião? A Arte? A singularidade absoluta da obra? A Revolta? A Vida autêntica? A integridade do Contexto original? Estranha inversão de perspectiva. Porque, simultaneamente, a crítica mais comum contra o museu apresenta-o como sendo, ele próprio, um órgão de sacralização. O museu, por retirar as obras de sua origem, é realmente "o lugar simbólico onde o trabalho de abstração assume seu caráter mais violento e mais ultrajante". Porém, esse trabalho de abstração e esse efeito de alienação operam em toda parte. É a ação do tempo, conjugada com nossa ilusão da presença mantida e da arte conservada. (Adaptado de: GALARD, Jean. Beleza Exorbitante. São Paulo, Fap.-Unifesp, 2012, p. 68-71) ... suas financiadoras Suas diferenças funcionais... ... seu caráter mais violento... Os pronomes dos trechos acima referem-se, respectivamente, a: a) vitórias militares − manifestações − museu b) vitórias militares − obras modernas − museu c) potências dominantes − obras modernas − trabalho de abstração d) potências dominantes − manifestações − trabalho de abstração e) potências dominantes − obras modernas − museu Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/358379 Questão 202: Instituto ACCESS - ALeg (CM Rio Acima)/CM Rio Acima/2022 Assunto: Pronomes indefinidos Texto Chimpanzés usam insetos para tratar feridas, mostra novo estudo Os chimpanzés criam e usam ferramentas, como já sabemos. Mas é possível que eles também usem medicamentos para tratar seus ferimentos? Um novo estudo sugere que sim. Desde 2005, pesquisadores vêm estudando uma comunidade de aproximadamente 45 chimpanzés no Parque Nacional Loango, no Gabão, na costa oeste da África. Em um período de 15 meses, de novembro de 2019 a fevereiro de 2021, os pesquisadores notaram 76 feridas abertas em 22 chimpanzés. Em 19 casos eles viram um deles realizar o que parecia um autotratamento da ferida, usando um inseto como remédio. Em alguns casos, um chimpanzé parecia tratar outro. Os cientistas publicaram suas observações na revista Current Biology na segunda-feira (7). O procedimento era semelhante em todas as ocasiões. Primeiro, os chimpanzés pegavam um inseto voador; depois o imobilizavam, apertando-o entre os lábios. Aí colocavam o inseto sobre a ferida, movendo-o em círculo com as pontas dos dedos. Finalmente, retiravam o inseto, usando a boca ou os dedos. Com frequência eles colocavam o inseto na ferida e o retiravam diversas vezes. Os pesquisadores não sabem que inseto os chimpanzés usavam, ou exatamente como ele pode ajudar a curar um ferimento. Sabem que eram pequenos insetos voadores de cor escura. Não há evidência de que os chimpanzés comam os insetos – eles com certeza os espremem entre os lábios e os aplicam sobre os ferimentos. Há outros relatos de automedicação em animais, incluindo cães e gatos que comem capim ou plantas, provavelmente para fazê-los vomitar, e ursos e veados que consomem plantas medicinais, aparentemente para se automedicar. Orangotangos foram vistos aplicando material para aliviar lesões musculares. Mas os pesquisadores não sabem de relatos anteriores de mamíferos não humanos usarem insetos para fins medicinais. Em três casos, os pesquisadores viram os chimpanzés usarem a técnica em outro chimpanzé. Em um deles, uma fêmea adulta chamada Carol cuidou de um ferimento na perna de um macho adulto, Littlegrey. Ela pegou um inseto e o deu a Littlegrey, que o colocou entre os lábios e o aplicou na ferida. Mais tarde, Carol e outro macho adulto foram vistos esfregando o inseto em torno da ferida de Littlegrey. Outro macho adulto se aproximou, retirou o inseto da ferida, colocou-o entre seus lábios e depois o reaplicou na perna de Littlegrey. Um chimpanzé macho adulto chamado Freddy era um grande entusiasta da medicina com insetos, tratando-se diversas vezes de ferimentos na cabeça, nos braços, região dorsal, o pulso esquerdo e o pênis. Um dia, os pesquisadores o viram tratar-se duas vezes do mesmo ferimento no braço. Os pesquisadores não sabem como Freddy se feriu, mas alguns casos provavelmente envolviam brigas com outros machos. Alguns animais cooperam com outros de maneiras semelhantes, segundo Simone Pika, diretora do laboratório de cognição animal na Universidade de Osnabruck, na Alemanha, que é um dos autores do estudo. “Mas não sabemos de qualquer outro caso em mamíferos”, disse ela. “Pode ser um comportamento adquirido que só existe nesse grupo. Não sabemos se nossos chimpanzés são especiais nesse sentido.” Aaron Sandel, antropólogo na Universidade do Texas em Austin, achou o trabalho valioso, mas ao mesmo tempo manifestou certas dúvidas. “Eles não oferecem uma explicação alternativa para o comportamento, nem fazem conexão com que inseto poderia ser", disse. "O salto para uma potencial função médica é um exagero, nesta altura.” Mas, disse ele, “cuidar de seus próprios ferimentos ou de outros usando um instrumento, outro objeto, é muito raro”. A documentação dos chimpanzés cuidando de outros é “uma importante contribuição para o estudo do comportamento social dos macacos”, acrescentou Sandel. “E é interessante também perguntar se há empatia envolvida nisso, como nos humanos.” Em algumas formas de comportamento social de macacos, fica claro que há uma troca valiosa. Por exemplo, pentear outro chimpanzé oferece alívio dos parasitas para o animal penteado, mas também um lanche de insetos para o que penteia. Mas em casos que Pika observou, segundo disse, o chimpanzé não recebe nada em troca. Para ela, isso mostra que os macacos estão envolvidos num ato que aumenta “o bem-estar de outro ser” e nos ensina mais sobre os relacionamentos sociais dos primatas. “Em cada observação em campo aprendemos mais sobre os chimpanzés”, disse ela. “Eles realmente nos surpreendem.” (Nicholas Bakalar. The New York Times. Traduçãode Luiz Roberto M. Gonçalves. Fevereiro de 2022.) “Os pesquisadores não sabem que inseto os chimpanzés usavam, ou exatamente como ele pode ajudar a curar um ferimento.” (4º parágrafo) No período acima, o QUE se classifica como a) conjunção integrante. b) pronome relativo. c) preposição. d) pronome indefinido. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2146769 Questão 203: Unifil - Ag (Pref Paranacity)/Pref Paranacity/Combates as Endemias/2022 Assunto: Pronomes indefinidos Leia o texto para responder a questão. Saudade do que não vivemos Fomos enganados, acredite em mim. Esses mal-intencionados donos das grandes redes sociais e de impérios tecnológicos nos convenceram que nossas vidas seriam muito melhores se nós todos nos conectássemos. Todos nós, amigos, parentes, até você e eu, querido leitor, conectados para sempre. Nos convenceram de que deveríamos empacotar os nossos relacionamentos profissionais e pessoais, nosso lazer, nossos planos, projetos e sonhos dentro de seus conglomerados. Disseram que, pela primeira vez na história, o ser humano comum como você e eu, teríamos voz e poderíamos expor nossas opiniões para o mundo inteiro ouvir. E com isso, seríamos muito mais felizes. Tá. Vai nessa. Depois de uns dez ou quinze anos dessa mudança sociocultural, não me sinto muito mais feliz do que no passado. Primeiro porque, sempre que eu decido falar nas redes sociais, ninguém me escuta. Depois, “estar conectado” com o mundo não tem se mostrado ser uma grande vantagem já que, a cada dia que passa me convenço que o mundo precisa muito mais de mim, do meu tempo e do meu dinheiro, do que eu dele. Não está nada equilibrada essa brincadeira. Antigamente, meu jovem, éramos desconectados, mas a vida era simples. Você acordava pela manhã e ia trabalhar. No Metrô, lia o jornal do dia, com as notícias de ontem. Uma vez no escritório, encontrava o chefe em sua sala, os clientes na sala de reunião, os colegas de trabalho no café. Voltava para casa olhando a paisagem. Beijava a mulher e os filhos, jantavam todos juntos e depois assistiam o jornal e a novela, que eram – pasmem – de graça. Hoje tudo mudou. Acordo e, ainda na cama, repasso todas as notícias do dia, da noite, da véspera e o que vai acontecer pelo mundo nas próximas horas. Nem tiro a cabeça do travesseiro e já levo, garganta abaixo, um direto de direita de informações. A caminho do trabalho, sem jornal para ler, eu poderia, quem sabe, conversar com o cidadão sentado ao meu lado no ônibus. Isso, claro, se ele levanta os olhos da tela, num jogo que aparentemente tem como objetivo organizar guloseimas coloridas. Ao chegar ao escritório, o chefe, os clientes e os colegas de trabalhos estão nos mesmos lugares que estão sempre: no WhatsApp. Curiosamente, nenhum deles parece utilizar o mesmo sistema de horas que eu. Mensagens apitam num fluxo interminável, que não respeita qualquer pausa que eu tente dar ao meu analógico cérebro. No caminho de volta para casa, a paisagem é, de novo, as guloseimas na tela do sujeito ao lado. Num momento de fraqueza, baixo o jogo e me junto ao exército de zumbis que ocupam a mesma condução. Em casa, mulher e filhos estão cada um no seu canto. Um deles pergunta no grupo da família, se alguém pediu comida. É bem provável que quando a pizza chegar, cada um coma no momento e local que melhor lhe convier. Quem sabe, no próximo sábado, nos encontraremos na sala. Cansado, ligo a TV para assistir a um filme. A TV não é mais de graça. Numa conta assim, por cima, descubro que com o que gasto em assinaturas de serviços de streaming, poderia ter comprado um cinema pequeno no interior. Não me levem a mal. Nem imaginem que não admiro os avanços tecnológicos que vivemos hoje. Mas tenho saudade, ora. Saudade de um tempo em que você e eu não estávamos conectados. Mas já que estamos, se tiver umas vidas aí do joguinho das guloseimas, por favor, me mande, ok? Disponível em: https://istoe.com.br/saudade-do-que-nao-vivemos/ Observe as sentenças a seguir e assinale a alternativa que apresenta o pronome indefinido. I. Alguém pediu comida. II. Você acordava pela manhã e ia trabalhar. III. Ninguém me escuta. IV. Hoje tudo mudou. a) Apenas I. b) I e III. c) II e IV. d) Apenas III. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2113909 Questão 204: Unifil - Adv (Paranacity)/Pref Paranacity/2022 Assunto: Pronomes indefinidos Leia o texto para responder a questão. O próximo presidente Geraldo, casado, dois filhos, aos 48 anos está desempregado. Desemprego é dureza. Geraldo já passou pelas três fases as quais passam todos os desempregados. A primeira começa por acordar cedo, refazer o currículo e enviar o arquivo para todos os amigos e sites. Sofia, a mulher de Geraldo, do lar, não concorda com a estratégia do marido. — Amore, você precisa sair de casa. Precisa ir atrás. Emprego não cai do céu. Demorou, mas Geraldo concordou. Passou para a segunda fase: bater perna. Pegou tudo que foi endereço das firmas que conhecia e foi à luta. Na maioria das vezes, não passou pela recepcionista, que ficava com seu currículo para enviar para o RH. Não adiantou nada. Nenhum email. Nenhum WhatsApp. Nenhum telefonema. A terceira fase é quando o sujeito desiste e, descrente, joga para o céu. Geraldo, depois de oito meses sem dar sorte, passou por essa fase também. — Ah, Sofia, do jeito que vai esse País eu tô encrencado. Ninguém vai dar emprego para mim, ainda mais nessa idade. Sofia nem respondeu. Na verdade, concordava com Geraldo. O País estava desse jeito mesmo e ele, coitado, não era mais um garoto. Mesmo assim, até por falta de opção, Sofia tentava motivar o marido: — Amore, você nunca foi assim! Não pode desistir. Se não está arrumando nada, vamos ser criativos. Vamos inventar alguma coisa! Mas Geraldo estava desanimado. E ver as notícias o deixava ainda pior: — Olha aí Sofia – falava vendo o Jornal Nacional – com esses candidatos fico até com menos esperança. Não tem jeito mesmo… Foi assim por mais três meses. Desanimo total. Um dia, Geraldo, que andava até acordando depois do almoço de tanto desânimo, acordou às sete e meia. Sofia, que já estava de pé arrumando o café da manhã dos meninos, se surpreendeu quando viu o marido entrar na cozinha com seu melhor terno. — Que é isso amore? Tem entrevista de emprego hoje? — Não. — Então porque tá nessa estica? — Você não disse que eu tinha que ser criativo? Então… — Então o que, amore? — Decidi virar a mesa. Vou lançar minha candidatura para presidente. Os meninos vibraram. Sofia nem respondeu. Estava convencida que o marido tinha ficado maluco. [...] Disponível em https://istoe.com.br/o-proximo-presidente/ Assinale a alternativa que apresenta um pronome indefinido. a) “quando viu o marido entrar na cozinha com seu melhor terno.” b) “Não pode desistir.” c) “Nenhum email” d) “Geraldo, depois de oito meses sem dar sorte, passou por essa fase também.” Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2112511 Questão 205: CETREDE - Ana Amb (Paraipaba)/Pref Paraipaba/2021 Assunto: Pronomes indefinidos Roda Viva Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo então que cresceu. A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda viva E carrega o destino pra lá. A gente vai contra a corrente Até não poder resistir Na volta do barco é que sente O quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva A mais linda roseira que há Mas eis que chega a roda viva E carrega a roseira pra lá. A roda da saia, a mulata Não quer mais rodar, não senhor Não posso fazer serenata A roda de samba acabou. A gente toma a iniciativa Viola na rua,a cantar Mas eis que chega a roda viva E carrega a viola pra lá. O samba, a viola, a roseira Um dia a fogueira queimou Foi tudo ilusão passageira Que a brisa primeira levou. No peito a saudade cativa Faz força pro tempo parar Mas eis que chega a roda viva E carrega a saudade pra lá Roda mundo, roda-gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração. Chico Buarque. Com base no texto e em seus conhecimentos adquiridos responda a questão. A locução “A gente” que aparece na 1ª. estrofe, morfologicamente, é a) substantivo concreto. b) pronome relativo. c) adjetivo restritivo. d) pronome indefinido. e) substantivo coletivo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2141721 Questão 206: ADVISE - Adv (Pref Coremas)/Pref Coremas/2021 Assunto: Pronomes indefinidos A questão diz respeito ao texto abaixo. Leia-o atentamente antes de respondê-la. (Texto) Idoso comove ao fazer sinfonia para mulher em janela de hospital na Itália Um italiano de 81 anos comoveu muita gente ao fazer uma serenata na janela do hospital onde sua mulher está internada, em Castel San-Giovanni, na região de Emilia-Romagna. Juntos há 47 anos, eles não podem se encontrar pessoalmente porque visitas estão proibidas. Um vídeo registrou Stefano Bozzini tocando acordeão, sentado em um banquinho no meio da rua, enquanto Carla Sacchi ouve, emocionada, suas músicas preferidas, acompanhada por mais duas pessoas (assista acima). Todos usam máscaras de proteção. O hospital onde ela está internada não recebe pacientes com Covid-19, segundo a agência italiana de noticias Ansa, mas proíbe visitas no momento devido à pandemia. Bozzini, que é membro da reserva da infantaria montanhesa Alpina, usa ainda o chapéu que fazia parte de seu uniforme, com uma longa pena. (Fonte adaptada:https://g1.globo.com>Acesso em 11 de novembro de 2020) “Todos usam máscaras de proteção.” Com base nas classes de palavras, assinale a alternativa que representa CORRETAMENTE a palavra destacada. a) Pronome relativo. b) Pronome demonstrativo. c) Pronome indefinido. d) Adjetivo. e) Advérbio. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2134823 Questão 207: EDUCA PB - ASG (Pref Várzea)/Pref Várzea/2019 Assunto: Pronomes interrogativos Analise o texto abaixo: Verbo Ser Carlos Drummond de Andrade Que vai ser quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer. Fonte:www.poemasdedrumond.com.br As partículas que em destaque no texto, pertencem a que classe gramatical? a) Pronome relativo. b) Pronome adjetivo interrogativo. c) Pronome possessivo. d) Preposição. e) Pronome adjetivo exclamativo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1106763 Questão 208: FUNDEP - Ass (IFNMG)/IFNMG/Administração/2014 Assunto: Pronomes interrogativos Leia o texto para responder a questão. Um Apólogo Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? — Deixe-me, senhora. — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. — Mas você é orgulhosa. — Decerto que sou. — Mas por quê? — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu? — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados... — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando... — Também os batedores vão adiante do imperador. — Você é imperador? — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima... A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe: — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! ASSIS, Machado. Um apólogo. Disponível em: <http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/contos/macn005.pdf> Acesso em 8 fev. 2014. São pronomes interrogativos, EXCETO: a) Que lhe importa o meu ar? b) Você é que os cose? c) — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile. d) Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas? Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1002245 Questão 209: IBFC - Per Crim (PC RJ)/PC RJ/Biologia/2013 Assunto: Pronomes interrogativos Texto I O silêncio é um grande tagarela Acredite se quiser. O silêncio tem voz. O silêncio fala. O que é perfeitamente normal no universo humano. Ou você pensa que só ou nosso falar, comunica? O silêncio também comunica. E muito. O silêncio pode dizer muita coisa sobre um líder, uma organização, uma crise, uma relação. Mesmo que a nudez seja uma ação estratégica, não adianta. Logo mais, alguém vai criar uma versão sobre aquele silêncio. Interpretá-lo e formar umaopinião. As percepções serão múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e multiplicarão comentários. O silêncio, coitado, que só queria se preservar acabou alimentando uma rede de conversas a seu respeito. Porque não adianta fingir que ninguém viu, que passou despercebido. Não passou. Nada passa despercebido - nem o silêncio. A rádio corredor então, é imediata. Na roda do café, no almoço, no happy-hour. Todos os empregados vão comentar o que perceberam com aquele silêncio oficial, com o que ficou sem uma resposta. Com o que ficou no ar. Com a falta da comunicação interna. E as redes sociais, com suas vastidões de blogs, chats, comunidades e demais canais vão falar, vão comentar e construir uma imagem a respeito do silêncio. Porque o silêncio, que não se defende porque não emite sua versão oficial - perde uma grande oportunidade de esclarecer, de dar volta por cima e mudar percepções, influenciar. Porque se a palavra liberta, conecta, use; o silêncio perde, esconde, confunde, sonega. Afinal, não existem relações humanas sem comunicação. Sem conversa. São as pessoas que dão vida e voz às empresas, aos governos e às organizações. Mesmo dois mudos se comunicam por sinais e gestos. Portanto, o silêncio também fala. Mesmo que não queira dizer nada. Por isso, é preciso conversar. Sabe o quê, quando, como falar. Sabe ouvir. Saber responder. Interagir. Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência. Assim como os mercados, os clientes e os consumidores. Assim como os cidadãos e os eleitores, mais do que nunca! E o silêncio é uma voz ruidosa. nunca foi bom conselheiro. Desde a briga de namorados. Até as suspeitas de escândalos financeiros, fraudes, desastres ambientais, acidentes de trabalho. O silêncio é um canto de sereia. Só parece uma boa solução, por que a voz do silêncio é um grito com enorme poder de eco. E se você não gosta do que está ouvindo, preste atenção no que está emitindo. Pois de qualquer maneira, sempre vai comunicar alguma coisa. Quer queira, quer não. De maneira planejada, sendo previdente. Ou apagando incêndios, com enormes custos para a organização, o valor da marca, a motivação dos empregados e o próprio futuro do negócio. Enfim, o silêncio nem parece, mas é um grande tagarela. (Luiz Antônio Gaulia) Disponível em http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_veasp? ID_COLUNA=96&ID_COLUNISTA=27 Acesso em 19/07/2013 Texto II Para Ver as Meninas Silêncio por favor Enquanto esqueço um pouco a dor no peito Não diga nada sobre meus defeitos Eu não me lembro mais Quem me deixou assim Hoje eu quero apenas Uma pausa de mil compassos Para ver as meninas E anda mais nos braços Só este amor Assim descontraído Quem sabe de tudo não fale Quem sabe nada se cale Se for preciso eu repito Porque hoje eu vou fazer Ao meu jeito eu vou fazer Um samba sobre o infinito Porque hoje eu vou fazer Ao meu jeito eu vou fazer Um samba sobre o infinito (Marisa Monte) Disponível em http://letras.mus.br/marisa-monte/47291/Acesso em 19/07/2013 No texto I, a frase “Ou você pensa que só o nosso falar, comunica?” apresenta o pronome você que não faz referência a uma interlocutor específico. O mesmo procedimento é adotado, pelo vocábulo em destaque, no seguinte verso do texto II: a) “Enquanto esqueço um pouco!” b) “ Eu não me lembro mais” c) “ quem me deixou assim” d) “ Quem não sabe nada se cale” e) “Ao meu jeito eu vou fazer” Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/268771 Questão 210: DIRENS Aeronáutica - CFS (EEAR)/EEAR/Controle de Tráfego Aéreo/2011 Assunto: Pronomes interrogativos Em qual das alternativas abaixo o pronome em negrito é classificado como interrogativo? a) Eu tenho de gostar de quem não gosta de mim? b) É mentiroso quem quer suavizar a verdade? c) O desconto é só para quem tem carteirinha? d) De meu coração ilhado quem terá piedade? Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1263575 Questão 211: FCC - AJ TRT15/TRT 15/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2018 Assunto: Pronomes demonstrativos Sabedoria de Sêneca Entre as tantas reflexões sábias que o filósofo estoico Sêneca nos deixou encontra-se esta: “Deve-se misturar e alternar a solidão e a comunicação. Aquela nos incutirá o desejo do convívio social, esta, o desejo de nós mesmos; e uma será o remédio da outra: a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão”. É uma proposta admirável de equilíbrio, válida tanto para o século I, na pujança do Império Romano em que Sêneca viveu, como para o nosso, em que precisamos viver. É próprio, aliás, dos grandes pensadores, formular verdades que não envelhecem. Nesse seu preciso aconselhamento, Sêneca encontra a possibilidade de harmonização entre duas necessidades opostas e aparentemente inconciliáveis. O decidido amor à solidão ou a necessidade ingente de convívio com os outros excluem-se, a princípio, e marcariam personalidades radicalmente distintas. Mas Sêneca sabe que ambas podem ser insatisfatórias em si mesmas: a natureza humana comporta impulsos contraditórios. Por isso está no sistema filosófico dos estoicos a noção de equilíbrio como princípio inescapável para o que consideram, como o melhor dos nossos destinos, a “tranquilidade da alma”. Esse equilíbrio supõe aceitarmos as tensões polarizadas de nossa natureza dividida e aproveitar de cada polaridade o que ela tenha de melhor: a solidão nos impulsiona para o reconhecimento de nós mesmos, para a nossa identidade íntima, para a diferença que nos identifica entre todos; a companhia nos faz reconhecer a identidade do outro, movida pela mesma força que constitui a nossa. Sêneca, ao reconhecer que somos unos em nós mesmos, lembra que essa mesma instância de unidade está em todos nós, e tem um nome: humanidade. (Altino Sampaio, inédito) Tratando do estado de solidão ou da necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de solidão uma contrapartida da necessidade de convívio, assim como vê na necessidade de convívio uma abertura para encontrar satisfação no estado de solidão. Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos grifados, na ordem dada, por: a) naquele − desta − nesta − naquele b) nisso − daquilo − naquela − deste c) este − do outro − na primeira − no último d) nisto − disso − naquela − desse e) na primeira − do segundo − numa − noutra Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/664485 Questão 212: FCC - AJ TRT9/TRT 9/Judiciária/"Sem Especialidade"/2022 Assunto: Pronomes relativos O animal que se tornou um deus Há 70 mil anos, o Homo sapiens ainda era um animal insignificante cuidando da sua própria vida em algum canto da África. Nos milênios seguintes, ele se transformou no senhor de todo o planeta e no terror do ecossistema. Hoje, ele está prestes a se tornar um deus, pronto para adquirir não só a juventude eterna como também as capacidades divinas de criação e destruição. Infelizmente, até agora o regime dos sapiens sobre a Terra produziu poucas coisas das quais podemos nos orgulhar. Nós dominamos o meio à nossa volta, aumentamos a produção de alimentos, construímos cidades, fundamos impérios e criamos grandes redes de comércio. Mas diminuímos a quantidade de sofrimento no mundo? Repetidas vezes, os aumentos gigantescos na capacidade humana não necessariamente melhoraram o bem-estar dos sapiens como indivíduos e geralmente causaram enorme sofrimento a outros animais. Apesar das coisas impressionantes de que os humanos são capazes de fazer, nós continuamos sem saber ao certo quais são nossos objetivos e, ao que parece, estamos insatisfeitos como sempre. Avançamos de canoas e galés a navios a vapor e naves espaciais – mas ninguém sabe para onde estamos indo. Somos mais poderosos do que nunca, mas temos pouca ideia do que fazer com todo esse poder. O que é aindapior, os humanos parecem mais irresponsáveis do que nunca. Deuses por mérito próprio, contando apenas com as leis da física para nos fazer companhia, estamos destruindo os outros animais e o ecossistema à nossa volta, visando a não muito mais do que nosso próprio conforto e divertimento, mas jamais encontrando satisfação. Existe algo mais perigoso do que deuses insatisfeitos e irresponsáveis que não sabem o que querem? (Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 427-428) O regime dos sapiens produziu poucas coisas das quais podem se orgulhar. A frase acima permanecerá gramaticalmente correta caso se substitua o segmento sublinhado por a) em cujas podem se exaltar b) porque têm de se envaidecer c) donde podem se gabar d) em cujo valor confiem e) pelas quais creditem algum mérito Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2155153 Questão 213: FCC - AJ TRT4/TRT 4/Judiciária/"Sem Especialidade"/2022 Assunto: Pronomes relativos Para responder a questão, baseie-se no texto abaixo. [Ritmos da civilização] Se um camponês espanhol tivesse adormecido no ano 1.000 e despertado quinhentos anos depois, ao som dos marinheiros de Colombo a bordo das caravelas Nina, Pinta e Santa Maria, o mundo lhe pareceria bastante familiar. Esse viajante da Idade Média ainda teria se sentido em casa. Mas se um dos marinheiros de Colombo tivesse caído em letargia similar e despertado ao toque de um iPhone do século XXI, se encontraria num mundo estranho, para além de sua compreensão. “Estou no Céu?”, ele poderia muito bem se perguntar, “Ou, talvez, no Inferno?” Os últimos quinhentos anos testemunharam um crescimento fenomenal e sem precedentes no poderio humano. Suponha que um navio de batalha moderno fosse transportado de volta à época de Colombo. Em questão de segundos, poderia destruir as três caravelas e em seguida afundar as esquadras de cada uma das grandes potências mundiais. Cinco navios de carga modernos poderiam levar a bordo o carregamento das frotas mercantes do mundo inteiro. Um computador moderno poderia facilmente armazenar cada palavra e número de todos os documentos de todas as bibliotecas medievais, com espaço de sobra. Qualquer grande banco de hoje tem mais dinheiro do que todos os reinos do mundo pré-moderno reunidos. Durante a maior parte da sua história, os humanos não sabiam nada sobre 99,99% dos organismos do planeta – em especial, os micro-organismos. Foi só em 1674 que um olho humano viu um micro- organismo pela primeira vez, quando Anton van Leeuwenhock deu uma espiada através de seu microscópio caseiro e ficou impressionado ao ver um mundo inteiro de criaturas minúsculas dando volta em uma gota d’água. Hoje, projetamos bactérias para produzir medicamentos, fabricar biocombustível e matar parasitas. Mas o momento mais notável e definidor dos últimos 500 anos ocorreu às 5h29m45s da manhã de 16 de julho de 1945. Naquele segundo exato, cientistas norte-americanos detonaram a primeira bomba atômica em Alamogordo, Novo México. Daquele ponto em diante, a humanidade teve a capacidade não só de mudar o curso da história como também de colocar um fim nela. O processo histórico que levou a Alamogordo e à Lua é conhecido como Revolução Científica. Ao longo dos últimos cinco séculos, os humanos passaram a acreditar que poderiam aumentar suas capacidades se investissem em pesquisa científica. O que ninguém poderia imaginar era em que aceleração frenética tudo se daria. (Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 257-259, passim) Está inteiramente adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: a) Seria enorme o espanto ao qual um camponês do ano 1.000 se sentiria invadido caso viesse a cair na era da Revolução Científica. b) Tomou proporções gigantescas o crescimento econômico porque foi marcado o período dos últimos quinhentos anos. c) É altíssima a capacidade de armazenamento de dados aonde se capacitam os computadores das grandes corporações. d) Um microscópio doméstico, de cuja capacidade riríamos hoje, foi fundamental para a revelação visual dos micro-organismos. e) A energia atômica, que seu uso pode se dar em várias direções, marcou o início de uma nova era na história da Humanidade. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2113963 Questão 214: FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Ensino Fundamental e Médio/Língua Portuguesa/2022 Assunto: Pronomes relativos Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo. O colégio de Tia Gracinha Tia Gracinha, cujo nome ficou no grupo escolar Graça Guardia, de Cachoeiro do Itapemirim, era irmã de minha avó paterna, mas tão mais moça que a tratava de mãe. Tenho do colégio de Tia Gracinha uma recordação em que não sei o que é lembrança mesmo e lembrança de conversa que ouvi menino. Lembro-me, sobretudo, do pomar e do jardim do colégio, e imagino ver moças de roupas antigas, cuidando das plantas. O colégio era um internato de moças. Elas não aprendiam datilografia nem taquigrafia, pois o tempo era de pouca máquina e nenhuma pressa. Moças não trabalhavam fora. As famílias de Cachoeiro e de muitas outras cidades do Espírito Santo mandavam suas adolescentes para ali; muitas eram filhas de fazendeiros. Recebiam instrução geral, uma espécie de curso primário reforçado, o mais eram prendas domésticas. Trabalhos caseiros e graças especiais: bordados, jardinagem, francês, piano... A carreira de toda moça era casar, e no colégio de Tia Gracinha elas aprendiam boas maneiras. Levavam depois, para as casas de seus pais e seus maridos, uma porção de noções úteis de higiene e de trabalhos domésticos, e muitas finuras que lhes davam certa superioridade sobre os homens de seu tempo. Pequenas etiquetas que elas iam impondo suavemente, e transmitiam às filhas. Tudo isto será risível aos olhos das moças de hoje; mas a verdade é que o colégio de Tia Gracinha dava às moças de então a educação de que elas precisavam para viver sua vida. Não apenas o essencial, mas muito mais do que, sendo supérfluo e superior ao ambiente, era por isto mesmo, de certo modo, funcional – pois a função do colégio era uma certa elevação espiritual do meio a que servia. Tia Gracinha era o que bem se podia chamar uma educadora. (Abril, 1979) (Adaptado de: BRAGA, Rubem. Recado de primavera. Rio de Janeiro: Record, 1984, p. 52-53) Está adequado o emprego do elemento sublinhado na frase: a) O estabelecimento de ensino era conhecido como colégio da Tia Gracinha, nome próprio do qual se recorreu para depois batizar um grupo escolar. b) Os valores a que tinham acesso as alunas daquele colégio eram tradicionais, de acordo com as expectativas daquela época. c) As esperanças de cujas se nutriam aquelas alunas repousavam sobretudo num bom casamento e numa vida doméstica bem administrada. d) A desenvoltura em práticas de atenta higiene era uma das qualidades de que as moças deviam se aplicar naquele colégio. e) Um paralelo entre a educação de hoje e a daquele internato de moças soará risível, pois a liberdade é hoje uma condição à qual ninguém abre mão. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2040948 Questão 215: FCC - AJ TRT14/TRT 14/Administrativa/2022 Assunto: Pronomes relativos Leia o texto para responder à questão. Um novo estudo estima que a área de manguezais no entorno da foz do rio Amazonas é pelo menos 180 km2 maior do que se conhece. De acordo com artigo publicado na revista científica Current Biology, a extensão total desse tipo de vegetação de transição entre o ambiente terrestre e o marinho chega a 1.713 km2 na grande desembocadura do curso de água. As plantas presentes na região apresentam uma particularidade: são uma mistura de espécies adaptadas a ambientes de água doce,como várzeas, com as de manguezais típicos, onde a salinidade é alta. No solo enlameado do chamado delta do Amazonas, um tipo de foz formado por vários canais e pequenas ilhas, foram encontradas florestas com espécies herbáceas como as aningas, acompanhadas de árvores típicas de várzeas que parecem fora do hábitat padrão, como alguns tipos de palmeiras, inclusive pés de açaí e de buriti. Normalmente, os manguezais são dominados por árvores adaptadas a ambientes de água salgada ou salobra. “Mas o Amazonas despeja tanta água doce no Atlântico que a salinidade é próxima a zero em seu delta e por dezenas de quilômetros ao longo da costa na direção norte”, afirma o oceanógrafo Angelo Bernardino. (Adaptado de: ELER, Guilherme. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 321, nov. 22) As plantas presentes na região apresentam uma particularidade: são uma mistura de espécies adaptadas a ambientes de água doce, como várzeas, com as de manguezais típicos, onde a salinidade é alta. (1º parágrafo) O elemento sublinhado acima pode ser corretamente substituído por: a) as quais b) nas quais c) o qual d) do qual e) nos quais Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2237959 Questão 216: FCC - Ana JD (DPE AM)/DPE AM/Ciências Jurídicas/2022 Assunto: Pronomes relativos Considere o texto abaixo, do pensador francês Voltaire (1694-1778), para responder à questão. O preço da justiça Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e matem um homem em grande aparato. Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de outra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circunstância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada. Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominiosa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um momento”. Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passagem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pântanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em pedaços sobre uma roda de carroça. (VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: a) A racionalidade de que devemos nos basear evita decisões incompreensíveis, como legitimar uma sentença de morte aonde a reparação é nula. b) Uma punição de cuja utilidade se estenda à sociedade é preferível do que aquela que nenhuma reparação traz em sua aplicação. c) Ao contrário de uma sentença na qual decorrem benefícios sociais, a condenação à morte não lhes propicia a ninguém. d) A legislação à quem cabe estipular as punições deve atentar nas consequências finais da aplicação das sanções. e) Não faltam exemplos com os quais Voltaire lembra certas medidas punitivas cujos efeitos propiciam algo de bom para a sociedade. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2038514 Questão 217: FCC - AJ (TJ CE)/TJ CE/Ciência da Computação/Infraestrutura de TI/2022 Assunto: Pronomes relativos Para responder à questão, leia o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis. Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito. Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na Corte”. A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa. − Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de Conceição. − Leio, D. Inácia. Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei- me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D'Artagnan e fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. (Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São Paulo: Companhia das Letras, 1988) *comborça: qualificação humilhante da amante de homem casado A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. (2o parágrafo) Os pronomes relativos sublinhados referem-se, respectivamente, a a) “escrivão Meneses” e “uma de minhas primas”. b) “eu” e “uma de minhas primas”. c) “A casa” e “escrivão Meneses”. d) “eu” e “escrivão Meneses”. e) “A casa” e “uma de minhas primas”. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2152438 Questão 218: FCC - PJ (MPE MT)/MPE MT/2019 Assunto: Pronomes relativos Linguagens Há muitas linguagens em nossa linguagem. Disse isso a um amigo, a propósito da diversidade de níveis de comunicação, e ele logo redarguiu: − Mas certamente você concordará em que haverá linguagens boas e linguagens ruins, melhores e piores. − Não é tão simples assim, respondi. Essa, como se sabe, é uma discussão acesa, um pomo da discórdia, que envolve argumentos linguísticos, sociológicos e políticos. A própria noção de erro ou acerto está mais do que relativizada. Tanto possodizer “e aí, mano, tudo nos conformes?” como posso dizer “olá, como está o senhor?”: tudo depende dos sujeitos e dos contextos envolvidos. As linguagens de uma notícia de jornal, de uma bula de remédio, de um discurso de formatura, de uma discussão no trânsito, de um poema e de um romance diferenciam-se enormemente, cada uma envolvida com uma determinada função. Considerar a pluralidade de discursos e tudo o que se determina e se envolve nessa pluralidade é uma das obrigações a que todos deveríamos atender, sobretudo os que defendem a liberdade de expressão e de pensamento. (Norton Camargo Pais, inédito) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: a) Os chamados vícios de linguagem, aos quais recai a condenação dos gramáticos, são por vezes expressões aonde não falta alguma virtude. b) As linguagens de que se servem os usuários de uma língua encerram valores de uso aos quais ninguém pode se furtar. c) As restrições ao uso informal a cujas tantos abraçam não têm justificativas de que mereçam uma atenção mais séria. d) A linguagem dos surfistas, da qual os preconceituosos investem, atendem vivências às quais eles desfrutam. e) O tratamento de “mano”, em que o texto faz referência, é típico à bem determinadas parcelas da população. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1005130 Questão 219: FCC - Estag (SABESP)/SABESP/Ensino Superior/2019 Assunto: Pronomes relativos A World Wide Web, ou www, completou três décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da internet. A ideia foi do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33 anos. Naquela época, a internet já operava havia duas décadas, mas de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada principalmente para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica. “A www transformou-se em um componente fundamental da internet moderna”, afirma Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo. “A rede trouxe muitas coisas boas e já não conseguimos mais viver sem as comodidades que ela proporciona. Mas, por outro lado, ela amplifica alguns fenômenos negativos e indesejados que já existiam na sociedade.” Nas comemorações dos 30 anos da web, Berners-Lee expressou preocupação com o rumo que vem tomando a internet. Em carta aberta, listou três áreas que, para ele, prejudicam a web: intenções maliciosas; projetos duvidosos, entre eles modelos de negócios que recompensam cliques; e consequências negativas não intencionais da rede, com destaque para discussões agressivas e polarizadas. “Precisamos de um novo contrato para a web”, declarou Berners-Lee em uma conferência sobre tecnologia da internet. “Algumas questões de regulamentação têm que envolver governos. Outras claramente incluem as empresas. Se você for provedor de acesso, precisa se comprometer a entregar neutralidade de rede. Se for uma companhia de rede social, precisa garantir que as pessoas tenham controle sobre seus dados.” “Desde sua origem, a internet se propôs a ser plural e de acesso amplo”, ressalta a advogada Cíntia Rosa Pereira de Lima, líder do grupo de pesquisa Observatório do Marco Civil da Internet no Brasil. A pesquisadora assinala também alguns problemas decorrentes das mudanças geradas pela internet. “Percebo que, com a proliferação das redes sociais, as pessoas passaram a se preocupar mais com a quantidade de relacionamentos, desconsiderando a qualidade deles”. Um dos pioneiros da internet no país, o engenheiro Demi Getschko admite que a rede enfrenta problemas, mas defende que o que vemos nela, conforme já expresso pelo matemático Vint Cerf, um de seus fundadores, é a representação daquilo que existe no mundo real. “A maioria das pessoas envolvidas com ela é bem-intencionada, mas existe uma ânsia de participar, de falar sem pensar, que com o tempo, esperamos, vai assentar. Tenho dúvidas sobre a eficiência de normatizações para corrigir os excessos na rede. Como ela não tem fronteiras, qualquer legislação local tende a falhar.” (Adaptado de: VASCONCELOS, Yuri. Disponível em: revistapesquisa.fapesp.br) Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase: a) A rede de dados provocou transformações profundas na maneira à qual negócios se realizam. b) Na internet, os dados pessoais tornaram-se informações valiosas nos quais empresas de marketing recorrem. c) Para fazer com que a internet seja um ambiente competitivo, é preciso adotar medidas de segurança dos dados. d) Um conjunto de tecnologias cuja a internet e a “www” fazem parte proporcionam o encontro do mundo físico com o digital. e) A neutralidade da rede é o princípio porque uma operadora não pode cobrar por serviços específicos na internet. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/957036 Questão 220: FCC - AJ (TJ MA)/TJ MA/Analista de Sistemas/Desenvolvimento/2019 Assunto: Pronomes relativos [Os nomes e os lugares] É sempre perigoso usar termos geográficos no discurso histórico. É preciso ter muita cautela, pois a cartografia dá um ar de espúria objetividade a termos que, com frequência, talvez geralmente, pertencem à política, ao reino dos programas, mais que à realidade. Historiadores e diplomatas sabem com que frequência a ideologia e a política se fazem passar por fatos. Rios, representados nos mapas por linhas claras, são transformados não apenas em fronteiras entre países, mas fronteiras “naturais”. Demarcações linguísticas justificam fronteiras estatais. A própria escolha dos nomes nos mapas costuma criar para os cartógrafos a necessidade de tomar decisões políticas. Como devem chamar lugares ou características geográficas que já têm vários nomes, ou aqueles cujos nomes foram mudados oficialmente? Se for oferecida uma lista alternativa, que nomes são indicados como principais? Se os nomes mudaram, por quanto tempo devem os nomes antigos ser lembrados? (HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Trad. Berilo Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 109) É inteiramente adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: a) O acesso a que se tem aos elementos de um mapa leva-nos a estranhar os nomes que os atribuem os cartógrafos. b) A cautela de que se reveste um historiador, diante das denominações de um mapa, justifica-se pelos critérios políticos que as influenciaram. c) A estranheza de cuja somos possuídos quando comparamos as denominações de um mapa está na multiplicidade de critérios que à elas se impõem. d) Há nos mapas limites geográficos dados enquanto naturais, quando de fato o que lhes determina é uma posição política. e) É nos tempos remotos em cujos se estabeleceram as denominações de um mapa que se pode encontrar uma justificativa para os mesmos. