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1 NEAD – Núcleo de Educação a Distância ROTAS DE APRENDIZAGEM Técnicas de Entrevista e Interrogatório II | Aula 06 Onde Chegar • Continuidade do conteúdo abordado durante a aula 05, com o questionamento de qual é o limite do direito à prova • Nesta Rota da Aprendizagem serão abordados os pontos sobre a prova ilícita O que Aprender • Dar continuidade e consolidar com o que foi aprendido na aula anterior • Os conhecimentos que o aluno irá absorver nesta Rota de Aprendizagem e nos slides da Aula 06, será identificar os aspectos da prova ilícita, quanto a sua admissibilidade e a sua inadmissibilidade; AULA 06 Técnicas de Entrevista e Interrogatório II 2 NEAD – Núcleo de Educação a Distância ROTAS DE APRENDIZAGEM Técnicas de Entrevista e Interrogatório II | Aula 06 Desenvolvimento Este Guia de Aprendizagem tem o objetivo de direcionar os seus estudos ao longo do desenvolvimento da disciplina e o seu olhar para os conteúdos disponibilizados. Na Aula 05, foram abordados os principais aspectos sobre a vedação de determinados métodos de interrogatório, bem como a legislação internacional e nacional que veda a pratica de tortura durante o interrogatório. A primeira parte é tentar responder o questionamento feito na aula anterior, sobre a prova ilícita e qual o limite do direito à prova. Conforme informado na aula e nos slides, o direito à prova é considerado um direito fundamental, mas também, esse direito não é absoluto. Pois sem um limite ao direito à prova, todo e qualquer material probatório, mesmo que produzido à custa de violações a direitos, poderia ser introduzido no processo e valorado, por exemplo, durante o interrogatório. Autora Ada Pellegrini Grinover adota a terminologia que na prova ilegal há violação de “normas legais ou de princípios gerais do ordenamento, de natureza processual ou material”. Para fins didáticos, é necessário fazer uma distinção entre prova ilícita e ilegítima, a ilícita é decorrente de violações de direitos fundamentais e se for de natureza material, já na ilegítima quando a proibição da prova for em decorrência da lei processual. Exemplo de prova ilegítima está no CPP: “Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. […] Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. […] Exemplo de prova ilícita, são: 3 NEAD – Núcleo de Educação a Distância ROTAS DE APRENDIZAGEM Técnicas de Entrevista e Interrogatório II | Aula 06 a) confissão obtida mediante a prática de tortura (Lei n. 9.455/97); b) Apreensão de documento realizada mediante violação de domicílio (CP, art. 150); c) A captação de uma conversa por meio do crime de interceptação telefônica (Lei n. 9.296/96, art. 10); Neste sentido, cabe destacar dois aspectos sobre a prova ilícita, um de natureza material e o de natureza processual, a autora Ada Pellegrini destaca que o primeiro aspecto reside na “individualização do ato ilícito”. Ou seja, o ato ilícito deu origem à prova. Ex: busca e apreensão arbitraria, no uso de meios coercitivos durante o interrogatório. O segundo aspecto, o de natureza processual, é referente a admissibilidade da prova, com a sua utilização e a sua valoração da prova ilícita. A partir desta diferenciação é possível compreender sobre a admissibilidade da prova ilícita, ela está relacionada diretamente entre a busca ilimitada da verdade com a primazia do interesse público na persecução penal e, o respeito aos direitos e garantias estabelecidos em uma visão ética do processo. Existe posicionamentos pela admissibilidade das provas ilícitas e também pela sua inadmissibilidade. Na admissibilidade a prova deve ser verificada apenas com relação à lei processual, ou seja, a prova foi admitida no ordenamento, não importa como foi produzida. Ela seria admitida e valorada normalmente no processo judicial. Entendendo que a consequência para aqueles que infringiram para obter a prova, restaria sanções penais, administrativa ou civis. Na inadmissibilidade, as sanções para aqueles que violaram o ordenamento para produzir a prova ilícita raramente são aplicadas. Ex: Violações feitas pelos agentes policiais para obtenção de prova. Também, não seria adequado o Estado se beneficiar da prova ilícita. Portanto, o entendimento desta corrente é de que: “ sempre que a obtenção da prova resultasse em violação de normas judiciais, o prejudicado teria o direito de pleitear sua inadmissibilidade e sua ineficácia em juízo.”. (GRINOVER, Ada Pellegrini, Liberdades públicas e processo penal, cit., p. 109.). 4 NEAD – Núcleo de Educação a Distância ROTAS DE APRENDIZAGEM Técnicas de Entrevista e Interrogatório II | Aula 06 A partir deste ponto, será entender o conceito da prova ilícita, bem como sobre a possibilidade da admissibilidade ou a sua inadmissibilidade da prova ilícita. Vá mais Longe Capítulo Norteador: Capítulo VII. QUEIJO, Maria Elizabeth. O direito de não produzir prova contra si mesmo - O princípio nemo tenetur se detegere e suas decorrências no processo penal, 2ª Edição. Saraiva: Editora Saraiva, 2012. 9788502171572. E-book. Biblioteca Virtual. Agora é sua Vez! Interação: É possível admitir como prova no processo, informações roubadas e não periciadas? Questão para Simulado 1 -Sobre as provas ilegítima é correto afirmar: a) Quando a própria norma processual já prevê expressamente a proibição da utilização de determinadas provas no CPP; b) Confissão obtida mediante a prática de tortura (Lei n. 9.455/97); c) Apreensão de documento realizada mediante violação de domicílio (CP, art. 150); d) A captação de uma conversa por meio do crime de interceptação telefônica (Lei n. 9.296/96, art. 10); e) Nenhuma das alternativas anteriores; Resposta: Letra A 5 NEAD – Núcleo de Educação a Distância ROTAS DE APRENDIZAGEM Técnicas de Entrevista e Interrogatório II | Aula 06 Comentário: Conforme os slides da aula e da Rota de Aprendizagem, as provas ilegítimas são aquelas que o próprio ordenamento prevê expressamente a vedação da utilização de determinada prova. REFERÊNCIAS JOAQUIM, R. M.. Neuropsicologia forense e detecção de mentiras: enfrentando os crimes contra a administração da justiça. 1. ed. São Paulo: Pearson Clinical Brasil, 2019. v. 1. 416p MELO, Felipe Pereira de. Técnicas de Entrevista e Interrogatório. [livro eletrônico] Felipe Pereira de Melo, Luiz Renato Blanchet, José César Bittencourt. Curitiba: Intersaberes, 2019. E-book. RAMIDOFF, MÁRIO LUIZ. Elementos de Processo Penal. 1. ed. Curitiba: Intersaberes, 2017. [livro eletrônico] QUEIJO, Maria Elizabeth. O direito de não produzir prova contra si mesmo - O princípio nemo tenetur se detegere e suas decorrências no processo penal, 2ª Edição. Saraiva: Editora Saraiva, 2012. 9788502171572. E-book.