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A interpretação das culturas geertz cap 9 antropologia

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GEERTZ, Clifford. Capítulo 9: Um Jogo Absorvente: Notas sobre a Briga de Galo Balinesa. In: A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989. 
 
 No nono capítulo, Geertz toma como foco a descrição e análise do sentido e significado envolvidos com as brigas de galo, a partir de sua vivência em uma aldeia balinesa. Tal prática é prestada somente por homens, e tem grande importância, socialmente falando. O autor entende a atividade como um confronto de “eus” simbólicos, uma vez que se confrontam homens, não seus galos. Ademais, as normas dessa prática passam de geração a geração, tradicionalmente. 
 A forma como se classificam os galos reflete na maneira com que os próprios indivíduos entendem uns aos outros. O cotidiano é, metaforicamente, ligado às características dadas aos galos, objetivando, em último caso, elogiar ou insultar outrem. 
 Comumente, as brigas de galo são tidas em dois grupos, que são: “jogo a dinheiro”, menores e menos importantes, e o “jogo absorvente”, com maior importância e reconhecimento social, que compreende o status. Cada confronto é em si uma expressão metafórica do status, de forma que, até mesmo os que apostam são separados em tipos, que condizem às posições sociais. 
 No “jogo absorvente”, o status de quem ganha ou perde a briga é, nessa ordem, afirmado ou insultado de forma simbólica. Contudo, não significa que tal ocorrência seja estendida para além daquele contexto, sendo experienciada somente no momento da prática em si. No que diz respeito às apostas, são avaliadas em centrais ou periféricas, de acordo com a proximidade do apostador com o proprietário do galo, as normas e a quantia monetária. 
 É pontuado que no jogo absorvente há, semelhantemente, algum grau de solidariedade. Não são feitas apostas contra homens que são mais próximos. Geertz aponta que não se aposta contra um galo de propriedade do grupo de parentesco, de forma que o conceito se amplia para um grupo de parentesco aliado e, por fim, o “galo da aldeia”. 
 [...] 1) Um homem quase nunca aposta contra um galo de propriedade de seu próprio grupo de parentesco. [...] Mas como regra geral, ele se sente obrigado a apoiá-lo, e, como regra geral, quase sempre o faz [...] 2) Esse princípio logicamente se amplia. Se seu grupo de parentesco não está envolvido, você apoiará um grupo de parentesco aliado contra um não-aliado [...] 3) O mesmo ocorre para a aldeia como um todo. Se um galo de fora está lutando contra um galo da aldeia, é claro que você apoiará o galo local. [...] (GEERTZ, 1989, p. 202).

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