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1008545 Questão 221: FCC - TRE (SEFAZ MA)/SEFAZ MA/Tecnologia da Informação/2016 Assunto: Pronomes relativos Não raro, o homem moderno considera construções antigas como bens ultrapassados, ...I... deveriam ceder lugar a edificações mais arrojadas. Preenche corretamente a lacuna I da frase o que se encontra em: a) dos quais b) nos quais c) onde d) os quais e) aonde Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/400494 Questão 222: FCC - AJ TRT23/TRT 23/Judiciária/"Sem Especialidade"/2016 Assunto: Pronomes relativos Atenção: Para responder à questão, leia o texto abaixo. Nasci na Rua Faro, a poucos metros do Bar Joia, e, muito antes de ir morar no Leblon, o Jardim Botânico foi meu quintal. Era ali, por suas aleias de areia cor de creme, que eu caminhava todas as manhãs de mãos dadas com minha avó. Entrávamos pelo portão principal e seguíamos primeiro pela aleia imponente que vai dar no chafariz. Depois, íamos passear à beira do lago, ver as vitórias-régias, subir as escadarias de pedra, observar o relógio de sol. Mas íamos, sobretudo, catar mulungu. Mulungué uma semente vermelha com a pontinha preta, bem pequena, menor do que um grão de ervilha. Tem a casca lisa, encerada, e em contraste com a pontinha preta seu vermelho é um vermelho vivo, tão vivo que parece quase estranho à natureza. É bonita. Era um verdadeiro prêmio conseguir encontrar um mulungu em meio à vegetação, descobrir de repente a casca vermelha e viva cintilando por entre as lâminas de grama ou no seio úmido de uma bromélia. Lembro bem com que alegria eu me abaixava e estendia a mão para tocar o pequeno grão, que por causa da ponta preta tinha uma aparência que a mim lembrava vagamente um olho. Disse isso à minha avó e ela riu, comentando que eu era como meu pai, sempre prestava atenção nos detalhes das coisas. Acho que já nessa época eu olhava em torno com olhos mínimos. Mas a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mulungus que me restava na palma da mão na hora de ir para casa. Conseguia às vezes juntar um punhado, outras vezes apenas dois ou três. E é curioso que nunca tenha sabido ao certo de onde eles vinham, de que árvore ou arbusto caíam aquelas sementes vermelhas. Apenas sabíamos que surgiam no chão ou por entre as folhas e sempre numa determinada região do Jardim Botânico. Mas eu jamais seria capaz de reconhecer uma árvore de mulungu. Um dia, procurei no dicionário e descobri que mulungu é o mesmo que corticeira e que também é conhecido pelo nome de flor-de-coral. ''Árvore regular, ornamental, da família das leguminosas, originária da Amazônia e de Mato Grosso, de flores vermelhas, dispostas em racimos multifloros, sendo as sementes do fruto do tamanho de um feijão (mentira!), e vermelhas com mácula preta (isto, sim)'', dizia. Mas há ainda um outro detalhe estranho – é que não me lembro de jamais ter visto uma dessas sementes lá em casa. De algum modo, depois de catadas elas desapareciam e hoje me pergunto se não era minha avó que as guardava e tornava a despejá-las nas folhagens todas as manhãs, sempre que não estávamos olhando, só para que tivéssemos o prazer de encontrá- las. O fato é que não me sobrou nenhuma e elas ganharam, talvez por isso, uma aura de magia, uma natureza impalpável. Dos mulungus, só me ficou a memória − essa memória mínima. (Adaptado de: SEIXAS, Heloísa. Semente da Memória. Disponível em: http://heloisaseixas.com.br) No segmento de que árvore ou arbusto caíam aquelas sementes vermelhas (3 o parágrafo), o termo sublinhado pode ser substituído corretamente por: a) de cuja b) dos quais c) de qual d) de quanta e) de cujos Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/337573 Questão 223: FCC - Med Fisc (CREMESP)/CREMESP/2016 Assunto: Pronomes relativos Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. O código de ética médica Sabe-se, segundo informa o site da entidade, que “o último trabalho de revisão do Código de Ética da Associação Médica Americana aconteceu em 2007 sobre um documento que vigorava há quase 20 anos”. Sabe-se ainda que, “após quase dois anos de estudos preparatórios, com comissões estaduais e nacionais multidisciplinares, consulta pública pela internet e cerca de três mil propostas de modificação, quase quatro centenas de médicos, delegados de toda a Federação, revisaram e atualizaram o Código”. São, de fato, assuntos importantes – e por vezes melindrosos – os revistos pela Federação. Entre eles, o da terminalidade da vida será talvez o mais polêmico, por envolver operações como a eutanásia, ou morte assistida, consideradas atos humanitários, por uns, e, por outros, intervenções inaceitáveis da medicina. Tem-se a impressão de que, com o tempo, a posição mais objetiva e piedosa poderá prevalecer. A medicina não existe para prolongar a dor do paciente terminal. (https:/academiamedica.com.br/revisao-do-codigo-de-etica-medica-mudancas-em-favor-da- medicina-e-da-sociedade) Está correto o emprego do elemento sublinhado na seguinte frase: a) Entre os assuntos revistos a que se deve dar importância está o da terminalidade da vida. b) As operações a que se atribuem um caráter polêmico dizem respeito à terminalidade da vida. c) A terminalidade da vida, tema de cujos aspectos derivam tanta polêmica, foi considerada na revisão do Código. d) Quanto à terminalidade da vida, onde a polêmica se acrescenta muita paixão, ainda há muito o que debater. e) Qualquer das posições da polêmica a que se queiram defender levantará uma série de objeções. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/426292 Questão 224: FCC - ACE (TCE-CE)/TCE CE/Controle Externo/Auditoria Governamental/2015 Assunto: Pronomes relativos Atenção: A questão refere-se ao texto que segue. Eduardo Coutinho, artista generoso Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do cineasta Eduardo Coutinho, mestre dos documentários, morto em 2014, está em sua recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo. Em vez de contemplar a distância grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto pessoa por pessoa, surpreendendo- a, surpreendendo-se, surpreendendo-nos. Não lhe dizem nada expressões coletivistas como “os moradores do Edifício”, os “peões de fábrica”, “os sertanejos nordestinos”: os famigerados “tipos sociais”, usualmente enquadrados por chavões, dão lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de quem ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia desse operário que está falando, de repercutir as palavras e os silêncios do morador de um povoado da Paraíba. Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela condição singular do outro deveria ser o primeiro passo de toda política. Nem paternalismo, nem admiração prévia, nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo ver e ouvir, para conhecer a história de cada um como um processo sensível e inacabado, não para ajustar ou comprovar conceitos. Sua obsessão pela cena da vida é similar à que tem pela arte, o que torna quase impossível, para ele, distinguir uma da outra, opor personagem a pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. Fazendo dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu como um homem/artista crítico para quem já existe arte encarnada no corpo e suspensa no espírito do outro: fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, apresenta-se, mostra-se, mostra-o, mostra-nos. (Armindo Post, inédito) Está plenamente adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na seguinte frase: a) A perspectiva ética aonde Coutinho manifesta todo o respeito pela pessoa que retrata é uma das características nas quais seus filmes se distinguem. b) O paternalismo e o sentimentalismo, posições das quais muitos se agarram para tratar o outro, não são atitudes por onde Coutinho tenha mostrado qualquer inclinação. c) As expressões coletivistas, com cujas Coutinho jamais se entusiasmou, são chavões em que se deixam impressionar as pessoas de julgamento mais apressado. d) As pessoas por quem Coutinho se interessasse eram retratadas de modo a ter destacados os atributos pelos quais ele se deixara atrair. e) Os paradigmas já mecanizados, nos quais muitos se deixam nortear, não mereciam de Coutinho nenhum crédito, pois só lhe importava a singularidade de cuja as pessoas são portadoras. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/282281 Questão 225: FCC - Ana Min (MPE CE)/MPE CE/Direito/2013 Assunto: Pronomes relativos A questão abaixo referem-se ao texto seguinte. Visões totalizantes Volta e meia algum pensador propõe uma teoria em que o sentido completo da história humana se daria a conhecer. Entre esses pensadores ambiciosos, Auguste Comte (1798-1875) propôs sua famosa teoria dos três estados, segundo a qual se teria passado, num primeiro momento, pelo estado religioso, no qual predominam explicações de caráter transcendente, apoiado na ideia da existência de deuses e culminando na concepção de um deus único. No segundo estado, denominado filosófico, as explicações para os fenômenos apoiam-se numaconcepção abrangente e metafísica de Natureza. Por fim, o terceiro estado, chamado por ele de científico ou positivo, fundamenta-se em observações e experimentações científicas aplicadas aos próprios fenômenos, a partir das quais se buscaria a síntese da condição humana. Ninguém ainda a conseguiu. (Adaptado de: Ivanor Luiz Guarnieri e Fábio Lopes Alves. Ver e entrever a Comunicação. São Paulo: Arte e ciência, 2008, p. 55) Na teoria dos três estados, ...... Comte sintetizava sua visão da história humana, há muitas teses controversas, ...... contestação muita gente já se aplicou. Preenchem de modo correto e coerente as lacunas da frase acima, respectivamente: a) pela qual - de cuja b) em cuja - na qual a c) por onde - da qual a d) à qual - cuja e) com a qual - em cuja Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/608658 Questão 226: FCC - Ag Tec (MPE AM)/MPE AM/Psicólogo/2013 Assunto: Pronomes relativos Considere o texto abaixo para responder a questão. Comunicação O público ledor (existe mesmo!) é sensorial: quer ter um autor ao vivo, em carne e osso. Quando este morre, há uma queda de popularidade em termos de venda. Ou, quando teatrólogo, em termos de espetáculo. Um exemplo: G. B. Shaw. E, entre nós, o suave fantasma de Cecília Meireles recém está se materializando, tantos anos depois. Isto apenas vem provar que a leitura é um remédio para a solidão em que vive cada um de nós neste formigueiro. Claro que não me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente. Porque o autor escreve, antes de tudo, para expressar-se. Sua comunicação com o leitor decorre unicamente daí. Por afinidades. É como, na vida, se faz um amigo. E o sonho do escritor, do poeta, é individualizar cada formiga num formigueiro, cada ovelha num rebanho − para que sejamos humanos e não uma infinidade de xerox infinitamente reproduzidos uns dos outros. Mas acontece que há também autores xerox, que nos invadem com aqueles seus best-sellers... Será tudo isto uma causa ou um efeito? Tristes interrogações para se fazerem num mundo que já foi civilizado. (Mário Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1. ed., 2005. p. 654) . .. para a solidão em que vive cada um de nós... O segmento grifado acima preencherá corretamente a lacuna da frase: a) Muitas obras, ...... se regozijam os leitores mais exigentes, nem sempre se transformam em sucesso de vendas. b) A leitura aguça o espírito crítico do leitor, e também ensina e distrai, levando-o a um mundo de fantasias ...... não se esgotam. c) Alguns temas ...... os leitores se reportam são encontrados frequentemente em obras direcionadas para uma leitura rápida e superficial. d) O gosto da leitura é completo quando os leitores se identificam com as ideias do autor em boa parte daquilo ...... eles também creem. e) Os autores ...... estamos falando são aqueles que se preocupam em estabelecer uma real comunicação com seu leitor. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1407847 Questão 227: FCC - Ana (MPE SE)/MPE SE/Informática II/Gestão e Análise de Projeto de Sistema/2013 Assunto: Pronomes relativos Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo. Em 2010, pela primeira vez na história dos Estados Unidos, o índice de pobreza foi maior nos subúrbios do que nas grandes cidades em torno das quais eles gravitam. Demógrafos, como William Frey, e urbanistas, como Vishaan Chakrabarti e outros, hoje chegam a decretar a morte dos subúrbios, que consideram insustentáveis do ponto de vista econômico e pouco eficientes como modelos de planejamento urbano. Em entrevista ao jornal Financial Times, Frey fala em "puxar o freio" de um sistema que pautou os EUA até hoje. É uma metáfora que faz ainda mais sentido quando se considera a enorme dependência dos subúrbios do uso do automóvel. Detroit é o caso mais tangível. A cidade que dependia da indústria automobilística faliu porque os moradores mais abastados migraram para os subúrbios a bordo de seus carros, deixando no centro as classes mais pobres, que pouco contribuem com impostos. Mas é das cinzas de centros combalidos como esse que novas cidades estão surgindo. Em Detroit, os únicos sinais de vida estão no miolo da cidade, em ruas que podem ser frequentadas por pedestres e que aos poucos prescindirão dos carros, já que está em estudo a ressurreição de um sistema de bondes. O número de jovens que dirigem carros também está em queda livre no país. Isso ajuda a explicar por que o bonde urbano e grandes projetos de transporte público estão com toda a força. Enquanto o metrô de superfície ou linhas de ônibus não chegam a cidades desacostumadas ao transporte coletivo, as bicicletas de aluguel ganham fôlego impressionante. Nessa troca das quatro rodas por duas, ou mesmo pelos pés, volta a entrar em cena o poder de atração das grandes metrópoles, a reboque da revitalização de grandes centros urbanos antes degradados. Há dois anos, pela primeira vez, a população das metrópoles americanas superou o número de residentes em seus subúrbios. "Hoje mais pessoas vivem nas cidades do que nos subúrbios. Estamos vendo surgir uma nova geração urbana nos Estados Unidos", diz Vishaan Chakrabarti. "Essas pessoas dirigem menos, moram em apartamentos mais econômicos, têm mais mobilidade social e mais oportunidades." Nessa mesma linha, arquitetos e urbanistas vêm escrevendo livro atrás de livro no afã de explicar o ressurgimento da metrópole como panaceia urbanística global. (Adaptado de: Silas Marti. Folha de S. Paulo, Ilustríssima. Acessado em: 28/07/2013) A frase em que o elemento sublinhado NÃO é um pronome está em: a) ... chegam a decretar a morte dos subúrbios, que consideram insustentáveis... b) ... em ruas que podem ser frequentadas por pedestres... c) ... já que está em estudo a ressurreição de um sistema de bondes. d) ... nas grandes cidades em torno das quais eles gravitam. e) É uma metáfora que faz ainda mais sentido quando... Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/188802 Questão 228: FCC - Ana Proc (PGE BA)/PGE BA/Calculista/2013 Assunto: Pronomes relativos Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte. Entre culturas Na ocasião de sua morte, alguns anos atrás, o antropólogo Claude Lévi-Strauss foi exaltado como um campeão do relativismo cultural. Ele decerto dedicou a vida à demonstração de que nenhuma cultura é superior a outra, já que nenhuma pode ser considerada sob critérios que não os seus próprios. Se uma dada cultura nos parece “rudimentar” ou “primitiva”, é porque somos ignorantes para atinar com sua complexidade, discernir o que é valioso para os que estão imersos nela e perceber que o “pensamento selvagem” não apenas funciona de maneira análoga ao pensamento científico como chega, por vezes, às mesmas conclusões. Lévi-Strauss expandiu como ninguém a simpatia compreensiva para com as sociedades “primitivas”, que desde então incorporaram as aspas para sempre. Essas sociedades simplesmente escolheram, na concepção do antropólogo, recusar a revolução neolítica que deu origem ao impulso tecnológico que nos arrasta de modo desenfreado até hoje. Devido a uma sabedoria particular, elas teriam impedido a história de irromper em seu seio e decidido, há muito tempo, perseverar em seu ser, afirmar-se nos valores que lhes eram próprios. (Adaptado de: Otavio Frias Filho. “Crepúsculo estruturalista”. Revista Piauí, n. 50, nov. 2010, p. 58) Está adequadamente empregado o elemento grifado na seguinte frase: a) O respeito de que se cercou a posição do antropólogo Lévi-Strauss permanece vivo até hoje. b) Não se deve julgar primitivos aqueles a quem não concordamos por defenderem diferentes pontos de vista. c) O pensamento de Lévi-Straus, de cujo é tributária a antropologia moderna, segue desafiando muitos paradigmas. d) Impressiona a perseverança à qual antigas culturas se agarraram aos valores quelhes eram próprios. e) Hoje é notória a impropriedade de certos conceitos, em cuja denúncia Lévi-Strauss foi o responsável. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/178821 Questão 229: FCC - Ag Ap (MPE AM)/MPE AM/Programador/2013 Assunto: Pronomes relativos O termo entre parênteses preenche corretamente a lacuna da frase: a) As primeiras viagens exploratórias da Coroa portuguesa ......(com que) se tem notícia foram registradas somente em 1796. b) Uma das maiores manifestações culturais ...... (por que) é conhecida a cidade de Parintins é o Festival Folclórico. c) Parintins localiza-se na margem direita do rio Amazonas ...... (cuja as) águas oferecem excelentes condições de navegação. d) A toada é um velho estilo musical ...... (em que) se executa principalmente na época do Festival Folclórico. e) Materiais de exportação, como a juta ...... (de que) foi trazida pelos japoneses, são usados na fabricação de acessórios dos dançarinos do Festival Folclórico. Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1407503 Questão 230: FCC - Ag Tec (MPE AM)/MPE AM/Jurídico/2013 Assunto: Pronomes relativos Alguns artistas plásticos, como Modigliani, podiam, na época em que passavam fome, trocar uma tela por um prato de comida. O segmento grifado acima deverá preencher corretamente a lacuna da frase: a) A matéria ...... conta o poeta é a vida, com tudo o que ela apresenta de belo e de sublime, mas também com o que traz de sórdido. b) A fonte inesgotável ...... busca o poeta sua inspiração encontra-se no decorrer cotidiano de situações e nas emoções daí advindas. c) A beleza da arte de poetar reside na sensibilidade ...... o poeta se vale, na escolha das palavras mais adequadas, para criar sua obra. d) Não há temas ...... sejam considerados verdadeiramente poéticos, mas sim o trabalho do poeta ao demonstrar, com sua arte, os fatos da vida. e) A verdadeira poesia, ...... o poeta alude, se caracteriza por aparente inutilidade, ainda que seu comprometimento seja, exclusivamente, com a vida. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1408151 Questão 231: FCC - AJ TRT5/TRT 5/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2013 Assunto: Pronomes relativos Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo: Explicar não é justificar Os gregos e os romanos aceitavam a escravidão porque não imaginavam que uma sociedade pudesse funcionar sem escravos. Como o filósofo Sêneca, insistiam apenas em que se reconhecessem alguns direitos aos escravos: que fosse, por exemplo, proibido utilizá-los com finalidades sexuais. Estamos na mesma posição quando se trata da pobreza. Estamos convencidos de que uma sociedade justa deve procurar erradicá-la. Mas, como não conseguimos conceber os meios que permitem atingir esse objetivo, aceitamos que uma sociedade comporte grandes bolsões de pobreza. Em contrapartida, não hesitamos em condenar a prática da escravidão. (Raymond Boudon, O relativismo. Trad. de Edson Bini. São Paulo: Loyola, 2010. p. 41) Está plenamente adequado o emprego de ambos os segmentos sublinhados na frase: a) Os antigos gregos e romanos consideravam que a escravidão não representava uma exceção na regra dos direitos democráticos, a cujos só tinham acesso os homens livres. b) Uma das práticas que vão ao encontro dos valores democráticos é a discriminação dos pobres, que seus direitos tantas vezes são desrespeitados. c) Volta e meia deparamo-nos, em pleno século XXI, diante de casos de trabalho forçado, uma abominação desumana, de cuja violência nada fica a dever à da escravidão. d) As leis em cujas os legisladores primam pela equidade e justiça são as mesmas a que invocam os advogados espertos para contornar esses mesmos princípios. e) O texto não deixa dúvida quanto à naturalidade com que encaramos injustiças presentes e quanto à indignação de que somos tomados diante de injustiças passadas. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/173170 Questão 232: FCC - Sold (CBM BA)/CBM BA/2023 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes Leia o texto abaixo para responder a questão. Medo da eternidade Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: – Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira. – Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa. – Não acaba nunca, e pronto. Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor- -de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. – Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo- nos para a escola. – Acabou-se o docinho. E agora? – Agora mastigue para sempre. Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. – Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. – Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! – Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá. Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim. (LISPECTOR, Clarice. Jornal do Brasil, 06 de jun. de 1970) Considere os pronomes grifados e o que se afirma sobre eles. I. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. (6º parágrafo). O pronome que recupera a expressão a pequena pastilha cor-de-rosa, evitando sua repetição. II. A menos que você perca, eu já perdi vários. (9º parágrafo). O pronome vários substitui a palavra chicles, que está subentendida. III. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola. (11º parágrafo). O pronome nos retoma os colegas, que está subentendido. É correto o que se afirma APENAS em: a) I e III. b) I. c) II. d) II e III. e) I e II. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2348549 Questão 233: FCC - AJ TRT24/TRT24/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2017 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes A representação da “realidade” na imprensa Parece ser um fato assentado, para muitos, que um jornal ou um telejornal expresse a “realidade”. Folhear os cadernos de papel de ponta a ponta ou seguir pacientemente todas as imagens do grande noticiário televisivo seriam operações que atualizariam a cada dia nossa “compreensão do mundo”. Mas esse pensamento, tão disseminado quanto ingênuo, não leva em conta a questão da perspectiva pela qual se interpretam todas e quaisquer situações focalizadas. Submetermo-nos à visada do jornalista que compôs a notícia, ou mesmo à do câmera que flagra uma situação (e que, aliás, tem suas tomadas sob o controle de um editor de imagens), é desfazermo-nos da nossa própria capacidade de análise, é renunciarmos à perspectiva de sujeitos da nossa interpretação. Tanto quanto os propalados e indiscutíveis “fatos”, as notícias em si mesmas, com a forma acabada pela qual se veiculam, são parte do mundo: convém averiguar a quem interessa o contorno de uma análise política, o perfil criado de uma personalidade, o sentido de um levante popular ou o alcance de uma medida econômica. O leitor e o espectador atentos ao que leem ou veem não têm o direito de colocar de lado seu senso crítico e tomar a notícia como espelho fiel da “realidade”. Antes de julgarmos “real” o “fato” que já está interpretado diante de nossos olhos, convém reconhecermos o ângulo pelo qual o fato se apresenta como indiscutível e como se compõe, por palavras ou imagens, a perspectiva pela qual uma bem particular “realidade” quer se impor para nós, dispensandonos de discutir o ponto de vista pelo qual se construiu uma informação. (Tibério Gaspar, inédito) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: a) O bom leitor, em cuja atenção um texto depende para ser bem compreendido, não hesita de reconhecer a perspectiva de quem redige uma notícia. b) Quando se pensa nos bons leitores, imagina-se que nunca lhe escapa a necessidade de levar em conta, na leitura de uma notícia, o ponto de vista de quem as elaborou. c) Falta à muita gente o cuidado essencial de detectar numa notícia não apenas o que ela diz, mas sobretudo o modo ao qual ela se determina retratar uma situação. d) A interpretação de uma notícia, aonde o bom leitor deve estar comprometido, é fundamental para que não sejamos levados à imaginar que tudo o que se publica é uma verdade definitiva. e) Os leitores de jornal, caso não lhes ocorra levar em conta o valor da perspectiva de quem redige uma notícia, não estão imunes à manipulação maliciosa das palavras. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/476775 Questão 234: FCC - Estag (SABESP)/SABESP/Ensino Superior/2017 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes Atenção: A questão refere-se ao texto que segue. Celebridades O desejo de alguém ser reconhecido publicamente vem de longe. É da natureza humana aspirar à maior visibilidade possível: quantos não desejam atrair para si a plenitude da atenção e do olhar alheios? Seja pela ambição de um posto de liderança, seja pelo desejo mais singelo de ser estimado pelo outro, o ser humano faz o que pode para dar ênfase à própria pessoa. A História tem mostrado que são variadas as formas de promoção frequentadas pelas criaturas, bem como são variados os contextos e os valores culturais implicados nessa operação. Mas não há dúvida de que a multiplicação intensiva dos canais e suportes de comunicação, potencializada em nossa era digital, só fará crescer a obsessão pelo reconhecimento de si, a busca da fama e da notoriedade, a ânsia pela celebração da pessoa que se é. Num romance famoso de Machado de Assis, um pai diz a seu filho: “Teme a obscuridade!” E num conto do mesmo autor, outro pai diz a seu filho: “o meu desejo é que te faças grande e ilustre”. Estava na cabeça do escritor, ainda que temperada com fina ironia, a convicção de que é preciso encontrar neste mundo os meios de projeção social da pessoa. Tal projeção depende não apenas de algum talento do interessado, mas sobretudo da aprovação desse talento por toda uma comunidade. Para se tornar celebridade, há que haver, por suposto, os muitos que a celebrem. Há casos inúmeros – talvez constituam a maioria – de celebridades vazias, criadas artificialmente por mecanismos de propaganda e interesses comerciais. Projetam-se nas telas da TV e nas capas ou manchetes de revistas e jornais figuras cuja opinião é buscada a respeito de tudo, como se fossem autoridades definitivas em todos os assuntos. O que dizem e fazem as celebridades acaba por tornar-se modelo de avaliação e de comportamento. O perigo está nessa propagação de juízos apressados, nessa fabricação de talentos ilusórios. Um antídoto possível para evitar a propagação do senso comum vendido como juízo crítico está em ponderarmos, caso a caso, que razões efetivas existem para que alguém seja considerado uma celebridade. O ideal seria que a cada celebração correspondesse uma razão justa, um mérito indiscutível, uma contribuição real para a sustentação dos ideais coletivos de sociabilidade. (Horácio Freitas Lima, inédito) Está plenamente adequado o emprego dos elementos sublinhados em: a) A fama na qual usufrui uma pessoa celebrada nem sempre se justifica sob o mérito. b) Não lhes deveria caber, a tantas celebridades, um aplauso mínimo pelo que efetivamente são. c) À quem interessaria celebrar pessoas em cujos méritos jamais se comprovaram? d) O vazio por cujo se caracterizam tantas celebridades não impede as pessoas de lhes cortejarem. e) Era tamanho o prestígio que a devotavam que ela mesmo se envergonhava da celebração. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/445431 Questão 235: FCC - Ag Tec (MPE AM)/MPE AM/Jurídico/2013 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes Considere o texto abaixo para responder a questão. Segundo o filósofo americano Michael Sandel, da Universidade Harvard, estamos em uma época em que todas as relações, sejam emocionais, sejam cívicas, estão tendendo a ser tratadas pela lógica da economia de mercado. Diz ele que passa da hora de abrir-se um amplo debate sobre o processo que, "sem que percebamos, sem que tenhamos decidido que é para ser assim, nos faz mudar de uma economia de mercado para uma sociedade de mercado". Já chegamos a ela? Felizmente ainda não, mas estamos a caminho. A economia de mercado é o corolário da democracia no campo das atividades produtivas. Mas o que seria uma "sociedade de mercado"? É uma sociedade em que os valores sociais, a vida em família, a natureza, a educação, a saúde, até os direitos cívicos podem ser comprados e vendidos. Em resumo, uma sociedade em que todas as relações humanas tendem a ser mediadas apenas pelo seu aspecto econômico. Sandel reafirma sempre que, com todos os seus defeitos, o mercado ainda é a forma mais eficiente de organizar a produção e de distribuir bens. Reconhece que a adoção de economias de mercado levou a prosperidade a regiões do globo que nunca a haviam conhecido. Enfatiza, também, que, junto a essa economia de mercado, vem quase sempre o desenvolvimento de instituições democráticas, ambas baseadas na liberdade. Os riscos apontados são, segundo ele, de outra natureza. Ele alerta para o fato de que, por ser tão eficiente na economia, a lógica econômica está invadindo todos os outros domínios da vida em sociedade. (Adaptado de: Jones Rossi e Guilherme Rosa. Veja, 21 de novembro de 2012. p. 75-77) De acordo com o texto, o segmento grifado nas frases abaixo que se refere à expressão “sociedade de mercado” é: a) Mas o que seria uma “sociedade de mercado”? (2º parágrafo) b) ... que nunca a haviam conhecido. (3º parágrafo) c) ... estamos em uma época em que todas as relações... (1º parágrafo) d) Sandel reafirma sempre que, com todos os seus defeitos... (3º parágrafo) e) Já chegamos a ela? (1º parágrafo)Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1408167 Questão 236: FCC - Ana Min (MPE MA)/MPE MA/Administrativo/2013 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes Juventudes Pois se ainda ontem eu era jovem, conforme me asseguravam, asseguro-lhes que ainda hoje minha juventude não acabou. Se viesse a acabar, estaria tão velho que não saberia disso − o que significa que serei eternamente jovem. Preciso acrescentar: nada tenho de especial, todos os jovens da minha idade (isto é, acima dos 60) sabem disso. Não adianta os espelhos (por que se espalham por toda parte?) pretenderem mostrar o contrário, jogar-nos na cara nossa imagem envelhecida. Nós sabemos que eles mentem, sabemos que não têm como refletir nosso espírito − daí se vingarem, refletindo tão somente o que aparece. Vou mais longe: não é que não envelheçamos, com essa mania que tem o tempo de nunca parar; na verdade, quanto mais anos vivemos, mais remoçamos. Alguns vivem até recuperar de vez − para nunca mais largar dela − a liberdade da infância. Enquanto lá não chego (esperando chegar), vou remoçando, remoçando, a ponto dos jovens de dezenove anos me pedirem mais moderação, mais compostura. Toda vez que fazem isso, surpreendo, no fundo de seus olhos, uma inveja incomensurável: inveja da minha adolescência verdadeira. É verdade que a natureza, que tem lá seus caprichos, gosta de brincar com nossa juventude de sexagenários. Ela faz, por exemplo, o chão parecer mais longe: custa-nos chegar a ele, para apanhar aquela moedinha. Brinca, ainda, com nosso senso de equilíbrio: um volteio mais rápido do corpo e parece que a Terra subitamente acelerou a rotação. E já não podemos saltar imitando um saci, sobre os quadrados marcados a giz na calçada das brincadeiras: mesmo duas pernas mostram-se insuficientes para retomar o equilíbrio. Enfim: valha esta mensagem para todos os jovens que ainda acreditam na velhice. Bobagem, meus amiguinhos: a velhice não chega nunca, é mais uma ilusão da juventude. Não adianta o corpo insistir em dar todos os sinais de mau funcionamento, inútil insistirem as bactérias em corromper nossos tecidos, inútil os olhos perderem a luz de dentro e a luz de fora: morremos sempre jovens, espantados por morrer, atônitos com essa insistência caprichosa e absurda da natureza, de vir ceifar nossa vida exatamente quando desfrutamos do esplendor de nossa juventude mais madura. (Adamastor Rugendas, inédito) Está plenamente adequado o emprego de ambos os segmentos sublinhados em: I. Os anos da velhice, em cujo peso ninguém desacredita, parecem ao autor tão ou mais amenos quanto os da juventude. II. O preço do passar dos anos, paga- lhe o corpo com os limites e carências de que passa a acusar, mas o espírito segue inabalável. III. A despeito da má fama de que a velhice é vítima, vivê-la bem é preferível a aproveitar mal a mocidade. Atende ao enunciado SOMENTE o que está em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/486912 Questão 237: FCC - Proc (PGE RO)/PGE RO/2011 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes Atenção: A questão baseia-se no poema abaixo. Jardim interior Todos os jardins deviam ser fechados, Com altos muros de um cinza muito pálido, onde uma fonte pudesse cantar sozinha entre o vermelho dos cravos. O que mata um jardim não é mesmo alguma ausência nem o abandono ... O que mata um jardim é esse olhar vazio de quem por eles passa indiferente. (Mario Quintana. A cor do invisível, in Poesia completa, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, vol. único, p. 858) 89. Considere as afirmativas seguintes: Considerando-se o emprego de pronomes no poema, é INCORRETO afirmar: a) Em Todos os jardins há uma afirmativa categórica. b) Em alguma ausência é possível perceber a existência de uma hipótese. c) O pronome quem, no último verso, equivale a um substantivo. d) São pronomes demonstrativos o O – que inicia os versos 7 e 9 – e esse, que antecede a expressão olhar vazio, no penúltimo verso. e) A presença de onde (verso 3) e de mesmo (verso 7) tenciona igualar todos os jardins existentes, abrangendo- os em um único modelo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/181726 Questão 238: FCC - Ana (PGE RJ)/PGE RJ/Administrador/2009 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes Interesse público e direitos individuais Hoje em dia, as relações humanas são fugazes, surgem e desaparecem sem deixar vestígios. O Direito não pode ignorar essa realidade, sob pena de não cumprir sua função: manter a ordem jurídica. O grande desafio é compatibilizar a realização do interesse público com as garantias e os direitos individuais, que têm o fundamental papel de defender o cidadão contra o Estado. Nesse quadro, os avanços tecnológicos acabam representando uma dificuldade especial. De um lado, as tecnologias à disposição dos particulares muitas vezes são instrumentos para desvios de conduta. De outro lado, para coibir ou punir tais comportamentos, o Estado tem que recorrer a similares tecnologias que invadem a privacidade dos cidadãos. A questão é como conciliar as imprescindíveis ferramentas de investigação à disposição do Estado com o direito à defesa e ao contraditório, garantias constitucionais. A regra geral é que o direito à defesa e ao contraditório devem ser garantidos aos particulares antes que eles sejam afetados por atos estatais. Em alguns casos, porém, o oferecimento de oportunidade de defesa antes da atuação estatal é incompatível com o interesse público que ela visa tutelar. É o caso, por exemplo, da apreensão de alimentos contaminados para impedir sua comercialização. Não teria sentido permitir que o comerciante continuasse vendendo alimentos contaminados ao público apenas para que ele pudesse exercer previamente o direito de defesa; a oportunidade de manifestação prévia representaria definitivo prejuízo para o interesse público. Daí porque, em hipóteses excepcionalíssimas, o direito de defesa pode ser flexibilizado, mas apenas no limite indispensável à preservação do interesse público e de forma a representar o menor ônus ao particular. No caso de escutas telefônicas autorizadas por ordem judicial para fins investigatórios, é possível afirmar com segurança que sua realização não é compatível com o exercício prévio do direito de defesa, pois, do contrário, elas seriam destituídas de qualquer sentido útil ou prático. Em razão da natureza específica dessa operação, o direito de defesa deve ser garantido após o término do período da quebra de sigilo telefônico. (Adaptado de Pedro Paulo de Rezende Porto Filho. 10/01/2009. www.conjur.com.br ) Está INADEQUADO o emprego de um pronome em: a) Se Vossa Excelência pretende emitir a autorização, afianço-lhe que recorrerei de sua decisão. b) Ele não viu por que autorizar, num caso como aquele, a quebra do sigilo telefônico. c) Não lhe pareceu necessário explicar a ninguém o por quê de haver dado aquela autorização. d) Ele chamou para si toda a responsabilidade pela quebra do sigilo telefônico. e) Não me peças que concorde com tua posição só porque és mais versado em assuntos jurídicos. Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/874503 Questão 239: FCC - AJ TRT16/TRT 16/Judiciária/"Sem Especialidade"/2009 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes Atenção: A questão baseia-se no texto apresentado abaixo. Caipiradas A gente que vive na cidade procurou sempre adotar modos de ser, pensar e agir que lhe pareciam os mais civilizados, os que permitem ver logo que uma pessoa está acostumada com o que é prescrito de maneira tirânica pelas modas – moda na roupa, na etiqueta, na escolha dos objetos, na comida, na dança, nos espetáculos, na gíria. A moda logo passa; por isso, a gente da cidade deve e pode mudar, trocar de objetos e costumes, estar em dia. Como consequência, se entra em contato com um grupo ou uma pessoa que não mudaram tanto assim;que usam roupa como a de dez anos atrás e respondem a um cumprimento com certa fórmula desusada; que não sabem qual é o cantor da moda nem o novo jeito de namorar; quando entra em contato com gente assim, o citadino diz que ela é caipira, querendo dizer que é atrasada e portanto meio ridícula. Diz, ou dizia; porque hoje a mudança é tão rápida que o termo está saindo das expressões de todo dia e serve mais para designar certas sobrevivências teimosas ou alteradas do passado: músicas caipiras, festas caipiras, danças caipiras, por exemplo. Que, aliás, na maioria das vezes, conhecemos não praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco. Nem podia ser de outro modo, porque o mundo em geral está mudando depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que não se pode falar mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou. O que há é impulso adquirido, resto, repetição – ou paródia e imitação deformada, mais ou menos parecida. Há, registre-se, iniciativas culturais com o fito de fixar o que sobra de autêntico no mundo caipira. É o caso do disco Caipira. Raízes e frutos, do selo Eldorado, gravado em 1980, que será altamente apreciado por quantos se interessem por essa cultura tão especial, e já quase extinta. (Adaptado de Antonio Candido, Recortes) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados em: a) Os modos de ser com que se apropria a gente da cidade são os que lhes parecem mais civilizados. b) Enfraquecida, a cultura caipira cujos valores tanta gente se encantou, cede lugar às modas citadinas, de que quase todos tomam como parâmetro. c) A moda sempre existiu, sempre haverá quem a adote, assim como sempre haverá quem não lhe poupe o aspecto de superficialidade. d) A moda, cujos os valores são sempre efêmeros, define as maneiras de vestir e pensar de que se comprazem os citadinos. e) Vive-se num tempo onde as mudanças são tão rápidas que fica difícil acompanhar-lhes em sua velocidade. Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/201575 Questão 240: FCC - ALC (TCE AL)/TCE AL/Analista de Sistemas/2007 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes A questão se refere ao texto que segue. Propósitos e liberdade Desde que nascemos e a nossa vida começou, não há mais nenhum ponto zero possível. Não há como começar do nada. Talvez seja isso que torna tão difícil cumprir propósitos de Ano Novo. E, a bem da verdade, o que dificulta realizar qualquer novo propósito, em qualquer tempo. O passado é como argila que nos molda e a que estamos presos, embora chamados imperiosamente pelo futuro. Não escapamos do tempo, não escapamos da nossa história. Somos pressionados pela realidade e pelos desejos. Como pode o ser humano ser livre se ele está inexoravelmente premido por seus anseios e amarrado ao enredo de sua vida? Para muitos filósofos, é nesse conflito que está o problema da nossa liberdade. Alguns tentam resolver esse dilema afirmando que a liberdade é a nossa capacidade de escolher, a que chamam livre-arbítrio. Liberdade se traduziria por ponderar e eleger entre o que quero e o que não quero ou entre o bem e o mal, por exemplo. Liberdade seria, portanto, sinônimo de decisão. Prefiro a interpretação de outros pensadores, que nos dizem que somos livres quando agimos. E agir é iniciar uma nova cadeia de acontecimentos, por mais atrelados que estejamos a uma ordem anterior. Liberdade é, então, começar o improvável e o impensável. É sobrepujar hábitos, crenças, determinações, medos, preconceitos. Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades. Desamarrar. Abrir novos tempos. Nossa história e nosso passado não são nem cargas indesejadas, nem determinações absolutas. Sem eles, não teríamos de onde sair, nem para onde nos projetar. Sem passado e sem história, quem seríamos? Mas não é porque não pudemos (fazer, falar, mudar, enfrentar...) que jamais poderemos. Nossa capacidade de dar um novo início para as mesmas coisas e situações é nosso poder original e está na raiz da nossa condição humana. É ela que dá à vida uma direção e um destino. Somos livres quando, ao agir, recomeçamos. Nossos gestos e palavras, mesmo inconscientes e involuntários, sempre destinam nossas vidas para algum lugar. A função dos propósitos é transformar esse agir, que cria destinos, numa ação consciente e voluntária. Sua tarefa é a de romper com a casualidade aparente da vida e apagar a impressão de que uma mão dirige nossa existência. Os propósitos nos devolvem a autoria da vida. (Dulce Critelli. Folha de São Paulo, 24/01/2008) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: a) Aquele que deseja cumprir novos propósitos não podem faltar iniciativas em que levem a alguma ação. b) O passado, em cujo nos moldamos, é como a argila, à qual forma os bonecos se submetem. c) A trama do destino, em que tantos atribuem o peso da fatalidade, esvaziaria qualquer iniciativa de que viéssemos a tomar. d) A capacidade de escolher, da qual muitos identificam o livre-arbítrio, não tem a mesma relevância com que se reveste a iniciativa de uma ação. e) Os mesmos fatos do passado a que estamos atrelados podem nos incitar a um recomeço, de que sempre temos tanta necessidade. Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2069006 Questão 241: FCC - AJ TRT11/TRT 11/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2005 Assunto: Questões mescladas sobre pronomes Atenção: A questão refere-se ao texto que segue. Um meio-elogio à meia-idade Parece que se foi o tempo em que ancião significava experiência, que o sábio da tribo era um velho, que o idoso era ouvido pelos jovens e que a literatura fazia o elogio da velhice, como fez o sessentão Cícero, 44 anos antes de Cristo, em De senectute. Hoje, o novo De senectute, de Norberto Bobbio, é um belíssimo livro, mas triste e pessimista. “Quem louva a velhice não a viu de perto”, ele escreveu. Não estou entre os que fazem o elogio irrestrito de uma fase da vida em que até o prefixo é traiçoeiro – sexagenário não tem nada a ver com sexo, se é que se precisa avisar. Mas também não acho que é o pior dos tempos, principalmente quando se lembra que a adolescência, tão idealizada a distância, é uma das fases mais atormentadas da existência. Nem sempre é a idade que faz a vida feliz ou infeliz, mas a cabeça, assim como o que faz mal à saúde é a doença, e não a idade. (Zuenir Ventura, Crônicas de um fim de século) Está correto o emprego de ambos os segmentos sublinhados na frase: a) Juventude é, hoje, uma palavra mágica: consideramo-lhe um talismã, nela atribuímos o condão de uma chave que abre todas as portas. b) Quanto ao passado, deixar-lhe em paz, pois se os dias não voltam não há como interferir-lhes. c) Se há dias bons na juventude, não os queiramos emprestar um valor absoluto, pois a eles se alternaram dias infelizes. d) Quanto aos jovens, poupemo-los de aconselhamentos a que não podem ou não sabem dar ouvidos. e) Se é para mim escolher entre o tumulto do jovem e a serenidade do velho, prefiro esta a aquele. Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/407750 Questão 242: FCC - TJ TRT18/TRT 18/Administrativa/Agente de Policia Judicial/2023 Assunto: Advérbio Atenção: Leia o trecho do romance “Esaú e Jacó”, de Machado de Assis, para responder à questão. Visões e reminiscências iam assim comendo o tempo e o espaço ao conselheiro Aires, a ponto de lhe fazerem esquecer o pedido de Natividade; mas não o esqueceu de todo, e as palavras trocadas há pouco surdiam-lhe das pedras da rua. Considerou que não perdia muito em estudar os rapazes. Chegou a apanhar uma hipótese, espécie de andorinha, que avoaça entre árvores, abaixo e acima, pousa aqui, pousa ali, arranca de novo um surto e toda se despeja em movimentos. Tal foi a hipótese vaga e colorida,a saber, que se os gêmeos tivessem nascido dele talvez não divergissem tanto nem nada, graças ao equilíbrio do seu espírito. A alma do velho entrou a ramalhar não sei que desejos retrospectivos, e a rever essa hipótese, ele pai, estes meninos seus, toda a andorinha que se dispersava num farfalhar calado de gestos. (Adaptado de: ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Companhia das Letras, 2012) É invariável quanto a gênero e a número o termo sublinhado em: a) Chegou a apanhar uma hipótese. b) as palavras trocadas há pouco surdiam-lhe das pedras da rua. c) se os gêmeos tivessem nascido dele talvez não divergissem. d) arranca de novo um surto e toda se despeja em movimentos. e) Tal foi a hipótese vaga e colorida. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2340343 Questão 243: FCC - TJ TRT18/TRT 18/Apoio Especializado/Enfermagem do Trabalho/2023 Assunto: Advérbio Atenção: Considere o poema de Fernando Pessoa para responder à questão. Às vezes, em sonho triste Nos meus desejos existe Longinquamente um país Onde ser feliz consiste Apenas em ser feliz. Vive-se como se nasce Sem o querer nem saber. Nessa ilusão de viver O tempo morre e renasce Sem que o sintamos correr. O sentir e o desejar São banidos dessa terra. O amor não é amor Nesse país por onde erra Meu longínquo divagar. Nem se sonha nem se vive: É uma infância sem fim. Parece que se revive Tão suave é viver assim Nesse impossível jardim. (PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1997) É invariável quanto a gênero e a número o termo sublinhado em: a) Nesse impossível jardim. b) Às vezes, em sonho triste. c) Meu longínquo divagar. d) É uma infância sem fim. e) Apenas em ser feliz. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2340587 Questão 244: FCC - AJ TRT22/TRT 22/Apoio Especializado/Biblioteconomia/2022 Assunto: Advérbio Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo. O rio de minha terra é um deus estranho. Ele tem braços, dentes, corpo, coração, muitas vezes homicida, foi ele quem levou o meu irmão. É muito calmo o rio de minha terra. Suas águas são feitas de argila e de mistérios. Nas solidões das noites enluaradas a maldição de Crispim desce sobre as águas encrespadas. O rio de minha terra é um deus estranho. Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole para subir as poucas rampas do seu cais. Foi conhecendo o movimento da cidade, a pobreza residente nas taperas marginais. Pois tão irado e tão potente fez-se o rio que todo um povo se juntou para enfrentá-lo. Mas ele prosseguiu indiferente, carregando no seu dorso bois e gente, até roçados de arroz e de feijão. Na sua obstinada e galopante caminhada, destruiu paredes, casas, barricadas, deixando no percurso mágoa e dor. Depois subiu os degraus da igreja santa e postou-se horas sob os pés do Criador. E desceu devagarinho, até deitar-se novamente no seu leito. Mas toda noite o seu olhar de rio fica boiando sob as luzes da cidade. (Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha terra. Disponível em: https://www.escritas.org) No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” classifica-se como a) pronome. b) preposição. c) artigo. d) advérbio. e) conjunção. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2158411 Questão 245: FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Sociologia/2016 Assunto: Advérbio Medo da eternidade Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: − Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira. − Como não acaba? – Parei um instante na rua, perplexa. − Não acaba nunca, e pronto. Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca. − E agora que é que eu faço? − perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. − Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo- nos para a escola. − Acabou-se o docinho. E agora? − Agora mastigue para sempre. Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava era aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia. − Olha só o que me aconteceu! – disse eu em fingidos espanto e tristeza. Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! − Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá. Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim. 06 de junho de 1970 (LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo – crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p.289-91) Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice Lispector é o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em: I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. (1º parágrafo) II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta. (7º parágrafo) III. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. (9º parágrafo) IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. (16º parágrafo) Atende ao enunciado APENAS o que consta de a) I, II e IV. b) II e IV. c) II e III. d) I e III. e) I, III e IV. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/360508 Questão 246: FCC - AJ TRT3/TRT 3/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2015 Assunto: Advérbio Atenção: A questão refere-se ao texto que segue. A matéria abaixo, que recebeu adaptações, é do jornalista Alberto Dines, e foi veiculada em 9/05/2015, um dia após as comemorações pelos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Quando a guerra acabar… Abre parêntese: há momentos − felizmente raros − em que a história pessoal se impõe às percepções conjunturais e o relato na primeira pessoa, embora singular, parcial, às vezes suspeito, sobrepõe-se à narrativa impessoal, ampla, genérica. Fecha parêntese. O descaso e osindícios de esquecimento que, na sexta-feira (8/5), rodearam os setenta anos do fim da fase europeia da Segunda Guerra Mundial sobressaltaram. O ano de 1945 pegou-me com 13 anos e a data de 8 de maio incorporou-se ao meu calendário íntimo e o cimentou definitivamente às efemérides históricas que éramos obrigados a decorar no ginásio. Seis anos antes (1939), a invasão da Polônia pela Alemanha hitlerista − e logo depois pela Rússia soviética − empurrou a guerra para dentro da minha casa através dos jornais e do rádio: as vidas da minha avó paterna, tios, tias, primos e primas dos dois lados corriam perigo. Em 1941, quando a Alemanha rompeu o pacto com a URSS e a invadiu com fulminantes ataques, inclusive à Ucrânia, instalou-se a certeza: foram todos exterminados. A capitulação da Alemanha tornara-se inevitável, não foi surpresa, sabíamos que seria esmagada pelos Aliados. Nova era a sensação de paz, a certeza que começava uma nova página da história e perceptível mesmo para crianças e adolescentes. A prometida quimera embutida na frase “quando a guerra acabar” tornara-se desnecessária, desatualizada. A guerra acabara para sempre. Enquanto o retorno dos combatentes brasileiros vindos da Itália era saudado delirantemente, matutinos e vespertinos − mais calejados do que a mídia atual − nos alertavam que a guerra continuava feroz não apenas no Extremo Oriente, mas também na antiquíssima Grécia, onde guerrilheiros de direita e de esquerda, esquecidos do inimigo comum − o nazifascismo − se enfrentavam para ocupar o vácuo de poder deixado pela derrotada barbárie. Sete décadas depois − porção ínfima da história da humanidade −, aquele que foi chamado Dia da Vitória e comemorado loucamente nas ruas do mundo metamorfoseou-se em Dia das Esperanças Perdidas: a guerra não acabou. Os Aliados desvincularam-se, tornaram-se adversários. A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos. (Reproduzido da Gazeta do Povo (Curitiba, PR) e do Correio Popular (Campinas, SP), 9/5/2015; intertítulo do Observatório da Imprensa, edição 849) A guerra continua, está aí, espalhada pelo mundo, camuflada por diferentes nomenclaturas, inconfundível, salvo em breves hiatos sem hostilidades, porém com intensos ressentimentos. Justifica-se o emprego do advérbio aí, na frase, do seguinte modo: a) a palavra delimita o lugar da guerra, aquele em que o interlocutor se encontra. b) a palavra remete ao lugar a que se fez referência anteriormente: ao espaço dos Aliados. c) a palavra tem o sentido de "nesse ponto", como em "É aí que está o X da questão". d) a palavra compõe expressão que tem o sentido de "apresenta-se por lugares incertos, de modo disseminado". e) a palavra tem seu sentido associado ao da palavra inconfundível, para expressarem, juntas, a ideia de "contorno único". Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/292658 Questão 247: FCC - DP RS/DPE RS/2014 Assunto: Advérbio Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo, conferência pronunciada por Joaquim Nabuco a 20 de junho de 1909 na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Viajando uma vez da Europa para o Brasil, ouvi o finado William Gifford Palgrave, meu companheiro de mesa, escritor inglês muito viajado no Oriente, perguntar ao comandante do navio que vantagem lhe parecia ter advindo da descoberta da América. Por sua parte, não lhe ocorria nenhuma, salvo, apenas, o tabaco. Foi a primeira vez que ouvi exprimir essa dúvida, mas anos depois vim a comprar um velho livro francês, de um Abbé Genty, livro intitulado: L’Influence de la découverte de L'Amérique sur le bonheur du genre humain, e soube então que a curiosa questão havia sido proposta seriamente para um prêmio pela Academia de Lyon, antes da Revolução Francesa, e que estava formulada do seguinte modo: "Tem sido útil ou prejudicial ao gênero humano a descoberta da América?". O trabalho de Genty não passa, em seu conjunto, de uma declamação oca, onde não há nada a colher além da esperança que o autor exprime na regeneração da humanidade pela nova nação americana. Na independência dos anglo-americanos, vê "o sucesso mais apto a apressar a revolução que reconduzirá a felicidade à face da Terra". E acrescenta: "É no seio da República recém-nascida que se acham depositados os verdadeiros tesouros destinados a enriquecer o mundo". O livro merece por isso ser conservado, mas a época em que foi escrito, 1787, não permitia ainda que se pudesse avaliar a contribuição do Novo Mundo para o bem-estar da humanidade. Era já a aurora do dia da América, mas nada mais senão a aurora. George Washington presidia à Convenção Constitucional, porém a influência desse grande acontecimento ainda não fora além do choque causado ao Velho Mundo. Ainda não produzira a Revolução Francesa. Sua importância não podia por enquanto ser imaginada. Há na vida das nações um período em que ainda não lhes foi revelado o papel que deverão desempenhar. O feitio que a influência romana tomaria não podia ser previsto nem nos grandes dias da República. Uma conversa entre César e Cícero sobre o papel histórico da Gália ou da Bretanha não poderia levar em conta a França ou a Inglaterra. Hoje mesmo, quem poderia dizer algo de essencial sobre o Japão ou a China? Do Japão, pode-se afirmar que, para o mundo exterior, está apenas na aurora. Quanto à China, continua velada na sua longa noite, brilhando apenas para si própria. Na história da humanidade, a impressão de qualquer um deles poderá sequer imaginar-se? Mas já se pode estudar a parte da América na civilização. Podemos desconhecer suas possibilidades no futuro, como desconhecemos as da eletricidade; mas já sabemos o que é eletricidade, e também conhecemos a individualidade nacional do vosso país. As nações alcançam em época determinada o pleno desenvolvimento de sua individualidade; e parece que já alcançastes o vosso. Assim podemos falar com mais base que o sacerdote francês nas vésperas da Revolução Francesa. (A parte da América na civilização. In Essencial Joaquim Nabuco. org. e introd. Evaldo Cabral de Mello. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010, p. 531/532) ... anos depois vim a comprar um velho livro francês [...], e soube então que a curiosa questão havia sido proposta seriamente para um prêmio pela Academia de Lyon... É correto o seguinte comentário sobre a palavra destacada acima, em seu contexto: a) pode ser substituída pela expressão "como conclusão", sem prejuízo do sentido original. b) interjeição, constitui uma voz que serve para animar, como se tem em "Então, aceita o convite?". c) é substantivo masculino e tem o mesmo sentido que se observa na frase "Na manhã mais chuvosa e fria de então, aparece-lhe a amiga tida como desaparecida". d) expressa a mesma modalidade temporal notada na frase "Quando chegar à maioridade, aí então você tomará a decisão que julgar melhor". e) como advérbio, está empregada com o mesmo sentido observável na frase "A protagonista entra correndo e então desaba no sofá, em prantos". Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/227256 Questão 248: FCC - AFR SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2009 Assunto: Advérbio Esgotado por sucessivas batalhas, convencido da inutilidade de seguir lutando e tendo decidido ser preferível capitular a perder não só a liberdade como a vida, no verão de 1520 o rei asteca Montezuma, prisioneiro dos espanhóis, concordou em entregar a Hernán Cortés o vasto tesouro que seu pai, Axayáctl, reunira com tanto esforço, e em jurar lealdade ao rei da Espanha, aquele monarca distante e invisível cujo poder Cortés representava. Comentando a cerimônia, o cronista espanhol Fernando de Oviedo relata que Montezuma chorou o tempo todo, e, apontando a diferença entre o encargo que é aceito voluntariamente por uma pessoa livre e o que é pesarosamente executado poralguém acorrentado, Oviedo cita o poeta romano Marcus Varro, "O que é entregue à força não é serviço, mas espoliação". Segundo todos os testemunhos, o tesouro real asteca era magnífico e ao ser reunido diante dos espanhóis formou três grandes pilhas de ouro compostas, em grande parte, de utensílios requintados, que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais: colares intrincados, braceletes, cetros e leques decorados com penas multicoloridas, pedras preciosas, pérolas, pássaros e flores cuidadosamente cinzelados. Essas peças, segundo o próprio Cortés, "além de seu valor, eram tais e tão maravilhosas, que, consideradas por sua novidade e estranheza, não tinham preço, nem é de acreditar que algum entre todos os Príncipes do Mundo de que se tem notícia pudesse tê-las tais, e de tal qualidade". Montezuma pretendia que o tesouro fosse um tributo de sua corte ao rei espanhol. Mas os soldados de Cortés exigiram que o tesouro fosse tratado como butim e que cada um deles recebesse uma parte do ouro. Feita a partilha entre o rei da Espanha, o próprio Cortés e tantos outros envolvidos, chegava-se a cem pesos para cada soldado raso, uma soma tão insignificante diante de suas expectativas que, no fim, muitos se recusaram a aceitá-la. Cedendo à vontade de seus homens, Cortés ordenou aos afamados ourives de Azcapotzalco que convertessem os preciosos objetos de Montezuma em lingotes, em que se estamparam as armas reais. Os ourives levaram três dias para realizar a tarefa. Hoje, os visitantes do Museu do Ouro de Santa Fé de Bogotá podem ler, gravados na pedra sobre a porta, os seguintes versos, dirigidos por um poeta asteca aos conquistadores espanhóis: "Maravilho-me de vossa cegueira e loucura, que desfazeis as joias bem lavradas para fazer delas vigotes". (Adaptado de Alberto Manguel, À mesa com o Chape-leiro Maluco: ensaios sobre corvos e escrivaninhas. Trad. Josely Vianna Baptista. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 21-22) No início do parágrafo 2, o segmento que corresponde a uma circunstância de tempo é a) Segundo todos os testemunhos. b) o tesouro real asteca era magnífico. c) ao ser reunido diante dos espanhóis. d) formou três grandes pilhas de ouro. e) que sugeriam sofisticadas cerimônias sociais. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1778 Questão 249: FCC - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Taquígrafo Legislativo/2007 Assunto: Advérbio Considere-se o seguinte exemplo: há um casal; a esposa faz costumeiramente um certo trajeto para ir ao trabalho. O marido trabalha em casa e apenas eventualmente sai. Quando o faz, passa de carro perto do local de trabalho da esposa. Um dia, dá-se o seguinte diálogo, no momento em que a esposa vai sair: Esposa: — Você vai no Darlan? Marido: — Eu vou te levar, sim. Evidentemente, a resposta do marido só é possível porque ele não considera a pergunta da esposa como um mero pedido de informação, mas como um modo de pedir carona. E isso só é possível se os interlocutores levarem em conta um quadro habitual de comportamento. Um ouvinte de Marte, se falasse uma língua absolutamente explícita, estranharia a resposta do marido, ou, no mínimo, não entenderia a expressão de satisfação da esposa diante de resposta tão inadequada, já que, pela sua forma, esta pergunta demandaria uma resposta do tipo “sim” ou “não”. É que, neste diálogo, está sendo considerado um certo cenário habitual, que não precisa ser explicitado discursivamente. Aliás, o estranho seria a explicitação diária do quadro em que uma pergunta do tipo acima é feita (ver a respeito de episódios conversacionais desse tipo, Gumperz, 1982, especialmente, pp. 1-8). Uma resposta como “não” seria interpretada, por outro lado, não como uma informação, simplesmente, mas como “hoje você vai ter que ir de ônibus”. Mas o fato de que se devem levar em conta outros dados que não os tipicamente lingüísticos não significa que de qualquer enunciado se possa extrair qualquer significação. Por exemplo: seja o enunciado “abra a porta”. Não se sabe, a não ser na situação, se se trata de um pedido ou de uma ordem, considerada a relação entre o locutor e o interlocutor. Mas podemos também decidir entre uma e outra alternativa com a consideração detalhada dos elementos lingüísticos. Se esse enunciado for berrado, certamente não será um pedido. Por outro lado, pode ser até que “abra a porta” signifique, numa situação concreta “por que você não fecha a porta?” (por exemplo, se é dirigida a alguém que, queixando-se de calor, abrira a porta e, em seguida, começou a queixar-se de frio). Mas, então, este enunciado será produzido num tom irônico, e é com base nele que se poderá perceber a intenção do locutor, e não necessariamente por uma olhada na porta, para ver se ela está ou não fechada. Isto significa que, se é verdade que a situação é essencial, porque a língua é indeterminada, no sentido de não fornecer todos os elementos para a interpretação, este fato não quer dizer que de qualquer enunciado pode-se extrair qualquer significação. É que as teorias do contexto consideram impotente a lingüística das formas, mas não se deram conta de que talvez esta impotência não decorria necessariamente (ou só) da desconsideração do contexto, mas também da desconsideração de numerosos elementos lingüísticos que lhe pareceram não pertinentes. Isto significa, pois, que há mais processos lingüísticos de construção de significação do que pode imaginar a lingüística das formas. O objeto de uma teoria do discurso deve ser, então, bem diverso do de uma teoria da gramática (...), não só pela tomada em consideração do contexto, mas também pela consideração do enunciado lingüístico em sua materialidade total (...). (POSSENTI, Sírio. Língua e discurso. Discurso, estilo e subjetividade. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 67-69) O autor faz largo uso de advérbios de modo. Considerado o contexto, é correto afirmar que a) discursivamente equivale a “dissertativamente”, tal como em: “Não houve testes, tivemos de responder a todas as questões discursivamente”. b) simplesmente tem o significado de “com simplicidade”, tal como se verifica em: “Apesar de ricos, eles viviam muito simplesmente”. c) tipicamente, por ser usado na modificação de um item nominal, poderia ser substituído por um adjetivo, como “característicos”, por exemplo. d) costumeiramente e eventualmente se contrapõem quanto à expressão de recorrência no cumprimento das ações referidas. e) Evidentemente introduz afirmação de caráter conclusivo, que não requereu outros esclarecimentos. Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/425894 Questão 250: FCC - Proc (BACEN)/BACEN/2006 Assunto: Advérbio A questão de número baseia-se no texto apresentado a seguir. ... Virgília cingiu-me com seus magníficos braços, murmurando: - Amo-te, é a vontade do céu. E esta palavra não vinha à toa; Virgília era um pouco religiosa. Não ouvia missa aos domingos, é verdade, e creio até que só ia às igrejas em dia de festa, e quando havia lugar vago em alguma tribuna. Mas rezava todas as noites, com fervor, ou, pelo menos, com sono. (Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Obra completa. Org. A. Coutinho. Volume I. Rio de Janeiro: Aguilar, 1959, p. 474) Considere o segmento transcrito abaixo para responder à questão. ... e creio até que só ia às igrejas em dia de festa, e quando havia lugar vago em alguma tribuna. Até, tendo em vista seu emprego nesse segmento, classifica-se como a) preposição acidental. b) conjunção subordinativa temporal. c) palavra denotativa de inclusão. d) advérbio de tempo. e) palavra denotativa de realce. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/12636 Questão 251: AVANÇASP - OLeg (CM Taboão S)/CM Taboão da Serra/2022 Assunto: Numeral Assinale a alternativa que apresenta um numeral: a) Eu estava triste, até que um certo alguém cruzou o meu caminho.b) Uma boa educação é importante para formar o caráter do indivíduo. c) Foi um presente te encontrar! d) Fui à livraria e comprei somente um livro, embora eu quisesse comprar mais. e) Hoje faz um lindo dia! Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2141110 Questão 252: IDECAN - Ass Adm (UNILAB)/UNILAB/2022 Assunto: Numeral Texto Missão Gaia: o que novo mapa mais completo já feito da Via Láctea revela Terremotos em estrelas semelhantes aos que ocorrem na Terra e como é composto o DNA estelar. Essas são algumas das revelações do novo e mais detalhado mapa da Via Láctea criado a partir de observações da sonda Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). Trata-se da terceira [A] apresentação de informações da missão da ESA lançada em 2013, cujo objetivo é criar o mapa mais completo e multidimensional da nossa galáxia. As observações, feitas entre 2014 e 2017, abrangem cerca de dois bilhões [B] de estrelas, que representam cerca de 1% [B] do total da Via Láctea. Observações anteriores do robô mostraram em grande detalhe o movimento das estrelas. Agora, os novos dados fornecem mais detalhes sobre a sua composição química, temperatura, cor, massa e idade, bem como a velocidade com que essas estrelas se aproximam e se afastam de nós. As medições revelam milhares [D] de terremotos estelares (ou "starquakes", em inglês) que são como tsunamis em sua superfície. Esses eventos inesperados fornecem informações valiosas sobre o funcionamento interno dessas estrelas, que contribuem para uma melhor compreensão da origem, evolução, passado e estrutura de nossa galáxia. "Starquakes nos ensinam muito sobre estrelas, especialmente sobre seu funcionamento interno", explica Conny Aerts, pesquisadora do projeto da Universidade KU Leuven, na Bélgica. "Gaia é uma mina de ouro para a asterossismologia de estrelas de grande massa." A composição das estrelas pode fornecer pistas sobre seu local de nascimento e sua posterior jornada e, portanto, sobre a história da Via Láctea. Os dados coletados pela sonda Gaia ajudam a entender essa composição. Algumas estrelas, por exemplo, têm mais metais pesados do que outras. "Algumas estrelas da nossa galáxia são compostas por material primordial e outras, como o nosso Sol, contêm matéria enriquecida de gerações anteriores de estrelas", diz o comunicado da ESA. A nota afirma que as estrelas mais próximas do centro da nossa galáxia são mais ricas em metais do que as mais distantes. Por outro lado, a sonda Gaia também conseguiu identificar estrelas originárias de outras galáxias que não a nossa, graças à análise de sua composição química. A missão continuará a coletar dados até 2025 sobre estrelas e outros objetos dentro e fora do sistema solar e além da nossa galáxia. (https://www1.folha,uol.com.br/ciencia/2022/06/missao-gaia-o-que-novo-mapa-mais-completo-ja-feito-da-via- lactea-revela.shtml.) Assinale a alternativa em que a palavra indicada NÃO se classifique como numeral. a) terceira b) bilhões c) 1% d) milhares Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2150336 Questão 253: Instituto ACCESS - Aux (CPGI)/CPGI/Administrativo/2022 Assunto: Numeral Leia atentamente o texto a seguir e responda à questão. Pesquisadores descobrem nova espécie de dinossauro no interior de SP Pesquisadores descobriram no interior de São Paulo um fóssil que pode ser de uma nova espécie de dinossauro. O fóssil foi encontrado na cidade de Ibirá, próximo a São José do Rio Preto, e lembra a estrutura de um titanossauro, o dinossauro herbívoro e pescoçudo que podia alcançar mais de 20 [A] metros de comprimento. Mas esse novo dinossauro é bem menor, da cabeça ao pescoço não chega a 6 metros e apresenta outras características que indicam ser de uma nova espécie, segundo [B] Bruno Navarro, paleontólogo do Museu de Zoologia da USP. Os resultados da pesquisa ainda estão sendo revisados e devem ser publicados em uma revista científica no segundo [C] semestre. Enquanto isso, ainda não é possível ter acesso ao fóssil e nem mesmo a fotografias da descoberta. Também não dá para saber como ele foi batizado. Mas já dá para ter uma ideia de como era esse antigo habitante do Brasil. O paleoartista Hugo Cafasso já fez uma reconstrução artística do novo dinossauro. Paleoartistas são os profissionais que fazem a representação de plantas e animais pré-históricos a partir das descobertas científicas. A descoberta de fósseis em Ibirá não é novidade. A cidade de pouco mais de 12 mil habitantes que fica a quase 500 quilômetros da capital paulista integra a Bacia Bauru, uma área que abarca o centro-oeste de São Paulo, o triângulo mineiro e o sul de Goiás. Formada por rocha sedimentar, essa área foi propícia à preservação dos fósseis do período cretáceo, cerca de 80 milhões de anos atrás. Foi na região de Ibirá que, em 2014 [D], foi descoberto um outro dinossauro, o Thanos simonattoi, um predador carnívoro batizado com o nome grego que representa a morte e que também deu nome ao vilão da franquia de quadrinhos da Marvel. (https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia/pesquisadores-descobrem-nova-esp%C3%A9cie-de- dinossauro-no-interior-de-sp/ar-AAY3IPv?ocid=msedgntp&cvid=78941cf3de344fa7b518bca34013a151. 4/6/22) Assinale a opção em que a palavra indicada não seja exemplo de numeral, de acordo com o texto. a) 20 b) segundo c) segundo d) 2014 Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2146896 Questão 254: Instituto ACCESS - FSan (Ouro Branco)/Pref Ouro Branco/Nível Técnico/2022 Assunto: Numeral Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão. Por um imposto regulador dos preços dos combustíveis Apesar de o Brasil ser detentor de uma das mais generosas riquezas naturais do mundo, como o pré-sal, as rendas governamentais vinculadas à exploração dessas riquezas geram montantes relativamente pequenos aos cofres públicos diante do tamanho da economia e da carga tributária total. No caso do petróleo, a parcela dos impostos incidentes na comercialização dos seus derivados, constituída principalmente do ICMS, é paga pelo consumidor. Mesmo essa carga não é das maiores no mundo: na média da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a participação dos tributos sobre o preço final de comercialização é de 54% (dados da Opep de 2020A)). No Brasil, essa carga na gasolina é de 39%; no diesel, 20%; e no GNV (gás natural veicular), 23%. E a carga de impostos que incidem na exploração do petróleo e gás no Brasil paga pelas empresas? Esses tributos são constituídos de impostos federais sobre lucros (CSLL e IRPJ) e as rendas de exploração, que são os royalties e as participações especiais recolhidas por estados, municípios e União. SegundoB) a Receita Federal, a arrecadação dos impostos federais sobre lucros do setor petroleiro foi de irrisório 0,05%C) do PIB na média dos anos de 2011 a 2020, período em que ocorreu um aumento das deduções legais praticadas. Já o pagamento de royalties e participações atingiram níveis recordes de R$ 74,4 bilhões em 2021, mas representam apenas 0,86% do Produto Interno Bruto. Assim, se em 2021 a soma dos doisD) totalizar uma carga tributária perto de 1% ou 1,5% do PIB, a contribuição da produção de petróleo na receita tributária brasileira fica entre 3% e 4,5% do total arrecadado. De fato, dados apresentados no livro "International Taxation and the Extractive Industries", por Philip Daniel e outros, ilustram que a arrecadação advinda da indústria extrativa (incluindo petróleo e minérios) tem peso extremamente baixo na receita tributária total no Brasil (menos de 5%), em grande contraste com outros países. Essa participação chega a mais de 60% na Arábia Saudita e Emirados Árabes; no México fica próxima de 30%; na Noruega e na Rússia, 20%; e, no Chile, 15%. Na comparação setorial,dados da Firjan (relativos a 2016), considerando impostos de todos os entes da Federação sobre produtos líquidos de subsídios, mostram que os setores intensivos na exploração de commodities (incluindo a agropecuária e a indústria extrativa) pagam, juntos, apenas 7% do valor bruto da produção. Já a indústria da transformação paga uma carga tributária de 45%; os serviços de utilidade pública, 40%; o comércio, 36%; outros serviços privados, 23%; a construção, 14%. Essa subtributação da exploração do petróleo indica fazer sentido a criação de um imposto sobre o direito de exportar o óleo cru, conforme já foi defendido por Sergio Gobetti e outros. O pulo do gato é que esse imposto tem uma lógica oposta aos demais porque não é repassado ao consumidor; pelo contrário, é um incentivo a reduzir o preço interno. Como os preços do petróleo são formados nos mercados internacionais, o imposto sobre a exportação resulta numa redução do lucro exigido pelo exportador para vender internamente. Embora o preço seja cotado nos mercados internacionais, o custo de extração não é homogêneo e, no Brasil, com o pré-sal, situa-se entre os menores do mundo. Com esse imposto, a regra de preço da Petrobras pode manter a paridade internacional, descontando, porém, essa parcela de impostos. Essa alíquota deve ser flexível e escalonada de forma que o desconto tributário seja tão maior quanto maior o preço. Assim, o imposto acaba tendo um papel regulador contra as oscilações dos preços. Essa alíquota deve ser zerada caso o preço internacional caia para um limiar, de forma a preservar o lucro normal da empresa, considerando seu (baixíssimo) custo de extração e todos os outros, inclusive os custos de importações dos derivados. No médio prazo, esse imposto é também um incentivo fiscal ao aumento da capacidade de refino e de investimentos em escoamento do gás associado. (Julia de Medeiros Braga. Economista e professora da Faculdade de Economia da UFF (Universidade Federal Fluminense. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/05/por-um-imposto-regulador-dosprecos- dos- combustiveis.shtml. 19.mai.2022) Assinale a opção em que a palavra, no texto, não seja classificada como numeral. a) 2020 b) Segundo c) 0,05% d) dois Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2190677 Questão 255: IDECAN - Asst (IF PA)/IF PA/Administração/2022 Assunto: Numeral Texto I Três anos após tragédia, adoecimento mental preocupa Brumadinho (MG) Três(a) anos após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, a população de Brumadinho, em Minas Gerais, ainda lida com os transtornos psicológicos deixados pela tragédia. Segundo levantamento da prefeitura da cidade, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos cresceu na cidade desde a tragédia. Em 2021, o uso desse tipo de remédio foi 31,4% maior que em 2018, ano anterior ao rompimento da barragem. Para alguns medicamentos, como a sertralina, utilizada no tratamento de depressão, a distribuição teve um aumento de 103% em 2021, em relação a 2018. Outro elemento de atenção são os casos de tentativa de suicídio e automutilação. Em 2018, foram registrados 27(b) casos na cidade. Nos anos seguintes, houve um aumento nesse tipo de ocorrência, sendo registrados 50 casos em 2019, 47 casos em 2020 e 146 casos em 2021. De acordo com Eduardo Callegari, secretário de saúde de Brumadinho, os casos de violência doméstica e familiar também aumentaram nos últimos anos. Além disso, o consumo de álcool e drogas é outro ponto de atenção para a administração da cidade. "O impacto da tragédia é muito mais amplo e duradouro do que as pessoas imaginam", afirma Callegari. De acordo com a psicóloga Aline Dutra de Lima, por ser algo inesperado para a população, esse tipo de tragédia pode fazer com que pessoas que lidam com problemas psicológicos tenham momentos de crise intensificados. Aline coordenou a equipe de psicólogos da ONG NaAção em Brumadinho após o rompimento da barragem. Em sua atuação ela também percebeu o aumento das tentativas de suicídio e do índice de medicalização da população de Brumadinho. Segundo(c) ela, após um tempo, as pessoas começam a voltar a suas vidas normais, mas esse processo pode ser lento devido ao luto envolvido. A ONG desenvolveu ações como fornecimento de terapia e grupos terapêuticos, oficinas e cursos profissionalizantes para a população. Segundo a psicóloga, um fator que ajuda na superação desse tipo de situação é a união da comunidade em um sentimento de retomada. Além disso, outro elemento importante, e muitas vezes negligenciado pelo poder público e pelas pessoas, é a prevenção da saúde mental. "Falta incentivo para a prevenção. Infelizmente, não tem em grande escala. Ainda existe um preconceito muito grande em relação à saúde mental e à busca por ajuda de psicólogos e psiquiatras", afirma Aline. Desde o rompimento da barragem, em janeiro de 2019,(d) a prefeitura também ampliou os atendimentos psicológicos e psiquiátricos na cidade. Os serviços são disponibilizados em todas as unidades de saúde da família, bem como nos centros de atenção psicossocial. “Ampliamos o número de profissionais na rede, para conseguir atender a demanda do município. A gente não tem uma previsão de quando vai conseguir controlar essa situação no município porque as pessoas ainda sentem isso até hoje. E não apenas as pessoas que perderam familiares; de certa forma, atingiu a cidade como um todo", afirma o secretário de saúde. O levantamento sobre o uso de medicamentos controlados é utilizado como uma forma de monitoramento da situação. Segundo a prefeitura, não há pretensão de redução desses serviços. De acordo com o secretário, apesar do aumento na demanda, a prefeitura tem conseguido manter o fornecimento das medicações com recursos próprios. Segundo ele, um exemplo para as ações de atenção à saúde mental é a cidade de Mariana, que mais de seis anos após o rompimento da barragem ainda demanda cuidados com a assistência psicológica da população. (Isac Godinho. Folha de S.Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/01/tres-anos-apos- tragedia-adoecimento-mental-preocupa-brumadinho-mg.shtml?origin=folha. Janeiro de 2022.) Assinale a alternativa em que a palavra indicada NÃO se classifique, no texto, como numeral. a) Três b) 27 c) Segundo d) 2019 Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2148102 Questão 256: FCC - Ana Ac (Pref Recife)/Pref Recife/Audiodescritor/2022 Assunto: Preposição Todos já ouvimos falar de crianças hiperativas, que não conseguem ficar paradas; ou daquelas que sonham acordadas e se distraem ao menor dos estímulos. Da mesma forma, é comum ouvirmos histórias de adultos impacientes, que comumente iniciam projetos e os abandonam no meio do caminho. Apresentam altos e baixos, são impulsivos, esquecem compromissos, falam o que lhes dá na telha. Comportamentos como esses são característicos do transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), classificado pela Associação de Psiquiatria Americana (APA). Quando se pensa em TDAH, logo vêm à mente imagens de um cérebro em estado de caos. Diante dessa visão restrita, pode-se ter a ideia errônea de que pessoas com TDAH estariam fadadas ao fracasso; mas, ao contrário disso, grande parte delas atuam nas mais diversas áreas profissionais de forma brilhante. Muitas teorias têm sido elaboradas para elucidar a origem do sucesso obtido por personalidades com comportamento TDAH nos mais diversos setores do conhecimento. Porém, a ciência não tem uma explicação exata para esse fato; até porque o funcionamento cerebral humano não segue nenhuma lógica aritmética previsível. Ideias, sensações e emoções não podem ser quantificadas; são características humanas imensuráveis. Nesse território empírico, uma coisa é certa: o funcionamento cerebral TDAH favorece o exercício da mais transcendente atividade humana: acriatividade. Se entendermos criatividade como a capacidade de ver os mais diversos aspectos da vida através de um novo prisma e então dar forma a novas ideias, notaremos que a mente TDAH, em meio à confusão resultante do intenso bombardeio de pensamentos, é capaz de entender o mundo sob ângulos habitualmente não explorados. A hiper-reatividade é responsável pela capacidade da mente TDAH de não parar nunca. Trata-se de uma hipersensibilidade que essa mente possui de se ligar a tudo ao mesmo tempo. Uma vez que está sempre reagindo a si mesma, essa mente pensa e repensa o tempo todo. Esse estado de inquietação mental permanente mantém toda uma rede de pensamentos e imagens em atividade intensa, proporcionando, assim, o terreno ideal para o exercício da criatividade. (Adaptado de: SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes Inquietas: TDAH − desatenção, hiperatividade e impulsividade. São Paulo: Globo, 2014, edição digital) Exprime noção de finalidade o elemento sublinhado em: a) Muitas teorias têm sido elaboradas para elucidar a origem do sucesso (3o parágrafo) b) proporcionando, assim, o terreno ideal para o exercício da criatividade (último parágrafo) c) mas, ao contrário disso, grande parte delas atuam nas mais diversas áreas profissionais (2o parágrafo) d) até porque o funcionamento cerebral humano não segue nenhuma lógica aritmética previsível (3o parágrafo) e) Porém, a ciência não tem uma explicação exata para esse fato (3o parágrafo) Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1984851 Questão 257: FCC - Ag TH (SANASA)/SANASA/Mecãnico/2019 Assunto: Preposição Diversos países estão propondo alternativas para enfrentar o problema da poluição oceânica, mas, até o momento, não tomaram quaisquer medidas concretas. A organização holandesa The Ocean Cleanup resolveu dar um passo à frente e assumir a missão de combater a poluição oceânica nos próximos anos. A organização desenvolveu uma tecnologia para erradicar os plásticos que poluem os mares do planeta e pretende começar a limpar o Great Pacific Garbage Patch (a maior coleção de detritos marinhos do mundo), no Oceano Pacífico Norte, utilizando seu sistema de limpeza recentemente redesenhado. Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes oceânicas fazer todo o trabalho. Uma rede de telas em forma de “U” coletaria o plástico flutuante até um ponto central. O plástico concentrado poderia, então, ser extraído e enviado à costa marítima para fins de reciclagem. (Texto adaptado. Disponível em: https://futuroexponencial.com) Considere as seguintes passagens do texto: ... até o momento, não tomaram quaisquer medidas concretas. ... coletaria o plástico flutuante até um ponto central. Nos dois contextos, o vocábulo “até” estabelece relação de a) limite. b) instrumento. c) tempo. d) lugar. e) causa. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/982208 Questão 258: FCC - Ana Amb (SEMA MA)/SEMA MA/Engenheiro Florestal/2016 Assunto: Preposição COP-21 já foi. E agora, o que virá? O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o problema do aquecimento global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que os objetivos assinalados formalmente por 196 países sejam alcançados. Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça, e, nesse caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas apresentadas voluntariamente pelos países passam a ser consideradas “metas” que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma dessas propostas não elimine hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a iminente elevação média de temperatura acima de 2 ºC. Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma diferença para a humanidade? A 21ª Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um caminho. Para segui-lo, é preciso realizar muito mais − e melhor − do que tem sido feito até agora. A quantidade de moléculas de CO2 na atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria − segundo o Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPC) da ONU − a progressão rápida da temperatura acima dos 2 °C. A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imaginar que a nossa atual dependência de petróleo, carvão e gás (75% da energia do mundo é suja se modifique no curto prazo? Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo afora em fontes limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada sugere, pelo andar da carruagem, que testemunhemos a inflexão da curva de emissões de gases estufa. Segundo a vice-presidente do IPCC, a climatologista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue em alta e não há indícios de que isso se modifique tão cedo. Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a emitir gases estufa sem um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada precisa entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no combate ao aquecimento global. O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história da diplomacia mundial. Mas não nos iludamos. Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada pela ONU em 1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se apresenta como um compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige atitude. Diária e obstinada. (Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-sustentavel/2.html) Ao relacionar os segmentos destacados, o vocábulo “para” expressa sentido de “em proveito de” na seguinte passagem do texto: a) o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça (2º parágrafo) b) o Acordo de Paris faça alguma diferença para a humanidade? (3º parágrafo) c) Para segui-lo, é preciso realizar muito mais (3º parágrafo) d) um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que os objetivos [...] sejam alcançados. (1º parágrafo) e) Para piorar a situação, [...] nada sugere [...] que testemunhemos a inflexão da curva de emissões de gases estufa. (5º parágrafo) Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/405944 Questão 259: FCC - Dir Educ (Campinas)/Pref Campinas/2016 Assunto: Preposição Pequenas injustiças no calor da hora Nestes dias tumultuados de incerteza política que estamos vivendo, há outras incertezas de menor visibilidade, que vêm de longe, e fazem parte de um sistema articulado de crise social e de decadência de que anomalias de agora são apenas parte do problema. Os sociólogos definem situações desse tipo como estados de anomia, caracterizados pela perda da eficácia dos valores e das regras sociais que tornam a vida em sociedade possível. O Brasil, aparentemente, está ultrapassando o limite dessa segurança coletiva. Alguns episódios recentes são indicativos do que está acontecendo. Alunos do curso de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a que se juntou um da Pontifícia Universidade Católica, segundo as notícias, na noite do último dia 19, diante da residência estudantil, agrediram a socos e pontapés um estudante do Curso de Veterinária, Nerlei Fidelis, de 31 anos, que estava acompanhado de um sobrinho. Da nação Caingangue, ele é um dos 76 alunos indígenas que ingressaram na Universidade através do vestibular especial ali implantado. (...). Os agressores incriminaram em Nerlei o fato de ser índio, e deram início a agressão com a pergunta “o que esses índios estão fazendo aí?” Os preconceitos de vários tipos, no Brasil, raciais, sociais, religiosos, de gênero e outros estão fundados no pressuposto de que cada um é livre e tem direitos nos limites do espaço a ele ou ela destinado. Não se trata, portanto, apenas de racismo,palavra que escamoteia um conjunto grande de preconceitos. Trata-se de uma concepção remotamente fundada no preconceito de casta ou no preconceito estamental, próprio de uma sociedade baseada no pressuposto de que as pessoas nascem e morrem socialmente desiguais. O Brasil sempre foi um país intolerante e, de vários modos, autoritário. Construímos um conjunto de disfarces formais e meramente rituais para enfrentar o desconforto da intolerância e das injustiças que dela decorrem. Mas, nos momentos de crise e de tensão sociais, os disfarces derretem-se sob o calor da hora e ficamos nus diante do espelho. Nunca conseguimos construir uma verdadeira identidade social. No papel, sim, mas, na vida, não. Com facilidade tendemos ao corporativismo e são muitos os que se fecham numa identidade restrita, sobreposta ao que deveria ser a identidade de todos, a da Pátria. (Adaptado de: MARTINS, José de Souza. Pequenas injustiças no calor da hora. In: O ESTADO DE S. PAULO. Aliás, E2, Domingo, 3 de abril de 2016.) No segundo parágrafo, considerando o referente da expressão Da nação Caingangue, a preposição “de” em contração com o artigo “a” (da) introduz a ideia de a) procedência. b) autoria. c) tempo. d) oposição. e) companhia. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/385086 Questão 260: FCC - AJ (TJ RJ)/TJ RJ/Comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do Idoso/2012 Assunto: Preposição ...... Florença e Flandres deu-se a irradiação ...... cultura renascentista ...... toda a Europa. (Adaptado do dicionário Houaiss, verbete: irradiação) Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: a) Por - da - à b) Da - à - por c) À - pela - de d) De - da - para e) Para - à - de Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/549194 Questão 261: FCC - DP RS/DPE RS/2011 Assunto: Preposição Atenção: Responda à questão com base no texto. TEXTO EUA dizem que um ataque ao Irã uniria o país, hoje dividido WASHINGTON (Reuters) − Um ataque militar contra o Irã uniria o país, que está dividido, e reforçar a determinação do governo iraniano para buscar armas nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, nesta terça-feira. Em pronunciamento ao conselho diretor do Wall Street Journal, Gates afirmou ser importante usar outros meios para convencer o Irã a não procurar ter armas nucleares e repetiu as suas preocupações de que ações militares somente iriam retardar −- e não impedir −- que o país obtenha essa capacidade. (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010 /11/16/eua-dizem-que-um-ataque-ao-ira-uniria-o-pais- hoje-dividido.jhtm?action=print, em 16/11/2010) A palavra para é uma a) preposição derivada da regência verbal da palavra meios (linha 3). b) conjunção que liga uma oração coordenada a uma subordinada. c) preposição que liga meios (linha 3) a um verbo intransitivo. d) preposição derivada da regência nominal da palavra meios (linha 3). e) proposição que liga meios (linha 3) a um verbo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/87905 Questão 262: FCC - DP RS/DPE RS/2011 Assunto: Preposição Atenção: Responda à questão com base no texto. Texto Lição de bom senso O Ministério da Educação (MEC) contornou com habilidade e bom senso a polêmica gerada em torno do veto, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), de um livro do escritor Monteiro Lobato, sob o pretexto de que contém expressões racistas. A alternativa encontrada pelo ministro foi a de acrescentar um esclarecimento de que, em 1933, quando a obra foi publicada pela primeira vez, o país tinha hábitos diferentes e algumas expressões não eram consideradas ofensivas, como ocorre hoje. É importante que esse tipo de decisão sirva de parâmetro para situações semelhantes, em contraposição a tentações apressadas de recorrer à censura. O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em extinção e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais. Assim como em qualquer outra manifestação artística, portanto, o livro que esteve sob ameaça de censura precisa ter seu conteúdo contextualizado. Se a personagem Tia Nastácia chegou a ser associada a estereótipos hoje vistos como racistas, é importante que os educadores se preocupem em deixar claro para os alunos alguns aspectos que hoje chamam a atenção apenas pelo fato de o país ter evoluído sob o ponto de vista de costumes e de direitos humanos. No Brasil de hoje, não há mais espaço para a impunidade em relação a atos como o racismo. Isso não significa, porém, que seja preciso revolver o passado, muito menos sem levar em conta as circunstâncias da época. (Editorial Zero Hora, 18/10/2010) A passagem ..., em contraposição a tentações apressadas de recorrer à censura contém o elemento gramatical a, que a) define quais são as tentações, porque é um artigo. b) não define quais são as tentações, porque é artigo. c) define quais são as tentações, porque é uma preposição. d) não define quais são as tentações, porque é artigo indefinido. e) não define quais são as tentações, porque é preposição. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/87913 Questão 263: FCC - AJ TRE TO/TRE TO/Administrativa/2011 Assunto: Preposição Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo. De volta à Antártida A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década. Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um documento do governo estabelece uma agenda de prioridades para o continente gelado até 2020. A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e, nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu sete estações de pesquisa no continente. A Rússia herdou as estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações para preservar a "paz e a estabilidade" na Antártida, mas salienta que o país tem de se posicionar para tirar vantagem dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial do continente. (Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23) A principal delas é a reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros e navegação por satélite, entre outros. O segmento grifado na frase acima tem sentido a) adversativo. b) de consequência. c) de finalidade. d) de proporção. e) concessivo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/86966 Questão 264: FCC - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Técnico em Comunicação Social/Televisão/2007 Assunto: Preposição Ciência e esoterismo A astrologia é muito mais popular do que a astronomia. Sem dúvida, um número muito maior de pessoas abre um jornal ou uma revista para consultar uma coluna astrológica do que para ler uma coluna sobre astronomia. E a astrologia não está sozinha: numerologia, quiromancia, cartas de tarô, búzios etc. também são extremamente populares. Como físico, não cabe a mim tentar explicar o porquê dessa irresistível atração pelo que obviamente está além do que chamamos fenômenos naturais. Mas posso ao menos ofereceruma conjectura. O fascínio pelo esotérico vem justamente de seu aspecto pessoal, privado: você paga a um profissional com conhecimento ou “poderes” esotéricos para que ele fale sobre você, sua vida, seus problemas, seu futuro. Por trás desse fascínio pelo “saber” esotérico encontramos nosso próprio desejo de nos situarmos melhor emocional ou profissionalmente em nossas vidas. Nesse sentido, a atração pelo esoterismo força as pessoas a uma auto-reflexão que pode até ser muito importante como veículo de autoconhecimento. Segundo esse ponto de vista, é nossa própria psique, talvez catalisada mas não controlada por poderes ocultos ou sobrenaturais, que nos ajuda a melhorar nossa existência. Mas como físico cabe a mim fazer o papel do chato e argumentar contra a crença na existência desses fenômenos no mundo natural. E isso não porque sou “bitolado” ou “inflexível”. Muito pelo contrário, qualquer cientista ficaria imediatamente fascinado pela descoberta de um fenômeno novo, por mais estranho que ele seja. Faz parte de nossa profissão justamente manter a cabeça aberta para o inesperado. O problema com o esoterismo é que não temos nenhuma prova concreta, científica, de que esses fenômenos realmente ocorrem. As “provas” que foram oferecidas – fotos, depoimentos pessoais, sessões demonstrativas e compilações estatísticas de dados – misteriosamente se recusam a sobreviver quando testadas em laboratório sob o escrutínio do cientista ou após uma análise quantitativa mais detalhada. (Marcelo Gleiser, Retalhos cósmicos) Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: a) Como físico, invisto-me com o papel de chato e bato-me pela crença nesses malfadados “poderes” esotéricos. b) No afã por que melhor nos conheçamos, dispomo-nos, muitas vezes, de crer em esoterismos. c) Predispostos para ir além dos fenômenos naturais, não titubeamos em acolher as “provas” de fatos esotéricos. d) As tais “provas”, cujas “evidências” os físicos sempre duvidaram, sucumbem diante de um exame científico. e) Afora de outros prejuízos que acarreta, a crença no esoterismo demove o incauto para o caminho da ciência e da racionalidade. Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/425766 Questão 265: FCC - TJ TRT18/TRT 18/Apoio Especializado/Enfermagem do Trabalho/2023 Assunto: Conjunção Atenção: Leia o texto “Ardil da desrazão”, de Eduardo Giannetti, para responder à questão. Imagine uma pessoa afivelada a uma cama com eletrodos colados em suas têmporas. Ao se girar um botão situado em local distante, a corrente elétrica nos eletrodos aumenta em grau infinitesimal, de modo que o paciente não chegue a sentir. Um hambúrguer gratuito é então ofertado a quem girar o botão. Ocorre, porém, que, quando milhares de pessoas fazem isso − sem que cada uma saiba das ações das demais −, a descarga elétrica gerada é suficiente para eletrocutar a vítima. Quem é responsável pelo quê? Algo tenebroso foi feito, mas de quem é a culpa? O efeito isolado de cada giro do botão é, por definição, imperceptível − são todos “torturadores inofensivos”. Mas o efeito conjunto é ofensivo ao extremo. Até que ponto a somatória de ínfimas partículas de culpa se acumula numa gigantesca dívida moral coletiva? − O experimento mental concebido pelo filósofo britânico Derek Parfit dá o que pensar. A mudança climática em curso equivale a uma espécie de eletrocussão da biosfera. Quem a deseja? A quem interessa? O ardil da desrazão vira do avesso a “mão invisível” da economia clássica. O aquecimento global é fruto da alquimia perversa de incontáveis ações humanas, mas não resulta de nenhuma intenção humana. E quem assume − ou deveria assumir − a culpa por ele? Os 7 bilhões de habitantes da Terra pertencem a três grupos: o primeiro bilhão, no cobiçado topo da escala de consumo, responde por 50% das emissões de gases-estufa; os 3 bilhões seguintes por 45%; e os 3 bilhões na base da pirâmide (metade sem acesso a eletricidade) por 5%. Por seu modo de vida, situação geográfica e vulnerabilidade material, este último grupo − o único inocente − é o mais tragicamente afetado pelo “giro de botão” dos demais. (GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016) Ocorre, porém, que, quando milhares de pessoas fazem isso − sem que cada uma saiba das ações das demais −, a descarga elétrica gerada é suficiente para eletrocutar a vítima. Considerando o contexto, o termo sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por: a) conforme b) portanto c) pois d) contudo e) assim Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2340579 Questão 266: FCC - Sold (PM BA)/PM BA/2023 Assunto: Conjunção Leia o texto do economista Ignacy Sachs para responder a questão. Será o Brasil o eterno país do futuro? Quase sessenta após a publicação do conhecido livro de Stefan Zweig, não obstante um século de crescimento econômico sobremodo rápido e de modernização espetacular no decurso do qual a sua produção decuplicou e o PIB foi multiplicado por quarenta, o Brasil não consegue superar o seu fantástico atraso social. Graças à bem- -sucedida industrialização substitutiva das importações, conduzida nas décadas de 1950, 1960 e 1970, o Brasil se ergueu à posição de nona potência econômica do mundo. É hoje um país mal desenvolvido por ter adotado um padrão de crescimento socialmente perverso. Ostenta uma das mais regressivas repartições da renda no mundo, com diferenças abismais entre a minoria dos ganhadores e a massa dos sacrificados. (Adaptado de: PINHEIRO, Paulo Sérgio et al. (orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Companhia das Letras, 2001) É hoje um país mal desenvolvido por ter adotado um padrão de crescimento socialmente perverso. Em relação ao trecho que o antecede, o segmento sublinhado expressa ideia de a) concessão. b) consequência. c) condição. d) comparação. e) causa. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2348413 Questão 267: FCC - TJ TRT18/TRT 18/Apoio Especializado/Enfermagem do Trabalho/2023 Assunto: Conjunção Atenção: Leia a crônica “A casadeira”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão. Testemunhei ontem, na loja de Copacabana, um acontecimento banal e maravilhoso. A senhora sentou- se na banqueta e cruzou elegantemente as pernas. O vendedor, agachado, calçou-lhe o par de sapatos. Ela se ergueu, ensaiou alguns passos airosos em frente do espelho, mirou-se, remirou-se, voltou à banqueta. O sapato foi substituído por outro. Seguiu-se na mesma autocontemplação, e o novo par de sapatos foi experimentado, e nova verificação especular. Isso, infinitas vezes. No semblante do vendedor, nem cansaço, nem impaciência. Explica-se: a cliente não refugava os sapatos experimentados. Adquiria-os todos. Adquiriu dozes pares, se bem contei. − Ela está fazendo sua reforma de base? − perguntei a outro vendedor, que sorriu e esclareceu: − A de base e a civil. Vai se casar pela terceira vez. − Coitada... Vocação de viúva. − Não é isso, senhor. Os dois primeiros maridos estão vivos. É casadeira, sabe como é? Não me pareceu que, para casar pela terceira vez, ela tivesse necessidade de tanto calçamento. Oito ou nove pares seriam talvez para irmãs de pé igual ao seu, que ficaram em casa? Hipótese boba, que formulei e repeli incontinente. Ninguém neste mundo tem pé igual ao de ninguém, nem sequer ao de si mesmo, quanto mais ao da irmã. Daí avancei para outra hipótese mais plausível. Aquela senhora, na aparência normal, devia ter pés suplementares, Deus me perdoe, e usava-os dois de cada vez, recolhendo os demais mediante uma organização anatômica (ou eletrônica) absolutamente inédita. Observei-a com atenção e zelo científico, na expectativa de movimento menos controlado, que denunciasse o segredo. Nada disso. Até onde se podia perceber, eram apenas duas pernas, e bem agradáveis, terminando emdois exclusivos pés, de esbelto formato. Assim, a coleção era mesmo para casar − e fiquei conjeturando que o casamento é uma rara coisa, exigindo a todo instante que a mulher troque de sapato, não se sabe bem para quê − a menos que os vá perdendo no afã de atirá-los sobre o marido, e eles (não o marido) sumam pela janela do apartamento. A senhora pagou − não em dinheiro ou cheque, mas com um sorriso que mandava receber num lugar bastante acreditado, pois já reparei que as maiores compras são sempre pagas nele, e aos comerciantes agrada-lhes o sistema. As caixas de sapato adquiridas foram transportadas para o carro, estacionado em frente à loja. Mentiria se dissesse que eram doze carros monumentais, com doze motoristas louros, de olhos azuis. Não. Era um carro só, simplesinho, sem motorista, nem precisava dele, pois logo se percebeu sua natureza de teleguiado. Sem manobra, flechou no espaço e sumiu, levando a noiva e seus doze pares de França, perdão! de sapatos. Eu preveni que o caso era banal e maravilhoso. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020) fiquei conjeturando que o casamento é uma rara coisa, exigindo a todo instante que a mulher troque de sapato, não se sabe bem para quê − a menos que os vá perdendo no afã de atirá-los sobre o marido, e eles (não o marido) sumam pela janela do apartamento. A expressão sublinhada acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido, por: a) à medida que b) apesar de que c) de maneira que d) a não ser que e) a fim de que Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2340570 Questão 268: FCC - AJ TRT14/TRT 14/Administrativa/2022 Assunto: Conjunção Leia o texto para responder à questão. Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro- te. Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti- hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade. Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente cristão. Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas, e enfim nas caixinhas do remédio, estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do foguete de lágrimas. Talvez os modestos me arguam esse defeito; fio, porém, que esse talento me hão de reconhecer os hábeis. Assim, a minha ideia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada para o público, outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro lado, sede de nomeada. Digamos: − amor da glória. Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava dizer que o amor da glória temporal era a perdição das almas, que só devem cobiçar a glória eterna. Ao que retorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de infantaria, que o amor da glória era a coisa mais verdadeiramente humana que há no homem, e, conseguintemente, a sua mais genuína feição. Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao emplasto. (ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas) Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um produto (2º parágrafo) Mantendo a correção gramatical e o sentido original, sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, a conjunção sublinhada pode ser substituída por: a) Assim b) Portanto c) Embora d) Entretanto e) Conforme Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2237945 Questão 269: FCC - AJ TRT14/TRT 14/Administrativa/2022 Assunto: Conjunção Leia o texto para responder à questão. Um novo estudo estima que a área de manguezais no entorno da foz do rio Amazonas é pelo menos 180 km2 maior do que se conhece. De acordo com artigo publicado na revista científica Current Biology, a extensão total desse tipo de vegetação de transição entre o ambiente terrestre e o marinho chega a 1.713 km2 na grande desembocadura do curso de água. As plantas presentes na região apresentam uma particularidade: são uma mistura de espécies adaptadas a ambientes de água doce, como várzeas, com as de manguezais típicos, onde a salinidade é alta. No solo enlameado do chamado delta do Amazonas, um tipo de foz formado por vários canais e pequenas ilhas, foram encontradas florestas com espécies herbáceas como as aningas, acompanhadas de árvores típicas de várzeas que parecem fora do hábitat padrão, como alguns tipos de palmeiras, inclusive pés de açaí e de buriti. Normalmente, os manguezais são dominados por árvores adaptadas a ambientes de água salgada ou salobra. “Mas o Amazonas despeja tanta água doce no Atlântico que a salinidade é próxima a zero em seu delta e por dezenas de quilômetros ao longo da costa na direção norte”, afirma o oceanógrafo Angelo Bernardino. (Adaptado de: ELER, Guilherme. Revista Pesquisa FAPESP. Ed. 321, nov. 22) Mas o Amazonas despeja tanta água doce no Atlântico que a salinidade é próxima a zero em seu delta e por dezenas de quilômetros ao longo da costa na direção norte (2º parágrafo) No trecho acima, a conjunção “que” introduz uma a) consequência. b) causa. c) finalidade. d) condição. e) comparação. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2237955 Questão 270: FCC - AFTE (SEFAZ PE)/SEFAZ PE/2022 Assunto: Conjunção [Entre pais e filhos] A relação que intercorre entre nós e nossos filhos deve ser uma troca viva de pensamentos e sentimentos, mas também deve compreender largas zonas de silêncio; deve ser uma relação íntima sem no entanto misturar-se violentamente com a intimidade deles; deve ser um justo equilíbrio entre silêncio e palavras. Devemos ser importantes para os nossos filhos, e, contudo, não demasiado importantes; devemos fazer com que gostem de nós, mas não demais: para que não queiram se tornar idênticos a nós, imitar-nos no ofício que exercemos. Com eles devemos manter uma relação de amizade; contudo não devemos ser excessivamente amigos, para que eles não tenham dificuldades em fazer verdadeiros amigos, aos quais possam dizer coisas que silenciam conosco. (Adaptado de: GINSBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p. 137) Nesse texto o emprego sistemático de conectivos como mas, no entanto e contudo a) justifica-se pelo propósito de advertir os pais quanto a providências cautelares na administração dos afetos por seus filhos. b) equipara as qualidades dos filhos às qualidades dos pais, estabelecendo entre elas uma relação de mútua dependência. c) estabelece de modo insistente uma relação de causa e efeito entre o que desejam certos pais e o que fazem seus filhos. d) explica-se pela necessidade de levar os pais a enfatizarem junto a seus filhos toda a preocupação que têm com seus êxitos futuros. e) indica aos pais exageradamente temerosos quanto ao destino de seus filhos meios para acentuarem seu amor incondicional por eles. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2235595 Questão 271: FCC - AJ TRT22/TRT 22/Área Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2022 Assunto: Conjunção Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo. Lembram-se da história de Tristão e Isolda? O enredo gira em torno da transformação da relação entre os dois protagonistas. Isoldapede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção letal, mas, em vez disso, ela prepara-lhe um “filtro de amor”, que tanto Tristão como Isolda bebem sem saber o efeito que irá produzir. A misteriosa bebida desperta neles a mais profunda das paixões e arrasta-os para um êxtase que nada consegue dissipar − nem sequer o fato de ambos estarem traindo infamemente o bondoso rei Mark. Na ópera Tristão e Isolda, Richard Wagner captou a força da ligação entre os amantes numa das passagens mais exaltadas da história da música. Devemos interrogar-nos sobre o que o atraiu para essa história e por que motivo milhões de pessoas, durante mais de um século, têm partilhado o fascínio de Wagner por ela. A resposta à primeira pergunta é que a composição celebrava uma paixão semelhante e muito real da vida de Wagner. Wagner e Mathilde Wesendonck tinham se apaixonado de forma não menos insensata, se considerarmos que Mathilde era a mulher do generoso benfeitor de Wagner e que Wagner era um homem casado. Wagner tinha sentido as forças ocultas e indomáveis que por vezes conseguem se sobrepor à vontade própria e que, na ausência de explicações mais adequadas, têm sido atribuídas à magia ou ao destino. A resposta à segunda questão é um desafio ainda mais atraente. Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cérebros capazes de impor comportamentos que podemos ser capazes ou não de eliminar por meio da chamada força de vontade. Um exemplo elementar é a substância química oxitocina. No caso dos mamíferos, incluindo os seres humanos, essa substância é produzida tanto no cérebro como no corpo. De modo geral, influencia toda uma série de comportamentos, facilita as interações sociais e induz a ligação entre os parceiros amorosos. Não há dúvida de que os seres humanos estão constantemente usando muitos dos efeitos da oxitocina, conquanto tenham aprendido a evitar, em determinadas circunstâncias, os efeitos que podem vir a não ser bons. Não se deve esquecer que o filtro de amor não trouxe bons resultados para o Tristão e Isolda de Wagner. Ao fim de três horas de espetáculo, eles encontram uma morte desoladora. (Adaptado de: DAMÁSIO, António. O erro de Descartes. São Paulo: Companhia das Letras, edição digital) conquanto tenham aprendido a evitar, em determinadas circunstâncias, os efeitos que podem vir a não ser bons. Sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido, a palavra sublinhada pode ser substituída por a) assim. b) como. c) conforme. d) embora. e) porquanto. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2159369 Questão 272: FCC - AJ (TJ CE)/TJ CE/Ciência da Computação/Infraestrutura de TI/2022 Assunto: Conjunção Para responder à questão, leia o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis. Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito. Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na Corte”. A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa. − Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de Conceição. − Leio, D. Inácia. Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei- me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D'Artagnan e fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. (Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São Paulo: Companhia das Letras, 1988) *comborça: qualificação humilhante da amante de homem casado Em Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura (7o parágrafo), o termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por: a) Não obstante b) Por conseguinte c) Salvo engano d) Além disso e) Na verdade Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2152440 Questão 273: FCC - Ana Proc (PGE AM)/PGE AM/2022 Assunto: Conjunção Considere o texto abaixo para responder a questão. Quando me acontecer alguma pecúnia, passante de um milhão de cruzeiros, compro uma ilha; não muito longe do litoral, que o litoral faz falta; nem tão perto, também, que de lá possa eu aspirar a fumaça e a graxa do porto. Minha ilha ficará no justo ponto de latitude e longitude que, pondo-me a coberto de ventos, sereias e pestes, nem me afaste demasiado dos homens nem me obrigue a praticá- los diuturnamente. Porque esta é a ciência e, direi, a arte do bem viver; uma fuga relativa, e uma não muito estouvada confraternização. De há muito sonho esta ilha, se é que não a sonhei sempre. Se é que a não sonhamos sempre. Objetais-me: “Como podemos amar as ilhas, se buscamos o centro mesmo da ação?” Engajados; vosso engajamento é a vossa ilha, dissimulada e transportável. Por onde fordes, ela irá convosco. Significa a evasão daquilo para que toda alma necessariamente tende, ou seja, a gratuidade dos gestos naturais, o cultivo das formas espontâneas, o gosto de ser um com os bichos, as espécies vegetais, os fenômenos atmosféricos. E por que nos seduz a ilha? As composições de sombra e luz, o esmalte da relva, a cristalinidade dos regatos – tudo isso existe fora das ilhas, não é privilégio delas. A mesma solidão existe nos mais diversos locais, inclusive os de população densa, em terra firme. A ilha me satisfaz por ser uma porção curta de terra (falo de ilhas individuais, não me tentam aventuras marajoaras), um resumo prático dos estirões deste vasto mundo, sem os inconvenientes dele, e com a vantagem de ser uma ficção sem deixar de constituir uma realidade. A casa junto ao mar, que já foi razoável delícia, passou a ser um pecado, depois que se desinventou a relação entre homem, paisageme morada. O progresso técnico teve isto de retrógrado: esqueceu-se do fim a que se propusera. Acabou com qualquer veleidade de amar a vida, que ele tornou muito confortável, mas invisível. Fez-se numa escala de massas, esquecendo-se do indivíduo, e nenhuma central elétrica será capaz de produzir aquilo de que cada um de nós carece na cidade excessivamente iluminada: certa penumbra. O progresso nos dá tanta coisa, que não nos sobra nada nem para desejar nem para jogar fora. Tudo é inútil e atravancador. A ilha sugere uma negação disto. Serão admitidos poetas? Em que número? Se foram proscritos das repúblicas, pareceria cruel bani-los também da ilha de recreio. Contudo, devem comportar-se como se poetas não fossem: pondo de lado o tecnicismo, a excessiva preocupação literária, o misto de esteticismo e frialdade que costuma necrosar os artistas. Sejam homens razoáveis, carentes, humildes, inclinados à pesca e à corrida a pé. Não levem para a ilha os problemas de hegemonia e ciúme. Por aí se observa que a ilha mais paradisíaca pede regulamentação, e que os perigos da convivência urbana estão presentes. Tanto melhor, porque não se quer uma ilha perfeita, senão um modesto território banhado de água por todos os lados e onde não seja obrigatório salvar o mundo. A ideia de fuga tem sido alvo de crítica severa nos últimos anos, como se fosse ignominioso, por exemplo, fugir de um perigo, de um sofrimento, de uma chateação. Como se devesse o homem consumir-se numa fogueira perene. Estas reflexões descosidas procuram apenas recordar que há motivos para ir às ilhas. (ANDRADE, Carlos Drummond de. “Divagação sobre as ilhas”. In: Passeios na ilha. São Paulo: Companhia das Letras, 2020, p.15-19) O progresso nos dá tanta coisa, que não nos sobra nada nem para desejar nem para jogar fora. (4º parágrafo) Em relação ao que foi dito na oração principal, o termo sublinhado acima introduz uma a) condição. b) causa. c) consequência. d) oposição. e) comparação. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2021243 Questão 274: FCC - Tec GP (PGE AM)/PGE AM/Controle Interno/2022 Assunto: Conjunção Considere o texto abaixo para responder a questão. Todos os jovens vivem a angústia da escolha de uma profissão. É provável que muitos já tenham intuído um campo profissional. São estudantes que desde o Fundamental gostam de disciplinas de ciências humanas, biológicas, exatas; ou artes e literatura. Não são áreas de conhecimento isoladas; de algum modo, comunicam-se entre si. Além disso, a imaginação é uma capacidade inerente a qualquer pessoa, com ou sem formação profissional. Não são poucos os cientistas, médicos e engenheiros que se tornaram ficcionistas, poetas, ensaístas. Cito apenas dois exemplos: o engenheiro e poeta Joaquim Cardozo e o médico e escritor Pedro Nava. Ambos exerceram sua profissão ao longo da vida, mas o engenheiro e o médico encontraram na poesia e na prosa linguagens para expressar um modo particular de ver o mundo. No Brasil, quando um estudante universitário deseja mudar de curso ou de área de conhecimento, é necessário prestar mais um vestibular. Isso pode ocorrer logo no primeiro ou no segundo ano da faculdade ou mesmo depois, em pleno exercício da profissão. Mas a pior coisa para um jovem indeciso é a pressão dos pais para que siga essa ou aquela profissão. Lembro que, ao terminar uma palestra numa escola particular, uma estudante quis conversar sobre a escolha do curso universitário. O pai a pressionava a estudar medicina, e ela queria ser atriz. Então mencionei o caso de uma conhecida, que se formou em medicina, concluiu um doutorado em cardiologia, e poucos anos depois percebeu que sua paixão era a arte da cerâmica. Hoje ela é uma exímia ceramista. Diante de filhos indecisos quanto à escolha profissional, os pais não devem pensar apenas na vantagem financeira ou no suposto prestígio de uma profissão. Quando um jovem reflete sobre o significado da vida, o que está em jogo é a própria variedade da vida, com suas ambiguidades e dúvidas. No romance Pais e Filhos, de Ivan Turguêniev, dois amigos – Arkádi e Bazárov – conversam sobre a infância, a passagem do tempo, a natureza, o amor, a família, os princípios morais... Em certo momento, Arkádi diz ao amigo: “É preciso construir nossa vida de modo que cada momento seja significativo”. “Perfeito!”, diz Bazárov. “Mas também é possível resignar-se ao que não tem significado... porém as brigas por mesquinharias... isto sim é uma desgraça.” A orientação dos pais é importante, mas cabe ao jovem descobrir o que lhe será mais significativo na vida. (Adaptado de: HATOUM, Milton. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br) O pai a pressionava a estudar medicina, e ela queria ser atriz (4º parágrafo). Considerado no contexto, o termo sublinhado indica a) finalidade. b) concessão. c) adição. d) consequência. e) oposição. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2021931 Questão 275: FCC - AJ TRT5/TRT 5/Apoio Especializado/Medicina Psiquiatria/2022 Assunto: Conjunção Atenção: Leia o trecho inicial do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, para responder à questão. A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço; outro, o ferro ao pé. Havia também a máscara de folha de flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras. O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia- se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora, quitandando. Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia, vinha promessa: “gratificar-se-á generosamente”, – ou “receberá uma boa gratificação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoutasse. (Adaptado de: Assis, Machado de. 50 contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007) Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr. No contexto em que se insere, o trecho sublinhado expressa ideia de a) comparação. b) consequência. c) causa.d) concessão. e) condição. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2293556 Questão 276: FCC - AJ (TJ CE)/TJ CE/Ciência da Computação/Sistemas da Informação/2022 Assunto: Conjunção Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo. Por que não aprendi a tocar violão? Sempre me constituiu motivo de tristeza e humilhação esta precária musicalidade. Uns tocam piano, existe até quem toque harpa. Eu, nem ao violão me afiz. E não se diga que era pouco o esforço de D. Chiquinha, minha mestra. Afinava, afinava, apertava as cravelhas, dava um dó agudíssimo na prima, depois outro dó grave no bordão... Eu pegava no violão de luxo que minha madrinha de crisma mandara do Pará, ajeitava-o mal e mal no colo, começava de boa vontade: dum, dum, dum... – Não! Valha-me Santa Cecília! Segunda! Mude! E eu: dum, dum, dum... Ai, música, divina música. D. Chiquinha carpia-se. Tanto sentimento de que ela dava exemplo, tanta devoção empregada à toa. Eu recomeçava, dócil: primeira, segunda... – D. Chiquinha, fiquei com uma bolha no dedo. Já não sei como a descobrimos: decerto andava nas suas idas e vindas de casa em casa de aluno. Cobrava dez mil-réis por mês e mais o dinheiro do bonde. Duas aulas por semana. Professora de violão, o seu sonho secreto fora sempre o violino, entretanto. Nas prateleiras da sua sala, guardava ela o seu estradivário – uma rabeca de cego, fanhosa, inválida, metida numa remendada mortalha de veludo azul. Em certos dias de bom humor e segredo, ela pegava comovida o arco e executava ao violino a valsa dos Sinos de Corneville. Fora desfeita da sorte aquele meu fracasso, porque eu me supunha dotada e alimentava ambições. Chegara até a pensar, não digo em concertos, mas num brilhante recital de caridade em que aparecesse de vestido comprido (teria então uns doze anos) e, num belo contralto, cantasse ao violão certo tango argentino da minha preferência. Mas tudo neste mundo são vaidades: jamais atingi o tango argentino. Voltando a D. Chiquinha: o instrumento plebeu que ensinava constituía para minha mestra uma fonte de dissabores. A começar pelo apelido que lhe davam: D. Chiquinha do Violão. Quando alguém o repetia em sua frente, ela corrigia logo, irritada: – Chiquinha do Violão, não senhor. Francisca dos Santos. Violão não é meu dono. Por música clássica não tinha interesse, ou antes, a ignorava. Para D. Chiquinha, a mais requintada manifestação de arte era a serenata. E dentro desse critério me ensinava visando talvez fazer de mim o que ela já fora em moça – a musa de todos os seresteiros da cidade. Sim, não só objeto passivo de canções e arpejos noturnos mas musa ativa e colaborante. O seresteiro dizia da calçada a sua trova, e lá da penumbra da alcova a donzela tomava do violão e na mesma toada respondia. Eram essas as suas lembranças mais queridas, aqueles duelos musicais, canta tu de lá, canto eu de cá – e entre os dois o grupo desvanecido dos comparsas que ajudavam no acompanhamento. Nos acompanhamentos, a nossa favorita era a modinha “A mais gentil das praieiras”. Dessa eu gostava muito. Porém a mão rebelde não me acompanhava o entusiasmo. (Adaptado de: QUEIROZ, Rachel. “A mais gentil das praieiras”. Melhores crônicas. São Paulo: Global Editora, 2012, 1a edição digital) Professora de violão, o seu sonho secreto fora sempre o violino, entretanto. O termo sublinhado assinala, no contexto, uma a) condição. b) oposição. c) contradição. d) finalidade. e) consequência. Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2152749 Questão 277: FCC - AJ TRT9/TRT 9/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2022 Assunto: Conjunção Não me correu tranquilo o S. João de 185... Duas semanas antes do dia em que a Igreja celebra o evangelista, recebi pelo correio o seguinte bilhete, sem assinatura e de letra desconhecida: “O Dr. *** é convidado a ir à vila de... tomar conta de um processo. O objeto é digno do talento e das habilitações do advogado. Despesas e honorários ser-lhe-ão satisfeitos antecipadamente, mal puser pé no estribo. O réu está na cadeia da mesma vila e chamase Julião. Note que o Dr. é convidado a ir defender o réu.” Li e reli este bilhete; voltei-o em todos os sentidos; comparei a letra com todas as letras dos meus amigos e conhecidos... Nada pude descobrir. Entretanto, picava-me a curiosidade. Luzia-me um romance através daquele misterioso e anônimo bilhete. Tomei uma resolução definitiva. Ultimei uns negócios, dei de mão outros, e oito dias depois de receber o bilhete tinha à porta um cavalo e um camarada para seguir viagem. No momento em que me dispunha a sair, entrou-me em casa um sujeito desconhecido, e entregou-me um rolo de papel contendo uma avultada soma, importância aproximada das despesas e dos honorários. Recusei apesar das instâncias, montei a cavalo e parti. Só depois de ter feito algumas léguas é que me lembrei de que justamente na vila a que eu ia morava um amigo meu, antigo companheiro da academia. Poucos dias depois apeava eu à porta do referido amigo. Depois de entregar o cavalo aos cuidados do camarada, entrei para abraçar o meu antigo companheiro de estudos, que me recebeu alvoroçado e admirado. − A que vens, meu amigo? A que vens? perguntava-me ele. − Vais sabê-lo. Creio que há um romance para deslindar. Há quinze dias recebi no meu escritório, na corte, um bilhete anônimo em que se me convidava com instância a vir a esta vila para tomar conta de uma defesa. Não pude conhecer a letra; era desigual e trêmula, como escrita por mão cansada... − Tens o bilhete contigo? − Tenho. Tirei do bolso o misterioso bilhete e entreguei-o aberto ao meu amigo. Ele, depois de lê-lo, disse: − É a letra de Pai de todos. − Quem é Pai de todos? − É um fazendeiro destas paragens, o velho Pio. O povo dá-lhe o nome de Pai de todos, porque o velho Pio o é na verdade. − Bem dizia eu que há romance no fundo!... Que faz esse velho para que lhe deem semelhante título? − Pouca coisa. Pio é, por assim dizer, a justiça e a caridade fundidas em uma só pessoa. Só as grandes causas vão ter às autoridades judiciárias, policiais ou municipais; mas tudo o que não sai de certa ordem é decidido na fazenda de Pio, cuja sentença todos acatam e cumprem. Seja ela contra Pedro ou contra Paulo, Paulo e Pedro submetem-se, como se fora uma decisão divina. Quando dois contendores saem da fazenda de Pio, saem amigos. É caso de consciência aderir ao julgamento de Pai de todos. O meu amigo continuou a desfiar as virtudes do fazendeiro. Meu espírito apreendia-se cada vez mais de que eu ia entrar em um romance. Finalmente o meu amigo dispunha-se a contar-me a história do crime em cujo conhecimento devia eu entrar daí a poucas horas. Detive-o. − Não, disse-lhe, deixa-me saber de tudo por boca do próprio réu. Depois compararei com o que me contarás. − É melhor. Julião é inocente... (Adaptado de: ASSIS, Machado de. Obra Completa, v. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994) Em “Nada pude descobrir. Entretanto, picava-me a curiosidade.”, o termo sublinhado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por: a) Na verdade b) Não obstante c) Por conseguinte d) Além disso e) Em razão disso Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2154522 Questão 278: FCC - AJ TRT9/TRT 9/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2022 Assunto: Conjunção Não me correu tranquilo o S. João de 185... Duas semanas antes do dia em que a Igreja celebra o evangelista, recebi pelo correio o seguinte bilhete, sem assinatura e de letra desconhecida: “O Dr. *** é convidado a ir à vila de... tomar conta de um processo. O objeto é digno do talento e das habilitações do advogado. Despesas e honorários ser-lhe-ão satisfeitos antecipadamente, mal puser pé no estribo. O réu está na cadeia da mesma vila e chamase Julião. Noteque o Dr. é convidado a ir defender o réu.” Li e reli este bilhete; voltei-o em todos os sentidos; comparei a letra com todas as letras dos meus amigos e conhecidos... Nada pude descobrir. Entretanto, picava-me a curiosidade. Luzia-me um romance através daquele misterioso e anônimo bilhete. Tomei uma resolução definitiva. Ultimei uns negócios, dei de mão outros, e oito dias depois de receber o bilhete tinha à porta um cavalo e um camarada para seguir viagem. No momento em que me dispunha a sair, entrou-me em casa um sujeito desconhecido, e entregou-me um rolo de papel contendo uma avultada soma, importância aproximada das despesas e dos honorários. Recusei apesar das instâncias, montei a cavalo e parti. Só depois de ter feito algumas léguas é que me lembrei de que justamente na vila a que eu ia morava um amigo meu, antigo companheiro da academia. Poucos dias depois apeava eu à porta do referido amigo. Depois de entregar o cavalo aos cuidados do camarada, entrei para abraçar o meu antigo companheiro de estudos, que me recebeu alvoroçado e admirado. − A que vens, meu amigo? A que vens? perguntava-me ele. − Vais sabê-lo. Creio que há um romance para deslindar. Há quinze dias recebi no meu escritório, na corte, um bilhete anônimo em que se me convidava com instância a vir a esta vila para tomar conta de uma defesa. Não pude conhecer a letra; era desigual e trêmula, como escrita por mão cansada... − Tens o bilhete contigo? − Tenho. Tirei do bolso o misterioso bilhete e entreguei-o aberto ao meu amigo. Ele, depois de lê-lo, disse: − É a letra de Pai de todos. − Quem é Pai de todos? − É um fazendeiro destas paragens, o velho Pio. O povo dá-lhe o nome de Pai de todos, porque o velho Pio o é na verdade. − Bem dizia eu que há romance no fundo!... Que faz esse velho para que lhe deem semelhante título? − Pouca coisa. Pio é, por assim dizer, a justiça e a caridade fundidas em uma só pessoa. Só as grandes causas vão ter às autoridades judiciárias, policiais ou municipais; mas tudo o que não sai de certa ordem é decidido na fazenda de Pio, cuja sentença todos acatam e cumprem. Seja ela contra Pedro ou contra Paulo, Paulo e Pedro submetem-se, como se fora uma decisão divina. Quando dois contendores saem da fazenda de Pio, saem amigos. É caso de consciência aderir ao julgamento de Pai de todos. O meu amigo continuou a desfiar as virtudes do fazendeiro. Meu espírito apreendia-se cada vez mais de que eu ia entrar em um romance. Finalmente o meu amigo dispunha-se a contar-me a história do crime em cujo conhecimento devia eu entrar daí a poucas horas. Detive-o. − Não, disse-lhe, deixa-me saber de tudo por boca do próprio réu. Depois compararei com o que me contarás. − É melhor. Julião é inocente... (Adaptado de: ASSIS, Machado de. Obra Completa, v. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994) “Despesas e honorários ser-lhe-ão satisfeitos antecipadamente, mal puser pé no estribo”. No contexto em que se insere, o termo sublinhado expressa ideia de a) condição. b) concessão. c) causa. d) tempo. e) finalidade. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2154536 Questão 279: FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administração/2021 Assunto: Conjunção Pessoa que já serviu na polícia secreta de Londres e de New York tem anunciado nos nossos diários que oferece os seus préstimos para descobrir coisas furtadas ou perdidas. Não publica o nome; prova de que é realmente um ex-secreta* inglês ou americano. A primeira ideia do ex-secreta local seria imprimir o nome, com indicação da residência. Não há ofício que não traga louros, e os louros fizeram-se para os olhos dos homens. Não tenho perdido nada, nem por furto, nem por outra via; deixo de recorrer aos préstimos do anunciante, mas aproveito esta coluna para recomendá-los aos meus amigos e leitores. Pois que a fortuna trouxe às nossas plagas um perfeito conhecedor do ofício, erro é não aproveitá-lo. Não se perdem somente objetos: perdem-se também vidas, nem sempre se sabe quem é que as leva. Ora, conquanto não se achem as vidas perdidas, importa conhecer as causas da perda, quando escapam à ação da lei ou da autoridade. Não foi assassínio, mas suicídio, o dessa Ambrosina Cananeia, que deixou a vida esta semana. Era uma pobre mulher trabalhadeira, com dois filhos adolescentes e mãe valetudinária**; morava nos fundos de uma estalagem da rua da Providência. O filho era empregado, a filha aprendia a fazer flores... Não sei se te lembras do acontecimento: tais são os casos de sangue destes dias que é natural vir o fastio e ir-se a memória. Pois fica lembrado. A causa do suicídio não foi a pobreza, ainda que a pessoa fosse pobre. Nem desprezo de homem, nem ciúmes. A carta deixada dizia em começo: “Vou dar-te a última prova de amizade... É impossível mais tolerar a vida por tua causa; deixando eu de existir, você deixa de sofrer.” Você é uma mocinha de dezesseis anos, vizinha, dizem que bonita, amiga da morta. Segundo a carta, a mocinha era castigada por motivo daquela afeição, tudo de mistura com um casamento que lhe queriam impor. O que é único, é esta amiga que se mata para que a outra não padeça. A outra era diariamente espancada, quase todos os vizinhos o sabiam pelos gritos e pelo pranto da vítima − “tudo por causa da nova amizade”. Não podendo atalhar o mal da amiga, Ambrosina buscou um veneno, meteu no seio as cartas da amiga e acabou com a vida em cinco minutos. “Adeus, Matilde; recebe o meu último suspiro”. Os tempos, desde a antiguidade, têm ouvido suspiros desses, mas não são últimos. Que a morte de uma trouxesse a da outra, voluntária e terrível, não seria comum, mas confirmaria a amizade. As afeições grandes podem não suportar a viuvez. Quem eu quisera ouvir sobre isto era o ex-secreta de Londres e de New York, onde a polícia pode ser que penetre além do delito e suas provas, e passeie na alma da gente, como tu, por tua casa. * secreta: agente secreto. ** valetudinário: que ou o que é de constituição física débil, doentia, sempre sujeito a enfermidades. (Adaptado de: ASSIS, Machado de. Crônicas escolhidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013) Em Ora, conquanto não se achem as vidas perdidas, importa conhecer as causas da perda, quando escapam à ação da lei ou da autoridade. (2o parágrafo), a oração sublinhada expressa, em relação à oração que a sucede, ideia de a) condição. b) consequência. c) causa. d) proporção. e) concessão. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1896510 Questão 280: FCC - ARE IV (SEF SC)/SEF SC/2021 Assunto: Conjunção Esta coisa é a mais difícil de uma pessoa entender. Insista. Não desanime. Parecerá óbvio. Mas é extremamente difícil de se saber dela. Pois envolve o tempo. Nós dividimos o tempo quando ele na realidade não é divisível. Ele é sempre e imutável. Mas nós precisamos dividi-lo. E para isso criou-se uma coisa monstruosa: o relógio. Não vou falar sobre relógios. Mas sobre um determinado relógio. O meu jogo é aberto: digo logo o que tenho a dizer e sem literatura. Este relatório é a antiliteratura da coisa. O relógio de que falo é eletrônico e tem despertador. A marca é Sveglia, o que quer dizer “acorda”. Acorda para o que, meu Deus? Para o tempo. Para a hora. Para o instante. Esse relógio não é meu. Mas apossei-me de sua infernal alma tranquila. Não é de pulso: é solto portanto. Tem dois centímetros e fica de pé na superfície da mesa. Eu queria que ele se chamasse Sveglia mesmo. Mas a dona do relógio quer que se chame Horácio. Pouco importa. Pois o principal é que ele é o tempo. (LISPECTOR, Clarice. O relatório da coisa. In: Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 75) As conjunções presentes em Não é de pulso: é solto portanto e em Pois o principal é que ele é o tempo expressam, respectivamente, ideias de a) explicação e confirmação. b) explicação e conclusão. c) conclusão econfirmação. d) conclusão e explicação. e) confirmação e conclusão. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1821161 Questão 281: FCC - Estag (SABESP)/SABESP/Ensino Superior/2019 Assunto: Conjunção "Pentimento" é a palavra italiana para arrependimento, mas designa (em muitas línguas) uma pintura ou esboço encoberto pela versão final de um quadro. Às vezes, com o tempo ou no processo de restauração, a tinta deixa transparecer a composição em cima da qual o artista pintou uma nova versão. Esses esboços ou pinturas, que foram rejeitados e encobertos pelo artista, são os pentimentos, que foram descartados sem ser propriamente apagados. O pentimento faz parte do quadro, assim como fazem parte da nossa vida muitos projetos dos quais desistimos(B). São restos do passado que transparecem no presente, como potencialidades que não foram realizadas, mas que, mesmo assim, integram a nossa história(E). Nossas vidas são abarrotadas de caminhos que deixamos de pegar; são todos pentimentos, mais ou menos encobertos: projetos que não se realizaram. Por que não se realizaram? Em geral, pensamos que nos faltou a coragem. Não soubemos renunciar às coisas das quais era necessário abdicar para que outras escolhas tivessem uma chance(A). O problema dos pentimentos é que eles esvaziam a vida que temos. O passado que não se realizou funciona como a miragem da felicidade que teria sido possível se tivéssemos feito a escolha "certa"(D). Quando examino as fotos de minhas turmas do colégio, sempre fico com a impressão de que deixei amizades e amores inacabados, mas que teriam revolucionado meu futuro(C). Nem sempre os pentimentos são bons conselheiros - até porque, às vezes, eles são falsos. Hoje, é fácil esbarrar em espectros do passado: as redes sociais proporcionam reencontros improváveis e, com isso, criam pentimentos artificiais. Graças às redes, um relacionamento apagado da memória pode reaparecer como se representasse um grande potencial ao qual renunciamos. Somos perigosamente nostálgicos de escolhas passadas alternativas que teriam nos levado a um presente diferente – e melhor. Se essas escolhas não existiram, somos capazes de inventá-las e de vivê-las como pentimentos. Os pentimentos não são necessariamente recíprocos, e os falsos pentimentos, revisitados, são receitas para o desastre. (Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br) O segmento que, no contexto, exprime noção de finalidade está em: a) ... para que outras escolhas tivessem uma chance. b) ... assim como fazem parte da nossa vida muitos projetos dos quais desistimos. c) ... mas que teriam revolucionado meu futuro. d) ... se tivéssemos feito a escolha "certa". e) ... mesmo assim, integram a nossa história. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/957044 Questão 282: FCC - Cons Tec (CM Fortal)/CM Fortaleza/Legislativo/2019 Assunto: Conjunção De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de quatro meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, por exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois do almoço, fazia regularmente um discurso acadêmico, ornado de tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de crer. Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua! − Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa Reverendíssima está vendo. Isto é todos os dias. − Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre de Babel, segundo nos conta a Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe... − Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, concordou o alienista, depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana, e puramente científica, e disso trato... − Vá que seja, e fico ansioso. Realmente! (ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25) confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe... Em relação ao trecho anterior, o trecho sublinhado tem sentido de a) causa. b) condição. c) concessão. d) consequência. e) oposição. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1014967 Questão 283: FCC - PJ (MPE MT)/MPE MT/2019 Assunto: Conjunção Antropologia reversa É sempre tarefa difícil – no limite, impossível – compreender o outro não a partir de nós mesmos, ou seja, de nossas categorias e preocupações, mas de sua própria perspectiva e visão de mundo. “Quando os antropólogos chegam”, diz um provérbio haitiano, “os deuses vão embora”. Os invasores coloniais europeus, com raras exceções, consideravam os povos autóctones do Novo Mundo como crianças amorais ou boçais supersticiosos – matéria escravizável. Mas como deveriam parecer aos olhos deles aqueles europeus? “Onde quer que os homens civilizados surgissem pela primeira vez”, resume o filósofo romeno Emil Cioran, “eles eram vistos pelos nativos como demônios, como fantasmas ou espectros, nunca como homens vivos! Eis uma intuição inigualável, um insight profético, se existe um”. O líder ianomâmi Davi Kopenawa, porta-voz de um povo milenar situado no norte da Amazônia e ameaçado de extinção, oferece um raro e penetrante registro contra-antropológico do mundo branco com o qual tem convivido: “As mercadorias deixam os brancos eufóricos e esfumaçam todo o resto em suas mentes [...] Seu pensamento está tão preso a elas, são de fato apaixonados por elas! Dormem pensando nelas, como quem dorme com a lembrança saudosa de uma bela mulher. Elas ocupam seu pensamento por muito tempo, até vir o sono. Os brancos não sonham tão longe quanto nós. Dormem muito, mas só sonham consigo mesmos”. (Adaptado de GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 118-119) Uma nova, coerente e correta redação do provérbio “Quando os antropólogos chegam, os deuses vão embora” constitui-se na frase: a) Conquanto se dão a ver os antropólogos, desvanecem-se os deuses. b) À medida que surgem os antropólogos, dissimulam-se as divindades. c) A sublevação dos deuses é proporcionada pelo advento dos antropólogos. d) Às entidades divinas não cabem conviver com os antropólogos. e) Tão logo surjam os antropólogos, ausentam-se as divindades. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1005111 Questão 284: FCC - Ana Adm (SANASA)/SANASA/Contabilidade/2019 Assunto: Conjunção A bela cidade de Praga é um monumento a Franz Kafka, o mais ilustre de seus escritores. Toma todo um dia visitar as esculturas a ele dedicadas, as casas onde viveu, os cafés que frequentava. Comove-me ver, no Museu Franz Kafka, sua Carta ao Pai, que nunca enviou. Essa longa carta foi a primeira coisa que li dele. Eu me dava muito mal com meu pai, de quem tinha medo, e me identifiquei com o texto desde as primeiras linhas, sobretudo quando Kafka acusa seu progenitor de ter feito dele um homem inseguro, desconfiado da sua própria vocação. Recém-formado, Kafka começa a trabalhar numa companhia de seguros, afirmando que esse trabalho matará sua vocação; como poderia chegar a ser um escritor alguém que dedica tantas horas a um afazer alimentício? Todos os escritores se fizeram perguntas parecidas. Mas este fez o que a maioria deles não faz: escrever em todos os momentos livres que tinha, e, embora tenha publicado pouco em vida, deixar uma obra de longuíssimo fôlego. Nada meparece mais triste que alguém que, como Kafka, foi capaz de escrever tantos livros jamais tenha sido reconhecido enquanto vivia, e só postumamente se notasse que foi um dos grandes. O pedido a seu amigo Max Brod para que queimasse seus inéditos revela que acreditava ter fracassado como escritor, embora talvez restasse alguma expectativa otimista, porque, do contrário, ele mesmo os teria queimado. A propósito de Max Brod, um dos poucos contemporâneos que acreditavam no talento de Kafka, há agora uma retomada dos ataques que já lhe fizeram no passado. Que injustiça! O mundo deveria estar grato a Max Brod, por ter, em vez de acatado a decisão do amigo a quem admirava, salvado para os leitores do futuro uma das obras mais originais da literatura. Hermann Kafka, o destinatário da carta que seu filho nunca lhe enviou, não teve contato nenhum com a literatura. Dedicou-se ao comércio, abrindo lojas que tiveram certo êxito e elevaram os níveis de vida da família. O melhor amigo de Kafta foi sem dúvida Max Brod, que, naqueles anos, já havia publicado alguns livros. Foi um dos primeiros a perceber o gênio do escritor e o estimulou sem trégua a acreditar em si mesmo, algo que efetivamente ocorreu, pois Kafka, quando escrevia, perdia a insegurança da qual sempre padeceu e se tornava um insólito inventor de pessoas e histórias. (Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. 19/5/19. Disponível em: brasil.elpais.com) embora tenha publicado pouco em vida O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de a) concessão. b) finalidade. c) consequência. d) proporção. e) causa. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/983433 Questão 285: FCC - ADG Jr (METRO SP)/METRO SP/Administração de Empresas/2019 Assunto: Conjunção Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão. Para ele, o fim do ano era sempre uma época dura, difícil de suportar. Sofria daquele tipo de tristeza mórbida que acomete algumas pessoas nos festejos de Natal e de Ano-Novo. No seu caso havia uma razão óbvia para isso: aos setenta anos, solteirão, sem parentes, sem amigos, não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa alguma. O jeito era tomar um porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: além da solidão, tinha de suportar a ressaca. No passado, convivera muito tempo com a mãe. Filho único, sentia-se obrigado a cuidar da velhinha que cedo enviuvara. Não se tratava de tarefa fácil: como ele, a mãe era uma mulher amargurada. Contra a sua vontade, tinha casado, em 31 de dezembro de 1914 (o ano em que começou a Grande Guerra, como ela fazia questão de lembrar) com um homem de quem não gostava, mas que pais e familiares achavam um bom partido. Resultado desse matrimônio: um filho e longos anos de sofrimento e frustração. O filho tinha de ouvir suas constantes e ressentidas queixas. Coisa que suportava estoicamente; não deixou, contudo, de sentir certo alívio quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa que retornava a cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera, no hospital, ela lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um primo, que acabou se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo mudara-se, e ela nunca mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem, nada. Nem ao menos um cartão de Natal. No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral não recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope. Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo cartão, uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel sorrindo para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase: “Eu te amo.” A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo por quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta promessa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele. Por quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo? Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava uma mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida, claro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o cartão de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal. (SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28) Em não deixou, contudo, de sentir certo alívio quando de seu falecimento o termo destacado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por: a) além disso. b) portanto. c) pois. d) entretanto. e) por isso. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1117683 Questão 286: FCC - APOG (Pref Recife)/Pref Recife/2019 Assunto: Conjunção Jurar ou planejar Num de seus contos provocadores, Machado de Assis põe em cena um casal de apaixonados que faz um juramento de amor, por conta de uma longa separação que devem cumprir. A jura é quebrada pela moça, que se apaixona por outro, e o narrador faz ver que ela está “muito próxima da Natureza”, ou seja, que ela atende aos movimentos mais naturais da vida. Jurar é desafiar o tempo, o destino, o futuro; é afirmar que nada pode ser maior que nosso desejo de agir conforme juramos. Um juramento expõe a beleza da vontade humana, como afirmação nossa, mas sua quebra mostra também nossos limites. Dirão os mais racionalistas: não jure, planeje. Diante do futuro, levante hipóteses de trabalho e as analise, não tome nenhuma como definitiva. Mas o homem insiste em sonhar para além do que é planejável, e o que dá certo nos bons planejamentos acaba tornando-o ainda mais convicto de que sua vontade é tudo, sendo mesmo capaz de jurar por isso. (Joaquim de Assis Villares, inédito) Um juramento expõe a beleza da vontade humana, como afirmação nossa, mas sua quebra mostra também nossos limites. Numa nova e igualmente correta redação da frase acima, iniciada agora pelo segmento A quebra de um juramento mostra nossos limites, pode-se seguir esta coerente complementação: a) embora não deixe de expor a beleza que está em afirmarmos nossa vontade. b) uma vez que nossa vontade, com sua beleza, afirma nosso acordo com a Natureza. c) à medida em que nossa vontade acaba expondo toda a sua beleza. d) até por que também se expõem o que há de belo na afirmação de nossa vontade. e) não fosse a beleza que também têm na quebra mesma da nossa vontade. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/758681 Questão 287: FCC - AJ TRF3/TRF 3/Apoio Especializado/Informática/2019 Assunto: Conjunção Considere o texto abaixo para responder a questão. Nosso cérebro é uma complexa estrutura forjada pela evolução. Por outro lado, é também primitivo. É curioso pensar que o mais erudito dos moradores deste planeta tenha o mesmo hardware que um caçador-coletor que passou a vida errando em uma pequena área em busca da sobrevivência. Estou sendo injusto em minha descrição. Nosso ancestral era capaz de tecer, realizar pequenas cirurgias, fazer ferramentas de pedra. Tente criar algo assim em casa e você verá que somos menos autônomos do que um coletor do Paleolítico. Mas estou sendo preciso quando comparo nossos cérebros. Desenvolvida para uma chave amigo-inimigo, nossa mente tende a rotular o que vê, julgando a novidade de acordo com seu conhecimento prévio. Isso garantiu nossa vida por muitas gerações: se eu comer algo que me faz mal, toda vez que olhar para algo semelhante, sentirei repulsa.Isso pode ser bom para evitar perigos, porém cria problemas para nossa atualidade. Se eu tivesse que arriscar um esboço do que seria o pensamento médio das pessoas, hoje, ele seria similar ao dos antepassados paleolíticos. Formamos bandos com facilidade. Yuval Harari chama a atenção para como a detração é uma poderosa cola social. Fofocando, crio laços, forjo alianças. Desde sempre, nossa espécie classifica o que vê antes de compreender o que tem na sua frente. O pavor instintivo da novidade me faz rejeitá-la. Classificar, para o cérebro primitivo que se contenta em viver na caverna, é mais importante do que entender. É claro que também somos uma espécie que foge da natureza animal e que cria culturas. Portanto, há um instinto inquisitivo, que gosta de descobrir coisas novas, explorá-las. No entanto, a sensação é que ele anda em baixa em nossos tempos. Encerrar em caixas herméticas dá segurança. Alguns associam a rotulação imediata a um traço humano. A sociedade ficou mais complexa, mas, em nossa essência, somos os mesmos. Por outro lado, há quem afirme que o tempo curto da internet, o imediatismo atual, produz superficialidade, impede o raciocínio profundo, pois este requer o questionamento de bolhas epistêmicas e, mercadoria cada vez mais rara, tempo de ponderação. Não seria uma essência, necessariamente, todavia um feitiço, uma tentação oferecida por algoritmos do universo digital. Resistir à tentação é um desafio. Pensar em aprofundar, dar uma segunda olhada, fugir do rótulo: parecem atitudes que exigem o desafio da vontade férrea. Deixar que sentidos mais amplos invadam sua percepção sem julgar de imediato é um ato de resistência. (Adaptado de: KARNAL, Leandro. Disponível em: https://cultura.estadao.com.br) Não seria uma essência, necessariamente, todavia um feitiço (6º parágrafo) O segmento sublinhado expressa, no contexto, ideia de a) contraste. b) adição. c) temporalidade. d) finalidade. e) condição. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1071547 Questão 288: FCC - Rev (CM Fortal)/CM Fortaleza/2019 Assunto: Conjunção No livro A velhice, Simone de Beauvoir não apresenta muitas alternativas para construir um olhar positivo sobre a última fase da vida. Ela tem como propósito fundamental denunciar a conspiração do silêncio e revelar como a sociedade trata os velhos: eles costumam ser desprezados e estigmatizados. Apesar de ter consciência de que são inúmeros os problemas relacionados ao processo de envelhecimento, quero compreender se existe algum caminho para chegar à última fase da vida de uma maneira mais plena e mais feliz. Encontro na própria Simone de Beauvoir a resposta para esta questão. Ela sugere, nas entrelinhas de A velhice, um possível caminho para a construção de uma “bela velhice”: o projeto de vida. No Brasil temos vários exemplos de “belos velhos”: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Marieta Severo, Rita Lee, entre outros. Duvido que alguém consiga enxergar neles, que já chegaram ou estão chegando aos 70 anos, um retrato negativo do envelhecimento. São típicos exemplos de pessoas chamadas “sem idade”. Fazem parte de uma geração que não aceitará o imperativo “Seja um velho!” ou qualquer outro rótulo que sempre contestaram. São de uma geração que transformou comportamentos e valores de homens e mulheres, que inventou diferentes arranjos amorosos e que legitimou novas formas de família. Esses “belos velhos” inventaram um lugar especial no mundo e se reinventam permanentemente. Continuam cantando, dançando, criando, amando, brincando, trabalhando, transgredindo tabus. Não se aposentaram de si mesmos, recusaram as regras que os obrigariam a se comportar como velhos. Não se tornaram invisíveis, infelizes, deprimidos. Eles, como tantos outros “belos velhos”, rejeitam estereótipos e dão novos significados ao envelhecimento. Como diz a música de Arnaldo Antunes, “Somos o que somos: inclassificáveis”. Desde muito cedo, somos livres para fazer escolhas. “A liberdade é o que você faz com o que a vida fez com você”. Estamáxima existencialista é fundamental para compreender a construção de um projeto de vida. O projeto de cada indivíduo pode ser traçado desde a infância, mas também pode ser construído ou modificado nas diferentes fases da vida, pois a ênfase existencialista se coloca no exercício permanente da liberdade de escolha e da responsabilidade individual na construção de um projeto de vida que dê significado às nossas existências até os últimos dias. (Adaptado de: GOLDENBERG, Mirian. A bela velhice. Record. edição digital) Apesar de ter consciência de que são inúmeros os problemas relacionados ao envelhecimento, quero compreender... Mantendo as relações de sentido, o segmento sublinhado acima pode ser substituído por: a) Contudo, tenho b) Porquanto tenho c) Desde que tenho d) Conquanto tenha e) Desde que tenha Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1015727 Questão 289: FCC - Red (CM Fortal)/CM Fortaleza/2019 Assunto: Conjunção [Nossa duplicidade] Querem saber a história abreviada de quase todo o mal-estar na civilização? Ei-la: a evolução natural produziu o animal homem. No âmago desse homem, entretanto, foi-se instalando um inquilino altivo, exigente e dado à hipocrisia e ao autoengano: o homem civilizado. As rusgas foram crescendo, o conflito escalou, mas nenhum dos dois é forte o bastante para aniquilar o outro. E assim brotou no interior da caverna uma guerra civil que se prolonga por toda a vida. (Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos: uma perspectiva brasileira da crise civilizatória. São Paulo: Companhia das Letras, 2016) As rusgas foram crescendo, o conflito escalou, mas nenhum dos dois é forte o bastante para aniquilar o outro. Uma nova e correta redação da frase acima, iniciada por Nenhum dos dois é forte o bastante para aniquilar o outro, deverá ter a seguinte complementação para que se mantenha seu sentido: a) porquanto as rusgas foram crescendo e o conflito tenha escalado. b) conquanto fossem crescendo o conflito e assim as rusgas. c) ainda que as rusgas tenham crescido e o conflito escalado. d) tendo em vista que as rusgas crescessem e o conflito escalasse. e) à proporção que as rusgas crescessem enquanto o conflito escalava. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1015413 Questão 290: FCC - Cons Tec (CM Fortal)/CM Fortaleza/Jurídico/2019 Assunto: Conjunção A história do animal de estimação revela mudanças sociais ao longo do tempo. Na França, por exemplo, a corte de Luís XVI já rompera com o animal-máquina dos cartesianos. A afeição que Rousseau dedicou a seu cão fizera escola nos salões; deixara-se de considerar o animal como um boneco vivo para ver nele um indivíduo, digno de sentimento. A época romântica fornece numerosos exemplos de atitudes de ternura para com o animal de companhia. O animal faz-se recurso contra os temores da solidão. Isolado em 1841 em Citavecchia, Stendhal afaga seus dois cachorros. Victor Hugo mostra-se muito apegado ao cão que o acompanha no exílio. Em 1845, a Sociedade Protetora dos Animais instala-se em Paris. Desde então amplia-se a mania das exposições caninas; a fotografia do bicho junta-se à das crianças no álbum de família. O cão chega a colocar um problema para as companhias ferroviárias, que reservam um vagão para eles. Durante o final do século XIX, o status do animal tende a modificar-se. A crescente influência dos livres- pensadores favorece o crescimento de uma nova fraternidade entre o homem e o bicho. Garantir seus direitos, assegurar sua felicidade é tentar romper com a nova solidão do gênero humano. O problema absolutamente não se coloca em termos ecológicos; trata-se de enaltecer simultaneamente o sentimento de humanidade e a utilidade social. A escola primária empenha-se em dar uma crescente atenção aos animais. A vulgarização das doutrinas evolucionistas, a expansão damedicina veterinária, os êxitos da zootecnia trabalham em favor desta nova fraternidade e avivam a inclinação ao antropomorfismo. Este alcança então o seu ápice. Entretanto, igualmente neste domínio, as descobertas de Pasteur convidam a uma mudança de conduta. É certo que não parece que o cuidado com a assepsia, que levava a não se acariciar um animal sem usar luvas, tenha sobrevivido por muito tempo à moda inicial das novas teorias; o medo dos micróbios irá atuar pelo menos em favor do gato de apartamento, reputado como mais limpo que seu concorrente. O felino, até então limitado à alta sociedade e aos meios artísticos, expande-se entre o povo. Ao raiar do século XX, inaugura-se entre o homem e o animal uma inversão na relação afetiva de dependência; o último já se apresta a tornar-se o soberano e o senhor do espaço doméstico. (Adaptado de: A história da vida privada. Volume IV, 1993) Entretanto, [...] as descobertas de Pasteur convidam a uma mudança de conduta. O elemento sublinhado acima estabelece, em relação ao que se afirmou antes, uma a) oposição. b) causa. c) consequência. d) conformidade. e) proporcionalidade. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1014309 Questão 291: FCC - Cons Tec (CM Fortal)/CM Fortaleza/Jurídico/2019 Assunto: Conjunção Falso mar, falso mundo O mundo anda cada vez mais complicado, o que não é bom. O frágil corpo humano não foi feito para competir com a máquina, conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento técnico-científico, o conflito fica mais duro para o nosso lado. Mas nesta semana vi na TV uma reportagem que me horrorizou como prova de que, a cada dia, mais renunciamos às nossas prerrogativas de seres vivos e nos tornamos robotizados. Foi a “praia artificial” no Japão (logo no Japão, arquipélago penetrado e cercado de mar por todos os lados!). É um galpão imenso, maior que qualquer aeroporto, coberto por uma espécie de cúpula oblonga, de plástico. E filas à entrada, lá dentro um guichê, o pessoal paga a entrada, que é cara, e some. Deve entrar no vestiário, ou antes, no despiário, pois surgem já convenientemente seminus, como se faz na praia. Pois que debaixo daquele imenso teto de plástico está um mar, com a sua praia. Mar que, na tela, aparece bem azul com ondas de verdade, coroadas de espuma branca; ondas tão fortes que chegam a derrubar as pessoas e sobre as quais jovens atletas surfam e rebolam. E um falso sol, de luz e calor graduáveis; e a praia é de areia composta por pedrinhas de mármore. Não sei se pelo comportamento dos figurantes, a gente tinha a impressão absoluta de que assistia a uma cena de animação figurada em computador. A única presença viva, destacando-se no elenco de bonecos, era a repórter, apresentadora do espetáculo. Já se viu! Se fosse uma honesta piscina de água morna, tudo bem. Mas fingir as ondas, falsificar um sol bronzeando, de trinta e cinco graus, e toda aquela gente se deitando com a simulação e depois voltando para a rua vestida nos seus casacos! Me deu pena, horror, sei lá. Aquilo não pode deixar de ser pecado. Falsificar com tanta impudência as criações da natureza, e pra quê! (Adaptado de: QUEIROZ, Rachel. Melhores crônicas. São Paulo: Global Editora, 1994, edição digital) ondas tão fortes que chegam a derrubar as pessoas A conjunção sublinhada acima estabelece noção de a) finalidade. b) causa. c) conformidade. d) consequência. e) condição. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1014287 Questão 292: FCC - Ana G (DPE AM)/DPE AM/Especializado em Tecnologia da Informação de Defensoria/Analista de Banco de Dados/2018 Assunto: Conjunção A questão baseia no texto apresentado abaixo. As crianças gostam de brincadeiras que sejam imitativas e repetitivas, mas, ao mesmo tempo, inovadoras. Firmam-se no que lhes é conhecido e seguro, e exploram o que é novo e nunca foi experimentado. O termo “arremedo” pode implicar algum grau de intenção, mas imitar, ecoar ou reproduzir são propensões psicológicas (e até fisiológicas) universais que vemos em todo ser humano e em muitos animais. Merlin Donald, em Origens do pensamento moderno, faz uma distinção entre arremedo, imitação e mimese: o arremedo é literal, uma tentativa de produzir uma duplicata o mais exata possível. A imitação não é tão literal quanto o arremedo. A mimese adiciona uma dimensão representativa à imitação. Em geral, incorpora o arremedo e a imitação a um fim superior, o de reencenar e representar um evento ou relação. O arremedo, segundo Donald, é visto em muitos animais; a imitação, em macacos e grandes primatas não humanos; a mimese, apenas no ser humano. A imitação, que tem um papel fundamental nas artes cênicas, onde a prática, a repetição e o ensaio incessantes são imprescindíveis, também é importante na pintura e na composição musical e escrita. Todos os artistas jovens buscam modelos durante os anos de aprendizado. Nesse sentido, toda arte começa como “derivada”: é fortemente influenciada pelos modelos admirados e emulados, ou até diretamente imitados ou parafraseados. Mas por que, de cada cem jovens músicos talentosos ou de cada cem jovens cientistas brilhantes, apenas um punhado irá produzir composições musicais memoráveis ou fazer descobertas científicas fundamentais? Será que a maioria desses jovens, apesar de seus dons, carece de alguma centelha criativa adicional? Será que lhes faltam características que talvez sejam essenciais para a realização criativa, por exemplo, audácia, confiança, pensamento independente? A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na minha opinião), uma voz genial, sem precedentes. Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de frases e da linguagem da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais. O que está em questão não é “emprestar” ou “imitar”, ser “derivado”, ser “influenciado”, e sim o que se faz com aquilo que é tomado de empréstimo. (Adaptado de: SACKS, Oliver. O rio da consciência. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Cia. das Letras, 2017, ed. digital) ainda que horrível, na minha opinião (6° parágrafo) O segmento sublinhado acima estabelece, no contexto, noção de a) conclusão. b) concessão. c) finalidade. d) causa. e) conformidade. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/606032 Questão 293: FCC - AJ TRT15/TRT 15/Apoio Especializado/Arquitetura/2018 Assunto: Conjunção 1. Sem grande aviso, o mundo digital está mudando em suas bases. O que um dia foi um meio anônimo transformou-se numa ferramenta dedicada a analisar dados pessoais. 2. Grande parte das pessoas imaginam que, ao procurar um termo na internet, todos obteremos os mesmos resultados. No entanto, hoje isso já não é verdade. Agora, obtemos o resultado que um filtro personalizado sugere ser melhor para cada usuário específico. 3. Durante algum tempo, parecia que a internet iria redemocratizar a sociedade. “Jornalistas cidadãos” iriam reconstruir os meios de comunicação. Os governos locais se tornariam mais transparentes. Contudo, esses tempos de conectividade cívica com os quais eu tanto sonhava ainda não chegaram. 4. A democracia exige que os cidadãos enxerguem as coisas pelo ponto de vista dos outros; em vez disso, estamos cada vez mais fechadosem nossas próprias bolhas. A democracia exige que nos baseemos em fatos compartilhados; no entanto, estão nos oferecendo universos distintos e paralelos. 5. Naturalmente, há boas razões para que os filtros personalizados sejam tão fascinantes. Somos sobrecarregados por uma torrente de informações. Eric Schmidt costuma ressaltar que, se gravássemos toda a comunicação humana desde o início dos tempos até 2003, precisaríamos de 5 bilhões de gigabytes para armazená-la. Agora, criamos essa mesma quantidade de dados a cada dois dias. 6. Tudo isso levará ao colapso da atenção. Somos cada vez mais incapazes de processar tanta informação. Nossa concentração se desvia da mensagem de texto para as principais notícias e daí para o e-mail. A tarefa de examinar essa torrente cada vez mais ampla em busca das partes realmente importantes, ou apenas relevantes, já demanda dedicação integral. Assim, quando os filtros personalizados oferecem uma ajuda, tendemos a aceitá-la. 7. Deixados por conta própria, os filtros de personalização servem como uma espécie de autopropaganda invisível, doutrinando-nos com nossas próprias ideias, amplificando nosso desejo por coisas conhecidas e nos deixando alheios aos perigos ocultos no território do desconhecido. Na bolha dos filtros, há menos espaço para os encontros fortuitos que proporcionam novas percepções e aprendizados. 8. A criatividade muitas vezes é atiçada pela colisão de ideias surgidas em disciplinas e culturas diferentes. Por definição, um mundo construído a partir do que é familiar é um mundo no qual não temos nada a aprender. Se a personalização for excessiva, poderá nos impedir de entrar em contato com experiências e ideias capazes de mudar o modo como pensamos. 9. Das megacidades à nanotecnologia, estamos criando uma sociedade cuja complexidade ultrapassa os limites da compreensão individual. Os problemas que enfrentaremos nos próximos vinte anos – escassez de energia, terrorismo, mudança climática – têm uma abrangência enorme. Os primeiros entusiastas da internet esperavam que a rede fosse uma nova plataforma para enfrentarmos esses problemas. Acredito que ainda possa ser. 10. Mas, antes, precisamos entender as forças que estão levando a internet em sua direção atual, personalizada. Precisamos entender as forças econômicas e sociais que movem a personalização, algumas inevitáveis, outras não. E precisamos entender o que tudo isso representa para a política, a cultura e o futuro. E como a bolha dos filtros distorce a percepção do que é importante, verdadeiro e real, é fundamental torná-la visível. (PARISER, Eli. O filtro invisível: O que a internet está escondendo de você. Trad. Diego Alfaro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor Ltda, 2012. Edição digital) ..I... a criatividade muitas vezes é atiçada pela colisão de ideias surgidas em disciplinas e culturas diferentes, .II.. um mundo construído a partir do que é familiar é um mundo no qual não temos nada a aprender. Sem prejuízo do sentido, preenchem correta e respectivamente as lacunas I e II: a) Se, por um lado, − por outro, b) Se − assim, c) Uma vez que − logo, d) Conquanto − de modo que e) Consoante − desde que Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/665191 Questão 294: FCC - Ana Exec (SEGEP MA)/SEGEP MA/Administrador/2018 Assunto: Conjunção Agitador cultural, artista plástico, cenógrafo, jornalista, analista geopolítico, escritor, arquiteto e engenheiro de formação, Flávio de Carvalho (1899-1973), figura excêntrica ou mesmo marginal na história da modernidade artística brasileira, tem sido retomado nos últimos anos, como atestam recentes publicações e exposições acerca de seus trabalhos. Conhecido mais por suas pinturas e por suas polêmicas experiências artísticas, pouco se fala de sua produção no campo da arquitetura. Após concluir o curso superior em Engenharia Civil em Newcastle, norte da Inglaterra, Flávio retornou ao Brasil em 1922 e passou a trabalhar no escritório Ramos de Azevedo até 1926, quando abriu seu próprio escritório no centro da cidade de São Paulo. Se foi Gregori Warchavchick (1896-1972) quem publicou no Brasil o primeiro manifesto a favor da arquitetura moderna, em 1925, Flávio de Carvalho é quem realiza, em 1927, aquele que é considerado o primeiro projeto de arquitetura moderna no país. Sob o pseudônimo de Eficácia, o projeto excêntrico é feito para o concurso do Palácio do Governo do Estado de São Paulo. Embora derrotado, seu trabalho gera polêmica e produz discussões, ao apresentar inovações estilísticas e estéticas para o período, rendendo três artigos de Mário de Andrade com elogios e críticas, publicados no jornal Diário Nacional. Seus projetos de arquitetura moderna, entretanto, só se concretizaram quando realizados em terras da família e construídos com verbas próprias. Em 1936, iniciou a construção da Vila Modernista, concluída em 1938: um conjunto de 17 casas de aluguel localizadas no atual bairro Jardim Paulista (São Paulo-SP), na esquina da Alameda Lorena com a Rua Rocha de Azevedo. Elas vinham com uma “bula”, folheto informativo explicando os modos de uso que potencializariam sua habitação, que destacava: “Casas frias no verão e quentes no inverno”. Em 1938, Flávio de Carvalho construiu a Casa Modernista da Fazenda Capuava, na cidade de Valinhos– SP. De acordo com Flávio, em entrevista concedida a Dulce Carneiro, sua casa é concebida “(...) dentro de uma visão poética, é produto de pura imaginação, tentando criar uma maneira ideal de viver”. Com a conclusão da casa, Flávio passou a viver nela, que além de moradia funcionava como ateliê, onde vivenciava sua maneira ideal de viver. A casa era “(...) um misto de templo e aeronave, (...) uma aposta na continuidade do fazer artístico no espaço da existência (...). A reunião de materiais improváveis como o alumínio e a madeira, a escala dos espaços, a preocupação com detalhes como o tipo e a forma das maçanetas e armários, a policromia dos tetos, paredes e colunas, a conexão entre portas e janelas nas quinas de alguns cômodos, a integração entre espaços internos e externos, o paisagismo, enfim, a totalidade arquitetônica foi dimensionada cuidadosamente por Flávio de Carvalho. Mais do que uma máquina de morar, ele conseguiu um ninho ao mesmo tempo primitivo e futurista”. (Adaptado de: STEVOLO, Pedro Luiz, “A Casa Modernista de Flávio de Carvalho”. Disponível em: www.revistas.usp.br) Mantendo-se o sentido e a correção da frase, as expressões “ao apresentar” e “rendendo” podem ser substituídas, respectivamente, por: a) desde que apresentou − uma vez que rendeu b) quando apresentou − desde que rendeu c) pois apresenta − de modo que rende d) ainda que apresente − pois rende e) salvo se apresentasse − posto que rende Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/654958 Questão 295: FCC - AJ TRT2/TRT 2/Administrativa/Contabilidade/2018 Assunto: Conjunção Necessidade interior Uma coisa que não podemos fazer é forçar o tempo interior. Cada coisa tem seu momento de maturação, e apressá-la significaria debilitá-la, uma fatal distorção. Num segmento do teu tempo, tens um conjunto de coisas que estão desorganizadas, e subitamente se introduz aí um elemento que organiza tudo. Algo assim me ocorreu de uma maneira muito intensa, em meados de 1960. Uma vivência sentimental que tive, muito forte, pôs-se de repente a exigir de mim uma expressão, uma manifestação que fosse além da expressão direta desse sentimento mesmo. Senti que tinha algo a dizer, a criar. Foi dessa forma tão elementar que tudo começou. Foi assim que me fiz escritor. (Adaptado de: SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 75) Cada coisa tem seu momento de maturação, e apressá-la significaria debilitá-la... Reescrevendo-se a frase acima iniciando-se por − Apressar as coisas significa debilitá-las, − o complemento correto e coerente poderá ser a) pois para cada uma delas existe a hora de se tornar madura.b) em virtude de que contenhem em si mesmas o instante de maturação. c) desde que lhes sucedam atingir pleno amadurecimento. d) tanto mais quanto se precise de que atinjam certa madureza. e) uma vez que às quais cabe esperar amadurecerem. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/686698 Questão 296: FCC - AJ TRT6/TRT 6/Administrativa/"Sem Especialidade"/2018 Assunto: Conjunção A questão baseia no texto apresentado abaixo. Vou falar da palavra pessoa, que persona lembra. Acho que aprendi o que vou contar com meu pai. Quando elogiavam demais alguém, ele resumia sóbrio e calmo: é, ele é uma pessoa. Até hoje digo, como se fosse o máximo que se pode dizer de alguém que venceu numa luta, e digo com o coração orgulhoso de pertencer à humanidade: ele, ele é um homem. Persona. Tenho pouca memória, por isso já não sei se era no antigo teatro grego que os atores, antes de entrar em cena, pregavam ao rosto uma máscara que representava pela expressão o que o papel de cada um deles iria exprimir. Bem sei que uma das qualidades de um ator está nas mutações sensíveis de seu rosto, e que a máscara as esconde. Por que então me agrada tanto a ideia de atores entrarem no palco sem rosto próprio? Quem sabe, eu acho que a máscara é um dar-se tão importante quanto o dar-se pela dor do rosto. Inclusive os adolescentes, estes que são puro rosto, à medida que vão vivendo fabricam a própria máscara. E com muita dor. Porque saber que de então em diante se vai passar a representar um papel é uma surpresa amedrontadora. É a liberdade horrível de não ser. E a hora da escolha. Mesmo sem ser atriz nem ter pertencido ao teatro grego – uso uma máscara. Aquela mesma que nos partos de adolescência se escolhe para não se ficar desnudo para o resto da luta. Não, não é que se faça mal em deixar o próprio rosto exposto à sensibilidade. Mas é que esse rosto que estava nu poderia, ao ferir-se, fechar-se sozinho em súbita máscara involuntária e terrível. É, pois, menos perigoso escolher sozinho ser uma pessoa. Escolher a própria máscara é o primeiro gesto involuntário humano. E solitário. Mas quando enfim se afivela a máscara daquilo que se escolheu para representar o mundo, o corpo ganha uma nova firmeza, a cabeça ergue-se altiva como a de quem superou um obstáculo. A pessoa é. Se bem que pode acontecer uma coisa que me humilha contar. É que depois de anos de verdadeiro sucesso com a máscara, de repente – ah, menos que de repente, por causa de um olhar passageiro ou uma palavra ouvida – de repente a máscara de guerra de vida cresta-se toda no rosto como lama seca, e os pedaços irregulares caem com um ruído oco no chão. Eis o rosto agora nu, maduro, sensível quando já não era mais para ser. E ele chora em silêncio para não morrer. Pois nessa certeza sou implacável: este ser morrerá. A menos que renasça até que dele se possa dizer “esta é uma pessoa”. (Adaptado de: LISPECTOR, Clarice. “Persona”, em Clarice na cabeceira: crônicas. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2015) Mantendo-se o sentido e a correção, o termo sublinhado pode ser substituído pelo que se encontra entre parênteses em: a) A menos que renasça até que dele se possa dizer “esta é uma pessoa”. (Sem que) b) É, pois, menos perigoso escolher sozinho ser uma pessoa. (conquanto) c) Se bem que pode acontecer uma coisa que me humilha contar. (No entanto, seguido de vírgula) d) Bem sei que uma das qualidades de um ator está nas mutações... (Por mais que) e) ... a cabeça ergue-se altiva como a de quem superou um obstáculo. (conforme) Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/618121 Questão 297: FCC - Ana Gest (SABESP)/SABESP/Administração/2018 Assunto: Conjunção Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão. O último livro de Achille Mbembe intitula-se Crítica da Razão Negra. Como define “razão negra”? O que chamamos de “Negro” é uma invenção do capitalismo à época em que esse sistema econômico e essa forma de exploração da natureza e dos seres humanos foi posta em prática à beira do Oceano Atlântico, no século XV. Neste contexto, “Negro” é a definição de uma humanidade que se presume não ser só uma, ou, sendo apenas uma, não pode ser nada mais do que uma coisa, um objeto, uma mercadoria. A “razão negra” reflete o conjunto de discursos que afirmam quem é este homem- objeto, homem-mercadoria, homem-coisa, como deve ser tratado, governado, em que condições se deve pô-lo a trabalhar e como tirar proveito dele. Depois, a “razão negra” designa a retomada do discurso daqueles que foram “catalogados” (Africanos, Antilhanos, Afro-Americanos, Afro-Caribenhos) e que devolvem e endossam essa responsabilidade aos responsáveis por este “fabrico”, buscando a reafirmação da sua humanidade plena e inteira. Logo após o 11 de Setembro, o mundo entrou numa fase muito particular, a que poderíamos chamar de estado de “exceção”. Está hoje presente, segundo defende, uma espécie de “racismo sem raça” que mobiliza a religião e a cultura no quadro da luta contra o terrorismo. Pode aprofundar esta questão? Depois do 11 de Setembro, o mundo entrou num momento muito específico, que pode ser chamado de “estado de sítio”: uma série de garantias jurídicas fundamentais que permitiam assegurar a nossa segurança e a nossa liberdade foi posta em causa, de forma explícita ou indireta. A exceção tornou-se norma. A detenção de pessoas que supõem tratar-se de inimigos vulgarizou-se, as prisões sem julgamento também, a tortura com o objetivo de extrair à força informações e a submissão das populações de todo o mundo a sistemas de vigilância sem contrapontos legais tornaram-se comuns. Tudo isso resulta numa “re-balcanização” do mundo sobre um fundo de duas formas obscuras de desejo que afligem as sociedades contemporâneas: o apartheid (cada um quer viver apenas com os seus) e o sonho, funesto no meu ponto de vista, de uma comunidade sem estrangeiros. O presidente francês, François Hollande ensaiou a ideia de retirar a palavra “raça” da constituição francesa para lutar contra o racismo. Como encara esta atitude? Absolutamente inacreditável! Porque isso pressupõe que se nos confrontamos com um problema, basta eliminar o vocábulo que o define. Se os países africanos suprimirem a palavra “pobreza”, ela desaparece? Há qualquer coisa de estranho neste tipo de raciocínio. Creio que o presidente faria melhor se refletisse sobre as novas formas de racismo em França e buscasse métodos para as combater. O que pensa dos que denunciam um aumento do racismo antibranco? (Risos) Não devemos brincar. Não quero dizer que os não brancos não são capazes de atitudes racistas. Porém, o racismo tal como se desenvolveu no mundo moderno, implica a existência de mecanismos institucionais coercivos na atribuição de uma identidade. Neste momento, na correlação de forças mundial, desculpe, mas o mundo africano em particular não dispõe de recursos suscetíveis de estigmatizar pessoas de origem europeia. (Adaptado de: Entrevista de Achille Mbembe a Séverine Kodjo-Grandvaux. Trad. de C.F., Novo Jornal, 17 jan. 2014, p. 7) Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido, nos segmentos ... sendo apenas uma... e ... buscando a reafirmação da sua humanidade... (1º parágrafo), os verbos sublinhados podem ser corretamente substituídos por: a) uma vez que é − que busquem b) desde que seja − conforme se busque c) enquanto é − contanto que se busque d) enquanto é − de maneira a buscar e) desde que seja − caso busquem Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/645004 Questão 298: FCC - DP RS/DPE RS/2018 Assunto: Conjunção Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão. Tomando resolutamente a sério as narrativas dos “selvagens”, a análise estrutural nos ensina, já há alguns anos, que tais narrativas são precisamente muito sérias e que nelas se articula um sistema de interrogações que elevam o pensamento mítico ao plano do pensamento propriamentedito. Sabendo a partir de agora, graças às Mitológicas, de Claude Lévi-Strauss, que os mitos não falam para nada dizerem, eles adquirem a nossos olhos um novo prestígio; e, certamente, investi-los assim de tal gravidade não é atribuir-lhes demasiada honra. Talvez, entretanto, o interesse muito recente que suscitam os mitos corra o risco de nos levar a tomá-los muito “a sério” desta vez e, por assim dizer, a avaliar mal sua dimensão de pensamento. Se, em suma, deixássemos na sombra seus aspectos mais acentuados, veríamos difundir-se uma espécie de mitomania esquecida de um traço todavia comum a muitos mitos, e não exclusivo de sua gravidade: o seu humor. Não menos sérios para os que narram (os índios, por exemplo) do que para os que os recolhem ou leem, os mitos podem, entretanto, desenvolver uma intensa impressão de cômico; eles desempenham às vezes a função explícita de divertir os ouvintes, de desencadear sua hilaridade. Se estamos preocupados em preservar integralmente a verdade dos mitos, não devemos subestimar o alcance real do riso que eles provocam e considerar que um mito pode ao mesmo tempo falar de coisas solenes e fazer rir aqueles que o escutam. A vida cotidiana dos “primitivos”, apesar de sua dureza, não se desenvolve sempre sob o signo do esforço ou da inquietude; também eles sabem propiciar-se verdadeiros momentos de distensão, e seu senso agudo do ridículo os faz várias vezes caçoar de seus próprios temores. Ora, não raro essas culturas confiam a seus mitos a tarefa de distrair os homens, desdramatizando, de certa forma, sua existência. Essas narrativas, ora burlescas, ora libertinas, mas nem por isso desprovidas de alguma poesia, são bem conhecidas de todos os membros da tribo, jovens e velhos; mas, quando eles têm vontade de rir realmente, pedem a algum velho versado no saber tradicional para contá-las mais uma vez. O efeito nunca se desmente: os sorrisos do início passam a cacarejos mal reprimidos, o riso explode em francas gargalhadas que acabam transformando-se em uivos de alegria. (Adaptado de: CLASTRES, Pierre. A Sociedade contra o Estado. São Paulo, Ubu, 2017) Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido original, os termos sublinhados em Sabendo a partir de agora, graças às Mitológicas... (1º parágrafo) e ... desdramatizando, de certa forma, sua existência... (4º parágrafo) podem ser substituídos por: a) Uma vez que se sabe − de modo a desdramatizar b) Ainda que se saiba − a fim de desdramatizar c) Conquanto se sabe − porque se desdramatize d) Uma vez que se saiba − à medida que se desdramatize e) Muito embora se sabe − a ponto de desdramatizar-se Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/659851 Questão 299: FCC - AJ TRT14/TRT 14/Apoio Especializado/Estatística/2018 Assunto: Conjunção Permita-me uma pergunta um tanto primária para começar: você defende o silêncio como forma de resistência, mas de onde nasce o ruído? − Boa parte da nossa relação com o ruído procede do desenvolvimento tecnológico, especialmente em seu caráter mais portátil: sempre carregamos sobre nós dispositivos que nos recordam que estamos conectados, que nos avisam quando recebemos uma mensagem, que organizam os nossos horários com base no ruído. Esta circunstância veio incorporar-se às que já haviam tomado forma no século XX como hábitos contrários ao silêncio, especialmente nas grandes cidades, governadas pelo tráfego de veículos e por numerosas variedades de contaminação acústica. Neste contexto, o silêncio implica uma forma de resistência, uma maneira para manter a salvo uma dimensão interior frente às agressões externas. O silêncio permite-nos ser conscientes da conexão que mantemos com esse espaço interior, o silêncio a visibiliza, enquanto o ruído a esconde. Outra maneira de nos conectarmos com o nosso interior é o caminhar, que transcorre no mesmo silêncio. O maior problema, provavelmente, é que a comunicação eliminou os mecanismos próprios da conversação e se tornou altamente utilitarista com base nos dispositivos portáteis. O que você responderia a quem sustentasse que o silêncio é uma confissão de ignorância? − O silêncio é a expressão mais verdadeira e efetiva das coisas inomináveis. E a tomada de consciência de que há determinadas experiências para as quais a linguagem não serve, ou que a linguagem não alcança, é um traço decisivo do conhecimento. Nesse sentido, tradições como a cristã, em que o silêncio é muito importante, tornam-se reveladoras: a sabedoria dirige-se a compreender o que não se pode dizer, o que transcende a linguagem. Nessa mesma tradição, o silêncio é uma via de aproximação de Deus, o que também se pode interpretar como um conhecimento. Podemos utilizar o silêncio para nos conhecermos melhor, para nos distanciarmos do ruído. E este é um valor a reivindicar no presente. É por essa qualidade de resistência que se tacha de louco quem caminha sem rumo? Sim, é o que acontece. E por isso o caminhar, como o silêncio, é uma forma de resistência política. No momento de sair de casa, de movimentar-se, você de imediato se vê diante da interferência de critérios utilitaristas que evidenciam perfeitamente para onde você deve ir, por qual caminho e por qual meio. Caminhar porque sim, eliminando da prática qualquer tipo de apreciação útil, com uma intenção decidida de contemplação, implica uma resistência contra esse utilitarismo e, ocasionalmente, também contra o racionalismo, que é o seu principal benfeitor. A marcha permite advertir como é bonita a Catedral, como é brincalhão o gato que se esconde por ali, as cores do pôr do sol, sem qualquer finalidade, porque toda sua finalidade é esta: a contemplação do mundo. Frente a um utilitarismo que concebe o mundo como um meio para a produção, o caminhante assimila o mundo que as cidades contêm como um fim em si mesmo. E isso, claro, é contrário à lógica imperante. Daí a vinculação com a loucura. (Entrevista de Pablo B. Málaga com David le Breton. Trad. de Sílvio Diogo. Disponível em: https://www.pensarcontemporaneo.com) Sim, é o que acontece. E por isso o caminhar, como o silêncio, é uma forma de resistência política. As frases acima articulam-se em um único período, mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido original, em: a) Desde que o caminhar, como o silêncio, seja uma forma de resistência política, é, sim, o que acontece. b) Sim, é o que acontece, porque o caminhar, como o silêncio, é uma forma de resistência política. c) Sim, é o que acontece, posto que o caminhar, como o silêncio, é uma forma de resistência política. d) Conforme o caminhar, como o silêncio, seja uma forma de resistência política, é, sim, o que acontece. e) Sim, é o que acontece, de modo que o caminhar, como o silêncio, é uma forma de resistência política. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/674176 Questão 300: FCC - AFA (SEMAR PI)/SEMAR PI/2018 Assunto: Conjunção Atenção: Considere o texto abaixo para responder a questão abaixo. Com cerca de 16% da água doce disponível na Terra(c), o Brasil é um país rico nesse insumo que a natureza provê de graça. Cada habitante conta com mais de 43 mil m3 por ano dos mananciais, mas apenas 0,7% disso termina utilizado(e). Nações como a Argélia e regiões como a Palestina, em contraste, usam quase a metade dos recursos hídricos disponíveis, e outras precisam obter recursos hídricos por dessalinização de água do mar. Só em aparência, contudo, é confortável a situação brasileira(d). Em primeiro lugar, há o problema da distribuição: o líquido é tanto mais abundante onde menor é a população e mais preservadas são as florestas, como na Amazônia. No litoral do país, assim como nas regiões Sudeste e Nordeste (onde se concentra 70% da população), muitos centros urbanos já enfrentam dificuldades de abastecimento. Para anuviar o horizonte, sobrevêm os riscos de piora com o aquecimento global. Com as crescentes emissões de gases do efeito estufa, a atmosfera terrestreretém mais calor do Sol perto da superfície. Aumenta, assim, a temperatura das massas de ar, energia que alimenta os ventos e tempestades. Se os resultados das simulações do clima futuro feitas por modelos de computador estiverem corretos, algumas regiões poderão sofrer estiagens mais frequentes e graves, enquanto outras ficarão sujeitas a inundações. O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, um comitê com alguns dos maiores especialistas do país em climatologia, fez projeções sobre as alterações prováveis nas várias regiões, mas com diferentes graus de confiabilidade. As mais confiáveis valem para a Amazônia (aumento de temperatura de 5 °C a 6 °C e queda de 40% a 45% na precipitação até o final do século), para o emiárido, no Nordeste (respectivamente 3,5 °C a 4,5 °C e − 40% a − 50%), e para os pampas, no Sul (2,5 °C a 3 °C de aquecimento e 35% a 40% de aumento de chuvas). Não é possível afirmar com certeza que recentes secas no Sudeste e no Nordeste ou as inundações em Rondônia tenham relação direta com a mudança global e regional do clima. Tampouco se pode excluir que tenham(a). Por outro lado, é certo que esses flagelos, assim como o custo bilionário que acarretam, constituem uma boa amostra do que se deve esperar nas próximas décadas para o caso de o aquecimento global se agravar. Ficar sem água, porém, é cena cada vez mais incomum no Nordeste(b), mesmo no semiárido, região onde moram 22 milhões de pessoas e onde as chuvas são pouco previsíveis. Um sistema improvisado de cisternas e açudes já supre, ainda que de forma irregular, as necessidades básicas da população, mesmo a mais isolada. É uma realidade muito diferente das muitas secas do passado. Algumas das piores estiveram associadas ao fenômeno El Niño, aquecimento anormal das águas do Pacífico que costuma ser acompanhado de estiagens severas na Amazônia e no Nordeste. (Adaptado de: Projeto multimídia Líquido e Incerto. Autores: ALMEIDA, Lalo de. LEITE, Marcelo. GERAQUE, Eduardo. CANZIAN, Fernando. GARCIA, Rafael. AMORA, Dimmi. Disponível em: arte.folha.uol.com.br) Mantendo-se a correção e o sentido, sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, o termo sublinhado pode ser substituído pelo que se encontra entre parênteses em: a) Tampouco (Porquanto) se pode excluir que tenham. b) Ficar sem água, porém, (muito embora) é cena cada vez mais incomum no Nordeste... c) Com cerca de (o equivalente à) 16% da água doce disponível na Terra... d) Só em aparência, contudo, (entretanto) é confortável a situação brasileira. e) ... mas (conquanto) apenas 0,7% disso termina utilizado. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/653847 Questão 301: FCC - AJ TRT11/TRT 11/Apoio Especializado/Odontologia/2017 Assunto: Conjunção Três em cada quatro brasileiros se consideram católicos. Pelas contas do Censo 2000, para uma população total em torno de 170 milhões de habitantes, o Brasil entra no século XXI aproximadamente com 125 milhões de católicos declarados, praticamente três quartos da população residente total. Quer dizer que no início do terceiro milênio ainda é possível a esse país, o maior e mais populoso da “América católica”, continuar ostentando com fundamento em dados estatísticos cientificamente controlados e religiosamente isentos sua histórica posição de nação com hegemonia católica, que um dia lhe valeu o desgastado título que o aclama como “o maior país católico do mundo”. Tradicionalmente autoaplicado por seus habitantes em conotações que, a bem da verdade, sofrem polarizações e inflexões de toda espécie e grau, que vão do contentamento envaidecido sem ressalvas ao lamento aborrecido sem reservas, a plausibilidade desse superlativo identitário pode estar com os dias contados. Não obstante a permanência ininterrupta da enorme desigualdade em tamanho e estatura das religiões no Brasil, não é mais possível, nos dias que correm, desconhecer que a sociedade brasileira está passando por um processo de transição religiosa que é notório. Visível a olho nu. Mas não só, uma vez que se trata de um processo que tem sido há décadas acompanhado atentamente, e comprovado a frio reiteradamente, pelas estatísticas censitárias. Esse lento vir a ser, ao mesmo tempo matemático e falastrão, vai pouco a pouco desfigurando nosso velho semblante cultural com a introdução gradual, mas nem por isso menos corrosiva, de estranhamentos e distâncias, descontinuidades e respiros no batido ramerrão do imaginário religioso nacional. Com efeito, hoje se assiste em nosso país a um vigoroso movimento de transição demográfico-religiosa que já assumiu a forma de progressiva migração de contingentes católicos para outras religiões. Ou mesmo para nenhuma. (Adaptado de: PIERUCCI, Antonio Flávio. Religiões no Brasil. In: BOTELHO, André e SCHWARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda Brasileira: temas de uma sociedade em mudança. Companhia das Letras, 2011, p. 472-473) Visível a olho nu. Mas não só, uma vez que se trata de um processo que tem sido há décadas acompanhado atentamente, e comprovado a frio reiteradamente, pelas estatísticas censitárias. Propõe-se reescrever o trecho acima eliminando o ponto final e iniciando a frase por "Trata-se de um processo". Uma formulação aceitável, por não prejudicar o sentido e a correção originais, deve conter o seguinte segmento: a) ainda que também seja visível a olho nu. b) à medida que é visível a olho nu. c) sendo, pois, visível a olho nu. d) entretanto será visível a olho nu. e) quando visível a olho nu. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/455420 Questão 302: FCC - AJ TST/TST/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017 Assunto: Conjunção A coletânea de aforismos que constituem os dois volumes de Humano, demasiado humano, considerado o marco inicial do segundo período da produção de Nietzsche, é um ajuste de contas definitivo com as ideias fundamentais do sistema filosófico de Schopenhauer. Dedicando o livro à memória do filósofo francês Voltaire e escolhendo como epígrafe uma citação de René Descartes, Nietzsche já o insere simbolicamente na tradição da filosofia das Luzes, caracterizada pela confiança no poder emancipatório da ciência, em seu triunfo contra as trevas da ignorância e da superstição. Não por acaso, portanto, a obra tem como subtítulo Um livro para espíritos livres. Se, para o jovem Nietzsche, era a arte – e não a ciência – o que constituía a atividade metafísica do homem, em Humano, demasiado humano ela é destituída desse privilégio. Fazendo uma referência velada a pressupostos fundamentais da filosofia de Schopenhauer, dos quais partilhara, Nietzsche toma agora o cuidado de se afastar criticamente deles. “Que lugar ainda resta à arte? Antes de tudo, ela ensinou, através de milênios, a olhar com interesse e prazer a vida, em todas as suas formas. Essa doutrina foi implantada em nós; ela vem à luz novamente agora como irresistível necessidade de conhecer. O homem científico é o desenvolvimento do homem artístico”. Se, para o jovem Nietzsche, o aprofundamento do conhecimento científico conduzia à proliferação de um saber erudito e estéril, que sufocava a vida, para o Nietzsche do período intermediário o conhecimento científico torna livre o espírito. Pouco mais tarde, Nietzsche aprofundaria seu novo entendimento relativo ao papel da ciência e à oposição entre esta e a arte. Contrapondo-se àqueles que valorizam apenas a imaginação e as obras- primas do disfarce estético, o filósofo afirma: “eles pensam que a realidade é horrível; contudo, não pensam que o conhecimento até da mais horrível realidade é belo, do mesmo modo que aquele que conhece bastante e amiúde está, por fim, muito longe de considerar horrível o grande todo da realidade, cuja descoberta lhe proporciona sempre felicidade. A felicidade do homem do conhecimento aumenta a beleza do mundo”. (Adaptado de: GIACOIA JUNIOR, Oswaldo. Nietzsche. São Paulo, Publifolha, 2000, p. 42-46) Sem prejuízo para o sentido estabelecidono segmento e a correção gramatical, o elemento sublinhado em ... contudo, não pensam que o conhecimento até da mais horrível realidade é belo... pode ser substituído por a) muito embora. b) conquanto. c) porquanto. d) por conseguinte. e) todavia. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/584030 Questão 303: FCC - AJ TRT20/TRT 20/Apoio Especializado/Odontologia/2016 Assunto: Conjunção Atenção: Leia o texto abaixo para responder à questão. Zé de Julião, muito além do cangaço Em 1977 estava em Sergipe para realizar um episódio do Globo Repórter; adentrei os sertões e cheguei a Poço Redondo. A pequenez da cidade contrastava com a riqueza cultural e a hospitalidade dos seus moradores. A alegria do encontro com sua gente guardava outras surpresas. Poço Redondo é o epicentro simbólico da história do cangaço. Aí morreram Lampião e Maria Bonita, e muitos outros. Aí conheci o escritor e historiador de sua gente, meu saudoso amigo Alcino Alves Costa. E foi dele que ouvi oralmente a história de Zé de Julião. Nesse momento, o cangaço deixou de ser um coletivo para mim e passei a ver nele a dimensão dos seus integrantes como pessoas reais em suas individualidades, grandezas e misérias. Foi aí também que nos prometemos, eu e Alcino, a realizar um filme sobre a extraordinária vida daquele homem, que de alguma forma une os dois grandes símbolos da cultura brasileira: o cangaço e Brasília. O cangaço, representativo da insubmissão violenta à opressão, e Brasília, esse marco da grande utopia de uma nação democrática, justa para todos, e pela qual continuamos a lutar. Aconteceu; e não foi só um filme, são dois. Em 2012, realizei o ficção “Aos ventos que virão”. Hoje entrego ao povo sergipano o “Zé de Julião, muito além do cangaço”, documentário que busca contar a vida desse homem de caminhos com tantas alegrias, tragédias e símbolos. (Adaptado de: PENNA, Hermano. Disponível em: http://expressaosergipana.com.br) Estabelece relação de finalidade, no contexto, o vocábulo sublinhado em: a) a dimensão dos seus integrantes como pessoas reais (2º parágrafo). b) E foi dele que ouvi oralmente a história de Zé de Julião (1º parágrafo). c) o cangaço deixou de ser um coletivo para mim e passei a ver nele (2º parágrafo). d) Em 1977 estava em Sergipe para realizar um episódio (1º parágrafo). e) um filme sobre a extraordinária vida daquele homem (2º parágrafo). Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/437765 Questão 304: FCC - Ana (PGE MT)/PGE MT/Bacharel em Direito/2016 Assunto: Conjunção Mato Grosso é uma terra de vários sotaques. Com influência de gaúchos, mineiros, paulistas, portugueses, negros, índios e espanhóis, o Estado não tem uma fala própria. Em lugares como Sorriso, Lucas do Rio Verde e Sinop, o acento do Sul fica mais evidente. É claro que a língua é porosa, e a influência se faz presente, até mesmo nas comunidades mais fechadas. Contudo, em Mato Grosso, temos o falar cuiabano, talvez o sotaque mais marcado da língua portuguesa. Com expressões próprias como “vôte” e “sem-graceira”, esse falar se mistura com uma entonação diferente, como a desnasalização no final de algumas palavras. Infelizmente ele é um dos menos retratados na cultura nacional, nunca apareceu em uma novela ou filme de sucesso nacional. Adaptado de: Linguajar. Disponível em: www.mt.gov.br/cultura O emprego de Contudo, em destaque no início do segundo parágrafo, atende ao propósito discursivo de a) apresentar o falar cuiabano, em contraste com Sorriso, Lucas do Rio Verde e Sinop, como uma variante sem influências externas. b) destacar o valor do falar cuiabano, relativizando a importância das variedades de sotaques para a língua portuguesa falada em Mato Grosso. c) sugerir que o falar cuiabano, ao contrário do que se afirmou sobre as comunidades mais fechadas, está sujeito a influências externas. d) enfatizar o fato de que o falar cuiabano, assim como ocorre no restante do estado, tem uma influência preponderante do acento do Sul. e) evidenciar a singularidade do falar cuiabano, em contraste com a afirmação de que Mato Grosso não tem uma fala própria. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/435714 Questão 305: FCC - Ana (PGE MT)/PGE MT/Bacharel em Direito/2016 Assunto: Conjunção É comum afirmarem que a Música é tão velha quanto o homem, porém talvez seja mais acertado falar que, como Arte, tenha sido ela, entre as artes, a que mais tardiamente se caracterizou. O nocionamento do valor decorativo de qualquer criação humana, seja o objeto, o gesto, a frase, o canto, muito provavelmente derivou do tecnicamente mais benfeito. Um machado de pedra mais bem lascado, uma lança mais bem polida, o próprio gesto mais bem realizado, ao mesmo tempo que mais úteis e eficazes, tornam-se naturalmente mais agradáveis. Já o canto, a música, porém, para reunir à sua manifestação o valor estético do agradável, do decorativo, parece exigir mais que a ocasionalidade do apenas mais benfeito. Este valor estético do decorativo exige nela maior organização da técnica, sons fixos, determinação de escalas, etc. E pela sua própria função mágico-social, a música primitiva se via impedida de nocionar o agradável sonoro. E com efeito, se observarmos os povos primitivos atuais, somos forçados a reconhecer que, na grande maioria deles, a música é a menos organizada entre as artes, e a menos rica de possibilidades estéticas. Não a menos importante nem a menos estimada, mas a menos livre, a menos aproveitada em suas potencialidades técnicas e artísticas. As artes manufaturadas e, quase tanto como elas, a dança atingem frequentemente, entre os primitivos, uma verdadeira virtuosidade. As artes da palavra, na poesia das lendas e mitos, nas manifestações da oratória, se apresentam já bastante aproveitadas e tradicionalizadas como técnica. De tais manifestações já podemos, por nossa compreensão de civilizados à europeia, dizer que são artes legítimas porque se sujeitaram a normas técnicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor decorativo incontestável, que a nós já nos é possível apreciar. Aspectos que a música dos primitivos apresenta em estado ainda muitíssimo precário. (Adaptado de: ANDRADE, Mário de. Pequena história da música. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2015, p. 11-12.) ... são artes legítimas porque sujeitas a normas técnicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor decorativo incontestável... O vocábulo sublinhado equivale a a) por conseguinte b) porquanto c) quiçá d) de sorte que e) conquanto Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/435730 Questão 306: FCC - Ana (PGE MT)/PGE MT/Bacharel em Direito/2016 Assunto: Conjunção É comum afirmarem que a Música é tão velha quanto o homem, porém talvez seja mais acertado falar que, como Arte, tenha sido ela, entre as artes, a que mais tardiamente se caracterizou. O nocionamento do valor decorativo de qualquer criação humana, seja o objeto, o gesto, a frase, o canto, muito provavelmente derivou do tecnicamente mais benfeito. Um machado de pedra mais bem lascado, uma lança mais bem polida, o próprio gesto mais bem realizado, ao mesmo tempo que mais úteis e eficazes, tornam-se naturalmente mais agradáveis. Já o canto, a música, porém, para reunir à sua manifestação o valor estético do agradável, do decorativo, parece exigir mais que a ocasionalidade do apenas mais benfeito. Este valor estético do decorativo exige nela maior organização da técnica, sons fixos, determinação de escalas, etc. E pela sua própria função mágico-social, a música primitiva se via impedida de nocionar o agradável sonoro. E com efeito, se observarmos os povos primitivos atuais, somos forçados a reconhecer que, na grande maioria deles, a música é a menos organizada entre as artes, e a menos rica de possibilidades estéticas. Não a menos importantenem a menos estimada, mas a menos livre, a menos aproveitada em suas potencialidades técnicas e artísticas. As artes manufaturadas e, quase tanto como elas, a dança atingem frequentemente, entre os primitivos, uma verdadeira virtuosidade. As artes da palavra, na poesia das lendas e mitos, nas manifestações da oratória, se apresentam já bastante aproveitadas e tradicionalizadas como técnica. De tais manifestações já podemos, por nossa compreensão de civilizados à europeia, dizer que são artes legítimas porque se sujeitaram a normas técnicas conscientemente definidas, e, embora sempre rituais, já dotadas de valor decorativo incontestável, que a nós já nos é possível apreciar. Aspectos que a música dos primitivos apresenta em estado ainda muitíssimo precário. (Adaptado de: ANDRADE, Mário de. Pequena história da música. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2015, p. 11-12.) E com efeito, se observarmos os povos primitivos atuais, somos forçados a reconhecer que, na grande maioria deles, a música é a menos organizada entre as artes, e a menos rica de possibilidades estéticas. Não a menos importante nem a menos estimada, mas a menos livre, a menos aproveitada em suas potencialidades técnicas e artísticas. As artes manufaturadas e, quase tanto como elas, a dança atingem frequentemente, entre os primitivos, uma verdadeira virtuosidade. Nesse trecho, o autor faz uso de construções do tipo: a) condicional e conformativa. b) consecutiva e conformativa. c) adversativa e proporcional. d) condicional e comparativa. e) proporcional e comparativa. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/435728 Questão 307: FCC - Med Trab (METRO SP)/METRO SP/2016 Assunto: Conjunção Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo. Nascido nos Estados Unidos da América em 30 de abril de 1916, Claude E. Shannon obteve o título de doutor no MIT, em 1937, com trabalho notável em "Álgebra de Boole", propondo circuitos elétricos capazes de executar as principais operações da Lógica clássica. Quatro anos antes (23 de junho de 1912) de seu nascimento, em Londres, nascera Allan M. Turing, que também se interessou por encontrar meios de realizar operações lógicas e aritméticas, fazendo uso de máquinas. Suas ideias resultaram no importante conceito de "Máquina de Turing", paradigma abstrato para a computação, apresentado durante seus estudos, no King's College, em Cambridge, no ano de 1936. Entre 1936 e 1938, Turing viveu em Princeton-NJ onde realizou seu doutorado estudando problemas relativos à criptografia. Assim, Shannon e Turing, de maneira independente, trabalhavam, simultaneamente, em comunicações e computação, dois tópicos que, combinados, hoje proporcionam recursos antes inimagináveis para o mundo moderno das artes, da ciência, da medicina, da tecnologia e das interações sociais. Contemporaneamente à eclosão da Segunda Guerra Mundial, Shannon e Turing gestavam ideias abstratas sofisticadas, tentando associá-las ao mundo concreto das máquinas que, gradativamente, tornavam-se fatores de melhoria da qualidade de vida das populações. A Segunda Grande Guerra utilizou-se de tecnologias sofisticadas para a destruição. Os bombardeios aéreos causaram muitas mortes e devastaram cidades. Evitá-los e preveni-los eram questões de vida ou morte e, para tanto, ouvir as comunicações dos inimigos e decifrar seus códigos era uma atividade indispensável. Os países do eixo tinham desenvolvido sofisticadas técnicas de comunicação criptografada utilizada para planejar ataques inesperados às forças aliadas. Shannon e Turing, então, com seu conhecimento sofisticado da matemática da informação deduziram as regras alemãs de codificação, levando os aliados a salvar muitas de suas posições de ataques nazistas. Pode-se dizer que uma boa parte da inteligência de guerra dos aliados vinha desses dois cérebros privilegiados. Finda a guerra, Shannon passou a trabalhar nos laboratórios Bell, propondo a "Teoria da Informação", em 1948. Com carreira profícua, notável pela longevidade e muitos trabalhos importantes, deixou sua marca nas origens das comunicações digitais. Faleceu aos 85 anos (em 24 de fevereiro de 2001), deixando grande legado intelectual e tecnológico. Turing, após o término da guerra, ingressou como pesquisador da Universidade de Manchester, sofrendo ampla perseguição por ser homossexual. Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química, em 1952. Essa sequência de dissabores levou-o ao suicídio, em 7 de junho de 1954. Shannon viu sua teoria transformar o mundo, com o nascimento da internet. Turing, entretanto, não viu sua máquina se transformar em lap-tops e tablets que hoje povoam, até, o imaginário infantil. (PIQUEIRA, José Roberto Castilho. “Breve contextualização histórica”, In: “Complexidade computacional e medida da informação: caminhos de Turing e Shannon”, Estudos Avançados, Universidade de São Paulo, v. 30, n. 87, Maio/Agosto 2016, p.340-1) Mesmo vivendo na avançada Inglaterra, foi condenado à castração química, em 1952. Na frase acima, a conjunção grifada apresenta sentido a) consecutivo. b) condicional. c) concessivo. d) temporal. e) causal. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/428570 Questão 308: FCC - Sold (PM BA)/PM BA/2023 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Para responder a questão, leia a crônica O importuno, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 13/07/1966. − Que negócio é esse? Ninguém me atende? A muito custo, atenderam; isto é, confessaram que não podiam atender, por causa do jogo com a Bulgária. − Mas que tenho eu com o jogo com a Bulgária, façam-me o favor? E os senhores por acaso foram escalados para jogar? O chefe da seção aproximou-se, apaziguador: − Desculpe, cavalheiro. Queira voltar na quinta-feira, 14. Quinta-feira não haverá jogo, estaremos mais tranquilos. − Mas prometeram que meu papel ficaria pronto hoje sem falta. − Foi um lapso do funcionário que lhe prometeu tal coisa. Ele não se lembrou da Bulgária. O Brasil lutando com a Bulgária, o senhor quer que o nosso pessoal tenha cabeça fria para informar papéis? − Perdão, o jogo vai ser logo mais, às quinze horas. É meio-dia, e já estão torcendo? − Ah, meu caro senhor, não critique nossos bravos companheiros, que fizeram o sacrifício de vir à repartição trabalhar quando podiam ficar em casa ou na rua, participando da emoção do povo… − Se vieram trabalhar, por que não trabalham? − Porque não podem, ouviu? Porque não podem. O senhor está ficando impertinente. Aliás, disse logo de saída que não tinha nada com o jogo com a Bulgária! O Brasil em guerra − porque é uma verdadeira guerra, como revelam os jornais − nos campos da Europa, e o senhor, indiferente, alienado, perguntando por um vago papel, uma coisinha individual, insignificante, em face dos interesses da pátria! − Muito bem! Muito bem! − funcionários batiam palmas. − Mas, perdão, eu… eu… − Já sei que vai se desculpar. O momento não é para dissensões. O momento é de união nacional, cérebros e corações uníssonos. Vamos, cavalheiro, não perturbe a preparação espiritual dos meus colegas, que estão analisando a Seleção Búlgara e descobrindo meios de frustrar a marcação de Pelé. O senhor acha bem o 4-2-4 ou prefere o 4-3-3? − Bem, eu… eu… − Compreendo que não queira opinar. É muita responsabilidade. Eu aliás não forço opinião de ninguém. Esta algazarra que o senhor está vendo resulta da ampla liberdade de opinião com que se discute a formação do selecionado. Todos querem ajudar, por isso cada um tem sua ideia própria, que não se ajusta com a ideia do outro, mas o resultado é admirável. A unidade pela diversidade. Na hora da batalha, formamos uma frente única. − Está certo, mas será que, voltando na quinta-feira, eu encontro o meu papel pronto mesmo? − Ah, o senhor é terrível, nem numa hora dessas esquece o seu papelzinho! Eu disse quinta-feira? Sim,certamente, pois é dia de folga no campeonato. Mas espere aí, com quatro jogos na quarta-feira, e o gasto de energia que isso determina, como é que eu posso garantir o seu papel para quinta-feira? Quer saber de uma coisa? Seja razoável, meu amigo, procure colaborar. Procure ser bom brasileiro, volte em agosto, na segunda quinzena de agosto é melhor, depois de comemorarmos a conquista do Tri. − E… se não conquistarmos? − Não diga uma besteira dessas! Sai, azar! Vá-se embora, antes que eu perca a cabeça e… Vozes indignadas: − Fora! Fora! O servente sobe na cadeira e comanda o coro: − Bra-sil! Bra-sil! Bra-sil! Estava salva a honra da torcida, e o importuno retirou-se precipitadamente. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Quando é dia de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 2014) É invariável quanto a gênero e a número o termo sublinhado em: a) Mas prometeram que meu papel ficaria pronto hoje sem falta. b) Que negócio é esse? c) Eu aliás não forço opinião de ninguém. d) É muita responsabilidade. e) Na hora da batalha, formamos uma frente única. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2348388 Questão 309: FCC - TJ TRT18/TRT 18/Apoio Especializado/Enfermagem do Trabalho/2023 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Atenção: Considere o poema de Fernando Pessoa para responder à questão. Às vezes, em sonho triste Nos meus desejos existe Longinquamente um país Onde ser feliz consiste Apenas em ser feliz. Vive-se como se nasce Sem o querer nem saber. Nessa ilusão de viver O tempo morre e renasce Sem que o sintamos correr. O sentir e o desejar São banidos dessa terra. O amor não é amor Nesse país por onde erra Meu longínquo divagar. Nem se sonha nem se vive: É uma infância sem fim. Parece que se revive Tão suave é viver assim Nesse impossível jardim. (PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1997) Verifica-se rima (ou seja, coincidência final de sons) entre palavras de mesma classe gramatical em a) “assim”/“jardim”. b) “triste”/“existe”. c) “país”/“feliz”. d) “terra”/“erra”. e) “existe”/“consiste”. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2340581 Questão 310: FCC - Prof (SEC BA)/SEC BA/Linguagem/Língua Portuguesa/2022 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Leia a tirinha abaixo para responder à questão. Sobre a tirinha, é correto afirmar que a) tanto somos (II) quanto entendi (II) são ocorrências de verbos com sujeito oculto. b) por empresas privadas (I) cumpre a função de complemento verbal; enquanto privados (II) é o núcleo do predicativo do sujeito. c) não entendi nada (II) é um exemplo de dupla negativa que acaba por ratificar a ação expressa pelo verbo “entender”. d) por empresas privadas (I) tem a função de agente da passiva; enquanto o público (II) exerce a função de núcleo do sujeito. e) em transporte público (I), a palavra público é um adjetivo; enquanto em o público (II) ela é substantivo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2296971 Questão 311: FCC - AJ TRT5/TRT 5/Apoio Especializado/Medicina Psiquiatria/2022 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Atenção: Leia o trecho inicial do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, para responder à questão. A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço; outro, o ferro ao pé. Havia também a máscara de folha de flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras. O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia- se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora, quitandando. Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia, vinha promessa: “gratificar-se-á generosamente”, – ou “receberá uma boa gratificação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoutasse. (Adaptado de: Assis, Machado de. 50 contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007) Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Os termos sublinhados acima constituem, respectivamente, a) uma preposição, um artigo e um pronome. b) um pronome, um artigo e um pronome. c) um artigo, um pronome e um artigo. d) um pronome, um pronome e um artigo. e) uma preposição, um pronome e um artigo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2293562 Questão 312: FCC - AJ TRT4/TRT 4/Apoio Especializado/Engenharia Civil/2022 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Para responder a questão, considere o texto de Mario Quintana. Velha história Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenininho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou- o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava a trote, que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelo café. Como era tocante vê-los no "17"! – o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo o jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial... Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado. E eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o homem ao peixinho: “Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terrasempre triste!...” Dito isso, verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho n’água. E a água fez redemoinho, que foi depois serenando, serenando até que o peixinho morreu afogado... (Mario Quintana. Eu passarinho. São Paulo: Ática, 2014) Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava a trote, que nem um cachorrinho. (1º parágrafo) Considerando o contexto, os termos sublinhados constituem, respectivamente, a) um pronome, um artigo, um artigo e uma preposição. b) uma preposição, um pronome, um pronome e um artigo. c) um pronome, um pronome, um pronome e um artigo. d) um artigo, um artigo, um artigo e uma preposição. e) um artigo, um artigo, um pronome e uma preposição. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2112102 Questão 313: FCC - Cons Tec (CM Fortal)/CM Fortaleza/Jurídico/2019 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Falso mar, falso mundo O mundo anda cada vez mais complicado, o que não é bom. O frágil corpo humano não foi feito para competir com a máquina, conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento técnico-científico, o conflito fica mais duro para o nosso lado. Mas nesta semana vi na TV uma reportagem que me horrorizou como prova de que, a cada dia, mais renunciamos às nossas prerrogativas de seres vivos e nos tornamos robotizados. Foi a “praia artificial” no Japão (logo no Japão, arquipélago penetrado e cercado de mar por todos os lados!). É um galpão imenso, maior que qualquer aeroporto, coberto por uma espécie de cúpula oblonga, de plástico. E filas à entrada, lá dentro um guichê, o pessoal paga a entrada, que é cara, e some. Deve entrar no vestiário, ou antes, no despiário, pois surgem já convenientemente seminus, como se faz na praia. Pois que debaixo daquele imenso teto de plástico está um mar, com a sua praia. Mar que, na tela, aparece bem azul com ondas de verdade, coroadas de espuma branca; ondas tão fortes que chegam a derrubar as pessoas e sobre as quais jovens atletas surfam e rebolam. E um falso sol, de luz e calor graduáveis; e a praia é de areia composta por pedrinhas de mármore. Não sei se pelo comportamento dos figurantes, a gente tinha a impressão absoluta de que assistia a uma cena de animação figurada em computador. A única presença viva, destacando-se no elenco de bonecos, era a repórter, apresentadora do espetáculo. Já se viu! Se fosse uma honesta piscina de água morna, tudo bem. Mas fingir as ondas, falsificar um sol bronzeando, de trinta e cinco graus, e toda aquela gente se deitando com a simulação e depois voltando para a rua vestida nos seus casacos! Me deu pena, horror, sei lá. Aquilo não pode deixar de ser pecado. Falsificar com tanta impudência as criações da natureza, e pra quê! (Adaptado de: QUEIROZ, Rachel. Melhores crônicas. São Paulo: Global Editora, 1994, edição digital) O frágil corpo humano não foi feito para competir com a máquina, conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento técnico-científico, o conflito fica mais duro para o nosso lado. Os elementos sublinhados acima constituem, respectivamente: a) preposição − pronome − artigo b) pronome − artigo − preposição c) artigo − pronome − preposição d) preposição − artigo − pronome e) artigo − preposição − pronome Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1014296 Questão 314: FCC - ADG Jr (METRO SP)/METRO SP/Administração de Empresas/2019 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão. Para ele, o fim do ano era sempre uma época dura(B), difícil de suportar. Sofria daquele tipo de tristeza mórbida(A) que acomete algumas pessoas nos festejos de Natal e de Ano-Novo. No seu caso havia uma razão óbvia para isso(D): aos setenta anos, solteirão, sem parentes, sem amigos, não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa alguma. O jeito era tomar um porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: além da solidão, tinha de suportar a ressaca. No passado, convivera muito tempo com a mãe. Filho único, sentia-se obrigado a cuidar da velhinha que cedo enviuvara. Não se tratava de tarefa fácil: como ele, a mãe era uma mulher amargurada(E). Contra a sua vontade, tinha casado, em 31 de dezembro de 1914 (o ano em que começou a Grande Guerra, como ela fazia questão de lembrar) com um homem de quem não gostava, mas que pais e familiares achavam um bom partido. Resultado desse matrimônio: um filho e longos anos de sofrimento e frustração. O filho tinha de ouvir suas constantes e ressentidas queixas. Coisa que suportava estoicamente; não deixou, contudo, de sentir certo alívio quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa que retornava a cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera, no hospital, ela lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um primo, que acabou se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo mudara-se, e ela nunca mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem, nada. Nem ao menos um cartão de Natal. No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral não recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope. Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo cartão, uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel sorrindo para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase: “Eu te amo.” A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo por quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta promessa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele. Por quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo?(C) Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava uma mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida, claro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o cartão de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal. (SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28) O substantivo está posposto ao termo que o qualifica na expressão sublinhada em: a) Sofria daquele tipo de tristeza mórbida b) Para ele, o fim do ano era sempre uma época dura c) Que secreto desígnio haveria atrás daquilo d) No seu caso havia uma razão óbvia para isso e) como ele, a mãe era uma mulher amargurada Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1117686 Questão 315: FCC - ACer (Pref SJRP)/Pref SJRP/2019 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Em Atenas, um devedor, ao ter sua dívida cobrada pelo credor, primeiro pôs-se a pedir-lhe um adiamento, alegando estar com dificuldade. Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía... Os termos sublinhados na fábula constituem, respectivamente, a) preposição − artigo − pronome b) pronome − pronome − artigo c) artigo − pronome − pronome d) pronome − artigo − artigo e) preposição − pronome − artigo Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1273685 Questão 316: FCC - Ana Adm (SANASA)/SANASA/Contabilidade/2019 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras A bela cidade de Praga é um monumento a Franz Kafka, o mais ilustre de seus escritores. Toma todo um dia visitar as esculturas a ele dedicadas, as casas onde viveu, os cafés que frequentava. Comove-me ver, no Museu Franz Kafka, sua Carta ao Pai, que nuncaenviou. Essa longa carta foi a primeira coisa que li dele. Eu me dava muito mal com meu pai, de quem tinha medo, e me identifiquei com o texto desde as primeiras linhas, sobretudo quando Kafka acusa seu progenitor de ter feito dele um homem inseguro, desconfiado da sua própria vocação. Recém-formado, Kafka começa a trabalhar numa companhia de seguros, afirmando que esse trabalho matará sua vocação; como poderia chegar a ser um escritor alguém que dedica tantas horas a um afazer alimentício? Todos os escritores se fizeram perguntas parecidas. Mas este fez o que a maioria deles não faz: escrever em todos os momentos livres que tinha, e, embora tenha publicado pouco em vida, deixar uma obra de longuíssimo fôlego. Nada me parece mais triste que alguém que, como Kafka, foi capaz de escrever tantos livros jamais tenha sido reconhecido enquanto vivia, e só postumamente se notasse que foi um dos grandes. O pedido a seu amigo Max Brod para que queimasse seus inéditos revela que acreditava ter fracassado como escritor, embora talvez restasse alguma expectativa otimista, porque, do contrário, ele mesmo os teria queimado. A propósito de Max Brod, um dos poucos contemporâneos que acreditavam no talento de Kafka, há agora uma retomada dos ataques que já lhe fizeram no passado. Que injustiça! O mundo deveria estar grato a Max Brod, por ter, em vez de acatado a decisão do amigo a quem admirava, salvado para os leitores do futuro uma das obras mais originais da literatura. Hermann Kafka, o destinatário da carta que seu filho nunca lhe enviou, não teve contato nenhum com a literatura. Dedicou-se ao comércio, abrindo lojas que tiveram certo êxito e elevaram os níveis de vida da família. O melhor amigo de Kafta foi sem dúvida Max Brod, que, naqueles anos, já havia publicado alguns livros. Foi um dos primeiros a perceber o gênio do escritor e o estimulou sem trégua a acreditar em si mesmo, algo que efetivamente ocorreu, pois Kafka, quando escrevia, perdia a insegurança da qual sempre padeceu e se tornava um insólito inventor de pessoas e histórias. (Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. 19/5/19. Disponível em: brasil.elpais.com) Foi um dos primeiros a perceber o gênio do escritor e o estimulou sem trégua a acreditar em si mesmo Os termos sublinhados acima constituem, respectivamente: a) artigo – preposição – pronome b) preposição – pronome – artigo c) artigo – pronome – preposição d) preposição – artigo – pronome e) pronome – artigo – preposição Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/983460 Questão 317: FCC - Cons Tec (CM Fortal)/CM Fortaleza/Legislativo/2019 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de quatro meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, por exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois do almoço, fazia regularmente um discurso acadêmico, ornado de tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de crer. Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua! − Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa Reverendíssima está vendo. Isto é todos os dias. − Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre de Babel, segundo nos conta a Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe... − Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, concordou o alienista, depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana, e puramente científica, e disso trato... − Vá que seja, e fico ansioso. Realmente! (ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25) Em e menos ainda o inexplicável de alguns casos. e Um, por exemplo, um rapaz bronco e vilão, os termos sublinhados constituem a) substantivo e adjetivo, respectivamente. b) substantivos. c) adjetivos. d) adjetivo e substantivo, respectivamente. e) advérbio e adjetivo, respectivamente. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1014970 Questão 318: FCC - Cons Tec (CM Fortal)/CM Fortaleza/Legislativo/2019 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras Não vês, Lise, brincar esse menino Com aquela avezinha? Estende o braço, Deixa-a fugir; mas apertando o laço, A condena outra vez ao seu destino. Nessa mesma figura, eu imagino, Tens minha liberdade, pois ao passo, Que cuido que estou livre do embaraço, Então me prende mais meu desatino. Em um contínuo giro o pensamento Tanto a precipitar-me se encaminha, Que não vejo onde pare o meu tormento. Mas fora menos mal esta ânsia minha, Se me faltasse a mim o entendimento, Como falta a razão a esta avezinha. (Adaptado de: PROENÇA FILHO, Domício. (org.). A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996, p. 71-72) − Tanto a precipitar-me se encaminha, − Se me faltasse a mim o entendimento, Os termos sublinhados constituem a) conjunções. b) conjunção e pronome, respectivamente. c) partícula expletiva e conjunção, respectivamente. d) pronomes. e) pronome e conjunção, respectivamente. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1014975 Questão 319: FCC - PEB (PM MG)/PM MG/Língua Portuguesa/2012 Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras O que é uma espécie? Se você visitar o Parque Provincial de Algonquin, em Ontário, Canadá, poderá ouvir os uivos solitários dos lobos e, com um pouco de sorte, observará ao menos de relance uma alcateia correndo, ao longe, através da floresta. Mas quando chegar em casa todo contente por ter avistado aqueles animais, qual a espécie de lobo você dirá ter encontrado? Se for tirar a dúvida com dois ou três cientistas, talvez ouça diferentes respostas. Pode até acontecer de um deles ficar em dúvida e lhe dizer que se trata dessa ou daquela espécie. É surpreendente ver o quanto os cientistas vêm debatendo para chegar a um consenso sobre algo tão simples e decidir se esse ou aquele grupo de organismos constitui ou não uma espécie. Talvez isso se deva ao latim, que deu nomes às espécies, carregados de uma certeza absoluta, levando o público a pensar que as regras são muito simples. Charles Darwin se divertia com essa questão. "É engraçado ver como diferentes ideias se manifestam nas diferentes mentes dos naturalistas, quando eles falam em 'espécies' ”, escreveu em 1856. "Tudo isso resulta da tentativa de definir o indefinível." As espécies, de acordo com Darwin, nunca foram entidades fixas que surgiram quando da criação. Elas evoluíram. Cada grupo de organismos que chamamos de espécie surgiu como uma variedade a partir de espécies mais antigas. Com o passar do tempo, a seleção natural os transformou, enquanto se adaptavam ao ambiente. Entretanto outras variedades se tornaram extintas. Uma variedade antiga, no final, torna-se completamente diferente de todos os outros organismos − e isso é o que entendemos como uma espécie em si. "Eu vejo o termo 'espécie' como um conceito arbitrário, cunhado apenas por mera conveniência, para designar um grupo de indivíduos muito semelhantes entre si", disse Darwin. (Fragmento adaptado de Carl Zimmer, Scientific American Brasil, edição 111, agosto de 2011, http://www2.uol.com.br/sciam/aula_aberta/o_ que_e_uma_especie_html) Se for tirar a dúvida com dois ou três cientistas, talvez ouça diferentes respostas. Sobre os efeitos de sentido obtidos com a construção da frase acima, é correto afirmar: a) A elipse do pronome você, queviria antes da locução verbal for tirar, indica que o autor está se dirigindo a todos os leitores e não a um leitor em particular. b) A anteposição do adjetivo diferentes ao substantivo por ele modificado sugere uma delimitação mais estrita de respostas do que se o adjetivo estivesse posposto. c) O emprego do advérbio talvez e a conjugação do verbo ouvir no presente do subjuntivo reforçam o caráter dubitativo e hipotético da situação exposta. d) O uso da conjunção ou em dois ou três cientistas tende a acentuar a ambiguidade da frase, que já é equívoca de saída por iniciar-se com a conjunção se. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1250550 Questão 320: FCC - AJ TRT18/TRT 18/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2023 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo. Encenação da morte A vida nos quer, a morte nos quer. Somos o resultado da tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam. Esse equilíbrio não é estável. Amplo, diverso e elástico é o campo de força da vida, e vale a mesma coisa para o campo da morte. Se ficamos facilmente deprimidos ou exaltados é em razão das oscilações de intensidade desses dois campos magnéticos, sendo o tédio o relativo equilíbrio entre os dois. Às vezes é mais intensa a pressão da vida, outras vezes é mais intensa a pressão da morte. Não se quer dizer com isso que a exaltação seja a morte e a depressão seja a vida. Há exaltações e exultações que se polarizam na morte, assim como há sistemas de depressão que gravitam em torno da vida. O estranho, do ponto de vista biológico, é que somos medularmente solitários com ambos os estados de imantação mais intensa, os da vida e os da morte. Não aproveitamos apenas a vida, mas usufruímos também as experiências da morte, desde que essas não nos matem. Ganhei várias vezes da morte, isto é, inúmeras vezes os papéis que a morte representou para mim não chegaram a ser convincentes ou não chegaram a fazer grande sucesso. Matei várias mortes. (...) Mas outro dia dei dentro de mim com uma morte tão madura, tão forte, tão irrespondível, tão parecida comigo que fiquei no mais confuso dos sentimentos. Esta eu não posso matar, esta é a minha morte. O Vinícius de Moraes, que entende muito de morte, disse que nesse terreno há sempre margem de erro, e que talvez eu tenha ainda de andar um bocado mais antes de encontrar a minha morte. Pode ser. Não sei. Quem sabe? (Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Org. Augusto Massi. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 246-248, passim) Ao tratar da morte, o cronista atribui à morte um poder de imantação tal que acaba por identificar a morte como uma força que, paradoxalmente, exerce uma estranha atração até mesmo sobre os que temem a morte. Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: a) atribui-lhe − identificá-la − a temem b) lhe atribui − identificar a ela − lhe temem c) atribui-lhe − a identificar − temem-lhe d) atribui nela − lhe identificar − temem-na e) a atribui − identificar-lhe − a temem Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2339971 Questão 321: FCC - PJ (MPE MT)/MPE MT/2019 Assunto: Colocação pronominal Antropologia reversa É sempre tarefa difícil – no limite, impossível – compreender o outro não a partir de nós mesmos, ou seja, de nossas categorias e preocupações, mas de sua própria perspectiva e visão de mundo. “Quando os antropólogos chegam”, diz um provérbio haitiano, “os deuses vão embora”. Os invasores coloniais europeus, com raras exceções, consideravam os povos autóctones do Novo Mundo como crianças amorais ou boçais supersticiosos – matéria escravizável. Mas como deveriam parecer aos olhos deles aqueles europeus? “Onde quer que os homens civilizados surgissem pela primeira vez”, resume o filósofo romeno Emil Cioran, “eles eram vistos pelos nativos como demônios, como fantasmas ou espectros, nunca como homens vivos! Eis uma intuição inigualável, um insight profético, se existe um”. O líder ianomâmi Davi Kopenawa, porta-voz de um povo milenar situado no norte da Amazônia e ameaçado de extinção, oferece um raro e penetrante registro contra-antropológico do mundo branco com o qual tem convivido: “As mercadorias deixam os brancos eufóricos e esfumaçam todo o resto em suas mentes [...] Seu pensamento está tão preso a elas, são de fato apaixonados por elas! Dormem pensando nelas, como quem dorme com a lembrança saudosa de uma bela mulher. Elas ocupam seu pensamento por muito tempo, até vir o sono. Os brancos não sonham tão longe quanto nós. Dormem muito, mas só sonham consigo mesmos”. (Adaptado de GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 118-119) Estão plenamente adequados o emprego e a colocação pronominal na frase: a) Ainda que não atenham-se aos princípios que regem a cultura nativa, os colonizadores deveriam respeitar-lhes na diferença que lhes constitui. b) Ao ver os nativos, os colonizadores lhes julgam como crianças amorais e supersticiosas, imputando-as uma extrema ingenuidade. c) Diante dos nativos, os colonizadores consideram-nos incapazes de constituir uma cultura equivalente àquela dos europeus. d) A cultura europeia, de cuja os colonizadores tanto se orgulham, tem pouco a ver com a dos nativos, que também lhes vangloriam. e) Se afastando dos valores de uma cultura, acaba-se por desconsiderá-la a importância que ela deve ter a partir de si mesma. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1005124 Questão 322: FCC - Proc (SANASA)/SANASA/Jurídico/2019 Assunto: Colocação pronominal [O tempo sem rumo] As datas deveriam nos fixar no tempo como as coordenadas geográficas nos fixam no espaço, mas a analogia não funciona. O tempo não tem pontos fixos, o tempo é uma sombra que dá a volta na Terra. Ou a Terra é que dá voltas na sombra. Nossa única certeza é que será sempre a mesma sombra – o que não é uma certeza, é um terror. Na nossa fome de coordenadas no tempo nos convencemos até que dias da semana têm características. Que uma terça-feira, por exemplo, não serve para nada. Que terça é o dia mais sem graça que existe, sem a gravidade de uma segunda – dia de remorso e decisões – e o peso da quarta, que centraliza a semana. Gostaríamos que passar pelos dias fosse como passar por meridianos e paralelos, a evidência de estarmos indo numa direção, não entrando e saindo da mesma sombra. Não passando por cada domingo com a nítida impressão de que já estivemos aqui antes. Já que não há coordenadas e pontos fixos no tempo, contentemo-nos com as metáforas fáceis. Este nosso milênio se estende como um imenso pergaminho à nossa frente, esperando para ser preenchido. Podemos escolher nosso destino, desenhar nossos próprios meridianos e paralelos e prováveis novos mundos. É verdade que a passagem do tempo não se mede apenas pelo retorno aos domingos, também se mede pela degradação orgânica, e que a cada domingo estaremos mais perto daquela sombra que nunca acaba... Nenhum de nós chegará muito longe neste milênio. Mas é bom saber que ele está, aqui, quase inteiro, sempre à nossa espera. (Adaptado de VERISSIMO, Luis Fernando. Em algum lugar do paraíso. São Paulo: Objetiva, 2011, p. 7) O autor do texto tem em mira o tempo, ele examina as características do tempo, imputa ao tempo o dom de nos aterrorizar em virtude das consequências que advêm do tempo. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: a) examina-o suas características − lhe imputa − lhe advêm b) lhe examina suas características − imputa-lhe − o advêm c) lhes examina as características − o imputa − advêm-lhe d) o examina as características − imputa-o − advêm-no e) lhe examina as características − imputa-lhe − dele advêm Esta questão possui comentáriodo professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/989616 Questão 323: FCC - AGA (Pref Recife)/Pref Recife/2019 Assunto: Colocação pronominal Planos da natureza Gabam-se os homens de serem hábeis planejadores. E somos. Mas não queiramos exclusividade absoluta. A natureza é a rainha dos planejamentos. Aprendemos com ela a identificar para cada necessidade seu melhor atendimento. Mas fomos além: chegamos a criar carências só pelo prazer de atendê-las. Exemplo? Ouve-se a toda hora: não sei o que seria de mim sem meu celular. Foram necessários milhares de anos para o homem finalmente descobrir o que lhe é vital: um smartphone. “Com ele planejo meu dia, me oriento, me situo na vida” − dirá um contemporâneo. De fato, o planejamento, como ferramenta da previsão e da organização do trabalho eficaz e necessário, muitas vezes revela-se indispensável. Mas quando quero me certificar da vantagem de um planejamento, observo a natureza, em algum plano que ela traçou para manter vivas suas leis essenciais. E alguém duvida de que ela tenha suas próprias razões de planejamento? (Aristeu Villas-Boas, inédito) O emprego das formas pronominais e verbais se dá de modo plenamente adequado na frase: a) Não há porque não planejar; reservam-se aos que planejam com eficiência o mérito de muitas conquistas. b) Eles haviam resguardado-se de planejar, e os imprevistos da operação acabaram tragando-lhes. c) O motivo por que se planeja prende-se aos objetivos finais de quem os tem claros e bem definidos. d) Os planejamentos em cujos estávamos envolvidos requiseram de nós muito empenho e dedicação. e) Planejar porquê? − haverá de se perguntar, como costuma ocorrer, os que dão extremo valor aos improvisos. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/758233 Questão 324: FCC - AJ TRE SP/TRE SP/Apoio Especializado/Relações Públicas/2017 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. Discussão – o que é isso? A palavra discussão tem sentido bastante controverso: tanto pode indicar a hostilidade de um confronto insanável (“a discussão entre vizinhos acabou na delegacia”) como a operação necessária para se esclarecer um assunto ou chegar a um acordo (“discutiram, discutiram e acabaram concordando”). Mas o que toda discussão supõe, sempre, é a presença de um outro diante de nós, para quem somos o outro. A dificuldade geral está nesse reconhecimento a um tempo simples e difícil: o outro existe, e pode estar certo, sua posição pode ser mais justa do que a minha. Entre dois antagonistas há as palavras e, com elas, os argumentos. Uma discussão proveitosa deverá ocorrer entre os argumentos, não entre as pessoas dos contendores. Se eu trago para uma discussão meu juízo já estabelecido sobre o caráter, a índole, a personalidade do meu interlocutor, a discussão apenas servirá para a exposição desses valores já incorporados em mim: quero destruir a pessoa, não quero avaliar seu pensamento. Nesses casos, a discussão é inútil, porque já desistiu de qualquer racionalização. As formas de discussão têm muito a ver, não há dúvida, com a cultura de um povo. Numa sociedade em que as emoções mais fortes têm livre curso, a discussão pode adotar com naturalidade uma veemência que em sociedades mais “frias” não teria lugar. Estão na cultura de cada povo os ingredientes básicos que temperam uma discussão. Seja como for, sem o compromisso com o exame atento das razões do outro, já não haverá o que discutir: estaremos simplesmente fincando pé na necessidade de proclamar a verdade absoluta, que seria a nossa. Em casos assim, falar ao outro é o mesmo que falar sozinho, diante de um espelho complacente, que refletirá sempre a arrogância da nossa vaidade. (COSTA, Teobaldo, inédito) No caso de uma discussão, é preciso que os contendores reconheçam essa discussão como uma forma de diálogo, que não vejam nessa discussão uma oportunidade para suas vaidades, mas que se aproveitem dessa discussão para pôr à prova a força de seus argumentos. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: a) reconheçam-lhe − a vejam − lhe aproveitem b) a reconheçam − a vejam como − dela se aproveitem c) lhe reconheçam − lhe vejam como − aproveitem dela d) reconheçam-na − vejam-na − aproveitem-lhe e) reconheçam-lhe − vejam-lhe − se aproveitem dela Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/460705 Questão 325: FCC - Esp RT (ARTESP)/ARTESP/Direito/III/2017 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. Escritora nigeriana elenca sugestões feministas para educar crianças A escritora nigeriana Chimamanda Adichie tornou-se uma das difusoras do movimento feminista desde seu discurso "Sejamos Todos Feministas", em 2015. Naquela época, Adichie já havia lançado quatro romances que a consagraram como expoente da literatura africana. Agora ela acaba de publicar o livro "Para Educar Crianças Feministas − Um Manifesto", em que propõe a ruptura do preconceito e da misoginia por meio da educação de novas gerações. No livro, ela acredita ter finalmente reunido o sumo de sua visão sobre a "doutrina". Apesar do título, o livro não se dirige apenas a pais e mães, mas a "todos os que pensam no feminismo como uma palavra negativa e que associam o movimento a posições extremistas", explica a autora. "É minha maneira de dizer 'olhe por esse lado'. A questão da injustiça de gênero é que as coisas são feitas assim há tanto tempo que elas são vistas como normais." Se o tema consolida parte do público que se vê representada por suas reflexões, implica também uma perda. Ela recorda que, em um evento na Nigéria, um homem lhe disse que deixara de gostar de sua obra quando ela começou a falar de feminismo. "Há muita hostilidade à ideia de feminismo. O mundo é sexista e a misoginia é praticada tanto por homens quanto por mulheres", diz. (Adaptado de: NOGUEIRA, Amanda. Folha de S. Paulo, 03/03/2017) Se as teses feministas estão em debate, muitos veem as teses feministas como extravagantes, não reconhecendo nas teses feministas o sentido amplamente democrático que os ativistas emprestam às teses feministas. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: a) as veem − as reconhecendo − lhes emprestam b) veem-nas − reconhecendo-lhes − as emprestam c) as veem − reconhecendo nelas − lhes emprestam d) lhes veem − reconhecendo nelas − emprestam-nas e) veem elas − lhes reconhecendo − emprestam-nas Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/489392 Questão 326: FCC - Red Rev (ALMS)/ALMS/2016 Assunto: Colocação pronominal Atenção: A questão refere-se ao período que segue. Assim que foram entregues os documentos das crianças ao funcionário que iria conferir os documentos, o funcionário pediu às crianças que permanecessem frente ao guichê 5, no guichê devolveria os documentos às crianças em meia hora. As repetições indesejáveis presentes na frase acima são eliminadas, em conformidade com a norma- padrão da língua, com a substituição dos segmentos destacados, respectivamente, por: a) que iria conferir-lhes − ele pediu a elas − no qual os devolveria às mesmas b) que iria conferi-los − ele lhes pediu − em que os devolveria a elas c) que iria conferir a eles − ele lhes pediu − em cujo lhes devolveria os mesmos d) que os iria conferir − o mesmo pediu-lhes − do qual os devolveria aos mesmos e) que lhes iria conferir − ele as pediu − onde lhes devolveria aqueles Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/411878 Questão 327: FCC - TNS (PGM Teresina)/Pref Teresina/Analista de Sistemas/2016 Assunto: Colocação pronominal Ao flagrar-se representado no quadro que Gauguin ...I... , Van Gogh ficou surpreso, porque ..I..I.. como alguém que ..I.I.I.. . Preenche,correta e respectivamente, as lacunas I, II e III, preservando a correção e a clareza da frase: a) o apresentou – se reconhecia – estivesse enlouquecendo b) lhe apresentou – se reconhecera – esteja enlouquecendo c) lhe apresenta – se reconhecesse – estivera enlouquecendo d) o apresentasse – se reconheceria – está enlouquecendo e) lhe apresentara – se reconheceu – estava enlouquecendo Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/413572 Questão 328: FCC - Med Fisc (CREMESP)/CREMESP/2016 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. Leituras e adolescência No meu tempo de ensino médio, entrada da adolescência, os livros de Português ou as “seletas” adotadas eram implacáveis: não se buscava o gosto já formado do estudante, ofereciam-se a eles sobretudo textos consagrados do século XIX. Modernismo? Quase nada (certamente uma pena, diga-se). Se algumas dessas leituras nos chateavam bastante, outras, por diversas razões, prendiam nosso interesse. Intrigava-nos uma palavra nova, uma expressão curiosa, uma construção sintática desconhecida, e nossa imaginação era chamada a frequentar linguagens incomuns. Não se passava a mão na cabecinha dos adolescentes, entregando-lhes o que podiam mastigar sem esforço: chamavam-nos para as diferenças e desafios da literatura adulta, para o impacto que ela promovia em nós. Certamente havia aberrações nessa didática conservadora, mas havia também o estímulo para a dificuldade e para o desconhecido, para o inabitual e o “novo” que pode haver no “velho”. Mas a recomendação que se pode fazer, sem querer recuar para programas obsoletos ou rígidas opções, é esta: tirar o estudante do trono em que a sociedade de consumo e a pedagogia da facilitação o colocaram e lhe oferecer um espelho no qual, em vez de ver apenas seu próprio rosto refletido, veja também tudo o que está ao seu lado, e logo atrás dele, e muito atrás dele, alimentando ainda sua mais acesa expectativa quanto ao que estará por vir. (Tibúrcio Calógeras, inédito) Quanto ao hábito da leitura, devemos todos estimular o hábito de leitura entre os jovens, de modo que venham a adquirir o hábito de leitura acompanhado do prazer que ao hábito de leitura se agrega. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por: a) estimular-lhe − adquirir-lhe − nele se agrega b) estimulá-lo − lhe adquirir − a ele se agrega c) estimular-lhe − adquiri-lo − se agrega ao mesmo d) lhe estimular − o adquirir − lhe agrega-se e) estimulá-lo − adquiri-lo − se lhe agrega Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/426288 Questão 329: FCC - AJ TRT23/TRT 23/Administrativa/"Sem Especialidade"/2016 Assunto: Colocação pronominal Em 1949, quando o pai morreu, Manoel herdou suas terras em Corumbá. Pensou inicialmente em vender as terras, mas a mulher convenceu Manoel a restabelecer raízes no Pantanal. Por ocasião do lançamento de "O Guardador das Águas", que daria a Manoel o seu primeiro Prêmio Jabuti, afirmou: "Entre o poeta e a natureza ocorre uma eucaristia”. Fazendo-se as alterações necessárias, os elementos sublinhados acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em: a) vendê-las − convenceu-o − lhe daria b) vender-lhes − convenceu-lhe − daria-lhe c) as vender − convenceu-lhe − o daria d) vendê-las − lhe convenceu − daria-no e) vender-lhes − o convenceu − lhe daria Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/337766 Questão 330: FCC - TRE (SEFAZ MA)/SEFAZ MA/Tecnologia da Informação/2016 Assunto: Colocação pronominal Os árabes usavam mosaicos de azulejos para ornamentar as paredes de seus palácios, conferindo às paredes brilho e ostentação. Influenciados pela técnica mourisca, artesãos espanhóis e portugueses simplificaram a técnica e adaptaram a técnica aos padrões ocidentais. Fazendo-se as devidas alterações, os elementos sublinhados acima estão corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em: a) conferindo-as – adaptaram-lhe b) lhe conferindo − a adaptaram c) conferindo-lhes − adaptaram-na d) conferindo-a – lhes adaptaram e) conferindo-as – as adaptaram Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/400493 Questão 331: FCC - AJ TRF3/TRF 3/Apoio Especializado/Medicina (Clínica Geral)/2016 Assunto: Colocação pronominal O pior no meu entender está na poesia brasileira, tanto quanto a nossa literatura não imediatamente comercial, ter sido convertida, no empenho de fazê-la alcançar um público mais amplo do que o cada vez mais arredio público frequentador de livrarias, em remédio chato de tomar. Indicados pelos professores como leitura obrigatória a alunos sem maior curiosidade intelectual, esses livros, essas antologias ministradas sob receita pedagógica traem a finalidade precípua da literatura, que é a de deleitar. Dou a este verbo uma etimologia poética, pouco me importando saber se é falsa, possível ou verdadeira. Vejo-o nucleado na palavra “leite”, o alimento primeiro e essencial que reconcilia o nascituro com o mundo no qual se vê repentinamente atirado, sem consulta prévia, e que o faz imaginá-lo, como nos poemas de William Blake, antes o paraíso dos prazeres da idade da inocência que o prosaico reino de deveres da idade da experiência. (Adaptado de: PAES, José Paulo. Apud. SILVA, Marcia Cristina. José Paulo Paes: entre o crítico literário e o poeta para crianças. Revista FronteiraZ, São Paulo, n. 8, julho de 2012.) fazê-la alcançar − Vejo-o nucleado − faz imaginá-lo Os pronomes dos segmentos acima se referem, respectivamente, a: a) literatura não imediatamente comercial – este verbo – o paraíso b) literatura não imediatamente comercial − leite − o alimento primeiro c) leitura obrigatória − o alimento primeiro − o mundo d) poesia brasileira − o nascituro − o paraíso e) poesia brasileira − este verbo − o mundo Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/358538 Questão 332: FCC - AJ TRT15/TRT 15/Apoio Especializado/Odontologia/2015 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder às questões de números, considere o texto abaixo. Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma das maiores vergonhas da humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo. Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é uma das maiores vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou escondermos a infâmia. Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de Benjamin Skinner que ficou gravado nos meus neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar à conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra época da história humana. Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica − a exploração braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som do chicote. [...] Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo jamais feito sobre a escravidão atual. Promovido pela Associação Walk Free, o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...] A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava, continua a espantar o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos. Falamos, na grande maioria, de gente que continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais" em condições semelhantes às dos escravos do Brasil nas roças. Conclusões principais do estudo? Pessoalmente,interessam-me duas. A primeira, segundo o Global Slavery Index, é que a escravidão é residual, para não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista". De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela. A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a existir. Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na Ásia e até na América Latina? [...] O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo algumas vergonhas passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, não têm final feliz. (Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br) Mas é possível retirar uma segunda conclusão... (8º parágrafo) ... pode relembrar ao mundo algumas vergonhas... (último parágrafo) ... não têm final feliz. (último parágrafo) Os segmentos sublinhados acima são corretamente substituídos por pronomes em: a) retirá-la - relembrar-lhe - o têm b) retirá-la - relembrá-las - têm-no c) retirar-lhe - lhe relembrar - têm-no d) a retirar - relembrá-lo - o têm e) lhe retirar - o relembrar - o têm Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/272411 Questão 333: FCC - AP (MANAUSPREV)/MANAUSPREV/Administrativa/2015 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão. Numa definição solta, a floresta tropical é um tapete multicolorido, estruturado e vivo, extremamente rico. Uma colônia extravagante de organismos que saíram do oceano há 400 milhões de anos e vieram para a terra. Dentro das folhas ainda existem condições semelhantes às da primordial vida marinha. Funciona assim como um mar suspenso, que contém uma miríade de células vivas, muito elaborado e adaptado. Em temperatura ambiente, usando mecanismos bioquímicos de complexidade quase inacessível, processam-se átomos e moléculas, determinando e regulando fluxos de substâncias e energias. A mítica floresta amazônica vai muito além de um museu geográfico de espécies ameaçadas e representa muito mais do que um simples depósito de carbono. Evoluída nos últimos 50 milhões de anos, a floresta amazônica é o maior parque tecnológico que a Terra já conheceu, porque cada organismo seu, entre trilhões, é uma maravilha de miniaturização e automação. Qualquer apelo que se faça pela valorização da floresta precisa recuperar esse valor intrínseco. Cada nova iniciativa em defesa da floresta tem trilhado os mesmos caminhos e pressionado as mesmas teclas. Neste comportamento, identificamos o que Einstein definiu como a própria insanidade: “fazer a mesma coisa, de novo, esperando resultados diferentes”. Análises abrangentes mostram numerosas oportunidades para a harmonização dos interesses da sociedade contemporânea com uma Amazônia viva e vigorosa. Para chegarmos lá, é preciso compenetração, modéstia, dedicação e compromisso com a vida. Com os recursos tecnológicos disponíveis, podemos agregar inteligência à ocupação, otimizando um novo uso do solo, que abra espaço para a reconstrução ecológica da floresta. Podemos também revelar muitos outros segredos ainda bem guardados da resiliente biologia tropical e, com isso, ir muito além de compreender seus mecanismos. A maioria dos problemas atuais podem se resolver por meio dos diversos princípios que guiam o funcionamento da natureza. Uma lista curta desses princípios, arrolados pela escritora Janine Benyus, constata que a natureza é propelida pela luz solar; utiliza somente a energia de que necessita; recicla todas as coisas; aposta na diversidade; demanda conhecimento local; limita os excessos internamente; e aproveita o poder dos limites. (Adaptado de: NOBRE, Antônio Donato. O Futuro Climático da Amazônia. Disponível em: www.ccst.inpe.br) Considere: recuperar esse valor intrínseco mostram numerosas oportunidades compreender seus mecanismos Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos sublinhados acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em: a) o recuperar − mostram-lhes − os compreender b) lhe recuperar − as mostram − compreendê-los c) recuperar-lhe − mostram-nas − compreender-lhes d) recuperá-lo − mostram-nas − compreendê-los e) recuperá-lo − lhes mostram − lhes compreender Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/272721 Questão 334: FCC - ACE (TCM-GO)/TCM GO/Controle Externo/2015 Assunto: Colocação pronominal Pátrio poder Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido? A questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, mas, se fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é "provavelmente sim". Uma série de estudos sugere que a influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que não chegue a ser nula, é menor do que a imaginada e se dá por vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa hipótese foi a psicóloga Judith Harris no final dos anos 90. Para Harris, os jovens vêm programados para ser socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições e nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças com as quais convivem. Um dos muitos argumentos que ela usa para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não terminam falando com a pronúncia dos genitores, mas sim com a dos jovens que os cercam. As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado por bandos de no máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças era heterogêneo, reunindo meninos e meninas de várias idades. Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a) garoto(a) tende a socializar-se mais com coleguinhas do mesmo sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com a exacerbação de características mais marcantes. Meninas se tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno encontra outros maus alunos, que constituirão uma subcultura onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O mesmo vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir meios que valorizem a leitura e a aplicação nos estudos. Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e a escola que frequentará. (Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo, 7/12/2014) Formam-se grupos de alunos nas escolas. O que determina esses grupos não é uma orientação formal; o que constitui esses grupos, o que traça os contornos desses grupos, são as afinidades individuais. Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por a) lhes determina − lhes constitui − traça-lhes os contornos b) os determina − constitui-lhes − os traça seus contornos c) os determina − os constitui − lhes traça os contornos d) determina-lhes − os constitui − traça a seus contornos e) determina-os − constitui-os − os traça contornos Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/256819 Questão 335: FCC - AJ TRT9/TRT 9/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2015 Assunto: Colocação pronominal Atenção: A questão refere-se ao texto que segue. Questão de ênfase A ênfase é um modo suspeito de expressão. Se há casos em que ela se torna indispensável, como nas tragédias ou na comicidade extrema, na maioria das vezes é um artifício do superficial que se deseja profundo, do lateral que aspira ao centro, do insignificanteque se pretende substancial. É a fala em voz gritada, o gargalhar sistemático, a cadeia de interjeições, a produção de caretas, o insistente franzir do cenho, o repetitivo arquear de sobrancelhas, a pronúncia caprichosa de palavras e frases que se querem sentenciosas e inesquecíveis. Na escrita, a ênfase acusa-se na profusão de exclamações, na sistemática caixa alta, nos grafismos espaçosos. Na expressão oral, a ênfase compromete a verdade de um sentimento já de si enfático: despeja risadas antecipando o final da própria piada, força o tom compungido antes de dar a má notícia e se marca no uso indiscriminado de termos como “com certeza” e “literalmente”, por exemplo: “Esse aluno está literalmente dando o sangue na prova de Física.” Com a ênfase, todos os gestos compõem uma dramaturgia descontrolada. A ênfase também parece desconfiar do alcance de nossa percepção usual, e nos acusa, se reclamamos do enfático. Este sempre acha que ficaremos encantados com a medida do seu exagero, e nos atribui insensibilidade se não o admiramos. Em suma: o enfático é um chato que se vê a si mesmo como um superlativo. Machado de Assis, por exemplo, não suportava gente que dissesse “Morro por doce de abóbora!”. Por sua vez, o poeta Manuel Bandeira enaltecia a “paixão dos suicidas que se matam sem explicação”. Já o enfático vive exclamando o quão decisivo é ele ser muito mais vital do que todos os outros seres humanos. (Augusto Tolentino, inédito) Nos casos de uso indiscriminado da ênfase, atribui-se à ênfase um efeito retórico que na verdade enfraquece a ênfase, em vez de explorar os atributos da ênfase que podem justificar a ênfase como um expediente de bom estilo. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se corretamente os elementos sublinhados, na ordem dada, por: a) atribui-se à ela − lhe enfraquece − explorar seus atributos − justificá-la b) atribui-se a ela – a enfraquece − explorar seus atributos − justificá-la c) a ela se atribui − enfraquece-lhe − explorá-la nos atributos − justificá-la d) atribui-lhe − a enfraquece − lhe explorar os atributos − lhe justificar e) se lhe atribui − enfraquece-a − explorar seus atributos − justificar-lhe Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/326309 Questão 336: FCC - ADP (DPE SP)/DPE SP/Administrador/2015 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. Barbárie e civilização Em 1777, o ferino filósofo francês Voltaire escreveu: “O mundo começa a civilizar-se um pouco; mas que ferrugem espessa, que noite grosseira, que barbárie dominam ainda certas províncias, sobretudo entre os probos agricultores tão louvados em elegias e éclogas, entre lavradores inocentes e vigários de aldeia, que por um escudo arrastariam os irmãos para a prisão e vos apedrejariam se duas velhas, vendo-vos passar, exclamassem: herege! O mundo está melhorando um pouco; sim, o mundo pensante, mas o mundo bruto será ainda por muito tempo um composto de animais, e a canalha será sempre de cem para um. É para ela que tantos homens, mesmo com desdém, mostram compostura e dissimulam; é a ela que todos querem agradar; é dela que todos querem arrancar vivas; é para ela que se realizam cerimônias pomposas; é só para ela, enfim, que se faz do suplício de um infeliz um grande e soberbo espetáculo” (O preço da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 29-30) Estão adequadas ambas as construções pronominais indicadas entre parênteses, como alternativas válidas, no contexto, para as expressões sublinhadas em: a) Voltaire atribui aos grosseiros (atribui-lhes) a responsabilidade por aplaudirem a barbárie (lhe aplaudirem). b) As velhas acusam a vítima (acusam-lhe) de herege e os bárbaros seguem as velhas (seguem- nas) em seu preconceito. c) Os poetas idealistas louvam os campesinos (lhes louvam), ignorando os defeitos deles (ignorando-lhes os defeitos). d) Muitos homens querem agradar as massas (as agradar), não hesitando em cortejar as mesmas (cortejar-lhes). e) Para que aprimoremos a civilização (a aprimoremos), é preciso prestigiar os pensantes (prestigiá-los). Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/327696 Questão 337: FCC - AJ TRT9/TRT 9/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2015 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão. A Áustria entrou para a história da inteligência do século 20 como fonte de gênios − Sigmund Freud, o criador da psicanálise, e o pintor expressionista Egon Schiele são alguns deles. Em outra face, menos vistosa, foi também um dos berços mentais do nazismo. Numa perspectiva mais amena, vastas regiões do país são conhecidas pela sua beleza inóspita, altas montanhas, desfiladeiros e precipícios onde a neve e o verde competem, sob a proteção de hospedarias pitorescas, para atrair turistas ao som da música típica do Tirol. Lá viveu, também, Thomas Bernhard (1931-1989), um dos mais agressivos escritores do século passado − e alguém que, radicado na Áustria desde criança, dedicou sua vida a falar mal do país, a ponto de tornar esse mal-estar um dos pontos centrais de sua arte. Um dos itens de seu testamento foi a proibição expressa de que peças suas fossem representadas e seus textos inéditos fossem publicados no país − o mesmo país que, hoje, subsidia a tradução de seus livros para o resto do mundo. Podemos nos perguntar como um projeto aparentemente tão limitado − que um leigo creditaria a uma mera expressão de ressentimento confessional − possa de fato se transformar em grande literatura. Em livros como O náufrago, Árvores abatidas e Extinção, um narrador exasperado e aparentemente sem rumo, que se realiza em frases a um tempo irresistíveis e intermináveis, vai como que destruindo a golpes de medida impaciência qualquer possibilidade de remissão humana. Um exemplo: “Num hotel do centro de Viena, cidade que sempre tratou pensadores e artistas com a maior falta de consideração e desfaçatez possíveis e que poderia com certeza ser chamada de o grande cemitério de fantasias e das ideias, porque dilapidou, desperdiçou e aniquilou um número mil vezes maior de gênios do que aqueles aos quais de fato emprestou fama e renome mundial, foi encontrado morto um homem que, com absoluta clareza de pensamento, deixou registrado num bilhete o verdadeiro motivo de seu suicídio, bilhete que, então, prendeu ao paletó.” O trecho é de um dos textos que compõem O imitador de vozes. Distinta de suas narrativas mais conhecidas, a obra mantém intactas a linguagem e a verve de Thomas Bernhard. Há um humor sombrio em todas as páginas, mas nada se reduz a uma anedota − o leitor ri de algo que não consegue controlar ou definir. Este meticuloso painel do desespero se compõe de breves relatos aparentemente jornalísticos, casos curiosos ou inexplicáveis. O narrador dessas histórias, em que não há quase nada de onírico ou alegórico, frequentemente é uma representação coletiva: “chamou-nos a atenção”, “conhecemos um homem”. Esse “nós”, que nunca se apresenta, é a representação de um coro, uma voz coletiva, o temível “senso comum” − ou a voz da Áustria, que Thomas Bernhard transformou numa província asfixiante e opressiva e numa das obras mais desconcertantes da literatura ocidental. (Adaptado de: TEZZA, Cristovao. Disponível em: http://www. cristovaotezza.com.br/textos/p_resenhas.htm) Considere os segmentos sublinhados: atrair turistas que compõem “O imitador de vozes”. a obra mantém intactas a linguagem e a verve Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos sublinhados acima foram corretamente substituídos por um pronome em: a) atraí-los - lhe compõem - lhes mantém b) atrair-lhes - o compõem - mantém-nas c) atrair-lhes - compõem-no - mantém-lhes d) atraí-los - o compõem - mantém-nas e) atrair-lhes - lhe compõem - as mantém Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/326537 Questão 338: FCC - Adm (DPE RR)/DPERR/2015 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas, mas acabei me cansando de tê-los e perdê-los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes do bairro. Pedi ao moço de recados, quando veio apanhar a crônica para o jornal, que me comprasse um chapéu-de-chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros. Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual a origem desse carinho. Pensando bem, ele talvez derive do fato de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante. Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para sumir. (Adaptado de: BRAGA, Rubem. Coisas antigas. In: 200 Crônicas escolhidas. 13. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998, p.217-9) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi feita corretamente em: a) quando veio apanhar a crônica = quando veio apanhar-lhe b) Depois de cumprir meus afazeres = Depois de cumprir-nos c) Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas = Já lhes tive d) pendurei o guarda-chuva = pendurei-no e) Pedi ao moço de recados = Pedi-lhe Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/323464 Questão 339: FCC - APE (TCE-RS)/TCE RS/Arquitetura/2014 Assunto: Colocação pronominal Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte. Por mais que em nosso discurso nós, os mais velhos, afirmemos que a tal da educação para a cidadania “supõe a boa convivência no espaço público, entre outras coisas", não temos conseguido praticar tal ensinamento com os mais novos, sobretudo porque não sabemos como fazer isso. Há muitas escolas com boa vontade nesse sentido, mas sem saber o que fazer para evitar que seus alunos se confrontem com grosseria e que aprendam a compartilhar respeitosamente o espaço comum. O instrumento mais utilizado pela escola ainda é a punição, em suas várias formas. Ações afirmativas nesse sentido são difíceis de ser encontradas no espaço escolar. Não sabemos ensinar às crianças a boa convivência no espaço público porque não a praticamos. Ora, como ensinar o que não sabemos, como esperar algo diferente dos mais novos, se eles não mais têm exemplos de comportamento adulto que os orientem? (Adaptado de: SAYÃO, Rosely. Folha de S. Paulo, 17/06/2014) A educação para a cidadania é um objetivo essencial, mas comprometem essa educação para a cidadania os que pretendem praticar a educação para a cidadania sem dotar a educação para a cidadania da visibilidade das atitudes públicas. Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo- se os segmentos sublinhados, respectivamente, por: a) comprometem-lhe − praticá-la − dotar-lhe b) comprometem ela − praticar-lhe − dotá-la c) comprometem-na − praticá-la − dotá-la d) comprometem a mesma − a praticar − lhe dotar e) comprometem a ela − lhe praticar − a dotar Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/252627 Questão 340: FCC - AFTE (SEFAZ PE)/SEFAZ PE/2014 Assunto: Colocação pronominal Instruções: A questão refere-se ao texto abaixo. Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os heróis das lendas populares ou as personagens das velhas farsas de mamulengos. Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma sucessão de tentativas erradas. Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe. Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual. Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito. O vestuário da personagem − fraquezinho humorístico, calças lambazonas, botinas escarrapachadas, cartolinha − também se fixou pelo consenso do público. Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a unidade física do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito. Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o dandismo do grotesco. Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece nessas estupendas obras-primas de humor que são O garoto, Em busca do ouro e O circo. Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento psicológico. Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento, lirismo, ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas medíocres que condescendem com o fácil gosto do público. Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia. A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator comum de todas as expressões humanas. (Adaptado de: Manuel Bandeira. “O heroísmo de Carlito”. Crônicas da província do Brasil. 2. ed. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 219-20) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente foi realizada de modo INCORRETO em: a) arremedar a marcha desgovernada de um tabético = arremedá-la b) trocou por outras as botinas escarrapachadas = trocou- as por outras c) ela destruía a unidade física do tipo = ela a destruía d) pôs em evidência o fator comum = pô-lo em evidência e) eliminou imediatamente a variante = eliminou-na imediatamente Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/217893 Questão 341: FCC - Cons Leg (CamMun SP)/CM SP/Biblioteconomia/2014 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. Reféns da palavra Durante muito tempo, os gregos desconfiaram da palavra escrita como a linguagemcifrada de um mundo obscuro que só levava à danação, diferentemente do que se aprende “de cor”, ou com o coração, como está na etimologia. Homero, o inventor da literatura ocidental, era maior porque também nunca escrevera nada e suas estrofes inaugurais tinham sido transmitidas oralmente, de coração em coração. Meu convívio forçado com o computador, sua conveniência, seus mistérios e seus perigos, me faz pensar muito sobre a precariedade da palavra. Pois um pré-eletrônico como eu está sempre na iminência de ver textos inteiros desaparecerem sem deixar vestígio na tela. O computador nos transforma todos em reféns sem fuga possível da palavra e pode acabar, num segundo, com um dia inteiro de trabalho da pobre musa dos cronistas em trânsito. Ao mesmo tempo, nos transformou na primeira geração da História que tem toda a memória do mundo ao alcance de um dedo. O computador resgata a memória como mestre da História ou, ao contrário, nos exime de ter memória própria, e decreta o domínio definitivo da escrita sobre quem a pratica? Sei lá. É melhor acabar aqui antes que este texto desapareça. (Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. Diálogos impossíveis. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 58) Com a chegada do computador, passamos a reconhecer no computador não apenas os predicados eletrônicos, mas a admitir o computador como um parceiro de todas as ciências, artes e conhecimentos, passamos a cultuar o computador como um aliado superior. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, por: a) reconhecê-lo - admitir-lhe - cultuá-lo b) reconhecer-lhe - admitir-lhe - cultuá-lo c) reconhecer-lhe - admiti-lo - lhe cultuar d) reconhecer nele - lhe admitir - cultuar-lhe e) reconhecer nele - admiti-lo - cultuá-lo Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/177181 Questão 342: FCC - AJ TRT19/TRT 19/Judiciária/"Sem Especialidade"/2014 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China. O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis séculos atrás. Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma. A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de terracota − era a capital da China. As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além. Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da costa. Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país. O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável. Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das temperaturas que podem atingir 40 °C negativos. (Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473) cruzando os desertos do oeste da China − que contornam a Índia − adotam complexas providências Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por um pronome, respectivamente, em: a) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as b) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam c) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes d) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas e) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/173780 Questão 343: FCC - AJ TRT16/TRT 16/Administrativa/"Sem Especialidade"/2014 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo − um fragmento de O espírito das leis, obra clássica do filósofo francês Montesquieu, publicada em 1748. [Do espírito das leis] Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro; e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...) O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a todo instante, esquecer seu criador − Deus, pelas leis da religião, chamou-o a si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos advertiram- no pelas leis da moral. (Montesquieu − Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34) As leis humanas são falíveis, os homens desrespeitam as leis humanas e destituem as leis humanas do sentido de uma profunda equidade que deveria reger as leis humanas. Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: a) desrespeitam a elas − destituem-nas − deveria reger- lhes b) desrespeitam-lhes − as destituem − deveria regêlas c) desrespeitam-nas − lhes destituem − lhes deveria reger d) lhes desrespeitam − destituem-lhes − deveria regê- las e) desrespeitam-nas − destituem-nas − as deveria reger Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/200988 Questão 344: FCC - AJ TRT19/TRT 19/Judiciária/Oficial de Justiça Avaliador Federal/2014 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. No texto abaixo, Graciliano Ramos narra seu encontro com Nise da Silveira. Chamaram-me da porta: uma das mulheres recolhidas à sala 4 desejava falar comigo. Estranhei. Quem seria? E onde ficava a sala 4? Um sujeito conduziu-me ao fim da plataforma, subiu o corrimão e daí, com agilidade forte, galgou uma janela. Esteve alguns minutos conversando, gesticulando, pulou no chão e convidou-me a substituí-lo. Que? Trepar-me àquelas alturas, com tamancos? Examinei a distância, receoso, descalcei-me, resolvi tentar a difícil acrobacia. A desconhecida amiga exigia de mim um sacrifício; a perna, estragada na operação, movia-se lenta e perra; se me desequilibrasse, iria esborrachar-me no pavimento inferior. Não houve desastre. Numa passada larga, atingi o vão da janela; agarrei-me aos varões de ferro, olhei o exterior, zonzo, sem perceber direito por que me achava ali. Uma voz chegou-me, fraca, mas no primeiro instante não atinei com a pessoa que falava. Enxerguei o pátio, o vestíbulo, a escada já vista no diaanterior. No patamar, abaixo de meu observatório, uma cortina de lona ocultava a Praça Vermelha. Junto, à direita, além de uma grade larga, distingui afinal uma senhora pálida e magra, de olhos fixos, arregalados. O rosto moço revelava fadiga, aos cabelos negros misturavam-se alguns fios grisalhos. Referiu-se a Maceió, apresentou-se: − Nise da Silveira. Noutro lugar o encontro me daria prazer. O que senti foi surpresa, lamentei ver minha conterrânea fora do mundo, longe da profissão, do hospital, dos seus queridos loucos. Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida, sempre a esquivar-se, a reduzir-se, como a escusar-se de tomar espaço. Nunca me havia aparecido criatura mais simpática. O marido, também médico, era meu velho conhecido Mário Magalhães. Pedi notícias dele: estava em liberdade. E calei-me, num vivo constrangimento. De pijama, sem sapatos, seguro à verga preta, achei-me ridículo e vazio; certamente causava impressão muito infeliz. Nise, acanhada, tinha um sorriso doce, fitava-me os bugalhos enormes, e isto me agravava a perturbação, magnetizava-me. Balbuciou imprecisões, guardou silêncio, provavelmente se arrependeu de me haver convidado para deixar-me assim confuso. (RAMOS, Graciliano, Memórias do Cárcere, vol. 1. São Paulo, Record, 1996, p. 340 e 341) Sabia-a culta e boa, Rachel de Queiroz me afirmara a grandeza moral daquela pessoinha tímida... Atribuindo-se caráter hipotético ao trecho acima, mantém-se a correção gramatical substituindo-se os elementos grifados pelo que se encontra em: a) Saberia-a − tinha-me afirmado b) Tê-la-ia sabido − teria-me afirmado c) Sabê-la-ia − me afirmaria d) Saberia-a − ter-me-ia afirmada e) Sabê-la-ia − me teria afirmado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/173583 Questão 345: FCC - Adv Jr (METRO SP)/METRO SP/2014 Assunto: Colocação pronominal Viagens Viagens de avião e de metrô podem guardar certa semelhança. Entre nuvens carregadas, ou tendo o azul como horizonte infinito, o passageiro não sente que está em percurso; no interior dos túneis, diante das velozes e uniformes paredes de concreto, o passageiro tampouco sabe da viagem. Em ambos os casos, vai de um ponto a outro como se alguém o levantasse de um lugar para pô-lo em outro, mais adiante. Nesses casos, praticamente se impõe uma viagem interior. As nuvens, o azul ou o concreto escuro hipnotizam-nos, deixam-nos a sós com nossas imagens e nossos pensamentos, que também sabem mover-se com rapidez. Confesso que gosto desses momentos que, sendo velozes, são, paradoxalmente, de letargia: os olhos abertos veem para dentro, nosso cinema interior se abre para uma profusão de cenas vividas ou de expectativas abertas. Em tais viagens, estamos surpreendentemente sós – uma experiência rara em nossos dias, concordam? Que ninguém se socorra do celular ou de qualquer engenhoca eletrônica, por favor: que enfrente o vital desafio de um colóquio consigo mesmo, de uma viagem em que somos ao mesmo tempo passageiros e condutores, roteiristas do nosso trajeto, produtores do nosso sentido. Não é pouco: nesses minutos de íntima peregrinação, o único compromisso é o de não resistir à súbita liberdade que nossa imaginação ganhou. Chegando à nossa estação ou ao nosso aeroporto, retomaremos a rotina e nos curvaremos à fatalidade de que as obrigações mundanas rejam o nosso destino. Navegar é preciso, viver não é preciso, diziam os antigos marinheiros. É verdade: há viagens em que o menos importante é chegar. (Ulisses Rebonato, inédito) Estão plenamente adequados o emprego e a colocação dos pronomes na frase: a) Ao falar sobre viagens de metrô e avião, lhes notou o autor certa semelhança, o que o permitiu estabelecer algumas analogias entre as mesmas. b) Ninguém sabe por que ele se vale tanto do celular, utilizando-lhe mesmo em viagens rápidas de metrô. c) Olhando as nuvens pela janela do avião, vemo-las passar como se as afugentassem as asas da aeronave. d) Uma viagem por dentro de nós − somente realizamo- na quando dispostos a ficar sós conosco mesmos. e) A razão por que ela não dispõe-se à prática da interiorização é o receio de que isso obrigue-lhe a enfrentar seus fantasmas. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/271125 Questão 346: FCC - AJ TRT2/TRT 2/Administrativa/"Sem Especialidade"/2014 Assunto: Colocação pronominal Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte. Questão de gosto A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de colégio.” Questão de gosto. Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso, e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se discute. Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra, a ausência vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas contradições. (Emiliano Barreira, inédito) Muita gente não enfrenta uma argumentação, prefere substituir uma argumentação pela alegação do gosto, atribuindo ao gosto o valor de um princípio inteiramente defensável, em vez de tomar o gosto como uma instância caprichosa. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados por, respectivamente, a) substituir-lhe - atribuindo-o - tomá-lo b) substituí-la - atribuindo-lhe - tomá-lo c) substituí-la - lhe atribuindo - tomar-lhe d) substituir a ela - atribuindo a ele - lhe tomar e) substituir-lhe - atribuindo-lhe - tomar-lhe Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/170882 Questão 347: FCC - DP RS/DPE RS/2014 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo, conferência pronunciada por Joaquim Nabuco a 20 de junho de 1909 na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Viajando uma vez da Europa para o Brasil, ouvi o finado William Gifford Palgrave, meu companheiro de mesa, escritor inglês muito viajado no Oriente, perguntar ao comandante do navio que vantagem lhe parecia ter advindo da descoberta da América. Por sua parte, não lhe ocorria nenhuma, salvo, apenas, o tabaco. Foi a primeira vez que ouvi exprimir essa dúvida, mas anos depois vim a comprar um velho livro francês, de um Abbé Genty, livro intitulado: L’Influence de la découverte de L'Amérique sur le bonheur du genre humain, e soube então que a curiosa questão havia sido proposta seriamente para um prêmio pela Academia de Lyon, antes da Revolução Francesa, e que estava formulada do seguinte modo: "Tem sido útil ou prejudicial ao gênero humano a descoberta da América?". O trabalho de Genty não passa, em seu conjunto, de uma declamação oca, onde não há nada a colher além da esperança que o autor exprime na regeneração da humanidade pela nova nação americana. Na independência dos anglo-americanos, vê "o sucesso mais apto a apressar a revolução que reconduzirá a felicidade à face da Terra". E acrescenta: "É no seio da República recém-nascida que se acham depositados os verdadeiros tesouros destinados a enriquecer o mundo". O livro merece por isso serconservado, mas a época em que foi escrito, 1787, não permitia ainda que se pudesse avaliar a contribuição do Novo Mundo para o bem-estar da humanidade. Era já a aurora do dia da América, mas nada mais senão a aurora. George Washington presidia à Convenção Constitucional, porém a influência desse grande acontecimento ainda não fora além do choque causado ao Velho Mundo. Ainda não produzira a Revolução Francesa. Sua importância não podia por enquanto ser imaginada. Há na vida das nações um período em que ainda não lhes foi revelado o papel que deverão desempenhar. O feitio que a influência romana tomaria não podia ser previsto nem nos grandes dias da República. Uma conversa entre César e Cícero sobre o papel histórico da Gália ou da Bretanha não poderia levar em conta a França ou a Inglaterra. Hoje mesmo, quem poderia dizer algo de essencial sobre o Japão ou a China? Do Japão, pode-se afirmar que, para o mundo exterior, está apenas na aurora. Quanto à China, continua velada na sua longa noite, brilhando apenas para si própria. Na história da humanidade, a impressão de qualquer um deles poderá sequer imaginar-se? Mas já se pode estudar a parte da América na civilização. Podemos desconhecer suas possibilidades no futuro, como desconhecemos as da eletricidade; mas já sabemos o que é eletricidade, e também conhecemos a individualidade nacional do vosso país. As nações alcançam em época determinada o pleno desenvolvimento de sua individualidade; e parece que já alcançastes o vosso. Assim podemos falar com mais base que o sacerdote francês nas vésperas da Revolução Francesa. (A parte da América na civilização. In Essencial Joaquim Nabuco. org. e introd. Evaldo Cabral de Mello. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010, p. 531/532) Há na vida das nações um período em que ainda não lhes foi revelado o papel que deverão desempenhar. Sobre o pronome destacado acima, afirma-se com correção, considerada a norma padrão escrita: a) pode ser apropriadamente substituído por "à elas", posicionada a expressão após a palavra revelado. b) constitui um dos complementos exigidos pela forma verbal presente na oração. c) está empregado com sentido possessivo, como se tem em "Dois equívocos comprometeram-lhe o texto". d) dado o contexto em que está inserido, se sofrer elipse, não altera o sentido original da frase. e) está empregado em próclise, mas poderia adequadamente estar enclítico à forma verbal. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/227261 Questão 348: FCC - AJ TRT1/TRT 1/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2014 Assunto: Colocação pronominal Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte. Novas fronteiras do mundo globalizado Apesar do desenvolvimento espetacular das tecnologias, não devemos imaginar que vivemos em um mundo sem fronteiras, como se o espaço estivesse definitivamente superado pela velocidade do tempo. Seria mais correto dizer que a modernidade, ao romper com a geografia tradicional, cria novos limites. Se a diferença entre o “Primeiro” e o “Terceiro” mundo é diluída, outras surgem no interior deste último, agrupando ou excluindo as pessoas. Nossa contemporaneidade faz do próximo o distante, separando-nos daquilo que nos cerca, ao nos avizinhar de lugares remotos. Neste caso, não seria o outro aquilo que o “nós” gostaria de excluir? Como o islamismo (associado à noção de irracionalidade), ou os espaços de pobreza (África, setores de países em desenvolvimento), que apesar de muitas vezes próximos se afastam dos ideais cultivados pela modernidade. (Adaptado de: ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 220) As novas tecnologias estão em vertiginoso desenvolvimento, mas não tomemos as novas tecnologias como um caminho inteiramente seguro, pois falta às novas tecnologias, pela velocidade mesma com que se impõem, o controle ético que submeta as novas tecnologias a um padrão de valores humanistas. Para evitar as viciosas repetições do texto acima é preciso substituir os segmentos sublinhados, na ordem dada, pelas seguintes formas: a) lhes tomemos − falta-lhes − submeta-lhes b) tomemos a elas − lhes falta − lhes submeta c) as tomemos − falta-lhes − as submeta d) lhes tomemos − lhes falta − as submeta e) as tomemos − falta a elas − submeta-las Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/230308 Questão 349: FCC - AJ TRT18/TRT 18/Administrativa/"Sem Especialidade"/2013 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão considere o texto abaixo. No ano de 1296, ao lançarem a pedra fundamental da Igreja de Santa Maria Del Fiore − a Catedral de Florença −, os governantes da cidade italiana iniciavam uma empreitada épica que se estenderia por quase 600 anos. Tão grandioso que parece estabelecer uma conexão entre o casario florentino e o céu, o edifício em questão só seria concluído no século XIX. A obra foi interrompida por surtos de peste que chegaram a dizimar quatro quintos da população local. Enfrentaram-se contratempos para transportar em barquetas ao longo do Rio Arno enormes quantidades de materiais como o mármore da vizinha Carrara. A dificuldade mais monumental, contudo, provinha dos desafios técnicos do projeto, como a construção da cúpula da igreja que ficou sob o comando de Filippo Brunelleschi. O gênio de Brunelleschi residia em seu domínio da dinâmica dos materiais e da matemática. Ele inventou um guindaste capaz de içar toneladas de material do chão ao cume da abóbada da Catedral só com a tração de alguns bois. Mas a grande façanha da obra foi embutir ao longo dos oito lados da cúpula nove anéis circulares horizontais − referência aos círculos que compõem o Paraíso na Divina Comédia de Dante Alighieri. Os anéis neutralizam as forças de tensão, mantendo a estrutura suspensa. A façanha fez de Brunelleschi a primeira celebridade da arquitetura. Paranoico com o risco de plágio, ele fazia seus projetos em código. Irascível, foi extremamente rigoroso com pedreiros grevistas. Em outra ocasião, armou uma farsa para humilhar seu rival, o escultor Lorenzo Ghiberti. Inconformado por ter de dividir com ele o gerenciamento da construção, Brunelleschi teria se fingido de doente para que ficasse a cargo de Ghiberti a decisão sobre como tocar a obra. Ao expor a inépcia do desafeto, ganhou mais poder e triplicou seu salário. Diante do milagre de Santa Maria Del Fiore, fica uma certeza: cada florim pago ao genioso arquiteto foi muito bem gasto. (Adaptado de: Marcelo Marthe. Revista Veja, 12/06/13. p. 136) ... embutir ao longo dos oito lados da cúpula nove anéis circulares horizontais − referência aos círculos que compõem o Paraíso na Divina Comédia de Dante Alighieri. Os anéis neutralizam as forças de tensão... Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos sublinhados acima foram corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em: a) os embutir - compõem-lhe - as neutralizam b) embuti-los - compõem-no - neutralizam-nas c) embutir-lhes - o compõem - lhe neutralizam d) embuti-los - lhe compõem - as neutralizam e) embutir-lhes - compõem-o - n eutralizam-nas Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/205686 Questão 350: FCC - AJ TRT18/TRT 18/Judiciária/"Sem Especialidade"/2013 Assunto: Colocação pronominal Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo. Cora Coralina, de Goiás Este nome não inventei, existe mesmo, é de uma mulher que vive em Goiás: Cora Coralina. Cora Coralina, tão gostoso pronunciar este nome, que começa aberto em rosa e depois desliza pelas entranhas do mar, surdinando música de sereias antigas e de Dona Janaína moderna. Na estrada que é Cora Coralina passam o Brasil velho e o atual, passam as crianças e os miseráveis de hoje. O verso é simples, mas abrange a realidade vária. Escutemos: “Vive dentro de mim / uma cabocla velha / de mau olhado, / acocorada ao pé do borralho, / olhando pra o fogo.”“Vive dentro de mim / a lavadeira do rio Vermelho. / Seu cheiro gostoso d'água e sabão.” “Vive dentro de mim / a mulher cozinheira. / Pimenta e cebola. / Quitute bem feito.” “Vive dentro de mim / a mulher proletária. / Bem linguaruda, / desabusada, sem preconceitos.” “Vive dentro de mim / a mulher da vida. / Minha irmãzinha... / tão desprezada, / tão murmurada...” Todas as vidas. E Cora Coralina as celebra com o mesmo sentimento de quem abençoa a vida. Ela se coloca junto aos humildes, defende-os com espontânea opção, exalta-os, venera-os. Sua consciência humanitária não é menor do que a sua consciência da natureza. Assim é Cora Coralina − um ser geral, “coração inumerável”, oferecido a estes seres que são outros tantos motivos de sua poesia: o menor abandonado, o pequeno delinquente, o presidiário, a mulher-da- vida. Voltando-se para o cenário goiano, tem poemas sobre a enxada, o pouso das boiadas, o trem de gado, os becos e sobrados, o prato azul-pombinho, último restante de majestoso aparelho de 92 peças, orgulho extinto da família. Cora Coralina, um admirável brasileiro. Ela mesma se define: “Mulher sertaneja, livre, turbulenta, cultivadamente rude. Inserida na gleba. Mulher terra. Nos meus reservatórios secretos um vago sentido de analfabetismo.” Opõe à morte “aleluias festivas e os sinos alegres da Ressurreição. Doceira fui e gosto de ter sido. Mulher operária”. Cora Coralina: gosto muito deste nome, que me invoca, me bouleversa, me hipnotiza, como no verso de Bandeira. (Adaptado de: Carlos Drummond de Andrade. Publicado originalmente no Jornal do Brasil. Cad. B, 27.12.80. Cora Coralina. Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. 8. ed. S.Paulo: Global, 2001. p. 8-11) tão gostoso pronunciar este nome – sentimento de quem abençoa a vida – Opõe à morte aleluias festivas A substituição dos elementos grifados acima pelos pronomes correspondentes, com os necessários ajustes, foi realizada corretamente em: a) tão gostoso pronunciá-lo − sentimento de quem a abençoa − Opõe-lhe aleluias festivas b) tão gostoso pronunciar-lhe − sentimento de quem abençoa-a − Lhe opõe aleluias festivas c) tão gostoso pronunciá-lo − sentimento de quem abençoa-lhe − Opõe-na aleluias festivas d) tão gostoso o pronunciar − sentimento de quem a abençoa − A opõe aleluias festivas e) tão gostoso lhe pronunciar − sentimento de quem lhe abençoa − Opõe-na aleluias festivas Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/205456 Questão 351: FCC - AJ TRT22/TRT 22/Apoio Especializado/Biblioteconomia/2022 Assunto: Sinônimos e Antônimos Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo. Se é verdade que a capacidade de ficar perplexo é o começo da sabedoria, então esta verdade é um triste comentário à sabedoria do homem moderno. Quaisquer que sejam os méritos de nosso elevado grau de educação literária e universal, perdemos o dom de ficar perplexos. Imagina-se que tudo seja conhecido − senão por nós, por algum especialista cujo mister seja saber aquilo que não sabemos. De fato, ficar perplexo é constrangedor, um indício de inferioridade intelectual. À medida que vamos envelhecendo, aos poucos perdemos a capacidade de ficar surpresos. Até as crianças raramente se surpreendem, ou pelo menos procuram não demonstrar isso. Saber as respostas certas parece ser o principal; em comparação, considera-se insignificante o saber fazer as perguntas certas. Quiçá seja esta atitude uma razão por que um dos mais enigmáticos fenômenos de nossa vida, os nossos sonhos, dê margem a pouco espanto e suscite tão poucas perguntas. Todos sonhamos: não entendemos nossos sonhos, e no entanto agimos como se de nada estranho corresse em nossas mentes adormecidas, estranho ao menos em comparação com as atividades lógicas, deliberadas, de nossas mentes quando estamos acordados. Quando acordados, somos seres ativos, racionais, ávidos por tentar obter o que desejamos e prontos a defender-nos contra qualquer ataque. Agimos e observamos; vemos o mundo exterior, talvez não como seja, mas no mínimo de maneira tal que o possamos usar e manipular. Todavia, também somos bastante desprovidos de imaginação, e raramente − exceto quando crianças ou se somos poetas − logramos conceber mais do que meras duplicações dos acontecimentos e tramas de nossa experiência concreta. Somos eficientes, mas um tanto desenxabidos. Denominamos ao campo de nossa observação diurna “realidade” e orgulhamo-nos de nosso “realismo” e de nossa habilidade de manipulá-la. (Adaptado de: FROMM, Erich. A linguagem esquecida. Trad.: VELHO, Octavio Alves. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1966) No trecho Somos eficientes, mas um tanto desenxabidos, o termo “desenxabidos” pode ser substituído por: a) distintos. b) triviais. c) extraordinários. d) sofisticados. e) insólitos. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2158416 Questão 352: FCC - AJ TRT9/TRT 9/Administrativa/Contabilidade/2022 Assunto: Frase, oração e período As redes sociais se apresentam como uma espécie de “praça pública virtual”, na qual indivíduos interagem e empresas anunciam seus produtos. Entretanto, ao contrário do espaço público tradicional (físico), plataformas de redes sociais moldam quem e o que encontraremos durante a conexão. A lógica por trás disso é que tenhamos um espaço customizado, no qual nos deparemos com aqueles que conosco se assemelham e com produtos que almejamos. Conectar-se de forma sadia às redes sociais demanda alguns cuidados. O primeiro deles, é saber como a maior parte das redes sociais funciona. Não ignorar que cada um de nós é o verdadeiro produto pode nos garantir experiência saudável nesse ambiente. Desconsiderar esse ponto é o atalho para vivenciar aquilo que se pode definir como conectividade tóxica. Um segundo aspecto, decorrente do anterior, diz respeito às pessoas, às notícias e aos produtos com os quais nos deparamos. Nosso histórico de acessos na internet permite que as plataformas direcionem conteúdo sob medida a cada um de nós. Isso inclui sugestões de amizade, apresentação de notícias e, claro, publicidade. A depender das configurações de nossos aparelhos eletrônicos, falas simples, mesmo enquanto não usamos tais dispositivos, podem ser captadas por mecanismos de inteligência artificial e transformadas em material que chega às nossas telas sem que nada busquemos. Um terceiro aspecto consiste em não nos deixarmos levar pelo aparente conforto que as redes propiciam. Com o uso frequente, permitimos que as plataformas criem nossa “própria bolha”. Levados pelo desejo, curvamo-nos à facilidade do consumo e tornamo-nos presas fáceis de golpes que prometem vantagens fantásticas e inverídicas. Diante de falsas notícias, que tendem a nos agradar ou atemorizar, abrimos mão da necessária reflexão, e preferimos compartilhá-las sem nem mesmo conferir se provêm de fonte confiável. Em ambos os casos, somos fantoches manipulados por interesses alheios. (Adaptado de: AMARAL, Luiz Fernando. Conexão Sadia. Disponível em: Istoe.com.br/conexao − sadia) Sintaticamente, o período Não ignorar que cada um de nós é o verdadeiro produto pode nos garantir experiência saudável nesse ambiente caracteriza-se pela presença de uma oração principal e a) uma subordinada com função de complemento verbal. b) uma subordinada com função de sujeito. c) duas subordinadas, uma com função de adjunto adnominal e outra como sujeito. d) duas subordinadas, uma com função de sujeito e outra como complemento verbal. e) duas subordinadas, ambas com função de sujeito. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2153965 Questão 353: FCC - EST (BB)/BB/2012 Assunto: Frase, oração e período Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo. A morte das celebridades Quando morre uma dessas duvidosas celebridades que povoam os espaços da mídia, uma chusma de outras duvidosas celebridades é convidada a manifestar-se diante das câmeras.Os óculos escuros ocultam a lágrima inexistente. Esbanja-se criatividade: “É uma perda irreparável”, “O Brasil está mais pobre”, “Continuará vivo em nossos corações” etc. A morte de Chico Anysio (uma celebridade por mérito) teve uma repercussão singular: cada lembrança de colega, amigo ou fã, cada imagem recuperada na TV lembrava, em pleno velório, o riso aberto, que foi o sentido de sua vida e de seu trabalho. Ficava difícil se apoiar em algum chavão. As inúmeras personagens que ele criou iam aparecendo na tela, suas vozes eram ouvidas em seus bordões, verdadeiras e vivas, como sempre. Todas as personalidades morrem, mas há personagens que recusam o silêncio. É mentira, Terta? (Bonifácio Mourinho, inédito) Ficava difícil se apoiar em algum chavão. O período acima passa de composto a simples caso se substitua o elemento sublinhado por a) para algum chavão apoiá-lo. b) que algum chavão o apoiasse. c) apoiá-lo em algum chavão. d) algum chavão vir a apoiá-lo. e) o apoio em algum chavão. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/102265 Questão 354: FCC - Sold (PM BA)/PM BA/2023 Assunto: Sujeito Para responder a questão, leia a crônica O importuno, de Carlos Drummond de Andrade, publicada originalmente em 13/07/1966. − Que negócio é esse? Ninguém me atende? A muito custo, atenderam; isto é, confessaram que não podiam atender, por causa do jogo com a Bulgária. − Mas que tenho eu com o jogo com a Bulgária, façam-me o favor? E os senhores por acaso foram escalados para jogar? O chefe da seção aproximou-se, apaziguador: − Desculpe, cavalheiro. Queira voltar na quinta-feira, 14. Quinta-feira não haverá jogo, estaremos mais tranquilos. − Mas prometeram que meu papel ficaria pronto hoje sem falta. − Foi um lapso do funcionário que lhe prometeu tal coisa. Ele não se lembrou da Bulgária. O Brasil lutando com a Bulgária, o senhor quer que o nosso pessoal tenha cabeça fria para informar papéis? − Perdão, o jogo vai ser logo mais, às quinze horas. É meio-dia, e já estão torcendo? − Ah, meu caro senhor, não critique nossos bravos companheiros, que fizeram o sacrifício de vir à repartição trabalhar quando podiam ficar em casa ou na rua, participando da emoção do povo… − Se vieram trabalhar, por que não trabalham? − Porque não podem, ouviu? Porque não podem. O senhor está ficando impertinente. Aliás, disse logo de saída que não tinha nada com o jogo com a Bulgária! O Brasil em guerra − porque é uma verdadeira guerra, como revelam os jornais − nos campos da Europa, e o senhor, indiferente, alienado, perguntando por um vago papel, uma coisinha individual, insignificante, em face dos interesses da pátria! − Muito bem! Muito bem! − funcionários batiam palmas. − Mas, perdão, eu… eu… − Já sei que vai se desculpar. O momento não é para dissensões. O momento é de união nacional, cérebros e corações uníssonos. Vamos, cavalheiro, não perturbe a preparação espiritual dos meus colegas, que estão analisando a Seleção Búlgara e descobrindo meios de frustrar a marcação de Pelé. O senhor acha bem o 4-2-4 ou prefere o 4-3-3? − Bem, eu… eu… − Compreendo que não queira opinar. É muita responsabilidade. Eu aliás não forço opinião de ninguém. Esta algazarra que o senhor está vendo resulta da ampla liberdade de opinião com que se discute a formação do selecionado. Todos querem ajudar, por isso cada um tem sua ideia própria, que não se ajusta com a ideia do outro, mas o resultado é admirável. A unidade pela diversidade. Na hora da batalha, formamos uma frente única. − Está certo, mas será que, voltando na quinta-feira, eu encontro o meu papel pronto mesmo? − Ah, o senhor é terrível, nem numa hora dessas esquece o seu papelzinho! Eu disse quinta-feira? Sim, certamente, pois é dia de folga no campeonato. Mas espere aí, com quatro jogos na quarta-feira, e o gasto de energia que isso determina, como é que eu posso garantir o seu papel para quinta-feira? Quer saber de uma coisa? Seja razoável, meu amigo, procure colaborar. Procure ser bom brasileiro, volte em agosto, na segunda quinzena de agosto é melhor, depois de comemorarmos a conquista do Tri. − E… se não conquistarmos? − Não diga uma besteira dessas! Sai, azar! Vá-se embora, antes que eu perca a cabeça e… Vozes indignadas: − Fora! Fora! O servente sobe na cadeira e comanda o coro: − Bra-sil! Bra-sil! Bra-sil! Estava salva a honra da torcida, e o importuno retirou-se precipitadamente. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Quando é dia de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 2014) Exerce a função sintática de sujeito o elemento sublinhado no seguinte trecho: a) O senhor está ficando impertinente (11º parágrafo). b) Quinta-feira não haverá jogo (5º parágrafo). c) Estava salva a honra da torcida (25º parágrafo). d) Na hora da batalha, formamos uma frente única (16º parágrafo). e) Não diga uma besteira dessas (20º parágrafo). Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2348396 Questão 355: FCC - TJ TRT18/TRT 18/Apoio Especializado/Enfermagem do Trabalho/2023 Assunto: Sujeito Atenção: Considere o poema de Fernando Pessoa para responder à questão. Às vezes, em sonho triste Nos meus desejos existe Longinquamente um país Onde ser feliz consiste Apenas em ser feliz. Vive-se como se nasce Sem o querer nem saber. Nessa ilusão de viver O tempo morre e renasce Sem que o sintamos correr. O sentir e o desejar São banidos dessa terra. O amor não é amor Nesse país por onde erra Meu longínquo divagar. Nem se sonha nem se vive: É uma infância sem fim. Parece que se revive Tão suave é viver assim Nesse impossível jardim. (PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1997) Exerce a função sintática de sujeito a expressão sublinhada em: a) Onde ser feliz consiste / Apenas em ser feliz. b) Nos meus desejos existe / Longinquamente um país. c) Nesse país por onde erra / Meu longínquo divagar. d) Vive-se como se nasce. e) Tão suave é viver assim / Nesse impossível jardim. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2340583 Questão 356: FCC - AJ TRT22/TRT 22/Apoio Especializado/Biblioteconomia/2022 Assunto: Sujeito Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo. O rio de minha terra é um deus estranho. Ele tem braços, dentes, corpo, coração, muitas vezes homicida, foi ele quem levou o meu irmão. É muito calmo o rio de minha terra. Suas águas são feitas de argila e de mistérios. Nas solidões das noites enluaradas a maldição de Crispim desce sobre as águas encrespadas. O rio de minha terra é um deus estranho. Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole para subir as poucas rampas do seu cais. Foi conhecendo o movimento da cidade, a pobreza residente nas taperas marginais. Pois tão irado e tão potente fez-se o rio que todo um povo se juntou para enfrentá-lo. Mas ele prosseguiu indiferente, carregando no seu dorso bois e gente, até roçados de arroz e de feijão. Na sua obstinada e galopante caminhada, destruiu paredes, casas, barricadas, deixando no percurso mágoa e dor. Depois subiu os degraus da igreja santa e postou-se horas sob os pés do Criador. E desceu devagarinho, até deitar-se novamente no seu leito. Mas toda noite o seu olhar de rio fica boiando sob as luzes da cidade. (Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha terra. Disponível em: https://www.escritas.org) Pois tão irado e tão potente fez-se o rio que todo um povo se juntou para enfrentá-lo Os termos em destaque nos versos acima exercem, respectivamente, a função sintática de a) objeto indireto e objeto direto. b) sujeito e objeto direto. c) objeto direto e sujeito. d) objeto direto e objeto indireto. e) sujeito e objeto indireto. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2158412